introdução à ciência sagrada_ módulo ii n

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TARÔ: INDICAÇÕES PARA SEU USO  As cartas se batem, ou se embaralham, sobre a mesa com ambas as mãos, deslocando-as com movimento circular, preferivelmente da direita  para a esquerda, como se escreve o alfabeto hebraico (isto deve ser feito assim para que se mesclem umas com as outras, direitas e invertidas). As cartas devem ser cortadas, sempre, com a mão esquerda, conforme é costume. As cartas têm que ser tiradas do maço da parte de cima, e colocadas sobre a mesa. Ao abrí-las, dever-se-á ter a precaução de o fazer virando-as verticalmente (pegando-a, para isso, por seu extremo mais afastado) e levando a carta para você. Este ponto é particularmente importante  porque, conforme saiam as cartas nas tiragens – quer dizer, direita ou invertida– seus significados variam completamente posto que se acham invertidos entre si. Deve se considerar que a carta está direita ou invertida, de acordo a como se ache com relação ao que lê a tiragem de cartas. Envolva seu TARÔ em um pano de seda da cor de sua preferência, e dedique uma caixa especial de madeira para guardá-lo nela. Acreditamos que você já tem a informação necessária para começar a praticar este maravilhoso "jogo". Entretanto, antes de começar a explicar as primeiras tiragens, queremos acrescentar algumas idéias e recomendações que nos serão úteis para sua melhor compreensão, e conseguir dele maior proveito. Em primeiro lugar, recordemos que o TARÔ, como todos os oráculos sagrados, foi desenhado através de símbolos que expressam uma doutrina cosmogônica; por essa razão, recomenda-se utilizá-lo fundamentalmente  para realizar consultas doutrinais, e só em modo secundário para fazer perguntas de ordem pessoal, as quais, de todas as maneiras, serão respondidas. Sugerimos também, muito especialmente conseguir uma boa versão do TARÔ. Nós utilizamos, como já se viu, o TARÔ de Marselha, e este é o que recomendamos em primeiro lugar. Ocorre com todos os livros sagrados que, algumas vezes, foram "traduzidos" com graves enganos e sérias tergiversações, que em ocasiões até invertem o sentido original da escritura. O mesmo aconteceu com o TARÔ, e freqüentemente nos

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7/25/2019 Introdução à Ciência Sagrada_ Módulo II n

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TARÔ: INDICAÇÕES PARASEU USO

As cartas se batem, ou se embaralham, sobre amesa com ambas as mãos, deslocando-as commovimento circular, preferivelmente da direita

para a esquerda, como se escreve o alfabetohebraico (isto deve ser feito assim para que semesclem umas com as outras, direitas einvertidas).

As cartas devem ser cortadas, sempre, com a mãoesquerda, conforme é costume.

As cartas têm que ser tiradas do maço da parte decima, e colocadas sobre a mesa. Ao abrí-las,dever-se-á ter a precaução de o fazer virando-asverticalmente (pegando-a, para isso, por seu

extremo mais afastado) e levando a carta paravocê. Este ponto é particularmente importante porque, conforme saiam as cartas nas tiragens – quer dizer, direita ou invertida– seus significadosvariam completamente posto que se achaminvertidos entre si. Deve se considerar que a cartaestá direita ou invertida, de acordo a como se achecom relação ao que lê a tiragem de cartas.

Envolva seu TARÔ em um pano de seda da cor desua preferência, e dedique uma caixa especial demadeira para guardá-lo nela.

Acreditamos que você já tem a informaçãonecessária para começar a praticar estemaravilhoso "jogo". Entretanto, antes de começar a explicar as primeiras tiragens, queremosacrescentar algumas idéias e recomendações quenos serão úteis para sua melhor compreensão, econseguir dele maior proveito. Em primeiro lugar,recordemos que o TARÔ, como todos os oráculos

sagrados, foi desenhado através de símbolos queexpressam uma doutrina cosmogônica; por essarazão, recomenda-se utilizá-lo fundamentalmente

para realizar consultas doutrinais, e só em modosecundário para fazer perguntas de ordem pessoal,as quais, de todas as maneiras, serão respondidas.Sugerimos também, muito especialmenteconseguir uma boa versão do TARÔ. Nósutilizamos, como já se viu, o TARÔ de Marselha,e este é o que recomendamos em primeiro lugar.

Ocorre com todos os livros sagrados que, algumasvezes, foram "traduzidos" com graves enganos esérias tergiversações, que em ocasiões atéinvertem o sentido original da escritura. O mesmoaconteceu com o TARÔ, e freqüentemente nos

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encontramos com certas versões que mais bem parecem ter sido realizadas para confundir, muitasdas quais levam implícitas "segundas intenções",quando não são o produto de meros finscomerciais.

É muito importante não se afastar em nenhummomento dos Princípios que se encontram

implícitos nas lâminas; às vezes, temos atendência de ficar no sentido preditivo dosoráculos, e nos esquecermos a origem de seussímbolos. Para isto, é recomendável recordar constantemente os significados numéricos,geométricos, cabalísticos, astrológicos, etc., decada carta, o que nos permitirá ter umacompreensão mais cabal deste "Livro". Todos ossímbolos sagrados transmitem também as energiasdos sábios e homens de conhecimento que neles

meditaram, o que poderemos comprovar com aexperiência.

Em muitas escolas que utilizaram o TARÔ comoveículo iniciático, costuma-se conhecer primeiroos vinte e dois Arcanos Maiores, antes de começar a jogar com os Menores e as Cartas da Corte. Paracomeçar, jogue só com os vinte e dois Maiores.

Não utilize as outras cinqüenta e seis lâminas atéque esteja seguro de ser apto para isso.

PREPARAÇÃO

É recomendável guardar o TARÔ –e todos osobjetos e livros sagrados– em um lugar escolhido,fora do alcance dos profanos. É ideal, se vocêtiver, uma mesa especial para lê-lo –redonda ouquadrada– e que possa cobri-la com um pano quelhe facilite o embaralhar as cartas.

É também muito conveniente que você realize umrito –ainda que seja uma simples cerimônia– quando receber pela primeira vez seu TARÔ.Espere para abri-lo em um dia de lua nova, ou delua cheia, e faça-o preferivelmente em horas danoite. Acenda uma vela (fogo), um incenso (ar) e

ponha uma taça com água. O maço de cartas e amesa simbolizarão a terra. Tire as cartas do pacoteem que venham guardadas, e logo siga osseguintes passos:

a) Limpeza das cartas: tome todo o conjuntosustentando-o firmemente entre os dedos

polegares e índice da mão direita, e sacuda-o comforça por sete vezes seguidas (em forma similar a

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como se sacode um termômetro para baixá-lo), pronunciando em voz alta os nomes dos sete planetas. Pode seguir a ordem dos dias da semana:Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus, Saturno e oSol.

b) Concentração e visualização: uma vez limpa ascartas, passe-as uma a uma, concentrando-se em

todas as lâminas por um momento. Cada carta éum mandala e pode servir como suporte para ameditação.

Você já está preparado para realizar sua primeiratiragem. Siga os passos e recomendações que lhedemos, um a um, com atenção. Faça-o lenta erelaxadamente.

Em todas as ocasiões que você vá consultar o

TARÔ, procure ter os objetos que lhe indicamossobre a mesa. Também deve realizar a limpeza dascartas cada vez que vai se fazer uma novaconsulta. Como no princípio só se utilizarão osvinte e dois Arcanos Maiores, guarde as restantescinqüenta e seis lâminas em seu pacote. Nas

próximas tiragens, unicamente faça a limpeza e aconcentração com as primeiras vinte e duas. Antesde fazer uma nova tiragem, ponha sempre as 21cartas numeradas em ordem de 1 a 21. A cartasem número, O Louco, coloca-se em primeiro ou

em último lugar.

Pergunta: Já limpas as cartas, e depois de sehaver concentrado em cada uma delas, junte-astodas e as ponha sobre a mesa. A pergunta feita aoTARÔ é muito importante, pois muitas vezes é elaque determina o nível da resposta. Ponha sua mãodireita sobre o maço, procurando tocar as lâminascom as polpas dos dedos. Concentre-se bem e façaa pergunta clara e confidencialmente. Com

segurança, o oráculo vai lhe responder – possivelmente, no princípio, a níveisinconscientes–, e esta resposta deverá ser aceitacomo solução ao que se pergunta. Se nas

primeiras tiragens não compreende claramente oque tem o TARÔ para lhe dizer, não se preocupe.Com a prática entenderemos cada vez melhor eretificaremos nossos enganos de interpretação.

Como embaralhar: Uma vez formulada a pergunta, proceda a revolver as cartas em formacircular e da direita para a esquerda (como já lheindicamos, contra os ponteiros do relógio).Embaralhe-as bem. Saiba que está transmitindosuas energias ao TARÔ, e que na verdade é devocê mesmo de quem está saindo a resposta.

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Havendo-as já revolvido pela primeira vez, juntetodas as cartas em um só maço e as ponha com asilustrações para baixo sobre a mesa. Corte-as emtrês grupos com a mão esquerda e as junte denovo procurando que fiquem em posição diferentede como estavam antes de cortar. Faça o mesmoum total de três vezes, embaralhando e cortandocada vez. Logo depois de ter cortado e juntado as

cartas pela terceira vez, ponha-as no centro damesa. Você já está preparado para fazer a tiragem.

Tiradas ou tiragens: Até este ponto, a cerimôniaé sempre a mesma. Procure repetí-la de igualforma, porque a reiteração do rito lhe outorgarácada vez maior força e vigor. Daqui em diante oque varia é a forma de colocar as cartas, ou seja,as diferentes tiragens ou tiradas. Há muitasmaneiras de fazê-lo, e todas elas têm em sua

estrutura figuras geométricas. Se dissemos quecada carta é um mandala, devemos mencionar quecada forma de as colocar em uma tiragem tambémo é.

Indicar-lhe-emos a seguir como fazer algumastiragens, para que comece a praticar. Recorde queestes trabalhos estimulam a paciência e a

perseverança. Estamos aprendendo uma novalinguagem com a qual, pouco a pouco, iremos nosfamiliarizando. De momento, abramos nossocoração e permitamos que o TARÔ nos transmitasua luz.

A TIRAGEM DA CRUZ

A tiragem da cruz é a mais simples de todas e por sua vez a mais sintética, e possivelmente a mais

perfeita. É excelente para começar a aprender o

TARÔ, e nos será sempre útil quando quisermosobter uma resposta clara e concisa.

1) Como se realiza a tiragem:

a) Coloque 4 cartas para baixo, fazendo uma cruz, pondo-as na ordem que se mostra, começando pela de cima.

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b) Abra-as uma a uma, como lhe indicamos,virando a carta verticalmente e para você.

c) A carta central, ou quintessência, é obtidasomando os números das quatro cartas que saíram.

Se a soma der 22 ou menos, tire a carta que tenhao número resultante e ponha-a no centro da cruz,como se dirá. Se soma mais de 22, faça a reduçãonumérica, obtendo assim a carta central. Se asoma desse, por exemplo, 68 (20+17+21+10 = 68= 6+8 = 14), coloca-se a carta número 14 no meio.Se a carta "O Louco" –à que se atribui valor zeroou 22– sair entre as quatro primeiras, tomará por zero, ou seja, não se somará. Mas se a soma dasquatro dá 22, deve-se pôr "O Louco" no meio.

d) A carta central se coloca direita ou invertida,segundo a posição das outras quatro cartas. Se amaioria (3 ou 4 cartas) está direita, coloca-se aquinta dessa maneira. Se a maioria sair invertida,assim se colocará a central. Se saírem duasdireitas e duas invertidas, deverá colocar a quintadeitada horizontalmente e ler de ambas asmaneiras.

Se a soma das quatro cartas desse por resultado o

número de alguma que já tenha saído, istosignifica que o oráculo se nega a responder.(Exemplo: se saíssem as carta números 7, 13, 11 e3, a soma nos daria 34, que se reduz 3+4 = 7, eeste número 7 já está fora). Neste caso junte ascartas, volte a fazer a pergunta, baralhe e corteuma vez mais, e tente de novo. Se chegar a senegar outra vez, prove uma última oportunidade.Se isto ocorrer por três vezes seguidas, indica queo oráculo se nega a responder definitivamente.

Essa negativa já é uma resposta. Guarde seuTARÔ para outra ocasião.

2) Como se interpreta:

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a) A carta da esquerda, que colocamos no número2, indica as energias que se encontram favoráveisao consulente; aquelas que lhe beneficiam e quelhe convém atrair.

b) A da direita (N° 4), assinala as energias que seacham em oposição e que deve temer e rechaçar.Acontece muito freqüentemente que uma carta

invertida sai favorável, ou que uma direita apareçaem posição contrária. Este é um dos paradoxos – tão próprios dos oráculos e livros sagrados– quedevemos aprender a compreender. Salvar estascontradições é parte importante do trabalho.

c) A carta de cima (N° 1) é uma síntese das duasanteriores –tese e antítese– e se deve compreender relacionada com elas. Por sua vez, as duas

primeiras serão mais claras à luz desta terceira.

d) A de baixo (N° 3) é o conselho que dá o TARÔao consulente a respeito da pergunta formulada.Também pode se dar o paradoxo de que, noconselho, saia uma carta invertida.

e) A carta do centro (N° 5) é a síntese de toda aresposta. Está influenciada pelas quatro exteriorese, por sua vez, exerce influência sobre elas.

Devemos nos acostumar a ler as cartas

relacionando-as umas com outras, e nãoisoladamente. Também devemos saber que nemtodos os significados dados a cada arcano sãoaplicáveis à totalidade das perguntas. Se assimfizéssemos, estaríamos realizando uma leituraliteral que jamais nos permitiria captar o que oTARÔ nos está transmitindo. Embora convenhaestudar, e até memorizar, as distintas acepções decada uma das cartas, o mais importante é despertar

pouco a pouco a intuição, para poder reconhecer a

que estão se referindo. As significações quedemos variam segundo a ocasião, ajustando-se à pergunta formulada, e de acordo às relações dascartas entre si. Pouco a pouco, captaremos o"sentido" dos arcanos, que está além da soma deseus significados. Na leitura do TARÔ nada deveser considerado como "fixo". Uma carta, que emdeterminadas circunstância nos diz uma coisa,

pode nos dizer algo distinto em diversas situaçãoou desde outro ponto de vista. O artista do TARÔnão simplifica nem reduz sua perspectiva.

Recordemos além que o TARÔ é tão somente umveículo, ao qual nunca deveremos confundir coma meta a que nos conduz. Também saibamos queas respostas destes oráculos não devem ser

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tomadas como um predeterminismo, nemdevemos entender as indicações que obtenhamos

para o futuro como algo que necessariamenteocorrerá. O TARÔ –como acontece também coma Astrologia e com os influxos planetários– dá-noscertas pautas a respeito das influências que asenergias invisíveis exercem sobre nós.Possivelmente, o desconhecimento delas –ou sua

simples negação, por ignorância– faz com quecertamente nos determinem; mas o conhecê-lasatravés do oráculo permite nos liberar daquelasque impedem nossos crescimento e realizaçãoespiritual, e aproveitar melhor as que nos

beneficiam.

A TIRAGEM DO ARCO

A tiragem da cruz se refere sempre ao presente.Esta outra forma de colocar as cartas nos permiteobservar, além disso, o passado e o futuro. Échamada também "tiragem do sim e do não",

porque as cartas que saem direitas sãoconsideradas afirmativas, e as invertidas,negativas.

l) Como se realiza a tiragem:

Coloque as cartas, sempre para baixo, na ordemque se mostra:

2) Como se interpreta:

As três primeiras cartas se referem ao passado,sendo a N° l o passado mais remoto (a origem dasituação pela qual se pergunta), a N° 2 o passadointermédio e a N° 3 o passado imediato,intimamente ligado com o presente. A N° 4 é o

presente, síntese de toda a tiragem. E as trêsúltimas se referirão ao futuro, da mesma maneira,isto é, a N° 5 ao imediato, a N° 6 ao intermédio e

a N° 7 ao remoto.

Se a tiragem da cruz pode ser vista como umaradiografia ou uma fotografia do presente, estadeve ser lida mais horizontalmente, como se fora

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um filme cinematográfico em que uma imagemvai se sobrepondo à outra, sucessivamente, aanterior influenciando à seguinte, tal qualacontece com a ritualidade do carma.

A TIRAGEM DO ARCO E DA CRUZ

Você pode fazer as duas tiragens explicadasanteriormente de maneira simultânea, colocando-as na seguinte ordem. São lidas em interação umascom as outras:

TIRAGEM DA ESPIRAL

Esta tiragem leva esse nome pela ordem em que secolocam as cartas, tal como se pode observar nodiagrama. Sua estrutura é o quadrado de 4,chamado também "quadrado mágico de Júpiter".Esta é uma forma muito completa de tirar ascartas, pois permite diversos modos deinterpretação que podem ser feitos sucessiva ousimultaneamente.

Uma vez realizada a cerimônia, tal como seexplicou, coloque as cartas na seguinte ordem:

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As 12 primeiras cartas, que ficam colocadas na parte de fora do quadrado, indicam os aspectosmais exteriores da resposta; as cartas colocadas

nos locais 13 a 16 se referem aos mais interiores eocultos. Divida o quadrado geral em 4 pequenosquadrados de 4 cartas cada um, e interprete aresposta da seguinte maneira: a carta situada no

posto 13, estará intimamente ligada com a 12, a 1e a 2; a 14, com as 3, 4 e 5; a 15, com as 6, 7 e 8, ea 16 com as 9, 10 e 11. Isto quer dizer que asenergias simbolizadas pelas cartas de dentro,influem nas de fora que, por sua vez, se vêeminfluenciadas por estas.

As cartas localizadas nas casas de 1 a 4 se referemao passado, sendo a 1, ao mais remoto; a 2, aointermédio; a 3, ao passado imediato, e a 4, ao

ponto de intercessão com o presente, ao quetambém se referem as posições 5, 6 e 7. Asnumerada de 7 a 10 correspondem ao futuro, domais imediato até o mais remoto. E as 11 e 12constituem a síntese da tiragem, quefreqüentemente é contraditória, pois saem cartasque indicam aspectos opostos e complementares

da resposta.

Também soe fazer-se outra interpretação destamesma tiragem, vendo nas 4 linhas horizontais damesma aos 4 níveis ou planos doÁrvore Sefirótica, assim: as casas 4, 3, 2 e 1 sereferem ao Mundo de Atsiluth; as numeradas 5,14, 13 e 12, a Beriyah; as 6, 15, 16 e 11,a Yetsirah; e, finalmente, as 7, 8, 9 e 10, a Asiyah.

Como vemos, a mesma tiragem nos pode servir para fazer uma interpretação no tempo sucessivo,e também para obter uma resposta do presente em

profundidade. A esta tiragem, como as que lheseguem, podem acrescentar os Arcanos Menores,

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à medida que se compreendam seus significados.

TIRAGEM ASTROLÓGICA

Esta tiragem tem uma estrutura similar à anterior,mas em forma circular, servindo, neste caso, como

base o símbolo do Zodíaco. Soe empregar-se estaforma de colocar as cartas para investigar arespeito de um ciclo completo, seja pequeno,como um ciclo diário, ou maior, como o do ano,ou para observar ciclos históricos ou até cicloscósmicos.

Alguns recomendam fazê-la no dia do aniversáriode uma pessoa, ou no primeiro dia do ano, ou nosdias dos solstícios ou dos equinócios.

Embora neste caso a resposta se referirá àsdistintas influencias no tempo sucessivo, diz-seque todas as leituras do TARÔ têm que se referir sempre ao presente, vendo pois o passado e ofuturo da perspectiva do agora.

Coloque as cartas na ordem que se indica logo aseguir, determinando previamente a magnitude dociclo que quer investigar e o tempo ao qual sereferirá cada uma das cartas:

Como na tiragem anterior, as 12 cartas que ficamcolocadas fora se referem a aspectos exteriores, eas 5 de dentro aos mais interiores, estandoigualmente a casa 13 ligada às numero 12, 1 e 2; o14, às 3, 4 e 5; a 15, às 6, 7 e 8; e a 16, às 9, 10 e11. Neste caso a carta 17 será a síntese da tiragem,

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e deverá ser lida no direito e no invertido, namesma proporção em que tenham saído as outras16 cartas, direitas ou invertidas.

Esta tiragem se presta também para fazer diversasespeculações e cálculos referentes aossimbolismos astrológicos, atribuindo-se a cadauma das 12 cartas exteriores, os 12 signos

zodiacais; as 4 cartas da cruz interior corresponderão aos solstícios e aos equinócios, e a17 e última será o centro, síntese e quintessênciaimóvel da roda cósmica. Recorde-se que a estatiragem podem ser adicionados Arcanos Menores,uma vez que se compreenda seu sentido.

A TIRAGEM DAS CASAS ASTROLÓGICAS

Assim como o zodíaco, em seu ciclo anual,divide-se em doze signos mensais, se o virmos emum ciclo diário, a roda zodiacal fará também um

percurso aparente completo ao girar a Terra aoredor de seu próprio eixo. Alguns astrólogosconsideram que, durante as vinte e quatro horasque seguem ao nascimento de uma pessoa,refletir-se-á toda sua vida. Para fazer asobservações, dividem a roda do zodíaco em dozeCasas e fazem corresponder duas horas a cada

uma delas. Isto determinará o signo ascendente edescendente do indivíduo e diversos aspectos desua personalidade.

Estas doze casas são:

I. Vita: é a casa do nascimento queindica as particularidades, tendências,talentos e potencialidades doindivíduo.

II. Lucrum: refere-se ao planomaterial, aos bens, riquezas eaquisições, assim como à alimentaçãoe ao mundo físico.

III. Frates: casa dos irmãos, etambém da educação, da instrução eda adaptação ao meio. Relaciona-secom viagens menores.

IV. Genitor: é a casa dos pais e dascaracterísticas herdadas do meiofamiliar e social. Refere-se tambémao patriotismo e às sucessões.

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V. Filii: esta casa está relacionadacom os filhos, e em geral com o que oindivíduo produz, cria e engendra.

VI. Valetudo: casa dos súditos, dosescravos e dos animais domésticos, étambém do trabalho, dos deveres edas obrigações.

VII. Uxor: refere-se ao matrimônio,aos afetos e às uniões, e também àsalianças e às associações.

VIII. Mors: é a casa da morte e dasgrandes transformações. É também dadecomposição e da putrefação.

IX. Peregrinationes: casa das peregrinações e grandes viagens, estárelacionada com a espiritualidade,com a filosofia, a religião e omistério.

X. Regnum, Honores: relaciona-secom os objetivos, as dignidades e aglória, assim como com a profissão,as ambições e as recompensas.

XI. Amici benefacta: casa dos

amigos, benfeitores e admiradores.

XII. Inimici: nesta casa se vêem osinimigos ocultos, a prisão, o exílio,assim como as enfermidades,debilidades e doenças.

Queremos apresentar a seguir uma tiragemdiretamente vinculada com estas casas oumansões astrológicas.

Depois de realizar os ritos próprios de qualquer tiragem já explicados, coloque doze cartasintimamente vinculadas com as casas zodiacais,nos seguintes postos, desta forma:

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Deve ler o significado de cada carta que sairelacionado com os sentidos atribuídos a cadacasa. Ou seja, que têm que se combinar, para ainterpretação, os símbolos das cartas em relaçãoàs doze mansões, que permanecem fixas einalteráveis quanto a seus valores. Podem-semesclar os arcanos maiores e os menores nestatiragem, assim como utilizar exclusivamente os

maiores.

A TIRAGEM DA ÁRVORE DA VIDA

Esta tiragem é especialmente adequada paraestabelecer relações, principalmente se já tivemos

práticas com a Árvore Sefirótica e estamos bemfamiliarizados com ela.

Coloque as cartas na ordem que se indica, que é omesmo da Árvore da Vida da Cabala:

Observe as diferentes cartas que tenham saído emcada uma das sefiroth, e estabeleça ascorrespondências. Isto lhe permitirá inter-relacionar umas com as outras, pois cada carta,como vimos, corresponde também a uma delas[N.T. sephirah], e seu simbolismo nos ajudará acompreendê-la melhor.

Costuma-se realizar esta tiragem para fazer uma

análise do momento presente e, muitofreqüentemente, para nos observar internamentenas diferentes fases de nosso processo. Para essesefeitos, divida a Árvore nos quatro planos – conforme o vimos– e relacione especialmente as

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cartas que se encontram em cada um deles, o quelhe permitirá conhecer sua realidade oculta nosdiversos níveis do ser.

Podem ser tirados, também, dois percursos daÁrvore da Vida, um de cima para baixo e o outrode baixo para cima, observando neste caso asenergias descendentes e ascendentes.

Também, se a pergunta assim o requerer, pode secorresponder uma destas Árvores ao passado e aoutra ao futuro, embora, como sempre, vendo-asda perspectiva do presente.

As cartas do TARÔ podem ser visualizadas,conforme o comprovamos, desde muito diferentes

pontos de vista. Como elas expressam, a suamaneira, uma cosmogonia, constituem um

pantáculo, ou pequeno todo, capaz de nos fazer compreender o macro e o microcósmicoexpressando-se em uma perfeita harmonia. O ditosobre o TARÔ, deve ser entendido –como já oterá observado o leitor atento– em relação comtoda a informação que demos. Os temas tratadosconstituem uma unidade, e estão entretecidos detal maneira, que as mesmas idéias vão sendoexpressas através de diversos símbolos, obtendo-se sua compreensão e vivência pela reiteraçãoritual que com o estudo, a meditação e as práticas

que sugerimos, vai realizando no interior daconsciência de cada um. As cartas cumprem afunção de evocar pensamentos e relações quedespertam a inteligência, e também a de nosrecordar –graças ao estímulo visual do símbolo– as idéias que estão nelas contidas. Fizemosespecial ênfase nas relações dos arcanos com aÁrvore da Vida Sefirótica, pois esta constitui suaestrutura essencial e invisível, e nos permiteconectar as cartas com os princípios da

Numerologia, da Astrologia e da Alquimia, etodas as demais artes e ciências sagradas,gnósticas e herméticas, como uma unidade, emforma global.

Recordemos que o TARÔ é um livro sagrado, eque além disso é um oráculo e, à vez ummagnífico conselheiro. É por meio da prática, esempre tratando de encará-lo no nível mais alto,que descobriremos suas múltiplas virtudes. Asidéias e relações expressas a respeito de cada umdos arcanos, são só chaves que o estudante deveráutilizar por si mesmo, abrindo com elas as portasdo entendimento. Sendo suas possibilidadesvirtualmente ilimitadas, aos interessados

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corresponderá a tarefa de desenvolvê-las e deampliá-las, o que redundará –estamos seguros– numa melhor compreensão e realização dotrabalho interno que toca a cada um, segundo suas

possibilidades. "Conhece-te a ti mesmo".

108 MEMORANDUM

A disciplina fortalece o caráter e preludia a fecundação e a realizaçãoespiritual. O abandono do meio e a mais profunda solidão se fazemnecessários, até se tornarem imprescindíveis em determinados momentos,onde o silêncio é autêntico refúgio e o isolamento, protetor castelo interior.Para isso, então, já se advertiu a impostura de considerar à solidão como umtabu angustiante, ou como a ausência de uma "felicidade" (tão inexistentecomo cobiçada); mas, pelo contrário, [deve se considerar a solidão] como a

predecessora de um mundo encantado de imagens mágicas, de sombras eluzes da memória do universo, refletidas no cenário da consciência. (Tudo

isto é algo novo, ou simplesmente estava aqui e não fomos capazes de vê-lo porque tínhamos uma descrição diferente e equivocada da vida?).

Mas, a par de descobrir estas maravilhas, o aprendiz observará que o meiotratará de marginalizá-lo, talvez em proporção direta com seu interesse emfazer partícipes aos outros, indiscriminadamente, do real conteúdo espiritualde suas novas experiências, achados e conhecimentos. Motivo pelo que osilêncio, não só como disciplina, mas como norma efetiva e prática decomportamento, foi sempre recomendado no trabalho hermético. Isto chocacom a necessidade de expressar a doutrina na época em que vivemos, ondese converteu em um algo quase imprescindível dada a ausência de vozes quese elevam para fazer conhecer, difundir e defender a ciência sagrada,virtualmente esquecida pelo homem de hoje, e desconhecida pela maior

parte dos contemporâneos.

Por outra parte deve se destacar que às vezes os neófitos, sumidos em seus profundos trabalhos de realização metafísica, mágica e espiritual, esquecemo exilados que estão nesta terra, e podem chegar a acreditar que os demais,que todo mundo, participa da realidade de suas crenças, quando istoobviamente não é assim mas, pelo contrário, muitas das coisas ligadas àTradição são olhadas pelo mundo moderno com um ódio revulsivo, uma

repugnância irracional, ou um desprezo olímpico, tão exatamente invertidasestão as coisas entre o mundo sagrado e o profano, entre o Conhecimento e aignorância.