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DADOS NUMÉRICOS

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DADOS NUMÉRICOS

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BENTO GONÇALVES

RELATÓRIO

EPIDEMIOLÓGICO

INTOXICAÇÕES POR ÁLCOOL E DROGAS

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE INTOXICAÇÕES - SININTOX

7ª Revisão

1999 a 2015 Rio Grande do Sul Bento Gonçalves

Secretaria Municipal da Saúde Serviço de Vigilância Epidemiológica

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

BENTO GONÇALVES

Secretaria Municipal de Saúde

Serviço de Vigilância Epidemiológica

Colaboradores José Antônio Rodrigues da Rosa (coordenador e organizador)

Letícia Biasus Fabiane Giacomello

Jakeline Galski Rosiak

Outubro de 2016

Rua Goiânia, nº 590, Bairro Botafogo, CEP 95700-000 e-mail: [email protected]

Ao utilizar os dados deste relatório em estudos, pesquisas, trabalhos de conclusão, apresentações, congressos, reportagens ou qualquer mídia de informação é

obrigatório citar a fonte: Vigilância Epidemiológica – Secretaria Municipal da Saúde de Bento Gonçalves.

Os técnicos da Vigilância Epidemiológica podem ser consultados a respeito dos dados publicados.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE INTOXICAÇÕES - SININTOX Para a toxicologia clínica, o termo “intoxicação” denota a ocorrência de sinais e sintomas secundários à exposição e ação de substâncias químicas exógenas de qualquer natureza sobre o organismo vivo. Estas substâncias, portanto, agiriam como agentes capazes interferir sobre o correto funcionamento do organismo[16,17]. Os agentes tóxicos podem ser substâncias químicas industrializadas ou naturais, como por exemplo: peçonhas animais, medicamentos, produtos químicos, pesticidas, gases, vapores, drogas ilícitas, domissanitários, etc. Os efeitos nocivos causados pelos agentes tóxicos dependem das propriedades do agente (tipo de substância, potencial tóxico, concentração, solubilidade, tempo de exposição) e das características do organismo (vias de absorção [inalação, ingestão], condições gerais de saúde). Daí que uma exposição tóxica poderá variar desde uma reação localizada (dor, vermelhidão, coceira, por exemplo) até reações mais complexas e generalizadas (insuficiência respiratória, coma e morte)[17, 18]. De modo geral, as pessoas expostas a agentes tóxicos que desenvolvem quadros agudos de intoxicação ou envenenamento acabam por ser atendidas em serviços de emergência. As equipes que atuam nestes serviços contam com o apoio dos Centros de Informação Toxicológica (CIT). No RS, o CIT, entre outras ações, presta assessoria e orientação para os profissionais de saúde que atendem pacientes vitimados por exposições tóxicas em geral, fornece informações à comunidade leiga em relação à prevenção, primeiros socorros e medidas ou manobras que possam minimizar o efeito de qualquer exposição a agentes tóxicos e fornece apoio diagnóstico toxicológico laboratorial. No Brasil, existe uma rede composta por 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica. É atribuição do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX – coordenar o processo de coleta, compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento registrados por essa rede, distribuída em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal. Além do SINITOX, também é possível encontrar dados sobre casos de intoxicação em outros sistemas de informação, como, por exemplo: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), registro de Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs), Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs – Ministério do Trabalho) e no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Buscando alcançar um registro de base populacional, que possa caracterizar a ocorrência das intoxicações agudas em Bento Gonçalves, o Serviço de Vigilância Epidemiológica criou o seu próprio registro de dados que, posteriormente, foi denominado de Sistema de Informações de Intoxicações – SININTOX-BG. SININTOX-BG Em Bento Gonçalves, o registro e a notificação dos casos de intoxicação humana iniciou no mês de julho do ano de 1998, baseando-se na ficha de registro de intoxicações do Centro de Informação Toxicológica do RS (CIT-RS). Até então, a informação da maior parte dos casos de intoxicação humana não era coletada, nem processada, pela Secretaria Municipal de Saúde, restringindo-se, quase sempre, aos acidentes com animais peçonhentos que necessitavam de soroterapia. Atualmente, o SININTOX-BG recebe notificações de pacientes vitimados por diferentes tipos de exposições tóxicas, como, por exemplo: contaminação por pesticidas agrícolas ou domésticos, substâncias químicas de uso doméstico ou industrial, plantas tóxicas, alimentos, animais peçonhentos, medicamentos de uso humano ou animal, drogas lícitas e ilícitas ou qualquer outro agente potencialmente tóxico. Desde sua criação, os serviços que mais notificam casos de intoxicação humana para o SININTOX-BG têm sido o pronto socorro do Hospital Tacchini (único hospital local) e, principalmente, o serviço de Pronto Atendimento Médico (PAM) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) (serviço público que fornece atendimento ambulatorial de urgência e é administrado pela Secretaria de Saúde do município). Em menor proporção, o sistema também recebe notificação de casos atendidos no ambulatório da UNIMED local e nas unidades básicas de saúde do município. Excepcionalmente, as notificações são feitas por pessoas da comunidade, ao solicitarem ao Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) informações sobre o que fazer diante de um caso de acidente com animal peçonhento, ou exposição a um agente tóxico. Isso significa que os casos de intoxicação notificados ao SININTOX-BG são, em essência, aqueles que geraram atendimento nos serviços de saúde do município. A fim de qualificar os seus registros, a equipe do SVE passou a fazer a busca ativa de casos de intoxicação através da revisão dos boletins de atendimento do Pronto Atendimento Médico da SMS, a partir de 2001. Nos anos de 2008 a 2015, o Pronto Atendimento realizou uma média de 100.400 consultas médicas anuais (as consultas pediátricas [crianças menores de 12 anos] equivaleram a 13,7% deste total).

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Em 2002, a equipe do SVE fez uma pesquisa retroativa de mais de 50 casos de intoxicação relativos ao período 1998 a 2001 para os quais as informações sobre a idade, situação causadora ou agente tóxico eram ignoradas (devido ao não preenchimento dos campos ou a inexatidão das informações da ficha de intoxicações). Entre os anos de 2003 e 2014, houve uma parceria com o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) que repassava para o Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) as informações dos casos de intoxicação residentes em Bento Gonçalves e notificados ao CIT. Outro aspecto relevante é que a equipe do SVE tem aperfeiçoado a integração dos diferentes sistemas de informação que estão sob a sua responsabilidade. Rotineiramente, os dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), para os quais são notificados os casos de intoxicação exógena (pesticidas, medicamentos, produtos químicos) e os acidentes por animais peçonhentos, do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM) e do SININTOX-BG são cruzados, a fim de compartilhar as informações de interesse comum entre estes sistemas. No conjunto, estas estratégias tiveram um grande impacto sobre o sistema de intoxicações do município, com um aumento expressivo do número de notificações – de 63 casos em 1998, para mais de 2.700 casos em 2009, atingindo uma média de 2.200 casos por ano. Os dados sobre as intoxicações analisados e apresentados neste relatório referem-se à população residente em Bento Gonçalves, e reproduzem a trajetória percorrida pelo sistema de informações municipal, iniciada em julho de 1998, e se estende até dezembro de 2015. Os casos notificados não residentes, não foram contabilizados. Para algumas análises, foi considerado o período de 2000 a 2015, por apresentar dados mais consistentes. No SININTOX-BG, a entrada dos dados coletados é feita no software Access, e a avaliação dos dados é feita com o auxílio do Access e Excel. Sempre que possível, os dados do SININTOX-BG são comparados aos de outros sistemas de informação e fundamentados com pesquisa bibliográfica. Para fins de comparação de dados, este relatório utilizará como referência as estatísticas do SINITOX, do CIT-RS e do American Association of Poison Control Centers-Toxic Exposure Surveillance System (AAPCC-TESS) (quando disponíveis). Isso, porque estes sistemas oferecem melhores subsídios a respeito dos eventos tóxicos humanos (intoxicações por medicamentos, pesticidas, produtos químicos, etc.). O presente relatório constitui a 7ª revisão de dados do SININTOX-BG publicados pelo SVE desde o ano 2002. Ele atualiza as informações sobre as intoxicações por álcool etílico e drogas ilícitas até o ano de 2015. No website da Prefeitura de Bento Gonçalves (http://www.bentogoncalves.rs.gov.br), é possível acessar e baixar outros relatórios na página da Vigilância Epidemiológica (link Saúde em Bento>Epidemiologia), como mostra a figura abaixo.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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INTOXICAÇÕES AGUDAS POR ÁLCOOL ETÍLICO 1. Etilismo Agudo em Bento Gonçalves No período de 17 anos compreendidos entre 1999 a 2015, o Sistema de Informações sobre Intoxicações (SININTOX-BG) registrou 10.935 casos de intoxicação aguda por álcool etílico, resultando numa incidência média de 730,2 casos/100.000 habitantes. Entre as décadas de 2000 e 2010, houve um aumento de 52,8% na incidência das intoxicações alcoólicas: de 545,9 para 833,9 casos por 100.000 (ver Tabela 1 e Gráfico 1). No conjunto de todas as intoxicações notificadas ao SININTOX-BG, o álcool etílico tem ocupado a 1ª posição no ranking toxicológico do município, com 31,9% do total de casos (ver Figura 1). Os animais peçonhentos (22,4%) e os medicamentos (15,0%) ocupam a 2ª e a 3ª posição neste ranking. Em Bento Gonçalves, os primeiros casos de intoxicação humana aguda associados ao álcool etílico foram notificados ao SININTOX-BG no ano de 1999: apenas 3 casos. Desde então, o número de atendimentos ambulatoriais decorrentes da intoxicação por álcool etílico vem crescendo progressivamente. Na década de 2000, por exemplo, foram notificados 5.408 casos. Nestes dez anos, 2009 apresentou o maior número de registros: 1.054 casos (ver Tabela 1 e Gráfico 1). Os primeiros seis anos da década de 2010 já contabilizam 5.524 casos, tendo o ano de 2014 apresentado 1.076 casos. Do total de pacientes etilizados, 53,5% foram classificados como “casos novos” (ie, pacientes atendidos pela primeira vez) e 46,5% como “recidivantes” (ie, pacientes com mais de um atendimento, devido a intoxicação pelo álcool). Entre os pacientes com recidiva, 1.358 (12,4%) procuraram atendimento por duas vezes e 1 paciente foi atendido 123 vezes, desde o ano 2002. Interessante observar que o número médio de “casos novos” atendidos nos serviços de urgência tem crescido entre as duas últimas décadas: de 334 para 418 casos anuais (aumento de 25,0%). As intoxicações alcoólicas representam cerca de 1,1% do total de consultas médicas realizadas no Pronto Atendimento Médico 24 Horas da Secretaria Municipal da Saúde (variação 0,7% a 1,4%). Na atual década, isso representou cerca de 920,7 atendimentos por ano. A circunstância da grande totalidade das intoxicações (99,8%) deveu-se ao abuso (intencional) do álcool etílico. Em apenas 0,2% dos casos a intoxicação alcoólica ocorreu de modo acidental: crianças que beberam álcool etílico equivocadamente (sem intenção de abusar) (ver Tabela 2). Em outras palavras, a grande totalidade dos casos refere-se a abusadores de álcool etílico. 2. Panorama Geral do Alcoolismo e do Consumo de Bebidas Alcoólicas O fato do abuso de álcool ser o principal evento tóxico em Bento Gonçalves, provavelmente, está relacionado a diferentes aspectos, tais como: o consumo de bebidas alcoólicas é legalmente permitido e socialmente tolerado em todo o país; a comercialização de bebidas é muito ampla e o acesso é muito fácil (prateleiras de supermercados; bares, clubes, praia, praças, etc.); a propaganda em massa nos meios de comunicação seduz jovens e adultos e estimula o consumo; a experimentação e o hábito de consumir álcool, muitas vezes, são iniciados no próprio ambiente familiar, ainda na infância; a grande variedade e o baixo custo de algumas bebidas popularizam seu consumo em todas as classes sociais; a economia familiar e de muitos municípios depende da produção de bebidas alcoólicas (Bento Gonçalves mantém-se no posto de maior produtor de vinho do RS; em 2010, o município foi responsável por 29,4% da produção estadual)[9]; nas situações em que o consumo e a comercialização são proibidos, ainda há deficiências na fiscalização e controle (por exemplo: venda de bebidas para menores de idade, venda às margens de rodovias federais; consumo por motoristas); culturalmente, o consumo (e abuso) de bebidas é esperado e desejado em eventos festivos e sociais. Dados da Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense/IBGE), divulgados em 2009, revelaram que 78,4% dos alunos entre 13 e 15 anos já experimentaram bebidas alcoólicas na capital gaúcha, um dos maiores índices do país[5]. De acordo com o “II Levantamento Nacional de Consumo de Substâncias Psicoativas”, de 2001 a 2006, os casos de alcoolismo entre os jovens aumentou cerca de 25 a 30%[11]. Este mesmo estudo estimou uma prevalência de 12,3% de alcoolistas no país. Cerca de 90% das internações psiquiátricas por drogas no Brasil são causadas por problemas com o álcool[10]. Diversos estudos têm apontado que a cerveja é uma das bebidas mais consumidas no Brasil[10, 12]. Segundo a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev), a margem de lucro no mercado brasileiro de cervejas

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aumentou 26% em 2009[1]. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) tem apontado que o mercado de espumantes tem crescido de 10% a 15% ao ano e que as vinícolas de Bento Gonçalves aumentaram seu faturamento com a venda de vinhos em 13% e com a de espumantes em 20%[3]. Dados do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-RS) têm demonstrado um crescimento no número de multas por embriaguês ao volante, passando de 6.845 autuações em 2008 para 17.217 em 2011 (151,5% de aumento)[2]. No conjunto, estes dados ajudam a perceber a dimensão do problema do uso e abuso de bebidas alcoólicas em nosso país e município. 3. Intoxicações Agudas por Álcool Etílico por Sexo e Faixa Etária Historicamente, os homens têm sido o grupo com a maior freqüência de atendimentos devido a intoxicação por álcool etílico: 81,7% do total de casos. A incidência média masculina é 4,6 vezes maior que a feminina: 1.214,4 contra 260,8 por 100.000, respectivamente (ver Tabela 3). Taxas mais elevadas de etilismo no grupo masculino também têm sido verificadas no país[12]. Ao longo de todos os anos das décadas de 2000 e 2010, a incidência anual das intoxicações agudas devido ao álcool etílico em Bento Gonçalves tem crescido, tanto para homens como para mulheres, sendo bastante expressivo para o grupo masculino (ver Gráfico 2). A incidência masculina tem sido maior à feminina em todos os anos da série histórica. Em relação à faixa etária, a distribuição proporcional dos casos de etilismo agudo é quase uniforme entre as pessoas de 20 a 29 anos (20,2%), 30 a 39 anos (21,0%) e 40 a 49 anos (25,2%) (ver Tabela 3). A população de 40 a 49 anos (1.234,6/100.000) e a de 50 a 59 anos (ambos os sexos) tem apresentado as maiores incidências médias (ver Tabela 3). A distribuição etária entre os sexos demonstra que as incidências médias são mais altas entre os homens de 40 a 59 anos e entre as mulheres de 15 a 29 anos. Considerando que a grande totalidade das intoxicações alcoólicas ocorre em situações de abuso, é possível afirmar que o perfil etário de abusadores de álcool etílico no município é bastante distinto entre os gêneros, isto é, homens maduros (“meia idade”) acima dos 40 anos e mulheres jovens abaixo dos 30 anos (ver Gráfico 3). A idade média dos abusadores tem sido de 38,5 anos (DP: 14,2; o mais jovem com 9 anos e o mais velho com 95 anos). 4. Intoxicações Agudas por Álcool Etílico por Bairro de Residência e por Sazonalidade Para analisar as informações sobre o bairro de residência dos pacientes atendidos devido a intoxicação aguda por álcool etílico, foram utilizados os dados relativos aos anos de 2005 a 2015. Dos 66 bairros, loteamentos e localidades de Bento Gonçalves, 12 respondem por 48,4% do total de atendimentos: Santa Helena (6,4%), Conceição (5,1%), Municipal (5,0%), Zatt (4,9%), Progresso (4,1%), São Roque (3,6%), Maria Goretti, Botafogo, Ouro Verde, Vila Nova I, Borgo e Aparecida (ver Tabela 4). Em relação à sazonalidade, a maior prevalência das intoxicações alcoólicas tem ocorrido no último trimestre do ano (outubro a dezembro), com 27,0% do total de registros, seguido pelos meses que correspondem ao verão (janeiro a março), com 25,1% dos casos (ver Gráfico 4). Os meses de dezembro e de fevereiro contabilizam o maior número de atendimentos por etilismo agudo. Isso pode estar associado ao fato de que nestes dois meses ocorrem as festividades de natal, ano-novo e o carnaval, caracterizadas pelo consumo e abuso de álcool.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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INTOXICAÇÕES AGUDAS POR ABUSO DE DROGAS ILÍCITAS 1. Drogadição em Bento Gonçalves No período de 16 anos compreendidos entre 2000 a 2015, o Sistema de Informações sobre Intoxicações (SININTOX-BG) registrou 2.783 casos de intoxicação aguda por drogas ilícitas, resultando numa incidência média de 188,0 casos/100.000 habitantes. Entretanto, cabe frisar o importante aumento de 352% ocorrido na incidência das intoxicações por drogas, entre as décadas de 2000 e 2010: de 69,2 para 315,7 casos por 100.000 (ver Tabela 5 e Gráfico 5). No conjunto de todas as intoxicações notificadas ao SININTOX-BG, as drogas ilícitas têm ocupado a 5ª posição no ranking toxicológico do município, com 8,1% do total de casos (ver Figura 1). No ano 2000, foram notificados os primeiros casos de intoxicação humana aguda associados às drogas ilícitas no município: 5 casos, apenas. Desde então, o número de atendimentos ambulatoriais decorrentes da intoxicação por drogas vem crescendo continuamente. Na década de 2000, por exemplo, foram notificados 692 casos. Nestes dez anos, 2009 apresentou o maior número de registros: 295 casos (ver Tabela 5 e Gráfico 5). Os primeiros seis anos da década de 2010 já contabilizam 2.091 casos, tendo o ano de 2014 apresentado 530 casos. Do total de pessoas atendidas devido a intoxicação por drogas, 49,6% foram classificadas como “casos novos” (ie, pacientes atendidos pela primeira vez) e 50,4% como “recidivantes” (ie, pacientes com mais de um atendimento). Entre os pacientes com recidiva, 16,0% procuraram atendimento por duas vezes e 1 paciente foi atendido 42 vezes, desde o ano 2008. Interessante observar que o número médio de “novos usuários” atendidos nos serviços de urgência também cresceu entre as duas últimas décadas, de 48 para 151 casos anuais (aumento de 216,2%). As intoxicações por drogas representam cerca de 0,39% do total de consultas médicas realizadas no Pronto Atendimento Médico 24 Horas da Secretaria Municipal da Saúde (variação 0,1% a 0,6%). Na atual década, isso representou cerca de 349 atendimentos por ano. A circunstância da grande totalidade das intoxicações (99,0%) deveu-se ao abuso (intencional) de drogas ilícitas. Em apenas 1,0% dos casos, a intoxicação por drogas ocorreu de modo não intencional (recém-nascido com síndrome de abstinência, devido ao uso de drogas pela mãe durante a gravidez), por tentativa de suicídio e pelo rompimento de “sachês” de drogas dentro do aparelho digestivo na prática de body packer (“mula”) (ver Tabela 6). 2. Panorama das Drogas O crescimento de pacientes vitimados pelo abuso de drogas em Bento Gonçalves, provavelmente, é o reflexo de inúmeros fatores, tais como: aumento do número de usuários de substâncias ilícitas (particularmente, o crack) no município; uso e abuso de drogas com efeitos deletérios mais acentuados ou agudizados, fazendo com que os usuários procurem atendimento nos serviços de urgência com maior freqüência; facilidade na aquisição das drogas (interiorização do tráfico, “microvarejos”, “financimento” com traficantes) o que favorece o consumo[6, 8]; comercialização de drogas mais “baratas” (em alguns pontos de tráfico podem ser encontradas “pedras” por R$ 1,00)[6], o que também favorece a aquisição e estimula o consumo. Outro aspecto, refere-se ao problema do tráfico ilegal de drogas no Brasil. Em Bento Gonçalves, por exemplo, a polícia civil estimou um aumento de cerca de 57% nas apreensões de drogas no município[7]. No Estado, a Secretaria de Segurança Pública tem observado um crescimento no número de crimes associados ao tráfico de drogas, representando cerca de 25% do total de assassinatos no Rio Grande do Sul[13]. Segundo o Departamento Nacional Penitenciário, em 2006, 12% dos presos que cumpriam pena no Rio Grande do Sul havia sido condenado por tráfico. Essa proporção atingiu 40% no ano de 2012[14]. A Secretaria Nacional Anti-Drogas classificou o nosso estado como o detentor das maiores taxas de crimes relacionados ao tráfico de drogas, bem como, a maior taxa de casos de AIDS e de hepatite C associados ao uso de drogas[19]. Estudo da Confederação Nacional dos Municípios apontou que cerca de 90% dos municípios gaúchos tem registrado vício do crack em seus habitantes[15]. No Brasil, estima-se que a experimentação de cocaína e de crack corresponda a 2,9% e 0,7% da população do país, respectivamente[19].

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Baseados nos dados de atendimento por intoxicações agudas, em Bento Gonçalves, a taxa de experimentação de drogas ilícitas (qualquer tipo) na população é de 1,2%. Para a cocaína e o crack essa taxa corresponde a 0,4% e 0,9%, respectivamente No que concerne à infecção pelos vírus das hepatites B e C, 3,5% e 37,4% dos indivíduos notificados referiram ter utilizados drogas ilícitas em algum momento de suas vidas[20]. Em relação à AIDS, 20,7% dos doentes do município afirmou ter utilizado algum tipo de droga ilícita, antes do diagnóstico da infecção[21]. 3. Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Sexo e Faixa Etária Desde os primeiros casos registrados em 2000, as intoxicações agudas devido ao uso de drogas em Bento Gonçalves vem crescendo em ambos os sexos. As maiores incidências foram registradas no ano de 2014: 752,9 para cada 100.000 homens e 201,0 casos para cada 100.000 mulheres (ver Gráfico 6). Em todos os anos, os homens têm constituído o grupo com a maior freqüência de atendimentos devido às intoxicações agudas por uso de drogas. A drogadição aguda tem sido três vezes maior no grupo masculino (288,0/100.000) em relação ao feminino (91,0/100.000) (ver Tabela 7). A maior proporção de atendimentos é encontrada entre os pacientes de 20 a 29 anos (ambos os sexos): 45,3% do total de casos. Os jovens de 15 a 19 anos (294,2/100.000) e os adultos jovens de 20 a 29 anos (460,1/100.000) são a fatia da população com as maiores incidências médias de intoxicação por drogas (ver Tabela 7). Estes dados chamam a atenção para a problemática do abuso de drogas entre os adolescentes. No ano de 2007, foi notificado um caso de um bebê, filho de uma usuária de crack, que apresentou sintomas de síndrome de abstinência logo após o nascimento. O Gráfico 7 mostra a incidência média das intoxicações agudas segundo a faixa etária e o sexo dos pacientes. Enquanto para os homens, as maiores incidências se concentraram nas faixas etárias de 20 a 29 (678,4/100.000) e de 15 a 19 anos, para as mulheres essa concentração se deu nas faixas etárias de 20 a 29 (231,8/100.000) e de 30 a 39 anos A idade média dos pacientes intoxicados por drogas no município tem sido de 28,5 anos (DP: 8,5; o mais jovem com 11 anos e o mais velho com 60 anos). 4. Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Tipo de Droga e Faixa Etária dos Usuários Em Bento Gonçalves, as três drogas ilícitas com o maior número de registros no SININTOX-BG têm sido o crack (56,0% do total), a cocaína e a maconha (ver Tabela 8). Cabe lembrar que o crack é uma substância derivada da cocaína. Em 5,6% dos atendimentos, os pacientes referiram ter usado a cocaína, ou o crack, juntamente com a maconha. Em menor proporção, foi registrado o abuso de outras substâncias, como a anfetamina (rebite), o ecstasy e o LSD (0,4%). Em relação à faixa etária dos usuários, observa-se que as pessoas de 20 a 29 anos são as que mais procuram atendimento devido a intoxicação por todos os tipos de drogas ilícitas, principalmente pelo crack, cocaína e maconha. O número de atendimentos anuais devido às intoxicações por drogas ilícitas aumentou expressivamente para todas as drogas. Os atendimentos por uso de cocaína passaram de 19 ao ano na década de 2000, para 120 ao ano na década de 2010, correspondendo a um aumento de 523,3%. Em relação ao crack, o número de atendimentos passou de 36 para 218 ao ano entre as duas últimas décadas (502,5% de aumento). Os atendimentos por uso de maconha aumentaram 803,7%, passando de 5 para 41 atendimentos ao ano. 5. Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Bairro de Residência dos Usuários Dos 66 bairros, loteamentos e localidades de Bento Gonçalves, 9 respondem por 44,3% do total de atendimentos: Conceição (6,7%), Zatt (6,5%), Municipal (5,4%), Ouro Verde (4,9%), São Roque (4,8%), Progresso (4,4%), Tancredo Neves (4,0%), Santa Helena, Eucaliptos (ver Tabela 9).

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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INTOXICAÇÕES HUMANAS POR ÁLCOOL ETÍLICO Tabela 1. Intoxicação Humana por Álcool Etílico e Ano de Notificação, Bento Gonçalves, 1999 a 2015.

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Nº 3 39 155 471 527 635 634 629 624 640 1.054 Incidência* 3,4 42,6 170,3 509,2 544,0 644,1 618,8 602,4 620,0 605,8 985,0

Continuação.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Média

Decenal 2000-2009 Média

Decenal 2010-2015 Nº 860 782 761 979 1.076 1.066 10.935 540,8 920,7 Incidência* 801,2 720,9 694,0 878,9 958,0 941,0 730,2 545,9 833,9

*Incidência por 100.000 habitantes Tabela 2. Intoxicação Humana por Álcool Etílico por Circunstância da Intoxicação, Bento Gonçalves, 1999 a 2015.

Nº (%) Não intencional 16 0,2 Abuso 10.919 99,8 Total 10.935 100,0

Tabela 3. Intoxicação Humana por Álcool Etílico por Sexo e Faixa Etária, B. Gonçalves, 1999 a 2015. Masculino Feminino Total N IM* N IM N IM (%) <1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0,0 1 a 4 2 5,5 0 0,0 2 2,8 0,0 5 a 9 6 10,4 2 4,2 8 7,3 0,1 10 a 14 54 97,0 50 86,8 104 91,9 1,0 15 a 19 656 1.061,8 405 659,3 1.061 861,8 9,7 20 a 29 1.501 1.051,8 706 515,4 2.208 789,6 20,2 30 a 39 1.957 1.574,2 343 273,2 2.299 926,4 21,0 40 a 49 2.461 2.260,5 291 254,7 2.752 1.234,6 25,2 50 a 59 1.630 2.116,7 145 175,0 1.775 1.113,7 16,2 60 a 69 523 1.208,1 43 88,4 566 614,1 5,2 70 e + 145 864,4 15 67,7 160 377,0 1,5 Total 8.935 1.214,4 2.000 260,8 10.935 730,2 100,0

*Incidência Média por 100.000 habitantes. A incidência média foi calculada considerando o período de 2002 a 2015.

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Tabela 4. Intoxicação Humana por Álcool Etílico e Bairro de Residência dos Pacientes, Bento Gonçalves, 2005 a 2015*. Nº (%) Nº (%) Nº (%) Aparecida 277 3,0 Linha Salgado 8 0,1 S. Rita 134 1,5 Barracão 72 0,8 Maria Goretti 303 3,3 S. Roque 331 3,6 Borgo 290 3,2 Medianeira 14 0,15 S. Valentin 47 0,5 Botafogo 302 3,3 Municipal 458 5,0 S. Vendelino 60 0,7 Botega 7 0,08 N. Srª Saúde 11 0,12 Sandrin 7 0,08 Caminhos da Eulália 10 0,11 Ouro Verde 295 3,2 Sembranel 29 0,3 Centro 258 2,8 Paim 7 0,08 Sol Nascente 17 0,19 Cidade Alta 165 1,8 Panazzolo 15 0,16 Sonza 6 0,07 Cohab II 148 1,6 Piemonte 1 0,01 Tancredo Neves 182 2,0 Conceição 464 5,1 Pinto Bandeira 53 0,6 Tuiuty 129 1,4 Cruzeiro 1 0,01 Planalto 32 0,4 Universitário 101 1,1 Distrito Industrial 1 0,01 Pomarosa 186 2,0 Vale dos Vinhedos 141 1,5 Eucaliptos 228 2,5 Progresso 371 4,1 Verona 36 0,4 Faria Lemos 72 0,8 S. Antão 185 2,0 Vila Nova I 292 3,2 Fátima 72 0,8 S. Bento 88 1,0 Vila Nova II 108 1,2 Fenavinho 130 1,4 S. Francisco 149 1,6 Vinhedos 25 0,3 Glória 221 2,4 S. Helena 579 6,4 Vinosul 19 0,21 Humaitá 270 3,0 S. João 37 0,4 Vista Alegre 21 0,2 Imigrante 108 1,2 S. Marta 252 2,8 Zanetti 6 0,07 Juventude 228 2,5 S. Paulo 18 0,20 Zatt 447 4,9 Licorsul 169 1,9 S. Pedro 31 0,3 Ignorado 339 3,7 Linha Eulália 21 0,2 S. Rafael 21 0,2 Total 9.105 100,0

*Para a avaliação do bairro de residência, foram utilizados os dados do período de 2005 a 2015. Gráfico 1. Incidência, Número Total e de Casos Novos de Intoxicações Agudas por Álcool Etílico por Ano, Bento Gonçalves, 1999 a 2015.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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Gráfico 2. Incidência das Intoxicações Agudas por Álcool Etílico por Sexo e Ano por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, 1999 a 2015.

Gráfico 3. Incidência Média das Intoxicações Agudas por Álcool Etílico por Faixa Etária e Sexo por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, 2002 a 2015.

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Gráfico 4. Número de Intoxicações Agudas por Álcool Etílico e Mês de Ocorrência, Bento Gonçalves, 1999 a 2015 (n= 10.935).

Legenda: Sol = verão; Vento = Outono; Floco de Neve = Inverno; Flor = Primavera Figura 1. Intoxicações Humanas pelos Principais Agentes Tóxicos, Bento Gonçalves, 1998 a 2015.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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INTOXICAÇÕES HUMANAS POR DROGAS ILÍCITAS Tabela 5. Intoxicação Humana por Drogas Ilícitas e Ano de Notificação, B. Gonçalves, 2000 a 2015.

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Nº 5 13 33 32 27 31 57 71 128 295 5

Incidência* 5,5 14,3 35,7 33,0 27,4 30,3 54,6 70,5 121,2 275,7 5,5

Continuação.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Média

Decenal 2000-2009 Média

Decenal 2010-2015 Nº 311 252 263 361 530 374 2.783 69,2 348,5 Incidência* 289,7 232,3 239,8 324,1 471,9 330,1 188,0 69,9 315,7

*Incidência por 100.000 habitantes Tabela 6. Intoxicação Humana por Drogas Ilícitas por Circunstância da Intoxicação, Bento Gonçalves, 2000 a 2015.

Nº (%) Não intencional 2 0,1 Abuso 2.755 99,0 Tentativa de Suicídio 24 0,9 Outros* 2 0,1 Total 2.783 100,0

*Body packer Tabela 7. Intoxicação Humana por Drogas Ilícitas por Sexo e Faixa Etária, Ambos os Sexos, B. Gonçalves, 2000 a 2015. Masculino Feminino Total N IM* N IM N IM (%) <1 0 0,0 1 11,6 1 5,8 0,0 1 a 4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0,0 5 a 9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0,0 10 a 14 28 49,4 20 36,9 48 43,2 1,7 15 a 19 284 463,8 74 122,5 358 294,2 12,9 20 a 29 950 678,4 310 231,8 1.260 460,1 45,3 30 a 39 559 453,5 219 181,6 778 318,1 28,0 40 a 49 249 232,1 47 41,9 296 134,8 10,6 50 a 59 31 40,5 10 12,2 41 25,9 1,5 60 a 69 1 2,3 0 0,0 1 1,1 0,0 70 e + 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0,0 Total 2.102 288,0 681 91,0 2.783 188,0 100,0

*Incidência Média por 100.000 habitantes. A incidência média foi calculada considerando o período de 2002 a 2015.

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Tabela 8. Intoxicação Humana por Drogas Ilícitas por Tipo de Droga e Faixa Etária dos Usuários, Bento Gonçalves, 2000 a 2015. <10 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 e + Total (%)

Cocaína 1 1 69 285 196 76 17 0 645 23,2

Crack 0 27 164 722 468 160 17 1 1.559 56,0

Maconha 0 6 43 52 11 5 1 0 118 4,2

Coca/Crack+Maconha 0 6 36 69 29 15 2 0 157 5,6

Mix de Drogas1 0 0 4 13 1 1 0 0 19 0,7

Outras2 0 0 2 6 2 1 0 0 11 0,4

Ignorado 0 8 40 113 71 38 4 0 274 9,8

Total 1 48 358 1.260 778 296 41 1 2.783 100,0

1. Uso concomitante de diversas drogas 2. Anfetamina (rebite), ecstasy, LSD Tabela 9. Intoxicação Humana por Drogas Ilícitas por Bairro de Residência dos Pacientes, Bento Gonçalves, 2000 a 2015. Nº (%) Nº (%) Nº (%)

Aparecida 76 2,7 Linha Salgado 5 0,18 S. Rita 18 0,6 Barracão 4 0,14 Maria Goretti 102 3,7 S. Roque 133 4,8 Borgo 89 3,2 Medianeira 7 0,25 S. Valentin 3 0,11 Botafogo 98 3,5 Municipal 151 5,4 S. Vendelino 10 0,4 Botega 2 0,07 N. Srª Saúde 9 0,32 Sembranel 4 0,14 Centro 103 3,7 Ouro Verde 137 4,9 Sol Nascente 2 0,07 Cidade Alta 32 1,1 Paim 1 0,04 Sonza 5 0,18 Cohab II 66 2,4 Panazzolo 4 0,14 Tancredo Neves 112 4,0 Conceição 187 6,7 Pinto Bandeira 2 0,07 Tuiuty 11 0,4 Cruzeiro 0 0,0 Planalto 10 0,4 Universitário 29 1,0 Distrito Industrial 1 0,04 Pomarosa 25 0,9 Vale dos Vinhedos 24 0,9 Eucaliptos 108 3,9 Progresso 123 4,4 Verona 6 0,22 Faria Lemos 9 0,32 S. Antão 29 1,0 Vila Nova I 60 2,2 Fátima 25 0,9 S. Bento 24 0,9 Vila Nova II 76 2,7 Fenavinho 58 2,1 S. Francisco 49 1,8 Vinhedos 23 0,8 Glória 66 2,4 S. Helena 110 4,0 Vinosul 12 0,43 Humaitá 60 2,2 S. João 4 0,14 Vista Alegre 2 0,07 Imigrante 18 0,6 S. Marta 49 1,8 Zanetti 2 0,07 Juventude 105 3,8 S. Paulo 8 0,29 Zatt 181 6,5 Licorsul 44 1,6 S. Pedro 6 0,22 Ignorado 58 2,1 Linha Eulália 1 0,04 S. Rafael 5 0,18 Total 2.783 100,0

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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Gráfico 5. Número Total e de Casos Novos de Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Ano, Bento Gonçalves, 2000 a 2015.

Gráfico 6. Incidência das Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Sexo e Ano por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, 2000 a 2015.

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Gráfico 7. Incidência Média das Intoxicações Agudas por Drogas Ilícitas por Faixa Etária e Sexo por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, 2000 a 2015.

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Bento Gonçalves – Intoxicações por Álcool e Drogas 1999 a 2015 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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(http://exame.abril.com.br/blogs/o-negocio-e-lista/2010/05/06/as-5-maiores-fabricantes-de-bebidas-alcoolicas-do-mundo); Editora Abril, 06 de maio de 2010.

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4. GALDURÓZ JCF, Noto AR, Nappo SA, Carlini EA. I Levantamento domiciliar nacional sobre uso de drogas psicotrópicas – parte A: estudo envolvendo as 24 maiores cidades do estado de São Paulo (1999). São Paulo: FAPESP/CEBRID; 2000.

5. NO TOPO DE UM RANKING incômodo. Zero Hora, Porto Alegre, 19 de dezembro de 2009. 6. O ALTO juro imposto pelo crack. Zero Hora, Porto Alegre, 1º de fevereiro de 2011. 7. REGISTROS de tráfico de drogas aumentam 57%. Semanário, Bento Gonçalves, 13 de Outubro de 2012. 8. RS LIDERA ações contra o crack. Zero Hora, Porto Alegre, 14 de dezembro de 2010. 9. SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Centro da Indústria, Comércio e 10.

Serviços. Bento Gonçalves: panorama socioeconômico, 2010. Bento Gonçalves, 2012. 10. SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS. Centro de Educação Aberta, Continuada, à Distância

(CEAD). Prevenção ao uso indevido de drogas: diga sim à vida. Brasília, 1999. 11. SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS. CEBRID. II Levantamento Nacional de Consumo de

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Estratégicas. Área Técnica de Saúde do Trabalhador. Diretrizes para Atenção Integral à Saúde do Trabalhador de Complexidade Diferenciada. Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos. Brasília, 2006.

17. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE. Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. Informe-Net DTA. Manual das doenças transmitidas por água e alimentos contaminantes químicos/intoxicação por substâncias químicas. s.n.t.

18. CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Unitentional and undetermined poisoning deaths - 11 States, 1990-2001, March 26, 2004, MMWR Vol. 53/11.

19. SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS. Relatório brasileiro sobre drogas. Organizadores: DUARTE, Paulina do Carmo Arruda Vieira, STEMPLIUK, Vladimir de Andrade e BARROSO, Lúcia Pereira. Brasília, 2009.

20. PREFEITURA DE BENTO GONÇALVES. Serviço de Vigilância Epidemiológica. Relatório epidemiológico: hepatites virais. Sistema de informações sobre agravos de notificação (SINAN) Organizador: ROSA, José Antônio Rodrigues da. Bento Gonçalves, 7ª Revisão, 2016.

21. PREFEITURA DE BENTO GONÇALVES. Serviço de Vigilância Epidemiológica. AIDS – infográfico. Organizador: ROSA, José Antônio Rodrigues da. Bento Gonçalves, 2015.