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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA LEONARDO ENRIQUE BARRIOS GONZALES INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA HORÁCIO DE SOUSA LEAL, COMUNIDADE CRISTAL, VISEU, PARÁ BRAGANÇA/PARÁ 2018

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Page 1: INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA … · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Reunião na UBS de Vila Cristal para elaboração do plano antidrogas. Figura 2 - Palestra

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

LEONARDO ENRIQUE BARRIOS GONZALES

INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA HORÁCIO DE SOUSA LEAL,

COMUNIDADE CRISTAL, VISEU, PARÁ

BRAGANÇA/PARÁ

2018

Page 2: INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA … · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Reunião na UBS de Vila Cristal para elaboração do plano antidrogas. Figura 2 - Palestra

LEONARDO ENRIQUE BARRIOS GANZALES

INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA HORÁCIO DE SOUSA LEAL,

COMUNIDADE CRISTAL, VISEU, PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Professora: Bruna Melo Amador

BRAGANÇA/PARÁ

2018

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LEONARDO ENRIQUE BARRIOS GONZALES

INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA

EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA HORÁCIO DE SOUSA LEAL,

COMUNIDADE CRISTAL, VISEU, PARÁ

BANCA EXAMINADORA:

Examinador 1: Profa Bruna Melo Amador – UFPA

Examinador 2: Suelen Trindade Correa

Aprovado em Belém, em ____de _________ 2018.

Page 4: INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA … · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Reunião na UBS de Vila Cristal para elaboração do plano antidrogas. Figura 2 - Palestra

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus por me dar a oportunidade de viver e

fazer tudo o que faço pela vida das pessoas que atendo em

minha área de abrangência.

À minha família e amigos pela compreensão e ajuda para o

desenvolvimento deste trabalho

Ao coletivo de professores e alunos ao logo deste curso de

especialização pela disposição mantida e todos os

ensinamentos e contribuições oferecidos para conclusão deste

trabalho.

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RESUMO

Historicamente, a questão do uso abusivo e/ou dependência de drogas tem sido abordada por uma ótica predominantemente psiquiátrica ou médica. As implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas são evidentes, e devem ser consideradas na compreensão global do problema. Cabe ainda destacar que o tema vem sendo associado à criminalidade e práticas antissociais e à oferta de “tratamentos” inspirados em modelos de exclusão/separação dos usuários do convívio social. A percepção distorcida da realidade que o uso de drogas promove a disseminação de uma cultura de combate a substâncias que são inertes por natureza, fazendo com que o indivíduo e o seu meio de convívio fiquem aparentemente relegados a um plano menos importante. O estudo tem o objetivo de realizar ação antidroga no município de Viseu-PA. Teve a participação de todos os profissionais de Saúde da rede Municipal, a fim de conscientizar, aproximar, prevenir e combater o uso indiscriminado de Drogas pelos adolescentes de 10 a 19 anos. Foram entrevistados os professores da comunidade na primeira semana do mês de junho de 2018, em seguida foram capacitados 14 funcionários da atenção básica: três Agentes Comunitários de Saúde, um enfermeiro, um médico, um odontólogo. Os grupos de apoio tiveram um papel importante na realização deste projeto de intervenção e o ápice do projeto foi a realização da Ação antidrogas que aconteceu no dia 08 de maio envolvendo 300 Alunos no Impacto antidrogas do quinto ano do fundamental ao terceiro do ensino médio. Finalizando a Semana Antidrogas realizamos uma “blitz educativa” no centro da comunidade. Conclusões: Com essa ação, percebeu - se a necessidade de Implantar e Programar o programa local de Saúde antidrogas e de promover ações de prevenção de maneira continuada. Manter e ampliar a parceria da Secretaria Municipal de Saúde com os grupos de apoio e buscar o tratamento e acompanhamento dos casos mais graves que necessitam de reabilitação seja pelo uso de drogas licitas ou Ilícitas.

PALAVRAS-CHAVE: Dependência. Estratégia Saúde da Família. Educação em

saúde. Viseu.

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ABSTRACT

Historically, the issue of drug abuse and / or dependence has been approached from a predominantly psychiatric or medical perspective. The social, psychological, economic and social are evident, and should be considered in the overall understanding of the problem. It is still emphasize that the issue has been associated with crime and antisocial practices and the "Treatments" inspired by models of exclusion / separation of social interaction users. The perception reality that drug use promotes the spread of a culture of substances that are inert by nature, causing the individual and his environment to remain seemingly relegated to a lesser plane. It aims to r ealizar action ntidroga in the city of Viseu-PA. It is an intervention project with an Anti-drug action in the Municipality of Viseu, with the participation of all Health Professionals Municipal Network, in order to raise awareness, approximate, prevent and combat the indiscriminate use of Licit and illicit drugs for adolescents aged 10 to 19 years. The teachers of the community were interviewed in the first week of June 2018, in followed by 14 primary care workers: three Community Health Agents, one nurse, one doctor, one dentist. Support groups played an important role in the implementation of this intervention project and the project's culmination was the fulfillment ofthe Action ntidrogas that took place on May 8 involving 300 students in drug Impact of the fifth grade of elementary the third high school. Ending Anti-Drug Week we organized an "educational blitz" at the center of the community . Conclusions: With this action , it was realized the need to implement and program the local anti - drug health program and to promote prevention actions on an ongoing basis. Maintain and extend the partnership Secretariat of Health with the support groups and seek the treatment and follow-up of the severe cases requiring rehabilitation, whether through the use of legal or illegal drugs.

Keywords: Dependency Family Health Strategy. Health education. Viseu.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS: Atenção Básica a Saúde.

ACS: Agente comunitário de Saúde

APS: Atenção Primária a Saúde

ESF: Estratégia Saúde da Família

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS: Ministério da Saúde

PSF: Programa Saúde da Família

TSB: Técnico em Saúde Bucal

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Reunião na UBS de Vila Cristal para elaboração do plano antidrogas.

Figura 2 - Palestra Antidrogas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Lúcio Dutra Vale.

Figura 3 - Paródia musical com o tema das drogas, alunos do 7° ano.

Figura 4 - Teatro sobre os danos do consumo de álcool e outras drogas, alunos 8° ano.

Figura 5 - Teatro sobre os danos do consumo de álcool e outras drogas, alunos 8° ano.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10

1.1 Aspectos Gerais do Município................................................................. 10

1.2 O Sistema Municipal de Saúde ............................................................... 10

1.3 A Unidade Básica de Saúde ................................................................... 11

1.4 Problemas de Saúde do Território e da Comunidade ............................. 12

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 13

3 OBJETIVOS .................................................................................................. 15

3.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 15

3.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 15

4 METODOLOGIA ........................................................................................... 16

4.1 Projeto de Intervenção ............................................................................ 16

4.2 Considerações Éticas ................................ Erro! Indicador não definido.

4.3 Local do Projeto de Intervenção.............................................................. 16

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 18

5.1 Alcoolismo ............................................................................................. 18

5.2 Outras Drogas ........................................................................................19

6 PLANO DE INTERVENÇÃO ......................................................................... 21

6.1 Descrição do Problema Selecionado ...................................................... 21

6.2 Seleções dos Nós Críticos ...................................................................... 21

6.3 Desenhos das Operações........................................................................23

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 25

REFERÊNCIAS..............................................................................................26

APÊNDICES.....................................................................................................27

APÊNDICE A................................................................................................... 27

APÊNCIDE B.....................................................................................................30

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1 INTRODUÇÃO

A questão do uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas tem

sido abordada por uma ótica predominantemente psiquiátrica ou médica. As

implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas são evidentes, e devem ser

consideradas na compreensão global do problema.

Segundo Brasil (2003) cabe ainda destacar que o tema vem sendo associado

à criminalidade e práticas antissociais e à oferta de “tratamentos” inspirados em

modelos de exclusão/separação dos usuários do convívio social.

De acordo com Brasil (2010), estima-se oficialmente pela Organização

Mundial de Saúde – OMS que cerda de 1 bilhão e 200 milhões de fumantes no

mundo, aproximadamente um terço da população com 15 anos ou mais, sendo

considerado um absurdo pelo fato desse índice ser muito alto na fase da

adolescência.

Constatamos assim que, neste vácuo de propostas e de estabelecimento de

uma clara política de saúde por parte do Ministério da Saúde, constituíram-se

“alternativas de atenção” de caráter total, fechado e tendo como principal objetivo a

ser alcançado a abstinência.

Devemos ter em mente que enquanto cerca de um quarto da população

adulta fuma, os outros três quartos, que não fumam, dedicam parte de seu tempo

criticando os usuários de cigarro. Fumar é considerado um “vicio” para algumas

pessoas e uma questão de direito de escolha e liberdade para outras. (BRASIL,

2010).

1.1 Aspectos Gerais do Município

O município de Viseu, pertencente ao Estado do Pará, estando a uma altitude

de 15 metros. Sua população estimada em 2017 era de 59.735 habitantes segundo

o IBGE (2017) Possui uma área de 4.915,073 km² e, portanto, densidade

demográfica de 12,09 hab./km². O IDH municipal é de 0,515. As terras viseuenses

foram descobertas por volta de 24 de junho de 1531, pelo navegador Diogo Leite,

IBGE (2002).

1.2 O Sistema Municipal de Saúde

Em Viseu o Programa Saúde da Família foi implantado em 1996. A primeira

equipe foi inserida no meio rural. Equipe atípica com médico, enfermeira, técnica de

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enfermagem, assistente social, psicóloga, dentista e Auxiliar de Saúde Bucal (ASB),

sem Agente Comunitário de Saúde (ACS).

Em 1998, ampliou para mais três equipes, sendo mais uma no meio rural e

duas no meio urbano na periferia do município, composta por equipe mínima

(médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, quatro ACS, dentista e ASB). Os

profissionais médicos, enfermeiros e dentistas foram selecionados por concurso

público, os demais foram contratados.

Para as urgências tem a Unidade de pronto Atendimento (UPA) às 24 horas

do dia no município vizinho, Capanema. Viseu tem o Consórcio Intermunicipal de

Saúde do vale de Itapecerica (CISVI) onde se realizam alguns meios de diagnóstico

como os eletrocardiogramas, mamografias e ultrassons, também tem o Laboratório

Central (CEMAS) com uma grande variedade dos meios diagnósticos, existem

convênios com diferentes instituições como, por exemplo, o Hospital Saúde Center

de Capanema onde se realizam estudos mais específicos e se hospitalizam nossos

pacientes.

1.3 A Unidade Básica de Saúde

A Unidade Básica de Saúde (UBS), Horácio de Sousa Leal, fica localizada na

Vila do Cristal, na Rua Jose Aires, com fácil acesso para a maioria das

comunidades, exceto, nas áreas rurais mais afastadas onde não existe acesso

através de meios de transporte e o trajeto para quem vive nestes locais se dá a pé

ou por meio de transporte animal. Em sua área de abrangência inclui os vilarejos de

Sete de Barracas, Nova Betel, Caldeirão, Vila Areia.

A UBS funciona no horário de sete às dezessete, de segunda a sexta feira e,

a qual abriga uma Equipe de Saúde da Família (ESF) com 14 profissionais sendo

que quatro deles são ACS, um técnico em enfermagem, um enfermeiro, um médico

clínico geral, um odontólogo, um técnico em saúde bucal (TSB), dois auxiliares de

serviços gerais, um recepcionista, um motorista de Ambulância e um microscopista.

Possui área física constituída de uma farmácia, uma sala de imunização, uma

sala de curativos, um banheiro, um laboratório, um consultório médico, recepção,

cozinha, sala de esterilização, um consultório odontológico e sala de espera.

De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), na UBS

da Vila do Cristal, estão cadastradas 2.500 pessoas, apesar de o número de

atendimentos atingirem cerca de 5.000 pessoas. A Unidade iniciou seu

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funcionamento com atendimentos conforme os princípios da saúde da família

recentemente e o cadastramento das famílias ainda se encontra em andamento. Na

área de abrangência da Vila, estima-se que a população total seja de 3.200

usuários.

1.4 Problemas de Saúde do Território e da Comunidade

Os problemas encontrados no diagnóstico situacional realizado em 2017, são

resultados de um conjunto de procedimentos para a obtenção de dados, que o

método da Estimativa Rápida utiliza.

Portanto, obteve-se o registro de dados do SISAB, os consumos de remédios

segundo registro na farmácia da UBS, a observação ativa da equipe e as

informações coletadas pela equipe com informantes-chaves da comunidade.

Os principais problemas levantados foram: alta prevalência de consumo de

álcool e outras drogas; elevado índice de gravidez na adolescência; prevalência de

acidentes de trânsito. O problema da alta prevalência de consumo de álcool e outras

drogas por adolescentes por sua complexidade, sua magnitude, sua influência em

mortalidade geral e diminuição da qualidade de vida da população foi o escolhido.

Portanto, a partir deste diagnóstico, resolveu-se realizar um plano de ação, para

contribuir no controle e redução deste cenário no município.

Quadro 1 - Classificação de prioridade para os problemas identificados na comunidade adstrita à equipe de saúde da família Horácio de Sousa Leal, Comunidade Cristal, Viseu/Pará.

Problemas Importância Urgência Capacidade de enfrentamento

Seleção/ Priorização

Alto consumo de álcool e

outras drogas por

adolescentes.

Alta

09

Parcial

01

Elevado índice de gravidez na adolescência.

Alta

08

Parcial

02

Prevalência de acidentes de

transito.

Alta

08

Parcial

03

Fonte: dados da pesquisa, 2018.

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2 JUSTIFICATIVA

Álcool e Tabaco, por serem drogas lícitas, têm envolvido rapidamente um

contingente maior de pessoas no vicio. Além da problemática do vício em si torna-se

impossível ignorar os resultados decorrentes do uso indiscriminado destas drogas

que afetam a saúde do indivíduo (usuário) e seus familiares, amigos e a sociedade

como um todo (OMS,2001).

O reflexo de uma população dependente de álcool e tabaco resulta no

aumento de acidentes e violência bem como eleva o índice de doenças relacionadas

e resultantes destes vícios. Desde o "inocente" copo de cerveja, muitas vezes, em

reuniões familiares, até o contato com drogas mais pesadas, o caminho pode não

ser longo.

A prevenção é um caminho seguro. Uma educação específica sobre o

assunto se faz imprescindível nas escolas; é preciso conscientizar jovens e

adolescentes, pais e educadores, enfim, unirmos a comunidade, para discutirmos o

assunto com coragem, decisão e espírito reflexivo (BRASIL, 2011).

O conceito do alcoolismo surgiu a partir do século XVIII, logo após o

desenvolvimento da produção e comercialização do álcool destilado, em

consequência a revolução industrial. Durante este período, destacaram-se dois

autores: Benjamin Rush e Thomas Trotter. O primeiro, um psiquiatra americano, foi

responsável pela frase “beber inicia um ato de liberdade caminha para o hábito

e, finalmente, afunda na necessidade”’. E o segundo foi quem, pela primeira vez, se

referiu ao alcoolismo como "doença"(SOUSA, 2010).

De acordo com Brasil (2008), pode-se ainda diferenciar o uso do álcool em

três níveis bebedor moderado (sem dependência e problemas de seu uso) bebedor

com problemas (consequências físicas, psíquicas, e/ou sociais decorrente do uso),

dependente do álcool (ingestão excessiva de álcool, de modo continuo ou periódico,

para experimentar seus efeitos psíquicos e/ou para evitar desconforto de sua falta).

No Brasil, estudos traçados pela Associação dos Estudos do Álcool e outras

Drogas mostraram que, em 1990, a taxa de prevalência do alcoolismo variava de 3 a

10% da população adulta (VAISSMAN,2004).

Segundo o primeiro Levantamento Domiciliar sobre o uso de Drogas

Psicotrópicas no Brasil (2001), a proporção de dependentes de álcool, em relação

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ao uso na vida, traz dados interessantes. Aproximadamente de cada cinco pessoas

do sexo masculino que fez uso na vida de álcool, uma delas ficou

dependente. A proporção para o sexo feminino dobra, e é de 10:1

(CARLINI et al, 2002).

Considero que a principal intervenção com o usuário de álcool e outras

drogas é justamente antes que eles sejam usuários de álcool e outras drogas, é na

prevenção, então por isso que a gente faz, a UBS se faz mais eficaz nesse sentido,

eu acho que é o trabalho na escola que é onde a gente trabalha vários assuntos, o

uso de drogas e outras substâncias como o tabaco devem ser discutidos com mais

frequência.

Em relação à saúde mental e a UBS, a importância desta última seria de atuar

como um importante articulador da rede de saúde mental, objetivando superar o

modelo vigente até então, ou seja, o modelo hospitalocêntrico, centrando o cuidado

não apenas no usuário de álcool e outras drogas, mas também na família, que

integra este contexto (SILVEIRA e VIEIRA, 2009).

Além disso, cabe a estes profissionais trabalhar com os conceitos de

cuidados à saúde, desenvolvendo estratégias e atividades de promoção e

prevenção em saúde mental, enfatizando os riscos e as consequências que o

envolvimento com álcool e outras drogas pode acarretar.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Realizar ação de combate ao álcool e outras drogas no município de Viseu-

PA, na Comunidade Cristal.

3.2 Objetivos Específicos

Capacitar equipe para identificar e captar precocemente os adolescentes e

familiares que se encontram nessa situação de vulnerabilidade;

Realizar rodas de conversas sobre drogas e assim, melhorar o acesso e garantir

a qualidade do atendimento aos adolescentes na unidade de saúde;

Promover educação em saúde para os adolescentes destacando os principais

pontos na assistência dos adolescentes;

Envolver os adolescentes das escolas para fazerem parte desse plano de

intervenção em prol do combate às drogas;

Promover a participação dos adolescentes e familiares em uma conversa

informativa nos bairros e associações.

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4 METODOLOGIA

Trata-se de um projeto de intervenção com uma ação Antidrogas no Município

de Viseu, Comunidade Cristal com a participação de todos os Profissionais de

Saúde. Esta proposta de intervenção será realizada através de medidas educativas

individuais, coletivas e de acompanhamento para redução dos principais os fatores

de risco entre usuários da equipe.

4.1 Projeto de Intervenção

Atividade constituída para definir um problema identificado, transformando

uma ideia em ação, definir a análise e seguir passos e assim tentar solucioná-lo.

Assim, após o levantamento do problema, o projeto de intervenção é indicado para

realização de ação Antidroga com a participação de toda a comunidade e moradores

do seu entorno, a fim de conscientizar, aproximar, prevenir e combater o uso

indiscriminado do álcool e outras drogas aos adolescentes de 10 a 19 anos.

4.3 Local do Projeto de Intervenção

O projeto foi realizado primeiramente na Escola Municipal de Ensino

Fundamental e Médio em Vila Cristal, Viseu-PA, em seguida nas escolas adjacentes

a comunidade, que fazem parte da área de abrangência da UBS.

1º Passo: Reunião para debater o tema proposto, para levantamento de

dados e saber como está e identificar a situação da localidade em relação às drogas

(Figura 1).

2º Passo: Capacitação da equipe sobre o que é droga licita e ilícitas e como

podem estar enfrentando esse problema na unidade de saúde e sociedade (Figura

2)

3º Passo: Reunião com todas as coordenações das escolas da área do UBS

de Vila Cristal, realizada no dia 23/05/2018. Essas reuniões com as coordenações

cumpriram o objetivo de capacitação e construção do quadro de ações, para que

cada ação possa estar pautada em um cronograma local.

4º Passo: Capacitação para os ACS na UBS Horácio de Sousa Leal,

localizada no centro da Vila Cristal, Viseu-PA, quais ações os mesmos podem

realizar na comunidade e como podem estar ajudando essas famílias no

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enfrentamento ao álcool e ao tabaco, além da aula expositiva e construção de

quadro de novas ações que poderão ser realizadas através dos ACS.

As ações abordaram também a parte criminal daqueles que cometem ato

ilegal por motivo ou resultante do uso de drogas licitas e ilícitas, para atender não

apenas o usuário, mais também sua família e população em geral interessada na

temática.

Nesse grupo contamos com a participação do Pastor Denis Camarão, que

auxiliou na eventual conscientização do mal causado pelo vício do tabaco e a

importância de estarem participando dessas reuniões que acontecem toda quinta-

feira as 18:00 horas com a participação da congregação evangélica.

5º Passo: análise dos resultados alcançados pelo projeto de intervenção:

impactos antidrogas.

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5REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Alcoolismo

A adolescência é uma fase de transição difícil para o indivíduo, pois o mesmo

sai de uma situação de segurança e passa a tomar suas próprias decisões. Porém,

não se encontra preparado para tal atitude, o que pode levá-lo a tomar decisões

erradas e desviar-se por caminhos incorretos, principalmente devido a pressões nos

grupos sociais. É nesta fase que o adolescente se envolve com drogas e com o

consumo abusivo e precoce de bebidas alcoólicas.

A classificação legal das drogas e Lícitas: sua comercialização é permitida por

lei. Ex.: álcool, cigarro e medicamentos. Ilícitas: sua comercialização é proibida por

lei. Ex.: maconha, LSD, ecstasy, cocaína e crack. Na prática nada funciona, as leis

não são obedecidas principalmente no que se refere as drogas Ilícitas (ARAÚJO,

2013).

Segundo a OMS (2014): “Com o passar do tempo, a dependência do álcool

foi reconhecida como doença, ficando estabelecido o atendimento aos dependentes

químicos através de uma política de saúde por meio do programa de Saúde Mental

que integra a rede de atendimento”.

Um dos fatores que está relacionado ao alcoolismo é a desestruturação das

famílias, que acaba gerando conflitos e separação. Devido à falta de maturidade

emocional, o convívio com grupos, amigos também podem induzir a iniciação

precoce do uso de bebidas alcoólicas. Muitos adolescentes bebem porque os

colegas bebem e exercem pressão sobre eles para que se junte ao grupo.

Como consequência desse uso abusivo de bebidas alcoólicas, observa-se

no adolescente diminuição do rendimento escolar e presença de comportamentos de

risco para a saúde, como comportamentos sexuais inadequados, condução de

veículos motorizados, violência, agressividade, aumento do uso de outras drogas,

levando o indivíduo a conviver com um mundo de crimes, causando a marginalidade,

desarmonia familiar e social.

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5.2 Outras Drogas

As drogas ilícitas são as mais atrativas, as que mais causam curiosidades

em experimentar, e no momento do experimentar que mora o perigo, ao

experimentar é que surge o risco da pessoa se tornar um dependente, e quando isso

infelizmente acontece, o dependente e a família travam uma desgastante batalha

para tentar vencer tamanho mal.

De acordo com Freitas (2002, p.87), podemos citar alguns dos possíveis

motivos que levam as drogas: oportunidade; curiosidade; influência; baixa auto-

estima; pressão externa; e obtenção de prazer.

Na verdade, existem muitos outros motivos, cada pessoa ou família age e

reage de uma forma. Quando os filhos ainda não se tornaram dependentes, os pais

tem que ter muito cuidado ao abordar o assunto, orientar de forma cautelosa e na

medida do possível de forma amigável. Mas quando se trata de filhos viciados, os

pais têm que ter cuidado redobrado ao conduzir a situação, pra que não cause

revolta, fuga e mais conflitos dentro do seio familiar. No caso do adulto viciado, que

possui família é mais complicado ainda.

Souza (2006, p.47), ressalta que: o dependente, quase sempre, perde a

família, o emprego, os amigos, mas não a droga. Mas, para consegui-la, é preciso

conseguir o dinheiro, muito dinheiro, sempre mais dinheiro. E quando o status social

do dependente não lhe permite isso, quase de imediato parte para a violência do

roubo. Progressivamente começa a ser violento contra aqueles que não aceitam sua

situação: sua família, seus amigos, colegas de trabalho e, finalmente, contra si

mesmo.

Ainda temos que levar em consideração a questão do tráfico, que aumentou

descontroladamente, é assustador saber que se pode encontrar drogas em quase

todos os lugares, até mesmo em escolas, os traficantes usam crianças para fazer as

distribuições, é lamentável que tudo isso esteja acontecendo bem na nossa frente,

as vezes a sensação que surge é de impotência perante tamanho problema.

(...) ainda que pudéssemos contar com todos os esforços policiais disponíveis, seria muito difícil o controle absoluto da produção clandestina quanto da entrada de drogas ilegais em um país. Medidas para reduzir a oferta podem ser postas em prática, mas nunca termos uma sociedade sem drogas. É certo que em situações onde o acesso às drogas e muito fácil, existe também uma tendência ao consumo descontrolado (CAVALCANTE, 1997, p.34).

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Trata-se de um problema social e de saúde pública na medida em que gera

a exclusão dos sujeitos individuais e coletivos, muitas vezes atribuindo rótulos e

conotações pejorativas e afetando a sua qualidade de vida. Questão que preocupa

muito, pois o número de usuário só aumenta, as consequências também e o

combate fica a cada dia mais difícil.

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6 PLANO DE INTERVENÇÃO

Essa proposta refere-se ao problema priorizado, alta prevalência do consumo

abusivo de álcool e outras drogas na comunidade da Vila do Cristal, município de

Viseu/ Pará.

6.1 Descrição do Problema Selecionado

Por meio da observação ativa do território da equipe da Vila do Cristal e da

observação dos registros existentes, percebeu-se o grande impacto do consumo

abusivo de álcool e outras drogas.

6.2 Seleções dos Nós Críticos

Costumes, hábitos e estilos de vida dos adolescentes inadequados.

Baixo Níveis de informação da população sobre o problema.

Processos de trabalho da equipe de saúde inadequado para assistir os

alcoólatras e dependentes químicos.

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6.3 Desenhos das Operações

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alcoolismo e outras drogas”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Horácio de Sousa Leal, do município de Viseu, Estado do Pará.

Nó crítico 1 Costumes, hábitos e estilos de vida da população inadequados.

Operação Beber menos, viver mais.

Projetos Orientar sobre a necessidade de modificar hábitos e estilos de vida

relacionados ao álcool e outras drogas.

Resultados Esperados

Diminuir em 30% o número de alcoólatras, tabagistas e usuários de entorpecentes no prazo de 18 meses.

Produtos Esperados

Programa de conscientização; Campanha educativa na rádio local; Programa saúde na escola.

Recursos necessários Estrutural: Organizar as palestras;

Cognitivo: Informação sobre o tema alcoolismo e suas consequências e estratégias de comunicação;

Financeiro: Aquisição de recursos áudios-visuais, folhetos educativos, panfletos etc.

Político: Obter horário na rádio comunitária, mobilização social e articulação Inter setorial com a rede de ensino do município.

Recursos críticos Estrutural: Apoio da equipe.

Cognitivo: Elaboração de formas de chegar o usuário.

Político: Adesão do gestor local.

Financeiro: Apoio remunerado.

Controle dos Recursos Críticos

ACS e equipe multidisciplinar

Ações Estratégicas Apresentar projeto

Prazo Início em três meses, avaliações a cada semestre.

Responsável (eis) pelo acompanhamento das

ações

Médico da unidade

Processo de monitoramento e avaliação das ações.

Novo levantamento sobre o consumo de álcool e outras drogas (relatório epidemiológico comunitário) junto às famílias dos menores de risco.

A partir será reavaliado em qual fase do projeto houve ruptura da

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adesão.

Reavaliação após 12 meses do início do projeto.

Fonte: dados da pesquisa, 2018.

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alcoolismo e outras drogas”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Horácio de Sousa Leal, do município de Viseu, Estado do Pará.

Nó crítico 2 Níveis de informação da população sobre o problema.

Operação Beber menos, viver mais.

Projetos Informar o usuário e familiares sobre as consequências

do consumo abusivo de álcool e uso de entorpecentes.

Resultados Esperados

Usuários conscientes dos resultados do envolvimento Com substâncias entorpecentes.

Produtos Esperados

Programa de educação em saúde/ Abordagem do usuário sobre o problema e as formas de controle e responsabilização/autocuidado.

Recursos necessários Estrutural: Reorganização da agenda e convocação dos usuários e familiares/ Elaboração e utilização de protocolos.

Cognitivo: consciência de medidas preventivas e uso racional do álcool.

Financeiro: Aquisição de recursos áudios-visuais, folhetos educativos, panfletos etc.

Político: Obter horário na rádio comunitária, mobilização social e articulação Inter setorial com a rede de ensino do município.

Recursos críticos Estrutural: Apoio da equipe.

Cognitivo: Elaboração de formas de chegar o usuário.

Político: Adesão do gestor local.

Financeiro: Apoio remunerado.

Controle dos Recursos Críticos

ACS e equipe multidisciplinar

Ações Estratégicas Apresentar projeto

Prazo Início em três meses, avaliações a cada semestre.

Responsável (eis) pelo acompanhamento das

ações

Médico da unidade

Processo de monitoramento e avaliação das ações.

Novo levantamento sobre o consumo de álcool e outras drogas (relatório epidemiológico comunitário) junto às famílias dos menores de risco.

A partir será reavaliado em qual fase do projeto houve ruptura da adesão.

Reavaliação após 12 meses do início do projeto.

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Fonte: dados da pesquisa, 2018.

Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Alcoolismo e outras drogas”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Horácio de Sousa Leal, do município de Viseu, Estado do Pará.

Nó crítico 3 Processo de trabalho da equipe de saúde inadequado para

assistir os alcoólatras e dependentes.

Operação Beber menos, viver mais.

Projetos Implantar o protocolo e a linha de cuidado e para este grupo.

Implantação da estratificação de risco.

Resultados Esperados

Usuários deste grupo acompanhados por toda a equipe e com dados atualizados.

Estratificação de risco implantada/ Apoio multidisciplinar.

Produtos Esperados

Implementação de programas/ aproveitamento do grupo operativo

existente para fortalecimento do vinculo e escuta qualificada.

Implantação da estratificação de risco/educação permanente.

Recursos necessários Estrutural: Adesão dos usuários.

Cognitivo: Informações. Capacitação da equipe.

Financeiro: Aquisição de recursos áudios-visuais, folhetos

educativos, panfletos etc.

Político: Obter horário na rádio comunitária, mobilização social e articulação Inter setorial com a rede de ensino do município.

Recursos críticos Estrutural: Apoio da equipe.

Cognitivo: Elaboração de formas de chegar o usuário.

Político: Adesão do gestor local.

Financeiro: Apoio remunerado.

Controle dos Recursos Críticos

ACS e equipe multidisciplinar.

Ações Estratégicas Apresentar o projeto.

Prazo Início em três meses, avaliações a cada semestre.

Responsável (eis) pelo

acompanhamento das

ações.

Médico da unidade

Processo de monitoramento

e avaiação das ações.

Novo levantamento sobre o consumo de álcool e outras drogas

(relatório epidemiológico comunitário) junto às famílias dos menores

de risco.

A partir será reavaliado em qual fase do projeto houve ruptura da

adesão.

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Reavaliação após 12 meses do início do projeto.

Fonte: dados da pesquisa, 2018.

7CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa problemática no que diz respeito as drogas não é de agora, muito se

tem feito para que haja uma diminuição considerável do consumo, mas infelizmente

o quadro só aumenta para pior. Acredito que falta um maior investimento por parte

do Governo Federal e profissionais capacitados para tal enfretamento, assim como

também Políticas Públicas que sejam realmente eficientes e eficazes nesse

combate. Por outro lado existe a questão do assunto ser bastante complexo e alvo

de muita discursão, e isso vai dificultando mais ainda o combate.

Acontece que os Projetos que hoje existem nesse segmento já não estão

fazendo mais efeito e a situação só piora, o número de usuários só aumenta, assim

como também as consequências causadas pelas drogas. É preocupante essa

situação, é triste saber que tantas pessoas estão se auto destruindo e destruindo

suas famílias. É um grave problema de saúde pública, com sérias consequências

pessoais e sociais no futuro dos usuários e de toda a sociedade.

Por outro lado se ficarmos de braços cruzados vai piorar mais ainda, por isso

sentir a grande necessidade de implantar na Comunidade do Cristal, o projeto de

intervenção Antidrogas e de promover ações de prevenção de maneira continuada

com estratégias que realmente evitem a adesão aos vícios. Ampliar as ações do

grupo Anti-Tabaco, envolvendo mais indivíduos, descentralizando o programa e

facilitando que mais pessoas possam ser contempladas pelo tratamento.

Sendo este um Projeto de Intervenção acredito que os objetivos alcançados

mostram a eficácia do mesmo e aponta para a necessidade de ações subsequentes

relacionadas a essa temática. Este projeto será encaminhado a Coordenação da

Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Viseu-PA, para que possa ser útil para

colaborar com futuras atividades desta coordenação.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília, DF, 2003. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br. Acesso em: 10 abr. 2018. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/ Acesso em: 20 de julho de 2011. BRASIL. DATASUS, 2010. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/datasus/ Acesso em: 20 de julho de 2011 . BUCHER, R. Prevenção ao uso indevido de drogas. Vol. 1. Brasília: DF, 1991. Disponível em: http://www.mppr.mp.br/arquivos/fle/projeto_semear/. Acesso em: 15 abr. 2018. Acesso em: 15 abr. 2018. CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas, esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. 20 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997. Disponível em: https://www.estantevirtual.com.br/. Acesso em: 15 abr. 2018.

CHAIEB, J. A. CASTELLARIN, C. Associação tabagismo-alcoolismo: Introdução às grandes dependências humanas. Vol. 32. 1998. Disponível em: http://www.scielosp.org/ Acesso em: 20 de julho de 2011 FREITAS, Luiz Alberto Pereira de. Adolescência, família e drogas: a função paterna e a questão dos limites. Rio de Janeiro: Muad, 2002. Disponível em: https://central3.to.gov.br/ . Acesso em: 15 abr. 2018. OMS. Organização Mundial da Saúde. Relatório sobre a Saúde no Mundo – Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança. Genebra, 2001. Disponível em: http://www.who.int/whr/ Acesso em: 20 de julho de 2011. SENAD. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Prevenção ao uso indevido de drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias. 30. Ed. Brasília, 2010. Disponível em: http://www.conseg.pr.gov.br/arquivos/File/Livro_completo_SENAD5.pdf. Acesso em: 15 abr. 2018.

SOUZA, Rui Barbosa de. Tudo Sobre Tóxico. São Paulo: Rígel, 2006. Disponível em: https://central3.to.gov.br/arquivo/195016/. Acesso em: 10 Abr.2018.

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APÊNDICE A – Imagens das Atividades

Figura 1 - Reunião da equipe; Elaboração do Plano de Ação.

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Figura 2 - Capacitação da equipe sobre o tema, com participação da

Comunidade.

Figura 1 Apresentação de escolares durante a Culminância do Projeto.

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Figura 4 - Palestra sobre o álcool e outras drogas na E. E. Lucio Dutra Vale.

Figura 2 Apresentação teatral sobre o álcool e outras drogas.

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Figura 3 Alunos apresentam poema sobre o uso de álcool e outras drogas.

Apêndice B -Termo de autorização de uso de imagens e depoimentos

Eu_________________________________,CPF____________,RG_____________

___, AUTORIZO, através do presente termo, os pesquisadores Leonardo Enrique

Barrios Gonzáles e sua orientadora, a utilizar as fotos que se façam necessárias, no

projeto de pesquisa intitulado INTERVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E DROGAS NA EQUIPE

DE SAÚDE DA FAMÍLIA HORÁCIO DE SOUSA LEAL,COMUNIDADE CRISTAL, VISEU/PARÁ para

fins científicos e de estudos (livros, artigos, slides e transparências), obedecendo ao

que está previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças e adolescentes

(Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei N.º 8.069/ 1990), dos idosos

(Estatuto do Idoso, Lei N° 10.741/2003) e das pessoas com deficiência (Decreto Nº

3.298/1999, alterado pelo Decreto Nº 5.296/2004).

Viseu, __ de ______ de 2018

_______________________________

Pesquisador responsável pelo projeto

_______________________________

Participante da Intervenção

_______________________________

Responsável Legal

(Caso o sujeito seja menor de idade)

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