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Captulo 11 Intertextualidade discursiva
Citao, referncia e aluso
Monte Castelo
(Composio: Renato Russo - recortes do Apstolo Paulo e de Cames)http://www.youtube.com/watch?v=AKqLU7aMU7M
Ainda que eu falasseA lngua dos homensE falasse a lngua dos anjos,Sem amor eu nada seria.
s o amor! s o amor
Que conhece o que verdade.O amor bom, no quer o mal,No sente inveja ou se envaidece.
O amor o fogo que arde sem se ver ferida que di e no se sente um contentamento descontente dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasseA lngua dos homensE falasse a lngua dos anjosSem amor eu nada seria.
um no querer mais que bem querer solitrio andar por entre a gente um no contentar-se de contente cuidar que se ganha em se perder.
um estar-se preso por vontade servir a quem vence, o vencedor
um ter com quem nos mata a lealdade.To contrrio a si o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,Mas ento veremos face a face.
s o amor! s o amorQue conhece o que verdade.
Ainda que eu falasseA lngua dos homens
http://www.youtube.com/watch?v=AKqLU7aMU7M -
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E falasse a lngua dos anjos,Sem amor eu nada seria.
Anlise:
A msica a ser analisada nesses princpios Monte Castelo, de Renato Russo. Ela umdilogo com o texto bblico O amor o dom supremo escrito pelo apstolo Paulo Igreja de
Corntios (que fala da sublimidade do amor como sentimento puro, verdadeiro e generoso) e osoneto de Cames Amor fogo que arde sem se ver (que apresenta o amor existente entrehomem e mulher). Alm disso, analisando a msica em seu contexto histrico percebemos que oseu nome tambm um fator de intertextualidade, visto que nessa poca ocorreram as GuerrasMundiais (I e II) e foi na Segunda Guerra Mundial que aconteceu a batalha de Monte Castelo (Itlia),na qual a fora expedicionria Brasileira (FEB), conhecida tambm como os pracinhas", teveparticipao obtendo xito apesar de seus soldados terem, em sua maioria, sido dizimados.
Nesse caso, constatamos a presena de outro princpio de textualidade: a intencionalidade. Ocompositor conseguiu realizar esse dilogo entre o texto e o soneto que falam do amor de maneirasbastante distintas, com o intuito de mostrar que esse sentimento se realiza nas aes do homem eque apesar de manifestar seu lado puro tambm repleto de sofrimento e dor. Ou seja, ele fala do
amor existente entre as pessoas em geral e que sua ausncia provoca conflito entre as naes,destruindo vidas e os sonhos daqueles que esperam por dias de paz e justia.Essa msica apresenta a intertextualidade implcita no 3 e 4 verso (ele molda fragmentos da
carta escrita pelo apstolo Paulo) e explcita nos demais fragmentos da msica (o compositor fazrecortes dos dois textos em questo).
Fonte: http://escritosereescritosdeapv.blogspot.com/2010/11/analise-da-musica-monte-castelo-de.html
Parfrase
At o fim(Composio: Chico Buarque)http://www.youtube.com/watch?v=DJYbje-UGto feature=related
Quando nasci veio um anjo safadoO chato do querubimE decretou que eu estava predestinado
A ser errado assimJ de sada a minha estrada entortouMas vou at o fim"inda" garoto deixei de ir escolaCassaram meu boletimNo sou ladro , eu no sou bom de bolaNem posso ouvir clarimUm bom futuro o que jamais me esperouMas vou at o fimEu bem que tenho ensaiado um progressoVirei cantor de festimMame contou que eu fao um bruto sucesso
Em QuixeramobimNo sei como o maracatu comeouMas vou at o fim
http://www.youtube.com/watch?v=DJYbje-UGto&feature=relatedhttp://escritosereescritosdeapv.blogspot.com/2010/11/analise-da-musica-monte-castelo-de.html -
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Por conta de umas questes paralelasQuebraram meu bandolimNo querem mais ouvir as minhas mazelasE a minha voz chinfrimCriei barriga, a minha mula empacouMas vou at o fimNo tem cigarro acabou minha rendaDeu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da vendaO que ser de mim ?Eu j nem lembro "pronde" mesmo que eu vouMas vou at o fimComo j disse era um anjo safadoO chato dum querubimQue decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruimJ de sada a minha estrada entortouMas vou at o fim
LET'S PLAY THAT(Composio: Jards Macal e Torquato Neto)http://www.youtube.com/watch?v=MK-Hy-I9AHU feature=player_embedded
quando eu nascium anjo louco muito loucoveio ler a minha mono era um anjo barrocoera um anjo muito louco, tortocom asas de avio
eis que esse anjo me disseapertando minha mocom um sorriso entre dentesvai bicho desafinaro coro dos contentesvai bicho desafinaro coro dos contenteslet's play that
Anlise:
Drummond semeou influncias por toda parte. Um exemplo disso mostrado pelo antolgico"Poema de Sete Faces", que o primeiro texto do primeiro livro do poeta, de 1930:
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
http://www.youtube.com/watch?v=MK-Hy-I9AHU&feature=player_embedded -
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O poema tem gerado filhos e netos de Drummond em diferentes geraes, na poesia e na msicapopular.
O anjo torto uma idia-fora. E faz germinar coisas geniais. No d para resistir, por exemplo, ao"mandamento" do anjo hippie do tropicalista Torquato Neto (1944-1972):
vai bicho desafinaro coro dos contentes
o mesmo mandamento do anjo de Carlos, mas com um sabor mais cido.
Na viso de Chico Buarque, o anjo virou um querubim chato e safado.
Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond35.htm
Pardia
Flor da idade(Composio: Chico Buarque)http://www.youtube.com/watch?v=p9uz19TlD38 feature=player_embedded
A gente faz hora, faz fila na vila do meio diaPra ver Maria
A gente almoa e s se coa e se roa e s se viciaA porta dela no tem tramelaA janela sem gelosiaNem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a famliaA armadilhaA mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filhaEla vive parada no sucesso do rdio de pilhaQue maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amorV passar ela, como dana, balana, avana e recua
A gente suaA roupa suja da cuja se lava no meio da ruaDespudorada, dada, danada agrada andar seminuaE continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amorCarlos amava Dora que amava Lia que amava La que amava PauloQue amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava DoraQue amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amavaCarlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amavaa filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Anlise:
http://www.youtube.com/watch?v=p9uz19TlD38&feature=player_embeddedhttp://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond35.htm -
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Os ltimos versos de Flor da Idade, os que retomam Quadrilha, pontuam no somente afalta de reciprocidade amorosa por ele vivida, mas ainda o tom amargo e o tema do desencontro,aspectos fulcrais do poema.
O dialogo intertextual entre o texto fonte e a cano ser pontuado apartir da personagem Maria do poema fonte e a Maria do poema/cano Florda Idade.
O texto fonte nos apresenta uma personagem estril, que ficou para tiaj em Buarque, a personagem ganha o mesmo nome, porm dotada de uma
sensualidade totalmente ausente em Drummond. O poema/cano Flor da Idade se apropria eutiliza os recursos da pardia e recria o texto drummondiano.Fonte: http://www.quantaedu.com/v1/components/com_mtree/attachment.php?link_id=78&cf_id=28
Pastiche
Fig. 1. O NASCIMENTO DE VNUS, DE BOTTICELLI
Fig. 2. MNICA NO NASCIMENTO DE VNUS,
DE MAURCIO DE SOUSA
Fig. 3. A GIOCONDA (MONA LISA), DE LEONARDO DA VINCI
http://www.quantaedu.com/v1/components/com_mtree/attachment.php?link_id=78&cf_id=28 -
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Fig. 4. A MNICA LISA, DE MAURCIO DE SOUSA
Fig. 5. A CRIAO DO HOMEM, DE MICHELANGELO
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Fig. 6. A CRIAO DO CEBOLINHA, DE MAURCIO DE SOUSA
Fig. 7. A SESTA, DE VAN GOGH
Fig. 8. O COCHILO, DE MAURCIO DE SOUSA
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Fig. 9. A DANA DOS TARAIRIU (TAPUIAS), DE ECKHOUT
Fig. 10. A DANA DO PAPACAPIM, DE MAURCIO DE SOUSA
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Brinde:
Quando a alma transborda Forfunhttp://www.youtube.com/watch?v=TvVdKXHX49U
http://www.youtube.com/watch?v=TvVdKXHX49U