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I n t e r n a t i o n a l F i n a n c i a l R e p o r t i n g S t a n d a r d s
J u n h o d e 2 0 1 1 • N º 1 4
IFRS: 1º ano Um ano após a adoção do padrão internacional
de contabilidade pelas companhias brasileiras,
a Ernst & Young Terco e a FIPECAFI lançam estudo
que mostra os impactos desse processo nas
demonstrações financeiras de 56 empresas.
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NORMAS • BRIC • MEIO AMBIENTE • TENDÊNCIAS • ATUALIDADES
L e i a n t i c o r r u p ç ã o n o R e i n o U n i d o Lei para coibir corrupção, além de afetar companhias locais,
vai também impactar negócios no Brasil
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B R I C + M + C + I + . . .Grupo dos emergentes deve ganhar novos players
como o México, Coreia e Indonésia
Página 18
Fe c h a d a s c o m a s u s t e n t a b i l i d a d eDepois das companhias abertas, empresas familiares também
começam a preparar seus relatórios de sustentabilidade
AssuranceJournal
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E d i t o r i a l
Um ano de IFRS
Assurance Journal é uma publicação destinada a clientes
e colaboradores da Ernst & Young Terco que aborda
questões relevantes para as empresas na migração para
os padrões internacionais de contabilidade IFRS. As opiniões
aqui expressas não devem ser utilizadas de maneira
isolada para a tomada de decisão por parte das empresas.
Isso porque existem particularidades pertinentes a cada
empresa que podem, eventualmente, alterar o enfoque
transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser
tomada, as empresas discutam esses pontos de vista
com seus consultores. Estamos à disposição para discutir
nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.
Mais informações com:
Paul Sutcliffe [email protected]
Julio Braga [email protected]
Fernando Pró[email protected]
ou pelo e-mail [email protected].
Revisão técnica:
Idésio [email protected]
Assurance Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Terco
Diretora EditorialMitizy Olive Kupermann
Jornalista responsável: Roseli Loturco (MTb 25.529/110/12/SP)
Reportagem: Clarissa Wahle Katia Hochman
Projeto gráfico e edição visual: Alex Rossetto
International Financial Reporting StandardsJunho de 2011 • Nº 14
P o n t o d e V i s t a
Nos próximos dias, empresas de todo o mundo que
fazem negócios com o Reino Unido terão de se familiarizar
com nova lei anticorrupção para analisar os impactos
em seus negócios. Conhecida como UK Bribery Act,
a nova regulamentação acompanha nas suas características
básicas o Foreign Corrupt Practices Act – mais conhecido pela
sigla FCPA –, e apresenta algumas evoluções pelo fato
de normatizar a relação não somente entre entes privados
e públicos, mas também entre as empresas privadas.
A norma não afetará simplesmente companhias brasileiras
com operações no Reino Unido, como também britânicas com
subsidiárias no Brasil e companhias brasileiras que prestam
serviços a organizações de lá. Segundo a Brazilian Chamber
of Commerce, sediada em Londres, cerca de 200
companhias brasileiras de pequeno, médio e
grande portes estão registradas na câmara.
Já na mão contrária, a Britcham (Câmara
Britânica de Comércio e Indústria no Brasil)
tem associadas 250 empresas inglesas
e brasileiras com negócios no Reino Unido.
Vale lembrar que, em 2009, a Inglaterra
foi a sétima maior parceira de negócios
do Brasil em termos de exportações e
o 13º em termos de importações, segundo
dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (MDIC).
Para falar sobre os desafios e benefícios
que essa nova lei traz, o Assurance Journal falou
com o sócio da área de Investigação de Fraudes
e Suporte a Litígios (FIDS) da Ernst & Young Terco,
José Francisco Compagno, que explica de que
forma o UK Bribery act vai impactar as companhias
do País.
Confira a seguir os principais trechos
da entrevista.
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Julho é um mês de comemoração para o time de auditoria da Ernst & Young
Terco. Afinal, um dos maiores objetivos da companhia, de compartilhar
conhecimento, é mais uma vez cumprido. Neste mês, lançamos – em parceria com
a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI)
– estudo que avalia o impacto do primeiro ano de adoção do padrão contábil
internacional em 56 companhias brasileiras de capital aberto. Entre elas, estão
JBS, Marfrig, Pão de Açúcar, Embraer, WEG, Petrobras, OGX, Natura e Vale,
que, juntas, acumulam valor de mercado estimado em R$ 1,6 trilhão.
Se, entre as conclusões do levantamento, está que a tarefa de adequação
ao IFRS foi cumprida com sucesso pelas empresas, o mesmo não se pode dizer
da interpretação de suas normas e pronunciamentos, que ainda está longe
de ser consenso entre os usuários das demonstrações financeiras.
Além desse debate, no entanto, esta edição traz outra importante constatação
que você, leitor, já deve ter feito. A publicação, que durante os últimos quatro
anos ficou conhecida como IFRS Journal, tem seu nome alterado para Assurance
Journal. O layout, que recentemente passou por reformulação completa,
permanece inalterado, mas o conteúdo não. A partir de agora, buscamos trazer
assuntos que ultrapassam as fronteiras do IFRS e buscam abordar, de forma
profunda e, ao mesmo tempo, dinâmica e jornalística, temas como auditoria em
sustentabilidade, assessoria em temas contábeis complexos, fraudes, além
do próprio IFRS. Boa parte dos desafios das companhias brasileiras na migração
para a nova norma contábil pode ter ficado para trás, mas, na verdade, a nova
regra contábil continua a trazer novidades que impactarão o dia a dia corporativo.
Nesse sentido, esta edição do Assurance Journal traz entrevista com o sócio-líder
de Investigação de Fraudes da Ernst & Young Terco, José Francisco Compagno,
que fala sobre a chegada de uma nova lei sobre corrupção no Reino Unido, o
UK Bribery Act. A lei, que não fica restrita às fronteiras do país, vai impactar mais
de 400 companhias brasileiras com negócios no Reino Unido e inglesas com
operações no Brasil e exigir investimentos pesados na aquisição de sistemas
de controle e treinamento de profissionais.
Além dessa reportagem, a publicação registra ainda como a temática da
sustentabilidade e, mais especificamente, a produção de relatórios sustentáveis,
está saindo do círculo das companhias abertas e se expandindo também para
as empresas familiares. A transparência seria um dos maiores motivadores.
Convidamos você a ler atentamente esta edição, que traz ainda notas, artigo e
outras reportagens que antecipam tendências que podem ajudar no planejamento
estratégico de sua empresa.
Boa leitura!
Sérgio Romani I Sócio-líder de Auditoria
Lei anticorrupção britânica atinge companhias brasileirasDeterminação entra em vigor no dia 1º de julho e vai afetar todas as companhias
globais com operações no Reino Unido – brasileiras inclusive – , que terão
de realizar investimentos para se adequar à nova regulamentação
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A nova lei acrescenta a essas relações também a regulação entre entes privados. Diante desse cenário, as companhias devem se preparar. E isso demanda investimento
Assurance Journal • Recentemente,
o Reino Unido aprovou o UK Bribery
Act, que traz uma série de normas
e ações anticorrupção que devem
ser adotadas por todas as
companhias com negócios na região.
De que forma esse documento afeta
o dia a dia das empresas, e como
elas devem se preparar?
José Francisco Compagno • O UK
Bribery Act é uma lei que vai muito
além das fronteiras do Reino Unido.
Isso porque afeta, além das empresas
locais, todas as companhias com
negócios naquela região. Ou seja,
companhias brasileiras, europeias,
americanas e asiáticas que têm
subsidiárias no Reino Unido devem
seguir essa nova regulamentação,
que entra em vigor em 1º de julho
próximo. Entre os principais pontos
dessa nova regulamentação, estão
que as empresas passam a ficar
responsáveis legalmente pelos atos
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entes privados e públicos. A nova lei
acrescenta a essas relações também
a regulação entre entes privados.
Diante desse cenário, as companhias
devem se preparar. E isso demanda
investimento, já que será necessário
desenvolver um bom programa
de comunicação interna com os
funcionários – principalmente com
aqueles que têm um maior risco
de se envolver nas transações
especificadas pela regulamentação –,
além de fazer o monitoramento
constante de seu programa de
compliance e revisões tempestivas
de procedimentos com o objetivo de
identificar os pontos mais frágeis
no cumprimento do UK Bribery Act.
Assurance Journal • Qual é
o investimento para as companhias
se adequarem?
Compagno • O investimento é
expressivo, até porque envolve ações
que vão além da implementação
de controles tecnológicos. É preciso,
por exemplo, fazer uma série de
treinamentos com executivos e demais
profissionais envolvidos com ações que
estão na mira da nova lei. Nesse caso,
estar alerta e ciente sobre possíveis
situações de risco (em inglês, também
conhecido pelo termo awareness),
manter um programa constante de
treinamento e de comunicação, além
de fazer o monitoramento do
programa de compliance estão entre
as ações mais importantes a serem
seguidas pelas companhias que estão
dispostas a ficar enquadradas,
sem susto, na nova lei. Em relação aos
investimentos necessários, lembro
o seguinte: a partir do momento que
a companhia se envolve em uma
situação de corrupção, isso tem um
custo. E alto. Ou seja, o risco de não
estar em compliance com as normas
– sejam elas o FCPA ou o UK Bribery
Act – incide em multas e custos, além
do impacto negativo à imagem. Para
mitigar esses riscos, é preciso investir.
Assurance Journal • Está
crescendo a preocupação das
empresas em adotar medidas
antifraude?
Compagno • Sim, vejo que
a preocupação está crescendo.
No entanto, ainda são iniciativas
incipientes se comparadas com
medidas que poderiam ser mais
efetivas e que envolveriam, por
exemplo, a estruturação de programas
mais completos que identificassem
riscos específicos e pontos de
fraquezas da companhia, e que
poderiam ser a porta de entrada para
situações duvidosas. Só a partir
dessas ações, os negócios diminuiriam
as oportunidades de seus funcionários
perpetarem fraudes e suborno,
ou praticarem ações que podem ir
contra as questões éticas e legais
sugeridas e vivenciadas pela empresa.
Assurance Journal • Falando mais
especificamente de Brasil, existe
diferença na forma como pequenas,
médias e grandes empresas
encaram a necessidade de investir
em fraudes e se prevenir?
Compagno • Existe, sim. Na verdade,
o status atual é de empresas de
grande porte que procuram fazer
investimentos em prevenção. As
pequenas atuam em ações reativas,
não proativas. Em caso de fraudes,
fazem uma investigação não
estruturada e demitem o pessoal
envolvido, muitas vezes nem
buscando as medidas legais que
deveriam pautar essa situação, o que
seria o correto a ser feito.
Assurance Journal • Em sua última
edição, a pesquisa global de fraudes
produzida pela Ernst & Young,
intitulada “Driving ethical growth -
new markets, new challenges”,
mostrou que empresas da América
Latina foram as que revelaram ter
passado por um maior número de
experiências de fraudes nos últimos
dois anos do que qualquer outra
região. Você vê sinais para melhoria
nesse aspecto, no futuro?
Compagno • Sim, acho que
começa a existir um aumento da
preocupação de empresas dessa
região em relação à necessidade
de adoção de políticas anticorrupção.
No Brasil, isso vai acontecer
quando as companhias começarem
a se tornar globais e a buscar
capitais no mercado internacional.
A partir do momento que a empresa
capta investimentos no exterior,
começa a se expor a riscos maiores
e, com isso, vem a necessidade
de ganhar awareness e definir
procedimentos mais específicos para
a prevenção e redução dos riscos
relacionados a fraudes. Vale lembrar
que o Brasil está desenvolvendo
um projeto de lei (PL 6826/10)
que responsabiliza administrativa
e civilmente pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração
pública, nacional ou estrangeira,
e dá outras providências. n
de seus representantes, agentes
e distribuidores que deem, prometam
ou ofereçam vantagem – seja
financeira ou não – com o propósito
de levar um terceiro a praticar ato
indevido para obter vantagens
que terão reflexos para a companhia.
Assurance Journal • E qual a
diferença dessa norma para a norma
até então vigente?
Compagno • Bem, até então a norma
com abrangência global, apesar de
ser de origem nos Estados Unidos, era
o Foreign Corrupt Practices Act –
mais conhecido pela sigla FCPA –, que,
ao contrário do UK Bribery Act, só
se aplicava a relacionamentos entre
Lei antifraude entra em vigor,
no Reino Unido, em 1º de julho.
Acima, a capa da legislação
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A adoção do padrão internacional
de contabilidade completa um ano
nas companhias brasileiras. E,
segundo dados dos primeiros balanços
publicados na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), com sucesso.
Afinal, 92,8% das companhias listadas
reportaram seus números de 2010 já
em conformidade com o International
Financial Reporting Standards
(IFRS). Mas, se a tarefa de adequação
ao padrão contábil foi cumprida,
sua interpretação ainda está longe
de ser consenso entre os usuários
das demonstrações financeiras.
Essa é uma das conclusões do estudo
produzido pela Ernst & Young Terco
em conjunto com a Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas, Contábeis,
Atuariais e Financeiras (FIPECAFI),
segundo o qual, apesar de grande
parte das companhias ter atendido
aos requisitos exigidos pelo IFRS,
as exigências de reconhecimento,
mensuração e divulgação das normas
ainda geram questionamento por
parte dos participantes do mercado.
“De certa forma, isso parece natural na
medida em que algumas das alterações
trazidas por tais exigências têm impacto
significativo em números contábeis que
servem de base para uma vasta gama
de contratos entre agentes econômicos.
Portanto, mudar o status quo resulta
inevitavelmente em questionamentos
que, em um segundo momento,
poderão até mesmo ser levados ao IASB
[International Accounting Standards
Board, órgão que publica as normas
contábeis] para fins de aprimoramento
do IFRS”, revela trecho do estudo,
que será publicado no próximo
dia 5 de julho, em São Paulo.
Resultado de meses de pesquisas
do time de Auditoria da Ernst & Young
Terco e de professores da FIPECAFI,
o levantamento analisou as
demonstrações contábeis consolidadas
de 56 companhias abertas –
selecionadas por terem ações de maior
liquidez na Bovespa -, com o objetivo
de avaliar os impactos do primeiro ano
de adoção das normas IFRS no dia
a dia corporativo. Entre as empresas
analisadas, estão JBS, Marfrig,
Pão de Açúcar, Embraer, WEG,
Petrobras, OGX, Natura e Vale, que,
juntas, acumulam valor de mercado
estimado em R$ 1,6 trilhão.
Segundo o sócio-líder de Mercado
de IFRS da Ernst & Young Terco,
Paul Sutcliffe, a análise das DFs
das 56 companhias registrou que,
desde a aplicação do padrão contábil
internacional, muitas empresas
observaram mudanças drásticas – seja
em seu patrimônio líquido como em
seus resultados. “Desde 2009, quando
essas companhias começaram a
reportar seus balanços em IFRS, foram
registradas variações que vão de
-1.029% até 582% nos resultados e
redução de 33% a alta de 152% no
patrimônio líquido. De qualquer forma,
apesar de todas as mudanças que
a adoção do IFRS representa, essas
variações não são resultado única
e exclusivamente da adoção do novo
padrão, mas também do impacto
das condições de mercado em cada
uma das companhias”, explica.
O sócio reitera, no entanto, que essas
oscilações não tendem a ser vistas
novamente nas DFs do próximo ano,
já que as principais diferenças já
teriam sido reportadas. “A partir
de agora, tudo volta ao normal.
Em uma nova roupagem contábil,
claro”, diz o executivo.
Entre as normas avaliadas no estudo,
estão as referentes a leasing, ativos
imobilizados, intangíveis, ativos
I F R S
Um ano de IFRS: 56 companhias reportam
os impactos da adoção
Ernst & Young Terco e FIPECAFI produzem estudo
que mostra os resultados do processo de migração
nas demonstrações financeiras de companhias
listadas na Bovespa
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tipo de hedge accounting. Deste
grupo, 15 aplicaram o cash
flow hedge, dez o fair value hedge
e cinco o net investment hedge.
Pagamento baseado em ações
Depois dos países europeus e dos
Estados Unidos, o ato de remunerar
os executivos com ações da companhia
é cada vez mais frequente também
no cenário corporativo brasileiro. No
último ano, segundo o levantamento,
68% das empresas concederam formas
de remuneração que se caracterizam
como pagamento baseado em ações.
Nesse sentido, 32% das empresas
apresentam menos de 1% de gastos
com pagamento baseado em ações
em relação à remuneração total.
A razão disso pode ser uma dificuldade
identificada de aplicar o conceito
de valor justo para a mensuração desse
tipo de pagamento.
De acordo com a IFRS 2, as empresas
devem divulgar todos os métodos
e premissas utilizadas no cálculo.
trinta e uma empresas divulgaram
as referidas informações, o que
corresponde a 82% das empresas
que concederam remunerações
baseadas em ações no período.
Leasing
Para fins de IFRS, existem dois grupos
de leasing: o operacional (aluguéis)
e o financeiro (compras financiadas).
Setenta e nove porcento das 56
empresas analisadas possuíam
alguma operação dessa natureza, seja
na posição de arrendadora ou de
arrendatária. Dessas 44 empresas,
oito são classificadas tanto como
arrendatárias quanto arrendadoras.
Para que os usuários compreendam
as operações de leasing realizadas
pela empresa, é de fundamental
importância que as empresas
divulguem uma descrição desses
contratos. E, mais do que isso, é uma
exigência da IAS 17. Sobre esse
aspecto, das 33 arrendatárias que
possuíam leasing financeiro, apenas
dez apresentaram 100% das referidas
informações.
O tipo de operação de leasing
mais comum verificado entre as
companhias arrendatárias analisadas
foi o operacional, sendo realizado por
11 empresas da amostra. Da mesma
maneira que no leasing financeiro,
no tipo operacional é fundamental
que se divulguem os referidos
detalhes das suas obrigações, como
fizeram as empresas do setor aéreo,
por exemplo, que possuem leasing
operacional significativo.
Ativo biológico
Essa norma prescreve o tratamento
contábil para as empresas que
possuem atividades agrícolas,
como o gerenciamento do processo
de transformação de ativos biológicos,
que são animais e plantas vivas,
em produtos agrícolas para fins
de comercialização. Das 56
empresas da nossa amostra, sete
possuem atividades agrícolas.
A IAS 41 prescreve o tratamento
contábil para os ativos biológicos
durante o período de crescimento,
degeneração, produção e procriação,
Normas com maior impacto na adoção...
No Patrimônio Líquido
Norma de ajustes no PL Impacto em milhares % sobre o total de Reais
Tributos sobre o Lucro (5,143,481) -16%
Ativos Intangíveis (3,179,904) -10%
Ativos Biológicos 2,748,618 8%
Custos de Empréstimos 2,870,200 9%
Eventos Subsequentes 6,261,942 19%
Apresentação das 6,475,328 20%Demonstrações Contábeis
Ativo Imobilizado 12,047,458 36%
Combinação de Negócios 13,539,157 41%
Total de Ajustes 33,156,612 100%(incluindo todas as normas)
No Resultado
Descrição Impacto em milhares % sobre o total de de Reais ajustes no Resultado
Tributos sobre o Lucro (1,658,343) -18%
Provisões, Passivos Contingentes (881,782) -9% e Ativos Contingentes
Ativo Imobilizado (778,888) -8%
Ativos Intangíveis 1,408,792 15%
Concessões 1,588,950 17%
Custos de Empréstimos 3,001,057 32%
Combinação de Negócios 6,875,521 73%
Total de Ajustes 9,427,526 100%(incluindo todas as normas)
e para a mensuração inicial dos
produtos agrícolas no momento
da colheita. Tal norma exige que
os referidos ativos sejam mensurados
pelo valor justo menos os custos
para vender, desde o reconhecimento
inicial até o momento da colheita,
exceto quando o valor justo não puder
ser mensurado de forma confiável
no reconhecimento inicial.
Apesar de permitir que as empresas
mensurem seus ativos biológicos
pelo custo, a IAS 41 exige que
as empresas que não utilizaram
o valor justo divulguem explicações
do motivo pelo qual tal base de
mensuração não foi adotada.
Ativos intangíveis
Entre as 56 empresas analisadas,
seis fizeram uma revisão da vida útil
dos seus ativos intangíveis e apenas
uma companhia informou que revisou
o método de amortização utilizado.
De acordo com a IAS 38, apenas
gastos com desenvolvimento podem
ficar na conta dos ativos. Em
contrapartida, gastos com pesquisa
devem sempre ser reconhecidos como
despesa. Nesse sentido, algumas
empresas tiveram de reclassificar
os valores referentes a gastos
com pesquisa.
Conforme a IAS 38, gastos com
desenvolvimento podem ser ativados
no intangível desde que a empresa
demonstre determinados aspectos,
como, por exemplo, viabilidade técnica
para concluir o referido ativo,
capacidade para vendê-lo, capacidade
de mensurar com confiabilidade os
gastos atribuíveis ao respectivo
intangível, entre outros. Nesse caso,
algumas das empresas analisadas,
atenderam aos critérios exigidos
pela IAS 38 e, consequentemente,
registraram seus gastos com o
desenvolvimento de novas tecnologias
no seu ativo intangível. n
Para conhecer o estudo na íntegra,
acesse o site www.ey.com.br.
biológicos, pagamentos baseados
em ações e informações
por segmentos, entre outras.
Confira, a seguir, alguns dos principais
destaques desse levantamento.
Instrumentos Financeiros
Em relação às normas sobre
instrumentos financeiros, presentes
na IAS 39 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração;
IAS 32 – Instrumentos Financeiros:
Apresentação; e na IFRS 7 –
Instrumentos Financeiros:
Evidenciação, o estudo evidenciou
dois pontos principais de preocupação
por parte das companhias que
as adotam, que seriam os riscos de
mercado e hedge accounting.
O risco de mercado está relacionado
ao risco de que o valor justo
de instrumentos financeiros oscile
devido a mudanças nos preços
de mercado e compreende aqueles
relacionados, por exemplo, a alterações
nas taxas de câmbio e de taxa
de juros. Nesse quesito, 95% das
empresas da amostra informaram
estar expostas ao risco de juros.
Riscos de mercado: taxa de juros é maior preocupação das companhias
Na outra ponta, o hedge accounting
tem como objetivo permitir que
as demonstrações contábeis reflitam
da maneira mais adequada o regime
de competência quando uma empresa
realiza operações de hedge. Em outras
palavras, tal metodologia busca
confrontar as receitas e as despesas
provenientes da transação que
está sendo protegida e da transação
que é utilizada como proteção.
Entre os três tipos de hedge accounting
permitidos pela IAS 39, estão o cash
flow hedge (proteção de um fluxo
de caixa), fair value hedge (proteção
de um valor justo) e net investment
hedge (proteção de um investimento
líquido no exterior). Das 56 empresas
da amostra, 21 optaram por algum
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Auditoria: time cresce 250% em cinco anosO time de Auditoria da Ernst & Young Terco registrou,
nos últimos cinco anos, crescimento de quase 250% em seu
quadro de sócios. “Em 2006, lembro que eu era o 29º sócio
da área. Hoje, somamos 60 executivos distribuídos em
todo o País”, registra o sócio-líder de IFRS, Paul Sutcliffe,
que, em 2006, foi “importado” do escritório de Londres
para integrar a equipe brasileira em um momento em que
as empresas locais começavam a preparar-se para adotar
o padrão internacional de contabilidade.
Mas, além de IFRS, o time de Auditoria ganha força também
em outras áreas, como junto a companhias com alto potencial
de crescimento e na oferta de serviços voltados à prevenção
de fraudes, na assessoria em temas contábeis complexos
(FAAS - Financial Accounting Advisory Services) e em
auditoria em sustentabilidade. A partir do ano fiscal de 2012,
que vai de julho de 2011 a junho do ano seguinte, o time
de Auditoria vai ganhar mais 12 sócios: Carlos Mota,
Clinton Fernandes, Fabio Marchesini, Glaucio Silva, Wilson
Moraes, Marcos Pupo, Guilherme Portella, Marcelo Suhara,
Fabio Muralo, Antônio Lage, Leonardo Donato e Patricia
Paz. “Estamos trabalhando para ter uma equipe que, além
de toda a experiência que oferece, vai atuar no detalhe
das questões mais críticas”, diz o sócio-líder de Auditoria
da Ernst & Young Terco, Sérgio Romani. Atualmente,
o time de 1.340 profissionais de Auditoria da Ernst & Young
Terco audita 117 companhias listadas na CVM. n
Ernst & Young Terco presente em evento do IBGCNo último dia 15 de junho, os sócios de Auditoria Luiz Passetti
e Leonardo Donato, foram palestrantes da quinta edição
do Curso Avançado para Conselheiros de Administração,
organizado pelo Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC).
O evento, que contou
com a participação
de 46 executivos – entre
presidentes, membros de
conselho e gerentes de
empresas como Vale, Itaú,
Banco do Brasil e
Telefônica –, abordou o
impacto da adoção do IFRS
nas companhias e qual
o papel esperado desses
executivos no processo
de convergência. n
Mudança à vista nos pareceres de auditoria
“Muitos leitores gostariam
de ver, nesses pareceres,
a avaliação dos auditores
sobre as práticas contábeis
utilizadas pelas companhias
– são as mais acertadas
ou não? – e até mesmo
sobre a qualificação dos
membros dos conselhos
e de diretoria. É claro
que muitos dos desejos dos
leitores não serão atendidos,
mas certamente será
considerada parte deles para
a construção da orientação
final”, registra o sócio de
Auditoria e líder de Q&RM
da Ernst & Young Terco,
Idésio Coelho.
O documento divulgado
pelo Iaasb fica em fase
de audiência pública até
setembro de 2011, e pode
ser acessado no site
www.iaasb.org. A expectativa
é que entre em vigor
a partir de 2013. n
Nos próximos anos, os
pareceres dos auditores nas
demonstrações financeiras
de companhias globais devem
dar um passo à frente no
quesito ganho de informação.
Isso porque o International
Auditing and Assurance
Standards Board (IAASB) –
similar ao Ibracon (Instituto
dos Auditores Independentes
do Brasil) – divulgou
recentemente um documento
que aborda o que poderia
mudar no relatório de
auditoria e na comunicação
sobre o trabalho dos
auditores.
Considerados muito
técnicos e com excesso
de informações por uns
e falta de dados por outros,
os pareceres de auditoria
trazem informações que são
questionadas não somente
por usuários internacionais,
como também por brasileiros.
O International Accounting
Standards Board (IASB)
e o Financial Accounting
Standards Board (FASB)
criaram, em conjunto,
uma estrutura para auxiliar
as companhias a calcular
o valor justo dos ativos.
Ao publicar a IFRS 13,
Fair Value Measurement,
Segundo a gerente sênior
de IFRS da Ernst & Young
Terco, Fernanda
Albuquerque, uma das
razões para a chegada
dessa norma foi aumentar
a convergência com
o padrão US GAAP, que
também foi alterado
pelo FASB. A partir da
mudança será possível
avaliar de forma
mais clara as técnicas
de valuation e os inputs
utilizados para calcular
o valor justo. A nova
norma só irá entrar
em vigor em 1º de janeiro
de 2013. n
Juntos, IASB e FASB desenvolvem norma única sobre valor justo
o IASB estabeleceu uma
única fonte de orientação
para as empresas
promoverem esse cálculo
para seus ativos. A norma
não altera quando uma
companhia é obrigada
a usar o cálculo do
valor justo, mas sim como
fazer esse cálculo.
Brasil figura em 12º lugar em ranking de energias renováveis O Brasil é destaque em estudo recente divulgado pela
Ernst & Young global sobre energias renováveis. Isso porque,
pela primeira vez desde a criação desse ranking, que mede
a atratividade dos países em relação a investimentos com foco
no setor, o País se posiciona em 12º lugar, impulsionado pelo
mercado de energia eólica. Por sua vez, a China, desde agosto
de 2010, tem se mostrado o destino mais atrativo para
investimentos, especialmente devido a projetos de geração
de energia eólica em águas marítimas rasas e pela divulgação
do seu plano “verde” quinquenal.
O índice revela também quatro novos países no ranking.
O Marrocos, por exemplo, ingressa no índice ocupando a 27a
posição, devido a fortes investimentos no segmento de energias
solar e eólica. Taiwan, Bulgária e Chile são os demais destaques.
No ritmo oposto ao Brasil, as economias posicionadas entre
as top 20 registraram uma queda em suas posições. Uma razão
é que a maioria dos países vem enfrentado cenários de redução
de incentivos e restrições de acesso ao capital, o que impacta
novos investimentos em energias renováveis. n
Tax View aborda questões trabalhistas e previdenciárias na construção civilA próxima edição do Tax View — principal informativo da Ernst & Young Terco
na área de Impostos — tem como destaque o gerenciamento de riscos trabalhistas
e previdenciários a que as empresas do setor da construção civil precisam estar
atentas. Em um ritmo acelerado de obras por conta do Minha Casa, Minha Vida
e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como das construções para
a Copa do Mundo e Olimpíada, a fiscalização trabalhista também tem sido crescente.
O número de autos de infração registrados pelo Ministério do Trabalho saltou
232% nos últimos 4 anos. Para reduzir a exposição a riscos trabalhistas e
previdenciários, que podem gerar prejuízos consideráveis em termos financeiros
e de imagem, as empresas precisam de assessoria especializada e o trabalho
realizado pela Ernst & Young Terco nessa área tem sido determinante. n
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A partir de 2013, as
companhias globais não
poderão mais fazer a
chamada “consolidação
proporcional” de joint
ventures. Atualmente, o IASB
permite – por intermédio da
IFRS 11 – que as empresas
registrem sua participação
em empreendimentos
controlados em conjunto
tanto pela via da
consolidação proporcional
como pela equivalência
patrimonial. A decisão,
tomada pelo órgão
internacional, vai significar
ativos e receitas menores
para as companhias afetadas,
embora não sejam esperadas
alterações nos campos de
lucro e patrimônio líquido.
No modelo da consolidação
proporcional, a empresa
registra no seu balanço 50%
de receita, custos, despesas,
ativos e passivos da
investida; já no método da
equivalência, a participação
N o t a s S u s t e n t a b i l i d a d e
Sustentabilidadebate à porta de empresas fechadas
Empresas familiares e de capital fechado seguem exemplo de abertas
e já preparam seus primeiros relatórios de sustentabilidade
13
Reconhecimento de receita de volta às discussõesAs discussões em torno da nova norma
de Reconhecimento de Receita ainda estão longe
de ganhar contornos definidos. Após três anos
de análises conjuntas, o órgão inglês International
Accounting Standards Board (IASB) e o americano
Financial Accounting Standards Board (FASB)
anunciaram no início de junho que irão adiar o envio
da proposta para audiência pública – que aconteceria
até setembro – para rediscutirem alguns pontos
do pronunciamento. Após isso, diz o sócio Julio Braga
Pinto, o conteúdo finalmente deve seguir para
avaliação dos participantes do mercado. “Os debates
tendem a ser intensos, dada a quantidade de
mudanças que a adoção da norma deve gerar junto
às companhias”, avisa.
Entre os impactos que a adoção da nova norma pode
acarretar no dia a dia contábil das companhias,
explica Julio Pinto, está a antecipação ou o
adiamento do recebimento das receitas, o que exige
das companhias maior controle de seus fluxos
financeiros,a partir da adoção de novos sistemas
de informação. né evidenciada em uma
única linha, a do patrimônio
líquido da companhia.
No Brasil, explica o sócio-
líder de Mercado de IFRS
da Ernst & Young Terco,
Paul Sutcliffe, essa mudança
terá impacto significativo.
Isso porque, ao adaptar a
norma internacional, alguns
meses atrás, o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis
(CPC) vetou a possibilidade
de se fazer equivalência
patrimonial de joint ventures,
tornando obrigatória
a consolidação. “Agora,
se realmente essa decisão for
tomada, por termos normas
totalmente harmonizadas
com o padrão internacional,
o CPC terá de propor essa
alteração na regra
brasileira”, explica Sutcliffe,
que citou os setores de
energia elétrica, petróleo e
gás e imobiliário como sendo
os mais impactados pela
chegada da nova norma. n
IASB muda registro de participação em joint ventures
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No último dia 27 de maio, às 9h30
da manhã, cerca de 120 pessoas
distribuídas em escritórios no Brasil,
Europa e Estados Unidos preparavam-se
para participar de um conference
call (conferência por telefone).
O assunto era a divulgação de
resultados e iniciativas no campo da
sustentabilidade, e um dos executivos
incumbidos de fazer a apresentação era
David Canassa, diretor de Planejamento
e Gestão do Grupo Votorantim. Apesar
da formalidade exigida, o clima era
de comemoração. Afinal, o grupo iria
apresentar seu primeiro relatório
de sustentabilidade aos investidores
e demais stakeholders. O resultado
da conversa, segundo Canassa, não
poderia ter sido melhor. “Por sermos
uma empresa de capital fechado, não
precisaríamos ter esse trabalho. Mas
a divulgação desse relatório mostra que
a companhia é transparente. E é isso
que queremos”, afirma o diretor.
O exemplo do Grupo Votorantim mostra
que a sustentabilidade não se restringe
mais ao círculo das companhias de
capital aberto. E a alegação de que
a empresa só divulga seu relatório pelo
fato de ser de grande porte – no último
ano, o faturamento do Grupo Votorantim
chegou a R$ 29,5 bilhões – não é
verdade. “Nos últimos anos, é crescente
o número de companhias que vêm
compartilhando com seus fornecedores
de pequeno e médio portes formas
sustentáveis de trabalhar. Para isso,
criam códigos de conduta para
fornecedores e até cartilhas com os
objetivos e cuidados que devem ser
tomados nessa direção. O objetivo
primeiro é a responsabilidade solidária
dentro de sua esfera de influência. Mas
é claro que o fornecedor pode ter seu
vínculo com a companhia rompido caso
suas atitudes representem riscos à
sociedade e ao meio ambiente. Simples
assim”, explica a diretora executiva de
Mudanças Climáticas e Sustentabilidade
da Ernst & Young Terco, Josefa Garzillo.
Apesar de não existirem pesquisas
globais nessa direção, a tendência é de
que os bônus dos executivos também
estejam, cada vez mais, ligados à
questão da sustentabilidade. “Desde a
crise financeira que abalou os mercados,
em 2008, os bônus dos executivos
passaram a ser vistos com olhar mais
crítico. Concomitantemente, o peso da
sustentabilidade continuou aumentando.
A saída encontrada pelas companhias foi
começar a subordinar o pagamento de
seus executivos à sua responsabilidade
em coordenar a adoção de melhores
práticas sustentáveis na companhia.
Resultados de curto prazo passam
gradativamente a ser substituídos pela
visão de perenidade dos negócios”,
analisa Josefa.
A pesquisa “Action amid uncertainty –
The business response to climate
change”, produzida pela Ernst & Young
global, revela essa prática. Segundo o
levantamento, 55% dos 300 executivos
entrevistados indicam que os membros
do conselho executivo ou do C-level
da companhia são as pessoas mais
diretamente responsáveis por embutir
a cultura sustentável na organização.
E seriam eles também os responsáveis
por garantir que diretores, gerentes
e coordenadores administrem riscos
e observem o desempenho sustentável
de suas áreas, por meio de estratégias
de remuneração efetiva.
Reflexo financeiro
O que as companhias de capital fechado
e seus fornecedores estão fazendo
é, na verdade, reflexo do peso cada vez
maior que a sustentabilidade ganha na
imagem e marca das companhias – o
que influi diretamente em seu valor de
mercado. Exemplo disso vem das bolsas
de valores da Europa e África do Sul,
onde as instituições praticamente
exigem das companhias que têm ações
negociadas nessas praças a divulgação
de relatórios de sustentabilidade anuais.
Segundo a representante do Global
Reporting Initiative (GRI) no Brasil,
Glaucia Terreo, essa tendência começou
na bolsa de Johannesburgo, que solicita
de cada uma das companhias
negociadas a divulgação do relatório.
Se a empresa não dispõe desse
documento, é obrigada a informar
o porquê de não fazer essa divulgação.
“É uma prática inteligente, já que coloca
a empresa em uma situação delicada,
em que fica difícil não reportar. O Brasil
teria a mesma necessidade, mas
ainda não vemos movimentação nesse
sentido”, afirma Glaucia.
Para o sócio da Ernst & Young Terco
responsável pela área de Auditoria
em Sustentabilidade, Luiz Marques,
se o Brasil ainda tem pontos a ajustar,
pode-se dizer que caminha a passos
largos quando o assunto é a
contabilização de ações sustentáveis por
meio da adoção do IFRS (International
Financial Reporting Standards). Isso
porque o País é um dos únicos a exigir
a adoção do padrão internacional
de contabilidade também pelas
pequenas e médias empresas. “Ao
exigir essa prática, qualquer tipo de
ação no sentido de reflorestar, adquirir
equipamentos que tornarão suas
operações menos poluentes, produzir
analisando a cadeia reversa do produto
e controlar seus resíduos, ou mesmo
promover algum projeto socialmente
Desastres naturais e sustentabilidade
No último dia 11 de março, um terremoto de 8,9 graus de magnitude atingiu
o Japão e causou prejuízos incontáveis, impactando empresas brasileiras
com negócios no país e japonesas com fluxo comercial para o Brasil.
Mas qual o impacto desse desastre nos reportes de sustentabilidade?
Segundo o sócio de Auditoria da Ernst & Young Terco Luiz Marques, não
é provável que esse tema tenha grande impacto neste ano fiscal.
“Teremos, sim, reavaliações de potenciais investimentos que as empresas
brasileiras tenham no Japão e potenciais perdas que precisam ser
divulgadas. Na mesma linha, também serão reavaliados potenciais
investimentos de empresas japonesas no Brasil. Isso porque, caso estas
tenham dificuldades financeiras em seu país de origem, podem querer
se desfazer desses investimentos para poder seguir com suas operações
no Japão usando os recursos das vendas”, explica Marques.
Em termos de IFRS, o desastre natural acarreta mudanças na aplicação
de certas normas, como hedge accounting, reestruturações, seguros
e obrigações de desativação ou descontinuação de negócios. Para
saber mais, a Ernst & Young global produziu a publicação “Accounting for
the effects of natural disasters under IFRS” – Japan, disponível no site
www.ey.com.br, no link biblioteca.
responsável, terá de ser contabilizados
e preferencialmente verificada por
entidades independentes para dar ainda
mais credibilidade ao assunto. Já não
basta mais ter um ‘selo verde’”, diz
ele, lembrando que o mercado cada dia
mais exige auditoria independente
na informação prestada.
Segundo o sócio, isso aumenta
a visibilidade dessas PMEs junto
a potenciais investidores ou grandes
companhias em busca de fornecedores,
já que pode reduzir o custo de captação
de recursos financeiros para o
negócio e atrair capital humano com
qualificações diferenciadas – uma vez
que as novas gerações de executivos
também colocam foco no assunto
sustentabilidade. “As pessoas não
querem mais trabalhar em uma empresa
que não tem a sustentabilidade como
um dos vetores de seu negócio. Este,
sem dúvida, é um caminho sem volta,
e somente estamos enxergando
a ponta do iceberg. Só terá vantagem
competitiva quem se conscientizar
e tomar ações imediatas sobre
o assunto”, explica Luiz Marques. n
Por sermos uma empresa
de capital fechado,
não precisaríamos ter
esse trabalho. Mas
a divulgação desse
relatório mostra que a
companhia é transparente.
E é isso que queremos.
David Canassa Diretor de Planejamento e Gestão
do Grupo Votorantim
Qualquer tipo de ação
no sentido de reflorestar e
adquirir equipamentos que
tornarão suas operações
menos poluentes terá
de ser contabilizada
e preferencialmente
verificada por entidades
independentes para dar
ainda mais credibilidade
ao assunto. Já não basta
mais ter um ‘selo verde’.
Luiz Marques Sócio responsável pela área
de Auditoria em Sustentabilidade
da Ernst & Young Terco
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a ser concluída nesse processo de
implementação da ICPC 01.
Na data de transição, em 1º de
janeiro de 2009, e nos anos de 2009
e 2010, a aplicação da ICPC 01
produziu impactos contábeis e
financeiros que compreendem:
• Reclassificação da infraestrutura
do ativo imobilizado para ativo
intangível – em boa parte destes
casos, os impactos no patrimônio
líquido e nos resultados não foram
relevantes em relação à prática
contábil anterior;
• Reclassificação da infraestrutura
para ativo financeiro de forma
retroativa – em boa parte dos
casos, os impactos foram relevantes
no patrimônio líquido e nos
resultados de 2009 e de 2010;
• Em um mesmo segmento,
dependendo da forma de adoção
inicial, os impactos foram
relevantes quando a adoção
aconteceu de forma retroativa
e nem tão relevantes para
os casos em que a aplicação
retroativa não foi possível.
Os impactos econômico-financeiros
resultantes do tratamento contábil
dos contratos de concessões estão
na pauta dos diversos interessados
nos negócios de prestação de serviço
público. Além dos interessados em
negócios já existentes e em atividade,
há, por exemplo, investidores que
avaliam como a aplicação dos
conceitos contábeis da ICPC 01 pode
afetar sua decisão de investir ou não
em novos empreendimentos. n
Transparência a favor do crescimentoPor Aderbal Hoppe
Diretor executivo de Financial
Accounting Advisory Services
(FAAS) da Ernst & Young Terco
o preço não é controlado nesses
segmentos. Por sua vez, os
segmentos que aplicaram a IFRIC 12
foram os de saneamento, rodovias
e energia elétrica.
No segmento de saneamento,
as concessionárias são solicitadas
a considerar em suas análises
a diversidade de elementos
da legislação federal, estadual e/ou
municipal que se fazem presentes
nos contratos de concessão e,
consequentemente, impactam
diretamente as características
do negócio. Essa diversidade de
elementos existente nas relações
entre as concessionárias e o Poder
Concedente permite a existência
de uma diversidade de interpretações
sobre a aplicação dos conceitos
contábeis da ICPC 01.
Observa-se que, no segmento de
saneamento, os recursos aplicados na
infraestrutura não estão classificados
contabilmente de modo uniforme,
ou seja, foram classificados: i)
no intangível; ii) parte no intangível
e parte no ativo financeiro; ou iii)
no ativo imobilizado. Em alguns
casos, essa diversidade resultou na
existência de ressalva nos relatórios
de auditores independentes,
contestando a forma de classificação
adotada pela concessionária.
De forma similar à registrada
no setor de saneamento, no
segmento de rodovias também se
constata diversidade nos elementos
das relações entre Poder Concedente
e concessionárias e que o tratamento
contábil para os contratos de
O tratamento contábil dos contratos
de concessão é um tema complexo
que tem sido objeto de constantes
análises. As questões contábeis
suscitadas por esse tema permeiam
diversas normas e, para orientar
a contabilização de direitos e
obrigações pelas concessionárias,
o International Accounting Standards
Board (IASB) emitiu ainda em
2006 a IFRIC 12 – Contratos
de Concessão, para aplicação em
2008. No Brasil, em 2009, o
Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) emitiu a ICPC 01,
para aplicação em 2010.
A aplicação da IFRIC 12 deve
acontecer na estrutura dos
prestadores privados de serviço
público em que existam os seguintes
elementos:
• Contrato de concessão firmado
com o Poder Concedente;
• Poder Concedente controla
ou regula:
Qual serviço deve ser prestado
Para quem o serviço deve ser
prestado
Qual preço deve ser praticado;
• A infraestrutura deve ser devolvida
ao Poder Concedente no final
do período de concessão.
A decisão se a concessionária
de serviço público deve aplicar
a IFRIC 12 pode passar por análises
complexas, como, por exemplo,
quando parte da receita é regulada
e parte, não.
Um dos principais objetivos
para a edição da IFRIC 12 pelo IASB
foi o de reduzir a diversidade no
tratamento contábil dos contratos
de concessões. No Brasil, além
da ICPC 01, que reproduz a IFRIC 12,
o CPC emitiu a OCPC 05.
A IFRIC 12 exige que os recursos
utilizados para o desenvolvimento
da infraestrutura não sejam
classificados como ativo imobilizado,
mas sim como ativo intangível,
ativo financeiro ou modelo bifurcado
(parte no ativo financeiro e parte
no intangível).
No modelo do ativo intangível,
o operador reconhece um ativo na
medida em que recebe o direito de
cobrar do usuário do serviço público
pelo consumo da infraestrutura
na prestação do serviço. Neste
modelo, o concessionário incorre
no risco de demanda.
Já no modelo de ativo financeiro,
o operador reconhece um ativo
financeiro na medida em que tem o
direito incondicional de receber uma
retribuição do concedente. Este
modelo pode ser aplicado quando o
concedente dá uma garantia explícita
ao operador sobre a quantidade
de receitas a serem recebidas durante
o período total da concessão.
No Brasil, os principais prestadores
de serviços de utilidade pública
que não aplicaram a IFRIC 12 nas
demonstrações contábeis do exercício
encerrado em 31 de dezembro
de 2010 foram segmentos de
telecomunicações e ferrovias, uma
vez que o entendimento é que
concessões também foi registrado
de forma diversificada. Constata-se
que há concessionárias que
reconheceram contabilmente
obrigações contratuais – impactando
contas de ativos, passivos
e resultados –, mas há outras
ainda que listaram características
de contratos, divulgando isso
em notas explicativas dentro de
suas demonstrações contábeis.
No segmento de energia elétrica,
as distribuidoras e transmissoras
aplicaram a ICPC 01, o que se revelou
consistente com os limites técnicos
complementados e reunidos na OCPC
05. Em alguns casos específicos,
a ICPC 01 foi aplicada em geração
de energia elétrica.
Independentemente do segmento
de atuação de prestação de serviço
público, se observa que conceitos
como reconhecimento da margem na
fase da construção e reconhecimento
contábil ou não de obrigações
contratuais (como Uso do Bem
Público – UBP em geração de energia
elétrica) ainda são objeto
de análises e discussões.
Além dos desafios técnicos, a
aplicação da ICPC 01 gerou
demandas de informações contábeis
e financeiras, que, em um primeiro
momento, foram geradas
essencialmente com técnicas não
automatizadas em sistemas
integrados, ou seja, com base em
relatórios e planilhas eletrônicas. A
complementação de procedimentos e
de controles internos automatizados
consiste em uma importante etapa
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novos integrantes à vista?
Grupo dos países emergentes
deve ganhar novos participantes, como
o México, Coreia, Indonésia, Turquia,
Egito, Paquistão, Gana e Moçambique,
entre outros
Além dos BRICs - Perspectivas de Fred Bergsten para os emergentes
Coreia • País de renda média com crescimento sólido e sustentável – PIB com alta ao redor de 3,5% –, a Coreia
pode ser o próximo a ingressar no badalado grupo dos emergentes. “Poderíamos soletrar BRIC como B-R-I-C-K?”,
brinca o diretor do Peterson Institute for International Economics. Segundo o professor, o país tem uma
política de comércio exterior agressiva e, se partisse para a unificação, poderia resultar em um banco de talentos
de baixo custo e um mercado doméstico ainda maior.
Taiwan • Classificado por Bergsten como um centro de comércio ideal, a Ilha de Taiwan – assim como sua
vizinha Coreia – é também um país com economia em crescimento acelerado e com renda média em ascenção,
condições que possibilitam a ele tornar-se um centro regional de negócios. Nessa linha, uma de suas principais
vantagens é ter um forte potencial para relações aquecidas com países do continente.
Paquistão • Com uma alta do seu PIB de ao menos 7% antes do longo período de guerras que acometeu
o país, o Paquistão começa a experimentar um retorno ao crescimento. “É uma história de potencial sucesso,
mas, para isso, é preciso que a questão de segurança se resolva”, diz Bergsten, explicando que uma possível
reunificação com a Índia poderia simplificar sua trajetória de volta aos bons resultados.
Egito • O país, que em 2010 cresceu notáveis 5%, deve, segundo expectativas do diretor do Peterson Institute
for International Economics, experimentar um retorno ao crescimento embasado em uma boa governança.
“O país está fazendo boas escolhas para reconstruir um caminho para acordos comerciais com os Estados
Unidos”, explica o professor.
África • “Seria a próxima parada da globalização?”, questiona Bergsten, lembrando que, apesar de o continente
ainda estar imerso em questões sociais e econômicas, existem nele nações pequenas, mas de rápido crescimento
(em torno de 6% a 7% do PIB). Os destaques estariam em Gana, Moçambique, Mali e Tanzânia. Nesse sentido, o
desenvolvimento de um acordo comercial pan-africano poderia levar a um crescimento mais rápido do continente.
O Brasil, Rússia, Índia e China não estão mais sozinhos no
grupo dos países que carregam o crescimento mundial.
Começam a ingressar também no grupo dos chamados BRICs
países como México, Coreia, Indonésia e Turquia, que, juntos,
devem fortalecer o conjunto inicial de nações que, hoje,
já contabilizam a metade da economia mundial em termos
de produção total. A afirmação, do professor Fred Bergsten,
diretor do Peterson Institute for International Economics,
foi feita no último dia 7 de junho, durante o Global Growth
Forum (GGF) – evento realizado pela Ernst & Young global
para discutir as tendências de crescimento mundial.
“As economias emergentes são, hoje, claramente, os
condutores da economia global e continuam com sua parcela
em rápido crescimento. Em uma década, esses países irão
representar dois terços da economia global porque crescem
duas a três vezes mais rápido que as nações maduras”,
explicou Bergsten, citando questões como o crescimento
da classe média e do potencial de consumo e a necessidade
de adoção de reformas tributárias e de incentivos fiscais
como algumas das razões para o crescimento do grupo.
Nessa linha, todos os países pertencentes aos BRICs,
adicionados de México e Coreia, já atingiram,
individualmente, 1 trilhão de dólares de Produto Interno
Bruto (PIB). E no limiar de chegarem a esse mesmo
patamar estão Indonésia e Turquia – todos pertencentes ao
grupo dos 20 países mais ricos, ou G20. “Essas oito nações
têm escala e papel suficiente na economia mundial
para estar em sua lista de atenção”, registra Bergsten.
Apesar do surgimento de novas potências, o Brasil está
longe de perder seu lugar de destaque. “Está muito claro que,
entre os países emergentes, o Brasil ocupa uma posição
de evidência em relação à maior parte dos países. Somos
uma nação jovem que conta com estabilidade e maturidade
econômica e necessidade de investimentos de longo prazo
para suprir esse crescimento de alto impacto que está
registrando”, explica o presidente da Ernst & Young Terco,
Jorge Menegassi, também presente no evento.
Assim como em aplicações financeiras a boa rentabilidade
passada não significa a garantia de bons retornos no
futuro, o País não deve acreditar que continuará a reproduzir
altas de 7,5% em seu PIB – como registrado em 2010 –
somente com as reformas que produziu até agora. “O Brasil
precisa mostrar capacidade de investir em infraestrutura.
Esse upgrade é fundamental não somente por conta
dos megaeventos que o País irá sediar, como a Olimpíada
e a Copa do Mundo. Aliás, mesmo que esses eventos não
acontecessem aqui, a construção e a melhoria de estradas,
aeroportos, ferrovias e portos, por exemplo, são críticas para
sustentar o crescimento do País”, explica Menegassi.
Além das oportunidades, existem também os desafios no
caminho do crescimento do País. Alguns são bem conhecidos,
como as reformas tributária, trabalhista, previdenciária etc.
Há outros, no entanto, que começam a entrar na pauta
institucional do País. Um deles e o mais importante, segundo
Menegassi atende por educação. “Se o País quer sustentar
um crescimento de 5% a 8% ao ano, precisa de mão de
obra qualificada”, diz o presidente da Ernst & Young Terco,
que lembra que dados do Ministério da Educação dão
conta de que, em 2009, crianças e adolescentes registraram
somente 4,6 anos de estudo no ensino fundamental.
Segundo projeções do órgão, a meta é aumentar esse total
para seis anos até 2021. n
I n t e r n a c i o n a l
Empreender, começar do zero.
Nós conhecemos bem a sua história.
Empreender, crescer e ser líder de
mercado não é uma questão de sorte.
O ambiente de negócios, cada vez mais
complexo, exige uma gestão efetiva dos
riscos e das oportunidades. A constante
evolução tecnológica, mudanças nas
estruturas de negócios e o dinamismo
do mercado global são fatores
que evidenciam essa tendência.
Qualquer que seja sua área de atuação
ou estágio de crescimento, para
que sua empresa consiga se destacar
no mercado, colocamos, lado a lado,
nosso conhecimento global e
a experiência no middle market.
É por isso que somos a mais
completa empresa de auditoria e
consultoria do Brasil.
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Trabalhista | Consultoria de Estratégia
e Gestão | Transações Corporativas
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