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International Financial Reporting Standards Junho de 2011 Nº 14 IFRS: 1º ano Um ano após a adoção do padrão internacional de contabilidade pelas companhias brasileiras, a Ernst & Young Terco e a FIPECAFI lançam estudo que mostra os impactos desse processo nas demonstrações financeiras de 56 empresas. Página 6 NORMAS BRIC MEIO AMBIENTE TENDÊNCIAS ATUALIDADES Lei anticorrupção no Reino Unido Lei para coibir corrupção, além de afetar companhias locais, vai também impactar negócios no Brasil Página 3 BRIC+M+C+I+... Grupo dos emergentes deve ganhar novos players como o México, Coreia e Indonésia Página 18 Fechadas com a sustentabilidade Depois das companhias abertas, empresas familiares também começam a preparar seus relatórios de sustentabilidade Assurance Journal Página 13

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I n t e r n a t i o n a l F i n a n c i a l R e p o r t i n g S t a n d a r d s

J u n h o d e 2 0 1 1 • N º 1 4

IFRS: 1º ano Um ano após a adoção do padrão internacional

de contabilidade pelas companhias brasileiras,

a Ernst & Young Terco e a FIPECAFI lançam estudo

que mostra os impactos desse processo nas

demonstrações financeiras de 56 empresas.

Página 6

NORMAS • BRIC • MEIO AMBIENTE • TENDÊNCIAS • ATUALIDADES

L e i a n t i c o r r u p ç ã o n o R e i n o U n i d o Lei para coibir corrupção, além de afetar companhias locais,

vai também impactar negócios no Brasil

Página 3

B R I C + M + C + I + . . .Grupo dos emergentes deve ganhar novos players

como o México, Coreia e Indonésia

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Fe c h a d a s c o m a s u s t e n t a b i l i d a d eDepois das companhias abertas, empresas familiares também

começam a preparar seus relatórios de sustentabilidade

AssuranceJournal

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E d i t o r i a l

Um ano de IFRS

Assurance Journal é uma publicação destinada a clientes

e colaboradores da Ernst & Young Terco que aborda

questões relevantes para as empresas na migração para

os padrões internacionais de contabilidade IFRS. As opiniões

aqui expressas não devem ser utilizadas de maneira

isolada para a tomada de decisão por parte das empresas.

Isso porque existem particularidades pertinentes a cada

empresa que podem, eventualmente, alterar o enfoque

transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser

tomada, as empresas discutam esses pontos de vista

com seus consultores. Estamos à disposição para discutir

nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.

Mais informações com:

Paul Sutcliffe [email protected]

Julio Braga [email protected]

Fernando Pró[email protected]

ou pelo e-mail [email protected].

Revisão técnica:

Idésio [email protected]

Assurance Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Terco

Diretora EditorialMitizy Olive Kupermann

Jornalista responsável: Roseli Loturco (MTb 25.529/110/12/SP)

Reportagem: Clarissa Wahle Katia Hochman

Projeto gráfico e edição visual: Alex Rossetto

International Financial Reporting StandardsJunho de 2011 • Nº 14

P o n t o d e V i s t a

Nos próximos dias, empresas de todo o mundo que

fazem negócios com o Reino Unido terão de se familiarizar

com nova lei anticorrupção para analisar os impactos

em seus negócios. Conhecida como UK Bribery Act,

a nova regulamentação acompanha nas suas características

básicas o Foreign Corrupt Practices Act – mais conhecido pela

sigla FCPA –, e apresenta algumas evoluções pelo fato

de normatizar a relação não somente entre entes privados

e públicos, mas também entre as empresas privadas.

A norma não afetará simplesmente companhias brasileiras

com operações no Reino Unido, como também britânicas com

subsidiárias no Brasil e companhias brasileiras que prestam

serviços a organizações de lá. Segundo a Brazilian Chamber

of Commerce, sediada em Londres, cerca de 200

companhias brasileiras de pequeno, médio e

grande portes estão registradas na câmara.

Já na mão contrária, a Britcham (Câmara

Britânica de Comércio e Indústria no Brasil)

tem associadas 250 empresas inglesas

e brasileiras com negócios no Reino Unido.

Vale lembrar que, em 2009, a Inglaterra

foi a sétima maior parceira de negócios

do Brasil em termos de exportações e

o 13º em termos de importações, segundo

dados do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio (MDIC).

Para falar sobre os desafios e benefícios

que essa nova lei traz, o Assurance Journal falou

com o sócio da área de Investigação de Fraudes

e Suporte a Litígios (FIDS) da Ernst & Young Terco,

José Francisco Compagno, que explica de que

forma o UK Bribery act vai impactar as companhias

do País.

Confira a seguir os principais trechos

da entrevista.

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Julho é um mês de comemoração para o time de auditoria da Ernst & Young

Terco. Afinal, um dos maiores objetivos da companhia, de compartilhar

conhecimento, é mais uma vez cumprido. Neste mês, lançamos – em parceria com

a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI)

– estudo que avalia o impacto do primeiro ano de adoção do padrão contábil

internacional em 56 companhias brasileiras de capital aberto. Entre elas, estão

JBS, Marfrig, Pão de Açúcar, Embraer, WEG, Petrobras, OGX, Natura e Vale,

que, juntas, acumulam valor de mercado estimado em R$ 1,6 trilhão.

Se, entre as conclusões do levantamento, está que a tarefa de adequação

ao IFRS foi cumprida com sucesso pelas empresas, o mesmo não se pode dizer

da interpretação de suas normas e pronunciamentos, que ainda está longe

de ser consenso entre os usuários das demonstrações financeiras.

Além desse debate, no entanto, esta edição traz outra importante constatação

que você, leitor, já deve ter feito. A publicação, que durante os últimos quatro

anos ficou conhecida como IFRS Journal, tem seu nome alterado para Assurance

Journal. O layout, que recentemente passou por reformulação completa,

permanece inalterado, mas o conteúdo não. A partir de agora, buscamos trazer

assuntos que ultrapassam as fronteiras do IFRS e buscam abordar, de forma

profunda e, ao mesmo tempo, dinâmica e jornalística, temas como auditoria em

sustentabilidade, assessoria em temas contábeis complexos, fraudes, além

do próprio IFRS. Boa parte dos desafios das companhias brasileiras na migração

para a nova norma contábil pode ter ficado para trás, mas, na verdade, a nova

regra contábil continua a trazer novidades que impactarão o dia a dia corporativo.

Nesse sentido, esta edição do Assurance Journal traz entrevista com o sócio-líder

de Investigação de Fraudes da Ernst & Young Terco, José Francisco Compagno,

que fala sobre a chegada de uma nova lei sobre corrupção no Reino Unido, o

UK Bribery Act. A lei, que não fica restrita às fronteiras do país, vai impactar mais

de 400 companhias brasileiras com negócios no Reino Unido e inglesas com

operações no Brasil e exigir investimentos pesados na aquisição de sistemas

de controle e treinamento de profissionais.

Além dessa reportagem, a publicação registra ainda como a temática da

sustentabilidade e, mais especificamente, a produção de relatórios sustentáveis,

está saindo do círculo das companhias abertas e se expandindo também para

as empresas familiares. A transparência seria um dos maiores motivadores.

Convidamos você a ler atentamente esta edição, que traz ainda notas, artigo e

outras reportagens que antecipam tendências que podem ajudar no planejamento

estratégico de sua empresa.

Boa leitura!

Sérgio Romani I Sócio-líder de Auditoria

Lei anticorrupção britânica atinge companhias brasileirasDeterminação entra em vigor no dia 1º de julho e vai afetar todas as companhias

globais com operações no Reino Unido – brasileiras inclusive – , que terão

de realizar investimentos para se adequar à nova regulamentação

Assurance Journal

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A nova lei acrescenta a essas relações também a regulação entre entes privados. Diante desse cenário, as companhias devem se preparar. E isso demanda investimento

Assurance Journal • Recentemente,

o Reino Unido aprovou o UK Bribery

Act, que traz uma série de normas

e ações anticorrupção que devem

ser adotadas por todas as

companhias com negócios na região.

De que forma esse documento afeta

o dia a dia das empresas, e como

elas devem se preparar?

José Francisco Compagno • O UK

Bribery Act é uma lei que vai muito

além das fronteiras do Reino Unido.

Isso porque afeta, além das empresas

locais, todas as companhias com

negócios naquela região. Ou seja,

companhias brasileiras, europeias,

americanas e asiáticas que têm

subsidiárias no Reino Unido devem

seguir essa nova regulamentação,

que entra em vigor em 1º de julho

próximo. Entre os principais pontos

dessa nova regulamentação, estão

que as empresas passam a ficar

responsáveis legalmente pelos atos

P o n t o d e V i s t a

entes privados e públicos. A nova lei

acrescenta a essas relações também

a regulação entre entes privados.

Diante desse cenário, as companhias

devem se preparar. E isso demanda

investimento, já que será necessário

desenvolver um bom programa

de comunicação interna com os

funcionários – principalmente com

aqueles que têm um maior risco

de se envolver nas transações

especificadas pela regulamentação –,

além de fazer o monitoramento

constante de seu programa de

compliance e revisões tempestivas

de procedimentos com o objetivo de

identificar os pontos mais frágeis

no cumprimento do UK Bribery Act.

Assurance Journal • Qual é

o investimento para as companhias

se adequarem?

Compagno • O investimento é

expressivo, até porque envolve ações

que vão além da implementação

de controles tecnológicos. É preciso,

por exemplo, fazer uma série de

treinamentos com executivos e demais

profissionais envolvidos com ações que

estão na mira da nova lei. Nesse caso,

estar alerta e ciente sobre possíveis

situações de risco (em inglês, também

conhecido pelo termo awareness),

manter um programa constante de

treinamento e de comunicação, além

de fazer o monitoramento do

programa de compliance estão entre

as ações mais importantes a serem

seguidas pelas companhias que estão

dispostas a ficar enquadradas,

sem susto, na nova lei. Em relação aos

investimentos necessários, lembro

o seguinte: a partir do momento que

a companhia se envolve em uma

situação de corrupção, isso tem um

custo. E alto. Ou seja, o risco de não

estar em compliance com as normas

– sejam elas o FCPA ou o UK Bribery

Act – incide em multas e custos, além

do impacto negativo à imagem. Para

mitigar esses riscos, é preciso investir.

Assurance Journal • Está

crescendo a preocupação das

empresas em adotar medidas

antifraude?

Compagno • Sim, vejo que

a preocupação está crescendo.

No entanto, ainda são iniciativas

incipientes se comparadas com

medidas que poderiam ser mais

efetivas e que envolveriam, por

exemplo, a estruturação de programas

mais completos que identificassem

riscos específicos e pontos de

fraquezas da companhia, e que

poderiam ser a porta de entrada para

situações duvidosas. Só a partir

dessas ações, os negócios diminuiriam

as oportunidades de seus funcionários

perpetarem fraudes e suborno,

ou praticarem ações que podem ir

contra as questões éticas e legais

sugeridas e vivenciadas pela empresa.

Assurance Journal • Falando mais

especificamente de Brasil, existe

diferença na forma como pequenas,

médias e grandes empresas

encaram a necessidade de investir

em fraudes e se prevenir?

Compagno • Existe, sim. Na verdade,

o status atual é de empresas de

grande porte que procuram fazer

investimentos em prevenção. As

pequenas atuam em ações reativas,

não proativas. Em caso de fraudes,

fazem uma investigação não

estruturada e demitem o pessoal

envolvido, muitas vezes nem

buscando as medidas legais que

deveriam pautar essa situação, o que

seria o correto a ser feito.

Assurance Journal • Em sua última

edição, a pesquisa global de fraudes

produzida pela Ernst & Young,

intitulada “Driving ethical growth -

new markets, new challenges”,

mostrou que empresas da América

Latina foram as que revelaram ter

passado por um maior número de

experiências de fraudes nos últimos

dois anos do que qualquer outra

região. Você vê sinais para melhoria

nesse aspecto, no futuro?

Compagno • Sim, acho que

começa a existir um aumento da

preocupação de empresas dessa

região em relação à necessidade

de adoção de políticas anticorrupção.

No Brasil, isso vai acontecer

quando as companhias começarem

a se tornar globais e a buscar

capitais no mercado internacional.

A partir do momento que a empresa

capta investimentos no exterior,

começa a se expor a riscos maiores

e, com isso, vem a necessidade

de ganhar awareness e definir

procedimentos mais específicos para

a prevenção e redução dos riscos

relacionados a fraudes. Vale lembrar

que o Brasil está desenvolvendo

um projeto de lei (PL 6826/10)

que responsabiliza administrativa

e civilmente pessoas jurídicas pela

prática de atos contra a administração

pública, nacional ou estrangeira,

e dá outras providências. n

de seus representantes, agentes

e distribuidores que deem, prometam

ou ofereçam vantagem – seja

financeira ou não – com o propósito

de levar um terceiro a praticar ato

indevido para obter vantagens

que terão reflexos para a companhia.

Assurance Journal • E qual a

diferença dessa norma para a norma

até então vigente?

Compagno • Bem, até então a norma

com abrangência global, apesar de

ser de origem nos Estados Unidos, era

o Foreign Corrupt Practices Act –

mais conhecido pela sigla FCPA –, que,

ao contrário do UK Bribery Act, só

se aplicava a relacionamentos entre

Lei antifraude entra em vigor,

no Reino Unido, em 1º de julho.

Acima, a capa da legislação

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A adoção do padrão internacional

de contabilidade completa um ano

nas companhias brasileiras. E,

segundo dados dos primeiros balanços

publicados na Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), com sucesso.

Afinal, 92,8% das companhias listadas

reportaram seus números de 2010 já

em conformidade com o International

Financial Reporting Standards

(IFRS). Mas, se a tarefa de adequação

ao padrão contábil foi cumprida,

sua interpretação ainda está longe

de ser consenso entre os usuários

das demonstrações financeiras.

Essa é uma das conclusões do estudo

produzido pela Ernst & Young Terco

em conjunto com a Fundação Instituto

de Pesquisas Econômicas, Contábeis,

Atuariais e Financeiras (FIPECAFI),

segundo o qual, apesar de grande

parte das companhias ter atendido

aos requisitos exigidos pelo IFRS,

as exigências de reconhecimento,

mensuração e divulgação das normas

ainda geram questionamento por

parte dos participantes do mercado.

“De certa forma, isso parece natural na

medida em que algumas das alterações

trazidas por tais exigências têm impacto

significativo em números contábeis que

servem de base para uma vasta gama

de contratos entre agentes econômicos.

Portanto, mudar o status quo resulta

inevitavelmente em questionamentos

que, em um segundo momento,

poderão até mesmo ser levados ao IASB

[International Accounting Standards

Board, órgão que publica as normas

contábeis] para fins de aprimoramento

do IFRS”, revela trecho do estudo,

que será publicado no próximo

dia 5 de julho, em São Paulo.

Resultado de meses de pesquisas

do time de Auditoria da Ernst & Young

Terco e de professores da FIPECAFI,

o levantamento analisou as

demonstrações contábeis consolidadas

de 56 companhias abertas –

selecionadas por terem ações de maior

liquidez na Bovespa -, com o objetivo

de avaliar os impactos do primeiro ano

de adoção das normas IFRS no dia

a dia corporativo. Entre as empresas

analisadas, estão JBS, Marfrig,

Pão de Açúcar, Embraer, WEG,

Petrobras, OGX, Natura e Vale, que,

juntas, acumulam valor de mercado

estimado em R$ 1,6 trilhão.

Segundo o sócio-líder de Mercado

de IFRS da Ernst & Young Terco,

Paul Sutcliffe, a análise das DFs

das 56 companhias registrou que,

desde a aplicação do padrão contábil

internacional, muitas empresas

observaram mudanças drásticas – seja

em seu patrimônio líquido como em

seus resultados. “Desde 2009, quando

essas companhias começaram a

reportar seus balanços em IFRS, foram

registradas variações que vão de

-1.029% até 582% nos resultados e

redução de 33% a alta de 152% no

patrimônio líquido. De qualquer forma,

apesar de todas as mudanças que

a adoção do IFRS representa, essas

variações não são resultado única

e exclusivamente da adoção do novo

padrão, mas também do impacto

das condições de mercado em cada

uma das companhias”, explica.

O sócio reitera, no entanto, que essas

oscilações não tendem a ser vistas

novamente nas DFs do próximo ano,

já que as principais diferenças já

teriam sido reportadas. “A partir

de agora, tudo volta ao normal.

Em uma nova roupagem contábil,

claro”, diz o executivo.

Entre as normas avaliadas no estudo,

estão as referentes a leasing, ativos

imobilizados, intangíveis, ativos

I F R S

Um ano de IFRS: 56 companhias reportam

os impactos da adoção

Ernst & Young Terco e FIPECAFI produzem estudo

que mostra os resultados do processo de migração

nas demonstrações financeiras de companhias

listadas na Bovespa

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tipo de hedge accounting. Deste

grupo, 15 aplicaram o cash

flow hedge, dez o fair value hedge

e cinco o net investment hedge.

Pagamento baseado em ações

Depois dos países europeus e dos

Estados Unidos, o ato de remunerar

os executivos com ações da companhia

é cada vez mais frequente também

no cenário corporativo brasileiro. No

último ano, segundo o levantamento,

68% das empresas concederam formas

de remuneração que se caracterizam

como pagamento baseado em ações.

Nesse sentido, 32% das empresas

apresentam menos de 1% de gastos

com pagamento baseado em ações

em relação à remuneração total.

A razão disso pode ser uma dificuldade

identificada de aplicar o conceito

de valor justo para a mensuração desse

tipo de pagamento.

De acordo com a IFRS 2, as empresas

devem divulgar todos os métodos

e premissas utilizadas no cálculo.

trinta e uma empresas divulgaram

as referidas informações, o que

corresponde a 82% das empresas

que concederam remunerações

baseadas em ações no período.

Leasing

Para fins de IFRS, existem dois grupos

de leasing: o operacional (aluguéis)

e o financeiro (compras financiadas).

Setenta e nove porcento das 56

empresas analisadas possuíam

alguma operação dessa natureza, seja

na posição de arrendadora ou de

arrendatária. Dessas 44 empresas,

oito são classificadas tanto como

arrendatárias quanto arrendadoras.

Para que os usuários compreendam

as operações de leasing realizadas

pela empresa, é de fundamental

importância que as empresas

divulguem uma descrição desses

contratos. E, mais do que isso, é uma

exigência da IAS 17. Sobre esse

aspecto, das 33 arrendatárias que

possuíam leasing financeiro, apenas

dez apresentaram 100% das referidas

informações.

O tipo de operação de leasing

mais comum verificado entre as

companhias arrendatárias analisadas

foi o operacional, sendo realizado por

11 empresas da amostra. Da mesma

maneira que no leasing financeiro,

no tipo operacional é fundamental

que se divulguem os referidos

detalhes das suas obrigações, como

fizeram as empresas do setor aéreo,

por exemplo, que possuem leasing

operacional significativo.

Ativo biológico

Essa norma prescreve o tratamento

contábil para as empresas que

possuem atividades agrícolas,

como o gerenciamento do processo

de transformação de ativos biológicos,

que são animais e plantas vivas,

em produtos agrícolas para fins

de comercialização. Das 56

empresas da nossa amostra, sete

possuem atividades agrícolas.

A IAS 41 prescreve o tratamento

contábil para os ativos biológicos

durante o período de crescimento,

degeneração, produção e procriação,

Normas com maior impacto na adoção...

No Patrimônio Líquido

Norma de ajustes no PL Impacto em milhares % sobre o total de Reais

Tributos sobre o Lucro (5,143,481) -16%

Ativos Intangíveis (3,179,904) -10%

Ativos Biológicos 2,748,618 8%

Custos de Empréstimos 2,870,200 9%

Eventos Subsequentes 6,261,942 19%

Apresentação das 6,475,328 20%Demonstrações Contábeis

Ativo Imobilizado 12,047,458 36%

Combinação de Negócios 13,539,157 41%

Total de Ajustes 33,156,612 100%(incluindo todas as normas)

No Resultado

Descrição Impacto em milhares % sobre o total de de Reais ajustes no Resultado

Tributos sobre o Lucro (1,658,343) -18%

Provisões, Passivos Contingentes (881,782) -9% e Ativos Contingentes

Ativo Imobilizado (778,888) -8%

Ativos Intangíveis 1,408,792 15%

Concessões 1,588,950 17%

Custos de Empréstimos 3,001,057 32%

Combinação de Negócios 6,875,521 73%

Total de Ajustes 9,427,526 100%(incluindo todas as normas)

e para a mensuração inicial dos

produtos agrícolas no momento

da colheita. Tal norma exige que

os referidos ativos sejam mensurados

pelo valor justo menos os custos

para vender, desde o reconhecimento

inicial até o momento da colheita,

exceto quando o valor justo não puder

ser mensurado de forma confiável

no reconhecimento inicial.

Apesar de permitir que as empresas

mensurem seus ativos biológicos

pelo custo, a IAS 41 exige que

as empresas que não utilizaram

o valor justo divulguem explicações

do motivo pelo qual tal base de

mensuração não foi adotada.

Ativos intangíveis

Entre as 56 empresas analisadas,

seis fizeram uma revisão da vida útil

dos seus ativos intangíveis e apenas

uma companhia informou que revisou

o método de amortização utilizado.

De acordo com a IAS 38, apenas

gastos com desenvolvimento podem

ficar na conta dos ativos. Em

contrapartida, gastos com pesquisa

devem sempre ser reconhecidos como

despesa. Nesse sentido, algumas

empresas tiveram de reclassificar

os valores referentes a gastos

com pesquisa.

Conforme a IAS 38, gastos com

desenvolvimento podem ser ativados

no intangível desde que a empresa

demonstre determinados aspectos,

como, por exemplo, viabilidade técnica

para concluir o referido ativo,

capacidade para vendê-lo, capacidade

de mensurar com confiabilidade os

gastos atribuíveis ao respectivo

intangível, entre outros. Nesse caso,

algumas das empresas analisadas,

atenderam aos critérios exigidos

pela IAS 38 e, consequentemente,

registraram seus gastos com o

desenvolvimento de novas tecnologias

no seu ativo intangível. n

Para conhecer o estudo na íntegra,

acesse o site www.ey.com.br.

biológicos, pagamentos baseados

em ações e informações

por segmentos, entre outras.

Confira, a seguir, alguns dos principais

destaques desse levantamento.

Instrumentos Financeiros

Em relação às normas sobre

instrumentos financeiros, presentes

na IAS 39 – Instrumentos Financeiros:

Reconhecimento e Mensuração;

IAS 32 – Instrumentos Financeiros:

Apresentação; e na IFRS 7 –

Instrumentos Financeiros:

Evidenciação, o estudo evidenciou

dois pontos principais de preocupação

por parte das companhias que

as adotam, que seriam os riscos de

mercado e hedge accounting.

O risco de mercado está relacionado

ao risco de que o valor justo

de instrumentos financeiros oscile

devido a mudanças nos preços

de mercado e compreende aqueles

relacionados, por exemplo, a alterações

nas taxas de câmbio e de taxa

de juros. Nesse quesito, 95% das

empresas da amostra informaram

estar expostas ao risco de juros.

Riscos de mercado: taxa de juros é maior preocupação das companhias

Na outra ponta, o hedge accounting

tem como objetivo permitir que

as demonstrações contábeis reflitam

da maneira mais adequada o regime

de competência quando uma empresa

realiza operações de hedge. Em outras

palavras, tal metodologia busca

confrontar as receitas e as despesas

provenientes da transação que

está sendo protegida e da transação

que é utilizada como proteção.

Entre os três tipos de hedge accounting

permitidos pela IAS 39, estão o cash

flow hedge (proteção de um fluxo

de caixa), fair value hedge (proteção

de um valor justo) e net investment

hedge (proteção de um investimento

líquido no exterior). Das 56 empresas

da amostra, 21 optaram por algum

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N o t a s

Auditoria: time cresce 250% em cinco anosO time de Auditoria da Ernst & Young Terco registrou,

nos últimos cinco anos, crescimento de quase 250% em seu

quadro de sócios. “Em 2006, lembro que eu era o 29º sócio

da área. Hoje, somamos 60 executivos distribuídos em

todo o País”, registra o sócio-líder de IFRS, Paul Sutcliffe,

que, em 2006, foi “importado” do escritório de Londres

para integrar a equipe brasileira em um momento em que

as empresas locais começavam a preparar-se para adotar

o padrão internacional de contabilidade.

Mas, além de IFRS, o time de Auditoria ganha força também

em outras áreas, como junto a companhias com alto potencial

de crescimento e na oferta de serviços voltados à prevenção

de fraudes, na assessoria em temas contábeis complexos

(FAAS - Financial Accounting Advisory Services) e em

auditoria em sustentabilidade. A partir do ano fiscal de 2012,

que vai de julho de 2011 a junho do ano seguinte, o time

de Auditoria vai ganhar mais 12 sócios: Carlos Mota,

Clinton Fernandes, Fabio Marchesini, Glaucio Silva, Wilson

Moraes, Marcos Pupo, Guilherme Portella, Marcelo Suhara,

Fabio Muralo, Antônio Lage, Leonardo Donato e Patricia

Paz. “Estamos trabalhando para ter uma equipe que, além

de toda a experiência que oferece, vai atuar no detalhe

das questões mais críticas”, diz o sócio-líder de Auditoria

da Ernst & Young Terco, Sérgio Romani. Atualmente,

o time de 1.340 profissionais de Auditoria da Ernst & Young

Terco audita 117 companhias listadas na CVM. n

Ernst & Young Terco presente em evento do IBGCNo último dia 15 de junho, os sócios de Auditoria Luiz Passetti

e Leonardo Donato, foram palestrantes da quinta edição

do Curso Avançado para Conselheiros de Administração,

organizado pelo Instituto Brasileiro de Governança

Corporativa (IBGC).

O evento, que contou

com a participação

de 46 executivos – entre

presidentes, membros de

conselho e gerentes de

empresas como Vale, Itaú,

Banco do Brasil e

Telefônica –, abordou o

impacto da adoção do IFRS

nas companhias e qual

o papel esperado desses

executivos no processo

de convergência. n

Mudança à vista nos pareceres de auditoria

“Muitos leitores gostariam

de ver, nesses pareceres,

a avaliação dos auditores

sobre as práticas contábeis

utilizadas pelas companhias

– são as mais acertadas

ou não? – e até mesmo

sobre a qualificação dos

membros dos conselhos

e de diretoria. É claro

que muitos dos desejos dos

leitores não serão atendidos,

mas certamente será

considerada parte deles para

a construção da orientação

final”, registra o sócio de

Auditoria e líder de Q&RM

da Ernst & Young Terco,

Idésio Coelho.

O documento divulgado

pelo Iaasb fica em fase

de audiência pública até

setembro de 2011, e pode

ser acessado no site

www.iaasb.org. A expectativa

é que entre em vigor

a partir de 2013. n

Nos próximos anos, os

pareceres dos auditores nas

demonstrações financeiras

de companhias globais devem

dar um passo à frente no

quesito ganho de informação.

Isso porque o International

Auditing and Assurance

Standards Board (IAASB) –

similar ao Ibracon (Instituto

dos Auditores Independentes

do Brasil) – divulgou

recentemente um documento

que aborda o que poderia

mudar no relatório de

auditoria e na comunicação

sobre o trabalho dos

auditores.

Considerados muito

técnicos e com excesso

de informações por uns

e falta de dados por outros,

os pareceres de auditoria

trazem informações que são

questionadas não somente

por usuários internacionais,

como também por brasileiros.

O International Accounting

Standards Board (IASB)

e o Financial Accounting

Standards Board (FASB)

criaram, em conjunto,

uma estrutura para auxiliar

as companhias a calcular

o valor justo dos ativos.

Ao publicar a IFRS 13,

Fair Value Measurement,

Segundo a gerente sênior

de IFRS da Ernst & Young

Terco, Fernanda

Albuquerque, uma das

razões para a chegada

dessa norma foi aumentar

a convergência com

o padrão US GAAP, que

também foi alterado

pelo FASB. A partir da

mudança será possível

avaliar de forma

mais clara as técnicas

de valuation e os inputs

utilizados para calcular

o valor justo. A nova

norma só irá entrar

em vigor em 1º de janeiro

de 2013. n

Juntos, IASB e FASB desenvolvem norma única sobre valor justo

o IASB estabeleceu uma

única fonte de orientação

para as empresas

promoverem esse cálculo

para seus ativos. A norma

não altera quando uma

companhia é obrigada

a usar o cálculo do

valor justo, mas sim como

fazer esse cálculo.

Brasil figura em 12º lugar em ranking de energias renováveis O Brasil é destaque em estudo recente divulgado pela

Ernst & Young global sobre energias renováveis. Isso porque,

pela primeira vez desde a criação desse ranking, que mede

a atratividade dos países em relação a investimentos com foco

no setor, o País se posiciona em 12º lugar, impulsionado pelo

mercado de energia eólica. Por sua vez, a China, desde agosto

de 2010, tem se mostrado o destino mais atrativo para

investimentos, especialmente devido a projetos de geração

de energia eólica em águas marítimas rasas e pela divulgação

do seu plano “verde” quinquenal.

O índice revela também quatro novos países no ranking.

O Marrocos, por exemplo, ingressa no índice ocupando a 27a

posição, devido a fortes investimentos no segmento de energias

solar e eólica. Taiwan, Bulgária e Chile são os demais destaques.

No ritmo oposto ao Brasil, as economias posicionadas entre

as top 20 registraram uma queda em suas posições. Uma razão

é que a maioria dos países vem enfrentado cenários de redução

de incentivos e restrições de acesso ao capital, o que impacta

novos investimentos em energias renováveis. n

Tax View aborda questões trabalhistas e previdenciárias na construção civilA próxima edição do Tax View — principal informativo da Ernst & Young Terco

na área de Impostos — tem como destaque o gerenciamento de riscos trabalhistas

e previdenciários a que as empresas do setor da construção civil precisam estar

atentas. Em um ritmo acelerado de obras por conta do Minha Casa, Minha Vida

e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como das construções para

a Copa do Mundo e Olimpíada, a fiscalização trabalhista também tem sido crescente.

O número de autos de infração registrados pelo Ministério do Trabalho saltou

232% nos últimos 4 anos. Para reduzir a exposição a riscos trabalhistas e

previdenciários, que podem gerar prejuízos consideráveis em termos financeiros

e de imagem, as empresas precisam de assessoria especializada e o trabalho

realizado pela Ernst & Young Terco nessa área tem sido determinante. n

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A partir de 2013, as

companhias globais não

poderão mais fazer a

chamada “consolidação

proporcional” de joint

ventures. Atualmente, o IASB

permite – por intermédio da

IFRS 11 – que as empresas

registrem sua participação

em empreendimentos

controlados em conjunto

tanto pela via da

consolidação proporcional

como pela equivalência

patrimonial. A decisão,

tomada pelo órgão

internacional, vai significar

ativos e receitas menores

para as companhias afetadas,

embora não sejam esperadas

alterações nos campos de

lucro e patrimônio líquido.

No modelo da consolidação

proporcional, a empresa

registra no seu balanço 50%

de receita, custos, despesas,

ativos e passivos da

investida; já no método da

equivalência, a participação

N o t a s S u s t e n t a b i l i d a d e

Sustentabilidadebate à porta de empresas fechadas

Empresas familiares e de capital fechado seguem exemplo de abertas

e já preparam seus primeiros relatórios de sustentabilidade

13

Reconhecimento de receita de volta às discussõesAs discussões em torno da nova norma

de Reconhecimento de Receita ainda estão longe

de ganhar contornos definidos. Após três anos

de análises conjuntas, o órgão inglês International

Accounting Standards Board (IASB) e o americano

Financial Accounting Standards Board (FASB)

anunciaram no início de junho que irão adiar o envio

da proposta para audiência pública – que aconteceria

até setembro – para rediscutirem alguns pontos

do pronunciamento. Após isso, diz o sócio Julio Braga

Pinto, o conteúdo finalmente deve seguir para

avaliação dos participantes do mercado. “Os debates

tendem a ser intensos, dada a quantidade de

mudanças que a adoção da norma deve gerar junto

às companhias”, avisa.

Entre os impactos que a adoção da nova norma pode

acarretar no dia a dia contábil das companhias,

explica Julio Pinto, está a antecipação ou o

adiamento do recebimento das receitas, o que exige

das companhias maior controle de seus fluxos

financeiros,a partir da adoção de novos sistemas

de informação. né evidenciada em uma

única linha, a do patrimônio

líquido da companhia.

No Brasil, explica o sócio-

líder de Mercado de IFRS

da Ernst & Young Terco,

Paul Sutcliffe, essa mudança

terá impacto significativo.

Isso porque, ao adaptar a

norma internacional, alguns

meses atrás, o Comitê de

Pronunciamentos Contábeis

(CPC) vetou a possibilidade

de se fazer equivalência

patrimonial de joint ventures,

tornando obrigatória

a consolidação. “Agora,

se realmente essa decisão for

tomada, por termos normas

totalmente harmonizadas

com o padrão internacional,

o CPC terá de propor essa

alteração na regra

brasileira”, explica Sutcliffe,

que citou os setores de

energia elétrica, petróleo e

gás e imobiliário como sendo

os mais impactados pela

chegada da nova norma. n

IASB muda registro de participação em joint ventures

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No último dia 27 de maio, às 9h30

da manhã, cerca de 120 pessoas

distribuídas em escritórios no Brasil,

Europa e Estados Unidos preparavam-se

para participar de um conference

call (conferência por telefone).

O assunto era a divulgação de

resultados e iniciativas no campo da

sustentabilidade, e um dos executivos

incumbidos de fazer a apresentação era

David Canassa, diretor de Planejamento

e Gestão do Grupo Votorantim. Apesar

da formalidade exigida, o clima era

de comemoração. Afinal, o grupo iria

apresentar seu primeiro relatório

de sustentabilidade aos investidores

e demais stakeholders. O resultado

da conversa, segundo Canassa, não

poderia ter sido melhor. “Por sermos

uma empresa de capital fechado, não

precisaríamos ter esse trabalho. Mas

a divulgação desse relatório mostra que

a companhia é transparente. E é isso

que queremos”, afirma o diretor.

O exemplo do Grupo Votorantim mostra

que a sustentabilidade não se restringe

mais ao círculo das companhias de

capital aberto. E a alegação de que

a empresa só divulga seu relatório pelo

fato de ser de grande porte – no último

ano, o faturamento do Grupo Votorantim

chegou a R$ 29,5 bilhões – não é

verdade. “Nos últimos anos, é crescente

o número de companhias que vêm

compartilhando com seus fornecedores

de pequeno e médio portes formas

sustentáveis de trabalhar. Para isso,

criam códigos de conduta para

fornecedores e até cartilhas com os

objetivos e cuidados que devem ser

tomados nessa direção. O objetivo

primeiro é a responsabilidade solidária

dentro de sua esfera de influência. Mas

é claro que o fornecedor pode ter seu

vínculo com a companhia rompido caso

suas atitudes representem riscos à

sociedade e ao meio ambiente. Simples

assim”, explica a diretora executiva de

Mudanças Climáticas e Sustentabilidade

da Ernst & Young Terco, Josefa Garzillo.

Apesar de não existirem pesquisas

globais nessa direção, a tendência é de

que os bônus dos executivos também

estejam, cada vez mais, ligados à

questão da sustentabilidade. “Desde a

crise financeira que abalou os mercados,

em 2008, os bônus dos executivos

passaram a ser vistos com olhar mais

crítico. Concomitantemente, o peso da

sustentabilidade continuou aumentando.

A saída encontrada pelas companhias foi

começar a subordinar o pagamento de

seus executivos à sua responsabilidade

em coordenar a adoção de melhores

práticas sustentáveis na companhia.

Resultados de curto prazo passam

gradativamente a ser substituídos pela

visão de perenidade dos negócios”,

analisa Josefa.

A pesquisa “Action amid uncertainty –

The business response to climate

change”, produzida pela Ernst & Young

global, revela essa prática. Segundo o

levantamento, 55% dos 300 executivos

entrevistados indicam que os membros

do conselho executivo ou do C-level

da companhia são as pessoas mais

diretamente responsáveis por embutir

a cultura sustentável na organização.

E seriam eles também os responsáveis

por garantir que diretores, gerentes

e coordenadores administrem riscos

e observem o desempenho sustentável

de suas áreas, por meio de estratégias

de remuneração efetiva.

Reflexo financeiro

O que as companhias de capital fechado

e seus fornecedores estão fazendo

é, na verdade, reflexo do peso cada vez

maior que a sustentabilidade ganha na

imagem e marca das companhias – o

que influi diretamente em seu valor de

mercado. Exemplo disso vem das bolsas

de valores da Europa e África do Sul,

onde as instituições praticamente

exigem das companhias que têm ações

negociadas nessas praças a divulgação

de relatórios de sustentabilidade anuais.

Segundo a representante do Global

Reporting Initiative (GRI) no Brasil,

Glaucia Terreo, essa tendência começou

na bolsa de Johannesburgo, que solicita

de cada uma das companhias

negociadas a divulgação do relatório.

Se a empresa não dispõe desse

documento, é obrigada a informar

o porquê de não fazer essa divulgação.

“É uma prática inteligente, já que coloca

a empresa em uma situação delicada,

em que fica difícil não reportar. O Brasil

teria a mesma necessidade, mas

ainda não vemos movimentação nesse

sentido”, afirma Glaucia.

Para o sócio da Ernst & Young Terco

responsável pela área de Auditoria

em Sustentabilidade, Luiz Marques,

se o Brasil ainda tem pontos a ajustar,

pode-se dizer que caminha a passos

largos quando o assunto é a

contabilização de ações sustentáveis por

meio da adoção do IFRS (International

Financial Reporting Standards). Isso

porque o País é um dos únicos a exigir

a adoção do padrão internacional

de contabilidade também pelas

pequenas e médias empresas. “Ao

exigir essa prática, qualquer tipo de

ação no sentido de reflorestar, adquirir

equipamentos que tornarão suas

operações menos poluentes, produzir

analisando a cadeia reversa do produto

e controlar seus resíduos, ou mesmo

promover algum projeto socialmente

Desastres naturais e sustentabilidade

No último dia 11 de março, um terremoto de 8,9 graus de magnitude atingiu

o Japão e causou prejuízos incontáveis, impactando empresas brasileiras

com negócios no país e japonesas com fluxo comercial para o Brasil.

Mas qual o impacto desse desastre nos reportes de sustentabilidade?

Segundo o sócio de Auditoria da Ernst & Young Terco Luiz Marques, não

é provável que esse tema tenha grande impacto neste ano fiscal.

“Teremos, sim, reavaliações de potenciais investimentos que as empresas

brasileiras tenham no Japão e potenciais perdas que precisam ser

divulgadas. Na mesma linha, também serão reavaliados potenciais

investimentos de empresas japonesas no Brasil. Isso porque, caso estas

tenham dificuldades financeiras em seu país de origem, podem querer

se desfazer desses investimentos para poder seguir com suas operações

no Japão usando os recursos das vendas”, explica Marques.

Em termos de IFRS, o desastre natural acarreta mudanças na aplicação

de certas normas, como hedge accounting, reestruturações, seguros

e obrigações de desativação ou descontinuação de negócios. Para

saber mais, a Ernst & Young global produziu a publicação “Accounting for

the effects of natural disasters under IFRS” – Japan, disponível no site

www.ey.com.br, no link biblioteca.

responsável, terá de ser contabilizados

e preferencialmente verificada por

entidades independentes para dar ainda

mais credibilidade ao assunto. Já não

basta mais ter um ‘selo verde’”, diz

ele, lembrando que o mercado cada dia

mais exige auditoria independente

na informação prestada.

Segundo o sócio, isso aumenta

a visibilidade dessas PMEs junto

a potenciais investidores ou grandes

companhias em busca de fornecedores,

já que pode reduzir o custo de captação

de recursos financeiros para o

negócio e atrair capital humano com

qualificações diferenciadas – uma vez

que as novas gerações de executivos

também colocam foco no assunto

sustentabilidade. “As pessoas não

querem mais trabalhar em uma empresa

que não tem a sustentabilidade como

um dos vetores de seu negócio. Este,

sem dúvida, é um caminho sem volta,

e somente estamos enxergando

a ponta do iceberg. Só terá vantagem

competitiva quem se conscientizar

e tomar ações imediatas sobre

o assunto”, explica Luiz Marques. n

Por sermos uma empresa

de capital fechado,

não precisaríamos ter

esse trabalho. Mas

a divulgação desse

relatório mostra que a

companhia é transparente.

E é isso que queremos.

David Canassa Diretor de Planejamento e Gestão

do Grupo Votorantim

Qualquer tipo de ação

no sentido de reflorestar e

adquirir equipamentos que

tornarão suas operações

menos poluentes terá

de ser contabilizada

e preferencialmente

verificada por entidades

independentes para dar

ainda mais credibilidade

ao assunto. Já não basta

mais ter um ‘selo verde’.

Luiz Marques Sócio responsável pela área

de Auditoria em Sustentabilidade

da Ernst & Young Terco

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a ser concluída nesse processo de

implementação da ICPC 01.

Na data de transição, em 1º de

janeiro de 2009, e nos anos de 2009

e 2010, a aplicação da ICPC 01

produziu impactos contábeis e

financeiros que compreendem:

• Reclassificação da infraestrutura

do ativo imobilizado para ativo

intangível – em boa parte destes

casos, os impactos no patrimônio

líquido e nos resultados não foram

relevantes em relação à prática

contábil anterior;

• Reclassificação da infraestrutura

para ativo financeiro de forma

retroativa – em boa parte dos

casos, os impactos foram relevantes

no patrimônio líquido e nos

resultados de 2009 e de 2010;

• Em um mesmo segmento,

dependendo da forma de adoção

inicial, os impactos foram

relevantes quando a adoção

aconteceu de forma retroativa

e nem tão relevantes para

os casos em que a aplicação

retroativa não foi possível.

Os impactos econômico-financeiros

resultantes do tratamento contábil

dos contratos de concessões estão

na pauta dos diversos interessados

nos negócios de prestação de serviço

público. Além dos interessados em

negócios já existentes e em atividade,

há, por exemplo, investidores que

avaliam como a aplicação dos

conceitos contábeis da ICPC 01 pode

afetar sua decisão de investir ou não

em novos empreendimentos. n

Transparência a favor do crescimentoPor Aderbal Hoppe

Diretor executivo de Financial

Accounting Advisory Services

(FAAS) da Ernst & Young Terco

[email protected]

o preço não é controlado nesses

segmentos. Por sua vez, os

segmentos que aplicaram a IFRIC 12

foram os de saneamento, rodovias

e energia elétrica.

No segmento de saneamento,

as concessionárias são solicitadas

a considerar em suas análises

a diversidade de elementos

da legislação federal, estadual e/ou

municipal que se fazem presentes

nos contratos de concessão e,

consequentemente, impactam

diretamente as características

do negócio. Essa diversidade de

elementos existente nas relações

entre as concessionárias e o Poder

Concedente permite a existência

de uma diversidade de interpretações

sobre a aplicação dos conceitos

contábeis da ICPC 01.

Observa-se que, no segmento de

saneamento, os recursos aplicados na

infraestrutura não estão classificados

contabilmente de modo uniforme,

ou seja, foram classificados: i)

no intangível; ii) parte no intangível

e parte no ativo financeiro; ou iii)

no ativo imobilizado. Em alguns

casos, essa diversidade resultou na

existência de ressalva nos relatórios

de auditores independentes,

contestando a forma de classificação

adotada pela concessionária.

De forma similar à registrada

no setor de saneamento, no

segmento de rodovias também se

constata diversidade nos elementos

das relações entre Poder Concedente

e concessionárias e que o tratamento

contábil para os contratos de

O tratamento contábil dos contratos

de concessão é um tema complexo

que tem sido objeto de constantes

análises. As questões contábeis

suscitadas por esse tema permeiam

diversas normas e, para orientar

a contabilização de direitos e

obrigações pelas concessionárias,

o International Accounting Standards

Board (IASB) emitiu ainda em

2006 a IFRIC 12 – Contratos

de Concessão, para aplicação em

2008. No Brasil, em 2009, o

Comitê de Pronunciamentos

Contábeis (CPC) emitiu a ICPC 01,

para aplicação em 2010.

A aplicação da IFRIC 12 deve

acontecer na estrutura dos

prestadores privados de serviço

público em que existam os seguintes

elementos:

• Contrato de concessão firmado

com o Poder Concedente;

• Poder Concedente controla

ou regula:

Qual serviço deve ser prestado

Para quem o serviço deve ser

prestado

Qual preço deve ser praticado;

• A infraestrutura deve ser devolvida

ao Poder Concedente no final

do período de concessão.

A decisão se a concessionária

de serviço público deve aplicar

a IFRIC 12 pode passar por análises

complexas, como, por exemplo,

quando parte da receita é regulada

e parte, não.

Um dos principais objetivos

para a edição da IFRIC 12 pelo IASB

foi o de reduzir a diversidade no

tratamento contábil dos contratos

de concessões. No Brasil, além

da ICPC 01, que reproduz a IFRIC 12,

o CPC emitiu a OCPC 05.

A IFRIC 12 exige que os recursos

utilizados para o desenvolvimento

da infraestrutura não sejam

classificados como ativo imobilizado,

mas sim como ativo intangível,

ativo financeiro ou modelo bifurcado

(parte no ativo financeiro e parte

no intangível).

No modelo do ativo intangível,

o operador reconhece um ativo na

medida em que recebe o direito de

cobrar do usuário do serviço público

pelo consumo da infraestrutura

na prestação do serviço. Neste

modelo, o concessionário incorre

no risco de demanda.

Já no modelo de ativo financeiro,

o operador reconhece um ativo

financeiro na medida em que tem o

direito incondicional de receber uma

retribuição do concedente. Este

modelo pode ser aplicado quando o

concedente dá uma garantia explícita

ao operador sobre a quantidade

de receitas a serem recebidas durante

o período total da concessão.

No Brasil, os principais prestadores

de serviços de utilidade pública

que não aplicaram a IFRIC 12 nas

demonstrações contábeis do exercício

encerrado em 31 de dezembro

de 2010 foram segmentos de

telecomunicações e ferrovias, uma

vez que o entendimento é que

concessões também foi registrado

de forma diversificada. Constata-se

que há concessionárias que

reconheceram contabilmente

obrigações contratuais – impactando

contas de ativos, passivos

e resultados –, mas há outras

ainda que listaram características

de contratos, divulgando isso

em notas explicativas dentro de

suas demonstrações contábeis.

No segmento de energia elétrica,

as distribuidoras e transmissoras

aplicaram a ICPC 01, o que se revelou

consistente com os limites técnicos

complementados e reunidos na OCPC

05. Em alguns casos específicos,

a ICPC 01 foi aplicada em geração

de energia elétrica.

Independentemente do segmento

de atuação de prestação de serviço

público, se observa que conceitos

como reconhecimento da margem na

fase da construção e reconhecimento

contábil ou não de obrigações

contratuais (como Uso do Bem

Público – UBP em geração de energia

elétrica) ainda são objeto

de análises e discussões.

Além dos desafios técnicos, a

aplicação da ICPC 01 gerou

demandas de informações contábeis

e financeiras, que, em um primeiro

momento, foram geradas

essencialmente com técnicas não

automatizadas em sistemas

integrados, ou seja, com base em

relatórios e planilhas eletrônicas. A

complementação de procedimentos e

de controles internos automatizados

consiste em uma importante etapa

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novos integrantes à vista?

Grupo dos países emergentes

deve ganhar novos participantes, como

o México, Coreia, Indonésia, Turquia,

Egito, Paquistão, Gana e Moçambique,

entre outros

Além dos BRICs - Perspectivas de Fred Bergsten para os emergentes

Coreia • País de renda média com crescimento sólido e sustentável – PIB com alta ao redor de 3,5% –, a Coreia

pode ser o próximo a ingressar no badalado grupo dos emergentes. “Poderíamos soletrar BRIC como B-R-I-C-K?”,

brinca o diretor do Peterson Institute for International Economics. Segundo o professor, o país tem uma

política de comércio exterior agressiva e, se partisse para a unificação, poderia resultar em um banco de talentos

de baixo custo e um mercado doméstico ainda maior.

Taiwan • Classificado por Bergsten como um centro de comércio ideal, a Ilha de Taiwan – assim como sua

vizinha Coreia – é também um país com economia em crescimento acelerado e com renda média em ascenção,

condições que possibilitam a ele tornar-se um centro regional de negócios. Nessa linha, uma de suas principais

vantagens é ter um forte potencial para relações aquecidas com países do continente.

Paquistão • Com uma alta do seu PIB de ao menos 7% antes do longo período de guerras que acometeu

o país, o Paquistão começa a experimentar um retorno ao crescimento. “É uma história de potencial sucesso,

mas, para isso, é preciso que a questão de segurança se resolva”, diz Bergsten, explicando que uma possível

reunificação com a Índia poderia simplificar sua trajetória de volta aos bons resultados.

Egito • O país, que em 2010 cresceu notáveis 5%, deve, segundo expectativas do diretor do Peterson Institute

for International Economics, experimentar um retorno ao crescimento embasado em uma boa governança.

“O país está fazendo boas escolhas para reconstruir um caminho para acordos comerciais com os Estados

Unidos”, explica o professor.

África • “Seria a próxima parada da globalização?”, questiona Bergsten, lembrando que, apesar de o continente

ainda estar imerso em questões sociais e econômicas, existem nele nações pequenas, mas de rápido crescimento

(em torno de 6% a 7% do PIB). Os destaques estariam em Gana, Moçambique, Mali e Tanzânia. Nesse sentido, o

desenvolvimento de um acordo comercial pan-africano poderia levar a um crescimento mais rápido do continente.

O Brasil, Rússia, Índia e China não estão mais sozinhos no

grupo dos países que carregam o crescimento mundial.

Começam a ingressar também no grupo dos chamados BRICs

países como México, Coreia, Indonésia e Turquia, que, juntos,

devem fortalecer o conjunto inicial de nações que, hoje,

já contabilizam a metade da economia mundial em termos

de produção total. A afirmação, do professor Fred Bergsten,

diretor do Peterson Institute for International Economics,

foi feita no último dia 7 de junho, durante o Global Growth

Forum (GGF) – evento realizado pela Ernst & Young global

para discutir as tendências de crescimento mundial.

“As economias emergentes são, hoje, claramente, os

condutores da economia global e continuam com sua parcela

em rápido crescimento. Em uma década, esses países irão

representar dois terços da economia global porque crescem

duas a três vezes mais rápido que as nações maduras”,

explicou Bergsten, citando questões como o crescimento

da classe média e do potencial de consumo e a necessidade

de adoção de reformas tributárias e de incentivos fiscais

como algumas das razões para o crescimento do grupo.

Nessa linha, todos os países pertencentes aos BRICs,

adicionados de México e Coreia, já atingiram,

individualmente, 1 trilhão de dólares de Produto Interno

Bruto (PIB). E no limiar de chegarem a esse mesmo

patamar estão Indonésia e Turquia – todos pertencentes ao

grupo dos 20 países mais ricos, ou G20. “Essas oito nações

têm escala e papel suficiente na economia mundial

para estar em sua lista de atenção”, registra Bergsten.

Apesar do surgimento de novas potências, o Brasil está

longe de perder seu lugar de destaque. “Está muito claro que,

entre os países emergentes, o Brasil ocupa uma posição

de evidência em relação à maior parte dos países. Somos

uma nação jovem que conta com estabilidade e maturidade

econômica e necessidade de investimentos de longo prazo

para suprir esse crescimento de alto impacto que está

registrando”, explica o presidente da Ernst & Young Terco,

Jorge Menegassi, também presente no evento.

Assim como em aplicações financeiras a boa rentabilidade

passada não significa a garantia de bons retornos no

futuro, o País não deve acreditar que continuará a reproduzir

altas de 7,5% em seu PIB – como registrado em 2010 –

somente com as reformas que produziu até agora. “O Brasil

precisa mostrar capacidade de investir em infraestrutura.

Esse upgrade é fundamental não somente por conta

dos megaeventos que o País irá sediar, como a Olimpíada

e a Copa do Mundo. Aliás, mesmo que esses eventos não

acontecessem aqui, a construção e a melhoria de estradas,

aeroportos, ferrovias e portos, por exemplo, são críticas para

sustentar o crescimento do País”, explica Menegassi.

Além das oportunidades, existem também os desafios no

caminho do crescimento do País. Alguns são bem conhecidos,

como as reformas tributária, trabalhista, previdenciária etc.

Há outros, no entanto, que começam a entrar na pauta

institucional do País. Um deles e o mais importante, segundo

Menegassi atende por educação. “Se o País quer sustentar

um crescimento de 5% a 8% ao ano, precisa de mão de

obra qualificada”, diz o presidente da Ernst & Young Terco,

que lembra que dados do Ministério da Educação dão

conta de que, em 2009, crianças e adolescentes registraram

somente 4,6 anos de estudo no ensino fundamental.

Segundo projeções do órgão, a meta é aumentar esse total

para seis anos até 2021. n

I n t e r n a c i o n a l

Page 11: International Financial Repor ting Standards AssuranceJournalFILE/... · de controle e treinamento de profissionais. Além dessa reportagem, a publicação registra ainda como a temática

Empreender, começar do zero.

Nós conhecemos bem a sua história.

Empreender, crescer e ser líder de

mercado não é uma questão de sorte.

O ambiente de negócios, cada vez mais

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riscos e das oportunidades. A constante

evolução tecnológica, mudanças nas

estruturas de negócios e o dinamismo

do mercado global são fatores

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