intermediações financeiras, seu papel

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  • 8/8/2019 Intermediaes financeiras, seu papel

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    Disciplina: ECONOMIA

    Elementos do Grupo:

    Helton Xavier

    Belquice Massinguine

    Abner Foia

    Jos

    Docente:

    Dr. Barros

    TURMA B

    Maio de 2003

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    As empresas de intermediao financeira conduziram a fortes transformaesestruturais que se traduziram, ainda que de maneira diferenciada, nos sistemasorganizacionais e nos processos de trabalho, com concomitantesconsequncias ao nvel da reduo da margem financeira. Em face desta situaoos bancos e as seguradoras a operar desenvolveram estratgias de expanso com

    grande influencia sobres os custos e competitividade (por exemplo, atravs doposicionamento em novos mercados geogrficos, da abertura de novas agncias eda multiplicao de produtos e servios, alguns de carcter misto banco-seguros), movimento reforado com os processos de concentrao empresarial ede aquisio de empresas seguradoras por parte da generalidade dos grandesgrupos financeiros.

    DEFINIO DA INTERMEDIAO FINACEIRA

    Designa-se por INTERMEDIAO FINANCEIRA, a actividade desenvolvida porinstituies financeiras com o objectivo de canalizar as poupanas dos agentes

    superavitrios para agentes deficitrios.

    INTERMEDIAO FINANCEIRA E ESPECIALIZAO COMERCIAL

    Thornsten Beck, do Banco Mundial, pesquisou a validade de se adicionar umelemento a tal conjunto de explicaes, a saber, o grau de desenvolvimento daintermediao financeira - bancria e/ou no-bancria - nos pases1. Um factoanteriormente observado em trabalhos por ele citados o de que, por vriosmotivos, as firmas instaladas em diferentes ramos produtivos exibem grausdistintos de absoro de recursos de terceiros, com tais caractersticas setoriaismantendo-se similares entre os pases. Logo, economias que tenham maior

    competncia na intermediao financeira, reduzindo as margens entre captao eaplicao e o racionamento na oferta de capital, reforam a aquisio devantagens comparativas nos ramos em que for intenso esse aporte de fundos deterceiros.

    claro que h uma questo de causalidade envolvida, presente em toda aliteratura que aponta o desenvolvimento da intermediao financeira comorequisito - e no como um resultado automtico - do crescimento econmico e daacumulao de capital. de fato mais plausvel o aperfeioamento daintermediao quando existe uma massa de riqueza acumulada circulando narbita financeira. Contudo, a evidncia sugere que o incio de um crculo virtuosoentre finanas e crescimento no pode se dar sem condies mnimas deoperao eficiente da intermediao financeira.

    Do ponto de vista brasileiro, constata-se o carcter crucial do aperfeioamento naintermediao financeira. Apenas com a governana corporativa adequada nolado de tomadores de recursos e, no outro, instituies e mercados financeiros

    1(Desenvolvimento financeiro e comrcio internacional: h uma ligao? Banco deMundo WPS 2608, Maio, 2001).

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    capazes de suplantar os problemas decorrentes da assimetria de informaesentre aplicadores e captadores ser possvel reduzir os atuais elevados custos dofinanciamento externo s empresas, aproximando-os dos custos doautofinanciamento. Ser tambm relevante tanto uma reforma tributria quediminua a cunha fiscal sobre a intermediao financeira, quanto uma reforma

    judiciria que retire o actual vis pr-inadimplncia empresarial no Brasil.Conclui-se da pesquisa de Beck um canal adicional de transmisso doaperfeioamento na intermediao financeira ao crescimento brasileiro.

    ACTIVIDADE BANCRIA

    O objectivo principal de um banco comercial a intermediao de recursosfinanceiros entre os demandantes de crdito e os poupadores, o que pode serdenominado de compra e venda de dinheiro.

    A intermediao resulta da aquisio de recursos ociosos de clientes poupadoresou de outras Instituies de Crdito (recursos de terceiros) e/ou a utilizao derecursos prprios para emprestar aos clientes que necessitam de recursos parainvestimentos, capital de giro, etc.

    Na intermediao, podem ser distinguidos os seguintes grupos de actividades:

    Passivo: aquelas destinadas captao de depsitos vista, depsitos a prazo,depsitos de poupana, etc.

    Activo: as encarregadas de efectuar os emprstimos, descontos, financiamentos,etc.

    Para realizar essas tarefas de forma eficiente, os bancos incorrem em custosoperacionais. Via de regra, os bancos esto estruturados em diversas unidades denegcios, que so de denominadas de Agncias ou Postos de AtendimentoBancrio (PAB), onde, normalmente, ocorre a captao, a alocao e a prestaode servios.

    Algumas actividades so efectuadas de forma centralizadas, como o recolhimentodo depsito compulsrio ao Banco Central, captao de recursos no mercadointerbancrio (CDI), entre outras.

    RECEITA DAS INSTITUIES FINANCEIRAS

    A receita operacional dos bancos possui duas fontes distintas:

    Receita financeira: Refere-se aos juros contabilizados relativos aos recursosemprestados a terceiros, ou seja, das operaes de crdito.

    Receita de tarifas: So as rendas auferidas pelos servios prestados pelaorganizao.

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    CUSTO DAS INSTITUIES FINANCEIRAS:

    Os custos operacionais de um banco so classificados em financeiros eadministrativos.Custos financeiros: So os juros decorrentes da captao de recursos, ou seja, opagamento efectuado ao cliente poupador, referente ao perodo em que deixou odinheiro depositado no banco.A contabilizao desses custos efectuada por espcie, facilitando a identificaodo valor pago para os recursos captados em depsito a prazo, depsito depoupana, etc.Custos administrativos: So os gastos incorridos nas actividades de compra evenda de recursos e na administrao dos negcios do banco, ou seja, o custo daestrutura operacional que do suporte as actividades da empresa (pessoalprocessamento de dados, comunicaes, aluguel, manuteno, depreciao, etc.).Esses custos so registrados contabilmente nas contas de despesasadministrativas da instituio segundo a sua natureza (pessoal, processamento,etc.) e por centro de responsabilidade.Para calcular o custo operacional de cada produto, a organizao poder optarpelo sistema custeio ABC, Varivel, absoro, etc., conforme necessidades eobjectivos da mesma.

    RESULTADO DA INTERMEDIAO FINANCEIRA OU MARGEMFINANCEIRA

    A margem de intermediao financeira obtida pela diferena entre a receitafinanceira (juros auferidos) das operaes de crditos e das despesas financeiras(juros pagos) ao cliente poupador.

    Assim temos:(+) Receita financeira(-) Despesa financeira(=) Margem financeira

    RESULTADO OPERACIONAL

    A partir do resultado da intermediao financeira, (determinado no item

    anterior) agregam-se as rendas operacionais no financeiras (tarifas) e deduzem-se as despesas operacionais no financeiras (administrativas), conforme segue:

    Margem Financeira(+) Rendas de Tarifas(-) Despesas Administrativas

    Margem de intermediao Financeira diferena entre juros recebidos(concesso de crdito) e juros pagos (depsitos) pela instituio

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    (=) Resultado Operacional

    ASPECTOS DAS INFORMAES DE RENTABILIDADE E CUSTOSEM BANCOS

    Dentro do contexto de prestao de servios, existem duas categorias genricasde produtos em bancos: os produtos de Intermediao Financeira, queconsiste na captao e aplicao de recursos; e os Servios Prestados aosClientes, tais como o recebimento de contas, cobrana de ttulos e arrecadaes.

    Nas instituies financeiras os ganhos basicamente advm das ReceitasFinanceiras (ou receita com intermediao financeira) decorre das operaes decrdito (activas) realizadas, e pelas Receitas de Servios provenientes das tarifascobradas sobres prestao de servios.

    PRODUTOS INTERMEDIAO FINANCEIRANa empresa industrial, o ganho por produto correspondente ao seu preo devenda menos os seus custo totalmente variveis, normalmente a matria-prima.Inicialmente deve-se definir preo e custo totalmente varivel nos produtosbancrios.

    Em se tratando de intermediao, a receita depende do volume e da taxa dasoperaes de emprstimos, enquanto os custos dependem do volume e taxas decaptao de recursos, o que gera um diferencial ou uma margem financeira.Como o banco tem mais de uma forma de captao e mais de uma forma deemprstimo, e eles acontecem simultaneamente, no possvel avaliar o ganho

    de cada produto separadamente.Por outro lado devemos levar em considerao que o ganho, no caso deintermediao financeira, pode ser fortalecido atravs do aumento do volumenegociado e/ou do spreadpraticado.

    Medidas de Desempenho Produtos de Intermediao

    Receita Receita Financeira

    (-) Custos totalmenteVariveis

    Custos Financeiros (e custos no financeiros quesejam totalmente variveis)

    = Ganho Margem Financeira

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    INSTITUIES DE INTERMEDIAO FINANCEIRA

    So instituies no monetrias que no sendo instituies de crdito ouauxiliares de crdito, exerce alguma funo de crdito ou qualquer outraactividade que possa afectar de forma significativa o funcionamento do mercadomonetrio ou financeiro.

    Na categoria das instituies de intermediao financeira (IIF), existemdiferentes tipos de sociedades que podem desenvolver diferentes actividadesdentre aquelas que so permitidas s IIF em geral. Quer isto dizer que, se podemautonomizar vrias espcies de entidades atendendo ao seu objecto, todas elasfieis a definio bsica e comum das IIF.

    Assim, podemos destinguir aos seguintes sociedades:

    a) Sociedade de Locao Financeira (Leasing)

    b) Sociedade Gestora de Fundos de Investimento

    c) Sociedade Financeira para aquisio a Crdito

    d) Sociedade de Factoring

    e) Sociedade de Desenvolvimento Regional

    f) A Lunaivest

    a) SOCIEDADE DE LOCAO FINANCEIRA (Leasing)

    Para melhor definir o conceito de LOCAO FINANCEIRA ouLeasing, atente noseguinte caso prtico:

    O Joo pretende adquirir uma viatura, mas este no tendo dinheiro suficientepara a aquisio da viatura recorre a Sociedade de Locao Financeira, com aqual assina um contrato.

    O Joo escolhe a viatura, a Sociedade compra-a (se que no a possui j) e vaialoc-la ao Joo por um perodo de tempo, mediante o pagamento de uma renda.

    O contrato estabelece que o Joo dever pagar uma renda constante (que tem emconta o valor da viatura, a taxa de juro utilizada na operao e o valor residual

    do bem objecto de locao), durante o perodo estipulado pelo locador, no finaldo qual a viatura estar paga.

    Nessa altura, o Joo poder decidir se lhe interessa ficar coma viatura, ou,eventualmente, troc-la por uma outra mais moderna, ficando a pagar uma novarenda.

    Valor residual constitui o preo de compra do bem, acordado no inicio do contratoe a pagar no termo do mesmo.

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    Em linhas gerais, podemos dizer: saber financiar-se a base do sucesso. Onegcio da renda pode modernizar o seu investimento. O segredo simples: escolha o bem, a locadora compra e voc vai amortizando asua dvida.

    Desta forma podemos definir:Leasing como sendo o contrato pelo qual uma das partes se obriga, contraretribuio, ao conceder a outra o gozo temporrio de uma coisa, adquirida ouconstruda por indicao desta e que a mesma pode comprar total ouparcialmente, num prazo convencionado, mediante o pagamento de um preodeterminado ou determinvel, nos termos do contrato.

    VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LEASING

    VANTAGENS:

    Entidade que vaiutilizar o bem(locatrio)

    Sociedade deLeasing(locadora)

    Vendedor(fabricante oudistribuidor)

    Contrato de locao

    Concede o gozo temporrio de uma coisa

    Paga a renda

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    As rendas entre locadoras e locatrio so negociveis; Vantagens fiscais tanto para os locatrios como para os locadores; Simplicidade de acesso, e a grande rapidez de resposta e Facilita a renovao do parque tcnico, industrial, imobilirio do locatrio.

    DESVANTAGENS:

    A propriedade do equipamento ou imvel mantm-se na locadora durante operodo do contrato, o que partida limita a possibilidade do dispor do bemobjecto da locao;

    Severas clusulas gerais em caos de incumprimento do contrato; Tomam-se cada vez mais esbatidas a s diferenas com outros tipos de

    financiamento e As taxas de juros so muitas elevadas que as dos emprstimos bancrios.

    b) SOCIEDADES GESTORAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

    Conjunto de valores mobilirios pertencentes a uma pluralidade de pessoas,singulares ou colectivas, em que cada participante ser titular de quotas partesdos valores que os integram (unidades de participao).

    Os fundos tm por fim exclusivo a constituio de uma carteira diversificada de valores mobilirios, permitindo a diviso dos riscos e a rentabilidade dasoperaes. Por outro lado, os fundos so organismos colectores de poupana, poroutro, constituem veiculo de investimento colectivo.

    A SGFI tem por objecto exclusivo a administrao, gesto e representao de umou mais fundos de investimento da mesma natureza.

    Assim, uma SGFI pode gerir mais do que um fundo (sendo normalmente maisconhecido o nome do fundo do que a da sociedade gestora), desde que sejamtodos mobilirios (com todos imobilirios, nos casos em que tal permitido).Deste modo a sociedade vai especializar-se no mercado de capitais, aces,obrigaes ttulos de participao.

    ACTIVIDADE

    A SGFI no acto da sua administrao desempenha as seguintes operaes:

    Valores mobilirios so produtos financeiros, emitidos em conjuntoshomogneos, que conferem direitos idnticos aos seus titulares, negociveis nomercado organizado.

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    Representa os participantes do fundo (em todas as circunstanciasrelacionadas com suas participao);

    Selecciona os valores que constituem o fundo efectua (ou autoriza os bancosdepositrios a efectuarem as respectivas operaes de compra e venda);

    Emite os certificados de participao no fundo (determinando o seurespectivo valor) e autoriza o seu reembolso, e

    Mantm em ordem a sua escrita prpria e a escrita do fundo.

    VANTAGENS:

    As vantagens que advm do recurso a SGFI esto dispostas em trs planos,nomeadamente:

    RENTABILIDADE

    A gesto assegurada por equipas tecnicamente especializadas e conhecedorasdos mercados onde actuam.

    A dimenso das carteiras permite economia de escala

    O participante tem acesso a investimentos e a mercados que no esto aoalcance do investidor isolado.

    SEGURANA

    A dimenso das carteiras permite uma maior diversificao por ttulos e/oupor mercados dai resultando uma minimizao do risco;

    A credibilidade e a imagem das instituies depositrias funcionam como umagarantia para o investidor

    Transparncia na gesto: o participante informado de forma assdua dosactos e operao do fundo.

    LIQUIDEZ

    As detentoras das unidades de participao em fundos abertos podem, emqualquer momento requerer o reembolso dos mesmos junto dos depositrios.

    Os detentores de unidades de participao de fundos fechados podem, emqualquer momento vende-loatravs da bolsa.

    c) SOCIEDADES FINANCEIRAS PARA AQUISIAO DE CRDITO

    Aqueles em que possvel comprar e vender em qualquer altura S em bolsa ou no fim da vida do fundo, possvel receber-se o produto doinvestimento.

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    A possibilidade de se efectuarem aquisies a crdito vai facilitar o acesso aoconsumo de bens e/ou servios, quer dos indivduos quer das instituies.

    Contudo, para no se entrar em confronto com objectivos macro-econmicos,como o caso do reforo da poupana e a conteno da inflao, necessrioregulamentar a actividade desta instituio.

    Vejamos, ento, qual a actividade desenvolvida pelas Sociedades Financeiraspara Aquisio de Crdito (SFAC), atravs de um caso concreto:

    A empresa Spacelaser, LDA acabou de receber uma encomenda de 30 monitorespara a mocrocirurgia a laser.

    O hospital em causa tinha sublinhado, aquando do acordo de compra, que noteria capacidade financeira para efectuar um pronto pagamento. No entanto, aSpacelaser, LDA atravessa momentaneamente um perodo de dificuldades detesouraria e teria toda a convenincia em receber a totalidade do pagamentoduma nica vez. Nestas circunstancias, a Spacelaser, Lda estabelece um contratocom uma SFAC, de acordo com os seguintes termos:

    A SFAC paga imediata e totalmente a Spacelaser a dvida do hospital Este fica obrigado a pagar a SFAC a sua dvida em prestaes mensais (mais

    juros, evidentemente que constituem, alis, a remunerao da SFAC;

    Concludo, pode dizer-se que a SFAC concedeu financiamento para a aquisio acrdito de um bem, beneficiando quer o fornecedor (Spacelaser); quer oadquirente (hospital), a que, tal como lhe convinha, efectuou o seu pagamento namodalidade a crdito.

    Recorrendo a um esquema teramos:

    SFAC: instituio que tem por objecto exclusivo o financiamento ao

    fornecedor ou ao adquirente, da aquisio a crdito de bens ouservios.

    Pode financiar a aquisio a crdito de vrias formas atravs de:

    Concesso de crdito directo ao fornecedor ou ao adquirente; Desconto de ttulos de crdito (de letras, por exemplo) ou outras formas de

    negociao destes ttulos; Prestao de garantias; Antecipao de fundos, sobre crditos da SFAC.

    Alm do financiamento, a SFAC pode ainda realizar gesto de crditos.

    VANTAGENS PARA O FORNECEDOR Realizao imediata dos crditos que possui sobre os clientes; Reduo do risco envolvido e implcito de concesso de crdito; Prestao de servios conexos nomeadamente a simples gesto de crditos.

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    VANTAGENS PARA O ADQUIRENTE

    Simplicidade e rapidez de deciso; Reembolso flexvel e ajustado a medida da capacidade de gerar meios; Libertao de meios que, que assim ficam disponveis para a actividade

    corrente.

    SOCIEDADE DE FACTORING

    As confeces Rainha, Lda uma empresa industrial txtil e de confeces, acabade assinar uma importante contrato de exportao.

    Em vez de seguir o processo habitual de enviar mercadoria para o estrangeiro e irrecebendo gradualmente o seu dinheiro, a confeces Rainha, Lda optou poroutro sistema. Com efeito, celebrou um contrato com a SOCIEDADE DEFACTORING que se encarregou de fazer a cobrana junto do cliente estrangeiro,de cobrir o risco de transao e ainda de reembolsar a confeces Rainha, Ldatotal e imediatamente, como se esta tivesse realizado uma venda a prontopagamento. Este o caso concreto de transao comercial intermediado por umaSOCIEDADE DE FACTORING e em que intervm.

    Um fornecedor de bens ou servios (confeces Rainha, Lda). Um intermedirio financeiro (Sociedade Factoring) Um cliente (neste caso, um comprador estrangeiro).

    exactamente a reduo entre o fornecedor e o intermedirio financeiro queinteressa aqui focar, pois entre estes dois elementos que se estabelece ocontrato de Factoring.

    Visualizaremos, melhor os intervenientes no Factoring e suas relaes atravs doseguinte esquema:

    O Factoring consiste na tomada por intermdio financeiro (o factor) dos crditosde curto prazo, que fornecedores de bens ou servios (os aderentes) constituemsobre os seus clientes (os devedores).

    Repara que, no exemplo anteriormente citado, se as confeces Rainha, Ldaentregassem o produto e aguardasse que este lhe fosse pago gradualmente atuma certa data limite, estaria a conceder ao seu cliente um crdito a curto prazo.So estes crditos a curto prazo que so tomados/comprados pelas Sociedades deFactoring.

    Como actuam as estas sociedades:

    Prestam um servio administrativo empresa, uma vez que cobram do clienteos crditos tomados e os que gerem de modo especializado (servio). Garantem os riscos desses crditos (garantia de crdito) Pagam antecipadamente ao fornecedor os crditos tomados (financiamento)

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    MODALIDADES DE FACTORING

    Sem a funo de financiamento Com a funo de financiamento

    Naturality factoring Factoring total ou ConventionalFactoring

    Sem a funo garantia do crdito Com a funo garantia do crdito

    Factoring com recurso (o factor assumeo risco de o cliente no lhe pagar erecorre ao fornecedor/aderente)

    Factoring sem recurso (o factor assumeo risco de o cliente no lhe pagar e; norecorre ao fornecedor).

    Podemos, identificar um pouco melhor algumas caractersticas de factoring:

    Destinatrio Contrato Remunerao

    DESTINATRIO

    So normalmente as pequenas e mdias empresas que no tem em princpio umaestrutura administrativa que lhes permita agressividade na cobrana e gestoespecializada de crdito. So tambm empresas em rpido crescimento. Contudo,o factoring aplicvel a qualquer empresa que tenha uma carteira de clientesregular.

    CONTRATO

    O aderente assina um documento em consta o conjunto das obrigaescontratuais, nomeadamente as clusulas de:

    Exclusividade - durante esse tempo no aderente no poder fazer contratoscom outras sociedades de factoring

    Credibilidade - a totalidade de crditos de curto prazo que o aderente possuisobre o universo de devedores previamente definido, dever ser entregue aofactor.

    Remunerao do Factoring - o aderente pagar uma comisso de factoring,que negociada, dependendo de aspectos como o nmero de devedores e suaqualidade, prazo mdio de crdito e riscos especficos de exportao.

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    AS VANTAGENS DE FACTORING (aderente)

    mbito vantagens

    Servios de cobrana e gesto decrditos bancrios

    Maior racionalizao dos serviosadministrativos

    Maior agressividade nas cobranas

    Garantias dos crditos Crditos de aderente garantidas a100%

    Apoio Financeiro Evita variaes conjunturais decrdito bancrios

    Facilita a gesto de tesouraria

    e) SOCIEDADE DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

    Aso sociedades annimas que tem por objecto: A promoo do investimento produtivo na rea da respectiva regio e porfinalidade o apoio ao desenvolvimento econmico e social do mesmo.

    As SDR's promovem a dinamizao do investimento e das relaes empresariais,tendo em vista o aproveitamento dos recursos endgenos e das potencialidadesda respectiva rea geogrfica de actuao em conformidade com os objectivos dapoltica de desenvolvimento regional.

    Para atingir os seus objectivos, as SDR's:

    Realizam operaes financeiras;

    Prestam servios conexos contribuem para a realizao do desenvolvimentoeconmico regional, em termos de melhorar a qualidade de vida daspopulaes e criao de emprego;

    Divulgam informaes relevantes para o investimento e desenvolvimentoeconmico e regional.

    Promovem a obteno de crdito a mdio e longo prazo junto de instituiesde crdito

    No entanto, existem actividade que lhes esto vedadas, como por exemplo:

    O exerccio directo de qualquer actividade agrcola, industrial ou comercial;

    A participao no capital social, a concesso de crdito e a prestao degarantias e quaisquer instituies de crdito.

    Para alm dos seus capitais prprios, os recursos das SDRs provm das seguintesfontes.

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    Repare que as SDR's apresentam algumas potencialidades interessantes: por umlado, podero acelerar o desenvolvimento econmico - social da regio e poroutro lado podero prestar apoio tcnico e financeiro dos agentes econmicos

    locais.A LUNAIVEST

    A Lunainvest sociedade financeira Lunat, S.A.R.L. uma sociedade annimaque tem por objecto o exerccio da intermediao financeira. Dentro das referidasactividades de intermediao financeira, a sociedade ter por objecto o exercciode operaes activas e passivas e a prestao de servios.

    Vejamos ento, em primeiro lugar, as operaes activas e a prestao de servios:

    Operaes de locao financeira (Leasing) Constituio e gesto de fundos de investimento (mobilirios)

    Gesto econmica - financeira de investimento, fundos pblicos e carteiras dettulos ou outros valores.

    No quadro das operaes passivos, a sociedade poder proceder obteno decrdito por razo no superior a um ano, na modalidade conta correntecaucionada, junto das instituies de crdito nacionais, com vista ao seurefinanciamento.

    Comisso deObrigaes

    Crdito na

    modalidadede contacorrenteconcedidoela

    Financiamento concedidoporinstituiesde crdito

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    FONTES DE FINANCIAMENTO

    As formas de financiamento mais utilizadas pelo micro e pequenas empresas(MPEs) na actualidade, abrangendo o financiamento pelo sistema bancrio e asalternativas menos formais de financiamento, com destaque para oautofinanciamento (por exemplo, o uso de recursos pessoais de scios, parentes e

    amigos, o financiamento via administrao do fluxo de caixa, etc.).Sabe-se que no geral, o sistema bancrio tradicional pouco utilizado pelas Microe pequenas empresas. As formas de financiamento por intermdio do sistemabancrio so hoje bem menos utilizadas do que no passado. Contribuem para issoo elevado nvel das taxas de juros que so praticados nos ltimos tempos, aburocracia e as exigncias impostas pelos bancos comerciais, (P.e. a apresentaodo teste de HIV/SIDA), a averso dos pequenos empreendedores a tomaremprstimos e a desconfiana com relao conduo da poltica econmica.

    Como exemplo, numa recente pesquisa levada a cabo pelos SERVIOS DEAOPIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SAO PAULO (SEBRAE-SP) no

    Brasil, concluiu que o nmero de MPEs tomadoras de emprstimos poderia ser bem superior ao actual, caso houvesse uma reduo nas taxas de juro hojepraticadas e se fossem reduzidas s exigncias e a burocracia para a concesso denovos emprstimos.

    Das alternativas que as MPEs dispem para se financiar, actualmente, as quemais se destacam so o pagamento de fornecedor a prazo #, o uso de cheques pr-datados e o uso de cheque especial e/ou carto de crdito para pagar as contas daempresa.

    As trs alternativas mais utilizadas actualmente tm sido utilizadaspor um nmero maior de empresas do que no passado. Todas as demaisalternativas de financiamento, em especial as que implicam trabalhar com taxasde juro de mercado (p.ex. emprstimos com bancos privados) vem sendo menosutilizadas na actualidade que no passado, havendo maior recurso s instituiesde intermediao financeiras, o que evidencia uma tentativa de fuga dessasformas de financiamento.

    OS EMPRSTIMOS BANCRIOS CONVENCIONAIS E AS MPEs

    O pouco uso dos emprstimos bancrios convencionais por parte das empresas,pode estar associado s dificuldades encontradas para tomar emprstimos emnome da PESSOA JURDICA.

    Ao solicitar um emprstimo em nome da sua empresa, o empresrio tem deatender a uma srie de exigncias: garantias reais(imveis, outros bens, depsitocauo, etc), apresentao do contrato social da empresa, 2 a 3 balanos,comprovao de facturamento, comprovao de bens da empresa e de scios,declarao de imposto de renda da empresa no ltimo exerccio, documentos dos

    Este tipo de financiamento pode verifica-se em Moambique, bastando para issoobservar mesmo na nossa vida diria, levamos material de construo as lojasespecializadas e pagamos ao poucos at amortizao total da dvida.

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    scios/dirigentes e avalistas/fiadores, fichas de cadastro da empresa e dosscios/dirigentes, etc.

    Em funo das dificuldades encontradas para tomar emprstimos como pessoasjurdicas muitas empresas acabam tentando emprstimos atravs de pessoasfsica em nome de scio/parentes/amigos. Portanto, as dificuldades colocadas

    pelos prprios bancos nos emprstimos a pessoas jurdicas, acabam empurrandoas poucas empresas que procuram emprstimos para os emprstimos pessoais,sistema em que as exigncias so menores.

    FINANCIAMENTO VIA RECURSOS PESSOAIS(PARENTES/SCIOS/AMIGOS)

    Alm das alternativas de financiamento citadas anteriormente, a MPEs tambmutilizam recursos pessoais dos prprios empresrios ou de scios, parentes eamigos para cobrir as despesas da empresa, ou seja, h movimentao financeirano desprezvel entra as contas correntes pessoais e o caixa da empresa. Maiores

    partes destas empresas utilizam o financiamento apenas de uma formaespordica e emergencial, para cobrir "buracos" que surgem ao longo do ano.

    Esta forma de obteno de emprstimo, leva a um outro fenmeno, que a forterelao entre o caixa da empresa e as contas pessoais dos empresrios, pois, huma "retirada" de dinheiro do caixa da empresa para pagar suas contas prprias.

    FINANCIAMENTO VIA ADMINISTRAAO DO FLUXO DE CAIXA

    Outro aspecto relevante sobre a forma como as MPEs financiam as suasoperaes est na anlise do seu fluxo de caixa. preciso, por exemplo, comprar

    o volume de receitas recebidas vista e o volume dos gastos realizados vista,bem como os prazos a mdios das operaes que so feitas a prazo.

    Quando o valor de receitas vista supera o volume de despesas vista, pode-sedizer que a empresa tem um saldo de caixa inicial positivo e que as receitasprprias constituem uma importante forma de financiamento das operaes, ouseja, a empresa tende a depender menos das mais fontes de financiamento.

    De uma forma inversa, ou seja, quando ao valor das receitas vista for inferior aovolume dos gastos vista, essa empresa tem um saldo inicial negativo tornando-se assim mais importante a busca de outras formas de financiamento.

    Assim, tomando trs categorias de saldo de caixa inicial: positivo, negativo, e

    nulo pode-se dizer que algumas empresas operam com saldo de caixa inicialnegativo (estas necessitam de financiamento para cobrir o volume das suasdespesa), as com saldo nulo (numa situao um pouco estvel) e as com saldo decaixa inicial (as que podem se considerar de superavitrios, e/ou podem financiaras suas prprias operaes e outras empresas).

    A sincronia entre os gastos e as receitas realizadas a prazo, pelas MPEs, refora opapel da administrao do fluxo de caixa (tambm a longo prazo) comomecanismo de financiamento. Um pequeno descuido na administrao deste

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    fluxo futuro de gastos e receitas, tende a colocar as empresas numa situaodelicada em termos de financiamento das suas operaes.

    MOBILIZAAO DE POUPANAS

    Tomando como base o nvel de receitas que algumas empresas apresentam, hque garantir uma boa poupana, pois todo financiamento s possvel quandohouver poupanas ao nvel das empresas. Um outro mecanismo resulta dosintermedirios financeiros terem um papel importante na mobilizao derecursos pelos intermedirios financeiros permite investimentos em maiorescala. A mobilizao de poupanas permite igualmente o aproveitamento deeconomias de escala nos investimentos onde estes existem (Sirri e Tufano, 1995).Este fenmeno d origem a um aumento da rentabilidade dos capitais investidos.

    Os intermedirios financeiros reduzem a duplicao de custos na recolha deinformao associada avaliao de projectos de investimento. As relaes delongo prazo frequentemente estabelecidas entre intermedirios financeiros e

    empresas podem levar a redues adicionais dos custos associados recolha deinformao. As relaes de proximidades reduzem assimetrias de informaoatenuando as restries ao financiamento esterno e melhorando a alocao derecursos (Sharpe, 1990).

    A reduo de custos de transao que este papel delegado nos intermediriospermite potenciar o desenvolvimento econmico permite tambm umaespecializao no desempenho de actividades na economia, fenmeno esteassociado ao desenvolvimento econmico.

    MOBILIZAAO DE RECURSOS E ALOCAAO DE RECURSOS

    Um mercado de capitais desenvolvido pode substituir os intermediriosfinanceiros no papel de mobilizao de recursos. A emisso de aces eobrigaes representam fontes alternativas de financiamento parapequenas empresas em relao ao "tradicional" crdito bancrio.

    Alguns autores(Thiel, 2000), salientam o papel dos mercados de capitais nofinanciamento de projectos de maior riscos. Os mercados de capitais permitemuma reduo de riscos de liquidez em projectos de longo prazo, so tipicamentemais aptos, em especial em momentos de maior optimismo econmico, afinanciar projectos em novos sectores econmicos.

    Thiel refere a importncia dos mercados de capitais de capitais, em particular nosEUA, durante os anos noventa no financiamento das empresas detelecomunicaes, media e tecnologia, refere ainda que h uma naturalpreferncia por parte destes sectores pelo financiamento no mercado de capitais.

    O mercado de capitais permite tambm a adopo de modelos de compensaoque estabelecem uma relao entre o desempenho operacional e a remuneraode gestores que poder gerar uma melhoria no desempenho operacional das

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    empresas e, consequente, aumento da rentabilidade dos capitais investidos(Diamond e Verrechia, 1982; Jesen e Murphy, 1990).

    PRINCIPAIS CONCLUSOES

    O papel das Intermediaes Financeiras e as Fontes de Financiamento noprocesso de desenvolvimento cingem-se num nico ponto, criar condies devrias formas para que as pessoas singulares e/ou colectivas consigam duma oude outra maneira realizar os seus investimentos.

    Para chegarmos ao desenvolvimento por ns desejado (neste tema), temos queprocurar ver em que aspectos estes dois factores podem melhor a vida emqualidade de um povo, pois , temos que trabalhar com certos indicadores parano cairmos no risco de ver um dia o crescimento e pensarmos que estamos adesenvolver.

    De uma forma resumida vamos apresentar alguns indicadores que podemos com

    os quais medir o que o tema do fundo deste nosso trabalho (desenvolvimento): Quando um PVD nos seus investimentos, conseguir reduzir a distancia (p.ex.

    de 20 para 5 ou 7Km), de uma escola, temos um indicador dedesenvolvimento.

    Ter um enfermeiro para cerca de 100 pessoas, um hospital ou centro de sadea uma distancia no superior a 5Km, tambm temos um indicador.

    Se um telefone servir cerca de 100 ou menos pessoas Existncia de quadros formados e bem distribudos pelo pas Elevado nmero de habitaes condignas, etc.

    Estes so alguns exemplos de indicadores que devemos tomar como base para ver

    se realmente um pas est ou no a desenvolver. Nesta nossa abordagemtratamos mais da questo Microeconmica e no da macro, pois como doconhecimento, os sectores que clamam muito do financiamento e precisam deuma intermediao financeira o sector Macro-econmico, cabendo aosector macro a definio de polticas com vista a garantir um bom desempenhoda sua economia.

    O sector macro-econmico procura mais a regular polticas como: Fiscalmonetria, regulao de procura e oferta e mais. No tratamos muito da questomacro-econmico, como podemos depreender da informao inserida nocaptulo das Fontes de Financiamento, este sector que deve criar condiespara reduzir as barreiras mencionadas neste captulo, de modo a garantir uma

    maior interveno de das empresas no processo de desenvolvimento. Verifica-se tambm a fuga nos ltimos tempos das MPEs das formas de

    financiamento que envolvem directamente as taxas de juros de mercado (p.ex.emrstimos bancrios), por serem to elevadas e a busca pelas alternativasque no fazem uso directo dessas taxas (p.ex. negociao com fornecedores echeques pr-datados).

    Utilizao de recursos pessoais para cobrir as necessidades de caixa.