interferÊncia do extrato de ginkgo biloba761 no fluxo ...”nica dalmÁcio silv… · faculdade de...

76
Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA CAMPOS CAMARA INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO URINÁRIO DE RATOS IN VIVO ORIENTADOR: PROFESSOR GILBERTO PEREZ CARDOSO CO-ORIENTADORA: PROFESSORA GERLINDE A P B TEIXEIRA NITERÓI-RJ 2011

Upload: others

Post on 11-Mar-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Faculdade de Medicina

Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA CAMPOS CAMARA

INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO URINÁRIO DE RATOS IN VIVO

ORIENTADOR: PROFESSOR GILBERTO PEREZ CARDOSO

CO-ORIENTADORA: PROFESSORA GERLINDE A P B TEIXEIRA

NITERÓI-RJ

2011

Page 2: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

MÔNICA DALMACIO SILVEIRA CAMPOS CÂMARA

INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO

URINÁRIO DE RATOSIN VIVO

NITERÓI - RJ

2011

Page 3: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

MÔNICA DALMACIO SILVEIRA CAMPOS CÂMARA

INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO

URINÁRIO DE RATOS IN VIVO

Dissertaçãosubmetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Ciências Médicas

Orientador:Prof. Dr. Gilberto Perez Cardoso

Co-orientador: Profª. Drª. Gerlinde A P B Teixeira

NITERÓI – RJ

2011

Page 4: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

MÔNICA DALMACIO SILVEIRA CAMPOS CÂMARA

INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA 761 NO FLUXO

URINÁRIO DE RATOSIN VIVO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Ciências Médicas

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Beni Olej

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Mario Pereira

______________________________________________________________________

Profª. Drª.Silvana Moreno

NITERÓI – RJ

2011

Page 5: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Resumo

A partir de 1984, houve a comprovação de que os ginkgolídeos, componentes do extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb), possuem atividade potente e específica como antagonistas do fator ativador plaquetário (PAF), um importante agente mediador de reações inflamatórias em vários tipos celulares. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito (in vivo) do extrato de Ginkgobiloba 761 em doses terapêuticasem um modelo animal. Os métodos empregados neste estudo foram baseados nos trabalhos de MORENO et al. (2007; 2008). Utilizamos ratos Wistar de até 3 meses de idade com massa corporal entre 180 e 240 gramas. Estes animais foramsubmetidos nos últimos 8 dias do protocolo experimental ao Extrato de Ginkgobiloba 761 por via oral. Avaliamos e descrevemos os aspectos morfológicos (qualitativos) em rins, fígado, baço, coração e intestino delgado a partir da ingestão do EGb, os níveis séricos de IgG1 e o efeito da ingestão do EGb no consumo de água e alimento assim como no volume urinário e fecal. Os dados foram tabulados a partir de seus valores originais e representados na forma de histogramas. Para os testes estatísticos consideramos um n mínimo de 5 para cada grupoe utilizamos o Teste T de Student e a Análise de Variância (ANOVA) com o pós-teste de Tukey para a determinação da diferença mínima significativa. Resultados: Não houve diferença significativa (p> 0,05) no consumo de ração e ingestão de água dos animais durante o tratamento com EGb. Animais que receberam EGb tiveram um menor volume urinário e aumento de peso com uma diferença significativa (p <0,05) durante o período de exposição . Nenhuma alteração histológica foi observada em tecidos, exceto para o rim do grupo experimental, que revelou uma maior concentração de células vermelhas nos glomérulos com uma forte coloração para fator de crescimento vascular endotelial (VEGF). Conclusões: A introdução de EGb (dose terapêutica) em ratos saudáveis pode promover alterações na fisiologia do rim, mas não suficientes para modificar a arquitetura Glomerular, inclusive a nível ultra estrutural (microscopia eletrônica).

Palavras chaves: Ginkgobiloba, gaiola metabólica, rim.

Page 6: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Abstract

Since 1984, there was evidence that ginkgolides, components of 761 Ginkgo biloba extract (EGb), have potent and specific activity as antagonists of platelet-activating factor (PAF), an important mediator of inflammatory reactions in various cell types. The objective of this study was to evaluate the effect (in vivo) of Ginkgo biloba extract 761 on an animal model with therapeutics doses. The methods used were based on the work MORENO et al. (2007; 2008). Wistar rats up to 3 months of age with body mass between 180 and 240 grams. These animals were used orally EGbatthe last eight days of the experimental protocol. Evaluate and describe the morphological (qualitative) in the kidneys, liver, spleen, heart and intestines from the ingestion of EGb, the serum levels of IgG1 and IgG2a and the effect of intake of EGb in water consumption and food and feces and urine volume. Data were tabulated from their original values and represented as histograms. For statistical tests we consider a minimum of n 5 for each group and used the Student's t test and analysis of variance (ANOVA) with Tukey post-test to determine the least significant difference. Results: No significant difference (p> 0.05) on feed intake and water intake of animals during treatment with EGb. Animals that received EGb had a lower urine volume and weight increase with a significant difference (p <0.05) during the exposure period. No histological alteration was observed in tissues, except for the kidney in the experimental group revealed a higher concentration of red cells in the glomeruli with a strong staining for vascular endothelial growth factor (VEGF). Conclusions: The introduction of EGb (therapeutic dose) in healthy rats can promote changes in the physiology of the kidney, but not enough to modify the glomerular architecture, including the ultra-structural level (electron microscopy).

Keys words: Ginkgo biloba, Metabolism cage, kidney.

Page 7: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Lista de ilustrações

Figura 1 - Foto : folhas de Ginkgo biloba(foto capturada na Internet em

dezembro 2011). .........................................................................................................4

Figura 2 – Estrutura química dos componentes do extrato de Gb. Os principais

componentes são ginkgolides (A), bilobalides (B), flavonóides e quercetinas

(C). Fonte: (YanjueWu, 2006). .................................................................................... 7

Figura 3 – fotografia de um animal imobilizado preparado para receber

soluções de Ginkgo biloba ou salina por via oral em dose pré-determinada ............ 12

Figura 4 - .Média da evolução no ganho de peso, em gramas, dos animais dos

grupos Gb e Controle, durante o protocolo 1. Não houve diferença significativa

no ganho de peso (p>0,05) ....................................................................................... 22

Figura 5 –Média dos níveis de IgG1 e IgG2a anti-amendoim dos grupos

durante as semanas do protocolo 1. Todos os animais apresentaram títulos de

anticorpos IgG2a ligeiramente mais altos, condizentes com animais saudáveis,

porém não houve diferença significativa entre os grupos tolerante e controle

(p>0,05). . .................................................................................................................. 23

Figura 6 –Microfotografias para comparação histomorfológica de amostras de

baço em aumento de 10x dos grupos Gb e Controle .............................................. 24

Figura 7 – Microfotografias para análise histomorfológica de células cardíacas

dos grupos Gb e controleem aumento de 20x........................................................... 25

Figura 8 -Microfotografias para análises histomorfológicas de células intestinais

dos gruposGb e controle em aumento de 10x.. ........................................................ 26

Figura 9 – Microfotografias para análises histomorfológicas de células

hepáticas dos grupos Gb e controle ração em aumento de 10x. ............................. 27

Figura 10 – Microfotografias para análise histomorfológica de células

glomerulares de animais dos grupos Gb e controle em aumento de 10x. Hiper

corados os grupos que receberam EGb .................................................................... 28

Figura 11 – Microfotografias da imuno-histoquímica de α- actina no rim em

aumento de 20x dos grupos Gb e controle. .............................................................. 29

Page 8: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 12 – Microfotografias de imuno-histoquímica de laminina no rim em

aumento de 20x dos animais do grupos Gb e Controle .......................................... 30

Figura 13 – Microfotografias de imuno-histoquímica de VEGF no rim em

aumento de 20x nos grupos Gb e Controle. .............................................................. 31

Figura 14 – Diagrama do Desenho experimental do Protocolo 2 e 3. ....................... 32

Figura 15 – Peso médio em gramas dos animais Controle e Experimental

Ginkgo biloba durante oito dias por via oral.. ............................................................ 33

Figura 16 –Consumo médio de ração em gramas dos animais controle ração

que receberam ou não Ginkgo biloba durante a execução do protocolo

experimental. ............................................................................................................. 34

Figura 17 – Consumo médio de água em mL nos animais controle que e

Ginkgo biloba durante oito dias por via oral. ............................................................. 34

Figura 18– Volume urinário médio em mL dos animais controle e Gb durante

oito dias por via oral .................................................................................................. 35

Figura 19– Média do volume fecal em gramas nos animais controle e

Experimental Gb durante oito dias por via oral.. ........................................................ 35

Figura 20 – Pedicelos e podócitos íntegros nos animais controle e Experimental

Ginkgo biloba durante oito dias do protocolo 2. ........................................................ 36

Figura 21 –Descrição do Desenho experimental do Protocolo 3 (A) e Panorama

geral da Gaiola Metabólica Coletiva (B) e da estrutura de seu anterior (C)

mostrando a possibilidade de coleta tanto da Urina como das fezes. ....................... 37

Figura 22 – Peso médio em gramas dos animais Controle e Experimental Gb,

mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas. ............................................................ 38

Figura 23 – Consumo médio de ração dos animais Controle e Experimental Gb,

mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas. ............................................................ 39

Figura 24 – Consumo médio de água em mL dos animais Controle e

experimental Gb, mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas. ................................ 40

Figura 25 – Volume médio de urina em mL/dia nos grupos Controle e EGb,

mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas. ............................................................ 41

Page 9: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 26 – Volume médio de fezes em grama dos animais controle ração que

receberam ou não Ginkgo biloba, mantidos em gaiolas metabólicas coletivas. ........ 41

Figura 27 – Analise comparativa do peso médio em gramas dos animais

Controle e Experimental Gb, mantidos nas Gaiolas Metabólicas Coletivas

quando comparados com as Individuais. .................................................................. 43

Figura 28 – Comparação entre o consumo médio de ração dos animais

Controles e Experimentais nos protocolos 2 (gaiolas individuais) e 3 (gaiolas

coletivas). .................................................................................................................. 44

Figura 29 –Comparação entre o consumo médio de água dos animais controles

e experimentais nos protocolos 2 (Gaiolas Individuais) e 3 (Gaiolas Coletivas). ...... 45

Figura 30 e 31- Comparação entre o volume médio de urina e fezes dos

animais controles e experimentais nos protocolos 2 (Gaiolas Individuais) e 3

(GaiolasColetivas)...........................................................................................47

Quadro 1– Desenho Experimental do Protocolo 119

Quadro 2 - Desenho Experimental do Protocolo 2 e 320

Page 10: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Memorial da dissertação de Mestrado da aluna Monica Dalmácio S. C. Câmara.

A nossa opção por um memorial advém de uma necessidade de relacionar

tópicos aparentemente desconexos através de uma história, ou seja, através

do percurso acadêmico–profissional desse projeto.

Esse trabalho foi desenvolvido para elucidar algumas dúvidas que não haviam

sido respondidas no trabalho de Moreno et al (2007; 2008) relacionadas as

doses do Extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb) ofertadas aos animais. Os

resultados encontrados apenas indicavam uma marcação mais intensa nos

cortes histológicos dos rins dos animais tratados com EGb e com isso novas

duvidas voltadas a outras áreas da medicina clinica e comportamental dos

animais surgiram.

Buscando compreender melhor o que mais nos intrigou: a coloração fortemente

marcada de Hematoxilina e Eosina nos tecidos renais dos animais tratados

com EGb. Novos testes foram propostos como análises histológicas com

marcadores específicos de artérias e vasos renais, de lâminas basais dos

glomérulos ou crescimentos angiogênicos.

A única alteração encontrada nos indicava que o EGb não lesionou os tecidos

renais ou circulatórios, mas aparentemente promoveu angiogênese. Não nos

elucidou ao contrario nos motivou a seguir em frente para saber se reduzia o

fluxo urinário. Foi quando decidimos alojar os animais em Gaiolas Metabólicas

para mensurar o volume urinário e assim caminhamos para o desenvolvimento

do protocolo 2.

Para nossa surpresa houve uma alteração tão significante nos dados

encontrados no protocolo 2quando comparados aos resultados do protocolo 1

que percebemos que os animais não mantinham seu comportamento

habitual.Os valores de ganho de peso e volume de ingestão de água não eram

coerentes quando relacionados com os dados do protocolo 1, além do volume

urinário que foi reduzido drasticamente chegando quase a anúria.

Decidimos então desenvolver uma Gaiola Metabólica Coletiva e com isso o

protocolo 3, pois em estudos prévios sobre hábitos de animais de laboratório e

por observação após quase cem dias manuseando-os, pudemos concluir que o

Page 11: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

fato dos animais permanecerem juntos poderia minimizar essas diferenças

aferidas no protocolo 2.

As Gaiolas Metabólicas Coletivas foram desenhadas e confeccionas em um

curto período de tempo e então pudemos confirmar ao comparar os dados dos

protocolos 2 e 3 que realmente o EGb influencia no volume urinário, porem

sem lesionar os tecidos renais. Ocorre provavelmente uma ação temporária

durante apenas o uso do EGb, que prontamente se reverte com a suspensão

do fitoterápico.

Terminamos esse breve memorial para apresentarmos uma introdução e a

revisão bibliográfica. Nossos protocolos e resultados foram dispostos de forma

a facilitar uma melhor compreensão de nossas estratégias experimentais e com

isso fazer um fio condutor.

Antes de passarmos a introdução é necessário abrir um espaço aos

agradecimentos e a um comentário. Os agradecimentos vão a todo o grupo

GIGUFF (Grupo de Imunologia Gastrointestinal da Universidade Federal

Fluminense) aos meus colaboradores e amigos da UERJ (Universidade do

Estado do Rio de Janeiro) professores Jorge José de Carvalho, Ana Lucia

Nascimento e Mario Jose dos Santos Pereira, que me acolheram além de

sugerir novos caminhos e que me foram apresentados pela minha grande

colaboradora a professora Silvana Moreno, assim como aos meus orientadores

que sempre me auxiliaram quando precisei. Agradeço também ao professor

Gilson Telles Boaventura e Dr. Beni Olej que me atenderam prontamente

quando precisei além da minha família que conviveu comigo durante essa

longa trajetória difícil que é a pesquisa no Brasil.

O comentário evoca o próprio movimento da ciência em busca de explicações

para os fenômenos e nesse sentido esse trabalho não se encerra aqui. Porque

não conseguimos encontrar todas as respostas. Sabemos que a cada nova

resposta surge duas ou mais novas preguntas.

Page 12: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

SUMÁRIO

1Introdução1

2Fundamentação Teórica/ Revisão de Literatura3

2.1Características do Extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb).3

2.2Elaboração do Extrato de Ginkgobiloba 761 5

2.3Fator ativador Plaquetário (PAF) - alteração pela ação do EGb 6

2.4Consequências do uso do EGb 7

3Objetivos 9

3.1Objetivo Geral9

3.2Objetivos específicos9

4Métodos 10

4.1 Animais10

4.2Preparo da solução do Extrato Ginkgobiloba 761 11

4.3 Peso dos animais 12

4.4 Dietas 12

4.4.1Ração Comercial 12

4.4.2Determinação do consumo diário de alimento 13

4.5 Sangrias 13

4.6 Avaliação dos Níveis de Anticorpos 13

4.6.1 Preparo de soluções para ELISA 13

4.7 Coleta de tecidos para avaliação microscópica 14

4.8 Histotécnica e Análise de Tecidos 15

4.8.1 Preparo das amostras 15

4.8.2 Coloração por Hematoxilina-Eosina (HE) 15

4.9 Avaliação histomorfométrica 16

4.10Protocolos de Imuno-histoquímica 16

Page 13: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.11Microscopia Eletrônica 17

4.12Estatística 17

4.13Descrição do desenho experimental 17

4.13.1 Descrição do protocolo 1 18

4.13.2 Descrição dos protocolos 2 e 3 19

5 Resultados 21

5.1 Protocolo 1 – Avaliação dos efeitos da ingestão de Extrato de Ginkgobiloba

761 em animais 22

5.1.1 Peso Médio dos animais 22

5.1.2 Níveis Séricos de IgG1 e IgG2a 22

5.1.3 Histomorfologia – Microfotografia 23

5.1.4Análise de α- actina em rim 28

5.1.5 Análise de Laminina em rim 29

5.1.6 Análise de VEGF no rim (Vascular EndothelialGrowthFactor) 30

5.2 Protocolo 2 - Avaliação do balanço hídrico após a ingestão de Extrato de

Ginkgobiloba 761 em animais normais mantidos em Gaiolas Metabólicas

Individuais 31

5.2.1 Peso médio dos animais Peso médio dos animais 32

5.2.1.1Avaliação do consumo de ração 33

5.2.1.2Avaliação do consumo de água 34

5.2.1.3Avaliação do volume urinário 34

5.2.2 Avaliação do volume de fezes 35

5.2.3 Avaliação da integridade celular Renal pela Microscopia eletrônica 36

5.3 Protocolo 3 Avaliação do balanço hídrico após a ingestão de EGb em

animais normais mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas 36

Peso Médio dos animais 38

5.3.1 Avaliação do consumo médio de ração 38

Page 14: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.3.2 Avaliação do consumo de água 39

5.3.2.1Avaliação do volume urinário 40

5.3.2.2 Avaliação do volume de fezes 41

5.4 Analise comparativa entre as Gaiolas metabólicas Individuais e Coletivas 42

5.4.1 Peso Médio dos animais 42

5.4.2 Consumo médio de ração 44

5.4.3 Avaliação do consumo de água 45

5.4.4 Avaliação do volume urinário e fecal 45

6Discussão 47

7Conclusão 56

8Referências bibliográficas 57

Page 15: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

1 Introdução

O extrato de Ginkgobiloba 761(EGb)é o fitoterápico mais utilizado no

combate aos radicais livres. É capaz de inibir agentes indutores de estresse

oxidativo como óxido nítrico, glutamato e peróxido de hidrogênio, reduzindo ou

evitando amorte neuronal (Lemos, 1998; Christen&Mayxent, 2002).

Vários estudos têm demonstrado sua ação neuroprotetora, justificando

seu emprego na terapia dedistúrbios como o mal de Alzheimer, mal de

Parkinson, deficiências de memória/cognição e tratamento profilático do

envelhecimento celular, (Christen&Mayxent, 2002). Tem-se observado desde

umaação inibitória sobre o Fator de Ativação de Plaquetas (PAF) até a ativação

dometabolismo energético das células, aumentando o consumo de glicose

eoxigênio e influenciando o aumento na síntese de ATP (adenosina trifosfato)

anível cerebral (Sastreetal, 1998).

O EGb parece corrigir anormalidadesoxidativas protegendo e

estimulando a função mitocondrial e aumentando os níveisde enzimas

antioxidantes como a superóxido dismutase e a catalase

nohipocampo(Georgianne, 2002).

O EGb contém porcentagens específicas de glicosídeos de

ginkgoflavonas (24%) e terpenóides (6%), entre estes últimos os bilobalides e

os ginkgolides A, B, C, M e J. O ginkgolide B é antagonista do receptor doPAF,

daí suas propriedades de anti-agregação plaquetária e de redução da produção

de Tromboxanos A2 (Kudolo, 2006).

O uso do EGb nos trabalhos de Moreno et al. (2007) traçou o desenho

experimental desse projeto. Segundo estes autores, a administração de

Page 16: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

diferentes doses do EGb (40 a 400mg) por gavagem em ratos ocasionou o

aparecimento de alterações morfológicas no rim, fígado e intestino delgado.

O trabalho de Kudolo (2006) foi de extrema importância para esta

pesquisa, pois mostrou que poderia haver interação entre o uso do EGb e a

alteração na produção de eicosanóides.

Resultados prévios da mesma linha de estudo, realizados pela autora

deste trabalho, mostraram que a administração do EGb para ratos tolerantes e

controles induziu alterações renais condizentes com o processo de hiperemia.

A partir destes resultados e considerando o modelo de estudo de Moreno

et al. (2007), surgiram várias perguntas a serem respondidas. A primeira delas

era se o EGb poderia provocar alterações em outros órgãos como rim, fígado,

coração, baço e intestino em animais com o uso de dosesequivalentes às

doses terapêuticas utilizadas em humanos (120mg/dia).

Page 17: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

2 Fundamentação Teórica/ Revisão de Literatura

2.1 Características do Extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb).

Os fitoterápicos são definidos como produtos derivados de plantas

utilizados com propósitos medicinais e para promoçãoda saúde. São tidos

como naturais, mas não necessariamente inócuos. O consumo de fitoterápicos

ocorre há 6.000 anos (Alexandre, 2008).

Segundo uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidoscerca de

37% da população adulta local está utilizando ao menos um tipo de fitoterápico.

Neste país são considerados "suplementos dietéticos", enquanto que no Brasil

são classificados como medicamentos pela Portaria nº22/1967 da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Resolução-RDC nº17/ 2000

(Destro, 2006).

O Ginkgobiloba (Gb) é uma árvore de extrema robustez originária do Oriente,

considerada um fóssil vivo que sobreviveu desde a época dos dinossauros

(figura 1).A árvore de Ginkgobilobaé a única representante da ordem das

Gingkoales, um grupo das gimnospermas que compunha a família das

Ginkgoaceae e consistia de 15 membros datados da Era Mesozóica,

compreendendo 225 milhões de anos. Pode ser considerada a planta de

sementes mais antiga, e possui durabilidade extrema, vivendo entre 2.000 e

4.000 anos (Castellote, 2001).

Estas árvores não florescem antes de completar 20 anos e as mais jovens são

estreitas e em formato de pêra, se desenvolvem mais tarde e podem atingir até

40m de altura. Utilizado há 2000 anos na medicina tradicional Chinesa em

feridas e asma brônquica, a árvorefoi trazida da Europa para América no

Page 18: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

século XVIII e introduzida na medicina ocidental desde os anos 70 (Castellote,

2001).

As principais indicações terapêuticas para a utilização dosExtratos de

Ginkgobiloba 761 (EGb)são o tratamento de deficiências na cognição (em

particular falhas de memória e dificuldade de concentração), depressão, verti-

gens, zumbidos no ouvido, dor de cabeça e síndromes de demência. Também

é indicado no combate à doença arterial periférica oclusiva Fontaine estágio II

(claudicação intermitente), que compromete o desempenho físico dos

pacientes, levando a dificuldades para caminhar. Outras recomendações

incluem casos de asma, alergias,impotência sexual, labirintitee síndrome pré-

menstrual (Baratto, 2009).

Figura 1- Foto das folhas de Ginkgobiloba(imagem capturada na internet em dezembro 2011).

2.2 Elaboração do Extrato de Ginkgobiloba 761

O extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb) é resultado de preparações

concentradas obtidas de vegetais secos ou frescos por meio de um solvente

especial, seguido de evaporação total ou parcial e ajuste do concentrado a

padrões pré-estabelecidos. O processo de extração é quase sempre a

percolação e a concentração que se faz até diversos níveis em relação ao

Page 19: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

padrão (Ex.: 1:1 ou 10:1) (Castellote, 2001). A vantagem do extrato seco em

relação à planta em pó é que se obtém um produto mais homogêneo com a

conservação das propriedades originais, sem perder a qualidade e

possibilidade de padronização dos princípios ativos. A desvantagem seria o

preço mais elevado (Degmar, 2008).

Para a produção correta do EGb, utilizam-se apenas folhas, caules e

flores (moídos) que são postos em solventes polares (água e acetona). Desta

forma são eliminadas as substâncias tóxicas ou aquelas que deixariam o

produto instável como gorduras, ceras, taninos, proantocianidinas,

biflavonóides, ginkgol, ácidos ginkgos e ginkgólicos, que são potencialmente

alergênicas (figura 2). Uma vez padronizados na faixa 35:1 a 67:1; ou seja, 50g

de folhas secas para fazer 1g de extrato (media 50:1) são designados na

literatura como EGb.

Existem contra-indicações do seu uso para pacientes em uso de

medicamentos anticoagulantes e ou Aines (Anti-inflamatórios não Esteróides) e

os efeitos adversos são muito raros, segundo o documento elaborado na

Alemanha sob o Título de Comissão E em 1994 (Blumenthal, 1998). No

entanto, foram relatados alguns casos de irritação gástrica leve, diarréia,

flatulência, náusea, vômito, dor de cabeça, sangramento e reações alérgicas

cutâneas por contato, por outros autores. Mesmo sem aparentementehaver

contraindicações, o uso de preparações à base de Ginkgobilobadeve ser

evitado por pacientes com histórico de hipersensibilidade ao produto, em

crianças, grávidas e lactantes. O extrato de Ginkgobiloba761 é um fármaco de

amplo uso no Brasil e pode ser obtido sem receita médica em farmácias e lojas

de produtos naturais (Baratto, 2009).

A ação antioxidante do Extrato de Ginkgobiloba 761(EGb) se dá pela

presença de 25% de flavonóides, de ginkgolides ebilobalides A e B e

terpenóides, que foram mensurados por cromatografia líquida e aferidos pela

Comissão E Alemã em agosto de 1994 (Blumethal, 1998). Dois dos principais

efeitos biológicos do ginkgolidio B são a potente inibição do Fator de

Agregação Plaquetária (PAF) e a alteração na síntese de

eicosanóides(Georgianne,2002).

Page 20: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

2.3 Fator ativador Plaquetário (PAF) - alteração pela ação do

EGb.

O Fator Ativador Plaquetário (PAF) é um mediador bioativo derivado dos

fosfolipídios. Seu nome provém de sua descoberta inicial como um fator

derivado de basófilos sensibilizados por IgE (Imunoglobulinas E) e estimulados

por antígenos causa agregação plaquetária, mas que atualmente, sabe-se ter

múltiplos efeitos inflamatórios, estando associado a diversos processos como

isquemia, necrose e trombose. Quimicamente, o PAF é o acetil-gliceril-éter-

fosforilcolina (AGEPC), ou um fosfolipídio com uma estrutura de glicerol típica,

um ácido graxo de cadeia longa na posição A, um substituto de cadeia

incomumente curta na posição B e uma parte de fosfatidilcolina. O ácido graxo

de cadeia longa original na posição B é removido pela fosfolipase A2, sendo

então acetilado por acetiltransferase para formar o PAF (Cotran, 2002). Sua

maior ação se dá nas células endoteliais, leucócitos e plaquetas, provocando

graves alterações bioquímicas que repercutem na circulação (Gomez, 2001).

O PAF regula sua ação por intermédio de um único receptor acoplado à

proteína G, e seus efeitos são regulados por uma família de acetil-hidrolases

inativadoras do PAF. São produtores do PAF as plaquetas, neutrófilos,

macrófagos, mastócitos, células mesangiais, eosinófilos e células endoteliais.

Além de atuar nas plaquetas, é um potente vasodilatador arteriolar, aumenta a

permeabilidade vascular e induz a contração da musculatura lisa do intestino e

brônquios. O PAF também intensifica a aderência dos leucócitos ao endotélio

(por aumento da ligação das integrinas leucocitárias), quimiotaxia,

degranulação de mastócitos e o estresse oxidativo. Portanto, o PAF pode

suscitar a maioria das características cardinais da inflamação. Também acelera

a síntese de outros mediadores, sobretudoeicosanóides, por leucócitos e

outras células (Cotran, 2002).

Já os eicosanóides são mediadores lipídicos produzidos a partir do ácido

araquidônico, que tanto podem atuar em processos fisiológicos, como no fator

de crescimento da multiplicação de células da mucosa gástrica, como em

eventos inflamatórios, provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade

vascular (Cotran, 2002).

Page 21: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 2– Estrutura química dos componentes do Extrato de Ginkgobiloba 761. Os principais componentes são ginkgolides (A), bilobalides (B), flavonóides e quercetinas (C).Fonte: (Yanjuewu, 2006).

2.4 Consequências do uso do EGb

SegundoKudoloet al. (2006), humanos com diabetes tipo 2 que ingeriram

120mg/dia do EGbpor 3 meses apresentaram redução significativa dos

Tromboxanos da série 2 (TXB2), o que foi confirmado pela inibição da enzima

Ciclooxigenase 1 (COX1), que atua como mediadora na liberação do ácido

araquidônico. Também foi observada uma redução significativa da peroxidação

de lipídeos em pacientes diabéticos ou não, provavelmente por ação de seus

flavonóides(Kudolo, 2006).

O trabalho supracitado foi de extrema importância para esta pesquisa,

pois mostrou que poderia haver interação entre o uso de EGb e a produção de

eicosanóides, gerados em respostas fisiológicas.

O principal papel do rim é o balanço ácido-básico de todo o organismo.

O rim acidifica a urina a fim de excretar ácido não volátil e manter normal a

concentração plasmática de bicarbonato [HCO3-] (Riella, 2003).Neste órgão

existe um importante balanço entre agentes vasoconstritorese vasodilatadores,

responsáveis pela regulaçãoda filtração glomerular. Dentre os agentes

vasoconstritoresdevem ser ressaltados: peptídeos como a angiotensina II (Ang

II) e endotelina, além de outras substâncias comoadenosina, PAF e

Page 22: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

metabólitosdo ácido araquidônico (Prostaglandinas PGF2a, Tromboxano A2 e

Leucotrienos). Os agentes vasodilatadores incluem: peptídeoscomo bradicinina

e peptídeos natriuréticos, além deoutras substâncias como óxido nítrico,

prostaglandinas (PGE2, PGI2) e dopamina (Riella, 2003).

Page 23: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o efeito (in vivo) do Extrato de Ginkgobiloba 761 (EGb)com o uso de

doses terapêuticas equivalentes a 120mg (≈ 2mg/kg)em um modelo animal.

3.2 Objetivos específicos

Avaliar, após a administração do EGb os aspectos morfológicos:

o Dos parênquimas renal, hepático, cardíaco, esplênico e intestinal

através da análise morfométrica;

Analisar o efeito do EGb sobre a concentração sérica de IgG1 e IgG2a;

Avaliar o efeito do EGb no consumo de água e alimento;

Analisar o efeito do EGb no volume urinário e fecal.

Page 24: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4 Métodos

4.1 Animais

Foram Utilizados ratos Wistar, de ambos os sexos, obtidos no

Departamento de Farmacologia e no Departamento de Fisiologia da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)para o protocolo 1 e do

NAL/UFF (Núcleo de Animais de Laboratório) para os protocolos 2 e 3,

pesando entre 180 e 240 gramas com idade média de 3 meses. Quando

recebidos no biotério experimental do Departamento de Biologia da

Universidade Federal Fluminense (UFF) todos os animais permaneceram em

repouso no mínimo três semanas para acomodação das novas condições

ambientais. Neste biotério foram mantidos em regime controlado de

temperatura (22 ± 5oC), cicloclaro/escuro de 12 horas, umidadee ruídos. Neste

período permaneceram em gaiolas de polipropileno com tampas de aço inox,

sobre maravalha esterilizada pelo calor recebendo água acidificada (pH 2,5),

fornecida em bebedouros suspensos, com bicos de inox e ração comercial ad

libitum. Este projeto foi aprovado junto ao comitê de ética da Universidade

Federal Fluminense sob o numero 040/2008.

4.2 Preparo da solução doExtrato Ginkgobiloba 761

Foi estabelecidoque a dose do fitoterápico Extrato de Ginkgobiloba

761(EGb) seria equivalente a 120 mg/dia, sendo essa dose a recomendada

pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil. Essa dose é

Page 25: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

empregada naprática clínica de humanos equivale a dose 1,63mg/dia para

ratos.

Para elaborar a solução de EGb a partir de cápsulas comercializadas em

farmácias ou lojas de produtos fitoterápicos (produtos naturais) utilizamos3,6g

do Extrato comercial de Ginkgobiloba 761 (EGb) obtido na

Farmacutis(Niterói,RJ) lote No. GB002123, procedência da China (Jiangsu

Medicines and Health Products), diluída em 9 ml solução salina (NaCl0,9%)

seguindo o protocolo já estabelecido por Moreno et al(2007). Esta mistura foi

submetida à agitação (vórtex) por 5 minutos. Em seguida para a separação da

fração insolúvel a mistura foi submetida à centrifugação a 1500 rpm por

5minutosa 4oC. Oprecipitado foi descartado e utilizado o sobrenadante, que

contem em média 24,66 mg/mL de EGb. A solução foi preparada diariamente e

imediatamente antes da sua administração por via oral aos animais.

Nos grupos em que os animais foram submetidos à administração de

EGb, cada animal recebeu 62 L de EGb nos últimos dias antes do sacrifício,

assim como os animais dos grupos Controle receberam o mesmo volume de

salina fisiológica com auxílio de um micropipetador (figura 3).

Figura 3 – Fotografia de um animal imobilizado preparado para receber soluções de EGb ou salina por via oral.

Page 26: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.3 Peso dos animais

Os animais foram pesados em todas as etapas dos protocolos

experimentais, em balança com duas casas decimais da marca Plenna®.

4.4 Dietas

4.4.1 Ração Comercial

Ração balanceada (NUVILAB-NUVITAL®) fornecida ad libitum para a

alimentação de ratos adultos é composta de: carbonato de cálcio, farelo de

milho, farelo de soja, farelo de trigo, fosfato bicálcico, cloreto de sódio, premix

mineral vitamínico e aminoácidos.

Os animais foram desmamados de suas mães com ração comercial e

mantidos neste regime alimentar por todo período experimental.

4.4.2 Determinação do consumo diário de alimento

Os componentes da dieta foram pesados e colocados nos cochos das

gaiolas a cada manhã. Após 24h de consumo ad libitum, o alimento restante de

cada gaiola foi pesado. O consumo foi avaliado dividindo-se a diferença entre o

peso oferecido e o recolhido pelo peso corporal total dos animais do grupo e

expresso como miligrama de alimento por grama de peso corporal (mg/gpc).

4.5 Sangrias

Para a avaliação dos títulos de anticorpos, foram retirados 1000 l de

sangue do plexo retro orbitário de todos os animais anestesiados com dose de

Ketamina e Xilazina adaptadas ao peso corporal do animal. O sangue foi

recolhido antes de qualquer manipulação. Após a retração dos coágulos, as

amostras foram centrifugadas, os soros recolhidos e, em seguida, guardados a

-20ºC até análise.

Page 27: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.6 Avaliação dos Níveis de Anticorpos

4.6.1 Preparo de soluções para ELISA

Procedimento

Para a avaliação dos títulos de anticorpos IgGanti-proteínas dos soros

dos animais foi utilizada a técnica de ELISA. Adicionou as placas de micro

titulação com 10 g de proteína em 100 l de tampão PBS; logo após lavou-se

as placas 2x com PBS-Tween 0,05% e adicionou 100 µL de PBS-gelatina.

Esgotou-se o conteúdo das placas e acrescentando 100 l de PBS-gelatina.

Procedendo com a diluição seriada dos soros. Lavou-se as placas seis vezes

com PBS-Tween 0,05% e adicionou-se 50 l/poço de anticorpo de cabra.

Lavando as placas seis vezes com PBS-Tween 0,05% e adicionando 50 l/poço

da solução do substrato (OPD - 4mg, H2O2- 8 l 20v, em 10ml de tampão citrato

fosfato) e interrompendo a reação após 20 minutos com uma solução 0,1M de

H2SO

4. Mensurando as densidades ópticas em comprimento de onda de

492nm com auxilio de um leitor de ELISA (Anthos 2010 ). A análise dos

resultados foi realizada pelo calculo da área de baixo da curva de diluição de

cada soro denominado de ELISA.

4.7 Coleta de tecidos para avaliação microscópica

A coleta de segmentos do intestino delgado, baço, rim, coração e fígado

foram realizados pela técnica descrita por Teixeira (2003) e Moreno (2007).

Submetendo o animal à eutanásia com anestésico em dose letale Iniciando a

abertura do peritônio com liberação da alça intestinal do mesentério. Em

seguida extraiindo2 cm do intestino a partir da porção gastroduodenal.

Apoiando os segmentos dos tecidos em base rígidae abrindo longitudinalmente

com auxílio de pinça e tesoura reta oftalmológica com cuidado para não

danificar a camada mucosa. Imediatamente após a abertura de o segmento

intestinal duodenal, adiciona-seformol tamponado a 10% para a fixação do

tecido e acondicioná-lo em cassete apropriado para o processamento

histológico. Extrai-se um segmento do rim, fígado, coração e baço (respeitando

Page 28: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

sempre a mesma localização de cada órgão) (Morenoet al., 2007), da seguinte

forma:

Rim: região cortical (glomérulos) lado esquerdo do animal.

Fígado: 1ª quadrante direito do animal.

Coração: ventrículo esquerdo.

Imediatamente após a abertura dos segmentos, adiciona-se

formol tamponado a 10% para a fixação do tecido e acondicioná-lo em

cassete apropriado para o processamento histológico.

4.8 Histotécnica e Análise de Tecidos

4.8.1 Preparo das amostras

Após 24 de infusão em Formol tamponado imergindo as peças em água

corrente por 4 horas e desidratando e clareando os tecidos imergindo em

soluções: álcool a 70%; álcool a 95%; álcool absoluto a 100% I; álcool

absoluto a 100% II; álcool absoluto a 100% III; xilol 95%; I xilol 95%; II;

Prosseguir a técnica com o banho de parafina I e II em estufa a 52-58ºC e

imergindo os segmentos em parafina. Realizam-se cortes histológicos, com

espessura de 5 m, em micrótomo (Spencer 820 ) e mantem-se em banho-

maria, para distender e acondicionando em lâminas previamente

albuminizadas;

4.8.2 Coloração por Hematoxilina-Eosina (HE)

Coloração de hematoxilina-eosina. Desparafiniza-se os cortes através de

sua imersão em três soluções de xilol solução (I Xilol 95%; II Xilol 95% e III Xilol

95%). Hidrata-se o tecido em soluções progressivamente mais hidratadas

imergindo as lâminas em cada solução: Álcool absoluto a 100% I e II, Álcool

95%, Álcool 70% e água destilada. Para a coloração com Hematoxilina de

Mayer acondiciona-se por 20 minutos e em seguida imergindo em água

corrente por 25 minutos, seguida de álcool 70% e de imersão em Eosina-

Page 29: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Floxina. Desidrata-se o tecido imergindo rapidamente a lâmina em Álcool 95%

seguida da imersão em cada solução de álcool absoluto I, II e III e por fim em

cada solução de Xilol I, II e III.

4.9 Avaliação histológica

Intestino delgado, rim, coração, baço e fígado:

Os parâmetros histométricos utilizados foram à descrição geral da lâmina

quanto à integridade de todas as camadas das paredes, arquitetura global das

vilosidades ou tecidos adjacentes, presença ou não de edema, congestão e ou

aglomerados linfóidesheterotípicos, avaliação da integridade das artérias

locais.

4.10 Protocolos de Imunohistoquímica

Foi utilizada a técnica deImunoperoxidase para a detecção de Laminina,

VEGF (Fator de Crescimento do Endotélio Vascular/ Vascular

endothelialgrowthfactor), TGF-β (Fator de crescimento transformador β

/TransformingGrowthFactor- β) e α- actina.Desparafiniza-se os cortes em 3

imersões de xilol e hidrata-se os cortes (etanol absoluto, 90%, 70%, água

destilada). Incubando os cortes em peróxido de hidrogênio a 3% diluído em

água destilada, para inibição da peroxidase endógena. Em seguida imergir por

3 vezes de tampão PBS pH 7,2 . Fazendo a recuperação antigênica em

tampão citratopH 6,0 a 9oC e novamente imergir 3 vezes em tampão PBS pH

7,2 . Bloquea-se os sítios inespecíficos com PBS/BSA a 3%. Incuba-se com o

anticorpo primáriodiluído em PBS/BSA a 1% (1:200anti-laminina; e 1:100 anti-

TGF-β, anti-VEGF e anti- α-actina), a 40C, em câmara úmida. Imergindo por 3

vezes em tampão PBS pH 7,2. Incuba-se com o anticorpo secundário

biotinilado (Kit LSAB – DAKO. Novamente imergindo por 3 vezes em tampão

PBS pH 7,2 e Incuba-se com estreptavidina (Kit LSAB – DAKO). Utiliza-se

tampão PBS pH 7,2 e revelando com DAB (DAKO). Cora-se com hematoxilina-

eosina: desidratando (água destilada, etanol 70%, 90% e absoluto) e

clarificando em 3 banhos de xilol. Monta-se com Entellan.

Page 30: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.11 Microscopia Eletrônica

Fragmentos de rim foram fixados em glutaraldeído a 2,5% diluído em 0,1

M cacodilato de sódio c tampão (pH 7,2). Após a fixação, os fragmentos foram

imersas no mesmo tampão e pós-fixadas por 60 minutos à temperatura

ambiente em solução a 1% OsO4 contendo 0,8% de ferricianeto de potássio

em 0,5 M cacodilato. Após a fixação, as células foram imersas no mesmo

tampão e, posteriormente, foram desidratadas em uma série graduada de

acetona e incluídas em resina epóxi. Cortes ultrafinos foram corados com

acetato de uranila e citrato de chumbo e depois examinado no microscópio

eletrônico de transmissão ZEISS Modelo EM 906, Alemanha. As imagens

foram obtidas de acordo com o “software” Image Pro Plus (Media cibernetics).

4.12 Estatística

Consideramos um n mínimo de 5 animais para cada grupo em todos os

protocolos. Os dados foram organizados a partir dos valores originais e

representados na forma de histogramas, considerando os valores de média e

desvio padrão. Para determinar a diferença mínima significativa utilizamos o

Teste T de Student e a Análise de Variância (ANOVA) com o pós-teste de

Tukey. Estes testes foram realizados, com auxílio do software

GraphPadInstat (4.10 for Windows 98).Os resultados foram considerados por

nível de significância 0,05 (p<0,05.

4.13 Descrição do desenho experimental

A descrição dos protocolos experimentais foi detalhada a seguir para que

o leitor tenha uma visão global onde cada método anteriormente descrito foi

utilizado. Este trabalho foi dividido em três protocolos. O protocolo 1 foi

desenvolvido com 20 animais e os protocolos 2 e 3 com 12 animais e 10

animais respectivamente.

Page 31: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.13.1 Descrição do protocolo1

Este protocolo (Quadro 1) foi composto por quatro grupos de 5 animais

identificados como:

1. Grupo controle 1 (C 1):

Os animais deste grupo receberam dieta e água ad libitum. Ao final do

experimento, nos últimos 8 dias, receberam 62 l de salina, por via oral

com auxílio de micro pipetador.

2. GrupoGinkgobiloba 1 (Gb 1):

Os animais desse grupo receberam dieta e água ad libitum. Ao final do

experimento, nos últimos 8 dias, receberam 62 l do EGb, por via oral

com auxílio de micro pipetador.

3. Grupo Controle 2 (C 2):

Os animais deste grupo durante todo o experimento foi ofertada ração

comercial e água ad libitumfornecida pelo NAL. Ao final do experimento,

nos últimos 8 dias, cada animal recebeu 62 l de salina, por via oral com

auxílio de micro pipetador.

4. Grupo Ginkgobiloba2 (Gb 2):

Durante todo experimento foi ofertado dieta padrão específica para

murinos (ração) fornecida pelo NAL e água ad libitum. Neste grupo, nos

últimos 8 dias, os animas receberam 62 l do EGb, por via oral, com

auxílio de um micro pipetador.

PROTOCOLO 1

GRUPOS ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

Via Oral

SANGRIAS E

COLETAS DOS

TECIDOS

San

gria

1-

dia

1 DIA 1 DIA 10 DIA 10 AO 17 DIA 18

Controle (C) 1 e 2

Salina Salina

Salina x

Experimental Gb

(Gb) 1e 2

Extrato de Ginkgobiloba

761

x

Quadro 1-Desenho Experimental do Protocolo 1

Page 32: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

4.13.2 Descrição dos protocolos2 e 3

Para o esclarecimento de alguns dados obtidos durante a execução do

primeiro protocolo foi proposto um novo experimento, composto por apenas

dois grupos de cinco ou seis animais em cada, identificados como grupo

controle (Cont) e grupo experimentalGinkgobiloba (Gb).

Com o objetivo foi averiguar o balanço hídrico os animais foram

mantidos por 17 dias emgaiolas metabólicas individuais(protocolo 2) e em

gaiolas metabólicas coletivas (protocolo 3)conforme descrição abaixo (Quadro

2). Durante o protocolo 3 foi proposto um descanso fisiológico e a oferta do

EGb pela segunda vez.

1. Grupo Experimental Ginkgobiloba(Gb):

Durante todo experimento foi ofertado ração comercial específica

para murinos fornecida pelo NAL e água ad libitum. Nos últimos 8

dias os animais receberam 62 l do EGb, por via oral, com auxílio

de um micro pipetador.Foi recolhido sangue venoso do plexo retro

orbital antes e ao termino da administração deEGb. Ao final desse

período, os animais foram submetidos à sangria e posteriormente

mortos com uma overdose de anestésico para a coleta do rim

(microscopia eletrônica).

2. Grupo Controle (Cont.):

Durante todo experimento foi ofertado ração comercial específica

para murinos fornecida pelo NAL e água ad libitum.Foi recolhido

sangue venoso do plexo retro orbital antes e ao termino da

administração salina. Neste grupo nos últimos 8 dias os animais

receberam 62 l salina. Ao final do período, os animais foram

mortos com uma overdose de anestésico para a coletadorim

(microscopia eletrônica).

Page 33: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Quadro 2-Desenho Experimental do Protocolo 2e 3

PROTOCOLO 2

GRUPOS ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

Via Oral

SANGRIAS E

COLETAS DOS

TECIDOS

S

angr

ia 1

- di

a 1 DIA 1 DIA 10 DIA 10 AO 17 DIA 18

Controle (Cont.)

Salina Salina

Salina x

Experimental Gb (Gb)

Extrato de Ginkgobiloba

761

x

PROTOCOLO 3

GRUPOS

ADMINISTRAÇÃ

O

ADMINISTRAÇ

ÃO

DESCANSO

FISIOLÓGICO ADMINISTRAÇÃOVia Oral SANGRIAS E COLETAS DOS

TECIDOS

San

gria

1-

dia

1 DIA 1 DIA 10 DIA 11 AO 17 DIA 18 AO 25 DIA 26

Controle (Cont.) Salina

EGb

Salina

x

Experimental Gb

(Gb)

Extrato de Ginkgobiloba 761

x

Page 34: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5 Resultados

5.1 Protocolo 1 – Avaliação dos efeitos da ingestão de Extrato

de Ginkgobiloba 761 em animais.

Este protocolo foi proposto para avaliardoses terapêuticasdo EGb(figura

4). Nossos objetivos foram:

Verificar se o EGb altera de forma significativa, o peso dos animais

que receberam o Extrato de Ginkgobiloba761 (Gb /1 e Gb/2) quando

comparado com animais do grupoControle que receberam salina (C/1

e C/2).

Determinar, se existe diferença quanto aos níveis de IgG1 e IgG2a

entre os grupos Controles 1 e 2 os animais que receberamEGb.

Comparar as alterações histomorfológicas entre animais dos

gruposExperimentais Ginkgobiloba e Controles através da coloração

de HE (Hematoxilina e Eosina) em fígado, baço, coração, intestino

delgado e rim.

Através da imunohistoquimica do tecido renal analisar a presença de

o α-actina (marcadorpara musculatura lisa) para conferir a

integridade dos vasos sanguíneos; laminina para conferir a

integridade e espessura da membrana basal além de VEGF,

para determinar se existe o crescimento do endotélio vascular

renal.

Page 35: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.1.1 Peso Médio dos animais

O peso médio dos animais,no início e no final do experimento,estava

coerente o com desenvolvimento normal da linhagem e a leve tendência de

ganho de peso foi proporcional em todos os grupos. Ao comparar animais

Experimentais Gb e Controles, não observamos diferença significativa, nos

grupos expostos ao EGb (p>0,05)(figura 4).

Figura 4–Média da evolução no ganho de peso, em gramas, dos animais dos grupos Controle 1 e 2 e Ginkgobiloba 1 e 2, durante o protocolo 1. Não houve diferença significativa no ganho de peso (p>0,05).

5.1.2 Níveis Séricos de IgG1 e IgG2a

Quando comparamos os níveis de IgG2a observamos que não houve

diferença significativa entre os grupos (p>0,05). A diferença observada no

grupo 2Gb ao final do experimento não foi significativa estatisticamente (figura

6). Também não encontramos diferenças significativas (p>0,05) nos níveis de

IgG1 entre os animais Experimentais Gb, mas é possível observar uma

tendência de menores níveis de IgG1 quando comparados com a IgG2a (figura

5). A administração de EGb não causou qualquer tipo de alteração em nenhum

dos grupos .

Page 36: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 5 -Média dos níveis de IgG1 e IgG2a dos grupos durante as semanas do protocolo 1. Todos os animais apresentaram títulos de anticorpos IgG2a ligeiramente mais altos, condizentes com animais saudáveis, porém não houve diferença significativa entre os grupos Experimentais Ginkgobilobae Controle (p>0,05).

5.1.3 Histomorfologia - Microfotografia

Não foram observadas alterações morfológicas na polpa branca, polpa

vermelha ou em folículos primários do baço. Do mesmo modo não existem

alterações nas artérias nos grupos Controle, assim como os grupos

Experimentais Ginkgobiloba (Figura 6). Também não foram observadas

alterações nas fibras cardíacas (Figura 7), assim como o trato intestinal

duodenal se apresentava integro e sem alterações nas vilosidades (Figura 8).

Não houve alterações hepáticas, artérias integras, assim como os hepatócitos

(Figura 9).

A análise de glomérulos e túbulos renais mostrou que os animais que

receberam o EGb apresentaram características morfológicas condizentes com

uma possível hiperemia (Figura 10).

Page 37: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Baço

Figura 6 –Microfotografias para comparação histomorfológica de amostras de baço em aumento de 10x dos grupos ExperimentaisGinkgobilobae Controles.

Page 38: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Coração

Fibras cardíacas

Figura 7 –Microfotografias para análise histomorfológica de células cardíacas dos grupos Experimentais GinkgobilobaeControles em aumento de 20x.

Page 39: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Intestino delgado

Figura 8 –Microfotografias para análises histomorfológicas de células intestinais dos grupos Experimentais GinkgobilobaeControles em aumento de 10x.

Page 40: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Fígado

Figura 9 - Microfotografias para análises histomorfológicas de células hepáticas dos grupos Experimentais Ginkgobiloba e Controles em aumento de 10x.

Page 41: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Rim

Figura 10 – Microfotografias para análise histomorfológica de células glomerulares de animais dos grupos Experimentais GinkgobilobaeControles em aumento de 10x. Em ambos os grupos que receberam EGb, as setas ressaltam aspecto de hiper coloração.

5.1.4 Análise de α- actina em rim

Ao analisar a marcação de α- actina em rim pela técnica de imuno-

histoquímica não observamos alterações teciduais, bem como qualquer tipo de

lesão vascular nas artérias ou veias renais dos animaisdos grupos Controles ou

Experimentais que receberam o EGb (figura 11).

Page 42: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Alfa- actina (Rim)

Figura 11 –Microfotografias da imuno-histoquímica de α- actina no rim em aumento de 20x dos grupos ExperimentaisGinkgobiloba eControlesem aumento de 10x.

5.1.5 Análise de Laminina em rim

As imagens de glomérulos e túbulos renais (figura 12) estão bem

marcadas indicando integridade das membranas basais e ausência de lesões

renais. Não houve diferença de marcação entre os grupos Controle 1 e 2 assim

como nos grupos Experimentais Gb.

Page 43: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Laminina (Rim)

Figura 12 –Microfotografias de imuno-histoquímica de laminina no rim em aumento de 20x dos animais dos grupos ExperimentaisGinkgobilobae Controles.

5.1.6 Análise de VEGF no rim(Vascular EndothelialGrowthFactor)

A marcação, através da imuno-histoquímica, para este fator de

crescimento no rimmostrou que houve diferença entre os grupos Controle que

receberam apenas salina e os grupos Experimentais que receberam o Extrato

de Ginkgobiloba 761. É possível observar nos grupos (1Gb e 2Gb) uma

marcação em tom marrom, indicando crescimento endotelial (leve alteração), o

que não foi observado nos grupos Controles (figura 13). Este dado foi mais um

indício para elaborarmos e executarmos o protocolo 2 (na sequência dos

resultados), onde seria possível mensurar o volume urinário e a ingestão de

água em gaiolas metabólicas.

Page 44: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

VEGF- Rim

Figura 13 –Microfotografias de imuno-histoquímica de VEGF no rim em aumento de 20x nos grupos ExperimentaisGinkgobilobae Controles. As setas indicam as áreas de neoformação endotelial.

5.2 Protocolo 2 - Avaliação do balanço hídrico após a ingestão

de Extrato de Ginkgobiloba 761 em animais mantidos em

Gaiolas Metabólicas Individuais

De acordo com os resultados encontrados no protocolo 1,

estabelecemos este novo protocolo. Durante toda sua execução os animais

foram mantidos em GAIOLAS METABÓLICAS INDIVIDUAIS,para que fosse

possível avaliar o volume urinário e fecal, assim como a ingestão de água, bem

como a mensuração de peso corporale a ingestão de ração (figura 14).Os

objetivos foram verificar se os animais que ingerem o Extrato Ginkgobiloba 761:

Apresentariamalterações no peso.

Consumiriam o mesmo volume de ração e água.

Page 45: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Apresentariam diferenças significativasno volume urinárioe fecal.

Apresentariam diferençasentre podócitos e pedicelos renais.

Figura 14 – Diagrama do Desenho experimental do Protocolo 2.

5.2.1 Peso médio dos animais

Ao analisar o peso corporal no início e ao final do experimento

observamos que houve uma diminuição significativa (p=0,0002) em ambos os

grupos e ao compará-los entre si foram detectadas diferenças no peso do

grupo Experimental Gb mais acentuado (p= 0,00068). Ambos os grupos

perderam peso, provavelmente, pela difícil adaptação à GAIOLA METABÓLICA

INDIVIDUAL, já que estes animais estão habituados à convivência coletiva.

Dessa forma, a mudança em seu comportamento pode ter sido responsável

pelos resultados encontrados (figura 15).

Page 46: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 15 –Peso médio em gramas dos animais nos grupos Controle e Experimental Gb durante protocolo 2 (Gaiolas Metabólicas Individuais).

5.2.1.1Consumo médio de ração

O consumo médio de ração é significativamente maior(p<0,05) no grupo

Controle (11,59±1,17g) do que no grupo Experimental Gb(6,8±1,72g) (figura

16).

Figura 16 – Consumo médio de ração em gramas dos animais nos gruposControle e Experimental Gb durante a execução do protocolo2 (Gaiolas Metabólicas Individuais).

5.2.1.2Avaliação do consumo de água

Da mesma forma houve diferença significativa (p<0,05) no consumo

médio de água entre os grupos. Nos animais do grupo Experimental Gb (Gb:

3,05±1,31ml), que consumiram menos água do que animais que do grupo

Controle (Controle: 10,6 ±1,73ml). (figura 17).

Page 47: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 17 –Consumo médio de água em mL nos animais dos gruposControle e Experimental Gb durante 8 dias do protocolo 2.

5.2.1.3Avaliação do volume urinário

Observamos que os animais que receberam o EGb apresentaram uma

redução significativa (p= 0,0001) no volume urinário. Embora também ocorra

uma redução no volume urinário do grupo Controle provavelmente pela difícil

adaptação àGAIOLA METABÓLICA INDIVIDUAL, porémesta não foi

significativa (p>0,5) (figura 18).

Figura 18 – Volume urinário médio em mL dos animais nos grupos Controle ou Experimental Gb durante o protocolo 2.

Page 48: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.2.2 Avaliação do volume de fezes

O volume de fezes do grupo Controle (2,25±1,11g) é significativamente

maior

(p= 0,0082.) do que o grupo Experimental Gb (1,77±1,10g) (figura 19).

Figura 19–Média do volume fecal em gramas nos animais dos gruposControle e Experimental Gb durante Protocolo 2 (Gaiolas Metabólicas Individuais).

5.2.3 Avaliação da integridade celular Renal pela Microscopia eletrônica

A avaliação por microscopia eletrônica não evidenciou diferenças entre os

grupos Controle e Experimental Ginkgobiloba (figura 20).

Figura 20–Pedicelos e podócitos íntegros nos animais dos grupos Controle e Experimental Gb.

Page 49: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.3 Protocolo 3 Avaliação do balanço hídrico após a ingestão

de EGb em animais mantidos em Gaiolas Metabólicas

Coletivas

Este protocolo foi proposto a partir dos resultados encontrados para

ingestão hídrica e volume urinário no protocolo 2. Para realizá-lo foram

desenvolvidas GAIOLAS METABÓLICAS COLETIVAS, de forma que fossem

semelhantes às utilizadas pelo NAL (UFF), mantendo a mesma dimensão e

oferecendo a mesma área de interação para os animais, de forma a descartar

qualquer alteração comportamental. Além disso, também foi proposta uma 2ª

exposição ao EGb após um intervalo fisiológico (7 dias) da 1ª exposição, a fim

de descartar qualquer adaptação ao EGb. Estas gaiolas permitiram tanto a

interação entre os animais quanto a perfeita mensuração de ingestão hídrica,

de ração, do volume de excreção urinária e fecal e do peso corporal dos

animais (figura 21).

Assim os objetivos deste protocolo foramverificar se a oferta do EGbna

Gaiola Coletiva Metabólica também leva a alterações:

No peso dos animais;

No consumo de ração e água;

No volume de excreção urinário e fecal.

(A)

(B) (C)

Page 50: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 21 – Descrição do Desenho experimental do Protocolo 3 (A) e Panorama geral da Gaiola Metabólica Coletiva (B) e da estrutura de seu anterior (C) mostrando a possibilidade de coleta tanto da Urina como das fezes.

Peso Médio dos animais

Observamos um ganho de peso normal nos animais do grupo Controle

(373,2g±12,23g; inicio) (383,66±14,22g; final) e Experimental Gb

(333,46±12,22g; inicio) (350,14g±10,12g; final), evidenciando diferenças nos

resultados obtidos quando os animais foram mantidos na Gaiola Metabólica

Individual (protocolo 2). Houve diferença significativa entre os grupos de

p<0.001, onde os animais do grupo Experimental Gb obtiveram ganho de peso

maior de aproximadamente 17g quando comparados aosanimais do grupo

controle com ganho de peso de aproximadamente 10g (figura 22).

Figura 22 –Peso médio em gramas dos animais Controle e Experimental Gb, mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas.

Page 51: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.3.1 Avaliação do consumo médio de ração

Não houve diferença significativa (p>0,05) no consumo médio de ração

durante o experimento entre os animais dos grupos Controle e Experimental

Gbdo protocolo 3 (figura 23).

Figura 23 –Consumo médio de ração dos animais nos grupos Controle e Experimental Gb, mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas.

5.3.2 Avaliação do consumo de água

A avaliação diária no consumo de água mostrou que não houve

diferença significativa (p>0,05) entre os grupos Controle (1,13±0, 17ml)e

Experimental Gb (1,10±0,19ml) (figura 24).

Page 52: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 24 –Consumo médio de água em mL dos animais dos gruposControle e Experimental Gb, mantidos nas Gaiolas Metabólicas Coletivas.

5.3.2.1 Avaliação do volume urinário

Observamos diferença significativa (p<0,024791) no volume médio

urinário nos dois grupos deste protocolo após a fase da 1ª exposição ao EGb

;(Experimental Gb : 0,228 ± 0,068 ml/dia)(Controle : 0,259 ± 0,076 ml/dia).

Durante o descanso fisiológico houve diferença significativa de (p<0,00151);

(Experimental: 0,17 ± 0,010 ml/dia) (Controle: (0,15 ± 0,001 ml/dia) e na 2ª

exposição houve diferença significativa de (p=0,003162), repedindo valores

próximos dos encontrados na primeira exposição (Experimental Gb :0,224 ±

0,068 ml/dia); (Controle : 0,258 ± 0,076 ml/dia) (Figura 25).

Page 53: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Figura 25 –Volume médio urinário em mL/dia nos grupos Controle e Experimental Gb, mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas durante o protocolo 3.

5.3.2.2 Avaliação do volume defezes

Não houve diferença significativa (p>0,05) no volume fecal entre os

animais nos grupos Controle e Experimental Gb. (figura 26).

Figura 26 – Volume médio de fezes em grama dos animais nos grupos Controle e ExperimentalGb, mantidos em Gaiolas Metabólicas Coletivas.

Page 54: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

5.4 Analise comparativa entre as Gaiolas metabólicas

Individuais e Coletivas:

5.4.1 Peso Médio dos animais

Observamos um ganho de peso normal nos animais dos grupos Controle

ou Experimentais Gb da Gaiola Coletiva, mostrando claramente a diferença

entre os animais mantidos na Gaiola Metabólica Individual (protocolo 2) que

perdiam peso significativamente (p< 0,001) (figura 27).

Quando comparamos os resultados entre os grupos controles na Gaiola

Coletiva e nas Gaiolas Individuais há uma diferença significativa (P=0,0079). O

mesmo acontece quando comparados os resultados entre os grupos que

receberam EGb nas Gaiolas Individuais quando comparados a Gaiola Coletiva

(P=0,0043). Há diferenças significativas entre os animais do grupo Controle e

Experimental Gbnas gaiolas individuais de p=0,02604. Assim como quando

comparamos os animais dos grupos Controle e Experimental Gb nas gaiolas

coletivas, onde os animais do grupo Experimental Gb obtiveram ganho de peso

significativamente maior (p=0,023).

Page 55: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Ind Ctrl Ind Gb Col Ctrl Col Gb-75

-50

-25

0

25

50

weig

ht

(g)

Figura 27 –Analise comparativa do peso médio em gramas dos animais dos grupos Controle e Experimental Gb, mantidos nas Gaiolas Metabólicas Coletivas quando comparados com as Gaiolas Individuais.

5.4.2 Consumo médio de ração

Houve diferença significativa (p=0,0079) entre os animais do grupo

Controle do protocolo 3 no consumo médio de ração quando comparados aos

animais dos grupo Controle do protocolo 2. Assim como, entre os animais

tratados com EGb dos protocolos 2 e 3 (p=0,0159). (figura 28).

Page 56: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Ind Ctrl Ind Gb Col Ctrl Col Gb0

5

10

15

20

25

wei

gh

t (g

)

Figura 28 –Comparação entre o consumo médio de ração dos animais dos gruposControle e Experimentais Gb nos protocolos 2 (gaiolas individuais) e 3 (gaiolas coletivas).

5.4.3 Avaliação do consumo de água

A analise comparativa mostra que houve diferença significativa no

volume de água ingerido entre os animais dos grupos Controle do protocolo 3

(gaiola coletiva) em relação aos animais do grupo Controle do protocolo 2

(gaiolas individuais) (p=0,031). Do mesmo modo que os animais dos grupos

Experimentais Gb entre os protocolos 2 e 3 (p=0,0095). Houve diferença

significativa entre os animais dos grupos Gb Experimental e Controles nas

gaiolas individuais de p=0,001792. Não houve diferença significativa quando

comparamos os resultados nos animais dos grupos Controle e Experimental

Gb nas gaiolas Coletivas(figura 29).

Page 57: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Ind Ctrl Ind Gb Col Ctrl Col Gb0

5

10

15

wat

er v

ol.

(ml)

Figura 29 –Comparação entre o consumo médio de água dos animais nos grupos Controles e Experimentais Gb nos protocolos 2 (Gaiolas Individuais) e 3 (Gaiolas Coletivas).

5.4.4 Avaliação do volume urinárioe fecal

Observamos diferença significativa no volume médio urinário quando

comparamos o grupo Controle ao Experimental Gb na Gaiola Coletiva

(p=0,013). Houve diferença significativa quando comparados os grupos

Controle nas Gaiolas Individuais e Coletivas (p=0,0008). Não houve diferença

significativa no volume médio urinário quando comparamos os grupos

Experimentais Gb nas gaiolas individuais e coletivas, assim como o grupo

Controle e Experimental Gb na Gaiola individual Figura (30).

Observamos que não houve diferença significativa no volume médio

fecal quando comparamos o grupo Controle ao Experimental Gb na Gaiola

Coletiva. Houve diferença significativa quando comparados os grupos Controle

nas Gaiolas Individuais e Coletivas (p=0,0007). Assim como os grupos

experimentais nas Gaiolas individuais e coletivas (p=0,0059). Os grupos

Controle e Experimental Gb diferiram nos resultados comparativos

estatisticamente nas Gaiolas individuais (p=0,0043) Figura (31).

Page 58: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Ind Ctrl Ind Gb Col Ctrl Col Gb0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

uri

nar

y vo

l. (m

l)

Figura 30 –Comparação entre o volume médio de urina dos animais nos grupos Controle e Experimentais Gb nos protocolos 2 (Gaiolas Individuais) e 3 (Gaiolas Coletivas).

Figura 31 –Comparação entre o volume médio fecal dos animais nos grupos Controle e Experimentais Gb nos protocolos 2 (Gaiolas Individuais) e 3 (Gaiolas Coletivas).

Ind Ctrl Ind Gb Col Ctrl Col Gb0

2

4

6

8

faec

es v

ol. (

g)

Page 59: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

6 Discussão:

Em nosso estudo não foram observadas reações alérgicas durante e após

o uso do EGb por via oral. No entanto, como este não foi o objeto do nosso

estudo não realizamos pesquisas específicas para a produção de anticorpos

anti- produtos do EGb portanto não podemos descartar a capacidade

alergênica deste fitoterápico, como foi sugerido pela Comissão E alemã em

1994 (Blumenthal, 1998).

Apesar de o EGbter sido relatado na medicina tradicional chinesa como

coadjuvante na redução de peso (Pizer, 1998), nossos resultados não

confirmam esse achado. Em nosso experimento, os animais que receberam o

EGbnão apresentaram perda de peso, ao contrario ganharam peso de forma

semelhante aos grupos que não receberam o Extrato de Ginkgobiloba761, ou

seja, os gruposControle nos protocolos 1 e 3. Poderíamos então argumentar

que o tratamento com EGb não interfere no ganho de peso ou no

desenvolvimento dos animais jovens.

Nossos resultados de análise qualitativa dos tecidos, demonstram que

EGb não alterou a histologia hepática, cardíaca, esplênica ou intestinal nas

doses estudadas, diferentemente de Moreno et al (2007 e 2008), que

encontrou tecidos lesados (intestino delgado, fígado e rins) e trabalhou com

análise histomorfométrica, assim como doses (>152mg/kg) maiores que as

empregadas neste trabalho (2mg/kg). Além disto, nossa avaliação revelou que

as peças histológicas renais indicaram forte marcação para Hematoxilina e

Eosina, nos animais tratados com EGb, nos induzindo a pesquisar outras

possíveis alterações renais. Foram feitos testes com alfa-actina e laminina, não

apresentando nenhum tipo de marcação, apenas VEGF apresentou marcação

Page 60: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

positiva, indicando possível angiogênese renal nos animais do grupo

Experimental Gb (figura 13).

Para avaliar o tecido renal foram utilizadosanticorpos anti-alfa-actina de

músculo liso (SMαA), anti-laminina e anti-VEGF. Como nenhuma marcação foi

observada para os dois primeiros anticorpos, podemos supor que o EGbnão

interfere nos miofibroblastos, que são a principal fonte de citocinas pró-

inflamatórias nem na matriz extracelular do tecido renal. Embora o período de

utilização do EGb tenha sido curto, apenas 8 dias (protocolo 1), podemos

sugerir que não houvea iniciação de uma fibrose progressiva o que poderia

levar à falência do órgão.Durante o desenvolvimento normal, SMαA é expresso

em células mesangiais e é reprimida a uma expressão mínima em células

adultas normais. Durante o desenvolvimento humano da doença glomerular, a

expressão SMαA ocorre (Tropenski, 2010).

A única alteração observada na análise histológica do tecido renal após

o uso do EGbfoi uma intensa coloração HE e uma reatividade importante para

VEGF. Dois processos podem levar à produção de vasos sanguíneos:

vasculogênese e angiogênese. No primeiro caso, uma rede vascular primitiva é

estabelecida durante a embriogênese de progenitores mesenquimais, e no

caso da angiogênese, vasos pré-existentes (ambos em estado embrionário e

adulto) enviam brotos capilares para produzir novos vasos. Tanto a promoção

como a redução da angiogênese tem sido relatadas com o uso do

EGb(Tropezinski, 2010 ; Sun,2009).

Tropezinskidemostrou que EGb exerce uma potente inibição do VEGF e

CXCL8/IL-8 a nível de células ativadas. Em associação com o galato de

epigalocatequina-3, oEGb regula os níveis de VEGF e CXCL8/IL-8 de forma

cumulativa nos queratinócitos humanos normaisestimulados com TNF-α (Fator

de Necrose Tumoral Alfa). Assim, Tropezinski sugere que o EGb pode

contribuir para moderar o processo inflamatório em doenças de pele

associadas a angiogênese(Tropezinski, 2010). Porem Sun (2009) encontrou

resultados de forte marcação semelhante aos desse estudo.

A observação de que a umidade na cama de maravalha das gaiolas se

apresentava de forma diferente entre os grupos que recebiam ou não EGb nos

orientou a seguirmos nas pesquisas dispostos a encontrar respostas ainda não

Page 61: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

encontradas como se haveria diferenças no volume urinário ou na ingestão

hídricapela oferta de EGb. Para a execução do experimento para tal avaliação

foi necessário o uso de Gaiolas Metabólicas e as que tínhamos a disposição

eram gaiolas metabólicas individuais de uso tradicional em trabalhos

científicos. Já no inicio do alojamento individual foi possível observar mudanças

comportamentais nos animais e quando iniciamos as administrações do EGb e

da salina obtivemos resultados muito distantes dos resultados antes obtidos.

Dentre estes podemos citar a redução no peso corpóreo, redução na ingestão

hídrica e alimentar, nos indicando diferenças significativas entre o grupo

Controle e o Experimental Gb. Este resultado isolado poderia nos induzir a um

raciocínio equivocado de que o tratamento com EGb traria redução no peso

corporal consequente a baixa ingestão hídrica e alimentar. Assim como

consequência um volume fecal menor, o que está de acordo com o esperado,

pois o volume de ingestão alimentar foi reduzido. A analise por microscopia

eletrônica da estrutura glomerular mostrou que não ocorreu qualquer tipo de

lesão nos animais tratados com o EGb na dosagem utilizada nesse trabalho e

durante o período proposto pelo protocolo (Quadros 1, 2,3).

Como este resultado se contrapunha aos resultados obtidos no primeiro

protocolo do experimento ficamos novamente com perguntas a serem

respondidas e como a principal variável entre o primeiro e o segundo

protocolos do experimento foi o tipo de alojamento nossa pergunta passou a

ser se a alteração no volume urinário é consequência do uso do fitoterápico

(EGb) ou se seria apenas devido a baixa ingestão hídrica desencadeada por

um estresse decorrente ao isolamento. Na tentativa de elucidar essa

dúvidadesenvolvemos uma Gaiola Metabólica Coletiva. Teríamos assim as

vantagens da coleta de fezes e urina (em valores médios) enquanto fossem

atenuadas as possíveis alterações comportamentais decorrentes do estresse

do isolamento considerando que ratos são animais que procuram uma vida em

sociedade.

Ao repetir o experimento na Gaiola Metabólica Coletiva pudemos

comprovar que o EGb não altera de fato o peso dos animais. Os animais de

ambos os grupos apresentaram desenvolvimento normal, assim como

apresentaram uma ingestão de ração e água dentro do esperado, ou seja,

Page 62: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

dentro da faixa de normalidade já encontrada nos resultados do protocolo 1.

Restava-nos apenas comparar o volume urinário e a resposta encontrada foi

dentro das expectativas. De fato a oferta do EGb alterou o volume urinário,

reduzindo de forma significativa (p<0,05) nos animais do grupo Experimental

Gb.

Quando comparamos os resultados entre as duas Gaiolas Metabólicas

coletivas e individuais ficou ainda mais evidente a influencia do convívio social

entre os animais. Os animais em ambiente coletivo apresentam consumo de

ração e água semelhante aos encontrados anteriormente por nosso grupo

(GIGUFF) e confirmam aqueles encontrados no primeiro protocolo desse

trabalho. Outro dado importante a ser ressaltado é o fato de os animais se

desenvolverem de acordo com o esperado para a faixa etária.

Assim a análise do comportamento do sistema urinário na presença e

ausência dos efeitos do EGb pôde ser analisado sem as alterações

comportamentais decorrentes do isolamento e que poderiam estar

influenciando o comportamento alimentar dos animais. Como ficou claro que o

volume de ingestão hídrica não difere de forma significativa na presença ou

ausência de EGb quando os animais podem desfrutar de um ambiente menos

estressante e que o volume urinário realmente apresenta alterações quando

tratamos os animais com EGb, podemos concluir que de fato ocorre redução

urinária por ação do fitoterápico.

O estresse pode induzir a polidipsia (Rodriguez de Turco, 1993) e/ou

hipofagia (Porsolt, 1990) em ratos e camundongos. Nossos dados confirmam

esses achados, pois pudemos verificar uma redução de peso significativa dos

animais em Gaiolas Metabólicas Individuais. Porem, quando alojados em

Gaiolas Metabólicas Coletivas, não houve redução de peso corporal ou na

ingestão total de alimentos e água. A transformaçãoda ingestão diária (mg de

alimentos ou ml de água) para uma relação baseada no peso corporal do

animal por dia (mg/dia) nos permitiu comparar estes parâmetros entre os

grupos. Assim, o incremento do consumo de alimentos e água, foi proporcional

ao peso dos animais.

Page 63: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

Por outro lado Rodriguez deTurco (1993) apresentou dados indicando

que EGb inibe a polidipsia induzida por estresse em ratos, devido ao estresse

do manejo diário e intubação, enquanto Porsolt (1990) mostrou que a

administração repetida de EGb inibe hipofagia emocional em camundongos

devido à atividade ansiolítica desta erva. No experimento realizado por

Rodriguez de Turco (1993), EGb foi dissolvido em 5% de etanol e os controles

receberam volumes equivalente a 5% de etanol puro (Rodriguez de Turco,

1993). Este detalhe poderia estar produzindo a diferença nos resultados

quando comparados ao nosso, pelo o fato de que em nosso modelo de EGb foi

dissolvido em solução salina e não em etanol, não induzindo polidipsia ou

poliúria. O álcool inibe a liberação de ADH (Hormônio Anti Diurético)

aumentando o volume urinário.

Estudos na fisiologia de animais de laboratório são facilitados pela

análise dos níveis plasmáticos de parâmetros bioquímicos bem como da

análise do volume urináriode 24 horas. De acordo com os níveis de estresse

pode ocorrer uma grande variabilidade destes parâmetros principalmente

quando os animais são alojados em Gaiolas Metabólicas Individuais (Yapar,

2010). Embora Stechman (2010) declarasse que 3 a 4 dias são suficientes para

a aclimatação de ratos, em nosso experimento com ratos, a cinética do fluxo

urinário de animais de ambos os grupos alojados em Gaiolas Individuais

apresentou uma considerável instabilidade assim como uma diminuição

significativa durante o período de exposição aoEGb no protocolo 2.

Durante o protocolo 3 avaliamos a introdução do EGb por duas vezes. A

primeira exposição, mostrou que ocorreu redução significativa do volume

urinário no grupo tratado com EGb quando comparado ao grupo Controle que

recebeu apenas salina. A partir do11ª dia do protocolo 3 a administração de

solução salina e EGb foram interrompidos por sete dias, e o volume urinário do

grupo experimental Gb apresentou um ligeiro aumento, que se manteve estável

até o dia 18ª, quando foi finalizada a segunda etapa do protocolo 3 (descanso

fisiológico) . Durante a segunda exposição aoEGb, o volume médio urinário do

grupo Experimental Gb variou menos nos seus valores, assim como o grupo

Controle. Os animais do grupo Experimental Gb apresentaram uma redução

significativa do volume urinário logonas primeiras 24h da segunda exposição

Page 64: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

EGb. Durante toda a terceira etapa do protocolo 3 houve diferença significativa

entre os grupos tratados com o EGb e os animais do grupo Controle que

receberam apenas salina.

Informações mais detalhadas sobre a regulação da função renal podem

fornecer não só uma melhor compreensão dos processos fisiopatológicos, mas

também, eventualmente, o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas

(Abd-Ellah, 2007). Em uma recente pesquisa da literatura específica havia

menos de dez referências quando cruzando as palavras "nefrotoxicidade" e

"Ginkgobiloba" ou EGb como palavras-chave. Todos os trabalhos

demonstraram que esta erva é benéfica e protege o rim de substâncias

nefrotóxicas, como urânio (Fukaya, 1999), adriamicina (Gulec, 2006), cisplatina

(Naidu, 2005; Celik , 2005), gentamicina (Rai, 2004) e vancomicina

(Sparreboom, 2004).

Por outro lado, alguns medicamentos à base de plantas têm efeitos

colaterais potencialmente prejudiciais, bem como interações adversas com

outros medicamentos. Esses medicamentos fitoterápicos podem envolver todos

os sistemas, todos os grupos de idade e de qualquer grau de toxicidade e

severidade (Alexandre, 2008). Apesar da ampla utilização concomitante de

medicamentos convencionais e fitoterápicos, são escassas as documentações

sobre interações de EGb com outras drogas que não sejam anticoagulantes

(Zlotogorsk, 2004 ; Yale, 2005; Athernton, 1972; Feraille, 2001).

A excreção renal de líquidos e eletrólitos está sob o controle de um

sistema neuro-humoral sistêmico que desempenha um papel central na

homeostase corporal (Mullins, 2006). Assim, a função homeostática do rim

exige a presença de um número de transportadores específicos capazes de

transportar uma grande variedade de substratos. Seu controle é muito bem

regulado por fatores específicos e hormonais como o ácido araquidônico e

seus produtos metabólicos ativos, que podem modular a homeostase

hemodinâmica e renal (Kudolo, 2004)

No rim, os eicosanóides que são os produtos ativos derivados do ácido

araquidônico, não só regulam os processos inflamatórios, mas também têm o

potencial para regular a função renal e, portanto, a pressão sanguínea através

da modulação da homeostase do sal e hemodinâmica renal. Três vias

Page 65: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

produzem eicosanoides: (I) a via ciclo-oxigenase produz tromboxanos e

prostaglandinas 1 e 2; (II) a via lipoxigenase dá origem dos ácidos

Hidroxieicosatetraenóicos (HETE’s), leucotrienos e lipoxinas. Finalmente (III)

via do citocromo P-450(CYP450) produz os ácidos epoxyeicosatrienoicos(Eets)

e 20-HETE (Son, 2005).

Uma das propriedades anti-inflamatórias in vivo doEGbse dá através da

inibição da síntese TXB2 e plaquetas (Kudolo, 2004). Voluntários saudáveis

foram submetidos a um estudo cruzado duplo-cego randomizado controlado

com placebo em que era ingerida diariamente 120 mgEGb ou placebo por três

meses. Após este período de tempo, os pacientes trocavam de grupo e eram

transferidos para as cápsulas de placebo sendo então consumidas pelos três

meses consecutivos. Como resultado houve redução na agregação

plaquetária, tromboxanos de serie 2(TXB2), assim como a síntese e de 11

dehydroTXB2 (11-dehidro TXB2)urinário, no uso do EGb, mas não do placebo

(Kudolo, 2004).

O EGb também se mostra um potente antioxidante, em indivíduos com

normo ou hipercolesterolemia.Possivelmenteinibindo a atividade das plaquetas

e da COX-1 (Park, 2006). Coletivamente, estes dados sugerem que EGb é

comparável ao ácido acetilsalicílico, em termos de inibição do TXB2 (Kudolo,

2006), bem comopossui efeito preventivo sobre as expressões do óxido nítrico

sintase induzida e ciclooxigenase-2 através da supressão do fator nuclear

kappaB em células RAW 264.7 induzida pela estimulação lipopolissacarídeo.

Uma das moléculas derivadas de folhas de Ginkgobiloba, uma bi-flavona

conhecida como Ginkgetin, inibe cyclooxygenases-2 e lipoxigenase-5 no osso

de ratos (Park, 2006; Takeji, 2006).

A importância das vias Ciclooxigenases (COX) no controle da pressão

arterial é ilustrada pelo uso de drogas não EsteróidesAnti-inflamatórios (AINES)

em seres humanos, que inibem aCiclooxigenase e com isso ocorre retenção de

sódio e hipertensão. ACiclooxigenase-1 (COX-1) é constitutivamente expressa

em uma variedade de tecidos, incluindo o rim. A função exata da função renal

COX-1 permanece incerta (Cheng, 2004). Inibidores da Ciclooxigenase-2

(COX-2) que estão em uso clínico, foram desenvolvidos para evitar os efeitos

colaterais dos AINES convencionais, incluindo a toxicidade gastrintestinal e

Page 66: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

renal. Contudo, a COX-2 é constitutivamente expressa nos rins e é altamente

regulada em resposta a alterações no volume intravascular. Os metabólitos

COX-2 têm sido implicados na manutenção do fluxo sanguíneo renal, na

mediação da libertação da renina e regulação da excreção de sódio. Inibição

da COX-2 pode diminuir transitoriamente a excreção urinária de sódio em

alguns indivíduos e induzir a leve a moderada elevação da pressão arterial

(Sun, 2009). Assim, nossos resultados talvez pudessem ser explicados pelo

efeito inibidor da EGbsobre as viasCiclooxigenases no metabolismo do ácido

araquidônico. São necessários futuros testes específicos para essa

comprovação.

Tomando em conjunto os nossos dados e os da literatura, outro ponto

que merece atenção na prática clínica é o fato de que as populações de mais

idade (idosos) são os principais consumidores doEGb). Os Idosos também são

os maiores consumidores de medicamentos prescritos e de fitoterápicos em

geral (Alexandre, 2008).

O fato de o EGb promover alterações no volume de excreção urinária,

poderia influenciar no tempo de depuração e, portanto, prolongar o tempo de

exposição das drogas na corrente sanguínea, podendo trazer consequências e

afetando as interações entre outras drogas e o EGb ou outros fitoterápicos em

uso concomitante ao EGb.

Apesar das preocupações sobre a segurança do uso de drogas em

tratamentos convencionais, as informações sobre o uso de medicamentos com

prescrição e ou sem receitasmédicas (fitoterápicos), assim como os

suplementos dietéticos são limitadas (Alexandre, 2008). Entre os usuários de

medicamentos com prescrição, o uso concomitante de medicamentos

fitoterápicos foi de 46% nos Estados Unidos da América, assim como com o

uso concomitante de suplementos alimentares por 52% da população inquirida

no estudo elaboradopor Qato(Qato, 2008).

Desta forma acreditamos ter contribuído para o acervo da literatura

nesta área do conhecimento, mostrando que embora seja apresentado nas

bulas dos preparados de Extrato Ginkgobiloba 761 que seu uso possui

contraindicações apenas com o uso concomitante de anticoagulantes ou

AINES, mostramos que este produto não parece ser tão inócuo quanto seja

Page 67: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

desejado. Desta forma é preciso cuidado ao administrá-lo em especial para a

população de idosos que normalmente utiliza outros medicamentos

concomitantemente ao uso de fitoterápicos e que muitas vezes não considera

fitoterápicos como medicamento, inclusive omitindo de seus médicos a sua

utilização .

Page 68: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

7 Conclusão

Podemos concluir que oExtrato de Ginkgobiloba 761 na dose e períodos

utilizados não alterou o estado fisiológico nem na reatividade imunológica.

Além de não Interferir no desenvolvimento dos animais ou provocar alterações

na histologia qualitativa esplênica, cardíaca, hepática ou intestinal. Assim como

não alterou a estrutura renal circulatória, tubular ou glomerular. No entanto

provocou a alterações qualitativas na histologia renal marcando fortemente

cortes histológicos do rim com HE indicando possível hiperemia e marcando

fortemente VEGF. Alterando também o volume urinário reduzindo-o.

OBSERVAÇÃO: O uso de gaiolas metabólicas embora importantes no

controle das análises fisiológicas dos animais precisa ser avaliado com

muito cuidado, pois a manutenção de animais com perfil social/gregário

em gaiolas individuais pode levar a um estresse capaz de interferir nos

resultados obtidos.

Page 69: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

8 Referências bibliográficas

1. Abd-Ellah MF, Mariee AD. Ginkgo biloba leaf extract (GBE 761)

diminishes adriamycin-induced hyperlipidaemic nephrotoxicity in rats:

association with nitric oxide production. Biotechnol Appl Biochem. 2007;

46: 35-40.

2. Alexandre R F, Bagattini F, Simões C M O.Interações entre fármacos e

medicamentos fitoterápicos à base de Ginkgo ou Ginseng. Rev. bras.

Farmacogn. 2008; v. 18, n 1.

3. Atherton JC. Renal physiology. Br J Anaesth. 1972 ; 44: 236-245.

4. Baratto LC. O chá das folhas é seguro? Ciência Hoje. 2009; vol. 45, no.

266.

5. Beresdka, A. "De. Sexiéme memoire de l’anaphylaxie latique." Ann. Inst.

Pasteur Lille. 1909;23: 166.

6. Braquet, P. The ginkgolides: potent plelet-activating factor antagonists

isolated from Ginkgo biloba L.: Chemistry, pharmacology and clinical

applications. Drugs of the Future.1987;12: 643-699.

7. British Herbal Medicine Association. Scientific Committee. British herbal

pharmacopoeia. 1996 ; British Herbal Medicine Association. .

Page 70: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

8. Blumenthal M, Busse W: The Complete German Commission E

Monographs: Therapeutic Guide to Herbal Medicines. Boston, Mass.

American Botanical Council.1994.

9. Castellote V.F.J. e Atienza M.M.P.; Ginkgo biloba y hemorragia

cerebral.An. Med. Interna(Madrid). 2005, vol. 22, no 4.

10. Celik I, Cilhangroglu M, Iihann N, Akpolat N, Akbuluy HH. Protective

effects of different antioxidants and amrinone on vancomycin-induced

nephrotoxicity. Basic Clin Pharmacol Toxicol . 2005; 5: 325-332.

11. Cheng HF, Harris RC. Cyclooxygenases, the kidney, and hypertension.

Hypertension, 2004; 3: 525-530.

12. Christen, Y &Mayxent, JM. What is Ginkgo bilobaextract EGb 761? An

Over view-From molecular Biology to Clinical Medicine. Cell Mol Biol.

2002; 48(6): 601-611.

13. Cotran RS, V Kumar e SL Robbins- Pathologic basis of disease.W B Sauders Co. Philadelphia, 2002.

14. Degmar F. Fitoterapia - conceitos clínicos- Ed Atheneu, 2008.

15. Destro, MWB. Estudo da utilização no pré-operatório de medicamentos

ou drogas fitoterápicas que alteram a coagulação sanguínea. Rev. Col.

Brás. Cir.2006; 33 (2): 107-111.

16. Feraille E, Doucet A . Sodium-potassium-adenosinetriphosphatase-

dependent sodium transport in the kidney: hormonal control.Physiol.

2001;Ver 1: 345-418.

17. Franco, G. Nutrição - Tabela de composição química dos alimentos.São

Paulo, EdiçõesAteneu, 1982.

18. Fukaya H, Kanno H. Experimental studies of the protective effect of

ginkgo biloba extract (GBE) on cisplatin-induced toxicity in rats. Nippon

Jibiinkoka Gakkai Kaiho. 1999; 102: 907-917.

Page 71: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

19. Georgianne V. and Giardina T. Benefits, adverse effects and drug

interactionsof herbal therapies with cardiovascular effects .J Am Coll

Cardiol. 2002; 39:1083-1095..

20. Gomez L.N. El factor de activación plaquetaria y su relación con el daño

oxidativo. Rev Cubana Invest Bioméd. 2001; v.20 n.1.

21. Gulec M, Iraz M, Yilmar HR, Ozyurt H, Temell L. The effects of Ginkgo

biloba extract on tissue adenosine deaminase, xanthine oxidase,

myeloperoxidase, malondialdehyde, and nitric oxide in cisplatin-induced

nephrotoxicity. Toxicol Ind Health. 2006; 3: 125-130.

22. Jacobis, B P & Browner, W S. Ginkgo biloba: A Living Fossil. Am J Med.

2000; 108: 341-342.

23. Junqueira, L & Carneiro, J. Histologia Básica. 10a edição, Guanabara

Koogan, Rio de Janeiro, 2004.

24. Kreider RB, Wilnorn CD, Taylor L, Campbell B, Almada AL, Collins R, et

al. ISSN Exercise & sport nutrition review: research & recommendations.

J Int Soc Sports Nutr. 2010; 7: 7.

25. Kudolo GBet al, The Ingestion of Ginkgo bilobaExtract (EGb 761) Inhibits

Arachidonic Acid-Mediated Platelet Aggregation and Thromboxane B2

Production in Healthy Volunteers.Journal of Herbal

Pharmacotherapy.2004; Vol. 4(4).

26. Loftus TM, Jawaorky de, Fywot GL, Townsend CA, Ronnett GV, Lane

MD, et al . Reduced food intake and body weight in mice treated with

fatty acid synthase inhibitors. Science. 2000; 288: 2379-2381.

27. Lowry, Q. H. et al. Protein measurement with folin phenol reagent. Biol.

Chem. 1951; 193: 265-275.

28. Macedo CS. Reduction of podocytes number in late diabetic alloxan

nephropathy: prevention by glycemic control.ActaCir Bras. 2007; São

Paulo, 22, 5.

Page 72: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

29. Major RT. The ginkgo, the most ancient living tree. The resistance of

Ginkgo biloba L. to pests accounts in part for the longevity of this

species. Science , 794, 1967; 1270-1273.

30. Moreno SRF, Carvalho JJ, Rebello B, Rocha EK, Timóteo MO, Olej B et

al.Experimental models using radionuclides for assessment of the effects

of natural drugs. Braz. arch. biol.technol. 2008; vol.51.

31. Moreno RF, Carvalho JJ, Nascimento AL, Pereira M, Rocha EK, Olej B,

Caldas LQA, M. Bernardo-Filho.Experimental model to assess possible

medicinal herb interaction with a radiobiocomplex: Qualitative and

quantitative analysis of kidney, liver and duodenum isolated from treated

rats. Food and Chemical Toxicology2007;Volume 45, 19-23.

32. Mullins LJ, Bailey MA, Mullins JJ. Hypertension, kidney, and transgenics:

a fresh perspective. Physiol Rev . 2006 ; 2: 709-746.

33. Naidu MU, Shifow AA, Kumar KV, Ratnakar KS. Ginkgo biloba extract

ameliorates gentamicin-induced nephrotoxicity in rats. Phytomedicine.

2000; 3: 191-197.

34. Park YM, Won JH, Yun KJ, Ryu JH, Han YN, Choi SK, et al . Preventive

effect of Ginkgo biloba extract (GBE) on the lipopolysaccharide-induced

expressions of inducible nitric oxide synthase and cyclooxygenase-2 via

suppression of nuclear factor-kappaB in Raw, 7 cells. Biol Pharm Bull.

2006; 5: 985-990.

35. Pizer ES, Chrest FJ, Digiuseppe JA, Han WF. Pharmacological

inhibitors of mammalian fatty acid synthase suppress DNA replication

and induce apoptosis in tumor cell lines. Cancer Res. 1998; 20: 4611-

4615.

36. Porsolt RD, Martin P, Lenégrea A, Fromage S, Drieu K. Effects of an

extract of Ginkgo Biloba (GBE 761) on learned helplessness and other

Page 73: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

models of stress in rodents. Pharmacol Biochem Behav. 1990; 36: 963-

971.

37. Qato DM, Alexandre GC;Conti RM, Johnson M, Schumm, Lindau ST.

Use of prescription and over-the-counter medications and dietary

supplements among older adults in the United States. JAMA. 2008; 24:

2867-78.

38. Rai J. Adverse interactions between low-dose aspirin/warfarin and

garlic/ginseng/Ginkgo biloba. Indian Heart J. 2004; 2: 176.

39. Riella MC. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos.Ed

Guanabara Koogan; 2003.

40. Rodriguez de Turco EB, Droy-Lefaix MT, Bazan NG. GBE 761 inhibits

stress-induced polydipsia in rats. Physiol Behav. 1993; 53: 1001-1002.

41. Roenfeld, I. O Guia da Medicina Alternativa. Bertrand Brasil, RJ; 1999.

42. Sampson, H. A. Food Allergy.Modern Nutrition in health and disease.

1994;U A W Company. 2: 1391-1398.

43. Sastre GA, Egorot A, Matassoy D, Brandt S, Levyde Durbin JE, Palalese

P and Muster T.Influenza A virus lacking the NS1 gene replicates in

interferon-deficient systems. Virology. 1998;252, 324–330.

44. Ruiz-Ortega M, Lorenzo O, Egidio J . Angiotensin III up-regulates genes

involved in kidney damage in mesangial cells and renal interstitial

fibroblasts. Kidney Int Suppl .1998; 68: S41-45.

45. Simões CM, Schenkel EP, Gosmam G, Mello JCP, Mentz LA,

PetrvickPR. Farmacognosia: Da planta ao medicamento.4a edição Ed

Universidade/UFRGS/Edda UFSC; 2002.

Page 74: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

46. Sparreboom A, Cox MC, Acharya MR, FIGG WD. Herbal remedies in the

United States: potential adverse interactions with anticancer agents. J

Clin Oncol. 2004; 22: 2489-2503.

47. Son JK, Son MJ, Lee E, Moon TC, Son KH, Kim CH. Ginkgetin, a

Biflavone from Ginko biloba leaves, inhibits cyclooxygenases-2 and 5-

lipoxygenase in mouse bone marrow-derived mast cells.Biol Pharm Bull.

2005; 12: 2181-2184 .

48. StechmanMJ.Establishing normal plasma and 24-hour urinary

biochemistry ranges in C3H, BALB/c and C57BL/6J mice following

acclimatization in metabolic cages.Laboratory Animals. 2010; 44(3):218-

25.

49. Sun BL., Hu DM, Yuan H, Ye WJ, Wang XC, XIA ZL. Extract of Ginkgo

biloba promotes the expression of VEGF following subarachnoid

hemorrhage in rats. Int J Neurosc. 2009; 7: 995-1005.

50. Tang J, Sun J, Zang Y, Li L, Cui F, He Z.. Herb-drug interactions: Effect

of Ginkgo biloba extract on the pharmacokinetics of theophylline in rats.

Food Chem Toxicol. 2007; 12: 2441-2445.

51. Takeji M, Moriyama T, Oseto S, Kawada N, Hori M, Imai E. Smooth

muscle alpha-actin deficiency in myofibroblasts leads to enhanced renal

tissue fibrosis. J Biol Chem. 2006; 52: 40193-40200.

52. Teixeira, G. A. P. B. Seleção de dietas por camundongos normais,

imunes e tolerantes a amendoim e castanha de caju. 1995. 115p.

Dissertação (Mestrado em Bioquímica e Imunologia) ICB, Belo

Horizonte, UFMG.

53. Teixeira, G. A. P. B. Um modelo Murino de Inflamação Intestinal Crônica

- Tolerância e Imunização Oral:Antigenicidade versus Temporalidade.

Page 75: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

2003. 246p. Tese (Doutorado em Patologia). Niterói, Universidade

Federal Fluminense.

54. Teske M &Trentini A M M. Herbarium: Compêndio de Fitoterapia.

Herbarium Laboratório Botânico, Curitiba, PR. 3a Edição Revisada;

1997.

55. Tian WX, Li LC, Wu XD, Cnen CC. Weight reduction by Chinese

medicinal herbs may be related to inhibition of fatty acid synthase. Life

Sci. 2004; 19: 2389-2399.

56. Tropeziski S, Bonneville M, Pernet I, Denis A, Schmitt D, Viac J.Gingko

biloba extract reduces VEGF and CXCL-8/IL-8 levels in keratinocytes

with cumulative effect with epigallocatechin-3-gallate.Arch Dermatol Res.

2010; 3: 183-189.

57. Vallon V, Muhlbauer B, Oswald H.: Adenosine and Kidney

Function.Physiol. Rev. 2006;86: 901-940.

58. WangJY, Yin XX, Wu YM, Tang DQ, Gao YY, Wan MR, et al.. Ginkgo

biloba extract suppresses hypertrophy and extracellular matrix

accumulation in rat mesangial cells. Acta Pharmacol Sin. 2006; 27:

1222-1230.

59. Yale SH, Glurichi I.Analysis of the inhibitory potential of Ginkgo biloba,

Echinacea purpurea, and Serenoa repens on the metabolic activity of

cytochrome P450 3A4, 2D6, and 2C9. J Altern Complement Med . 2005;

11: 433-439.

60. Yanjue Wu.Amyloid-ß-Induced Pathological Behaviors Are Suppressed

by Ginkgobiloba Extract EGb 761 and Ginkgolides in Transgenic

Caenorhabditiselegans.The Journal of Neuroscience.

2006; 26(50):13102-13113.

Page 76: INTERFERÊNCIA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA761 NO FLUXO ...”NICA DALMÁCIO SILV… · Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas MÔNICA DALMÁCIO SILVEIRA

61. Yapar K, Cavusoglu K, Oruç E, Yalçyn E. Protective role of Ginkgo biloba

against hepatotoxicity and nephrotoxicity in uranium-treated mice. J Med

Food. 2010; 13: 179-188.

62.Zlotogorski HA. Littner M. Potential risks, adverse effects and drug

interactions associated with herbal medicine in dental patients. Refuat

Hapeh Vehashinayim .2004; 21: 25-41, 97.