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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS CAMPUS RIO POMBA. DENIS PEREIRA RAYMUNDO INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO APOIADA POR COMPUTAÇÃO: EXEMPLO DE INTEGRAÇÃO ENTRE ERP. RIO POMBA 2010

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS RIO POMBA.

DENIS PEREIRA RAYMUNDO

INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE

NEGÓCIO APOIADA POR COMPUTAÇÃO:

EXEMPLO DE INTEGRAÇÃO ENTRE ERP.

RIO POMBA

2010

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DENIS PEREIRA RAYMUNDO

INTEGRAÇÃO DE PROCESSOS DE

NEGÓCIO APOIADA POR COMPUTAÇÃO:

EXEMPLO DE INTEGRAÇÃO ENTRE ERP.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas – Campus Rio Pomba, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Bacharel em Ciência da Computação. Orientador: Silder Lamas Vecchi

RIO POMBA

2010

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca ________________ – IFET/RP

Bibliotecária: ________________________ – nº_______

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FOLHA DE APROVAÇÃO

RAYMUNDO, Denis Pereira. Integração de Processos de Negócio Apoiada por Computação: Exemplo de Integração entre ERP. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial à conclusão do curso Graduação em Bacharel em Ciência da Computação, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas – Campus Rio Pomba, realizada no 2° semestre de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Silder Lamas Vecchi

Orientador

Prof. Anne Torres de Sousa

Membro Convidado 1

Prof. Sandro de Paiva Carvalho

Membro Convidado 2

Examinado em: 01/12/2010

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Dedico este trabalho aos meus

filhos, Júlia e Miguel, presentes

preciosos dados por Deus!

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AGRADECIMENTOS

A Deus que sempre me tem dado as condições necessárias e suficientes para

conquistar meus objetivos.

Aos meus pais, por estarem sempre orando por mim.

À minha esposa, pelas noites em que cuidou dos nossos filhos enquanto eu

estudava.

Ao meu grande amigo Elio Cândido Filho, que um dia reencontrarei junto de

Deus, pois tinha a convicção de que eu chegaria mais longe do que eu mesmo

esperava.

Ao meu grande amigo José Ricardo Varella por possibilitar que eu tivesse

certeza na escolha da área da computação.

Aos meus professores que me fizeram avançar mais um pouco na direção

escolhida por mim há algum tempo.

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RESUMO

RAYMUNDO, Denis Pereira. Integração de Processos de Negócio apoiada por

computação: Integração entre ERP. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Bacharel em Ciência da Computação). Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas – Campus Rio Pomba, Rio

Pomba, 2010.

Este trabalho traz um estudo dos conceitos, história e filosofia de

gerenciamento de processos de negócio, com foco na integração de aplicações

corporativas. É baseado em uma pesquisa exploratória de material

bibliográfico, fóruns de discussão e consulta a uma empresa desenvolvedora

de software. Começa com a definição de processos de negócio e de seu

gerenciamento, dando uma visão geral sobre cadeias de suprimentos, suas

necessidades e possibilidades de melhoramentos. Mostra que, a partir da

necessidade gerada de se controlar os processos, surgiram os sistemas de

workflow, os quais apesar de terem evoluído bastante, não atenderam

completamente aos anseios do mercado. Expõe que, superar tais barreiras é o

que se propõe os BPMS com seus módulos de integração de aplicações

empresariais, apoiado na arquitetura orientada a serviços. Aconselha que,

dependendo da complexidade da integração torna-se essencial a orquestração

dos serviços web. Cita alguns exemplos de BPMS, bem como alguns órgãos

que se propõem a auxiliar nesta área. Modela em BPMN, dois processos de

integração entre um ERP de uma empresa consumidora e outro de uma

empresa fornecedora, ambas pertencendo a uma cadeia de suprimentos

fidelizada. O primeiro processo é o registro do consumo de material pelo cliente

e o outro é a atualização do posicionamento de pedidos de compra dentro do

fornecedor. Descreve também, como foram desenvolvidos os protótipos das

aplicações clientes e os serviços web. Conclui que é totalmente possível

realizar a integração de processos empresariais, sem o uso de um BPMS

específico, mas usando os conceitos de BPM.

Palavras-chave: Processos de Negócios. Integração de Aplicações. Sistema

de Informação. Cadeia de Suprimentos.

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ABSTRACT

This paper presents a study of the concepts, history and philosophy of business

processes management, focusing on enterprise application integration. It is

based on an exploratory research of publications, discussion forums, and

inquiry in a software development company. It starts with defining business

processes and its management, giving an overview of supply chain, needs and

possibilities for improvement. Showed that, from the need generated for to

control the processes, emerged workflow systems that despite significant

progress, not attended fully the aspirations of the market. It states that,

overcome such barriers is what it proposes the BMPS, with their modules

enterprise application integration, supported by service oriented architecture.

Advised that, depending on the complexity of integration is essential the

orchestration of web services. Cites some examples of BPMS, and some

agencies that purport to assist in this area. Models in BPMN, two processes of

integration between an ERP of a consumer company and another from a

supplier, both belonging to a supply chain loyal. The first process is registration

of the consumption of material by the client and the other is to upgrade the

status of purchase orders within the supplier. It also describes how were

developed prototypes of client applications and web services. Concludes that it

is entirely possible to accomplish the integration of business processes, without

the use of a BPMS specific, but using the concepts of BPM.

Keywords: Business Process. Application Integration.Information System.

Supply Chain.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Consumir Material .................................................................................................... 35

Quadro 2 - Registrar Consumo do Cliente .................................................................................. 35

Quadro 3 - Avisar Mudança de Status ......................................................................................... 36

Quadro 4 - Atualizar Status do Pedido de Compra ..................................................................... 36

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - The Supply-Chain Operations Reference Model – Tadeu Cruz p. 169 ........................ 20

Figura 2 - Modelo de Ciclo de Vida de BPM de Kirchmer adaptado por TESSARI (2008) ........... 24

Figura 3 - Modelo Genérico do BPMS - Cruz (2010) ................................................................... 26

Figura 4 - Registro de Consumo do Consumidor ......................................................................... 32

Figura 5 - Atualização de Status de Pedido de Compra .............................................................. 33

Figura 6 - Protótipo de Aplicação representando o ERP1 ........................................................... 37

Figura 7 - Protótipo de Aplicação representando o ERP2 ........................................................... 37

Figura 8 - Interface do método RegistrarConsumo do Web Service do ERP2 ............................ 38

Figura 9 - Interface do método AtualizarStatusPedCompra do Web Service do ERP1 ............... 39

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LISTA DE SIGLAS

API - Application Programming Interface

B2B - Business to Business

BPI - Business Process Integration

BPM - Business Process Management

BPMI - Business Process Management Initiative

BPMN - Business Process Modeling Notation

BPMS - Business Process Management System

CSCW - Computer-Supported Cooperative Work

CRM - Customer Relationship Management

EAI - Enterprise Application Integration

ERP - Enterprise Resource Planning

GUID - Globally Unique Identifier

OSW - Orquestrações de Serviços Web

SOA - Service-Oriented Architecture

SCOR - Supply Chain Operations Reference-model

SCM - Supply Chain Management

UML - Unified Modeling Language

XML - Extensible Markup Language

WWW - World Wide Web

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 15

2.1. Processos de Negócio .............................................................................................. 15

2.2. Gerenciamento da Cadeia de Suprimento (SCM) ................................................... 18

2.3. Sistemas de Workflow ............................................................................................. 21

2.4. BPM, BPMN, BPMS .................................................................................................. 23

2.5. Integração de Aplicações Empresariais (EAI) .......................................................... 26

2.6. Orquestração de Serviços Web (Web Services Orchestration) ............................... 29

2.7. Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) .................................................................. 29

2.8. Órgãos Relacionados ............................................................................................... 30

3. METODOLOGIA .................................................................................................................... 32

3.1. A modelagem do processo ...................................................................................... 32

3.2. Amparo Tecnológico ............................................................................................... 37

4. CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 41

APÊNDICE .................................................................................................................................... 44

Estrutura do Banco de Dados ERP1 - CONSUMIDOR .......................................................... 44

Estrutura do Banco de Dados ERP2 - FORNECEDOR ........................................................... 45

Estrutura do Banco de Dados de Integração ....................................................................... 46

ANEXO ......................................................................................................................................... 47

Ferramentas BPMS/Workflow ............................................................................................ 47

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1. INTRODUÇÃO

Nos ambientes corporativos atuais existe uma necessidade, cada vez mais

crescente, de se responder aos eventos externos com maior velocidade,

eficiência e qualidade. Para isso, as empresas precisam de informações que,

às vezes, estão fora de suas fronteiras. Somando-se a isso, existe uma busca

constante pela organização e automatização dos processos internos da

empresa, visando à redução de custos e desperdícios, e a possibilidade de

responder a tempo às ameaças do negócio, bem como às oportunidades que

surgem, priorizando assim, os investimentos e as iniciativas.

Os órgãos governamentais, por exemplo, requerem cada vez mais informações

e controles sobre as transações efetivadas entre as organizações. Os clientes,

por sua vez, querem posicionamento de seus pedidos e prazos de entrega. Os

fornecedores querem garantia de fidelidade nas compras. Uma simples venda,

que no passado envolvia apenas duas pessoas (um comprador e um

vendedor), hoje requer interação entre órgãos de proteção ao crédito para dar

segurança, administradoras de cartão de crédito para liberação do crédito,

bancos para realizarem as cobranças, uma empresa de logística para efetivar a

entrega, empresas de contabilidade para efetivar todos os respectivos registros

e empresas de tecnologia de informação para criar e sustentar toda a estrutura

necessária para que isto seja possível, visto que se fosse feito de forma

manual, os próprios custos e prazos tornariam a venda impraticável.

Estudos têm sido realizados no intuito de desenvolver e agregar as melhores

práticas de gerenciamento de processos de negócio, resultando em profissões

e softwares mais especializados. Dentre as profissões, duas merecem

destaque: analistas de negócio e analistas de processos. Esses profissionais,

normalmente, vêm das vertentes de interesse: Administração de Empresas,

Tecnologia da Informação ou mesmo Engenharia de Produção. Sendo

alocados em um desses departamentos conforme o organograma da empresa.

Dentro dos softwares especializados estão Workflow e BPMS.

Integrar os processos críticos de uma empresa, melhorando-os, tem impacto

direto em seus resultados financeiros, já que reduzindo a possibilidade de erros

humanos, pode-se diminuir os prazos de entrega, os custos de produção e as

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despesas de venda. Por isso foi escolhido, como exemplo a ser desenvolvido,

a integração do processo de suprimento de estoques. Nesse caso, as compras

passam a ser fidelizadas com o fornecedor, que pode reduzir o preço de venda

praticado para esse cliente, já que não terá mais os gastos com marketing,

financiadoras, inadimplência e força de vendas, tornando o cliente mais

competitivo frente aos seus concorrentes.

Este trabalho objetivou estudar o tema Integração de Aplicações Corporativas

(EAI), bem como desenvolver um exemplo de integração entre Softwares ERP

fazendo uso de serviços Web, visto a deficiência das literaturas em apenas

apresentar a modelagem e os conceitos de BPM e BPMS, mas não mostrarem

um exemplo de implementação de um software que faça a integração entre

empresas. Foi usada aqui, a forma tradicional de automatizar processos,

desenvolvendo uma aplicação que execute os passos do processo e não

utilizando um BPMS, pois nem todas as empresas dispõem de grandes

recursos para adquirem tais tipos de software, mas nem por isso deixam de

necessitar de determinadas integrações.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Nenhuma empresa é melhor do que o seu administrador permite.

Peter Drucker

2.1. Processos de Negócio

Na revolução industrial, iniciada na Inglaterra na segunda metade do século

XVIII, as indústrias de manufatura perceberam que a produtividade aumentava

devido à divisão do trabalho em pequenas etapas chamadas de processos.

Perceberam também, que desta forma conseguiam oferecer produtos

praticamente iguais em características e qualidade. E com isso, sempre que

fizessem qualquer melhoria nesse processo de fabricação, todos os itens

produzidos a partir de então seriam melhorados.

Processo, então, é um conjunto de atividades ou subprocessos executados

dentro de uma organização, por alguém ou por alguma coisa, por exemplo, um

software ou um robô, com a finalidade de obter um resultado específico

esperado por um cliente. Um processo, normalmente será executado várias

vezes, por isso a importância de seu estudo e aprimoramento contínuo.

Esse conhecimento sobre processos vindo da produção em série, demorou um

pouco a ser aproveitado nos setores administrativos das empresas. Apenas

quando F. W. Taylor escreveu, em 1903, o primeiro trabalho, com intenção

científica, intitulado “Princípios da Administração Científica”, é que se começou

a multiplicar as propostas para um modelo de gestão adequado. A gestão por

processos é a mais recente destas propostas, e tem como objetivo contribuir

para a sistematização da estrutura de qualquer organização, tendo a vantagem

sobre as propostas anteriores de poder ser apoiada pela computação.

Porém, conforme defende Cruz (2010), a área de tecnologia da informação não

tem conseguido cumprir o que promete: organizar as empresas. Ao invés disso,

com a invenção dos editores de textos, planilhas eletrônicas, correio eletrônico,

computadores pessoais e demais aparatos, só tem contribuído para que as

informações se multipliquem desordenadamente dentro das empresas, criando

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o que ele denomina “Desorganização Informacional”. Ratificando que nenhuma

tecnologia, por melhor e mais avançada que seja, tem capacidade de organizar

o caos informacional, está o fato de que diversas empresas adquiriram

equipamentos e softwares sem antes fazer um planejamento para a sua

implantação e utilização e não obtiveram o resultado esperado.

Na verdade, a grande falha destas empresas é achar que a tecnologia de

informação é a solução dos problemas culturais, organizacionais, estratégicos

e operacionais quando ela, a tecnologia, é apenas uma ferramenta para auxiliar

na solução dos problemas. E, como toda boa ferramenta, deve ser usada para

as funções às quais foi destinada e por pessoas capacitadas para isso. Muitas

teorias têm sido discutidas a esse respeito, das quais a mais importante é a

que trata do Trabalho Cooperativo Suportado por Computador (CSCW).

Segundo Cruz (2010), foi com a computação distribuída que os processos de

negócio passaram a ser vistos, reconhecidos e gerenciados. Tantas são as

abordagens existentes hoje (normas ISO, softwares ERP, reengenharia, etc.)

que se referem à visão de processos que ela se tornou um aspecto facilitador,

quando da adoção de novos padrões (conjuntos de requisitos relacionados à

qualidade, segurança, controle, etc.). Por exemplo, se uma empresa já possui a

certificação ISO 9000, será mais fácil para ela atender às exigências da lei

Sarbanes-Oxley (SOX) (VALLE; OLIVEIRA, 2010). Mesmo assim, ainda são

raras as organizações que efetivamente gerenciam os seus processos e são

gerenciadas por meio deles. Talvez pelo fato de que planejar ainda costuma

ser visto por alguns empresários como desperdício de tempo e recursos,

subestimando assim a importância das informações corretas, disponíveis e

organizadas.

Todos fazem o melhor que podem,

na maioria das vezes com muito

estresse e aborrecimento,

simplesmente porque, não havendo

padrões de operação, não há como

garantir a qualidade do processo e

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nem a qualidade do produto. (CRUZ,

2010, p.66).

Embora a análise e modelagem de processos sejam trabalhosas, devem ser

realizadas, pois darão a base imprescindível para se avançar com segurança

na longa jornada da gestão por processos (VALLE; OLIVEIRA, 2009).

A modelagem de negócio pode ser vista como um mapeamento de processos

existentes na empresa, permitindo o entendimento e a melhoria dos seus

serviços internos e externos. Desta forma, a modelagem é usada não apenas

para especificar os passos de um negócio, mas também para a compreensão

do mesmo, possibilitando a identificação de problemas e possíveis melhorias.

Contudo, apenas a análise e modelagem não organizam uma empresa. Para

isso, será necessário cumprir todo o ciclo de gerenciamento de processos de

negócio, proposto por Cruz (2010) em sua metodologia AMOP: análise,

desenho, redesenho, modelagem, organização, implantação, gerenciamento e

melhoria de processos de negócio.

Análise – reconhecer o ambiente do processo, examinar

minuciosamente o processo em cada uma de suas etapas.

Desenho – capturar, documentar e organizar os processos existentes e

que nunca tinham sido formalmente documentados.

Redesenho – recriar, redesenhar, reinventar processos já existentes e

que já foram desenhados, documentados.

Modelagem – criar um processo inteiramente novo, que nunca tenha

existido antes na organização.

Organização – organizar os relacionamentos existentes entre os

processos antigos (desenhados e redesenhados) com os novos

(modelados).

Implantação – treinar e acompanhar as pessoas para garantir que o que

foi projetado seja efetivamente executado e operacionalizado.

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Gerenciamento – Verificar periodicamente se o processo continua

atendendo as métricas previstas de tempo, custo e qualidade.

Melhoria – detectar pontos do processo que podem ser melhorados,

sugerir uma retroalimentação deste ciclo, iniciando novamente com a

análise, seguindo pelo desenho, redesenho, modelagem, etc.

Alguns softwares atuais dão suporte para fazer a simulação do processo antes

da implantação. Isto é muito interessante, visto que se pode mensurá-lo,

apontando seus gargalos e filas. Podendo, inclusive, indicar uma necessidade

de maior arquitetura tecnológica ou recursos humanos.

Tessari (2008) acrescenta que quando se tem processos fragmentados na

empresa não se consegue visualizá-los de ponta a ponta e tão pouco fazê-los

funcionar com regularidade. E que nesse tipo de ambiente, os erros, vícios,

maus hábitos, trabalhos inúteis se proliferam sem agregar valor para o cliente,

mas ainda assim gerando custos. Pode-se, afirmar então que, um processo de

negócio só se torna concreto quando são documentadas as atividades que o

compõe. E que, apenas depois destas etapas, as tecnologias da informação

devem ser usadas para obter o sucesso esperado, conforme propõe Cruz

(2010).

2.2. Gerenciamento da Cadeia de Suprimento (SCM)

Cadeia de suprimento ou fornecimento é o grupo de fornecedores que supre as

necessidades de uma empresa na criação e no desenvolvimento dos seus

produtos. Pode, também, ser entendido como uma forma de colaboração entre

fornecedores, varejistas e consumidores para a criação de valor, ou como o

ciclo de vida dos processos que compreendem os fluxos físicos, informativos,

financeiros e de conhecimento, cujo objetivo é satisfazer os requisitos do

consumidor final com produtos e serviços de vários fornecedores ligados. A

cadeia de fornecimento, no entanto, não está limitada ao fluxo de produtos ou

informações no sentido Fornecedor → Cliente. Existe também um fluxo de

informação, de reclamações e de produtos, entre outros, no sentido Cliente →

Fornecedor (AYERS, 2001, p. 4-5).

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SCM é um sistema pelo qual, organizações e empresas entregam seus

produtos e serviços aos consumidores, numa rede de organizações

interligadas. Segundo alguns estudiosos, a competição no mercado global não

ocorre entre empresas, mas entre cadeias de fornecimento. A gestão da

logística e do fluxo de informações em toda a cadeia permite aos executivos

avaliar pontos fortes e pontos fracos na sua cadeia de fornecimento, auxiliando

a tomada de decisões. O que resulta na redução de custos, aumento da

qualidade, entre outros, aumentando a competitividade do produto e/ou criando

valores agregados e diferenciais em relação à concorrência (SHAPIRO, 2001,

p. 4).

Os resultados que se esperam da utilização de sistemas que automatizem o

SCM são:

Reduzir custos;

Aumentar a eficiência;

Ampliar os lucros;

Melhorar os tempos de ciclos da cadeia de fornecimento;

Melhorar o desempenho nos relacionamentos com clientes e

fornecedores;

Desenvolver serviços de valor agregado que dão a uma empresa uma

vantagem competitiva;

Obter o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa e com o

menor custo;

Manter o menor estoque possível.

Esses resultados são obtidos à medida que a gestão da cadeia de

fornecimento simplificar e acelerar as operações que estão relacionadas com a

forma como os pedidos do cliente são processados pelo sistema, até serem

atendidos, e também, com a forma como as matérias-primas são adquiridas e

entregues, pelos processos de fabricação e distribuição.

Concluindo, é fundamental que as empresas se preocupem com a integração

desses conjuntos de soluções de gestão, automatizadas através da tecnologia

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de informação (SIMCHI-LEVI et.al., 2003), pois só assim será possível obter

maior vantagem estratégica e competitiva.

Para a gestão da cadeia de suprimentos, o Council of Supply Chain

Management desenvolveu o modelo de referência de operações (SCOR) que

pode ser visto na Figura 1. Através de sua aplicação, as atividades da cadeia

de suprimentos são mapeadas, avaliadas e melhoradas, seguindo uma

abordagem por processos, com quatro níveis de detalhamento, conforme

explica Maia Vinagre e Vasconcellos (2010).

Figura 1 - The Supply-Chain Operations Reference Model – Tadeu Cruz p. 169

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1º nível) Aborda as definições do processo.

2º nível) Configura as operações das organizações usando os processos

Plan (Planejar), Source (fornecer), Make (produzir), Deliver (entregar) e Return

(retornar), separando-o em diferentes categorias, visando descobrir

ineficiências e nivelar o canal, podendo analisar e avaliar o impacto de um

potencial aperfeiçoamento.

3º nível) Define o fluxo do processo, as entradas e saídas dos elementos

dos processos, a origem das entradas e o destino das saídas.

4º nível) É definido para atingir vantagem competitiva e para adaptar as

condições de mudanças do negócio, focando no aperfeiçoamento das ações,

com base nos seus processos, práticas e sistemas particulares.

Através do mapeamento hierárquico compreendem-se os processos da cadeia

desde um maior grau de agregação até os sub-processos específicos de cada

atividade.

2.3. Sistemas de Workflow

Segundo a instituição Workflow Management Coallition (fundada para

padronizar os conceitos e tecnologia de workflow), um sistema de workflow

pode ser definido como:

Sistemas para definição, criação e gerência da execução de fluxos de trabalho

através do uso de software, capaz de interpretar a definição de processos,

interagir com seus participantes e, quando necessário, invocar ferramentas e

aplicações.

Os sistemas de gerenciamento de fluxos de trabalho têm como objetivo a

automação e gerência de processos de negócio que são representados através

de modelos onde são especificadas as atividades que compõem o processo, a

sua ordem de execução (rota), as condições que as atividades possuem para

serem executadas (regras), os executores de cada atividade (papéis), as

ferramentas a serem utilizadas e os documentos manipulados durante sua

execução.

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Segundo Araujo e Borges (2001), sistemas de workflow tiveram sua origem nas

pesquisas em automação de escritórios nos anos 70, oferecendo, nessa época,

soluções para gerenciamento de documentos. Na década de 80 foram

influenciados pelas pesquisas em CSCW e growpware e tiveram sua definição

alterada para “ferramentas para a coordenação do trabalho de equipes” já

buscando a automação de processos de trabalho e tornando-se coadjuvantes

em iniciativas de reengenharia e melhoria de processos em organizações. Nos

anos 90, novos paradigmas de interação inter e intra-organizacionais,

baseados na exploração do potencial da WWW, levaram as pesquisas em

workflow a um novo patamar voltado para a definição de arquiteturas

distribuídas para execução de processos.

Desde suas origens, sistemas de workflow têm encontrado uma maior

demanda e sucesso no ambiente de negócios. Esta tecnologia tem evoluído

muito no sentido de apoiar as novas necessidades de relacionamento e

execução de atividades em organizações e tem se tornado uma peça chave

para soluções de apoio automatizado às atividades como: comércio eletrônico,

B2B, relacionamento com clientes (CRM) e outras formas de negócios em larga

escala, conforme descreve Araujo e Borges (2001). Acrescentam ainda que, a

utilização da tecnologia de workflow nas organizações está intimamente ligada

à busca da maior eficiência, à racionalização de custos e ao maior controle

sobre as suas operações.

Contudo, apesar de todos os benefícios, essa tecnologia não alcançou um alto

nível de popularidade, pois os riscos do investimento podem ser altos a

princípio, considerando-se que deverá ser mudada toda a cultura atual de

trabalho, e feitos investimentos em desenvolvimento e treinamento. Sem contar

que muitas propostas de automação de processos falham por não dar a

atenção devida à integração com sistemas de informação já em atividade

dentro da empresa (ARAÚJO E BORGES, 2001).

Neste trabalho, optou-se por desenvolver a integração entre sistemas ERP

justamente porque esse tipo de sistema possui inúmeras regras já existentes

que devem permanecer funcionando. A integração será adicionada

manualmente para trazer os benefícios esperados.

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2.4. BPM, BPMN, BPMS

Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) é uma área do conhecimento

que une a gestão de negócios com tecnologia da informação, uma das

melhores definições é dada por Cruz (2010):

Business Process Management é

conjunto formado por metodologias e

tecnologias cujo objetivo é

possibilitar que processos de

negócio integrem, lógica e

cronologicamente, clientes,

fornecedores, parceiros,

influenciadores, funcionários e todo

e qualquer elemento que com eles

possam, queiram ou tenham que

interagir, dando à organização visão

completa e essencialmente

integrada do ambiente interno e

externo das suas operações e das

atuações de cada participante em

todos os processos de negócio.

(Tadeu Cruz, 2010, p.67).

O que impulsionou o surgimento do BPM foram as limitações do workflow, ou

como prefere justificar Cruz (2010), as estimativas de vendas dos softwares

workflow nunca se concretizaram, e os fabricantes desse tipo de software

acrescentaram “algumas coisas” para tentarem recuperar os investimentos

feitos em pesquisas e desenvolvimento. Atualmente BPM pode ser subdividido

em:

Workflow – É o motor responsável pela execução dos processos

automatizados;

Business Process Modeling and Analysis – responsável pelo

entendimento detalhado dos processos e pelo potencial impacto de

mudança dos mesmos.

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Enterprise Application Integration (EAI) – responsável pela troca de

informações entre sistemas heterogêneos;

Business Activity – responsável pelo monitoramento dos processos,

focando sempre na análise da eficiência e eficácia desses.

Dentre as muitas finalidades do BPM, pode-se citar a de ajudar empresas a

identificarem a importância estratégica de seus processos para que possam

tirar vantagens competitivas, além de facilitar ao gestor encontrar

oportunidades de melhoria no serviço prestado ao cliente, através de

indicadores de resultados.

Como diria o consultor Carlos Evangelista da IGP Informática, Workflow é

baseado na necessidade de se resolver um problema específico, ajudar a

encaminhar papeis e formulários de modo automatizado. Já BPM, é projetado

para permitir a criação de fluxos entre serviços de negócio que podem ser

modificados dinamicamente, baseados em condições de negócio variáveis.

Figura 2 - Modelo de Ciclo de Vida de BPM de Kirchmer adaptado por TESSARI (2008)

O ciclo de vida da gestão de processos segundo a ótica de BPM é, conforme

diversos autores, cíclico. Isso pode ser observado através das setas de

realimentação da Figura 2. Os processos nunca terminam, dão início a outro,

dentro da empresa atual ou em outra empresa, pois tão ou mais importante do

que integrar os processos internos é controlar os processos que ocorrem com

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os parceiros (fornecedores, clientes…). No entanto, o modelo não é fixo nem

definitivo, mas apenas um norte para as aplicações práticas, pois conforme

bem lembra Tessari (2008), seria impossível prever todas as aplicações de

BPM.

Provando a importância e o relacionamento de BPM com outras áreas, Martins

et. al. (2009) identificaram as sinergias existentes entre técnicas de

gerenciamento, fazendo uma comparação entre o Ciclo BPM e sistemas

baseados na NBR ISO 9001:2000 e na NBR ISO 14001:2004 e apresentaram

as compatibilidades existentes em cada etapa de implantação dos sistemas,

indicando que é possível a integração entre as iniciativas por meio de

compartilhamento de seus elementos comuns.

Para a modelagem de processos foi desenvolvida uma notação padrão visando

a maior compreensão de todos os envolvidos nos processos de negócio; dos

estrategistas e analistas de negócio aos técnicos responsáveis pela seleção e

implantação das tecnologias que apoiarão o gerenciamento e monitoramento

desses processos. Esta é a BPMN, conforme o BPMI/OMG (2006).

Segundo estudo de Tessari (2008) a formalização dos processos através da

BPMN é aplicável, considerando-se a percepção de utilidade do modelo,

esforço na utilização e intenção de uso, inclusive considerando-se as principais

barreiras de adoção: cultura, desempenho, responsabilidades, metodologia e

tecnologia da informação. Por isso, normalmente, não é usada a UML, que é

mais voltada para profissionais da área da computação. Foge, portanto, ao

escopo deste trabalho discutir as demais notações, visto que será utilizada a

BPMN.

BPMS, ou Sistema de Gestão de Processos de Negócio, é o conjunto de

aplicações e ferramentas de tecnologia da informação cujo objetivo é

possibilitar a implantação da metodologia BPM (Cruz, 2010). São softwares

orientados a processos, oposto aos orientados a dados, conforme descreve

Tessari (2008). Um modelo genérico de BPMS pode ser visto na Figura 3.

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Figura 3 - Modelo Genérico do BPMS - Cruz (2010)

Este trabalho não visa o desenvolvimento de um BPMS, mas sim aplicação do

conceito de Integração de Processos de Negócio (BPI) no desenvolvimento de

sistemas. Até porque, a simples escolha de um software desse tipo já renderia

outro trabalho, conforme mostra CRUZ (2010, p.75-83)

2.5. Integração de Aplicações Empresariais (EAI)

“EAI é uma combinação de tecnologias que permitem organizar os processos

de negócios de uma organização, visando o compartilhamento de dados e

processos através da integração de suas aplicações.” (ZUANAZZI, 2002.

Pag.28). É usada para ajudar a eliminar passos manuais no processo de

negócio e evitar entradas redundantes de dados. As aplicações de EAI

costumam usar uma ferramenta de automação de fluxo de trabalho (workflow)

como ponte entre as aplicações que estão sendo integradas. (GARCIA e

SHINOTSUKA, 2001). É classificado como sistema middleware, ou seja, como

“sistema da camada do meio”, o que significa dizer que o papel fundamental do

Enterprise Application Integration é, e sempre será, o de integrar várias

plataformas de software, vários tipos de sistemas, para que possamos criar os

portais, dentre outras possibilidades. (CRUZ, 2010, p.136)

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Conforme Zuanazzi (2002), a EAI opera em quatro níveis:

· Nível dos dados - Permite mover e transportar dados entre diferentes

fontes e destinos e, eventualmente, tratar os dados fazendo as atualizações

necessárias mantendo-se a integridade (replicação, por exemplo).

Normalmente é utilizado quando a empresa não tem acesso ao código-fonte da

aplicação que pretende integrar às outras aplicações. Possui a desvantagem

de exigir que as pessoas responsáveis pela integração, conheçam

detalhadamente todos os dados e processos relacionados aos sistemas a

serem integrados, mesmo sem possuir o código-fonte.

· Nível de interface das aplicações - Utiliza-se das interfaces

disponibilizadas pelos pacotes de software. Os desenvolvedores permitem o

compartilhamento lógico e de informação através de API. As únicas limitações

resumem-se às características técnicas e funções destas interfaces. É utilizado

quando não se tem acesso ao código-fonte da aplicação e também não se tem

acesso à base de dados, sendo inviável usar o nível de dados. Para usar este

nível pode ser necessário reescrever a aplicação, caso esta não disponibilize

as API.

· Nível de métodos - é o compartilhamento de lógica de negócios que

poderá ser acessado a partir de diversas aplicações. O mecanismo de

compartilhamento de métodos inclui objetos distribuídos, servidores de

aplicação, monitores de transação ou uma aplicação única que combina a ação

de outras duas.

· Nível de interface do usuário – As telas do usuário são o ponto de

integração. Este nível deve ser usado quando não se podem usar os níveis

acima, devido o alto custo para a reescrita de aplicações ou devido ao simples

fato de que esta pode ser a única solução que considera o estado da

tecnologia.

Atualmente, as tecnologias que habilitam a integração entre sistemas de

informação estão divididas em três categorias, conforme expõe De Sordi e

Medeiros Júnior (2006):

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Mensagens (messaging) – Onde as aplicações são integradas pelo

envio e recebimento de mensagens, utilizando tecnologias que

empregam mecanismos de fila de mensagens (message queue).

Exemplos: sistemas de e-mail e produtos para workgroup, como

Microsoft Outlook e Lotus Notes; produtos específicos para

integração de sistemas via mensagem, como IBM MQ Series, Tibco,

Vitria e Microsoft MQMS.

Transferência entre arquivos ou compartilhamento de dados

(data access / file transfer) – neste mecanismo, as aplicações são

integradas via acesso direto às suas bases de dados ou via

transferência de arquivos. Exemplos: extração da base de dados

fonte, transferência de arquivos e carga de dados em batch; leitura e

gravação direta na base de dados, utilizando chamadas à base de

dados ou gateways (open data base connectivity – ODBC); e

replicação de base de dados.

Chamadas (call interface) – aplicações proveem interface possível

de ser chamada, denominada API. Exemplos: interfaces de

processamento transacional como customer information control

system (CICS) da IBM e o Tuxedo da BEA; interfaces para

aplicações do tipo “pacotes”, como é o caso da business

programming application interfaces (BAPI) para o SAP R/3; e

interfaces baseadas em objetos common object request broker

architecture (CORBA) ou component object model (COM).

A tecnologia EAI é considerada a evolução natural da tecnologia de integração

entre aplicações, combinada com a integração B2B, que com o auxílio da

gestão dos processos de negócio (BPM) permite o fluxo rápido de informação,

integrando aplicações a um custo mínimo de desenvolvimento. As soluções de

EAI conectam aplicações e dados heterogêneos num ambiente que permite às

organizações trabalhar com aplicações diversas, tais como ERP, CRM e outras

soluções de software, sistemas legados e aplicações baseadas na Web.

(IMPORTÂNCIA, 2010).

Neste trabalho foi usado o nível de métodos para realizar a integração e a

tecnologia de chamadas à interface através de serviços Web, por ser mais

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flexível quanto ao acréscimo de outras integrações. No entanto, quando o

número de objetos distribuídos cresce, torna-se necessária uma documentação

específica relacionando onde estão os objetos e que funções eles têm.

2.6. Orquestração de Serviços Web (Web Services Orchestration)

Em muitos casos, um serviço Web

tem funcionalidades limitadas e, de

forma isolada, pode não atender

determinados requisitos de negócio.

No entanto, é possível que uma

composição desses, representada

como modelo de orquestração de

serviços (OSW), venha prover novas

funcionalidades, que agreguem valor

ao negócio (FREIRE, 2007, p.17).

Ainda conforme Freire (2007) pode-se simplificar a orquestração de serviços

Web, reduzido-a em quatro etapas fundamentais que seguem:

Especificação, na qual é determinada a ordem de execução das

atividades, de acordo com as funcionalidades dos serviços;

Descoberta, que busca encontrar cada serviço candidato ao plano de

execução;

Escalonamento, que tem como objetivo alocar os serviços Web para

cada atividade;

Execução propriamente dita.

Neste trabalho não foi necessário realizar todo o processo de orquestração de

serviços Web devido o pequeno número de serviços que serão criados para

realizar as integrações.

2.7. Arquitetura Orientada a Serviços (SOA)

SOA é um tipo de arquitetura de software que promove a integração e

orquestração de processos de uma organização por meio de serviços

(componentes abertos / web services), pois trabalha com processos altamente

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flexíveis, que se estendem além das fronteiras da organização. É uma resposta

a sistemas de informações monolíticos que engessam modelos empresariais

permitindo à empresa absorver as contínuas mudanças nas demandas do

público atendido e dos agentes externos da cadeia de valor.

Criando um ambiente virtual, serviços são interligados e monitorados por uma

camada integradora que otimiza a interação entre os diversos agentes

possibilitando agilidade e flexibilidade às operações, estratégias e processos

da empresa (SOA, 2010).

Como arquitetura de software, seu

princípio fundamental preconiza que

as funcionalidades implantadas

pelas aplicações devem ser

disponibilizadas na forma de

serviços, autônomos, que podem ser

acessados a partir de qualquer

processo/sistema. (SOA, 2010)

Ainda conforme SOA (2010), SOA propõe a interoperabilidade de sistemas por

meio de um conjunto de interfaces de serviços fracamente acoplados, onde os

serviços não necessitam de detalhes técnicos da plataforma dos outros

serviços para que a troca de informações seja realizada.

Contudo, alguns autores consideram SOA extremamente vulnerável em termos

de segurança, como é o caso de Cruz (2010), afirmando que exigirá maiores

investimentos em dispositivos de proteção ao ambiente informacional. Este

trabalho, no entanto, não entrará nesse mérito, mas usará chaves de

segurança para a identificação entre as partes envolvidas.

2.8. Órgãos Relacionados

Alguns órgãos internacionais e nacionais têm sido criados com o intuito de

normatizar as ações e auxiliar as pessoas e empresas com interesses em

melhor gerir seus processos. Alguns deles são citados abaixo:

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Association of Business Process Management Professionals (ABPMP)

- associação internacional de profissionais de Gerenciamento de Processos

de Negócio (BPM), sem fins lucrativos, independente de fornecedores,

dedicada à promoção dos conceitos e práticas de BPM. É orientada e

conduzida por praticantes de BPM.

International Institute of Business Alaysis (IIBA) - associação sem fins

lucrativos que tem como objetivo facilitar o trabalho do crescente número de

profissionais que atuam na área de análise de negócios. Foi fundado em

Toronto em 2003, tem mais de 12.000 membros e mais de 90 capítulos em

diversas cidades do mundo, dentre elas um em São Paulo. Segundo o IIBA,

a análise de negócios possibilita entender a estrutura, as políticas e

operações de uma organização e recomendar soluções para que uma

organização atinja seus objetivos. O analista de negócios age como elo

entre os integrantes de uma organização para obter, analisar, comunicar e

validar necessidades de alterações em processos, políticas ou sistemas de

informação. Ele entende os problemas e as oportunidades e recomenda

soluções.

Fórum Brasileiro de Processos - congrega a comunidade atuante na área

de Gestão de Processos para a discussão de temas relevantes envolvendo

soluções de problemas de segmentos de mercado, melhores práticas

setoriais, padrões de performance, linguagens descritivas e de modelagem.

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3. METODOLOGIA

3.1. A modelagem do processo

Foi realizado um estudo junto a uma empresa desenvolvedora de softwares

ERP para indústrias e comércios. Neste estudo constatou-se que não havia

uma integração de negócio entre as aplicações comercializadas pela empresa.

Foram escolhidos então, dois dos processos que mais requeriam intervenção

humana, gastos com telefonemas ou até mesmo viagens. Foi realizada a

modelagem, considerada ideal, dos dois processos. O primeiro é o registro de

consumo do consumidor que pode ser visto na Figura 4 e o segundo é a

atualização do status de um pedido de compra que pode ser visto na Figura 5.

Figura 4 - Registro de Consumo do Consumidor

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Figura 5 - Atualização de Status de Pedido de Compra

O processo aqui modelado é o componente “colaboração de demanda” da

Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) que visa gerir as relações de

parceria com fornecedores para garantir respostas rápidas e a otimização de

estoques (ter no armazém apenas o necessário para a satisfação das

necessidades dos clientes).

Para isso, todas as vezes que o Consumidor (Cliente) realizar a saída de algum

item de seu estoque, automaticamente será enviada uma mensagem através

do serviço Web do Fornecedor, que se encarregará de registrar esse

movimento do Cliente. Com base em seus registros, o sistema do Fornecedor

poderá detectar automaticamente quando o estoque do Cliente está abaixo do

mínimo requerido por aquele Cliente e enviar um e-mail para que o

Representante de Vendas possa entrar em contato com Cliente para tentar

concluir uma negociação de compra/venda.

Concretizando-se a compra/venda, o Cliente registra no seu sistema o pedido

de compras e o Representante de Vendas registra no sistema do Fornecedor o

pedido de vendas (com a informação do código de pedido de compra do

Cliente). Esse processo não será automatizado, por enquanto, por requerer um

número maior de parâmetros que possibilitem tal integração, ficando aqui a

possibilidade para trabalhos futuros. Assim que o pedido de venda for gravado,

o sistema do Fornecedor acessará o serviço Web do Cliente solicitando a

atualização do status do pedido de compra para “Aguardando Aprovação de

Crédito”.

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Deste ponto em diante, seguem os processos internos no Fornecedor

começando pela aprovação de crédito. Caso o crédito do Cliente, para a

referida compra, não seja aprovado, será enviada uma mensagem de e-mail

para o Cliente com o motivo da não aprovação, cabendo ao setor de aprovação

de crédito, juntamente com o Cliente, a regularização da situação e

prosseguimento do fluxo do processo. Esta situação, no entanto, não é comum,

já que o próprio Cliente tem interesse em que a integração siga o fluxo padrão

o mais rápido possível até que o produto seja entregue dentro do prazo ideal.

Assim que o crédito for aprovado, o sistema do Fornecedor acessará

novamente o serviço Web do Cliente solicitando a atualização do status do

pedido de compra do Cliente para “crédito aprovado”.

Cumprindo-se as exigências cabíveis ao Cliente, o Fornecedor agora verificará

a disponibilidade de estoque. Caso não haja estoque disponível, será

disparada uma ordem de produção e mais uma vez atualizado o status do

pedido de compra do Cliente para “Em produção”.

Estando o estoque disponível será atualizado para “Produto em Estoque” e

assim subsequentemente para “Transportando”. No momento em que a

mercadoria sair do Fornecedor, será registrada em seu sistema, a entrada no

estoque do Cliente, podendo assim manter o saldo dele sempre atualizado.

Para terminar o processo em seu fluxo natural, o Cliente recebe a mercadoria e

efetua a entrada da mesma, alterando o status do pedido para “Produto

Recebido”.

Como o intuito não foi de detalhar todos os processos internos das empresas,

pois apenas as tarefas na fronteira da organização é que são responsáveis

pela integração entre os dois ERP, após a identificação de processos inter-

relacionados e interativos, foram selecionadas as atividades “Consumir

Material”, “Registrar Consumo do Cliente”, “Avisar Mudança de Status” e

“Atualizar Status do Pedido de Compra” cujos detalhamentos podem ser vistos

no Quadro 1, Quadro 2, Quadro 3 e Quadro 4, respectivamente.

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Consumir Material

Objetivo: 1-Registrar o consumo do material na própria empresa.

2-Informar ao fornecedor sobre o consumo.

Descrição: O usuário do sistema ERP1 realizará a saída do material informando o

fornecedor, o produto e a quantidade consumida. O sistema se

encarregará de registrar o consumo do material, chamar o Web Service

associado ao fornecedor repassando as informações de consumo do

produto.

Responsável: Usuário da empresa consumidora no sistema ERP1

Insumos: Código do Produto, Código do Fornecedor, Quantidade Consumida.

Produtos: Registros do consumo no ERP1 e ERP2

Recursos: Web Service ERP2

Regras: O Fornecedor deve estar pré-cadastrado, com a chave de identificação

entre as partes e o endereço do Web Service. Os produtos devem ter o

seu código associado ao fornecedor.

Deve haver disponibilidade de internet.

Quadro 1 - Consumir Material

Registrar Consumo do Cliente

Objetivo: Registrar o Consumo do Cliente, avaliar o estoque atual do cliente. Se

estoque estiver abaixo do ponto crítico chamar atividade “avisar

representante de vendas”.

Descrição: É um método disponibilizado através da Web no qual o consumidor

“avisa” ao fornecedor sobre o consumo de materiais. Essa atividade é

responsável por registrar o log de transações, registrar o consumo do

cliente, avaliar o estoque atual quanto ao estoque mínimo, decidir por

disparar ou não mensagens de aviso ao representante de vendas.

Responsável: Web Service ERP2

Insumos: Preenchimento do Web Service pela aplicação ERP1

Produtos: Registro da transação, Registro do Consumo, Mensagem de E-mail ao

Representante de venda.

Recursos: Leituras e Gravações nos bancos de dados, Servidores de e-mail.

Regras: - Ao receber uma requisição, validar e identificar a chave de integração

buscando na base de clientes.

- Registrar a transação no Banco de dados BPM

- Registrar o consumo no Banco ERP2

- Verificar, baseado no consumo médio do cliente nos últimos meses,

para quantos dias ainda duraria o seu estoque, caso dure por um

período inferior à média do tempo de entrega, dispara mensagem para

o representante de vendas.

Quadro 2 - Registrar Consumo do Cliente

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Avisar Mudança de Status

Objetivo: Avisar ao cliente sobre o status do pedido de compra sempre que

houver alteração no mesmo.

Descrição: Quando o status do pedido de venda dentro da empresa fornecedora

for alterado, será disparado o Web Service do consumidor para

atualizar a informação no pedido de compra do ERP1.

Responsável: ERP2

Insumos: Pedido de Venda, Status Atual do Pedido de Vendas.

Produtos: Atualização do Status do pedido de venda dentro da empresa

fornecedora, atualização do status do pedido de compra no

consumidor, registro da transação.

Recursos: Gravação no Banco de Dados ERP2, Gravação no Banco BPM, Acesso

ao Web Service 1.

Regras: Sempre que o status do pedido de venda for alterado, ler as

informações de integração com o consumidor, registrar a transação

efetuada e disparar o Web Service 1 avisando ao consumidor sobre a

mudança.

Quadro 3 - Avisar Mudança de Status

Atualizar Status do Pedido de Compra

Objetivo: Atualizar o status do pedido de compra baseado nas informações

recebidas pelo Web Service.

Descrição: É um método disponibilizado através da Web no qual o fornecedor

“avisa” ao consumidor sobre a mudança do status do pedido de

compra. Essa atividade é responsável por alterar o status do pedido de

compra.

Responsável: Web Service ERP1

Insumos: Preenchimento do Web Service pela aplicação ERP2

Produtos: Atualização do status do pedido de compra no fornecedor

Recursos: Leituras e Gravações no banco de dados ERP1

Regras: - Ao receber uma requisição, validar e identificar a chave de integração

buscando na base de fornecedores.

- Registrar a atualização do status.

Quadro 4 - Atualizar Status do Pedido de Compra

Como os processos modelados aqui visam operações com custos mais baixos,

mínima intervenção humana, operando em tempo real (processos ocorrem na

medida em que os estímulos os provocam) e respostas rápidas aos estímulos

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externos garantindo maior competitividade, faz-se necessária a integração dos

sistemas ERP apoiada pela tecnologia da informação.

3.2. Amparo Tecnológico

Após a modelagem dos processos foi desenvolvido um protótipo desta

integração que pode ser visto na Figura 6 e Figura 7.

Figura 6 - Protótipo de Aplicação representando o ERP1

Figura 7 - Protótipo de Aplicação representando o ERP2

Foram desenvolvidos os modelos conceituais e lógicos bem simplificados

(apenas com as tabelas relacionadas à integração e omitindo-se os demais

campos fora do contexto do trabalho) para representar o ERP do Consumidor

(ERP1.FDB), o ERP do fornecedor (ERP2.FDB) e um banco para controlar as

transações (BPM.FDB), conforme pode ser visto no Apêndice. Em seguida,

optou-se pelo Gerenciador de Bancos de Dados Firebird para realizar a

implementação do modelo físico, por ser bem simples de se operar, gratuito e

open-source.

Para a implementação das aplicações prototipadas e dos web services foi

usada a linguagem Delphi na versão 2007 devido a versatilidade do ambiente

de desenvolvimento rápido. Contudo, como a linguagem de web services é o

XML, que é um padrão universal, poderia ter sido usada outra linguagem como,

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por exemplo, Java ou C# e outros bancos de dados como MySQL, SQL-Server,

etc.

Na Figura 8 encontramos a interface IRegistrarConsumo do WebServiceERP2

com o método RegistrarConsumo requerendo os seguintes parâmetros:

1. ChaveIntegracao - Identificador Globalmente Único (GUID) combinado

previamente entre as partes, que servirá para validação e para se

reconhecerem nas transações.

2. Produto – É o código do produto a ser movimentado no fornecedor.

3. Qtde – É a quantidade de produto que deve ser movimentada.

Figura 8 - Interface do método RegistrarConsumo do Web Service do ERP2

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Na Figura 9 encontramos a interface IAtualizarStatusPedCompra do

WebServiceERP1 com o método AtualizarStatusPedCompra requerendo os

seguintes parâmetros:

1. ChaveIntegracao – GUID combinado previamente entre as partes, que

servirá para validação e para se reconhecerem nas transações.

2. PedCompra – É o código do pedido de compra do cliente, que terá o seu

status alterado.

3. Status – É o status atual do pedido de compra do cliente.

Figura 9 - Interface do método AtualizarStatusPedCompra do Web Service do ERP1

Em um ambiente real os web services estariam registrados em máquinas

diferentes, conhecidas e disponíveis através da internet, de tal forma que o

sistema fique distribuído entre o consumidor e fornecedor, mas ainda assim

integrando as informações necessárias a cada um.

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4. CONCLUSÕES

Conforme proposto, foi discutida a importância e a necessidade do

gerenciamento de processos de negócio para que as empresas se mantenham

no mercado e consigam avançar atendendo às demandas de seus parceiros.

As melhorias da qualidade, aumento da velocidade e redução dos custos

conseguidos com a automatização de processos nas cadeias de suprimentos

ou em qualquer outra área, servindo-se dos sistemas de workflow e BPMS,

tornaram-se notórios. Bem como a arquitetura orientada a serviços e sua

orquestração são importantes, ou até mesmo essenciais, para a integração de

aplicações empresariais que requerem respostas rápidas.

Havendo recursos suficientes para aquisição, desenvolvimento e treinamento

em ferramentas BPMS e também tempo para implantação, esse seria o melhor

caminho, visto que a empresa estaria preparada para alterações constantes

nos contratos de integração. No entanto, quase sempre só se pode contar com

recursos escassos, e por isso a filosofia BPM pode ser aplicada, mas servindo-

se das aplicações já existentes, apenas adicionando-se as características de

integração dos processos mais importantes e/ou críticos.

A maior contribuição deste trabalho foi mostrar, a partir dos processos aqui

modelados e implementados, a viabilidade de se interagir, de forma

sincronizada, com outras entidades agregando valores aos produtos ou

serviços prestados. Tudo graças à tecnologia e sistemas de informação que

estão a serviço do homem.

Sugestão para trabalhos futuros: Otimização do processo de negócio aqui

apresentado, avaliação da possibilidade de melhoria da qualidade e

performance das transações, desenvolvimento de outros estudos de casos,

implementação de outra integração, como por exemplo, o processo de

terceirização de produção industrial.

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REFERÊNCIAS

ARAUJO, Renata Mendes de; BORGES, Marcos Roberto da Silva. Sistemas

de Workflow. In: Jornada de Atualização em Informática, 20, 2001, Fortaleza.

Anais...,XX Congresso Nacional da Sociedade Brasileira da Computação.

Fortaleza, CE : Sociedade Brasileira da Computação, 2001.

ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT

PROFESSIONALS. Disponível em: <http://www.abpmp-br.org/> Acesso em: 19

Jul. 2010.

AYERS, James B. Handbook of supply chain management. Boca Raton, FL:

St. Lucie Press, 2001.

CRUZ, Tadeu. BPM & BPMS: Business Process Management & Business

Process Management Systems. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2010. 272 p.

DE SORDI, José Osvaldo; MEDEIROS JÚNIOR, Gildo. ABORDAGEM

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42

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SIMCHI-LEVI, David; KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith. Designing and

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SOA: Arquitetura orientada a Serviços. Unipress - Banco de conhecimentos da

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da BPMN em uma Empresa do Setor Moveleiro. 2008. 83 f. Dissertação

(Mestrado em Administração), Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul,

2008.

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43

VALLE, Rogério; OLIVEIRA, Saulo Barbará de (Org.). Análise e modelagem

de processos de negócio: foco na notação BPMN (Business Process

Modeling Notation). São Paulo: Atlas, 2009. 207 p.

ZUANAZZI, Adriana Kátia Pimentel. Enterprise Application Integration - EAI.

2002. 55 f. Dissertação (Mestrado Master Business Administration Information),

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2002.

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44

APÊNDICE

Estrutura do Banco de Dados ERP1 - CONSUMIDOR

FORNECEDOR

CODIGO_FORNECEDOR INTEGER

NOME_FORNECEDOR VARCHAR(40)

ENDERECOINTEGRACAO_FORNECEDOR VARCHAR(80)

CHAVEINTEGRACAO_FORNECEDOR VARCHAR(40)

FORNECEDOR_PRODUTO

CODIGO_FORNECEDOR INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

CODIGO_PRODFORN INTEGER

MOVIMENTO_ESTOQUE

CODIGO_MOVIMENTO INTEGER

CODIGO_FORNECEDOR INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

TIPO_MOVIMENTO INTEGER

DATA_MOVIMENTO DATE

QTDE_MOVIMENTO NUMERIC(18,4)

PEDIDO_COMPRA

CODIGO_PEDCOMPRA INTEGER

CODIGO_FORNECEDOR INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

DATA_PEDCOMPRA DATE

QTDE_PEDCOMPRA NUMERIC(18,4)

STATUS_PEDCOMPRA VARCHAR(40)

PRODUTO

CODIGO_PRODUTO INTEGER

DESCRICAO_PRODUTO VARCHAR(40)

Modelo Lógico do ERP1

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45

Estrutura do Banco de Dados ERP2 - FORNECEDOR

Modelo Lógico ERP2

CLIENTE

CODIGO_CLIENTE INTEGER

NOME_CLIENTE VARCHAR(40)

ENDERECOINTEGRACAO_CLIENTE VARCHAR(80)

CHAVEINTEGRACAO_CLIENTE VARCHAR(40)

MOVIMENTO_ESTOQUE

CODIGO_MOVIMENTO INTEGER

CODIGO_CLIENTE INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

TIPO_MOVIMENTO INTEGER

DATA_MOVIMENTO DATE

QTDE_MOVIMENTO NUMERIC(18,4)

PEDIDO_VENDA

CODIGO_PEDVENDA INTEGER

CODIGO_PEDCOMPRA INTEGER

CODIGO_CLIENTE INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

DATA_PEDVENDA DATE

QTDE_PEDVENDA NUMERIC(18,4)

CODIGO_STATUS INTEGER

PRODUTO

CODIGO_PRODUTO INTEGER

DESCRICAO_PRODUTO VARCHAR(40)

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46

Estrutura do Banco de Dados de Integração

TRANSACOES

CODIGO_TRANSACAO INTEGER

TIPO_TRANSACAO SMALLINT

CHAVEINTEGRACAO_TRANSACAO VARCHAR(40)

DATAHORAINICIO_TRANSACAO TIMESTAMP

DATAHORATERMINO_TRANSACAO TIMESTAMP

ERRO_TRANSACAO BLOB SUB_TYPE 1 SEGMENT SIZE 80

TRANSACOES_ESTOQUE

CODIGO_TRANSACAO INTEGER

CODIGO_PRODUTO INTEGER

QTDE_MOVIMENTO NUMERIC(18,4)

TIPO_MOVIMENTO INTEGER

TRANSACOES_STATUS

CODIGO_TRANSACAO INTEGER

CODIGO_PEDVENDA INTEGER

CODIGO_STATUS INTEGER

Modelo Lógico BPM

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47

ANEXO

Ferramentas BPMS/Workflow

Mesmo não sendo objetivo principal deste estudo, segue uma lista de algumas

ferramentas de BPMS ou worflow feitas por Kelly Sganderla (Analista BPM da

iProcess) no BPM-Fórum em 03 de setembro de 2010.

BizAgi - Os produtos da BizAgi são dois: BizAgi Process Modeler (software

gratuito), que é a ferramenta de mapeamento de processos, e o BizAgi BPM

Suite (software pago), que possui três versões com recursos (e obviamente

preços) diferentes. Disponível em <http://www.bizagi.com/> acesso em 04 Out.

2010.

Intalio - A Intalio oferece sua solução de BPM em duas modalidades: Intalio

Free Community Edition (versão gratuita), que possui as ferramentas de design

e o motor de execução, na qual são distribuídos apenas os executáveis, e o

Enterprise Edition (versão paga), que oferece componentes adicionais para

uma plataforma BPM, como BAM, BRM, além de ampla gama de conectores e

suporte a diferentes arquiteturas e suporte ao produto. Disponível em

<http://www.intalio.com/> acesso em 04 Out. 2010.

Bonita - O Bonita Open Solution é uma solução totalmente aberta e gratuita,

possui uma ferramenta para mapear os processos, um motor de execução e

um ambiente de criação de formulários. Para uso corporativo, requer alguma

customização, mas parece ser bastante flexível para essas configurações.

Apresenta boa conectividade para bancos de dados e camadas de mensagens,

mas tem um perfil mais direcionado para processos com atividades humanas.

Disponível em <http://www.bonitasoft.com/> acesso em 04 Out. 2010.

jBPM - Esta solução de BPM da jBOSS possui uma versão gratuita e oferece

uma infraestrutura para executar em software livre. É bem direcionada ao

publico de TI, e a interface atual de modelagem utiliza uma notação própria. Há

promessa de que na próxima versão a ferramenta utilize BPMN. Tem um motor

de regras, mas não tem muitas aplicações de apoio para execução de

atividades humanas ou monitoramento. O produto segue evoluindo, tendo

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acontecido algumas evoluções recentemente. Disponível em

<http://jboss.org/jbpm/> acesso em 04 Out. 2010.

Alguns especialistas como Daniel Viero não consideram que uma ferramenta

que trate apenas de automação e cuja modelagem é para público técnico,

como é o caso da jBPM e do Bonita, seja BPMS.

Activiti - Este foi indicado por Daniel Viero, e como comentado, está “saindo

do forno”. Ainda deve amadurecer, mas os comentários a respeito desta

solução parecem bem instigantes pelo que se vê nos blogs. Disponível em

<http://www.activiti.org/> acesso em 04 Out. 2010.

Oracle Business Process Management Suite 11g, componente do Fusion

Middleware 11g - Os produtos nestes portfólios pré-integrados variam desde

ferramentas de modelagem para analistas de negócios, ferramentas de

desenvolvimento para integração de sistemas, monitoramento de atividades de

negócios para painéis, até interação do usuário para participantes do processo.

O Oracle BPM Suite e o Oracle BPA Suite são as famílias de produtos BPM

mais completas e unificadas do setor. Eles entregam ROI imediato e

significativo, aprimorando o serviço ao cliente e a excelência operacional, e

fornecendo valor ao SOA. Disponível em

<http://www.oracle.com/br/products/middleware/bpm/index.html> acesso em 04

Out. 2010.

WebSphere da IBM - O BPM Suite da IBM contém um conjunto abrangente de

funcionalidades de colaboração baseadas em funções que permitem aos

clientes modelarem, simularem, executarem, alterarem rapidamente,

monitorarem e otimizarem os processos principais do negócio. Disponível em

<http://www-01.ibm.com/software/br/websphere/info/bpm/> acesso em 04 Out.

2010.

Importante dizer que, nenhuma organização, pelo menos das experiências que

ela tem acompanhado, realiza a implantação de uma solução de BPM sem

suporte. É natural que tanto na implantação de uma solução de software livre,

quanto software proprietário, a empresa busque o devido suporte. Portanto,

nos casos de utilização de um produto Open Source, parte do investimento que

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seria realizado com a compra do produto certamente será transferida para a

capacitação da equipe interna, que tratará de conhecer ou customizar a

solução para as necessidades da empresa, ou então para a contratação de

uma consultoria que vai apoiar a organização a explorar o potencial da

ferramenta.

Sobre a escolha de uma plataforma de BPM, ela ressalta, como já feito em

algumas discussões anteriores no fórum, que são muitos os aspectos a serem

observados nesta seleção de produto de tecnologia. Não apenas aspectos

técnicos, mas também culturais e mercadológicos são importantes. Portanto, é

fundamental para o sucesso da escolha e implantação do produto que isto seja

feito através de uma seleção bem estruturada e cuidadosa. Vinícius Amaral fala

sobre o assunto em seu webinar "Plataformas de BPM: Entenda por que um

processo de seleção é importante", cujo vídeo pode ser encontrado em

<http://www.youtube.com/iprocessbpm#p/c/BAC3EAD47D0417ED/0/gsCCGbg

JVUU> acesso em 04 Out. 2010.