instrumentos legais da antiguidade

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O Direito antigo - os Instrumentos legais da Antiguidade

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Quais foram os principais instrumentos legais usados na antiguidade? Essa apresentação visa resumir de forma tranquila sobre esse assunto.

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  • O Direito antigo - os Instrumentos legais da

    Antiguidade

  • A histria do Direito: objeto e objetivo da Histria do Direito;

    Direitos e sociedades no Oriente antigo: Mesopotmia e Egito.

  • Dar uma viso geral do direito antigo, atravs dos Instrumentos legais da antiguidade, para marcar as

    essenciais diferenas entre o que hoje chamamos direito

    e o que foi o direito das civilizaes j desaparecidas.

    Identificar os pontos comuns entre o contexto histrico, poltico e social das sociedades nos imprios orientais e a

    evoluo do Direito nas respectivas civilizaes.

  • Objeto e objetivo da Histria do Direito

    No possvel separar em qualquer momento histrico que se procure enfocar, o contexto histrico,

    poltico e scio cultural de uma sociedade da evoluo

    do Direito na civilizao estudada;

    No h direito fora da sociedade. No h sociedade fora da Histria.

  • A simples descrio de textos jurdicos e instituies judicirias no suficiente para se

    compreender o real significado das

    manifestaes do Direito que ocorrem ao longo

    do tempo;

    Primeiro preciso entender todo o contexto histrico e a partir da passar ao estudo do

    direito propriamente dito.

  • O Direito Oriental: longussima histria, associada aos povos do crescente frtil: povos mesopotmicos (sumrios, Acdios,

    Amorritas, Assrios, Caldeus), egpcios,hebreus, fencios, persas;

    Ainda que no se encontre nenhuma exposio geral do sistema jurdica que praticamente s vamos encontrar a partir do Direito

    Romano, os cdigos constituem os primeiros esforos da

    humanidade para formular regras do Direito.

  • Est inserido no contexto em que o homem construiu as primeiras cidades, estruturou o ESTADO, criou um dos primeiros sistemas

    de escrita, desenvolveu a economia comercial e utilizou a roda

    nos veculos de transporte;

    As criaes dos primeiros instrumentos legais da antiguidade esto associadas ao surgimento do Estado e a necessidade de

    proteger suas benesses: garantir a propriedade privada,

    disciplinar a vida econmica.

  • A dinmica do Direito nos imprios antigos provm da disputa entre CIDADES e CAMPOS, e no

    campo entre PASTORES E AGRICULTORES.;

    Mundo do Oriente prximo antigo no urbano, um mundo de aldeias e rebanhos;

  • No CAMPO: lugar natural do conflito = disputa pelos vales frteis entre os que cultivam e os que levam seu rebanho

    para pastar;

    CIDADES: centro de controle: cobra tributos faz o censo, controla o uso da fora natural (canais, diques) =

    apropriao externa da comunidade rural (tribal). Rei,

    Justia, administradores e governadores. Detm a

    memria escrita e livros.

  • Egito = no deixou cdigos, nem livros jurdicos. Primeira civilizao na histria da humanidade que desenvolveu sistema

    jurdico individualista. Rompeu com as solidariedades dos direitos

    arcaicos e tem algumas semelhanas nesse sentido como direito

    romano clssico;

    Mesopotmia = conheceu as primeiras formulaes do Direito. Redigiram textos que podemos chamar de cdigos;

    Hebreus = No atingiram desenvolvimento to grande como os vizinhos. Registraram na Bblia um conjunto de preceitos morais e

    jurdicos que foram perpetuados at os nossos dias.

  • Sociedade Egpcia

  • Objetivo Principal: Estabelecer valores morais, mostrar a comunidade o padro de

    justia e benevolncia do rei e influenciar os dirigentes futuros.

    Histria: Monumento jurdico mais importante da antiguidade antes de

    Roma;

    Mais extenso e conhecido cdigo de leis da antiguidade;

    Surgiu na Mesopotmia, bero das primeiras civilizaes, que

    datam aproximadamente de quatro milnios antes de

    Cristo;

  • Histria:

    Surgiu no perodo de domnio dos Amorritas

    que invadiram a Mesopotmia e sob o

    comando de Hamurabi (1760 a.C) fundou o

    imprio da Babilnia;

    XVIII AC. = gravado em escrita cuneiforme,

    em um monumento de pedra (estela);

  • Estela de Diorito negro (2m de altura, por 35 cm de largura), gravada em escrita cuneiforme

  • Histria:

    Tambm encontrado em tabuinhas de argila de

    manejo mais prtico (cdigos portteis).

    A escrita cuneiforme passa a ser utilizada para o

    registro de textos jurdicos com o objetivo de

    disciplinar economia e proteger a propriedade

    privada e seu patrimnio.

  • Contedo: Abrange diversos aspectos da vida babilnica: comrcio, famlia,

    propriedade, herana, escravido,

    Incluir os delitos e respectivas penas segundo a categoria social

    do acusado e da vtima.

    Temas abordados:

    Direito patrimonial; Direito de Famlia; Filiao e Herana.; Penas

    para leses corporais; Direitos e obrigaes de algumas

    caractersticas profissionais;

    Preos e Salrios

    Propriedade de Escravos.

  • Art. 22. Se um homem cometeu um assalto e foi preso, dever ser morto;

    Art. 229. Se um pedreiro edificou uma casa para um homem, mas no a fortificou e a casa caiu e matou o seu dono, esse pedreiro

    ser morto;

    Art. 275. Se um homem LIVRE fura o olho de um homem livre, ter seu olho furado;

    Art. 302. Se um homem livre furou o olho de um ESCRAVO ou lhe fraturou um osso, pagar uma mina de prata.

  • Olho por olho, dente por dente

  • Cada frase diz respeito a um caso concreto e d a

    soluo jurdica.

    A maior parte comea por uma expresso

    equivalente a expresso latina si quis (se algum....)situando a formulao ao meio caminho

    entre o caso concreto e o abstrato..

    No traz nenhuma doutrina jurdica.

  • No semelhante aos nossos atuais cdigos de

    leis;

    Disposies relativas a questes de detalhe,

    julgamento de direitos, ensinamentos indicando o

    caminho aos juzes e no uma exposio

    sistemtica e completa do Direito;

    Corresponde mais a uma obra literria

  • FUNO DA PENA

    Cdigo de Hamurabi:

    Submeter o criminoso a um castigo equivalente ao

    dano por ele praticado;

    Retribuio ao crime = ao mal do crime, a

    sociedade retribui com o mal da pena.

    Direito Atual:

    Recuperao do criminoso

  • Direito Privado:

    Apesar de no haver uma sistematizao do Direito observamos

    um desenvolvimento nesse ramo, principalmente os contratos.

    Direito Penal:

    Extremamente severo.

    Direito de Famlia:

    O poder paternal forte. (ex: homem podia tomar outra mulher se a

    sua fosse estril).

  • Direito Civil/ Comercial:

    Graas ao desenvolvimento das relaes comerciais criou-se a

    tcnica dos contratos, ainda que no houvesse sido criado uma

    teoria do Direto das Obrigaes;

    Praticavam: a venda, o arrendamento, o depsito, o emprstimo a

    juros, o contrato social.

    Importncia:

    Influenciaram toda a Bacia do Mediterrneo e os romanos

    herdaram e conseguiram sistematiz-la.

  • O Cdigo de Hamurabi estava a servio da classe dominante que o aplicava com rigor para camponeses e escravos que queriam ter acesso aos bens, a terra, ou roubavam para se alimentar, etc.

    E hoje no Brasil do sculo XXI, qual funo social do nosso Direito ? Atende aos anseios de todas as classes, ou em determinados momentos privilegia as camadas dominantes ?

  • Contexto Histrico:

    H cerca de 6 mil anos, consolidou-se ao longo do rio

    Nilo, no nordeste da frica, uma das mais antigas e

    duradoras sociedades complexas do mundo.

    A inundao peridica do rio, entre julho e outubro,

    garante a fertilidade, o que sempre permitiu amplo cultivo

    de alimentos.

  • Contexto Histrico:

  • Contexto Histrico:

    Todo o poder poltico era concentrado nas mos do fara,

    que era divinizado, confundido com o prprio Deus;

    Cumpria ao fara garantir a ordem, a soberania do Egito

    e a prosperidade do povo.

    No incio estava dividido entre o Alto Egito (Sul) e Baixo

    Egito (Norte).

    3.200 a.c ocorreu a unificao surgindo uma sociedade

    que durou 3.000 anos.

  • Consideraes iniciais:

    Apesar de nenhum cdigo ter sido at hoje encontrado,

    os costumes parecem ter sido rapidamente superados

    pelo direito escrito, promulgado pelos faras, como a

    principal fonte do direito egpcio.

  • Os perodos do direito individualista so marcados por um estado

    jurdico prximo daquele que os romanos conheceram nos

    sculos II e III na nossa era;

    Como exemplo, vamos citar o direito na poca que vai da III V

    dinastia , denominado Antigo Imprio (3200 a 2300 a.C).

  • O poder era concentrado no fara, havendo grande

    limitao aos proprietrios de terra. A nobreza feudal

    desapareceu, propiciando que a pequena propriedade se

    disseminasse pelos territrios egpcios. Alis, os

    governos sempre conviveram com a possibilidade de o

    poder ser descentralizado e as cidades mais distantes

    ganharem mais autonomia em relao ao governo central

    do fara.

  • O rei governava com seus funcionrios;

    Os funcionrios eram agrupados em departamentos especficos,

    como finanas, registros, domnios, obras pblicas, irrigao,

    culto, intendncia militar etc;

    Como mais um elemento administrativo, os tribunais tambm

    eram organizados pelo rei. O processo era escrito, pelo menos

    parcialmente. Prova disso que junto a cada tribunal estava

    instalada uma chancelaria, encarregada da conservao dos atos

    judicirios e dos registros de estado civil.

  • O rei governava com seus funcionrios;

    Os funcionrios eram agrupados em departamentos especficos,

    como finanas, registros, domnios, obras pblicas, irrigao,

    culto, intendncia militar etc;

    Como mais um elemento administrativo, os tribunais tambm

    eram organizados pelo rei. O processo era escrito, pelo menos

    parcialmente. Prova disso que junto a cada tribunal estava

    instalada uma chancelaria, encarregada da conservao dos atos

    judicirios e dos registros de estado civil.

  • Vale ressaltar que nenhum texto legal do perodo antigo

    do Egito chegou ao conhecimento do homem moderno.

    No entanto, so inmeros os excertos de Contratos,

    testamentos, decises judiciais e atos administrativos

    encontrados at o momento. Some-se a isso a grande

    quantidade de referncias indiretas s normas jurdicas

    em textos sagrados e narrativos literrias.

  • CDIGOS

    Discute-se se os egpcios tiveram um direito codificado ou no.

    Entendemos ser estril essa discusso, j que at o momento no

    foram encontrados textos que atestassem diretamente esse fato.

    O que realmente importa independentemente de algum

    arquelogo em breve achar hierglifos que Comprovem a

    codificao, que tiveram um direito extremamente evoludo,

    sendo em vrios pontos comparado ao direito romano, que surgir

    mais de dois mil anos aps. Essas informaes sobre as leis

    egpcias chegam at ns de forma indireta, quer pelos textos dos

    julgamentos que se preservaram, quer pela literatura, que

    abordava amplamente o

    tema.

  • CONTRATOS

    A lei, portanto, considerada pelos historiadores como a principal fonte do direito, superando os costumes. Era ela promulgada pelo rei, depois do parecer de um Conselho de legislao. Como se ver no estudo do direito romano, a um direito pblico centralizador correspondera um direito privado individualista. O direito privado entre os egpcios ganhava autonomia e os contratos eram celebrados livremente entre os cidados, e obrigatoriamente deveriam ser escritos.

  • CONTRATOS

    Primeiramente era feito entre as partes; dentro de um processo evolutivo a redao desses documentos passou para os denominados escribas, precursores da nossa atual escritura pblica, que redigiam o texto e colocavam sua assinatura para validar o documento. O direito dos contratos era bastante desenvolvido, sendo conservados documentos que atestam a existncia de atos de venda, de arrendamento, de doao, de fundao, etc.

  • FAMLIA

    No h sinais de solidariedade clnica entre os egpcios, sendo todos os habitantes considerados iguais perante o direito, sem privilgios. A clula social por excelncia era a famlia em sentido restrito: pai, me e filhos menores. Alm de marido e mulher serem colocados em p de igualdade, todos os filhos, tanto filha como filho, eram considerados iguais, sem direito de primogenitura nem privilgio de masculinidade.

  • FAMLIA

    Os filhos ganhavam a emancipao aps atingirem determinada idade, () que os diferenciava dos romanos, sociedade na qual os filhos s ganhavam a emancipao se fosse ela concedida pelo patriarca, o pater-famlas.

  • TESTAMENTO

    A liberdade de testar era total, salvo a reserva hereditria a

    favor dos filhos.

    COISAS

    Todos os bens, imveis e mveis, eram alienveis. A pequena propriedade predominava. O estudo dos documentos encontrados sugere que havia enorme mobilidade de bens, j que os recenseamentos eram peridicos.

  • PENAL

    No aparece de modo algum severo, em comparao com os outros perodos da Antigidade, apesar de tambm prever penas cruis, como trabalhos forados, chicotadas, abandono aos crocodilos etc. No denominado Regime Senhorial, que surge a partir do fim da V dinastia, houve mudanas no direito egpcio, acompanhadas de grande retrocesso.

  • PENAL

    No direito pblico havia ingerncia total de uma oligarquia baseada na nobreza sacerdotal, alm de hereditariedade dos cargos e diversas formas de imunidade. No direito privado o retrocesso no foi diferente, com o reforo do poder paternal e marital, desigualdade no domnio das sucesses, com privilgios para os primognitos e para os homens. Os contratos tornaram-se escassos.

  • Foi nesse perodo que o Egito entrou no regime de economia

    fechada, enquanto as provncias se separaram do poder central.

    Somente no sculo XVI a.C., com a XVIII dinastia, o sistema

    jurdico voltou a se assemelhar ao antigo Imprio.

    O Egito no nos transmitiu at agora nem cdigos nem livros

    jurdicos; mas foi a primeira civilizao da humanidade que

    desenvolveu um sistema jurdico que se pode chamar

    individualista.

  • BOUZON, Emanuel. O Cdigo de Hamurabi. Petrpolis,

    Vozes, 1987.

    GILISSEN, John. Introduo Histrica ao Direito. Lisboa:

    Fundao Calouste Gulbenkian, 2003.

    LOPES, Jos Reinaldo de Lima. O Direito na Histria: lies

    introdutrias. 2 ed. So Paulo: Max Limonad, 2002.

    WOLKMER, Antnio Carlos. (Org). Fundamentos de Histria

    do Direito. 6. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.