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INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E

GGGGESTÃOESTÃOESTÃOESTÃO

RELATÓR IO DE E STÁG IO

Divisão de Águas e Saneamento da Câmara Municipal de Seia

JOSÉ DIAS MARTINS

RELATÓRIO PARA INGRESSO NA ANET

Junho de 2010

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____________________________________________________________________ Relatório de Estágio na DAS (Divisão de Águas e Saneamento) José Martins, n.º 5920

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PLANO DE ESTÁGIO

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RESUMO

O estágio teve início no dia 29 de Dezembro de 2009 e terminou no dia 29 de Junho de

2010, tendo decorrido na Divisão de Águas e Saneamento da Câmara Municipal de

Seia. O principal objectivo foi o de efectuar a ligação entre os conhecimentos teóricos

adquiridos no decorrer do curso de Engenharia Civil, ministrado pela Escola Superior de

Tecnologia e Gestão e a realidade prática, preparando o estagiário para a entrada no

mercado de trabalho.

Ao longo do período de estágio realizaram-se diversas actividades de acordo com o

plano de estágio, às quais se acrescentaram outras não incluídas naquele, nomeadamente

as seguintes: realização de auto de medição de caudais; dimensionamento de um grupo

hidropressor; estudo sobre perdas na rede de abastecimento de águas; estudo sobre

caudais de infiltração na rede de águas residuais; participação na recolha de elementos

para actualização em formato digital do cadastro do sistema de distribuição de águas;

elaboração do projecto de remodelação da rede de drenagem de águas pluviais na

Folgosa do Salvador; apoio à fiscalização de obras a cargo da Divisão no âmbito da

melhoria das redes existentes; acompanhamento da obra de requalificação da aldeia de

Cabeça e revisão de orçamentos, no âmbito do protocolo estabelecido entre o Município

de Seia e a Associação de Desenvolvimento Rural e Urbano da Serra da Estrela

(ADRUSE), com a finalidade de verificar a razoabilidade de custos.

O relatório apresentado faz a descrição pormenorizada das tarefas desenvolvidas.

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AGRADECIMENTOS

A transição de uma fase da vida para outra acarreta sempre mudanças e necessidades de

adaptação, muito embora a aprendizagem seja um processo contínuo ao logo da vida,

chegou a hora de aplicar os conhecimentos adquiridos durante a vida académica.

No início de carreira desta nova profissão, olho para trás e penso no grande número de

pessoas com as quais me cruzei, professores, colegas, amigos e funcionários. Tendo cada

um deles contribuído para a minha formação profissional e pessoal.

Assim, venho por este meio agradecer a todos os que me apoiaram e incentivaram a levar a

cabo esta etapa da minha vida, incluindo:

� À Câmara Municipal de Seia por permitir a realização deste estágio;

� Aos meus orientadores na Câmara Municipal de Seia Eng. Paulo Alexandre Saúde

Mendonça e no Instituto Politécnico da Guarda Eng.ª Lígia Maria Coelho Andrade

Alves Piçarra Pascoal Amado, por toda a disponibilidade, apoio e orientação

concedida. Ajudaram-me muito durante este período de estágio;

� A Eng.ª Sandra Matos, pela sua boa disposição, sempre pronta a ajudar no que

fosse preciso, demonstrando ser uma pessoa responsável, amiga, atenta e

disponível;

� A todos os funcionários da DAS (Divisão de Águas e Saneamento), que foram

excepcionais e fizeram com que a minha adaptação e integração fosse óptima e

muito rápida. Foram colegas de trabalho formidáveis, que jamais irei esquecer.

Por último, não posso deixar de manifestar o meu apreço pelo constante apoio da minha

família, em especial da minha filha Camila Martins e da minha mulher Elsa Martins, pela

paciência e carinho demonstrado...

AGRADEÇO A TODOS, MUITO OBRIGADO!

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ÍNDICE GERAL

CAPITULO I – INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS ...................................................1

CAPÍTULO II – CONCELHO DE SEIA E O SEU MUNICÍPIO ..............................3

2.1 – Localização do concelho de Seia......................................................................3

2.2 – Caracterização da empresa……………………………………………………… ...4

CAPITULO III – ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO .....6

3.1 – Realização de auto de medição de caudais.........................................................6

3.2 – Projecto de remodelação rede de águas pluviais.................................................7

3.2.1 – Aspectos gerais .................................................................................................. 7

3.2.2 – Enquadramento.................................................................................................. 7

3.2.3 – Solução construtiva............................................................................................ 7

3.2.4 – Dimensionamento hidráulico de colectores....................................................... 8

3.2.4.1 – Bases de cálculo.......................................................................................... 8

3.2.4.2 – Cálculo hidráulico..................................................................................... 10

3.2.4.3 – Legislação a observar ............................................................................... 13

3.2.5 – Escavações e desaterros................................................................................... 13

3.2.6 – Critério de medição de projecto....................................................................... 13

3.2.7 – Fases de execução do projecto ........................................................................ 14

3.2.8 – Abertura e enchimento de valas....................................................................... 14

3.2.9 – Implantação dos colectores.............................................................................. 15

3.2.10 – Caixas de visita.............................................................................................. 16

3.2.11 – Fases de execução do colector....................................................................... 17

3.2.12 – Valeta a utilizar.............................................................................................. 17

3.2.13 – Dimensionamento do canal a céu aberto ....................................................... 18

3.3 – Dimensionamento de um grupo hidropressor................................................... 19

3.3.1 – Caracterização do aglomerado......................................................................... 19

3.3.2 – Representação esquemática do circuito........................................................... 20

3.3.3 – Levantamento da população e indústrias......................................................... 20

3.3.4 – Cálculo dos caudais de dimensionamento....................................................... 22

3.3.4.1 – Factor de ponta instantâneo ...................................................................... 22

3.3.4.2 – Caudal de ponta diário – sector de Carragosela ....................................... 23

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3.3.4.3 – Caudal de ponta diário – sector de Catraia da Assamaça ......................... 24

3.3.4.4 – Caudais para combate a incêndios............................................................24

3.3.4.5 – Perda de carga........................................................................................... 25

3.3.4.6 – Pressões de serviço ................................................................................... 26

3.3.5 – Cálculo das bombas para o sistema ................................................................. 28

3.4 – Elaboração de estudo sobre perdas e infiltrações nas redes públicas................... 29

3.4.1 – Enquadramento................................................................................................ 29

3.4.2 – Caracterização funcional das perdas de água e suas causas ............................ 30

3.4.2.1 – Perdas físicas e não físicas ....................................................................... 30

3.4.2.2 – A importância do combate às perdas....................................................... 31

3.4.3 – Estimativa da água não facturada no concelho de Seia................................... 32

3.4.3.1 – Estudo da eficiência da rede instalada em São Romão ............................ 32

3.4.3.2 – Estudo da eficiência da rede instalada em Vila Cova à Coelheira ........... 34

3.4.3.3 – Estudo da eficiência da rede instalada em Pinhanços............................... 36

3.4.4 – Infiltrações nos colectores de águas residuais ................................................. 38

3.4.4.1 – Factores que influenciam a infiltração......................................................40

3.4.4.2 – Impacto da infiltração na eficiência dos sistemas .................................... 40

3.4.4.3 – Análise das infiltrações de Seia e S. Romão ............................................ 41

3.5 – Apoio à fiscalização..................................................................................... 45

3.5.1 – Acompanhamento da obra de requalificação da aldeia de Cabeça.................. 45

3.5.2 – Auto de medição.............................................................................................. 46

3.5.3 – Avaliação dos trabalhos a mais e trabalhos a menos....................................... 47

3.5.4 – Final de obra .................................................................................................... 47

3.6 – Recolha de dados para actualização do cadastro da rede de águas e saneamento.. 48

3.7 – Análise de processos da ADRUSE................................................................. 49

CAPITULO IV – CONCLUSÃO ............................................................................ 51

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 53

ANEXOS ............................................................................................................... 54

PEÇAS DESENHADAS......................................................................................... 62

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa do distrito da Guarda.....................................................................3

Figura 2 – Mapa do concelho de Seia........................................................................4

Figura 3 – Organograma da Câmara Municipal de Seia............................................5

Figura 4 – Curvas de intensidade, duração e frequência aplicáveis a Portugal

Continental. .............................................................................................................9

Figura 5 – Abertura de vala. ............................................................................................15

Figura 6 – Assentamento da conduta. .............................................................................16

Figura 7 – Caixa de visita. ................................................................................................17

Figura 8 – Reseratório de Carragosela e conduta para a instalação do hidropressor20

Figura 9 – Representação de troço de conduta........................................................ 21

Figura 10 – Quadro para entrada de dados............................................................. 28

Figura 11 – Curva característica das bombas.......................................................... 29

Figura 12 – Bombas Hidropressoras....................................................................... 29

Figura 13 – Diferencial de facturação em São Romão.............................................. 34

Figura 14 – Diferencial de facturação em Vila Cova à Coelheira............................. 35

Figura 15 – Diferencial de facturação em Pinhanços............................................... 37

Figura 16 – Exterior da caixa de visita onde decorre infiltração. ............................. 39

Figura 18 – População a servir pela ETAR de Seia.................................................. 42

Figura 19 – Comparação de caudal consumido e caudal residual em Seia................ 43

Figura 20 – Comparação de caudal consumido e caudal residual em São Romão..... 44

Figura 21 – Vista parcial da aldeia de Cabeça......................................................... 46

Figura 22 – Assentamento de calçada em xisto........................................................ 46

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Parâmetros do coeficiente de escoamento...................................................11

Quadro 2 – Cálculo da perda de carga entre o Reservatório e Carragosela. ..............25

Quadro 3 – Cálculo da perda de carga entre o Reservatório e a C. da Assamaça. .....25

Quadro 4 – Cálculo da pressão mínima entre o Reservatório e Carragosela. .............26

Quadro 5 – Cálculo da pressão mínima entre o Reservatório e a C. da Assamaça.....27

Quadro 6 – Facturação em São Romão. ..........................................................................33

Quadro 7 – Facturação em Vila Cova à Coelheira......................................................... 35

Quadro 8 – Facturação em Pinhanços.............................................................................36

Quadro 9 – Diferencial de facturação em Outubro de 2009..........................................37

Quadro 10 – Histórico do caudal afluente à ETAR de Seia. .........................................41

Quadro 11 – Comparação de caudal consumido e caudal residual em Seia................42

Quadro 12 – Histórico do caudal afluente à ETAR de São Romão. .............................43

Quadro 13 – Comparação de caudal consumido e caudal residual em São Romão....44

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SIMBOLOGIA

Símbolo Grandeza Dimensões A área L2

a aceleração

B largura L

b largura de uma secção rectangular L

c diâmetro L

Dh diâmetro hidráulico L

Ht altura total de elevação de uma bomba L

e espessura L

H carga total (energia por unidade de peso liquido L

h profundidade, altura liquida sobre o fundo L

i declive -

j perda de carga unitária -

Ks coeficiente da formula de Gaucklre-Manning-Strickler

referente à rugosidade superficial M1/3 T-1

L comprimento L

m massa M

N cota geométrica da superfície livre L

Q caudal L3 T-2

Rh raio hidráulico L

T intervalo de tempo T

v velocidade L T-1

V volume L3

Z coordenada geométrica L

γ peso volúmico M L-2 T-2

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SIGLAS

ADRUSE Associação de Desenvolvimento Rural e Urbano da Serra da Estrela;

AdZC Águas do Zêzere e Côa;

ASCE Design and construction of urban storm water management systems;

CMS Câmara Municipal de Seia;

DN Diâmetro Nominal;

DAS Divisão de Águas e Saneamento;

ETA Estação de Tratamento de Água;

ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais;

IDF Intensidade – duração – frequência;

LENEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil;

m c a metros coluna de água;

NPSH Net Positive Suction Head;

PAED Polietileno de Alta Densidade;

PRODER Programa de Desenvolvimento Rural;

PVC Policloreto de Vinilo;

RGSPPDADAR Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição

de Água e Drenagem de Águas Residuais;

VRP Válvula Redutora de Pressão.

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS

As constantes mudanças que caracterizam a sociedade actual e o mundo da engenharia,

exigem respostas cada vez mais adequadas às exigências legais e ambientais. Os desafios

que se colocam à implementação e desenvolvimento da engenharia civil requerem soluções

inovadoras, ancoradas em conhecimentos técnico-científicos e sustentados pela

“experiência de campo”.

Neste contexto, o presente relatório elaborado na sequência do estágio para integração na

(Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos) ANET e realizado no culminar do curso

de Engenharia Civil, ministrado pelo Instituto Politécnico da Guarda, afigura-se como um

complemento fundamental dos conhecimentos teóricos que adquiri ao longo do

desenvolvimento do curso.

O estágio é a melhor forma de adquirir experiência, não só profissional, mas também de

um “saber ser e saber estar social”. O estágio proporciona um contacto directo com a

realidade, aprende-se a trabalhar em equipa e permite ampliar a visão laboral, tornando-se

num instrumento essencial para complementar a formação académica.

No início do estágio foram erigidos alguns objectivos que o estagiário se propôs alcançar

no decorrer do mesmo, sendo de destacar: a emersão no sector de actividade, a

confrontação entre a teoria adquirida na escola e a prática; a integração na estrutura da

empresa, desempenhando todas as tarefas de forma séria e com espírito de disponibilidade

e eficiência, e aquisição de experiência e conhecimento para completar a minha formação.

O presente relatório visa a apresentação das principais actividades realizadas no período

compreendido entre 29 de Dezembro de 2009 e 29 de Junho de 2010, na Câmara

Municipal de Seia, mais concretamente na Divisão de Águas e Saneamento.

Quanto à exposição das matérias esta será apresentada de forma sistemática e

compartimentada de modo a tornar a sua discrição mais explícita.

Assim, começa com a apresentação do concelho de Seia e do Município e descrição da

empresa, seguindo-se as actividades desenvolvidas.

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Desta forma, o relatório encontra-se dividido em IV capítulos: Capítulo I – introdução e

objectivos, Capítulo II – concelho de Seia e o seu município, fez-se a caracterização do

mesmo, expõe-se a sua estrutura e composição, Capítulo III – descreve, de forma

pormenorizada, as actividades desenvolvidas ao longo do estágio, apresentando-se,

seguidamente o Capítulo IV – as conclusões.

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CAPÍTULO II – CONCELHO DE SEIA E O SEU MUNICÍPIO

2.1 – Localização do concelho de Seia

Seia é um dos catorze concelhos do distrito da Guarda, situado a 700 m de altitude,

edificado na vertente Norte da Serra da Estrela, usufruindo de um belo panorama sobre o

vale do Rio Seia.

Figura 1 – Mapa do distrito da Guarda. Fonte: www.adguarda.pt

Sede de um Concelho, com cerca de 435,7 km2, 29 freguesias e 26 844 habitantes, está

integrado numa das mais antigas áreas protegidas do País – o Parque Natura da Serra da

Estrela, dista 67 km da Guarda, 99 km da fronteira de Vilar Formoso, 45 km de Viseu e 98

km de Coimbra

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Figura 2 – Mapa do concelho de Seia.

Fonte: www. Viajar.clix

2.2 – Caracterização da empresa

A empresa de acolhimento, para a realização do estágio curricular foi a Câmara Municipal

de Seia, com sede no Largo Dr. Borges Pires em Seia, onde se desenvolve a maior parte da

sua actividade. A Câmara Municipal de Seia é presidida pelo Dr. Carlos Filipe Camelo

Miranda de Figueiredo e encontra-se dividida em três departamentos:

� Departamento de Administração e Finanças (constituído por 4 divisões);

� Departamento de Vias e Serviços Municipais (constituído por 3 divisões);

� Departamento de Planeamento Urbanismo e Ambiente (constituído por 3 divisões).

Para explicitar a estrutura organizacional de todos os departamentos e divisões apresenta-

se, o organograma da Câmara Municipal de Seia (Figura 3).

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Figura 3 – Organograma da Câmara Municipal de Seia. Fonte: www. cm_seia.pt

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CAPÍTULO III – ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

DURANTE O ESTÁGIO

3.1 – Realização de auto de medição de caudais

No sentido de proporcionar uma rápida integração no sistema, o estagiário foi colocado no

estaleiro Municipal o que lhe proporcionou uma visão alargada das metodologias de

trabalho praticadas no sector, possibilitando também o contacto directo com rede de infra-

estruturas que constituem o sistema de abastecimento e distribuição de água, implantado

no concelho de Seia.

Foi então proposto pelo chefe da (Divisão de Águas e Saneamento) DAS, Eng.º Paulo

Mendonça para elaboração dos autos de medição de caudais cujos procedimentos de

execução vou passar a descrever.

No primeiro dia útil de cada mês realizava uma proposta de auto de medição de caudais,

medição conjunta feita por um elemento pertencente ao apoio técnico da Divisão de Águas

e Saneamento da Câmara Municipal de Seia e um representante da empresa Águas do

Zêzere e Côa (AdZC). Neste documento eram registados os valores lidos nos vários

caudalimetros situados em pontos estratégicos contabilizando-se, assim, o volume de água

fornecido ao município pelas AdZC (Anexo I).

Sendo esta uma tarefa de execução simples, revelou-se de vital importância, pois era com

base nos valores lidos que posteriormente se procedia ao pagamento da factura mensal às

Águas do Zêzere e Côa.

Esta operação permitia também a inspecção e a verificação funcional dos diversos órgãos

instalados no interior das câmaras de manobra dos reservatórios. Quando necessário era

feito um relatório sobre o estado das infra-estruturas, onde eram descriminadas as

operações de manutenção a efectuar (Anexo II).

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No final era redigido um documento onde constavam os volumes transaccionados, que,

depois de conferido e assinado pelo chefe da divisão e pelo representante das Águas do

Zêzere e Côa, servia como base para emissão de facturas.

3.2 – Projecto de remodelação rede de águas pluviais

3.2.1 – Aspectos gerais

No decorrer do estágio uma das actividades propostas foi efectuar o dimensionamento de

um colector de águas pluviais para instalar na localidade de Folgosa do Salvador, freguesia

de Santiago, Concelho de Seia.

O crescimento do parque urbano na localidade levou a um forte aumento das áreas

impermeabilizadas, tratando-se de uma zona praticamente plana onde o escoamento das

águas da chuva se processa com dificuldade, facto que veio a ser agravado pela construção

de uma Unidade de Saúde, conjunto de grande volumetria e elevada área

impermeabilizada. Todas estas condicionantes tornaram imperativo o reforço da

capacidade do colector instalado.

3.2.2 – Enquadramento

A Memoria Descritiva e Justificativa do Projecto de Remodelação da Rede de Drenagem

de Pluviais, que se apresenta irá definir alguns parâmetros fundamentais dos sistemas a

implementar, tais como traçados, dimensionamento e características dos diversos materiais

a utilizar, também as condições de instalação e execução das condutas.

3.2.3 – Solução construtiva

A Presente Rede de Drenagem de Águas Pluviais, destina-se a assegurar a recolha e

transporte das águas pluviais, provenientes do aglomerado urbano, Unidade de Saúde e

espaço envolvente.

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As águas da chuva que caem na plataforma da estrada são recolhidas em valetas revestidas

a betão e encaminhadas por meio sumidoros para caixas de visita que por sua vez, as

encaminham, através de colectores para num canal a céu aberto que descarrega no meio

receptor (ribeira).

O material utilizado na Rede de Drenagem de Águas Pluviais será, PVC corrugado da

classe 6.

3.2.4 – Dimensionamento hidráulico de colectores

O dimensionamento hidráulico de colectores é o conjunto de procedimentos ou etapas de

cálculo, cuja finalidade é a determinação dos diâmetros e cotas de implantação de cada um

dos colectores que constituem a rede, de forma a assegurar o transporte dos caudais de

cálculo previstos, de acordo com determinados critérios hidráulicos pré-estabelecidos.

Em hidrologia urbana os fenómenos intrínsecos à transformação da precipitação em

escoamento, no percurso que vai desde o início do evento pluviométrico até ao escoamento

na secção final da bacia urbana (parte do cicio hidrológico que interessa à problemática da

drenagem pluvial) são por natureza complexos.

3.2.4.1 – Bases de cálculo

Para o estudo da drenagem de águas pluviais recorreu-se às curvas, (intensidade duração

frequência) IDF de Portugal que fornecem os valores de intensidade média de precipitação,

para várias durações e diferentes períodos de retorno.

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9

Figura 4 – Curvas de intensidade, duração e frequência aplicáveis a Portugal Continental. Origem: Decreto Regulamentar nº 23/95, de 23 de Agosto

O período de retorno considerado para as redes prediais foi de 10 anos, considerando-se

uma duração de precipitação de 15 minutos, estando a Folgosa do Salvador situada na

região pluviométrica C.

A determinação do caudal máximo espectável foi feita através do Método Racional

utilizando a seguinte fórmula:

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AICQp ××= (1)

Em que:

Qp – Caudal máximo (L/s);

C – Coeficiente de escoamento (adimensional);

I – Intensidade de precipitação [(L/(s.ha)];

A – Área de contribuição (ha).

3.2.4.2 – Cálculo hidráulico

Com base no que foi referido no número anterior, os valores adoptados para o cálculo do

caudal para dimensionamento foram os seguintes:

� Intensidade da precipitação: 216,0 L/s.ha;

� Coeficiente de escoamento: 0,375 L/s.

As hipóteses de base do Método Racional fundamentam-se no conceito de tempo de

concentração, tc, e na relação entre a precipitação útil, (C x l), e o caudal de ponta, (Qp).

Da hipótese de linearidade resulta que a ocorrência do caudal de ponta coincide com o

instante em que a totalidade da bacia está a contribuir para o escoamento, ou seja, ao fim

de um intervalo de tempo igual ao tempo de concentração, tc.

O valor da intensidade de precipitação a considerar é, assim, o valor da intensidade média

máxima para uma duração igual ao tempo de concentração. Este valor está sempre

associado a uma frequência de ocorrência (ou período de retorno T); e ao valor do caudal

máximo está implicitamente associada a mesma frequência.

O coeficiente C é o único parâmetro representativo da transformação da precipitação em

escoamento. Embora não haja unanimidade referente ao campo de aplicação do método

racional, pode citar-se, como referência, embora a sua utilização deve restringir-se a bacias

com áreas inferiores a 1 300 ha.

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11

Todos estes efeitos dependem não só das características físicas e de ocupação da bacia,

mas também, da precipitação, ou seja, do estado de humidade do solo, da duração e

distribuição da precipitação.

Quadro 1 – Parâmetros do Coeficiente de escoamento. Fonte: ASCE, Manual Nº 37

No Quadro 1 estão representados os valores médios do coeficiente C para utilização do

Método Racional, onde podemos constatar que o valor a utilizar no cálculo está

compreendido entre 0,30 e 0,50.

Nas bacias urbanas, em que o sistema de drenagem é constituído essencialmente por uma

rede de colectores, o tempo de concentração, tc, é calculado através do somatório de duas

parcelas – o tempo de entrada, te, correspondente ao percurso superficial das águas pluviais

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até ao primeiro dispositivo de entrada (sarjeta ou sumidouro) e o tempo de percurso, tp,

entre este ponto e a secção de jusante do troço.

Para dimensionamento hidráulico da rede de drenagem de águas pluviais, apresentam-se os

valores calculados sob a forma de um quadro (Anexo III).

Em seguida, sistematizam-se os de procedimentos ou passos de cálculo, que passamos a

citar:

1. Análise da área de projecto, incluindo o reconhecimento local e eventual

levantamento topográfico, e traçado da rede em planta;

2. Fixação do período de retorno, T, para o qual se pretende dimensionar a rede;

3. Escolha da curva de IDF aplicável à zona em estudo, para o período de retorno

escolhido;

4. Definição das áreas drenantes em cada secção de cálculo;

5. Determinação do coeficiente médio, C, ponderado para a área drenante total, em

cada secção de cálculo,∑

∑×

××=

Aii

AiCiiC ;

6. Determinação do tempo de concentração, tc;

7. Determinação da intensidade média de precipitação para uma duração igual ao

tempo de concentração (a partir das curvas de IDF);

8. Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (Método

Racional), AICQp ××= ;

9. Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta um conjunto de

orientações tais como os custos, condições técnicas e regulamentares de

implantação dos colectores tais como (profundidade de assentamento mínima), os

critérios hidráulicos (capacidade de escoamento, velocidade máxima e poder de

transporte);

10. Determinação do tempo de percurso, tp, ao longo do troço de colector considerado

no passo 9º, o que requer o conhecimento da extensão do colector e da velocidade

média do escoamento, para o caudal de dimensionamento;

11. Soma do tempo de percurso, tp, calculado no passo anterior, ao tempo de

concentração, tc, calculado no passo 6º;

12. Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir do

passo 5º, para as sucessivas secções de cálculo.

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13

Nota: O cálculo hidráulico dos colectores é feito considerando que o escoamento se pode

efectuar até à altura correspondente a 0.8 da secção.

3.2.4.3 – Legislação a observar

Para execução da empreitada foram aplicados os regulamentos e normas em vigor, assim

como, documentos de homologação, circulares de informação técnica do LNEC

(Laboratório Nacional de Engenharia Civil).

Sem carácter exclusivo, salientam-se os seguintes:

� RGSPPDADAR (regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de

Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais” (D.L. n.º 207/94 e D.R. n.º

23/95);

� Anexo IX do Decreto Regulamentar nº 23/95 de 23 de Agosto – Normas

Portuguesas.

3.2.5 – Escavações e aterros

Escavação em terreno de qualquer natureza, para posterior instalação de condutas, será

executada por meios mecânicos, até alcançar a cota de profundidade indicada no projecto.

Incluindo transporte da maquinaria, remoção dos materiais sobrantes com carregamento

em camião.

Esta operação foi efectuada de acordo com o desenho esquemático da vala tipo apresentada

no (desenho 4-A) das peças desenhadas.

3.2.6 – Critério de medição de projecto

O volume medido sobre as secções teóricas da escavação será efectuado segundo

documentação gráfica de Projecto.

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3.2.7 – Fases de execução do projecto

A execução do projecto foi feita em várias fases encadeadas de forma a proporcionar

rapidez e eficiência. Os trabalhos mais significativos foram executados pela ordem

seguinte:

� Implantação geral e fixação dos pontos e níveis de referência;

� Colocação das balizas nos cantos e extremos dos alinhamentos;

� Escavação em sucessivas camadas horizontais e extracção de terras;

� Aperfeiçoamento do fundo e laterais à mão, com extracção de terras;

� Protecção da escavação perante infiltrações e acções de erosão ou

desmoronamento por parte das águas de escorrência;

� Colocação da tubagem e caixas de visita;

� Enchimento da vala de forma faseada executando regas e compactação;

� Carga a camião do material sobrante;

� Reposição do pavimento quando necessário.

3.2.8 – Abertura e enchimento de valas

A operação de abertura de vala foi efectuada sempre em linha recta conforme indicado nas

peças desenhadas n.º 2, seguindo o alinhamento das balizas.

A escavação ficará com cortes de terra estáveis e isenta na sua superfície de fragmentos de

rocha e materiais que tenham ficado em condição instável. Garantir-se-á a estabilidade das

construções e instalações próximas que possam ser afectadas.

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Figura 5 – Abertura de vala.

Quanto ao enchimento das valas, este efectuou-se pela seguinte ordem:

1. Execução do leito de areia com 10 cm de espessura, devidamente compactada e

nivelada através de equipamento manual com apiloador (saltitão);

2. Enchimento lateral, compactando até metade do diâmetro do tubo e posterior

enchimento com a mesma areia por cima da geratriz superior;

3. A compactação do terreno na parte superior à geratriz da conduta deve ser feita em

camadas com 20 cm de espessura tendo o cuidado de fazer a adição de água

(regas), pois estas permitem uma redução do índice de vazios do solo melhorando o

resultado final e minimizando a possibilidade de abatimentos.

Este procedimento encontra-se exemplificado no desenho n.º 4-A.

3.2.9 – Implantação dos colectores A profundidade mínima dos colectores, quando não determinada pela cota de implantação

dos edifícios a servir, vem determinada pelo recobrimento necessário à sua protecção

adequada. O valor mínimo considerado para este recobrimento, medido a partir do

extradorso até à superfície do terreno, foi de 1.00 m sob a faixa de rodagem.

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Na impossibilidade de respeitar os referidos valores, haverá que proceder à protecção dos

colectores contra as cargas de superfície, nomeadamente com estruturas de betão que

suportem parcialmente as ditas cargas.

Figura 6 – Assentamento da conduta.

3.2.10 – Caixas de visita

Ao longo dos colectores gravíticos foram instaladas caixas de visita:

� Nas cabeceiras das redes;

� Na confluência de colectores;

� Nos pontos de mudança de direcção (em planta ou perfil), inclinação e de diâmetro

dos colectores;

� Nos alinhamentos rectos, o afastamento máximo entre câmaras de visita

consecutivas não deve ultrapassar 60 m.

As caixas de visita foram projectadas com dimensões que permitam fácil acesso ao

operador e assegurem no seu interior espaço livre suficiente para as operações a que se

destinam. A parte final, onde assentará a tampa, deverá ser tronco-cónica, de modo a

facilitar a entrada do operador, dotadas de escadas interiores sempre que a sua

profundidade seja superior a 1,7 m de acordo com o artigo nº. 157, alínea d; do

RGSPPDADAR. As tampas e respectivo aro a colocar será em ferro fundido dúctil.

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Figura 7 – Caixa de visita.

3.2.11 – Fases de execução do colector

A execução do colector assumiu as fases seguintes:

� Aprovisionamento de materiais;

� Transporte e descarga do material ao local de trabalho;

� Eliminação de terra solta do fundo da escavação;

� Execução do leito de areia para colocação do tubo;

� Execução do enchimento envolvente;

� Teste de serviço;

� Protecção face a passagem de veículos.

3.2.12 – Valeta a utilizar

As valetas têm como função a recolha e encaminhamento das águas da chuva que caem na

plataforma da estrada encaminhando-as para os colectores por forma, a garantir maior

segurança na circulação automóvel. Para tal, optou-se por utilizar valetas de secção

triangular situando-se o seu fundo a pelo menos 0,20 m abaixo do nível do pavimento. O

seu pano interior terá uma inclinação de h/b = ½, de acordo com a peça desenhada n.º 4-A.

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Para melhorar o escoamento, estas deverão ser revestidas em betão.

3.2.13 – Dimensionamento do canal a céu aberto

O canal a dimensionado destinou-se a receber e a encaminhar para o meio receptor as

águas provenientes do colector de águas pluviais a implantar na aldeia de Folgosa do

Salvador.

Para o seu dimensionamento utilizamos um caudal de ponta (Q) igual ao empregue no

dimensionamento do último troço do colector. A inclinação (i) corresponde à inclinação do

leito do canal e será igual à inclinação do terreno na zona de implantação do mesmo canal.

Este terá secção rectangular com base (b) de 0,8 m, faltando apenas determinar a altura (h)

prevendo que o escoamento se processara em regime uniforme.

O material para a sua execução será betão da classe C 16/20.

A determinação dos parâmetros que caracterizam o escoamento em superfície livre e em

regime uniforme é feita através da fórmula de Manning-Strickler:

iARKQ s3

2

= (2) onde bhA = e hb

bhR

2+= (3)

Em que:

Q → caudal escoado (m3 s-1);

A → secção transversal do escoamento (m2);

R → raio hidráulico (m);

i → inclinação da soleira do canal (m/m);

Ks → coeficiente de rugosidade (m1/3 s-1);

b → largura do canal;

h → altura do escoamento.

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Valores para o cálculo:

Q = 2,4 (m3 s-1);

b = 0,8 (m);

i = 2% ;

Ks betão =75 (m1/3 s-1);

h =?

Resolvendo a equação em função dos parâmetros apresentados, obtivemos um valor para a

altura do escoamento – h = 0,70 m. Para estabelecer uma margem de segurança optamos

por implantar um canal rectangular com as seguintes dimensões 0,80 m x 0,80 m,

conforme desenho 4-A.

3.3 – Dimensionamento de um grupo hidropressor

No âmbito dos trabalhos a desenvolver foi proposto efectuar o dimensionamento de um

grupo de bombas para pressurização do sistema de abastecimento de água em Carragosela.

3.3.1 – Caracterização do aglomerado

A freguesia de Carragosela, localizada na periferia dos dois maiores aglomerados

populacionais do concelho, Seia e São Romão, assume-se já há algum tempo como zona de

expansão urbana, permitido a fixação de novas famílias e algumas indústrias. Facto que

levou ao aumento do parque urbano, numa zona cujas cotas não permitiam que o

abastecimento se processasse a partir do reservatório existente.

Então, a parte mais elevada do aglomerado passou a ser abastecida a partir da conduta

adutora de Várzea de Meruge.

Tendo em conta tratar-se de uma situação de carácter provisório, foram implementadas

medidas para a resolução definitiva do problema. Para tal, procedeu-se à construção de

novas infra-estruturas visando colmatar as necessidades existentes, nomeadamente a

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construção de um reservatório com capacidade de 60 m3. Foram, ainda, instaladas as

respectivas condutas de adução ao referido reservatório e procedeu-se à remodelação de

pequenas partes das condutas de distribuição que servem a zona baixa de São Romão, mais

concretamente a Catraia da Assamaça.

Figura 8 – Reservatório de Carragosela e conduta para a instalação do hidropressor.

3.3.2 – Representação esquemática do circuito

Para melhor compreensão do sistema em causa elaborou-se um esquema simplificado onde

se encontram representadas as condutas de distribuição instaladas assim, como os

respectivos caudais que nelas circulam (Anexo IV).

3.3.3 – Levantamento da população e indústrias

A área a abastecer é constituída por um conjunto de três urbanizações, algumas moradias

dispersas perfazendo um total de 65 habitações unifamiliares, duas fábricas de queijo e

uma unidade de distribuição de produtos variados.

O sistema a implantar terá como função satisfazer as necessidades dos consumidores, tanto

quantitativa como qualitativamente mantendo as pressões no sistema dentro dos valores

legalmente estabelecidos. Visto que a distribuição é feita em terreno quase plano o que

torna impossível que a distribuição seja feita por gravidade surge a necessidade de

pressurizar o sistema.

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Para o dimensionamento do um grupo de bombas, é necessário conhecer alguns parâmetros

e estabelecer alguns pressupostos. Se tivermos em conta o esquema apresentado na Figura

9, o troço A-B representa uma conduta com diâmetro constante D, no qual circula um

caudal Q. A parte tracejada indica que pode haver pontos de perdas de carga localizadas,

como acessórios e contadores.

Figura 9 – Representação de troço de conduta.

Seguindo os procedimentos e acrescentando à equação de Bernoulli a parcela

correspondente à perda de carga:

Aplicação do Teorema de Bernoulli

BAHg

BvpBhb

g

AvpAhA −

−∆+++=++22

22

γγ (4)

Como temos apenas uma equação, só pode ser calculada uma incógnita as restantes têm de

ser conhecidas ou arbitradas. Se tivermos em conta o exemplo seguinte podemos ver que o

ponto A é a entrada de água de um determinado equipamento, também são conhecidos

caudal ( )Q e a pressão no Ponto B, pois são definidos em projecto da rede de distribuição

de águas.

O diâmetro é constante, a velocidade é igual VSQ ×= em todos os pontos, então as

parcelas

× g

V

2

2 anulam-se. As cotas dos pontos A e B são conhecidas, pois são dados

contemplados no projecto da rede. Portanto, é possível determinar a pressão necessária em

A para que o escoamento se processe de A para B, que será a diferença de cotas acrescida

da perda de carga na conduta, tendo o cuidado de acrescentar o valor da pressão a garantir

no ponto B. Por outro lado, se o ponto A representar a saída de uma bomba podemos

verificar através de fórmulas ou até por dedução lógica pois, quanto menor for o diâmetro

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maior será a perda de carga, consequentemente, mais potente terá de ser a bomba, o que

acarreta um custo superior e maior consumo de energia.

Simplificado a expressão (4) e introduzindo a parcela relativa a bombagem temos:

bombaBA HHg

AvpBhBhA +

−− +∆+++=

2

2

γ (5)

Neste caso, a conduta já estava instalada logo só tivemos de escolher a bomba que melhor

se adequasse às exigências.

As velocidades baixas requerem tubos de grande diâmetro, que são muito dispendiosos, já

por seu lado as velocidades muito elevadas produzem ruídos e desgastes excessivos.

3.3.4 – Cálculo dos caudais de dimensionamento

Para proceder ao dimensionamento do grupo hidropressor foi necessário efectuar a divisão

do aglomerado em várias zonas para posteriormente se determinar os caudais que circulam

em cada troço de conduta.

3.3.4.1 – Factor de ponta instantâneo

O factor de ponta (pf ) deve ser determinado, preferencialmente, com base na análise de

registos de consumos. No entanto, e na ausência de elementos que permitam a sua

determinação mais fundamentada, o factor de ponta pode ser estimado com base na

seguinte expressão:

popf p

702 += → 65,4

700

702 =+=pf (6)

Em que:

pop → Número de habitantes a servir;

cap → Consumo percapita;

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perdas → Percentagem de água desperdiçada em fugas e lavagens de filtros.

3.3.4.2 – Caudal de ponta diário – sector de Carragosela

O caudal de ponta diário representa o caudal médio do dia de maior consumo

[ ]sLfperdascappop

Q pdiáriop /

360024=

××××

= (7)

sLQ Urb /533,0360024

65,41,115060)1( =

××××=

sLQ Urb /177,0360024

65,41,115020)2( =

××××=

sLQ Urb /355,0360024

65,41,115040)3( =

××××=

sLQ aCarragosel /710,0360024

65,41,115080)( =

××××=

sLQ DCTroço /177,0360024

65,41,115020)( =

××××=−

sLQ EDTroço /177,0360024

65,41,115020)( =

××××=−

Para as indústrias consultamos o histórico de consumos facturados pelo município, do qual

retiramos o valor do mês de maior consumo. Considerando que estas laboram em média 22

dias por mês em períodos de 8 horas, os caudais determinados foram os seguintes:

slQ Sempreviva /0221,06,3822

14)( =

××=

slQesTaQ

GumarãesR /4,36,3822

2143)

var.

.(

=××

=

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3.3.4.3 – Caudal de ponta diário – sector de Catraia da Assamaça

sLQ ARTroço /177,0360024

65,41,115020´)( =

××××=−

sLQ FATroço /172,1360024

65,41,1150132`)´( =

××××=−

sLQ EATroço /335,0360024

65,41,115040`)´( =

××××=−

sLQ CBTroço /888,0360024

65,41,1150100`)´( =

××××=−

sLQ DBTroço /349,1360024

65,41,1150152`)´( =

××××=−

sLQ HGTroço /10,0360024

65,41,115012´)´( =

××××=−

sLQ IGTroço /10,0360024

65,41,115012´)´( =

××××=−

3.3.4.4 – Caudais para combate a incêndios

Os volumes de água para combate a incêndios são definidos pelo RGSPPDADAR em

função do risco da sua ocorrência e propagação. À zona em questão deve ser atribuído o

grau de risco 1, por se tratar de uma zona urbana de risco mínimo de incêndio, devido à

fraca implantação de edifícios predominantemente do tipo familiar. O caudal a garantir

será de 15 L/s.

Como a tubagem instalada não possibilita o débito deste caudal decidimos conservar os

hidrantes ligados à conduta adutora de Várzea Meruge.

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3.3.4.5 – Perda de carga

O cálculo das perdas de carga foi efectuado para cada troço de conduta através da lei de

resistência ao escoamento, correspondente ao material que constitui as condutas (PVC).

Monómia do PVC → LD

QJ ×

×=

56,0

1

68,25,50 (8)

em que:

j → Perda de carga (m/m)

Q→ Caudal (m3s-1)

D→ Diâmetro da conduta (m)

L→ Comprimento da conduta (m)

Quadro 2 – Cálculo da perda de carga entre o Reservatório e Carragosela. Troço L(m) D(mm) Qperc(l/s) Qmont(l/s) Qjus(l/s) Qeq(l/s) J(m/km) ∆H(m)

R-A 100 90,00 0,000 5,594 5,594 5,594 8,475E-03 0,848

A-Urb 1 60 63,00 0,533 0,533 0,000 0,293 2,580E-04 0,015

A-B 50 90,00 0,000 4,839 4,839 4,839 6,566E-03 0,328

B-Urb 2 20 63,00 0,177 0,177 0,000 0,097 3,706E-05 0,001

B-C 63 90,00 4,530 4,530 0,000 2,491 2,041E-03 0,129

C-Urb 3 70 63,00 0,355 0,355 0,000 0,195 1,262E-04 0,009

C-D 370 90,00 0,177 4,484 4,307 4,404 5,564E-03 2,059

D-Fab 500 63,00 3,400 3,400 0,000 1,870 6,729E-03 3,364

D-E 310 90,00 0,197 0,907 0,710 0,818 2,877E-04 0,089

E-Carr. 250 90,00 0,710 0,710 0,000 0,391 7,824E-05 0,020

Quadro 3 – Cálculo da perda de carga entre o Reservatório e a C. da Assamaça. Troço L(m) D(mm) Qperc(l/s) Qmont(l/s) Qjus(l/s) Qeq(l/s) J(m/km) ∆H(m)

R-A´ 465 90,00 0,177 4,141 3,964 4,061 4,82E-03 2,243

A´-E´ 828 63,00 1,172 1,172 0,000 0,645 1,03E-03 0,855

A´-F´ 62 90,00 0,355 2,792 2,437 2,632 2,25E-03 0,139

F´-G´ 25 63,00 0,000 0,200 0,200 0,200 1,32E-04 0,003

G´-I´ 210 63,00 0,100 0,100 0,000 0,055 1,36E-05 0,003

G´-H´ 92 63,00 0,100 0,100 0,000 0,055 1,36E-05 0,001

F´-B´ 50 90,00 0,000 2,237 2,237 2,237 1,69E-03 0,084

B´-D´ 657 63,00 1,545 1,545 0,000 0,850 1,68E-03 1,103

B´-C´ 454 90,00 0,888 0,888 0,000 0,488 1,16E-04 0,053

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Da análise dos valores apresentados nos Quadros 2 e 3 podemos verificar que a perda de

carga é maior nos troços onde a relação entre o diâmetro da conduta e o caudal que nela

circula tem um valor mais baixo.

3.3.4.6 – Pressões de serviço

As pressões regulamentares a garantir na rede são traduzidas pela seguinte expressão

nH 410+= em que H representa a altura piezometrica e n o número de pisos acima da

cota de soleira do edifício. No entanto, esta deverá sempre que possível estar

compreendida entre 18 e 60 metros.

No entanto como existem algumas dúvidas quanto ao diâmetro e comprimento de alguns

troços das condutas vamos utilizar para habitações do tipo unifamiliar uma pressão mínima

de 22 m c a, para unidades industriais será de 30 m c a, valores recomendados pelo

RGSPPDADAR.

Quadro 4 – Cálculo da pressão mínima entre o Reservatório e Carragosela. Troços ∆h Cota topog. Cota piezom. P. mínimas P. min. exigida

(m/m) (m) (m) (m.c.a.) (m.c.a.) Verificação

Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus

R-A 0,848 528 523 528,000 527,152 0,000 4,152 22 K.O

A-B 0,328 523 517 527,152 526,824 4,152 9,824 22 22 K.O

B-C 0,129 524 524 526,824 526,696 2,824 2,696 22 22 K.O K.O

C-D 2,059 524 527 526,696 524,637 2,696 -2,363 22 22 K.O K.O

D-E 0,089 527 529 524,637 524,548 -2,363 -4,452 22 22 K.O K.O

D-Fabr 3,364 527 517 524,637 521,273 -2,363 4,273 22 22 K.O K.O

R-E 3,452 528 529 528,000 524,548 0,000 -4,452 22 K.O K.O

R-Fabr 6,727 528 517 528,000 521,273 0,000 4,273 30 K.O K.O

Quanto à pressão mínima registada nos pontos situados entre o reservatório e Carrogosela

constatou-se que, aquela ocorre nos pontos mais distantes e com cota mais elevada.

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Quadro 5 – Cálculo da pressão mínima entre o Reservatório e a C. da Assamaça. Troços ∆h Cota topog. Cota piezom. P. mínimas P. min. exigida

(m/m) (m) (m) (m.c.a.) (m.c.a.) Verificação

Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus

R-A´ 2,243 528 523 528,000 525,757 0,000 2,757 22 K.O

A´-E´ 0,855 523 530 525,757 524,902 2,757 -5,098 22 22 K.O K.O

A´-F´ 0,139 523 526 525,757 525,617 2,757 -0,383 22 22 K.O K.O

F´-G´ 0,003 526 527 525,617 525,614 -0,383 -1,386 22 22 K.O K.O

G´-I´ 0,003 527 525 525,614 525,611 -1,386 0,611 22 22 K.O K.O

G´-H´ 0,001 527 527 525,614 525,613 -1,386 -1,387 22 22 K.O K.O

F´-B´ 0,084 528 531 525,617 525,533 -2,383 -5,467 22 22 K.O K.O

B´-D´ 1,103 531 524 525,533 524,430 -5,467 0,430 22 22 K.O K.O

B´-C´ 0,053 531 540 525,533 525,480 -5,467 -14,520 22 22 K.O K.O

R-C´ 2,520 528 540 528,000 525,480 0,000 -14,520 22 K.O

R-D´ 3,570 528 524 528,000 524,430 0,000 0,430 22 K.O K.O

R-E´ 3,098 528 530 528,000 524,902 0,000 -5,098 22 K.O K.O

Da análise do quadro 5 conclui-se que o ponto mais desfavorável da rede de distribuição

entre o reservatório e a Catraia da Assamaça apresenta uma pressão negativa de -14,520 m

c a, o que torna impossível processar a distribuição sem o recurso a bombas

perssurizadoras.

Para determinar a pressão a fornecer ao sistema, pelo grupo hidropressor vamos utilizar o

ponto mais desfavorável (ponto mais afastado e ao mesmo tempo com a cota mais elevada)

aplicando:

PontoRpR HP

ZZ −∆++=γmin (9)

Teorema de Bernoulli entre a superfície livre do reservatório (Cota 528) e o ponto C` (cota

540)

00,2252,14 +=γP

acmP

52,36=γ ; será a pressão a fornecer pela bomba, para garantir o bom

funcionamento dos aparelhos hidráulicos instalados no interior das habitações.

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3.3.5 – Cálculo das bombas para o sistema

Como temos uma rede já implantada, que apenas sofreu pequenas obras de

ampliação/remodelação nas zonas periféricas, o grupo de bombas a dimensionar terá como

função estabilizar os caudais e a pressão de forma a mantê-los dentro dos parâmetros

legais. Por isso, tivemos especial atenção para o facto de existirem integradas no sistema

algumas indústrias de lacticínios que por norma têm consumos elevados.

O dimensionamento das bombas foi executado através de software disponibilizado pela

GRUNDFUS.

Parâmetros para o cálculo das bombas: m

P52,36=

γ

sLQ /735,9=

Figura 10 – Quadro para entrada de dados. Fonte: Softwear da Grundfus

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Figura 11 – Curva característica das bombas. Figura 12 – Bombas Hidropressoras.

Fonte: Softwear da Grundfus Fonte: Softwear da Grundfus

O grupo hidropressor a instalar será constituído por três bombas de velocidade variável,

cuja entrada em funcionamento depende dos caudais e pressão necessária a cada momento,

estas funcionam alternadamente, cumprindo um período mínimo de repouso.

3.4 – Elaboração de estudo sobre perdas e infiltrações nas redes públicas

3.4.1 – Enquadramento

Há algum tempo atrás o Município de Seia era detentor de aproximadamente 90% dos

sistemas de abastecimento de água instalados no concelho. Sendo responsável pela

captação, tratamento, distribuição e facturação, tratando-se na maior parte dos casos, de

infra-estruturas em fim de vida útil, e com baixo índice de eficiência. Surgiu então

necessidade de remodelar grande parte do sistema, tornando-se numa intervenção muito

honrosa.

Devido a problemas de vária ordem, entre os quais a escassez de recursos, procurou-se

encontrar a melhor solução, sabendo de antemão que a situação era comum à quase

totalidade dos Municípios do distrito da Guarda. Encetaram-se contactos no sentido de

estabelecer parcerias entre vários Municípios surgindo então a empresa Águas do Zêzere e

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Côa, cujo grupo de accionistas compreende vários Municípios e a empresa Águas de

Portugal.

Recorrendo a fundos comunitários o grupo construíram nas margens do Rio Alva, Senhora

do Desterro – Seia, uma nova e moderna estação de tratamento de águas, com capacidade

para tratar aproximadamente 640 m3/hora, remodelou as condutas adutoras, assumindo

assim a responsabilidade de efectuar o tratamento e adução (Alta), ficando o Município

com a distribuição e facturação aos consumidores (Baixa).

Actualmente o município compra a água à empresa Águas do Zêzere e Côa que depois

vende aos consumidores, assumindo a água o papel de um bem transaccionável.

Esta viragem levou ao despertar de consciências em relação ao problema das perdas no

sistema de distribuição de águas, pois estas provocam diminuição das receitas e agravam

de forma significativa o diferencial de facturação.

No intuito de apurar os volumes não facturados foi proposto elaborar um estudo sobre as

perdas no sistema de distribuição de água pertencente ao Município de Seia.

3.4.2 – Caracterização funcional das perdas de água e suas causas

Do ponto de vista operacional, as perdas de água são correspondentes aos volumes não

contabilizados. Estes englobam tanto as perdas físicas, que representam a parcela de água

não consumida, como as perdas não físicas, que correspondem à água consumida e não

contabilizada.

3.4.2.1 – Perdas físicas e não físicas

As perdas físicas têm origem em fugas no sistema de abastecimento de água, estas podem

verifica-se desde a captação até ao consumo e também em procedimentos operacionais

como lavagem de filtros, descargas na rede, entre outros.

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Quanto às perdas não físicas, estas resultam de ligações clandestinas ou não registadas;

contadores parados ou sabotados e gastos no combate a incêndios, sendo este o factor de

importância significativa. Aquelas são também conhecidas como perdas de facturação,

sendo o principal indicador a relação entre o volume disponibilizado e o volume facturado.

3.4.2.2 – A importância do combate às perdas

A redução das perdas físicas num sistema de abastecimento e distribuição de água permite

diminuição dos custos de produção, redução do consumo de energia, decrescimento dos

gastos com produtos químicos, redução dos danos ambientais, melhoria da produtividade

das instalações existentes e aumento da capacidade de oferta sem ter de aumentar a

capacidade do sistema.

A contribuição para o aumento da oferta é uma das consequências indirecta mas

significativa da redução das perdas, uma vez que incentiva à redução de desperdícios por

força da aplicação da tarifa mais ajustada aos volumes efectivamente consumidos.

A redução das perdas não físicas permite, ainda, aumentar a receita, melhorar a eficiência

dos serviços prestados e melhorar o desempenho financeiro do prestador de serviços.

O combate às perdas e desperdícios implica redução do volume de água não contabilizada,

exigindo para o efeito medidas que permitam reduzir as perdas físicas e não físicas,

mantendo-as no nível adequado, conferindo assim maior rentabilidade do sistema. Todos

os intervenientes no processo têm de ter uma atitude pró-activa, de forma a possibilitar

uma interligação entre quem constrói e quem explora e utiliza os sistemas de

abastecimento, tendo como objectivo melhorar continuamente a eficiência do sistema.

Do ponto de vista técnico é praticamente impossível assegurar a total estanquidade das

condutas, pois por mais cuidada que seja a construção do sistema há sempre situações que

proporcionam a ocorrência de fugas, como por exemplo: um vedante mal colocado numa

junta ou uma conduta que não ficou bem assente no terreno.

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Convém salientar, que uma fuga, por muito pequena que seja, dada a sua continuidade

acaba por produzir volumes apreciáveis de água desperdiçada, além disso o seu caudal

tende a aumentar nas horas de menor consumo, em que normalmente a pressão na rede é

mais elevada.

3.4.3 – Estimativa da água não facturada no concelho de Seia

Para a elaboração do estudo fez-se o cálculo do volume de água facturado pelo Município

de Seia aos consumidores e também o volume facturado pela empresa Águas do Zêzere e

Côa ao Município. Devido a alguns condicionantes como: a limitação de tempo, a elevada

extensão e a complexidade das redes como podemos verificar no (anexo V), tornou-se

inexequível estudar todos os sistemas instalados, optando-se por restringir o estudo a três

localidades “tipo”, com comportamentos bastante distintos, que espelham a

heterogeneidade de funcionamento dos sistemas existentes no concelho de Seia.

As três localidades “tipo” onde se efectuou o referido estudo foram: São Romão; Vila

Cova à coelheira e Pinhanços.

3.4.3.1 – Estudo da eficiência da rede instalada em São Romão

A rede abastece a vila de S. Romão e estende-se até à Cataria da Assamaça. Trata-se de

uma rede com elevada extensão, que abrange uma zona urbana consolidada, mas também

várias zonas urbanas periféricas, com elevado número de moradias isoladas com vastas

zonas ajardinadas e cultivadas, atravessando também zonas de características puramente

agrícolas.

Aquela rede está implantada em terreno de orografia bastante irregular, com elevadas

diferenças entre a cota do reservatório e dos pontos mais baixos de abastecimento, facto

responsável pelas fortes variações de pressão na rede.

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A mesma apresenta características bastantes heterogéneas, existindo troços com idade

perto do fim de vida útil, troços remodelados recentemente e um elevado número de

contadores instalados no interior das habitações e logradouros.

A manutenção da rede era feita pela Junta de Freguesia S. Romão e por funcionários da

Câmara Municipal destacados expressamente para essa localidade. Contudo, não existia

um registo das intervenções efectuadas na rede ao longo de vários anos.

A população, por natureza cultural, tem um consumo bastante elevado de água (diversos

fontanários, regadio público), apesar disso apresentam sempre uma grande resistência ao

pagamento da mesma. No mês de Maio, nas obras de desactivação de uma conduta antiga

foram detectados dois pontos onde existiam ligações furtivas à rede.

Quadro 6 – Facturação em São Romão. São Romão ano 2009

Fact pela CMS Fac pela AdZC

Mês Consumo m3 Consumo m3

Jan 8.720,0 16.562,0

Fev 8.849,0 19.447,0

Mar 8.751,0 22.458,0

Abr 8.121,0 24.158,0

Mai 9.520,0 21.917,0

Jun 10.162,0 30.371,0

Jul 11.095,0 29.814,0

Ago 11.881,0 27.873,0

Set 13.572,0 29.104,0

Out 11.654,0 31.275,0

Nov 9.568,0 28.632,0

Dez 8.824,0 31.529,0

Média 10.059,8 26.095,0

No Quadro 6 é apresentado o registo dos volumes facturados pelo Município e os

facturados pelas AdZC no ano de 2009, onde se pode concluir que o volume facturado pela

CMS é menor que o facturado pelas AdZC. Esta diferença é o principal indicador de

ocorrência de perdas no sistema de distribuição de água.

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05000

100001500020000250003000035000

m3

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

Mês

Diferencial de facturação em S. Romão

Fact. CMS

Fact. AdZC

Figura 13 – Diferencial de facturação em São Romão.

Da análise do gráfico supra citado podemos verificar que no ano de 2009 o Município de

Seia facturou aos consumidores de São Romão aproximadamente 40% da água facturada

pelas AdZC ao Município.

Em suma, esta rede reflecte a realidade actual de uma boa parte das redes instaladas no

nosso concelho. Trata-se de uma rede que necessita de intervenção urgente, sobretudo no

combate à água não facturada. Actualmente estima-se que as perdas médias com base nos

valores do ano de 2009 sejam de aproximadamente 61%, conforme estudo efectuado pela

DAS.

3.4.3.2 – Estudo da eficiência da rede instalada em Vila Cova à Coelheira

A rede abastece apenas a localidade de Vila Cova à Coelheira e abrange uma zona urbana

consolidada, onde existe um número razoável de moradias isoladas, com vastas zonas

ajardinadas e cultivadas.

A orografia bastante irregular da zona, impôe elevadas diferenças de cota entre os

reservatórios e os pontos mais baixos de abastecimento, facto responsável por haver uma

grande amplitude de pressão na rede, por vezes a pressão atige valores acima dos

regulamentares. A elevada idade da rede, perto do ano horizonte de projecto e com pouca

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010002000300040005000600070008000

m3

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

Mês

Diferencial de facturação em Vila Cova à Coelheira

Fact. CMS

Fact. AdZC

manutenção, aliada ao facto de praticamente todos os contadores estarem ainda no interior

das habitações ou logradouros dos prédios, potenciam a ocorrência de perdas no sistema.

Todos estes factores conjugados, são responsáveis por esta localidade apresentar,

actualmente, os índices mais elevados de água não facturada no concelho de Seia.

Quadro 7 – Facturação em Vila Cova à Coelheira. Vila Cova à Coelheira ano 2009

Fact pela CMS Fact pela AdZC

Mês Consumo m3 Consumo m3

Jan 1.098,0 108,0

Fev 885,0 2.050,0

Mar 814,0 3.179,0

Abr 836,0 3.750,0

Mai 764,0 3.196,0

Jun 1.104,0 6.182,0

Jul 1.017,0 7.727,0

Ago 1.344,0 7.118,0

Set 1.252,0 7.854,0

Out 1.078,0 7.651,0

Nov 999,0 7.821,0

Dez 1.020,0 6.885,0

Média 1.017,6 5.293,4

O Quadro 7 apresenta os volumes de água facturados pela CMS e AdZC em Vila Cova à

Coelheira ao longo do ano de 2009. Da sua análise conclui-se que o volume médio mensal

de facturação da CMS é de 1017,6 m3 enquanto, o volume médio mensal de facturação da

AdZC é de 5293,4 m3, valor bastante elevado relativamente ao valor apresentado pela

CMS.

Figura 14 – Diferencial de facturação em Vila Cova à Coelheira.

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Através da representação gráfica do diferencial de facturação da água em Vila Cova à

Coelheira pelas duas entidades referidas, pode observar-se que as perdas médias naquela

localidade atinjam valores próximos de 80%.

3.4.3.3 – Estudo da eficiência da rede instalada em Pinhanços

A localidade de Pinhanços é abastecida por um sistema isolado, cuja distribuição de água é

feita através de uma rede que abrange uma zona urbana consolidada, existindo um nucleo

central e uma zona periférica contituída por um número considerável de moradias isoladas

com vastas zonas ajardinadas e cultivadas.

A orografia regular da zona, e o bom dimensionamento da rede, permite uma distribuição

de pressões bastante equilibrada. Salientamos que a rede foi recentemente remodelada, e

todos os contadores instalados estão no exterior das habitações ou logradouros dos prédios.

Quadro 8 – Facturação em Pinhanços. Pinhanços 2009

Fact pela CMS Fact pela AdZC

Mês Consumo m3 Consumo m3

Jan 3.141,0 2.866,0

Fev 2.706,0 2.873,0

Mar 2.526,0 3.155,0

Abr 2.752,0 3.057,0

Mai 2.573,0 2.652,0

Jun 2.946,0 4.078,0

Jul 2.780,0 3.866,0

Ago 4.107,0 4.426,0

Set 3.909,0 3.917,0

Out 2.769,0 3.260,0

Nov 2.563,0 2.454,0

Dez 2.764,0 3.304,0

Média 2.961,3 3.325,7

Através do Quadro 8 verificamos o equlibrio entre a facturação do Município e a

facturação das AdZC. Este facto é indicador da boa eficiência do sistema.

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Consumo mensal calculado (30 dias)

Nº Habitantes (m3) CMSeia (m3) SaldoSra. Desterro 141 600 437,1 1500 900 250%S. Romão Zona I (150) 20779S. Romão Zona II (100) 9141 31275 12927,6 11654 -19621 -63%S. Romão Zona III (50) 1355Raposeira Zona I 25193Raposeira Zona II 0Santa Ana Zona I 3657 61037 22801,8 33308 -27729 55%Santa Ana Zona II 32187Vodra 645 1798 1935,0 -1798 0%S. Martinho..+( S.Marinha) 1991 4953 8362,2 2650 -2303 54%Pinhanços 703 3260 2109,0 2769 -491 85%Lajes 309 959 927,0 1450 491 151%Santa Comba 2162Vila Chã 646 4172 3112,2 4373 201 105%Aldeia de São Miguel 1364Tourais….+(Girabolhos) 2043 16051 8580,6 7079 -8972 44%Paranhos Zona I 6599 6599 7198,8 6616 17 100%Paranhos Zona II 0Vila Verde 541 1623,0 0Carragosela Zona ICarragosela Zona I 6000 6000 10726,8 8154 2154 136%Carragosela Zona ITorroselo 528 3169 1584,0 1947 -1222 61%Sandomil 630 5373 1890,0 2798 -2575 52%Folhadosa 1287,0 1087 -1366 44%Folhadosa Zona Alta 0Lapa dos Dinheiros 416 282 1248,0 162 -120 57%Vila Cova à Coelheira 574 7651 1722,0 1078 -6573 14%

155632 86625 69007 56%

Vol. Mês Otubro2009 Vol. Mês Otubro2009

TOTAL FACT. PELAS AZCôa: Total facturado CMSeia

1714

2554

429 2453

Percentagem

aproveitad

3078

5429

741

A.Z.Côa (m3)

0500

10001500200025003000350040004500

m3

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

Mês

Diferencial de facturação em Pinhanços

Fact. CMS

Fact. AdZC

Figura 15 – Diferencial de facturação em Pinhanços.

Através do gráfico apresentado na figura 15 podemos verificar que o desenpanho do

sistema implantado em Pinhanços tem boa eficiencia, pois os valores de facturação do

Município a das AdZC têm valores aproximados.

Deste estudo podemos concluir de forma suscinta, que o sistema implantado em Pinhanços

apresenta-se como um modelo a utilizar nas futuras remodelações a efectuar no concelho.

Actualmente estima-se que as perdas médias na localidade sejam de 11%, (valores

relativos ao ano de 2009) o que representa uma performance bem acima da média nacional.

Quadro 9 – Diferencial de facturação em Outubro de 2009.

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Da observação do Quadro 9 podemos apurar que, no mês de Outubro de 2009, o Município

de Seia facturou aos consumidores aproximadamente 55% do volume de água

disponibilizado pelas AdZC.

Desta forma, conclui-se que a eficiência dos sistemas depende de muitos factores, sem

carácter exclusivo, os mais importantes são o bom dimensionamento hidráulico, o estado

de conservação das condutas e a amplitude de pressões.

O sistema de distribuição de águas instalado no concelho de Seia apresenta um baixo

índice de eficiência, facto que se traduz numa significativa perda de receita para o

Município.

3.4.4 – Infiltrações nos colectores de águas residuais

As principais deficiências funcionais que ocorrem em sistemas de drenagem urbana

resultam de afluências indevidas que diminuem a eficácia e a eficiência destas infra-

estruturas.

A ocorrência de infiltração nos sistemas de águas residuais prejudica o seu desempenho

não só por resultar em sobrecarga e extravasamento dos sistemas mas, também, por afectar

a exploração quer dos sistemas de drenagem quer das estações de tratamento de águas

residuais (ETAR), facto que provoca, frequentemente, a redução da eficiência nos

processos de tratamento. Este problema pode tornar-se crítico a médio ou longo prazo,

afectando a gestão dos sistemas a nível técnico e económico.

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Figura 16 – Exterior da caixa de visita onde decorre infiltração.

Figura 17 – Infiltração em caixa de visita do colector de águas residuais.

Os custos associados à infiltração são elevados, justificando plenamente o investimento na

sua redução. A infiltração ocorre através de deficiências estruturais nos colectores, nas

juntas, nas ligações e nas câmaras de visita. Na maioria dos sistemas instalados registam-se

ainda afluências indevidas provenientes de águas pluviais que por comodismo ou

negligência são desviadas para colectores residuais.

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Não sendo possível eliminar totalmente esta afluência é desejável que estes caudais sejam

mantidos em valores baixos, logo a água proveniente das infiltrações não carece de

tratamento, mas como é encaminhada até à ETAR vai entrar no processo de tratamento o

que provoca um desperdício de recursos, pois vamos pagar o tratamento de água limpa.

3.4.4.1 – Factores que influenciam a infiltração Os caudais de infiltração variam ao longo do tempo. A infiltração pode verificar-se nas

ligações domésticas ao colector, ao longo dos colectores ou nas câmaras de visita, quer ao

nível da ligação com o colector, quer no próprio corpo da câmara. A sua magnitude

depende de factores como (WHITE et al., 1997; GAMBOA et al., 2000):

A posição dos elementos das redes relativamente ao nível freático, que apresenta

variações sazonais (pressão hidrostática sobre o elemento);

A percentagem do tempo em que o nível freático está acima da soleira dos

elementos da rede de drenagem;

O estado de conservação das redes de drenagem, particularmente dos colectores e

câmaras de visita (dependente dos materiais usados, da idade do sistema, da

presença de raízes, desagregação dos fundos das caixas, entre outros);

O comprimento das redes, diâmetro dos colectores e número das câmaras de visita;

A densidade de ramais de ligação;

O tipo de solo e condições de assentamento dos colectores;

A ocorrência de precipitação, pois esta induz um acréscimo da infiltração devido ao

escoamento sub-superficial, que normalmente apresenta uma resposta mais rápida

que a infiltração resultante do nível freático;

As fugas das condutas de abastecimento público e dos colectores pluviais.

3.4.4.2 – Impacto da infiltração na eficiência dos sistemas A água subterrânea que se infiltra nos sistemas de drenagem é geralmente de boa

qualidade, com menor poluição até que os efluentes tratados das ETAR. Se atingirem

valores significativos, estas afluências podem originar diversos problemas, entre os quais

destacam-se (White et al., 1997):

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O aumento dos custos de operação, manutenção e, eventualmente, de investimento,

quer em colectores, quer na ETAR;

A redução da capacidade útil de transporte e tratamento, que contribui para a

ocorrência de maiores descargas (maior frequência, duração ou caudal descarregado),

inundações e, consequentemente, poluição dos solos e meios hídricos;

A diminuição da eficiência de tratamento na ETAR;

Impactos negativos devido ao eventual rebaixamento do nível freático;

A possível entrada de sedimentos nos colectores, aumentando o fluxo de material

sólido e potencialmente danificando as infra-estruturas e equipamentos.

3.4.4.3 – Análise das infiltrações de Seia e S. Romão

Neste ponto abordam-se os principais aspectos associados aos caudais de infiltração nos

colectores de águas residuais nomeadamente, o impacto que poderá ter no desempenho

funcional dos sistemas de transporte e tratamento.

Durante o ano de 2009, foram efectuadas pequenas ampliações ou remodelações na rede de

saneamento, quer por empreitadas já em curso, quer por administração directa.

Uma das obras de maior importância no âmbito do saneamento básico em Seia foi a

construção do Emissário de Crestelo iniciada no final de 2009 pela AdZC. Com esta obra

completou-se a totalidade da rede de saneamento da cidade de Seia, servindo também as

localidades de Santiago, Maceira, Quintela (sul) e São Romão (zona da Tapadinha),

apresentando-se como um passo essencial para a despoluição do rio Seia.

Quadro 10 – Histórico do caudal afluente à ETAR de Seia.

MEDIÇÃO CAUDAIS DA ETAR SEIA

Jan Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total

2007 0 0 0 0 28.133 47.856 45.506 45.788 35.884 42.170 32.795 31.424 278.132

2008 43.851 33.330 37.165 58.945 66.575 49.966 41.633 40.406 42.022 38.084 37916 62.635 451.977

2009 71.881 88.718 50.896 54.385 40.484 41.315 38.906 33.396 28.954 40.427 58.077 94.881 547.439

2010 85.543 79.227 83.985 82.689 69.410 63.071 463.925

Estimativa até final ano 60.000 60.000 65.000 70.000 75.000 85.000 878.925

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Relativamente ao histórico do caudal afluente à ETAR de Seia, podemos constatar um

aumento significativo do volume de águas residuais de ano para ano. Este acréscimo foi

consequência directa do número de novas ligações efectuadas.

A ETAR de Seia está situada no limite Norte da Cidade e efectua o tratamento das águas

residuais provenientes de várias freguesias do concelho tais como São Martinho, Santa

Marinha, Pinhanços, Santa Comba e Santiago.

Figura 18 – População a servir pela ETAR de Seia.

Através da representação gráfica da população a servir pela ETAR de Seia, podemos

observar que a maior parte do caudal residual que chega à ETAR é proveniente do

aglomerado populacional de Seia, seguindo-se o de Santa Marinha, S. Martinho e Sta.

Comba com igual valor e por último as freguesias de Pinhanços e Santiago.

Quadro 11 – Comparação de caudal consumido e Caudal residual em Seia

Ano 2009 Q residual Q consumido Jan 62.635 68076 Fev. 71.881 47106,4 Mar. 88.718 47951,2 Abr. 50.896 58636,8 Mai. 54.385 61296,8 Jun. 40.484 56287,2 Jul. 41.315 80430,4 Ago. 38.906 76848 Set. 33.396 74779,2 Out. 28.954 70295,2 Nov. 40.427 67252 Dez. 58.077 56740,8

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O Quadro 11 representa um conjunto de valores referentes a uma parcela do núcleo

urbano, cujo efluente é tratado na ETAR de Seia. A área foi previamente delimitada de

forma a podermos contabilizar os caudais consumidos e o efluente produzido.

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

m3

Jan Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out.Nov.Dez.

Mês

Comparação caudal consumido e Caudal residual

Residual

Consumido

Figura 19 – Comparação de caudal consumido e Caudal residual em Seia.

Através da interpretação do gráfico da Figura 19, podemos ter a percepção da

vulnerabilidade do sistema, uma vez que Janeiro, Fevereiro, Março e Dezembro, foram

meses em que ocorreu bastante precipitação, facto que coincide com os elevados níveis de

infiltração.

Quadro 12 – Histórico do caudal afluente à ETAR de São Romão.

MEDIÇÃO CAUDAIS DA ETAR S. ROMÃO

Jan Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total

2007 0 0 0 0 21.214 29.735 34.712 36.266 27.275 28.457 34.499 29.983 212.158

2008 25.500 31.960 31.497 33.517 32.575 31.420 37.756 37.490 33.155 32.749 22.515 30.961 350.134

2009 32.684 40.888 32.828 35.220 29.329 28.292 35.641 30.396 28.598 34.807 30.658 37.757 359.341

2010 34.875 37.029 45.347 46.099 40.079 36.560 239.989

Estimativa até final ano 35.000 30.000 30.000 35.000 35.000 37.000 441.989

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Quanto ao volume de água residual contabilizado na entrada da ETAR de São Romão,

verificamos que aquele não sofreu variações significativas ao longo dos últimos quatro

anos.

Quadro 13 – Comparação de caudal consumido e Caudal residual em São Romão.

Ano 2009 Q residual Q consumido

Jan 32.684 13489,6

Fev. 40.888 15797,6

Mar. 32.828 18206,4

Abr. 35.220 19726,4

Mai. 29.329 17933,6

Jun. 28.292 24696,8

Jul. 35.641 24251,2

Ago. 30.396 22778,4

Set. 28.598 23763,2

Out. 34.807 25500

Nov. 30.658 22905,6

Dez. 37.757 28093,6

Relativamente à comparação entre o caudal consumido e o caudal residual contabilizado à

entrada da ETAR de São Romão, analisamos que o caudal que chega à ETAR é muito

superior ao caudal consumido.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

m3

Jan Fev. Mar.Abr.Mai. Jun. Jul.Ago. Set.Out.Nov.Dez.

Mês

Comparação Caudal consumido e Caudal Residual

Residual

Consumido

Figura 20 – Comparação de caudal consumido e Caudal residual em São Romão.

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Deste estudo conclui-se que nos meses secos (Julho, Agosto e Setembro), embora o caudal

consumido seja elevado, o volume do efluente que chega à ETAR tem valor médio de 30

000 m3, acontecendo exactamente o contrário nos meses mais chuvosos (Dezembro,

Janeiro e Fevereiro) em que o caudal a chegar à ETAR é aproximadamente 40 000 m3,

indícios que evidenciam a ocorrência de infiltrações.

Embora na estação seca as condições atmosféricas sejam propícias à evaporação o que

provoca um abaixamento dos níveis freáticos e diminuição da pressão sobre os colectores,

no entanto, temos de salientar a variação de caudais que chega à ETAR entre a estação

seca e estação húmida sofre um aumento superior a 100%, então somos forçados a concluir

que uma grande parte do efluente à ETAR tem proveniência em infiltrações ou águas

pluviais.

Nota: temos, no entanto, de realçar a possibilidade de erro nos valores apresentados devido

ao facto de não estarem convenientemente definidas as zonas onde foram contabilizados os

caudais consumidos, pois existem aglomerados que são abastecidos simultaneamente pelo

sistema Municipal e por captações pertencentes às juntas de freguesia, onde o Município

apenas efectua o tratamento da água.

3.5 – Apoio à fiscalização

3.5.1 – Acompanhamento da obra de requalificação da aldeia de Cabeça

No decorrer do estágio surgiu a oportunidade de acompanhar os trabalhos realizados na

aldeia de Cabeça, freguesia do concelho de Seia situada em pleno maciço central da Serra

da Estrela, obra adjudicada à empresa Amadeu Gonçalves Cura & Filhos, Lda., orçada em

€ 683 555.60 e cujo caderno de encargos compreendia trabalhos de diversa natureza, como

podemos constatar no (Anexo VI).

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Figura 21 – Vista parcial da aldeia de Cabeça.

Figura 22 – Assentamento de calçada em xisto.

No que concerne ao acompanhamento da obra de requalificação da freguesia da Cabeça

tivesses de conferir se todos os pressupostos constantes no caderno de encargos estavam a

ser cumpridos. Estivemos, ainda, presentes nas reuniões de obra, onde eram abordados os

assuntos pendentes, aprovações de materiais, datas de conclusão, etc.

3.5.2 – Auto de medição

Cerca do dia 20 de cada mês realizava-se uma proposta auto para o mês em causa. Esta

tinha como base as medições realizadas por mim, um agente técnico e um medidor

orçamentista, estando ainda presentes dois representantes do empreiteiro. Trata-se de um

documento onde eram quantificados todos os trabalhos executados, por exemplo, área de

calçadas, aplicação de grelhas, muros, canaletes, comprimento das diversas redes de

instaladas, eléctrica, telecomunicações, distribuição de águas, drenagem de águas residuais

e pluviais. Feitas as medições, em gabinete e na presença do representante do empreiteiro,

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47

elaborava-se um auto de medição, documento onde eram quantificados os trabalhos como

se pode constatar através do (Anexo VII).

A análise do auto permitia-nos formular uma ideia dos trabalhos executados e dos que

ainda faltava realizar, mas também ter a noção dos montantes pagos pelos trabalhos já

executados.

3.5.3 – Avaliação dos trabalhos a mais e trabalhos a menos

No decorrer de obra surgia por vezes o que se denomina, na gíria, de “trabalhos a mais” e

“trabalhos a menos”. Os primeiros podem dividir-se em Trabalhos a Mais

Complementares, que são aqueles que não constam na adjudicação, para a qual tinha de

ser negociado com o empreiteiro um preço, para apresentar aos responsáveis do Município

e só posteriormente se poderiam executar; e Trabalhos a Menos, que consiste nos

trabalhos que constam da adjudicação mas que foram retirados ou simplesmente não foram

executados; e Trabalhos a Mais, que resultam dos trabalhos cujo preço consta da

adjudicação e que houve por parte do dono de obra um pedido suplementar dos referidos

trabalhos. No fim de cada auto da adjudicação apresentava-se um quadro resumo dos

trabalhos a mais desse mês acompanhado dos respectivos descritivos.

Este, dependendo do tipo de Trabalho a Mais, resumia o material gasto, mão-de-obra e/ou

o valor de adjudicação que correspondia ao dito trabalho. Na maior parte das vezes, esta

avaliação era realizada tendo como base as folhas que se encontravam em obra para

contabilização dos trabalhos.

3.5.4 – Final de obra

As peças desenhadas inicialmente fornecidas pelo projectista, eram rectificadas consoante

as alterações feitas na obra dando origem a documentos que reflectem a realidade dos

trabalhos executados em obra. Muitas vezes as medições eram sobre infra-estruturas de

águas, saneamento, electricidade e telecomunicações, contribuíam também para a

actualização do cadastro das infra-estruturas de uma determinada localidade. Estas

informações eram arquivadas maioritariamente em suporte informático e por vezes em

papel, servindo para posterior consulta.

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Para dar como concluídos os trabalhos, procedia-mos a uma vistoria à obra, na qual é

avaliado o trabalho realizado, podendo surgir uma lista de pequenas rectificações a realizar

num prazo máximo estabelecido para o efeito (conforme o acordado pelo Município e

empreiteiro), sem as quais não era emitida a factura final.

A factura final, também denominada de fecho de contas, consiste na factura que resulta de

uma reunião em que juntamente com o empreiteiro encerrávamos todos os itens ainda por

facturar da adjudicação e também acerto final de contas relativamente aos trabalhos a mais

ou a menos.

3.6 – Recolha de dados para actualização do cadastro da rede de águas e saneamento

Há algum tempo atrás a implantação das redes era feita recorrendo a peças desenhadas em

papel, com elevado pormenor artístico, com o passar do tempo este processo tornou-se

obsoleto.

Com as novas tecnologias, nomeadamente o desenho gráfico a representação de peças

desenhadas ganhou uma nova dinâmica, no sentido de aproveitar o trabalho já feito

procedemos à digitalização de desenhos que representam os locais de maior importância

nas redes públicas (locais com elevada concentração de infra-estruturas). Quando realizada

uma intervenção procedia-mos à localização dos acessórios aplicados, pois a recolha de

dados no terreno é o primeiro passo para a actualização do cadastro das redes.

Depois já em suporte digital procedíamos à introdução dos elementos constituintes da rede

condutas, válvulas de seccionamento, válvulas redutoras de pressão, ramais de ligação, etc.

É do conhecimento geral que quase todos os elementos das redes de águas e esgotos se

encontram enterrados, se não estiverem convenientemente referenciados, facilmente

deixamos de saber a exacta localização dos mesmos, com este sistema esta dificuldade está

ultrapassada pois os elementos são referenciados de acordo com a sua localização espacial

(afastamentos e cotas). Este processo apesar de simples tem uma utilidade extraordinária,

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quando surge a necessidade de realizar intervenções nestes locais, temos uma

representação fiel das várias redes implantadas, possibilitando trabalhos rápidos e seguros,

minimizando o risco para pessoas e bens.

A conversão de desenhos existentes em papel para um formato digital, traz enormes

vantagens, quer em termos de espaço de arquivo, quer no que respeita à conservação do

desenho ao longo do tempo.

Além destas vantagens, é possível consultar e alterar um desenho existente de forma

extremamente rápida, facilitando a manutenção do arquivo e reduzindo o tempo de

trabalho.

A qualidade e o rigor que é possível obter nos desenhos utilizando a tecnologia digital

ultrapassa a dos desenhos executados com suporte de papel, permitindo, por exemplo,

mudanças de escala através de simples comandos ou a obtenção de múltiplas cópias com a

qualidade original.

3.7 – Análise de processos da ADRUSE

A partir do momento em que temos na nossa posse um processo, a primeira medida a

tomar é a de o analisar tão exaustivamente quanto possível, através de protocolo celebrado

entre a (Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela) ADRUSE e o

Município de Seia assumiu-se a responsabilidade de analisar ao nível da orçamentação e

razoabilidade de custos todos os projectos urbanísticos realizados dentro dos limites do

concelho, que embora sendo de carácter particular pretendessem ser subsidiados pela

Comunidade Económica Europeia, através de candidatura em sede própria aos fundos do

sub programa 3 do (Programa de Desenvolvimento Rural) PRODER.

A apreciação dos projectos era feita com base nos seguintes documentos:

� Leitura do caderno de encargos, dando especial atenção às “Condições Especiais”,

uma vez que se reportam especificamente ao projecto em análise;

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� Leitura do “Mapa de Quantidades”, de forma a ter um conhecimento mais alargado

dos materiais e processos construtivos a serem utilizados para a execução de obra;

� Verificação do “Mapa de Vãos” para formular uma ideia da área e do tipo de

envidraçado a aplicar na obra;

� Observação das “Peças Desenhadas”, tendo o cuidado de associar os materiais e/ou

processos construtivos referidos no “Mapa de Quantidades” aos elementos que

constituem a obra. Medição e/ou verificação dos Artigos que constituem o “Mapa

de Quantidades”.

No final e em conjunto com os outros técnicos elaborava-se um parecer sobre

razoabilidade financeira de cada projecto apresentado, que posteriormente era enviado à

ADRUSE para que esta tomasse as devidas providências.

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CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO

Na fase final deste estágio ao tentar reflectir sobre a forma como decorreu, posso,

seguramente, considerar que superei largamente as expectativas de colocar em prática os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

Acabo este estágio mais esclarecido acerca das várias valências inerentes à profissão de

engenheiro. Tive a oportunidade de desenvolver actividades nas várias vertentes da

engenharia tais como, projecto de rede de drenagem, estudo da eficiência das redes de

distribuição de águas e drenagem de águas residuais, acompanhamento, fiscalização,

medição e processo administrativo de obras a cargo da Divisão de Águas e Saneamento e

revisão de projectos tendo em vista determinar a razoabilidade financeira dos mesmos.

Em relação ao plano inicial de estágio houve algumas actividades, de iniciativa da

instituição receptora que no decorrer daquele tiveram de ser substituídas por outras, devido

a situações que a própria desconhecia no acto da aprovação do respectivo plano. Para além

disso, outras lhe foram acrescentadas.

O estágio potenciou-me também a aquisição de novos conhecimentos nomeadamente na

área do trabalho de campo pois há uma diferença significativa entre aquilo que

projectamos em gabinete e o executado em obra, surgindo muitas vezes a necessidade de

proceder a ajustes. Em obra as contrariedades surgem quando menos se espera, para as

ultrapassar é necessário, aquilo que na gíria se chama “engenho” que se vai adquirindo

através da prática continuada.

Foram bastantes as actividades que acompanhei e desenvolvi. Contudo, dadas as limitações

de tempo, algumas que estavam previstas não consegui realizar, nomeadamente o

dimensionamento de uma ETAR para pequenos aglomerados urbanos.

Em termos pessoais, saliento o apoio e a confiança que todos os que comigo colaboraram

depositaram em mim, permitindo-me intervir de forma construtiva no debate, na

construção e realização de várias actividades desenvolvidas ao longo do estágio.

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Julgo ter atingido os objectivos propostos no início do estágio, desejando com humildade,

que a minha acção possa, de alguma forma ter contribuído positivamente para a melhoria

das actividades/obras do Município.

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BIBLIOGRAFIA

� ASCE (1983), Design and construction of urban storm water management systems.

� Lencastre, A. Hidráulica Geral, Lisboa. (1991).

� Marques, José Alfeu Almeida de Sá, Sousa, Joaquim José de Oliveira Hidráulica

Urbana – Sistema de Abastecimento de Águas (2006).

� Quintela, A. Hidráulica. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2002).

� Reed Business Information, Tecnologia da água, Edição IV Outubro/Dezembro

2007

� Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e

Drenagem de Águas Residuais” (D.L. n.º 207/94 e D.R. n.º 23/95).

OUTRAS PUBLICAÇÕES:

� Apontamentos práticos e teóricos das disciplinas de Hidráulica Aplicada

Saneamento Básico, Hidráulica I e Hidráulica II.

� Catálogo de tubagens em polietileno de alta e média densidade, da marca

“Novinco”.

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ANEXOS

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Anexo I – Auto de medição de caudais

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Anexo II – Relatório sobre o estado das infra-estruturas

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Anexo III – Dimensionamento hidráulico dos colectores

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Anexo IV – Representação esquemática das condutas

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Anexo V – Rede adutora e reservatórios

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Anexo VI – Extracto do caderno de encargos da obra de

requalificação da aldeia de Cabeça

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Anexo VII – Auto de medição referente à obra de Cabeça

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PEÇAS DESENHADAS

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Data: Medição Data: Medição Vol. Mensal m3Sra. Desterro 08-01-2009 300 03-02-2009 300 300,00S. Romão Zona I (150) 08-01-2009 138.538 03-02-2009 150.585 12.047,00S. Romão Zona II (100) 08-01-2009 35.421 03-02-2009 39.055 3.634,00S. Romão Zona III (50) 08-01-2009 9.963 03-02-2009 10.844 881,00Raposeira Zona I 08-01-2009 202.263 03-02-2009 222.701 20.438,00Raposeira Zona IISanta Ana Zona I 08-01-2009 214.857 03-02-2009 214.927 70,00Santa Ana Zona II 08-01-2009 2.808 03-02-2009 21.980 19.172,00Vodra 08-01-2009 11.159 03-02-2009 12.015 856,00S. Martinho 08-01-2009 34.800 03-02-2009 37.750 2.950,00Pinhanços 08-01-2009 24.777 03-02-2009 27.643 2.866,00Lajes 08-01-2009 7.537 03-02-2009 8.115 578,00Santa Comba 08-01-2009 12.669 03-02-2009 14.001 1.332,00Vila Chã 08-01-2009 4.222 03-02-2009 4.647 425,00Aldeia de São Miguel 08-01-2009 9.514 03-02-2009 10.643 1.129,00Tourais 08-01-2009 313.045 03-02-2009 322.958 9.913,00Paranhos Zona I 08-01-2009 9.747 03-02-2009 13.789 4.042,00Paranhos Zona II 08-01-2009 4.427 03-02-2009 4.831 404,00Vila VerdeCarragosela Zona I 08-01-2009 3.000 03-02-2009 3.000 3.000,00Carragosela Zona IICarragosela Zona IIITorroselo 08-01-2009 23.288 03-02-2009 25.059 1.771,00Sandomil 08-01-2009 24.829 03-02-2009 26.261 1.432,00Folhadosa 08-01-2009 13.953 03-02-2009 15.252 1.299,00Folhadosa Zona AltaLapa dos DinheirosVila Cova à Coelheira 08-01-2009 108 108,00M. Oliveira Hospital 08-01-2009 32.214 03-02-2009 39.308 7.094,00

Total 95.741,00

Conferido por:

Data: ___/___/______

Auto de Medição de Caudais

Município de Seia

PERÍODO: Fevereiro 2009

Ponto de Leitura:Última Leitura: Leitura actual:

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D.A.S. Página 1 de 1

6 2 7 0 S E I A T e l . : 2 3 8 3 1 0 2 4 0 F a x . : 2 3 8 3 1 0 2 4 1

DE: José Dias Martins Doc. Interno n.º___/10

PARA: Eng. Paulo Mendonça (D.A.S.) ASSUNTO: Reservatório de Vila Cova à Coelheira

Programa de controlo da eficiência do sistema de abastecimento de água.

DATA: 14 Junho 2010

No âmbito do programa de controlo da eficiência do Sistema de Abastecimento de

Água realizou-se uma visita ao reservatório de Vila Cova à Coelheira, Participaram,

José Manuel Matos, (Assistente Técnico, D.A.S.), José Dias, (Eng.º. Est. D.A.S.).

Discrição de procedimentos:

Deu-se início à visita, pela observação e verificação da funcionalidade de todos os

acessórios instalados no interior da câmara de manobra do supra referido

reservatório tais como:

Estado

� Válvulas de seccionamento ko !!!!

� Caudalimetro ok

� Válvula flutuadora ko !!!!

� Descarga de Fundo ko !!!!

� Escada de acesso ao interior do reservatório ko !!!!

� Existência de fugas através de fissuras no betão.

� Interior da Câmara de manobra a necessitar de pintura.

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COLECTOR D I min c Q max Q al (θ - sen(θ) θ I min v I minh I max c (θ - sen(θ) θ I max v Imin Final Imax Final (θ) Final (i ) Final0,500 0,30% 0,785 0,262 9,30 S/S - 3,30% 15,00% 5,02 4,17 3,85% 3,30% 3.85%0,600 0,30% 0,785 0,262 6,46 S/S - 1,25% 15,00% 3,49 3,32 3,62% 1,25% 3,62% 500 3,5%0,700 0,30% 0,785 0,262 4,75 4,00 0,08% 0,55% 15,00% 2,56 2,85 3,63% 0,55% 3,63%0,500 0,30% 0,803 0,268 9,52 S/S - 3,46% 15,00% 5,14 4,25 3,83% 3,46% 3,88%0,600 0,30% 0,803 0,268 6,61 S/S - 1,31% 15,00% 3,57 3,36 3,57% 1,31% 3,57% 500 3,5%0,700 0,30% 0,803 0,268 4,86 4,06 0,08% 0,57% 15,00% 2,62 2,88 3,58% 0,57% 3,58%0,800 0,30% 2,131 0,710 9,87 S.S - 1,98% 15,00% 5,33 4,38 2,03% 1,98% 2,03%0,900 0,30% 2,131 0,710 7,80 S/S - 1,06% 15,00% 4,21 3,69 1,89% 1,06% 1,89% 800 2,0%1,000 0,30% 2,131 0,710 6,31 S/S - 0,60% 15,00% 3,41 3,28 1,86% 0,60% 1,89%1,100 0,30% 2,131 0,710 5,22 4,30 0,04% 0,36% 15,00% 2,82 2,98 1,86% 0,36% 1,86%0,900 0,30% 2,205 0,735 8,07 S/S - 1,13% 15,00% 4,36 3,77 1,86% 1,13% 1,86%1,000 0,30% 2,205 0,735 6,53 S/S - 0,65% 15,00% 3,53 3,34 1,82% 0,65% 1,82% 900 1,5%1,100 0,30% 2,205 0,735 5,40 4,371 0,04% 0,39% 15,00% 2,92 3,03 1,82% 0,39% 1,82%0,900 0,30% 2,279 0,760 8,34 S.S - 1,21% 15,00% 4,50 3,85 1,83% 1,21% 1,83%1,000 0,30% 2,279 0,760 6,75 S/S - 0,69% 15,00% 3,65 3,40 1,78% 0,69% 1,78% 900 1,5%1,100 0,30% 2,279 0,760 5,58 4,59 0,04% 0,42% 15,00% 3,01 3,08 1,77% 0,42% 1,77%0,900 0,30% 2,353 0,784 8,61 S/S - 1,29% 15,00% 4,65 3,94 1,81% 1,29% 1,81%1,000 0,30% 2,353 0,784 6,97 S/S - 0,74% 15,00% 3,76 3,46 1,75% 0,74% 1,75% 900 1,5%1,100 0,30% 2,353 0,784 5,76 4,76 0,04% 0,44% 15,00% 3,11 3,13 1,74% 0,44% 1,74%0,900 0,30% 2,373 0,791 8,68 S/S - 1,31% 15,00% 4,69 3,95 1,81% 1,31% 1,80%1,000 0,30% 2,373 0,791 7,03 S/S - 0,75% 15,00% 3,80 3,47 1,75% 0,74% 1,74% 900 1,5%1,100 0,30% 2,373 0,791 5,81 4,8 0,04% 0,45% 15,00% 3,14 3,14 1,74% 0,45% 1,73%

Avenida São da Conceição - Folgosa do Salvador

Seia

Cálculo da inclinação dos colectores

CV5 - CV6

CV6 - CV7

CV7 - RIO

CV1 - CV2

CV2 - CV3

CV3 - CV4

CV4 - CV5

(h/D)max=0,80Vmax=5m/sVmin=0,9m/s

σo=4N/m2imaxc=15%iminc=0,3%

Dmin=200mm

Remodelação do sistema de drenagem de Águas pluviais

CV1 - CV2

CV2 - CV3

CV3 - CV4

CV4 - CV5

CV5 - CV6

CV6 - CV7

CV7 - RIO

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COLECTOR Comprimento (m) Comprimento acumulado t e (min) t p (min) t c (min) Área Permeável (ha) ∑ Área Impermeável (ha) ∑ C (permeável) C (impermeável) C final I (l/s.ha)CV1 - CV2 38,00 38,00 10,00 0,63 10,63 8,2260 8,2260 0,9140 0,9140 0,25 1,00 0,33 264,26CV2 - CV3 38,00 76,00 10,00 1,27 11,27 0,2200 8,4460 0 0,9140 0,25 1,00 0,32 256,00CV3 - CV4 51,93 127,93 10,00 2,13 12,13 17,0000 25,4460 0,9450 1,8590 0,25 1,00 0,30 245,81CV4 - CV5 31,63 159,56 10,00 2,66 12,66 0,9900 26,4360 0,0360 1,8950 0,25 1,00 0,30 240,13CV5 - CV6 33,40 192,96 10,00 3,22 13,22 0,9500 27,3860 0,0920 1,9870 0,25 1,00 0,30 234,53CV6 - CV7 32,70 225,66 10,00 3,76 13,76 0,9700 28,3560 0,1000 2,0870 0,25 1,00 0,30 229,38CV7 - RIO 4,50 230,16 10,00 3,84 13,84 0,3000 28,6560 0,0000 2,0870 0,25 1,00 0,30 228,70

Área Total = 30,98 (ha)

A (ha) Qmax (m3) ∑ Qal (m3) θ Dmin (mm) Dmin (mm) Dmin (mm) Dmax Dmin final Dmax final9,14 0,7850 0,7850 0,2617 4,43 0,483 0,376 0,200 0,784 0,483 0,7000,22 0,0182 0,8032 0,2677 4,43 0,488 0,380 0,200 0,791 0,488 0,70017,95 1,3280 2,1312 0,7104 4,43 0,795 0,548 0,200 1,140 0,795 1,1001,03 0,0740 2,2051 0,7350 4,43 0,809 0,555 0,200 1,155 0,809 1,1001,04 0,0735 2,2786 0,7595 4,43 0,822 0,561 0,200 1,169 0,822 1,1001,07 0,0740 2,3526 0,7842 4,43 0,836 0,568 0,200 1,183 0,836 1,1000,30 0,0206 2,3733 0,7911 4,43 0,839 0,570 0,200 1,187 0,838 1,100

tp = tempo de percurso .

tc = tempo de concentração

Diâmetros a estudar

0,500;0,600;0,7000,500;0,600;0,700

te= tempo de entrada. Remodelação do sistema de drenagem de Águas pluviais

Avenida São da Conceição - Folgosa do Salvador

Seia

Dimensionamento dos colectores

0,900;1000;1,100

0,800;0,900;10000,900;1000;1,1000,900;1000;1,1000,900;1000;1,100

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Data: Medição Data: Medição Vol. Mensal m3Sra. Desterro 08-01-2009 300 03-02-2009 300 300,00S. Romão Zona I (150) 08-01-2009 138.538 03-02-2009 150.585 12.047,00S. Romão Zona II (100) 08-01-2009 35.421 03-02-2009 39.055 3.634,00S. Romão Zona III (50) 08-01-2009 9.963 03-02-2009 10.844 881,00Raposeira Zona I 08-01-2009 202.263 03-02-2009 222.701 20.438,00Raposeira Zona IISanta Ana Zona I 08-01-2009 214.857 03-02-2009 214.927 70,00Santa Ana Zona II 08-01-2009 2.808 03-02-2009 21.980 19.172,00Vodra 08-01-2009 11.159 03-02-2009 12.015 856,00S. Martinho 08-01-2009 34.800 03-02-2009 37.750 2.950,00Pinhanços 08-01-2009 24.777 03-02-2009 27.643 2.866,00Lajes 08-01-2009 7.537 03-02-2009 8.115 578,00Santa Comba 08-01-2009 12.669 03-02-2009 14.001 1.332,00Vila Chã 08-01-2009 4.222 03-02-2009 4.647 425,00Aldeia de São Miguel 08-01-2009 9.514 03-02-2009 10.643 1.129,00Tourais 08-01-2009 313.045 03-02-2009 322.958 9.913,00Paranhos Zona I 08-01-2009 9.747 03-02-2009 13.789 4.042,00Paranhos Zona II 08-01-2009 4.427 03-02-2009 4.831 404,00Vila VerdeCarragosela Zona I 08-01-2009 3.000 03-02-2009 3.000 3.000,00Carragosela Zona IICarragosela Zona IIITorroselo 08-01-2009 23.288 03-02-2009 25.059 1.771,00Sandomil 08-01-2009 24.829 03-02-2009 26.261 1.432,00Folhadosa 08-01-2009 13.953 03-02-2009 15.252 1.299,00Folhadosa Zona AltaLapa dos DinheirosVila Cova à Coelheira 08-01-2009 108 108,00M. Oliveira Hospital 08-01-2009 32.214 03-02-2009 39.308 7.094,00

Total 95.741,00

Conferido por:

Data: ___/___/______

Auto de Medição de Caudais

Município de Seia

PERÍODO: Fevereiro 2009

Ponto de Leitura:Última Leitura: Leitura actual:

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Calculo da presão minima

Troço Reservatório - CarragoselaTroços ∆h

(m/m)Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus

R-A 0,848 528 523 528,000 527,152 0,000 4,152 22 K.OA-B 0,328 523 517 527,152 526,824 4,152 9,824 22 22 K.OB-C 0,129 524 524 526,824 526,696 2,824 2,696 22 22 K.O K.OC-D 2,059 524 527 526,696 524,637 2,696 -2,363 22 22 K.O K.OD-E 0,089 527 529 524,637 524,548 -2,363 -4,452 22 22 K.O K.O

D-Fabr 3,364 527 517 524,637 521,273 -2,363 4,273 22 22 K.O K.O

R-E 3,452 528 529 528,000 524,548 0,000 -4,452 22 K.O K.OR-Fabr 6,727 528 517 528,000 521,273 0,000 4,273 30 K.O K.O

Troço Reservatório - Catraia da AssamaçaTroços ∆h

(m/m)Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus Mont Jus

R-A´ 2,243 528 523 528,000 525,757 0,000 2,757 22 K.OA´-E´ 0,855 523 530 525,757 524,902 2,757 -5,098 22 22 K.O K.OA´-F´ 0,139 523 526 525,757 525,617 2,757 -0,383 22 22 K.O K.OF´-G´ 0,003 526 527 525,617 525,614 -0,383 -1,386 22 22 K.O K.OG´-I´ 0,003 527 525 525,614 525,611 -1,386 0,611 22 22 K.O K.OG´-H´ 0,001 527 527 525,614 525,613 -1,386 -1,387 22 22 K.O K.OF´-B´ 0,084 528 531 525,617 525,533 -2,383 -5,467 22 22 K.O K.OB´-D´ 1,103 531 524 525,533 524,430 -5,467 0,430 22 22 K.O K.OB´-C´ 0,053 531 540 525,533 525,480 -5,467 -14,520 22 22 K.O K.O

R-C´ 2,520 528 540 528,000 525,480 0,000 -14,520 22 K.OR-D´ 3,570 528 524 528,000 524,430 0,000 0,430 22 K.O K.OR-E´ 3,098 528 530 528,000 524,902 0,000 -5,098 22 K.O K.O

(m) (m) (m.c.a.) (m.c.a.) Verificação

Cota piezom. Cota topog. P. mínimas Verificação(m.c.a.)

Cota topog. Cota piezom. P. mínimas P. min. exigida

P. min. exigida(m)(m) (m.c.a.)