instituto federal de educaÇÃo, ciÊncia e...

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ- BELA VISTA DEPARTAMENTO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÂO CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE GESTÃO AMBIENTAL JANDILSON DA SILVA QUERINO AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NAS IMEDIAÇÕES URBANAS EM TORNO DO PARQUE MÃE BONIFÁCIA CUIABÁ/MT Cuiabá MT 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO

CAMPUS CUIABÁ- BELA VISTA

DEPARTAMENTO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÂO

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE GESTÃO AMBIENTAL

JANDILSON DA SILVA QUERINO

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NAS IMEDIAÇÕES

URBANAS EM TORNO DO PARQUE MÃE BONIFÁCIA – CUIABÁ/MT

Cuiabá – MT

2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO

CAMPUS CUIABÁ- BELA VISTA

DEPARTAMENTO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÂO

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE GESTÃO AMBIENTAL

JANDILSON DA SILVA QUERINO

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NAS IMEDIAÇÕES

URBANAS EM TORNO DO PARQUE MÃE BONIFÁCIA – CUIABÁ/MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Cuiabá - Bela Vista para obtenção de título de graduado, orientado pelo Professor Ms. James Moraes de Moura.

Cuiabá – MT

Dezembro de 2017

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Divisão de Serviços Técnicos. Catalogação da Publicação na Fonte. IFMT Campus

Cuiabá Bela Vista

Biblioteca Francisco de Aquino Bezerra

Q4a

Querino, Jandilson da Silva.

Avaliação do conforto térmico nas imediações urbanas em torno do

parque Mãe Bonifácia – Cuiabá/MT. / Jandilson da Silva Querino. _

Cuiabá, 2017.

23 f.

Orientador: Prof. Msc. James Moraes de Moura

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)_. Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso. Campus Cuiabá – Bela

Vista. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.

1. Clima urbano – TCC. 2. Espaços abertos – TCC. 3. Temperatura –

TCC. I. Moura, James Moraes de. II. Título.

IFMT CAMPUS CUIABÁ BELA VISTA CDU 62:331.45(079.1)

CDD 697.98172

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a minha mãe

Elizabeth Benigna da Silva, a toda minha

família e minha namorada Aryadne

Karoline Carvalho Santiago.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda força para concluir esta etapa na minha vida.

O Professor Ms. James Moraes de Moura pela orientação, paciência e

dedicação.

Ao Instituto Federal de Mato Grosso do campus Cuiabá – Bela Vista; aos

professores do curso de Gestão Ambiental, a todos os servidores e funcionários do

campus e amizades que fiz durante a trajetória.

Aos amigos que contribuíram com o trabalho e todos os alunos do Curso de

Gestão Ambiental em especial:

• Anelise Rúbia, pela amizade e companheirismo.

• Aryadne Karoline, pela amizade, companheirismo e amor.

• Cecília Marsaro, pela amizade e companheirismo.

• Luis Henrique Barbosa, pela amizade e todo apoio durante o curso.

• Ricardo Cesar, pela amizade e contribuir com o trabalho.

A minha família que sempre me apoiou em todas as decisões em minha vida

acadêmica, em especial a minha Mãe Elizabeth Benigna da Silva e Meu avô João

Ribeiro.

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JANDILSON DA SILVA QUERINO

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NAS IMEDIAÇÕES URBANAS EM

TORNO DO PARQUE MÃE BONIFÁCIA – CUIABÁ/MT

Trabalho de Conclusão de Curso em Tecnologia em Gestão Ambiental, submetido à Banca

Examinadora composta pelos Professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Mato Grosso, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

Graduado.

Aprovado em 04 de dezembro de 2017

Prof. Me. Joao Maia

Professor convidado – IFMT Cuiabá – Bela Vista

Cuiabá/MT

2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

1.1. CARACTERÍSTICA DO CLIMA URBANO ...................................................... 9

1.2. ILHA DE CALOR .......................................................................................... 10

2. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 11

2.1. ÁREA DE ESTUDO...................................................................................... 11

2.2. ÁREA DE COLETA ...................................................................................... 11

2.3. COLETA DE DADOS ................................................................................... 13

2.4. ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO .......................................................... 14

3. RESULTADOS ................................................................................................... 16

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 19

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 19

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NAS IMEDIAÇÕES URBANAS EM

TORNO DO PARQUE MÃE BONIFÁCIA – CUIABÁ/MT

QUERINO, Jandilson da Silva1

MOURA, James Moraes de2

RESUMO

Com o crescimento das cidades, e o consequente aumento das áreas de edificações, do uso do concreto, asfalto e outros materiais nas construções urbanas, ocorrem mudanças nos padrões de absorção da radiação solar, o que provoca também a alteração da umidade do ar. O trabalho em questão visou quantificar e delimitar a influência da temperatura (Cº) e umidade Relativa do Ar (%) e se o Parque Estadual Mãe Bonifácia contribui com o conforto térmico para os moradores locais situados na Avenida Senador Filinto Müller, dentro do município de Cuiabá – MT. Foi utilizado como parâmetro para o estudo, a temperatura (Cº), Umidade Relativa do ar (%), as medições foram realizadas entre 4 tratamentos, com 2 períodos distintos, sendo T1 (7h as 10h), e T2 (10h as 13h) no período matutino, e T3 (13h as 16) e T4 (16h as 19h) no período vespertino. De acordo com as análises dos dados, concluiu – se que o parque Mãe Bonifácia pouco contribui para a melhoria do conforto térmico das ruas ao redor, e das moradias que estão próximos da área de estudo.

PALAVRAS - CHAVES: Clima Urbano, espaços abertos, Temperatura, Umidade

Relativa.

ABSTRACT

With the growth of cities, and the consequent increase in the areas of buildings, the use of concrete, asphalt and other materials in urban constructions, changes in the

1 Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental - IFMT, Cuiabá – Bela Vista. E-mail: [email protected] 2 Graduado em Ciências Biológicas Licenciatura Plena – UFMT. Mestrado em Agricultura Tropical na UFMT. Docente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, IFMT, Campus Cuiabá Bela Vista. E-mail: [email protected]

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patterns of absorption of solar radiation occur, which also causes changes in the humidity of the air. The work in question was aimed at quantifying and delimiting the influence of temperature (C °) and Relative Humidity (%) and if the State Park Mãe Bonifácia contributes with the thermal comfort to the local residents, in the municipality of Cuiabá - MT. Measurements were taken between 4 treatments, with 2 different periods, being T1 (7h at 10h), and T2 (10h at 13h) in the morning period, and T3 (13h to 16h) and T4 (16h to 19h) in the evening period. It was considered that the thermal sensation and comfort are present only in the hours of 7hr and from 16hr, the danger and thermal discomfort were evident when these are related to the opening hours in open environments.

Keywords: Urban Climate, Open Spaces, Temperature, Relative Humidity

1. INTRODUÇÃO

Com o crescimento das cidades, e o consequente aumento das áreas de

edificações, do uso do concreto, asfalto e outros materiais nas construções urbanas,

ocorrem mudanças nos padrões de absorção da radiação solar, o que provoca

também a alteração da umidade do ar. De maneira geral, esta mudança nos padrões

climáticos dentro de uma região metropolitana é caracterizada de Ilha de Calor Urbano

- ICU.

O aumento da temperatura dentro de grandes centros urbanos em relação ao

meio rural externo é verificado em vários estudos (SOUZA; MASSAMBANI, 1992;

ANDRADE; MENDONÇA, 2010; AYOADE, 2011), e, atualmente, é de conhecimento

popular que ambientes com maior presença de vegetação proporcionam um maior

conforto térmico.

O trabalho em questão visou quantificar e delimitar a influência da vegetação

na temperatura de um sistema microclimático urbano, dentro do município de Cuiabá.

Para isso, registrou-se a diferença de temperatura em pontos específicos sob a

influência de diferentes fatores, definindo a capacidade da vegetação de amenizar as

temperaturas do ambiente e suas redondezas. Em suma, tentou-se determinar até

que ponto a vegetação é capaz de mitigar o efeito da Ilha de Calor Urbano – ICU em

nível local.

A vegetação desempenha diversas funções como elemento do espaço urbano,

como: ornamentais, paisagísticas, controle de ruídos e filtragem da poluição

atmosférica, bem como elemento modificador do microclima, de modo a adequar o

comportamento térmico do arranjo urbano. Além disso, a presença da vegetação tem

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implicações termodinâmicas que repercutem decisivamente no desempenho

energético da cidade. Desse modo, o conhecimento de parâmetros que qualifiquem e

quantifiquem os benefícios trazidos pela vegetação na amenização do comportamento

climático nos recintos urbanos é de grande importância para profissionais que atuem

no planejamento urbano.

As alterações climáticas podem ser percebidas no clima das cidades,

caracterizado por apresentar nas áreas densamente construídas temperaturas mais

elevadas quando comparadas ao seu entorno, um fenômeno chamado de “Ilhas de

Calor Urbano”.

As temperaturas elevadas das ilhas de calor urbano podem afetar o ambiente

e a qualidade de vida da população (EPA, 2011) e os seus efeitos geralmente são

considerados prejudiciais. As maiores temperaturas aumentam a produção de ozônio

nas atmosferas urbanas, aumentam o uso de ar condicionado, deste modo aumentam

a emissão de CO2 e causam adversos efeitos na saúde humana e mortalidade nas

ondas de calor. Em climas temperados, no entanto, as ilhas de calor formadas no

inverno trazem benefícios de redução dos custos de aquecimento de prédios. Os

benefícios das ilhas de calor neste período têm sido quantificados e comparados com

os prejuízos no verão (HEISLER; BRAZEL, 2010).

Para Huang et al. (2008), estudos sobre o clima urbano devem ser estimulados

não somente pela necessidade de adquirir conhecimento sobre os numerosos efeitos

da excessiva urbanização, mas também em diversas decisões de planejamento

ambiental e reabilitação de áreas urbanas.

1.1. CARACTERÍSTICA DO CLIMA URBANO

A artificialidade do meio urbano, devido às características de sua superfície, o

suprimento extra de energia, a ausência de vegetação, a poluição do ar e as

características dos materiais e edificações, afeta os elementos climáticos, tais como:

a intensidade de radiação solar, a temperatura, a umidade relativa do ar, a precipitação

e a circulação do ar, entre outros (BERNATZKY, 1980). Estes fatores artificiais

determinam um clima local distinto nas cidades, chamado de “Clima Urbano”

(GOMEZ, GAJO e REIG, 1998).

Segundo Ayoade (2003), nas áreas urbanas alteram-se as propriedades

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térmicas e hidrológicas da superfície terrestre, assim como seus parâmetros

aerodinâmicos são modificados pelos processos de urbanização e industrialização.

As superfícies naturais são substituídas por superfícies pavimentadas, ruas e telhados

de prédios. Como resultado, a radiação em ondas curtas é reduzida. As temperaturas

elevam-se, mesmo quando diminui a duração da insolação. Há a formação das

chamadas “Ilhas de Calor Urbano”, que correspondem a uma área na qual a

temperatura da superfície é mais elevada que as áreas circunvizinhas, o que propicia

o surgimento da circulação local.

1.2. ILHA DE CALOR

Menon, Leung e Chunho (2008) afirmam que as ilhas de calor urbano são

consideradas um dos principais problemas do século XXI como resultado da

urbanização e industrialização das civilizações humanas. O problema torna-se pior

em cidades ou metrópoles com grande quantidade populacional e atividades

econômicas extensivas. Segundo estes autores, são estimados que três bilhões de

pessoas vivam em áreas urbanas no mundo diretamente expostas ao problema, que

aumentará significativamente no futuro próximo

De uma maneira mais específica, o balanço de energia e de radiação na zona

urbana é modificado como consequência das alterações promovidas pela substituição

das superfícies naturais por pavimentações e construções, armazenando assim parte

da energia incidente na superfície, que de outra forma seria utilizada na evaporação

da umidade superficial, aquecendo os ambientes urbanos, e tornando-os mais

quentes que as regiões periféricas (SOUZA; MASSAMBANI, 1992, p.3; AYOADE,

2011, p. 302).

A redução da ventilação, o aumento da concentração da produção de calor de

origem antrópica, e a diminuição da cobertura vegetal, também são um dos fatores

principais na intensificação do fenômeno (ANDRADE, 2005, p. 82). Em geral, é

possível constatar que, dentro de uma mesma faixa climática, no centro das áreas

urbanas, e nos lugares pobres em vegetação, as temperaturas atingem maiores

valores que o seu entorno (SOUZA; MASSAMBANI, 1992; ANDRADE; MENDONÇA,

2010).

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

Localizado na região conhecida por Mata da Mãe Bonifácia, o Parque Mãe

Bonifácia possui uma área de 77 ha na região norte da macrozona urbana do

Município de Cuiabá.

Localizado no Centro da América do Sul, em uma área preservada de 77,16

hectares, com trilhas que atingem 3.337 metros, sendo um total de o Parque Estadual

Mãe Bonifácia, idealizado pelo então governador Dante Martins de Oliveira, foi

inaugurado em 2000 e é uma pequena floresta dentro de Cuiabá capital do estado de

Mato Grosso.

O Parque encontra-se no corredor de uso múltiplo formado pelas avenidas

Miguel Sutil e Senador Filinto Müller, sendo a primeira um grande contorno rodoviário

da cidade e a outra uma via densamente povoada que experimentou, nos últimos

anos, uma grande expansão em empreendimentos imobiliários em toda a sua

extensão, muito influenciada pela vizinhança do Parque.

2.2. ÁREA DE COLETA

Com uma distância equivalente a 1,7 Km, a avenida Senador Filinto Müller foi

delimitada para a área de estudo, com o objetivo de avaliar se o Parque Mãe Bonifácia

influencia no conforto térmico; foram selecionados 12 pontos de coleta com

confluência entre o parque e a avenida, conforme a figura 2.

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Figura 1: Mapa da área de estudo (Fonte: GOOGLE EARTH, 2017 adaptada por MOURA, J.M., 2017).

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Os pontos selecionados para a coleta de dados foram entre os cruzamentos da

Av. Filinto Müller e as ruas adjacentes da lateral do parque com o objetivo de identificar

o quanto a vegetação arbórea do parque poderia influenciar climatologicamente na

qualidade de vida dos moradores nas proximidades (tabela 1).

Tabela 1. Pontos de coleta, localizações geográficas e referências em torno do Parque Mãe

Bonifácia, em Cuiabá – MT.

2.3. COLETA DE DADOS

Para a realização da coleta, foi utilizado o medidor multiparâmetro da

INSTRUTEMP modelo ITMP-600, capaz de medir temperatura (°C), umidade (%),

intensidade sonora (DB), intensidade de luz (Lux), e velocidade do vento (m/s) com

precisão (Figura 03). Para o caso em estudo, foram mensurados somente os dados

de temperatura e umidade relativa.

Para o caso, coletou-se em para esta pesquisa somente os dados de

Temperatura (ºC) e Umidade Relativa do ar – UR (%) de cada ponto. Para manterá

padronização da coleta, utilizou-se o aparelho cerca de 1,20 metros do solo e 50

Pontos de coleta

Coordenadas geográficas Referência

P1 15°34'44.1"S e 56°05'56,3"O Cruzamento da Av. Miguel Sutil com Av. Sen. Filinto Muller

P2 15°34'51.3"S e 56°06'01.6"O Cruzamento da Av. Sen. Filinto Muller com R. Pres. Epitácio Pessoa

P3 15°34'54.2"S e 56°06'03.1"O Cruzamento da Av. Sen. Filinto Muller com R. Américo Salgado

P4 15°34'56.0"S e 56°06'04.7"O Cruzamento da Av. Sen. Filinto Muller com R. Ten. Eulálio Guerra

P5 15°34'58.1"S e 56°06'06.2"O Cruzamento da Av. Sen. Filinto Muller com R. Pres. Prudente de Moraes

P6 15°35'00.5"S e 56°06'08.1"O Cruzamento da Av. Sen. Filinto Muller com R. Pres. Rodrigues Alves

P7 15°35'00.2"S e 56°06'10.9"O Cruzamento da R. Pres. Café Filho com Travessa Mae Bonifácia II

P8 15°35'04.2"S e 56°06'14.9"O Cruzamento da Travessa Mae Bonifácia II com R. Hermes da Fonseca

P9 15°35'13.6"S e 56°06'17.4"O Cruzamento da Av. Sem. Filinto Muller com R. Corsino Amarante

P10 15°35'08.4"S e 56°06'24.9"O Cruzamento da R. Corsino Amarante com R. Gal. Téofilo Ribeiro de Arruda

P11 15°35'07.2"S e 56°06'27.0"O Cruzamento da R. Corsino Amarante com R. Cel. Otiles Moreira

P12 15°35'05.8"S e 56°06'29.8"O Cruzamento da R. Corsino Amarante com R. Maj. Severino de Queiroz

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centímetros do pesquisador para evitar a sua influência em relação ao equipamento

conforme a figura 2 (MELLO, 2016; SOUZA, 2016; MACEDO, 2017).

Figura 2: Distância do equipamento em relação ao pesquisador (A) Equipamento multiparâmetro (B).

Foi utilizado como parâmetro para o estudo, a temperatura (Cº), Umidade (%)

e Vento (Km), os dias das coletas para o monitoramento dos dados foram realizadas

nos dias 8, 15, 22 e 29 do mês de outubro de 2017, sendo estes dias os respectivos

dias de coletas C1, C2, C3 e C4. As medições foram realizadas entre 4 tratamentos,

com 2 períodos distintos, sendo T1 (entre 7h as 10h), e T2 (entre 10h as 13h) no

período matutino, e T3 (entre 13h as 16) e T4 (entre 16h as 19h) no período

vespertino.

2.4. ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO

O Índice de Calor – IC visa determinar o efeito da Umidade relativa UR (%)

sobre a temperatura aparente do ar, sendo uma medida para definir qual a intensidade

do calor que uma pessoa sente variando em função da temperatura e da umidade do

ar. O cálculo do IC à sombra é dado pela Equação 1, e a tabela 2 representa os níveis

de alerta e as consequências a saúde e a qualidade vida do ser humano.

𝑰𝑪 = −42,379 + 2,04901523 × 𝑇 + 10,14333127 × 𝑈𝑅 − 0,22475541 × 𝑇 × 𝑈𝑅 −

6,83783 × 10−3 × 𝑇2 − 5,481717 × 10−2 × 𝑈𝑅2 + 1,22874 × 10−3 × 𝑇2 × 𝑈𝑅 +

8,5282 × 10−4 × 𝑇 × 𝑈𝑅2 − 1,99 × 10−6 × 𝑈𝑅2 (Equação 1)

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Onde:

IC = Índice de Calor (°F);

T = Temperatura do ar (°F).

UR = Umidade Relativa do ar (%);

Tabela 02. Níveis de alerta de acordo com o Índice de Calor – IC (°C) e suas consequências à saúde

humana.

NÍVEL DE ALERTA ÍNDICE DE CALOR SÍNDROME DE CALOR (SINTOMAS)

Perigo extremo Maior que 54,1ºC Insolação ou ação de risco de Acidente

Vascular Cerebral – AVC iminente

Perigo 41,1ºC < IC < 54ºC

Câimbras, insolação e provável esgotamento; Possibilidade de dano

cerebral ou AVC por exposições prolongadas com atividades físicas

Cautela extrema 32,1ºC < IC < 41ºC Possibilidade de câimbras, esgotamento e insolação por exposições prolongadas e

atividades físicas

Cautela 27,1ºC < IC < 32ºC Possível fadiga em casos de exposição

prolongada e atividades físicas Não há alerta Menor que 27ºC Não há problemas

Fonte: NOBREGA; LEMOS et al., (2011) e MOURA, J.M. (2016)

Segundo NOBREGA; LEMOS (2011), o Índice de Temperatura e Umidade

(ITU) é um índice utilizado para ambientes abertos que permitem quantificar o “stress”

no ambiente urbano. Foi utilizada a Equação 2 para obter os resultados e classificar

os critérios de conforto de Temperatura e Umidade conforme a tabela 3.

𝑰𝑻𝑼 = 0,8 × 𝑇𝑎𝑟 + (𝑈𝑅 × 𝑇𝑎𝑟)/500 (Equação 2)

Onde:

ITU = Índice de Temperatura e Umidade (°C);

Tar = Temperatura do ar (°C);

UR= Umidade Relativa do ar (%).

Tabela 03: Critérios de classificação de conforto de acordo com o Índice de Temperatura – ITU (°C).

NÍVEL DE CONFORTO ITU (º C)

Extremamente desconfortável ITU > 26

Levemente desconfortável 24 < ITU < 26

Confortável 21 < ITU < 24

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A tabulação dos dados, as análises dos índices e o desenvolvimento dos

gráficos a serem apresentados, foram realizadas com o auxílio do software Microsoft

Excel 2010.

3. RESULTADOS

Os resultados do IC (figura 3) e ITU foram analisados e presentados conforme

cada tratamento e comparados com cada ponto estudado após a pesquisa.

Figura 3: Classificação do nível de alerta conforme o Índice de Calor no mês de outubro de 2017.

Período matutino (7h e 10h) e vespertino (13h e 16h).

Foi possível observar que para IC as coletas dos pontos C1 e C2, apenas 3

horários estão mais a baixos e classificados no nível de perigo, com consequências a

saúde humana com possível dano cerebral (AVC) para exposição prolongada as

atividades físicas, C1 no período vespertino as (16h) e C2 no período matutino as (7h

e 10h).

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A variação brusca dos demais pontos está classificada como perigo extremo

de 54ºC ou mais e estão associados diretamente a insolação e a sensação de calor

que o asfalto e as edificações ao redor liberam durante os horários da coleta.

Foi observado que para ITU apenas o horário T1 da coleta C2, é o horário que

está classificado como Confortável, assim faz com que os moradores das

proximidades do parque sintam boas condições para caminhadas e até mesmo para

atividades físicas, também foi possível sentir muitos ventos em determinados dias

provenientes da Av. Miguel Sutil (figura 4).

Figura 4: Classificação do nível de alerta conforme o Índice de Temperatura e Umidade no mês de

outubro de 2017. Período matutino (7h e 10h) e vespertino (13h e 16h).

Os horários T1 e T2 das coletas C2, C3 e C4 (figura 4) apresentaram uma

pequena variação de confortabilidade, demonstrando que nos primeiros horários

matutinos tornam o ambiente mais agradável para trafego de moradores e transeuntes

em torno do parque, tornando-se levemente desagradável ao fim da manhã. Nos

demais horários (T3 e T4), em todas as coletas constatou-se no período vespertino

que, mesmo existindo o parque na região, este pouco contribui para proporcionar o

conforto aos que ali residem, trabalham ou caminham. Este fato também foi observado

nos dados da pesquisa de Mello (2016) no IFMT- Cuiabá Bela Vista.

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A figura 5 apresenta os 12 pontos de coleta e seus períodos matutino e

vespertino, observa-se que apenas o horário das 16h é o que poderia causar “menos

impacto” ao morador exposto diretamente ao sol. O ponto de menor variação

conforme o gráfico é o ponto 1, o ponto 7 sofreu a maior variação de todos os horários

durante toda a pesquisa.

Figura 5: Curvas de das médias Índice de Calor sob diferentes horários em cada ponto de coleta

Os índices apontados na figura 6 permite observar se o ambiente aberto está

em stress, sendo o horário das 7 horas em todos os pontos o mais propício para uma

atividade, se encaixando no nível levemente confortável. É notável as mudanças

bruscas de temperatura principalmente no horário das 13 horas, e a partir das 16 horas

a temperatura começa a abaixar levemente trazendo um pouco mais de conforto ao

ambiente.

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Figura 06: Curvas de das médias Índice de Temperatura-Umidade sob diferentes horários em cada

ponto de coleta

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as análises dos dados, concluiu–se que o parque Mãe Bonifácia

pouco contribui para a melhoria do conforto térmico das ruas ao redor, e das moradias

que estão próximos da área de estudo.

Recomenda-se que o trabalho seja ampliado de forma a permitir um estudo do

conforto térmico no período noturno, para apurar se a relação de temperatura e

umidade nos demais horários tenha uma melhora advinda do parque.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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