instituto federal catarinense próreitora de pesquisa, pós
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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE
Próreitora de Pesquisa, PósGraduação e Inovação
Mestrado Profissional em Produção e Sanidade Animal
Dissertação
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU
ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E
TERMINAÇÃO
Bernardo Gesing
Araquari, 2021
Bernardo Gesing
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU
ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E
TERMINAÇÃO
Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional
em Produção e Sanidade Animal do Instituto Federal
Catarinense, como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciências (área de concentração:
Produção e Sanidade Animal).
Orientador
Fabiana Moreira
Coorientadores
Elizabeth Schwegler
Ivan Bianchi
Luís Fernando Sarmento Rangel
Araquari, 2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do ICMC/USP, cedido ao IFC e
adaptado pela CTI Araquari e pelas bibliotecas do Campus de Araquari e Concórdia.
GG389aGesing, Bernardo AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EMSUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NAFASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO / Bernardo Gesing;orientadora Fabiana Moreira; coorientadora Elizabeth Schwegler; coorientador Ivan Bianchi; coorientadorLuís Fernando Sarmento Rangel. Araquari, 2021. 49 p.
Dissertação (mestrado) Instituto FederalCatarinense, campus Araquari, Mestrado Profissionalem Produção e Sanidade Animal, Araquari, 2021.
Inclui referências.
1. Spray dried plasma. 2. conversão alimentar. 3.ganho de peso. 4. suíno. 5. custo de produção. I.Moreira, Fabiana , II. Schwegler, Elizabeth . III.Bianchi, Ivan. IV. Rangel, Luís Fernando Sarmento . V.Instituto Federal Catarinense. Mestrado Profissionalem Produção e Sanidade Animal. VI. Título.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL CATARINENSESISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO ECONTRATOS
FOLHA DE ASSINATURAS
Emitido em 28/07/2021
DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS CAMPUS ARAQUARI Nº 08/2021 PGPSA/ARAQ (11.01.02.22) (Nº do Documento: 6)
NÃO PROTOCOLADO)(Nº do Protocolo:
(Assinado digitalmente em 03/09/2021 14:29 )FABIANA MOREIRA
PROFESSOR ENS BASICO TECN TECNOLOGICOCPESIN/ARA (11.01.02.02.02.02)
Matrícula: 2277465
Para verificar a autenticidade deste documento entre em informando seu número: ,https://sig.ifc.edu.br/documentos/ 6ano: , tipo: , data de emissão: 2021 DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS CAMPUS ARAQUARI 03/09/2021
e o código de verificação: dc49feca6b
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me mantido firme, no trilho certo, com saúde
e forças para chegar ao fim deste projeto.
Sou grato à minha família, pelo apoio e educação que me deram durante toda a minha
vida. Minha mãe que tanto me apoiou na decisão da minha profissão.
À minha companheira Jocleita, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando,
compreendendo minhas ausências no decorrer deste projeto e que durante esta jornada trouxe
ao mundo nosso tão amado Filho, Francisco que apesar de tão jovem me ensina a cada dia
como ser um ser humano melhor.
À minha equipe de orientação, principalmente a minha orientadora Fabiana Moreira,
por aceitar novamente a me orientar, juntamente com os coorientadores Ivan Bianchi, Luís
Fernando Sarmento Rangel e Elizabeth Schwegler, os participantes Kairon Adam Franz,
Leandro de Godoy Borges e Maria Eduarda Rosa estagiária dedicada a qual sempre me
estenderam a mão.
Ao meu filho de coração William, o qual a pandemia nos possibilitou um convívio
mais estreito e que no decorrer deste projeto juntamente com a Jo e Fabiana foram
fundamentais para finalização deste projeto.
À empresa Pamplona Alimentos S/A, Edival Justen, diretor de suprimentos e fomento
agropecuário e Fabrício Murilo Beker, gerente de fomento agropecuário, por me autorizarem
a ingressar no programa de pósgraduação.
À empresa APC Inc do Brasil Ltda, Luís Rangel, Diretor de Serviços Técnicos
América Latina, pelos produtos, assistência técnica e companheirismo no planejamento e
execução deste projeto.
À equipe da fábrica de rações, na pessoa do gestor Ivan de Castro e Nutricionista
Sócrates Roberto Bill de Macedo, a granja Pouso da Caixa na pessoa do gestor Ronaldo
Schotten e da assistente técnica Suzane Recalcati, pelo entendimento dos benefícios e apoio
ao trabalho.
Ao colega Adriano Norenberg e aos integrados Silvio Stupp (in memoriam) e
Vanderlei Stupp pela dedicação e comprometimento, meu muito obrigado.
A toda equipe do fomento agropecuário que me auxiliou na realização do trabalho,
Adriano Norenberg, Leirson Vicente e Reinaldo Custódio de Oliveira pelo acompanhamento
a campo, e aos colegas Pricila Baldessar, Daniela Bampi, Derner Paulo Três, Kairon Adam
Franz, Reinaldo Custódio de Oliveira, que auxiliaram na condução do trabalho no abatedouro.
A toda a equipe do Serviço de Inspeção Federal, funcionários da indústria e do
controle de qualidade pelo auxílio na organização para a execução dos trabalhos.
A professora Lucélia Hauptli e ao colega Rafael Keith Ono por aceitarem o convite
para fazer parte da banca avaliadora e disponibilizarem o seu tempo.
A todos os colegas do Instituto Federal Catarinense, professores e alunos, que de
alguma forma me auxiliaram nos trabalhos, meu obrigado.
Muito obrigado a todos!
Resumo
GESING, Bernardo. Avaliação do efeito do plasma sanguíneo em substituição ou associado a antibióticos em leitões na fase de crescimento e terminação. 2021. 49f. Dissertação Curso de PósGraduação em Produção e Sanidade Animal, Próreitora de Pesquisa, PósGraduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2021.
O uso dos antibióticos na produção animal vem sendo restringido para atender a demanda do mercado. Dessa forma, pesquisas estão sendo realizadas atualmente visando encontrar alternativas, tais como a utilização de probióticos e plasma sanguíneo. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do plasma sanguíneo em substituição ou associação a antibióticos utilizados em pulsos estratégicos presentes na alimentação de leitões na fase de crescimento e terminação, sobre os parâmetros zootécnicos e sanitários. Foram selecionados 1.456 leitões na saída de creche, avaliados por 122 dias, submetidos a 4 tratamentos com 14 repetições compostos por 3 categorias de peso inicial de entrada dos animais e avaliados em 2 gêneros. Para os tratamentos com inclusão, foi utilizado o plasma sanguíneo (spray dried plasma, SDP) de bovinos. Os tratamentos consistiram em: ração sem adição de antibióticos e sem SDP (T1), sendo o grupo controle negativo; ração com adição do protocolo medicamentoso padrão da empresa e sem inclusão de SDP, controle positivo (T2); ração com adição do protocolo medicamentoso padrão da empresa associado a três pulsos de SDP (T3); e ração com adição de SDP sem a inserção de antibióticos (T4). Os dados foram analisados utilizando o software Statistical Analysis System (SAS®, v.9.5, Inst. Inc., Cary, NC) e submetidos ao teste de normalidade de ShapiroWilk a 5% de probabilidade. Posteriormente, os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA). Os resultados indicaram que suínos submetidos ao T2 apresentaram maior consumo de ração, sendo que a média do consumo e a conversão alimentar foram de 289,73 kg e 2,57 kg/kg (ração consumido/peso ganho), respectivamente. O ganho de peso durante o período de 0 – 122 dias para os leitões do T3 (114,12 kg) e T4 (114,2 kg) foram superiores aos suínos do T1 (111,46 kg) (P>0,05). Além disso, suínos submetidos ao tratamento baseado em antibiótico associado com plasma (T3) apresentaram um aumento de 7,76 % no ganho de peso quando comparado aos suínos do T1. Não foi observada diferença significativa na taxa de mortalidade dos animais, independente do tratamento (P>0,05). Em relação aos parâmetros sanitários, o escore de fezes e índice de tosse e espirro diminuiu com o passar das semanas (P>0,05), sendo que as fêmeas apresentam maior índice (4,55 %) de tosse e espirro em relação aos machos (3,73 %) (P>0,05). O índice para pneumonia e escore de úlcera apresentado pelos leitões não foi influenciado pelos tratamentos (P>0,05). Ademais, por meio da análise de custos, não foi verificado diferença significativa entre os tratamentos para os custos de ração e custo com medicamentos injetáveis por kg de suíno. No entanto, os suínos do T1 apresentaram menor custo de produção total quando comparado aos animais dos outros tratamentos (P>0,05). Os leitões apresentaram maior ganho de peso para o tratamento associado aos pulsos de antibióticos em relação ao grupo controle, porém somente com a utilização de antibióticos em pulsos estratégicos, favoreceu o consumo de ração e, mas não alterou a conversão alimentar dos animais. Apesar disso, os custos de produção somente com a utilização de SPD foram menores que combinado com antibióticos, podendo ser uma alternativa a remoção e/ou redução destes aditivos como pulsos nas rações. Palavraschaves: Spray dried plasma; conversão alimentar; ganho de peso; suíno; custo de produção.
Abstract
GESING, Bernardo. Evaluation of the effect of spray dried blood plasma in replacement or associated with antibiotics in grower and finisher feed phases for swine. 2021. 49f. Dissertation (Master’s in Sciences) Postgraduate in Animal Production and Health, ProRectory of Research, Graduate and Innovation, Federal Institute of Santa Catarina, Araquari, 2021. The use of antibiotics in animal feed has been restricted to meet regulatory and consumer demand. Therefore, research is currently being done to find alternatives, such as the use of probiotics and spray dried blood plasma (SDP). The aim of this study was to evaluate the effect of blood plasma SDP in replacement or association with antibiotics on zootechnical and sanitary parameters. The treatments were used as strategic pulses of either antibiotics or SDP in the feed of swine during the growing and finishing phases. A total of 1,456 swine were selected just after leaving the nursery and were evaluated for 122 days. The swine were submitted to 4 dietary treatments with 14 repetitions composed of 3 categories of initial body weight at housing and evaluated in 2 genera (male vs female). The dietary treatments consisted of feed without antibiotics and without SDP (T1), being the control group; feed with addition of the company standard medication protocol and without inclusion of SDP (T2); feed plus the company standard medication protocol associated with three pulses of SDP (T3); and feed with the addition of SDP without the addition of antibiotics (T4). Data were analyzed using the Statistical Analysis System software (SAS®, v.9.5, Inst. Inc., Cary, NC) and submitted to the ShapiroWilk normality test at 5% probability. Subsequently, the data were submitted to Analysis of Variance (ANOVA). The results indicated that T2 had the highest feed intake, with the average intake and feed conversion being 289,73 kg and 2,57 kg/kg (feed consumed/weight gained), respectively. Weight gain during the period of 0122 days for T3 (114,12 kg) and T4 (114,2 kg) were higher (P<0,05) than T1 (111,46 kg). Furthermore, the antibioticbased treatment associated with SDP (T3) showed a 7,76% increase in weight gain when compared to T1. There was no significant difference in the mortality rate of animals, regardless the treatment (P>0,05). Regarding health parameters, the diarrhea score and cough and sneezing index decreased over the weeks (P<0.05), with females having a higher (P>0,05) rate (4,55%) of coughing and sneezing compared to males (3,73%). The index for pneumonia and ulcer score was not influenced by the treatments (P>0,05). Furthermore, cost analysis showed, no significant difference between treatments for feed costs and cost of injectable drugs per kg of animal. However, T1 had the lower total production cost when compared to other treatments (P>0,05). Swine showed greater weight gain for T3 when compared to the control group. The use of antibiotics in strategic pulses (T2) favored feed intake but did not change the feed conversion of the animals. Despite this, the production costs only with the use of SDP (T4) was lower than that combined with antibiotics (T3), which suggests that SDP could be an alternative to the withdrawal and/or reduction of these antibiotics as pulses in animal feed. Keywords: Spray dried plasma; feed conversion; weight gain; swine; production cost.
Lista de Tabelas
Tabela 1 Protocolo de vacinação utilizado para imunização dos animais na fase de
maternidade, creche, crescimento e terminação. 9
Tabela 2 Níveis de inclusão dos princípios ativos (SDP), de acordo com os
tratamentos na fase de crescimento e terminação. 12
Tabela 3 Composição nutricional das dietas basais fornecida aos animais durante
o período experimental. 14
Tabela 4 Influência dos tratamentos sobre o consumo de ração, conversão
alimentar, ganho de peso, ganho de peso diário e taxa de mortalidade
dos suínos na fase de crescimento e terminação. 20
Tabela 5 Influência dos tratamentos sobre as intervenções medicamentosas e
número de animais medicados. 22
Tabela 6 Influência dos tratamentos sobre o escore de fezes, índice de tosse e
espirro e escore de úlcera gástrica apresentados pelos suínos em
crescimento e terminação. 23
Tabela 7 Custo de produção dos suínos com alimentação de acordo com os
tratamentos administrados aos suínos na fase de crescimento e
terminação. 24
Lista de Figuras
Figura 1 Croqui da unidade experimental e da distribuição dos animais nos quatro
tratamentos. 13
Figura 2 Fluxograma de execução do experimento. 18
Figura 3 Distribuição das categorias de suínos de acordo com os tratamentos e o
peso (kg) de entrada no crescimento e terminação. 19
Figura 4 Indicadores do peso de carcaça (a), porcentagem de carne e carne magra
(b). 22
SUMÁRIO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................. ........... ....1
1.1. Panorama da produção de suínos no Brasil e no mundo .......................................1
1.2. Utilização de antimicrobianos na produção animal e saúde única.........................1
1.3. Plasma sanguíneo como alternativa à utilização de antimicrobianos.....................3
2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 6
2.1 Geral ........................................................................................................................... 6
2.2 Específicos .................................................................................................................. 6
3 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO......................................................................................7
3.1 Introdução ................................................................................................................... 7
3.2 Material e Métodos ..................................................................................................... 9
3.2.1 Comitê de Ética no Uso de Animais ................................................................. 9
3.2.2 Animais e Unidade Experimental ..................................................................... 9
3.2.3 Preparo da alimentação com inclusão de plasma sanguíneo...........................10
3.2.4 Delineamento experimental ............................................................................ 14
3.2.5 Avaliação dos parâmetros zootécnicos e sanitários ........................................ 15
3.2.6 Análise de custos ............................................................................................. 16
3.2.7 Análise estatística ............................................................................................ 17
3.3 Resultados ................................................................................................................ 18
3.4 Discussão .................................................................................................................. 24
3.5 Conclusão ................................................................................................................. 29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 31
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 32
1
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
1.1. Panorama da produção de suínos no Brasil e no mundo
A carne suína está entre as mais antigas formas de alimentação humana, sendo a
espécie mais consumida no mundo (FAO, 2016). Atualmente o Brasil é o 4º maior
produtor e exportador de carne suína no mundo, permanecendo atrás apenas da China,
União Europeia e EUA (ABPA, 2021). No Brasil, a suinocultura se destaca por ser uma
cadeia produtiva de grande importância socioeconômica, visto que a produção brasileira
atingiu 4.436 milhões toneladas de suínos abatidos no ano de 2020, um aumento de
11,37% em relação a 2019 (ABPA, 2021). Ademais, a Região Sul do Brasil concentra
70,91% do abate efetivo nacional, com Santa Catarina no topo do ranking estadual, com
30,73% dos suínos abatidos no Brasil (ABPA, 2021). Do plantel total do país, 11,5%
(4,7 milhões) são matrizes, com a maior distribuição concentrada na Região Sul, sendo
16,1%, 13,4% e 12,0% em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente
(BRASILIBGE, 2017). Por fim, a produção brasileira de carne suína em 2020 atingiu a
marca de 4.436 milhões de toneladas, sendo 77% dessa produção destinada ao mercado
interno e 23% ao mercado externo. Do montante das exportações brasileiras, Santa
Catarina representou 51,68%, mantendo o estado na primeira posição do Brasil (FIESC,
2021).
1.2. Utilização de antimicrobianos na produção animal e saúde única
O aumento de renda da população tem impulsionado cada vez mais a demanda
mundial por proteína animal. Para acompanhar esse cenário, é projetada a utilização de
sistemas de produção intensivos, associados ao aumento da dependência de antibióticos
como promotores de crescimento (Santos et al., 2005). Esses princípios ativos são
utilizados em doses baixas com o objetivo de melhorar a eficiência nutricional do
animal, por reduzir a atividade imunológica nas infecções bacterianas intestinais (Saad,
2006).
Os antimicrobianos têm desempenhado importante papel no controle e redução
das doenças infecciosas, propiciando a intensificação da produção de animais para
alimentação humana (Costa and Silva Junior, 2017). No entanto, a disseminação de
resistência antimicrobiana pode trazer impactos econômicos e sociais que ameaçam este
2
progresso, pois o surgimento de patógenos resistentes a antimicrobianos traz
preocupação a saúde global (Singer et al., 2016). Estimase que a resistência
antimicrobiana poderá causar dez milhões de mortes humanas anualmente a partir de
2050 (Singer et al., 2016).
O uso demasiado de antimicrobianos em doses subterapêuticas com o objetivo
de melhorar o desempenho dos animais tem causado uma crise global de resistência dos
microrganismos a uma ampla variedade de princípios ativos (Regitano and Leal, 2010).
Além disso, as bactérias e seus genes resistentes podem ser transmitidos à microbiota
humana, reduzindo a eficácia de diversos antimicrobianos utilizados no tratamento de
doenças em humanos (Bezerra et al., 2017).
A resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública global, e as
principais instituições internacionais, tais como a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da
América identificaram estratégias para o seu controle (Matta, 2005). Portanto, gerenciar
o uso de substâncias antimicrobianas na produção animal é um desafio para o futuro,
pois se espera que a população mundial aumente para dois bilhões de pessoas até o ano
de 2050, além do aumento do consumo de proteínas de origem animal devido ao rápido
desenvolvimento econômico em países de baixa e média renda (Saath and Fachinello,
2018).
Visando promover uma saúde geral das populações, por volta do ano 2000 foi
introduzido o conceito de saúde única, que considera a saúde humana e animal
interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas (Pfuetzenreiter et al., 2004).
Este conceito é previsto e implementado pela Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) como uma abordagem global colaborativa para a compreensão dos riscos para a
saúde humana e animal (incluindo animais domésticos e vida selvagem) e para a saúde
do ecossistema como um todo. Doenças de origem animal podem ser transmitidas aos
homens e representam riscos mundiais à saúde pública (Zanella, 2016). A OIE estima
que 60% das doenças infecciosas humanas existentes são de origem animal e que pelo
menos 75% das doenças infecciosas dos humanos (HIV, Ebola e Influenza) possuem
origem animal (Rambauske et al., 2014). A atual pandemia de SARSCoV2 é mais um
excepcional exemplo da importância das zoonoses e possivelmente teve origem
zoonótica (Andersen et al., 2020).
O Ministério da Saúde Brasileiro orienta que o controle dos patógenos animais em
sua origem é a maneira mais eficaz e econômica para proteger as populações (BRASIL
3
MS, 2016). Consequentemente, estratégias globais para prevenir e controlar os
patógenos devem ser desenvolvidas se quisermos proteger a saúde pública. Estes devem
ser coordenados na interface humanoanimalecossistemas e aplicado nos níveis
nacional, regional e global por meio de da implantação de políticas apropriadas (OIE,
2021).
A carne, sob o ponto de vista nutricional, é uma ótima fonte de aminoácidos
essenciais, de alguns minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais (Burin et al., 2016).
Ainda, devese considerar que dois micronutrientes importantes estão presentes apenas
na carne, que são as vitaminas A e B12, as quais não podem ser compensadas por
provitaminas (Pires et al., 2006).
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO), mais de 50% da população humana possuem alimentação deficiente, sendo que
muitas apresentam dietas insuficientes na qualidade nutricional, o que pode causar
doenças crônicas relacionadas à dieta (Martinelli and Cavalli, 2019). A principal causa
desta deficiência é a disparidade entre o crescimento populacional e a produção de
alimentos, sendo que uma das formas de mitigar este problema consiste na ampliação da
produtividade de alimentos (FAO, 2016).
1.3. Plasma sanguíneo como alternativa à utilização de antimicrobianos
A fim de viabilizar a produção animal em larga escala livre ou com uso restrito
de antibióticos, deverão ser empregadas e aprimoradas medidas de biosseguridade,
manejo, sanidade e nutrição (Guimarães et al., 2010). Uma alternativa observada com a
finalidade de não afetar negativamente o desempenho produtivo dos suínos é a
utilização de plasma sanguíneo, produzido pelo processo de spray drying (Freitas et al.,
2013). Além disso, de forma geral o plasma pode ser postulado como uma excelente
alternativa aos antimicrobianos usados em dieta de suínos na fase após a desmama
(Torrallardona, 2009).
O plasma sanguíneo seco por spray drying (SDP) é um produto com grande
proporção de proteína de alta digestibilidade obtido a partir do fracionamento industrial
de sangue de animais saudáveis, podendo ser de origem bovina, suína ou de espécies
mistas com níveis nutricionais de 78% de proteína bruta, com níveis de digestibilidade
em pepsina (0,002%) de 70%, energia metabolizável de 3.906Kcal/kg. O processamento
consiste na coleta do sangue, adição de anticoagulante, centrifugação, concentração e
4
secagem por atomização com calor (Gatnau, 1990). Esse produto é composto
principalmente por proteínas, minerais e água. A porção proteica constituise de
aproximadamente 28% de albumina, 22,5% de globulinas e 0,5% de proteínas de baixo
peso molecular onde as albuminas são responsáveis pela regulação da pressão osmótica
e manutenção da capacidade tampão do sangue. Já as imunoglobulinas (IgG), compõem
grande parte do plasma sanguíneo, possuem função imunológica (Pierce et al., 2005).
O plasma sanguíneo é comumente incluído na dieta de suínos desmamados para
melhorar o desempenho produtivo dos animais (Gattás et al., 2008; Niewold et al.,
2007; Pujols et al., 2016). Alguns estudos demostraram que a inclusão de plasma
sanguíneo na dieta de leitões desmamados resultou em um aumento médio de 20% no
ganho médio diário, 10% no consumo médio diário e redução geral de 3% na conversão
alimentar (Barbosa et al., 2007; Gattás et al., 2008). Esse melhor desempenho está
relacionado ao aumento do consumo de ração, no qual pode ser explicado pela maior
palatabilidade e pela ingestão de uma fonte proteica de alta qualidade e digestibilidade
(Gattás et al., 2008; PérezBosque et al., 2016).
Além do seu efeito direto sob os parâmetros zootécnicos, o plasma sanguíneo
pode resultar em um melhor desempenho produtivo devido a sua atuação no sistema
imunológico, permitindo o direcionamento de energia e nutrientes para o crescimento e
outras funções corpóreas (PérezBosque et al., 2016). Observouse que o plasma
sanguíneo promove uma redução da ligação de antígenos na mucosa intestinal (dos
Santos Cerqueira et al., 2019) e diminui a incidência de diarreias (Assis Júnior et al.,
2009; Lima et al., 2009). Leitões alimentados com plasma sanguíneo mostraram uma
baixa expressão de citocinas próinflamatórias e menor ativação de linfócitos presentes
no tecido linfoide associado a mucosa intestinal, responsáveis pela resposta inflamatória
(PérezBosque et al., 2016).
A utilização de SDP na dieta de leitões desmamados melhorou o desempenho
dos leitões na fase de creche, entretanto, o desempenho ficou dependente de alguns
fatores como o nível de inclusão de plasma sanguíneo nas dietas, da idade, do peso, da
sanidade e do local de criação dos leitões (Barbosa et al., 2007; Gattás et al., 2008;
PérezBosque et al., 2016).
Foi observado que dietas suplementadas com proteínas plasmáticas, como plasma
sanguíneo ou concentrado de imunoglobulinas, podem prevenir alterações na estrutura
do epitélio durante o processo inflamatório e melhorar a função de barreira da mucosa
intestinal (Cerqueira et al., 2019). Os anticorpos presentes no plasma sanguíneo
5
diminuem a estimulação do sistema imune, seja por ligação ou interferência na ação do
patógeno na mucosa intestinal, impedindo o crescimento microbiano e auxiliando na
integridade da mucosa (Lima et al., 2009).
Tran et al. (2018) descreveram que a alimentação de leitões com plasma
sanguíneo pode diminuir as bactérias patogênicas (Clostridium difficile e Erysipelothrix
rhusiopathiae) e aumentar microrganismos benéficos ao trato gastrointestinal
(Clostridium sp., Ruminococcus sp. e Lactobacillus sp.). Também foram observados
menores taxas de mortalidade, melhor eficiência alimentar e maior ganho de peso médio
diário acumulado em suínos alojados no sistema de desmame à terminação, alimentados
nas fases iniciais com plasma sanguíneo suíno (Pujols et al., 2016).
Portanto, o uso estratégico do plasma sanguíneo durante fase de crescimento e
terminação pode ser considerado uma ferramenta para a redução do uso de antibióticos
em granjas, pois os resultados se apresentaram melhores ou semelhantes aos suínos
tratados com antimicrobianos. Além disso, a inclusão de plasma sanguíneo em
substituição ou associado aos antimicrobianos foi viável economicamente quando
administrado para animais em fase de crescimento e terminação (Lima et al., 2019).
6
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Avaliar o efeito de plasma sanguíneo como ingrediente em rações, em
substituição ou associados aos pulsos estratégicos de antibióticos em suínos fases de
crescimento e terminação sobre os índices zootécnicos e sanitários em condições
comerciais no Brasil.
2.2. Objetivos específicos
Avaliar a influência dos tratamentos sobre os índices zootécnicos: conversão
alimentar, ganho de peso individual, ganho de peso médio diário e taxa de
mortalidade;
Avaliar a influência dos tratamentos sobre os índices de tosse e espirro e o
escore de fezes durante todo período de alojamento;
Avaliar a influência dos tratamentos sobre a tipificação de carcaça, os índices
para pneumonia e índice de úlcera gástrica;
Avaliar a viabilidade financeira do uso de plasma sanguíneo na dieta.
7
3. AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM
SUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA
FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO
Gesing, Bernardo1,2; Rosa, Maria Eduarda2; Rangel, Luiz Fernando Sarmento³, Borges;
Leandro de Godoy³, Peripolli, Vanessa2; Schwegler, Elizabeth2; Bianchi, Ivan2;
Moreira, Fabiana2
1Curso de PósGraduação em Produção e Sanidade Animal (PPGPSA), Instituto Federal
Catarinense Campus Araquari 89245000 Araquari, SC, Brasil. 2Núcleo de Pesquisa,
Ensino e Extensão em Produção Animal (NEPPA), Instituto Federal Catarinense Campus
Araquari 89245000 Araquari, SC, Brasil. ³ APC Inc do Brasil Ltda – 010038100 – São
Paulo, SP, Brasil.
3.1. Introdução
Para acompanhar o crescimento do setor suinícola e a constante busca por
melhores índices zootécnicos e econômicos, os sistemas de produção intensivo
preconizam a utilização de antibióticos na indústria de ração como promotores de
crescimento. O uso destes antimicrobianos na produção animal vem sendo restringido
para atender a demanda do mercado, que exige cada vez mais alimentos com qualidade
e segurança (Dalto et al., 2013). Baseado neste contexto, muitas pesquisas estão sendo
realizadas anualmente visando encontrar alternativas, tais como a utilização de
probióticos e plasma sanguíneo de origem bovina ou suína (PérezBosque et al. , 2016;
Pujols et al., 2016).
A utilização sistemática de antimicrobianos na produção animal exerce um
efeito de seleção de microrganismos resistentes a uma ampla variedade de princípios
ativos, inclusive àqueles de importância em medicina humana (Costa and Silva Junior,
2017). A resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública global, se
tornando uma das principais preocupações de organizações internacionais, como a
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO) e Centro para controle e prevenção de doenças (CDC)
dos EUA.
8
Portanto, a fim de viabilizar a produção em larga escala de forma livre ou com
uso restrito de antibióticos, deverão ser empregadas e aprimoradas medidas de
biosseguridade, manejo, sanidade e nutrição (Björkman et al., 2021). Por outro lado, a
alimentação de suínos baseadas em dietas sem aditivos antimicrobianos sintéticos e com
a presença de compostos naturais vem sendo amplamente estudada para garantir a
sanidade do rebanho suíno (Hauptli et al., 2007; Lovatto et al., 2005).
Uma das alternativas recentemente reportadas é o plasma sanguíneo, produzido
por spray drying, ingrediente concentrado proteico obtido a partir do fracionamento
industrial de sangue de animais saudáveis (Freitas et al., 2013). O spray drying ou
secagem por atomização com calor é uma tecnologia que vem sendo empregada com
sucesso em processos que visam a obtenção de materiais sólidos a partir de um líquido.
Desse modo, o emprego de plasma sanguíneo produzido via spray drying como um
ingrediente é comumente incluído na dieta de leitões desmamados para melhorar o
desempenho produtivo dos animais (Gattás et al., 2008).
Estudos realizados com suínos relatam que a utilização de plasma sanguíneo
aumenta a consumo de ração e o ganho de peso médio diário (Ferreira et al., 2009),
melhora a conversão alimentar (Amaral et al., 2011) melhora a integridade da mucosa
intestinal (dos Santos Cerqueira et al., 2019) e diminui a estimulação do sistema
imunológico disponibilizando mais nutrientes para a manutenção da saúde e
crescimento do animal (Torrallardona, 2009; PérezBosque et al.,2016;). Entretanto,
esses resultados dependem de alguns fatores como o nível de inclusão de plasma
sanguíneo nas dietas, da idade, do peso, da sanidade e do local de criação dos leitões
(Lora Graña et al., 2010).
A utilização dessa proteína sanguínea na dieta de leitões desmamados melhora o
desempenho dos leitões na fase de creche (Perez Bosque et al., 2016), mas poucos
estudos que comprovem seus resultados em suínos nas fases de crescimento e
terminação, que são as fases mais próximas ao abate onde há um incremento na
qualidade e quantidade de carne na carcaça. O uso estratégico do plasma sanguíneo
durante a fase de crescimento e terminação pode ser considerado uma ferramenta para a
redução do uso de antibióticos profiláticos em granjas, pois os resultados se
apresentaram melhores ou semelhantes aos suínos tratados com antimicrobianos
preventivos. Além disso, a inclusão de plasma sanguíneo em substituição ou associado
aos antimicrobianos foi viável economicamente quando administrado para animais em
fase de crescimento e terminação (Lima et al., 2019, Rangel et al. 2020).
9
Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de plasma sanguíneo
como ingrediente em rações, em substituição ou associação a pulsos estratégicos aos
antibióticos, sobre os índices zootécnicos e sanitários para suínos nas fases de
crescimento e terminação.
3.2. Material e Métodos
3.2.1. Comitê de Ética no Uso de Animais
Os procedimentos propostos neste estudo foram aprovados no Comitê de Ética
de Uso de Animais (CEUA) do Instituto Federal Catarinense Campus Araquari, sob
protocolo de número 320/2019.
3.2.2. Animais e Unidade Experimental
Na fase de creche, foram alojados aproximadamente oito mil leitões
provenientes de 28 unidades produtoras de leitões da empresa Pamplona Alimentos S/A
(SC, Brasil), onde permaneceram durante 38 dias e recebendo o mesmo protocolo
nutricional. Além disso, os animais também receberam o mesmo protocolo de
imunização padrão da empresa, conforme a Tabela 1.
Tabela 1. Protocolo de vacinação utilizado para imunização dos animais na fase
de maternidade, creche, crescimento e terminação.
Idade Vacina Nome Comercial Laboratório Dose
7 dias Mycoplasma hyopneumoniae Respisure One® Zoetis 2 mL
1ª dose
27 dias (desmame)
Bacterina contendo culturas inativadas de Glaesserella parasuis, Actinobacillus
pleuropneumoniae e Pasteurella multocida
Parapleuro Shield® Elanco 2 mL
1ª dose
27 dias (desmame)
Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2) Circoflex® Böehringer 1 mL
2ª dose
42 a 48 dias de vida
Bacterina contendo culturas inativadas de Glaesserella parasuis, Actinobacillus
pleuropneumoniae e Pasteurella multocida
Parapleuro Shield® Elanco 2 mL
2ªdose
94 dias Mycoplasma hyopneumoniae Respisure One® Zoetis 2 mL
2ª dose
10
No final da fase de creche, 1.456 leitões foram selecionados, pesados em balança
digital e identificados individualmente por meio de brincos com numeração única,
sendo então divididos de acordo com o gênero (fêmea e macho imunocastrado) e três
categorias de peso: i) categoria 1, leve (peso menor de 21 kg); ii) categoria 2, médio
(peso entre 21,01 e 25 kg); e iii) categoria 3, pesado (peso maior que 25,01 kg).
Após isso, os animais foram enviados para a unidade experimental de
crescimento e terminação localizada na cidade de Presidente Getúlio (SC, Brasil)
(latitude 27° 64’ 10,41 S; longitude 49° 47’ 55 W; altitude de 492 metros), local o qual
passou pelo processo de limpeza e desinfecção, seguido de vazio sanitário de 7 dias. A
unidade era composta por 2 pavilhões com 28 baias padrão e 2 baias hospital cada,
sendo 15 baias de cada lado. Para o experimento foram utilizadas apenas as baias
normais com capacidade para 26 leitões.
3.2.3. Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro
tratamentos e sete repetições, sendo o fator sexo considerado como bloco (2 blocos × 4
tratamentos × 7 repetições × 26 animais por baia, totalizando 1.456 leitões). Neste
estudo foram utilizadas as mesmas proporções de peso que os praticados em
alojamentos de produção comercial da Empresa Pamplona Alimentos S/A, na fase de
crescimento e terminação. Assim, dos 26 leitões por baia foram alojados 4 leves, 18
médios e 4 pesados.
A Tabela 2 apresenta os níveis de inclusão dos princípios ativos, de acordo com
os tratamentos na fase de crescimento e terminação, sendo:
i) Tratamento 1 (T1) (controle negativo), animais receberam ração sem adição
de pulsos estratégicos de antibióticos e sem SDP;
ii) Tratamento 2 (T2) (controle positivo), composto por ração com adição de
pulsos de antibióticos estratégicos padrão da empresa (sem inclusão de SDP e com
inclusão de protocolo medicamentoso). O protocolo medicamentoso padrão da empresa
é realizado por pulsos estratégicos de doses de antibióticos. Consta da aplicação de
florfenicol, licomicina por 10 dias na ração da fase de crescimento do leitão,
amoxicilina, tivalosina e ivermectina por 10 dias na ração da fase de crescimento e
reforço, oxitetraxiclina e tiamulina por 14 dias na ração de terminação 1;
iii) Tratamento 3 (T3), composto por ração com adição de pulsos estratégicos de
antibióticos (mesmo do T2) associado a três pulsos de SPD, sendo 2% durante 10 dias
11
na ração da fase de crescimento do leitão, 1% de SDP durante 25 dias na ração da fase
de Crescimento 1 e 0,8% de plasma sanguíneo durante 14 dias na ração da fase de
Terminação 1; e
iv) Tratamento 4 (T4) (ração com adição de SPD sem a inserção de pulsos
estratégicos de antibióticos), ração apenas com adição de três pulsos de SDP, 2%
durante 10 dias na ração da fase de crescimento do leitão, 1% de plasma sanguíneo
durante 25 dias na ração da fase de Crescimento 1 e 0,8% de plasma sanguíneo durante
14 dias na ração na fase de Terminação 1.
Os animais foram avaliados na fase de crescimento e terminação pelo período
total de 122 dias, sendo o alojamento realizado conforme o croqui da unidade
experimental e da distribuição dos animais nos quatro tratamentos (Figura 1).
12
Tabela 2. Níveis de inclusão dos princípios ativos (SDP), de acordo com os tratamentos na fase de crescimento e terminação.
Fase
Tratamentos
T1 (controle
negativo) T2 (controle positivo) T3 T4
Período I
(040 dias)
Crescimento Leitão Sem inclusão
Florfenicol (111ppm),
lincomicina (220ppm) e
ivermectina (2,4ppm)
Florfenicol (111ppm), lincomicina
(220ppm), ivermectina (2,4ppm) e 2%
SPD
2% SPD
Crescimento I Sem inclusão Sem inclusão 1% Plasma 1% SPD
Período II
(41 70 dias)
Crescimento
Reforço Sem inclusão
Amoxicilina (535ppm),
ivermectina (2,4ppm) e
tivalosina (57ppm)
Amoxicilina (535ppm), ivermectina
(2,4ppm) e tivalosina (57ppm) Sem inclusão
Crescimento II Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão
Periodo III
(71 – 84 dias) Terminação I Sem inclusão Oxitetraciclina (925ppm) e
tiamulina (271ppm)
Oxitetraciclina (925ppm), tiamulina
(271ppm) e 0,8% SPD 0,8% SPD
Período IV
(85 – 122 dias)
Terminação II Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão
Terminação III Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão
Período Total: 0 – 122 dias.
13
Figura 1. Croqui da unidade experimental e da distribuição dos animais nos quatro tratamentos.
14
3.2.4. Preparo da alimentação com inclusão de plasma sanguíneo
A inclusão do plasma sanguíneo na alimentação foi realizada na fábrica de ração da
Empresa Pamplona Alimentos S/A (Laurentino, SC, Brasil). O plasma sanguíneo (Inglês,
Spray Dried Plasma – SDP) de bovinos, AP920 da empresa APC, foi utilizado no
experimento, sendo utilizado a concentração de 2%, 1% e 0,8%, respectivamente para a ração
da fase de Crescimento, Crescimento 1 e Terminação 1, estas dosagens seguiram a prescrição
indicada pela fabricante. Entre as bateladas de produção de ração foi realizada uma limpeza
da linha de produção da fábrica, através da passagem de milho moído (flushing). O tempo
máximo entre a produção de uma ração e o seu consumo foi de 10 dias. Durante o período
experimental os animais receberam 7 tipos de dietas isoproteicas e isoenergéticas, de acordo
com a fase da dieta (idade dos animais) (Tabela 3). Os animais receberam rações em
comedouros retangulares de terminação em inox 304, na proporção de um comedouro por
baia, sendo abastecido de forma manual. Além disso, os bebedouros eram do tipo pendular,
sendo um bebedouro para cada 13 animais.
Tabela 3. Composição nutricional das dietas basais fornecida aos animais durante o período
experimental.
Fase da dieta Idade (dias)
Energia
Metabolizável
(kcal/kg)
Lisina
digestível (%) Fósforo (%)
Crescimento
Leitão 65 3400 1,03 0,38
Crescimento I 75 3400 1,07 0,34
Cresc. Reforço 100 3375 1,00 0,34
Crescimento II 110 3350 0,90 0,34
Terminação I 135 3385 0,85 0,33
Terminação II 149 3375 0,80 0,30
Terminação III 169 3375 0,75 0,30
Níveis nutricionais para Proteína Bruta (PB), Energia Metabolizável (EM), Metionina (%),
Treonina (%), Triptofano (%), Calcio (%) e Sódio (%), seguiram as referências de Rostagno,
(2017).
15
3.2.5. Avaliação dos parâmetros zootécnicos e sanitários
Todas as verificações de controle zootécnicos (consumo de ração, ganho de peso,
conversão alimentar, ganho de peso diário, mortalidade, intervenções medicamentosas) foram
verificadas individualmente no alojamento (dia 0) e após 40, 70, 84 e 122 dias de
experimento. No decorrer do experimento, os animais que apresentaram sinais clínicos de
enfermidades foram identificados e submetidos a tratamento terapêutico com antibiótico e
antiinflamatório injetáveis, sendo anotado data da medicação, pavilhão, baia, identificação do
animal medicado, medicamento utilizado e volume aplicado. Em caso de óbito foi
identificada a data, pavilhão, baia, identificação do animal a causa sugestiva da morte.
Os índices sanitários foram avaliados durante todo o período de alojamento, com
intervalos semanais, sendo eles classificados como análises antemortem (contagem de tosse e
espirro e escore de diarreia) e análises postmortem (índice de úlcera gástrica e índice para
pneumonia).
A metodologia de contagem de tosse e espirros foi realizada em todo lote, conforme
descrito por Sobestiansky e Barcellos (2012). Esta contagem era realizada semanalmente,
agitando os animais, e após um minuto iniciavase as três contagens de tosse e espirros
consecutivas (dois minutos cada), anotando o número de espirros, número de tosses e número
de animais que apresentassem tosse e espirros. Após, foi calculado a média das contagens no
período e a frequência de tosse e espirro. Com isso, se a frequência de tosse fosse igual ou
maior que 10% e se a frequência de espirro fosse igual ou maior que 15%, era considerado um
indicativo de problemas respiratórios. Ao final foi gerado um índice de tosse e espirros o qual
era comparado entre os tratamentos.
Foi realizada a avaliação de escore de fezes de todo o lote, por dois observadores,
através da visualização semanal da consistência das fezes dos animais sendo: 0 para normal, 1
para pastosas, 2 para líquidas sem sangue e 3 para líquidas com sangue ou restos necróticos
(Guedes et al., 2009). Os animais com sinais clínicos durante o tratamento foram
identificados em uma ficha de ocorrências clínicas e submetidos a tratamento com antibiótico
injetável, sendo anotados os dados: data, brinco, sexo, idade do animal, peso, suspeita de
diagnóstico da enfermidade, tratamento, princípio ativo do medicamento utilizado, dose, via
de administração, duração do tratamento e prognóstico.
Aos 122 dias de experimento (180 a 185 dias de vida dos animais) todos os animais
foram abatidos em frigorífico da Pamplona Alimentos S/A (Rio do Sul, SC, Brasil), com
Sistema de Inspeção Federal (SIF) sob o registro 1156. Para a coleta de órgãos e posterior
análise do escore de úlcera gástrica, índice para pneumonia foram avaliados 56 animais, sendo
16
14 de cada tratamento e tipificação de carcaça de 628 fêmeas, sendo 154 para o T1, 161 para
o T2, 156 para o T3 e 157 para o T4.
Para a determinação do escore de úlcera gástrica a avaliação da mucosa intestinal foi
realizada através da abertura pela curvatura maior e, após a lavagem com água, foi realizada a
visualização e determinação do grau de lesão presente no estômago. O escore de lesão varia
de 0 a 4, de acordo com a característica macroscópica. No escore "0" têmse estômago
normal, mucosa esofágicagástrica com epitélio liso, brilhante, sem alterações visíveis, escore
“1” temse paraqueratose, mucosa esofágicagástrica com epitélio proliferado, rugoso, sem
brilho, podendo ter pequenas erosões, escore “2” temse paraqueratose e ulceração, com
mucosa esofágicagástrica com paraqueratose e ulceração menor que 33%, escore “3” temse
paraqueratose e ulceração, com mucosa esofágicagástrica com paraqueratose e ulceração
entre 34% e 66% e escore e no escore "4" paraqueratose e ulceração, mucosa esofágica
gástrica com lesões entre 67% e 100% (Sobestiansky e Barcellos, 2012).
Na verificação do índice para pneumonia (IPP), os pulmões foram examinados na
linha de abate seguindo os métodos descritos por Sobestiansky e Barcellos (2012). Em cada
lobo pulmonar avaliado, às lesões foram atribuídas um percentual correspondente à área
afetada e as lesões de hepatização foram classificadas de acordo com suas características
macroscópicas. A presença de abscessos e as áreas de aderência da pleura visceral (pleurisia)
também foram observadas e registradas. O modelo de classificação das lesões no parênquima
foi conduzido de acordo com a distribuição pulmonar descrita por Piffer e Brito (1991). Para a
interpretação dos resultados do IPP os valores obtidos foram agrupados e classificados
segundo Dalla Costa et al. (2000), sendo: 0 até 0,55, livre de pneumonia; de 0,56 até 0,89,
pneumonia presente, mas sem apresentar ameaça ao plantel; e, acima de 0,90, situação grave
de pneumonia no plantel.
Por fim, verificouse a tipificação de carcaça, sendo avaliadas 628 carcaças de fêmeas,
as quais foram pesadas e submetidas à tipificação eletrônica, avaliandose a espessura de
toucinho e a profundidade do lombo (músculo longissimus dorsis), ambos entre a última
vértebra torácica e a primeira vértebra lombar. A partir dos dados da tipificação eletrônica
foram obtidos os rendimentos de carne magra na carcaça para posterior cálculo de quantidade
de carne na carcaça (Guidoni, 2000).
3.2.6. Análise de custos
A análise de custos foi realizada avaliando o custo (em R$) por kg de suíno produzido
de cada tratamento, considerando a ração consumida, inclusão de produtos via ração, gastos
17
com medicações injetáveis, mortes, peso dos animais e conversão alimentar. Os dados para o
levantamento de custos foram obtidos através dos valores de mercado empregado durante o
período do experimento.
3.2.7 Análise estatística
Os dados foram obtidos conforme o fluxograma de execução do experimento (Figura
2) e analisados utilizando o programa Statistical Analysis System (SAS Institute Inc., 2012)
versão 9.4, considerando como variável dependente do modelo as variáveis consumo de
ração, conversão alimentar, ganho de peso, ganho de peso diário, intervenções
medicamentosas, tipificação de carcaça e mortalidade.
Além disso, foram avaliadas as diferentes categorias de peso dentro e entre baias.
Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de ShapiroWilk, sendo que, as
variáveis que apresentaram distribuição normal foram submetidas à Análise de Variância
(ANOVA) e, posteriormente, ao teste por Tukey. Para as variáveis que não apresentaram
distribuição normal, foi aplicado o teste não paramétrico de KruskalWallis e para
comparação múltipla o teste de Dunn. Para todos os testes foi considerado um nível de
significância de 5%. As variáveis frequência foram analisadas através de regressão logística
utilizando o procedimento LOGISTIC.
18
Figura 2. Fluxograma de execução do experimento.
3.3. Resultados
Na análise quanto à distribuição das categorias de animais conforme o peso de entrada
na fase de crescimento e terminação, não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre
as três categorias de distribuição do peso no alojamento (Fig. 3).
19
Figura 3. Distribuição das categorias de leitões de acordo com os tratamentos e o peso (kg)
de entrada no crescimento e terminação.
a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de
antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3
Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a
três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
A inclusão de SDP na dieta de suínos durante a fase de crescimento e terminação foi
avaliada sobre os parâmetros zootécnicos e os resultados obtidos foram estatisticamente
analisados conforme consta na Tabela 4, onde somente a variável mortalidade não apresentou
distribuição normal.
20
Tabela 4. Influência dos tratamentos sobre o consumo de ração, conversão alimentar, ganho
de peso, ganho de peso diário e taxa de mortalidade dos suínos na fase de crescimento e
terminação.
Variável Tratamentos
P T1 T2 T3 T4
Consumo de ração (kg) 0 a 40 dias 63,01 ± 0,68 64,50 ± 0,76 63,76 ± 0,77 63,81 ± 1,20 0,73 41 a 70 dias 73,24 ± 0,96 75,53 ± 0,92 75,08 ± 0,57 74,16 ± 0,94 0,28 71 a 84 dias 39,36 ± 0,35b 40,67 ± 0,27a 39,60 ± 0,23b 39,49 ± 0,28b <0,05 85 a 122 dias 111,26 ± 0,90 111,54 ± 0,50 112,28 ± 0,54 111,66 ± 0,66 0,49 0 a 122 dias 286,86 ± 1,37 292,24 ± 1,30 290,71 ± 1,16 289,12 ± 2,25 0,10 Ganho de peso (kg) 0 a 40 dias 31,07 ± 0,28 31,75 ± 0,56 31,48 ± 0,49 31,27 ± 0,36 0,70 41 a 70 dias 29,73 ± 0,81b 31,74 ± 0,56ab 32,23 ± 0,78a 30,96 ± 0,81ab 0,05 71 a 84 dias 16,90 ± 1,11 16,42 ± 0,89 15,76 ± 0,60 16,40 ± 0,93 0,87 85 a 122 dias 33,76 ± 1,06 34,21 ± 0,70 34,79 ± 0,53 34,25 ± 0,60 0,83 0 a 122 dias 111,46 ± 1,10b 114,12 ± 0,64a 114,26 ± 1,01a 113,01 ± 0,88ab 0,01
Ganho de peso diário (g) 0 a 40 dias 776,64 ± 0,01 793,64 ± 0,01 786,86 ± 0,01 781,71 ± 0,01 0,70 41 a 70 dias 991,07 ± 0,03b 1.058 ± 0,02ab 1.074 ± 0,02a 1.036 ± 0,03ab 0,05 71 a 84 dias 1.207 ± 0,08 1.173 ± 0,06 1.126 ± 0,04 1.171 ± 0,07 0,87 85 a 122 dias 888,57 ± 0,03 900,29 ± 0,02 915,57 ± 0,01 901,57 ± 0,02 0,83 0 a 122 dias 913,64 ± 0,01b 935,36 ± 0,00a 936,71 ± 0,01a 926,29 ± 0,01b 0,01 Conversão Alimentar 0 a 40 dias 2,03 ± 0,02 2,04 ± 0,03 2,03± 0,03 2,04± 0,05 0,98 41 a 70 dias 2,49 ± 0,09 2,39 ± 0,05 2,34 ± 0,05 2,41 ± 0,05 0,30 71 a 84 dias 2,46 ± 0,16 2,56 ± 0,12 2,56 ± 0,09 2,50 ± 0,12 0,95 85 a 122 dias 3,34 ± 0,10 3,28 ± 0,08 3,24 ± 0,06 3,27 ± 0,06 0,86 0 a 122 dias 2,58 ± 0,02 2,56 ± 0,02 2,55 ± 0,02 2,56 ± 0,02 0,55 Mortalidade (%) 0 a 40 dias 3,02 ± 0,82 1,92 ± 0,67 2,20 ± 0,66 3,85 ± 1,07 0,51 41 a 70 dias 0,55 ± 0,37 0,00 ± 0,00 0,82 ± 0,44 0,55 ± 0,55 0,32 71 a 84 dias 0,28 ± 0,28 0,28 ± 0,28 0,00 ± 0,00 0,82 ± 0,44 0,25 85 a 122 dias 0,00 ± 0,00 0,28 ± 0,28 1,37 ± 0,65 0,55 ± 0,37 0,12 0 a 122 dias 3,85 ± 1,14 2,47 ± 0,65 4,40 ± 0,89 5,77 ± 1,26 0,21
a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
Avaliando as características de consumo de rações (Tabela 4) não houve diferença
significativa nas fases 0 – 40 dias, 41 – 70 dias e 85 – 122 dias, assim como no tempo total do
experimento (0 – 122 dias). Na fase de 71 – 84 dias foram observadas diferenças onde o
21
consumo de ração foi maior para o tratamento com a administração de pulsos de antibióticos
(T2) em relação aos demais tratamentos (P<0.05). Essa diferença no consumo de ração foi
menor que 3 % quando comparado a média dos demais tratamentos. O parâmetro conversão
alimentar, não apresentou diferença significativa nas fases avaliadas de crescimento e
terminação independente do tratamento (P>0,05). De uma maneira geral, a média do consumo
de ração e de conversão alimentar foi de 289.73 kg e 2.57 kg/kg (ração consumida/peso
ganho), respectivamente.
Por outro lado, o ganho de peso dos suínos no período de 0 – 122 dias, tratados com
antibióticos em pulsos (T2) e antibióticos associados com SDP (T, 114.2 kg) foram superiores
ao tratamento controle (T1, 111.46 kg) (P<0.05). Ademais, avaliando apenas a inserção de
SDP na dieta de suínos (T4) não foi observado diferença significativa quando comparado aos
demais tratamentos. Por outro lado, no período de 4170 dias os suínos submetidos ao
tratamento com antibiótico associado com plasma (T3, 32.23 kg) apresentaram maior ganho
de peso quando comparados aos animais que não receberam antibióticos ou SDP (T1, 29.73
kg), o que representa um aumento de 7.76 %. Além disso, estes dados corroboram com os
achados estatísticos para a variável de ganho peso diário. Para a variável taxa de mortalidade
(%) não foi encontrada diferença significativa (P>0,05) (Tabela 4).
As intervenções medicamentosas foram aplicadas nos animais por um período de até 70
dias de experimento (Tabela 5). O número de medicações injetadas na fase de 0 – 40 dias se
comportaram da mesma maneira que os resultados observados no período de 0 – 70 dias,
sendo que as medicações injetadas apresentaram uma redução significativa para os animais
que receberam o tratamento contendo somente a presença de antibióticos em pulsos (T2) e em
relação à administração somente de SDP (T4) e grupo controle negativo (T1) (P<0,05), porém
não diferiu do tratamento com a associação de pulsos de antibióticos e SDP (T3) (P>0,05).
Não foi observada diferença significativa quanto às intervenções medicamentosas na fase de
41 – 70 dias. Ademais, o número de animais medicados foi maior quando submetidos ao T1
em relação ao T2 (antibiótico), porém não diferiu dos demais tratamentos, os quais também
foram semelhantes entre si (P>0,05). Por fim, não foi observado diferença na taxa de
mortalidade nos suínos entre os tratamentos administrados (P>0,05) (Tabela 4).
22
Tabela 5. Influência dos tratamentos sobre as intervenções medicamentosas e número de
animais medicados.
Variável Tratamentos
P T1 T2 T3 T4
Intervenções medicamentosas N° medicações injetadas 0 a 40 dias 18,00 ± 1,49a 11,50 ± 1,24b 15,07 ± 2,32ab 19,14 ± 1,53a 0,01 41 a 70 dias 1,78 ± 0,46 0,86 ± 0,33 0,86 ± 0,31 1,78 ± 0,38 0,10 0 a 70 dias 19,78 ± 1,63a 12,36 ± 1,21b 15,93 ± 2,36ab 20,93 ± 1,64a <0,05 N° de animais medicados 0 a 40 dias 11,57 ± 0,65a 8,71 ± 0,75b 9,43 ± 1,06ab 11,28 ± 0,68a 0,03 41 a 70 dias 1,78 ± 0,46ab 0,71 ± 0,24c 0,86 ± 0,31bc 1,86 ± 0,36a 0,03 0 a 70 dias 12,71 ± 0,77a 9,07 ± 0,76b 10,14 ± 1,11ab 11,86 ± 0,68ab 0,01 a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
O indicador de peso de carcaça apresentou menores valores para o T1 e T4 em relação
ao T2 (P<0,05), porém foram semelhantes ao T3, o qual não diferiu dos demais tratamentos
(P>0,05). Tratandose dos indicadores de porcentagem de carne e porcentagem de carne
magra nas análises de tipificação de carcaça dos suínos, não foi observado diferença entre os
tratamentos aplicados (P>0,05) (Figura 4b).
Figura 4. Indicadores do peso de carcaça (a), porcentagem de carne e carne magra (b).
a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
Em relação ao escore de fezes, não foi observado influência dos tratamentos
administrados nos suínos de crescimento e terminação (P>0,05) (Tabela 6). No entanto, por
meio da análise de regressão logística foi observado diferença entre as semanas de
23
alojamento, sendo que na primeira semana de alojamento foi verificado dezessete vezes mais
chance de os animais apresentarem fezes (Escore 1 e 2) em relação a semana 17. Além disso,
a segunda semana de alojamento obteve 25 vezes mais chance de os animais terem diarreias,
quando com parado a semana 17 (dado estatístico não apresentado). Por fim, verificouse que
o escore de fezes reduziu com o passar do tempo de alojamento.
Avaliando o escore de úlcera gástrica (tabela 6), podese verificar que os tratamentos
não apresentaram diferença significativa, porém, os machos imunocastrados demonstram uma
chance sete vezes maior de apresentarem úlceras nos escores 1, 2, 3 e 4 em relação as fêmeas
(P<0.05). Por fim, os dados de índice para pneumonia (IPP) foram submetidos somente a
análise descritiva, sendo registrado o IPP nos pulmões dos suínos abatidos os seguintes
índices de acordo com os tratamentos: 1,00 (T1), 1,08 (T2), 1,29 (T3) e 1,14 (T4). Da mesma
forma que o índice de tosse e espirro que foi somente analisado de acordo com o percentual
apresentado pelos animais onde os resultados encontrados foram os seguintes: TI: 4,0%; T2:
4,21%; T3: 3,85%; T4: 4,0%. No entanto, o índice de tosse e espirro dos suínos apresentaram
diferença quando avaliado o gênero dos animais em estudo, sendo que as fêmeas (4,55%)
apresentaram maior índice em relação aos machos (3,73%).
Tabela 6. Influência dos tratamentos sobre o escore de fezes e escore de úlcera gástrica
apresentada pelos suínos na fase de crescimento e terminação.
Variáveis Tratamentos
P T1 T2 T3 T4 Escore de fezes* 0 24,16 (188/778) 25,84 (201/778) 24,68 (192/778) 25,32 (197/778)
0,08 1 29,71 (41/138) 23,91 (33/138) 27,54 (38/138) 18,84 (26/138) 2 25,00 (9/36) 11,11 (4/36) 22,22 (8/36) 41,67 (15/36) 3 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) Escore de úlcera gástrica* 0 14,29 (1/7) 42,86 (3/7) 28,57 (2/7) 14,29 (1/7)
0,78 1 18,52 (5/27) 25,93 (7/27) 29,63 (8/27) 25,93 (7/27) 2 27,27 (3/11) 27,27 (3/11) 9,09 (1/11) 36,36 (4/11) 3 50,00 (2/4) 25,00 (1/4) 25,00 (1/4) 00,00 (0/4) 4 20,00 (1/5) 00,00 (0/5) 40,00 (2/5) 40,00 (2/5)
* Valores apresentados como média (avaliações por tratamento/avaliações total). Foi considerada diferença estatística ao nível de significância à 5% (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
24
Em relação ao custo de produção dos suínos submetidos a diferentes tratamentos, não
foi verificado diferença para os indicadores de custo de ração e custo com medicamentos
injetáveis por quilograma de suíno (P>0,05) (Tabela 7). Por outro lado, o custo com
medicamentos injetáveis por unidade de suíno foi inferior para o tratamento somente com uso
de pulsos de antibióticos (T2) (P<0,05). No entanto, o custo total de produção do T2 e T4
(somente com adição de SDP) foram semelhantes entre si (P>0,05). Ademais, o T1 (grupo
controle negativo) apresentou menor custo de produção (R$ 4,39/kg) quando comparado aos
demais tratamentos (P<0,05).
Tabela 7. Custo de produção dos suínos com alimentação de acordo com os tratamentos
administrados aos suínos na fase de crescimento e terminação.
Custo Produção Tratamentos
T1 T2 T3 T4 Custo com ração (R$/suíno) 182,96 183,42 184,65 183,63 Custo com ração (R$/kg) 4,379 4,509 4,619 4,500 Custo com injetáveis (R$/suíno) 1,36a 0,84c 1,11b 1,42a Custo com injetáveis (R$/kg) 0,017 0,007 0,010 0,012 Custo total produção (R$/kg) 4,390c 4,509b 4,629a 4,510b
a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 Ração somente com adição de SDP.
3.4. Discussão
No presente estudo, verificouse maior consumo de ração no tratamento com
antibiótico em pulsos (40,67 kg), no período de 71 – 84 dias. No entanto, no período de 41 –
70 dias o maior valor de ganho de peso (32,23 kg) foi obtido com antibiótico em pulsos
estratégicos associado ao plasma sanguíneo quando comparado ao controle negativo.
Percebeuse com esses dados que os animais consumiram maior quantidade de ração no
período de 71 – 84 dias quando administrado apenas antibióticos em pulsos estratégicos, fato
que não refletiu sobre o ganho de peso neste mesmo período. Podese observar neste estudo,
que a associação de antibiótico com SDP apresentou efeito positivo sobre ganho de peso e
ganho de peso diário dos suínos em relação ao tratamento controle negativo.
Diferentemente do encontrado neste experimento Vicari Junior et al. (2020) estudando
a suplementação de leitões com plasma sanguíneo desidratado no dia do nascimento e durante
25
o desempenho na fase de creche, verificaram que não houve efeito do tratamento com a
inclusão de plasma sanguíneo sobre o ganho total de peso. No entanto Zhao et al. (2007)
observaram que a utilização de proteína plasmática na suplementação da alimentação de
suínos melhorou o ganho de peso do crescimento dos suínos durante os 10 dias iniciais pós
desmame. Essas modificações não medicamentosas nas dietas agiram de forma independente
no que diz respeito aos seus impactos no desempenho pósdesmame e, portanto, podem ter
efeitos positivos sobre o desempenho zootécnico dos suínos.
Em experimento realizado por Rigueira et al. (2013), os autores observaram que no
período de 7 – 49 dias e de 7 – 63 dias o ganho de peso e o consumo de ração foram maiores
nos animais que receberam a dieta composta por plasma sanguíneo e extrato de levedura,
quando comparados com aqueles que consumiram a dieta controle, fato este que corrobora
com os dados encontrados no presente experimento em relação ao ganho de peso, porém sem
efeito sobre o consumo de ração.
Tratandose do consumo de ração, os suínos nas fases de crescimento e terminação
exigem um maior ganho de peso em menor tempo possível. Ademais, desejase um menor
consumo de ração, visto que o custo de ração é um dos fatores mais relacionados ao custo de
produção total (Patience et al., 2015). Portanto, quanto menor for a relação
peso/alimento/tempo, maior será a lucratividade do criador (Siebra et al., 2008).
Quanto ao parâmetro conversão alimentar, não foi observada diferença significativa
entre os animais nas fases avaliadas de crescimento e terminação independente do tratamento
(P>0,05). Resultado semelhante ao encontrado no estudo de Rigueira et al. (2013), o qual não
observaram nenhuma diferença sobre o desempenho dos animais de 7 – 21 dias e de 7 – 28
dias de idade em dietas suplementadas com plasma sanguíneo e/ou extrato de levedura no
ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.
Em relação à taxa de mortalidade dos suínos, não foi observada diferença nas fases de
crescimento e terminação independente do tratamento, resultado semelhante ao encontrado
por Vicari Júnior et al. (2020) e Mores et al. (2007), Segundo Santos et al. (2005) estes
valores de mortalidade podem ser atribuídos às boas condições ambientais, como qualidade
de ração, a desinfecção das instalações e de equipamentos e manejo adequados. Segundo
Corassa (2004), suínos alojados sob condições ambientais, de manejo e sanitárias inferiores
ou mais desafiadas a eficiência do uso de antimicrobianos pode ser mais evidenciada.
Diferentemente do encontrado neste trabalho, Messier et al. (2007) constataram que a
utilização de plasma sanguíneo como agente dietético na ração para suínos em crescimento
reduziu a mortalidade associada a circovirose suína.
26
Sugerese que devido às baias de alojamentos dos suínos serem intercaladas entre os
quatro tratamentos, a disposição possa ter influenciado na pressão de infecção local dos
pavilhões que foram utilizados neste estudo. De acordo com Gavioli et al. (2013) os
tratamentos que incluíram antimicrobianos foram responsáveis pela redução da excreção de
agentes no ambiente, reduzindo consequentemente a pressão de infecção local. Além disso,
estudos demonstraram um maior percentual de lactobacilos na flora intestinal de animais que
receberam tilosina como promotor de crescimento na fase de creche, quando comparados com
tratamentos que continham a inclusão de outros aditivos antimicrobianos, atribuindo as
melhores taxas de desempenho dos animais (Collier et al., 2003). Rutz et al. (2007) atribuem
que um bom estado sanitário e de saúde dos animais, permitem que os suínos possam
desenvolver seu potencial de crescimento, já o uso de aditivos promotores de crescimento
age, entre outras formas, promovendo uma melhora do status sanitário.
Conforme observado neste estudo, as intervenções medicamentosas realizadas nos
animais foram reduzidas quando utilizado somente antibiótico em pulsos na ração resultado
esperado pelo fato de que o uso de antimicrobianos na veterinária estão relacionados
prevenção da propagação epidêmica de doenças infecciosas e melhora da eficácia da
produção animal, pois estes são fármacos vitais e essenciais em medicina veterinária e
dificilmente podem ser substituídos se não existirem alternativas viáveis (Ungemach et al.,
2006). No entanto, os tratamentos com a inclusão de SDP apresentaram maior número de
medicações injetadas e maior número de animais medicados, e dessa forma, este fato indica
que a inserção de plasma sanguíneo na dieta não foi capaz de prevenir o aparecimento de
sinais clínicos, evitando a doença nos suínos na fase de crescimento e terminação. Por fim, a
taxa de mortalidade não foi afetada por nenhum dos tratamentos testados, em nenhum dos
tempos de análises, indicando que as intervenções medicamentosas injetáveis foram eficazes a
fim de garantir a sanidade do rebanho suíno. Em relação à taxa de mortalidade na fase de
creche Vicari Júnior et al. (2020) observaram que não houve diferenças entre os grupos
tratados com pasma e o grupo controle.
Tratandose dos indicadores de escore de fezes para a observação da presença de
diarreia nos suínos, não foi verificado diferença entre os tratamentos testados. No entanto, por
meio da análise de regressão logística foi observado diferença entre as semanas de
alojamento, sendo que na primeira semana de alojamento foi verificado dezessete vezes mais
chance de os animais apresentarem diarreias (Escore 1 e 2) em relação a semana 17. Além
disso, a segunda semana de alojamento obteve 25 vezes mais chance de os animais terem
diarreias, quando comparado a semana 17. Por fim, verificouse que o escore de fezes reduziu
27
com o passar do tempo de alojamento, o que representa um fator benéfico para a
implementação das dietas em estudos. No presente estudo o principal agente responsável pelo
desafio sanitário foi por E. Coli e segundo Stege et al. (2000), as cepas de E. coli
enterotoxigênicas também podem estar presentes em suínos entre 30 – 50 kg de peso vivo
com ou sem sintomas de diarreia.
Niewold et al. (2007) avaliaram a proteção oral contra Escherichia coli por plasma
sanguíneo, que pode ser atribuída a anticorpos espontâneos, neste caso anticorpos contra as
toxinas lábeis ao calor (inativado em altas temperatura), que causam diarreia secretora. Os
resultados indicam que a combinação de anticorpos com plasma sanguíneo é mais eficaz na
prevenção de Escherichia coli (Niewold et al., 2007). Assim, podese utilizar plasma
sanguíneo sem efeitos negativos durante o desenvolvimento de leitões (Niewold et al., 2007;
Pujols et al., 2016).
Um exemplo bemsucedido do uso de plasma sanguíneo foi relatado por Bosi et al.
(2004) no qual o consumo melhorou o desempenho do crescimento e reduziu os índices
inflamatórios em leitões desafiados com Escherichia coli ATCC K88 enterotoxigênica. Desse
modo, estudos que visem o aprimoramento nas práticas sanitárias e de manejo com a
utilização de substâncias ativas devem ser conduzidos para implementação da produção de
suínos com melhores condições sanitárias, garantindo a biossegurança e a sustentabilidade
econômicaambiental da cadeia produtiva da suinocultura (Cezário et al., 2020; Hauptli et al.,
2007; Lovatto et al., 2005; PérezBosque et al., 2006).
Avaliando o escore de úlcera gástrica, podese verificar que não apresentaram diferença
significativa entre os tratamentos, porém houve diferença para o gênero, onde os machos
imunocastrados demonstram uma probabilidade sete (07) vezes maior de apresentarem
úlceras nos escores 1, 2, 3 e 4 em relação as fêmeas. Da mesma forma que os resultados
encontrados por Di Martino et al. (2013) onde observaram que machos apresentaram maior
probabilidade de desenvolverem úlcera em relação as fêmeas, mesmo dado encontrado por
Carvalho et al. (1999), que constataram a influência significativa do sexo sobre a ocorrência
de lesões na região gastrosofágica do estômago, sendo o índice dos animais castrados quase
10 pontos percentuais mais elevado que o das fêmeas. Segundo Sobestiansky e Kieckhofer
(2012), que a úlcera gastroesofágica pode ser constatada em animais com histórico de estresse
dietético, pois o arraçoamento está sujeito a fatores de interrupção do regime alimentar
normal, sugerese que o manejo de restrição alimentar, realizado mais fortemente em machos,
ao final da terminação pode desencadear o aparecimento de úlceras.
28
Ao avaliar o índice de tosse e espirro, podese verificar que os tratamentos não
apresentaram diferença significativa, no entanto, o mesmo fato ocorreu com o escore de
úlcera, onde somente foi observada diferença para o gênero, sendo as fêmeas (4,55%) os
animais que apresentaram maior índice em relação aos machos (3,73%). No presente estudo o
principal agente responsável pelo desafio sanitário respiratório foi Glaesserella parasuis e de
acordo com Oliveira et al. (2007) os sinais clínicos da doença de Glässer são observados,
principalmente, em suínos de 4 a 8 semanas, portando o aparecimento dos sinais clínicos
respiratórios se dão em suínos na fase de creche e inicio da fase de crescimento, em razão
disso o índice de tosse e espirro foi maior no período inicial do experimento, reduzindo com o
avanço das semanas.
De acordo com os resultados encontrados para IPP, os pulmões dos suínos
apresentaram índice acima do descrito como granjas sem problemas, independente dos em
todos os tratamentos pois, de acordo com Sobestiansky e Barcellos (2012), quando o índice
de IPP ultrapassar 0,9 indica que o lote passou por ocorrência grave de pneumonia, tanto
maior quanto mais elevado for este índice. No presente estudo ocorreu um desafio sanitário na
fase de crescimento onde o agente identificado foi Glaesserella parasuis, que cursa com
lesões pulmonares como broncopneumonia supurativa além de polisserosite e poliartrite
(Sobestiansky e Barcellos, 2012).
Muller et al. (2018) avaliou o efeito do plasma sanguíneo na saúde de leitões pós
desmame desafiados com dietas contaminadas com aflatoxinas e fumonisinas. Uma vez que a
dieta estava contaminada com micotoxinas causou intoxicação subclínica nos leitões,
observada pelo aumento da produção de radicais livres e peroxidação lipídica, por outro lado,
o plasma sanguíneo apresentou efeito protetor, minimizando os efeitos do estresse oxidativo
causado pela ingestão de aflatoxinas e fumonisinas.
Além disso, pesquisas indicam que a utilização de plasma sanguíneo na dieta pode ser
um benefício para a eventual ocorrência de desafios sanitários as quais os animais são
submetidos durante a criação. Amaral et al. (2011) avaliaram leitões desafiados pelo
circovírus que receberam plasma com água acidificada apresentaram melhoras clinicas em
relação ao grupo controle negativo. Desse modo, a utilização da tecnologia de spray dried
para a produção plasma sanguíneo vem sendo amplamente testado e se apresenta como uma
boa alternativa para uso em conjunto com todas as outras práticas sanitárias, visando a
melhoria do desempenho dos animais (PérezBosque et al., 2016).
Pujols et al. (2016) verificaram a influência do plasma sanguíneo em dietas iniciais
associadas a um programa de vacinação convencional no desempenho do desmame à
29
terminação de suínos. Os resultados obtidos demonstraram que os suínos alimentados com a
dieta enriquecida com plasma sanguíneo apresentaram peso de carcaça maior após 145 dias de
alojamento, quando comparado com os grupos alimentados com a dieta controle. Este fato
não foi observado no presente estudo, visto que o peso de carcaça das leitoas foi semelhante
para aqueles animais que receberam a alimentação com SDP comparado à dieta controle sem
o uso de pulsos de antibióticos ou de plasma. Por outro lado, a alimentação com dietas na
presença de antibiótico em pulsos estratégicos apresentou um maior peso com relação ao peso
da carcaça, ou seja, pela análise de tipificação as leitoas abatidas apresentaram carcaças mais
pesadas em relação aos demais tratamentos aplicados. Esse resultado corrobora com o
encontrado por Rosa et. al. (2015) em que suínos tratados com antibióticos na fase de
crescimento e terminação apresentaram peso de carcaça superiores aos suínos do grupo
controle. Anderson et al. (1999) sugeriram que a diferença de peso de órgãos entre
tratamentos foi devida à característica que os antimicrobianos têm de atuar na redução da
quantidade de microrganismos produtores de toxinas aderidos ao epitélio intestinal, levando à
diminuição da espessura da parede intestinal.
A gestão por meio da contabilidade de custos é uma ferramenta importante no
processo decisório e não deve ser negligenciado (Iudícibus, 2000). Portanto, neste estudo foi
analisado os custos e viabilidade financeira por comparação dos tratamentos aplicados nos
suínos na fase de crescimento e terminação. Quanto ao custo total de produção (R$) dos
suínos, pode ser observado o menor custo de produção (R$ 4,39/kg) do tratamento controle
negativo, sendo o maior custo apresentado pela associação de antibióticos com SDP. Por
outro lado, os custos com a utilização de SDP foram semelhante ao uso com somente pulsos
de antibióticos, o que demonstra ser uma alternativa economicamente viável para a
substituição de antimicrobianos na ração de suínos nesta fase. Os resultados desse trabalho
estão compatíveis com os achados de Lima et al. (2019) e Rangel et al. (2020) que avaliaram
o uso de SDP em animais de crescimento e terminação buscando redução na dependência de
antimicrobianos em animais de crescimento e terminação os quais observaram uma maior
rentabilidade para os tratamentos com SDP.
3.5. Conclusão
Os suínos apresentaram maior ganho de peso quando alimentados com SDP associado
aos pulsos estratégicos de antibióticos em relação aos demais grupos, porém somente com a
utilização de antibióticos em pulsos estratégicos, ocorreu maior consumo de ração, mas não
30
alterou a conversão alimentar dos animais. Apesar disso, os custos de produção somente com
a utilização de SPD foram inferiores que quando combinado a antibióticos, podendo ser o
SPD uma alternativa a retirada de antibióticos através de pulsos nas rações dos suínos na fase
de crescimento e terminação. Em relação aos parâmetros sanitários, os tratamentos não
tiveram influência sobre o índice para pneumonia, escore de fezes, índice de tosse e espirro,
nem sobre o escore de úlcera gástrica. Porém, o tratamento com inclusão estratégica de
antibióticos apresentou um menor número de medicações injetadas e menor número de
animais medicados, não havendo influência na taxa de mortalidade independente do
tratamento avaliado.
31
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de antibióticos sempre teve por objetivo tratar ou prevenir doenças, embora o
desafio de produzir carnes de maneira mais eficiente permanece e com a mudança do perfil
consumidor a indústria da produção de suínos vem se adaptando para produzir suínos com
quantidades menores de antimicrobianos.
A ciência vem evoluindo, através do uso mais assertivo das moléculas antimicrobianas
e da busca por produtos alternativos como: prebióticos, probióticos, enzimas, óleos essenciais,
ácidos orgânicos entre outras moléculas.
De acordo com os resultados obtidos neste experimento percebemos que o uso de
plasma spray dried como ingrediente na alimentação de suínos na fase de crescimento e
terminação surge como uma boa opção para colaborar com a redução do uso de
antimicrobianos. Uma vez que SDP em associação aos pulsos estratégicos de medicamento
apresentou resultados zootécnicos superiores. Levando em consideração os custos de
produção/kg de suíno, não houve diferença entre os custos de produção do tratamento com
pulsos estratégicos de medicamento (T2) e o tratamento apenas o plasma (T4).
Para futuros trabalhos relacionados a este tema, seria interessante estudar o efeito de
diferentes concentrações de plasma sanguíneo na associação ou em substituição aos
antibióticos, visando reduzir o uso de microbicidas.
32
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