instituto federal catarinense próreitora de pesquisa, pós

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I STITUTO FEDER L C T RI E SE P ó e to  de Pe , Pó G d ção e I o ção Me t do P o o  em P od ção e S d de m        D e t ção       V LI Ç O DO EFEITO DO PL SM  S GU EO EM SU STITU O OU SSOCI DO  TI I TICOS EM LEITÕES  F SE DE CRES CIME TO E TERMI ÇO        e do Ge        , 2021 

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Page 1: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE

Pró­reitora de Pesquisa, Pós­Graduação e Inovação

Mestrado Profissional em Produção e Sanidade Animal

Dissertação

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU

ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E

TERMINAÇÃO

Bernardo Gesing

Araquari, 2021

Page 2: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

Bernardo Gesing

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU

ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E

TERMINAÇÃO

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional

em Produção e Sanidade Animal do Instituto Federal

Catarinense, como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre em Ciências (área de concentração:

Produção e Sanidade Animal).

Orientador

Fabiana Moreira

Coorientadores

Elizabeth Schwegler

Ivan Bianchi

Luís Fernando Sarmento Rangel

Araquari, 2021

Page 3: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do ICMC/USP, cedido ao IFC e

adaptado pela CTI ­ Araquari e pelas bibliotecas do Campus de Araquari e Concórdia.

GG389aGesing, Bernardo AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EMSUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NAFASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO / Bernardo Gesing;orientadora Fabiana Moreira; coorientadora Elizabeth Schwegler; coorientador Ivan Bianchi; coorientadorLuís Fernando Sarmento Rangel. ­­ Araquari, 2021. 49 p.

Dissertação (mestrado) ­ Instituto FederalCatarinense, campus Araquari, Mestrado Profissionalem Produção e Sanidade Animal, Araquari, 2021.

Inclui referências.

1. Spray dried plasma. 2. conversão alimentar. 3.ganho de peso. 4. suíno. 5. custo de produção. I.Moreira, Fabiana , II. Schwegler, Elizabeth . III.Bianchi, Ivan. IV. Rangel, Luís Fernando Sarmento . V.Instituto Federal Catarinense. Mestrado Profissionalem Produção e Sanidade Animal. VI. Título.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL CATARINENSESISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO ECONTRATOS

FOLHA DE ASSINATURAS

Emitido em 28/07/2021

DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS ­ CAMPUS ARAQUARI Nº 08/2021 ­ PGPSA/ARAQ (11.01.02.22) (Nº do Documento: 6)

NÃO PROTOCOLADO)(Nº do Protocolo:

(Assinado digitalmente em 03/09/2021 14:29 )FABIANA MOREIRA

PROFESSOR ENS BASICO TECN TECNOLOGICOCPESIN/ARA (11.01.02.02.02.02)

Matrícula: 2277465

Para verificar a autenticidade deste documento entre em informando seu número: ,https://sig.ifc.edu.br/documentos/ 6ano: , tipo: , data de emissão: 2021 DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS ­ CAMPUS ARAQUARI 03/09/2021

e o código de verificação: dc49feca6b

Page 6: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me mantido firme, no trilho certo, com saúde

e forças para chegar ao fim deste projeto.

Sou grato à minha família, pelo apoio e educação que me deram durante toda a minha

vida. Minha mãe que tanto me apoiou na decisão da minha profissão.

À minha companheira Jocleita, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando,

compreendendo minhas ausências no decorrer deste projeto e que durante esta jornada trouxe

ao mundo nosso tão amado Filho, Francisco que apesar de tão jovem me ensina a cada dia

como ser um ser humano melhor.

À minha equipe de orientação, principalmente a minha orientadora Fabiana Moreira,

por aceitar novamente a me orientar, juntamente com os coorientadores Ivan Bianchi, Luís

Fernando Sarmento Rangel e Elizabeth Schwegler, os participantes Kairon Adam Franz,

Leandro de Godoy Borges e Maria Eduarda Rosa estagiária dedicada a qual sempre me

estenderam a mão.

Ao meu filho de coração William, o qual a pandemia nos possibilitou um convívio

mais estreito e que no decorrer deste projeto juntamente com a Jo e Fabiana foram

fundamentais para finalização deste projeto.

À empresa Pamplona Alimentos S/A, Edival Justen, diretor de suprimentos e fomento

agropecuário e Fabrício Murilo Beker, gerente de fomento agropecuário, por me autorizarem

a ingressar no programa de pós­graduação.

À empresa APC Inc do Brasil Ltda, Luís Rangel, Diretor de Serviços Técnicos

América Latina, pelos produtos, assistência técnica e companheirismo no planejamento e

execução deste projeto.

À equipe da fábrica de rações, na pessoa do gestor Ivan de Castro e Nutricionista

Sócrates Roberto Bill de Macedo, a granja Pouso da Caixa na pessoa do gestor Ronaldo

Schotten e da assistente técnica Suzane Recalcati, pelo entendimento dos benefícios e apoio

ao trabalho.

Ao colega Adriano Norenberg e aos integrados Silvio Stupp (in memoriam) e

Vanderlei Stupp pela dedicação e comprometimento, meu muito obrigado.

A toda equipe do fomento agropecuário que me auxiliou na realização do trabalho,

Adriano Norenberg, Leirson Vicente e Reinaldo Custódio de Oliveira pelo acompanhamento

a campo, e aos colegas Pricila Baldessar, Daniela Bampi, Derner Paulo Três, Kairon Adam

Franz, Reinaldo Custódio de Oliveira, que auxiliaram na condução do trabalho no abatedouro.

A toda a equipe do Serviço de Inspeção Federal, funcionários da indústria e do

controle de qualidade pelo auxílio na organização para a execução dos trabalhos.

Page 7: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

A professora Lucélia Hauptli e ao colega Rafael Keith Ono por aceitarem o convite

para fazer parte da banca avaliadora e disponibilizarem o seu tempo.

A todos os colegas do Instituto Federal Catarinense, professores e alunos, que de

alguma forma me auxiliaram nos trabalhos, meu obrigado.

Muito obrigado a todos!

Page 8: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

Resumo

GESING, Bernardo. Avaliação do efeito do plasma sanguíneo em substituição ou associado a antibióticos em leitões na fase de crescimento e terminação. 2021. 49f. Dissertação ­ Curso de Pós­Graduação em Produção e Sanidade Animal, Pró­reitora de Pesquisa, Pós­Graduação e Inovação, Instituto Federal Catarinense, Araquari, 2021.

O uso dos antibióticos na produção animal vem sendo restringido para atender a demanda do mercado. Dessa forma, pesquisas estão sendo realizadas atualmente visando encontrar alternativas, tais como a utilização de probióticos e plasma sanguíneo. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do plasma sanguíneo em substituição ou associação a antibióticos utilizados em pulsos estratégicos presentes na alimentação de leitões na fase de crescimento e terminação, sobre os parâmetros zootécnicos e sanitários. Foram selecionados 1.456 leitões na saída de creche, avaliados por 122 dias, submetidos a 4 tratamentos com 14 repetições compostos por 3 categorias de peso inicial de entrada dos animais e avaliados em 2 gêneros. Para os tratamentos com inclusão, foi utilizado o plasma sanguíneo (spray dried plasma, SDP) de bovinos. Os tratamentos consistiram em: ração sem adição de antibióticos e sem SDP (T1), sendo o grupo controle negativo; ração com adição do protocolo medicamentoso padrão da empresa e sem inclusão de SDP, controle positivo (T2); ração com adição do protocolo medicamentoso padrão da empresa associado a três pulsos de SDP (T3); e ração com adição de SDP sem a inserção de antibióticos (T4). Os dados foram analisados utilizando o software Statistical Analysis System (SAS®, v.9.5, Inst. Inc., Cary, NC) e submetidos ao teste de normalidade de Shapiro­Wilk a 5% de probabilidade. Posteriormente, os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA). Os resultados indicaram que suínos submetidos ao T2 apresentaram maior consumo de ração, sendo que a média do consumo e a conversão alimentar foram de 289,73 kg e 2,57 kg/kg (ração consumido/peso ganho), respectivamente. O ganho de peso durante o período de 0 – 122 dias para os leitões do T3 (114,12 kg) e T4 (114,2 kg) foram superiores aos suínos do T1 (111,46 kg) (P>0,05). Além disso, suínos submetidos ao tratamento baseado em antibiótico associado com plasma (T3) apresentaram um aumento de 7,76 % no ganho de peso quando comparado aos suínos do T1. Não foi observada diferença significativa na taxa de mortalidade dos animais, independente do tratamento (P>0,05). Em relação aos parâmetros sanitários, o escore de fezes e índice de tosse e espirro diminuiu com o passar das semanas (P>0,05), sendo que as fêmeas apresentam maior índice (4,55 %) de tosse e espirro em relação aos machos (3,73 %) (P>0,05). O índice para pneumonia e escore de úlcera apresentado pelos leitões não foi influenciado pelos tratamentos (P>0,05). Ademais, por meio da análise de custos, não foi verificado diferença significativa entre os tratamentos para os custos de ração e custo com medicamentos injetáveis por kg de suíno. No entanto, os suínos do T1 apresentaram menor custo de produção total quando comparado aos animais dos outros tratamentos (P>0,05). Os leitões apresentaram maior ganho de peso para o tratamento associado aos pulsos de antibióticos em relação ao grupo controle, porém somente com a utilização de antibióticos em pulsos estratégicos, favoreceu o consumo de ração e, mas não alterou a conversão alimentar dos animais. Apesar disso, os custos de produção somente com a utilização de SPD foram menores que combinado com antibióticos, podendo ser uma alternativa a remoção e/ou redução destes aditivos como pulsos nas rações. Palavras­chaves: Spray dried plasma; conversão alimentar; ganho de peso; suíno; custo de produção.

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Abstract

GESING, Bernardo. Evaluation of the effect of spray dried blood plasma in replacement or associated with antibiotics in grower and finisher feed phases for swine. 2021. 49f. Dissertation (Master’s in Sciences) ­ Postgraduate in Animal Production and Health, Pro­Rectory of Research, Graduate and Innovation, Federal Institute of Santa Catarina, Araquari, 2021. The use of antibiotics in animal feed has been restricted to meet regulatory and consumer demand. Therefore, research is currently being done to find alternatives, such as the use of probiotics and spray dried blood plasma (SDP). The aim of this study was to evaluate the effect of blood plasma SDP in replacement or association with antibiotics on zootechnical and sanitary parameters. The treatments were used as strategic pulses of either antibiotics or SDP in the feed of swine during the growing and finishing phases. A total of 1,456 swine were selected just after leaving the nursery and were evaluated for 122 days. The swine were submitted to 4 dietary treatments with 14 repetitions composed of 3 categories of initial body weight at housing and evaluated in 2 genera (male vs female). The dietary treatments consisted of feed without antibiotics and without SDP (T1), being the control group; feed with addition of the company standard medication protocol and without inclusion of SDP (T2); feed plus the company standard medication protocol associated with three pulses of SDP (T3); and feed with the addition of SDP without the addition of antibiotics (T4). Data were analyzed using the Statistical Analysis System software (SAS®, v.9.5, Inst. Inc., Cary, NC) and submitted to the Shapiro­Wilk normality test at 5% probability. Subsequently, the data were submitted to Analysis of Variance (ANOVA). The results indicated that T2 had the highest feed intake, with the average intake and feed conversion being 289,73 kg and 2,57 kg/kg (feed consumed/weight gained), respectively. Weight gain during the period of 0­122 days for T3 (114,12 kg) and T4 (114,2 kg) were higher (P<0,05) than T1 (111,46 kg). Furthermore, the antibiotic­based treatment associated with SDP (T3) showed a 7,76% increase in weight gain when compared to T1. There was no significant difference in the mortality rate of animals, regardless the treatment (P>0,05). Regarding health parameters, the diarrhea score and cough and sneezing index decreased over the weeks (P<0.05), with females having a higher (P>0,05) rate (4,55%) of coughing and sneezing compared to males (3,73%). The index for pneumonia and ulcer score was not influenced by the treatments (P>0,05). Furthermore, cost analysis showed, no significant difference between treatments for feed costs and cost of injectable drugs per kg of animal. However, T1 had the lower total production cost when compared to other treatments (P>0,05). Swine showed greater weight gain for T3 when compared to the control group. The use of antibiotics in strategic pulses (T2) favored feed intake but did not change the feed conversion of the animals. Despite this, the production costs only with the use of SDP (T4) was lower than that combined with antibiotics (T3), which suggests that SDP could be an alternative to the withdrawal and/or reduction of these antibiotics as pulses in animal feed. Keywords: Spray dried plasma; feed conversion; weight gain; swine; production cost.

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Protocolo de vacinação utilizado para imunização dos animais na fase de

maternidade, creche, crescimento e terminação. 9

Tabela 2 Níveis de inclusão dos princípios ativos (SDP), de acordo com os

tratamentos na fase de crescimento e terminação. 12

Tabela 3 Composição nutricional das dietas basais fornecida aos animais durante

o período experimental. 14

Tabela 4 Influência dos tratamentos sobre o consumo de ração, conversão

alimentar, ganho de peso, ganho de peso diário e taxa de mortalidade

dos suínos na fase de crescimento e terminação. 20

Tabela 5 Influência dos tratamentos sobre as intervenções medicamentosas e

número de animais medicados. 22

Tabela 6 Influência dos tratamentos sobre o escore de fezes, índice de tosse e

espirro e escore de úlcera gástrica apresentados pelos suínos em

crescimento e terminação. 23

Tabela 7 Custo de produção dos suínos com alimentação de acordo com os

tratamentos administrados aos suínos na fase de crescimento e

terminação. 24

Page 11: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

Lista de Figuras

Figura 1 Croqui da unidade experimental e da distribuição dos animais nos quatro

tratamentos. 13

Figura 2 Fluxograma de execução do experimento. 18

Figura 3 Distribuição das categorias de suínos de acordo com os tratamentos e o

peso (kg) de entrada no crescimento e terminação. 19

Figura 4 Indicadores do peso de carcaça (a), porcentagem de carne e carne magra

(b). 22

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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................. ........... ....1

1.1. Panorama da produção de suínos no Brasil e no mundo .......................................1

1.2. Utilização de antimicrobianos na produção animal e saúde única.........................1

1.3. Plasma sanguíneo como alternativa à utilização de antimicrobianos.....................3

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 6

2.1 Geral ........................................................................................................................... 6

2.2 Específicos .................................................................................................................. 6

3 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM SUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO......................................................................................7

3.1 Introdução ................................................................................................................... 7

3.2 Material e Métodos ..................................................................................................... 9

3.2.1 Comitê de Ética no Uso de Animais ................................................................. 9

3.2.2 Animais e Unidade Experimental ..................................................................... 9

3.2.3 Preparo da alimentação com inclusão de plasma sanguíneo...........................10

3.2.4 Delineamento experimental ............................................................................ 14

3.2.5 Avaliação dos parâmetros zootécnicos e sanitários ........................................ 15

3.2.6 Análise de custos ............................................................................................. 16

3.2.7 Análise estatística ............................................................................................ 17

3.3 Resultados ................................................................................................................ 18

3.4 Discussão .................................................................................................................. 24

3.5 Conclusão ................................................................................................................. 29

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 31

5 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 32

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1

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

1.1. Panorama da produção de suínos no Brasil e no mundo

A carne suína está entre as mais antigas formas de alimentação humana, sendo a

espécie mais consumida no mundo (FAO, 2016). Atualmente o Brasil é o 4º maior

produtor e exportador de carne suína no mundo, permanecendo atrás apenas da China,

União Europeia e EUA (ABPA, 2021). No Brasil, a suinocultura se destaca por ser uma

cadeia produtiva de grande importância socioeconômica, visto que a produção brasileira

atingiu 4.436 milhões toneladas de suínos abatidos no ano de 2020, um aumento de

11,37% em relação a 2019 (ABPA, 2021). Ademais, a Região Sul do Brasil concentra

70,91% do abate efetivo nacional, com Santa Catarina no topo do ranking estadual, com

30,73% dos suínos abatidos no Brasil (ABPA, 2021). Do plantel total do país, 11,5%

(4,7 milhões) são matrizes, com a maior distribuição concentrada na Região Sul, sendo

16,1%, 13,4% e 12,0% em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente

(BRASIL­IBGE, 2017). Por fim, a produção brasileira de carne suína em 2020 atingiu a

marca de 4.436 milhões de toneladas, sendo 77% dessa produção destinada ao mercado

interno e 23% ao mercado externo. Do montante das exportações brasileiras, Santa

Catarina representou 51,68%, mantendo o estado na primeira posição do Brasil (FIESC,

2021).

1.2. Utilização de antimicrobianos na produção animal e saúde única

O aumento de renda da população tem impulsionado cada vez mais a demanda

mundial por proteína animal. Para acompanhar esse cenário, é projetada a utilização de

sistemas de produção intensivos, associados ao aumento da dependência de antibióticos

como promotores de crescimento (Santos et al., 2005). Esses princípios ativos são

utilizados em doses baixas com o objetivo de melhorar a eficiência nutricional do

animal, por reduzir a atividade imunológica nas infecções bacterianas intestinais (Saad,

2006).

Os antimicrobianos têm desempenhado importante papel no controle e redução

das doenças infecciosas, propiciando a intensificação da produção de animais para

alimentação humana (Costa and Silva Junior, 2017). No entanto, a disseminação de

resistência antimicrobiana pode trazer impactos econômicos e sociais que ameaçam este

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progresso, pois o surgimento de patógenos resistentes a antimicrobianos traz

preocupação a saúde global (Singer et al., 2016). Estima­se que a resistência

antimicrobiana poderá causar dez milhões de mortes humanas anualmente a partir de

2050 (Singer et al., 2016).

O uso demasiado de antimicrobianos em doses subterapêuticas com o objetivo

de melhorar o desempenho dos animais tem causado uma crise global de resistência dos

microrganismos a uma ampla variedade de princípios ativos (Regitano and Leal, 2010).

Além disso, as bactérias e seus genes resistentes podem ser transmitidos à microbiota

humana, reduzindo a eficácia de diversos antimicrobianos utilizados no tratamento de

doenças em humanos (Bezerra et al., 2017).

A resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública global, e as

principais instituições internacionais, tais como a Organização Mundial da Saúde

(OMS) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da

América identificaram estratégias para o seu controle (Matta, 2005). Portanto, gerenciar

o uso de substâncias antimicrobianas na produção animal é um desafio para o futuro,

pois se espera que a população mundial aumente para dois bilhões de pessoas até o ano

de 2050, além do aumento do consumo de proteínas de origem animal devido ao rápido

desenvolvimento econômico em países de baixa e média renda (Saath and Fachinello,

2018).

Visando promover uma saúde geral das populações, por volta do ano 2000 foi

introduzido o conceito de saúde única, que considera a saúde humana e animal

interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas (Pfuetzenreiter et al., 2004).

Este conceito é previsto e implementado pela Organização Mundial de Saúde Animal

(OIE) como uma abordagem global colaborativa para a compreensão dos riscos para a

saúde humana e animal (incluindo animais domésticos e vida selvagem) e para a saúde

do ecossistema como um todo. Doenças de origem animal podem ser transmitidas aos

homens e representam riscos mundiais à saúde pública (Zanella, 2016). A OIE estima

que 60% das doenças infecciosas humanas existentes são de origem animal e que pelo

menos 75% das doenças infecciosas dos humanos (HIV, Ebola e Influenza) possuem

origem animal (Rambauske et al., 2014). A atual pandemia de SARS­CoV­2 é mais um

excepcional exemplo da importância das zoonoses e possivelmente teve origem

zoonótica (Andersen et al., 2020).

O Ministério da Saúde Brasileiro orienta que o controle dos patógenos animais em

sua origem é a maneira mais eficaz e econômica para proteger as populações (BRASIL­

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3

MS, 2016). Consequentemente, estratégias globais para prevenir e controlar os

patógenos devem ser desenvolvidas se quisermos proteger a saúde pública. Estes devem

ser coordenados na interface humano­animal­ecossistemas e aplicado nos níveis

nacional, regional e global por meio de da implantação de políticas apropriadas (OIE,

2021).

A carne, sob o ponto de vista nutricional, é uma ótima fonte de aminoácidos

essenciais, de alguns minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais (Burin et al., 2016).

Ainda, deve­se considerar que dois micronutrientes importantes estão presentes apenas

na carne, que são as vitaminas A e B12, as quais não podem ser compensadas por

provitaminas (Pires et al., 2006).

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(FAO), mais de 50% da população humana possuem alimentação deficiente, sendo que

muitas apresentam dietas insuficientes na qualidade nutricional, o que pode causar

doenças crônicas relacionadas à dieta (Martinelli and Cavalli, 2019). A principal causa

desta deficiência é a disparidade entre o crescimento populacional e a produção de

alimentos, sendo que uma das formas de mitigar este problema consiste na ampliação da

produtividade de alimentos (FAO, 2016).

1.3. Plasma sanguíneo como alternativa à utilização de antimicrobianos

A fim de viabilizar a produção animal em larga escala livre ou com uso restrito

de antibióticos, deverão ser empregadas e aprimoradas medidas de biosseguridade,

manejo, sanidade e nutrição (Guimarães et al., 2010). Uma alternativa observada com a

finalidade de não afetar negativamente o desempenho produtivo dos suínos é a

utilização de plasma sanguíneo, produzido pelo processo de spray drying (Freitas et al.,

2013). Além disso, de forma geral o plasma pode ser postulado como uma excelente

alternativa aos antimicrobianos usados em dieta de suínos na fase após a desmama

(Torrallardona, 2009).

O plasma sanguíneo seco por spray drying (SDP) é um produto com grande

proporção de proteína de alta digestibilidade obtido a partir do fracionamento industrial

de sangue de animais saudáveis, podendo ser de origem bovina, suína ou de espécies

mistas com níveis nutricionais de 78% de proteína bruta, com níveis de digestibilidade

em pepsina (0,002%) de 70%, energia metabolizável de 3.906Kcal/kg. O processamento

consiste na coleta do sangue, adição de anticoagulante, centrifugação, concentração e

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4

secagem por atomização com calor (Gatnau, 1990). Esse produto é composto

principalmente por proteínas, minerais e água. A porção proteica constitui­se de

aproximadamente 28% de albumina, 22,5% de globulinas e 0,5% de proteínas de baixo

peso molecular onde as albuminas são responsáveis pela regulação da pressão osmótica

e manutenção da capacidade tampão do sangue. Já as imunoglobulinas (IgG), compõem

grande parte do plasma sanguíneo, possuem função imunológica (Pierce et al., 2005).

O plasma sanguíneo é comumente incluído na dieta de suínos desmamados para

melhorar o desempenho produtivo dos animais (Gattás et al., 2008; Niewold et al.,

2007; Pujols et al., 2016). Alguns estudos demostraram que a inclusão de plasma

sanguíneo na dieta de leitões desmamados resultou em um aumento médio de 20% no

ganho médio diário, 10% no consumo médio diário e redução geral de 3% na conversão

alimentar (Barbosa et al., 2007; Gattás et al., 2008). Esse melhor desempenho está

relacionado ao aumento do consumo de ração, no qual pode ser explicado pela maior

palatabilidade e pela ingestão de uma fonte proteica de alta qualidade e digestibilidade

(Gattás et al., 2008; Pérez­Bosque et al., 2016).

Além do seu efeito direto sob os parâmetros zootécnicos, o plasma sanguíneo

pode resultar em um melhor desempenho produtivo devido a sua atuação no sistema

imunológico, permitindo o direcionamento de energia e nutrientes para o crescimento e

outras funções corpóreas (Pérez­Bosque et al., 2016). Observou­se que o plasma

sanguíneo promove uma redução da ligação de antígenos na mucosa intestinal (dos

Santos Cerqueira et al., 2019) e diminui a incidência de diarreias (Assis Júnior et al.,

2009; Lima et al., 2009). Leitões alimentados com plasma sanguíneo mostraram uma

baixa expressão de citocinas pró­inflamatórias e menor ativação de linfócitos presentes

no tecido linfoide associado a mucosa intestinal, responsáveis pela resposta inflamatória

(Pérez­Bosque et al., 2016).

A utilização de SDP na dieta de leitões desmamados melhorou o desempenho

dos leitões na fase de creche, entretanto, o desempenho ficou dependente de alguns

fatores como o nível de inclusão de plasma sanguíneo nas dietas, da idade, do peso, da

sanidade e do local de criação dos leitões (Barbosa et al., 2007; Gattás et al., 2008;

Pérez­Bosque et al., 2016).

Foi observado que dietas suplementadas com proteínas plasmáticas, como plasma

sanguíneo ou concentrado de imunoglobulinas, podem prevenir alterações na estrutura

do epitélio durante o processo inflamatório e melhorar a função de barreira da mucosa

intestinal (Cerqueira et al., 2019). Os anticorpos presentes no plasma sanguíneo

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5

diminuem a estimulação do sistema imune, seja por ligação ou interferência na ação do

patógeno na mucosa intestinal, impedindo o crescimento microbiano e auxiliando na

integridade da mucosa (Lima et al., 2009).

Tran et al. (2018) descreveram que a alimentação de leitões com plasma

sanguíneo pode diminuir as bactérias patogênicas (Clostridium difficile e Erysipelothrix

rhusiopathiae) e aumentar microrganismos benéficos ao trato gastrointestinal

(Clostridium sp., Ruminococcus sp. e Lactobacillus sp.). Também foram observados

menores taxas de mortalidade, melhor eficiência alimentar e maior ganho de peso médio

diário acumulado em suínos alojados no sistema de desmame à terminação, alimentados

nas fases iniciais com plasma sanguíneo suíno (Pujols et al., 2016).

Portanto, o uso estratégico do plasma sanguíneo durante fase de crescimento e

terminação pode ser considerado uma ferramenta para a redução do uso de antibióticos

em granjas, pois os resultados se apresentaram melhores ou semelhantes aos suínos

tratados com antimicrobianos. Além disso, a inclusão de plasma sanguíneo em

substituição ou associado aos antimicrobianos foi viável economicamente quando

administrado para animais em fase de crescimento e terminação (Lima et al., 2019).

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6

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Avaliar o efeito de plasma sanguíneo como ingrediente em rações, em

substituição ou associados aos pulsos estratégicos de antibióticos em suínos fases de

crescimento e terminação sobre os índices zootécnicos e sanitários em condições

comerciais no Brasil.

2.2. Objetivos específicos

Avaliar a influência dos tratamentos sobre os índices zootécnicos: conversão

alimentar, ganho de peso individual, ganho de peso médio diário e taxa de

mortalidade;

Avaliar a influência dos tratamentos sobre os índices de tosse e espirro e o

escore de fezes durante todo período de alojamento;

Avaliar a influência dos tratamentos sobre a tipificação de carcaça, os índices

para pneumonia e índice de úlcera gástrica;

Avaliar a viabilidade financeira do uso de plasma sanguíneo na dieta.

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7

3. AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PLASMA SANGUÍNEO EM

SUBSTITUIÇÃO OU ASSOCIADO A ANTIBIÓTICOS EM LEITÕES NA

FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

Gesing, Bernardo1,2; Rosa, Maria Eduarda2; Rangel, Luiz Fernando Sarmento³, Borges;

Leandro de Godoy³, Peripolli, Vanessa2; Schwegler, Elizabeth2; Bianchi, Ivan2;

Moreira, Fabiana2

1Curso de Pós­Graduação em Produção e Sanidade Animal (PPGPSA), Instituto Federal

Catarinense ­ Campus Araquari ­ 89245­000 ­ Araquari, SC, Brasil. 2Núcleo de Pesquisa,

Ensino e Extensão em Produção Animal (NEPPA), Instituto Federal Catarinense ­ Campus

Araquari ­ 89245­000 ­ Araquari, SC, Brasil. ³ APC Inc do Brasil Ltda – 010038­100 – São

Paulo, SP, Brasil.

3.1. Introdução

Para acompanhar o crescimento do setor suinícola e a constante busca por

melhores índices zootécnicos e econômicos, os sistemas de produção intensivo

preconizam a utilização de antibióticos na indústria de ração como promotores de

crescimento. O uso destes antimicrobianos na produção animal vem sendo restringido

para atender a demanda do mercado, que exige cada vez mais alimentos com qualidade

e segurança (Dalto et al., 2013). Baseado neste contexto, muitas pesquisas estão sendo

realizadas anualmente visando encontrar alternativas, tais como a utilização de

probióticos e plasma sanguíneo de origem bovina ou suína (Pérez­Bosque et al. , 2016;

Pujols et al., 2016).

A utilização sistemática de antimicrobianos na produção animal exerce um

efeito de seleção de microrganismos resistentes a uma ampla variedade de princípios

ativos, inclusive àqueles de importância em medicina humana (Costa and Silva Junior,

2017). A resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública global, se

tornando uma das principais preocupações de organizações internacionais, como a

Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização das Nações Unidas para

Agricultura e Alimentação (FAO) e Centro para controle e prevenção de doenças (CDC)

dos EUA.

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8

Portanto, a fim de viabilizar a produção em larga escala de forma livre ou com

uso restrito de antibióticos, deverão ser empregadas e aprimoradas medidas de

biosseguridade, manejo, sanidade e nutrição (Björkman et al., 2021). Por outro lado, a

alimentação de suínos baseadas em dietas sem aditivos antimicrobianos sintéticos e com

a presença de compostos naturais vem sendo amplamente estudada para garantir a

sanidade do rebanho suíno (Hauptli et al., 2007; Lovatto et al., 2005).

Uma das alternativas recentemente reportadas é o plasma sanguíneo, produzido

por spray drying, ingrediente concentrado proteico obtido a partir do fracionamento

industrial de sangue de animais saudáveis (Freitas et al., 2013). O spray drying ou

secagem por atomização com calor é uma tecnologia que vem sendo empregada com

sucesso em processos que visam a obtenção de materiais sólidos a partir de um líquido.

Desse modo, o emprego de plasma sanguíneo produzido via spray drying como um

ingrediente é comumente incluído na dieta de leitões desmamados para melhorar o

desempenho produtivo dos animais (Gattás et al., 2008).

Estudos realizados com suínos relatam que a utilização de plasma sanguíneo

aumenta a consumo de ração e o ganho de peso médio diário (Ferreira et al., 2009),

melhora a conversão alimentar (Amaral et al., 2011) melhora a integridade da mucosa

intestinal (dos Santos Cerqueira et al., 2019) e diminui a estimulação do sistema

imunológico disponibilizando mais nutrientes para a manutenção da saúde e

crescimento do animal (Torrallardona, 2009; Pérez­Bosque et al.,2016;). Entretanto,

esses resultados dependem de alguns fatores como o nível de inclusão de plasma

sanguíneo nas dietas, da idade, do peso, da sanidade e do local de criação dos leitões

(Lora Graña et al., 2010).

A utilização dessa proteína sanguínea na dieta de leitões desmamados melhora o

desempenho dos leitões na fase de creche (Perez Bosque et al., 2016), mas poucos

estudos que comprovem seus resultados em suínos nas fases de crescimento e

terminação, que são as fases mais próximas ao abate onde há um incremento na

qualidade e quantidade de carne na carcaça. O uso estratégico do plasma sanguíneo

durante a fase de crescimento e terminação pode ser considerado uma ferramenta para a

redução do uso de antibióticos profiláticos em granjas, pois os resultados se

apresentaram melhores ou semelhantes aos suínos tratados com antimicrobianos

preventivos. Além disso, a inclusão de plasma sanguíneo em substituição ou associado

aos antimicrobianos foi viável economicamente quando administrado para animais em

fase de crescimento e terminação (Lima et al., 2019, Rangel et al. 2020).

Page 21: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

9

Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de plasma sanguíneo

como ingrediente em rações, em substituição ou associação a pulsos estratégicos aos

antibióticos, sobre os índices zootécnicos e sanitários para suínos nas fases de

crescimento e terminação.

3.2. Material e Métodos

3.2.1. Comitê de Ética no Uso de Animais

Os procedimentos propostos neste estudo foram aprovados no Comitê de Ética

de Uso de Animais (CEUA) do Instituto Federal Catarinense Campus Araquari, sob

protocolo de número 320/2019.

3.2.2. Animais e Unidade Experimental

Na fase de creche, foram alojados aproximadamente oito mil leitões

provenientes de 28 unidades produtoras de leitões da empresa Pamplona Alimentos S/A

(SC, Brasil), onde permaneceram durante 38 dias e recebendo o mesmo protocolo

nutricional. Além disso, os animais também receberam o mesmo protocolo de

imunização padrão da empresa, conforme a Tabela 1.

Tabela 1. Protocolo de vacinação utilizado para imunização dos animais na fase

de maternidade, creche, crescimento e terminação.

Idade Vacina Nome Comercial Laboratório Dose

7 dias Mycoplasma hyopneumoniae Respisure One® Zoetis 2 mL

1ª dose

27 dias (desmame)

Bacterina contendo culturas inativadas de Glaesserella parasuis, Actinobacillus

pleuropneumoniae e Pasteurella multocida

Parapleuro Shield® Elanco 2 mL

1ª dose

27 dias (desmame)

Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2) Circoflex® Böehringer 1 mL

2ª dose

42 a 48 dias de vida

Bacterina contendo culturas inativadas de Glaesserella parasuis, Actinobacillus

pleuropneumoniae e Pasteurella multocida

Parapleuro Shield® Elanco 2 mL

2ªdose

94 dias Mycoplasma hyopneumoniae Respisure One® Zoetis 2 mL

2ª dose

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10

No final da fase de creche, 1.456 leitões foram selecionados, pesados em balança

digital e identificados individualmente por meio de brincos com numeração única,

sendo então divididos de acordo com o gênero (fêmea e macho imunocastrado) e três

categorias de peso: i) categoria 1, leve (peso menor de 21 kg); ii) categoria 2, médio

(peso entre 21,01 e 25 kg); e iii) categoria 3, pesado (peso maior que 25,01 kg).

Após isso, os animais foram enviados para a unidade experimental de

crescimento e terminação localizada na cidade de Presidente Getúlio (SC, Brasil)

(latitude 27° 64’ 10,41 S; longitude 49° 47’ 55 W; altitude de 492 metros), local o qual

passou pelo processo de limpeza e desinfecção, seguido de vazio sanitário de 7 dias. A

unidade era composta por 2 pavilhões com 28 baias padrão e 2 baias hospital cada,

sendo 15 baias de cada lado. Para o experimento foram utilizadas apenas as baias

normais com capacidade para 26 leitões.

3.2.3. Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro

tratamentos e sete repetições, sendo o fator sexo considerado como bloco (2 blocos × 4

tratamentos × 7 repetições × 26 animais por baia, totalizando 1.456 leitões). Neste

estudo foram utilizadas as mesmas proporções de peso que os praticados em

alojamentos de produção comercial da Empresa Pamplona Alimentos S/A, na fase de

crescimento e terminação. Assim, dos 26 leitões por baia foram alojados 4 leves, 18

médios e 4 pesados.

A Tabela 2 apresenta os níveis de inclusão dos princípios ativos, de acordo com

os tratamentos na fase de crescimento e terminação, sendo:

i) Tratamento 1 (T1) (controle negativo), animais receberam ração sem adição

de pulsos estratégicos de antibióticos e sem SDP;

ii) Tratamento 2 (T2) (controle positivo), composto por ração com adição de

pulsos de antibióticos estratégicos padrão da empresa (sem inclusão de SDP e com

inclusão de protocolo medicamentoso). O protocolo medicamentoso padrão da empresa

é realizado por pulsos estratégicos de doses de antibióticos. Consta da aplicação de

florfenicol, licomicina por 10 dias na ração da fase de crescimento do leitão,

amoxicilina, tivalosina e ivermectina por 10 dias na ração da fase de crescimento e

reforço, oxitetraxiclina e tiamulina por 14 dias na ração de terminação 1;

iii) Tratamento 3 (T3), composto por ração com adição de pulsos estratégicos de

antibióticos (mesmo do T2) associado a três pulsos de SPD, sendo 2% durante 10 dias

Page 23: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

11

na ração da fase de crescimento do leitão, 1% de SDP durante 25 dias na ração da fase

de Crescimento 1 e 0,8% de plasma sanguíneo durante 14 dias na ração da fase de

Terminação 1; e

iv) Tratamento 4 (T4) (ração com adição de SPD sem a inserção de pulsos

estratégicos de antibióticos), ração apenas com adição de três pulsos de SDP, 2%

durante 10 dias na ração da fase de crescimento do leitão, 1% de plasma sanguíneo

durante 25 dias na ração da fase de Crescimento 1 e 0,8% de plasma sanguíneo durante

14 dias na ração na fase de Terminação 1.

Os animais foram avaliados na fase de crescimento e terminação pelo período

total de 122 dias, sendo o alojamento realizado conforme o croqui da unidade

experimental e da distribuição dos animais nos quatro tratamentos (Figura 1).

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12

Tabela 2. Níveis de inclusão dos princípios ativos (SDP), de acordo com os tratamentos na fase de crescimento e terminação.

Fase

Tratamentos

T1 (controle

negativo) T2 (controle positivo) T3 T4

Período I

(0­40 dias)

Crescimento Leitão Sem inclusão

Florfenicol (111ppm),

lincomicina (220ppm) e

ivermectina (2,4ppm)

Florfenicol (111ppm), lincomicina

(220ppm), ivermectina (2,4ppm) e 2%

SPD

2% SPD

Crescimento I Sem inclusão Sem inclusão 1% Plasma 1% SPD

Período II

(41­ 70 dias)

Crescimento

Reforço Sem inclusão

Amoxicilina (535ppm),

ivermectina (2,4ppm) e

tivalosina (57ppm)

Amoxicilina (535ppm), ivermectina

(2,4ppm) e tivalosina (57ppm) Sem inclusão

Crescimento II Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão

Periodo III

(71 – 84 dias) Terminação I Sem inclusão Oxitetraciclina (925ppm) e

tiamulina (271ppm)

Oxitetraciclina (925ppm), tiamulina

(271ppm) e 0,8% SPD 0,8% SPD

Período IV

(85 – 122 dias)

Terminação II Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão

Terminação III Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão Sem inclusão

Período Total: 0 – 122 dias.

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13

Figura 1. Croqui da unidade experimental e da distribuição dos animais nos quatro tratamentos.

Page 26: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

14

3.2.4. Preparo da alimentação com inclusão de plasma sanguíneo

A inclusão do plasma sanguíneo na alimentação foi realizada na fábrica de ração da

Empresa Pamplona Alimentos S/A (Laurentino, SC, Brasil). O plasma sanguíneo (Inglês,

Spray Dried Plasma – SDP) de bovinos, AP920 da empresa APC, foi utilizado no

experimento, sendo utilizado a concentração de 2%, 1% e 0,8%, respectivamente para a ração

da fase de Crescimento, Crescimento 1 e Terminação 1, estas dosagens seguiram a prescrição

indicada pela fabricante. Entre as bateladas de produção de ração foi realizada uma limpeza

da linha de produção da fábrica, através da passagem de milho moído (flushing). O tempo

máximo entre a produção de uma ração e o seu consumo foi de 10 dias. Durante o período

experimental os animais receberam 7 tipos de dietas isoproteicas e isoenergéticas, de acordo

com a fase da dieta (idade dos animais) (Tabela 3). Os animais receberam rações em

comedouros retangulares de terminação em inox 304, na proporção de um comedouro por

baia, sendo abastecido de forma manual. Além disso, os bebedouros eram do tipo pendular,

sendo um bebedouro para cada 13 animais.

Tabela 3. Composição nutricional das dietas basais fornecida aos animais durante o período

experimental.

Fase da dieta Idade (dias)

Energia

Metabolizável

(kcal/kg)

Lisina

digestível (%) Fósforo (%)

Crescimento

Leitão 65 3400 1,03 0,38

Crescimento I 75 3400 1,07 0,34

Cresc. Reforço 100 3375 1,00 0,34

Crescimento II 110 3350 0,90 0,34

Terminação I 135 3385 0,85 0,33

Terminação II 149 3375 0,80 0,30

Terminação III 169 3375 0,75 0,30

Níveis nutricionais para Proteína Bruta (PB), Energia Metabolizável (EM), Metionina (%),

Treonina (%), Triptofano (%), Calcio (%) e Sódio (%), seguiram as referências de Rostagno,

(2017).

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15

3.2.5. Avaliação dos parâmetros zootécnicos e sanitários

Todas as verificações de controle zootécnicos (consumo de ração, ganho de peso,

conversão alimentar, ganho de peso diário, mortalidade, intervenções medicamentosas) foram

verificadas individualmente no alojamento (dia 0) e após 40, 70, 84 e 122 dias de

experimento. No decorrer do experimento, os animais que apresentaram sinais clínicos de

enfermidades foram identificados e submetidos a tratamento terapêutico com antibiótico e

anti­inflamatório injetáveis, sendo anotado data da medicação, pavilhão, baia, identificação do

animal medicado, medicamento utilizado e volume aplicado. Em caso de óbito foi

identificada a data, pavilhão, baia, identificação do animal a causa sugestiva da morte.

Os índices sanitários foram avaliados durante todo o período de alojamento, com

intervalos semanais, sendo eles classificados como análises ante­mortem (contagem de tosse e

espirro e escore de diarreia) e análises post­mortem (índice de úlcera gástrica e índice para

pneumonia).

A metodologia de contagem de tosse e espirros foi realizada em todo lote, conforme

descrito por Sobestiansky e Barcellos (2012). Esta contagem era realizada semanalmente,

agitando os animais, e após um minuto iniciava­se as três contagens de tosse e espirros

consecutivas (dois minutos cada), anotando o número de espirros, número de tosses e número

de animais que apresentassem tosse e espirros. Após, foi calculado a média das contagens no

período e a frequência de tosse e espirro. Com isso, se a frequência de tosse fosse igual ou

maior que 10% e se a frequência de espirro fosse igual ou maior que 15%, era considerado um

indicativo de problemas respiratórios. Ao final foi gerado um índice de tosse e espirros o qual

era comparado entre os tratamentos.

Foi realizada a avaliação de escore de fezes de todo o lote, por dois observadores,

através da visualização semanal da consistência das fezes dos animais sendo: 0 para normal, 1

para pastosas, 2 para líquidas sem sangue e 3 para líquidas com sangue ou restos necróticos

(Guedes et al., 2009). Os animais com sinais clínicos durante o tratamento foram

identificados em uma ficha de ocorrências clínicas e submetidos a tratamento com antibiótico

injetável, sendo anotados os dados: data, brinco, sexo, idade do animal, peso, suspeita de

diagnóstico da enfermidade, tratamento, princípio ativo do medicamento utilizado, dose, via

de administração, duração do tratamento e prognóstico.

Aos 122 dias de experimento (180 a 185 dias de vida dos animais) todos os animais

foram abatidos em frigorífico da Pamplona Alimentos S/A (Rio do Sul, SC, Brasil), com

Sistema de Inspeção Federal (SIF) sob o registro 1156. Para a coleta de órgãos e posterior

análise do escore de úlcera gástrica, índice para pneumonia foram avaliados 56 animais, sendo

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16

14 de cada tratamento e tipificação de carcaça de 628 fêmeas, sendo 154 para o T1, 161 para

o T2, 156 para o T3 e 157 para o T4.

Para a determinação do escore de úlcera gástrica a avaliação da mucosa intestinal foi

realizada através da abertura pela curvatura maior e, após a lavagem com água, foi realizada a

visualização e determinação do grau de lesão presente no estômago. O escore de lesão varia

de 0 a 4, de acordo com a característica macroscópica. No escore "0" têm­se estômago

normal, mucosa esofágica­gástrica com epitélio liso, brilhante, sem alterações visíveis, escore

“1” tem­se paraqueratose, mucosa esofágica­gástrica com epitélio proliferado, rugoso, sem

brilho, podendo ter pequenas erosões, escore “2” tem­se paraqueratose e ulceração, com

mucosa esofágica­gástrica com paraqueratose e ulceração menor que 33%, escore “3” tem­se

paraqueratose e ulceração, com mucosa esofágica­gástrica com paraqueratose e ulceração

entre 34% e 66% e escore e no escore "4" paraqueratose e ulceração, mucosa esofágica­

gástrica com lesões entre 67% e 100% (Sobestiansky e Barcellos, 2012).

Na verificação do índice para pneumonia (IPP), os pulmões foram examinados na

linha de abate seguindo os métodos descritos por Sobestiansky e Barcellos (2012). Em cada

lobo pulmonar avaliado, às lesões foram atribuídas um percentual correspondente à área

afetada e as lesões de hepatização foram classificadas de acordo com suas características

macroscópicas. A presença de abscessos e as áreas de aderência da pleura visceral (pleurisia)

também foram observadas e registradas. O modelo de classificação das lesões no parênquima

foi conduzido de acordo com a distribuição pulmonar descrita por Piffer e Brito (1991). Para a

interpretação dos resultados do IPP os valores obtidos foram agrupados e classificados

segundo Dalla Costa et al. (2000), sendo: 0 até 0,55, livre de pneumonia; de 0,56 até 0,89,

pneumonia presente, mas sem apresentar ameaça ao plantel; e, acima de 0,90, situação grave

de pneumonia no plantel.

Por fim, verificou­se a tipificação de carcaça, sendo avaliadas 628 carcaças de fêmeas,

as quais foram pesadas e submetidas à tipificação eletrônica, avaliando­se a espessura de

toucinho e a profundidade do lombo (músculo longissimus dorsis), ambos entre a última

vértebra torácica e a primeira vértebra lombar. A partir dos dados da tipificação eletrônica

foram obtidos os rendimentos de carne magra na carcaça para posterior cálculo de quantidade

de carne na carcaça (Guidoni, 2000).

3.2.6. Análise de custos

A análise de custos foi realizada avaliando o custo (em R$) por kg de suíno produzido

de cada tratamento, considerando a ração consumida, inclusão de produtos via ração, gastos

Page 29: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

17

com medicações injetáveis, mortes, peso dos animais e conversão alimentar. Os dados para o

levantamento de custos foram obtidos através dos valores de mercado empregado durante o

período do experimento.

3.2.7 Análise estatística

Os dados foram obtidos conforme o fluxograma de execução do experimento (Figura

2) e analisados utilizando o programa Statistical Analysis System (SAS Institute Inc., 2012)

versão 9.4, considerando como variável dependente do modelo as variáveis consumo de

ração, conversão alimentar, ganho de peso, ganho de peso diário, intervenções

medicamentosas, tipificação de carcaça e mortalidade.

Além disso, foram avaliadas as diferentes categorias de peso dentro e entre baias.

Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro­Wilk, sendo que, as

variáveis que apresentaram distribuição normal foram submetidas à Análise de Variância

(ANOVA) e, posteriormente, ao teste por Tukey. Para as variáveis que não apresentaram

distribuição normal, foi aplicado o teste não paramétrico de Kruskal­Wallis e para

comparação múltipla o teste de Dunn. Para todos os testes foi considerado um nível de

significância de 5%. As variáveis frequência foram analisadas através de regressão logística

utilizando o procedimento LOGISTIC.

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18

Figura 2. Fluxograma de execução do experimento.

3.3. Resultados

Na análise quanto à distribuição das categorias de animais conforme o peso de entrada

na fase de crescimento e terminação, não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre

as três categorias de distribuição do peso no alojamento (Fig. 3).

Page 31: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

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Figura 3. Distribuição das categorias de leitões de acordo com os tratamentos e o peso (kg)

de entrada no crescimento e terminação.

a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de

antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­

Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a

três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

A inclusão de SDP na dieta de suínos durante a fase de crescimento e terminação foi

avaliada sobre os parâmetros zootécnicos e os resultados obtidos foram estatisticamente

analisados conforme consta na Tabela 4, onde somente a variável mortalidade não apresentou

distribuição normal.

Page 32: INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE Próreitora de Pesquisa, Pós

20

Tabela 4. Influência dos tratamentos sobre o consumo de ração, conversão alimentar, ganho

de peso, ganho de peso diário e taxa de mortalidade dos suínos na fase de crescimento e

terminação.

Variável Tratamentos

P T1 T2 T3 T4

Consumo de ração (kg) 0 a 40 dias 63,01 ± 0,68 64,50 ± 0,76 63,76 ± 0,77 63,81 ± 1,20 0,73 41 a 70 dias 73,24 ± 0,96 75,53 ± 0,92 75,08 ± 0,57 74,16 ± 0,94 0,28 71 a 84 dias 39,36 ± 0,35b 40,67 ± 0,27a 39,60 ± 0,23b 39,49 ± 0,28b <0,05 85 a 122 dias 111,26 ± 0,90 111,54 ± 0,50 112,28 ± 0,54 111,66 ± 0,66 0,49 0 a 122 dias 286,86 ± 1,37 292,24 ± 1,30 290,71 ± 1,16 289,12 ± 2,25 0,10 Ganho de peso (kg) 0 a 40 dias 31,07 ± 0,28 31,75 ± 0,56 31,48 ± 0,49 31,27 ± 0,36 0,70 41 a 70 dias 29,73 ± 0,81b 31,74 ± 0,56ab 32,23 ± 0,78a 30,96 ± 0,81ab 0,05 71 a 84 dias 16,90 ± 1,11 16,42 ± 0,89 15,76 ± 0,60 16,40 ± 0,93 0,87 85 a 122 dias 33,76 ± 1,06 34,21 ± 0,70 34,79 ± 0,53 34,25 ± 0,60 0,83 0 a 122 dias 111,46 ± 1,10b 114,12 ± 0,64a 114,26 ± 1,01a 113,01 ± 0,88ab 0,01

Ganho de peso diário (g) 0 a 40 dias 776,64 ± 0,01 793,64 ± 0,01 786,86 ± 0,01 781,71 ± 0,01 0,70 41 a 70 dias 991,07 ± 0,03b 1.058 ± 0,02ab 1.074 ± 0,02a 1.036 ± 0,03ab 0,05 71 a 84 dias 1.207 ± 0,08 1.173 ± 0,06 1.126 ± 0,04 1.171 ± 0,07 0,87 85 a 122 dias 888,57 ± 0,03 900,29 ± 0,02 915,57 ± 0,01 901,57 ± 0,02 0,83 0 a 122 dias 913,64 ± 0,01b 935,36 ± 0,00a 936,71 ± 0,01a 926,29 ± 0,01b 0,01 Conversão Alimentar 0 a 40 dias 2,03 ± 0,02 2,04 ± 0,03 2,03± 0,03 2,04± 0,05 0,98 41 a 70 dias 2,49 ± 0,09 2,39 ± 0,05 2,34 ± 0,05 2,41 ± 0,05 0,30 71 a 84 dias 2,46 ± 0,16 2,56 ± 0,12 2,56 ± 0,09 2,50 ± 0,12 0,95 85 a 122 dias 3,34 ± 0,10 3,28 ± 0,08 3,24 ± 0,06 3,27 ± 0,06 0,86 0 a 122 dias 2,58 ± 0,02 2,56 ± 0,02 2,55 ± 0,02 2,56 ± 0,02 0,55 Mortalidade (%) 0 a 40 dias 3,02 ± 0,82 1,92 ± 0,67 2,20 ± 0,66 3,85 ± 1,07 0,51 41 a 70 dias 0,55 ± 0,37 0,00 ± 0,00 0,82 ± 0,44 0,55 ± 0,55 0,32 71 a 84 dias 0,28 ± 0,28 0,28 ± 0,28 0,00 ± 0,00 0,82 ± 0,44 0,25 85 a 122 dias 0,00 ± 0,00 0,28 ± 0,28 1,37 ± 0,65 0,55 ± 0,37 0,12 0 a 122 dias 3,85 ± 1,14 2,47 ± 0,65 4,40 ± 0,89 5,77 ± 1,26 0,21

a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­ Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

Avaliando as características de consumo de rações (Tabela 4) não houve diferença

significativa nas fases 0 – 40 dias, 41 – 70 dias e 85 – 122 dias, assim como no tempo total do

experimento (0 – 122 dias). Na fase de 71 – 84 dias foram observadas diferenças onde o

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21

consumo de ração foi maior para o tratamento com a administração de pulsos de antibióticos

(T2) em relação aos demais tratamentos (P<0.05). Essa diferença no consumo de ração foi

menor que 3 % quando comparado a média dos demais tratamentos. O parâmetro conversão

alimentar, não apresentou diferença significativa nas fases avaliadas de crescimento e

terminação independente do tratamento (P>0,05). De uma maneira geral, a média do consumo

de ração e de conversão alimentar foi de 289.73 kg e 2.57 kg/kg (ração consumida/peso

ganho), respectivamente.

Por outro lado, o ganho de peso dos suínos no período de 0 – 122 dias, tratados com

antibióticos em pulsos (T2) e antibióticos associados com SDP (T, 114.2 kg) foram superiores

ao tratamento controle (T1, 111.46 kg) (P<0.05). Ademais, avaliando apenas a inserção de

SDP na dieta de suínos (T4) não foi observado diferença significativa quando comparado aos

demais tratamentos. Por outro lado, no período de 41­70 dias os suínos submetidos ao

tratamento com antibiótico associado com plasma (T3, 32.23 kg) apresentaram maior ganho

de peso quando comparados aos animais que não receberam antibióticos ou SDP (T1, 29.73

kg), o que representa um aumento de 7.76 %. Além disso, estes dados corroboram com os

achados estatísticos para a variável de ganho peso diário. Para a variável taxa de mortalidade

(%) não foi encontrada diferença significativa (P>0,05) (Tabela 4).

As intervenções medicamentosas foram aplicadas nos animais por um período de até 70

dias de experimento (Tabela 5). O número de medicações injetadas na fase de 0 – 40 dias se

comportaram da mesma maneira que os resultados observados no período de 0 – 70 dias,

sendo que as medicações injetadas apresentaram uma redução significativa para os animais

que receberam o tratamento contendo somente a presença de antibióticos em pulsos (T2) e em

relação à administração somente de SDP (T4) e grupo controle negativo (T1) (P<0,05), porém

não diferiu do tratamento com a associação de pulsos de antibióticos e SDP (T3) (P>0,05).

Não foi observada diferença significativa quanto às intervenções medicamentosas na fase de

41 – 70 dias. Ademais, o número de animais medicados foi maior quando submetidos ao T1

em relação ao T2 (antibiótico), porém não diferiu dos demais tratamentos, os quais também

foram semelhantes entre si (P>0,05). Por fim, não foi observado diferença na taxa de

mortalidade nos suínos entre os tratamentos administrados (P>0,05) (Tabela 4).

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22

Tabela 5. Influência dos tratamentos sobre as intervenções medicamentosas e número de

animais medicados.

Variável Tratamentos

P T1 T2 T3 T4

Intervenções medicamentosas N° medicações injetadas 0 a 40 dias 18,00 ± 1,49a 11,50 ± 1,24b 15,07 ± 2,32ab 19,14 ± 1,53a 0,01 41 a 70 dias 1,78 ± 0,46 0,86 ± 0,33 0,86 ± 0,31 1,78 ± 0,38 0,10 0 a 70 dias 19,78 ± 1,63a 12,36 ± 1,21b 15,93 ± 2,36ab 20,93 ± 1,64a <0,05 N° de animais medicados 0 a 40 dias 11,57 ± 0,65a 8,71 ± 0,75b 9,43 ± 1,06ab 11,28 ± 0,68a 0,03 41 a 70 dias 1,78 ± 0,46ab 0,71 ± 0,24c 0,86 ± 0,31bc 1,86 ± 0,36a 0,03 0 a 70 dias 12,71 ± 0,77a 9,07 ± 0,76b 10,14 ± 1,11ab 11,86 ± 0,68ab 0,01 a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­ Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

O indicador de peso de carcaça apresentou menores valores para o T1 e T4 em relação

ao T2 (P<0,05), porém foram semelhantes ao T3, o qual não diferiu dos demais tratamentos

(P>0,05). Tratando­se dos indicadores de porcentagem de carne e porcentagem de carne

magra nas análises de tipificação de carcaça dos suínos, não foi observado diferença entre os

tratamentos aplicados (P>0,05) (Figura 4b).

Figura 4. Indicadores do peso de carcaça (a), porcentagem de carne e carne magra (b).

a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­ Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

Em relação ao escore de fezes, não foi observado influência dos tratamentos

administrados nos suínos de crescimento e terminação (P>0,05) (Tabela 6). No entanto, por

meio da análise de regressão logística foi observado diferença entre as semanas de

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23

alojamento, sendo que na primeira semana de alojamento foi verificado dezessete vezes mais

chance de os animais apresentarem fezes (Escore 1 e 2) em relação a semana 17. Além disso,

a segunda semana de alojamento obteve 25 vezes mais chance de os animais terem diarreias,

quando com parado a semana 17 (dado estatístico não apresentado). Por fim, verificou­se que

o escore de fezes reduziu com o passar do tempo de alojamento.

Avaliando o escore de úlcera gástrica (tabela 6), pode­se verificar que os tratamentos

não apresentaram diferença significativa, porém, os machos imunocastrados demonstram uma

chance sete vezes maior de apresentarem úlceras nos escores 1, 2, 3 e 4 em relação as fêmeas

(P<0.05). Por fim, os dados de índice para pneumonia (IPP) foram submetidos somente a

análise descritiva, sendo registrado o IPP nos pulmões dos suínos abatidos os seguintes

índices de acordo com os tratamentos: 1,00 (T1), 1,08 (T2), 1,29 (T3) e 1,14 (T4). Da mesma

forma que o índice de tosse e espirro que foi somente analisado de acordo com o percentual

apresentado pelos animais onde os resultados encontrados foram os seguintes: TI: 4,0%; T2:

4,21%; T3: 3,85%; T4: 4,0%. No entanto, o índice de tosse e espirro dos suínos apresentaram

diferença quando avaliado o gênero dos animais em estudo, sendo que as fêmeas (4,55%)

apresentaram maior índice em relação aos machos (3,73%).

Tabela 6. Influência dos tratamentos sobre o escore de fezes e escore de úlcera gástrica

apresentada pelos suínos na fase de crescimento e terminação.

Variáveis Tratamentos

P T1 T2 T3 T4 Escore de fezes* 0 24,16 (188/778) 25,84 (201/778) 24,68 (192/778) 25,32 (197/778)

0,08 1 29,71 (41/138) 23,91 (33/138) 27,54 (38/138) 18,84 (26/138) 2 25,00 (9/36) 11,11 (4/36) 22,22 (8/36) 41,67 (15/36) 3 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) 0,00 (0/0) Escore de úlcera gástrica* 0 14,29 (1/7) 42,86 (3/7) 28,57 (2/7) 14,29 (1/7)

0,78 1 18,52 (5/27) 25,93 (7/27) 29,63 (8/27) 25,93 (7/27) 2 27,27 (3/11) 27,27 (3/11) 9,09 (1/11) 36,36 (4/11) 3 50,00 (2/4) 25,00 (1/4) 25,00 (1/4) 00,00 (0/4) 4 20,00 (1/5) 00,00 (0/5) 40,00 (2/5) 40,00 (2/5)

* Valores apresentados como média (avaliações por tratamento/avaliações total). Foi considerada diferença estatística ao nível de significância à 5% (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­ Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

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24

Em relação ao custo de produção dos suínos submetidos a diferentes tratamentos, não

foi verificado diferença para os indicadores de custo de ração e custo com medicamentos

injetáveis por quilograma de suíno (P>0,05) (Tabela 7). Por outro lado, o custo com

medicamentos injetáveis por unidade de suíno foi inferior para o tratamento somente com uso

de pulsos de antibióticos (T2) (P<0,05). No entanto, o custo total de produção do T2 e T4

(somente com adição de SDP) foram semelhantes entre si (P>0,05). Ademais, o T1 (grupo

controle negativo) apresentou menor custo de produção (R$ 4,39/kg) quando comparado aos

demais tratamentos (P<0,05).

Tabela 7. Custo de produção dos suínos com alimentação de acordo com os tratamentos

administrados aos suínos na fase de crescimento e terminação.

Custo Produção Tratamentos

T1 T2 T3 T4 Custo com ração (R$/suíno) 182,96 183,42 184,65 183,63 Custo com ração (R$/kg) 4,379 4,509 4,619 4,500 Custo com injetáveis (R$/suíno) 1,36a 0,84c 1,11b 1,42a Custo com injetáveis (R$/kg) 0,017 0,007 0,010 0,012 Custo total produção (R$/kg) 4,390c 4,509b 4,629a 4,510b

a,b,c Letras diferentes indicam diferença estatística (P<0,05). T1 ­ Controle negativo: ração sem adição de antibióticos e sem SDP; T2 ­ Controle positivo: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico. T3 ­ Controle positivo com adição de plasma: ração com adição dos pulsos estratégicos de antibiótico associado a três pulsos de SDP. T4 ­ Ração somente com adição de SDP.

3.4. Discussão

No presente estudo, verificou­se maior consumo de ração no tratamento com

antibiótico em pulsos (40,67 kg), no período de 71 – 84 dias. No entanto, no período de 41 –

70 dias o maior valor de ganho de peso (32,23 kg) foi obtido com antibiótico em pulsos

estratégicos associado ao plasma sanguíneo quando comparado ao controle negativo.

Percebeu­se com esses dados que os animais consumiram maior quantidade de ração no

período de 71 – 84 dias quando administrado apenas antibióticos em pulsos estratégicos, fato

que não refletiu sobre o ganho de peso neste mesmo período. Pode­se observar neste estudo,

que a associação de antibiótico com SDP apresentou efeito positivo sobre ganho de peso e

ganho de peso diário dos suínos em relação ao tratamento controle negativo.

Diferentemente do encontrado neste experimento Vicari Junior et al. (2020) estudando

a suplementação de leitões com plasma sanguíneo desidratado no dia do nascimento e durante

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25

o desempenho na fase de creche, verificaram que não houve efeito do tratamento com a

inclusão de plasma sanguíneo sobre o ganho total de peso. No entanto Zhao et al. (2007)

observaram que a utilização de proteína plasmática na suplementação da alimentação de

suínos melhorou o ganho de peso do crescimento dos suínos durante os 10 dias iniciais pós­

desmame. Essas modificações não medicamentosas nas dietas agiram de forma independente

no que diz respeito aos seus impactos no desempenho pós­desmame e, portanto, podem ter

efeitos positivos sobre o desempenho zootécnico dos suínos.

Em experimento realizado por Rigueira et al. (2013), os autores observaram que no

período de 7 – 49 dias e de 7 – 63 dias o ganho de peso e o consumo de ração foram maiores

nos animais que receberam a dieta composta por plasma sanguíneo e extrato de levedura,

quando comparados com aqueles que consumiram a dieta controle, fato este que corrobora

com os dados encontrados no presente experimento em relação ao ganho de peso, porém sem

efeito sobre o consumo de ração.

Tratando­se do consumo de ração, os suínos nas fases de crescimento e terminação

exigem um maior ganho de peso em menor tempo possível. Ademais, deseja­se um menor

consumo de ração, visto que o custo de ração é um dos fatores mais relacionados ao custo de

produção total (Patience et al., 2015). Portanto, quanto menor for a relação

peso/alimento/tempo, maior será a lucratividade do criador (Siebra et al., 2008).

Quanto ao parâmetro conversão alimentar, não foi observada diferença significativa

entre os animais nas fases avaliadas de crescimento e terminação independente do tratamento

(P>0,05). Resultado semelhante ao encontrado no estudo de Rigueira et al. (2013), o qual não

observaram nenhuma diferença sobre o desempenho dos animais de 7 – 21 dias e de 7 – 28

dias de idade em dietas suplementadas com plasma sanguíneo e/ou extrato de levedura no

ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.

Em relação à taxa de mortalidade dos suínos, não foi observada diferença nas fases de

crescimento e terminação independente do tratamento, resultado semelhante ao encontrado

por Vicari Júnior et al. (2020) e Mores et al. (2007), Segundo Santos et al. (2005) estes

valores de mortalidade podem ser atribuídos às boas condições ambientais, como qualidade

de ração, a desinfecção das instalações e de equipamentos e manejo adequados. Segundo

Corassa (2004), suínos alojados sob condições ambientais, de manejo e sanitárias inferiores

ou mais desafiadas a eficiência do uso de antimicrobianos pode ser mais evidenciada.

Diferentemente do encontrado neste trabalho, Messier et al. (2007) constataram que a

utilização de plasma sanguíneo como agente dietético na ração para suínos em crescimento

reduziu a mortalidade associada a circovirose suína.

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26

Sugere­se que devido às baias de alojamentos dos suínos serem intercaladas entre os

quatro tratamentos, a disposição possa ter influenciado na pressão de infecção local dos

pavilhões que foram utilizados neste estudo. De acordo com Gavioli et al. (2013) os

tratamentos que incluíram antimicrobianos foram responsáveis pela redução da excreção de

agentes no ambiente, reduzindo consequentemente a pressão de infecção local. Além disso,

estudos demonstraram um maior percentual de lactobacilos na flora intestinal de animais que

receberam tilosina como promotor de crescimento na fase de creche, quando comparados com

tratamentos que continham a inclusão de outros aditivos antimicrobianos, atribuindo as

melhores taxas de desempenho dos animais (Collier et al., 2003). Rutz et al. (2007) atribuem

que um bom estado sanitário e de saúde dos animais, permitem que os suínos possam

desenvolver seu potencial de crescimento, já o uso de aditivos promotores de crescimento

age, entre outras formas, promovendo uma melhora do status sanitário.

Conforme observado neste estudo, as intervenções medicamentosas realizadas nos

animais foram reduzidas quando utilizado somente antibiótico em pulsos na ração resultado

esperado pelo fato de que o uso de antimicrobianos na veterinária estão relacionados

prevenção da propagação epidêmica de doenças infecciosas e melhora da eficácia da

produção animal, pois estes são fármacos vitais e essenciais em medicina veterinária e

dificilmente podem ser substituídos se não existirem alternativas viáveis (Ungemach et al.,

2006). No entanto, os tratamentos com a inclusão de SDP apresentaram maior número de

medicações injetadas e maior número de animais medicados, e dessa forma, este fato indica

que a inserção de plasma sanguíneo na dieta não foi capaz de prevenir o aparecimento de

sinais clínicos, evitando a doença nos suínos na fase de crescimento e terminação. Por fim, a

taxa de mortalidade não foi afetada por nenhum dos tratamentos testados, em nenhum dos

tempos de análises, indicando que as intervenções medicamentosas injetáveis foram eficazes a

fim de garantir a sanidade do rebanho suíno. Em relação à taxa de mortalidade na fase de

creche Vicari Júnior et al. (2020) observaram que não houve diferenças entre os grupos

tratados com pasma e o grupo controle.

Tratando­se dos indicadores de escore de fezes para a observação da presença de

diarreia nos suínos, não foi verificado diferença entre os tratamentos testados. No entanto, por

meio da análise de regressão logística foi observado diferença entre as semanas de

alojamento, sendo que na primeira semana de alojamento foi verificado dezessete vezes mais

chance de os animais apresentarem diarreias (Escore 1 e 2) em relação a semana 17. Além

disso, a segunda semana de alojamento obteve 25 vezes mais chance de os animais terem

diarreias, quando comparado a semana 17. Por fim, verificou­se que o escore de fezes reduziu

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27

com o passar do tempo de alojamento, o que representa um fator benéfico para a

implementação das dietas em estudos. No presente estudo o principal agente responsável pelo

desafio sanitário foi por E. Coli e segundo Stege et al. (2000), as cepas de E. coli

enterotoxigênicas também podem estar presentes em suínos entre 30 – 50 kg de peso vivo

com ou sem sintomas de diarreia.

Niewold et al. (2007) avaliaram a proteção oral contra Escherichia coli por plasma

sanguíneo, que pode ser atribuída a anticorpos espontâneos, neste caso anticorpos contra as

toxinas lábeis ao calor (inativado em altas temperatura), que causam diarreia secretora. Os

resultados indicam que a combinação de anticorpos com plasma sanguíneo é mais eficaz na

prevenção de Escherichia coli (Niewold et al., 2007). Assim, pode­se utilizar plasma

sanguíneo sem efeitos negativos durante o desenvolvimento de leitões (Niewold et al., 2007;

Pujols et al., 2016).

Um exemplo bem­sucedido do uso de plasma sanguíneo foi relatado por Bosi et al.

(2004) no qual o consumo melhorou o desempenho do crescimento e reduziu os índices

inflamatórios em leitões desafiados com Escherichia coli ATCC K88 enterotoxigênica. Desse

modo, estudos que visem o aprimoramento nas práticas sanitárias e de manejo com a

utilização de substâncias ativas devem ser conduzidos para implementação da produção de

suínos com melhores condições sanitárias, garantindo a biossegurança e a sustentabilidade

econômica­ambiental da cadeia produtiva da suinocultura (Cezário et al., 2020; Hauptli et al.,

2007; Lovatto et al., 2005; Pérez­Bosque et al., 2006).

Avaliando o escore de úlcera gástrica, pode­se verificar que não apresentaram diferença

significativa entre os tratamentos, porém houve diferença para o gênero, onde os machos

imunocastrados demonstram uma probabilidade sete (07) vezes maior de apresentarem

úlceras nos escores 1, 2, 3 e 4 em relação as fêmeas. Da mesma forma que os resultados

encontrados por Di Martino et al. (2013) onde observaram que machos apresentaram maior

probabilidade de desenvolverem úlcera em relação as fêmeas, mesmo dado encontrado por

Carvalho et al. (1999), que constataram a influência significativa do sexo sobre a ocorrência

de lesões na região gastrosofágica do estômago, sendo o índice dos animais castrados quase

10 pontos percentuais mais elevado que o das fêmeas. Segundo Sobestiansky e Kieckhofer

(2012), que a úlcera gastroesofágica pode ser constatada em animais com histórico de estresse

dietético, pois o arraçoamento está sujeito a fatores de interrupção do regime alimentar

normal, sugere­se que o manejo de restrição alimentar, realizado mais fortemente em machos,

ao final da terminação pode desencadear o aparecimento de úlceras.

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28

Ao avaliar o índice de tosse e espirro, pode­se verificar que os tratamentos não

apresentaram diferença significativa, no entanto, o mesmo fato ocorreu com o escore de

úlcera, onde somente foi observada diferença para o gênero, sendo as fêmeas (4,55%) os

animais que apresentaram maior índice em relação aos machos (3,73%). No presente estudo o

principal agente responsável pelo desafio sanitário respiratório foi Glaesserella parasuis e de

acordo com Oliveira et al. (2007) os sinais clínicos da doença de Glässer são observados,

principalmente, em suínos de 4 a 8 semanas, portando o aparecimento dos sinais clínicos

respiratórios se dão em suínos na fase de creche e inicio da fase de crescimento, em razão

disso o índice de tosse e espirro foi maior no período inicial do experimento, reduzindo com o

avanço das semanas.

De acordo com os resultados encontrados para IPP, os pulmões dos suínos

apresentaram índice acima do descrito como granjas sem problemas, independente dos em

todos os tratamentos pois, de acordo com Sobestiansky e Barcellos (2012), quando o índice

de IPP ultrapassar 0,9 indica que o lote passou por ocorrência grave de pneumonia, tanto

maior quanto mais elevado for este índice. No presente estudo ocorreu um desafio sanitário na

fase de crescimento onde o agente identificado foi Glaesserella parasuis, que cursa com

lesões pulmonares como broncopneumonia supurativa além de polisserosite e poliartrite

(Sobestiansky e Barcellos, 2012).

Muller et al. (2018) avaliou o efeito do plasma sanguíneo na saúde de leitões pós­

desmame desafiados com dietas contaminadas com aflatoxinas e fumonisinas. Uma vez que a

dieta estava contaminada com micotoxinas causou intoxicação subclínica nos leitões,

observada pelo aumento da produção de radicais livres e peroxidação lipídica, por outro lado,

o plasma sanguíneo apresentou efeito protetor, minimizando os efeitos do estresse oxidativo

causado pela ingestão de aflatoxinas e fumonisinas.

Além disso, pesquisas indicam que a utilização de plasma sanguíneo na dieta pode ser

um benefício para a eventual ocorrência de desafios sanitários as quais os animais são

submetidos durante a criação. Amaral et al. (2011) avaliaram leitões desafiados pelo

circovírus que receberam plasma com água acidificada apresentaram melhoras clinicas em

relação ao grupo controle negativo. Desse modo, a utilização da tecnologia de spray dried

para a produção plasma sanguíneo vem sendo amplamente testado e se apresenta como uma

boa alternativa para uso em conjunto com todas as outras práticas sanitárias, visando a

melhoria do desempenho dos animais (Pérez­Bosque et al., 2016).

Pujols et al. (2016) verificaram a influência do plasma sanguíneo em dietas iniciais

associadas a um programa de vacinação convencional no desempenho do desmame à

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29

terminação de suínos. Os resultados obtidos demonstraram que os suínos alimentados com a

dieta enriquecida com plasma sanguíneo apresentaram peso de carcaça maior após 145 dias de

alojamento, quando comparado com os grupos alimentados com a dieta controle. Este fato

não foi observado no presente estudo, visto que o peso de carcaça das leitoas foi semelhante

para aqueles animais que receberam a alimentação com SDP comparado à dieta controle sem

o uso de pulsos de antibióticos ou de plasma. Por outro lado, a alimentação com dietas na

presença de antibiótico em pulsos estratégicos apresentou um maior peso com relação ao peso

da carcaça, ou seja, pela análise de tipificação as leitoas abatidas apresentaram carcaças mais

pesadas em relação aos demais tratamentos aplicados. Esse resultado corrobora com o

encontrado por Rosa et. al. (2015) em que suínos tratados com antibióticos na fase de

crescimento e terminação apresentaram peso de carcaça superiores aos suínos do grupo

controle. Anderson et al. (1999) sugeriram que a diferença de peso de órgãos entre

tratamentos foi devida à característica que os antimicrobianos têm de atuar na redução da

quantidade de microrganismos produtores de toxinas aderidos ao epitélio intestinal, levando à

diminuição da espessura da parede intestinal.

A gestão por meio da contabilidade de custos é uma ferramenta importante no

processo decisório e não deve ser negligenciado (Iudícibus, 2000). Portanto, neste estudo foi

analisado os custos e viabilidade financeira por comparação dos tratamentos aplicados nos

suínos na fase de crescimento e terminação. Quanto ao custo total de produção (R$) dos

suínos, pode ser observado o menor custo de produção (R$ 4,39/kg) do tratamento controle

negativo, sendo o maior custo apresentado pela associação de antibióticos com SDP. Por

outro lado, os custos com a utilização de SDP foram semelhante ao uso com somente pulsos

de antibióticos, o que demonstra ser uma alternativa economicamente viável para a

substituição de antimicrobianos na ração de suínos nesta fase. Os resultados desse trabalho

estão compatíveis com os achados de Lima et al. (2019) e Rangel et al. (2020) que avaliaram

o uso de SDP em animais de crescimento e terminação buscando redução na dependência de

antimicrobianos em animais de crescimento e terminação os quais observaram uma maior

rentabilidade para os tratamentos com SDP.

3.5. Conclusão

Os suínos apresentaram maior ganho de peso quando alimentados com SDP associado

aos pulsos estratégicos de antibióticos em relação aos demais grupos, porém somente com a

utilização de antibióticos em pulsos estratégicos, ocorreu maior consumo de ração, mas não

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30

alterou a conversão alimentar dos animais. Apesar disso, os custos de produção somente com

a utilização de SPD foram inferiores que quando combinado a antibióticos, podendo ser o

SPD uma alternativa a retirada de antibióticos através de pulsos nas rações dos suínos na fase

de crescimento e terminação. Em relação aos parâmetros sanitários, os tratamentos não

tiveram influência sobre o índice para pneumonia, escore de fezes, índice de tosse e espirro,

nem sobre o escore de úlcera gástrica. Porém, o tratamento com inclusão estratégica de

antibióticos apresentou um menor número de medicações injetadas e menor número de

animais medicados, não havendo influência na taxa de mortalidade independente do

tratamento avaliado.

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31

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de antibióticos sempre teve por objetivo tratar ou prevenir doenças, embora o

desafio de produzir carnes de maneira mais eficiente permanece e com a mudança do perfil

consumidor a indústria da produção de suínos vem se adaptando para produzir suínos com

quantidades menores de antimicrobianos.

A ciência vem evoluindo, através do uso mais assertivo das moléculas antimicrobianas

e da busca por produtos alternativos como: prebióticos, probióticos, enzimas, óleos essenciais,

ácidos orgânicos entre outras moléculas.

De acordo com os resultados obtidos neste experimento percebemos que o uso de

plasma spray dried como ingrediente na alimentação de suínos na fase de crescimento e

terminação surge como uma boa opção para colaborar com a redução do uso de

antimicrobianos. Uma vez que SDP em associação aos pulsos estratégicos de medicamento

apresentou resultados zootécnicos superiores. Levando em consideração os custos de

produção/kg de suíno, não houve diferença entre os custos de produção do tratamento com

pulsos estratégicos de medicamento (T2) e o tratamento apenas o plasma (T4).

Para futuros trabalhos relacionados a este tema, seria interessante estudar o efeito de

diferentes concentrações de plasma sanguíneo na associação ou em substituição aos

antibióticos, visando reduzir o uso de microbicidas.

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