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INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA Gestão de Residuos Minas Gerais - 2012

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INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA

Gestão de Residuos

Minas Gerais - 2012

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SUMÁRIO

BREVE RELATO ................................................................................................................................................. 3

POLUIÇÃO ........................................................................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS RESÍDUOS............................................................................................. 24

CLASSES DOS RESÍDUOS ............................................................................................................................... 39

INTRODUÇÃO À GESTÃO DE RESÍDUOS .................................................................................................. 45

COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS ..................................................................................... 53

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 77

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BREVE RELATO

Tem-se escrito à exaustão sobre a preocupação das nações com o meio

ambiente. Por exemplo, nos dias de hoje estão em pauta assuntos como o Protocolo

de Kioto sobre a redução de emissões de gases e o debate sobre a modesta

proposta norte-americana de cumprimento das recomendações daquele protocolo.

Notícias têm revelado diariamente, também, o alto grau de poluição dos mares,

grande parte motivada pelas águas dos rios que neles desembocam.

Muitas fontes de poluição existem e passam despercebidas até de órgãos

governamentais de defesa ambiental. E, por menores que possam ser essas fontes,

grandes males podem causar ao meio ambiente ao longo do tempo. Estamos

falando, por exemplo, de resíduos gerados em laboratórios de pesquisa, laboratórios

de rotina, hospitais, indústrias e até mesmo em instituições educacionais, resultantes

de experimentos, análises, subprodutos de reações químicas e microbiológicas e de

aulas práticas.

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POLUIÇÃO

A poluição pode ser considerada a liberação de elementos, radiações,

vibrações, ruídos e substâncias ou agentes contaminantes em um ambiente,

prejudicando os ecossistemas biológicos ou os seres humanos. Mesmo produtos

relativamente benignos da atividade humana podem ser considerados poluentes, se

eles precipitarem efeitos negativos posteriormente. Os óxidos de nitrogênio (Óxidos

de azoto) produzidos pela indústria, por exemplo, são freqüentemente citados como

poluidores, embora a própria substância não seja prejudicial. Na verdade, é a

energia solar (luz do Sol) que converte esses compostos em substâncias poluentes.

Muitas vezes, depende-se do contexto para classificar um fenômeno como

poluição ou não. Surtos descontrolados de algas e a resultante asfixia de lagos e

baías são considerados poluição quando são alimentados por nutrientes vindos de

dejetos industriais, agrícolas ou residenciais.

A Lei n.º 6.938/81, art. 3º, III define poluição como “a degradação da

qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente:

prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;

criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

afetem desfavoravelmente a biota;

afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais

estabelecidos”.

Hely Lopes Meirelles define poluição como “toda alteração das propriedades

naturais do meio ambiente, causada por agente de qualquer espécie prejudicial à

saúde, à segurança ou ao bem-estar da população sujeita aos seus efeitos” (Direito

Administrativo Brasileiro, Malheiros Editores, 1990, p.164).

Define ainda José Afonso da Silva que a poluição “é o modo mais pernicioso

de degradação do meio ambiente natural. Atinge mais diretamente o ar, a água e o

solo, mas também prejudica a flora e a fauna (...)” (Direito Ambiental

Constitucional. Malheiros Editores, 1994, p.10).

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A poluição possui várias fontes, dentre as quais podemos destacar:

esgoto;

resíduos sólidos;

resíduos e emissões industriais;

lixo radioativo;

agrotóxicos;

extração e tratamento de minerais;

veículos automotores.

A perda da biodiversidade está intimamente ligada ao intenso desmatamento

de florestas e à poluição ocasionada pelas queimadas. As madeireiras, que retiram a

madeira de forma predatória, sem promover programas de reflorestamento,

principalmente nos países do hemisfério sul, onde se situam as florestas tropicais e

os grandes projetos agropecuários baseados na monocultura e na criação de gado

são os principais causadores do desmatamento. Segundo dados de órgãos ligados

às Nações Unidas, aproximadamente 50% das florestas tropicais do planeta já foram

perdidos. A redução dessas áreas, nas mais diversas regiões, apresenta riscos

significativos para o principal banco genético da Terra. As formas inadequadas de

aproveitamento econômico das florestas têm levado à esterilização dos solos,

alterações climáticas, tal como o aparecimento de secas prolongadas, e ao aumento

de catástrofes naturais, como furacões e enchentes.

Tipos de Poluição

O termo poluição também pode se referir a ondas eletromagnéticas ou

radioatividade. Uma interpretação mais ampla do termo deu origem a idéias como

poluição sonora, poluição visual e poluição luminosa. No caso da poluição sonora,

esta é o efeito provocado pela difusão do som em grande quantidade, muito acima

do tolerável pelos organismos vivos, através do meio ambiente. Dependendo de sua

intensidade causa danos irreversíveis em seres vivos. A aviação civil é uma das

maiores fontes de poluição sonora nas grandes cidades. Veremos abaixo, os tipos

de poluição comumente encontrados na atualidade.

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Poluição Atmosférica

A poluição atmosférica resulta da emissão crescente de gases poluentes,

provocam uma degradação dos ecossistemas devido aos depósitos de azoto e

substâncias ácidas, não respeita fronteiras, por isso se trata de um problema local e

transfronteiriço. Este tipo de poluição pode dar origem ao efeito estufa, alterações

climatéricas, diminuição da qualidade do ar, problemas de saúde nos seres vivos

como diversas doenças respiratórias, diversos tipos de cancros, etc.

A atmosfera do planeta é uma exceção na medida em que é dos raros

recursos naturais que é compartilhado pelo mundo inteiro. Pelo que os efeitos

negativos sobre esta são globalmente sentidos.

Tendo em vista que os problemas que advêm da atmosfera representam

perigo para os organismos, têm-se desenvolvido vários estudos sobre o efeito estufa

e a conseqüente destruição da camada de ozônio, a formação das chuvas ácidas e

outros fenômenos que contribuem grandemente para a poluição atmosférica.

A poluição do ar é a principal

responsável pelo efeito estufa e está

por detrás de inúmeros problemas

ambientais e de saúde.

Para se agir adequadamente

contra a poluição atmosférica é

necessário:

Medir e conhecer a

concentração dos poluentes no ar;

Definir as fontes poluentes;

Definir a qualidade do ar;

Analisar os valores limite;

Observar a evolução da qualidade do ar;

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Planejar ações que promovam melhor qualidade do ar, tais como: reordenar

atividades socioeconômicas, localizar fontes poluentes, alterar o percurso rodoviário

e reduzir as emissões de poluentes atmosféricos.

O desenvolvimento industrial e urbano tem originado em todo o mundo um

aumento crescente da emissão de poluentes atmosféricos. O acréscimo das

concentrações atmosféricas destas substâncias, a sua deposição no solo, nos

vegetais e nos materiais é responsável por danos na saúde, redução da produção

agrícola, danos nas florestas, degradação de construções e obras de arte e, de uma

forma geral, origina desequilíbrios nos ecossistemas.

Em geral, os problemas de qualidade do ar não afetam o território de uma

forma sistemática, encontrando-se localizados em algumas áreas onde é maior a

concentração urbana e a presença de grandes unidades industriais.

No entanto, a poluição do ar, devido às características da circulação

atmosférica e a permanência de alguns poluentes na atmosfera por largos períodos

de tempo, apresenta um caráter transfronteira e é responsável por alterações no

planeta, o que obriga à conjugação de esforços em nível internacional.

São deste modo, exigidas ações para prevenir ou reduzir os efeitos da

degradação da qualidade do ar o que já foi demonstrado ser compatível com o

desenvolvimento industrial e social. A gestão da qualidade do ar envolve a definição

de limites de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de emissão dos

mesmos, bem como a intervenção no processo de licenciamento, na criação de

estruturas de controle da poluição em áreas especiais e apoios na implementação

de tecnologias menos poluentes.

Sobre a saúde humana a poluição atmosférica afeta o sistema respiratório

podendo agravar ou mesmo provocar diversas doenças crônicas tais como a asma,

bronquite crônica, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, doenças do coração

e cancro do pulmão.

Os poluentes atmosféricos podem afetar a vegetação por duas vias: via direta

e via indireta. Os efeitos diretos resultam da destruição de tecidos das folhas das

plantas provocados pela deposição seca de SO2, pelas chuvas ácidas ou pelo

ozônio, refletindo-se na redução da área fotossintética. Os efeitos indiretos são

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provocados pela acidificação dos solos com a conseqüente redução de nutrientes e

liberação de substâncias prejudiciais às plantas, resultando numa menor

produtividade e numa maior susceptibilidade a pragas e doenças.

Os efeitos negativos dos poluentes nos materiais resultam da abrasão,

reações químicas diretas ou indiretas, corrosão eletroquímica ou devido à

necessidade de aumentar a freqüência das ações de limpeza. As rochas calcárias

são as mais afetadas nomeadamente pela acidificação das águas da chuva.

Os odores são responsáveis por efeitos psicológicos importantes estando

associados, sobretudo, aos locais de deposição e tratamento de resíduos sólidos e a

algumas indústrias de que são exemplos as fábricas de pasta de papel e usinas

sucroalcooleiras.

Fontes Poluidoras

Em nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais

e de Produção de Energia como a geração de energia elétrica, as refinarias, fábricas

de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A

utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior

parte das emissões de SOx e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as

emissões de CO e NOx. O uso de solventes em colas, tintas, produtos de proteção

de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavanderias é responsável pela

emissão de quantidades apreciáveis de compostos orgânicos voláteis (COV).

Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, podem se revelar

importantes, tais como:

A queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas

vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas,

tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos;

Os incêndios florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões

significativas de CO2;

O uso de fertilizantes e o excesso de concentração agropecuária são os

principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;

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As indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em

construção, são fontes importantes de emissões de partículas.

Fontes Móveis

As fontes móveis, sobretudo os transportes rodoviários, são uma fonte

importante de poluentes, essencialmente devido às emissões dos gases de escape,

mas também como resultado da evaporação de combustíveis. São os principais

emissores de NOx e CO, importantes emissores de CO2 e de COV, além de serem

responsáveis pela emissão de poluentes específicos como o chumbo.

Acidificação

Poluentes como o SO2 e o NOx são os principais responsáveis pelo problema

da acidificação. Em contato com a água transformam-se em ácidos sulfúrico e

nítrico, os quais dissolvidos na chuva e na neve atingem os solos sob a forma de

sulfatos (SO42-), nitratos (NO3

-) e íons de Hidrogênio (H+) - deposição úmida. No

entanto o SO2 e os NOx podem ser depositados diretamente no solo ou nas folhas

das plantas como gases ou associados a poeiras - deposição seca. A acidez é dada

pela concentração de (H+) liberados pelos ácidos e é normalmente indicada pelos

valores de pH.

Efeito Estufa

A temperatura da troposfera é pouco afetada pela radiação solar direta, a que

é relativamente transparente, aquecendo, sobretudo como resultado da absorção

das radiações de grande comprimento de onda emitidas pela superfície terrestre. A

absorção da radiação terrestre é efetuada por diversos compostos de que se

salienta o CO2, mas também o CH4, Ozônio, N2O e os CFC. Estes funcionam assim

como os vidros de uma estufa, deixando passar a radiação solar que aquece o solo

e retendo a radiação terrestre. É por esta razão que o acréscimo na concentração

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destes poluentes poderá ter como reflexo o aumento da temperatura do ar. O

aumento da temperatura do globo terá como conseqüências prováveis o aumento

das áreas desérticas bem como o degelo das calotas polares com a conseqüente

subida do nível das águas dos oceanos.

Foram registrados nos últimos anos aumentos da concentração atmosférica

de CO2, numa amplitude que ultrapassa as oscilações do último milênio e de que as

principais causas serão o aumento de uso de combustíveis fósseis e o

desmatamento.

O reconhecimento por parte da Comunidade Internacional, da grande

importância da estabilização dos gases com efeito estufa em níveis que não afetem

o sistema climático global, levou à adoção da Convenção-Quadro das Nações

Unidas sobre as alterações climáticas, que entrou em vigor a 21 de Março de 1994.

Redução da Camada de Ozônio

A presença do ozônio na estratosfera (entre 20 e 40 km de altitude) funciona

como uma barreira para a radiação ultravioleta, tornando-se assim essencial para a

manutenção da vida na superfície terrestre. Desde os anos 70 que se tem medido a

redução da concentração de ozônio em locais específicos da atmosfera ("buracos do

ozônio" nas regiões Antártica e Ártica) e de uma forma geral em todo o planeta.

É reconhecido que as emissões, à escala mundial de certas substâncias,

entre as quais se contam os hidrocarbonetos clorofluorados (CFC's) e os

Halogênios, podem deteriorar a camada de ozônio, de modo a existir risco de efeitos

nocivos para a saúde do homem e para o ambiente em geral. Atentos a esta

problemática mais de cem países já ratificaram a Convenção de Viena para a

proteção da camada de ozônio e o Protocolo de Montreal sobre as substâncias que

deterioram a camada de ozônio. Este Protocolo estabelece o controle da produção e

consumo de cerca de 90 substâncias regulamentadas.

Medidas de Controle da Poluição Atmosférica

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Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessárias

tanto medidas preventivas como corretivas, assumindo a informação um papel

fundamental na mobilização dos cidadãos. Entre os principais meios de intervenção

disponíveis contam-se:

Estabelecimento de limites de qualidade do ar ambiente;

Definição de normas de emissão;

Licenciamento das fontes poluidoras;

Incentivo à utilização de novas tecnologias;

Utilização de equipamento de redução de emissões (por exemplo, os

catalisadores nos automóveis e a utilização de equipamento de despoluição de

efluentes gasosos nas indústrias);

Controle dos locais de deposição de resíduos sólidos, impedindo os incêndios

espontâneos e a queima de resíduos perigosos;

Utilização de redes de monitoramento da qualidade do ar;

Incentivo à permanência de florestas naturais;

Estabelecimento de Planos de Emergência para situações de poluição

atmosférica graves;

Criação de serviços de informação e de auxílio às populações sujeitas ou

afetadas pela poluição atmosférica.

Estabelecimento de limites de qualidade do ar ambiente

Os valores limite de concentração de poluentes atmosféricos definem níveis

de concentração de poluentes no ar ambiente necessários (com uma determinada

margem de precaução) para proteger a saúde pública. Atualmente, em vários países

do mundo, existem limites para SO2, Partículas em Suspensão, NO2, CO, Chumbo e

Ozônio.

Normas de emissão e licenciamento

Destinam-se a ser aplicadas pelas fontes pontuais, sobretudo industriais, bem

como pelas fontes móveis, sobretudo os veículos automotores. Na maior parte dos

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países existem limites de emissão de aplicação geral e específicos para diversos

tipos de indústrias e para diversos poluentes.

As normas de emissão estão intimamente relacionadas com o licenciamento

das atividades produtivas. O processo de licenciamento deverá ter em consideração

a realização do Estudo de Impacto Ambiental, sendo aconselhável a utilização das

melhores técnicas disponíveis para minimizar as emissões para a atmosfera.

Incentivo à utilização de novas tecnologias

Uso de tecnologias limpas envolvendo tanto as fontes pontuais como as

fontes móveis se dá por meio de:

Redução dos consumos de energia através da sua utilização mais

racional ou de utilização de outras fontes de energia alternativas

responsáveis por menores emissões de CO2 e de outros poluentes;

Utilização de combustíveis que reduzam as quantidades de poluentes

emitidos (dessulfuração de derivados de petróleo ou utilização de

gasolina sem chumbo, por exemplo);

Substituição de compostos nocivos, tais como os CFC e alguns

solventes, por outros inócuos ou de menores inconvenientes;

Utilização de tecnologias geradoras de menores quantidades

poluentes.

Diminuta utilização de produtos com Clorofluorcarbonetos ou em

abreviado CFC`s, prejudiciais à camada de ozônio.

Poluição Hídrica

Quando a quantidade de lixo é maior do que a quantidade de depuração da

água, dizemos que a água está poluída.

Poluição das águas é um tipo de poluição causado pelo lançamento de

esgoto residencial ou industrial não tratado em cursos de água (rios, lagos ou

mares) ou ainda pelo lançamento de fertilizantes agrícolas, em quantidade

demasiada alta que o corpo da água não pode absorver naturalmente. A poluição

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altera as características da água enquanto a contaminação pode afetar a saúde do

consumidor da água. Assim uma água pode estar poluída sem estar contaminada.

Lançamento de Esgoto

Os materiais orgânicos presentes no esgoto (excrementos, etc.) nutrem as

bactérias aeróbias decompositoras. Por serem aeróbias, consomem o oxigênio

diluído na água, podendo matar por asfixia a fauna ali existente (principalmente os

peixes). Juntamente com essas bactérias, podem existir ou não os agentes

patogênicos: (vermes, etc.), protozoários (giárdias e amebas, etc.), vírus (hepatite,

etc.) e outras bactérias (leptospirose, cólera, febre tifóide, etc.).

Como as bactérias aeróbias continuam a se multiplicar, e se a poluição

continua elevada, a certa altura elas próprias morrem asfixiadas por esgotamento do

oxigênio dissolvido na água, sendo substituídas então por um novo tipo de bactéria:

as bactérias anaeróbicas, que não necessitam de oxigênio, exalando do

metabolismo substâncias de muito mau cheiro, como o gás sulfídrico, que possui um

odor típico de ovos podres, insuportável em certos rios, como o Tietê, o

Tamanduateí e o Pinheiros na cidade de São Paulo e o Canal do Mangue, no Rio de

Janeiro.

A solução que deve ser tomada a fim de

evitar esses transtornos é tratar o esgoto

produzido antes de lançá-lo nos rios ou mares,

se estes não suportarem a carga poluidora,

diminuindo assim a matéria orgânica, as

substâncias tóxicas e os agentes patogênicos.

Quando o corpo d'água absorve bem a matéria

orgânica, pode-se fazer, sem maiores

problemas, o lançamento dos esgotos através

de emissários submarinos bem projetados e

bem calculados como em Boston e em Santa Mônica (EUA), Ipanema e Barra da

Tijuca no Rio de Janeiro, Santos, Maceió, etc.

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Floração das Águas

Este fenômeno é causado pelo uso agrícola de adubos e fertilizantes, que

contêm fósforo e nitrogênio (também denominado azoto) que ao atingir os cursos

d'água, nutrem as plantas aquáticas, transformando a água em algo semelhante a

um caldo verde, vindo daí o título Floração das Águas.

Poluição Com Dejetos Não-Biodegradáveis

Os compostos citados acima são orgânicos; logo, são biodegradáveis e

podem ser decompostos por bactérias. Mas há compostos inorgânicos sintéticos,

que se acumulam nos seres vivos, causando-lhes graves danos em certos casos.

Exemplos de produtos não-biodegradáveis são: os detergentes, os combustíveis,

tais como petróleo, gasolina ou a poluição provocada por metais pesados: chumbo,

alumínio, zinco e mercúrio (provindo da extração dos garimpos).

Poluição do Solo

A poluição do solo consiste numa das formas de poluição, que afeta

particularmente a camada superficial da crosta terrestre, causando malefícios diretos

ou indiretos à vida humana, à natureza e ao meio ambiente em geral. Consiste na

presença indevida, no solo, de elementos químicos estranhos, de origem humana,

que prejudiquem as formas de vida e seu desenvolvimento regular.

A poluição do solo pode ser de duas origens: urbana e agrícola.

Poluição de origem urbana

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Nas áreas urbanas o lixo e outras formas de resíduos jogado sobre a

superfície, sem o devido tratamento, são uma das principais causas dessa poluição.

A presença humana, lançando detritos e substâncias químicas, como os derivados

do petróleo, constitui-se num dos problemas ambientais que necessitam de atenção

das autoridades públicas e da sociedade.

Poluição de origem agrícola

A contaminação do solo, nas áreas rurais, dá-se, sobretudo pelo uso indevido

de agrotóxicos, técnicas arcaicas de produção (a exemplo do subproduto da cana-

de-açúcar, o vinhoto; dos curtumes e a criação de suínos).

Aterros Sanitários

Uma das formas de se lidar com os resíduos urbanos é a destinação de locais

de depósito para os mesmos, denominados aterros. Nestes lugares todo o lixo

urbano é depositado, sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem.

Poluição Sonora

A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom

demasiado alto, sendo o mesmo muito acima do tolerável pelos organismos vivos,

no meio ambiente. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis nos

seres humanos. Além das fontes de ruídos mais comuns, existe uma grande

variedade de fontes sonoras nos centros urbanos, como: sirenes e alarmes,

atividades recreativas, entre outras, que em conjunto denomina-se Poluição Sonora

Urbana.

Este tipo de poluição, apresenta algumas características e peculiaridades.

São elas:

Não deixa resíduo (não tem efeito acumulativo no meio, mas pode ter um

efeito acumulativo no homem);

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É um dos contaminantes que requere menor quantidade de energia para ser

produzido;

Tem um raio de ação pequeno;

Não é transportado através de fontes naturais, como por exemplo, o ar

contaminado levado pelo vento, ou um resíduo líquido quando é transportado por um

rio por grandes distâncias;

É percebido somente por um sentido: a audição. Isto faz com que muitas

pessoas subestimem seu efeito.

Poluição Térmica

Poluição térmica consiste no aquecimento das águas naturais pela introdução

da água quente utilizada na refrigeração de centrais elétricas, usinas nucleares,

refinarias, siderúrgicas e indústrias diversas. A elevação da temperatura afeta a

solubilidade do O2 na água, fazendo com que esse gás se difunda mais facilmente

para a atmosfera; isso acarreta uma diminuição de sua disponibilidade na água, o

que prejudica diversas formas de vida aeróbicas aquáticas. Além disso, o impacto da

variação térmica exerce um efeito particularmente nocivo para as formas

estenotérmicas, isto é, que não toleram grandes variações de temperatura, como o

salmão e a truta.

Poluição Luminosa

Uma das mais modernas formas de poluição é a poluição luminosa,

caracterizada pelo excesso de brilho artificial produzido pelo homem nos centros

urbanos e que tem prejudicado as condições de visibilidade noturna dos corpos

celestes. Esse tipo de poluição vem sendo detectada por estudiosos e consta no site

da Royal Astronomical Society (www.ras.org.uk). A poluição luminosa vem

prejudicando a paisagem celeste noturna, impedindo o estudo dos astrônomos, tanto

amadores, quanto profissionais, bem como todos aqueles que querem usufruir da

visão das estrelas. A paisagem celeste deve, como todo bem ambiental, ser

preservada.

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Daí a importância dos estudos nesta área para tentar diminuir este prejuízo

visual que já atinge grande percentual de pessoal em todo o mundo.

Poluição Radioativa

Para que se fale em poluição radioativa, devemos primeiramente definir

radiação.

Radiação é o efeito químico proveniente de ondas e energia calorífera,

luminosa etc. Existem três tipos de radiação: raios alfa e raios beta, que têm a

absorção mais fácil, e raios gama, que são muito mais penetrantes que os primeiros,

já que se tratam de ondas eletromagnéticas.

O contato contínuo à radiação causa danos aos tecidos vivos, tendo como

principais efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, diminuição da expectativa

de vida, mutações genéticas, lesões a vários órgãos etc.

Assim, poluição radioativa é o aumento dos níveis naturais de radiação por

meio da utilização de substâncias radioativas naturais ou artificiais.

A poluição radioativa tem como fontes:

substâncias radioativas naturais: são as substâncias que se encontram no

subsolo, e que acompanham alguns materiais de interesse econômico, como

petróleo e carvão, que são trazidas para a superfície e espalhadas no meio

ambiente por meio de atividades mineratórias;

substâncias radioativas artificiais: substâncias que não são radioativas, mas

que nos reatores ou aceleradores de partículas são “provocadas”.

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A fonte de poluição radioativa predominante é a natural, pois a poluição

natural da Terra é muito grande, decorrente do decaimento radioativo do urânio, do

tório e outros radionuclídeos naturais.

Finalmente, devemos lembrar que a poluição radioativa provém

principalmente de: indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato,

petróleo, minerações, energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares.

Poluição e a Legislação

Constituição Federal, art. 23, VI, estabelecendo que é competência da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e

combater a poluição em qualquer de suas formas;

Constituição Federal, art. 225, § 3º, considerando passível de sanção penal

as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, tanto das pessoas físicas quanto

das pessoas jurídicas;

Lei n.º 6.766, de 19/12/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo

urbano, mais especificamente no art. 3º, V, que diz que não será permitido o

parcelamento do solo em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a

poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção;

Lei n.º 6.803, de 02/07/1980, que dispõe sobre as diretrizes básicas para o

zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e dá outras providências;

Lei n.º 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, mais especificamente

nos arts. 3º, III, que conceitua poluição e 8º, VI c./c. Resolução do CONAMA n.º

018/86, que institui o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos

Automotores;

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Lei n.º 8.723, de 28/10/1993, que dispõe sobre a redução de emissão de

poluentes por veículos automotores e dá outras providências;

Lei n.º 9.605, de 12/02/1998 (Lei de Crimes Ambientais), arts. 54, 55, 56, 60,

61.

Decreto-Lei n.º 221 , de 28/02/1967, que dispõe sobre a proteção e

estímulos à pesca e dá outras providências, no art. 37, § 1º define poluição da água.

Alterado pelos seguintes diplomas legais: Decreto n.º 62.458/68, Lei n.º 5.438/68,

Decreto-Lei n.º 1.217/72, Lei n.º 6.276/75, Lei n.º 6.585/78, Lei n.º 6.631/79,

Decreto-Lei n.º 2.057/83, Decreto-Lei n.º 2.467/88 e Lei n.º 9.059/95.

Decreto-Lei n.º 227, de 28/02/1967 (Código de Mineração), art. 47, XI,

estabelecendo como obrigação do titular da concessão de minas que se evite a

poluição do ar ou da água, que possa resultar dos trabalhos de mineração;

Decreto-Lei n.º 1.413, de 14/08/1975, que dispõe sobre o controle da

poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais;

Decreto n.º 76.389, de 03/10/1975, que dispõe sobre as medidas de

prevenção e controle de poluição industrial de que trata o Decreto-Lei n.º 1.413, de

14/08/1975, e dá outras providências;

Decreto n.º 81.107, de 22/12/1977, que define o elenco de atividades

consideradas de alto interesse para o desenvolvimento e a segurança nacional;

Decreto n.º 83.540, de 04/06/1979, que regulamenta a aplicação da

Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos causados por

Poluição por Óleo;

Decreto n.º 875, de 19/07/1993, que promulga o texto da Convenção sobre o

Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito;

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Decreto n.º 1.205, de 01/08/1994, que aprova a estrutura regimental do

Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, dita no art. 1º, IX, sua finalidade

de implementar programas de gestão de bacias hidrográficas e de proteção de

mananciais, inclusive o controle de poluição dos rios;

Portaria Normativa IBAMA n.º 348, de 14/03/1990, que dispõe sobre os

padrões de qualidade do ar e as concentrações de poluentes atmosféricos;

Resolução CONAMA n.º 018, de 06/05/1986, que dispõe sobre a emissão de

poluentes por veículos automotores;

Resolução CONAMA n.º 006, de 15/06/1988, que dispõe sobre o controle de

resíduos industriais;

Resolução CONAMA n.º 005, de 15/06/1989, que institui o Programa

Nacional de Controle da Qualidade do Ar – PRONAR;

Resolução CONAMA n.º 001, de 08/03/1990, que dispõe sobre a emissão de

ruídos, em decorrência de atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas,

inclusive da propaganda política;

Resolução CONAMA n.º 002, de 08/03/1990, que dispõe sobre a poluição

sonora;

Resolução CONAMA n.º 003, de 28/06/1990, que dispõe sobre a ampliação

do monitoramento e controle dos poluentes atmosféricos;

Resolução CONAMA n.º 008, de 06/12/1990, que estabelece, em nível

nacional, limites máximos de emissão de poluentes do ar para processos de

combustão externa em fontes novas fixas de poluição;

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Resolução CONAMA n.º 001/92, de 11/02/1993, que estabelece, para os

veículos automotores nacionais e importados, os limites máximo de ruído- com

veículos na aceleração e na condição parado- excetuando-se as motocicletas,

motonetas, ciclomotores, bicicletas com motor auxiliar e veículos assemelhados;

Resolução do CONAMA n.º 016, de 17/12/1993, que ratifica os limites de

emissão, os prazos e demais exigências contidas na Resolução n.º 018/86, que

institui o Programa Nacional de Poluição do Ar por Veículos Automotores, e torna

obrigatório o Licenciamento Ambiental junto ao IBAMA, para as especificações,

fabricação, comercialização e distribuições de novos combustíveis e sua formulação

final para uso em todo país;

Resolução CONAMA n.º 015, de 29/07/1994, que dispõe sobre o

desenvolvimento dos Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos

Automotores em Uso;

Resolução CONAMA n.º 018, de 13/12/1995, que dispõe sobre a

implantação de Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos Automotores

em Uso.

Observações:

A Lei 9.605/98 que trata dos crimes ambientais, em seu art.54, configura

crime “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam

resultar danos à saúde humana...”, o que inclui nesta figura delituosa todas as

formas de poluição aqui tratadas.

Por sua vez a Lei 8.078/90, Código do Consumidor, proíbe o fornecimento de

produtos e serviços potencialmente nocivos ou prejudiciais à saúde (art.10º).

Desse modo, por se tratar de problema social e difuso, a poluição deve ser

combatida pelo poder público e pela sociedade. Individualmente com ações judiciais

de cada prejudicado ou coletivamente através da ação civil pública (Lei 7.347/85).

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Ademais, o meio ambiente equilibrado é um direito de todos (art.225, da

Constituição Federal).

O Direito de Poluir

Devido à crescente tendência mundial socializante, a propriedade tem que se

adequar às suas funções: social e econômica (artigos 5º e 170, § 3º da Constituição

Federal).

Deve também observar as imposições de urbanismo, de segurança sanitária

e de salubridade pública, entre outras, caracterizando-se assim restrições

ambientais a seu uso (artigo 180 da Constituição Estadual de São Paulo).

Deve ainda adequar-se a utilização dos recursos naturais disponíveis

preservando o meio ambiente (artigo 186, § 2º da Constituição Federal), ocorrendo

dessa forma uma nova função de propriedade: a função ambiental, que se

caracteriza por sua adaptabilidade ao meio ambiente.

O atendimento a essas imposições ambientais implica na proibição do

proprietário de poluir, considerando-se isto os atos que possam degradar a

qualidade do ambiente.

Poluição é a degradação da poluição ambiental resultante das atividades que,

direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da

população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem

desfavoravelmente a biota e as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente

e lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais

estabelecidos (artigo 3º, da Lei 6.938 de 31/08/81, Lei da Política Nacional do Meio

Ambiente).

Dessa forma, o proprietário tem “limitado” o seu direito de propriedade se sua

ação é danosa à coletividade ou ao bem comum.

A ninguém é permitido poluir, mesmo porque a poluição atinge parte ou toda

uma comunidade e até o próprio poluidor.

Esse direito não pode ser reconhecido em nosso ordenamento jurídico.

Modernamente, uma ação poluidora não pode mais ser admitida por

reconhecimento do direito pleno do proprietário, mesmo que isso implique no

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prejuízo de seu direito de propriedade, porque está em jogo um bem muito maior,

que é o meio ambiente, reconhecido constitucionalmente como um bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida (artigo 225, caput da

Constituição Federal).

Pela ação cominatória (artigo 554 do Código Civil), os vizinhos prejudicados

podem coibir judicialmente o poluidor, entendendo-se vizinho todo aquele que é

atingido pela ação predatória, onde quer que esteja em relação a fonte poluidora.

Também a coletividade e o Ministério Público podem, ainda, ajuizar ações civis

públicas para barrar atos que degradem o ambiente, nos termos da lei 7.347/85.

Portanto, a função ambiental da propriedade proíbe atos poluidores, pois,

como dito, o direito a uma vida saudável de todos se contrapõe ao direito individual

daquele que polui, não se podendo falar em direito de poluir.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS RESÍDUOS

Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da

comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e ainda da varrição pública.

Os resíduos apresentam-se nos

estados sólido, gasoso e líquido.

Ficam incluídos nesta

definição tudo o que resta dos

sistemas de tratamento de água,

aqueles gerados em equipamentos e

instalações de controle de poluição,

bem como determinados líquidos

cujas particularidades tornem

inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles

líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo

com a melhor tecnologia disponível.

Se observarmos as diversas estatísticas, com relação à disposição dos

resíduos sólidos, nos deparamos com uma situação alarmante, visto que 75% das

cidades brasileiras dispõem seus resíduos sólidos em lixões. Esta situação trás

diversos comprometimentos ao meio ambiente e à saúde da população. Podemos

citar problemas como: surgimento de focos de vetores transmissores de doenças,

mau cheiro, possíveis contaminações do solo e corpos d'água, além da inevitável

destruição da paisagem urbana das cidades, principalmente. Como agravante, deve

ser mencionada a presença de catadores nestes locais colocando em risco, não

apenas a sua integridade física e de saúde, mas também se submetendo a uma

condição de marginalidade social e econômica, que muitas vezes se confunde com

o próprio conceito de lixo, situação esta que deve ser repudiada e melhor

administrada pelos governantes.

Diante destes fatos é fundamental que governo e sociedade assumam novas

atitudes, visando gerenciar de modo mais adequado a grande quantidade e

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diversidade de resíduos que são produzidos diariamente nas empresas e

residências. Portanto, é preciso inverter a pirâmide, o que significa colocar em

prática a desejável política dos “3 Rs” (Reduzir, Reusar e Reciclar) e não continuar

produzindo e gerando mais resíduos, deixando que “alguém” assuma a

responsabilidade de tratar e dispor adequadamente. Para isso, é preciso modificar

atitudes, por exemplo: usar o papel dos dois lados; imprimir somente o que é

necessário; otimizar o tamanho do papel ao real espaço da mensagem; usar

embalagens recicláveis (papel ou papelão); adotar práticas de reciclagem e reuso

como levar sacolas para as compras em vez de sempre usar embalagens novas;

separar resíduos “sujos” de resíduos “limpos” que impedem ou dificultam a

reciclagem; utilizar frutas e legumes com cascas ou incorporá-las ao solo; separar

resíduos perigosos, como pilhas, lâmpadas, medicamentos, material de limpeza,

tinta de cabelo e outros produtos químicos igualmente danosos ao meio ambiente e

à saúde humana.

Todas estas práticas não só reduzirão o volume de resíduos gerados

diariamente, mas também permitirão o exercício de reuso, culminando num melhor

gerenciamento dos resíduos. São atitudes simples e viáveis que poderemos

incorporar cada vez mais, a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como

conseqüência melhores condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde

ambiental.

Classificação, Origem e Características

Classificação do Lixo

Quanto às características físicas:

Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras,

guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina,

cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos,

legumes, alimentos estragados, etc.

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Quanto à composição química:

Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos,

cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos,

aparas e podas de jardim.

Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros,

borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas,

parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.

Quanto à origem:

Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de

alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais,

revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma

grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.

Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de

serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares,

restaurantes, etc.

Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo

todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias,

córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc., constituído por

restos de vegetais diversos, embalagens, etc.

Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias

(algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue

coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em

testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas

características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento,

manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para

aterro sanitário.

Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos

sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos.

Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que

podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

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Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais

como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria

alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por

cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras,

borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande

quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo

seu potencial de envenenamento.

Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de

atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados

apenas com equipamentos e técnicos adequados.

Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como

embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo

proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial.

Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de

escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de

reaproveitamento.

Características Físicas do Lixo

Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em

relação ao peso total do lixo.

Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles

ocupado, expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o

dimensionamento de equipamentos e instalações.

Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principalmente

nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em função das

estações do ano e da incidência de chuvas.

Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a

redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma

pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma

pressão equivalente a 4 kg/cm2. Tais valores são utilizados para dimensionamento

de equipamentos compactadores.

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Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material

orgânico.

Resíduos Sólidos

Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos)

resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente

utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de

recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental,

econômico e estético.

Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como:

Lixo Doméstico: é aquele produzido nos domicílios residenciais.

Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e

resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais

e outros.

Lixo Comercial e Industrial: é aquele produzido em estabelecimentos

comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade.

o Restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto

supermercados e lojas produzem embalagens.

o Os escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papel.

o O lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos

demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte

principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de

processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos

industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e

perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.

Lixo Público: são os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros,

provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos,

galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis,

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deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências

através de serviço de remoção especial.

Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas

características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em

seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns

resíduos industriais antes mencionados, do lixo hospitalar e do radioativo. Com o

crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e

mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento

excessivo do lixo tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso

é agravado pela escassez de áreas para o destino final do lixo. A sujeira despejada

no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições

de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido assustadoramente.

E uma das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo

de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los. Felizmente, para a Natureza e

para o homem, os resíduos podem ser em geral, reciclados e parcialmente

utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde

pública e a economia de divisas e de recursos naturais. O aterro sanitário é um

processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado. Consiste na

deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária.

Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via

biológica até a mineralização da matéria biodegradável, em condições

fundamentalmente anaeróbias. O aterro sanitário é uma obra de engenharia que

deve ser orientada por quatro objetivos:

o Diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos

o Utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e

cobertura

o Minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação

o Controle da emissão de gases (liberados durante os processos de

degradação)

Esse processo tem as seguintes vantagens e desvantagens:

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Vantagens Desvantagens

Processo de baixo custo Longa imobilização do terreno

Recuperação de áreas degradadas Necessidade de grandes áreas

Flexibilidade de operação Necessidade de material de

cobertura

Não requer pessoal altamente

especializado

Dependência das condições

climáticas

Um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz:

o resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d’água, O2, N2, ácido sulfúrico e

sulfuretos

o resíduos sólidos: resíduos mineralizados

o resíduos líquidos: águas lixiviadas.

Resíduos Gasosos

Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia

(desenvolvidos na superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a

fermentação anaeróbia dá origem a CO2 e a CH4(metano), o qual pode ser

aproveitado para a produção de biogás.

Resíduos Líquidos

Os resíduos líquidos também chamados lixiviados, variam de local para local

e dependem de:

Teor em água dos resíduos;

Isolamento dos sistemas de drenagem;

Clima (temperatura, pluviosidade, evaporação);

Permeabilidade do substrato geológico;

Grau de compactação dos resíduos;

Idade dos resíduos.

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Os lixiviados têm elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de

materiais tóxicos, pelo que deve ser feito o seu recolhimento e tratamento, de modo

a impedir a sua infiltração no solo.

Devido à grande distância que normalmente os aterros sanitários se

encontram, tornam muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A

prática mais generalizada é o enterramento de resíduos em terrenos adjacentes,

muitas vezes sem preparação, em solos inadequados e perto de espécies

faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de poluição e

de contaminação localizados.

Uma forma de minimizar esses efeitos é a seleção cuidadosa do local (tipo de

solo, cobertura vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e seu

recobrimento sistemático com terra.

A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação

própria), que permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em

cerca de 90 a 60%. Os resíduos são transformados em gases, calor e materiais

inertes (cinza e escórias de metal).

Os grandes inconvenientes desse sistema são a:

Poluição do solo por cinzas e escórias;

A poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem

de fumos e pelas escorrências de solos contaminados;

Poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado

teor tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele,

danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios,

nos sistemas endócrinos e imunológico e efeitos cancerígenos.

O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar outras

atividades:

Alimentação de animais domésticos (restos de alimentos)

Produção de fertilizantes - compostagem (resíduos sólidos orgânicos)

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Resíduos Tóxicos

São considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e

solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de

agrotóxicos e produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão

presentes nos plásticos, produtos de limpeza, em pesticidas e produtos

eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo urânio e outros metais

atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e equipamentos

médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes.

A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a

contaminação do solo e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns

cuidados básicos para embalar este tipo de resíduo: acondicionar em sacos

plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e protegido do sol, das crianças

e dos animais.

Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados a Centrais de

Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de tinta e verniz, e

embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam armazenados

no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do meio

ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento.

Os principais contaminantes que conferem periculosidade aos resíduos são

os seguintes:

Organo-halogenados: A combinação de fenômenos de evaporação e

adsorção no seio do aterro previne de forma substancial o deslocamento dos

compostos organo-halogenados para as águas subterrâneas. Na presença de óleos

no lixo, os solventes halogenados tendem a ser associados a esta fase.

Cianetos: Foram identificados vários mecanismos de decomposição e

eliminação. Por exemplo, a conversão para ácido cianídrico volátil, a formação de

cianetos complexos, hidrólise de formiato de amônia, formação de tiocianatos e

biodegradação poderão ocorrer. Um pré-tratamento de resíduos com cianetos é

fortemente recomendado.

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Metais Pesados: Resíduos galvânicos foram co-dispostos em aterros e

exumados sem modificações após 2 a 3 anos. O cromo, quando presente em forma

solúvel, hexavalente, cromato ou dicromato, pode também representar um risco

ambiental. Normalmente, em aterros, estes compostos são reduzidos, na presença

de matéria orgânica, para a forma trivalente de maneira a precipitar como hidróxido

em pH neutro, comumente existente nos aterros. O mercúrio poderá ser originário de

baterias, tubos fluorescentes, entulhos. Há evidências de que o Mercúrio é

mobilizado como sulfato sob as condições anaeróbicas reinantes no aterro. Havendo

frações argilosas presentes, o mercúrio poderá ser firmemente ligado por adsorção

ou por troca iônica.

Ácidos: Deveria ser prática normal a neutralização de resíduos ácidos, antes

da sua disposição em trincheiras ou lagoas rasas, no aterro. Será essencial que a

capacidade de neutralização inerente ao lixo doméstico não seja excedida. Caso

contrário, os metais pesados serão ressolubilizados e a atividade microbiana será

inibida. Foi determinado que 1 kg de lixo fresco poderá neutralizar 22g de ácido

sulfúrico e 1 kg de lixo decomposto será preciso para neutralizar 33g desse mesmo

ácido.

Óleos: A adsorção em componentes do lixo é um mecanismo de atenuação

importante. Estudos demonstraram que não acontecia drenagem livre quando a

concentração do óleo não superava os 5% em peso.

PCB's (Policloreto de bifenila): Estas substâncias foram encontradas em

aterros industriais, provenientes de capacitores, resíduos de destilação e tortas de

filtro. Em face de sua baixa solubilidade e degradabilidade, admite-se que elas

sejam retidas nos aterros. Não há evidência de que a presença de outras

substâncias orgânicas afete a mobilidade dos PCB's, porém, a presença de

solventes deveria ter efeitos significativos. Alguns ensaios mostraram a presença de

PCB's no chorume em concentrações entre 0,01 e 0,05 mg/L.

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Fenóis: Pode-se constituir em problema grave, uma vez que o limite da WHO

- World Health Organization para fenol é de 0,022 mg/L; e muitos resíduos

industriais contêm este produto em proporção superior a estes valores.

Solventes: Durante a deposição em aterro, os solventes poderão perder-se

por evaporação para a atmosfera ou podem ser absorvidos pelo lixo, onde poderão

ser submetidos à biodegradação. Testes de laboratório mostram a grande

dificuldade de se prognosticar a extensão de cada um destes processos.

Resíduos Hospitalares

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado

"lixo hospitalar ou resíduo séptico", sempre se constituiu um problema bastante sério

para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações

a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e

principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros

sanitários. A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos,

inerente a diversidade de atividades que se desenvolvem dentro destas empresas.

O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que,

em muitos casos, os resíduos ou, sejam ignorados, ou recebam um tratamento com

excesso de cuidado, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições

hospitalares. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção hospitalar e

outros tantos males.

Contaminação

O maior problema é o chamado “lixo infectante - classe A”, que representa um

grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. A maior parte dos

estabelecimentos não faz a separação deste material, que acaba indo para os

aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.

Outro problema é o chamado “lixo perigoso - classe B”, cuja destinação final,

atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.

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O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que

variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a

um aterro próprio.

Já o "lixo classe C" dos hospitais – também devidamente separado - fica

sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para

reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico

destinado ao aterro sanitário.

Separação do Lixo

O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e oferecerá subsídios para que os

hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de

saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos

resíduos.

Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente

separado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as

normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os

resíduos infectantes - lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas,

agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos - classe B, que são os produtos

quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida - e o lixo classe

C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material

orgânico e reciclável.

O treinamento visa adequar os estabelecimentos às novas normas de

tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237, de dezembro de

2006. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos

resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências

legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas

diárias de R$ 140,00 pelo sistema de vigilância sanitária.

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Lixos Infectantes

Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes

biológicos):

- Sangue hemoderivados

- Excreções, secreções e líquidos orgânicos

- Meios de cultura

- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas

- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas

- Resíduos advindos de área de isolamento

- Resíduos alimentares de área de isolamento

- Resíduos de laboratório de análises clínicas

- Resíduos de unidade de atendimento ambiental

- Resíduos de sanitário de unidades de internação

- Objetos perfuro-cortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de

serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico,

devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus

resíduos.

Processos de Destino

Incineração: a incineração do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso

de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma

atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como

dioxinas e metais pesados.

Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito

utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas,

mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades. A

maioria dos hospitais toma pouco ou quase nenhuma providência com relação às

toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades

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desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos se limitam ou a encaminhar a totalidade

de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza

Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou

simplesmente queimam os resíduos. Torna-se importante destacar os muitos casos

de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de

bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz

com que o chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e

clientes das instituições de saúde.

Lixos Não-Infectantes

Especiais

Radioativos: compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos

farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos

perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).

Comuns

Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos, estes

não poderão ser encaminhados para alimentação de animais.

Algumas Soluções

Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o

desejo de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-se a

desenvolver um projeto que resolvesse definitivamente o problema.

Objetivos do projeto:

Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto "resíduos sólidos dos

serviços de saúde";

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Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade

hospitalar gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas

de setores com atividades diversas;

Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino

adequados;

Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e

comunidade;

Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte

geradora;

Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser

reutilizadas sem riscos à saúde de pacientes e funcionários;

Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial;

Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando , incinerando e

encaminhando aos órgãos públicos a menor quantidade possível de resíduos.

Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos

grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante.

Devem ser esterilizados ou incinerados.

Os restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para a

alimentação de animais.

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CLASSES DOS RESÍDUOS

Os resíduos de diferentes tipos podem ser distribuídos nas seguintes classes

listadas a seguir:

Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde

pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função

de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e

patogenicidade.

Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam

periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como:

combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os

resíduos com as características do lixo doméstico.

Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos

testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus

constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de

potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em

contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não

se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito

lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição,

pedras e areias retirados de escavações.

Origem Possíveis Classes Responsável

Domiciliar 2 Prefeitura

Comercial 2, 3 Prefeitura

Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo

Público 2, 3 Prefeitura

Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo

Portos, aeroportos e terminais

ferroviários

1, 2, 3 Gerador do resíduo

Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo

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Entulho 3 Gerador do resíduo

Código de Cores para os Diferentes Tipos de Resíduos

Padrão de Cores

AZUL papel/papelão

VERMELHO plástico

VERDE vidro

AMARELO metal

PRETO madeira

LARANJA resíduos perigosos

BRANCO resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde

ROXO resíduos radioativos

MARROM resíduos orgânicos

CINZA resíduo geral não reciclável ou misturado, ou

contaminado não passível de separação

Resíduos e Destinos

Carcaças de computadores e ar condicionados: podem ser compradas

para desmonte. Em cidades como Curitiba-PR e São Paulo-SP existem empresas

que recebem esses materiais para o reaproveitamento ou reciclagem.

Carcaças de veículos: podem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou

sucateiros.

Móveis: podem ser levados para aterros sanitários ou doados às entidades

sociais.

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Canos de cobre, ferro e alumínio: podem ser vendidos a sucateiros.

Peças mecânicas e baterias de veículos: peças de metal devem ser

encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros e as baterias de veículos

descarregadas enviadas ao revendedor. As resoluções n° 257/99 e 263/99

CONAMA tratam do tema baterias.

Cartuchos de tinta: a destruição e o descarte devem ser feitos pelo serviço

de limpeza urbana local. Outra opção é a recarga para reutilização.

Medicamentos com datas vencidas e resíduos hospitalares: podem ser

encaminhados aos serviços de saúde. A Resolução n° 5/93 CONAMA que trata do

assunto está em fase de revisão para posterior aprovação.

Produtos químicos em geral: podem ser levados para aterros industriais ou

destruídos por meio de incineração.

Alimentos estragados: devem ser levados para os aterros sanitários pelo

serviço de limpeza urbana local.

Entulhos de construção civil e canos de PVC: a destinação para o

descarte desses materiais está em fase de estruturação pelo CONAMA.

Divisórias e cortinas: quando verificado a impossibilidade de

reaproveitamento, devem ser encaminhadas aos aterros sanitários.

Pilhas e baterias: as pilhas que respeitam o limite de componentes tóxicos

estabelecidos pela Resolução do CONAMA n° 257/99, podem ser descartadas no

lixo comum. Já as que não respeitam esse limite, devem ser jogadas nos aterros

industriais para materiais perigosos.

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Resolução CONAMA N° 275 de 25 de Abril 2001

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das

atribuições que lhe conferem a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo em

vista o disposto na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto no 3.179,

de 21 de setembro de 1999, e Considerando que a reciclagem de resíduos deve ser

incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-

primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água;

Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental

associado à extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação

final de matérias-primas, provocando o aumento de lixões e aterros sanitários;

Considerando que as campanhas de educação ambiental, providas de um

sistema de identificação de fácil visualização, de validade nacional e inspirado em

formas de codificação já adotadas internacionalmente, sejam essenciais para

efetivarem a coleta seletiva de resíduos, viabilizando a reciclagem de materiais,

resolve:

Art.1º Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a

ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas

campanhas informativas para a coleta seletiva.

Art. 2º Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de

órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e

entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em Anexo.

§ 1o Fica recomendada a adoção de referido código de cores para programas

de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas, escolas,

igrejas, organizações não-governamentais e demais entidades interessadas.

§ 2o As entidades constantes no caput deste artigo terão o prazo de até doze

meses para se adaptarem aos termos desta Resolução.

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Art. 3º As inscrições com os nomes dos resíduos e instruções adicionais,

quanto à segregação ou quanto ao tipo de material, não serão objeto de

padronização, porém recomenda-se a adoção das cores preta ou branca, de acordo

a necessidade de contraste com a cor base.

Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ SARNEY FILHO

Presidente do CONAMA

Mais Legislação Aplicada

CONSTITUIÇÃO FEDERAL, art. 24, XII – determina que a União, os Estados, o

Distrito Federal têm competência concorrente para legislar sobre a defesa e a

proteção da saúde.

LEI FEDERAL Nº 2.312, de 3 de setembro de 1954. Dispões sobre as normas

gerais sobre defesa e proteção da saúde. Chamado Código Nacional de Saúde.

DECRETO FEDERAL Nº 49.974, de 21 de janeiro de 1961. Regulamentou a Lei

2.312/54.

DECRETO ESTADUAL 52.497, de 21 de julho de 1970, de São Paulo. Proíbe o

lançamento de resíduos sólidos a céu aberto.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 006, de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a

incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos

provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 005, de 5 de agosto de 1993. Dispõe sobre o

gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e

aeroportos, bem como aos terminais ferroviários e rodoviários, objetivando preservar

a saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

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RESOLUÇÃO CONAMA Nº 037, de 30 de dezembro de 1994. Dispõe sobre o

controle do movimento transfronteriço de resíduos perigosos.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 257, de 30 de junho de 1999 - Dispõe sobre a

destinação final de pilhas e baterias usadas.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 258, de 26 de agosto de 1999 - Dispõe sobre a

destinação final de pneumáticos.

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INTRODUÇÃO À GESTÃO DE RESÍDUOS

A gestão de resíduos sólidos, líquidos, pastosos e gasosos envolve, além do

monitoramento ambiental, uma série de atividades cujos objetivos fundamentais são,

de um lado, minimizar a sua geração e, de outro, identificar suas fontes geradoras,

caracterizá-los, tratá-los e dar-lhes destinação final segura, encaminhando à

reciclagem quando possível.

As principais etapas do gerenciamento de resíduos são:

Identificação das fontes de geração;

caracterização dos Resíduos;

tratamento;

disposição final;

minimização da geração de resíduos;

reciclagem;

monitoramento ambiental.

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Anualmente no Brasil são gerados cerca de 2,9 milhões de toneladas de

resíduos sólidos e desses apenas 600 mil toneladas, 22%, recebem tratamento

adequado, conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento,

Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais (Abetre).

O gerenciamento dos resíduos é hoje um dos principais desafios vivenciados

pelas indústrias brasileiras. A gestão dos resíduos sólidos se caracteriza pela

necessidade da implantação da gestão do conhecimento dos resíduos nelas

gerados, ou seja, a necessidade de se caracterizar e quantificar quais são os

resíduos industriais perigosos, não perigosos e os inertes gerados no âmbito da

indústria.

Como dito anteriormente, uma gestão de resíduos eficiente deve contemplar

as etapas de manuseio, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e

disposição final dos resíduos e ser realizada dentro de uma hierarquia na priorização

das ações através dos seguintes passos:

Prevenção da geração de resíduos industriais;

Minimização da geração de resíduos industriais: quando as melhores

tecnologias empregadas nos processamentos industriais não eliminarem a sua

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geração, necessário, então minimizar as quantidades geradas e a toxicidade dos

resíduos;

Reciclagem de resíduos industriais: um resíduo gerado em uma produção

industrial pode – após tratamento ou não – vir a ser matéria-prima para o

processamento industrial que o gerou ou para quaisquer outros.

Tratamento de resíduos industriais visando dois objetivos principais: a

descontaminação ou detoxificação para a viabilização de sua reciclagem e – quando

a reciclagem não puder ser feita – o tratamento com a finalidade de uma disposição

mais segura do ponto de vista ambiental;

Descontaminação ambiental das áreas degradadas: descontaminação de

áreas antigas e nas quais houve disposição inadequada de resíduos.

Dentro desse contexto de prioridades, outro aspecto importante da gestão de

resíduos é a mudança de visão com relação aos mesmos. Os resíduos industriais

não podem ser vistos como algo sem valor econômico e sem utilidade – apenas

passíveis de serem dispostos no meio ambiente – para serem vistos como matérias

primas secundárias para a própria produção industrial que o gerou ou para outros

processamentos industriais. A Abetre calcula que o mercado de destinação de

resíduos industriais no Brasil é de R$ 1 bilhão por ano. Atualmente, porém, o

tratamento e a disposição de rejeitos geram um faturamento de aproximadamente

R$ 240 milhões, valor cinco vezes menor do que o potencial.

Para um sucesso ainda maior das industrias no processo de administração de

resíduos industriais, se faz necessário um trabalho de educação ambiental, além do

incentivo a pesquisas sobre tecnologias limpas e técnicas de reciclagem. A

educação ambiental é de extrema importância para a conscientização das empresas

e da comunidade em geral sobre o correto trato com os resíduos, sobretudo com as

mudanças de hábitos culturais que visem o seu reaproveitamento.

O custo para implantar e manter um programa de gestão de resíduos é um

investimento que, inicialmente, é significativo, mas que compensa pelos benefícios

dele decorrentes e que a terceirização dos serviços, transporte e destinação final

dos resíduos são uma alternativa para a redução dos custos. A terceirização é, na

maioria dos casos, alternativa para a redução de custos se comparados com os

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custos que a indústria teria que assumir para implantar e operar seus próprios

sistemas de tratamento e disposição final de resíduos. Pode-se ressaltar ainda dois

fatores importantes para essa terceirização:

Haver oferta de sistemas de tratamento e disposição de resíduos operados

por terceiros nas diversas regiões do país e não somente na região sul;

Serem suportáveis pelas indústrias os custos de transporte, tratamento e

disposição final de resíduos através da contratação desses serviços ofertados por

terceiros e devidamente licenciados.

Tecnologias limpas e Minimização de Resíduos

Entre os tratamentos possíveis para os resíduos industriais perigosos estão o

aterro (local de disposição final de resíduos utilizando princípios específicos de

engenharia para armazenar rejeitos), a incineração (processo físico-químico que

emprega a destruição térmica a alta temperatura para destruir a fração orgânica e

reduzir o volume do rejeito) e o co-processamento (processo de destruição térmica

de resíduos em fornos industriais devidamente licenciados, com aproveitamento

energético ou matérias-primas).

As tecnologias limpas – tecnologias que prevêm a substituição de matérias-

primas poluentes – e as práticas de minimização de resíduos são economicamente

vantajosas uma vez que oferecem a possibilidade de redução de custos de

destinação e obtenção de receita para comercialização dos produtos obtidos no

tratamento e separação dos resíduos gerados. As ações de minimização a serem

investigadas durante o estudo do processamento industrial devem ser de caráter

técnico e organizacional, incluindo treinamento de pessoal e melhoria das condições

de operação.

Dentre as tecnologias limpas usadas pelas indústrias podemos destacar: a

substituição do uso do cloro no branqueamento da polpa de celulose por peróxido; a

eliminação do uso de sais de cianeto por óleo térmico; a substituição do uso de

solventes minerais por solventes orgânicos e a substituição de pigmentos a base de

metais pesados por pigmentos orgânicos.

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Os resultados a serem obtidos com a adoção de tecnologias limpas e práticas

de minimização segundo dados fornecidos pela FEAM são:

Redução dos custos com gerenciamento de resíduos e efluentes;

Redução do consumo de energia, principalmente quando se tratar de energia

não-renovável;

Melhoria na qualidade do produto;

Melhoria da produtividade;

Redução dos riscos de saúde dos trabalhadores;

Redução dos riscos ambientais;

Diminuição do “passivo ambiental da empresa”;

Melhoria da imagem pública da empresa.

A reciclagem dos resíduos industriais que representam algum valor

econômico é uma das formas mais atraentes na solução de problemas no

gerenciamento de resíduos, tanto do ponto de vista empresarial, como dos órgãos

de controle ambiental. O papel da reciclagem é o de diminuir o desperdício, reduzir a

quantidade de resíduos encaminhados aos lixões e aos aterros sanitários, bem

como aumentar os insumos, pois muitos materiais descartados podem ser utilizados

como matéria prima de processos ou serem reutilizados na própria indústria que o

descartou.

As etapas de segregação, armazenamento, manuseio e transporte de

resíduos apresentam custos que, em alguns casos, pode ser bastante elevado.

Então se a indústria encontrar uma forma de reaproveitar ou vender esses resíduos,

estará criando uma maneira atraente de resolver o problema e, ainda, de conseguir

uma fonte de renda adicional. Do ponto de vista ambiental a reciclagem diminui a

quantidade de resíduos lançados no meio ambiente, além de contribuir para a

conservação dos recursos ambientais e de minimizar a utilização dos recursos

ambientais não renováveis.

Em termos práticos, a reciclagem para a recuperação de um resíduo depende

dos seguintes fatores:

Proximidade da instalação de reprocessamento;

Custos de transporte dos resíduos;

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Volume de resíduos disponíveis para o reprocessamento;

Custos de segregação, armazenamento, manuseio e transporte de resíduos;

Disponibilidade de mercado;

Tecnologias de reciclagem disponíveis;

Licenciamento ambiental.

As indústrias brasileiras devem buscar uma gestão de resíduos industriais

moderna e gerenciá-los de forma sustentável, gerando receita, emprego e renda. Os

resíduos industriais devem ser visto como uma forma de gestão empresarial, com

processos mais eficientes, trazendo uma série de benefícios para o meio ambiente e

para a sociedade.

Exemplos de Operações de Gestão de Resíduos

D01 - Deposição sobre o solo ou no seu interior (por exemplo, aterro sanitário,

etc.)

D02 - Tratamento no solo (por exemplo, biodegradação de efluentes líquidos

ou de lamas de depuração nos solos, etc.)

D03 - Injeção em profundidade (por exemplo, injeção de resíduos por

bombeamento em poços, cúpulas salinas ou depósitos naturais, etc.)

D04 - Lagunagem (por exemplo, descarga de resíduos líquidos ou de lamas

de depuração em poços, lagos naturais ou artificiais, etc.)

D05 - Depósitos subterrâneos especialmente concebidos (por exemplo,

deposição em alinhamentos de células que são seladas e isoladas umas das outras

e do ambiente, etc.)

D06 - Descarga para massas de águas, com exceção dos mares e dos

oceanos

D07 - Descarga para os mares e/ou oceanos, incluindo imersão nos fundos

marinhos

D08 - Tratamento biológico não especificado em qualquer outra parte do

presente anexo, que produz compostos ou misturas finais que são rejeitados por

meio de qualquer uma das operações enumeradas de D01 a D12

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D09 - Tratamento fisico-químico não especificado em qualquer outra parte do

presente anexo que produz compostos ou misturas finais rejeitados por meio de

qualquer uma das operações enumeradas de D01 a D12 (por exemplo, evaporação,

secagem, calcinação, etc.)

D10 - Incineração em terra

D11 - Incineração no mar

D12 - Armazenagem permanente (por exemplo, armazenagem de contentores

numa mina, etc.)

D13 - Mistura anterior à execução de uma das operações enumeradas de

D01 a D12

D14 - Reembalagem anterior a uma das operações enumeradas de D01 a

D13

D15 - Armazenagem enquanto se aguarda a execução de uma das operações

enumeradas de D01 a D14 (com exclusão do armazenamento temporário, antes da

recolha, no local onde esta é efetuada

R01 - Utilização principal como combustível ou outros meios de produção de

energia

R02 - Recuperação/Regeneração de solventes

R03 - Reciclagem/Recuperação de compostos orgânicos que não são

utilizados como solventes (incluindo as operações de compostagem e outras

transformações biológicas)

R04 - Reciclagem/Recuperação de metais e de ligas

R05 - Reciclagem/Recuperação de outras matérias inorgânicas

R06 - Regeneração de ácidos ou de bases

R07 - Recuperação de produtos utilizados na luta contra a poluição

R08 - Recuperação de componentes de catalisadores

R09 - Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos

R10 - Tratamento no solo em benefício da agricultura ou para melhorar o

ambiente

R11 - Utilização de resíduos obtidos em virtude das operações enumeradas

de R01 a R10

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R12 - Troca de resíduos com vista a submetê-los a uma das operações

enumeradas de R01 a R11

R13 - Acumulação de resíduos destinados a uma das operações enumeradas

de R01 a R12 (com exclusão do armazenamento temporário, antes do recolhimento,

no local onde esta é efetuada)

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COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

O lixo é coletado ou pelas prefeituras ou por uma companhia particular e

levado a um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode

haver uma certa seleção - sobras de metal, por exemplo, são separadas e

reaproveitadas. O resto do lixo é enterrado em aterros apropriados. A grande São

Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo e para os lixões seguem 23%.

Além dos aterros sanitários existem outros processos na destinação do lixo, como,

por exemplo, as usinas de compostagem, os incineradores e a reciclagem.

Aterros

Aterro é a disposição ou aterramento do lixo sobre o solo e deve ser

diferenciado, tecnicamente, em aterro sanitário, aterro controlado e lixão ou

vazadouro.

Aterro Sanitário

É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,

particularmente, lixo domiciliar que fundamentado em critérios de engenharia e

normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de

controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou, forma de disposição

final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas

cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais

específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança,

minimizando os impactos ambientais.

Antes de se projetar o aterro, são feitos estudos geológico e topográfico para

selecionar a área a ser destinada para sua instalação não comprometa o meio

ambiente. É feita, inicialmente, impermeabilização do solo através de combinação de

argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados, no solo. Os

líquidos percolados são captados (drenados) através de tubulações e escoados para

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lagoa de tratamento. Para evitar o excesso de águas de chuva, são colocados tubos

ao redor do aterro, que permitem desvio dessas águas, do aterro.

A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do aterro através de

balança. É proibido o acesso de pessoas estranhas. Os gases liberados durante a

decomposição são captados e podem ser queimados com sistema de purificação de

ar ou ainda utilizados como fonte de energia (aterros energéticos).

Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não

deve ser construído em áreas sujeitas à inundação. Entre a superfície inferior do

aterro e o mais alto nível do lençol freático deve haver uma camada de espessura

mínima de 1,5 m de solo insaturado. O nível do solo deve ser medido durante a

época de maior precipitação pluviométrica da região. O solo deve ser de baixa

permeabilidade (argiloso).

O aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 metros de

qualquer curso d’água. Deve ser de fácil acesso. A arborização deve ser adequada

nas redondezas para evitar erosões, espalhamento da poeira e retenção dos odores.

Devem ser construídos poços de monitoramento para avaliar se estão

ocorrendo vazamentos e contaminação do lençol freático: no mínimo quatro poços,

sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo da água do lençol freático.

O efluente da lagoa deve ser monitorado pelo menos quatro vezes ao ano.

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Aterro Controlado

É uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar

danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, minimizando os impactos

ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos

sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada

jornada de trabalho.

Esta forma de disposição produz, em geral, poluição localizada, pois

similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área de disposição é minimizada.

Porém, geralmente não dispõe de impermeabilização de base (comprometendo a

qualidade das águas subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de

dispersão dos gases gerados. Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos

problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é

inferior ao aterro sanitário.

Na fase de operação, realiza-se uma impermeabilização do local, de modo a

minimizar riscos de poluição, e a proveniência dos resíduos é devidamente

controlada. O biogás é extraído e as águas lixiviantes são tratadas. A deposição faz-

se por células que uma vez preenchidas são devidamente seladas e tapadas. A

cobertura dos resíduos faz-se diariamente. Uma vez esgotado o tempo de vida útil

do aterro, este é selado, efetuando-se o recobrimento da massa de resíduos com

uma camada de terras com 1,0 a 1,5 metros de espessura. Posteriormente, a área

pode ser utilizada para ocupações "leves" (zonas verdes, campos de jogos, etc.).

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB - 1989,

realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - e editada em

1991, a disposição final de lixo nos municípios brasileiros assim se divide:

76% em lixões;

13% em aterros controlados e 10% em aterros sanitários;

1% passa por tratamento (compostagem, reciclagem e incineração).

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“Lixão”

É um local onde há uma inadequada disposição final de resíduos sólidos, que

se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao

meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu

aberto sem levar em consideração:

a área em que está sendo feita a descarga;

o escoamento de líquidos formados, que percolados, podem contaminar as

águas superficiais e subterrâneas;

a liberação de gases, principalmente o gás metano que é combustível;

o espalhamento de lixo, como papéis e plásticos, pela redondeza, por ação do

vento;

a possibilidade de criação de animais como porcos, galinhas, etc. nas

proximidades ou no local.

Os resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como

proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.),

geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas

superficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e

de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica

contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.

Acrescenta-se a esta situação, o total descontrole quanto aos tipos de

resíduos recebidos nesses locais, verificando-se, até mesmo, a disposição de

dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias.

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Comumente, os lixões são associados a fatos altamente indesejáveis, como a

criação de porcos e a existência de catadores (que, muitas vezes, residem no

próprio local).

Embora apresente garantias razoáveis do ponto de vista sanitário, a solução

Aterro Sanitário tem algumas desvantagens irrefutáveis:

Desperdício de matérias-primas, pois que se perdem definitivamente os

materiais com que se produziram os objetos;

Ocupação sucessiva de locais para deposição, à medida que os mais antigos

se vão esgotando. Numa perspectiva de médio e longo prazo este é um problema

grave, pois normalmente apenas um número reduzido de locais reúne todas as

condições necessárias para ser escolhido.

Incineração

A incineração é um processo de decomposição térmica, onde há redução de

peso, do volume e das características

de periculosidade dos resíduos, com a

conseqüente eliminação da matéria

orgânica e características de

patogenicidade (capacidade de

transmissão de doenças) através da

combustão controlada. A redução de

volume é geralmente superior a 90% e

em peso, superior a 75%.

Para a garantia do meio ambiente a combustão tem que ser continuamente

controlada. Com o volume atual dos resíduos industriais perigosos e o efeito nefasto

quanto à sua disposição incorreto com resultados danosos à saúde humana e ao

meio ambiente, é necessário todo cuidado no acondicionamento, na coleta, no

transporte, no armazenamento, tratamento e disposição desses materiais.

Segundo a ABETRE (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento,

Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais) no Brasil, são 2,9 milhões de

toneladas de resíduos industriais perigosos produzidos a cada 12 meses e apenas

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600 mil são dispostas de modo apropriado. Do resíduo industrial tratado, 16% vão

para aterros, 1% é incinerado e os 5% restantes são co-processados, ou seja,

transformam-se, por meio de queima, em parte da matéria-prima utilizada na

fabricação de cimento.

O extraordinário volume de resíduo não tratado segue para lixões, conduta

que acaba provocando acidentes ambientais bastante graves, além dos problemas

de saúde pública. Os 2 milhões de resíduos industriais jogados em lixões significam

futuras contaminações e agressões ao meio ambiente, comenta Carlos Fernandes,

presidente da Abetre. No Estado de São Paulo, por exemplo, já existem, hoje, 184

áreas contaminadas e outras 277 estão sob suspeita de contaminação.

A recente Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) realizada pelo

IBGE colheu dados alarmantes quanto ao destino das 4.000 toneladas de resíduos

produzidos pelos serviços de saúde, coletadas diariamente e provenientes dos 5.507

municípios brasileiros. Apenas 14% das prefeituras pesquisadas afirmaram tratar do

lixo de saúde de forma adequada. Este tipo de lixo “é um reservatório de

microrganismos potencialmente perigosos, afirma documento da OMS (Organização

Mundial da Saúde)”.

Para os resíduos de saúde classificados como patogênicos, por exemplo,

uma das alternativas consideradas adequadas pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (Conama) é a incineração. A redução de passivos ambientais constituídos

por resíduos perigosos tem encontrado na incineração em alta temperatura, a

melhor técnica disponível e mais segura, confirma engenheiro químico de uma

empresa.

No Brasil, a destruição de resíduos

pela via do tratamento térmico pode contar

com os incineradores industriais e com o co-

processamento em fornos de produção de

clinquer (cimenteiras). A Resolução Conama

264/99 não permite que os resíduos

domiciliares brutos e certos resíduos

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perigosos venham a ser processados em cimenteiras, tais como os provenientes dos

serviços de saúde, os rejeitos radioativos, os explosivos, os organoclorados, os

agrotóxicos e afins.

Método Contestado

Recentemente o Greenpeace (organização não-governamental ambientalista)

criticou a nova proposta para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

apresentada à Comissão Especial de Resíduos Sólidos da Câmara Federal pelo seu

relator deputado federal Emerson Kapaz (PPS-SP). A entidade reclama que no

documento, a incineração e o co-processamento em fornos de cimento são

apresentados como as principais políticas para a redução de resíduos.

Segundo avaliação do Greenpeace estes métodos são prejudiciais à saúde

humana, pois despejam substâncias tóxicas no meio ambiente, causando severos

danos. Mas, um estudo da ABLP - Associação Brasileira de Limpeza Pública mostra

que os sistemas modernos de incineração de lixo são dotados de sistemas

computadorizados de controle contínuo das variáveis de combustão, tanto na

câmara primária quanto na de pós-combustão, bem como, nas demais etapas de

depuração de gases e geração de energia.

Para os estudiosos, o processo de incineração no Brasil, ganhou o conceito

de poluidor, nocivo à saúde e prejudicial ao meio ambiente devido ao uso de

equipamentos já obsoletos ou à operação e manutenção inadequadas. “Sob vários

aspectos, a incineração constitui o processo mais adequado para a solução

ambientalmente segura e problemas de disposição final de resíduos”.

A entidade ambientalista alega também que em diversos países a incineração

tem sido preterida, porém, o trabalho da ABPL, diz que em países como Alemanha,

Japão, Suíça e EUA, por exemplo, muitas plantas foram construídas recentemente,

além do que outras estão em construção, principalmente para a geração de energia.

Esta reversão se deu principalmente nos últimos anos com o avanço das tecnologias

de depuração de gases e dos controles “on line”, por computador, de todas as

emissões gasosas e líquidas. Nestes últimos anos, a maioria das instalações de

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tratamento de gases, das principais plantas naqueles países foi substituída e hoje

atendem às exigentes normas de proteção ambiental.

Atualmente, segundo trabalho da ABLP, o tratamento de gases é ainda mais

sofisticado, perseguindo a meta de emissão zero. Crescem os sistemas para a

remoção de outros poluentes como NOx, dioxinas e furanos, além do aparecimento

das tecnologias avançadas de tratamento para a produção de resíduos finais inertes,

que podem ser reciclados ou dispostos sem nenhum problema para o meio

ambiente, tal como o uso do plasma térmico.

Vários processos estão se sofisticando atualmente no pré-tratamento do lixo,

anterior à incineração, para aumentar a sua homogeneização, baixar a umidade e

melhorar o poder calorífico, de tal forma a transformá-lo em um combustível de

qualidade para a máxima geração de energia. Sofisticam-se também os processos

de combustão com o aumento dos sistemas de turbilhonamento, secagem, ignição e

controle da combustão.

Processo

Para que um resíduo chegue a ser incinerado é necessário que ele esteja

apto a ser transportado e esteja devidamente caracterizado, física, química e físico-

quimicamente. Há uma série de atividades preliminares que podem ser

desempenhadas ou pelo gerador ou pelo prestador de serviço de incineração ou por

um terceiro, preposto credenciado de um dos dois.

Estas atividades resumem-se a exame de carga e seu acondicionamento (a

granel, em sacos, em bombonas, em tambores metálicos, em containeres, etc.),

coleta de amostra composta para a caracterização em laboratório,

acondicionamento para o transporte, obtenção das Licenças Ambientais junto aos

órgãos ambientais nas duas pontas (gerador e incinerador), aviso ou permissão de

tráfego de outros Estados situados no roteiro, carregamento do veículo e amarração

de carga, inspeção geral do veículo, da documentação e do motorista.

Os incineradores industriais que prestam serviços a terceiros estão

localizados em sua maioria no Estado de São Paulo (capacidade total de 26.000 t/a

em 5 unidades), existindo ainda um no Rio de Janeiro (6.500 t/a), dois na Bahia

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(14.400 t/a) e um em Alagoas (11.500 t/a). “Dada a dimensão do parque industrial

brasileiro, essa capacidade instalada é ainda muito pequena, se comparada com os

incineradores industriais dos países europeus e dos EUA”. E está em montagem

uma nova unidade no Rio de Janeiro, com capacidade para 5.000 t/a.

É bem verdade que uma grande parte de resíduos que antes eram

encaminhados para essas empresas, atualmente estão indo para cimenteiras. Esse

quadro competitivo entre as duas alternativas conduziu a uma redução substancial

nos preços outrora cobrados pelos incineradores, acirrando a concorrência.

Acredita-se que uma maior consciência está sendo incutida nos geradores de

resíduos, em grande parte provocada pelo receio das sanções oriundas da aplicação

da lei de Crimes Ambientais e também por uma maior ação fiscalizadora dos órgãos

ambientais. Esses fatos vêm trazendo novos negócios para os incineradores e

também para as cimenteiras.

Fonte: Revista Gerenciamento Ambiental, Ano 4, Nº 19, Março / Abril 2002.

Compostagem

A compostagem é o processo de reciclagem da matéria orgânica formando

um composto. A compostagem propicia um destino útil para os resíduos orgânicos,

evitando sua acumulação em aterros e melhorando a estrutura dos solos. Esse

processo permite dar um destino aos resíduos orgânicos domésticos, como restos

de comidas e resíduos do jardim.

A compostagem é largamente utilizada em jardins e hortas, como adubo

orgânico devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, aumentando sua

capacidade de retenção de água, permitindo o controle de erosão e evitando o uso

de fertilizantes sintéticos.

Quanto maior a variedade de matérias existentes em uma compostagem,

maior vai ser a variedade de microrganismos atuantes no solo.

Para iniciantes, a regra básica da compostagem é feita por duas partes, uma

animal e uma parte de resíduos vegetais.

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Os materiais mais utilizados na compostagem são cinzas, penas, lixo

doméstico, aparas de grama, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de

arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, folhas, resíduos de couro, jornais,

turfa, acículas de pinheiro, serragem, algas marinhas e ervas daninhas.

Cinzas

As cinzas de madeira provenientes de lareiras ou de fogão a

lenha são uma ótima fonte de potássio para os horticultores

orgânicos, pois a utilizam na prevenção de pragas. As cinzas

das cascas de banana, limão, pepino e cacau possuem alto

teor de fósforo e potássio. As cinzas de madeira podem ser

acrescentadas às pilhas de compostagem, mas perdem

muito de seu valor se ficar expostas ao excesso de chuva,

pois o potássio lixivia facilmente.

Penas

As penas de galinha, peru e outras aves são muito ricas em

nitrogênio, podendo ser aproveitadas e acrescentadas às

compostagens.

Lixo

doméstico

Praticamente todo o lixo orgânico de cozinha é um excelente

material para decomposição. Em uma composteira devemos

evitar despejar gordura animal, pois esta tem uma difícil

degradação. Restos de carnes também devem ser evitados

porque costumam atrair animais, vermes e moscas além de

causar mau cheiro.

Aparas de

grama

As aparas de grama são matéria orgânica muito rica em

nutrientes. Nas pilhas de compostagem são ótimos isolantes

térmicos e ajudam a manter as moscas afastadas.

Rocha moída e

conchas

Rochas e conchas possuem muitos minerais necessários

para o crescimento das plantas. Ostras moídas, conchas de

bivalves e de lagostas podem ter o mesmo efeito de rocha

moída e substituir o calcário.

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Feno ou palha

Estes em uma compostagem necessitam de uma grande

quantidade de nitrogênio para se decompor. Então se

recomenda que se utilizem pequenas quantidades de feno e

palhas frescos.

Podas de

arbustos e

cerca viva

São volumosos e difíceis de serem degradados.

Acrescentados na compostagem deixam a pilha volumosa e

com fácil penetração de ar.

Resíduos de

cervejaria

Este tipo de resíduo enriquece o composto, mas costumam

ser bastante úmidos, não necessitando de irrigação

freqüente.

Folhas

As folhas parcialmente apodrecidas são muito semelhantes

ao húmus puro. Para mais fácil decomposição das folhas em

uma pilha de compostagem, recomenda-se que misture as

folhas com esterco.

Resíduos de

couro

Pó de couro é muito rico em nitrogênio e fósforo, pode ser

abundante e barato.

Jornais

Há algumas controvérsias de se colocar jornais na pilha de

composto. Os jornais são uma grande fonte de carbono na

sua compostagem, desde que se utilize em pequenas

quantidades.

Turfa Em termos de nutrientes a turfa não acrescenta nada na

compostagem, mas pode absorver toda a umidade existente.

Acículas de

pinheiro

São consideradas um bom melhorador da textura do

composto. Apesar de se tornar levemente ácida na pilha,

outros materiais irão neutralizar os efeitos ácidos.

Serragem Apresenta degradação extremamente lenta. A melhor

maneira é alternar a serragem com o esterco.

Algas São ótimas como fonte de potássio; se degradam facilmente

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marinhas e podem ser misturadas com qualquer outro material

volumoso, como a palha. Também são muito ricas em outros

nutrientes, como o boro, iodo, cálcio, magnésio entre outros.

No jardim deve ser aplicado a cada 3 ou 4 anos em grandes

quantidades. Para o horticultor as algas marinhas mantêm a

pilha isolada termicamente durante o inverno.

Ervas

daninhas

É ótima como matéria orgânica para o solo, mas deve-se

acrescentar muito esterco ou outro material rico em

nitrogênio, para que as altas temperaturas não permitam que

as sementes germinem, assim evitando trabalhos futuros e o

desperdício deste resíduo.

Alguns resíduos, como o sabugo de milho, de maçã, casca de citrus, talo de

algodão, folhas de cana, folhas de palmeira, casca de amendoim, de nozes, pecan e

amêndoa são de difícil degradação, porém, possuem muito nitrogênio e matéria

orgânica. Recomenda-se que sejam picadas em pedaços menores para que se

degradem mais facilmente.

Para manter sua pilha volumosa e com força, pode-se acrescentar terra,

calcário ou húmus, já areia, lama e cascalho adicionam poucos nutrientes.

Para a boa degradação dos componentes de uma pilha é necessário evitar

alguns resíduos, como o carvão mineral e vegetal, papel colorido, plantas doentes,

materiais não biodegradáveis, fezes de animais de estimação, lodo de esgoto,

produtos químicos tóxicos entre outros.

Carvão mineral e

vegetal

As cinzas de carvão mineral possuem uma quantidade

excessiva de enxofre e ferro que são tóxicos para as

plantas, além de apresentarem muita resistência à

decomposição.

Papel colorido Recomenda-se não adicionar nenhum tipo de papel

colorido na compostagem, devido às tintas tóxicas e não

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biodegradáveis. Além disso, atualmente há muitas

campanhas para a reciclagem de papéis.

Plantas doentes

Para adicionar plantas doentes na composto é preciso um

processo de compostagem ideal para garantir a completa

destruição de organismos patogênicos que causam

doenças.

Resíduos não

biodegradáveis

Resíduos de plásticos, vidros, alumínios e roupas possuem

material sintético que não são biodegradáveis, que poderão

prejudicar o solo. Borracha natural é biodegradável, mas

tem lenta degradação.

Fezes de animais

de estimação

Deve evitar a adição de fezes de animais, pois podem

conter organismos perigosos que podem transmitir

doenças.

Lodo de esgoto

Este resíduo merece um cuidado especial com altas

temperaturas para a eliminação de metais tóxicos e de

organismos patogênicos.

Produtos

químicos tóxicos

Deve-se evitar colocar inseticidas, pesticidas e venenos na

pilha. Estes produtos são nocivos aos microrganismos que

ajudam na degradação e aeração do solo.

Etapas da Decomposição

Primeira fase

Normalmente denominada decomposição: ocorre a decomposição da matéria

orgânica facilmente degradável, como por exemplo, carboidratos.

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A temperatura pode chegar a 65-70ºC. Nesta temperatura, durante um

período de cerca de 15 dias, é possível eliminar as bactérias patogênicas, como por

exemplo, as salmonelas, ervas.

Inclusive as daninhas, ovos de parasitas, larvas de insetos, etc.

Esta fase demora de 10 a 15 dias. É comum colocar sobre o material uma

camada de cerca de 10-30 cm de composto maduro para manter o equilíbrio interno

do material (sem perda de calor e umidade).

Nesta faze, proteínas, aminoácidos, lipídios e carboidratos são rapidamente

decompostos em água, gás carbônico e nutrientes (compostos de nitrogênio,

fósforo, etc.) pelos microrganismos, liberando calor.

Temperaturas acima de 75º indicam condições inadequadas e podem causar

a produção de odores, devendo ser evitadas. Nesta temperatura, ocorrem reações

químicas no processo e não mais ação biológica por microrganismos termófilo.

Segunda fase

A fase de semi-maturação: os participantes freqüentes desta fase são as

bactérias, actinomicetos e fungos. A temperatura fica na faixa de 45 - 30ºC e o

tempo pode variar de 2 a 4 meses.

Terceira fase

A fase de maturação/humificação: nesta fase, celulose e lignina são

transformados em substâncias húmicas, que caracterizam o composto, pelos

pequenos animais do solo como, por exemplo, às minhocas. A temperatura cai na

faixa de 25-30ºC.

O húmus (composto) é um tipo de matéria orgânica mais resistente à

decomposição pelos microrganismos. No solo, as substâncias húmicas vão sendo

lentamente decompostas pelos microrganismos e liberando nutrientes que são

utilizados pelas raízes das plantas.

Fatores que influenciam na Compostagem

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Aeração: O fornecimento de oxigênio é um fator importante durante a

decomposição, principalmente, na primeira fase. A falta de oxigênio pode liberar

odores desagradáveis, provenientes de produtos de decomposição anaeróbia como

gás sulfídrico. A aeração pode ser natural ou forçada para sistema estático de

compostagem. Neste caso a aeração natural pode ser feita através da difusão, de

revolvimento ou introdução de tubos curtos e perfurados no interior da leira ou pilha.

A aeração forçada é feita por introdução ou sucção de ar no interior da leira ou pilha.

Para sistema dinâmico, é comum aeração forçada com introdução de ar.

Matéria-prima: A compostagem é realizada com material orgânico

putrescível. O lixo doméstico é uma boa fonte de matéria orgânica e que

corresponde a mais de 50% de sua composição. Relação carbono/nitrogênio (C/N):

30 - 40/L, ideal para o desenvolvimento dos microrganismos. Umidade: 45% a 70%.

Abaixo pode inibir o desenvolvimento da atividade bacteriana e acima pode

ocasionar deterioração. Materiais com tamanhos menores se decompõem mais

rapidamente. Material indesejável do ponto de vista estético e de segurança de

manuseio: pedaços de vidro, metal, plástico, etc.

Microrganismos: Normalmente, o material orgânico putrescível usado

contém os microrganismos necessários durante o processo. Quando necessário, se

adiciona composto maturado.

Características do Composto Húmico

O composto é biologicamente estável e pouco agressivo aos organismos do

solo e plantas, e é utilizado para melhorar as características do solo e aumentar a

produção de vegetais, por exemplo, em hortas;

O composto maturado tem aspecto marrom, com pouca umidade e cheiro de

terra mofada;

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Ao esfregá-lo com as mãos, elas se sujam, porém o composto se solta

facilmente;

O composto deixa o solo mais "fofo" e leve, possibilitando que as raízes

utilizem água e nutrientes mais facilmente;

As substâncias húmicas existentes no composto têm a capacidade de reter

água e nutrientes, agindo assim, como uma esponja. Desta forma, as plantas podem

utilizar a água e nutrientes, favorecendo o seu desenvolvimento. Por isso o

composto é chamado também de fertilizante do solo;

A água e os nutrientes retidos tornam o solo melhor estruturado, necessitando

de menos irrigação, economizando energia e tornando-se mais resistente a erosão;

Aumenta a capacidade de troca de cátions (nutrientes);

Ajuda na fertilidade do solo devido à presença de nutrientes minerais (N, K,

Ca, Mg, S e micronutrientes). Para o nitrogênio, potássio e fósforo (NKP) encontram-

se valores médios de 1%, 0,8% e 0,5%, respectivamente.

Uso do Composto

O composto é usado em solo como corretivo orgânico, principalmente de

solos argilosos e arenosos, pobres em matéria orgânica. A matéria orgânica deixa o

solo mais fofo e leve, possibilitando que as raízes utilizem a água e os nutrientes

mais facilmente. Aplicando o composto uma ou duas vezes por ano, a produtividade

do solo aumenta.

Usinas de Compostagem de Lixo no Brasil

Segundo dados do IBGE referente a 1989, publicados em 1992, existem 80

usinas de compostagem no Brasil, mas infelizmente a maioria delas está desativada

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por falta de uma política mais séria, além da falta de preparo técnico no setor.

Inclusive, na maioria dessas usinas, as condições de trabalho são precárias, o

aspecto do local é muito sujo e desorganizado e não existe controle de qualidade do

sistema de compostagem e nem do composto a ser utilizado em solo destinado à

agricultura.

Muitas usinas de compostagem estão acopladas ao sistema de triagem de

material reciclável. Por isso é comum as usinas possuírem espaços destacados para

esteiras de catação, onde materiais como papel, vidro, metal, plástico são retirados,

armazenados e depois vendidos.

A qualidade do composto produzido na maioria das vezes é ruim tato no grau

de maturação, quanto na presença de material que compromete o aspecto estético e

material poluente como metais pesados.

A compostagem no Brasil vem sendo tratada apenas sob perspectiva de

"eliminar o lixo doméstico" e não como um processo industrial que gera produto,

necessitando de cuidados ambientais, ocupacionais, marketing, qualidade do

produto, etc. Tanto isso é verdade que quando as usinas são terceirizadas, as

empreiteiras pagam por lixo que entra na usina e não por composto que é vendido e

o preço, que muitas usinas cobram, é simbólico. A compostagem no Brasil precisa

ser encarada mais seriamente.

Reciclagem

A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado

(matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é

economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o

que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional

no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras

matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa =

Re (repetir) + Cycle (ciclo).

Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito

que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua

totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser

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reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras, sendo a

mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco).

Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem"

material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa

ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando

um animal morre, ele é reciclado pela natureza. Quando um material é dividido em

pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já

podem trabalhar.

A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás

carbônico, vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao

crescimento de todos os vegetais, o qual gera o húmus, ótimo adubo para o solo.

No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que

causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido

escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes)

encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal

causador da contaminação dos rios e do lençol freático.

A reciclagem traz os seguintes benefícios:

Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar;

Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população;

Prolonga a vida útil de aterros sanitários;

Melhora a produção de compostos orgânicos;

Gera empregos para a população não qualificada;

Gera receita com a comercialização dos recicláveis;

Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos

reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-

primas virgens;

Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma

consciência ecológica.

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No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras

tivessem apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de

reciclagem, pois assim estariam contribuindo na geração de empregos, na

diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor qualidade com tecnologia

"limpa".

A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima

redução da quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não

podem ser evitados, deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal

modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final os aterros

sanitários.

A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte

da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são

coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na

manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem.

Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.

Análise do Ciclo de Vida (ACV) e Reciclagem

A análise de ciclo de vida é uma técnica para avaliação dos aspectos

ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo

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etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que

entram no sistema produtivo, à disposição do produto final. Essa técnica também é

conhecido como análise "do berço ao túmulo".

A análise de ciclo de vida de produtos é, na verdade, uma ferramenta técnica

que pode ser utilizada em uma grande variedade de propósitos. As informações

coletadas na ACV e os resultados de sua análise e interpretações podem ser úteis

para tomadas de decisão, na seleção de indicadores ambientais relevantes para

avaliação de desempenho de projetos ou reprojetos de produtos ou processos e/ou

planejamento estratégico.

A ACV encoraja as indústrias a considerar as questões ambientais

associadas aos sistemas de produção: insumos, matérias-primas, manufatura,

distribuição, uso, disposição, reuso, reciclagem. Pode-se dizer também, que ela nos

ajuda a identificar oportunidades de melhoramentos dos aspectos ambientais de

uma empresa.

Segundo Luís Briones, presidente do Programa Plastivida/ABIQUIM, números

exatos sobre a performance energética do setor da reciclagem só serão obtidos com

o uso das ferramentas da Análise do Ciclo de Vida (ACV).

Briones lembra que há estudos baseados em ACV que têm demonstrado que

as quantidades de energia gastas para obter um produto a partir de matéria-prima

virgem são maiores que aquelas gastas para produzi-lo com resíduos reciclados.

Por isso, dada a atual crise energética, o governo deveria estabelecer com

máxima urgência uma Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos, com

responsabilidade compartilhada entre todos os setores envolvidos, ou seja, Poder

Público, sociedade e setor produtivo. Essa gestão compartilhada e integrada dos

resíduos sólidos urbanos deve ser feita localmente, contemplando todas as

possibilidades disponíveis e tomando como base as realidades e necessidades

sociais, econômicas e ambientais. E, é lógico, sem perder de vista que a reciclagem

tem mostrado ser mais econômica nos aspectos de consumos de energia, água e

materiais acessórios utilizados diretamente na produção de um bem, quando

comparada à produção a partir de matéria-prima virgem, conclui Briones.

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Quando o aço é produzido inteiramente a partir da sucata, a economia de

energia chega a 70% do que se gasta com a produção a base do minério de origem.

Além disso, há uma redução da poluição do ar (menos 85%) e do consumo de água

(menos 76%), eliminando-se, ainda, todos os impactos decorrentes da atividade de

mineração.

O papel jornal produzido a partir das aparas requer 25% a 60% menos

energia elétrica que a necessária para obter papel da polpa da madeira. O papel

feito com material reciclado reduz em 74% os poluentes liberados no ar e em 35%

os despejados na água, além de reduzir a necessidade de derrubar árvores.

Na reciclagem do vidro é possível economizar, aproximadamente, 70% de

energia incorporada ao produto original e 50% menos de água.

Com a reciclagem de plásticos economiza-se até 88% de energia em

comparação com a produção a partir do petróleo e preserva-se esta fonte esgotável

de matéria-prima.

Em resumo, a ACV pode ser utilizada para obter-se um melhor entendimento

de todo o sistema utilizado para se produzir um produto, e conseqüentemente

aprimorá-lo.

Tempo de Decomposição dos Materiais

Material Tempo de Degradação

Aço Mais de 100 anos

Alumínio 200 a 500 anos

Cerâmica indeterminado

Chicletes 5 anos

Cordas de nylon 30 anos

Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio)

Embalagens PET Mais de 100 anos

Esponjas indeterminado

Filtros de cigarros 5 anos

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Isopor indeterminado

Louças indeterminado

Luvas de borracha indeterminado

Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos

Papel e papelão Cerca de 6 meses

Plásticos (embalagens, equipamentos) Até 450 anos

Pneus indeterminado

Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos

Vidros indeterminado

Estatísticas de Reciclagem

Lixo

O lixo é uma fonte de riquezas. As indústrias de reciclagem produzem papéis,

folhas de alumínio, lâminas de borracha, fibras e energia elétrica, gerada com a

combustão.

No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla

tudo o que poderia.

O Brasil é considerado um grande "reciclador" de alumínio, mas ainda

reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro e os pneus que consome.

A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia, com

este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas.

Se toda água do planeta coubesse em um litro, a água doce corresponderia a

uma colher de chá.

Somente 37% do papel de escritório é realmente reciclado, o resto é

queimado. Por outro lado, cerca de 60% do papel ondulado é reciclado no Brasil.

Um litro de óleo combustível usado pode contaminar 1.000.000 de litros de

água.

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Menos de 50% de produção nacional de papel ondulado ou papelão é

reciclado atualmente, o que corresponde a cerca de 720 mil toneladas de papel

ondulado. O restante é jogado fora ou inutilizado.

Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais

de 1 quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é

de aproximadamente 400 milhões de toneladas.

Perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras:

o 39%: papel e papelão

o 16%: metais ferrosos

o 15%: vidro

o 8%: rejeito

o 7%: plástico filme

o 2%: embalagens longa vida

o 1%: alumínio

Perigos

Crianças e adolescentes que trabalham no lixo estão expostos a uma série de

doenças que seriam facilmente evitadas.

Por lidar com restos de comida, cacos de vidro, ferros retorcidos, plásticos

pontiagudos e despejos com resíduos químicos, essas crianças sofrem de diarréias,

tétano, febre tifóide, tuberculose, doenças gástricas e leptospirose.

Nos resíduos sólidos, os microrganismos causadores de doenças sobrevivem

por dias e até meses.

Em todo o Brasil, a falta de saneamento, a ausência na maioria dos

municípios de coleta de lixo de qualidade e a convivência direta com o lixo fazem

surgir epidemias.

A dengue é um exemplo. Em 1982, o País registrou 12 mil casos da doença.

Todos na Região Norte. Em 1998, foram mais de 527 mil casos espalhados por todo

o Brasil.

O cólera também ressurgiu com força nos anos 90. Em 1991, foram 2,1 mil

casos confirmados da doença. Em 1994, o País chegou a ter 51,3 mil pessoas

infectadas com o vibrião colérico.

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A febre tifóide, causada pelo consumo de carne de porco contaminada, está

em declínio no Brasil. Mas o País registra mais de mil casos por ano da doença. Nos

lixões, é comum ver famílias morando ao lado de chiqueiros, onde criam porcos.

Esses animais são alimentados com os restos de comida trazidos do lixo.

Fonte: Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.

Índices da Reciclagem

Capitais em que há catadores nos lixões: 37,4%

Cidades com mais de 50 mil habitantes: 68,18%

Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%

Nas ruas

Capitais em que há catadores nas ruas: 66,67%

Cidades com mais de 50 mil habitantes: 63,64%

Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%

Lixões

Capitais com lixões: 25,93%

Cidades com mais de 50 mil habitantes (excluídas as capitais): 72,73%

Cidades com menos de 50 mil habitantes: 66,67%

Fonte: Pesquisa Água e Vida/UNICEF

Comparativo da Reciclagem

Material O Brasil recicla Curiosidades

Vidro 5% das

embalagens O Japão recicla 55,5%.

Papel/papelão 36% O Brasil importa apenas para

reciclar.

Plástico/filme

(sacolas de 15%

Representa 3% do lixo urbano nas

capitais.

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supermercados)

PET (embalagens

de refrigerantes) 15%

O PET reciclado se transforma em

fibras.

Óleo 18% Apenas 1% do óleo consumido no

mundo é reciclado.

Latas de aço 35% O Brasil importa latas usadas para

a reciclagem.

Pneu 10% O Brasil exporta pneu para a

reciclagem.

Embalagens

longa-vida Não há dados

A incineração é considerada

excelente combustível.

Fonte: Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).

REFERÊNCIAS

Bibliografia

PICHAT, Philippe. A Gestão dos Resíduos. 1 ed., São Paulo: Piaget, 133p., 1998.

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Bibliografia Complementar

JACOBI, Pedro. Gestão Compartilhada dos Resíduos Sólidos no Brasil. 1 ed., São

Paulo: Annablume, 161p, 2006.

SISINNO, Cristina Lúcia Silveira; OLIVEIRA, Rosalia Maria de. Resíduos Sólidos,

Ambiente e Saúde: Uma Visão Multidisciplinar. 1 ed., Rio de Janeiro: Fiocruz, 138p.,

2000.

ALBERGUINI, Leny Borghesan A. Tratamento de Resíduos Químicos. 1 ed., Rio de

Janeiro: Rima, 102p., 2005.

ZANIN, Maria; MANCINI, Sandro Donnini. Resíduos Plásticos e Reciclagem:

Aspectos Gerais e Tecnologia. 1 ed., São Carlos: EDUFSCar, 144p., 2004.

MARQUES NETO, José da Costa. Gestão dos Resíduos de Construção e

Demolição no Brasil. Rio de Janeiro: Rima, 164p, 2005.

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AVALIAÇÃO

QUESTÃO 01

Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem:

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública.

Os resíduos apresentam-se no(s) estado(s):

a) sólidos e pastosos;

b) sólidos e líquidos

c) líquidos e pastosos

d) sólidos, líquidos e gasosos

e) sólidos e gasosos

QUESTÃO 02

Os resíduos podem ser classificados quanto às características físicas e sua composição

química em:

a) seco ou molhado; orgânico ou inorgânico

b) ressecados ou úmidos; orgânico ou inorgânico

c) seco ou molhado; químicos ou não-químicos

d) seco ou hidratado; químicos ou não-químicos

e) Nenhuma das alternativas anteriores.

QUESTÃO 03

São resíduos orgânicos, EXCETO:

a) pó de café e chá

b) parafina

c) cabelos

d) cascas e bagaços de fruta

e) aparas e podas de jardim

QUESTÃO 04

São classificações aplicadas aos resíduos de acordo com a origem do mesmo, EXCETO:

a) Domiciliar

b) Comercial

c) Hospitalar

d) Industrial

e) Alimentar

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QUESTÃO 05

São características físicas do lixo, EXCETO:

a) Composição gravimétrica

b) Peso específico

c) Teor de umidade

d) Compressividade

e) Reatividade

QUESTÃO 06

Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das

atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre

outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos

sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético. Os Resíduos sólidos

podem ser divididos em grupos como, EXCETO:

a) Lixo doméstico

b) Lixo Comercial e Industrial

c) Lixo Geral

d) Lixo Público

e) Lixo de Fontes Especiais

QUESTÃO 07

O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado.

Consiste na deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária.

Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica até à

mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente anaeróbias. O aterro

sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos, EXCETO:

a) diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos

b) único local de destino para todos os resíduos gerados

c) utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura

d) minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação

e) controle da emissão de gases (liberados durante os processos de degradação)

QUESTÃO 08

Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na

superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a

_____ e a __________, o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás.:

a) CO2 e O2

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b) CO2 e H2

c) CO2 e Butano

d) CO2 e CO

e) CO2 e CH4

QUESTÃO 09

A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que permite a

redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. Os resíduos são

transformados em:

a) gases e materiais inertes (cinza e escórias de metal)

b) gases e calor

c) calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal)

d) gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal)

e) Nenhuma das alternativas

QUESTÃO 10

São considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes,

remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e

produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos,

produtos de limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade

desprendida pelo urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas

nucleares e equipamentos médicos. A separação adequada desses materiais é muito

importante para evitar a:

a) contaminação do ar

b) contaminação do solo e dos lençóis freáticos

c) contaminação do solo

d) contaminação dos lençóis freáticos

e) contaminação do solo e do ar

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GABARITO

Nome do aluno:_______________________________________

Matrícula:___________

Curso:_______________________________________________

Data do envio:____/____/_______.

GESTÃO DE RESIDUOS

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