instituto de meio ambiente e recursos hídricos - inema ... · em outro prognóstico elaborado...

2
Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental - DIFIM Coordenação de Monitoramento de Recursos Ambientais e Hídricos- COMON Prognóstico Climático para o Estado da Bahia - Fevereiro a Abril de 2018 - “As maiores probabilidades indicam chuvas na categoria abaixo do normal em grande parte do norte e nordeste da Bahia” A Figura 01 apresenta a espacialização da precipitação média histórica (climatologia), referente ao trimestre que vai de fevereiro a abril (FMA) em todo o País. Este trimestre faz parte do período de transição da estação do verão para outono e tem como característica as temperaturas elevadas e chuvas mais intensas. Verifica-se nessa Figura que, do ponto de vista climático, os maiores volumes de chuvas, com acumulados superiores a 700 mm, são esperados em grande parte da Região Norte, centro-norte dos estados de Mato Grosso e Maranhão. Em praticamente toda a área das Regiões Sul e Sudeste, além do estado de Mato Grosso do Sul, estes acumulados variam entre 300 e 500 mm. Já em grande parte dos estados de Tocantins, Goiás e centro-sul de Mato Grosso, os acumulados oscilam entre 500 mm e 700 mm. Além do estado do Maranhão, o setor norte do Piauí e do Ceará também se espera chuvas com volumes acima de 500 mm. Na maior parto do estado do Rio Grande do Norte, centro-sul do Ceará, centro-oeste do Piauí e Paraíba e, em pontos isolados da Bahia e Pernambuco, os acumulados variam entre 400 mm e 500 mm. Nas demais áreas da Região, estes acumulados oscilam entre 200 mm e 400 mm. Vale ressaltar que, o mês de fevereiro marca o início do principal período chuvoso do semiárido nordestino, que se estende até o mês de maio. É importante lembrar que o principal sistema meteorológico responsável pela ocorrência dessas chuvas é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Figura 01 - Distribuição espacial da precipitação (mm) média histórica. Fonte: www.cptec.inpe.br. A Figura 02 mostra a distribuição espacial da precipitação média histórica da Bahia, referente aos meses de: (A) fevereiro, (B) março e (C) abril. Verifica-se que nos meses de fevereiro e março, as chuvas mais significativas (indicadas pelas áreas em tom azul escuro) são registradas na faixa centro-oeste e norte do Estado, porém, no mês de abril os maiores volumes se concentram no litoral das regiões do Recôncavo e Sul. A variação das precipitações média anual e trimestral por regiões da Bahia é mostrada na Tabela a seguir. (A) (B) (C) Figura 02 - Distribuição espacial da precipitação média histórica referente aos meses de: (A) fevereiro, (B) março e (C) abril. Fonte: INEMA-BA.

Upload: others

Post on 20-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA ... · Em outro prognóstico elaborado durante o XX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino,

Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA

Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental - DIFIM Coordenação de Monitoramento de Recursos Ambientais e Hídricos- COMON

Prognóstico Climático para o Estado da Bahia - Fevereiro a Abril de 2018 -

“As maiores probabilidades indicam chuvas na categoria abaixo do normal em grande parte do norte e nordeste da Bahia”

A Figura 01 apresenta a espacialização da precipitação média histórica (climatologia), referente ao trimestre que vai de fevereiro a abril (FMA) em todo o País. Este trimestre faz parte do período de transição da estação do verão para outono e tem como característica as temperaturas elevadas e chuvas mais intensas. Verifica-se nessa Figura que, do ponto de vista climático, os maiores volumes de chuvas, com acumulados superiores a 700 mm, são esperados em grande parte da Região Norte, centro-norte dos estados de Mato Grosso e Maranhão. Em praticamente toda a área das Regiões Sul e Sudeste, além do estado de Mato Grosso do Sul, estes acumulados variam entre 300 e 500 mm. Já em grande parte dos estados de Tocantins, Goiás e centro-sul de Mato Grosso, os acumulados oscilam entre 500 mm e 700 mm. Além do estado do Maranhão, o setor norte do Piauí e do Ceará também se espera chuvas com volumes acima de 500 mm. Na maior parto do estado do Rio Grande do Norte, centro-sul do Ceará, centro-oeste do Piauí e Paraíba e, em pontos isolados da Bahia e Pernambuco, os acumulados variam entre 400 mm e 500 mm. Nas demais áreas da Região, estes acumulados oscilam entre 200 mm e 400 mm. Vale ressaltar que, o mês de fevereiro marca o início do principal período chuvoso do semiárido nordestino, que se estende até o mês de maio. É importante lembrar que o principal sistema meteorológico responsável pela ocorrência dessas chuvas é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

Figura 01 - Distribuição espacial da precipitação (mm) média histórica. Fonte: www.cptec.inpe.br.

A Figura 02 mostra a distribuição espacial da precipitação média histórica da Bahia, referente aos meses de: (A) fevereiro, (B) março e (C) abril. Verifica-se que nos meses de fevereiro e março, as chuvas mais significativas (indicadas pelas áreas em tom azul escuro) são registradas na faixa centro-oeste e norte do Estado, porém, no mês de abril os maiores volumes se concentram no litoral das regiões do Recôncavo e Sul. A variação das precipitações média anual e trimestral por regiões da Bahia é mostrada na Tabela a seguir.

(A) (B) (C)

Figura 02 - Distribuição espacial da precipitação média histórica referente aos meses de: (A) fevereiro, (B) março e (C) abril. Fonte: INEMA-BA.

Page 2: Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA ... · Em outro prognóstico elaborado durante o XX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino,

Tabela: Média histórica de precipitação por mesorregiões na Bahia

Região Faixa de precipitação (mm) média histórica acumulada Anual Fevereiro a Abril

Oeste 948,9 a 1167,3 299,8 a 402,4 São Francisco 620,4 a 1097,5 209,3 a 437,6

Norte 481,3 a 1044,0 156,1 a 342,3 Chapada Diamantina 303,5 a 1361,5 147,0 a 461,9

Sudoeste 501,4 a 1247,0 153,1 a 344,2 Sul 854,6 a 2045,8 239,2 a 602,2

Recôncavo 600,6 a 2111,1 195,1 a 623,0 Nordeste 411,6 a 867,4 156,3 a 446,6

A Figura 03 mostra a espacialização da distribuição de probabilidades de ocorrência de precipitação, referente ao trimestre que vai de fevereiro a abril de 2018 (FMA-18).

Figura 03 - Distribuição de probabilidade (%) de ocorrência de precipitação. Fonte: www.cptec.inpe.br.

De acordo com os resultados da “Reunião Mensal de Análise e Previsão Climática Sazonal”, realizada no dia 19 de janeiro de 2018, no CPTEC/INPE – SP, os modelos continuam indicando a configuração de uma La Niña. No entanto, esta poderá ter pouca influência durante o trimestre (FMA-18).

Em relação às precipitações, a previsão de consenso está indicando: uma área para cada categoria de probabilidade de ocorrência de chuvas (uma acima, uma abaixo e uma em torno da normalidade), conforme apresentado a seguir:

Área 1: Maiores chances para a categoria abaixo da normalidade, com as probabilidades de 25% (para precipitação acima do normal), 35% (para precipitação em torno do normal) e 40% (para precipitação abaixo do normal), em toda área dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, nordeste do Piauí, centro-oeste de Alagoas, noroeste de Sergipe, grande parte de Pernambuco (exceto a zona da mata), grande parte do norte e nordeste da Bahia (área em cor amarelo escuro no Mapa);

Área 2: Maiores chances para a categoria em torno da normalidade, com as probabilidades de 25% (para precipitação acima do normal), 40% (para precipitação em torno do normal) e 35% (para precipitação abaixo do

normal), abrangendo toda a área do estado do Rio Grande do Sul e extremo sul de Santa Catarina (toda divisa com RS) (área em cor amarelo claro no Mapa);

Área 3: Maiores chances para a categoria acima da normalidade, com as probabilidades de 40% (para precipitação acima do normal), 35% (para precipitação em torno do normal) e 25% (para precipitação abaixo do normal), toda a área dos estados de Roraima e Amapá, noroeste do Pará e Acre, grande parte do Amazonas (exceto o sudeste desse Estado), (área em cor verde no Mapa);

Para as demais áreas do Brasil, incluindo toda a faixa leste do Nordeste brasileiro (desde o estado de Pernambuco até o sul da Bahia), as probabilidades de ocorrência de chuvas são iguais para as três categorias (acima, em torno e abaixo da normal climatológica), área em cor cinza desse mesmo Mapa.

Quanto às temperaturas, a previsão por consenso indica a maior probabilidade de que estas fiquem em torno da normalidade na Região Sul e parte do Norte e, ligeiramente acima da média histórica no restante País.

Em outro prognóstico elaborado durante o XX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, durante o período de 18 a 22 de janeiro/18, na FUNCEME-CE, os modelos estão indicando um possível aumento nas TSMs do Atlântico tropical sul, o que seria uma situação mais favorável ao posicionamento da ZCIT. Assim, no extremo norte da Região Nordeste, principalmente nas áreas serranas e/ou mais próximas ao litoral, há maior possibilidade de ocorrerem eventos extremos de chuva. Com isso, não está descartada as chances de que os volumes fiquem acima do normal durante o período. Dessa forma, em função dessa variabilidade, recomenda-se o acompanhamento diário das previsões de tempo, análises e tendências climáticas semanais.

Esse prognóstico foi elaborado com base nos resultados da “Reunião de Análise e Previsão Climática”, realizada nas dependências do CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos / Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em Cachoeira Paulista/SP, no dia 19 de janeiro de 2018 e do XX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, entre 18 e 22 de janeiro/18, na FUNCEME-CE. Tais eventos contaram com a participação e colaboração dos técnicos do CPTEC/INPE, do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), da FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e dos Centros Estaduais de Meteorologia.