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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA CARACTERÍSTICAS DA INFESTAÇÃO DE CUPINS (INSECTA, ISOPTERA) EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA E SUGESTÕES DE MEDIDAS DE MANEJO MARCELO RICARDO GOMES Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 12/2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

CARACTERÍSTICAS DA INFESTAÇÃO DE CUPINS (INSECTA, ISOPTERA) EM

ÁREA DE PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA E SUGESTÕES DE MEDIDAS DE

MANEJO

MARCELO RICARDO GOMES

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia

Urbana .

12/2010

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

CARACTERÍSTICAS DA INFESTAÇÃO DE CUPINS (INSECTA, ISOPTERA) EM

ÁREA DE PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA E SUGESTÕES DE MEDIDAS DE

MANEJO

MARCELO RICARDO GOMES

Profa. Dra. ANA MARIA COSTA LEONARDO

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia

Urbana .

12/2010

À minha esposa Aida e meus filhos Matheus e João Pedro

Dedico este trabalho

AGRADECIMENTOS

A Profa. Dra. Ana Maria Costa Leonardo, por quem tenho admiração, sem sua orientação não

poderia ter feito este trabalho.

Ao estimado amigo Gonzalo Lopez, pela paciência e ensinamentos.

Aos meus pais por todo incentivo.

Ao André Gomes pelo incentivo, compreensão, companheirismo e todo empenho pra que eu

pudesse fazer o trabalho de campo.

A SASIP por ter viabilizado este trabalho e a todos os seus funcionários pelo suporte durante

todo o trabalho de campo.

Ao Vanildo, Laila, Fernanda, Jurandir e Cintia que tanto torceram pela realização deste

trabalho.

Aos Professores do V Curso de Especialização Urbana.

A Necis Miranda de Lima por todo o suporte durante a realização do curso.

Ao amigo Moisés Eustáquio pela imprescindível ajuda na elaboração da planta baixa da área

de estudo.

Ao amigo André pelas considerações feitas nas aulas ao longo o curso.

A amiga Jamile pela confiança.

Aos amigos Julio, Pedro, Rodrigo, Daniel, Luiza, Talita, Marcela, Carol e Val.

OBRIGADO A TODOS

“Quando à flor dágua do céu

Se encrespa a curuca das estrelas faiscantes,

Os cupinzeiros soltam

As esquadrilhas das aleluias,

Que semeiam os campos

De pequeninas asas mutiladas...”

Antônio Constantino (1927) – citado por Karol Lenko & Nelson Papavero em 1998.

ÍNDICE GERAL

1. RESUMO....................................................................................................................07

2. ABSTRACT................................................................................................................08

3. INTRODUÇÃO...........................................................................................................09

4. REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA................................................................................11

4.1. Mata Atlântica..............................................................................................11

4.2. Cupins praga.................................................................................................12

4.3. Família Kalotermitidae.................................................................................12

4.4. Família Rhinotermitidae...............................................................................13

4.5. Família Termitidae...................................................................................................14

5. MÉTODOS E PRODUTOS UTILIZADOS NO CONTROLE..................................16

5.1. Tratamentos tradicionais..........................................................................................16

5.2. Iscas................................................................................................................... .......17

5.3. Produtos utilizados no controle................................................................................18

6. OBJETIVOS...............................................................................................................19

7. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................20

8. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................20

9. FIGURAS....................................................................................................................25

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................27

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................30

ANEXO 1

ANEXO 2

7

1. RESUMO

Com objetivo de verificar as características da infestação de cupins (Insecta,

Isoptera) e sugerir medidas de manejo visando o seu controle, realizou-se em outubro de

2010, inspeção em 53 casas em condomínio residencial localizado no Parque Ecológico da

Serra do Guararú (Mata Atlântica), Guarujá, SP. Atualmente o condomínio possui 354 casas

construídas, com grande potencial de expansão nos próximos anos,pois no local ainda há lotes

para comercialização. A visita de inspeção nas casas foi feita tomando-se por base a

solicitação dos proprietários através da associação dos proprietários de casas no condomínio.

A inspeção visual foi realizada na parte interna e externa da propriedade, abrangendo as

árvores localizadas no entorno das construções e seu terreno. Constatou-se a presença de duas

espécies de cupins arborícolas, Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp., de uma espécie de

cupins subterrâneos, Coptotermes gestroi, e de uma espécie de cupins de madeira seca,

Cryptotermes sp. Os resultados mostraram a ocorrência de cupins em 39 casas. Diversos

materiais foram danificados, tais como mobília confeccionada em junco, peças de madeira

estruturais (vigamento) e decorativas (painéis, forros, batentes e molduras de pisos), esteiras

de palha, estruturas de mesas de sinuca, entre outros. Os métodos de tratamento que vem

sendo adotados, atualmente, nas casas infestadas é a aplicação de produtos químicos nos

componentes de madeira e no solo. O fato destes trabalhos não estarem apresentando bons

resultados no combate aos cupins arborícolas implica na necessidade em desenvolver uma

nova alternativa de controle que possa ser empregada no local. Uma alternativa que vem ao

encontro desta necessidade é o emprego de iscas, entretanto, atualmente no mercado brasileiro

este sistema está disponível apenas para algumas espécies de cupins subterrâneos.

8

2. ABSTRACT

In October 2010, inspections for termites were performed in 53 households built in a

condo in the Ecological Park of Serra do Guararú (Atlantic Rain Forest), Guaruja, Brazil. The

condo has 354 households, with great potential for expansion in the coming years. Visual

inspections were made inside and outside of the households, on the surrounding trees and soil.

Nasutitermes spp., Microcerotermes spp., Coptotermes gestroi and Cryptotermes spp. were

recorded, as well as wood borers. From the inspected households 22 showed arboreal termite

infestations, 7 subterranean termites, 3 with dry wood termites, one with both arboreal and

dry wood termites and one with arboreal and woodborers. Fourteen households did not show

any apparent termite or woodborer infestation. Several materials showed damages, as

furniture made of rattan, wood structural parts (framework) and decorative (panels, ceilings,

door frames and floors), straw mats, pool tables and so on. Chemical control was applied on

wood and soil, but arboreal The treatment methods being adopted currently in infested houses

is the application of chemical components of wood and soil, but as this is an area of

ecological protection, chemical control must be cautious. For subterranean termites baits are

recommended.

9

3. INTRODUÇÃO

Os cupins pertencem a ordem Isoptera e ocorrem nas áreas tropicais e temperadas do

mundo, entre os paralelos 52º N e 45º S (FONTES, 1995). Atualmente estão catalogadas, no

mundo inteiro, 2.866 espécies (CONSTANTINO, 2010), distribuídas em 7 famílias:

Hodotermitidae, Kalotermitidae, Mastotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae,

Termitidae e Termopsidae (GRASSE, 1986). A fauna de Isoptera da Região Neotropical, com

cerca de 500 espécies, é a segunda no mundo em número de espécies, superada apenas pela

fauna da Região Etiópica (CANCELLO & SCHLEMMERMEYER, 1999). Os cupins ou

térmitas são insetos hemimetábolos, eussociais e predominantemente tropicais. Na maioria

das espécies de cupins, a sociedade é formada, basicamente, por três castas: os reprodutores

primários, os operários e os soldados.

Os reprodutores primários são as formas aladas vistas revoando junto as luminárias

das ruas ou casas, geralmente nos finais de tardes quentes e úmidas na primavera e verão. Este

reprodutor alado ou imago possui aparelho bucal do tipo mastigador e dois pares de asas

membranosas, quase iguais, que quando em repouso são mantidas horizontalmente sobre o

dorso. As asas não são permanentes, pois são descartadas quebrando-se ao longo de uma

sutura basal (LEPAGE, 1986). São os casais formados nessas revoadas que iniciarão novas

colônias e que a partir de então são chamados de casal real, ou seja: rei e rainha, destinados a

reprodução. Conforme a espécie de cupim, o casal real pode transitar livremente pelas galerias

do ninho, ou permanecer confinado em uma câmara real, da qual jamais sairá (FONTES &

ARAUJO, 1999).

Geralmente, na maioria das espécies de cupins, os operários constituem a casta mais

numerosa da colônia. Eles são estéreis, não tem asas e podem ser machos ou fêmeas, além de

serem responsáveis por realizar todas as atividades de forrageamento, construção e reparo do

ninho, alimentação das castas dependentes (jovens, soldados e reprodutores) e cuidados com

os ovos e cria (COSTA-LEONARDO, 2002).

Os soldados são indivíduos, quase sempre derivados de operários, que apresentam

desenvolvimento especial da cabeça (COSTA-LEONARDO, 2002). A sua função básica é a

defesa da colônia e para tanto essa casta possui uma morfologia peculiar, apresentando, por

exemplo, mandíbulas bastante desenvolvidas e/ou dispositivo para expulsão de substâncias

contra o inimigo. Os soldados, pela sua própria morfologia, são incapazes de obter por si

mesmos o alimento e são, portanto, alimentados pelos operários (LEPAGE, 1986).

10

Os cupins constroem ninhos diversos, que podem ser subterrâneos, arborícolas, em

montículo ou escavados no interior de madeiras. Os ninhos podem ser construídos no interior

de peças de madeira, sobre o solo (epígeos), abaixo da superfície do solo, em árvores e até

mesmo no interior de edificações, em espaços perdidos nas construções. Os ninhos

construídos no interior das peças de madeira consistem de um sistema de escavações de túneis

e câmaras, que podem estar oclusas com grânulos fecais (FONTES & ARAUJO, 1999). A

superfície da peça de madeira infestada é sempre mantida intacta, mas é tão fina que quebra

com extrema facilidade (COSTA-LEONARDO, 2002). Algumas espécies de cupins podem

construir seus ninhos em espaços perdidos das edificações, em vãos estruturais onde são

encontradas condições favoráveis ao desenvolvimento da colônia, o que consiste,

basicamente, em fontes de umidade e alimento.

Os ninhos subterrâneos podem consistir de um conjunto de galerias difusas ou ser

bastante individualizados, com uma estrutura definida (COSTA-LEONARDO, 2002). Os

ninhos epígeos são construídos na superfície do solo, proeminentes nas paisagens, podendo

atingir mais de 3 metros de altura (FONTES & ARAULO, 1999). São os chamados

murunduns, comuns nos solos em descanso, como beiradas de estradas e pastos (COSTA-

LEONARDO, 2002). Os ninhos arborícolas fixam-se em galhos ou troncos de árvores, mas

quase sempre estão conectados ao solo por galerias (COSTA-LEONARDO, 2002). A

arquitetura dos ninhos e os materiais usados na sua construção, assim como a proporção entre

eles, variam entre as espécies, sendo que terra, fezes, argila e matéria orgânica estão entre

estes materiais, sendo a saliva o principal material aglomerante (LEPAGE, 1986).

A celulose é o alimento fundamental e universalmente utilizado pelos cupins

(LEPAGE, 1986). Os hábitos alimentares dos cupins são bastante diversificados: madeira

viva, madeira morta em vários estágios de decomposição, herbáceas e gramíneas vivas,

detritos vegetais em vários estágios de decomposição, húmus e solo com vários teores de

matéria orgânica, além de fezes (principalmente de herbívoros) e eventualmente partes

vegetais vivas, lenhosas ou não (raízes, tubérculos, colmos, frutos, inflorescências) (FONTES

& ARAULO, 1999).

Apesar da importância ecológica dos cupins como decompositores em áreas naturais,

devido ao seu hábito alimentar, baseado em celulose, eles se tornam pragas na medida em que

o homem invade áreas florestadas. Exemplo disso são as casas construídas em condomínios

junto a Mata Atlântica no litoral paulista. Em consultas atendidas pela empresa SAM Controle

Ambiental, danos consideráveis causados por cupins foram verificados em estruturas de

11

madeira de edificações utilizadas como pilares entre paredes, vigamento de telhados, estrutura

de deck e estrutura de mirantes. De acordo com EDWARDS & MILL (1986) o impacto

ambiental provocado pelo processo de urbanização, ao mesmo tempo em que provoca a

erradicação de muitas espécies, favorece a instalação e o crescimento das populações de

outras espécies, ditas sinantrópicas, as quais, muitas vezes, acabam se tornando pragas

importantes. Dentre estas espécies, favorecidas pelo processo de urbanização mundial, cerca

de 70 a 80 espécies de cupins são pragas capazes de causar danos importantes em edificações,

portanto, sendo importantes economicamente.

Em função da ocupação humana e o aumento das atividades de construção civil

juntamente com o desmatamento e emprego de madeiramento de baixíssima resistência,

algumas destas edificações passaram a ser infestadas por cupins arborícolas, cupins

subterrâneos e cupins de madeira seca. Esses cupins infestam madeiramento utilizado na

construção de tapumes, mourões de cerca, escoras para formas de concreto, estruturas de

pergolados, interior de quadros de energia e conduítes da fiação elétrica e as árvores

localizadas junto ao terreno das casas (GOMES, observação pessoal). O surgimento destes

cupins nestas estruturas tem sido motivo de muita preocupação de alguns proprietários de

casas que buscam resolver o problema contratando empresas para realização de tratamentos

de controle. Outro fator, que tem contribuído para a contratação de serviços de controle,

principalmente em relação aos cupins arborícolas, são as trilhas de forrageamento construídas

nas paredes externas das edificações. Além da preocupação com a presença dos cupins nestes

locais, as trilhas de forrageamento comprometem o aspecto visual da edificação.

O tratamento mais utilizado no controle de cupins nas residências de condomínios

localizados no litoral paulista é a aplicação de inseticida no solo visando à formação de

barreira química ao redor da edificação e o tratamento pontual de peças de madeira infestadas.

Em trabalhos prévios realizados pela empresa SAM Controle Ambiental e Comércio Ltda.,

mesmo em locais onde o tratamento químico do solo era pertinente, não foram obtidos bons

resultados. Após determinado tempo, os cupins voltavam a atingir a edificação novamente,

ultrapassando a camada de solo tratada.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. Mata Atlântica

A Mata Atlântica originalmente ocupava todo o litoral brasileiro com cerca de 1,2

milhão de quilômetros quadrados. Hoje, está restrita a áreas do litoral das regiões Nordeste,

12

Sudeste e Sul do País. A devastação da Mata Atlântica teve início ainda no século XVI, com o

ciclo do pau-brasil, progredindo até os dias atuais. Este bioma trata-se de uma floresta tropical

plena, associada aos ecossistemas costeiros de mangues nas enseadas, foz de grandes rios,

baías e lagunas que sofrem influência das marés, matas de restinga nas baixadas arenosas do

litoral, às florestas de pinheirais no planalto das regiões do Paraná, Santa Catarina e do Rio

Grande do Sul e ainda aos campos nos cumes das Serras da Bocaina, Mantiqueira e do

Caparaó. Em relação à ocupação e utilização da Mata Atlântica, a floresta nativa deu lugar às

culturas de cana-de-açucar, cacau e café, além da pecuária, da floresta cultivada e dos pólos

de desenvolvimento urbano (SOS MATA ATLÂNTICA. 2010; APREMAVI. 2010.).

4.2. Cupins-praga

A maioria das espécies de cupins não possui qualquer importância como praga

(FONTES & MILANO, 2002). Apenas cerca 10% das espécies conhecidas são consideradas

pragas urbanas (COSTA-LEONARDO, 2002). As espécies de importância econômica no

Estado de São Paulo, encontram-se reunidas, principalmente, nas famílias Kalotermitidae,

Rhinotermitidae e Termitidae. Fontes & Milano (2002) estimaram que, apenas na cidade de

São Paulo, as perdas podem atingir cerca de US$ 10 a 20 milhões anuais.

4.3. Família Kalotermitidae

Mais conhecida por abranger os cupins denominados vulgarmente como cupins de

madeira seca, os gêneros mais comuns desta família no Brasil são Cryptotermes, Neotermes e

Rugitermes (COSTA-LEONARDO 2002). Os kalotermitídeos constroem seus ninhos em

estruturas e objetos de madeira construídos pelo homem onde escavam galerias e câmaras.

Atualmente a espécie C. brevis é a mais difundida pelo homem e ocorre em todas as regiões

do mundo (POTENZA & ZORZENON, 2006). É a espécie mais destrutiva de monumentos

históricos, onde danificam mobiliários e madeiramento das construções, como telhados e

vigas de madeira, e ainda peças de tecido ou livros em contato com outras peças infestadas

(COSTA-LEONARDO, 2002). De acordo com Lepage (1986) esses cupins instalam suas

colônias em peças de madeira com baixos teores de umidade, variando entre 10 a 12% e não

exigem contato com o solo. O ataque é iniciado após a revoada onde cada par sexuado penetra

na madeira, através de rachaduras ou outras aberturas naturais e escavam para o interior da

peça, fechando-a com secreção intestinal. A infestação é evidenciada quando, ao realizar a

escavação no interior da peça atacada, as fezes são eliminadas para o meio externo por meio

13

de orifícios abertos temporariamente. Uma característica importante a ser considerada em

algumas espécies de cupins de madeira seca é a presença de pseudergates ou pseudo-

operários. Enquanto que os operários nunca originam um alado, os pseudo-operários sim, pois

ele é um indivíduo retém habilidades de diferenciação de castas. O pseudo-operário é um

indivíduo que regride dos estágios ninfais por mudas que reduzem ou eliminam os brotos

alares, ou é um indivíduo derivado de uma “larva” que sofre mudas progressivas (COSTA-

LEONARDO, 2002).

4.4. Família Rhinotermitidae

Nesta família encontram-se os cupins conhecidos como cupins subterrâneos. Essa

denominação advém do fato destes cupins constituírem seus ninhos abaixo da superfície do

solo de onde partem em busca de alimento. A conexão entre a colônia e a fonte de alimento é

feita através de túneis de terra construídos pelos operários. Esses túneis são construídos com

terra, fezes e outros materiais atacados durante o processo de forrageamento. Algumas

espécies, como os cupins Coptotermes gestroi, constróem ninhos bastante elaborados, no

centro do qual encontram-se o rei e a rainha (= casal fundador ou casal real), os ovos e os

jovens que são cuidados pelos operários. Outras espécies, como Heterotermes tenuis,

acredita-se que não constróem ninhos elaborados; a colônia, nesses casos, encontra-se

dispersa por uma rede de túneis subterrâneos. Em uma edificação esses cupins podem se

utilizar de diversos espaços existentes para atingir os componentes de madeira, sua principal

fonte de alimento. Por essa razão são encontrados, freqüentemente, túneis destes insetos em

juntas e rachaduras da alvenaria, nos espaços de passagens dos canos da rede hidráulica e nos

conduítes da rede elétrica. Em condições especiais, os cupins podem estabelecer colônias

acima da superfície do solo, em pontos altos das edificações, desde que haja condições

favoráveis para isso, o que basicamente consiste em uma fonte de umidade e alimento

disponível.

Dentre as espécies mais prejudiciais em São Paulo, a espécie exótica Coptotermes

gestroi possui uma posição de destaque. C. gestroi é sinonímia júnior de C. havilandi

(COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-DIETRICH, 2007). Essa espécie,

originária do Oriente, foi introduzida no Brasil, supostamente, via navios que chegavam nas

cidades costeiras (ARAÚJO, 1958). Sua ocorrência já foi registrada na Malásia, Java, Ilhas

Caicos, Ilha Cayman, Antigua, Barbados, Estados Unidos, Porto Rico, México, Paraguai,

Tahiti, África do Sul, Gana, Madagascar, Ilhas Maurício, Reunion e Seychelles (FONTES &

14

MILANO, 2002). No Brasil, além da Região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas

Gerais e Espírito Santo), são encontrados também em Pernambuco, Ceará, Bahia, Pará e

Paraná (FERRAZ, 2000).

Em São Paulo, registros feitos pela empresa SAM de controle de Pragas Urbanas

constataram a presença deste cupim infestando edificações nas cidades de Campinas, Rio

Claro, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André,

Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá, Bertioga, São

Sebastião, Ilha Bela e Ubatuba.

Diversos materiais podem ser atacados e danificados por C. gestroi, tais como

madeiras estruturais, papel, papelão, cabos elétricos e telefônicos, plástico, reboco, tijolos de

barro, tecidos, isopor, gesso, metal, borracha, betume e árvores vivas (COSTA-LEONARDO

& BARSOTTI, 1998a; FONTES, 1995, ZORZENON & JUSTI JUNIOR, 2006). As madeiras

que são infestadas mais seriamente são as mais moles, como o Pinus, mas esse cupim já foi

encontrado até consumindo taco de peroba, que é considerada uma madeira nobre. C. gestroi

infestam muitas árvores vivas em áreas urbanas da região sudeste de São Paulo. Devido ao

fato dos cupins atacarem somente o cerne das árvores, essas apresentam freqüentemente uma

aparência saudável, até que tombam após uma tempestade, colocando em perigo a vida das

pessoas e bens materiais, como carros e casas (COSTA-LEONARDO, 2002).

Os ninhos de C. gestroi são constituídos de uma mistura de solo e/ou partículas de

madeira, saliva e excremento. De acordo com a sua localização, é possível classificá-los em

aéreos ou subterrâneos. Os ninhos subterrâneos estão localizados no solo e são mais difíceis

de serem detectados. Ninhos aéreos estão localizados dentro de estruturas, como porões,

caixões perdidos de prédios de apartamentos de grandes cidades do sudeste brasileiro, e não

possuem conexão com o solo (COSTA-LEONARDO, 2002). Grandes colônias têm ninhos

policálicos, ou seja, vários ninhos conectados por túneis. O ninho principal é caracterizado

pela presença do casal real, sendo os outros conhecidos como ninhos subsidiários ou satélites

(COSTA-LEONARDO, CASARIN, & CAMARGO-DIETRICH. 2007).

4.5. Família Termitidae

A família Termitidae constitui a maior família de cupins existentes no mundo e

abrange ¾ de todas as espécies conhecidas e compreende as subfamílias Macrotermitinae,

Apicotermitinae, Termitinae e Nasutitermitinae. Os Macrotermitinae não ocorrem nas

Américas e constituem os cupins que cultivam fungos (COSTA-LEONARDO, 2002). Nesta

15

família encontram-se os cupins conhecidos como cupins arborícolas. Entre os cupins

arborícolas se destacam os cupins nativos dos gêneros Nasutitermes e Microcerotermes, que

são consideradas pragas oportunistas (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-

DIETRICH. 2007). Em João Pessoa, PB, os cupins Nasutitermes são os maiores causadores

de estragos. As espécies deste grupo são pouco seletivas, pois consomem madeira seca ou

úmida, dura ou mole, trabalhada ou não. Fazem seus ninhos tipo “cabeça-de-negro” sobre

árvores ou mesmo no madeiramento superior das casas, acima de forros e sua ocorrência tem

sido mais freqüente em áreas arborizadas, sendo que desta forma, prédios rodeados de árvores

são mais susceptíveis de ataque do que aqueles construídos em áreas descampadas

(BANDEIRA & VASCONCELLOS. 1998). De acordo com o mesmo autor, na cidade de

Belém os cupins da família Termitidae são os mais destruidores de madeiras das edificações.

Os mais importantes são os cupins do gênero Nasutitermes. São eles que destroem

madeiramento de telhados, forros, portais, cercas e quaisquer outras peças de madeira

localizadas acima do solo (BANDEIRA, 1998). Em construção de taipa-de-mão na cidade de

Passos, MG, infestações pesadas de Nasutitermes foram verificadas por Paiva (1998). Neste

mesmo local diversos paus-a-pique foram preenchidos com massa de cartão negro do cupim,

após praticamente todo o cerne e alburno terem sido consumidos pelos cupins. Polatto &

Alves-Junior (2009) constataram na mata ribeirinha do rio Miranda, Pantanal Sul-

Matogrossense, que os locais de nidificação e aumento espacial dos ninhos arborícolas de

Nasutitermes sp. sofrem influência da estrutura arbórea da mata, sendo que um dos fatores

considerados ótimos para o desenvolvimento desses ninhos são as árvores com troncos e

diâmetros grandes (>1m de diâmetro considerando a circunferência do tronco a altura do

peito). De acordo com o mesmo autor, o padrão dos ninhos observados de Nasutitermes sp.

em 78% dos casos, utilizavam uma ou mais ramificações arbórea para sua fixação.

Os Microcerotermes são consumidores de madeira, sendo que onze espécies são

prejudiciais em todo o mundo (EDWARDS & MILL, 1986). No Brasil Microcerotermes é um

cupim arborícola, comum em mata nativa. Em ambientes naturais estes cupins se alimentam

de plantas vivas, nas quais instalam seus ninhos, mas também consomem a vegetação

próxima. Em áreas urbanas os Microcerotermes invadem as edificações pelo solo por meio de

túneis e atacam as madeiras estruturais das edificações (COSTA-LEONARDO, CASARIN &

CAMARGO-DIETRICH. 2007). Ninhos destes cupins já foram retirados do interior de

espaços entre forros e telhados, de onde partiam para forragear, causando uma série de danos

no interior da edificação (GOMES, observação pessoal). Os cupins do gênero

16

Microcerotermes podem danificar vigamento de telhados, armários embutidos, rodapés e

papéis (COSTA-LEONARDO, CASARIN & CAMARGO-DIETRICH. 2007). Os

Microcerotermes sp. são muito comuns em área de mata em João Pessoa, PB, onde danificam

algumas estruturas de madeiras duras e secas como aquelas utilizadas em caibros de

coberturas de casas e peças externas, mas parece não representar grandes perigos

(BANDEIRA, MIRANDA & VASCONCELLOS. 1998).

5. MÉTODOS E PRODUTOS ATUALMENTE UTILIZADOS NO CONTROLE

Os métodos atuais de controle de cupins têm como objetivo proteger as estruturas das

edificações e os componentes de madeira nelas instalados através da aplicação de inseticidas.

Em alguns casos, dependendo da espécie infestante, é necessário um cuidadoso trabalho

investigativo para detectar ninhos instalados no interior da própria construção, em espaços

perdidos na alvenaria, ou em peças de madeira. São os chamados “tratamentos tradicionais”,

empregados a décadas pelas empresas controladoras de pragas e que até hoje são considerados

por muitos destes profissionais como única medida de controle eficaz. Estes tratamentos são

invasivos e podem acarretar em uma série de transtornos as pessoas, além dos riscos de

contaminação ambiental. Mesmo nos casos onde a infestação é localizada e os danos causados

sejam insignificantes do ponto de vista econômico, é prática de mercado estender as

intervenções a toda edificação.

5.1. Tratamentos tradicionais

Nos tratamentos tradicionais de controle de cupins subterrâneos e cupins arborícolas

são aplicados inseticidas no solo, visando a constituição de uma barreira química ao redor da

edificação e impedindo o acesso de cupins localizados nas imediações. Uma barreira química

consiste na injeção de inseticidas líquidos em perfurações realizadas ao redor das residências

e só é pertinente quando existe certeza que o lençol freático ou outro curso de água não será

contaminado (COSTA-LEONARDO, 2002). Embora as barreiras químicas tenham uma

duração limitada, de acordo com SU & SCHEFFRAHN (1998), esses inseticidas líquidos

ainda tem um papel vital nos tratamentos curativos, pois a sua aplicação provoca um efeito

imediato nas atividades dos cupins (COSTA-LEONARDO, 2002). Em caráter curativo e

preventivo, nos componentes de madeira em contato direto com a alvenaria (batentes e

guarnições de portas e janelas, rodapés, fundo de armários, etc.) aplica-se inseticidas diluídos

17

em solventes orgânicos em perfurações seriadas feitas com brocas de pequeno diâmetro.

Deve-se considerar que nestes tratamentos a solução inseticida aplicada não possui uma

penetração profunda na madeira e os cupins que porventura estejam localizados no seu

interior, irão sobreviver e continuarão consumindo a madeira.

Peças de madeira infestadas por cupins de madeira seca são tratadas através de

injeção. Neste método aplicam-se inseticidas diluídos em solventes orgânicos nos próprios

orifícios abertos pelos insetos ou em orifícios de pequeno diâmetro feitos mecanicamente,

permitindo uma uniforme distribuição da solução inseticida e o acesso a todas as galerias

construídas pelos insetos (POTENZA & ZORZENON, 2006). Este tratamento não pode ser

considerado como definitivo, mesmo quando a infestação ocorre em pequenas peças isoladas.

Isto porque o inseticida aplicado pode atingir uma galeria entupida com as fezes dos cupins de

madeira seca, impedindo a sua penetração. Portanto, não irá contaminar os cupins ali

instalados, que continuarão se alimentando da peça e frequentemente, dessa maneira, é

necessária a adoção de tratamentos complementares.

5.2. Iscas

O método de iscas no Brasil está disponível apenas para algumas espécies de

Rhinitermitidae (Coptotermes gestroi e Heterotermes spp.). Trata-se de um sistema de

monitoramento, denominado Sentricon, desenvolvido pela empresa norte americana Dow

Agroscience. Neste sistema são utilizados os seguintes componentes: estações de solo,

dispositivo de monitoramento (substrato puro), Recruit* II e Recruit* Ag que são

impregnados com o princípio ativo o inibidor de crescimento hexaflumuron a 0,5% (0,5g de

i.a. em 100g de isca). As estações de solo contendo dispositivo de monitoramento são

instaladas no solo, próximas as edificações infestadas. Essas estações são monitoradas

periodicamente e quando o dispositivo de monitoramento começa a ser consumido pelos

cupins eles são recrutados para o tubo isca Recruit* II e este é colocado novamente dentro da

estação de solo. Nos locais onde já existe atividade de cupins, são instaladas as iscas aéreas

Recruit* Ag. Estes dispositivos são monitorados até que não seja mais constatada a atividade

de cupins. Quando isso ocorrer as iscas aéreas são recolhidas e nas estações de solo são

colocados novos dispositivos de monitoramento.

Nos cupins da família Termitidae o princípio ativo hexaflumuron não é adequado. De

acordo com COSTA-LEONARDO (2002) nos Termitidae os operários já diferenciados

18

podem realizar mudas muitas vezes sem crescer e só aumentam o grau de pigmentação e

esclerotização.

5.3. Produtos atualmente utilizados nos tratamentos de controle

OPTIGARD LT SYNGENTA ¹

Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública

Indicações de uso Indicado para controle de formigas e cupins

Composição do

produto

Thiamethoxam – proporção 250 gramas de ingrediente ativo por Kg (25%)

Nº do registro 301196637

Tipo de formulação Grânulos dispersíveis em água

Grupo químico Néonicotinoide

Ação toxicológica Contato com a pele, inalação, pouco irritante para os olhos

Tratamento Tratamento sintomático

Restrições de uso Uso profissional

Tel. de emergência 0800 704 4304

PREMISE SC 200 BAYER ENVIRONMENTAL SCIENCE ¹

Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública

Indicações de uso Indicado para controle de cupins

Composição do

produto

Dispersante, anticongelante, espessantes, antimicrobiano e solvente 80% p/p

Nº do registro 3.3222.0026

Tipo de formulação Suspensão concentrada

Grupo químico Néonicotinoide

Ação toxicológica Agonista da acetilcolina

Tratamento Descontaminação e tratamento sintomático

Restrições de uso Uso profissional

Tel. de emergência 0800 0179966

K-OTHRINE 25CE BAYER ENVIRONMENTAL SCIENCE ¹

Categoria do produto Inseticida profissional/saúde pública

Indicações de uso Indicado para controle de traças, cupins-de-madeira-seca, brocas-de-

madeira, moscas, mosquitos e baratas

Composição do

produto

Deltametrina 2,5% p/p inertes: estabilizante, diluente, tensoativos, solvente

97,5% p/p

Nº do registro 3.3222.0014

Tipo de formulação Grânulos dispersíveis em água

Grupo químico Piretrinas e Piretróide

Ação toxicológica Distúrbios sensoriais cutâneos, hipersensibilidade, neurite periférica

Tratamento Anti-histamínico e tratamento sintomático

Restrições de uso Uso profissional

Tel. de emergência 0800 7713733

19

TERMIDOR 25 CE - BASF S/A ¹

Categoria do Produto Inseticidas profissionais / saúde pública

Indicação de Uso Termidor 25 ce é um inseticida líquido para controle de cupins subterrâneos

e de madeira seca.

Composição do

Produto

Fipronil 2,5%

Número do Registro 3.1976.0004.001-7

Tipo de Formulação Inseticida líquido para o cont

Grupo Químico Fenil pirazol

Ação Toxicológica Inseticida de contato e ingestão usado no controle de cupins

Tratamento Não há antídoto específico. Tratamento sintomático.

Restrições de Uso Leia com atenção o rótulo antes de usar. Uso profissional.

Telefone de

Emergência

0800-11-2273

SENTRICON DOW AGROSCIENCES ¹

Categoria do produto Armadilhas e iscas

Indicações de uso Sistema de eliminação de colônias de cupins-subterrâneos por meio de iscas

Composição do

produto

Hexaflumuron a 0,5%

Nº do registro 3.0993.0017.001-2

Tipo de formulação Isca impregnada com hexaflumuron

Grupo químico Regulador de crescimento de insetos do grupo benzoyl urea

Ação toxicológica Inibidor da síntese de quitina

Tratamento Tratamento sintomático

Restrições de uso Uso profissional

Tel. de emergência (0XX 11) 4449-3222 (24 horas)

¹ PRAGAS ON LINE (2010).

6. OBJETIVOS

Em vista do exposto, o presente trabalho foi desenvolvido visando os seguintes

objetivos:

Realizar levantamento da infestação de cupins em condomínio residencial

localizado em área de Mata Atlântica no litoral Sul de São Paulo e registrar

dados de sua biologia.

Especificamente, pretende-se:

Analisar os materiais atacados;

Analisar o grau de infestação;

Analisar os fatores favoráveis para sua ocorrência;

Fornecer subsídeos que possam auxiliar no desenvolvimento de novos rumos

no seu controle.

20

7. MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo:

O Condomínio Residencial Loteamento Iporanga está localizado na Estrada Guarujá

Bertioga Km 17,5, Parque Ecológico da Serra do Guararú (Mata Atlântica), Guarujá, litoral

Sul de São Paulo. Este condomínio é um empreendimento de 2 484 578,00 m2 dos quais 1

020 100,00 m2 são ocupados por lotes para construção de casas, sendo 135 929,00 m

2 de área

institucional, 1 052 324,00 m2 de áreas verdes e 276 225,00 m

2 de áreas de sistema viário. O

Condomínio recebeu, em 2008, a Certificação ISO 14001:2004, através da Associação dos

Proprietários do Iporanga – SASIP. Atualmente o condomínio possui 354 casas construídas,

com grande potencial de expansão nos próximos anos, pois no local ainda há lotes para

comercialização.

A inspeção das edificações do condomínio foi feita entre dias 13, 14, 18,19, 20, 21,

25, 28 e 29 de outubro de 2010 a partir da solicitação dos proprietários a SASIP. Essa

inspeção abrangeu 53 edificações, sendo que foram vistoriadas as seguintes áreas: parte

interna (componentes de madeira estruturais e decorativos), porões e área externa (jardins,

árvores e construções anexas). Essa inspeção foi feita visualmente procurando-se verificar a

presença de cupins ou sinais de sua atividade (túneis de terra em paredes, árvores, alterações

no aspecto da madeira, resíduos expelidos da madeira e componentes de madeira atacados).

Nas peças de madeira atacadas foi utilizado um estilete biológico para constatar a presença e

possibilitar a coleta de cupins vivos no local. Os túneis de terra encontrados nas partes

internas e externas das edificações e junto ao caule das árvores localizadas nas imediações do

terreno tiveram sua largura e comprimento utilizando-se respectivamente um paquímetro

universal e uma fita métrica flexível. Os ninhos encontrados foram medidos na largura e

comprimento com fita métrica flexível e pesados em balança doméstica.

Os cupins coletados foram identificados até gênero utilizando-se chave de

identificação taxonômica (CONSTANTINO, 1999) e até a espécie por comparação com a

coleção referência da Dra. Ana Maria Costa Leonardo, UNESP, Rio Claro.

8. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após inspeção de 53 edificações pôde-se observar a infestação em 39 delas. Os

cupins encontrados nessas edificações foram identificados como pertencentes a três categorias

21

e envolvendo quatro espécies: cupins de madeira seca - Cryptotermes sp. (Kalotermitidae),

cupins subterrâneos - Coptotermes gestroi (Rhinotermitidae), cupins arborícolas -

Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp.(Termitidae), sendo as duas primeiras espécies

exóticas e as duas últimas, nativas.

O mapeamento dos locais de inspeção foi assinalado em planta baixa do condomínio

fornecida pela SASIP (Anexo 1). A mesma planta foi utilizada para os registros da categoria

de cupim encontrado na respectiva edificação (Anexo 2). Pela observação desta figura,

constata-se um predomínio da espécie Nasutitermes sp., seguida por Coptotermes gestroi. A

infestação por Cryptotermes sp. restringiu-se a três ocorrências em peças avulsa do

mobiliário.

A tabela 1 apresenta um resumo dos dados obtidos em cada uma das 39 edificações

infestadas e as figuras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 mostram os cupins

encontrados e alguns danos constatados.

Tabela 1 – Dados detalhados da infestação termítica obtidos na inspeção de 39

edificações.

LOTE E

QUADRA

CUPIM

ENCONTRADO

DANO CAUSADO TRATAMENTO

QUÍMICO REALIZADO

S-SIM

N-NÃO

06/19 Nasutitermes sp. Túneis de terra, com presença de

cupins vivos, no piso e parede externa

e ataque em esteira de palha.

S

01/23 Cupins

arborícolas

Túneis no caule das árvores localizadas

nas imediações.

N

01/41 Cryptotermes sp. Ataque em cadeiras de junco. N

Cupins arborícolas

Ataque em peças de madeira que formam o passeio do jardim e túneis de

terra no piso do porão.

08/42 Nasutitermes sp. Túneis de terra nas paredes e teto do

“quartinho” de materiais; nas paredes e

transformador da casa de bomba e

presença de cupins vivos na rede

elétrica da casa de bomba.

S

10/42 Cupins

arborícolas

Túneis de terra nas paredes sob o deck. S

04/40 Nasutitermes sp. Ataque na base da árvore localizada no

terreno da construção.

S

07/39 Cupins

arborícolas

Ataque no toco de árvore localizado no

terreno da construção.

N

13/39 Cupins

arborícolas

Ataque em forro de madeira.

S

03/47 Coptotermes gestroi

Presença de cupins vivos no quadro de energia.

N

08/47 Nasutitermes sp. Ataque em paredes de madeirite.

Coleta de ninho caído de uma palmeira

localizada nas imediações da

S

22

construção. O ninho pesou 10 Kg

(balança doméstica), possuía 1,15 m de

comprimento, uma das pontas 1,03 m

de diâmetro, outra 0,57 m e a parte

central diâmetro de 1,30 m. Não havia

alados no ninho.

06/48 Cupins

arborícolas

Ataque em sobra de madeira da junta

de dilatação.

N

09/48 Coptotermes

gestroi

Ataque em batentes de portas da sala e

fundo de armário da área de serviço,

com presença de cupins vivos.

S

05/51 Nasutitermes sp. Ataque em estruturas de madeira com

presença de cupins vivos.

N

06/51 Cupins

arborícolas

Túneis de terra nas paredes e piso do

porão.

N

08/51 Nasutitermes sp. Túneis de terra com presença de cupins vivos nas paredes da área do furô

S

09/51 Nasutitermes sp. Túneis de terra com presença de cupins

vivos em pilar de concreto e ataque em

sobras de madeira armazenadas sob à

construção.

S

02/55 Cupins

arborícolas

Túneis de terra no caule das árvores do

terreno e sob o deck da garagem.

N

C 01 Cryptotermes sp. Ataque na estrutura da mesa de sinuca

e no armário da suíte.

N

C 05 Cupins

arborícolas

Túneis de terra na parede sob a

construção.

N

C 06 Nasutitermes sp. Ataque em tábuas que contorna o piso

de uma das suítes.

S

C 07 Cupins

arborícolas

Ataque em peças de madeira do deck e

túneis atrás da cabine de energia.

S

C 12 Cupins

arborícolas

Ataque em viga sobre a janela da sala e

ataque em peça de madeira do telhado.

N

C22 Coptotermes

gestroi

Armário da cozinha e pilar de madeira

do terraço e forros de madeira da suíte.

N

C 30 Nasutitermes sp. Ataque em estruturas de deck. N

C 38 Cupins arborícolas

Ataque em estruturas de madeira da construção, peças do mourão de cerca

(eucalipto) e nas árvores das

imediações.

N

23/62 Cupins

arborícolas

Túneis no caule da palmeira e em

árvores do terreno vizinho.

S

28/62 Cupins

arborícolas

- Ataque na peça de madeira do quadro

de energia externo.

N

32/62 Microcerotermes

sp.

Presença de ninho em árvore do terreno

( o ninho estava em árvore denominada

popularmente de manjelão a 4,70 m de

distância do chão e media 0,57 m

largura e 0,42 m de comprimento.

S

39/62 Coptotermes

gestroi

Ataque, com presença de cupins vivos,

em pilar de madeira.

N

53/62 Nasutitermes sp. - Túneis de terra, com presença de

cupins vivos, no caule das árvores localizadas no terreno.

N

77/62 Cryptotermes sp.

- Ataque no madeiramento do armário

da cozinha e armário do corredor.

S

01/63 Coptotermes

gestroi

Ataque, com presença de cupins vivos,

em sobras de madeira da área de

S

23

massagem e porão.

06/67 Coptotermes

gestroi

Ataque em pilares e vigas de madeira. N

04/68 Coptotermes

gestroi

Armário da sala e armário da

lavanderia

S

10/68 Cryptotermes sp. Ataque na estrutura da mesa de sinuca

e balcão do bar

N

01/69 Cupins

arborícolas

Ataque em madeiramento do forro de

sapé do quiosque.

S

Coptotermes

gestroi

Ataque em revestimento de parede de

mdf.

10/93 Cryptotermes sp. Ataque no armário da suíte. N

Na tabela 2 constam casos de infestações por coleobrocas (Coleoptera) em

mobiliários.

LOTE E

QUADRA

DANO CAUSADO TRATAMENTO

QUÍMICO

REALIZADO

28/62 - Ataque em cama, mesa e armário.

N

53/62 - Ataque em bandeira das portas. N

77/62 - Ataque na estrutura da mesa de sinuca,

cadeiras, cama e bambu que forma o

biombo.

S

02/67 Ataque em folha de portas e em cama de

vime.

N

Observações da área de mata do entorno do condomínio mostrou a existência de

cupins arborícolas Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp., que têm uma preferência por

construir ninhos arborícolas sob o primeiro tronco conforme pode ser visualizado na figura

12. Adicionalmente também observou-se ninho arborícola de Nasutitermes sp. em palmeira

figura 5A.

Os cupins arborícolas atingiam as edificações através de estreitos túneis de terra (0,3

a 1 cm de largura) construídos nas paredes externas das casas.

Pelos resultados obtidos pode-se observar que a espécie predominante na mata de

entorno é a mesma que domina a infestação nas edificações. Uma explicação para este fato é

que estes cupins fazem parte da fauna brasileira nativa e com a ampliação do meio urbano e

invasão de áreas naturais, algumas espécies tem sido registradas como pragas (COSTA-

LEONARDO, 2002).

24

A categoria de cupim mais observada foi a dos cupins arborícolas, que incluem as

espécies Nasutitermes sp. e Microcerotermes sp. Os túneis destes insetos, muitas vezes,

acompanhavam o rejuntamento de revestimentos de paredes externas que acabava servindo

como uma guia até que os cupins alcançassem os telhados das casas.

TEIXEIRA & SANTOS (2010) analisaram a fauna termítica do Arboreto do Instituto

de Pesquisas Jardim Botânico no Rio de Janeiro, que abriga cerca de 7.200 espécimes

vegetais exóticos e nativos, e encontraram sete gêneros de cupins. Ocupando 52% da

vegetação estavam os cupins do gênero Nasutitermes, 32%, os do gêneros Microcerotermes,

7%, os do gênero Coptotermes, 3%, os do gênero Armitermes, que empataram com

Neotermes e Heterotermes, e, finalmente, 0,6%, Termes. Os autores deste trabalho concluíram

que, apesar do gênero mais numeroso ser Nasutitermes, seguido por Microcerotermes, os

maiores prejuízos observados na vegetação foram causados por Coptotermes e Heterotermes.

Além disso, as árvores e palmeiras com maiores diâmetros apresentaram também maiores

índices de infestação. Adicionalmente, árvores mortas após quedas abrigavam colônias de

Coptotermes gestroi.

No presente trabalho, as peças de madeira mais atacadas foram aquelas instaladas

externamente nas edificações e que estavam expostas a infiltrações de umidade e intempérie.

Embora Coptotermes gestroi tenha causado danos mais severos onde ocorreu, essa espécie foi

encontrada em locais menos arborizados, distantes das áreas de mata e próximos à praia,

portanto ocorrendo em áreas contendo aterros. Isto se deve ao fato de que estes cupins não

precisam utilizar o caule e as ramificações das árvores como suporte para construção dos seus

ninhos, que podem ser classificados, dependendo da sua localização, como aéreos e

subterrâneos. Os ninhos subterrâneos são aqueles localizados no solo e os aéreos estão

localizados dentro das estruturas das edificações e não têm conexão com o solo (COSTA-

LEONARDO, 2002).

No que se refere aos cupins Cryptotermes sp., neste estudo, o seu ataque estava

restrito a peças do mobiliário. Como são cupins que vivem no interior da madeira da qual se

alimentam, foram introduzidos nas edificações, por meio de peças previamente infestadas.

25

9. FIGURAS

Fig.1 - Nasutitermes sp. em peça de madeira com

alto teor de umidade.

Fig. 2 - Túneis de terra de Nasutitermes sp. em

transformador de energia.

Fig. 3 - Nasutitermes sp. em base de árvore, sob pó

de serragem de coleobroca.

Fig. 4 - Túnel de Nasutitermes sp. construído com

uma mistura de terra e pó de serragem de

coleobroca.

Fig. 5 - Ninho de Nasutitermes sp.

A – Palmeira onde estava localizado o ninho.

B – Ninho.

Fig. 6 – Vista interna do ninho de Nasutitermes spp.

A

B

26

Fig. 7 - Nasutitermes sp. em viga de madeira. Fig. 8 - Ataque severo de Nasutitermes sp. em peça

de eucalipto.

Fig. 9 - Coptotermes gestroi em quadro de energia. Fig. 10 - Sobras de madeira atacadas por

Coptotermes gestroi.

Fig. 11 - Ninho de Microcerotermes sp. em árvore.

Fig. 12 - Detalhe do ninho.

27

Fig. 13 – Rainha de Microcerotermes sp. Fig. 14 – Soldado de Microcerotermes sp.

Fig. 15 – Orifícios no encosto da cadeira. Fig. 16 - Orifícios na estrutura de plástico da

cadeira.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção de condomínios de casas e o crescimento da população junto a área da

Serra do Guararú (mata atlântica) têm favorecido a presença de cupins no interior das

edificações. Atividades de desmatamento para preparação de terrenos, a não remoção de

troncos e gravetos, necessidade de aterro e a enorme quantidade de madeira utilizada nas

construções, possibilitaram a exploração de novas fontes alimentares, assim como áreas de

forrageamento, além de ser um meio de introdução de novas espécies de cupins no local.

Atualmente os cupins arborícolas são dominantes neste ambiente, porém a capacidade dos

cupins subterrâneos de infestarem as edificações e atacarem rapidamente os componentes de

madeira e outros materiais, faz com que sejam desenvolvidas medidas de controle que possam

ser empregadas visando atingir estes dois grupos de cupins. Adicionalmente, espera-se que

estas tecnologias sejam menos tóxicas ao homem e ao meio ambiente do que os métodos

tradicionais. Considerando a biologia dos cupins encontrados e o fato que o condomínio

28

encontra-se em área da Mata Atlântica, com diversas nascentes de água e casas construídas

próximas à praia, sugere-se o uso de iscas, cujo método visa uma maior preservação do

ambiente. Este método consiste em colocar iscas tóxicas diretamente no território de

forrageamento dos cupins visando o manejo da população. Os cupins forrageiros se

alimentam dessas iscas, mas não morrem imediatamente. Eles vivem o suficiente para

transportar o inseticida para a colônia e distribuí-lo por meio da trofalaxia. Assim, a colônia

de cupim enfraquece ou é eliminada e a estrutura infestada é abandonada (COSTA-

LEONARDO, 1996). Nas iscas, o ingrediente ativo é incorporado a substratos que contenham

celulose, tais como blocos de madeira, papelão ou papel. O ingrediente ativo de uma isca não

pode ser repelente e precisa ter uma ação lenta (COSTA-LEONARDO, 2002). Para o controle

são utilizados dois dispositivos ou armadilhas: um para coleta e monitoramento, contendo

apenas substrato puro, e outro para o controle propriamente dito, contendo substrato

impregnado com um produto letal para os cupins (LELIS, 2001b). CASARIN (2007)

selecionou os seguintes princípios ativos para o controle de C. gestroi: sulfluramida,

hidrametilnona, ácido bórico, piriproxifem, ciromazina e fipronil. Destes, apenas o fipronil

demonstrou alta toxicidade em todas as concentrações testadas e uma alta mortalidade dos

cupins associada a um consumo mínimo. Os outros ingredientes ativos possuem algumas das

características necessárias para o uso como isca.

No que se refere aos cupins de madeira seca, como o problema verificado restringia-

se a peças avulsas do mobiliário, o seu controle poderá ser feito através da utilização de

absorvedores de oxigênio a base de óxido de ferro e zeolite. O método consiste em envolver a

peça infestada por uma lona plástica lisa, formando uma câmara onde o espaço livre

corresponda apenas a 10% do volume total. No interior da câmara são introduzidos os saches

contendo o absorvedor de oxigênio e pastilhas indicadoras do teor de oxigênio. O percentual

de resíduo de oxigênio no interior da câmara, após certo tempo de exposição ao absorvedor, é

de até 0,5%. Este método é utilizado na embalagem de grãos, frutas e carnes.

Os procedimentos aqui sugeridos como métodos de controle devem ser realizados em

caráter experimental. No caso das iscas é preciso desenvolver estudos que indiquem o

substrato e ingrediente ativo mais adequado aos cupins arborícolas e subterrâneos. No

controle de cupins de madeira seca através do uso de absoverdores de oxigênio, é necessário

estudos para adequação do método aos cupins encontrados e as peças de mobiliários das

casas.

29

Além dessas medidas, outras de caráter físicas, podem contribuir, significativamente,

para o controle dos cupins, tais como:

Eliminar sobras de madeira das construções;

Retirar ninhos das árvores localizadas nas imediações;

Eliminar plantas aderidas ao caule das árvores de forma a facilitar a detecção

de trilhas de forrageamento dos cupins e formação de ninhos;

Em locais onde é necessário o emprego de madeira como estrutura, utilizar

peças de madeira mais resistentes previamente tratadas industrialmente;

Evitar deixar nas construções espaços vazios entre lajes, tubulações e

paredes;

Instalar telas nas portas e janelas das edificações;

Eliminar fontes de umidade que porventura estejam atingindo componentes

de madeira.

30

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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cupins em João Pessoa, Paraíba, Brasil. In: L. R. FONTES; E. BERTI FILHO (Eds.). Cupins:

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