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INSTITUTO BIOLÓGICO PÓS-GRADUAÇÃO Eficácia dos tratamentos estabelecidos pela Sociedade Internacional de Transferência de Embriões, em oócitos maturados in vitro, expostos experimentalmente à Leptospira interrogans. ANA CAROLINA GOES Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Sanidade Animal Orientador(a): Profª Drª Magali D’Angelo São Paulo 2010

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INSTITUTO BIOLÓGICO

PÓS-GRADUAÇÃO

Eficácia dos tratamentos estabelecidos pela Sociedade

Internacional de Transferência de Embriões, em oócitos

maturados in vitro, expostos experimentalmente à

Leptospira interrogans.

ANA CAROLINA GOES

Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Sanidade Animal Orientador(a): Profª Drª Magali D’Angelo

São Paulo

2010

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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) Núcleo de Informação e Documentação - Biblioteca

Instituto Biológico

Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Goes, Ana Carolina Eficácia dos tratamentos estabelecidos pela Sociedade Internacional de Transferência de Embriões, com oócitos maturados in vitro, expostos experimentalmente à Leptospira interrogans / Ana Carolina Goes. -- São Paulo, 2010. Dissertação (Mestrado). Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação. Área de concentração: Sanidade Animal. Linha de pesquisa: Biologia Celular. Orientador: Magali D´Angelo. Versão do título para o inglês: Effectiveness of treatment defined to Internacional Embryo Transfer Society, in in vitro maturated oocytes, exposed to Leptospira interrogans. 1. Saúde animal 2. Oócitos in vitro, maturação 3. Embriões in vitro, produção 4. Leptospira interrogans . 5. Sociedade Internacional de Transferência de Embriões I. D´Angelo, Magali II. Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação III. Título

IB/Bibl./2010/002

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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO BIOLÓGICO Pós-Graduação

Av. Cons. Rodrigues Alves 1252 CEP 04014-002 - São Paulo – SP

[email protected]

FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do candidato: Ana Carolina Goes

Título: Eficácia dos tratamentos estabelecidos pela Sociedade Internacional

de Transferência de Embriões, em oócitos maturados in vitro, expostos

experimentalmente à Leptospira interrogans.

Orientador(a): Profª Drª Magali D’Angelo

Dissertação apresentada ao Instituto Biológico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio.

Área de Concentração: Sanidade Animal

Aprovada em: 26 de março de 2010.

Banca Examinadora Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Magali D’Angelo Instituição: Instituto Biológico Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Adriana Cortez Instituição: Univesidade UNISA Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Edviges Maristela Pituco Instituição:InstitutoBiológico

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DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa aos meus pais Ennio e Doroti, e meus irmãos Kenia e

Carlos, pelo apoio, encorajamento, amor e pelos ensinamentos que formaram os

alicerces do meu caráter.

Ao meu marido Mauricio, por acreditar, compreender e apoiar minhas decisões

ao longo da trajetória que me levou a concretizar este meu sonho.

À Drª Josete Garcia Bersano, minha segunda mãe, por sempre acreditar em

mim, em meu potencial e em minha perseverança durante meu crescimento

profissional.

E por fim, ao meu filho Miguel, que mesmo sem entender o que sua mãe

estava fazendo, por estar mergulhado em líquido amniótico, fez parte deste sonho

realizado.

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AGRADECIMENTOS

À Dra. Magali D’Angelo, orientadora da pós-graduação, pesquisadora do

Laboratório de Biologia Celular – Instituto Biológico, meus agradecimentos por aceitar

orientar uma aluna rebelde e nunca ter duvidado de meu potencial.

Aos meus pais, Ennio Goes e Doroti de Lurdes Coelho Goes pela paciência,

conselhos, acolhimento e credibilidade que me deram durante toda minha jornada.

Sem eles não seria possível.

Ao meu marido, Mauricio Nunes Pedro, pela paciência e apoio interminável e

incontestável.

Aos meus irmãos, Kenia e Carlos, e meu cunhado, Marco Antonio, também

pelo apoio e credibilidade em minha profissão e meus objetivos.

À Dra. Josete Garcia Bersano, veterinária, pesquisadora e diretora do Centro

Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal – Instituto Biológico, meus

agradecimentos por ser minha fada madrinha, conselheira que sempre me guiou por

caminhos certeiros e objetivados.

À Mariana Moraes Piccolomini, Bióloga e Mestre em Sanidade Animal, por

ser minha melhor amiga e estar presente durante todos os experimentos, me ajudar

nos momentos de desespero, me alegrar nos momentos de tristeza, e, indiretamente,

me orientar durante toda minha trajetória.

Ao meu grande amigo, Andre Soliva Ribeiro, Biólogo, pela amizade,

consideração e carinho, nestes 10 anos de convívio.

À Vanessa Castro, Bióloga e pesquisadora do Laboratório de Doença de

Bovinos – Instituto Biológico, pelo fundamental auxílio nesta dissertação, assim como

toda a equipe do laboratório, como Aline, Rosana, Igor, Lilia Paulin, Rosa Piatti e

Eliana Scarcelli.

À Dra. Margareth Genovez, veterinária e pesquisadora do Instituto Biológico,

que mesmo sendo uma pessoa muito ocupada, sempre esteve disponível para

debates sobre o tema desta pesquisa.

À Dra. Vera Letticie de Azevedo Ruiz, veterinária e pesquisadora do

Laboratório de Doenças de Suínos - Instituto Biológico, pela grande e sincera

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amizade, pelos inumeros conselhos e pelas tardes de discussão sobre oócitos e

Leptospiras.

À equipe do Laboratório de Biologia Celular, Danielle, Leandro, Mayra e

Eduardo, agradeço sinceramente a enorme contribuição nas idas intermináveis ao

abatedouro, na seleção de oócitos, nas lavagens e tratamentos, e na análise

estatísticas dos dados.

Ao Luis Macedo Correzola, veterinário e Mestre em Sanidade Animal, pela

sincera amizade, carisma, compreensão, presença e alegria que sempre me passou,

tornando mais fácil o caminho até aqui.

Aos amigos Ana Claudia Cardoso e Silvio Rogério, Biólogos

Microbiologistas, que estarão para sempre em minha vida, com apoio e alegria.

Aos amigos Renato e Glaucy Concórdia, pelo grande apoio, credibilidade,

torcida, amizade e companheirismo, principalmente ao final desta caminhada.

Aos muitos e amados amigos do colégio Anchieta, Claudia, Larissa, Cris,

Elaine, Luiz, Assésio e Fernando Portugal, professores e queridos pelo apoio e

muitas risadas.

Ao Marcelo Furuguem e Adriana agradeço pela amizade, carinho e

descontração nos momentos de pura tensão.

À Livia Migliacci, Biomédica, pela amizade, risadas, conversas e caronas

descontraídas.

À Dra. Adriana Cortez, veterinária que fez parte da bancas de qualificação e

defesa, pela experiência e atenção a mim atribuída, sou grata pelos milhares de

conselhos e sugestões para que esta pesquisa mantivesse seu rumo correto.

À Dra. Claudia Del Fava, veterinária e pesquisadora do laboratório de

patologia, por fazer parte da minha banca de qualificação, pela atenção a mim

atribuída.

À Dra. Edviges Maristela Pituco, veterinária e pesquisadora do Laboratório de

Doenças de Bovídeos, sou grata por aceitar com tanto carinho, fazer parte de minha

banca de defesa.

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Ao Profº Drº Leonardo José Richtzenhain, do Departamento de Saúde

Preventiva e Saúde Animal, pela honra de aceitar fazer parte de minha banca de

defesa, me guiando com suas inúmeras sugestões.

À empresa Vitrocell / Embriocare, e seus representantes, em especial ao

Cláudio, por ter acreditado na presente pesquisa e colaboraram com o material aqui

utilizado.

À Márcia H.B. Catroxo, Bióloga e pesquisadora do Laboratório de Microscopia

Eletrônica – Instituto Biológico, pela ajuda na demonstração dos resultados dessa

dissertação.

Aos docentes do programa de Pós – graduação do Instituto Biológico de

São Paulo, pelos ensinamentos a mim passados com tanta competência.

Aos alunos companheiros da Pós-graduação, pelas conversas, apoio, festas,

diversões e aconselhamentos que trocamos durante este período de dois anos.

Ao abatedouro Mantiqueira e todos os seus funcionários, pelo imenso

auxílio na colheita de materiais para a presente pesquisa.

A todos que contribuíram, de forma direta ou indireta, para o sucesso dessa

cansativa jornada.

E finalmente, a Deus, por estar sempre presente durante todo meu percurso

nesta jornada, me guiando e me amparando, até o fim.

MUITO OBRIGADA!

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Não deixe seu passado impor quem você é, mas o

deixe fazer parte da pessoa que você será.

Nia Vardalos

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GOES, A.C. EFICÁCIA DOS TRATAMENTOS ESTABELECIDOS PELA

SOCIEDADE INTERNACIONAL DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES, EM

OÓCITOS MATURADOS IN VITRO, EXPOSTOS À Leptospira interrogans. São

Paulo. 2010. Dissertação (Mestrado em Sanidade Animal, Segurança Alimentar e

Ambiental) – Instituto Biológico.

RESUMO

Pesquisas sobre a qualidade e controle sanitário de embriões bovinos produzidos in

vitro, estão sendo realizadas mundialmente, devido a contaminações que podem

ocorrer durante as fases de produção e transferência de embriões. O patógeno pode

associar-se ao oócito durante a colheita, maturação, fertilização e/ou armazenamento.

Dessa forma, estudos sobre a interação de patógenos com oócitos tornaram-se

essenciais na produção in vitro de embriões. Sendo assim, a técnica de produção e

transferência de embriões torna-se segura desde que seguida as normas de controle

definidas pelo manual International Embryo Transfer Society (IETS), através do

tratamento de oócitos com tripsina, lavagem sequencial ou antibióticos. Os objetivos

da pesquisa foram avaliar a eficácia dos tratamentos, estabelecidos pela IETS, em

oócitos bovinos expostos experimentalmente a Leptospira interrogans sorovar

Grippotyphosa e subsidiar a implantação de normativas de controle de qualidade na

produção de embriões in vitro. Os oócitos foram obtidos através de punção folicular de

ovários provenientes de abatedouro, selecionados e divididos em quatro grupos, todos

expostos ao patógeno e submetidos aos diferentes tipos de tratamentos. O controle

negativo não foi exposto ao patógeno, porém dividido em quatro grupos e submetidos

aos mesmos tratamentos. A exposição ao patógeno foi realizada no volume de 30µL

da estirpe da L. interrogans sorovar Grippotyphosa, na concentração de 4,7.105/µL,

virulenta e não adaptada ao meio de manutenção EMJH, e 6,3.105/µL, avirulenta e

adaptada ao meio EMJH; cada gota de meio de maturação contendo 20 oócitos,

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levados à estufa de CO2 5% em ar, umidade relativa de 90% e à temperatura de 37°C,

por 18 a 24 horas. A análise quanto a presença do patógeno e alterações morfológicas

através de microscopia óptica de campo escuro, mostrou retração no ooplasma e, o

mesmo, apresentou-se granuloso com coloração castanho escuro, havendo ainda a

formação de vacúolos, para os grupos contaminados tanto para a estirpe virulenta

quanto para a avirulenta, o que não foi observado nos controles. Os tratamentos

apresentaram, para os grupos tratados com tripsina ou antibióticos, 21,7% de eficácia,

porém para o grupo lavado sequencialmente, apresentou 33,4% de eficácia. Nenhum

dos tratamentos foram eficazes para os grupos contaminados com estirpe avirulenta.

Em análise estatística dos dados, através do χ2 (teste qui-quadrado) constatou-se

significância nos resultados obtidos, no valor p<0,05. Os oócitos também foram

avaliados, através de microscopia óptica de corte semi-fino, quanto a interação do

patógeno e o oócito, onde verificou-se presença de estrutura semelhante as leptospira

no ooplasma. Com tais resultados, concluímos que as normas de controle de

qualidade estabelecidas pela IETS na produção in vitro de embriões, poderiam ser

revisadas e, possivelmente redefinidas, uma vez que a eficácia dos tratamentos,

provavelmente não depende somente da espécie do patógeno, havendo interferência

de sua virulência e ação dos tratamentos sobre o tipo de patógeno.

Palavras-chave: IETS, oócitos, Leptospira interrogans, Grippotyphosa, produção in

vitro

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GOES, A.C. EFFECTIVENESS OF TREATMENT DEFINED TO INTERNACIONAL

EMBRYO TRANSFER SOCIETY, IN IN VITRO MATURATED OOCYTES, EXPOSED

TO Leptospira interrogans. Sao Paulo. 2010. Dissertation (Animal Health, Food

Safety and Environmental) – Biological Institute.

ABSTRACT

Researches about the sanitary quality and control of bovine embryo produced in vitro,

are being carried worldwide, because of the contamination that may occur during all

stages of production and transfer of embryos. The pathogen can be associated with

the oocyte during collection, maturation, fertilization and / or storage. Studies on the

interaction of pathogens with oocytes have become essential in vitro embryos

production. On that account, the technique of production and embryos is safe as long

as it follows the control regulations defined by the manual of the International Embryo

Transfer Society (IETS) treating oocytes with trypsin, washing sequential or

antibiotics. The research objectives were to evaluate the effectiveness of treatments

established by IETS, in bovine oocytes exposed experimentally to Leptospira

interrogans serovar Grippotyphosa, and support the implementation of norms of

quality control in in vitro embryos production. Oocytes were obtained through follicular

puncture of ovaries derived from slaughterhouse, selected and divided into four

groups, all exposed to the pathogen, under different types of treatments. The negative

control was not exposed to the pathogen, but divided into four groups and subjected to

the same treatments. The exposure to the pathogen was performed in 30µL of the

strain of L. interrogans serovar Grippotyphosa, the concentration of 4,7.105/µL,

virulent and not adapted to the EMJH maintaining of medium; and 6,3.105/µL,

avirulent and adapted to EMJH medium, every drop to the medium of

maturation containing 20 oocytes, taken to the incubator at 37°C, 5% CO2 and 95%

humidity for 24 hours. The analysis about presence of the pathogen and morphological

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changes through optical microscopic dark field, showed reduction in the ooplasm and

the same, presented granular colored dark brown, and there are vacuoles to

contaminated groups for both the strain virulent and avirulent for, which was not

observed in controls. The treatments presented for the groups with trypsin or

antibiotics, 21.7% efficiency, but for the group washed sequentially presented 33.4%

efficiency. None of the treatments has been effective for the groups infected with

avirulent strain. In statistical analysis, using the χ2 (chi-square test) was found

significance in the results obtained at p <0.05. The oocytes were also evaluated by

light microscopy cut semi-thin, as the interaction of the pathogen and the oocyte, where

it was found presence of similar structure to leptospira in the ooplasm. With

such results, we conclude that the standards of quality control established by IETS in

vitro embryo production could be reviewed and possibly redefined, since the

effectiveness of treatments, probably depends not only on the species of pathogen no

interference in its virulence and action of the treatments on the type of pathogen.

Keywords: IETS, oocytes, Leptospira interrogans, Grippotyphosa, in vitro production

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LISTAS DE TABELAS E FLUXOGRAMAS

Fluxograma 1 Representação das divisões e subdivisões dos grupos experimentais de oócitos maturados, para cada estirpe................................................. 14

Fluxograma 2 Detalhes dos tratamentos utilizados nos diferentes grupos

experimentais......................................................................................... 15

Fluxograma 3 Sequencia experimental para avaliação da eficácia dos tratamentos

estabelecidos pelo Manual da IETS........................................................ 17

Tabela 1

Relação das espécies de Leptospira, sorogrupos e sorovares que

serão empregados como antígenos na reação de Soroaglutinação

Microscópica realizada sob a forma de microtécnica.............................. 21

Tabela 2 Grupos de oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar

Grippotyphosa 4,7x105/µL........................................................................ 22

Tabela 3 Grupos de oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar

Grippotyphosa 6,3x105/µL........................................................................ 22

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 Oócitos do grupo controle após período de maturação, em MCE (400X)...................................................................................................... 24

Figura 2 Oócitos do grupo infectados com 30µL de L. interrogans, em MCE (400X)...................................................................................................... 24

Figura 3 Oócitos do grupo controle após período de maturação, em MCE

(400X) ..................................................................................................... 24

Figura 4 Oócitos do grupo contaminado com 30µL de L. interrogans, em MCE

(400X) ..................................................................................................... 24

Figura 5 Corte semi-fino de oócito contendo estruturas semelhantes à L.

Interrogans (100X) .................................................................................. 25

Figura 6 Corte de oócitos, em microscopia eletrônica de transmissão, contendo estruturas semelhantes à L. interrogans (4.800X)................................... 26

Figura 7 Corte de oócitos, em microscopia eletrônica de transmissão, contendo estruturas semelhantes à L. interrogans (7.560X)................................... 26

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LISTAS DE ANEXOS

Anexo 1 Certificado da Comissão de Ética na Experimentação Animal – CETEA-IB 38

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

µL Microlitros

BoHV-4 Herpesvírus bovino tipo 4

BSA Albumina Sérica Bovina

BTV Vírus da línga azul

BVDV Vírus da diarréia viral bovina

CETEA Comissão de ética na experimentação animal

COC Complexo cumulus-oócito

EDTA Ácido Etilenodiaminotetracético

EMJH Ellinghausen McCullough Johnson Harris

FIV Fertilização in vitro

hCG Gonadotrofina Coriônica Humana

IA Inseminação artificial

IBRV Vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina

IETS Sociedade Internacional de Transferência de Embriões

LH Hormônio luteinizante

LPS Lipopolissacarídeo

M Molar

M2 Metáfase dois

MCE Microscópio de campo escuro

MDKB Linhagem Madin Darby ded células de rim bovino

Mg Miligrama

MIV Meio de maturação

mL Mililitro

mm Milímetro

mM Milimolar

MPF Fator da fase meiótica

n-PCR Nested Reação em Cadeia pela Polimerase

OIE Organização Mundial de Saúde Animal

OMS Organização Mundial de Saúde

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pb Pares de base

PBS Phosfate buffer Solution

PCR Reação em Cadeia pela Polimerase

pH Pontencial hidrogênico

PIV Produção in vitro

rpm Rotações por minuto

RPV Vírus da peste bovina

SAM Soroaglutinação microscópica

SFB Soro Fetal Bovino

TCM Meio para cultura de tecidos

TE Transferência de embriões

Vero Célula de rim de macaco verde africano

VG Vesícula germinativa

VSV Vírus da estomatite vesicular

ZP Zona Pelúcida

OBS: Visto terem seu uso consagrado na literatura técnica, algumas abreviaturas e siglas seguem as iniciais de sua grafia no idioma inglês.

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SUMÁRIO Página

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3

2.1. A produção in vitro de embriões ...................................................................... 3

2.2. Riscos sanitários da produção in vitro ............................................................. 6

2.3. Aspectos da Leptospira spp na produção in vitro de bovinos .......................... 7

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 11

3.1. Bactéria ............................................................................................................ 11

3.2. Obtenção dos oócitos ..................................................................................... 11

3.3. Seleção dos oócitos ......................................................................................... 12

3.4. Maturação in vitro dos oócitos ......................................................................... 12

3.5. Exposição dos oócitos a L. interrogans sorovar Grippotyphosa, durante o período de maturação in vitro ................................................................................. 13

3.6. Tratamentos dos oócitos com tripsina, antibióticos e lavagem sequencial, após o período de maturação in vitro ...................................................................... 13

3.7. Avaliação da eficácia dos tratamentos ............................................................. 15

3.8. Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) ..................................................... 16

3.9. Análise dos oócitos após tratamentos, através de microscopia óptica de corte semi-fino .................................................................................................................. 18

3.10. Análise dos oócitos, após os tratamentos, através de microscopia eletrônica de transmissão ......................................................................................................... 19

3.11. Teste de toxicidade do meio de manutenção da Leptospira spp – EMJH ..... 19

3.12. Controle dos oócitos à prévia infecção por Leptospira spp, em hamsters, através de sorologia ................................................................................................ 20

3.13. Análise estatística .......................................................................................... 21

4. RESULTADOS ................................................................................................... 22

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4.1. Avaliação da eficácia dos tratamentos com trispina, antibióticos e lavagem sequencial ............................................................................................................... 22

4.2. Avaliação da morfologia dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia

de campo escuro ..................................................................................................... 23

4.2.1.Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa virulenta ................................ 23

4.2.2.Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa avirulenta .............................. 24

4.3. Avaliação dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia óptica através

de corte semi-fino ..................................................................................................... 25

4.4. Avaliação dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia eletrônica de transmissão .............................................................................................................. 25

5. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 27

6. CONCLUSÕES ................................................................................................... 32

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 33

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1

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, uma das principais fontes de renda, é o Agronegócio voltado à

Pecuária, sendo o principal mercado de exportação o de carne bovina. Segundo

estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food

and Agriculture Organization – FAO), o Brasil detém o maior rebanho mundial de

bovinos, seguido da Índia, China, Estados Unidos e Argentina, tendo este cerca de

200 milhões de cabeças (IBGE, 2008). A utilização de biotecnologias na reprodução

dos rebanhos, como inseminação artificial (IA), produção in vitro de embriões bovinos

(PIV) e a transferência de embriões (TE), foram de grande contribuição para se

alcançar esse patamar.

A TE começou a ser utilizada mundialmente para introdução, melhoria e

preservação de animais geneticamente superiores. Clonagem, sexagem e

manipulação de DNA de embriões são procedimentos que propiciam oportunidades

para contaminação de agentes infecciosos devido a trocas de materiais celulares que

ocorrem durante o processo. Consequentemente, a investigação sobre esses agentes

infecciosos e de protocolos para certificação sanitária dos embriões no comércio

internacional, devem ser comprovados por meio de pesquisas científicas e realizados

por órgãos competentes (BIELANSKI et al., 1997).

A PIV é vista como mais uma alternativa nos programas de reprodução, pois,

além de sua relevância para estudos biotecnológicos, possui fundamento comercial,

sendo em bovinos uma valiosa ferramenta para difundir e acelerar a produção de

animais geneticamente superiores, e também impedir o descarte precoce de fêmeas

portadoras de alterações adquiridas que as impeçam de reproduzir por meio de monta

natural ou via TE. Também é um excelente recurso para pesquisa de fenômenos

biológicos que ocorrem durante a maturação, fecundação e cultivo in vitro de oócitos,

capacitação espermática e eventos relacionados ao início do desenvolvimento

embrionário na fase de pré-implantação. Devido à sua capacidade de produzir um

grande número de embriões, a PIV se tornou um indispensável instrumento para

outras biotécnicas como a clonagem, a manipulação de genes e a transferência de

núcleos (GONÇALVES et al., 2007).

Durante o período de maturação, as células da granulosa começam a se

expandir, conectando-se com a zona pelúcida (ZP) e afroxando-a para permitir a

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2

entrada do espermatozóide. Deste modo, autores questionaram se haveria interação

entre o relaxamento das células da zona pelúcida e o agente infeccioso, podendo

assim levar o patógeno à receptora, ou tornar o embrião doente ou portador. Sendo

assim, respostas para os questionamentos sobre a possível penetração e aderência

de microrganismos no complexo cumulus-oocitos (CCO) e na zona pelúcida de oócitos

e embriões, em seus diferentes estágios, são de grande preocupação (BIELANSKI et al.,

1997).

Um dos procedimentos descritos pelo Manual da Sociedade Internacional de

Transferência de Embriões (International Embryo Transfer Society – IETS) para

qualidade sanitária na PIV, consta do tratamento de oócitos e/ou embriões com

tripsina ou antibióticos em lavagens alternadas com meio de cultura, com a finalidade

de inativar ou remover agentes infecciosos que podem interferir no produto final.

Diversos autores testaram esse procedimento, questionando sua eficácia como

Stringfellow et al. (1990) e Bielanski et al. (1998).

A utilização de ovários bovinos colhidos em abatedouros, procedentes de

animais cujo estado sanitário é desconhecido, é uma prática estabelecida e ainda

utilizada para a produção de embriões in vitro (FERREIRA et al., 2005).

O presente trabalho teve como objetivos, avaliar a eficácia dos tratamentos

com tripsina, antibióticos ou lavagem sequencial com meio de cultura, estabelecidos

pela IETS, em oócitos maturados in vitro e, expostos experimentalmente com

Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa, durante o período de maturação, pela

técnica de microscopia de campo escuro, subsidiando assim, a implantação de

normativas de controle de qualidade na produção de embriões in vitro; e avaliar

possíveis interações entre grupos de L. interrogans e o oócito bovino, por meio de

microscopia óptica e de corte semi-fino e microscopia eletrônica de transmissão.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A produção in vitro de embriões

A biotecnologia da reprodução representa um dos melhores exemplos de

história de sucesso na transferência tecnológica. A IA foi a primeira geração da

biotecnologia da reprodução assistida, utilizada atualmente, no mundo todo. Em

seguida encontram-se a TE, a fecundação in vitro (FIV), a sexagem de embriões e por

fim, a transferência nuclear e a transgênese (THIBIER, 2005).

No Brasil, destacam-se o uso dessas tecnologias, pela maior parte dos

embriões bovinos terem sido obtidos por meio de PIV, passando a ter alto valor

comercial. Devido a facilidade de envio de material genético em pequenas palhetas

congeladas que garantem prolongada viabilidade, as vantagens para o comércio

internacional de embriões, oócitos e espermatozóides, são consideráveis. Porém, a

criopreservação celular de material para PIV também facilitou a sobrevivência,

transmissão e transporte de qualquer patógeno que, por ventura, esteja presente no

material. Sendo assim, as autoridades especializadas passaram a ser desafiadas para

garantir a sanidade do rebanho nacional, sem restringir atividades ligadas à TE

(WRATHALL, 1995). As tecnologias de embriões são uma combinação de assistência

reprodutiva, biologia celular, molecular e técnicas genômicas (GALLI et al., 2003).

Magajesvski (2006) evindeciou que, técnicas de reprodução assistida

melhoram a qualidade e produtividade de rebanhos no mundo todo, e técnicas de FIV,

dada às qualidades zootécnicas dos animais envolvidos no sistema, PIV e TE, tem

sido cada vez mais utilizadas, porém, pesquisas de análise sanitária dos rebanhos e

condições dos oócitos e embriões são escassas no Brasil.

Magajevski, Gírio e Meirelles (2007) descrevem que, as técnicas de IA, PIV e

TE foram passos fundamentais para melhor rendimento e qualidade de rebanhos

bovinos em todos os continentes, favorecendo bons resultados econômicos para a

pecuária mundial.

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Le Tallec et al. (2001) descrevem que embriões bovinos produzidos in vivo e in

vitro, podem ser contaminados durante as diferentes fases da PIV e TE. O agente

infeccioso pode ter origem no sêmen ou em oócitos, havendo contaminação desde a

colheita até a transferência, passando pelos processos de maturação e fecundação,

incluindo as condições de armazenamento.

Outra dificuldade da PIV está na baixa produção e qualidade de embriões,

devido a deficiência dos processos in vitro para uma adequada maturação

citoplasmática do oócito, o que pode dificultar os processos de preservação dos

oócitos e embriões e, por consequência, a implantação em sistemas de produção

animal (GONÇALVES et al., 2007). Porém, as vantagens e aplicações da PIV como

biotécnica, segundo Gonçalves, Figueiredo e Fretias (2002), estão relacionadas a

rápidas e melhores possibilidades para programas de cruzamentos, maximização do

potencial genético do macho e da fêmea, maior eficácia dos programas de núcleos de

produção, controle e determinação do sexo dos produtos, facilidade de exportação e

importação do sêmen congelado de alto valor genético, rápida multiplicação de raças e

estudo e desenvolvimento de novas biotécnicas reprodutivas a partir da

micromanipulação de embriões e gametas.

Tornaram-se essenciais na PIV, os estudos da interação entre agentes

infecciosos e óocitos/embriões, pelo fato de que, as diferenças no modo de ação

podem estar ligadas a sua capacidade de resistir à aderência e penetração pelos

patógenos, podendo causar alterações morfológicas, bloqueio da clivagem, aumento

do espaço periplasmático, retração ooplasmática e até rompimento da zona pelúcida

(D’ANGELO et al., 2005, 2006).

Ovários e ovidutos bovinos colhidos em abatedouros, procedentes de animais

cujo estado sanitário é desconhecido, ainda é uma prática utilizada e estabelecida

para a PIV (FERREIRA et al., 2005). Segundo normas descritas pelo manual da IETS

por Stringfellow (1998), para oócitos colhidos de ovários de abatedouro, devem ser

aplicadas medidas como: fêmeas descartadas em programas nacionais de

erradicação e controle de doenças não devem ser utilizadas como doadoras; o

abatedouro deve participar de programa de inspeção oficial que inclua inspeções ante

e pós-mortem; a equipe de colheita dos ovários deve seguir regras higiênicas e de

segurança aplicadas às atividades do abatedouro; os ovários e outros tecidos devem

ser transportados sob condições higiênicas.

Os complexos cumulus-oócitos (COCs), são reconhecidas fontes importantes

de material biológico para análise morfológica quantitativa rigorosa (estereologia), da

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maturação e da FIV, onde a PIV atinge normalmente, as taxas de 5 a 60%

(GONÇALVES; FIGUEIREDO; FREITAS, 2002). Esse limítrofe de resultados para a PIV a

partir de COCs imaturos, pode ser atribuído aos métodos de seleção dos complexos,

baseando-se em parâmetros de avaliação morfológica através de estereomicroscópio,

assim como o estado morfológico do cumulus e ooplasma. Apresentam maior

capacidade de desenvolvimento, os COCs com camadas de cumulus compacta e

constituídas por numerosas células foliculares, e o oócito com ooplasma homogêneo

(DE LOOS; KASTROP; VAN MAURIK, 1991).

Para que os oócitos sejam fecundados e, posteriormente desenvolverem-se até

o estágio de blastocisto, é necessário que sejam maturados, tanto in vitro como in

vivo. Durante essa fase, sofrem diversas transformações, tanto em seu citoplasma

quanto em seu núcleo. No desenvolvimento, o oócito encontra-se no estágio da

prófase 1 ou, também conhecido como estágio de vesícula germinativa (VG). In vivo, a

meiose ou maturação reinicia-se após o estágio de pré-ovulação (hormônio

luteinizante – LH), durante o estro e, in vitro, a retirada do oócito do contato com as

células foliculares, inicia o processo de maturação do núcleo. A maturação do oócito

envolve a progressão do estágio diplóteno da primeira prófase meiótica, até a fase de

metáfase 2 (M2). O período de maturação bovina in vitro, dá-se entre 18 a 24 horas,

em atmosfera de 5% de CO2, umidade relativa de 90% e temperatura de 37°C. A

habilidade para o reinício da maturação é obtida quando a concentração e a atividade

do pré fator da fase meiótica (MPF) atingem elevados níveis no oócito (GONÇALVES et

al., 2007; KOBAYASHI et al., 1991).

Os oócitos e embriões de mamíferos possuem um envoltório extracelular e

glicoprotéico, conhecido como zona pelúcida (ZP). Tem como função assegurar a

especificidade das espécies no momento da fecundação, bloquear a poliespermia e

proteger o embrião durante os primeiros estágios de desenvolvimento (DUNBAR, 1983).

As proteínas que constituem a ZP são secretadas pelas células foliculares associadas

ao oócito em desenvolvimento, pelo próprio oócito e, por vezes, pelas células epiteliais

que formam o oviduto (OIKAWA et al., 1988; WASSARMAN, 1988). Sendo assim, tais

afirmações deixam evidente que o bom estado biológico e sanitário do oócito é

fundamental para a formação de uma ZP apropriada, desempenhando assim suas

funções primordiais (MAGAJEVSKI; GÍRIO; MEIRELLES, 2007).

A ZP é uma membrana com microporos, permeável a macromoléculas

(SELLENS; JENKINS, 1975), torna-se essencial para a troca de substâncias entre os

meios internos e externos durante a maturação, permitindo também a fixação ou

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entrada de patógenos. Também estão presentes na ZP, canais deixados por células

foliculares remanescentes que desprendem-se de sua superfície, ocorrendo

principalmente após a ovulação (GWATKIN, 1967), novamente sendo caracterizada

como via de acesso celular aos agentes infecciosos.

2.2. Riscos sanitários da produção in vitro

O modo de ação e funcionabilidade da ZP é questionável, no processo de

interação dos patógenos com oócitos e embriões. Acredita-se que a ação dos

patógenos sobre embriões ocorra somente após a penetração do agente na célula,

através da ruptura da zona pelúcida ou após o hatching, porém, patógenos com

tamanho extremamente reduzido, como os vírus, ou ativamente invasivos, como

algumas bactérias, a zona pelúcida, mesmo intacta, passa a não ser uma barreira

intransponível (D’ANGELO et al., 2005).

Stringfellow, Lauerman e Thomson, (1998) citaram a capacidade de alguns

patógenos conseguirem penetrar no oócito ou embrião através da ZP, como, por

exemplo o herpesvírus bovino tipo 4 (BoHV-4), vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina

(IBRV), vírus da peste bovina (RPV), vírus da estomatite vesicular (VSV), Haemophilus

somnus, Mycoplasma bovis, Mycoplasma bovigenitalium, Mycoplasma

paratuberculosis e Ureplasma diversum. Concluindo que, a lavagem e tratamento de

oócitos e embriões bovinos fertilizados in vitro, com tripsina, deve reduzir o nível de

contaminação, mesmo, a eficácia desses tratamentos não sendo totalmente

comprovada.

Bielanski e Surujballi (1996) isolaram leptospiras de amostras de cultura de

zigotos de sete dias e embriões submetidos à FIV, com oócitos expostos à Leptospira

borgpetersenii sorovar Hardjo, tratados por dez vezes com lavagem seqüencial e

tripsina, segundo recomendações da IETS.

Não há vantagens em investir em biotecnologias da reprodução em rebanhos

ou animais atingidos por problemas sanitários, com enfermidades que podem ser

transmitidas através do sêmen, oócitos e embriões, que provocam entre outros males,

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infertilidade, abortamento, repetição de cio e até mesmo esterilidade (MAGAJEVSKI;

GÍRIO; MEIRELLES, 2007). A leptospirose encontra-se no hall dessas enfermidades

ligadas à reprodução, sendo considerada uma das principais, causando abortamentos,

infertilidade, ocorrência de natimortos e retenção placentária, sendo responsável pela

baixa produtividade da pecuária mundial (GIVENS, 2006) e tida como uma das

zoonoses mais difundidas no mundo (JOUGLARD, 2005).

2.3. Aspectos da Leptospira spp na produção in vitro de bovinos

As leptospiras são bactérias espiroquetas, gram-negativas, aeróbias

obrigatórias, helicoidais flexíveis e móveis, fortemente espiraladas. Possuem de 0,1 a

0,3 µm de diâmetro por 6 a 30 µm de comprimento, dois filamentos axiais (flagelo

periplasmático) com inserções polares localizadas no espaço periplasmático, o que

facilita seu movimento de rotação e flexão rápida em seu próprio eixo (FAINE,1994;

ELLINGHAUSEN; THIERMAN; SULZER, 1981). Possuem membrana dupla, comum também

em outras espiroquetas, em que a membrana citoplasmática e a parede celular são

constituídas por peptidoglicano, estando associadas e envolvidas pela membrana

externa. Sua parede de lipopolissacarídeo (LPS) possui composição similar a outras

bactérias gram-negativas, porém, com baixa atividade endotóxica (LEVETT, 2001).

Crescem em meios enriquecidos com vitaminas, principalmente B2 e B12, sais de

amômia e com ácidos graxos de cadeia longa, utilizadas como fonte de carbono e

metabolizados por β-oxidação (FAINE et al., 1999).

O gênero Leptospira pertence à família Leptospiraceae e ordem

Spirochaetales, e sua classificação pode ser baseada em critérios moleculares ou

antigênicos. Ambos os métodos reconhecem espécies patogênicas e saprófitas

(FERESU et al., 1999). Sua transmissão em bovinos pode ocorrer de maneira direta,

principalmente através de via venérea e, de modo indireto, pelo contato com solos e

água contaminados (AMATREDJO; CAMPBELL; PATHR, 1975). A via de transmissão

transplacentária também é comum entre os animais (BRASIL, 1995). Segundo Hanson

(1982) e Thiermann (1984), uma vez infectados, os bovinos podem eliminar o agente

através da urina por um período de tempo viável, podendo se estender a mais de um

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ano. A leptospiúra em bovinos, segundo Rebhun (1995), pode persistir entre quatro e

dez meses, tendo caráter intermitente.

Segundo Ellis et al., (1985) perdas causadas pela leptospirose são

ocasionadas devido à localização da bactéria no hospedeiro durante o período de

leptospiremia, estando completamente difundidas pelo organismo do hospedeiro,

incluindo o trato genital. Por toda esta fase, a leptospira pode ser encontrada no

fígado, pulmões, globo ocular e, por vezes no sistema nervoso central.

Magajevski, Gírio e Meirelles (2007) citam que Jones (1958) verificou que a

leptospirose poderia ser disseminada nos rebanhos por meio de sêmen contaminado,

durante a monta natural e a IA, sendo confirmada por Roberts (1958) e Sleight e

Willians (1961).

Segundo Thiermann (1984), medidas para o controle da leptospirose foram

prejudicadas, pois estirpes virulentas tem a capacidade para sobrevivência a longo

prazo no ambiente, bem como infecção persistente e sendo disseminada por animais

selvagens e animais de corte, é altamente prejudicial à pecuária por causar

abortamentos, natimortos e diminuição da produção de leite.

Muitos são os trabalhos que se referem a perdas econômicas ligadas à

reprodução, causadas pela leptospirose. Na pecuária, Kolev et al., (1983) testaram

231 amostras de sangue de vacas que sofreram abortamentos, dado à luz a

natimortos ou que apresentaram falhas na concepção e demonstraram que 15,58%

dos casos foram causados por vírus e 6,06% por leptospiras. Também neste trabalho,

os autores evidenciaram os distúrbios reprodutivos que podem ser causados pela

baixa qualidade sanitária do rebanho, chamando a atenção à leptospirose.

Ellis et al. (1982), examinando fetos bovinos abortados, constataram que em

41,6% havia a presença do sorovar Hebdomadis e que 68% desses fetos eram

provenientes de propriedades com problemas reprodutivos.

Guimarães (1982) descreve que, os danos causados pela L. interrogans em

bovinos, em fases agudas e crônicas, caracterizam-se por abortamentos, retenção

placentária, queda na produção de leite, mastite, infertilidade, e infecção renal

permanente.

Elder et al. (1985) investigaram a relação entre abortamento e títulos de

anticorpos anti-leptospira em rebanhos bovinos de corte e leiteiro. Os títulos

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sorológicos encontrados foram relacionados à alteração reprodutiva, sendo o sorovar

Pomona o mais frequente seguido pelo sorovar Hardjo.

Em 773 soros fetais bovinos testados, Kirkbride e Johnson (1989) verificaram

que 52 soros eram positivos à prova da soroaglutinação microscópica (SAM) para pelo

menos um dos cinco sorovares utilizados. O teste com anticorpos fluorescentes, não

detectou a presença do agente nos fetos que apresentaram título para anticorpos,

porém, pela mesma técnica, foi detectada a presença da Leptospira spp em 15

bezerros abortados, negativos na SAM.

Em surto de leptospirose bovina em Minas Gerais – Brasil, Moreira et al. (1993)

verificaram que a ocorrência de abortamento, infertilidade, morte fetal e mastite, foi

mais frequente em animais que apresentaram aglutininas contra sorovares Hardjo e

Wolffi.

Genovez et al. (1993) analisaram bacteriologicamente, no período de 1985 a

1992, no Instituto Biológico de São Paulo, 544 amostras de órgãos e anexos fetais de

282 fetos bovinos abortados, de diversos Estados brasileiros, demonstrando que

12,4% dos casos estavam relacionados à leptospirose e a brucelose.

Ellis et al. (1986) detectaram a presença do sorovar Hardjo no útero, ovidutos,

ovários e vagina de vacas não prenhes, infectadas experimentalmente com Leptospira

interrogans. Das vacas examinadas, 65% apresentaram o patógeno no trato genital e

62% nas vias urinárias.

Magajevski, Gírio e Meirelles (2007) relatam que de 212 vacas avaliadas,

abatidas no Estado de São Paulo – Brasil, 1,7% apresentou reação sorológica para o

sorovar Grippotyphosa. Na mesma pesquisa, os autores relatam que em muitos casos,

mesmo com a mãe soro reagente, o feto pode não desenvolver anticorpos para

leptospirose, mas albergar as leptospiras em seus órgãos.

Magajevski (2006) encontrou indícios de isolamento em meio Fletcher, de

Leptospira spp, em ovários, contendo pools de líquido folicular. Porém detectou,

através da técnica da reação em cadeia pela polimerase (PCR), a presença do DNA

de leptospiras em vacas negativas na soroaglutinação microscópica (SAM).

Langoni et al. (2000) destacaram que, 25,91% dos animais para corte,

apresentam sorovar Canicola, o que demonstra presença da leptospira em animais

abatidos, sendo que oócitos provenientes de ovários desses animais, se submetidos

ao processo de FIV, podem levar à contaminação aos embriões.

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Bielanski et al. (1998) realizaram pesquisa verificando o estado sanitário de

oócitos e embriões coletados de vacas experimentalmente infectadas com Leptospira

borgpetersenii, e verificaram que em 21 amostras de embriões recuperadas, todas se

mostraram negativas à infecção por leptospira. No entanto, na mesma pesquisa, foi

demonstrado que 29% dos embriões em estágio de mórula e blastocistos,

apresentaram-se positivos, através da técnica de PCR, e de 29 oócitos recolhidos, um

foi positivo quanto a presença de DNA de leptospira.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Bactéria:

Foram utilizadas estirpes de Leptospira interrogans, sorovar Grippotyphosa,

uma virulenta e outra avirulenta, sendo que para a reativação de sua virulência,

utilizou-se a metodologia clássica de passagens sucessivas em hamsters, de acordo

com procedimentos descritos por Gonzales, Dias e Matos (1999).

O procedimento foi realizado no Laboratório de Doenças Bacterianas da

Reprodução do Instituto Biológico.

3.2. Obtenção dos oócitos

Os ovários foram obtidos de vacas abatidas no frigorífico Mantiqueira,

localizado na cidade de São José dos Campos – SP. Aproximadamente 30 minutos

pós-mortem do animal, na fase de evisceração, foi realizada a retirada dos ovários,

mantidos em solução fisiológica acrescida de 1% antibióticos

(penicilina/estreptomicina) e transportados ao laboratório à 38°C, não excedendo o

período de quatro horas entre a obtenção do mesmo e as aspirações foliculares.

Para a aspiração folicular dos ovários, utilizou-se seringas de 10 mL e agulha

calibre 18G, estéreis e descartáveis. Foram aspirados folículos com diâmetro entre 2 e

8mm, o conteúdo transferido para tubos Falcon® e levados à estufa a 37°C por 20

minutos, para decantação dos oócitos. Após esse procedimento, os oócitos foram

coletados com pipetas Pasteur e depositados em placas de Petri para devida

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recuperação e seleção dos complexos cumulus-oócitos (COCs), com auxilio de

solução Holding plus à 37°C, utilizando-se micropipetas e ponteiras descartáveis.

3.3. Seleção dos oócitos

A seleção dos oócitos foi realizada em fluxo laminar, com materiais, meios e

vidrarias estéreis, com a luz incandescente do fluxo apagada, para que não houvesse

a oxidação dos oócitos durante o procedimento. Para a recuperação e seleção

oocitária, utilizou-se o estereomicroscópio, em aumento de 20X, sendo selecionados

oócitos classificados como grau 1, os com COCs compactos, com mais de três

camadas de células do cumulus e citoplasma homogêneo e, os classificados como

grau 2, com COCs compactos com três ou menos camadas de células do cumulus ou

com citoplasma levemente heterogêneo, segundo os critérios descritos por De Loos,

Van Vliet e Van Maurik (1989). Os oócitos foram selecionados, classificados e lavados

por três vezes, em gotas de 100 µL de solução Holding plus a 37ºC, trocando-se a

ponteira a cada seleção.

3.4. Maturação in vitro dos oócitos.

No início de cada experimento, amostras de líquido folicular e oócitos foram

testadas quanto à presença do patógeno, por meio da Reação em Cadeia pela

Polimerase (PCR). Em todos os testes, os resultados foram negativos.

Os oócitos selecionados foram transferidos para gotas de meio de maturação

(TCM199, 10% de Soro Fetal Bovino, 0,5 µl de FSH, 50 UI/mL de hCG, 1 µL de 17-

βestradiol/mL) de 50 µL cada, colocadas em placas de Petri descartáveis e sob óleo

mineral filtrado, evitando assim, contaminações externas e ressecamento das gotas de

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meio de maturação. Foram divididos em quatro grupos, todos expostos ao patógeno

para serem submetidos aos diferentes tipos de tratamentos, ou seja, lavados com

antibióticos, tripsina, lavados sequencialmente e, um grupo sem tratamento, sendo o

controle positivo. O controle negativo não foi exposto ao patógeno, porém, também foi

dividido em quatro grupos para que fossem submetidos aos mesmos tratamentos,

respectivamente. Esse procedimento foi realizado para cada estirpe, separadamente.

3.5. Exposição dos oócitos a L. interrogans sorovar Grippotyphosa, durante o período de maturação in vitro.

A exposição ao patógeno foi realizada no volume de 30 µL da estirpe da L.

interrogans sorovar Grippotyphosa, na concentração de 4,7.105/ µL, virulenta e não

adaptada ao meio de manutenção EMJH; e outro grupo foi contaminado com a mesmo

volume, de outra estirpe da L. interrogans sorovar Grippotyphosa, na concentração de

6,3.105/ µL, avirulenta e adaptada ao meio EMJH; cada gota de meio de maturação

contendo 20 oócitos. Foram então, levados à estufa de CO2 5% em ar, umidade

relativa de 90% e à temperatura de 37°C, por 18 a 24 horas.

3.6. Tratamentos dos oócitos com tripsina, antibióticos ou lavagem sequencial, após o período de maturação in vitro.

Após 18 a 24 horas de incubação e maturação in vitro dos oócitos, os grupos,

foram submetidos a lavagens sequenciais, ao tratamento com tripsina 0,25%, ou ao

tratamento com antibióticos (Penicilina 10.000 U.I/mL e Estreptomicina 10 mg/mL),

estabelecidos e padronizados pela Sociedade Internacional de Transferência de

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Embriões (IETS), como métodos de remoção e/ou inativação de microrganismos em

oócitos e embriões (STRINGFELLOW, 1998).

A cada 40 oócitos maturados e contaminados com a L. interrogans, quatro

grupos foram então subdivididos, para serem submetidos aos tipos de tratamentos,

sendo:

- expostos à 30µL do patógeno: 10 oócitos tratados com antibióticos (G1A); 10 oócitos

tratados com tripsina (G1T); 10 oócitos tratados com lavagem sequencial (G1M); 10

oócitos não tratados, sendo controle positivo (G1P);

- controles negativos: 10 oócitos tratados com antibióticos (G2A); 10 oócitos tratados

com tripsina (G2T); 10 oócitos tratados com lavagem sequencial (G2M); 10 oócitos não

tratados (G2P);

Fluxograma 1: representação das divisões e subdivisões dos grupos experimentais de oócitos maturados, para cada

estirpe.

Os tratamentos envolvem 10 gotas de 200 µL cada, sendo 1-4 meio TCM199,

5-6 com Antibiótico (Penicilina 10.000 UI/mL e Estreptomicina 10mg/mL) e 7-10 meio

TCM199. Para as lavagens com tripsina 0,25%, as gotas 5-6 foram substituídas, e

para lavagem sequencial, as 10 gotas continham meio TCM199, trocando a ponteira a

cada etapa do tratamento. Os oócitos foram expostos à tripsina ou antibióticos por 120

segundos, segundo fluxograma 2:

30µL (G1)  

G1A

G1T

G1M

G1P

Neg. (G2)

G2A

G2T

G2M

G2P

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Fluxograma 2: detalhes dos tratamentos utilizados nos diferentes grupos experimentais

3.7. Avaliação da eficácia dos tratamentos

Após as lavagens, os grupos foram transferidos para microtubos devidamente

identificados e observados ao microscópio óptico Jena Zeiss® , com condensador de

campo escuro (MCE) em aumento de 400X, onde foram avaliados quanto à presença

e/ou ausência da L. interrogans. (Fluxograma 3).

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3.8. Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR)

Foram armazenadas as amostras de líquido folicular e oócitos em microtubos,

à temperatura de -20ºC para pesquisa de DNA de leptospira.

Para a extração do DNA das leptospiras dos materiais, foi adicionado 150 µL

de TE (50 mM Tris-HCl e 12,5 mM de EDTA) a 50 µL da amostra, previamente

homogeneizada. Os tubos foram centrifugados a 13000G por 5 minutos, desprezado o

sobrenadante e ressuspendido em 300 µL de tampão de lise (195 µL de água mQ, 60

µL TNE, 30 µL SDS e 15 µLpK a 20 mg/ml). As amostras foram incubadas em banho-

maria a 56°C sob agitação de 350 rpm, por uma hora. Após este período, foi

adicionado 150 µL de fenol tamponado, homogeneizado e centrifugado a 13000G por

5 minutos. 300 µL da fase aquosa foi então transferida para um novo microtubo e

adicionado 100 µL de fenol:clorofórmio:álcool isoamílico (25:24:1), agitado e

centrifugado a 13000G por 5 minutos. Para um novo microtubo, foi então transferido

200 µL da fase aquosa e adicionado 40 µL de acetato de sódio 2 M (1/5 do volume),

480 µL de etanol puro, homogeneizado e mantido a -20°C por 4 horas. Novamente

centrifugado a 13000G por 15 minutos, e descartado o sobrenadante. O pellet

resultante, foi seco em estufa a 45°C por 15 minutos e adicionado 30 µL de TE,

incubado em banho-maria a 56°C sob agitação de 350 rpm por 15 minutos. O produto

final da extração foi então estocado à -20°C (CORTEZ et al., 2001).

A reação foi procedida utilizando-se o DNA extraído com os primers Lep1 e

Lep2 amplificando fragmentos de 330 pares de base (pb). O protocolo de amplificação

de DNA foi empregado em volume total de 50 µL, com 200 µM de cada dNTP, 5 µL de

tampão 10x (500 mM de KCl, 15 mM de MgCl2, 100 mM de Tris – HCl, pH 9,0), 1,5 µL

de MgCl2 a 1,5 mM, 10 pmol de cada primer (Lep1- 5´ GGCGGCGCGTCTTAAACATG

3´; Lep2 – 5´ TTCCCCCCATTGAGCAAGATT 3´), 0,5 U de Taq DNA Polimerase e 10

µL de DNA extraído (MÉRIEN et al, 1992)

As amostras foram submetidas a uma desnaturação inicial de 5 minutos a

95°C, 35 ciclos de 95ºC por 40 segundos, 55ºC por 40 segundos, 72ºC por 40

segundos e extensão final 72ºC por 5 minutos, realizada em termociclador (DIAS et al.,

2006).

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A análise do produto amplificado foi realizada por eletroforese em gel de

agarose 2%, com tampão de corrida TBE 0,5X (0,045 M Tris-Borato e 1 mM de EDTA

pH 8,0) e o gel submetido à voltagem constante de 6-7 V/cm. O gel foi corado com

brometo de etídeo a 0,5 µg/mL e posteriormente fotografado sob luz ultravioleta

através de transiluminador (320 nm) pelo sistema de foto-documentação e analisado

com software 1D ImageAnalysis (Kodak Digital Science).

Fluxograma 3: Sequencia experimental para avaliação da eficácia dos tratamentos estabelecidos pelo Manual da IETS.

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3.9. Análise dos oócitos, após os tratamentos, através de microscopia óptica de corte semi-fino.

Tanto os grupos de oócitos expostos à L. interrogans virulenta quanto à

avirulenta, submetidos a todos os tratamentos, foram encaminhados para análise por

microscopia óptica em corte semi-fino.

Após serem submetidos às lavagens com tripsina, antibióticos ou lavagem

sequencial, os oócitos foram envolvidos em agarose 2%, cortados em blocos de

aproximadamente 2 mm3, com auxílio do estereomicroscópio e levados a microtubos

contendo 200 µL de glutaraldeído 2,5% a 4ºC, para sua conservação. Os cortes e

análise foram realizados pelo laboratório de Microscopia Eletrônica – Instituto

Biológico, seguindo o seguinte protocolo:

Três lavagens de 15 minutos em tampão PBS, seguida por pós-fixação em

tetróxido de ósmio 1% em PBS durante 1 hora e três lavagens de 15 minutos em água

destilada. Imersão de 1 hora em uranila a 0,5 em água destilada e novamente três

lavagens de 15 minutos em água. Em seguida, para desidratação, 15 minutos de

lavagem em acetona 50%, depois 15 minutos em acetona 70%, mais 15 minutos em

acetona 90% e finalmente dois banhos de 10 minutos, seguidos por um último de 15

minutos em acetona 100%. Os oócitos foram colocados na resina Spurr e após 72

horas foram cortados com ultramicrótomo em corte semi-fino (2 µm). Essas secções

semi-finas, foram coradas com azul de toluidina a 2% em solução de borato de sódio

1% em água destilada e analisada quanto à morfologia ao microscópio óptico invertido

em aumento de 1000X (PADRÓN, 1998).

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3.10. Análise dos oócitos, após os tratamentos, através de microscopia eletrônica de transmissão.

Para análise ultra-estrutural os blocos foram seccionados e os cortes ultra-finos

recolhidos em telas de níquel. As telas foram lavadas em BSA com tween 20 em PBS,

pH 7,0, incubadas em cloreto de amônio 5Mm (bloqueando e evitando a ligação

específica de anticorpos em grupamento aldeídico livre presente nas células fixadas) e

lavadas em BSA com tween 20 em PBS, pH 7,0. A seguir as telas foram incubadas

com anticirpo primário 1:80 em PBS/BSA 1 % por 4 horas, lavadas em BSA com

tween 20 em PBS, pH 7,0, incubadas com anticorpo secundário (proteína A-ouro) 1:10

em PBS/BSA 1 %, lavadas em PBS, pH 7,0 e fixadas com glutaraldeído 2,5% em

água. Após lavagem em água as telas foram contrastadas com acetato de uranila e

citrato de chumbo. No início e final do processamento as telas foram tratadas com

metaperiodato de sódio (solução saturada) (KNUTTON, 1995; PADRÓN et al., 1998).

As telas foram examinadas em microscópio eletrônico de transmissão Philips EM208.

3.11. Teste de toxicidade do meio de manutenção da Leptospira spp - EMJH.

O meio de manutenção do patógeno (EMJH) foi testado quanto à alteração no

período de maturação oocitária, devido a possíveis ações dos diversos sais minerais

que compõem a cultura. Durante o período de maturação, acrescentou-se diferentes

volumes de meio EMJH (5 µL, 10 µL e 30 µL) aos oócitos, e levados à estufa de CO2

5% em ar, umidade relativa de 90% e à temperatura de 37°C, por 18 a 24 horas.

Observou-se que não há interferência na maturação, em diversas

concentrações do meio, comprovando que, as alterações observadas na presença da

L. interrogans, ocorreram pela interação patógeno/oócito.

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3.12. Controle dos oócitos à prévia infecção por Leptospira spp, em hamsters, através de sorologia.

Os oócitos foram avaliados sorologicamente, quanto à presença prévia da

leptospira nas vacas utilizadas. Foram expostos à 30 µL de L. interrogans, sorovar

Grippotyphosa avirulenta, durante o período de maturação, oócitos provenientes de

abatedouro. Após 24 horas, os oócitos foram mantidos em 100 µL de meio de cultura

TCM199, em microtubo, sendo cinco oócitos por tubo.

A inoculação em sete hamsters (Mesocricetus auratus) com 10 dias, peso entre

60 e 80g, ocorreu via intraperitoneal, sendo o conteúdo do microtubo diluído em 100

µL de solução PBS estéril, utilizando-se seringa de 1 mL e agulha calibre 22G. Dois

hamsters foram utilizados como controles negativos, com inoculação de oócitos,

também diluídos, porém, sem contaminação do patógeno.

Após 10 dias de exposição ao patógeno através dos oócitos, coletou-se 1 mL

de soro do animal e foi realizada a prova de soroaglutinação microscópica (SAM), com

uma coleção de culturas vivas de Leptospira spp., sendo um representante de cada

sorogrupo, totalizando 22 variantes sorológicas, apresentadas na Tabela 1, sendo a

SAM uma técnica de referência pela OMS (FAINE et al., 1999).

Cada amostra de soro foi diluída a 1:50 em solução salina tamponada de

Sorënsen (pH 7,4). Desta diluição, 50 µL foram colocados em microplaca de

poliestireno de fundo chato com 96 poços, e acrescidos de 50 µL do antígeno,

obtendo-se diluição inicial 1:100. Cada amostra sorológica foi colocada frente à bateria

antigênica dos 22 sorovares. As microplacas foram incubadas em estufa bacteriológica

a 28ºC por três horas. Após este período, as leituras foram realizadas em

microscópico óptico Jena Zeiss®, em aumento de 100X observando-se a formação de

aglutinações.

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Tabela 1: Relação das espécies de Leptospira, sorogrupos e sorovares que serão empregados como antígenos na

reação de Soroaglutinação Microscópica realizada sob a forma de microtécnica

Observou-se que não houve contaminação prévia dos oócitos, por nenhuma

espécie de Leptospira spp., antes da realização do experimento.

3.13. Análise estatística

A frequência de alterações observadas nos oócitos contaminados com

diferentes estirpes de Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa, após os

tratamentos com tripsina, antibióticos ou lavagem sequencial, foi avaliada por meio de

teste de qui-quadrado (χ2), sendo o nível de significância de p<0,05.

Espécie Sorogrupo   Sorovar  L. borgpetersenii Ballum Castellonis L. borgpetersenii Javanica Javanica L. borgpetersenii Tarassovi Tarassovi L. borgpetersenii Celledoni Whitcombi

L. interrogans Australis Australis L. interrogans Autumnalis Autumnalis L. interrogans Bataviae Bataviae L. interrogans Australis Bratislava L. interrogans Canicola Canicola L. interrogans Icterohaemorrhagiae Copenhageni L. interrogans Grippotyphosa Grippotyphosa L. interrogans Sejroe Hardjoprajitno L. interrogans Hebdomadis Hebdomadis L. interrogans Pomona Pomona L. interrogans Icterohaemorrhagiae Icterohaemorrhagiae L. interrogans Djasiman Sentot L. interrogans Sejroe Wolffi L. interrogans Pyrogenes Pyrogenes L. kirschneri Autumnalis Butembo L. kirschneri Cynopteri Cynopteri L. noguchii Panama Panama

L. santarosai Shermani Shermani

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4. RESULTADOS

4.1. Avaliação da eficácia dos tratamentos com tripsina, antibióticos e lavagem sequencial

Para os oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar Grippotyphosa

virulenta, na concentração de 4,7x105/ µL, os tratamentos apresentaram, para os

grupos G1T e G1A, 21,7% de eficácia, porém para o grupo G1M apresentou 33,4% de

eficácia (Tabela 2).

Tripsina (T) Antibiótico (A) L. sequencial (M)

G1 21,7 % (39/180) 21,7 % (39/180) 33,4% (60/180)

G2 100 % (160/160) 100 % (160/160) 100 % (160/160)

Tabela 2. Grupos de oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar Grippotyphosa 4,7x105/µL.

Para os oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar Grippotyphosa na

concentração de 6,3x105/ µL, avirulenta, os tratamentos não foram eficazes para os

grupos contaminados (Tabela 3).

Tripsina (T) Antibiótico (A) L. sequencial (M)

G1 0 % (0/160) 0 % (0/160) 0 % (0/160)

G2 100 % (140/140) 100 % (140/140) 100 % (140/140)

Tabela 3. Grupos de oócitos expostos à cepa de L. interrogans sorovar Grippotyphosa 6,3x105/µL

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Foi utilizado o teste estatístico qui-quadrado (χ2), e verificou-se o valor de

p<0,05 (p=0,0001), havendo significância de efetividade dos tratamentos, entre os

grupos controle e contaminado.

4.2. Avaliação da morfologia dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia de campo escuro

Após os tratamentos com antibiótico, com tripsina ou lavagem sequencial, os

oócitos foram avaliados morfologicamente em microscópio óptico Jena Zeiss ® com

condensador de campo escuro em aumento de 400X.

4.2.1. Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa virulenta

Foi observada uma retração no ooplasma e, o mesmo, apresentou-se

granuloso com coloração castanho escuro, havendo ainda a formação de vacúolos

(Fig. 2) Essas características não foram observadas no grupo controle (Fig. 1).

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Figura 1: oócitos do grupo controle após

período de maturação, em MCE (400X). Figura 2: oócitos do grupo infectados com

30µL de L. interrogans, em MCE (400X).

4.2.2. Leptospira interrogans sorovar Grippotyphosa avirulenta

Foi observado ooplasma granuloso com formação de vacúolos, para o grupo

contaminado com 30 µL (Fig. 4) o que não foi observado no grupo controle (Fig.3).

Figura 3: oócitos do grupo controle após

período de maturação, em MCE (400X). Figura 4: oócitos do grupo contaminado

com 30µL de L. interrogans, em MCE

(400X)

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4.3. Avaliação dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia óptica através de corte semi-fino

Após os tratamentos, os oócitos foram avaliados, através microscopia óptica de

corte semi-fino, quanto a presença do patógeno no interior da célula.

Na Figura 5, foram observadas estruturas semelhantes as da leptospira no

ooplasma de oócitos previamente tratados com antibióticos ou tripsina. A zona

pelúcida e as células do cumulus mostram-se sem alteração.

Figura 5: Corte semi-fino de oócito contendo estruturas semelhantes à L. Interrogans (100X), corado com azul de toluidina.

4.4. Avaliação dos oócitos, após os tratamentos, em microscopia eletrônica de transmissão.

A avaliação quanto à presença do patógeno no interior do oócito, foi realizado,

através microscopia eletrônica de transmissão.

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Nas Figuras 6 e 7, foram observadas estruturas extremamente semelhantes as

da leptospira na zona pelúcida, e penetrando no ooplasma do oócito, previamente

tratado, sem alterações morfológicas nas células do cumulus e zona pelúcida.

Figura 6: Corte de oócitos, em microscopia eletrônica de transmissão, contendo estruturas semelhantes à L. interrogans (4800X). OO: ooplasma; ZP: zona pelúcida; CC: células do cumulus.

Figura 7: Corte de oócitos, em microscopia eletrônica de transmissão, contendo estruturas semelhantes à L. interrogans (7560X). OO: ooplasma; ZP: zona pelúcida; CC: células do cumulus.

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5. DISCUSSÃO

A PIV, por ser uma importante ferramenta para acelerar e aumentar a produção

de animais geneticamente superiores e, gerar conhecimento nas áreas relacionadas à

oogênese, foliculogênese, fecundação, desenvolvimento embrionário precoce e outras

muitas técnicas aplicadas à reprodução animal, (GONÇALVES et al., 2007), tornou-se

alvo de inúmeras discussões e pesquisas no que diz respeito à qualidade do produto

final, principalmente nas interações e interferências que patógenos podem causar ao

longo do processo, gerando prejuízos no setor pecuário.

A pesquisa com embriões bovinos e, menos extensivamente, com embriões

suínos, ovinos e caprinos, mostra que a TE pode ser um meio seguro e efetivo de

prevenir a disseminação de muitos patógenos preocupantes, no transporte

internacional de material genético, se utilizadas técnicas adequadas e assépticas de

coleta, manipulação e transferência. Talvez, o maior oportunismo para eliminação da

disseminação de doenças, são encontradas em possibilidades de avaliação e

tecnologia que sejam compatíveis com os procedimentos adotados para a coleta e

transferência. Por isso, fatores de diluição, lavagens por meios mecânicos, agentes

antimicrobianos e tratamentos com enzimas podem ser aplicados aos embriões

obtidos in vivo ou in vitro, após a coleta e antes da transferência (STRINGFELLOW,

1998).

A Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS) padronizou

procedimentos e inferiu informações gerais para uso da tecnologia de TE, enfatizando

produções sanitárias, por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), sobre

o manuseio asséptico de oócitos e embriões com os objetivos de descrever técnicas

necessárias para assegurar que a TE não resulte em transmissão de agentes

patogênicos (STRINGFELLOW, 1998).

Os riscos associados com a possível transmissão de patógenos através de

embriões de animais domésticos estão, dessa forma, intimamente ligados com as

propriedades da ZP. Segue-se que, procedimentos para descontaminar a ZP são

importantes e valiosos pontos fortes nos protocolos sanitários de manipulação

propostos pela IETS (WRATHALL; STMOLLER, 1998). Tornou-se rotina lavar os

embriões, pelo menos 10 vezes, com substâncias antimicrobianas que, como enzimas

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e antibióticos, eventualmente são adicionadas ao meio utilizado para as lavagens

(SINGH; THOMAS, 1987).

Existem evidências de que, oócitos e ovidutos colhidos em abatedouros

comerciais, para a PIV de embriões, podem estar contaminados por agentes

patogênicos (VAN SOON et al., 1992). Em relação à Leptospirose, o animal pode não

estar com sintomatologia clínica, porém seus ovidutos, ovários e oócitos podem

carrear a bactéria, prejudicando assim todos os processos da PIV (BIELANSKI;

SURUJBALLI, 1996).

A Leptospira spp. pode estar presente em sêmen de touros infectados e, já foi

demonstrada a possibilidade de transmissão da leptospirose bovina através da monta

natural ou inseminação artificial (MAGAJEVSKI et al., 2004).

Em nossos resultados, a avaliação da presença da bactéria, em movimento

e/ou interagindo com a célula, em oócitos expostos experimentalmente ao patógeno

no período de maturação in vitro e, posteriormente tratados com antibióticos, tripsina

ou à lavagens sequenciais, foi feita pela técnica de microscopia de campo escuro.

Nos resultados quanto à morfologia, nota-se a retração, granulação do

ooplasma e, por vezes, a formação de vacúolos, devido a presença do patógeno

durante sua maturação, evidenciando sua possível interação, uma vez que, a

formação de vacúolos pode ser um indício de defesa celular, não sendo observada no

grupo controle. Estudos posteriores devem ser realizados avaliando a viabilidade

destes oócitos contaminados e posteriormente tratados, quando submetidos à FIV.

Após a análise morfológica dos oócitos maturados e expostos ao agente

etiológico, verificou-se a eficácia parcial dos tratamentos validados pela IETS,

utilizando-se como parâmetro, a presença da bactéria ativa no campo do oócito. Os

resultados dos grupos, G1T e G1A apresentando 21,7% de eficácia, assim como G1M

com 33,4% de eficácia, para a estirpe virulenta, sugerem que, por se tratar de uma

bactéria não adaptada ao meio de manutenção, não houve tempo para sua

multiplicação e possível infecção ao oócito, o que explica a variação de efetividade dos

tratamentos. O patógeno pode não ter tido tempo hábil para se fixar ao oócito, sendo

então removido mecanicamente, ou mesmo diluído entre as gotas de lavagem.

Para a estirpe avirulenta, adaptada ao meio, os resultados se mostraram

constantes, ou seja, os tratamentos não foram efetivos, provavelmente por sua

adaptação em interagir com o oócito, com as células do cumulus, possibilitando sua

visualização ativa, após os tratamentos.

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Diversos autores testaram os procedimentos estabelecidos pela IETS,

questionando sua eficácia como, Stringfellow et al. (1990) que, avaliaram a efetividade

dos tratamentos com tripsina para inativação dos vírus IBRV e BHV-4, em 24 e 29

embriões PIV, respectivamente, e verificou que 100% dos embriões foram positivos

para o patógeno, após o tratamento, através do isolamento do vírus por cultivo celular.

Singh e Thomas (1982) constataram que a lavagem sequencial foi eficaz em

64% das amostras e, com o tratamento com tripsina, foi de 57%, para embriões

infectados com IBRV, isolando o agente através de cultivo celular.

Lauerman et al. (1986) publicaram que, de 130 embriões bovinos infectados

experimentalmente com VSV, 36% apresentavam o vírus após a lavagem sequencial,

evidenciado pela ausência do mesmo no isolamento em células de rim de macaco

verde africano (Vero). Em 1987, o experimento de Singh e Thomas, confirmaram que

essa porcentagem é significativa para a lavagem sequencial. Também submeteram 46

embriões ao tratamento com tripsina, onde constatou sua eficácia em 63% das

amostras. Dois anos mais tarde, Stringfellow, Lauerman e Thomson (1989)

comprovam que a eficácia pode atingir 50% dos casos, em oócitos infectados, para

ambos os tratamentos.

Thomson, Stringfellow e Lauerman (1988) realizaram os testes de eficácia do

tratamento com antibióticos e com a lavagem sequencial, para Haemophilus somnus,

contaminando embriões com 1010 UFC/mL. De 38 embriões contaminados, e lavados

sequencialmente, isolou-se a bactéria em 26 deles. Porém, para 20 embriões

contaminados e submetidos ao tratamento com antibiótico, a eficácia atingiu 100% das

amostras.

Bielanski et al. (1989) mostraram que, de 71 embriões bovinos infectados

previamente com Mycoplasma bovis, após a lavagem sequencial, e de 40 embriões

tratados com antibióticos, foi isolado o agente em 100% das amostras, e mesmo após

o tratamento com tripsina, o microrganismo foi isolado em todas as amostras. Também

foi isolado por Riddell, Stringfellow e Panagala (1989) em 100% das amostras, o

Mycoplasma bovigenitalium, sendo os embriões bovinos lavados sequencialmente

(n=24), tratados com antibiótico (n=25) e com tripsina (n=22). Já Rohde et al. (1990)

isolaram Mycoplasma paratuberculosis em oócitos bovinos PIV, após a lavagem

sequencial, em 30% das amostras.

Trachte et al. (1998) apresentaram que, grupos expostos a amostras de BVDV

não citopático, tratados com tripsina e lavados sequencialmente, apresentaram 56%

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de eficácia para embriões e 33% para oócitos, para o tratamento com tripsina. Porém,

com BVDV citopático, embriões e oócitos apresentaram 67% de eficácia para lavagem

sequencial, 78% de eficácia para o tratamento com tripsina em embriões e 56% em

oócitos. Bielanski e Surujballi (1996) testaram os procedimentos em oócitos coletados

in vivo de novilhas infectadas com BVDV, constatando que os tratamentos não

eliminam ou inativam o patógeno dos oócitos.

Edens et al. (2003) verificaram, através de co-cultivo de embriões expostos à

BoHV-1 em microgotas de TCM199 que, o tratamento com tripsina pode,

efetivamente, impedir a infecção das receptoras. D’Angelo et al. (2009) submeteram

embriões bovinos infectados experimentalmente ao BoHV-1, a tratamento com

tripsina, onde a última gota, inoculada em células de rim bovino (MDBK) foi submetida

à prova de N-PCR, tendo como resultado negativo para a presença do patógeno.

Porém, a detecção do patógeno, pelo mesmo teste, foi positiva para os embriões.

Esses resultados mostraram a ineficácia do tratamento, sendo relevantes a ausência

do patógeno na última gota do tratamento e presença do mesmo no embrião, dando

suporte à premissa de que enzimas proteolíticas diminuem a quantidade de

patógenos, ou, até mesmo, o inativam, desde que já não estejam no interior da

estrutura estudada.

Bielanski e Surulballi (1998) testaram a eficácia das lavagens sequenciais,

através de microscopia eletrônica, em embriões fertilizados in vitro, expostos à

Leptospira borgpeersenii sorovar Hardjo, e observaram que o patógeno encontrava-se

na superfície da ZP. Vale ressaltar que os autores utilizaram uma quantidade

sabidamente excessiva do patógeno, para realmente poder observar sua interação

com o embrião.

Goes et al. (2008) estudaram a eficácia dos tratamentos com tripsina e com

antibióticos na inativação/remoção de Leptospira interrogans sorovar Canicola, em

oócitos, avaliados quanto à presença da bactéria, através de microscopia de campo

escuro, demonstrando que os tratamentos não foram capazes de remover o

microrganismo, enfatizando a necessidade de se estabelecer normas de controle de

qualidade na PIV.

Com a utilização de microscopia óptica de corte semi-fino e microscopia

eletrônica de transmissão, foi constatado que, provavelmente há interação entre a

leptospira e o oócito. Os oócitos levados a tal procedimento, estiveram em exposição

por 24 horas ao patógeno, durante o período de maturação, tratados segundo normas

da IETS e, observou-se estruturas semelhantes às da leptospira no ooplasma dessas

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células previamente tratadas com antibióticos e tripsina. Uma vez que, possivelmente

as estruturas observadas possam ser leptospiras, pode-se sugerir sua entrada na

células, e, consequentemente a eficácia de todos os tratamentos, torna-se

comprometida.

Sendo a leptospirose uma doença que acomete animais de corte, e a prática

da PIV está em crescimento acelerado mundialmente, a análise dos resultados obtidos

no presente estudo, mostra que a implantação de normativas de controle de qualidade

na produção de embriões in vitro, deve ser estabelecida e principalmente atualizada.

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6. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que:

A lavagem sequencial mostrou-se mais eficaz, quando comparada aos

tratamentos com tripsina ou antibióticos, para estirpe virulenta de Leptospira

interrogans sorovar Grippotyphosa.

A detecção dos patógenos após os tratamentos, pelas técnicas de microscopia

óptica de corte semi-fino e de microscopia eletrônica de transmissão,

evidenciou a presença de estruturas semelhantes à Leptospira interrogans

sorovar Grippotyphosa, o que nos permite constatar que há interação do

patógeno com o mesmo..

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