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1 Instituto A Vez do Mestre Licenciatura em pedagogia INCLUSÃO ESCOLAR DOS PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN Apresentação de monografia ao IAVM como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em pedagogia Por.: Solania Maria Fraga Corrêa Orientadora: profª Ms. Andrea Villela Mafra da Silva RIO DE JANEIRO 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Instituto A Vez do Mestre

Licenciatura em pedagogia

INCLUSÃO ESCOLAR DOS PORTADORES DE SÍNDROME DE

DOWN

Apresentação de monografia ao IAVM

como requisito parcial para a obtenção

do grau de especialista em pedagogia

Por.: Solania Maria Fraga Corrêa

Orientadora: profª Ms. Andrea Villela

Mafra da Silva

RIO DE JANEIRO

2010

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2

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu marido e minhas

filhas pela paciência e força que me

deram nessa minha caminhada e a

Deus por ter me proporcionado

alcançar mais esse objetivo tão

importante na minha vida.

3

RESUMO

O tema inclusão escolar tem sido constantemente debatido no Brasil, por

diversos setores da sociedade: professores, educadores, mídia, entre outros. A

lei brasileira já garante a inserção de alunos com necessidades educacionais

especiais no ensino regular, porem esse direito ainda não é totalmente

garantido nas escolas brasileiras por diversos fatores. Pensamento nisso, esse

trabalho se propôs esclarecer esses fatores através de pesquisa bibliográfica,

constituída principalmente com informações contidas em livros, revistas, jornais

e artigos da internet. Através da pesquisa, identificar se as escolas de ensino

regular estão preparadas para receber crianças com deficiência mental,

esclarecer se a inclusão de crianças com síndrome de down faz diferença na

aprendizagem. A investigação objetivou refletir sobre a inclusão dos alunos

com síndrome de down no espaço escolar e na sociedade, contribuindo para

que ela ocorra de forma natural, ajudando a combater todos os preconceitos.

Porém, o resultado obtido mostra a falta de conhecimento da sociedade para

que haja a inclusão, que é direito e dever de todos.

Palavras-chave: inclusão, síndrome de down, ensino regular.

4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................7 CAPITULO I........................................................................................................9 1.1. Uma breve retrospectiva da educação........................................................9 1.2. Direito a educação.....................................................................................14

CAPITULO II.....................................................................................................19 2.1. Breve histórico............................................................................................19 2.2. O que é síndrome de down?......................................................................19 2.3. Características físicas................................................................................20 2.3.1. Tônus muscular baixo.............................................................................21 2.3.2. Características faciais.............................................................................21 2.4. Características cognitivas..........................................................................22 2.5 O desenvolvimento.....................................................................................24 2.6 A vida familiar.............................................................................................26

2.6.1. Expectativas.............................................................................................27 2.6.2. Os limites.................................................................................................28 2.6.3. A independência .....................................................................................28 CAPITULO III.....................................................................................................30 3.1. Projeto “educar mais 1”...............................................................................32 3.1.1. Histórico...................................................................................................32 3.2. Objetivos e normas....................................................................................32 3.3. Fundamentação: projeto Roma..................................................................34 3.3.1. Histórico...................................................................................................34

CONCLUSÃO..................................................................................................39

BIBLIOGRAFIA................................................................................................40 ANEXOS.....................................................................................................42-44

5

INTRODUÇÃO

Essa pesquisa foi motivada pelo interesse pessoal de aprofundar ao

conhecimentos a respeito das crianças portadoras de síndrome de down, um

distúrbio que leva a deficiência mental, descrevendo as características físicas e

emocionais desses individuais. Com isso descobrir qual a importância da

inclusão na escola e no convívio social dessas crianças com outras ditas

normais.

Ouvimos muito falar sobre pessoas com necessidades especiais, ou

melhor, portadores de algum tipo de deficiência, e principalmente sobre

inclusão. Os jornais, a TV por meio de programas especiais e, principalmente,

telenovelas, abordam sempre esta temática, mas, de forma muito sintetizada e,

as vezes, até fantasiosa. Apesar do assunto estar em todos os lugares e ser

muito divulgado pela mídia, as duvidas são muitas e o preconceito ainda existe.

Podemos constatar que há varias questões a serem esclarecidas sobre esse

assunto.

O tema de pesquisa se justifica pela importância de se apresentar

alguns aspectos de crianças portadoras de síndrome de down, a fim de auxiliar

pais e professores envolvidos no problema a compreender o comportamento

delas e buscar meios para melhorar a convivência dessas crianças no

ambiente escolar e social. O trabalho também é de muita importância para

pessoas que se interessam pelo assunto, seja por motivo profissional ou

particular, dando ao leitor um conhecimento mais profundo sobre as

habilidades e imitações dessas crianças.

Pensando nisso, os objetivos deste estudo são apresentar a história da

educação especial a inclusiva, descrever as características da criança

portadora de síndrome de down, expondo os aspectos físicos e emocionais e

apontar as possibilidades e dificuldades do processo de inclusão de um aluno

com síndrome de down numa escola regular, por meio de metodologia de

pesquisa quantitativa, através de estudos bibliográfico, constituído

principalmente com informações contidas em livros, publicações, jornais e

artigos da internet.

Esta monografia está dividida em três capítulos. O primeiro capítulo faz

um breve histórico sobre a educação no Brasil. O segundo capítulo descreve

6

os aspectos físicos, emocionais e cognitivos do desenvolvimento da criança

com síndrome de down e o terceiro capitulo falar sobre a importância da

inclusão de crianças portadoras de síndrome de down no ensino regular.

7

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

Vivemos com a discriminação e o preconceito, eles sempre foram

características marcantes na sociedade, principalmente, quando se trata de

pessoas com algum tipo de deficiência. Para entender melhor a evolução

histórica da inserção social das pessoas com necessidades especiais e sua

educação, é necessário expor acontecimentos marcantes no Brasil.

1.1. Uma breve retrospectiva da educação

Segundo Seesp/MEC no Brasil, da época colonial até a década de 90,

momento que testemunhou o inicio dos movimentos internacionais para a

construção de sistemas educacionais inclusivos, na busca da garantia do

acesso de todos a escola, respeitando-se as peculiaridades de cada um.

A história das relações, na área educacional, entre a sociedade

brasileira e o segmento populacional constituído pelas pessoas com deficiência

vem se modificando no decorrer do tempo, com maiores ganhos objetivos

observados na última década. Revisando, há que se lembrar que a educação

pública neste país é relativamente jovem, não tendo completado sequer 80

anos! No período do Brasil colônia, a educação se restringia ao ensino

religioso, sob a responsabilidade dos padres jesuítas, processo e situação que

durou até o século XVIII, quando a companhia de Jesus foi expulsa do país.

A primeira constituição brasileira, promulgada no inicio do século XIX

(1824) foi o primeiro documento oficial a manifestar o interesse do país pela

educação de todos os cidadãos ao estabelecer a gratuidade da instrução

primaria. Entretanto, ela não explicitou de quem seria a responsabilidade pelo

sistema e pelo processo educacional, eximindo o poder público desse

compromisso. É importante também lembrar que, como bem o aponta Kassar

(1999, p.20), quando o texto dizia “todos os cidadãos”, certamente não incluía a

massa de trabalhadores, constituída, em sua ,maioria, de escravos. Assim, o

texto constitucional que aparentemente se comprometia com os brasileiros, na

verdade se referia somente a uma pequena minoria, representada pela elite

sociopolítica no país.

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Segundo Seesp/MEC partir de 1961, os textos legislativos tornaram-se

gradativamente mais explícitos, especialmente no que se refere a educação

das pessoas com deficiência. De maneira geral, os dispositivos legais se

referem a educação desse segmento populacional como um direito a ser

usufruído, quando possível, no sistema regular de ensino. Apesar desses

dizeres, entretanto, manteve-se sempre uma tentativa de conciliação entre as

forças antagônicas que tem caracterizado o debate social sobre esse assunto

ao garantir apoio financeiro também as entidades privadas, incentivando o

encaminhamento e a permanência de pessoas com deficiência em escolas e

classes especiais, segregadas, sob o argumento do beneficio da especialidade.

No decorrer da década de 70, o paradigma da institucionalização,

vigente no país desde o período imperial, começou a dividir o espaço com um

novo conjunto de ideias. Nesse ponto da caminhada, o país, sob influencia

provenientes direções, passou a assumir:

1. O principio da normalização como critério norteador da avaliação

social.

2. O paradigma de serviços como modelo de atenção a pessoa

portadora de deficiência, na área educacional.

Assim, recomendava a prestação de serviços educacionais técnicos,

especializados, com o objetivo de promover a adaptação da pessoa ao seu

meio social.

A declaração de salamanca e o programa educação para todos a

década de 80 manteve esta tendência, que começou novamente a se modificar

nos anos 90, especialmente após a conferencia mundial de educação para

todos, ocorrida em Jomtien (Tailândia), secundada e fortalecida no que se

refere aos direitos das pessoas com deficiência, pela declaração de

salamanca, 1994.

O programa educação para todos trata da garantia, para todos os

cidadãos, do acesso a escolaridade, ao saber culturalmente construído, ao

processo de produção e de difusão do conhecimento e, principalmente, a sua

utilização na vivencia da cidadania.

O cumprimento de tais objetivos requer a existência de sistemas

educacionais planejados e organizados para dar conta da diversidade dos

alunos, de forma a poder oferecer, a cada um, respostas pedagógicas

9

adequadas as suas peculiaridades individuais, as suas características e

necessidades especificas.

A declaração de Salamanca, por sua vez, traz as recomendações

referentes aos princípios, a política e a pratica de reconhecimento e atenção as

necessidades educacionais especiais. Ao concordar com as recomendações

contidas nesses dois importantes documentos, e ao fazer delas seu

compromisso, o Brasil sinalizou que estava pronto para promover novo avanço

na relação com seus com deficiência.

Os pressupostos que fundamentaram essa atitude foram de natureza

filosófico, ética, política e social, e encontram-se abaixo explicitados: todos

somos diferentes uns dos outros, o que vem a ser o aspecto central da

diversidade que constitui qualquer sociedade; não há diferença que faça de

uma pessoa um cidadão de menor valia: todos são iguais perante a lei; a

pessoa com deficiência é cidadã como qualquer outra pessoa e, como tal, tem

o direito de receber os serviços de que necessita, sem que, para tanto,

necessite permanecer segregada; assim, tem imediatamente o direito ao

acesso e a permanência no ambiente comum, independentemente do tipo de

deficiência que tiver e de seu grau de comprometimento; para que isso

aconteça, a sociedade tem de se reajustar de forma a se tornar acolhedora

para todos; isso deverá acontecer em cada comunidade, em todos os níveis de

ação pública, em todos os ambientes, em todas as instancias.

O compromisso prático resultante da opção pela adoção desses

princípios foi determinar que cada instancia da atenção pública: identificasse a

situação da pessoa com deficiência; identificasse as providencias necessárias

para garantir o acesso imediato e a participação da pessoa com deficiência nos

serviços e recursos disponíveis em cada área da atenção pública; tornasse

disponíveis os suportes que se mostrem necessários para favorecer esse

acesso e participação, promovesse a capacitação de recursos humanos para

administrar a atenção pública em uma comunidade inclusiva; favorecesse a

conscientização dos cidadãos, de maneira geral, quanto a responsabilidade de

cada um no processo de construção de uma sociedade inclusiva.

Tais providencias se constituíram nos primeiros passos de

caracterização de um novo paradigma, denominado paradigma de suportes.

Ele se caracteriza pela implementação de ações objetivas e afirmativas no

10

sentido de ajustar/adaptar a sociedade, nas varias instancias da atenção e da

ação públicas, de forma que ela se torne acolhedora para todos. Tal

procedimento, portanto, se faz uma medida essencial para garantir que a

pessoa com necessidades especiais possa acessar e participar, imediata e

definitivamente, do espaço comum da vida em sociedade, independentemente

do tipo de deficiência que apresente, de seu grau de comprometimento, bem

como de fato de estar recebendo ou sendo submetida a serviços diferenciados,

e/ou especializados.

Na área da educação, isso implica que se providencie e implemente

todos os ajustes que se fizerem necessários para garantir que as pessoas com

necessidades educacionais especiais possam se matricular, frequentar e

participar da escola regular, em todos os seus níveis e modalidades,

compartilhando do cotidiano da vida comunitária.

Mas então o aluno com deficiência não mais precisa do ensino especial?

Ele então deverá então ficar na sala regular, sem atendimento

especializado?

Mas assim ele não será prejudicado?

Estas são perguntas importantes, principalmente porque tem circulado

no meio educacional, sendo fonte de preocupação e de angustia para muitos

professores e dirigentes educacionais!

Vejamos... sabemos que todos somos diferentes uns dos outros, não é

verdade? Nem todos somos morenos, ou loiros, temos pele amarela, ou pele

vermelha, somos de cor branca, ou de cor negra, temos cabelos lisos, ou

cabelos enrolados, e assim por diante... cada pessoa tem características que

são somente suas e que, na verdade, a diferenciam das demais o mesmo

acontece com nosso funcionamento mental. Algumas pessoas aprendem

melhor por via visual, ou seja, lendo textos, assistindo cenas; outras aprendem

melhor por via auditiva, ou seja, ouvindo o professor, ou lendo em voz alta;

algumas pessoas compreendem melhor um fato ou um fenômeno qualquer se

puderem lidar com ele concretamente; outras pessoas já tem facilidade para

compreender o mesmo fenômeno, ainda que dele se trate abstratamente, ou

seja, no nível da imaginação, da elaboração de ideias.

Segundo essa pesquisa, podemos dizer que, para que o resultado seja

satisfatório na aprendizagem dos portadores de necessidades especiais, é

11

necessário a participação ativa de todos, familiares e da escola, pois esses

alunos precisam de ter em seu lado pessoas que acreditam no seu

desenvolvimento intelectual.

Seesp vai sugerir a mudança de terminologias e da forma de colocar

algumas perguntas que, segundo Cláudia Dutra, não estão sendo interpretadas

adequadamente pelos responsáveis pela informação do censo nas escolas.

Professores – A formação continuada de professores da educação especial,

que vem sendo feita desde 2003, também não foi corretamente informada

pelos sistemas de educação no censo de 2005, explicou Cláudia Dutra. Em

2004, disse, a Seesp apoiou a formação em serviço de 23 mil professores;

outros 300 professores fizeram formação de 120 horas em libras (língua

brasileira de sinais); 380 fizeram o Proinesp (programa de informática na

educação especial), mas estes números não aparecem no censo escolar. Os

dirigentes da educação do Paraná e de Santa Catarina informaram que 15 mil

e 30 mil professores, respectivamente, receberam formação, dado que também

não está refletido no censo de 2005.

Segundo (MANTOAN, 2006, p.56) a formação de profissionais da

educação é tema de destacado valor quando a perspectiva do sistema de

ensino é garantir a matricula de todos os alunos no ensino regular,

particularmente na classe comum.

1.2 Direito à educação

O documento “direito à educação”, subsídios para a gestão do sistema

educacional inclusivo, apresenta um conjunto de textos que tratam da politica

educacional no âmbito da educação especial – subsídios legais que devem

embasara construção de sistemas educacionais inclusivos. O documento é

constituído de duas partes:

Orientações gerais

A política educacional no âmbito da educação especial;

Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica-

parecer 17/2001;

Fontes de recursos e mecanismos de financiamentos da educação

especial;

Evolução estatísticas da educação especial.

Marcos legais

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Trata do ornamento jurídico, contendo as leis que regem a educação

nacional e os direitos das pessoas com deficiência, constituindo importantes

subsídios para embasamento legal a gestão dos sistemas de ensino.

Educação inclusiva: a fundamentação filosófica inclui a seguinte legislação:

Constituição da republica federativa do Brasil/88

Lei 7853/89 – Dispõe sobre o apoio as pessoas portadoras de

deficiência,

Lei 8069/90 – Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá

outras providencias – ECA

Lei 8859/94 – Modifica dispositivos da lei n° 6494, de 07 de dezembro de

1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito a participação em

atividades de estágio.

Lei 9394/96 – estabelece as diretrizes e bases da educação nacional –

LDBEN.

Lei 9424/96 – Dispõe sobre o fundo de manutenção e desenvolvimento

do ensino fundamental e valorização do magistério – FUNDEF.

Lei 10098/00 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a

promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providencias.

Lei 10216/2001 – Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas

portadores de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em

saúde mental.

Lei 10436/02 – Dispõe sobre a língua brasileira de sinais – Libras e dá

outras providencias.

Lei 10845/2004 – institui o programa de complementação ao

atendimento educacional especializado as pessoas portadores de deficiência, e

dá outras providencias – PAED.

Decreto 2.264/97 – Regulamenta a lei 9424/96 – FUNDEF, no âmbito

federal, e determina outras providencias.

Decreto 3.298/99 – regulamenta a lei no 7853, de 24 de outubro de

1989, que dispõe sobre a política nacional para a integração da pessoa

portadora de deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras

providencias.

13

Decreto 3030/99 – Dá nova redação ao art. 2° do decreto 1680/95 que

dispõe sobre a competência, a composição e o funcionamento do conselho

consultivo da coordenadoria nacional para integração da pessoa portadora de

deficiência. (CORDE)

Decreto 3076/99 – Cria no âmbito do ministério da justiça o conselho

Nacional dos direitos da pessoa portadora de deficiência. (CONADE).

Decreto 3631/00 – Regulamenta a lei 8899/94, que dispõe sobre o

transporte de pessoas portadores de deficiência no sistema de transporte

coletivo interestadual.

Decreto 3952/01 – Dispõe sobre o conselho nacional de combate a

discriminação (CNCD).

Decreto 3956/01 – Promulga a convenção interamericana para a

eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras

de deficiências. (convenção da Guatemala) portarias – MEC

Portaria 1793/94 – recomenda a inclusão da disciplina aspectos ético –

político – educacionais na normalização de integração da pessoa portadoras de

necessidades especiais, prioritariamente, nos cursos de pedagogia, psicologia

e em todas as licenciaturas.

Portaria 319/99 – Institui no ministério da educação, vinculada a

secretaria de educação especial/SEESP a comissão brasileira do Braille, de

caráter permanente.

Portaria 554/00 – Aprova o regulamento interno da comissão brasileira

do Braille.

Portaria 3284/03 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas

portadores de deficiências, para instruir os processos de autorização e de

reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições.

Portaria do ministério do planejamento 08/2001 – Atualiza e consolida os

procedimentos operacionais adotados pelas unidades de recursos humanos

para a aceitação, como estagiários, de alunos regularmente

matriculados.resoluções

Resolução 09/78 – Conselho federal de educação – Autoriza,

excepcionalmente, a matricula do aluno classificado como superdotado nos

cursos superiores sem que tenha concluído curso de 2° grau.

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Resolução 02/81 – Conselho federal de educação – Autoriza a

concessão de dilatação de prazo de conclusão do curso de graduação aos

alunos portadores de deficiência física, afecções congênitas ou adquiridas.

Resolução 02/01 – Conselho nacional de educação – Institui diretrizes

nacionais para a educação especial na educação básica.

Resolução 01 e 02/02 – Conselho nacional de educação – Diretrizes

nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível

superior, graduação plena.

Resolução 01/04 – Conselho nacional de educação – Estabelece

diretrizes nacionais para organização e realização de estágio de alunos do

ensino profissionalizante e ensino médio, inclusive nas modalidades de ensino

especial e educação de jovens e adultos.

Aviso circular

Aviso circular n° 277/96 – Dirigido aos reitores das IES solicitando a

execução adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de

necessidades especiais.

Parecer

Parecer n° 17/01 DO CNE/Câmara de educação básica – diretrizes

nacionais para educação especial na educação básica.

Segundo (MANTOAN, 2006, p.16) fazer valer o direito a educação para

todos não se limita a cumprir o que está na lei e aplicá-la, sumariamente, as

situações discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo

da questão de justiça.

Como é possível perceber, a educação especial representou, por muitos

anos, um papel secundário nas políticas publicas. Entretanto, a partir dos anos

90, esse quadro começou a mudar com a lei 9394/96, que em seu capítulo V

aponta que a educação dos deficientes deve ser, de preferência, na rede

regular de ensino, significando uma nova forma de educação e integração

desses indivíduos.

Através da resolução, de 11/09/2001, publicado no diário oficial da

união, foram instituídas as “diretrizes nacionais para educação especial na

educação básica” (BRASIL, 2001), que estabelecem que desse resposta as

necessidades dos alunos especiais.

15

No ano de 2002, o presidente da republica sancionou a lei 10.436

(BRASIL, 2002) que reconhece como meio legal de comunicação e expressão

a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e outros recursos de expressão a ela

associados. Esta lei estabelece que o sistema educacional federal e os

sistemas educacionais estaduais, municipais e distrito federal devem garantir a

inclusão do ensino de LIBRAS nos cursos de formação de educação especial,

de fonoaudiologia e de magistério, nos níveis médio e superior. O ensino de

LIBRAS também é parte integrante dos parâmetros curriculares nacionais

(PCN’s) e deve ser ministrado na educação básica (educação infantil, ensino

fundamental e médio).

Nenhum ser humano é igual ao outro. O mesmo pode-se dizer dos

indivíduos com síndrome de down (SD), que ao nascerem apresentam

características físicas semelhantes, mas podem ter comportamento e padrão

de desenvolvimento da criança com síndrome de down.

16

CAPÍTULO II

A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN

Qualquer criança precisa de cuidados especiais. A criança com

síndrome de down também. Observar o desenvolvimento de uma criança é

muito compensador, assim como acompanhar o desenvolvimento de uma

criança com síndrome de down. A criança com síndrome de down faz tudo

como qualquer outra criança ri, chora, faz pirraça, brinca, precisa de muito

carinho e atenção.

Nesse caso, é necessário a busca de informações para entender melhor

o significado da síndrome de down, para que se possa deixar todos os mitos e

vencer os medos de uma só vez.

2.1 Breve histórico

Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.30) em 1959, o geneticista francês

Jerome lejeune obteve a identificação do cromossomo excedente e percebeu

que este se ligava ao par 21, daí o termo Trissomia 21. Até então, os

portadores de Trissomia 21, eram conhecidos como mongoloides, em

referencia aos traços físicos dos mongóis. Essa denominação começou a ser

usada a partir de 1866, quando o médico inglês John Langdon down

apresentou as características do portador da Trissomia 21. Acreditava-se,

naquela época, em diferença entre raças e, segundo o dr. John, os mongóis

eram considerados seres inferiores. Como forma de homenagear o dr. John

Ingdon down, a anomalia foi denominada síndrome de down.

2.2 O que é síndrome de down?

Segundo (voivodic, 2008 p.39) A síndrome de down significa, que o bebê

tem um cromossomo extra em cada uma de suas milhares de células. Em vez

de 46, ele tem 47 cromossomos.

Nascem, atualmente, milhões de crianças com síndrome de down no

mundo, ocorrendo igualmente em meninos e meninas. É um dos defeitos

congênitos mais comuns na humanidade, apresentando-se em todas as raças,

grupos étnicos, classe socioeconômicos e nacionalidades.

A síndrome de down pode ser causada por três tipos de

comportamentos cromossômicos: trissomia simples, translocação e

17

mosaicismo. Na primeira ocorre a não disjunção do cromossomo 21. Sua

incidência é mais comum, acontecendo em 96% dos casos. A segunda se dá

quando um cromossomo do par 21 e outro, ao qual se agrupou, sofrem uma

quebra na sua região central. Não se notam diferenças clinicas entre crianças

com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2% dos casos. O

mosaicismo é a presença de um percentual de células normais (46

cromossomos) e outro percentual com células trissômicas (47 cromossomos).

Ocorre em 2% dos casos (voivodic, 2008 p.39).

Existem alguns fatores que podem modificar a incidência da síndrome

de down como ambientais ou exógenos e endógenos. Nos endógenos, a idade

materna é muito importante. Mulheres mais velhas apresentam riscos maiores

de terem filhos trissômicos, devido ao fato do envelhecimento dos óvulos, o

que não acontece com os espermatozoides, por isso no caso da crescente

idade paterna não há relação direta entre a síndrome de down. Quanto aos

fatores ambientais, é evidente o diagnostico pré-natal.

2.3 Características físicas

Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) logo após o nascimento, é possível

para um médico identificar se o bebê tem síndrome de down. O recém-nascido

com esta síndrome apresenta, tipicamente, diferenças na face, pescoço, mãos

e pés, bem como no tônus muscular. Essas características em conjunto dão

inicio as suspeitas do médico, que geralmente irão solicitar estudos

cromossômicos, para confirmar o diagnostico.

São alguns características frequentemente associadas ao portador da

síndrome de down. Mas no entanto, nem toda a criança com essa síndrome

que apresenta os mesmos aspectos físicos. O importante até o momento, é

que não se evidenciou qualquer conexão entre o número de características de

síndrome de down que uma criança apresenta e a sua capacidade cognitiva.

2.3.1 Tônus muscular baixo

Segundo (GUNDERSEN, 2007 p.31) hipotonia é o nome que se dá ao

tônus muscular baixo, esse caso é muito comum nos bebês com síndrome de

down, significa que os músculos são relaxados e dão a sensação de serem

moles. O tônus baixo normalmente afeta todos os músculos do corpo.

O tônus muscular do individuo com síndrome de down será sempre mais

baixo do que das outras pessoas, pois hipotonia não tem cura.

18

2.3.2 Características faciais

Segundo (gundersen, 2007 p.32) a cabeça das crianças com síndrome

de down é normalmente menor se comparada com a das outras crianças,

mesmo menor, ainda está dentro da variação normal em relação ao resto do

corpo. A face geralmente pode ser levemente alargada e sua ponta nasal mais

plana do que o normal. Elas possuem narizes menores do que das outras

crianças, por esse motivo as vias nasais podem ser menores e se

congestionarem com mais facilidade.

Os olhos parecem inclinados para cima, lembrando uma pessoa oriental.

Podem ter também pequenas dobras de pele nos cantos internos, chamadas

de pregas epicântricas.

A boca é pequena e o céu pode ser profundo. Quando essas

características são acompanhadas de tônus muscular baixo, a língua pode

parecer grande em relação a boca.

Nos bebês com síndrome de down, os dentes são pequenos, de formas

incomuns e fora de lugar, nascem com atraso e fora de ordem. O problema

pode continuar, quando os dentes permanentes nascerem.

As orelhas geralmente são pequenas e suas pontas podem ser

dobradas com facilidade. Nos bebes com síndrome de down, as orelhas tem

localização levemente inferior na cabeça. As vias auditivas podem ser

menores, podendo tornar-se bloqueadas, causando a perda auditiva.

O peso e o comprimento dos bebês com síndrome de down geralmente

médio ao nascerem, porém, não crescem com a mesma rapidez das outras

crianças. Na adolescência e na fase adulta há uma propensão a obesidade.

As mãos de uma criança com síndrome de down podem ser menores e

seus dedos podem ser mais curtos do que os de outras crianças. A palma da

Mao pode ter apenas uma linha atravessando-a. geralmente, os pés das

crianças com esta síndrome de down parecem normais, mas pode existir um

grande espaço entre o primeiro e o segundo dedos dos pés.

O tórax de uma criança com síndrome de down pode ser afunilado, isto

é, o osso externo é achatado. Geralmente essas diferenças morfológicas

implicam em problemas clínicos. A pele pode ser manchada, clara e sensível e

os cabelos são geralmente, finos e lisos.

19

É importante ressaltar, que nem todos os bebês com síndrome de down

mostram as mesmas características físicas aqui descritas e, além disso,

segundo.

Devido ao fato da criança com síndrome de down possuir o cromossomo

21 extra, ele pode apresentar, de algum modo, características semelhantes as

de outros bebês com síndrome de down. Entretanto, como se seu filho também

tem 22 pares de cromossomos completamente normais, ele se parecerá com

seus pais, irmãos e irmãs, e também possuirá suas próprias características

singulares.

2.4 Características cognitivas

Segundo (VOIVODIC, 2008 p.42) ao longo dos anos são atribuídas,

erroneamente a pessoa com síndrome de down, docilidade, amistosidade,

afetividade e teimosia como características próprias desses indivíduos.

Entretanto, estudos sobre as características das crianças com síndrome de

down não permitem traçar um perfil identificador da pessoa.

Conforme descreve (VOIVODIC, 2008 p.42):

Não devemos esquecer, em nenhum momento, das grandes diferenças

existentes entre os vários indivíduos com síndrome de down no que se refere

ao próprio potencial genético, características raciais, familiares e culturais, para

citar apenas algumas e que serão poderosos modificadores e determinantes do

comportamento a ser definido como características daquele individuo.

No que se diz aspecto cognitivo, a deficiência mental (DM), que é

definida pela associação americana de desenvolvimento mental como

“condições na qual o cérebro está impedido de atingir seu pleno

desenvolvimento, prejudicando a aprendizagem e a interação social do

indivíduo” (VOIVODIC, 2008 p.43). É considerada uma das características mais

comum do portador de síndrome de down, pois ela aprende mais lentamente e

apresenta dificuldades como raciocínio complexo, sendo que, o grau da

deficiência mental varia bastante, o que a criança com síndrome de down

aprender, será sempre aproveitado. Lembrando que, tanto as habilidades

intelectuais quanto as sociais destas crianças são maximizadas, quando

criadas em um ambiente de apoio, com suas famílias.

Já bastante tempo, a inteligência tem sido analisada por meio de testes

padronizados, que calculam uma medida chamada quociente de inteligência ou

20

QI, ajuda na avaliação da capacidade da criança para raciocinar, conceituar e

pensar.

Segundo (Gundersen, 2007, p.35), na população geral, há amplos

limites de variação inteligência “normal”, com QI variando de 70 a 130 pontos.

Os indivíduos que tem QI abaixo de 70, isto é, abaixo dos limites normais de

inteligência, são considerados portadores de deficiência mental.

Da mesma forma que existe uma diferença para a inteligência “normal”,

existe também uma diferença mental, em graus. Um individuo é avaliado como

portador de deficiência mental leve quando o seu QI se situa entre os limites de

55 e 70 pontos. A deficiência mental moderada significa uma variação de QI

entre 40 e 55 pontos. Enquanto, a deficiência mental grave significa uma

variação de QI entre 25 e 40 pontos. Normalmente as crianças com síndrome

de down se classificam, em sua maioria, dentro da intensidade de deficiência

mental moderada e leve. Algumas podem representar deficiência mental grave,

e outras podem possuir inteligência na intensidade quase normal. As crianças

com síndrome de down tem demonstrado avanço significativo nas últimas

décadas, comprova assim, que a inteligência não é determinada

exclusivamente por fatores biológicos, ela pode ser construída ao longo da

vida, por influencias ambientais.

O grau de QI apresentado por uma criança com síndrome de down não

impede de cuidar de si próprio, realizar um trabalho produtivo e aprender. Um

dos mitos que existem é que uma criança com síndrome de down, não

consegue aprender, devido ao QI mais baixo.

As crianças com síndrome de down conseguem aprender sim. Elas são

capazes de aprenderem a ler e escrever e podem ser matriculadas em classes

comuns durante todo o período escolar. Os indivíduos com síndrome de down

tem variação de capacidades, assim como as pessoas sem deficiência.

2.5 O desenvolvimento

Os primeiros anos de vida de uma criança constituem um período crítico

em seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo, e o papel que a família

desempenha nesse período é de fundamental importância (VOIVODIC, 2008,

p.48)

Ao observar um bebê com síndrome de down podemos ver que seu

desenvolvimento é maisd lento que outros bebês, porém, apesar de mais

21

dependente, ele estará se desenvolvendo naturalmente no seu dia a dia, as

diversas fases e etapas do seu crescimento, ainda que mais devagar que uma

criança com desenvolvimento normal.

Os pais estão sempre criando expectativas quanto ao desenvolvimento

de seus filhos com síndrome de down ou sem deficiência. É importante saber

que há uma ampla variação no que chamamos de “desenvolvimento normal. O

mais importante é a qualidade do desenvolvimento. Um bebê com esta

síndrome de down pode aprender a caminhar mais cedo do que outras

crianças e pode aprender a falar mais tarde.

Há hipotonia (tônus muscular baixo) contribui para o atraso motor da

criança com síndrome de down, que apesar de variar de criança para criança,

pode afetar todos os músculos. Com ajuda de um trabalho psicomotor pode

reduzir bastante os efeitos da hipotonia. Além disso, esses efeitos diminuem

com a idade. O trabalho psicomotor deve ressaltar os seguintes aspectos: o

equilíbrio, a coordenação de movimentos, a estrutura do esquema corporal, a

orientação espacial, o ritmo, a sensibilidade, os hábitos posturais e os

exercícios respiratórios.

Os movimentos como sentar, ficar de pé e andar podem ocorrer mais

tarde e coordenados se comparados com os de uma criança normal,

comprometendo o desenvolvimento de outros aspectos, pois a criança

estabelece seu conhecimento do mundo por meio da exploração do ambiente.

A hipotonia também pode afetar as habilidades relacionadas com a

alimentação e a linguagem, pois os músculos que utilizamos para comer são os

mesmos que usamos para falar. A falta de tônus muscular pode dificultar a

formação da fala ou do movimento no interior da boca.

As mães de criança com síndrome de down costumam fazer menos

perguntas e mantem o mesmo padrão de conversação com a criança sendo

mais diretas. Por ser a linguagem a área a qual a criança com síndrome de

down mostra, geralmente, os maiores atrasos.

(VOIVODIC, 2008, p.44) esclarece que:

Apesar dessas dificuldades, a maioria das pessoas com SD fazem uso

funcional da linguagem e compreendem as regras utilizadas na conversação,

porém as habilidades comunicativas são bastante variáveis entre elas.

22

O atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem durante os

primeiros anos de vida da criança pode ser, também, resultado de deficiência

auditiva e do próprio efeito da síndrome de down no desenvolvimento cognitivo

do individuo.

Uma forma de perceber o desenvolvimento da criança é a forma de

brincar. O modo de brincar da criança com síndrome de down segue o mesmo

padrão das crianças de modo geral, com algumas diferenças. Por conta da

pouca habilidade motora, as crianças com esta síndrome exploram e

manipulam menos, demonstrando, geralmente, uma atividade lúdica apropriada

ao seu nível cognitivo (VOIVODIC, 2008, p.45).

As crianças com síndrome de down apresentam pouca ligação com o

ambiente, pois passal muito tempo brincando sozinhas ou assistindo TV. Para

Casarin, 1999 (VOIVODIC, 2008, p.45), este isolamento talvez se deva ao

esforço que elas precisam fazer para formar um quadro coerente do mundo em

que vivem e adaptar-se a uma situação de que tem total controle.

Outro fator que se relaciona com o desenvolvimento da criança com

síndrome de down é a flexibilidade articular. Quando as articulações são muitos

flexíveis, são chamadas de hiperextensíveis. Por isso, os quadris e as pernas

de crianças com síndrome de down giram facilmente para fora ou que as

podem curvar-se na cintura mais naturalmente do que outras crianças. Essa

flexibilidade compromete o desenvolvimento motor que está profundamente

ligado ao tônus muscular baixo.

A resistência para a execução de atividades físicas costuma ser baixa

nas crianças com síndrome de down, podendo ser causada por um problema

cardíaco ou pela hipotonia, ou por ambos. Isso pode ser observado, quando a

criança, depois de tarefas simples, cansa-se rapidamente. A baixa capacidade

de resistência pode atrasar o desenvolvimento motor e diminuir a qualidade de

algumas habilidades.

As sensações de tato, textura e temperatura também causam problemas

de desenvolvimento nas crianças com síndrome de down, pois elas podem

reagir de forma exagerada as sensações, interferindo, assim, na exploração do

mundo, alimentação e administração da rotina (GUNDERSEN, 2007, p.110)

2.6 A vida familiar

23

A criança com síndrome de down deve fazer parte da família

naturalmente como qualquer criança, não ser o centro dela. Não deve dominar

a vida familiar, por ser uma criança especial. Essa situação não é bom para a

família, nem para a criança.

A convivência de cada familiar com a criança com síndrome de down é

um reflexo das atividades dos pais. Quando esses demonstram seus

sentimentos de afeto e encaram as adversidades de maneira positiva, os

outros membros da família também fazem o mesmo.

Os pais devem manter os outros filhos informados que o irmão ou a Irma

tem síndrome de down, pois as crianças tem capacidade de amar o irmão ou a

Irma incondicionalmente.

A criança com síndrome de down deve ser integrada ao estilo de vida da

família. Ela pode participar das atividades diárias da família como ir a piscina,

ao supermercado, aos restaurantes. Pode participar de atividades

comunitárias, como esporte, aulas de arte, ir a igreja, entre outras.

A educação da criança com síndrome de down pode ser feita em sala de

aula comum com outras crianças, possibilitando a aprendizagem a partir do

exemplo dos alunos das classes normais.

2.6.1 Expectativa

As crianças com síndrome de down nascem com várias capacidades

físicas e intelectuais. Tais capacidade não são iguais as de outras crianças,

mas é impossível antever o potencial completo de qualquer criança, em tenra

idade.

As expectativas não podem ser criadas no vácuo e nem baseadas em

estereótipos. As expectativas devem ser as mais realistas possíveis, focando

um futuro bem próximo e estabelecendo objetivos de curto prazo, e é

necessário que os pais se empenhem, o que (GUNDERSEN, 2007, p.115)

descreve de forma:

[...] obter o delicado equilíbrio entre uma avaliação realística do

desenvolvimento do seu filho e o prognostico fatalista de seu baixo

desempenho. Principalmente, garantam que ele leve uma vida feliz e

proveitosa, proporcionando-lhe apoio e treinamento desde os primeiros anos

de vida.

2.6.2 Os limites

24

A criança com síndrome de down necessita de disciplina, como qualquer

criança precisa, que é de responsabilidade dos pais. Um bom comportamento

significa segurança, integração social e a educação para qualquer individuo.

É muito difícil impor disciplina com uma criança que apresenta

deficiência mental. Entretanto, é importante que a disciplina seja aplicada

consistentemente. As crianças com síndrome de down necessitam saber seus

direitos e deveres na sociedade e o que não é em todas as situações, caso

contrário, elas sempre serão dependentes de outras pessoas.

O desenvolvimento social das crianças com síndrome de down é

frequentemente superior ao seu nível de desenvolvimento cognitivo. As

crianças com esta síndrome devem receber todas as oportunidades para

serem vitoriosas na vida, assim como outras crianças. Limites devem ser

estabelecidos e os reforços devem ser consistentes, enfatizando aspectos

positivos. Elogio e afeto são sempre recomendados para motivar um bom

comportamento (GUNDERSEN, 2007, p.115)

2.6.3 A independência

A criança com síndrome de down deve ser tratada de modo mais natural

possível, apesar de apresentar uma aparência vulnerável. Essa criança precisa

aprender a ter independência e responsabilidade.

Desde cedo a criança com síndrome de down pode aprender como se

vestir e se alimentar sozinha. Ela deve ter oportunidades de fazer coisas por

sua própria conta.

Havendo possibilidade, a criança deve ser exposta a novas situações,

para que possa descobrir o que é o novo e diferente. A criança com síndrome

de down pode ser bem sucedida em qualquer tarefa que lhe peçam para fazer,

inclusive atividade domesticas, e de acordo com (VOIVODIC, 2008, p.53-54).

As atividades da vida cotidiana na família dão a criança oportunidades

para aprender e desenvolver-se através, da participação conjunta, da

realização assistida e de tantas outras formas de aprendizagem.

A educação é um direito garantido a todos, assim diz a constituição

federal do Brasil de 1988, em seu artigo 205:

A educação, direito de todos, e dever do estado e da família, será

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

25

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Então, é necessário cumprir esse direito e levar a educação a todos sem

distinção, inclusive as pessoas com deficiência. E para isso, esses indivíduos

devem ser atendidos em escolas comuns, juntamente como outros alunos.

26

CAPÍTULO III:

A INCLUSÃO DE PORTADORES DE SÍNDROME DE

DOWN NO ENSINO REGULAR.

A educação inclusiva tem sido caracterizada como um “novo

paradigma”, que se constitui pelo apreço a diversidade como condição a ser

valorizada, pois é benéfica a escolarização de todas as pessoas, pelo respeito

aos diferentes ritmos de aprendizagem e pela proposição de outras práticas

pedagógicas, o que exige ruptura com o instituído na sociedade e,

consequentemente, nos sistemas de ensino. A ideia de ruptura é

rotineiramente empregada em contraposição a ideia de continuidade e tida

como expressão do novo, podendo causar deslumbramento a ponto de não ser

questionada e repetir-se como modelo que nada transforma. Por outro lado, a

ideia de continuidade, ao ser associada ao que é velho, ultrapassado, pode ser

maldita sem que suas virtudes sejam reconhecidas em seu devido contexto

histórico e social (MANTOAN, 2006, p.40)

A escola é vista como um canal de mudança, desta forma a inclusão de

crianças com síndrome de down na rede regular de ensino pode transformar o

pensamento e também as atitudes em relação ao preconceito.

A palavra inclusão significa, atender a todos os alunos,

independentemente de possuir deficiência ou não, compreender, somar e é

esse pensamento que deve que deve ter quando se fala em inclusão de

pessoas com deficiências, é dar a ela o direito de ter as mesmas experiências,

é aceitar o diferente e também aprender com ele.

Conforme descreve (VOIVODIC, 2008, p.25):

O termo inclusão tem sido usado com múltiplos significados. Em um dos

extremos, encontra-se os que advogam a inclusão como colocação de todos os

alunos, independente do grau e tipo de incapacidade, na classe regular, com a

eliminação dos serviços de apoio de ensino especial. Em outro extremo, o

conceito de inclusão parece ser utilizado apenas para renomear integração,

considerando que o melhor é a colocação do aluno com deficiência na classe

regular, desde que se enquadre aos pré-requisitos da classe.

É importante discutir sobre a inclusão esse, pois é um direito garantido

por lei a todas as pessoas deficientes, incluir crianças deficientes é permitir que

27

ela se insira na sociedade, é não deixá-la alienada e despreparada para uma

realidade que também é sua.

A constituição brasileira de 1988 garante a todas as crianças e

adolescentes, sem exceção, o acesso ao ensino fundamental regular, além de

receber atendimento especializado, de preferência dentro da escola.

A inclusão ganhou reforços com a LDB (Lei De Diretrizes De Bases Da

Educação Nacional) de 1996 e com algum tipo de deficiência fora do ensino

regular é considerado exclusão.

Atualmente alguns aspectos da síndrome de down são mais conhecidos

e com isso eles tenham melhores chances de vida e desenvolvimento, o

preconceito ainda é uma das maiores barreiras para inclusão social desses

indivíduos.

O preconceito geralmente é gerado por falta de informação, o ser

humano só se sente seguro com aquilo que conhece.

É por esse motivo que a inclusão de crianças com deficiência nas

escolas de ensino regular é tão importante, pois de maneira natural serão

introduzidas junto com as crianças tidas como normais, e assim criara um

pensamento sem preconceito pra essas crianças.

Aceitar um aluno com deficiência em sala de aula pode parecer muito

complicado, mas na realidade, é aceitar que todos nós somos diferentes uns

dos outros e deve-se ter direitos e oportunidades iguais.

Os deficientes podem ter limitações que precisam enfrentar, mas essas

limitações se tornam menos complicadas quando vivem com pessoas ao seu

lado que aceitam a sua deficiência como algo diferente mais natural.

3.1 PROJETO “EDUCAR MAIS 1”

3.1.1 HISTÓRICO

O projeto “Educar Mais 1” visa a inclusão de crianças com síndrome de

Down em classes regular. Esse projeto é uma das propostas que está sendo

desenvolvido por um grupo de pais de crianças com síndrome de down. O

grupo começou a se reunir para compartilhar suas experiências na educação

de seus filhos, criando a Associação Mais 1, entidade cujo objetivo é trabalhar

as questões de inclusão de pessoas com necessidades especiais, não

exclusivamente síndrome de down.

28

O projeto “Educar mais 1” foi baseado nas teorias e metodologias do

Projeto Roma, que foi desenvolvido em Málaga, Espanha, coordenado polo

professor Miguel Lopes Melero.

A abordagem de Melero em relação a educação de pais de crianças com

esta síndrome, pertencentes ao grupo “Espaço XXI”, de Campinas, que

procuraram conseguir o máximo de informações sobre o projeto Roma. Em

maio de 1998 teve inicio uma primeira iniciativa concreta, na linha do projeto

Roma, com cinco crianças em idade pré-escolar, em Campinas. Uma

coordenadora foi contratada pelos pais e passou a atuar, juntamente com

algumas mediadoras, nos contextos escolares e familiar da criança, para

facilitar sua inclusão em todas as atividades escolares e sociais. (VOIVODIC,

2008, p.67).

3.2 Objetivos e normas

O projeto “Educar Mais 1” é um programa de inclusão escolar que visa a

inserção total das crianças a partir dos seguintes pontos de vista:

Físico, com a inserção da criança em classes comuns e participação em

todas as atividades.

Social, com a aceitação da criança pela comunidade, ou semelhantes,

atividades pedagógicas das outras crianças, sem mudança curricular.

Pedagógico, abrindo a possibilidade de a criança realizar as mesmas, ou

semelhantes, atividades pedagógicas das outras crianças, sem mudanças

curricular.

Em consonância com o projeto Roma, que serviu de modelo teórico e

metodológico, foram estabelecidas pelo grupo de pais e coordenação do

projeto algumas normas para seu desenvolvimento:

É fundamental a participação e o comprometimento dos pais,

acreditando nas reais potencialidades dos seus filhos. O mesmo

comprometimento se espera das escolas e dos professores.

Será designado um mediador, cuja função é estabelecer a ponte entre a

família e os profissionais da educação, trabalhando com os dois contextos da

criança: familiar e escolar.

29

A mediação terá o objetivo de facilitação da aprendizagem da criança,

nos contextos familiar e escolar, fazendo um elo de informação e união entre

estes contextos.

É função do mediador estar na escola da criança uma vez por semana,

durante o período escolar, observando a criança e o grupo, mas não

interferindo em nada na dinâmica da aula ministrada pelo professor.

Para discutir os aspectos observados em sala de aula, o mediador

realizará reuniões com professores e outros profissionais envolvidos com a

criança (terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo).

Em nenhum momento questiona-se o papel do professor como condutor

do processo de aprendizado. A presença do mediador em sala de aula presta-

se a identificação das dificuldades, propondo formas de ajudar a superá-las.

Não são propostas mudanças ou adaptações de currículo, mas apenas

mudanças na didática. São utilizados recursos metodológicos, tais como:

álbuns fotográficos e vídeos, projetos concretos baseados no cotidiano da

criança, para apoiar os processos cognitivos.

O mediador também deve estabelecer contatos semanais com os pais

da criança, para discutir seu processo de aprendizagem.

As observações do mediador serão discutidas com o coordenador em

reunião semanais.

O mediador apoia diretamente o professor e as famílias e, indiretamente,

a criança. A coordenadora apoia a medidora, discutindo suas observações e

atuações.

3.3. FUNDAMENTAÇÃO: PROJETO ROMA

3.3.1. HISTÓRICO

O projeto Roma, que serviu de base para o projeto “Educar Mais 1”,

surgiu em 1991, como um trabalho investigativo, na universidade de Málaga,

Espanha, coordenado pelo professor Miguel Lopez Melero (VOIVODIC, 2008,

p.70) em colaboração com o serviço neuropsicopedagógico do hospital

“Bambino Gesu” de Roma, Itália. Num primeiro momento, constitui-se uma

equipe multidisciplinar para avaliar os processos de ensino-aprendizagem de

pessoas com síndrome de down, de forma mais integrada.

30

A ideia central, segundo Melero (1997, p.35), foi a investigação com

pessoas com síndrome de down, no sentido da elaboração de uma nova teoria

da inteligência. A questão que a equipe se colocou foi: “a inteligência se define

ou se constrói?”

Inicialmente o projeto foi investigativo, fazendo um estudo, com análise e

avaliação neuropsicopedagógico sobre os processos de intervenção educativa

e as estratégias de aprendizagem num grupo de pessoas com síndrome de

down de 0 a 22 anos. Quatro pontos fundamentais foram levantados:

Questionar os preconceitos médicos e psicológicos sobre as

possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento dos trissômicos 21

(competência cognitiva e cultural).

Identificar as estratégias mais adequadas de intervenção nos diferentes

agentes (família, escola, sociedade).

Os resultados da pesquisa, segundo Melero (1997, p.35), podem ser

considerados como os princípios de um novo modelo de conhecimento da

possibilidades cognitivas e culturais das pessoas com trissomia 21.

O projeto teve como objetivos concreto:

Avaliar e diagnosticar em que condições se produzem as dificuldades de

ensino-aprendizagem das pessoas com síndrome de down.

Facilitar as famílias dessas pessoas, através da mediação, estratégias

de intervenção.

Envolver os professores na elaboração de currículo alternativo que

responda ao interesse de todos os alunos.

Avaliar os projetos educacionais no âmbito familiar e escolar.

Demonstrar que, quando aumenta a competência cognitiva e cultural das

pessoas com síndrome de down, elas conseguem maior autonomia pessoal e

social e melhor qualidade de vida.

Oferecer indicadores de qualidade de vida relacionados com uma nova

teoria da inteligência. (VOIVODIC, 2008, p.71).

A partir do ponto de vista psicológico, o projeto Roma fundamenta-se no

pensamento de Vygotsky, onde a ideia principal é que o desenvolvimento da

criança se produz por importantes influencias culturais.

31

Segundo (VOIVODIC, 2008 p.23) não distingue dois modos de

desenvolvimento: um para as pessoas que tem atraso mental e outro para as

pessoas que não manifestam atraso. Enfatiza que as premissas que devem

constituir a base do estudo cientifico do desenvolvimento são a ideia da

unidade das leis do desenvolvimento da criança normal e da criança com

atraso mental. Esse atraso deve ser entendido como um processo.

O principal ponto do projeto Roma é atender famílias com diferentes

realidades, escolas com situações diversas e, através da mediação,

estabelecer pontes cognitivas como estratégias metodológicas. Para que isso

aconteça, usa de estratégias facilitadoras, tais como: trabalho com álbuns de

fotografias, experiências do cotidiano, projetos educativos concretos (projeto

casa, projeto agenda, projeto amigo, etc.).

Fica mais fácil para a criança com síndrome de down. Inclusa na escola

de ensino regular ter mais chances de se desenvolver, porque esse ambiente

para ela dá oportunidades de desafio, do que para os outros alunos sem

deficiência, e com isso servirá de estímulo para que ela se desenvolva

naturalmente.

Quando se trata de deficiência, é comum ser individualista, geralmente

as pessoas só se dão conta de que estão direta ou indiretamente excluindo um

portador de alguma deficiência, quando se depara com o problema dentro da

sua família.

Os pais de um deficiente muitas vezes se desesperam, principalmente

por não ter conhecimento e por sua vez não saber lidar com a situação, se

deparam com uma preocupação, lidar com o preconceito, essa é a

preocupação mais comum de pais de criança com deficiência, é as

discriminações e exclusões que seu filho poderá sofrer por causa da sua

deficiência, precisando assim aprender a lidar com o preconceito do ser

humano.

A criança com síndrome de down.tem um ritmo diferente de

aprendizagem, mais isso não significa que ele não vai aprender, ele só

necessita de mais estímulos e até mesmo tempo do que as outras crianças

para chegar a aprendizagem.

Uma pessoa com síndrome de down.pode perfeitamente cursar uma

faculdade, fazer cursos profissionalizantes, pode se tornar um profissional tudo

32

vai depender de como ele está sendo estimulado, também o grau da sua

deficiência e oportunidades que terá em sua vida.

A inclusão hoje em dia é muito falada mais é preciso que haja mais do

que discursos, é necessário ação da sociedade, principalmente mudança de

pensamento em relação ao preconceito, as escolas precisam ter outra postura,

em vez de jogar toda a responsabilidade para as instituições de educação

especial, os educadores devem estar preparados para receber esses alunos

com deficiência, os pais devem ficar atentos com seus filhos, ensinar a eles o

respeito ao próximo seja ele quem for e como for, para que não haja o

preconceito e a sociedade deve cobrar dos órgãos competentes ações que

proporcionem a inclusão.

VOIVODIC (2008, p.61) afirmava que as dificuldades dos indivíduos com

atraso mental deviam-se, em grande parte, ao seu isolamento e a pouca

interação com indivíduos mais evoluídos.

Embora pareça uma utopia a ideia de ter uma sociedade mais

consciente e com direitos iguais para todos, aos poucos estamos caminhando,

seguindo esse caminho podemos alcançar o objetivo de ter uma sociedade

mais justa.

O processo de conscientização leva tempo, mudar a ordem natural das

coisas exige disciplina, luta, comprometimento e esse comprometimento deve

ser de toda sociedade acreditando que todos se beneficiem por igual.

A inclusão de crianças com síndrome de down.na rede regular de

ensino, trará para essa criança muitos benefícios, dará a ela a oportunidade de

aprender desde cedo a ser autônomo, independente e a saber viver em

sociedade e esse direito não deve ser negado a ela.

Em relação aos educadores a maior conquista na inclusão é saber que

está garantindo o direito a todas as crianças a educação.

A escola tem a função de preparar seus alunos para o futuro, por esse

motivo que ela não pode ficar parada no tempo tem que evoluir junto com eles

e dar a todos o mesmo direito, uma educação de qualidade e aceitar a

diversidade, isso evitar a exclusão e contribui para o sucesso dos alunos.

Deve-se deixar claro que a adaptação escolar está relacionada a todos

os alunos, sem distinção, que (VOIVODIC, 2008, p.29) esclarece assim:

33

Considerando que a pluralidade, e não a igualdade, é a principal

característica do ser humano, e que a educação deve contemplar essa

diversidade da condição humana, propiciando oportunidades iguais para seu

desenvolvimento, fica evidente que não é apenas o educando, com deficiência

ou não, que deve adaptar-se ao sistema de ensino e sim a escola é que tem o

dever de atender as necessidades da criança para a sua real participação, ou

seja, para a sua inclusão.

Incluir uma criança com síndrome de down.na escola regular não é uma

tarefa fácil, levando-se em conta que se vive em uma sociedade onde o

preconceito fala mais alto do que os direitos humanos.

34

Conclusão

Conclui-se até o momento que, quando se trata de inclusão em nossa

sociedade o assunto é de grande importância, mas que requer mudanças de

atitude e muita informação para que realmente aconteça.

As diferenças são reais em nossa sociedade, aceitar a inclusão antes de

tudo é saber conviver com as diferenças e respeitá-las.

A área da educação e outras da sociedade que vivemos são

responsáveis pela mudança de comportamento da sociedade, pois através de

informações sobre a deficiência é que pode se combater o preconceito.

A inclusão aproxima e integra as pessoas que são vista como anormais,

e incapazes essa aproximação faz muita diferença não somente na vida da

pessoa que foi inclusa, mas também na vida de todos envolvidos que aceitou a

inclusão em sua vida.

Para que realmente haja a inclusão e deixe de ser um sonho, todas as

pessoas com algum tipo de deficiência deverá ter as mesmas oportunidades,

em todas as áreas, seja na educação ou no trabalho e em tudo que vivemos na

sociedade.

A inclusão é uma ideia antiga, mas ainda precisa amadurecer nas

mentes de todos nós pais, educadores, governantes, antes de tudo é preciso

ter consciência que o problema existe não ignora-lo, conviver e torna-lo parte

de nossas vidas como algo natural na sociedade.

É preciso entender que quando aceitamos o diferente, estamos deixando

de ter medo de mudanças, perceber que com essas diferenças podemos

aprender com o novo e o quanto pode ser interessante, aprender e passar para

o outro será uma troca de conhecimento e não caridade.

As mudanças de comportamento e de pensamento necessária para

inclusão só serão satisfatórias em nossa sociedade quando descobrirem o

quanto essas diferenças compartilhadas são valiosas e importantes para a

nossa aprendizagem e crescimento na sociedade.

35

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília – Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão Escolar de crianças com síndrome de Down. 5. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. GUNDERSEN, Kren Stray (org). Criança com Síndrome de Down: guia para pais e educadores. Tradução Maria Regina Lucena Borges-Osório. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Jornal O Globo, Síndrome de Down tem debate emocionante. 20 de outubro de 2005, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.otavioleite.com.br/conteudo.asp?sindrome-de-down-tem-debate-emocionante-1477. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. 3 ed. São Paulo: Summus, 2006. Ministério de educação. Secretaria da educação especial (SEESP). Programa de educaçao inclusiva: direito a diversidade. Brasília, 2004, A fundamentação filosófica V1 p.25-26-27 e 28. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000418.pdf

36

ANEXO

Síndrome de down tem debate emocionante no jornal Globo (20/10/2005,rio)

O debate sobre a inclusão social dos portadores de síndrome de Down, promovido anteontem pela série encontros da O GLOBO, não foi apenas um bate-papo sobre o tema proposto, mas também um evento emocionante. Portadores da síndrome mudaram a dinâmica do encontro ao subirem espontaneamente ao palco para dizer o que pensam sobre suas vidas e as dificuldades, por exemplo, para encontrar um emprego. Além de pais e especialistas, o evento, que lotou o auditório do jornal, contou com a presença do cineasta Evaldo Mocarzel. Ele apresentou seu documentário “Do Luto À Luta”, aplaudido por mais de um minuto pela plateia.

O filme mostra o drama dos pais quando descobrem ainda na maternidade que os filhos são portadores de down. Mas o documentário também conta como essas crianças podem levar uma vida igual a de outras. Por varias vezes o público sorriu e encheu os olhos de lágrimas com os depoimentos dos parentes de portadores da síndrome de down. Os jovens foram filmados em atividades no dia a dia, no trabalho e deram entrevistas contando seus planos para o futuro e seus relacionamentos amorosos.

Pais criticam despreparo de professores. Após a exibição do documentário, o jornalista do GLOBO Mauro Ventura mediou o debate entre o cineasta Mocarzel; a coordenadora do instituto meta social, Helena Werneck, responsável pela campanha, “Ser diferente é normal”, Cláudia Pires, do instituto Helena Antipoff, e Rodrigo Oliveira, portador da síndrome de down e que participou do filme. Mocarzel contou que quis fazer um documentário para mostrar ao público que portadores podem levar uma vida normal. Ele explicou também que o filme ajuda a acabar com os preconceitos que muitas pessoas ainda tem contra homens e mulheres com down. O cineasta confessou ter sofrido ao saber que a filha tinha a síndrome. _ Sofri muito, e depois percebi que era pura falta de informação. Acho que o filme tem essa intenção, dar informações aos pais, para que desde cedo eles percebam que o conhecimento pode ajudar a acabar com os preconceitos.

Rodrigo Oliveira, que aparece no documentário surfando, disse que decidiu praticar o esporte depois que viu seu irmão em cima de uma prancha. Helena Werneck explicou que o país precisa avançar muito para acabar com o preconceito em relação aos portadores de síndrome. Ela lembrou de uma recente declaração de um deputado federal e de um canal de TV que usaram a palavra “mongoloide” de maneira pejorativa. _Acho que avançamos, mas ainda falta muito. Acredito que, quanto mais a sociedade tiver informações, a tendência é o preconceito diminuir. A MTV, por exemplo, teve que se retratar e pedir desculpas pela maneira grosseira com que usou a palavra mongoloide – avaliou Helena, que também é mãe de uma jovem portadora da síndrome de down.

A educadora Cláudia Pires respondeu a perguntas de pais que criticaram as escolas públicas do município. Para eles, muitos professores não estão preparados para receber crianças com síndrome de down. O instituto Helena Antipoff, ligado a prefeitura, foi criado há quase 31 anos e promove cursos de atualização para professores que trabalham com a educação especial. Além de críticas, Cláudia também ouviu elogios de uma mãe que

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contou como seu filho passou a ter um melhor desenvolvimento educacional quando migrou para a rede pública de ensino.

Rio tem 1.700 crianças com algum tipo de deficiência O vice-prefeito do Rio, Otávio Leite, assistiu ao filme. Segundo ele, a

cidade tem hoje cerca de 1.700 crianças com algum tipo de deficiência. _Pedimos dez cópias desse filme para o Mocarzel e já estamos exibindo nas salas de aula do município – informou.

Antes que o debate terminasse, quatro portadores da síndrome de down subiram ao palco e contaram suas experiência de vida. A disputa foi grande pelo monopólio do microfone, mas, no fim, todos conseguiram dar o seu recado. Breno Viola, de 24 anos, por exemplo, além de falar do preconceito que sofreu dos pais de uma ex-namorada, aproveitou para pedir ajuda da plateia para patrocinar um viagem para a Inglaterra, onde participará de uma campeonato de lutas marciais.

Bem-aventurado, Breno arrancou risos do público e acabou recebendo o convite para se sentar a mesa dos debatedores. Mãe de Wagner, de 25 anos, portador da síndrome d down, Conceição Calabrim elogiou a iniciativa do jornal de discutir inclusão social dos portadores da síndrome: _Estou muito feliz. A ideia de mostrar o filme e trazer pessoas para discutir o assunto é fundamental.

Fonte: Jornal O Globo 20/10/2005, Rio.