instituições políticas estatais autóctones, no período pré-colonial

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7/22/2019 instituições políticas estatais autóctones, no período pré-colonial http://slidepdf.com/reader/full/instituicoes-politicas-estatais-autoctones-no-periodo-pre-colonial 1/11  Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Direito Ciência política e Direito Constitucional II Instituições políticas estatais autóctones no período pré-colonial Grupo: XVII 1º Ano diurno Discentes: Arnaldo, Jennifer Beyer, Érika; Buque, Caldêncio Castigo, Fernanda José, Delson Lima  Nhantumbo, Henrique Cícero Roque, Juliana Magalhães Sambo, Aurélio Emídio Sambo, Sinésio Job Docentes: Me. João Nguenha Me. Paulo Ribeiro Me. Albano Macie Maputo Setembro de 2013

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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Direito

Ciência política e Direito Constitucional II

Instituições políticas estatais autóctones no período pré-colonial

Grupo: XVII 1º Ano diurno

Discentes:

Arnaldo, Jennifer

Beyer, Érika;

Buque, Caldêncio

Castigo, Fernanda

José, Delson Lima

 Nhantumbo, Henrique Cícero

Roque, Juliana Magalhães

Sambo, Aurélio Emídio

Sambo, Sinésio Job

Docentes:

Me. João Nguenha

Me. Paulo Ribeiro

Me. Albano Macie

Maputo

Setembro de 2013

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Índice

1.  Índice…………………………………………………………………………………..1 

2.  Instituições políticas estatais autóctones, no período pré-colonial…………………….2 

2.1 Breves considerações………………………………………………………………….2

3.  Organização do território onde, hoje se localiza Moçambique no período pré-

colonial………………………………………………………………………………...2

4.  Estado de Gaza………………………………………………………………………...4 

4.1 Estratificação social……………………………………………………………………4 

4.2 Ideologia……………………………………………………………………………….4 

4.3 Decadência…………………………………………………………………………….5 

4.4 Factores com relevância jurídico-constitucional.……………………………………...5

5.  Estados Yao……………………………………………………………………………5 

6.  Estado Marave…………………………………………………………………………6 

7.  Estado de Zimbabwe…………………………………………………………………..7 

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1.  Introdução

O presente trabalho, constitui, uma abordagem relativa às instituições políticas estatais

autóctones, no período pré-colonial em Moçambique. O mesmo, visa estabelecer a possível

relação entre os factos históricos que o tema nos sugere e os conhecimentos adquiridos em

Ciência Política e Direito Constitucional.

O trabalho em apreço, foi feito com recurso a tradicional pesquisa bibliográfica e com base

em pesquisas realizadas em páginas da internet. Introdução, desenvolvimento, conclusão,

 bibliografia e um relatório que será colocado em anexo, constituem a estrutura a que o

trabalho obedeceu para a sua realização.

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2.  Instituições políticas estatais autóctones, no período pré-colonial

2.1 Breves considerações

Basta uma simples vista de olhos para, notar que o tema em apreço tem que ver

essencialmente com a política, com a organização interna dos estados. A imediata

impressão que a generalidade das pessoas tem, é de que o estado sempre, teve a

configuração actual e de que a política sempre foi a política partidária a que se assiste nos

quatro cantos do globo. Nem sempre as coisas foram como hoje são, o que hoje se

verifica é o produto de uma longa construção que se verificou ao longo dos tempos. Falar

em instituições políticas estatais autóctones, no período pré-colonial em

Moçambique, significa falar   da arte ou ciência da organização, direcção e

administração de nações ou  Estados1

. É de todo relevante dizer que, o estado é oconjunto de instituições políticas tendentes a administração de determinado território com

um substrato humano governante e outro governado.

O fornecimento daquelas noções, constitui uma forma de estabelecimento do paralelo

entre os fenómenos político-constitucionais, e os fenómenos históricos subjacentes a

aqueles.

3. 

Organização do território onde, hoje se localiza Moçambique no período pré-colonial.

Até se chegar a actual configuração do estado Moçambicano, passou-se por inúmeros

 processos que se, desemadeiram no período compreendido entre a chegada dos primeiros

habitantes daquele território até, o início do processo de ocupação colonial protagonizado

 por Portugal.

Antes da chegada dos portugueses (e mesmo depois), o território que hoje dá por

Moçambique, tinha inúmeros estados, cada um deles com a sua própria cultura, com a sua

as suas próprias crenças e o seu substrato humano tinha entre si um vínculo espiritual,

 podendo-se desta forma dizer que o nosso estado foi antes constituído e, com alguma

ousadia afirmamos que é ainda hoje constituído por várias nações dada a sua

heterogeneidade étnica. Como forma de sustentar a posição apresentada anteriormente,

importa referir que, o conceito de Estado que é, vezes sem conta usado como

correspondente ao conceito de nação, quer significar um território, com um poder político

1 Disponível: <http:// http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica>. Acesso em: 24 Setembro 2013.

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instituído e, um substrato humano ligado entre si por um vínculo de nacionalidade. Coisa

diversa, é o conceito de nação que, não circunscreve-se a cidadania, nação significa que,

entre o seu substrato humano há uma homogeneidade que se consubstancia na

 prossecução de um fim comum e da sua ligação em termos filosóficos e espirituais.

Forma muitas as formas que conduziram a formação daqueles estados, desde as formas

mais pacíficas e naturais até as formas mais violentas de ocupação. Temos como exemplo

de ocupação pacífica, a chegada dos Khoisan e, como forma forma violenta, a invasão do

império de  Mwenemutapa. Em todos os reinos, impérios e estados que no fundo

constituíam nações havia um poder político instituído, poder este que é para o Professor.

Marcelo Rebelo de Sousa,  poder de injunção dotado de coercibilidade material 2, esta

definição é apesar de breve feliz na medida em que, o processo político, desde os temposrecuados, condicionou o não cumprimento de regras a susceptibilidade do uso da força

física. Aquele poder, obedecia para o seu cumprimento certas regras, havia uma

hierarquia e, a forma mais frequente de designação dos titulares dos órgãos do poder

 político era a herança que consiste na transmissão hereditária das funções3.

Havendo um poder político e, sendo aquele dependente de um estatuto jurídico para a sua

regulamentação, havia no período pré colonial, um conjunto de normas, não positivadas

mas que desempenhavam uma função análoga a de uma constituição o que, torna evidente

que, o estado actual é uma um meio tendente a regulação das relações sociais de modo

mais aperfeiçoado, o que é natural pois há sempre que obedecer aos imperativos que os

tempos nos impõem e criar formas mais hodiernas de regular as relações sociais. Depois

desta caracterização generalista, importa de seguida fazer uma caracterização mais

detalhada não de todos Estados, impérios ou reinos mas, da sua parte mais representativa

a julgar pela sua peculiaridade. 

BASTOS, Fernando Loureiro. Ciência política guia de estudo. Maputo: Livraria Universitária, 1999. 23p3 BASTOS, Fernando Loureiro. Ciência política guia de estudo. Maputo: Livraria Universitária, 1999. 153p

 

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4.  Estado de Gaza

Situado na região entre a baía de Maputo e o rio Zambeze, este Estado foi formado por

Sochangane Manicusse que o dirigiu de 1821 a 1858. Teve como primeira capital Chaimite e

o termo Gaza provém do nome do clã do avô de Sochangane.

Após a morte de Sochangane, em 1858, o seu filho de nome Mawewe assumiu o poder e a

capital do Estado foi transferida para Bilene. Porém, Mawewe entra em contradições com o

seu irmão Muzila que, com apoio de aristocratas nguni e de populações descontentes, depõe

Mawewe e assume o poder, sendo que Mawewe refugia-se na Suazilândia. Em 1862, a

capital do Estado é novamente transferida e desta vez passa a ser Mossurize. Muzila chefiou

o Estado de Gaza de 1864 a 1885, ano em que ascende ao poder seu filho Ngungunhana. De

modo a evitar a pressão movida pelos ingleses e portugueses que queriam começar com a

mineração do ouro e, por causa da escassez de recursos naturais em Mossurize e das

constantes revoltas das tribos dominadas da região, a capital do Estado de Gaza foi

transferida de Mossurize para Manjacaze.

O Estado de Gaza dedicava-se a actividades como a de invasão e conquista de tribos vizinhas.

 No âmbito da administração dos territórios conquistados, o Estado de Gaza recorreu ao

sistema de incorporação que consistia em fazer as tribos dominadas assimilarem a cultura etradição do Estado de Gaza.

4.1.Estratificação social

O Estado de Gaza estava dividido em classes sociais. No topo estava o rei do Estado e os

elementos da alta aristocracia da qual faziam parte os elementos da linhagem do rei. Depois

seguia-se a média aristocracia composta pelos nguni de menor categoria e por fim os

assimilados.

4.2.Ideologia

 No Estado de Gaza o poder real estava associado à prática de cerimónias magico-religiosas.

Dentre elas destacam-se duas: o Mbengululu que tinha como objectivo dar força e moral aos

guerreiros que partiam para a guerra; e o Nkwaya que era uma forma de libertação de tensões

sociais, de transformação destas em factor de unidade e prosperidade do Estado e de

exaltação do rei.

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4.3.Decadência

Contribuíram para a decadência do Estado de Gaza factores como:

  A acção militar dos portugueses durante o processo de ocupação efectiva;

  As guerras internas dos aristocratas nguni para a ascensão ao poder;

  -Revoltas das tribos dominadas que lutavam pela sua autonomia.

4.4 Factores com relevância jurídico-constitucional

Quanto à forma de Governo, referir que o Estado de Gaza era uma monarquia pois o chefe

do Estado era o rei e regia-se pelos princípios da hereditariedade segundo o qual o poder étransmitido de pai para filho, da vitaliciedade segundo o qual o poder é eterno e da divindade

segundo o qual o poder de governar é um direito divino.

Quanto à forma de ascensão ao poder, referir que vigorava um sistema de herança do

 poder, ou seja, o poder pertencia a uma linhagem familiar e era passado de pai para filho.

5.  Estados Yao

Os Yao podem também ser chamados de Ajauas, eles são um dos principais grupos étnicos e

linguísticos com base no extremo sul do lago Malawi que desempenhou um papel importante

na história da África oriental. O povo Yao tem uma forte identidade cultural, que transcende

as fronteiras nacionais. Os Yao, são um dos principais grupos étnicos e linguísticos com base

no extremo sul do lago Malawi, eles são predominantemente um grupo de povos muçulmanos.

Os Yao haviam mudado o seu papel na sociedade local de comerciantes de escravos e

 proprietários de escravos trabalhadores agrícolas ao abrigo do Estado Português. No entanto,

o Yao preservou sua cultura tradicional e agricultura de subsistência por conta própria. Tal

como os muçulmanos, os Yao não podiam manter-se no modo de vida das populações cristãs,

que no entanto, ofereceu educação cristã e ensinou o idioma Português para o grupo étnico

muçulmano com pouco retorno.

Antes das grandes mudanças económico e politica surgidas durante os sec. XVII e do estado

XIV, com o comercio de marfim e escravos, pode se afirmar com algumas segurança, que a

sociedade Ajaua era caracterizada por uma economia agrícola, cultivando cereais diversas.

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 No que toca o poder politico estava centralizado no chefe dos yao, e na parte em que

concerne ao poder constituinte e importante referir que o poder constituinte é um poder de

auto-organização e auto-regulação do estado. O poder constituinte formal é a prorrogativa do

estado gozar de certas normas e valores jurídico superior de outras normas ou seja é o poder

que o estado tem de transformar uma constituição material em uma constituição formal.

Para o exercicio dos poderes constituintes(material e formal)deve haver criacao de uma

constituicao,no caso ao estado Yao não havia o exercicio dos poderes contituites porque não

havia uma constituicao, quem criava as normas era o chefe dos yao,o poder de dicidir, de

impor as regras previstas por ele. Não havia seperacao de poderes,o poder estava

concetrado nos chefes dos yao.

A islamizacao da aristocracia dos yao fortaleceu ainda mais o poder teocratico dos

soberanos ,mataca que passaram a ser desiguinados e considerados por xeicados.

6.  O Estado Marave

Iniciamos a abordagem do estado Marave com uma breve consideração à história com

enfoque ao surgimento, causas do mesmo, localização, limites e decadência.

Os estados marave surgiram como efeito de migração de povos oriundos de Luba, Congo,

que eram liderados pelo clã Caronga-Phirientre 1200 e 1400. Localizava-se a norte do rio

Zambeze, entre os rios entre os rios Chire e Luangua. Em virtude de conflitos entre dinastias

dos mesmos vizinhas, estes puderam expandir o seu território a este, sul, sudeste. Estes

estados tiveram a particularidade de dominarem o seu território através da absorção e

adaptação às ideologias locais por via de casamento com mulheres nativas, o que os permitiu promover o controlo sobre a sua esfera ideológica.

Relativamente à soberania, é de se dizer que o estado detinha soberania uma vez que no plano

externo não havia entidades superiores que o mesmo e na esfera interna não havia entes

iguais em termos de poder de vinculação de condutas. Esta sobernia caracterizava-se pela

qualidade máxima de poder social pela qual as normas e decisões tomadas pelo estado

 prevaleciam sobre normas criadas por grupos intermediários, a soberania traduzia a

superioridade das suas directrizes na organização da vida comunitária no estado. Uma vez

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que a soberania residia na esfera do chefe máximo, do Rei, pode se considerar soberano,

embora houvesse uma estrutura do aparelho político complexa muito semelhante à estrutura

existente no estado Mwenemutapa.

Os titulares de cargos de chefia ou liderança neste estado eram necessariamente ligados por

laços de parentesco. Os principais cargos eram: Undi, que era o chefe máximo; o Mambo, o

chefe dos territórios conquistados, Mwene Dziko, o chefe territorial e o Mwene Mudzi ou

Fumo, que era o chefe da aldeia.

O Undi, era designado por via hereditária, uma vez que o chefe máximo era rei e a forma de

deposição do anterior para a instituição de um novo era a morte;

O Mambo, o Mwene Dziko, e o Mwene Mudzi, eram todos nomeados pelo Chefe máximo doEstado e para se tornar elegível para a nomeação era preciso ser membro sénior das linhagens

locais.

O Estado Marave, relativamente à forma, configurava-se como um estado monárquico,

caracterizado pela permanência do chefe máximo até a morte, pela ausência de constituição.

 Numa monarquia, em termos gerais, todos os poderes estavam na mão do chefe máximo e no

Estado marave não era diferente. Porém o chefe máximo tinha subalternos a quem delegava

funções político-administrativas e algumas sobre estados satélites que estavam sob domínio

do Undi, o Chefe Máximo do Estado Marave.

7.  Estado de Zimbabwe

O Estado de Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450, estando assente

 basicamente na regia da actual república do Zimbabwe. O termo Zimbabwe (casa de pedra)

deriva dos amuralhados de pedra que a aristocracia dominante a comunidade aldeã construir à

volta das suas habitações e que era conhecido por madzimbabwe (casas de pedra). A capitaldeste Estado era o grande Zimbabwe, onde concentrava-se grande parte do poder político e

económico.

Existiam centros regionais que também estavam circundados de pedras, como Manhikeni,

que se situava a 50 km da baia de vilanculos e a 4509 km da capital grande Zimbabwe.

Manhikeni foi o centro regional que entre os séculos XVI e XVII, pertenceu ao Estado de

Sedanda (estado vassalo dos Mwenemutapa). Este viu-se marginalizado, nos séculos XVI-

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XVII, provavelmente com a implantação da autoridade político-militar portuguesa em Sofala

(1505) e na ilha de Moçambique (1507), bem como com a fragmentação do Zimbabwe.

A decadência deste Estado esta relacionado com a grande migração de povos que deram

origem ao Estado Mwenemutapa.

Recorrendo a definição do professor Jorge Miranda Estado é um povo que se encontra num

determinado território e que sobre ele exerce sua soberania e dele institui um poder político4.

Importa referir desta definição que seja uma definição moderna de Estado, mas não obstante

 podemos tentar enquadrar este conceito ao referido Estado.

Podemos dizer que existia o povo, que estava assente num território e que eles exerciam a sua

soberania.

O característico destes Estados nessa época é o facto de serem tipos de Estados tradicionais

ou seja monarquia, onde o poder Estado centrado ou concentrado nas mãos do Rei. No que

refere à forma de designação dos órgãos do poder podemos dizer que existia a

hereditariedade que consiste na ascensão ao poder por via dos progenitores.

 Não havia uma ideia de direito de modo particular do direito constitucional, mas existiam

regras que conduziam estes Estados, pois é com base nas regras que o homem viveminimamente tranquilo numa sociedade. As regras que regiam estes Estado eram as regras ou

o direito costumeiro, que como afirma o professor Oliveira de Ascensão que o costume é uma

 prática reiterada acompanhada por uma convicção de obrigatoriedade. Portanto não havia

constituição nesse Estado.

 Não podemos falar do poder constituinte dado que não havia constituição nesses Estados

sendo que as normas que regiam este Estado são costumeiras ou ainda podíamos falar de

normas materialmente constitucionais, que são aquelas que existem independentemente deestarem escritas, mas existem nas mentes dos indivíduos.

Importa também referir que o poder de alguns líderes internamente não vinha de um simples

atributo, mas sim do carisma que os mesmos desempenhavam na sociedade, portanto

existiam alguns líderes carismáticos.

4 MIRANDA, Jorge, manual de direito constitucional, tomo II, 3 edição

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