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DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Lucas Martins Transcrição | Aula 02 INSS

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DIREITO ADMINISTRATIVOProf. Lucas Martins

Transcrição | Aula 02

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Direito Administrativo

AULA 2

Bom dia pessoal! Hoje nós estamos na nossa aula de número 2 onde nós vamos desenvolver aquele tópico que colocamos no esquema da aula 1, mas acabou ficando corrido né, conceito fontes e princípios de direito administrativo e isso no último edital estava correspondente ao segundo item de direito administrativo. Estado, governo e administração já falamos. Conceito, fontes e princípios do direito veremos hoje, então depois que a gente conceituar direito admi-nistrativo, trabalhar as fontes e trabalhar os princípios a gente vai começar a falar de um outro tema importante que é a organização administrativa do Estado como um todo. Hoje eu vou falar de organização administrativa, mas pela importância e pela extensão desse tema a gente com certeza não vai concluir hoje, então possivelmente a aula 3 vai ser inteira sobre isso.

A gente aprendeu que o Estado nasce como uma instituição que visa atuar em prol da coleti-vidade no seu território. Ele faz isso usando aquelas três funções básicas: a função executiva, jurisdicional e legislativa (...) sempre respeitando o Direito, pois estamos em um Estado de Di-reito.

Olha só, como é que a gente poderia conceituar direito administrativo?

Como um conjunto de normas jurídicas que regulamentam a atuação do Estado na sua função administrativa ele tem que exercê-la respeitando as normas de um ramo específico do direito, o direito administrativo, regulamentando a atuação da administração pública. A administração pública bem como a própria função administrativa são os objetos do direito, objeto é aquilo que direito administrativo visa regulamentar.

(...) O direito de qualquer coisa é sempre o conjunto de normas jurídicas que regulamenta algo o que vai mudar de um para outro é esse algo, é o objeto de cada ramo do direito, por exemplo, se você pensa o que é o direito tributário, ele é o conjunto de normas jurídicas que regulamen-ta a relação entre o fisco e o contribuinte. Toda vez que o Estado estiver atuando arrecadando, fiscalizando tributos ele tem que fazer isso de acordo com várias normas que compõem o ramo do direito chamado direito tributário, aqui no direito administrativo é a mesma coisa, então ele também vai ser um conjunto de normas jurídicas que regulamenta algo, o que vai mudar é esse algo.

Quando o Estado exerce função legislativa, o Estado legislador está regulamentado pelo direito constitucional, o estado-juiz está regulamentado pelos direitos processuais e quando está exer-cendo função administrativa está regulamentado pelo direito administrativo.

Cuidado com os chamados critérios de definição do direito administrativo, porque olha só, o ponto aqui é o seguinte: alguns autores que escrevem sobre essa matéria trazem uma definição variada da definição do que é direito administrativo com base em critérios diferentes. Acontece que no surgimento do estado de direito, onde o Estado passou a ser subordinado a norma jurí-dica, foi ai que o direito administrativo nasce, com o estado de direito.

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Tivemos um primeiro critério que era o critério legalista, e aí com base nesse critério o direito administrativo seria o conjunto da legislação administrativa, mas esse ramo do direito também decorre de outras fontes como a jurisprudência, a doutrina e os costumes, então eu não posso dizer que o direito administrativo se resume apenas ao conjunto da legislação já que além dele tem outras fontes, então o critério legalista usado para definir direito administrativo foi insufi-ciente. Também tentaram definir o que é direito administrativo com base no critério chamado critério do poder executivo e com base nessa doutrina passou a se definir que direito admi-nistrativo é o conjunto de normas jurídicas que regulamenta a atuação do poder executivo, porém além do poder executivo outros poderes também poderão exercer função administra-tiva, também estarão atuando como administração pública, também estarão sendo objeto do direito administrativo, então o critério do poder executivo também se mostrou insuficiente. Na sequência a gente tem o critério do serviço público e aí com base nesse critério a doutrina de direito administrativo é um conjunto de normas jurídicas que regulamenta a prestação de serviço público pelo Estado, administrativa sim, mas não é a única, eu tenho outras atividades que também estarão dentro do conceito de função administrativa, eu tenho o Poder de polícia, eu tenho atividade de fomento e tenho a intervenção administrativa na propriedade privada e na economia, então esse critério também não foi suficiente, pois embora o estado na prestação de serviço público esteja regulamentado pelo direito administrativo eu tenho outras atividades além da prestação de serviço público que também estão dentro da ideia de função administra-tiva.

Daí tivemos outros critérios, como o critério finalístico que diz que o direito administrativo é o conjunto de normas que regulamenta a atuação do Estado quando o estado tiver em busca do bem comum, mas quando o estado está punindo alguém pela prática de um crime, fazendo isso de acordo com o direito penal ele está buscando o bem comum, também quando o estado cria uma lei, essa é uma função legislativa que também está buscando o bem comum. Temos outros ramos do direito que também têm como finalidade a busca pelo bem comum, então isso não é uma peculiaridade da função administrativa.

O critérios das relações jurídicas diz que o direito administrativo regulamenta as relações entre o estado e os particulares, porém quando você, contribuinte, é notificado pela Receita Federal para pagar um tributo devido é uma relação jurídica entre você (particular) e o estado, mas essa questão ligada a tributos está dentro de outro ramo do direito, o direito tributário, que também regulamenta relações entre poder público e particulares. A Previdência, o INSS e o segurado, também é uma relação do público com o particular e segue o que direito previdenci-ário diz, então não é uma peculiaridade do direito administrativo fazer isso.

Então, nasceu o critério funcional, também chamado critério da administração pública, e aí com base nesse critério que prevalece até hoje a doutrina veio a definir o que é direito admi-nistrativo da seguinte forma:

direito administrativo é o conjunto de normas jurídicas que regulamenta o exercício da função administrativa, seja serviço público, poder de polícia, seja pelo poder executivo ou por qual-quer outro poder, seja ainda por meio de particulares (concessionárias, permissionárias...).

direito administrativo então é isso, é o conjunto de normas jurídicas que regulamenta a atua-ção do estado no exercício da sua função administrativa daí critério FUNCIONAL ou critério da administração pública.

(...) Para fechar a ideia, o direito administrativo limita a atuação do estado para evitar que o estado cometa os mesmos abusos cometidos na época do Estado absoluto, isso é de interesse

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da coletividade. Antes o povo sofria muito nas mãos do estado absoluto daí tem um ramo do direito que limita a atuação desse estado enquanto ele estiver, por exemplo, prestando serviço público e exercendo o poder de polícia, então por haver um interesse público muito grande nesse ramo do direito a gente fala que o direito administrativo não é ramo do direito privado, como o direito civil ou o direito empresarial e sim um ramo do direito público. Há um interesse público preponderante nessas regras, há mais interesse coletivo do que individual.

Fontes do direito administrativo

A palavra fonte quer dizer de onde nasce algo, então quando eu falo fontes do direito admi-nistrativo eu estou querendo saber de onde nasce o direito administrativo e como ele é um conjunto de normas claro que vai ter como fonte principal a lei, mas essa não é a única fonte.

Lei – fonte primária

Jurisprudência, doutrina e os costumes sociais – fontes secundárias

Qual a diferença de fonte primária e fonte secundária?

Por exemplo, a administração pública querendo abrir uma licitação tem que designar uma co-missão licitante com três servidores, a lei determinando isso é uma imposição não apenas uma orientação. Se a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, muito conhecida de quem faz muita questão de concurso, não concorda que uma comissão com 3 servidores seja suficiente, ela acredita que deve ter 6 servidores em uma comissão licitante aí ela escreveu um artigo cien-tífico criticando aquele artigo da Lei 8666 exigindo apenas três membros da comissão de uma licitação, ela não concorda pessoal, mas não concordar com o que a lei diz não muda a lei, não faz com que a administração esteja obrigada a fazer aquilo que a doutrina está dizendo, por isso que a doutrina ao contrário da lei não é fonte primária.

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Embora a doutrina não crie direito como faz a lei, ela junto com a jurisprudência e os costumes influenciam na criação e por influenciarem não são fontes primárias e sim fontes meramente secundárias, porque a doutrina não vai criar obrigações ao poder público, mas pode ter certe-za de que quando quiserem criar uma nova lei de licitações vão ouvir o que os estudiosos da matéria têm a dizer, tem muito peso, por isso que o congresso ao criar uma lei convoca os estu-diosos antes para ouvi-los, para ver as propostas, as sugestões que eles têm, pois são pessoas que dedicam anos da vida a estudar esse conjunto de normas chamado direito administrativo, então o que eles falam tem influência.

Por isso que se fala que a jurisprudência, a doutrina, os costumes são fontes secundárias, pois são fontes que não vão criar efetivamente um direito administrativo, mas que vão influenciar na criação.

Jurisprudência nada mais é do que o entendimento de um determinado tribunal, o entendi-mento recorrente no TJ-RS, por exemplo, sobre uma determinada temática, sobre um tema que acontece.

Às vezes alguém entra com alguma ação aqui no TJ-RS, por exemplo, para poder questionar ju-dicialmente um ponto que ninguém nunca questionou antes. É o primeiro processo que chega aqui e não tem nenhum precedente, nenhum juiz julgou algum caso parecido, mas ainda que não tenha um caso parecido o estado-juiz tem que dar uma resposta, a pessoa entrou com a ação e aí com base nos costumes, com base na analogia, princípios gerais do Direito o estado--juiz já deu a resposta na sua sentença e com isso ele vai abrir um precedente caso outra ação daquela mesma temática seja demandada judicialmente outras vezes, pode ter certeza de que a primeira coisa que os próximos juízes vão fazer é pedir para seus assessores conferirem se no passado já foi julgado algo parecido se sim ele vai só adaptar o caso. É muito comum isso, agora o primeiro caso foi julgado por um segundo, um terceiro, um quarto, quinto juiz, então outros juízes julgavam da mesma forma sempre, ou seja, eu comecei a ter um tribunal julgando um tema da mesma forma repetidas vezes, quando isso começa a acontecer eu digo que determi-nado tribunal está formando o seu entendimento sobre um determinado assunto e esse enten-dimento do tribunal sobre determinado assunto é o que eu chamo de Jurisprudência.

Súmula – É um resumo de vários julgados do tribunal julgando uma mesma temática sempre da mesma forma. É sugestiva, porém quando temos uma súmula vinculante excepcionalmente eu não tenho uma fonte mais meramente secundária eu terei agora uma fonte primária porque o que tá na súmula vinculante editada pelo STF vincula a administração pública, cria obrigações para a administração pública não apenas influência.

Doutrina – O conjunto de pessoas, estudiosos que dedicaram anos da vida estudando as nor-mas de direito administrativo e fazendo formulações teóricas críticas, positivas e negativas, te-ses e dissertações. A prova pode cobrar com o nome portfólio teórico.

Costumes – São os costumes da sociedade, até porque se o direito nasce para regular atuação do estado e o estado atua em prol do seu povo às normas impostas aos Estados devem estar de acordo com os costumes dessa nossa sociedade se não vai ser apenas um pedaço de papel que não será cumprido, então para ter aplicação prática ela, é claro, tem que estar de acordo com os costumes de cada sociedade. Os costumes, evidente, vão influenciar na criação do direito administrativo, mas apenas influenciar e desde que seja costumes dentro da legalidade.

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O nosso ordenamento jurídico é essa pirâmide.

Seguinte, todas as normas que você pode imaginar aqui no Brasil, leis ordinárias, leis comple-mentares, medidas provisórias, decretos, instruções normativas, resoluções e a própria Consti-tuição estão aqui, dentro dessa pirâmide, que representa o conjunto de todas as normas, mas eu tenho uma hierarquia jurídica aqui. A norma que está acima de todas as demais é a Consti-tuição Federal né, então no topo eu tenho a Constituição Federal e dentro dos vários artigos e incisos, parágrafos da Constituição eu tenho as leis e aí você tem lei complementar, lei delega-da, medida provisória que também tem peso de lei só que essas normas estão abaixo da Cons-tituição, por isso que as normas que estão, por exemplo, na lei 8.666, na lei de improbidade, na lei 8.112 por estarem abaixo da Constituição eu as chamo de normas infraconstitucionais, abaixo das leis eu tenho normas administrativas, alguns atos administrativos de caráter nor-mativo como decreto, regulamento, instrução normativa, deliberação e regimento são normas que estão abaixo da lei que decorre do poder normativo da administração pública, que vamos aprender na nossa aula de número 4 mais ou menos, mas como são normas que estão baixo da lei são novas normas infralegais (...) como fonte primária do direito administrativo as normas infralegais também são consideradas.

O direito administrativo não é codificado, não há um código de direito relativo como o Código de Direito Penal, Código de Direito Civil. Esse conjunto de normas que compõem o direito ad-ministrativo está espalhado por várias leis e legislações.

Princípios da Administração Pública

Vamos começar fazendo aqui algumas considerações iniciais sobre os princípios e aí depois a gente vai trabalhar o regime jurídico-administrativo, a definição e trabalhar os princípios em

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espécie. A banca CESPE, por exemplo, costuma trazer assim: regime jurídico-administrativo de-finição, princípios explícitos e implícitos como apareceu na prova da PRF e da Polícia Federal, então na prova do INSS, provavelmente, será cobrado assim também.

Antes de falar dos princípios administrativos preciso falar primeiro o que é princípio e antes disso falar o que é norma jurídica que não é a mesma coisa. Definimos direito administrativo da seguinte forma: é o conjunto de normas jurídicas que regulamentam a atuação administrativa do Estado, atuação do Estado no exercício da sua função administrativa, ou seja, regulamenta a administração pública. Então, o que são normas jurídicas?

Em vários campos eu tenho normas, no campo da religião eu tenho normas, no campo da moral eu tenho normas, no campo da etiqueta, no campo desportivo, por exemplo, um regulamento de um campeonato brasileiro, mas a norma jurídica vai ter uma peculiaridade que nenhuma outra vai ter, ela tem um poder de imposição, até porque quem cria a norma jurídica é o Estado e por ser soberano, por estar acima da gente ele pode impor condutas mesmo que a gente não concorde com isso. Se você não quer se adepto da doutrina espírita você está obrigado a cum-prir as normas dessa doutrina? Não. Se você não quiser ser uma pessoa polida em relação à etiqueta, você é obrigado a seguir essas normas? Não. Nenhuma dessas normas podem impor algo a um particular sem anuência desse particular. A norma jurídica pode, se o Estado a partir de hoje dizer que é obrigatório ligar o farol do seu veículo mesmo que durante o dia numa BR, por exemplo, eles não estão perguntando se você quer fazer isso ou não, eles estão impondo, como a norma jurídica, ela já cria unilateralmente obrigações, deveres ao seu destinatário, essa é a grande finalidade da norma jurídica comparada com as demais.

Essa norma jurídica vai se dividir em duas espécies. Temos as chamadas regras e os chamados princípios, então tanto as regras como os princípios são espécies de normas jurídicas. Se o prin-cípio já é norma jurídica por si só, é porque ele já pode obrigar a pessoa, já é suficiente para se criar obrigações, deveres, proibições e direitos. Assim como a regra, princípio é norma jurídica, precisa ser respeitado. Um princípio por si só pode criar direitos para uma pessoa, pode invali-dar um ato que estava de acordo com a regra, mas que violava determinado princípio, porque é um ato que estava de acordo com a norma, mas em desacordo com outra já que princípio também é regra.

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Por exemplo, nós temos a lei da união estável que é uma lei, se eu não me engano, da segunda metade da década de 90. Essa lei basicamente trouxe para aqueles que comprovem a união estável os mesmos direitos daqueles que estavam em relação matrimonial, casados né, só que a lei da união estável traz uma regra que diz que união estável é a união entre homem e mulher, um casal heteroafetivo. Por exemplo, em um casal de dois homens, um dos rapazes falece e esse que faleceu contribuiu para o INSS e aí o companheiro que sobreviveu foi lá no posto do INSS comprovando com fotos, com documentos que ambos viviam em um uma união estável e aí foi pedir a pensão por morte, mas o INSS negava e então ele entrou com uma ação na justiça e a ação caiu na mão de um juiz preconceituoso e o juiz falou assim: ó o meu rapaz, não que eu seja preconceituoso, só que assim você sabe que como juiz eu sou um mero aplicador da lei, então aqui no artigo da lei da união estável diz que a união precisa ser entre homem e mulher, então não vai dar. Não há norma jurídica, mas há um princípio, o princípio da igualdade, então já é plenamente suficiente para criar direitos, não é razoável esse tratamento discriminatório em virtude da sexualidade de uma pessoa, então agora aqueles que vivem em união homoa-fetiva tem os mesmos direitos daqueles que vivem em união heteroafetiva se comprovado os elementos da união estável, embora não esteja na regra isso está numa norma jurídica, só não é regra, é princípio.

Vocês aprenderam que no Código de Ética para ter uma postura ética não é suficiente ter uma postura de acordo com o que a lei diz até porque a lei, muitas vezes, não é ética. O que é uma lei pessoal? São interesses dos parlamentares que tem um poder de barganha lá dentro e fize-ram aquele projeto. Então, nem tudo que é lei é ético ou moral. Para você ter uma conduta éti-ca não basta estar de acordo com a legalidade, precisa seguir preceitos básicos de honestidade, de boa conduta e de boa fé. Às vezes é possível que você pratique um ato, quando você está no exercício funcional, que está de acordo com a lei, mas que viola um princípio, então viola uma norma jurídica, então é um ato inválido.

Por exemplo, uma lei alterando a lei 8.112 falando que a partir de agora o servidor público fe-deral tem o dever funcional de cumprir toda e qualquer ordem do seu superior hierárquico e o seu superior manda você participar de um sistema de propina e você vai lá e cumpre o que ele pediu, você obedeceu a lei, mas desobedeceu o princípio da moralidade. Para ter uma atuação válida não adianta apenas cumprir regras, é necessário cumprir regras e princípios.

As regras iremos estudar mais para frente, vamos estudar hoje os princípios do direito adminis-trativo ou os princípios administrativos ou o regime jurídico-administrativo e o regime jurídico--administrativo nada mais é do que todo esse conjunto de princípios que rege, que limita, que regulamenta a atuação da administração pública.

O regime jurídico administrativo é o conjunto harmônico de princípios que disciplina a atuação administrativa do Estado, ora conferindo prerrogativas ao Estado, ora conferindo restrições.

Entender isso é importante para entender a matéria como um todo, entendeu os princípios entendeu a forma como a administração pública deve atuar. É a forma de raciocinar o direito administrativo.

(...) Falando em conjunto harmônico de princípios né, por exemplo, buscando garantir uma atuação mais eficiente, seguindo o princípio da eficiência, é possível que a administração públi-ca, desde que de forma motivada, faça algo não previsto na lei? Claro que não, porque de fato há o princípio da eficiência, mas também há o princípio da legalidade, é necessário buscar o princípio da eficiência respeitando também o princípio da legalidade, por isso falamos em con-junto harmônico, precisamos respeitar todos os princípios.

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Não há hierarquia entre os princípios, não tem um princípio administrativo mais importante que o outro. É possível que eles colidam, mas havendo colisão é analisando o caso concreto para definir qual princípio prevalece sobre o outro, todos são relevantes na mesma proporção.

(...) Nós falamos que o regime jurídico administrativo ora confere prerrogativas ao Estado, ora confere restrições. As prerrogativas que a administração pública tiver vão decorrer do princípio da supremacia do interesse público, então associem o princípio da supremacia do interesse público com as prerrogativas. Já o princípio da indisponibilidade do interesse público é o que fundamenta as restrições, as sujeições, as limitações que são impostas ao poder público. Para evitar que o poder público abra mão do interesse público e atue em prol do interesse particular é que a administração vai ter restrições.

Todos os outros princípios vão decorrer da supremacia ou da indisponibilidade, pois são esses dois princípios que embasam todos os demais, por isso que a gente os chama de super princí-pios ou supraprincípios ou ainda de as duas pedras de toque do direito administrativo, por-que todos os outros princípios decorrem desses dois.

Olha só um exemplo bem interessante, eu vou celebrar um contrato com o Tainã, nós somos dois particulares, eu não estou atuando como agente público, para que ele, uma vez por mês, faça manutenção no meu estúdio, então celebramos esse contrato de prestação de serviço, eu como contratante e ele como contratado, mas eu resolvi alterar esse contrato, dizendo para ele ir uma vez a cada três anos fazer a manutenção no meu estúdio não uma vez por mês, mas eu posso alterar o contrato sem que o outro particular concorde com a alteração? Não. O contrato entre dois particulares só pode ser alterado se os dois concordarem, pois ninguém está acima de ninguém, mas se eu, Lucas, assino o contrato com o Estado do RS e o Estado quer alterar o contrato administrativo que ele tem comigo, ele precisa da minha concordância? A depender do valor do contrato não precisa, pois o poder público, que é soberano ao particular, pode alte-rar o contrato de forma unilateral, independente da concordância com o particular, isso é uma prerrogativa (cláusula exorbitante) que vem do princípio da supremacia do interesse público.

Os particulares não são obrigados a licitar antes de celebrar contratos, o poder público precisa abrir uma licitação para contratar aquele que ganha a licitação. O Estado tem essa restrição de não poder contratar qualquer um, a exigência de licitação pública decorre do princípio da indis-ponibilidade do interesse público.

Tá certo, se por um lado a administração pública tem estabilidade de servidores que é uma prerrogativa, ela tem que abrir concurso público para colocar pessoal no cargo efetivo, que é uma restrição.

Prerrogativas → Princípio da supremacia do interesse público

Restrições → Princípio da Indisponibilidade do interesse público

Princípio da supremacia do interesse público – Entre o interesse particular e o da coletividade sempre prevalece o interesse da coletividade, supremacia do interesse público sobre o particular.

Princípio da indisponibilidade do interesse público – A administração deve se valer de todas essas prerrogativas nunca em prol de interesses particulares do gestor, mas sempre para o inte-resse público, interesse coletivo.

Os princípios administrativos como um todo, em algumas situações, vão estar expressos na Constituição Federal e em outras situações eles vão estar apenas implícitos.

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Cuidado com a seguinte pergunta: todo princípio está na Constituição Federal? Vocês vão res-ponder que não, pois apenas o L.I.M.P.E é princípio expresso, porém, por exemplo, o princípio da motivação não é um princípio expresso da Constituição ele é um princípio que está implícito na Constituição. Todo princípio administrativo está na Constituição, nem todo é mencionado, tem seu nome lá, mas está, ainda que implicitamente.

Por exemplo, não tem o princípio da supremacia de forma expressa na Constituição, não tem o nome dele lá, mas quando você estuda no direito constitucional artigo quinto, inciso 24 o Es-tado pode, respeitado procedimento legal, desapropriar alguém por necessidade ou utilidade pública ou interesse coletivo desde que mediante indenização prévia, justa e em dinheiro. O que fundamenta isso? A Supremacia do interesse público, que está escondido na Constituição, mas está lá.

Todo órgão público precisa de órgãos de controle interno para controlar seus próprios atos ad-ministrativos, implicitamente esse é o princípio da autotutela.

Se a prova te pergunta: o princípio da autotutela é um princípio da administração pública que está expresso? Sim, não necessariamente na Constituição, mas expresso na lei, por exemplo, na lei 8.666, ela fala expressamente do princípio da isonomia e do princípio do julgamento objetivo. Então, eu não perguntei se ele era expresso na Constituição Federal. Se ele estiver precisamente mencionado em alguma norma, uma lei ele está expresso na ordem jurídica, na administração pública, esse é o detalhe que muita gente não sabe. O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado está previsto implicitamente na Constituição, mas explicitamente na legislação ordinária, por exemplo.

Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência = L.I.M.P.E, são cinco princí-pios que estão expressos lá no artigo 37 caput da Constituição, mas não são os únicos expres-sos.

Legalidade – Hoje, o Estado não pode fazer tudo o que ele quiser como ocorreu no estado ab-soluto, hoje, no estado de direito, a administração pública, que nada mais é do que o Estado na sua função administrativa, só pode fazer aquilo que a lei autoriza que ela faça. Claramente esse princípio é uma decorrência direta do modelo de estado de direito, pois hoje eu tenho um Estado que é subordinado a lei.

Impessoalidade – Quando você estiver atuando em nome do Estado, da administração pública, você não pode atuar para favorecer uma pessoa que você ama ou para prejudicar uma pessoa que você detesta. A atuação da administração pública deve ser impessoal buscando sempre alcançar o interesse público e nunca interesse particular do agente para prejudicar ou favorecer alguém, é necessário atuar sem discriminar as pessoas que serão atingidas pela sua atuação.

Moralidade – A administração deve atuar sempre respeitando os preceitos como honestida-de, ética e boa-fé. No princípio da moralidade eu ainda tenho a ideia do bom gestor público, o agente público deve atuar de forma a respeitar a coisa pública, de forma a usar a coisa pública como pública e não como própria, por isso que é um princípio da moralidade. Você pegar o carro do INSS, que não é seu, e fazer uma viagem para a praia não pode, pois esse é um uso privativo do bem público.

Publicidade – A atuação da administração pública tem que ser transparente, tem o dever de atuar de forma pública e de dar instrumentos como portais da transparência e diários oficiais que são instrumentos de publicidade e com essa publicidade o particular tem condições de

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controlar a administração pública, pois ele tem acesso do que ela faz e deixa de fazer. Como é que eu vou controlar se ela está agindo de acordo se o que ela faz é sigiloso? Não tem como. A publicidade além de viabilizar o controle da administração ela também é condição de eficácia dos atos administrativos. A publicidade não é condição de validade, o ato não deixa de ser vali-do caso deixe de ser publicado, ele apenas não vai estar apto a produzir efeitos, mas isso não o torna inválido.

Eficiência – O princípio da eficiência foi acrescido na Constituição por meio da emenda 19/1998 a emenda que trouxe a chamada reforma administrativa do Estado brasileiro. O princípio da eficiência diz que a administração pública tem que produzir com a melhor qualidade possível e gastar o menos possível, quanto mais o Estado estiver exercendo suas atividades administrativas com qualidade e quanto menos a gente vai gastando para isso mais nós vamos estar atendendo ao princípio da eficiência. É a ideia de economicidade do dinheiro público.

Cuidado! Você não pode confundir o princípio da legalidade aplicado à administração pública, que está no artigo 37 caput com o princípio da legalidade aplicado a particulares, artigo quinto inciso 2º da Constituição, uma coisa é você na condição de técnico do seguro social outra coisa é você na sua vida privada né, o princípio da legalidade, nessas duas situações, muda. Como no artigo 5º inciso segundo fala que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Hoje para o Estado me obrigar a fazer uma coisa que eu não quero fazer é necessário ter uma lei me obrigando a isso, se o Estado não me obriga eu faço o que eu quiser desde que não seja proibido, ou seja, a legalidade para o particular é mais tranquila. Ele pode fazer tudo o que quiser desde que não seja proibido por lei. O princípio da legalidade aplicado aos particulares é o princípio da não-contradição a lei. Agora você na condição de servidor público estatutário federal você só pode fazer o que a lei permite, pois você é a administração pública agindo. O princípio da legalidade aplicado a administração é o princípio da subordina-ção a lei, é mais rigoroso.

Exemplo do princípio da impessoalidade: Você é um agente de trânsito, aí você está andando na rua e vê três carros parados em um canto proibido, o que você precisa fazer no exercício do poder de polícia é multar aqueles três carros, porém o terceiro carro é o da sua mãe, mas você precisa agir de maneira impessoal, precisa multar igualmente. Esse princípio tem duas óticas, a ótica dos administrados/particulares, é a ideia de que a administração não vai discriminar os particulares por ela atingidos, tem um outro sentido do princípio da impessoalidade que é o princípio da impessoalidade na ótica do próprio agente público, por exemplo, quando você, técnico do seguro social, estiver atuando, não é a tua pessoa que está atuando é a autarquia INSS que vai estar atuando por meio de você, se eu for no posto do INSS e você me causar um dano eu não vou entrar em ação indenizatória contra a tua pessoa física, vou entrar com ação contra o INSS, que é uma pessoa jurídica de direito público a qual você pertence, pois o servidor público não atua em nome próprio, ele atua em nome do Estado (...) O princípio da impessoalidade tem um subprincípio, o princípio da vedação a promoção pessoal, ele tem sido muito cobrado em provas recentes e no artigo 37 ele fundamenta uma regra que tá no pará-grafo 1º da Constituição Federal e decorre do princípio da impessoalidade e ele fala que toda e qualquer publicidade feita por órgãos públicos deve ter caráter meramente educativo, de orientação e nunca trazer nome de servidor, símbolos, cores associadas a partidos nunca pode ter nada associado a promoção pessoal do servidor, por exemplo o prefeito de Santa Maria fez uma pracinha nova e para comemorar a construção da praça colocou uma festa e colocou todo mundo para usar uma camisa com a escrita: Esta praça é obra de Lucas Martins, o melhor pre-feito do município de Santa Maria, porém quem fez essa obra não foi ele, a pessoa Lucas Mar-

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tins, foi a prefeitura municipal, então não é a pessoa física do prefeito que está atuando e sim o Estado, por isso um servidor não pode fazer promoção pessoal as custas do dinheiro público.

Cuidado para não confundir a moral administrativa, que é o princípio da moralidade, com a moral social, com os bons costumes de determinadas sociedades, são coisas diferentes. Por exemplo, o INSS acabou de baixar uma circular dizendo que nenhum servidor pode vir ao tra-balho de mini-saia ou de bermuda e diz que esse ato está fundamentado no princípio da mo-ralidade, está errado, pois isso tem relação com a moral social, com a relação aos costumes da sociedade e não com a moral administrativa que tem um viés mais patrimonial e econômico usando a coisa pública de forma correta não desviando dinheiro público, não deteriorando pa-trimônio público, não fazendo uso privativo de bem público. Outro caso, o servidor foi pego na repartição fazendo sexo. Isso foi contra o princípio da moralidade? também não, é porque isso não está de acordo com os costumes da nossa sociedade né, mas isso fere a moral social, é uma conduta escandalosa na repartição, uma infração grave prevista na lei 8.112 com a demissão, só que nesse caso ele está incorrendo em uma proibição do seu estatuto, violando o princípio da legalidade e não da moralidade.

O princípio da publicidade aparece como condição de eficácia dos atos administrativos, por exemplo, imagina que o Detran fez um ato proibido estacionar em uma via que até ontem era permitido, só que ainda não colocaram a placa de proibido estacionar, o Detran não deu ainda publicidade ao ato que já existe só que se ainda não foi dada publicidade não tem como eu adi-vinhar que isso é proibido, por isso a publicidade é condição de eficácia, o fato só vai produzir os seus efeitos quando lhe for dado publicidade.

Outro ponto importante pessoal, ainda sobre o princípio da publicidade, é o seguinte cuidado aqui, a administração pública tem o dever de conferir publicidade a sua atuação, você e eu te-mos o direito de ter acesso a essa atuação, pois se é um dever da administração pública a publi-cidade é um direito individual, é um direito nosso ter acesso a informações de interesse coleti-vo. Outro ponto, nenhum princípio é absoluto, todos podem ser relativizados, por exemplo, no artigo quinto inciso 33 ele fala que em algumas situações a informação vai ficar sigilosa quando for, por exemplo, uma informação que uma vez publicada possa comprometer a segurança na-cional como o fato do Estado estar sofrendo ameaças de outro país de receber um bombardeio. Se isso for divulgado pode trazer um clamor popular muito grande, então seria um prejuízo muito maior divulgar do que deixar em sigilo. Tem até uma lei para regulamentar a lei de acesso à informação aí ela vai classificar o grau de sigilo pode ser informação secreta, ultra-secreta...

Não se pode confundir publicidade com publicação, a publicação é uma das formas, um dos instrumentos de garantir a publicidade na atuação da administração, mas não é o único instru-mento. A publicação é mais restrita, por exemplo, publicar um edital de licitação em jornais de grande circulação, publicar na imprensa oficial quais candidatos estão sendo nomeados neste momento, isso tudo são publicações que conferem publicidade a administração.

(...) Pessoal, o princípio do contraditório e da ampla defesa são princípios que vamos ficar fa-lando um pouquinho aqui durante o curso, por exemplo, quando eu falar no poder de polícia eu vou falar um pouquinho disso, quando eu falar da lei do processo administrativo federal nós vamos falar disso, quando você estudar a lei 8.112 também. Os princípios implícitos na Cons-tituição nós também vamos trabalhar aqui ao longo do curso, por exemplo, eu vou começar a falar agora da organização administrativa do Estado, a ideia por trás do Estado se organizar para melhor exercer sua função administrativa, ele se organizar ora criando órgãos específicos ora criando entes específicos para cada área. Esse é o princípio da especialidade que é um principio

Page 14: INSS - Cloud Object Storage · 2019-05-03 · INSS (Superação) – Direito Administrativo – Prof. Lucas Martins 5 da coletividade. Antes o povo sofria muito nas mãos do estado

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implícito na Constituição que decorre do princípio da eficiência. Quando eu falar de controle da administração pública o que embasa o controle interno é o princípio da autotutela.

Organização Administrativa do Estado

O Estado para trabalhar com mais eficiência, se especializou em duas administrações: a admi-nistração direta e a administração indireta.

(...) Chamamos a União, os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios de adminis-tração direta ou administração centralizada. Quando o serviço público ou o poder de polícia ou a atividade de fomento, enfim quando qualquer atividade ligada a função administrativa é exercida pelos próprios entes da Federação eu tenho aqui a administração direta trabalhando. Cada ente desses tem uma série de funções para exercer e vai exercer tudo ao mesmo tempo com eficiência e isso pressupõe especialização, ora internamente, criando órgãos focados em cada atividade, ora externamente criando novas pessoas, novos entes focados em uma única atividade, essa especialização externa é a descentralização.

A administração indireta, também chamada de administração descentralizada, é formada pe-las autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Por exemplo, a União criou uma pessoa para focar apenas na gestão da Previdência Social ela criou uma autarquia chamada INSS para trabalhar apenas com essa temática e assim prestá--la com mais eficiência. Para o meio ambiente criou uma autarquia chamada IBAMA. Tanto a União, como os estados e municípios descentralizam suas funções.