inscriÇÃo para o fÓrum social mundial, o bancÁrio · o cidadão é bombardeado com notícias de...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país INSCRIÇÃO PARA O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, ATÉ 15 DE FEVEREIRO Edição Diária 7382| Salvador, terça-feira, 30.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos DESMONTE Temer joga pesado contra as estatais. Com a ajuda da mídia, tenta vender uma imagem falsa das empresas enquanto corroí toda estrutura por dentro. O alvo agora são os planos de saúde, que passam a ter novas regras. As mudanças comprometem a sustentabilidade dos convênios. A Caixa também está na mira. Banco terá quadro reduzido, de novo. Páginas 2 e 3 Artilharia pesada contra as estatais Não se engane. O que a imprensa mostra muitas vezes é parte de um jogo sujo com o governo para fazer a agenda neoliberal andar. Ao contrário do que se vê, não há rombo na Previdência. Maquiagem é para ganhar apoio popular e acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros. | Página 4

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INSCRIÇÃO PARA O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, ATÉ 15 DE FEVEREIRO

Edição Diária 7382| Salvador, terça-feira, 30.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Temer joga pesado contra as estatais. Com a ajuda da mídia, tenta vender uma imagem falsa das empresas enquanto corroí toda estrutura por dentro. O alvo agora são os planos de saúde, que passam a ter novas regras. As mudanças comprometem a sustentabilidade dos convênios. A Caixa também está na mira. Banco terá quadro reduzido, de novo. Páginas 2 e 3

Artilharia pesada contra as estatais

Não se engane. O que a imprensa mostra muitas vezes é parte de um jogo sujo com o governo para fazer a agenda neoliberal andar. Ao contrário do que se vê, não há rombo na Previdência. Maquiagem é para ganhar apoio popular e acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros. | Página 4

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 30.01.20182 DESMONTE

Entre as mudanças, redução no custeio dos convêniosrEdAçã[email protected]

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Governo ataca plano de saúde das estatais

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 drT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 drT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 drT-BA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O gOVERNO Temer joga ainda mais pesado contra os trabalha-dores das estatais. O alvo agora são os planos de saúde. Uma resolução da Governança Cor-porativa e de Administração de Participações Societárias da

União (CGPAR) muda as regras em 147 empresas públicas, in-clusive o custeio com o convê-nio médico, que cairá dos atuais 75% para 50%. Ou seja, os usu-ários que hoje ficam com 25% terão de desembolsar 50%. A medida tem impacto direto na renda do trabalhador e, muitos, sem condições, poderão ter de abrir mão do benefício.

O prazo para que ocorra a migração para o sistema de pa-ridade é de 48 meses. A resolu-ção cria ainda quatro modali-

dades de planos: autogestão por operadora própria - a exemplo da Cassi, do Banco do Brasil -, os que são geridos pela área de recursos humanos, os que op-tam por uma operadora de mer-cado e os que trabalham com o ressarcimento das despesas.

Tem mais, as novas regras re-duzem o limite de idade para que filhos e enteados sejam de-pendentes e restringem a lista aos cônjuges, filhos e enteados, excluindo os pais. A medida também impõe ressalvas na ne-gociação entre as entidades re-presentativas dos trabalhadores e a direção de cada estatal, im-pedindo que sejam detalhados os benefícios do plano de saú-de, abrindo margem para que as normas sejam alteradas a qual-quer momento.

DesmonteEm menos de dois anos, Te-

mer fez um verdadeiro estrago nas estatais e dados do Minis-tério do Planejamento compro-vam. O número de empresas públicas caiu de 154 para 147.

O quadro de pessoal também foi cortado, em 43 mil, a maio-ria por programas de demis-são voluntária. Outros direitos foram tirados, como a incor-poração de função. Tudo isso ameaça a sustentabilidade das empresas.

No BNB, olho bem aberto para a Camed OS FUNCIONáRIOS do Banco do Nordeste preci-sam ficar atentos. A Camed realiza o recadastramento dos associados desde outu-bro. A justificativa da em-presa é manter a base de dados atualizada, permitin-do uma comunicação ágil e assertiva. No entanto, por trás do procedimento está a aceitação de um contrato que a Camed celebrou com o BNB e que os representan-tes dos empregados questio-nam na Justiça.

O documento faz parte da proposta de mudanças no estatuto do plano de saú-de. Os funcionários ques-tionam que a medida ocor-reu sem transparência e em desacordo com o estatuto vigente. Ao assinar o reca-dastramento, o associado estará concordando com o contrato e com as novas re-gras, sem ter o pleno conhe-cimento do conteúdo.

O movimento sindical também destaca que ao re-alizar o recadastramento o plano se antecipa à decisão judicial. Para suspender a medida da Camed e cance-lar as adesões já realizadas, os representantes dos fun-cionários vão ingressar com novo processo judicial.

Inscrição do edital artísticoTERMINA amanhã, a inscri-ção para o edital Residência de Grupos Artísticos – Teatro Raul Seixas. Para efetivar o processo,

é preciso solicitar a ficha através do e-mail [email protected].

Os grupos selecionados utili-zam o palco do Teatro Raul Sei-xas por seis meses. O objetivo é fortalecer o diálogo por ser uma entidade que desenvolve ativi-dades políticas e sócio culturais ao longo dos anos. O edital está disponível para download no site www.bancariosbahia.org.br.

A Residência artística ainda tem o intuito de ampliar a de-mocratização do acesso à pro-dução artística. Os grupos de-vem ter, pelo menos, 2 anos.

resolução do governo impacta diretamente no bolso do usuário do plano

Selecionados utilizam palco do raul

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 30.01.2018 3DESMONTE

direção do banco quer cortar 3 mil empregados por meio de novo PdVrEdAçãO [email protected]

manoel porto

Mais armação contra a Caixa

O gOVERNO Temer prepara um novo ata-que contra a Caixa. Se a situação nas agên-cias não é boa, tende a piorar com a re-dução do quadro de pessoal, em mais um PDV (Programa de Demissão Voluntária). A expectativa, dada pela grande imprensa, apoiadora do desmonte das estatais, é de que 3 mil empregados façam adesão ao pla-no, previsto para se lançado em fevereiro.

Assim, o banco alcançaria a meta estipu-lada ano passado, com o desligamento de 10 mil funcionários. Importante destacar que em 2017, a direção da instituição abriu dois PDV’s, com a redução de 7,3 mil pos-tos de trabalho, chegando a cerca de 87 mil.

A intenção desta vez, de acordo com as notícias, é dar um “choque de gestão” no banco público. Quer dizer, funcionários e população vão pagar pelos problemas gera-

dos por meia dúzia de diretores que utili-zam o cargo indevidamente para atender a interesses políticos.

Enquanto isso, a sobrecarga aumenta, expondo os empregados um ambiente ain-da mais estressante e propício a doenças. Os clientes também sentem os reflexos, com um atendimento precarizado. Não é só isso, o número de agências também será reduzi-do, assim como o de postos de atendimento.

Se hoje, com 3.400 unidades em todo o país, os clientes já sofrem com longas filas

e atendimento precário, com o fechamento das agências, o cenário vai piorar conside-ravelmente. Um desrespeito à nação.

Venda da Eletrobrás gera multa e o cidadão vai pagarA VENDA da Eletrobrás vai im-pactar no bolso do brasileiro. Isso porque, ao privatizar, o go-verno terá de pagar uma indeni-zação bilionária às concessioná-rias. Só que Temer vai transferir a dívida ao consumidor.

A multa, de R$ 62 bilhões, será diluída por 30 anos no reci-bo de luz, ou seja, a dívida que é do governo, será repassada para a população. O encarecimento entra em conflito com a política

de redução de tarifa, do governo Dilma Rousseff em 2012.

O valor do reajuste será de-finido anualmente, de acordo com cada distribuidora. Temer quer adesão de todas as trans-missoras de empresas subsi-diárias da Eletrobrás: Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul e também permitir a adesão da Cemig, Cteep e CEEE. O proje-to de lei foi enviado ao Congres-so Nacional no último dia 22.

Brasil é o vice-campeão mundial em cibercrimesO BRASIL é o segundo país que mais sofre com ataques ciber-criminosos, afirma a empresa de segurança Norton Cyber Security. O país só fica atrás da China. Segundo os dados, 62 milhões de brasileiros foram vítimas de crime digital, cerca de 61% da população adulta que usa internet no Brasil. Em valo-res, significa uma perda de US$ 22 bilhões em golpes.

Usar senhas iguais ou com-

partilhadas é um dos principais fatores de risco. A maioria das vítimas é de pessoas nascidas entre as décadas de 80 e 90. Os dados ainda apontam que 59% compartilham senhas, 34% es-crevem em um papel e 24% usam a mesma senha para tudo.

O levantamento revela uma contradição. Para 83% a ocorr-rência deve ser considerada ato criminoso. No entanto, acham natural ler emails alheios.

Corte de pessoal sem contratação eleva a sobrecarga e o estresse, deixando o empregado

vulnerável a doenças. Cliente também pena na fila

Governo dá novo golpe no brasileiro. Privatização da Eletrobrás cria taxa extra na conta de luz do cidadão por longos 30 anos

No país, cerca de 62 milhões de pessoas já foram vítimas de crime digital

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 30.01.20184

SAQUE

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Governo libera verba para parlamentares e para a grande mídia rEdAçã[email protected]

Cofre público aberto por votação

A gRANDE mídia está à serviço do grande capital. Diariamente, o cidadão é bombardeado com notícias de interesse do mercado. Um bom exemplo são as infor-mações que visam deslegitimar a importância das empresas pú-blicas para a soberania nacional.

Os principais veículos de co-municação atacam a Petrobras, o BB, a Caixa, Correios e Ele-trobras. Fazem discurso sobre o uso político e tentam vender ao cidadão que as estatais são um prejuízo ao país.

Tudo o que o mercado quer.

DEPOIS de levar um verdadei-ro puxão de orelha de executi-vo do Bradesco, em Davos, na Suíça, Michel Temer endurece o discurso pela aprovação da reforma da Previdência. O go-verno quer votar a proposta na Câmara em 19 de fevereiro. Ob-jetivo é acabar com a aposenta-doria de milhões de brasileiros.

Para chegar aos 308 votos necessários para aprovação na Casa, Temer usa o dinheiro pú-blico. Anunciou a liberação de

R$ 30 bilhões para comprar os deputados. Paralelamente, a mídia faz o trabalho de conven-cimento da população, com o falso déficit da Previdência.

Segundo as notícias, o rom-bo no ano passado chegou a R$ 268,8 bilhões. Mas, os jornais es-

condem que a dívida das grandes empresas com a Previdência é de R$ 426 bilhões. Cifra mais do que o suficiente para cobrir o dito sal-do negativo. Diante do cenário, é fundamental fazer um trabalho de esclarecimento junto à popula-ção, para que todos saibam o que está por trás da reforma.

A proposta tira a aposentado-ria do trabalhador, pois aumen-ta a idade mínima para requerer o benefício - 65 anos homens e 62 anos mulheres – e também o tempo mínimo de contribuição, que passa para 25 anos.

Só os bancos ganham. Isso porque, com a impossibilida-de de se aposentar pelo INSS, muitos brasileiros vão recorrer à previdência privada, oferecida pelas organizações financeiras.

A grande mídia atua a favor do mercado. Fique ligado

Brasileiro têm de ampliar a mobilização contra a reforma. País precisa parar

Desgastar a imagem das empre-sas perante a sociedade, para ter o apoio na privatização. Mas, as estatais são fundamentais. Res-ponsáveis por todas as políticas públicas. Estão na obra de in-fraestrutura que levam asfalto e esgotamento sanitário a mi-lhões de brasileiros. Incentivam o esporte de rendimento. Aju-dam as pessoas a realizarem o sonho da casa própria. Finan-ciam projetos educacionais. Não é a toa que as principais economias do mundo protegem as empresas públicas.

POPULARIDADE Engana-se quem pensa que o povo não percebe a perseguição política. Menos de uma semana depois de ter sido condenado sem provas, pesquisa do Instituto Quaest de-monstra a solidez da popularidade de Lula. Para 54,7% dos bra-sileiros, o TRF4 foi injusto, errou. Tem mais, para 56,6% Moro não conseguiu provar que o triplex da OAS é do ex-presidente e 59,5% avaliam que a Justiça é seletiva, tratando Lula de forma mais dura do que Temer e Aécio. A direita raivosa enlouquece.

ENgRACADINHA Na visão de democracia da ex-ministra Marina Silva, o Brasil só tem salvação se excluir da vida políti-ca os quatro maiores partidos do país: MDB, PT, PSDB e DEM. Pensamento bem parecido com o de Bolsonaro. Claro, cada um se vê como o predestinado (a) para conduzir os brasileiros ao paraíso.

HIPOCRISIA Falso moralismo. Depois do procurador Del-tan Dallagnol, flagrado fazendo especulação imobiliária com imóvel do Minha Casa, Minha Vida, agora cai a máscara do juiz Marcelo Bretas. Ele e a mulher, Simone Bretas, que também é juíza federal, recebem dois auxílios-moradia. Evangélicos que chegam a citar a Bíblia em decisões oficiais, os dois se dizem predestinados a combater a corrupção. Tá se vendo.

IMORALIDADE "Se o auxílio-moradia fosse mesmo auxílio--moradia, e não aumento disfarçado de salário, bastaria ao casal receber a grana uma vez, certo? Mas não... Cada um leva o seu". Comentário do jornalista Reinaldo Azevedo sobre o casal de ju-ízes Marcelo e Simone Bretas, que recebe dois auxílios-moradia.

COBIÇA Dados da AIE (Agência Internacional de Energia) servem para explicar um dos principais motivos do golpe jurídi-co-parlamentar-midiático de 2016. Nas próximas duas décadas, o Brasil terá o maior crescimento do mundo na produção de petróleo, excluindo os países da Opep. O golpismo já entregou grande parte do pré-sal às petrolíferas transnacionais. Inclusive a tecnologia, genuinamente nacional.