inovação e tradição

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editorial 1 Inovação e tradição M. Castro Almeida Presidente da Câmara Há 22 anos, a 16 de Maio de 1984, concretizava-se a elevação de S. João da Madeira a cidade. A edição desta revista municipal integra-se nas comemorações do aniversário, mostrando a realidade actual de S. João da Madeira enquanto cidade voltada para o futuro, que não esquece as suas raízes. Por isso, nestas páginas cruza-se inovação com tradição, como bem ilustra a imagem da capa: alunos de uma das renovadas escolas de S. João da Madeira de visita a um dos edifí- cios históricos do concelho, a antiga Empresa Industrial de Chapelaria, agora transformada num moderno museu, único na Península Ibérica. Se o leitor é sanjoanense, espero que esta publicação o deixe ainda mais orgulhoso da sua cidade. Se não é munícipe de S. João da Madeira e lê estas linhas na edição distribuída com o jor- nal Público, espero que os textos e fotografias que aqui encontra o motivem a (re)visitar- nos.

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editorial 1

IInnoovvaaççããoo ee ttrraaddiiççããoo M. Castro AlmeidaPresidente da Câmara

Há 22 anos, a 16 de Maio de 1984, concretizava-se a elevação de S. João da Madeira acidade.

A edição desta revista municipal integra-se nas comemorações do aniversário, mostrando arealidade actual de S. João da Madeira enquanto cidade voltada para o futuro, que nãoesquece as suas raízes.

Por isso, nestas páginas cruza-se inovação com tradição, como bem ilustra a imagem dacapa: alunos de uma das renovadas escolas de S. João da Madeira de visita a um dos edifí-cios históricos do concelho, a antiga Empresa Industrial de Chapelaria, agora transformadanum moderno museu, único na Península Ibérica.

Se o leitor é sanjoanense, espero que esta publicação o deixe ainda mais orgulhoso da suacidade.

Se não é munícipe de S. João da Madeira e lê estas linhas na edição distribuída com o jor-nal Público, espero que os textos e fotografias que aqui encontra o motivem a (re)visitar-nos.

boletim municipal S. João da Madeira

Tal como hoje é conhecida pela indústria docalçado, S. João da Madeira foi durantemuitas décadas o centro chapeleiro do país.Essa actividade desenvolveu-se a partir doinício do século XX, assumindo gradual-mente uma dimensão tal que nenhum san-joanense dirá hoje que não teve familiaresenvolvidos no processo. O declínio daindústria chapeleira mostrar-se-ia, noentanto, inevitável, à medida que os cos-tumes sociais evoluíram para um protoco-

lo menos rigoroso e regras de indu-mentária mais permissivas. O

chapéu deixou de ser obri-gatório, as encomendas

diminuíram, as fábricas fecharam.A mais representativa dessas unidades era aEmpresa Industrial de Chapelaria, que, fun-dada em 1914 por António José OliveiraJúnior, era conhecida como "Fábrica Nova"e manteve-se ao longo de décadas na lide-rança do sector, graças a um esforço cons-tante por inovar a nível das técnicas de fa-brico e por corresponder sempre às neces-sidades do mercado. Quando, em 1995, essa que era a maisimportante unidade industrial desse ramode actividade fechou as portas, a CâmaraMunicipal de S. João da Madeira adquiriu oimóvel e o respectivo espólio, para, depoisda rigorosa recuperação de um e outro,fazer renascer no mesmo local, 10 anosdepois, o único museu de chapelaria da

Península Ibérica. A inauguração deu-se a 22 de Junho de 2005, pelo

então Presidente da República,Jorge Sampaio.

CChhaappeellaarriiaa

UUmm MMuusseeuu sseemm iigguuaallnnaa PPeenníínnssuullaa IIbbéérriiccaa

museu da chapelaria 3

[Pretende-se] que o trajectodo visitante no interior doMuseu seja uma experiênciafidedigna, tão próximaquanto possível da realidadeda época áurea da chapelaria.

Banda sonoraA exposição permanente do Museu daChapelaria contempla sete áreas distintas,cada uma das quais correspondendo a umafase de fabrico. Todo o percurso atravésdessas etapas é acompanhado porpequenos textos descritivos, baseados notestemunho dos trabalhadores que ope-ravam as respectivas máquinas e matérias-primas, e por uma banda sonora compostaa partir dos sons reais emitidos pela cadeiade fabrico quando em laboração. O objecti-vo destes complementos é assegurar que otrajecto do visitante no interior do Museuseja uma experiência fidedigna, tão próxi-ma quanto possível da realidade da épocaáurea da chapelaria.Depois das máquinas, o percurso completa-se com uma apreciação dos utensílios afec-tos ao acabamento do chapéu, o mobiliáriotípico das áreas de serviço administrativo eo produto final com etiqueta de empresasde S. João da Madeira. Os chapéus expostosao público são periodicamente substituídos,mas o Centro de Documentação eInvestigação do Museu disponibiliza umaoferta contínua de informação comple-mentar, como jornais da época, fichas dechapéus, catálogos de cores e de feltro,fotografias, documentos de tinturaria efacturas. Numa perspectiva mais lúdica, oServiço Educativo e de Animação procurafazer o mesmo com um público mais jovem,ao qual revela o mundo da chapelariaatravés de jogos, passatempos e trabalhosmanuais.Evidenciando uma postura moderna queestimula o envolvimento com a comu-nidade actual, o Museu da Indústria deChapelaria dispõe ainda de um parque deestacionamento subterrâneo, de umauditório com capacidade para 100 pessoase de um espaço pronto a receber breve-mente um restaurante de qualidade comserviço de bar.

Sr. Méssio e D. DeolindaNão são objectos de museu mas cons-tituem história viva: no Museu daChapelaria, Méssio Trindade e DeolindaSilva fazem a ligação entre o presente ea época de glória da indústria doschapéus. Mèssio foi chapeleiro 60 anos,trabalhou toda a vida na EmpresaIndustrial de Chapelaria, foi ele quemfechou a porta da fábrica quando essadeixou de laborar, foi ele quem abriu aporta do Museu quando esse se revelouao público. Hoje é aí funcionário, serve-lhe de consciência e empresta-lhe orosto, e, nesse papel de RelaçõesPúblicas ou fora dele, é sempre dechapéu na cabeça que o vêem. Deolinda é mais nova, mas gastou osdias na mesma labuta e o sentimento deperda associado ao encerramento dafábrica a que sempre se dedicou só foicompensado com a oportunidade decontinuar a fazer chapéus no Museu,muitos dele sob encomenda ouentregues para restauro. Um e outro láestão discretos, dedicados a afinar umamáquina ou a aplicar fitas no forro deum chapéu, mas, sobretudo, prontos acontar uma história que enriqueça avisita, prontos a partilhar as memóriasque não se encontram em objectos.

projecto possui características e potenciali-dades muito inovadoras. Desde logo, pelaidealização do sistema de configuração dasala e pela concepção dos sistemas ele-vatórios, hidráulicos e motorizados, assisti-dos por computador. Permitem, no curtoespaço de uma hora, mudar radicalmente otipo e localização do palco, das zonas depúblico, da configuração acústica e daszonas técnicas de régie, de iluminação, deáudio e de vídeo, incluindo a subdivisão dasala em duas. Também pela concepção dopavimento, que é constituído por estradoscom cadeiras pré-instaladas, de armaçãohidráulica, muito se facilita a operacionali-dade e versatilidade da sala. Ainda pelaconcepção de um conjunto de galerias epontes rolantes que complementam a mul-tifuncionalidade técnica. Trata-se pois deuma moderna sala multifuncional, a

boletim municipal S. João da Madeira

O edifício dos anos 50 que até 1999 funcio-nou como Cinema Imperador vai transfor-mar-sse numa sala de espectáculos únicaem Portugal e só igualada pelas que exis-tem em Paris, Berlim, Tóquio e poucas ou-tras metrópoles mundiais. Uma vez que atraça original do prédio será preservada, éno interior da que virá a ser a Casa dasArtes do Espectáculo de S. João da Madeiraque reside a sua singularidade: todo o pisodo recinto será constituído por estradosmotorizados.A versatilidade da sala garante que, da dis-posição mais simples à mais complexa, orecinto não demorará mais que 60 minutosa transfigurar-sse. O formato será escolhidoconsoante se pretenda acolher espectácu-los de teatro ou ópera, concertos sinfónicosou de música pop, performances circensesou desfiles de moda, congressos ou progra-mas televisivos. O desenho da sala determi-nará a sua lotação, que poderá variar entre400 e 900 espectadores. Filipe Oliveira Dias, especialista na con-cepção de salas de espectáculo em Portugale já convidado a materializar esse conheci-mento em Marrocos e Cuba, é o arquitectoresponsável por toda esta engenhariaarquitectónica. O projecto encontra-sse nafase de licenciamento e estima-sse que a suaconcretização venha a implicar um investi-mento de quatro milhões de euros.

A Casa das Artes do Espectáculo é o projec-to mais arrojado para o futuro de S. João daMadeira. A sua experiência na concepção desalas de espectáculo é significativa, inclu-sive a nível internacional, mas já declarou, acerta altura, que este é para si um desafiode uma nova dimensão. Que aspectos daobra motivam esse sentimento?Filipe Oliveira Dias - A Casa das Artes doEspectáculo de S. João da Madeira é umprojecto complexo que exigiu elevada com-petência e especialização profissional auma vasta equipa, empenhada em conceberuma sala de espectáculos multifuncional ede configuração livre, que adopta a formamais adequada ao tipo de espectáculo ouevento que se deseje apresentar. Após oestudo de salas congéneres a nível mundi-al, cujo número não ultrapassa a dezena,podemos seguramente afirmar que este

Arquitecto Filipe Oliveira Dias

Esta Casa das Artesserá única

tica da autoria de um conceituado artistanacional, cujo nome e trabalho deverá seranunciado pelo Sr. Presidente da Câmara,Dr. Castro Almeida.

Embora paradoxal, o facto é que um dosproblemas que mais afecta as salas deespectáculo é a má acústica, com a agra-vante dessa falha só ser detectada após ainauguração do recinto. Que medidasforam tomadas para evitar essa situação naCasa das Artes? Tem razão, são bem conhecidos casos deduvidosa acústica em salas recentes, incri-velmente caras, ainda que monofuncionais.A multifuncionalidade de uma sala em ter-mos de acústica é de muito complexa re-solução. Quando se muda a configuraçãoda sala temos que mudar a configuraçãoacústica para adequar o seu comportamen-

casa das artes do espectáculo 5

Trata-se pois de uma moderna sala multifuncional, a primeira a instalar no nossopaís, e que permitirá albergar, nas melhores condições técnicas, ópera, teatro, con-certo sinfónico, de rock e contemporâneo, artes circenses, congressos, apresentaçõese passagens de modelos, grupos corais e estúdio de televisão.Arquiteto Filipe Oliveira Dias

primeira a instalar no nosso país, e que per-mitirá albergar, nas melhores condiçõestécnicas, ópera, teatro, concerto sinfónico,de rock e contemporâneo, artes circenses,congressos, apresentações e passagens demodelos, grupos corais e estúdio de tele-visão.

Isso não invalida que um dos principaisobjectivos do projecto seja preservar amemória do antigo Cinema Imperador…A memória do antigo Cinema Imperadornão só é mantida como valorizada. Na suarevitalização será conservado o essencial dafachada, que faz parte da imagem dacidade, mas conferindo-lhe transparência,o que torna a Casa das Artes do Espectáculomais atractiva e convidativa. Aliando asartes plásticas às artes performativas, afachada vai receber uma intervenção plás-

Bailado e passagem de modelos. Duas propostas quepoderão ser apresentadas na Casa das Artes doEspectáculo de S. João da Madeira.Duas configurações diferentes para a mesma sala.

to à tipologia do espectáculo e à disposiçãodo público. No projecto foi implementadoum conjunto de soluções que permitemcom facilidade configurar e optimizar osdiversos comportamentos acústicos da sala.Na fase de ensaios deverão ser sempre real-izados testes físicos que vão permitir afinarcom rigor a solução acústica mais adequa-da à configuração da sala e à tipologia doespectáculo.

Outra questão que só se poderá avaliarapós a abertura desse equipamento é a dasua procura por parte do público. Qual é asua previsão quanto a esta matéria?A Casa das Artes de S. João da Madeiraoferecerá potencialidades únicas no paíspara a apresentação de espectáculos, sejamde produção convencional, de produçãocontemporânea ou mesmo de produçãoalternativa. A possibilidade impar de, numahora, configurar a sala num moderno estú-dio de televisão, de 500 metros quadrados,permitirá a sua utilização e rentabilizaçãopara produção televisiva a um ritmo que,no Norte do país, não é ainda hoje possível.A Casa das Artes, com as suas potenciali-dades associadas obrigatoriamente a umbom programador cultural, vai segura-mente abranger um público muito superiorao da cidade, colocando-se no roteiro cul-

tural da Grande Área Metropolitana doPorto. Outras salas que projectei são jáexemplo do que é possível alcançar. OTeatro de Vila Real, por exemplo, continua abater recordes de actividade cultural.

Considerando todas essas questões, sedependesse de si, que tipo de espectáculogostaria de levar à cena na estreia da Casadas Artes, para demonstrar todo o potencialdesse equipamento? Um só dia não chegava... Realizava umasemana consecutiva de espectáculos, desdeteatro, ballet, ópera, concertos sinfónicosclássicos e contemporâneos, utilizando asmais diversas configurações da sala. Paracoroar o final dessa primeira semana, seriaextraordinário proporcionar à região Nortedo país o musical "Miss Saigon", do produ-tor Cameron Mackintosh, espectáculo queconheço bem e ao qual já tive a oportu-nidade de assistir quatro vezes, duas emLondres, uma em Nova Iorque e outrarecentemente em Lisboa. Seguramente,estaria em cena várias semanas, permitindoque um público muito alargado tomasseconhecimento da sala.

A apresentação pública da maquete da futura Casadas Artes do Espectáculo impressionou quem sedeslocou ao antigo cinema Imperador para conhecero destino que será dado a este edifício.

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Turismo, do Ambiente e da Protecção Civil. Porto, S. João da Madeira e Matosinhospartilham a coordenação metropolitanadessas áreas sectoriais, nas quais os autar-cas sanjoanenses assumem as seguintesfunções: coordenação da área da Educação(Fátima Roldão); vice-coordenação daCultura e Protecção Civil (Rui Costa); vice-coordenação do Ambiente e Turismo (PauloCavaleiro).S. João da Madeira está ainda naAssembleia Metropolitana, para a qualforam eleitos os representantes sanjoa-nenses Oliveira Bastos e Luís MiguelOliveira, ambos do PSD, José Lima (PS) eManuel Luís Almeida (CDS-PP), que se jun-tam a outros 39 deputados municipais dosrestante 13 concelhos da AMP.

Uma delegação da Junta Metropolitana doPorto (JMP) liderada pelo seu presidente,Rui Rio, reuniu-se, em Abril, com o respon-sável máximo do Conselho deAdministração da TAP, Fernando Pinto.O objectivo do encontro de trabalho, efec-tuado por iniciativa da JMP, foi o de discu-tir, em conjunto, qual a possibilidade deimprimir uma maior utilização aoAeroporto Francisco Sá Carneiro, numa ló-gica de melhor servir os utentes da regiãoNorte, de acordo, naturalmente, com oscritérios de gestão da própria transportado-ra aérea portuguesa. A articulação com os aeroportos da Galizafoi considerada fundamental por Rui Rio,que se declarou "bastante satisfeito" com areunião e com o tom de "grande cordiali-dade e abertura" com que a mesma decor-reu.Depois de enaltecer a criação, por parte daTAP, de três voos directos semanais doPorto para Nova Iorque, Rio de Janeiro e S.Paulo, o presidente da JMP revelou ter obti-do a garantia de que outros serão estuda-dos.O melhoramento da qualidade das ligaçõesaéreas Porto-Lisboa e vice-versa, nomeada-mente ao nível da necessidade de diminuiros tempos de espera nos respectivos aero-portos - uma vez que muitas dessas lig-ações são segmentos de voos interna-cionais - foi outro dos pontos em análise nareunião.

junta metropolitana do porto 7

AMP cresceuS. João da Madeira é um dos mais recentesmembros da Área Metropolitana do Porto,tendo a respectiva adesão sido aprovada nareunião da Assembleia Metropolitana de 28de Janeiro de 2005, à semelhança do queaconteceu também com os concelhos deArouca, Santa Maria da Feira, Santo Tirso eTrofa. No final de Novembro passado, essesmunicípios já participaram na eleição daJunta Metropolitana (JMP), presidida peloautarca do Porto, Rui Rio, que tem comovice-presidentes os seus homólogos de S.João da Madeira, Castro Almeida, e deMatosinhos, Guilherme Pinto. Uma dasprimeira medidas tomadas pela novadirecção foi a criação de conselhos devereadores da Educação, da Cultura, do

Aeroporto Sá Carneiro na agenda da

Junta Metropolitana do Porto

O Centro Comercial que a Sonae Sierra está a construir nacidade poderá entrar em funcionamento já durante o anode 2007. As obras iniciaram-se recentemente, na AvenidaDr. Renato Araújo, junto ao hipermercado Modelo, ao qualficará ligado. O empreendimento está orçado em 48,5 mi-lhões de euros e inclui a construção de um complexo desalas de cinema, uma das principais mais-valias para acidade, que vai ainda beneficiar da criação de centenas depostos de trabalho.Milhares de Sanjoanenses e de habitantes de localidadesvizinhas deslocam-se semanalmente a Gaia ou ao Porto

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para verem os últimos filmes de sucesso. A partir do finaldo próximo ano, e na sequência da criação deste espaçocomercial e de lazer, podem passar a fazê-lo em S. João daMadeira.

Estacionamento para vizinhosDando resposta a uma condição imposta à partida pelaCâmara Municipal, na fase de comercialização dos espaçosdo futuro "shopping" a preferência vai para lojistas de S.João da Madeira. Outro aspecto significativo tem a ver comos lugares de estacionamento automóvel, que serão maisde 1000. Outros 200 aparcamentos individuais serão con-struídos para os residentes em edifícios de habitação vizi-nhos. A adjudicação do terreno para a construção doCentro Comercial foi feita por mais de seis milhões deeuros. A Sonae é proprietária ou co-proprietária de mais de trêsdezenas de centros comerciais em Portugal, Espanha eBrasil, sendo a empresa europeia mais premiada neste sec-tor. No nosso país, são várias os empreendimentos comer-ciais com a sua chancela de qualidade, entre os quais secontam o Gaiashopping, Arrábida Shopping, Via Catarina,Norte Shopping, Cascais Shopping, Centro Colombo eCentro Vasco da Gama.

Inclui complexo de salas de cinema

Sonae iniciou construção doS. João da Madeira Shopping

destaque 9

S. João da Madeira sempre foi identificada como a capital nacional do calçado mas esse mé-rito não se justifica apenas com a longevidade dessa indústria a nível local nem com o pre-domínio do respectivo sector na estrutura do tecido empresarial do concelho. Até aqui, foisobretudo pela qualidade de materiais e acabamento que o calçado produzido em S. João daMadeira se afirmou; actualmente, a sua capacidade para liderar a concorrência baseia-se tam-

bém na inovação em termos de design e sentido de moda.O número de prémios que vem sendo atribuído aos estudantes do curso de Modelação

de Calçado e Marroquinaria do Centro de Formação Profissional da Indústria doCalçado de S. João da Madeira é demonstrativo dessa tendência. Em

Outubro do ano passado, só no âmbito da XII edição do concurso comque o consórcio italiano "Vero Cuoio" privilegia a confecção de

sapatos com um mínimo de 80% de couro, os alunos daescola sanjoanense receberam quatro dos 10 prémiosdisponíveis.

Tanto na categoria de calçado feminino como no que serefere à linha masculina, o topo da classificação coube a

alunos de S. João da Madeira: no primeiro caso, JonathanSilva Pinho conquistou o primeiro prémio com uma sandália

com molas de fixação idênticas às do vestuário; Manuel AnicetoDias destacou-se na categoria masculina com um sapato em estilo

medieval dotado de um sistema de presilhas que facilmente o trans-forma em chinelo.

Calçado de linhas militares, futuristas e... "geográficas"

No mesmo concurso, envolvendo 80 modelos de calçado apresentados por oitoescolas de diferentes países europeus, dois outros prémios na categoria de cal-çado para homem foram atribuídos a alunos do Centro de Formação Profissionalda Indústria de Calçado de S. João da Madeira: Francisco Tavares classificou-seem terceiro lugar graças a um botim inspirado no equipamento militar chinês

e Marco André Paiva seguiu-se-lhe na tabela com uma bota de linhas futuris-tas com cerca de 60 centímetros de altura.Também em Outubro de 2005, outra aluna do curso de Modelação de Calçado eMarroquinaria, Eliana Fernandes Ferreira, obteve o 2.º lugar no concurso de jovens

designers da 36.ª edição da feira italiana Lineapelle. Definida como um tributo aPortugal, a bota com que conquistou esse prémio era decorada com aplicações

no formato do contorno geográfico do país e apresentava os tons dos vinhosde produção nacional.

A mais recente expressão da dinâmica da escola de S. João da Madeiraa nível do design foi o 2.º prémio do concurso promovido pela

feira de calçado alemã PLW, que no passado mês de Abrildistinguiu a proposta de Jenniffer de Oliveira Souto, do

2.º ano do Curso de Modelação de Calçado eMarroquinaria. O modelo em questão era uma bota deganga azul, couro verde e botões no estilo cossaco,sobre uma sola compensada revestida a cortiça.

Designers de calçado formados em S. João da Madeira distinguidos no estrangeiro

Promessas de design

Estilista Miguel Vieiraapadrinha novos criadores

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Na capital do calçado, não surpreendeu queo maior número de propostas no concurso"Novos Criadores" fosse de design de sapa-tos. Cerca de 50 participantes apresentaramtrabalhos nesta categoria, num total demais de 150 que confirmaram a sua pré-inscrição. Em todas as nove categorias, acriatividade foi a nota dominante e mere-ceu o aplauso do estilista Miguel Vieira.

O auditório do Museu da Chapelaria foipequeno para receber todos quantos quise-ram assistir à entrega de prémios (no valorglobal de cerca de 20 mil euros) da primeiraedição do concurso "Novos Criadores", pro-movido pela Câmara Municipal de S. Joãoda Madeira.Alto-comissário do evento, o estilistaMiguel Vieira destacou a diversidade equalidade das propostas apresentadas - "onível dos trabalhos é muito bom" - erealçou a "grande criatividade" revelada

pelos respectivos autores. "O Concurso con-firmou-se como uma oportunidade paradar a conhecer novos valores" nas diversasáreas artísticas abrangidas pelas nove cate-gorias premiadas: Desenho a Lápis; Designde Calçado; Design e Multimedia; Dos Pés àCabeça; Fotografia; Vestuário; Música;Novas Aplicações do Feltro; Ourivesaria eJoalharia.Na sua cidade, Miguel Vieira sublinhou ofacto de o design de calçado ter registado omaior número de concorrentes, o que oestilista relacionou com facto de S. João daMadeira ser conhecida como "a capital docalçado".

Aposta na moda A referência ao dinamismo empresarial doconcelho foi também uma das tónicas daintervenção do presidente da Câmara de S.João da Madeira, ou não fosse o Museu daChapelaria - local de realização da entregade prémios - um espaço privilegiado dapreservação da memória industrial sanjoa-nense."Queremos valorizar as nossas raízes, mastambém apostar na moda, no design, nacriação", disse Castro Almeida, assinalandoque o concurso Novos Criadores junta aautarquia, empresas, centros de formação e

outras instituições no objectivo comum de promover a inovação.Aos concorrentes, o autarca deixou um"obrigado por terem ousado" e por serem"pessoas que não se acomodam". No fundo,como afirmou Castro Almeida, este concur-so é uma forma da Câmara "chamar aatenção" para quem pode ajudar a "acres-centar valor às empresas pelo lado da modae da inovação".

novos criadores 11

“...o concurso Novos Criadores junta a autarquia, empresas,centros de formação e outras instituições no objectivocomum de promover a inovação.”Castro Almeida, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira

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Está em marcha a construção do CentroEmpresarial e Tecnológico de S. João daMadeira. A obra promete tornar a indústriada cidade ainda mais competitiva. Os sec-tores alvo são a Robótica, a AutomaçãoIndustrial, a Biotecnologia, a Química, oDesign e as Tecnologias da Informação.

O início de 2006 fica marcado pelo começoa empreitada do Centro Empresarial eTecnológico (CET) de S. João da Madeira. Aobra deverá estar concluída em 2008,abrangendo uma área total de cerca de 80mil metros quadrados, em terrenos locali-zados junto ao Centro Tecnológico doCalçado, entre as zonas industriais doOrreiro e da Devesa Velha.

"A necessidade de qualificação do tecidoempresarial português está identificadacomo uma das prioridades para o País",lembra o presidente da Câmara, CastroAlmeida, acrescentando que esse facto"levou o próprio governo a lançar um planotecnológico". De acordo com o autarca,"com a construção do Centro Empresarial eTecnológico, S. João da Madeira é um dosprimeiros municípios a dar resposta, naprática, a esse desafio".

Investimento superiora seis milhões de eurosCom um custo que ronda os 6,6 milhões deeuros, a construção deste equipamentoconta com a comparticipação de fundoscomunitários num montante superios a 4milhões de euros. A primeira fase doempreendimento inclui a infraestruturaçãoe qualificação ambiental, assim como aedificação do núcleo central do CET. Asinfraestruturas a disponibilizar (galeria téc-nica, fibra óptica,...) garantem um padrãoelevado de qualidade e avanço técnico,capazes de satisfazer as necessidades maisexigentes para instalação de empresas debase tecnológica. A obra envolve ainda a criação de um

Centro de Incubação de Base Tecnológica,que engloba 40 módulos para incubação deempresas, entre outras valências. Os sec-tores alvo desta estrutura serão a Robótica,a Automação Industrial, a Biotecnologia, aQuímica, o Design e as Tecnologias daInformação.

"É fundamental atrair boas empresas para S. João da Madeira.Boas empresas criam bons empregos, o que significabons salários"Castro Almeida, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira

CCeennttrroo EEmmpprreessaarriiaall ee TTeeccnnoollóóggiiccoo pprroommeettee......

centro empresarial e tecnológico 13

...... bbooaass eemmpprreessaass,, bboonnss eemmpprreeggooss,, mmeellhhoorreess ssaalláárriiooss

ParceirosO Centro Empresarial e Tecnológico congrega recursospúblicos e privados para iniciativas que contribuam,através da sua natureza inovadora e relevância económica,para o fomento da empregabilidade e da diversificação dasactividades. A sua gestão será assegurada por uma associ-ação que se prevê venha a integrar universidades, empre-sas, institutos públicos da àrea da tecnologia e da inovação,além da Câmara Municipal de S. João da Madeira.

EstruturaO Centro Empresarial e Tecnológico ficará localizado em terrenos con-tíguos ao Centro Tecnológico do Calçado, com a seguinte estrutura:

Núcleo Central - Edifício Sede e Centro de IncubaçãoCentro de Inovação e Formação EmpresarialÁreas EmpresariaisHotel EmpresarialÁrea de Expansão do Núcleo Industrial

Qual o melhor caminho depois de concluí-do o ensino básico? Esta é pergunta quemuitos jovens fazem quando chegam ao 9ºano de escolaridade. A pensar nessa pro-blemática, a Câmara Municipal de S. Joãoda Madeira e a Rede Social lançaram a"Feira das Profissões", cuja segunda ediçãose realizou no final de Abril deste ano. Osestudantes e as respectivas famílias são osprincipais destinatários.

A divulgação da oferta formativa escolar eprofissional existente em S. João daMadeira e na região é o objectivo da Feiradas Profissões, promovida pela CâmaraMunicipal e pela Rede Social do concelho.Os jovens e as respectivas famílias têm,assim, a oportunidade de antecipar "portas"de acesso ao mercado de trabalho, numainiciativa especialmente destinada a quemconclui o ensino básico. "Quando os estudantes chegam ao 9º ano

têm muitas dúvidas sobre o que devemfazer à sua vida", refere o presidente daCâmara de S. João da Madeira, sublinhandoa necessidade de dar a conhecer saídas quenão estejam sobrelotadas. "Queremosmostrar alternativas que vão dar emprego",afirma Castro Almeida. "Não faz sentidoformar jovens para o desemprego", acres-centa o autarca.O grande problema é que "há milhares dejovens licenciados no desemprego, emgrande medida porque não foram adver-tidos de que ter um curso superior não dágarantia de emprego a ninguém". A Feiradas Profissões é o contributo de S. João daMadeira para alterar esse estado de coisas.Para já, os resultados, como é natural, aindanão são visíveis, mas os níveis de adesão deexpositores e visitantes deixam antever queo evento dará frutos.

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"Feira das Profissões" ajuda estudantes a encontrar a resposta

"Fiz o 9 ano. E agora?"00

Exposição e "workshops"O sucesso da primeira edição, realizada em2005, foi mesmo ultrapassado este ano. Assolicitações foram tantas que o local tevede ser alterado: das instalações CâmaraMunicipal de S. João da Madeira, a "Feiradas Profissões" passou para o Museu daChapelaria. Aí foram montandos cerca de40 "stands" de exposição de instituições li-gadas à formação profissional, bem comoaos ensinos secundário e superior. Tambémmarcaram presença empresas com ofertasde emprego. A "Feira das Profissões" foi ainda valorizadacom "workshops" dinamizados pelaAssociação Nacional de Oficinas de Projecto(ANOP), pelo Instituto Multimédia do Portoe pelo Centro Tecnológico doCalçado/RESET, respectivamente sobre"Empreendorismo Jovem" , "NovasTecnologias e o Potencial da Multimédia edos Meios Audiovisuais" e "Programa PenseIndustria - Vê como é a Indústria".

feira das profissões 15

"Queremos mostrar alternativas que vão dar emprego... Nãofaz sentido formar jovens para o desemprego"Castro Almeida, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira

Teatro, moda e músicaOs fins de tarde dos três dias da segun-da edição da "Feira das Profissões" de S.João da Madeira contaram com activi-dades dinamizadas por jovens estu-dantes e com alguns convidados especi-ais. Esta programação incluiu uma peçade teatro sobre futuros profissionais,seguida de debate, e um desfile de modacom formandos e criações da Cerci,Centro de Formação Profissional daIndústria do Calçado e DECEL/ExternatoD. Dinis. No encerramento da "Feira dasProfissões", Cristina Azevedo (vice-presi-dente da Comissão de Cordenação eDesenvolvimento da Região Norte(CCDRN), apresentou as linhas geraisque irão nortear o próximo quadrocomunitário apoio. Logo após, os parti-cipantes assistiram à actuação de alunosda Academia de Música de S. João daMadeira

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Investir na Educação é apostar no fortale-cimento dos alicerces do desenvolvimento.É esta a convicção que está na base doinvestimento que tem sido feito nas escolasde S. João da Madeira. Um processo exem-plar em torno do qual se unem vontades ese concentram recursos. Da autarquia àadministração central, dos pais aos profes-sores, passando pelos alunos e fun-cionários, todos têm uma quota parte demérito no trabalho realizado.

A cidade de S. João da Madeira concretizouum profundo plano de requalificação doParque Escolar da cidade, que dá corpo aum compromisso assumido pelo executivocamarário no início do seu primeiromandato. Agora, a aposta no primeiro ciclopassa pela manutenção dos renovadosedifícios e pela disponibilização de novosequipamentos e de actividades extra-cur-riculares. "Os alicerces do desenvolvimento estão nasescolas do primeiro ciclo e nos jardins deinfância", sustenta o presidente da Câmara,Castro Almeida, adiantando: "Continuar aapostar na Educação é o melhor investi-

mento que podemos fazer. Por isso, vamosmanter as escolas no centro das nossasatenções, o que se reflecte no facto decolocarmos o Projecto Educativo Municipalentre os grandes objectivos". Realçando a excelente relação conseguidaentre a autarquia e as escolas, CastroAlmeida aponta esse facto como determi-nante para que se tenha conseguido levarpor diante o conjunto de obras que mod-ernizou um parque escolar que, no início domandato, estava longe de corresponder àsnaturais expectativas de professores, pais ealunos.

Aposta para manter

PPrriioorriiddaaddee àà EEdduuccaaççããooInvestimento a vários níveis

"Hoje, graças a intervenções devidamenteplaneadas, temos edifícios escolares dequalidade", salienta o presidente daCâmara, referindo que alguns estabeleci-mentos de ensino "foram praticamenteconstruídos de novo, naquele que foi omaior investimento do género nesta árearealizado em S. João da Madeira".Além das obras de remodelação e benefici-ação dos edifícios, foi feito um investimen-to para melhorar as escolas do primeirociclo ao nível do equipamento. Assim, desde2003, seis escolas do primeiro ciclo de S.João da Madeira passaram a integrar aRede de Bibliotecas Escolares, sendo objec-

escolas 17

De um computador por escola, passou-se para uma médiade um computador por sala no primeiro ciclo, a que se somao equipamento informático instalado nas novas bibliotecasescolares.

Os livros da Maria Letrinha

Chama-se Maria Letrinha e anda deescola em escola a apresentar livros àscrianças do primeiro ciclo e jardins deinfância de S. João da Madeira. O pen-tado divertido, o sorriso pintado de ver-melho vivo e os gestos expressivos dapersonagem cativam os mais novos,que se rendem aos encantos da malacheia de histórias que se abre diantedos seus olhos. Assim se lançam assementes da leitura, numa iniciativaque une a Câmara, a BibliotecaMunicipal e os estabelecimentos deensino básico. Numa altura em que estatísticasnacionais apontam para hábitos deleitura muito baixos, este novo projectoeducativo procura atrair a atenção dascrianças para a magia que há nos livros.Ao todo são sete malas carregadas dehistórias que circulam pelas escolas dacidade. No seu interior de cada uma dessas"Maletas Itinerantes", diversos livrosinfantis - adaptados às idades das cri-anças primeiro ciclo e jardins de infân-cia - contribuem para, de forma livre edescontraída, sensibilizar os maispequenos para a prática da leituradesde tenra idade. As crianças podemler o livro na escola, durante os interva-los ou nos períodos de prolongamentode horário, ou então requisitar e levá-los para casa.

"Cabaz" de actividades extra

Um "cabaz" com perto de 40 actividades foi apresentado,pela Câmara de S. João da Madeira, aos estabelecimentos deensino da cidade, no âmbito do Projecto EducativoMunicipal, tendo em vista o ano lectivo 2005/2006. Umprocesso desenvolvido ao longo de várias reuniões comresponsáveis educativos do ensino público e privado.Estes encontros permitiram dar a conhecer às escolas diver-sas iniciativas que lhes são destinadas, com base numagrelha elaborada pela autarquia, da qual constam o nomede cada actividade proposta, um resumo da mesma, a dataprevista de execução e o público-alvo (pré-escolar, 1º ciclo,EB 2/3 ou ensino secundário).Este conjunto de iniciativas apresentado às escolas abrangea área social, o desporto, o ambiente e a cultura, incluindoo Programa Escolar da Agenda 21 Local, o "Dia dosCampeões", exposições do Museu da Chapelaria, os projec-tos "Troca de Saberes" e "Crescer a Brincar", o Carnaval dasEscolas, a "Feira das Profissões", "A Cidade no Jardim", acampanha "Poesia à Mesa" e aulas de expressão físico-motora (educação física e natação para o primeiro ciclo emespaços desportivos municipais), entre muitas outras activi-dades.

tivo do município que omesmo venha a acontecercom os restantes estabeleci-mentos de ensino da cidade. Entretanto, de um computa-dor por escola, passou-separa uma média de umcomputador por sala noprimeiro ciclo, a que sesoma o equipamento infor-mático instalado nas novasbibliotecas escolares.Seguir-se-á, no correnteano lectivo, a instalação deum computador e "soft-ware" educativo em cadaum dos jardins de infânciada rede pública de S. João daMadeira. Refira-se tambémque todas as escolas foramequipadas com novo mate-rial de apoio pedagógico(jogos didácticos, mapas,globos, etc).

O poeta António Ramos Rosa recebeu em2005, na Biblioteca Municipal de S. João daMadeira, o Grande Prémio Sophia de MelloBreyner Andresen, lançado pela autarquiasanjoanense e pela Associação Portuguesade Escritores (APE). A presença no municí-pio de um dos vultos da cultura portugue-sa mereceu palavras de reconhecimento deCastro Almeida, presidente da autarquia: "É,para nós, um privilégio poder te-lo aquihoje".Perante o muito público que esgotava aBiblioteca Municipal, o presidente daCâmara de S. João da Madeira não escon-deu a sua admiração pelo autor distingui-do: "Este é um prémio com o nome de umagrande poetisa, e temos a felicidade de oprimeiro galardoado ser um poeta deenorme talento".A importância de Ramos Rosa no panoramaliterário da língua de Camões ficara já bemvincada na intervenção do presidente daAPE. José Manuel Mendes - membro do júrido concurso, juntamente com CastroAlmeida e o professor Carlos Sousa - falousobre o percurso literário do vencedor: "Onome de António Ramos Rosa representa oque há de mais relevante na poesia por-tuguesa", sublinhou, terminando com umagradecimento dirigido ao poeta: "Obrigadopor tudo o que, ao longo de uma vida, nostem dado".

VozesNuma primeira edição "particularmenterica" pela qualidade das obras candidatas,como frisou José Manuel Mendes, foi comvisível esforço que o vencedor, nascido em1924 e muito debilitado fisicamente, reve-lou a sua satisfação pelo prémio obtido.Com uma voz quase inaudível, Ramos Rosa

fez questão, no entanto, de deixar claro quenão são os prémios que definem o valor deum autor. E lembrou que muitos grandespoetas nunca chegaram a ser reconhecidos.Sob fortes aplausos, a cerimónia prosseguiucom a leitura, por Naná Menezes (uma dasvozes das sessões de poesia das "Quintas deLeitura", do Campo Alegre), de textos de "OPoeta na Rua", título da "antologia portátil"

pela qual Ramos Rosa foi distinguido. No final, o autor desdobrou-se para distribuirautógrafos por muitos dos presentes, dese-josos de levarem para casa o nome de umdos maiores poetas portugueses contem-porâneos, escrito pelo punho do próprionum dos seus livros.

Uma referência da poesia portuguesa

Ramos Rosa premiado emS. João da Madeira

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prémio sophia de mello breyner andresen 19

"O nome de António Ramos Rosa representa o que há demais relevante na poesia portuguesa"José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores

Um prémio de Culturana Cidade do Trabalho O Grande Prémio Sophia de MelloBreyner Andresen distingue, de doisem dois anos, uma antologia de poe-sia em Língua Portuguesa. Umprémio de dez mil euros que nestaprimeira edição foi para a AntologiaPortátil "O Poeta na Rua", umaselecção de poemas de AntónioRamos Rosa, elaborada por Ana PaulaCoutinho Mendes.e editada pela"Quasi".Na origem deste prémio criado pelaCâmara Municipal de S. João daMadeira e pela AssociaçãoPortuguesa de Escritores (APE) está aCampanha "Poesia à Mesa", lançadaem 2003 pela autarquia sanjoanense,com o objectivo de levar a poesia aoencontro das pessoas, em locais tãoinesperados como restaurantes,bares, pastelarias, cafés, fábricas ousimplesmente nas ruas. Uma iniciati-va que os organizadores vêem comoum sinal de que a cidade soube nãose deixar acomodar à falta de espaçosvocacionados para a cultura, carênciaque S. João da Madeira desagravouno corrente ano com a abertura dosPaços da Cultura e do Museu daChapelaria.Equipamentos como estes ou a futu-ra Casa das Artes do Espectáculo,assim como a "Poesia à Mesa" e oGrande Prémio Sophia de MelloBreyner Andresen são argumentoscom os quais o presidente da Câmaraquer dar a volta ao facto de S. Joãoda Madeira ter "chegado à Culturamais tarde do que outras terras".Castro Almeida quer pôr o município"nos roteiros culturais do nosso país".O autarca garante que a cidade con-tinuará a ser "de trabalho, de pros-peridade, de bem-estar", mas acres-centa que "não há desenvolvimentosem esta vivência estética que é aCultura".

Ensaísta, tradutor, poetaAntónio Ramos Rosa nasceu na cidade de Faro em 1924. Ensaísta e tradutor, dirigiu as revistas"Árvore", "Cassiopeia" e "Cadernos do Meio Dia", tendo colaborado ainda com inúmeras outraspublicações.Poeta com uma vasta obra, fundamental na história da literatura portuguesa, Ramos Rosa rece-beu o Prémio Pessoa, em 1988, e o Prémio Europeu de Poesia, em 1991. O Grande Prémio Sophiade Mello Breyner Andresen da Câmara Municipal de S. João da Madeira/APE é a mais recente dis-tinção conquistada pelo autor.

Levar a poesia ao encontro das pessoas. Osrostos e as palavras dos poetas, impressosnos suportes mais inesperados, invadem asruas, os restaurantes, os bares, as escolas...Actores e declamadores - profissionais eamadores - emprestam a sua voz aos versosde autores de língua portuguesa. Seisnomes em cima da mesa a cada ano. EmMarço. Num toalhete ou base de copo. Apropósito do Dia Mundial da Poesia.

Há aventais e lápis para distribuir, mas estacampanha não quer ganhar votos. Querconquistar pessoas para a poesia. Com esseobjectivo, vai ao encontro dos sanjoanen-ses, em locais como escolas, bairros, bares,restaurantes. De há quatro anos a estaparte, Março é sempre assim em S. João daMadeira. Em 2006, foram estes os nomesque apareceram nas "listas": AlbanoMartins, Eduardo Pitta, Francisco JoséViegas, José Jorge Letria, Manoel Barros eTeresa Horta. Os desenhos dos seus rostos eas palavras dos seus poemas deram o tomaos materiais de promoção. Como noutras campanhas, muita genteconhecida deu a cara pela quarta edição da"Poesia à Mesa". Actores e declamadores

como Rosa Lobato Faria, Esmeralda Veloso,Elsa Noronha, José Fanha, Carlos Paulo eJorge Lino associaram-se à iniciativa. E nãofaltou um jornalista: Nicolau Santos, direc-tor do semanário Expresso, deixou por umavez a natural objectividade profissionalpara se render às emoções de uma escritadiferente daquela que relata a actualidade.

"Artífices das Palavras"A campanha não passa sem os autores daterra, como Laura Kingwell, Magalhães dosSantos e Ataúlfo Simão, que assim dão aconhecer textos seus ou de poetas de quesão admiradores. O seu exemplo é seguidopor idosos, crianças e jovens que não per-dem a oportunidade de participar nosdiversos workshops do programa, este anoenriquecido com as exposições "O Pão", dePedro Inácio, e "Retratos de Poesia", deFrancisco Simões, assim como com o lança-

Poesiaservida à mesaPela voz de Rosa Lobato Faria, José Fanha, Nicolau Santos e tantos outros

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mento do livro "Artífices das Palavras", compoemas que saltaram da Internet para arealidade palpável do papel impresso.Inaugurados em 2005, os Paços da Culturatransformaram-se num dos espaços deeleição. Aí se revelou a paixão pela poesiado jornalista Nicolau Santos, numa noiteinesquecível em que subiram também aopalco Rosa Lobato Faria, Esmeralda Veloso e

poesia à mesa 21

Os rostos e as palavras dos poetas, impressos nos suportesmais inesperados, invadem as ruas, os restaurantes, os bares,as escolas...

Manoel de Barros

Maria Teresa Horta

Francisco José Viegas

José Fanha, enquanto ao piano se sentou omaestro João Balula Cid, para acrescentarmúsica aos textos declamados. Na bemcomposta plateia, um convidado especialda organização: o poeta Albano Martins -um dos rostos da edição deste ano da cam-panha.

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O pai foi um dos primeiros presidentes daCâmara de S. João da Madeira e um indus-trial de sucesso, cujo nome de família fazparte da história do município: VieiraAraújo. No entanto, o pequeno Ângelo nãobebeu do progenitor a dedicação à vidaautárquica ou o jeito para o negócio. Antesapurou o ouvido, deixando-sse conquistarpelos acordes que o empresário dedilhavanum bandolim nos seus tempos livres.

"Tinha cinco anos, quando aprendi a tocar.Via o meu pai e aprendia", recorda ÂngeloVieira Araújo, hoje com 86. A música nuncadeixaria de o acompanhar. Bastava-lheguiar-se pelo ouvido. Essa capacidade e otalento que cedo começou a revelar, valer-lhe-iam um lugar incontornável na históriada canção de Coimbra, como poeta e com-positor. Tudo quase sem querer: "Faziamúsica quando se proporcionava. Nuncame impus a ninguém".A forma desassombrada como olha para oseu percurso artístico, leva-o até a afirmarque, pela música, "não sentia paixão ne-nhuma, sentia era vontade de tocar". Masadmite que essa impressão lhe deve terficado simplesmente porque "não analisavaos sentimentos de que estaria, ou não, pos-suído". Afinal, grandes nomes da canção deCoimbra - Luiz Goes, José Afonso, FernandoRolim, Alexandre Herculano, AntónioBernardino e José Mesquita, entre outrosantigos estudantes - renderam-se à natu-ralidade com que soube conjugar palavras esons em melodias inesquecíveis. Todas de-dicadas a Maria Antonieta, sua "compa-nheira de todos os instantes".

ÂÂnnggeelloo VViieeiirraa AArraaúújjooÂÂnnggeelloo VViieeiirraa AArraaúújjooUUmm ssaannjjooaanneennssee nnaa hhiissttóórriiaa ddaa CCaannççããoo ddee CCooiimmbbrraa

à conversa 23

Médico e poeta

Ângelo Vieira Araújo nasce, em 1920, em S.João da Madeira. Em 1936, termina o liceu noPorto, onde ingressa na Universidade. Em 1937,transfere-se para Coimbra. Aqui passa peloTeatro dos Estudantes e Tuna Académica.Destaca-se na música e na poesia, potenciandoum talento de muito jovem, que nunca deixaráde desenvolver. Conclui, em 1947, a licenciatura em Medicina eCirurgia pela Universidade de Coimbra, mudan-do-se para Lisboa. Especializa-se em MedicinaFísica e de Reabilitação, estagiando depois emimportantes instituições de saúde noestrangeiro, designadamente em Inglaterra.Regressa a este país em 1957, para acompa-nhar a primeira equipa portuguesa aos JogosInternacionais de Paraplégicos. Várias unidades hospitalares nacionais contam,durante anos, com os seus serviços, a que juntaa assistência aos detidos da prisão de Caxias.Actualmente, colabora como médico especia-lista no Hospital Militar Principal, do qual foidirector da Fisiatria, entre 1984 e 1990.

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Destino criativo

Nascido em S. João da Madeira, em 1920,Ângelo Vieira Araújo fez o colégio e um anode universidade no Porto. Foi aqui que jun-tou mais um instrumento ao seu domínio:"Um sujeito pediu-me para lhe guardar aviola e eu disse-lhe que sim, desde que elea deixasse afinada..." A condição foi

respeitada e lá se "amarraram" mais umascordas que puxariam este sanjoanense nadirecção de um destino criativo pelo qualverdadeiramente nunca se bateu. Desde o bandolim do pai à viola empresta-da, e por aí fora, tudo parecia suceder na-turalmente. Até na sua actividade profis-sional, os passos foram sendo dados semdirecções muito definidas à partida. O cursode medicina levou-o a Coimbra, onde, para-lelamente às canções e à diversão na"República do Califado", foi vencendo eta-pas nos estudos, mas sem ideias pré-deter-minadas sobre a especialidade a seguir.Depois de uns dias em casa da família, emS. João da Madeira - "para me aconselharcom a terra", explica - acabou por decidir-se por fisioterapia. Ou melhor, deixou-seguiar por bons conselhos. "Está a ver! Nãofaço nada por mim. Os outros é que fazem",exclama Ângelo Vieira Araújo, especialistaem medicina física e de reabilitação, serviçoao qual está ligado no Hospital Militar, emLisboa, desde 1962.

Rir é o melhor remédio

Apesar do apelo da música e da boémiaprópria da vida académica coimbrã, o entãoaluno de medicina e cirurgia nunca pre-cisou de recorrer a expedientes para fazer ocurso, ainda que as solicitações artísticastivessem adiado a conclusão dos estudos.Auxiliares de memória só teve mesmo na

música. Foi o que aconteceu com a com-posição da "Carta", um dos seus temas maisconhecidos. Como era muito longo e a suamemória demasiado curta para quem tra-balha de ouvido, Ângelo Vieira Araújo tevede recorrer a um amigo a quem pediu:"Toma nota disto que estás a ouvir e nãome deixes tocar de outra maneira".A "febre" criativa só baixou quando,durante cerca de um ano, esteve na tropa,em Bragança. Daí só se lembra de ter feitouma marcha dos mosqueteiros em honrado grupo que formava com três compa-nheiros inseparáveis, uma "quadrilha" debem-feitores que todos associavam aosheróis da famosa obra de Alexandre Dumas."Mal rompe o sol pela manhã/ Athos,

Porthos, Aramis e D'Artagnan/ lá vãoseguindo pelos montes fora...", assimcomeçava esse hino brincalhão à Amizade.Como sempre, Ângelo Vieira Araújo nãoperdia nenhuma oportunidade de se diver-tir, característica que mantém intacta,como se constata pelas inúmeras vezes emque a conversa se detém numa ironia,numa piada, soltando o riso. Numa épocade "stand-up comedy" lusitana, não se teriasaído nada mal a sua versão do famoso"Bésame Mucho", que transformou em"Coça-me, coça-me muito".

"Uma terra acolhedora para quem trabalha". É assim que, empoucas palavras, Ângelo Vieira Araújo descreve a cidade quecontinua a dizer sua...

A casa da irmã Elsa é o “hotel” de Ângelo Vieira Arújosempre que regressa a S. João da Madeira. è aí quetem as suas raízes, fixadas em fotografias amareleci-das pelo tempo. Algumas delas vão integrar a suafotobiografia a editar em breve.

A magia da Feiticeira na República do Califado

É certo que o fado de Coimbra é a grandereferência da sua vida, mas este homemque tocou e cantou sambas e música havai-ana também teria que ter sido protagonistanum "palco" como a "República doCalifado", onde residiu durante a frutuosa

Terra natal, terra de progresso

Em casa da irmã Elsa, que continua a ser o"último refúgio" de todos os Vieira Araújo,Ângelo olha fotografias antigas, na espe-rança de encontrar as que possam ser úteisà fotobiografia que o seu amigo ManuelMarques Inácio está a compilar. É nessavivenda da Rua António Henriques que a

Homenagem e fotobiografia

O programa das comemorações da elevaçãode S. João da Madeira a cidade inclui, esteano, um espectáculo em torno da obra deÂngelo Vieira Araújo, organizado pelo seuamigo de longos anos Gustavo Cerdeira. Vai ser no dia 19 de Maio, nos Paços daCultura, e reunirá muitos nomes da cançãode Coimbra, alguns dos quais subirão aopalco para dar voz a poemas do home-nageado, muitos dos quais reunidos, desdehá alguns anos, no livro "Amor... Amor... EMais Nada". Entretanto outro livro está para sair. Trata-se de uma fotobiografia preparada porManuel Marques Inácio, contendo imagensde diferentes momentos da vida de ÂngeloVieira Araújo, com destaque para a infânciaem S. João da Madeira e a passagem porCoimbra.

à conversa ângelo vieira araújo 25

passagem por Coimbra. Aí moravam 13estudantes "vítimas" das maiores tentações,com a "governanta" a zelar para que nãocaíssem em pecado. "Quando a D. Adelaidevia algum de nós passar na rua com amesma colega duas vezes, começava aresmungar. E à terceira, não se continha edizia: Suas desavergonhadas, a dar cabo domeu menino”.Foi aí, na "República do Califado", de gui-tarra na mão, que criou "Feiticeira", aprimeira canção de Coimbra a sério queÂngelo Vieira Araújo assinou e que a voz deManuel Julião ajudaria a popularizar, aoponto de chegar ao filme português "CapasNegras", de Armando Miranda, sendo aíinterpretada por Alberto Ribeiro. Acaboupor se tornar num enorme sucesso dosanos 40: "Ó meu amor / Minha linda feiti-ceira / Eu daria a vida inteira / Por um sóbeijo dos teus! / Por teu amor / A minhavida era pouca / P´ra beberes da minha boca/ Num beijo de eterno adeus!

família se reúne a cada Natal. E é esse "ohotel" do médico e poeta sempre que vem aS. João da Madeira."Uma terra acolhedora para quem traba-lha". É assim que, em poucas palavras,Ângelo Vieira Araújo descreve a cidade quecontinua a dizer sua, embora seja hoje bemdiferente da freguesia dos seus tempos decriança. Na dedicatória inscrita no seu livro"Amor... Amor... E Mais Nada", fica bemclaro que S. João da Madeira lhe está nocoração. Aí, sublinha que na sua Terra Natal"existe o culto do amor ao trabalho cominteligência". Nessa dedicação encontra-se a razão para"o progresso" sanjoanense, que tem nafamília Vieira Araújo uma grande referên-cia, fruto de um dinamismo industrial assi-nalável, ao qual o próprio Ângelo ficou li-gado, pelo facto de o pai, Manuel VieiraAraújo, o ter feito sócio das suas empresas,à semelhança do que aconteceu com osirmãos. Ainda hoje, a cidade preserva mar-cas dessa realidade. Uma das mais conheci-

das é a Viarco, a única fábrica de lápis doPaís. Um motivo de orgulho para quem,apesar de ter seguido outros caminhos, temdedicado muito da sua vida à escrita.

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Discreto mas incontornável. Firme nas marcas mas suave na dúvida. Fosse tudo tão equi-librado como um lápis! Fossem todas as fábricas como a Viarco, única em Portugal.

Um lápis é discreto. Mal se dá por ele. Mas assume uma outra dimensão quando sepensa que é esse o objecto que primeiro materializa a aquisição de uma competênciatão imprescindível quanto a escrita. Embora discreto, o lápis reveste-se, portanto, deum simbolismo próprio que resulta da proximidade entre a sua condição de ferramen-ta de aprendizagem e a carga emocional associada a essa experiência iniciática, marca-da pelo tacto, pelo som do risco no papel, pela cinza quese soltou da afia…Em Portugal, só a Viarco produzlápis. Esses lápis que andam aí, de mão em mão, per-sistindo de tal forma em exibir o nome da marcaque ela é já um dado adquirido, tão discreta quenão causa estranheza. Mal se dá por ela. Essafamiliaridade foi construída ao longo de 70anos, pelo que agora, do alto da suasabedoria, a Viarco encarna o papel que jáhá muito lhe compete enquantopatrimónio de gerações: no sentidoliteral e figurado do termo, abreas portas ao público parapartilhar conhecimen-tos. Na perspectivaliteral, a empresaacolhe visitas deestudo em que adiscrição do lápisse desvenda naobjectividade doseu processo defabrico; na pers-pectiva figura-da, a Viarcomostra-se nainternet, viaja atélocais da cenaboémia onde seexibe nos seus maisvaliosos exemplares,aplica-se em obras dearte em que o lápis nãoé utensílio para a cria-ção, mas sim matéria-prima por si mesma.

VViiaarrccoo,, nnããoo hháá oouuttrraa ffáábbrriiccaa aassssiimm

História dos lápis portugueses“escreve-sse” emS. João da Madeira

E porque um pouco de verniz cai bem em qualquer altura, éele o primeiro dos acabamentos que, a par das borrachas oudas pontas pintadas, confere a cada linha de lápis a sua per-sonalidade distinta

Viarco 27

Corpo de madeira,alma de grafiteMudem-se os tempos e as vontades, aessência desse protagonismo mantém-se inalterável: um corpo de madeira euma alma que é uma mina. Grafite,argila e água misturam-se, tornam-seuma só massa, repousam até secar. Apedra que daí resulta tritura-se, reduz-se a grãos, comprime-se até purificar.Compactada num cartucho maciço degraduação regulada a gosto, a grafite édepois prensada até que se comecem adesenhar os fios de mina, que então secortam à medida do lápis. Uma tempe-ratura superior a 1000º garante-lhesdepois uma solidez que se atenua comum engorduramento capaz de provocarna grafite o equilíbrio entre a resistên-cia para a escrita e a maciez que permi-ta apagá-la.Mas como a vida não é a preto e bran-co, outras atenções se exigem para asminas de cor. Tendo por base da suaconcepção caulino, tylose, água e pig-mentos, o seu fabrico também começana amálgama desse ingredientes paradepois se prolongar por um processoque é idêntico ao das minas de grafitemas que substitui a cozedura no fornopela impregnação de estearina e outrasceras. Cumpridos estes trâmites,vestem-se umas e outras. Em tábuas decedro americano abrem-se a todo ocomprimento ranhuras que depoisacolhem as minas e sobre as quais sesobrepõe outra porção de madeiraidenticamente escavada. A chamadasandwich é então posta a secar numaprensa durante 24 horas e originadepois os diferentes formatos de lápisatravés do processo de separação da"arredondagem" . E porque um poucode verniz cai bem em qualquer altura, éele o primeiro dos acabamentos que, apar das borrachas ou das pontas pin-tadas, confere a cada linha de lápis asua personalidade distinta.E pensar que um lápis é discreto, quemal se dá por ele, quando a história deapenas um seria o bastante para gastarrios de tinta.

O Rasgo de Vieira AraújoEm 1936, o industrial Manuel Vieira Araújoadquire a Fábrica Portuguesa de Lápis,então em funcionamento em Vila do Conde,e em 1941 transfere a empresa para S. Joãoda Madeira. Nos anos 70, a fábrica começaa produzir lápis de cera e torna-se autóno-ma do Grupo Vieira Araújo, assumindo adesignação "Viarco - Indústria de Lápis,Lda.". Hoje, a empresa reparte a sua pro-dução por lápis de grafite profissionais,lápis de cor, de cera e aquareláveis, e lápispróprios para pinturas faciais, disponibiliz-nado esses produtos em gamas de comer-cialização própria ou personalizando-ospara satisfazer encomendas particulares. Ofuturo passa pela criação de um Museu doLápis a funcionar nas instalações da fábrica.

Produto acabado ou objecto artístico?A exposição com que o espaço MausHábitos assinalou os 70 anos da Viarco jus-tifica a pertinência da questão, consideran-do que o cenário onde se puderam apreciaralguns dos lápis mais usados pelos por-tugueses ao longo de gerações funcionahabitualmente como galeria de comple-mento a um bar e a uma sala de concertos. Considerada uma das casas mais presti-giadas do Porto, a Papelaria Papélia tam-bém assinalou o aniversário da Viarco,expondo numa das suas montras da Rua deSanta Catarina embalagens, estudos origi-nais, expositores, equipamentos de pro-dução e outras peças representativas dahistória da marca.

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O novo Centro de Saúde de S. João daMadeira entrou em funcionamento no iní-cio deste mês de Maio, pondo fim a umprocesso de mudança de instalações que searrastava há cerca de dois anos. Desde2003 que o edifício estava praticamenteconcluído, sem que, no entanto, aAdministração Central - responsável pelaobra - tenha aberto as portas do equipa-mento.

Congratulando-se com a abertura do novoCentro de Saúde, o presidente da Câmarade S. João da Madeira lamenta, porém, queo Ministério tenha mantido o edifício tantotempo fechado, apesar de quase pronto.Castro Almeida afirma que este atrasoexigiu "grandes sacrifícios" a utentes e apessoal médico e auxiliar. Obrigados a permanecer nas antigas e defi-cientes instalações mais tempo do que oesperado, "os doentes e os profissionais desaúde revelaram uma grande paciência",assinala o autarca. "O trabalho dos últimosdois anos no novo Centro de Saúde de S.João da Madeira podia ter sido feito nummês", sublinha, criticando o "tempo perdi-do" em todo este processo desde 2003.

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Novo Centro de Saúde abriu as portas ao fim de dois anos

centro de saúde 29

Obrigados a permanecer nas antigas e deficientesinstalações mais tempo do que o esperado, "os doentes eos profissionais de saúde revelaram uma grande paciência"

Arquitectura invulgarO novo Centro de Saúde de S. João daMadeira, situado entre as ruas de Valedo Vouga e de Fundo de Vila, apresentauma arquitectura invulgar: trata-se deum edifício com uma frente de cerca de100 metros, mas bastante estreito(menos de dez metros) e alto (quatropisos). Um "desenho" que permiteaproveitar da melhor forma o terreno -cedido pela autarquia - em que seencontra implantado.Inserido numa zona urbana, o Centro deSaúde fica, no entanto, rodeado porespaços exteriores relvados e arboriza-dos. Quanto ao edifício em si, as áreas deapoio ficam no rés-do-chão, assim comouma pequena praça coberta. Pelosrestantes pisos, distribuem-se o secre-tariado, as zonas de espera, vários gabi-netes médicos, salas de enfermagem,além da área de trabalho da delegada deSaúde, entre outros espaços.

Críticas ao centralismoda administração públicaPara procurar evitar mais atrasos na aber-tura do Centro de Saúde, a Câmara esta-beleceu até um protocolo com o Ministérioda Saúde para assumir a execução dosarranjos do espaço envolvente. Um traba-lho que a autarquia concluiu em poucotempo. Mesmo assim, a abertura do edifício foisendo adiada devido a pequenos proble-mas, cuja resolução foi prejudicada por

questões de ordem burocrática, que o pre-sidente da Câmara de S. João da Madeiranão hesita em considerar como consequên-cias do "centralismo da administraçãopública".Defendendo que não deveria ser aAdministração Regional de Saúde ou oMinistério da Saúde a executar as obras doscentros de saúde, Castro Almeida preconizaque essa responsabilidade deveria caber àsautarquias: "Quem manda na obra está emCoimbra. Quem tem capacidade de decisão

está em Lisboa. Quem podia ter resolvidorapidamente o atraso na abertura do edifí-cio está em S. João da Madeira, mas nãotem competências nesta matéria".

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Entre a Avenida Arantes e Oliveira e aempresa Oliva vai nascer um complexohabitacional para 500 famílias, inseridonum vasto espaço verde equivalente a setecampos de futebol. Essa é a proposta verti-da no estudo prévio do Plano de Pormenordas Corgas, elaborado pelo arquitectoEduardo Souto Moura.

O arquitecto que projectou o muito elogia-do Estádio Municipal de Braga propõe a cri-ação de uma nova área verde em S. João daMadeira, com uma dimensão equivalente asete campos de futebol. Será esse oenquadramento de uma zona habitacionalde qualidade que Eduardo Souto Mouratraça no estudo prévio do Plano dePormenor das Corgas, que abrange terrenossituados entre a Avenida Arantes e Oliveira(a sul) e o edifício da metalúrgica Oliva (anorte).O documento foi aprovado por unanimi-dade na Câmara Municipal e nele estão

contidas as linhas gerais por que vão terque se reger os investimentos imobiliários adesenvolver nessa zona de S. João daMadeira.

Escola, parque infantile caminho de ferroDesde já se fica a saber que, somando aárea verde e os espaços destinados a edifí-cios, estão em causa mais de 100 mil me-tros quadrados de terrenos, para os quais sedefine um índice de construção 50 porcento abaixo do limite estabelecido noPlano Director Municipal para esta zona. Ashabitações previstas neste estudo prévioterão capacidade para albergar cerca de500 famílias. Em função desta estimativaquanto à população que aí se poderá fixar,terá de ser construída também uma escolado primeiro ciclo do ensino básico, bemcomo um parque infantil.O estudo prévio do Plano de Pormenor dasCorgas apresenta ainda uma proposta dealteração do traçado da linha de caminhode ferro do Vale do Vouga. Esta intervençãovisa contribuir para um maior desafogo do

EEssttuuddoo pprréévviioo ddoo PPllaannoo ddee PPoorrmmeennoorr ddaass CCoorrggaass

Souto Moura propõe nova zona verde para a cidade

espaço central da área em causa, valorizan-do a extensa mancha verde que aí será cri-ada. Esta mudança na ferrovia será comple-mentada com a localização de um apead-eiro a norte da zona de intervenção, comofactor de dinamização deste modo detransporte.

O arquitecto Com uma carreira de cercade 25 anos e uma vasta obra, EduardoSouto Moura assinou projectos para oMetro do Porto, o Estádio Municipal deBraga, a reconversão da Alfândega doPorto no Museu dos Transportes e dasComunicações, a Casa do Cinema deManoel de Oliveira, a reconversão da ex-Cadeia da Relação do Porto no CentroPortuguês de Fotografia e a Pousada deSanta Maria do Bouro, entre vários out-ros. Em S. João da Madeira, são da suaautoria os arranjos exteriores do Parquede Estacionamento Subterrâneo doMercado.

escola nacional de bombeiros 31

Completa um ano a 15 de Maio o primeirocentro de formação da Escola Nacional deBombeiros construído de raiz. Localizado nazona industrial das Travessas, em S. João daMadeira, este moderno equipamentoprepara "soldados da paz" de vários pontosdo país, de forma a que possam actuar commaior eficiência e rapidez nas situações deauxílio e apoio aos cidadãos.Ocupando uma área de cerca de 7.000 me-tros quadrados, o Centro de Formação daEscola Nacional de Bombeiros contém umavia central de acesso, distribuição e organi-zação das redes de abastecimento e escoa-mento, que funciona também como campode treino.O espaço disponível organiza-se em cincopartes distintas: dois campos de instrução,um sector de treino específico, corpo deaulas teóricas e alojamento dos formandos.Precisamente sob a área destinada à aco-modação dos alunos, foi criada uma paradacoberta para palestras preparatórias dainstrução.

Sonho antigo

Para a concretização deste sonho antigo, osBombeiros de S. João da Madeira contaramcom os apoios institucionais do Ministérioda Administração Interna e da CâmaraMunicipal, a que se somam ajudas locais,resultantes da generosidade do comércio,da indústria e da população em geral.A qualidade das instalações deste centro deformação foi testemunhada recentementepelo comandante de operações no combateao incêndio no depósito de combustível deBuncefield, em Inglaterra, ocorrido emDezembro do ano passado. Mark Yates foium dos oradores num "workshop" sobreriscos tecnológicos promovido em S. Joãoda Madeira pela Escola Nacional deBombeiros, que contou com centenas departicipantes de todo o país.

Centro de Formação da Escola Nacional de Bombeiros abriu há um ano

S. João da Madeira forma bombeiros de todo o país

boletim municipal S. João da Madeira

22º aniversário da Cidade

Debate com Valente de Oliveirae homenagem a Benjamim Valente

No dia 18 de Maio, é apresentado o docu-mento "S. João da Madeira 2015", numasessão que contará com a participação doex-ministro Valente de Oliveira. Os sanjoa-nenses vão ter, então, a oportunidade departicipar num debate sobre as prioridadesestratégicas para o período de 2007 a 2013,correspondente ao novo ciclo de progra-mação dos Fundos Estruturais e do Fundode Coesão.Esta sessão está marcada para as 21h15 edecorrerá no Salão Nobre da CâmaraMunicipal, integrando-se no programa dascomemorações do 22º aniversário da ele-vação de S. João da Madeira a cidade.Outro momento alto das celebrações será ahomenagem - dia 21 de Maio às 11 horas -a Benjamim Valente, o primeiro presidenteeleito do município de S. João da Madeira.Em memória do antigo autarca, falecido em2005, será descerrado, junto aos Paços daCultura, um busto da autoria do escultor GilTeixeira Lopes.A elevação de S. João da Madeira a cidadeaconteceu a 16 de Maio de 1984.

Idosos carenciados têm apoio para medicamentos

Os possuidores do Cartão Sénior Municipal- Classe B de S. João da Madeira beneficiamde uma comparticipação de 25 por centona parte que cabe ao utente na aquisição,mediante receita médica, de medicamentoscomparticipados pelo Serviço Nacional deSaúde.Esse apoio pode atingir anualmente o mon-tante máximo de 150 euros por benefi-ciário, e é pago mediante a entrega, naDivisão de Acção Social da CâmaraMunicipal de S. João da Madeira, defotocópia da receita médica e respectivorecibo original emitido pela farmácia emnome do próprio."É uma ajuda que nunca tive antes", refereOrlando Silva, um dos beneficiários desteapoio, que invariavelmente gastava cercade 75 euros em medicamentos por mês."Deve ser a primeira Câmara a ajudar osreformados desta forma", remata, por seulado, Francisco Pinheiro, agradecido peloapoio.Ao todo, actualmente, perto de 200munícipes podem beneficiar desta medidaem S. João da Madeira, correspondendo aonúmero de beneficiários do Cartão SéniorMunicipal - Classe B, atribuído a cidadãossanjoanenses carenciados com 65 ou maisanos. O primeiro objectivo que está na base daimplementação deste cartão é estimular aparticipação dos idosos em actividades cul-turais, desportivas e recreativas do conce-lho, promover vantagens financeiras emencargos mensais e ao nível do comércio eserviços.

Escola Nacional da IGT

Cidade do trabalho acolhe inspectores

É fundamental promover o "trabalhodigno". A mensagem foi deixada peloMinistro do Trabalho e Solidariedade Socialnuma recente deslocação à Escola Nacionalde Estudos e Formação da Inspecção doTrabalho (ENEFIT), localizada em S. João daMadeira. Vieira da Silva falava num encon-tro de dezenas de responsáveis pelasinspecções do trabalho dos estados mem-bros da Comunidade de Países de LínguaPortuguesa(CPLP).Aí se debateram perspectivas de cooper-ação, designadamente ao nível do esta-belecimento de canais de informação, con-cretização de projectos de formação e par-tilha de experiências, tendo em vista oaperfeiçoamento dos sistemas de cada umdos países representados: Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor Leste.Na generalização de condições de trabalhodignas, com respeito pelos direitos de cadaum, assim como no reforço dos laços decooperação como os estados da CPLP, aENEFIT tem um papel importante a desem-penhar, já que é aqui que os inspectores detrabalho portugueses são formados. Criada em 2004 em S. João da Madeira, estaestrutura resulta de um protocolo assinadoentre a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) ea Câmara Municipal, tendo a autarquiaefectuado as necessárias obras de benefici-ação e adaptação do edifício, com o apoiofinanceiro da IGT. Esta entidade responsabi-lizou-se ainda pela aquisição e instalaçãodo equipamento técnico e do mobiliário.

breves 33

Internet

Página do município renovada

A Câmara de S. João da Madeira relançou apágina oficial do município na Internet(www.cm-sjm.pt) com um novo formato. Aideia surgiu no sentido de criar um autênti-co portal de informação moderno, com ummotor de busca interno, permitindo a loca-lização mais cómoda dos conteúdos. O"site" foi trabalhado para facilitar o acessoa todos os seus utilizadores, tornando-se,ao mesmo tempo, visualmente mais atrac-tivo.Criado sob um sistema de gestão de con-teúdos que possibilita à Câmara Municipala divulgação de informação com mais faci-lidade e rapidez, este "site" comportainúmeras novas valências. Além das habitu-ais informações sobre a autarquia e acidade, estão também contemplados osprojectos e iniciativas em curso no municí-pio, assim como a possibilidade de fornecera leitura de água através do preenchimentode um formulário on-line e até descarregardocumentos como regulamentos, decretos-lei e formulários, etc.Um sistema de análise estatística para me-lhor dar resposta às necessidades de infor-mação dos munícipes é outra vertente quemereceu desenvolvimento, num processode melhoramento constante que conduziráà disponibilização de novas funcionalidadesno futuro. Só em 2006 a nova página conta com cercade 23 000 visitas, sendo que esse número ésuperior a 130 mil desde o lançamento dapágina, em meados de 2005.

Espaço Internet

Mais computadores emhorário alargado

Os recursos disponibilizados pela Câmarade S. João da Madeira à população em geralpara acesso gratuito à Internet estão cen-tralizados nos Paços da Cultura. No total,são 20 postos individuais para navegar na“net”, distribuídos por duas divisões. Háainda um gabinete técnico e uma sala deformação, devidamente equipados para asfunções a que se destinam. Daqui resultamvantagens a vários níveis, em particular noque diz respeito à gestão dos recursosdisponíveis. O Espaço Internet dos Paços da Culturafunciona das 10 às 24 horas, todos os dias(incluindo sábados e domingos). Um factoque possibilita uma grande flexibilidade nacalendarização das acções de formação,tornando mais fácil ir ao encontro dasexpectativas dos utentes.O Espaço Internet de S. João da Madeira éum caso de sucesso, com mais de 6000utentes registados e uma média superior às130 utilizações diárias. Outra vertente daactividade desenvolvida por este serviço doMunicípio é a formação, com a calendariza-ção de dezenas de acções, tendo-se inscritopara a sua frequência cerca de 1000 pes-soas.

Hotspots

Internet sem fios expande-sse

É possível navegar na Internet em plenocentro de S. João da Madeira, gratuita-mente e sem recurso a ligação por fios.Quem se sentar numa das esplanadas daPraça Luís Ribeiro, na zona pedonal dacidade, levando consigo um computadorportátil com equipamento "wi-fi" adequadopode facilmente aceder à "net". Trata-se deum dos "hotspots" criados no âmbito doprojecto "Entre Douro e Vouga Digital", noqual participam também os restantesmunicípios da região.Mais quatro serviços do género funcionamnoutros pontos da cidade, com especialincidência nas áreas onde existem estabe-lecimentos de ensino e em espaços públicosmuito frequentados. Assim, é possível ace-der à Internet sem fios junto às escolassecundárias Dr. Serafim Leite e João daSilva Correia, bem como na zona da EscolaSecundária Oliveira Júnior, no ParqueFerreira de Castro e no Jardim Municipal deS. João da Madeira.Estas novas zonas de acesso "wireless" àrede mundial de computadores somam-seà que está centralizada no Espaço Internet,nos Paços da Cultura, onde aflui diaria-mente uma média superior a uma centenade utilizadores, de todas as idades.Massificar o acesso às tecnologias de infor-mação é a grande aposta do "Entre Douro eVouga Digital", que envolve os municípiosdesta região, entre os quais S. João daMadeira, que assume este projecto como deimportância estratégica para o seu desen-volvimento.

boletim municipal S. João da Madeira

A 21 de Maio completa-sse o primeiro anode funcionamento dos Paços da Cultura deS. João da Madeira. Edifício histórico - aífuncionou ao longo de décadas a Câmara -voltou a ocupar um lugar central na vida dacidade, transformando o panorama daactividade cultural sanjoanense.

As obras de requalificação e adaptação deque foram alvo os antigos Paços doConcelho de S. João da Madeira, agora de-signados Paços da cultura, permitiramdotar o edifício de excelentes condiçõespara a sua nova função, colmatando umacarência antiga. Além do auditório, o novoequipamento é composto por café-concer-to, espaço Internet e galeria de exposições,nele estando instalado ainda o Arquivo

Paços da Culturaprimeiro aniversário

José Pedro Gomes - Coçar onde é preciso Raúl Solnado - Conversas à Solta Maria João e Mário Laginha

Histórico e a Sala da Memória, onde seencontram os documentos com maiorrelevância para o município. Para assinalar o primeiro ano de funciona-mento, estão programadas várias iniciati-vas, desde espectáculos a exposições, pas-sando pela inauguração, na envolvente aoedifício, de um elemento escultórico emhomenagem a Benjamim Valente, antigopresidente da Câmara de S. João daMadeira, falecido poucos dias antes daabertura deste novo espaço cultural, criadonum imóvel onde trabalhou pelo concelhoenquanto eleito local. O Mestre Gil TeixeiraLopes, conceituada figura das artes plásti-cas portuguesas, é o autor da obra.

Qualidade e diversidadeA abertura ao público dos Paços da Culturafoi um dos eventos marcantes do ano de2005 em S. João da Madeira, tendo comoprotagonista do espectáculo inaugural umdos maiores grupos vocais europeus: osbritânicos "Cantabile". Daí para a frente,sucederam-se sessões musicais, peças de

teatro e mostras de artes plásticas. A programação tem sido de qualidade ediversificada, abrangendo diferentes públi-cos, atraídos por artistas locais, nacionais eestrangeiros. Além das performances dascolectividades do concelho inseridas nociclo "Brilhem", os sanjoanenses tiveram, aolongo de um ano, a oportunidade de ver asfotografias de Carlos Costa e de DuarteBelo, de apreciar a pintura de António Sena,António Olaio e Pedro Quintas, de ouvir assonoridades de António Chaínho/MartaReis, Maria João & Mário Laginha, BernardoSassetti e Domingos António, de observar acapacidade de representação de NicolauBreyner, Raúl Solnado, Pedro Tochas, AnaBrito e Cunha e Fernanda Serrano, entremuitos outros nomes de referência dopanorama cultural português.

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Concerto dos Pluto marcoua Semana da Juventude

As bandas Pluto e Stewart, assim como osDJs Fernando Alvim, Nuno Clam e SérgioOliveira, foram as grandes atracções doconcerto principal da Semana da Juventudede S. João da Madeira, em Abril passado.Cerca de um milhar de jovens acorreu aoPavilhão das Travessas, para uma noite demúsica que contou ainda com a partici-pação de DJs locais.A organização da Semana da Juventudeenvolveu as associações "Ecos Urbanos" e"Estamos Juntos", além da CâmaraMunicipal, que asseguraram seis dias re-cheados de actividades: arte de rua, "work-shops", desporto, concertos, debates,teatro, fotografia, jogos tradicionais... O diversificado programa culminou comuma irónica peça de teatro no auditório dosPaços da Cultura. Aí, o grupo Peripécialevou à cena "Ibéria - A Louca História deum Península. Uma forma divertida deolhar para a história de dois países vizinhos- Portugal e Espanha -, fazendo actualidadecom a caricatura do que se aprende noslivros.

paços da culturaAna Brito e Cunha - Supermulher Pluto

Paulo Matos - Trifásico Clean Clown

Associação Desportiva Sanjoanense

Novo rumo para um clubecom história

boletim municipal S. João da Madeira

A Associação Desportiva Sanjoanense temum novo rumo, alicerçado na sua novaimagem. Simultaneamente moderna eevocativa da tradição alvinegra.

A nova imagem traz um novo fôlego àAssociação Desportiva Sanjoanense (ADS),junto dos sócios, mas também do tecidoempresarial e dos sanjoanenses anónimos.A nova "cara" traz uma vantagem preciosana representação e divulgação das activi-dades do clube. O emblema é moderno, jovem, imediato efácil de aplicar em diferentes materiais.Projecta o futuro, sem perder de vista oselementos tradicionais associados ao clube.Recupera a estrutura geométrica e a estrelado primeiro emblema do clube (1924), vaibuscar inspiração ao último símbolo (criadoem 1932) para a faixa preta e ao distintivoda cidade para a cor dourada. Em relação à anterior imagem da ADS, umnovo elemento é valorizado: a data de fun-dação do clube, 1924. Como que a lembrarque a génese da ADS precede até a emanci-pação concelhia de S. João da Madeira, em1926. Dos dois emblemas anteriores, oprimeiro é o que mais se assemelha aoactual e o segundo - que vigorou até aosdias de hoje - é o que mais elementos con-juga, como a coroa mural de quatro torresque foi buscar ao brasão do concelho e alegenda "Labor".

Vantagens para os sóciosHoje, o desenvolvimento de produtos liga-dos ao clube é um projecto possível e que adirecção da ADS espera concretizar a médioprazo. A mudança coincide com outraestratégia, a de realizar parcerias comempresas sanjoanenses que tragam benefí-cios para estas e para os sócios. "Queremosenvolver toda a cidade no esforço de cresci-mento a que deitou mãos e queremosaumentar o número de sócios do clube",afirma a direcção do clube, garantindo: "Apartir de hoje é ainda mais vantajoso ser-sesócio porque os parceiros ADS oferecemvários descontos, diferentes conforme oramo em que operam. A direcção daSanjoanense quer estabelecer mais parce-rias. De futuro, as vantagens para os sócios

serão ainda maiores".Esta iniciativa, intitulada "Uma Parceriapela Cidade", também traz vantagens aotecido empresarial, até porque os parceirosnão são entidades que apenas queremassociar a sua imagem à do clube.Envolvem-se, pelo contrário, em acordoscredíveis, sólidos e vantajosos para todas aspartes, como frisam os actuais responsáveisda ADS: "O sentido de responsabilidadesocial também aproxima os parceiros denós. A actual direcção dá especial atenção àacção social que o clube presta, mostrandouma Sanjoanense que, mais do que o localonde os jovens vêm treinar, é escola esegunda casa".

sanjoanense 37

O emblema é moderno, jovem, imediato e fácil de aplicar emdiferentes materiais. Projecta o futuro, sem perder de vistaos elementos tradicionais associados ao clube.

À procura de mais sócios

Seis modalidades, mil atletas

A ADS dá prioridade à criação decondições para a prática do desporto eaposta na formação dos jovens, que sãoo futuro do clube. Entidade de utilidadepública desde 1981 e pilar do desen-volvimento social e desportivo no con-celho, o clube sente o carinho da comu-nidade e quer aumentar o número desócios, tirando partido de uma massaassociativa em potência.Actualmente, cerca de 1050 atletastreinam com as cores da ADS em seismodalidades desportivas: futebol, bas-quetebol, andebol, hóquei em patins,ginástica e atletismo. "Ser sócio da ADS nunca foi tão vanta-joso", lembra a direcção, revelando que,para além do acesso à prática desporti-va, "os sócios beneficiam agora dosacordos que o clube firmou e vai contin-uar a firmar com parceiros no comércioe nos serviços locais". Daqui resultamvários descontos que "ultrapassam, emalguns casos, os encargos com as quotasde sócio". Por isso, o apelo: "Junte-se aesta grande família a saia a ganhar".

1924

1932 2005

Noutro ponto da cidade, junto ao largo daCapela de Santo António, na Praça LuísRibeiro, a emissão em directo pela RTP doprograma "Há Volta!" agregou uma peque-na multidão curiosa e participativa, prove-niente não só de S. João da Madeira comotambém de outras localidades. Foi o caso deVítor Nogueira, de Espinho: "S. João daMadeira, em termos de ciclismo, é quaseum campeonato do mundo. É a cidade quemais pessoas reúne para ver a chegada daVolta".

Emoção a dobrarPela primeira vez, a Volta a Portugal ofere-ceu à cidade a oportunidade de ver passarduas vezes o pelotão, antes de os atletascortarem finalmente a meta. Emoção adobrar. Os ciclistas pedalaram uma primeira

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Ciclismo atrai multidões

VVoollttaa aa PPoorrttuuggaalljjáá nnããoo ddiissppeennssaa mmeettaaeemm SS.. JJooããoo ddaa MMaaddeeiirraaPela quarta vez consecutiva, S. João daMadeira vai estar no mapa da maior com-petição nacional em bicicleta. Prometidaestá mais uma enchente nas ruas da cidade.Para se perceber o entusiasmo que a provagera ao passar no município sanjoanense,recorda-sse aqui o que foi a chegada dosciclistas à cidade, na edição do ano passa-do. No próximo Verão, a emoção estará deregresso.

14 de Agosto de 2005. O sol escaldantedessa tarde de Domingo não impediu ossanjoanenses de saírem à rua para assistir àchegada do pelotão da Volta a Portugal, naAvenida da Liberdade, junto à CâmaraMunicipal. A forte adesão popular já sefazia sentir duas horas antes da chegadados ciclistas.

volta a portugal 39

"S. João da Madeira, em termos de ciclismo, é quase umcampeonato do mundo. É a cidade que mais pessoas reúnepara ver a chegada da Volta"Vitor Nogueira, adepto do ciclismo

vez pelo concelho e pelas freguesiaslimítrofes e só à segunda volta pela cidadeé que a bandeira axadrezada foi mostradaaos corredores, com Bruno Neves, daMadeinox, a "sprintar" para a vitória. Foi um atractivo extra que, no entender deJoaquim Gomes, da organização da Volta,pretendeu garantir "uma maior emoção atodos os espectadores". Foi "uma iniciativaque, surgida este ano como experimental,poderá assumir contornos definitivos nofuturo", rematou. Para o próximo Verão, asexpectativas são novamente elevadas. Tudoestá a ser preparado para que S. João daMadeira continue a deixar a sua marcanaquele que é um dos maiores eventosdesportivos em Portugal.

Escola Superior de Biotecnologia e Município renovam protocolo de colaboração

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boletim municipal S. João da Madeira

Agenda 21 Local. É este o nome de umprocesso lançado a nível internacional quetem por finalidade o desenvolvimento sus-tentável das cidades. Em Portugal, a adesãoé ainda baixa. S. João da Madeira é uma dasexcepções que confirma a regra. A reno-vação do acordo de colaboração com aEscola Superior de Biotecnologia daUniversidade Católica vem garantir a con-tinuidade do trabalho desenvolvido desde2003.

entrega de ecopontos nas escolas doprimeiro ciclo do ensino básico - ao todo,114 baterias formadas por recipientes indi-viduais para vidro, papel e plástico/metal -constituiu uma das primeiras medidas a serpostas prática. A ideia é fazer dos mais pequenos os prin-cipais promotores das vantagens da sepa-ração de resíduos. Como complemento aesse passo, está em construção um ecocen-tro que permitirá aumentar a eficácia daaposta feita na reciclagem.

Um longo caminhoA dotação da cidade com duzentos novoscontentores e a instalação de vários novospontos subterrâneos de recolha de lixo sãotambém aspectos do Plano de Acção daAgenda 21 Local já concretizados. Aspróprias habitações unifamiliarescomeçarem a receber contentores ofereci-dos pela autarquia, como forma de com-bater a deposição de lixo nas ruas. O investimento na recolha selectiva do lixolevou a que esta tivesse um crescimentosuperior a 200 por cento, em apenas doisanos. Resultados assinaláveis que, noentanto, não passam de um pequeno passonum caminho que ainda está no começo. Éque os números apresentados pela EscolaSuperior de Biotecnologia revelam que osresíduos de S. João da Madeira que seguempara reciclagem são apenas cerca de 4,5 porcento do total produzido pela cidade.Apesar de tudo um bom resultado nopanorama nacional, mas ainda assim longedo desejável.

A Escola Superior de Biotecnologia daUniversidade Católica vai continuar acolaborar com S. João da Madeira na imple-mentação da Agenda 21 Local. O objectivoé aprofundar as condições para um desen-volvimento sustentável da cidade, evitandoo desperdício de recursos essenciais às ger-ações futuras. O protocolo que garante acontinuidade desse trabalho iniciado em2003 foi já estabelecido com o município.Desta forma, assegura-se a manutenção doacompanhamento técnico que o Grupo deEstudos Ambientais (GEA) daquela institu-ição vem dando a um processo que registaum grande envolvimento de vários sectoresda cidade, como se constata a cada ediçãodo Fórum Participativo.Este órgão consultivo onde têm assentorepresentantes das forças vivas do conce-lho foi essencial para a definição de Planode Acção rumo ao desenvolvimento susten-tável, cuja aplicação está já em curso. A

agenda 21 local 41

O objectivo é aprofundaras condições para umdesenvolvimentosustentável da cidade,evitando o desperdício derecursos essenciais àsgerações futuras.sobre a implementação da Agenda 21 Local

Trabalhar pela terraAs medidas que têm sido tomadas paramelhorar a gestão dos resíduos - factoressencial ao desenvolvimento sustentávelde S. João da Madeira - são acompanhadaspor um esforço de sensibilização que éigualmente supervisionado pelos técnicosda Escola Superior de Biotecnologia. Assimaconteceu, recentemente com a Semana daTerra, durante a qual milhares de sanjoa-nenses se envolveram em actividadescomunitárias em favor da sua cidade."Trabalhar pela terra na Semana da Terra"constituiu o lema que uniu os participantesem operações de limpeza de espaços públi-cos, arranjo de jardins, plantação deárvores, distribuição de produtos bioló-gicos, troca de resíduos por objectos feitoscom materiais reciclados, recolhas de ali-mentos e outros bens para ajuda a caren-ciados, acções de sensibilização ambiental,palestras e exposições.

Carta de Aalborg na base da Agenda 21 Em 2003, o município de S. João daMadeira subscreveu a Carta de Aalborg,documento saído da ConferênciaEuropeia sobre Cidades Sustentáveis,realizada em 1994 na Dinamarca. Os sig-natários desta declaração, que está nabase do lançamento internacional daAgenda 21 Local, comprometem-se apôr em prática planos de acção a longoprazo, tendo em vista um desenvolvi-mento sustentável.Esse momento marcou o arranque daAgenda 21 em S. João da Madeira, umprocesso participativo e multi-sectorial,que conduziu à preparação e implemen-tação de um Plano de Acção estratégicode longo prazo dirigido às prioridadeslocais. Uma das ideias base é aproximareleitos e eleitores, enriquecendo e apro-fundando a democracia através da cri-ação de um palco permanente para oscidadãos (e os diversos sectores dasociedade) discutirem o desenvolvimen-to que pretendem para a sua cidade.

Reciclar custa menos dinheiroMargarida Silva, directora do Grupo deEstudos Ambientais da Escola Superiorde Biotecnologia do Porto, consideraque a procura de soluções para o pro-blema dos resíduos - uma das grandesdificuldades do País - deve ser uma "dasprincipais prioridades" das câmaras. Optar por voltar as costas à situação temcustos ambientais elevados, mas tam-bém financeiros, já que os resíduos quevão para aterro "são uma fonte dedespesa que se assemelha a um buraconegro". E esse é um duplo desperdício derecursos que "facilmente se pode tratar".Basta o "empenhamento das pessoas" naseparação dos resíduos. Talvez um dia,reciclar seja "tão natural como respirar".Desejando que um dia S. João daMadeira dispense o acompanhamentotécnico da Escola Superior deBiotecnologia, aquela responsável enal-teceu a aposta sanjoanense na Agenda21 Local, revelando não ter conhecimen-to de outros municípios com o processonuma fase tão adiantada.

boletim municipal S. João da Madeira

Anos a fio votado ao abandono, o ParqueFerreira de Castro foi reaberto ao público,após profundas obras de requalificação.Para além de uma melhoria paisagística, aintervenção contemplou a introdução dediversos equipamentos, incluindo mini-golfe e campo de relva sintética. Tudo com-plementado com a construção de um mo-derno edifício de apoio.

O Parqeue Ferreira de Castro é hoje umaàrea verde de referência, fruto de umarequalificação que o dotou de renovadosmotivos de interesse e lhe apagou as mar-cas negativas. Estas decorriam do facto de,durante anos, este espaço municipal terestado praticamente votado ao abandono,tendo vários dos equipamentos originaissido vandalizados e destruídos.O principal desígnio da intervenção aí rea-lizada foi o de aproveitar as potencialidadesdo local para voltar a ser uma área de lazere recreio por excelência. Daqui resultou umespaço seguro, agradável, funcional e capazde ser apreciado por toda a população. Nosantípodas da pouco recomendável imagemanterior.

Espaço verde homenageia autor de "A Selva"

PPaarrqquuee FFeerrrreeiirraa ddee CCaassttrrooéé zzoonnaa ddee llaazzeerr ddee rreeffeerrêênncciiaa

Recreio para idosose parque infantil

A obra abrangeu a própria zona envolvente,designadamente ao nível dos passeios -alargados e pavimentados com granito - edas áreas de estacionamento, com criaçãode novos lugares. Dentro do parque,instalou-se mobiliário urbano - bancos,candeeiros e papeleiras -, bem comoequipamento recreativo: circuito demanutenção, mini-golfe, campo de jogosem relava sintética, parque infantil e uminovador parque gerontológico (recreiopara idosos).Complemento importante revela-se a cri-ação de um edifício de apoio, com bar, e areabilitação da zona de piquenique. A recu-peração do monumento a Ferreira deCastro - escritor natural da região que dánome a este espaço verde - é outra dasnotas do trabalho aí realizado, do qualresulta ainda uma atenção especial à ilumi-nação a ao traçado dos percursos pedonais.

parque da cidade 43

Alunos das escolas de S. João da Madeiraadoptaram árvores no Parque do Rio Ul. Aideia é a de que as crianças possam acom-panhar de perto o desenvolvimento dasespécies plantadas nesta área verde degrandes dimensões.

As crianças do terceiro ano das escolas doprimeiro ciclo de S. João da Madeira foramas primeiras a plantar e a adoptar árvoresno Parque Urbano da cidade, em cons-trução nas margens do rio Ul. Este processo, que futuramente abrangeráoutras faixas etárias, visa aproximar acidade deste espaço verde projectado peloarquitecto sanjoanense Sidónio Pardal,também autor do Parque da Cidade doPorto. Além das árvores já existentes nos terrenosonde o parque está a nascer, muitas outras

vêm sendo plantadas nos cerca de 300 milmetros quadrados de área verde, que fazemdeste espaço um dos maiores do géneroentre o Porto e Coimbra. Com o título "Eu tenho uma árvore noParque do Rio Ul" (frase estampada nascamisolas dos alunos envolvidos na inicia-tiva), esta campanha de adopção tem porobjectivo cativar os alunos das escolas dacidade para que cuidem e acompanhem odesenvolvimento do "seus" exemplares dafloresta local.

Cédulas verdes para 7000 árvoresCada criança recebe um certificado de par-ticipação e, posteriormente, ser-lhe-áentregue uma Cédula Verde da árvore deque fica responsável, a qual ficará assinala-da com uma pequena placa com o nome de

quem a adopta. Aquele pequeno livro con-tém conselhos úteis para os mais pequenossobre como cuidar das plantas. Nessas cédulas, há ainda páginas desti-nadas ao registo (escrito ou fotográfico)dos momentos mais significativos da vidade cada planta (por exemplo, a queda dafolha no Outono) e das actividades rea-lizadas em períodos especiais (por exemplo,as decorações de Natal).O Parque Urbano do Rio Ul é uma aspiraçãoantiga da cidade. Está a ser construídonuma área equivalente a qualquer coisacomo 30 campos de futebol. Ao todo, serão plantadas nessa zona verdemais de 7000 árvores de várias espécies. Nasua globalidade, a obra está orçada emcerca de quatro milhões de euros, comcomparticipação do Programa Operacionaldo Ambiente.

Espaço verde projectado pelo Arquitecto Sidónio Pardal

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boletim municipal S. João da Madeira

Um pouco por todo o concelho de S. Joãoda Madeira, os prédios de habitação socialestão a ser renovados. Um processo quejunta moradores e autarquia. Caso exem-plar é o dos famosos "prédios cinzentos".Ao todo, o objectivo é intervir em cerca demil fogos, ao longo dos próximos anos.

São conhecidos como os "prédios cinzen-tos" de Fundo de Vila. O nome vem-lhes dacor das fachadas, mas poderia traduzirtambém o estado de espírito dos propri-etários, face aos problemas que estesimóveis registam praticamente desde queforam adquiridos, na década de 90. A construção deste complexo habitacionalfoi feita ao abrigo de um regime especial,envolvendo o Instituto Nacional deHabitação (INH), um promotor imobiliárioprivado e a Câmara Municipal de S. João daMadeira, que fiscalizou as obras e deu apoioao processo de selecção dos compradores.Pouco tempo depois, no entanto, os pro-prietários desses mais de 100 fogosdepararam-se com várias deficiências deconstrução, que se traduziam em infil-trações de água, excesso de humidade edegradação acelerada das fachadas. Comoas habitações não cumpriam as mínimascondições exigíveis, o actual executivocamarário entendeu conceder um apoioespecial aos respectivos moradores, paraque estes realizassem as obras necessárias.

Empresa Municipal apoia condomínios

Para poderem seleccionar um empreiteiropara efectuar os trabalhos, os proprietáriosdos “prédios cinzentos” tiveram que seorganizar em condomínio, processo no qualcontaram com o apoio da "Habitar S. João".A empresa municipal de habitação ajudoutambém os moradores desses fogos nosprocessos de candidatura ao programaSOLARH, que disponibiliza apoio financeiro

especial para obras em habitação perma-nente, a pagar pelos beneficiários, semjuros, em prazos que podem ir de dois a 30anos, de acordo com os rendimentos decada agregado familiar.Os proprietários contaram ainda com apoiona identificação das anomalias a reparar ena análise das propostas apresentadaspelos empreiteiros para a realização dasobras necessárias, assim como contamagora no acompanhamento e fiscalizaçãodos trabalhos.

Prioridade à renovaçãodo parque habitacional

O apoio aos "prédios cinzentos" é um casoespecial, complementar a uma medida dealcance mais vasto implementada pelaCâmara, na sequência de um acordo assi-nado com o INH, no âmbito do programaPROHABITA. O objectivo é proporcionarcondições para a renovação em larga escalado parque habitacional do concelho,abrangendo 770 fogos sociais.Nesses edifícios existem, no entanto,fracções que foram já adquiridas por anti-

gos inquilinos do Município e que são, por-tanto, propriedade privada. Estão em causa,neste caso, cerca de 230 fogos, que não sãoabrangidos pelo PROHABITA. Para estassituações, a Câmara decidiu proporcionar -com verbas do município - a possibilidadede os proprietários privados se organizaremem condomínio para se candidatarem acomparticipações que, por cada fracção,podem atingir um máximo de 750 euros afundo perdido, mais 750 euros reembol-sáveis no prazo de três anos (36 mensali-dades), sem juros.

Intervenção pode chegar a cerca de mil fogos

Habitação socialganha novas cores

acção social 45

Diariamente, centenas de sanjoanenses detodas as idades passam pelos espaçosmunicipais de apoio criados junto às zonasde habitação social de S. João da Madeira. Éaí que a Acção Social da autarquia vai aoencontro dos anseios de quem mais precisa,proporcionando um acompanhamento deproximidade que inclui acções de formaçãoe de sensibilização, actividades lúdicas e ohabitual atendimento aos munícipes.O mais antigo desses serviços encontra-seno Espaço Vida, no lugar do Orreiro, queabrange a maior concentração de habitaçãosocial da cidade, com quase 300 fogos.Entretanto, aí entrou também em funciona-mento o Espaço Fantasia, destinado a cri-anças dos quatro aos 16 anos. A "oferta"abrange até o acompanhamento psicológi-co para quem dele necessita, proporciona-do por técnicos devidamente credenciados.

Acções de formaçãoAtendimento social e apoio aos benefi-ciários do Rendimento Mínimo Garantidosão igualmente disponibilizados no Orreiro,onde um dos maiores sucessos é um muitocompleto curso de formação doméstica.Mas há muito mais actividades - por exem-plo, prevenção de comportamentos derisco, pintura/estampagem de tecidos eatletismo - desenvolvidas, sempre que pos-sível, em articulação com as associações demoradores locais. Outra ligação importante é a que é mantidacom a empresa municipal "Habitar S. João",essencial aos processos de gestão/actua-

lização das rendas apoiadas e à organizaçãodos condomínios. Uma acção que se alargaa toda a habitação de que a Câmara é se-nhoria - cerca de 800 fogos - e que temcomo "delegações" no terreno estruturassemelhantes ao Espaço Vida, localizadas noParrinho e na Mourisca, onde o destaquevai para os cursos de alfabetização de adul-tos, de rendas e bordados e de recuperaçãode materiais.

Loja do munícipeA aproximação da autarquia aos munícipesesteve também na base da abertura, emFundo de Vila, de uma Loja de Atendimentoao Munícipe, para o que foi recuperado umedifício composto por dois pisos e cave, quese encontrava votado ao abandono e em

Espaços de apoio social em vários pontos da cidade

Ao encontro dos munícipeselevado estado de degradação.Esta intervenção possibilitou o aproveita-mento de uma área útil de 215 metrosquadrados, onde os habitantes locais,podem tratar de assuntos relacionados coma autarquia, tendo ainda acesso a umaextensão dos CTT, máquina multibanco,quiosque/cafetaria e mini-mercado. A áreade implementação da Loja de Atendimentoao Munícipe está equipada com um parqueinfantil.

boletim municipal S. João da Madeira

Ano após ano, milhares de crianças fazem oCarnaval das Escolas de S. João da Madeira,enquanto à sua volta se aglomeram multi-dões ainda maiores de sanjoanenses e nãosó, que querem ver de perto o evento. Há 25 anos que a cidade se rende à criativi-dade de alunos, professores e pais. Muitosdos participantes nos primeiros desfilesvêem agora os filhos a seguir-lhes os pas-sos, enchendo de fantasia as ruas, no per-curso entre a zona do hospital e o estádioConde Dias Garcia.Esses momentos foram recordados numagrande exposição de imagens e fantasiasdos vários desfiles realizados até hoje. Estainiciativa integrou o programa do 25ºCarnaval das Escolas de S. João da Madeira,realizado este ano. Às ruas saíram, nesta edição de 2006, maisde 2500 crianças, formando um dosmaiores corsos de sempre e um dos maisconcorridos do país nesta faixa etária. Aotodo, participaram 18 instituições no even-to, desde os Bombeiros Voluntários (fan-farra) às escolas secundárias da cidade,passando pelo primeiro ciclo, EB2/3 e esta-belecimentos educativos do sector privado.

25º Carnaval das Escolas

Quando a fantasiadas criançassai à rua...

carnaval 47

Seniores não ficam atrás

Bem mais jovem é o carnaval dos mais ve-lhos, que vai apenas na segunda edição.Mas o entusiasmo também é grande, aolhar à animação que invade o Salão dosBombeiros Voluntários. Baile de máscaras,desfile de fantasias e eleição dos melhorestrajes são destaques de um programa bempreenchido que inclui ainda a escolha dorei e da rainha do evento.Este Carnaval Sénior é inteiramente prota-gonizado por idosos, que não hesitam emexibir as suas interessantes fantasias. Esteano, a nota dominante foi a recriação deprofissões antigas, algumas já a caminhoda extinção. Por lá se viram, por exemplo, o limpa-chaminés, a vendedora de flores, opescador, a leiteira e a mulher do campo.Mas houve muito mais, inclusive trajes commensagens ecológicas, sensibilizando ospresentes para a importância da separaçãode resíduos As preocupações ambientais não se ficarampor aí, já que na confecção dos fatos decarnaval se valorizou a reciclagem de mate-riais. Estas fantasias tiveram mesmo direitoa uma categoria especial na hora deatribuição de prémios aos melhores trajes.

boletim municipal S. João da Madeira

Na 13ª edição, a Convenção Internacional de Fitness de S. João da Madeira,organizada pelo ginásio Gimno-Físico, voltou este ano a afirmar-se

como um dos grandes momentos no calendário nacional de even-tos do género. Com apoio da Câmara Municipal, o programa

incluiu a III Feira de Desporto, Equipamento e Saúde. Ao todo,perto de 2000 inscritos participaram nos três dias da con-

venção, de 3 a 5 de Março, no Pavilhão das Travessas enoutros espaços desportivos e culturais de S. João da

Madeira. O público em geral teve acesso gratuitoàs "masters" finais, no último dia do evento.

Campeonato de hip hopNo programa do segundo dia, mereceuespecial destaque o campeonato interna-

cional de hip hop dance, realizado noPavilhão da Associação Desportiva

Sanjoanense. Cada entrada custava 3 euros,revertendo a receita para a Cerci de S. João da Madeira. Depois, a festaalargou-se aos bares do centro da cidade, com a participação dos DJ's Dizzi,Neuza Light e Johnny C. Sob a orientação de diversos especialistas de várias nacionalidades -portugueses, espanhóis, franceses, brasileiros, argentinos, americanos, etc -os praticantes de fitness presentes aperfeiçoaram as suas capacidades emnumerosos “workshops” e “masters”.

Nomes grandes do fitnessIsrael Mallebré (Espanha), criador do estilo Jazzy Moves, Fidel

Buika (Espanha), que foi um dos orientadores da"Operação Triunfo" da TVE, Evgeni Mikinchenco (Rússia),que desenvolveu programas de treino para astronautas, eDante Harper (Estados Unidos), que coreografou para

artistas como Justin Timberlake ou Will Smith, foramalguns dos muitos professores que deixaram a sua marca na

Convenção. Paralelamente decorreu, no Pavilhão das Travessas,a III Feira de Desporto, Equipamento e Saúde, uma ampla mostra com

participação de mais de três dezenas de expositores, que o público interes-sado teve a possibilidade de visitar gratuitamente.

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Convenção de Fitness trouxe à cidade especialistas mundiais