inicial scodrfb - processo jfdf

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PODE H JUDICIÁRIO Em 24/08/2007 ;..., . TERMO DE AUTUAÇÃO Em Brasília, 23 de Agosto de 2007 a seção de Classificação e Distribuição autua os documentos adiante, em \ folhas' com _ apensos na seguinte conformidade: Processo: 2007.34.00.030361-6 Classe: 1900 - AÇÃO ORDINÁRIA / OUTRAS Objeto: MARCAS/PATENTES E INVENÇÕES - DOMÍNIO PÚBLICO - ADMINISTRATIVO Vara: 8" VARA FEDERAL DISTRIBUICAO AUTOMATICA EM 23/08/2007 PARTES: AUTOR REU REU DEMOLAY INTERNACIONAL SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL INPI Para constar, lavro e assino o presente SERVIDOR TtCRlco ".t. t3.182

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Page 1: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

PODE H JUDICIÁRIO Em 24/08/2007

;..., .

TERMO DE AUTUAÇÃO

Em Brasília, 23 de Agosto de 2007 a seção de Classificação e Distribuição autua os documentos adiante, em \ ~~ folhas' com _ apensos na seguinte conformidade:

Processo: 2007.34.00.030361-6

Classe: 1900 - AÇÃO ORDINÁRIA / OUTRAS

Objeto: MARCAS/PATENTES E INVENÇÕES - DOMÍNIO PÚBLICO - ADMINISTRATIVO

Vara: 8" VARA FEDERAL

DISTRIBUICAO AUTOMATICA EM 23/08/2007

PARTES:

AUTOR

REU

REU

DEMOLAY INTERNACIONAL

SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL

INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL INPI

Para constar, lavro e assino o presente

SERVIDOR

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Page 2: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

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EXC=LENTíSSIM~(A) SENHO~(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) F~~ Ú [f~~J [f~ERAL DA

SEÇAO JUDICIARIA DE BRASILlA - DISTRITO FEDERAL

Requerente: SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA A REPÚBLICA fEDERAnVA DO BRASIL

Requeridos: SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLA Y PARA O BRASIL e INSDTUTO NACIONAL DE

PROPRIEDADE INDUSTRIAL· INPI

IIII 11111111 2007.34.00.030361-6

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SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA A REPÚBLICA FEDE~TlVA ~g BRASIl, instituição sem fins lucrativos, registrado no Livro AE-4, do Cart:Qrib dcQ>

" O Ofício de Registro Civil e Casamentos, Títulos e Documentos, ~ ~~sscms

O jurídicas de Brasnia, Distrito Federal. sob n° 5640, em 11 de outubro de 2~,

com endereço no SGAN 909, Módulo B, CEP 70084·970, Brasnia ·DF (Docs. tfc?s. 01 a 07), neste ato representante da DeMOLAY INTERNATlONAL, corporação

sem fins lucrativos, criada sob as leis dos Estados Unidos da América, por força

de licença e acordo de contrato firmado entre ambas (Docs. Nos. 03 a 07),

por seus procuradores e advogados infra-assinados (mm.ll), com endereço

profissional no Centro Empresarial Brasnia Shopping, SCN 5 - Torre Norte - Sala

628, CEPo 70.710.500, Brasília - DF, onde recebem as citações e intimações de

estilo, vem à respeitosa presença de Vossa Excelência, amparado no art. 5°, . inciso XXIX da Constituição Federal, na Convenção de Paris (Decreto

Legislativo n° 78, de 1974). no TRIPS . Rodada do Uruguai de Negociações

Comerciais Multilaterais do GATI (Decreto nO 1.355, de 30 de dezembro de

1994), c/c os art. 166 e 175, da Lei n° 9.279, de 14 de maio de 1996 (Lei da

Propriedade Industrial), nos art. 186 e 1228 do Código Civil, no e nos art. 273,

282, 461 e 804, do Código de Processo Civil. propor a presente

AÇÃO COMINATÓRIA (OBRIGAÇÃO DE FAZER e NÃO FAZER) clc PERDAS E

DANOS E PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

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Page 3: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

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2 I

em face do SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOlAY PARA O BRASil, pessoa ""-'~""' .. "", ""," .

jurídica de direito privado, com sede e escritório à rua Cônego Felipe, 246,

Taquara, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, CEPo 22713-010 e do

INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL - INPI. autarquia localizada

no SAS Quadra 02, Lote l/A. 1°. Andar, fone (61) 3224-1114, Brasília - Distrito

Federal, CEPo 70040-000, pelos fatos e fundamentos de direito a seguir

aduzidos.

I. Síntese da Lide

1. A DeMOlAY INTERNATIONAl, sucessora legal do SUPREMO CONSELHO

INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY (Does. Nos. 11 e 12), com sede nos

Estados Unidos, é a legítima proprietária das marcas "DeMOLA Y", bens

incorpóreos integrados por vários símbolos e adereços, destinados ao culto e

identificação da Ordem DeMOLAY, entidade vinculada aos maçons, no

mundo inteiro.

2. Em 09 de maio de 1984, O SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM

DeMOLAY (Norte-americano) autorizou o Requerido/SUPREMO CONSELHO DA

ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL (brasileiro) a fabricar e comercializar, apenas

no Brasil, os produtos da marca "DeMOLAY", segundo os termos do Contrato

Mútuo de Confiança e Irmandade e o do Tratado de Mútuo Reconhecimento

e Relações Fraternais, ambos naquela data (Does. Nos. 08 alO).

3. Em 4 de fevereiro de 2004, a DeMOLA Y INTERNATlONAL rescindiu o contrato

acima mencionado, porque o Requerldo/ /SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLA Y PARA O BRASI L violou as cláusulas pactuadas (Does. Nos. 11 e 12),

conforme se verá amiúde, mais à frente.

4. Em 21 de Agosto de 2004, o Requerente passou a representar, no Brasil. de

forma exclusiva, os interesses, marcas e produtos de propriedade da DeMOLA Y ,\

INTERNAnONAl (Doe. N~. 03. 04." e 07). ~

Page 4: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

3

5. Em 23.07.1996, o Requerido depositou e."em 23.03.1999 obteve o registro da

marca nominativa "DeMOLA Y", junto ao IN'pCobjefôao ·Ptocesso n° 819387193,

na Classe NCl-41 :70, segundo noticia a Revista da Propriedade Industrial n°

1472, de 23 de março de 1999, data da respectiva concessão (Doc. No. 13).

6. Em 15.04.1999, o Requerido/SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY

PARA O BRASIL depositou e em 13.06.2006 obteve o registro, no INPI/Requerido,

em nome dele, da marca figurativa "DeMOLAY", segundo o Processo número

821561910 (Doc. N. 14), segundo noticia a Revista da Propriedade Industrial n.

1849, da mesma data.

7. Os pedidos de registros das marcas "DeMOLAY", nominativa e figurativa,

formulados pelo Requerido/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA

O BRASIL contrariaram os costumes, a ética e cláusulas do contrato de mútuo

(Does. Nos. 08, 09 e 10); violaram também a Convenção da União de Paris, a

lei de Propriedade Industrial e os princípios da boa-fé e da função social,

balizadores dos contratos lavrados no Código Civil de 2002.

11. Da Ordem DeMOLA Y

8. A Ordem DeMOLA Y é uma organização juvenil para-maçônica,

patrocinada e mantida pela Maçonaria Universal Regular, criada pelo maçom

Frank Shermman land, tendo como objetivo formar e disseminar entre jovens

com idade de 12 e 21 anos, os ideais de cidadania e liderança, contribuindo

para o salutar e adequado desenvolvimento da personalidade dos seus

"demolays".

9. As representaçôes da Ordem DeMOlAY nos demais países, a exemplo do

Brasil" exceto nos Estados Unidos da América, estão vinculadas e subordinadas

à DeMOLAY INTERNATIONAL, sucessora legal do SUPREMO CONSELHO

INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY, sediada nos Estados Unidos da América

(Does. Nos. 04 e 11).

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. . .~

4

10. O SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL "DAORDEM"1)eMOLA Y criou e

registrou, nos Estados Unidos da América, desde 1952, as marcas nominativa e

figurativa "DeMOLA Y", junto ao Escritório de Marcas e Patentes dos Estados

Unidos (United States Patent and Trademark Office), o equivalente norte­

americano ao brasileiro INPI. As citadas marcas estão, hoje, sob o domínio da

DEMOLAY INTERNACIONAL. (Does. Nos. 15 e 16).

111. Da Criação e Destituição do Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL pelo SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA

ORDEM DeMOLA Y

11. O Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLA Y PARA O BRASIL foi

criado por iniciativa do SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM

DeMOLAY, antecessor da DeMOLAY INTERNATIONAL, conforme Carta de

Anúncio de Constituição, datada de 09.05.1984 (Does. Nos. 08 a 10).

12. Por meio do Contrato Mútuo de Confiança e Irmandade, datado de

09.05.1984 (Doc. No. 10), o Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL fora autorizado a representar interesses e direitos e

comercializar as marcas de propriedade do SUPREMO CONSELHO

INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY, antecessor da DeMOLAY

INTERNATlONAL.

13. O Contrato Mútuo de Confiança e Irmandade, acima citado, vinculava e

obrigava o Contratado - ora Requerido/SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL - a garantir e respeitar integralmente os direitos e

marcas de domínio do SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM

DeMOLA Y, antecessor da DeMOLA Y INTERNATIONAL.

14. Segundo o pactuado, o Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL reconhecia o domínio do SUPREMO CONSELHO

INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY, antecessor da DeMOLAY

INTERNATIONAL. sobre as marcas "DeMOLAY" e seus respectivos elementos

indicativos. E mais: comprometeu-se a guardar. respeitar e assegurar tais ~

~

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5

direitos, presentes e futuros, conforme o Itefn3 ·do··6ootr~to em referência

(Doc. No. 10).

15. O SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY, antecessor

da DeMOLA Y INTERNATIONAL, constatou que o Requerido/SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL violava, sistematicamente, as

cláusulas do Contrato, apesar de advertido das respectivas infrações, sendo

as mais comuns:

a. comercializou os produtos e marcas "DeMOLA Y" além das fronteiras do

Brasil. Pelo Contrato Mútuo de Confiança e Irmandade, o Requerido s6 poderia

atuar dentro dos limites do terrHórlo brasileiro. (Does. Nos. 08 a 10);

b. não prestou contas dos negócios envolvendo os interesses e a

comercialização dos produtos e marcas "DeMOLAY" no Brasil; e,

e. à revelia do SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY,

antecessor da DeMOLAY INTERNATlONAL. requereu e obteve junto ao INPI os

registros das marcas nominativas e figurativas de propriedade da instituição

norte-americana (Does. Nos. 13 e 14).

16. Conseqüentemente, o SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM

DeMOLAY, antecessor da DeMOLAY INTERNATIONAL, durante reunião realizada

no dia 15 de novembro de 2003, conforme Ata de Reunião desta constante,

em sua versão original e em tradução juramentada (Does. Nos. 11 e 12),

rescindiu o Contrato Mútuo de Confiança e Irmandade, destituindo o

Requerido/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL da

condição de representante das marcas e dos interesses DeMOLA Y para o

Brasil.

17. A rescisão contratual e a respectiva destituição foram comunicadas ao

Requerido (Does. Nos. 11 e 12), em 04.02.2004.

IV. Da Criação do Requerente/SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY

PARA A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, atual Representante da DeMOLAY . \ \

INTERNAnONAL .. Boa" ~.:f

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18. Em 21 de agosto de 2004. o Requerente'eaDêM'~ INTERNATIONAL

assinaram o documento de Licença e Acordo de Contrato. em sua versão

original. na língua inglesa. e em tradução juramentada (Does. Nos. 03. 04 .. 06.

e 07).

19. Segundo os termos do Acordo. a partir de então os interesses da DeMOLAY

INTERNATIONAL passaram a ser representados no Brasil pelo Requerente. Do

pactuado. destaca-se que:

a. o Requerente tem a exclusividade na condução dos assuntos da Ordem

DeMolay. no Brasil;

b. o Requerente tem a exclusividade na comercialização e representação das

marcas e direitos autorais e intelectuais de domínio da DeMOLA Y

INTERNATIONAL no Brasil; e.

e. o Requerente tem autorização para uso e proteção intelectual das marcas

e patentes e de toda e qualquer propriedade intelectual pertencente à

DeMOLAY INTERNATIONAL.

20. Portanto. não resta dúvida de que o Requerente foi designado pela

Maçonaria internacional para conduzir e gerir os assuntos e interesses da

Ordem DeMolay no Brasil. de forma exclusiva. Em outras palavras. é o único.

legal e legítimo representante. no Brasil. da DeMOLAY INTERNATIONAL.

sucessora do SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY.

21. Todavia. apesar da rescisão contratual. o Requerldo/ SUPREMO CONSELHO

DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL continuou agindo. ilicitamente. se

fazendo passar como representante da DeMOLA Y INTERNATIONAL e

provocando danos financeiros e à imagem da instituição maçônica.

22. Por exemplo. ajuizou ação no foro de Campo Grande. Estado do Mato

Grosso do Sul. em 24.11.2006. com o objetivo de impedir que o Requerente

cumprisse os termos do acordo celebrado com a DeMOLA Y INTERNATIONAL. A

Justiça de Mato Grosso do Sul reconheceu o Requerente como o legítimo

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7

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r Lj. J iJ U U U ~

representante dos interesses da DeMOLAY INTUNATIONA~.no Brasil (Does. Nos.

17 e 18).

V. Do ilícito. da Má-fé. do Direito Violado pelo Requerido/ SUPREMO CONSELHO

DA ORDEM DeMOLAY PARA O 8RASIL e do Direito que ampara a Pretensão do

Requerente

23. A pretensão do Requerente tem amparo em leis brasileiras e tratados e

convenções intemacionais assinados pelo Brasil e incorporados ao direito

intemo. notadamente a Constituição Federal. a Convenção de Paris sobre

Propriedade Intelectual. a Lei n° 9.279. de 14 de maio de 1996 (Lei da

Propriedade Industrial). e os Códigos Civil e de Processo Civil.

24. Por sua vez. o Requerido/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA

O 8RASIL contrariou as seguintes normas:

a. o Decreto n° 1 .355. de 30 de dezembro de 1994. que intemalizou os termos

da Rodada do Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GAD.

documento assinado pelo Brasil e conhecido como TRIPs - ACORDO SOBRE

ASPECTOS DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL RELACIONADOS AO

COMÉRCIO. que. em seu artigo 16. reafirma os termos da Convenção da

União de Paris sobre a propriedade Intelectual. in verbis:

"I - O titular de marca registrada gozará de direito exclusivo de impedir

que terceiros. sem seu consentimento. utilizem em operações

comerciais sinais idênticos ou similares para bens ou serviços que sejam

idênticos ou similares àqueles para os quais a marca está registrada.

quando esse uso possa resultar em confusão. No caso de utilização de

um sinal idêntico para bens e serviços idênticos presumir-se-á uma

possibilidade de confusão. Os direitos descritos acima não prejudicarão

quaisquer direitos prévios existentes. nem afetarão a possibilidade dos

Membros reconhecerem direitos baseados no uso.

2 - O disposto no art. 6. Bis. da Convenção de Paris (1967) aplicar-se-á.

"mutatis mutandis'~ a serviços. Ao determinar se uma marca é

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8

notoriamente conhecido, os MemQrós fe.:ia[õ.Q,,:éiiu consideração o

conhecimento do marco no setor pertinente do público, incfusive o

conhecimento que tenho sido obtido naquele Membro, como resultado

de promoção do marco.

3 - O disposto no art. 6°, Bis, do Convenção de Paris (1967) aplicar-se-á,

"mutatis mutandis'~ aos bens e serviços que não sejam similares àqueles

poro os quais uma marco esteja registrada, desde que o uso dessa

marco, em relação àqueles bens e serviços, posso indicar uma conexão

entre aqueles bens e serviços e o titular do marco registrado e desde

que seja provável que esse uso prejudique os interesses do titular do

marco registrado."

b. os seguintes artigos da Lei de Propriedade Industrial (Lei nO 7279, de 1996):

"Art. 124. Não são registráveis como marco;

XXIII - sinal que imite ou reproduzo, no todo ou em porte, marco que o

requerente evidentemente não poderio desconhecer em razão de suo

atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional

ou em país com o qual o Brasil mantenho acordo ou que assegure

reciprocidade no tratamento, se o marco se destinar o distinguir

produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar

confusão ou associação com aquela marco alheio.

Art. 126. A marco notoriamente conhecido em seu ramo de atividade

nos termos do art. 6° Bis (I), do Convenção do União de Paris poro

Proteção do Propriedade Industrial, gozo de proteção especial,

independentemente de estar previamente depositado ou registrado no

Brasil.

§ 1° A proteção de que troto este artigo aplico-se também às marcos

de serviço.

§ 2° O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marco que

reproduzo ou imite, no todo ou em porte, marco

conhecido. "

notoriamente

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"Art. 165. É nulo o registro que for conéedido em desacordo com as '. _ ,,_.,.M"'<"'·"'~,_"',_" ,~,_~ ..

disposições desta Lei.

Parágrafo único. A nulidade do registro poderá ser total ou parcial,

sendo condição para a nulidade parcial o fato de a parte subsistente

poder ser considerada registrável."

25. Ao requerer o registro das marcas "DeMOLAY", o Requerido! SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL promoveu e continua a

promover grande confusão, pois insiste, embora desautorizado, isto é,

ilicitamente, em produzir e comercializar sinais distintivos e marcas de

propriedade da DeMOLAY INTERNATlONAL.

26. Tanto o Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O

BRASIL quanto o mercado consumidor não pOdem negar que as marcas

"DeMOLA Y" lhes são notoriamente conhecidas, até porque os produtos delas

são utilizados em rituais específicos das instituições que pertencem. Permissa

venia, insinuar desconhecer as marcos e seus significados é o mesmo que

admitir que o padre não saiba a simbologia de seus paramentos; que o

advogado desconheça as vestes talhares ou que o juiz nunca tenha ouvido

falar da toga.

27. Assim, a atitude do Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY

PARA O BRASIL, ao registrar, usar e comercializar as marcas "DeMOLAY",

causou e causa grande confusão; provoca danos materiais e morais,

especialmente à imagem da DeMOLAY INTERNATlONAL e do Requerente.

Conseqüentemente, o Requerente vem amargando sérios prejuízos financeiros

e morais, pois está impedido de utilizar a marca que lhe foi cedida pelo

verdadeiro proprietário, ou seja, a DeMOLAY INTERNATIONAL.

28. O Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL

depositou junto ao aqui também Requerido/INPI o registrou, ipis litteris, das , marcas, figurativa e nominativa, pertencentes à DeMOLAY INTERNATIONAL. ..

Algo inominável. Inadmissível registrar em nome próprio o que não se criou; ou ~

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Page 11: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

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10

o que pertence a terceiros, sabidamente, sr~.n,~CU triJ 'f20rt. 126 da LPI,

acima citado.

29. A infração está em registrar marca que sabia pertencer a outrem. In casu,

da forma mais vil, sorrateira, dolosa e de má-fé, uma vez que o Requerido!

SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL representava no

Brasil os interesses da DeMOLAY INTERNATIONAL, detentora da marca,

realidade imposta até por força do acordo de mútuo que assinou. É

inquestionável a notoriedade da marca, daí ela merecer a proteção especial

da ordem jurídica brasileira (art. 126, da LPI), momento em que esta norma

deixa de ser geral, pois especifica claramente o que pretende resguardar: a

marca notória.

30. Ora, o registro efetuado contrariou os termos do acordo TRIPs, as normas

da Convenção da União de Paris e a Lei de Propriedade Intelectual. Assim,

deve o registro ser declarado nulo, produzindo efeito ex tunc, porque é um ato

ilícito, conforme dicção dos artigos 186, 187,927,1216 e 1218 do Código Civil

de 2002 e dos art. 124 e 165, da LPI.

VI. Da TIpificação do Crime de Marca, no Art, 189 da LPI e no Código Penal

Brasileiro. Daí. o Caráter Especial da Norma do art. 6°, Bis, da Convenção da

União de Paris,

31. Ao registrar, desautorizadamente, marca reconhecidamente alheia, o

Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL

preencheu também os tipos de normas de conteúdo penal inscritas na LPI, isto

é, praticou o chamado crime de marca, conforme a dicção dos art. 189 e

seguintes, in verbis:

"Art. 189. Comete crime contra registro de marca quem:

1/ - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca

registrada, ou imita-a de modo que possa induzir confusão; ou

1/ - altera marca registrada de outrem já aposta em produto colocado

no mercado.

Page 12: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

11

c

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ouomulta . .. ,.'" "". "". -,'-... ' '," ."""'.,-,~,,,.,,""

Art. 190. Comete crime contra registro de marca quem importa,

exporta, vende, oferece ou expõe à venda, oculta ou tem em estoque:

I - produto assinalado com marca ilicitamente reproduzida ou imitada,

de outrem, no todo ou em parte: ou

1/ - produto de sua indústria ou comércio, contido em vasilhame,

recipiente ou embalagem que contenha marca legítima de outrem.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou

confusão, armas, brasões ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou

intemacionais, sem a necessária autorização, no todo ou em parte, em

marca, título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de

propaganda, ou usar essas reproduções ou imitações com fins

econômicos.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou

oferece à venda produtos assinalados com essas marcas."

32. A infração também está tipificada no art. 184 do Código Penal, in verbis:

"Art. 184 - Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 10_ Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito

de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra

intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização

expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor,

conforme o caso, ou de quem os represente:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa."

33. Por outro lado, o Requerente está escudado nas leis brasileiras e nos

tratados intemacionais quando, na via do Judiciário, vem reconquistar direitos

que lhe foram pilhados, conforme prescrevem os art. 166 e ss da LPI, in verbis:

Page 13: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

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12

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í L~t ~ ... } J u.J t ~,a

"Art. 166. O titular de uma marca registrada em país signatário da

Convenção da União de Paris para profeção·'(ja·Pr(i;p,;iedade Industrial

poderá, alternativamente, reivindicar, através de ação judicial. a

adjudicação do registro, nos termos previstos no art. 6°, septies, (1),

daquela Convenção."

34. Não obstante traduzir de forma mais clara o enunciado do art. 6°, Bis, da

CUP, os artigos 166 (acima citado), 167 e 173 da LPI autorizam o julgador a

suspender, liminarmente, os efeitos do registro e do uso da marca, se há

contrariedade à lei. a exemplo do caso em exame, verbis:

"Art. 167. A declaração de nulidade produzirá efeito a partir da data do

depósito do pedido

Art. 173. A ação de nulidade poderá ser proposta pelo INPI ou por

qualquer pessoa com legítimo interesse.

Parágrafo único. O juiz poderá, nos autos da ação de nulidade,

determinar liminarmente a suspensão dos efeitos do registro e do uso da

marca, atendidos os requisitos processuais próprios."

VII. Da Imprescrltlbllldade do Pedido de Nulidade contra o Registro de Marca

Obtida de Má·Fé. Da Hierarquia e da Especialidade da CUP

35. É bem verdade que o artigo 174 da LPI fixa em cinco anos o prazo para o

ingresso da ação de nulidade do registro de marcas, verbis:

"Art. 174. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para declarara nulidade

do registro, contados da data da sua concessão."

36. Todavia, não incide no presente caso a prescrição qüinqüenal. porque o

registro ocorreu de forma ilícita, a marca é notoriamente conhecida e o

Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL agiu de

má-fé e dolosamente, pois sabia que estava violando direitos e causando ~

~j

Page 14: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

.~ ... 13

prejuízos a terceíros, ou seja, tinha percepç:{]o e intenç~ode praticar o mal

contra os verdadeiros proprietários d.a.mQrêo"DéMOtAyn.;-.;

37. O art. 6°, Bis, da CUP e o art. 126 da LPI são normas de caráter especial e,

neste caso, suspendem a validade e afastam a aplicação da lei geral contida

no comando do art. 174 da LPI, que fixa em cinco anos o prazo prescricional

para o ingresso da ação pedindo a nulidade do registro de marca feito

indevidamente e contra a ordem jurídica.

38. Hoje é pacífico junto aos Tribunais e aos doutrinadores brasileiros que o

artigo 6°, Bis, da CUP é óbice à incidência do art. 174 da LPL in casu.

39. Em seu livro "Direito de Marcas", São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

2003, Maitê Cecília Fabbri observa que a marca estrangeira, notoriamente

conhecida, é protegida pelo direito brasileiro, mesmo não sendo registrada no

INPI ,em virtude do caráter especial na interpretação dos arts. 6°, Bis, da CUP e

126 da LPI:

"( ... ). Desta forma, mesmo não registrada, pelo grau de conhecimento

que possui junto ao público brasileiro, a marca é protegida. Atribui-se­

lhe uma proteção especial que impede o registro de outro marca que a

imite ou reproduza, no seu ramo de atividade. Esta proteção visa a

evitar que terceiros (pág. 104)".

40. Marcas notórias, a exemplo da "DeMOLAY", por serem mais conhecidas e,

conseqüentemente, mais atraentes ao público consumidor, são mais

suscetíveis de serem usurpadas e, por isso, merecem proteção mais ampla e

especial.

41. Não restam dúvidas de que o Requerido e os usuários e consumidores das

marcas "DeMOLAY", no Brasil, tinham conhecimento de que a propriedade

delas pertence à DeMOLAY INTERNATIONAL. gozando a garantia da proteção

segundo o artigo 6°, Bis, da Convenção da União de Paris para a Proteção da

i

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14

Propriedade Industrial. orientação segúida pelas leis, internas, conforme já # ..... "" .'" " ,,' '."" """"'~"''"'''''~",,~-,,-,'-, .,~

assinalado.

42. Esta proteção mais alargada à marca notória "se iustifica pela

possibilidade de confusão quanto à sua origem ou por um prejuízo à

reputacão da marca conhecida 1...1 Sendo assim. proteger a marca notÓria

significa manter suas funcões. deixá-Ia íntegra como signo distintivo (Fabbri,

2003. pág. 119).

43. As marcas "DeMOLA Y" se destinam a um público específico e expressivo.

trazendo não apenas um sinal distintivo. mas símbolos também repletos de

valores históricos e culturais inestimáveis. cultivados pelos "demolays".

características estas que lhes conferem atratividade.

44. A garantia de proteção à marca notória tem fundamento legal na LPI. no

Decreto n° 1355. de 31.12.1994. e no Decreto Legislativo nO 30, que incorporam

ao direito interno. a Convenção da União de Paris e os Resultados da Rodada

Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GAn, assinada em

Marrakesh, em 12 de abril de 1994, o TRIPs. Os referidos textos reafirmam os

contornos do artigo 6, Bis. da Convenção da União de Paris. in verbis:

Art. 6. Bis. (1) Os países da União comprometem-se a recusar ou invalidar

o registro, quer administrativamente, se a lei do país o permitir, quer a

pedido do interessado e a proibir o uso de marca de fábrica ou de

comércio que constitua reprodução, imitação ou tradução, suscetíveis

de estabelecer confusão, de uma marca que a autoridade

competente do país do registro ou do uso considere que nele é

notoriamente conhecida como sendo já marca de uma pessoa

amparada pela presente Convenção, e utilizada para produtos

idênticos ou similares. O mesmo sucederá quando a parte essencial da

marca notoriamente conhecida ou imitação suscetível de estabelecer

confusão com esta.

(2) Deverá ser concedido um prazo mínimo de cinco anos a contar da :\

data do registro, para requerer cancelamento de tal marca. Os países ~\0}

,

Page 16: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

15

1 ,..: .

da União têm a faculdade de prever um prazo dentro do quci~v~ré ;~, J! :í ser requerida a proibição de uso. c

(3) Não será fixado prazo para requerer o cancelamento ou a pHilblçAQ~."."_,,;._.:.,

de uso de marcas registradas ou utilizadas de má·fé.

45. As marcas notoriamente conhecidas são aquelas que possuem um

elevado grau de familiaridade para o público consumidor, no país em que se

reclama a proteção. A notoriedade excepciona a aplicação do princípio da

territorialidade. reconhecendo o domínio da marca registrada nos países

membros da Convenção da União de Paris. No caso brasileiro o art. 126 da LPI

recepciona o art. 6°. Bis. da CUP.

46. Ora. o Brasil e os Estados Unidos da América são signatários da CUP. As

marcas "DeMOLAY" foram registradas nos Estados Unidos da América em

nome do SUPREMO CONSELHO INTERNACIONAL DA ORDEM DeMOLAY.

remanescendo propriedade de sua sucessora. a DeMOLA Y INTERNATlONAL.

Por força de sua constituição e finalidade. não poderiam ser desconhecidas

de seu público consumidor e tampouco do Requerido.

47. Portanto. as marcas "DeMOLAY" estão protegidas contra a imitação.

reprodução ou tradução total ou parcial. assim como a reprodução de parte

essencial delas. sempre que possa resultar em confusão. Estas são situações

típicas do conceito de confusão. expressamente proibido pelOS Tratados.

Convenções e Leis brasileiras que regulam o direito de propriedade industrial e

intelectual.

48. Assim há notoriedade. pois o público consumidor conhecia e conhece a

DeMOLAY INTERNATIONAL como detentora das marcas. antes mesmo de elas

serem utilizadas no Brasil. visto serem usadas para determinados rituais e

liturgias próprias de uma instituição mundialmente notória.

49. Pertinente ao caso é o artigo "Imprescritibilidade da ação anulatória de \

registro de marca obtido de má-fé". da juíza federal Liliane do Espírito Santo' \~

~

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-

16

Roriz de Almeida, publicado na Revista da

Propriedade Intelectual- ABPI N. 80, jan/fev-2006.

Associação BrasileifJS'd<il~; v J ", 8 ,.

50. Depois de conceituar marca como "todo sinal distintivo, visualmente

perceptível, que distingue produtos e serviços, indicando que foram

produzidos ou fornecidos por determinada empresa ou pessoa ( ... )", Roriz de

Almeida lembra o ensinamento de Pontes de Miranda para quem "a marca

tem de distinguir. Senão o faz, não é sinal distintivo, confundindo-se com outras

marcas" (ob.cit. pág. 119).

51. Portanto, a proteção jurídica da marca recai sobre a capacidade

distintiva. E "DeMOLAY" é muito mais que uma marca, é um símbolo litúrgico

histórico, usado nas cerimônias de secular instituição, patrimônio da cultura

ocidental, agora pilhado por terceiro particular.

52. O art. 124, inciso XIX, da LPI proíbe o registro de marca que reproduza ou

imite, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, marca alheia

registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante

ou afim (principio da especificidade), suscetível de causar confusão ou

associação com essa marca.

53. Por sua vez, o art. 166, também da LPI, assegura ao titular de marca

registrada em país signatário da Convenção da União de Paris reivindicar e ou

adjudicar o registro nos termos do art. 6, septies, (1), da CUP, permissa venia,

mais uma vez transcrito, verbis:

"Art. 166. O titular de uma marca registrada em país signatário da

Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial

poderá, alternativamente, reivindicar, através de ação judicial, a

adjudicação do registro, nos termos previstos no art. 6° septies (1) 'J

daquela Convenção." . ~

~

J

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17

54. A imprescritibilidade da ação anulatória ou do pedido de can~n1erhlcC J '; 9 do registro indevido está condicionada à notoriedade da marca e ao

'- '_.

elemento intrínseco da má-fé.

55. Desta forma, a legislação brasileira e a CUP reprimem a reprodução ou

imitação de marca conhecida, ou seja, notória, realidade não observada,

também, pelo INPI. razão pela qual fora Incluído na lide.

56. O possível conflito aparente entre o art. 174 da LPI e o Art. 6°. Bis da CUP é

solucionado pelos tribunais e pela doutrina pátrios, utilizando-se os critérios da

hierarquia, da cronologia e da especialidade das leis.

57. O Supremo Tribunal Federal tem entendido que os tratados internacionais

ingressam na ordem jurídica interna no mesmo nível das leis ordinárias, exceto

se tratam de questões penais. quando assumem a condição de leis

constitucionais.

58. Em relação ao caso. vêm em socorro do Requerente os critérios da

hierarquia e da especialidade das leis como operações hermenêuticas de

exclusão das antinomias jurídicas. resolvendo o aparente conflito entre a CUP.

TRIPs e as normas internas.

59. Noberto Bobbio e boa parte dos doutrinadores brasileiros optam pelo

critério da especialidade. ou seja. a lei especial derroga ou afasta a aplicação

da lei geral. Concluí-se. logicamente. que a lei especial regula melhor a

matéria. In casu. os art. 6°. Bis. da CUP .e 126. da LPI. são normas especiais.

60. Ao requerer o registro de marca notoriamente conhecida. o Requerldo/

SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL agiu de má-fé. com

dolo. ou seja. praticou ato ilícito. pois violou vários artigos da LPI. da CUP e do

TRIP" lofroç_ wbejameo'e demamtrad~ adma, ""'m, c~e'e" ",cHa d~U e :.)\.

peoal lart, 189 e ,eg"'ote" da lPl, e art. 184, da CPI, ./

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18 · , ..

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61. A inquestionável ilicitude penaL_do Requerldóti SUPREMO CONSELHO DA

ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL eleva à condição de lei constitucional a

norma da CUP (art. 6°. Bis. recepcionado pelo art. 126. da LPI) que proíbe o

registro de marca notória. derrogando assim o art. 174. da LPI. que fixa em

cinco anos o prazo prescricional.

62. Segundo o princípio da hierarquia. a lei superior afasta a incidência da lei

inferior. quando não a revoga. critério adotado pelo STF. quando o aparente

conflito envolve normas penais. Conseqüentemente. o conteúdo penal da

norma constitucional do art. 6°. Bis. c/c art. 126. da LPI. inviabiliza a incidência

da norma ordinária do art. 174. da mesma lei. Em decorrência. não se aplica

ao caso. a prescrição dos cinco anos.

63. Por sua vez. o princípio da hierarquia também vem em favor do

Requerente. pelo critério segundo o qual a lei especial revoga a lei geral.

64. Ensina Lman Roriz de Ameida que "assim. sempre que o direito intemacional

contiver normas especiais. relativamente ao direito interno. deve aquele

prevalecer sobre este. qualquer que seja a teoria que adote a respeito da

existência ou não da hierarquia entre ambos. A especialidade da norma

internacional a torna imune à incidência do critério cronológico" (ob.cit. pág.

41 ).

65. Continua a autora: "o item 3 do art. 6a• Bis da CUP só se refere a marcas

notoriamente conhecidas e que tenham sido usadas ou registradas de má-fé

por outrem ( ... ) Estes elementos tornam esta norma especial em relação à

regra geral contida no art. 174. da LPI. in verbis:

"Art. 174. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para declarar a nulidade

do registro. contados da data da sua concessão."

66. Eleva-se à condição de norma geral (ou generalis) o enunciado do art.

174. da LPI (Lei n. 9279/1966). quando estabelece em cinco anos. o prazo

prescricional para manejar a ação anulatória do registro da marca.

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67. Ela é geral, no dizer de Liliane . R:"Orii:· de :f.\linéipa, porque trata, ,",,,, .• ,,,,,.,",_~;,,,",",~,, .. ,,,:>,,~,,,,<,.,,.,,,~ .• ,",,,,,,,,;

indistintamente, todos os registros processados pelo INPI, sejam eles requeridos

de boa-fé; sejam de má-fé ou tingidos de dolo, como ocorreu, in casu.

68. "Ao estabelecer a imprescritibilidade para as ações de nulidade de marca

fundadas em ofensa a marcas notoriamente conheGidas, cujos registros foram

obtidos de má-fé, o artigo 6. Bis da CUP constitui-se numa norma espeGial que

subtrai às regras gerais contidas na legislação brasileira uma parte de sua

matéria, para submetê-Ia à regulamentação diferente" (ob. cit. pág. 41).

69. Segundo a Autora, o prazo de cinco anos do art. 174 continua válido e

eficaz contra outras causas de nulidade que não o registro de marca notória e

processado de má-fé.

70. Também surge como lei especial a norma contida no artigo 126 da LPI que,

em seu enunciado ou propósito finalístico, reafirma o conteúdo do art. 6°, Bis,

(3), da CUP, quando dá proteção especial à marca estrangeira notoriamente

conhecida.

71. De sua parte, são ordinárias as Leis n° 5.772, de 1971, e 9279, de 1996, que

fixam em cinco anos o prazo de prescrição para anulação ou invalidação do

registro indevido de marca.

72. Ao fazer a distinção entre as marcas registradas de má-fé e boa-fé, o art.

6°. Bis da CUP ingressa na categoria de lei especial.

73. O art. 6°, Bis, da CUP c/c art. 126 da LPI não fixa prazo prescricional,

quando o pedido de registro da marca ocorreu de má-fé, in casu. Os artigos

das Leis n° 5.772, de 1971 e 9279, de 1996, que fixam a prescrição qüinqüenal,

são incompatíveis com o art. 6 Bis da CUP. Logo, a prescrição de cinco anos , não alcança a questão em debate. '. .~

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L~~~~~"""M~"' __ ",","'~""'~":"::'..J 74. Ora, indubitável que o Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL agiu com dolo, mó-fé, quis provocar o mal e tinha

conhecimento de que a marca que registrou Indevidamente pertencia à

DeMOLAY INTERNATIONAL.

75. Imperioso assinalar que a omissão do Requerido! SUPREMO CONSELHO DA

ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL. quanto ao registro, anterior e vigente, da

marca DeMOLA Y nos Estados Unidos da América, impediu a correta avaliação

do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, no momento em que recebeu

o depósito da referida marca.

76. Todavia, o segundo Requerido/INPI poderia ter sido mais cauteloso, pois

no caso de marcas estrangeiras, a exemplo das marcas DEMOLA y, deveria

ser incluída na metodologia de avaliação do processo de registro a pesquisa

nos principais bancos de marcas intemacionais, além de exigir de qualquer

pleiteante, como o primeiro Requerido, declaração de desconhecimento de

registro internacional.

VIII. Da ilicitude, do 0010 e da Mó-fé do Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA

ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL

77. A má-fé decorre do conhecimento do mal que se encerra no ato

executado, ou do vício contido na coisa que se quer mostrar como perfeita,

sabendo-se que não o é. A definição é escorreita e admitida, de forma

inconteste, pelos doutrinadores.

78. O Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL

tinha consciência, "ciência do mal- certeza do engano, da fraude, do vício",

contidos no ato, ou seja, ao requerer para si o domínio de marca sabidamente

alheia. Em outras palavras, a má-fé se consolidou tingida de dolo, fraude.

Ilícitos veementemente repudiados pelas leis civis e penais.

79. Não restam dúvidas de que o Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL quis praticar e praticou o mal, provocando sérios

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21 .-~';"o...l. ~: ,.) '~. 0 ~ j

(', .

prejuízos não apenas financeiros, ma~.Jgml:lªmmotóiSi ferindo a imagem e o

bom conceito que a DeMOLA Y INTERNATIONAL goza no mundo inteiro.

80. Repete-se: até por força do contrato de mútuo e da atividade que exerce,

o Requerido/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL não

poderia alegar desconhecer o legítimo detentor das marcas "DeMOLAY" e,

num passo seguinte, pedir o respectivo registro delas (art. 124, da LPI. O ato

ilícito causou e causa dano e grande confusão.

IX. Dos Julgados e Paradigmas dos Tribunais Brasileiros

81. Os Tribunais brasileiros têm reprimido os registros de marcas e patentes

notoriamente conhecidas e obtidos com dolo e má-fé, atitudes que violam os

princípios da boa-fé e da ética que regem as relações jurídicas.

82. Assim, ao registrar as marcas "DeMOLAY", o Requerldo/ SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL violou as cláusulas do

Contrato de Mútuo, normas da LPI, do TRIPs e da CUP, não obstante ingressar

também no Código Penal. Agiu com dolo e má-fé. Praticou ilícito penal e civil

(arts. 186 e 187 do CC, de 2002). Patrocinou a concorrência desleal e a

confusão. Usurpou direitos, comportamento reprimidos pelos tratados, as leis,

doutrina e jurisprudência brasileiras.

83. A propósito, chamam-se à colação alguns julgados. Entre eles o

paradigmático precedente na AC 2001.02.01.015057-2, TRF2a. Região, 2".

Turma, ReI. Juíza Federal Convocada Liliane Roriz, DJU 10.06.2003. Pede-se

venia para reproduzir partes do ilustrativo precedente:

"( ... )Age com má-fé o requerente de registro marcário que, não

estando autorizando pelo titular do direito autoral sobre obra

notoriamente conhecida a fazê-lo, ainda assim o faz.

"Não corre prescrição para ações de nulidade de registro de marca

notoriamente conhecida obtido de má-fé (art. 6°. Bis (3) da CUP) \ .~

~

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22

"É irregistrável O sinal que copia nom~ci~,obraartística e seu desenho,

se não havia consentimento express.taõrespealvcta~tor ou titular para

tal .

.............................................................................................................. ( ... )"

84. No mesmo sentido, o Tribunal Federal da Primeira Região tem decretado a

nulidade do registro de marca que causa confusão e concorrência desleal, ao

julgar a AC 2001.01.00.018985·4·MG, relatora a Desembargadora Federal

Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Sexta Turma, TRFI, DJU 13/11/2002 DJ, p.225,

verbis:

"Comercial. Ação de nulidade de marca de comércio. Reprodução de

marca registrada anteriormente. Concorrência desleal. Assistência do

INPI.

Honorários advocatícios indevidos.

1. É nulo o registro de marca semelhante à outra anteriormente

registrada. Mesmo que os produtos tenham embalagens diferentes, isto,

por si só, não é suficiente para afastar a confusão causada pela

semelhança do nome

2. Quando uma empresa, para vender seu produto, utiliza-se da boa

reputação de marca de outrem, já conhecida no mercado, fica

caracterizada a concorrência desleal.

3. Não merece subsistir a condenação em honorários advocatícios

quando a assistência é imposta por força de lei, sem que o assistente

tenha real interesse em que uma das partes seja vencedora.

4. Nega-se provimento à apelação de Cerealista Internacional Ltda. e

dó-se provimento à apelação do Instituto Nacional de Propriedade

Industrial. para excluir a sua condenação em honorários advocatícios."

85. Emblemática e paradigmática é também a decisão do TRFI, proferida na

AC 1997.01.00.017847-6/GO, relator o juiz convocado Evandro Reimão dos

Santos, 3° Turma, DJU 06.07.2003, p. 202, segundo a qual a marca estrangeira, '

registrada ou não junto ao INPI, goza de proteção especial, verbis:

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23

"Marca estrangeira - proteção - coqyenção. dq . união de paris -

notoriedade - utilização por terceiro - ílieitude-·eemPetência da Justiça

Federal.

1. A marca estrangeira, registrada ou não no órgão competente, goza

de proteção no país, seja em decorrência de o Brasil ser signatário da

Convenção da União de Paris (artigo 8°, do Decreto n° 19.056/1929),

seja por a Lei n° 9.279/96 (artigo 124, inciso XXII) resguardar a sua

utilização.

2. É notória a marca que pela expressiva cadeia de lojas espalhadas

pelo mundo não permite a presunção de ser desconhecida.

3. A Justiça Federal é competente para a causa que se fundamenta em

tratado intemacionat em vista do disposto no artigo 109, inciso 11/, da

Carta Política.

4. Apelação desprovida."

86. No mesmo passo, o Superior Tribunal de Justiça tem aSSegurado a proteção

especial, nos dizeres do art. 6, Bis, da CUP, às marcas estrangeiras

notoriamente conhecidas, não admitindo que elas sejam registradas no Brasil

à revelia do respectivo proprietário

87. Chama-se à colação o RESP 36102-RJ, relator Ministro Eduardo Ribeiro,

Terceira Turma, DJU 28.03.1994, p. 6315, RSTJ, Vol. 59, p. 319, in verbis:

"Ementa: Propriedade industrial. marca - titularidade - transferência. A

falta de registro da transferência não impede que o cessionário

defenda seu direito ao uso exclusivo. Interpretação dos artigos 87 e 88

par. ,. do Código da Propriedade Industrial. Caducidade -

Requerimento. A circunstancia de haver sido requerida a declaração

de caducidade não constitui, por si, causa obstativa da transferência

de titularidade. A proteção conferida a marca, pode ser notoriamente

conhecida "como já sendo a marca de um cidadão de outro pais

contratante" (art. 6. Bis), constitui garantia distinta da outorgada pelo

artigo 2. da mesma convenção. No Brasil. independe do registro.

ACÓRDÃO: por unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso

das autoras. "

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1".. • 24

flS . .Q D G O 213 X. Da Anteclpaçao dos efeitos de Tutela

-,i 'o. , .. ,

88. Diz o Art. 273 do CPC:

"O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar total ou

parcialmente os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial. desde

que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da

alegação e

1- haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou,

/I - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto

propósito protelatório do réu."

89. Excelência, inquestionável a violação dos direitos da DeMOLAY

INTERNATIONAL, neste ato representada pelo Requerente.

90. Ficou evidente que a prescrição dos cinco anos não incide, in casu, pois o

art. 6°, Bis, da CUP é lei especial e constitucional, afastando a aplicação do

art. 174, da LPI, em obediência aos critérios da hierarquia e especialidade das

normas.

91. Também incontroverso que o Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL agiu de má-fé, com dolo, ilicitamente, ao requerer o

registro das marcas "DeMOLAY", causando sérios e irreparáveis prejuízos e

danos ao Requerente.

92. Indubitável que as marcas "DeMOLAY" são mundialmente conhecidas,

constituindo-se num patrimônio cultural e histórico do mundo ocidental,

usurpado pelo Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O

BRASIL, em violação a normas da CUP, do TRIPs, da LPI e dos Códigos Civil e

Penal.

93. Desta forma, não há mais receio, e sim a real locupletação do Requerldo/

SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL que, utilizando-se

de má-fé e fraude, pilhou direitos do Requerente e provocou danos de difícil ~

reparação. , \\\J \J I

Page 26: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

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, ~' . . ".,~.

94. Não há dúvidas também quanto 'ãineq0ívoêâ"~erossimilhança do

alegado, porque o indevido registro das marcas "DeMOLAY" continua a

provocar danos ao seu legítimo proprietário e promove concorrência desleal e

confusão junto aos consumidores.

95. Presentes, portanto, os requisitos autorizadores do art. 273 do CPC para a

concessão da antecipação dos efeitos da tutela, assim como o pericu/um in

mora e a fumaça do bom direito, pois a continuidade do registro das marcas

"DeMOLAY" nas mãos do Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM

DeMOLAY PARA O BRASIL trará prejuízos financeiros e morais irreparáveis ao

Requerente e ã DeMOLAY INTERNATlONAL.

XI. Do Requerimento

96. Portanto, com fulcro nos artigos 273, 461 e 644 do CPC, requer de Vossa

Excelência a antecipar liminar et inaudita aHera pars os efeitos da tutela para:

a. determinar ao segundo Requerido/Instituto Nacional de Propriedade

Industrial - INPI a obrigação de fazer. isto é, sustar, suspender ou cancelar de

imediato a concessão do registro das marcas "DeMOLAY", em nome do

Requerido! SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL;

b. determinar a obrigação de não fazer, isto é, proibir o Requerido! SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL; de se utilizar, vender ou

praticar quaisquer outros atos de comércio envolvendo a marca DeMOLA Y; e,

finalmente,

c. a aplicação de multa diária, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) na

hipótese dos Requeridos contrariarem a decisão de Vossa Excelência.

XII. Dos Danos Morais e Patrimoniais

97. Excelência, inquestionável que a ação deletéria do Requerldo/ SUPREMO '\

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY PARA O BRASIL provocou e provoca sérios ~

~

Page 27: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

26

flS. Ü O 002 O

prejuízos materiais e danos morais e à i'nfagem dó R~uerente e de sua ,.,,;,",,,,;,, __ ~,,,,,_,,-,_,,"~i

representada DeMOLA V INTERNATlONAL.

98. Portanto. a titulo de danos patrimoniais o Requerente indica. como valor

indenizatório. a quantia de R$ 20.000.00 (vinte mil reais) e para os danos

morais. R$ 50.000.00 (cinqüenta mil reais).

99. Os valores acima sugeridos podem ser alterados. segundo o entendimento

de Vossa Excelência. embora não representem os reais danos provocados

pelo Requerldo/ SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAV PARA O BRASIL.

incomensuráveis diante da infungibilidade do bem em discussão.

100. O pedido indenizatório tem mais um efeito pedagógico. pois não

recompõe todo o prejuízo. especialmente quanto ao dano à imagem sofrido

pelo Requerente e pelos proprietários das marcas "DeMOLA V".

101. Destaca-se que os danos causados pelo Requerido não se restringem

apenas ao Requerente. Alcançam também os Interesses de terceiros. ou seja.

dos "demolays" brasileiros e todo um trabalho mundial destinado à redução

das desigualdades sociais e formação de homens fntegros. que a DeMOLA V

INTERNATIONAL desenvolve junto a jovens de todo o mundo.

XIII. Do Pedido Final

102. Diante do exposto. reafirma os termos do pedido de antecipação de

tutela. requerendo também. ao final. a condenação do Requerldo/ SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAV PARA O BRASIL e mais:

a. o cancelamento ou a nulidade definitiva do registro das marcas

"DeMOLAY". nominativa e figurativa. em nome do Requerido SUPREMO

CONSELHO DA ORDEM DeMOLAV PARA O BRASIL;

b. impor ao Requerido/SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAV PARA O

BRASIL a obrigação de não fazer. ou seja. proibi-lo de praticar. doravante.

quaisquer atos de comércio ou se apresentar como representante das marcas ,\

e dos interesses da DeMOLAV INTERNATlONAL para o Brasil; \ ~ .~ I

Page 28: Inicial SCODRFB - Processo JFDF

hJ. Li tJ u U 2 8 27

c. impor a obrlgaçao de fazer, isto é, "dedélermTii'õt ao segundo

Requerido/INPI registrar as marcas "DeMOLAY" em nome da DeMOLAY

INTERNATIONAl;

d. A condenação do Requerldol SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLA Y

PARA O BRASil ao pagamento de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) referentes aos

danos morais e patrimoniais, quantias que poderão ser alteradas por Vossa

Excelência;

e. a condenação do Requerldol SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLAY

PARA O BRASil ao pagamento de custas e honorários advocatícios; e,

f. A citação dos RequeridOS, SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOlAY PARA

O BRASil e Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI, para, querendo,

contestar a presente ação, sob pena de confissão e revelia.

Promete provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos -

testemunhal, pericial e documental, especialmente com o depoimento dos

representantes dos Requeridos SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DeMOLA Y

PARA O BRASil do INPI-Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

Dá à causa o valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) para efeitos fiscais.

Finalmente, que todas as informações referentes a este processo sejam

também enviadas para os endereços eletrônicos [email protected] e

[email protected]

Termos

P. Deferimento

Brasília, 23d,~ agosto de 2b7 Ed"a",~Jg'~.'hO OABID: Ç.I~ 0.628