inicial pensão por morte de filho 21 ausência de dependência econômica

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Petição inicial

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EXMO(A)

EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A). FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCIRIO DE SANTA MARIA RS

XXXXXXXXX, parte j cadastrada eletronicamente, vem com o devido respeito perante Vossa Excelncia, por meio de seus procuradores, propor

AO PREVIDENCIRIA DE CONCESSO

DE PENSO POR MORTE DE FILHOcontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos fticos e jurdicos que passa a expor:

1. DOS FATOS:

A parte Autora requereu junto Autarquia Previdenciria a concesso do benefcio de penso por morte, em razo do falecimento de seu filho YYYYYYY, pedido este que foi indeferido, conforme documentos anexos. Dados do processo administrativo

1. Nmero do benefcio (NB): XXX.XXX.XXX-X

2. Data do bito:

18/05/2011

3. Data do requerimento (DER):11/04/2012

4. Razo do indeferimento:

Ausncia de comprovao de dependncia econmica.

Fato que a deciso administrativa foi indevida, eis que a Requerente era economicamente dependente de seu filho, sendo que desde o falecimento do mesmo o sustento familiar vem sendo severamente prejudicado.

Com efeito, desde o falecimento do marido da requerente (Sr. ZZZZZ, morto em 15.07.2005), pai do segurado falecido, a renda proveniente do benefcio de aposentadoria por invalidez gozado por YYYYYYY (NB: XXXXXXXX) foi fundamental para o sustento da requerente, tornando-se praticamente o provedor econmico da famlia, a qual vem passando por severos prejuzos econmicos sem a aludida verba.Insta assinalar, ademais, que o de cujus sempre residiu junto a sua me, sendo que o salrio do mesmo (e posterior aposentadoria por invalidez) integrava de forma indissocivel a renda que provia o sustento familiar.

Neste sentido, vale assinalar que o de cujus era aposentado por invalidez desde 1 de maio de 2004, conforme comprova a carta de concesso anexo, o que torna sua qualidade de segurado incontroversa para fins de concesso do benefcio. A Demandante recebe uma penso por morte do falecido esposo, Sr ZZZ desde 27.04.2012, conforme informaes arroladas aos autos, sendo que a renda de seu filho falecido compunha a verba que garantia o mnimo sustento familiar, sustento este drasticamente prejudicado desde o bito do de cujus, conforme j supra mencionado.Neste nterim, a ora Postulante ingressa com a presente ao previdenciria de penso pela morte de seu filho, para que, Judicialmente, seja reparado o equivoco ocorrido administrativamente, ao ser-lhe negada a concesso do benefcio.2. FUNDAMENTOS A penso por morte tem previso no art. 74 da Lei Federal 8.213/91, que regula que ser devido o benefcio ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou no.O art. 16, inciso II, 4, do mesmo diploma institui que os pais so dependentes do segurado, todavia estabelece que, de forma distinta ao grupo de dependentes do inciso I, aos pais deve ser feita prova da dependncia.

Assim, imperioso seja produzida audincia com oitiva de testemunhas e depoimento pessoal da Requerente, quando este D. Juzo restar munido de certeza acerca da veracidade das informaes alegadas nesta exordial.

Vale assinalar, assim, no referido sentido o posicionamento do Superior Tribunal de Justia no que concerne comprovao de dependncia entre genitora e filho:

PROCESSUAL E PREVIDENCIRIO. PENSO POR MORTE. DEPENDNCIA ECONMICA. COMPROVAO.

A Legislao previdenciria no estabelece qualquer tipo de limitao ou restrio aos mecanismos de provas que podem ser manejados para a verificao da dependncia econmica da me em relao ao filho falecido, podendo esta ser comprovada atravs de provas testemunhais, ainda que inexista inicio de prova material (Resp 720.145, Rel. Min. Jos Arnaldo da Fonseca, DJ 16.05.2005).PROCESSUAL E PREVIDENCIRIO. PENSO POR MORTE. DEPENDNCIA ECONMICA. COMPROVAO. INCIO DE

PROVA MATERIAL. INEXIGNCIA.

A legislao previdenciria no exige incio de prova material para comprovao da dependncia econmica de me para com o filho segurado, sendo bastante a prova testemunhal lcita e idnea. Recurso no conhecido. (RESP 296.128/SE, REL. MIN. GILSON DIPP, DJ DE 04/02/2002)

Neste mesmo sentido, o posicionamento do Tribunal Federal da 4 Regio convergente:PREVIDENCIRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. PENSO POR MORTE DA FILHA. DEPENDNCIA ECONMICA. Para fins de obteno de penso por morte de filha h que ser comprovada a dependncia econmica em relao de cujus, ainda que no exclusiva, falecendo direito ao pensionamento se o auxlio prestado no era vital manuteno dos genitores. (TRF4, EIAC 96.04.44524-3, Terceira Seo, Relatora Virgnia Amaral da Cunha Scheibe, DJ 11/10/2000)Daniel Machado da Rocha e Baltazar Jnior compartilham do mesmo entendimento em sua obra previdenciria especfica lei de benefcios:Pelo Simples fato de os filhos residirem com os pais, em famlias no-abastadas, natural a existncia de colaborao espontnea para uma diviso das despesas da casa, naquilo que aproveita para toda a famlia.

Os escritores vo alm:

De acordo com o art. 36 da Lei n.10.741, de 1 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso): O acolhimento de idosos em situao de risco social, por adulto ou ncleo familiar, caracteriza a dependncia econmica, para os efeitos legais.

No julgamento do REsp. n.528.987, o STJ reconheceu o direito do av penso por morte do neto, em face da situao peculiar na qual, em razo dos pais terem falecido quando o autor ainda estava na tenra idade, o neto foi criado pelos avs e, mesmo na idade adulta, continuou a residir com o av.

Neste sentido, pode-se discorrer que, de igual forma ao exemplo supra referido pelos doutrinadores, a Demandante pessoa idosa (conta com 72 anos de idade), sendo que seu sustento era garantido em grande parte pela renda advinda de seu filho, em leitura pedaggica do disposto no art. 36 do Estatuto do Idoso (L. Federal 10.741/03).

ISTO POSTO, fundamental seja deferido o benefcio ora pretendido Requerente, conforme atinem os dispositivos relacionados matria, e o entendimento jurisprudencial e doutrinrio.

3. TUTELA DE URGNCIAENTENDE O DEMANDANTE QUE A ANLISE DA MEDIDA ANTECIPATRIA PODER SER MELHOR APRECIADA EM SENTENA.A parte autora necessita da concesso do benefcio em tela para custear a sua vida, tendo em vista que a renda advinda de seu filho integrava de forma insubstituvel o sustento familiar.Assim, aps a realizao da audincia de depoimento pessoal e oitiva de testemunhas, ficar claro que a parte Autora preenche todos os requisitos necessrios para o deferimento da Antecipao de Tutela em sentena, tendo em vista que se far prova inequvoca quanto verossimilhana das alegaes vestibulares. O periculum in mora, de outra banda, se configura pelo fato de que se continuar privada do recebimento do benefcio, a parte Autora ter seu sustento drasticamente prejudicado.

De qualquer modo, o carter alimentar do benefcio traduz um quadro de urgncia que exige pronta resposta do Judicirio, tendo em vista que nos benefcios previdencirios resta intuitivo o risco de ineficcia do provimento jurisdicional final. Assim, imperioso o deferimento deste pedido antecipatrio em sentena.

4. PEDIDO

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelncia:

1) O deferimento do benefcio da Assistncia Judiciria Gratuita, pois a parte Autora no tem condies de arcar com as custas processuais sem o prejuzo de seu sustento;2) O recebimento e o deferimento da presente pea inaugural;

3) A citao do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para, querendo, apresentar contestao no prazo legal;

4) A produo de todos os meios de prova, principalmente a documental e a audincia de depoimento pessoal e oitiva de testemunhas;

5) O deferimento da Antecipao de Tutela, com a apreciao do pedido de implantao do benefcio em sentena;

6) O julgamento da demanda com total procedncia, condenando o INSS a:

a) Conceder o benefcio de penso por morte parte Autora, desde a data do bito do segurado instituidor, nos termos do art. 74, inciso I, da Lei 8.213/91.b) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratrios, incidentes at a data do efetivo pagamento.

Nesses Termos;Pede Deferimento.

D causa o valor de R$ 18.356,17Santa Maria, 31 de Julho de 2012.

XXXXXXXXXXXXXXXTRAMITAO PRIORITRIA (art. 71 da Lei F. 10.741/03)

Comentrios lei de benefcios da previdncia social / Daniel Machado da Rocha, Jos Paulo Baltazar Junior. 8. ed. Ver. Atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora: Esmafe, 2008. (pg. 289)

Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ 11.177,04) + parcelas vencidas (R$ 12.767,65) = R$ 18.356,17.