infrações e sanções fiscais (24.09.2008)

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Infrações e Infrações e Sanções Fiscais Sanções Fiscais Cláudio de Oliveira Cláudio de Oliveira Santos Colnago Santos Colnago Mestre em Direitos e Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Garantias Fundamentais pela FDV FDV http http :// :// claudiocolnago claudiocolnago . . blogspot blogspot .com .com

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Aula ministrada aos alunos da pós-graduação em Direito Público da FDV em 2008/2.

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Page 1: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

Infrações e Infrações e Sanções FiscaisSanções Fiscais

Cláudio de Oliveira Santos Cláudio de Oliveira Santos ColnagoColnago

Mestre em Direitos e Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Garantias Fundamentais pela

FDVFDVhttphttp://://claudiocolnagoclaudiocolnago..blogspotblogspot

.com.com

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ProgramaPrograma

Infrações e sanções. Definições.Infrações e sanções. Definições.Regime constitucionalRegime constitucional

Limites ConstitucionaisLimites ConstitucionaisDireitos Fundamentais do Direitos Fundamentais do contribuintecontribuinteSanções PolíticasSanções Políticas

Regime infraconstitucionalRegime infraconstitucionalCTN CTN Legislação ordinária federalLegislação ordinária federal

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Infrações e Infrações e SançõesSançõesDefiniçõesDefinições

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DefiniçõesDefinições

Ordenamento jurídico regula a Ordenamento jurídico regula a conduta humana de três formas conduta humana de três formas possíveis:possíveis: ProibidaProibida PermitidaPermitida ObrigatóriaObrigatória

Diz-se haver uma “infração” Diz-se haver uma “infração” quando uma conduta Proibida ou quando uma conduta Proibida ou Obrigatória não é cumprida.Obrigatória não é cumprida.

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DefiniçõesDefinições

Para se qualificar a conduta Para se qualificar a conduta desejada (“infringida”) como desejada (“infringida”) como jurídica, deve sempre a ela ser jurídica, deve sempre a ela ser atribuída uma sanção.atribuída uma sanção.

Sanção consiste na atribuição de Sanção consiste na atribuição de uma conseqüência jurídica ao uma conseqüência jurídica ao não cumprimento da conduta não cumprimento da conduta desejada.desejada.

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DefiniçõesDefinições

Sanção Administrativa: pode Sanção Administrativa: pode ser aplicada pela própria ser aplicada pela própria Administração PúblicaAdministração Pública

Sanção Penal: somente pode Sanção Penal: somente pode ser aplicada pelo Poder ser aplicada pelo Poder Judiciário.Judiciário.

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Infrações e Infrações e SançõesSanções

Regime Regime ConstitucionalConstitucional

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LegalidadeLegalidade

Art. 5ºArt. 5º (...) (...) II II - ninguém será obrigado a fazer - ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa ou deixar de fazer alguma coisa senão senão em virtude de lei.em virtude de lei.

XXXIX - XXXIX - não há crime sem lei não há crime sem lei anterior que o defina,anterior que o defina, nem pena nem pena sem prévia cominação legal;sem prévia cominação legal;

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ADIn 2.075ADIn 2.075

““O princípio da reserva de lei atua como O princípio da reserva de lei atua como expressiva limitação constitucional ao expressiva limitação constitucional ao poder do Estadopoder do Estado, cuja competência , cuja competência regulamentar, por tal razão, não se reveste de regulamentar, por tal razão, não se reveste de suficiente idoneidade jurídica que lhe permita suficiente idoneidade jurídica que lhe permita restringir direitos ou criar obrigaçõesrestringir direitos ou criar obrigações. . Nenhum ato regulamentar pode criar Nenhum ato regulamentar pode criar obrigações ou restringir direitos, sob pena obrigações ou restringir direitos, sob pena de incidir em domínio constitucionalmente de incidir em domínio constitucionalmente reservado ao âmbito de atuação material reservado ao âmbito de atuação material da lei em sentido formalda lei em sentido formal”. (Rel. Min. Celso ”. (Rel. Min. Celso de Mello, j. em 07.02.01) de Mello, j. em 07.02.01)

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Propriedade e PerdimentoPropriedade e Perdimento

Art. 5º (...)Art. 5º (...) XXII - é garantido o direito de XXII - é garantido o direito de

propriedadepropriedade

XLVI - a lei regulará a individualização XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (...) b) perda de bens.seguintes: (...) b) perda de bens.

Perdimento: reservado a infrações Perdimento: reservado a infrações criminais.criminais.

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Devido Processo e Devido Processo e ProporcionalidadeProporcionalidade

Art. 5º (...)Art. 5º (...)

LIV - ninguém será privado da LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.devido processo legal.

Fundamento normativo para a Fundamento normativo para a proporcionalidade (devido processo proporcionalidade (devido processo legal sob o aspecto substancial).legal sob o aspecto substancial).

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ConfiscoConfisco ““Art. 150. Sem prejuízo de outras Art. 150. Sem prejuízo de outras

garantias asseguradas ao garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)Municípios: (...)

IV - utilizar tributo com efeito de IV - utilizar tributo com efeito de confisco”.confisco”.

Referida limitação nada mais é do Referida limitação nada mais é do que uma leitura específica da idéia que uma leitura específica da idéia de proporcionalidade.de proporcionalidade.

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Alíquota e Base de Alíquota e Base de CálculoCálculo

Questionamentos:Questionamentos: Há limite para alíquota da multa?Há limite para alíquota da multa? Há restrição quanto à base de Há restrição quanto à base de

cálculo da multa?cálculo da multa? Pode a multa ser cobrada com base no Pode a multa ser cobrada com base no

valor do tributo não recolhido?valor do tributo não recolhido? Pode a multa ser cobrada com base no Pode a multa ser cobrada com base no

valor da operação?valor da operação?

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ADIn 551ADIn 551 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.

§§ 2.º E 3.º DO ART. 57 DO ATO DAS §§ 2.º E 3.º DO ART. 57 DO ATO DAS DOSPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS DOSPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO DO TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. FIXAÇÃO DE ESTADO DO RIO DE JANEIRO. FIXAÇÃO DE VALORES MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-VALORES MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-RECOLHIMENTO E SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS RECOLHIMENTO E SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO INCISO IV DO ART. ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO INCISO IV DO ART. 150 DA CARTA DA REPÚBLICA. A desproporção 150 DA CARTA DA REPÚBLICA. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica, a multa, evidencia o conseqüência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do texto ao mencionado dispositivo do texto constitucional federal. Ação julgada procedente. constitucional federal. Ação julgada procedente. (Rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 24.10.2002)(Rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 24.10.2002)

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Voto Min. Ilmar GalvãoVoto Min. Ilmar Galvão

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Voto Min. Sepúlveda Voto Min. Sepúlveda PertencePertence

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Voto Min. Marco AurélioVoto Min. Marco Aurélio

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RE 239.964RE 239.964

IPI. MULTA MORATÓRIA. ART. 59. IPI. MULTA MORATÓRIA. ART. 59. LEI 8.383/91. RAZOABILIDADE. A LEI 8.383/91. RAZOABILIDADE. A multa moratória de 20% (vinte por multa moratória de 20% (vinte por cento) do valor do imposto devido, cento) do valor do imposto devido, não se mostra abusiva ou não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade contributiva princípios da capacidade contributiva e da vedação ao confisco. Recurso e da vedação ao confisco. Recurso extraordinário não conhecido.extraordinário não conhecido. (Rel. (Rel. Min. Ellen Gracie, j. em 15.04.2003)Min. Ellen Gracie, j. em 15.04.2003)

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RE 220.284RE 220.284

ICMS. Multa de 30% imposta por lei sobre ICMS. Multa de 30% imposta por lei sobre o valor do imposto devido. Alegação de ter o valor do imposto devido. Alegação de ter essa multa caráter confiscatório. – (...) Não essa multa caráter confiscatório. – (...) Não se pode pretender desarrazoada e abusiva se pode pretender desarrazoada e abusiva a imposição por lei de multa - que é pena a imposição por lei de multa - que é pena pelo descumprimento da obrigação pelo descumprimento da obrigação tributária - de 30% sobre o valor do tributária - de 30% sobre o valor do imposto devido, sob o fundamento de que imposto devido, sob o fundamento de que ela, por si mesma, tem caráter ela, por si mesma, tem caráter confiscatório. Recurso extraordinário não confiscatório. Recurso extraordinário não conhecido.conhecido. (Rel. Min. Moreira Alves, j. em (Rel. Min. Moreira Alves, j. em 16.05.2000) 16.05.2000)

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RE 241.074RE 241.074 TRIBUTÁRIO. COFINS. PARCELAMENTO. TRIBUTÁRIO. COFINS. PARCELAMENTO.

JUROS. MULTA DE 80% . ALEGAÇÕES DE JUROS. MULTA DE 80% . ALEGAÇÕES DE EFEITO CONFISCATÓRIO, USURA, E EFEITO CONFISCATÓRIO, USURA, E DESRESPEITO AOS PRINCÍPIOS DO DESRESPEITO AOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA ISONOMIA. Alegações improcedentes, ISONOMIA. Alegações improcedentes, em face da legislação que rege a matéria, em face da legislação que rege a matéria, visto que as cominações impostas à visto que as cominações impostas à contribuinte, por meio de lançamento de contribuinte, por meio de lançamento de ofício, decorrem do fato de haver-se ela ofício, decorrem do fato de haver-se ela omitido na declaração e recolhimento omitido na declaração e recolhimento tempestivos da contribuição(...). Recurso tempestivos da contribuição(...). Recurso não conhecido.não conhecido. (Rel. Min. Ilmar Galvão, j. (Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 12.11.2000)12.11.2000)

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ADIn 1.075ADIn 1.075Lei 8.846/94Lei 8.846/94Art. 3º Ao contribuinte, pessoa física ou Art. 3º Ao contribuinte, pessoa física ou jurídica, que não houver emitido a nota fiscal, jurídica, que não houver emitido a nota fiscal, recibo ou documento equivalente, na situação recibo ou documento equivalente, na situação de que trata o art. 2º, ou não houver de que trata o art. 2º, ou não houver comprovado a sua emissão, será aplicada a comprovado a sua emissão, será aplicada a

multa pecuniária de multa pecuniária de trezentos por cento trezentos por cento sobre o valor do bem objeto da sobre o valor do bem objeto da operação ou do serviço prestadooperação ou do serviço prestado, não , não passível de redução, sem prejuízo da incidência passível de redução, sem prejuízo da incidência do imposto sobre a renda e proventos de do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e das contribuições sociais.qualquer natureza e das contribuições sociais.

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ADIn 1.075ADIn 1.075Multa de 300%Multa de 300%““A proibição constitucional do confisco em matéria A proibição constitucional do confisco em matéria tributária - ainda que se trate de multa fiscal resultante do tributária - ainda que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo contribuinte, de suas obrigações inadimplemento, pelo contribuinte, de suas obrigações tributárias - nada mais representa senão a interdição, pela tributárias - nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão governamental que Carta Política, de qualquer pretensão governamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou apropriação estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, dos rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma existência digna, ou a prática de atividade direito a uma existência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas necessidades vitais básicas”. necessidades vitais básicas”. ““O Poder Público, especialmente em sede de tributação O Poder Público, especialmente em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição do "quantum" pertinente (mesmo tratando-se da definição do "quantum" pertinente ao valor das multas fiscais), não pode agir ao valor das multas fiscais), não pode agir imoderadamente, pois a atividade governamental acha-se imoderadamente, pois a atividade governamental acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro razoabilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro de aferição da constitucionalidade material dos atos de aferição da constitucionalidade material dos atos estatais”. estatais”.

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RE 492.842RE 492.842Mantido Acórdão que reduziu multa de Mantido Acórdão que reduziu multa de 75% para 20%, sob o fundamento de 75% para 20%, sob o fundamento de irrazoabilidade.irrazoabilidade.

““É antiga a orientação da Segunda É antiga a orientação da Segunda Turma no sentido de que a multa Turma no sentido de que a multa moratória, quando estabelecida em moratória, quando estabelecida em montante desproporcional, tem feição montante desproporcional, tem feição confiscatória e deve ser reduzida (...) confiscatória e deve ser reduzida (...) Dessas orientações não divergiu o Dessas orientações não divergiu o acórdão recorrido. Do exposto, com base acórdão recorrido. Do exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso” (Rel. Civil, nego seguimento ao recurso” (Rel. Joaquim Barbosa, j. em 28.09.2006)Joaquim Barbosa, j. em 28.09.2006)

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Limites fixados pelo Limites fixados pelo STFSTF

PROPORCIONALPROPORCIONAL DESPROPORCIONDESPROPORCIONALAL

20%20% 200%200%

30%30% 300%300%

80%80% 500%500%

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Conselho de Conselho de ContribuintesContribuintes

CSLL - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O CSLL - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - MULTA ISOLADA – Os LUCRO LÍQUIDO - MULTA ISOLADA – Os incisos I e II "caput" e os incisos I, II, III e IV, § incisos I e II "caput" e os incisos I, II, III e IV, § 1o., do art. 44, da Lei n. 9.430/96, 1o., do art. 44, da Lei n. 9.430/96, devem devem ser interpretados de forma ser interpretados de forma sistemática, sob pena da cláusula sistemática, sob pena da cláusula penal ultrapassar o valor da penal ultrapassar o valor da obrigação tributária principalobrigação tributária principal, , constituindo-se num autêntico confisco e num constituindo-se num autêntico confisco e num "bis in idem" punitivo, em detrimento do "bis in idem" punitivo, em detrimento do princípio da não propagação das multas e da princípio da não propagação das multas e da não repetição da sanção tributária. (1º não repetição da sanção tributária. (1º Conselho de Contribuintes, Recurso 127.517, Conselho de Contribuintes, Recurso 127.517, Com. Valmir Sandri)Com. Valmir Sandri)

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Base de cálculoBase de cálculo

Base de cálculo da multa: Base de cálculo da multa:

Deve haver relação direta com a Deve haver relação direta com a infração, sob pena de se configurar infração, sob pena de se configurar desproporcionalidade.desproporcionalidade.

Logo, multa por não recolhimento Logo, multa por não recolhimento de tributo que tenha por base de de tributo que tenha por base de cálculo o valor da operação deve cálculo o valor da operação deve ser considerada desproporcional.ser considerada desproporcional.

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Base de cálculoBase de cálculo

Multa por descumprimento de Multa por descumprimento de obrigação acessória.obrigação acessória.

Multa deve ser aplicada por Multa deve ser aplicada por infração e não pelo período em infração e não pelo período em que a obrigação acessória está que a obrigação acessória está em aberto.em aberto.

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Base de cálculoBase de cálculo

ADMINISTRATIVO – MULTA – FORMA DE ADMINISTRATIVO – MULTA – FORMA DE COBRANÇA. 1. Sendo devida multa pela não-COBRANÇA. 1. Sendo devida multa pela não-declaração ao Fisco das contribuições de declaração ao Fisco das contribuições de tributos federais, no momento em que se faz tributos federais, no momento em que se faz a declaração em bloco, não é razoável efetuar a declaração em bloco, não é razoável efetuar um somatório da sanção pecuniária para cada um somatório da sanção pecuniária para cada mês de atraso na declaração. 2. Princípio da mês de atraso na declaração. 2. Princípio da proporcionalidade da sanção, que atende a proporcionalidade da sanção, que atende a outro princípio, o da razoabilidade. 3. outro princípio, o da razoabilidade. 3. Recurso especial improvido.Recurso especial improvido.(REsp 601351/RN, Rel. Ministra ELIANA (REsp 601351/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03.06.2004, DJ 20.09.2004 p. 259)03.06.2004, DJ 20.09.2004 p. 259)

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Ampla DefesaAmpla Defesa

Art. 5º (...)Art. 5º (...)

LV - aos litigantes, em processo LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são acusados em geral são assegurados o contraditório e assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.recursos a ela inerentes.

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Proibição de Proibição de bis in idembis in idem

Decorrência da idéia de Decorrência da idéia de proporcionalidade das penas. A proporcionalidade das penas. A pena deve ser proporcional à pena deve ser proporcional à infração.infração.

Conseqüentemente, não se deve Conseqüentemente, não se deve penalizar o mesmo fato mais de penalizar o mesmo fato mais de uma vez, sob pena de estabelecer uma vez, sob pena de estabelecer uma pena desproporcional.uma pena desproporcional.

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Proibição de Proibição de bis in idembis in idem

É permitido cumular sanção É permitido cumular sanção criminal e sanção criminal e sanção administrativa?administrativa?

Jurisprudência tem entendido Jurisprudência tem entendido que SIM, em razão da que SIM, em razão da autonomia entre as esferas autonomia entre as esferas criminal e administrativa.criminal e administrativa.

Page 32: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

STF, RE 94.233STF, RE 94.233 O pagamento dos tributos e demais O pagamento dos tributos e demais

gravamesgravames, com a finalidade de ser obtida a , com a finalidade de ser obtida a extinção da punibilidade no crime de extinção da punibilidade no crime de descaminho (...) descaminho (...) não tem o condão de elidir não tem o condão de elidir a pena de perda da mercadoriaa pena de perda da mercadoria (...), ou de (...), ou de tornar possível a liberação da mercadoria, tornar possível a liberação da mercadoria, (...), mesmo porque não é causa excludente da (...), mesmo porque não é causa excludente da responsabilidade civil a decisão que julga responsabilidade civil a decisão que julga extinta a punibilidade (CPP, art. 67, II). II - extinta a punibilidade (CPP, art. 67, II). II - autonomia das instâncias cível e penalautonomia das instâncias cível e penal, ou , ou reconhecimento do caráter autonômico da reconhecimento do caráter autonômico da responsabilidade civil e penal (Código Civil, responsabilidade civil e penal (Código Civil, art. 1525; CPP, art. 66). art. 1525; CPP, art. 66).

(Rel. Min. Aldir Passarinho, J. em 04.04.1986)(Rel. Min. Aldir Passarinho, J. em 04.04.1986)

Page 33: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

STJ, REsp 507.666STJ, REsp 507.666 TRIBUTÁRIO, FISCAL E ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO, FISCAL E ADMINISTRATIVO.

APREENSÃO DE AERONAVE. MERCADORIAS APREENSÃO DE AERONAVE. MERCADORIAS SEM DOCUMENTAÇÃO LEGAL. PENA DE SEM DOCUMENTAÇÃO LEGAL. PENA DE PERDIMENTO. INSTÂNCIAS PERDIMENTO. INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVO-FISCAL E PENAL. ADMINISTRATIVO-FISCAL E PENAL. INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA ENTRE SI. INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA ENTRE SI. DELITO CONFIRMADO E NÃO DELITO CONFIRMADO E NÃO DESCARACTERIZADO NO CAMPO DESCARACTERIZADO NO CAMPO ADMINISTRATIVO. EXTINÇÃO DA AÇÃO ADMINISTRATIVO. EXTINÇÃO DA AÇÃO PENAL PELA PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA PENAL PELA PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO DA SENTENÇA PENAL DE REPERCUSSÃO DA SENTENÇA PENAL NA ESFERA CÍVEL.NA ESFERA CÍVEL.

Rel. Min. José Delgado, julgado em Rel. Min. José Delgado, julgado em 05.08.2003.05.08.2003.

Page 34: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

Direito de Exercício de Direito de Exercício de ProfissãoProfissão

Art. 5º (...) XIII - é livre o exercício de Art. 5º (...) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas atendidas as qualificações profissionais as qualificações profissionais que a que a lei estabelecer.lei estabelecer.

Fundamento da República: Trabalho e Livre Fundamento da República: Trabalho e Livre Iniciativa (art. 1º, IV)Iniciativa (art. 1º, IV)

Art. 170, parágrafo único: “Art. 170, parágrafo único: “É assegurado a É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em leicasos previstos em lei”.”.

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Direito de Exercício de Direito de Exercício de ProfissãoProfissão

““Poder de tributar - que encontra Poder de tributar - que encontra limitações essenciais no próprio texto limitações essenciais no próprio texto constitucional, instituídas em favor do constitucional, instituídas em favor do contribuinte - "não pode chegar à contribuinte - "não pode chegar à desmedida do poder de destruir" (Min. desmedida do poder de destruir" (Min. Orosimbo nonato, RDA 34/132). A Orosimbo nonato, RDA 34/132). A prerrogativa estatal de tributar traduz prerrogativa estatal de tributar traduz poder cujo exercício não pode poder cujo exercício não pode comprometer a liberdade de trabalho, comprometer a liberdade de trabalho, de comércio e de indústria do de comércio e de indústria do contribuinte”.contribuinte”. ( (Rel. Min. CELSO DE Rel. Min. CELSO DE MELLO, J. em MELLO, J. em 28/03/2005)28/03/2005)

Page 36: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

Súmulas do STFSúmulas do STF Súmula 70: Súmula 70: É inadmissível a interdição É inadmissível a interdição

de estabelecimento como meio coercitivo de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. para cobrança de tributo.

Súmula 323: Súmula 323: “É inadmissível a “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.”coercitivo para pagamento de tributos.”

Súmula 547: “Súmula 547: “não é lícito à autoridade não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais”. atividades profissionais”.

Page 37: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

Sanções políticasSanções políticasProtesto de CDAProtesto de CDA

Exigência de certidões Exigência de certidões para levantamento de para levantamento de

precatóriosprecatórios

Caso Caso American VirginiaAmerican Virginia

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Protesto de CDA: Portaria PGFN Protesto de CDA: Portaria PGFN 321/2006321/2006

O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso das atribuições que lhe confere o art. 49, inciso XXI, alínea “a”, do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, e tendo em vista o disposto no art.1º da Lei nº 9.492, de 10 de setembro de 1997, e no art. 585, inciso VI, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, resolve:Art. 1º. As Certidões de Dívida Ativa da União, especialmente aquelas cujos valores não ultrapassem o limite estabelecido pela Portaria MF nº 49, de 1º de abril de 2004, poderão ser levadas a protesto, antes do ajuizamento da ação de execução fiscal. (…)Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

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Protesto de CDAProtesto de CDA

Lei n.º 9.492, de 10 de setembro de Lei n.º 9.492, de 10 de setembro de 1997: "Art. 1º Protesto é o ato 1997: "Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual formal e solene pelo qual se prova a se prova a inadimplência e o descumprimento inadimplência e o descumprimento de obrigaçãode obrigação originada em títulos e originada em títulos e outros documentos de dívida”.outros documentos de dívida”.

Lei nº 6.830/80: “Art. 3º. A Dívida Lei nº 6.830/80: “Art. 3º. A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidezpresunção de certeza e liquidez."."

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TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROTESTO PRÉVIO. DESNECESSIDADE. PRESUNÇÃO DE PROTESTO PRÉVIO. DESNECESSIDADE. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ.CERTEZA E LIQUIDEZ.

1. Agravo regimental interposto em face de 1. Agravo regimental interposto em face de decisão que negou provimento a agravo de decisão que negou provimento a agravo de instrumento. Nas razões do agravo, sustenta-se, instrumento. Nas razões do agravo, sustenta-se, em síntese, que embora a certidão de dívida ativa em síntese, que embora a certidão de dívida ativa seja reconhecida como um título executivo seja reconhecida como um título executivo extrajudicial, a cobrança da dívida tributária tem extrajudicial, a cobrança da dívida tributária tem natureza diferente dos outros títulos de caráter natureza diferente dos outros títulos de caráter civil, não tendo a Lei 9.492/97 a abrangência civil, não tendo a Lei 9.492/97 a abrangência pretendida pelo agravado.pretendida pelo agravado.2. Não há necessidade de protesto prévio do título 2. Não há necessidade de protesto prévio do título emitido pela Fazenda Pública. Se a CDA tem emitido pela Fazenda Pública. Se a CDA tem presunção relativa de certeza e liquidez, servindo presunção relativa de certeza e liquidez, servindo inclusive como prova pré-constituída, o inclusive como prova pré-constituída, o inadimplemento é caracterizado como elemento inadimplemento é caracterizado como elemento probante. Logo, falta interesse ao Ente Público que probante. Logo, falta interesse ao Ente Público que justifique o protesto prévio da CDA para satisfação justifique o protesto prévio da CDA para satisfação do crédito tributário que este título representa.do crédito tributário que este título representa.(AgRg no Ag 936.606/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, (AgRg no Ag 936.606/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06.05.2008, DJe 04.06.2008)PRIMEIRA TURMA, julgado em 06.05.2008, DJe 04.06.2008)

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Exigência de CertidõesExigência de Certidões

Art. 19. O levantamento ou a autorização Art. 19. O levantamento ou a autorização para depósito em conta bancária de valores para depósito em conta bancária de valores decorrentes de precatório judicial somente decorrentes de precatório judicial somente poderá ocorrer mediante a apresentação poderá ocorrer mediante a apresentação ao juízo de certidão negativa de tributos ao juízo de certidão negativa de tributos federais, estaduais, municipais, bem como federais, estaduais, municipais, bem como certidão de regularidade para com a certidão de regularidade para com a Seguridade Social, o Fundo de Garantia do Seguridade Social, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e a Dívida Ativa Tempo de Serviço – FGTS e a Dívida Ativa da União, depois de ouvida a Fazenda da União, depois de ouvida a Fazenda Pública. (Lei 11.033/2004)Pública. (Lei 11.033/2004)

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ADIn 3.453ADIn 3.453AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRECATÓRIOS. ART. 19 DA LEI NACIONAL Nº 11.033, DE PRECATÓRIOS. ART. 19 DA LEI NACIONAL Nº 11.033, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2004. AFRONTA AOS ARTS. 5º, INC. 21 DE DEZEMBRO DE 2004. AFRONTA AOS ARTS. 5º, INC. XXXVI, E 100 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O art. XXXVI, E 100 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O art. 19 da Lei n. 11.033/04 impõe condições para o 19 da Lei n. 11.033/04 impõe condições para o levantamento dos valores do precatório devido pela levantamento dos valores do precatório devido pela Fazenda Pública. 2. A norma infraconstitucional estatuiu Fazenda Pública. 2. A norma infraconstitucional estatuiu condição para a satisfação do direito do jurisdicionado - condição para a satisfação do direito do jurisdicionado - constitucionalmente garantido - que não se contém na constitucionalmente garantido - que não se contém na norma fundamental da República. (...) 7. A determinação norma fundamental da República. (...) 7. A determinação de condicionantes e requisitos para o levantamento ou a de condicionantes e requisitos para o levantamento ou a autorização para depósito em conta bancária de valores autorização para depósito em conta bancária de valores decorrentes de precatórios judiciais, que não aqueles decorrentes de precatórios judiciais, que não aqueles constantes de norma constitucional, ofende os princípios constantes de norma constitucional, ofende os princípios da garantia da jurisdição efetiva (art. 5º, inc. XXXVI) e o da garantia da jurisdição efetiva (art. 5º, inc. XXXVI) e o art. 100 e seus incisos, não podendo ser tida como válida a art. 100 e seus incisos, não podendo ser tida como válida a norma que, ao fixar novos requisitos, embaraça o norma que, ao fixar novos requisitos, embaraça o levantamento dos precatórios. 8. Ação Direta de levantamento dos precatórios. 8. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.Inconstitucionalidade julgada procedente. (Rel. Min. (Rel. Min. Carmen Lúcia, J. em 30.112006)Carmen Lúcia, J. em 30.112006)

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RE 550.769: American RE 550.769: American VirginiaVirginia

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Infrações e Infrações e SançõesSanções

Regime Regime Infraconstitucional: Infraconstitucional:

CTNCTN

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CTN e a Legislação CTN e a Legislação TributáriaTributária

Art. 113. A obrigação tributária é principal Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. (...)ou acessória. (...)

§ 2º A obrigação acessória decorre da § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributosda fiscalização dos tributos..

Art. 96. A expressão "legislação tributária" Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.jurídicas a eles pertinentes.

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CTN e a Legislação CTN e a Legislação TributáriaTributária

Pode um ato infra-legal criar Pode um ato infra-legal criar obrigação acessória?obrigação acessória?

Pode um ato infra-legal estabelecer Pode um ato infra-legal estabelecer sanção pelo descumprimento de sanção pelo descumprimento de obrigação acessória criada por lei?obrigação acessória criada por lei?

Pode um ato infra-legal estabelecer Pode um ato infra-legal estabelecer sanção pelo descumprimento de sanção pelo descumprimento de obrigação acessória criada por ato obrigação acessória criada por ato infra-legal?infra-legal?

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CTN e a Legislação CTN e a Legislação TributáriaTributária

““Art. 97. Somente a lei pode Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:estabelecer:

V - a cominação de penalidades para V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas”.infrações nela definidas”.

““Ações ou omissões contrárias a Ações ou omissões contrárias a seus dispositivos” é diferente de seus dispositivos” é diferente de “Ações ou omissões contrárias a “Ações ou omissões contrárias a dispositivos de ato infra-legal”.dispositivos de ato infra-legal”.

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REsp 1035244REsp 1035244TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL.PENALIDADE. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL.PENALIDADE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.1. 1. Inviável, por via de Instrução Normativa, Inviável, por via de Instrução Normativa, ampliar o conteúdo de objetivo punitivo ampliar o conteúdo de objetivo punitivo tributáriotributário. 2. Qualquer multa por descumprimento de . 2. Qualquer multa por descumprimento de obrigação acessória depende de ter previsão legal. 3. obrigação acessória depende de ter previsão legal. 3. As penalidades previstas nos artigos 3º, II, e 4º do As penalidades previstas nos artigos 3º, II, e 4º do INSRF 304, INSRF 304, extrapolam dispositivos legaisextrapolam dispositivos legais (art. 57, (art. 57, II, da MP n. 2.158-35/2001, combinado com o art. 16 da II, da MP n. 2.158-35/2001, combinado com o art. 16 da lei n. 9.779/1999 e com o art. 97, V, do CTN). 4. A lei n. 9.779/1999 e com o art. 97, V, do CTN). 4. A INSRF 304, de 21.02.2003, que instituiu a Declaração INSRF 304, de 21.02.2003, que instituiu a Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob), de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob), não pode, em desacordo com a lei, instituir não pode, em desacordo com a lei, instituir hipótese de crimehipótese de crime. 5. Afastamento da aplicação do . 5. Afastamento da aplicação do art. 3º, II e art. 4º da IN n. 304/03. Ilegalidade. (Rel. art. 3º, II e art. 4º da IN n. 304/03. Ilegalidade. (Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, J. em 20.05.2008) Ministro JOSÉ DELGADO, J. em 20.05.2008)

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Retroatividade no CTNRetroatividade no CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato ou Art. 106. A lei aplica-se a ato ou

fato pretérito: (...) II - tratando-se fato pretérito: (...) II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:de ato não definitivamente julgado:a) quando deixe de defini-lo como a) quando deixe de defini-lo como infração;infração;b) quando deixe de tratá-lo como b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não , desde que não tenha sido fraudulento e não tenha tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento implicado em falta de pagamento de tributo;de tributo;c) quando lhe comine penalidade c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.vigente ao tempo da sua prática.

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A lei poderá ser aplicada A lei poderá ser aplicada retroativamente retroativamente quando o ato ainda quando o ato ainda não não tenha sido objeto de tenha sido objeto de sentença transitada sentença transitada em julgado em julgado e:e:

Deixe de considerar determinado fato Deixe de considerar determinado fato como como ilícito (“a”)ilícito (“a”)

Deixe de considerar o fato como ilícito Deixe de considerar o fato como ilícito em se em se tratando de tratando de obrigações obrigações acessóriasacessórias, desde que , desde que não tenha não tenha ocorrido fraude e não tenha gerado o ocorrido fraude e não tenha gerado o não recolhimento do tributo (“b”)não recolhimento do tributo (“b”)

Considere o fato como penalidade Considere o fato como penalidade menos menos grave (“c”)grave (“c”)

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““Definitivamente Definitivamente Julgado”Julgado”

““A expressão ‘ato A expressão ‘ato definitivamente julgado’ definitivamente julgado’ constante do inciso II do art. constante do inciso II do art. 106 não se limita à esfera 106 não se limita à esfera administrativa, alcança os atos administrativa, alcança os atos assim considerados no âmbito assim considerados no âmbito judicial”judicial”. . (REsp 981.251/RS, Rel. Ministro (REsp 981.251/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 16.10.2007, DJ 08.11.2007 p. 224)em 16.10.2007, DJ 08.11.2007 p. 224)

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REsp 698.428REsp 698.428TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. (...) MULTA MORATÓRIA. ESPECIAL. (...) MULTA MORATÓRIA. REDUÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA DE LEI REDUÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA DE LEI MAIS BENÉFICA AOS FATOS NÃO MAIS BENÉFICA AOS FATOS NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADOS (CTN, ART. 106, DEFINITIVAMENTE JULGADOS (CTN, ART. 106, II, C). (...) 2. II, C). (...) 2. Aplica-se retroativamente a Aplica-se retroativamente a redução da multa moratóriaredução da multa moratória estabelecida estabelecida pela Lei Estadual n.º 10.932/97-RS, por ser mais pela Lei Estadual n.º 10.932/97-RS, por ser mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c, do CTN), benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c, do CTN), aos débitos objeto de execução fiscal não aos débitos objeto de execução fiscal não definitivamente encerrada, definitivamente encerrada, entendendo-se entendendo-se como tal aquela em que não foram como tal aquela em que não foram ultimados os atos executivos ultimados os atos executivos destinados à satisfação da prestaçãodestinados à satisfação da prestação. . (Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, (Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19.02.2008, DJe PRIMEIRA TURMA, julgado em 19.02.2008, DJe 03.03.2008)03.03.2008)

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Necessidade de pedido Necessidade de pedido expresso?expresso?

"Não incorre em julgamento "Não incorre em julgamento ultra petitaultra petita a a aplicação de ofício pelo Tribunal de lei aplicação de ofício pelo Tribunal de lei mais benéfica ao contribuinte, para mais benéfica ao contribuinte, para redução de multa, em processo no qual se redução de multa, em processo no qual se pugna pela nulidade total da inscrição na pugna pela nulidade total da inscrição na dívida ativa. Inexistência de violação ao dívida ativa. Inexistência de violação ao art. 460 do CPC" (REsp 649.957/SP, 2ª art. 460 do CPC" (REsp 649.957/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 28.6.2006). (...) 4. Recurso especial 28.6.2006). (...) 4. Recurso especial desprovido. desprovido. (REsp 622.033/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA (REsp 622.033/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22.05.2007, DJ 14.06.2007 p. 250)TURMA, julgado em 22.05.2007, DJ 14.06.2007 p. 250)

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CTNCTN Art. 112. A lei tributária que define infrações, Art. 112. A lei tributária que define infrações,

ou lhe comina penalidades, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da interpreta-se da maneira mais favorável ao acusadomaneira mais favorável ao acusado, em caso , em caso de dúvida quanto:de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais II - à natureza ou às circunstâncias materiais

do fato, ou à natureza ou extensão dos seus do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.sua graduação.

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ResponsabilidadeResponsabilidade Art. 136. Salvo disposição de lei em Art. 136. Salvo disposição de lei em

contrário, a responsabilidade contrário, a responsabilidade por por infraçõesinfrações da legislação tributária da legislação tributária independe da intençãoindepende da intenção do agente ou do agente ou do responsável e da efetividade, do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do natureza e extensão dos efeitos do ato.ato.

Regra: responsabilidade objetiva.Regra: responsabilidade objetiva. Se norma dispuser em sentido Se norma dispuser em sentido

contrário: responsabilidade contrário: responsabilidade subjetiva.subjetiva.

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Responsabilidade pessoalResponsabilidade pessoal

Art. 137. A responsabilidade é Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:pessoal ao agente:

I - quanto às infrações conceituadas I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou por lei como crimes ou contravenções, contravenções, salvosalvo quando quando praticadas no exercício regular de praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, administração, mandato, função, cargo ou emprego, cargo ou emprego, ouou no no cumprimento de ordem expressa cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito.emitida por quem de direito.

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ExemploExemplo

Crime contra a ordem tributária (Lei Crime contra a ordem tributária (Lei 8.137/90)8.137/90)

Art. 1° Constitui crime contra a ordem Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutasmediante as seguintes condutas (...) (...)

II - fraudar a fiscalização tributária, II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei em documento ou livro exigido pela lei fiscalfiscal. .

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SituaçõesSituações

A) João, contador terceirizado da A) João, contador terceirizado da empresa “X”, deixa de contabilizar empresa “X”, deixa de contabilizar uma venda de mercadoria.uma venda de mercadoria.

B) João, contador terceirizado da B) João, contador terceirizado da empresa “X”, deixa de contabilizar empresa “X”, deixa de contabilizar uma venda de mercadoria, sob uma venda de mercadoria, sob orientação do sócio gerente.orientação do sócio gerente.

C) João, contador interno da C) João, contador interno da empresa “X”, deixa de contabilizar empresa “X”, deixa de contabilizar uma venda de mercadoria.uma venda de mercadoria.

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SituaçõesSituações

A) Responsabilidade administrativa A) Responsabilidade administrativa pessoal.pessoal.

B) Responsabilidade da empresa B) Responsabilidade da empresa (cumprimento de ordem expressa)(cumprimento de ordem expressa)

C) Responsabilidade da empresa C) Responsabilidade da empresa (exercício regular de cargo ou (exercício regular de cargo ou emprego)emprego)

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Responsabilidade Responsabilidade PessoalPessoal

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: (...)agente: (...)

II - quanto às infrações em cuja definição II - quanto às infrações em cuja definição o dolo o dolo específico do agente seja elementarespecífico do agente seja elementar..

Lei 9.430/96: Art. 44. (...) § 1o O percentual de Lei 9.430/96: Art. 44. (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.cabíveis.

Casos de sonegação, fraude ou conluio.Casos de sonegação, fraude ou conluio.

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Responsabilidade Responsabilidade PessoalPessoal

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:agente:

III - quanto às infrações que decorram III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específicodireta e exclusivamente de dolo específico::

a) das pessoas referidas no artigo 134, a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem (pais, contra aquelas por quem respondem (pais, tutores, etc.)tutores, etc.)

b) dos mandatários, prepostos ou b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;preponentes ou empregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.contra estas.

Page 62: Infrações e Sanções Fiscais (24.09.2008)

Denúncia EspontâneaDenúncia Espontânea Art. 138. A responsabilidade é excluída pela Art. 138. A responsabilidade é excluída pela

denúncia denúncia espontâneaespontânea da infração, da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada espontânea a denúncia apresentada após o após o início de qualquer procedimento início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalizaçãoadministrativo ou medida de fiscalização, , relacionados com a infração.relacionados com a infração.

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EspontaneidadeEspontaneidade

Decreto 70.235/72:Decreto 70.235/72:

““Art. 7º O procedimento fiscal tem início Art. 7º O procedimento fiscal tem início com:com:

I - o primeiro I - o primeiro ato de ofícioato de ofício, escrito, , escrito, praticado por servidor competentepraticado por servidor competente, , cientificado o sujeito passivo da obrigação cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto;tributária ou seu preposto;

II - a apreensão de mercadorias, II - a apreensão de mercadorias, documentos ou livros;documentos ou livros;

III - o começo de despacho aduaneiro de III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada”.mercadoria importada”.

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Denúncia EspontâneaDenúncia Espontânea Questionamentos comuns:Questionamentos comuns:

Cabimento para exonerar não Cabimento para exonerar não cumprimento de obrigação acessória.cumprimento de obrigação acessória.

Cabimento em casos de parcelamento Cabimento em casos de parcelamento do débito.do débito.

Cabimento em tributos sujeitos a Cabimento em tributos sujeitos a lançamento por homologação, em duas lançamento por homologação, em duas hipóteses:hipóteses:

Declaração do fato gerador e não Declaração do fato gerador e não recolhimento do tributorecolhimento do tributo

Não declaração do fato gerador e não Não declaração do fato gerador e não recolhimento do tributo.recolhimento do tributo.

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Obrigação acessóriaObrigação acessóriaTRIBUTÁRIO. PRÁTICA DE ATO MERAMENTE TRIBUTÁRIO. PRÁTICA DE ATO MERAMENTE FORMAL. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF. MULTA FORMAL. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO.MORATÓRIA. CABIMENTO.I - A inobservância da prática de ato formal não I - A inobservância da prática de ato formal não pode ser considerada como infração de natureza pode ser considerada como infração de natureza tributária. De acordo com a moldura fática tributária. De acordo com a moldura fática delineada no acórdão recorrido, deixou a agravante delineada no acórdão recorrido, deixou a agravante de cumprir obrigação acessória, razão pela qual de cumprir obrigação acessória, razão pela qual não se aplica o benefício da denúncia espontânea e não se aplica o benefício da denúncia espontânea e não se exclui a multa moratória.não se exclui a multa moratória.““As responsabilidades acessórias autônomas, sem As responsabilidades acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN” (AgRg no AG nº 490.441/PR, Relator 138, do CTN” (AgRg no AG nº 490.441/PR, Relator Ministro LUIZ FUX, DJ de 21/06/2004, p. 164). Ministro LUIZ FUX, DJ de 21/06/2004, p. 164). (AgRg nos EDcl no REsp 885.259/MG, Rel. Ministro (AgRg nos EDcl no REsp 885.259/MG, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27.02.2007, DJ 12.04.2007 p. 246)27.02.2007, DJ 12.04.2007 p. 246)

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ParcelamentoParcelamentoRECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PARCELAMENTO DO DÉBITO. NÃO ESPONTÂNEA. PARCELAMENTO DO DÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO DE DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CONFIGURAÇÃO DE DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. PRECEDENTES. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. PRECEDENTES. SELIC. INCIDÊNCIA. EXCLUSÃO DA TR. SÚMULA SELIC. INCIDÊNCIA. EXCLUSÃO DA TR. SÚMULA 07/STJ.07/STJ.1. Esta Corte Superior de Justiça já consolidou o 1. Esta Corte Superior de Justiça já consolidou o entendimento no sentido de entendimento no sentido de não admitir o benefício não admitir o benefício da denúncia espontâneada denúncia espontânea, sendo portanto cabível a , sendo portanto cabível a aplicação de multa moratória, aplicação de multa moratória, nos casos de nos casos de parcelamento de débito tributário em atrasoparcelamento de débito tributário em atraso, , decorrente de crédito tributário (Súmula 208 do decorrente de crédito tributário (Súmula 208 do extinto TFR). (...)extinto TFR). (...)(REsp 840.267/RS, Rel. Ministro CARLOS (REsp 840.267/RS, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 1ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 10.06.2008, DJe 04.08.2008)10.06.2008, DJe 04.08.2008)

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Denúncia EspontâneaDenúncia Espontânea

Súmula 360 do STJ: “O benefício Súmula 360 do STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação lançamento por homologação regularmente declarados, mas regularmente declarados, mas pagos a destempo.”pagos a destempo.”

Se contribuinte declara: não pode Se contribuinte declara: não pode usar a denúncia espontânea.usar a denúncia espontânea.

Se contribuinte omite: pode usar a Se contribuinte omite: pode usar a denúncia espontânea.denúncia espontânea.

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Infrações e Infrações e SançõesSanções

Regime Regime Infraconstitucional: Infraconstitucional: Legislação ordináriaLegislação ordinária

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Lei 9.430/96Lei 9.430/96

Art. 44. Nos casos de lançamento de Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes ofício, serão aplicadas as seguintes multas: multas:

I - de 75% (setenta e cinco por cento) I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de de falta de declaração e nos de declaração inexata. declaração inexata.

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Lei 9.430/96Lei 9.430/96 II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida

isoladamente, sobre o valor do pagamento isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal:mensal:

a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física;física;

b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente, no caso de ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. pessoa jurídica.

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Lei 9.430/96Lei 9.430/96

§ 1o O percentual de multa de que § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste trata o inciso I do caput deste

artigo artigo (75%)(75%) será duplicado nos será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.ou criminais cabíveis.

Sonegação, conluio ou fraude.Sonegação, conluio ou fraude.

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Lei 4.502/64Lei 4.502/64 Art . 71. Sonegação é tôda ação ou Art . 71. Sonegação é tôda ação ou

omissão dolosa tendente a impedir ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade conhecimento por parte da autoridade fazendária: fazendária: I - da ocorrência do fato gerador da I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; natureza ou circunstâncias materiais; II - das condições pessoais de II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente.crédito tributário correspondente.

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Lei 4.502/64Lei 4.502/64 Art. 72. Fraude é tôda ação ou omissão Art. 72. Fraude é tôda ação ou omissão

dolosa tendente a impedir ou retardar, dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento.evitar ou diferir o seu pagamento.

Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.arts. 71 e 72.

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Lei 9.430/96Lei 9.430/96

Art. 44 (...)Art. 44 (...) § 2o Os percentuais de multa a que se § 2o Os percentuais de multa a que se

referem o inciso I do caput referem o inciso I do caput (75%)(75%) e o § 1o e o § 1o deste artigo deste artigo (150%)(150%) serão aumentados de serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação parade intimação para::

I - prestar esclarecimentos I - prestar esclarecimentos II - apresentar os arquivos ou sistemas de que II - apresentar os arquivos ou sistemas de que

tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; agosto de 1991;

III - apresentar a documentação técnica de que trata III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei.o art. 38 desta Lei.

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Quadro: multasQuadro: multas

HIPÓTESEHIPÓTESE MULTAMULTA

Falta de pagamentoFalta de pagamento 75%75%

Falta de declaraçãoFalta de declaração 75%75%

Declaração inexataDeclaração inexata 75%75%

Pessoa natural receber rendimentos Pessoa natural receber rendimentos e não recolher o imposto no prazo e não recolher o imposto no prazo (mês seguinte)(mês seguinte)

50%50%

Pessoa jurídica no Lucro Real por Pessoa jurídica no Lucro Real por base estimada apurar rendimentos base estimada apurar rendimentos e não recolher o imposto no prazo e não recolher o imposto no prazo (mês seguinte)(mês seguinte)

50%50%

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Quadro: agravamentosQuadro: agravamentos

HIPÓTESEHIPÓTESE MULTAMULTA

SonegaçãoSonegação 150%150%

FraudeFraude 150%150%

ConluioConluio 150%150%

Não atendimento à fiscalização, Não atendimento à fiscalização, quando solicitadoquando solicitado

150% 150% a a 300%300%