infra-estrutura logística no brasil - uma busca por maior competitividade - maria inácia

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    Infra-Estrutura Logstica no Brasil: Uma busca por maior competitividade. Maria Incia Favila Salum

    Departamento de Engenharia de Produo e Sistemas, Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina

    Resumo: Atualmente as organizaes buscam ofertar seus produtos e servios de maneira rpida, barata e melhor que seus competidores. Para tanto, exige-se uma excelente infra-estrutura dos modais de transporte, pois so estes que determinam o tempo de entrega. Empresrios brasileiros esto perdendo espao no comrcio internacional justamente pela deficincia de tempo, esta por sua vez causada pela precariedade dos modais de transporte e o uso excessivo das rodovias. Sendo assim, no sendo possvel a eliminao dessa deficincia em curto prazo, empresrios e governantes vem buscando novas solues para sanar este problema ao longo do tempo. Objetivo: Analisar o desempenho logstico do Brasil e como este afeta a competitividade do mesmo. Para tanto, ser avaliada a infra-estrutura, custos e polticas pblicas para os principais modais de transporte. Estrutura/Metodologia: Foi realizada uma reviso com base nos dados secundrios, levando a uma anlise da competitividade brasileira frente ao comrcio mundial. Resultados: A falta de infra-estrutura no Brasil algo visvel. H precariedade de equipamentos, estradas, escassez de mo de obra especializada e falta de polticas publicas eficientes. Hoje, empresrios j reconhecem a logstica como um dos principais fatores de competitividade, pois muitos perderam espao no mercado internacional por falta de eficincia logstica. Neste sentido, o governo brasileiro esta buscando reverter atual situao, atravs do Plano Nacional de Logstica e Transporte (PNL), onde h projetos de melhoramento dos modais, principalmente das rodovias e ferrovias. Alm do governo, empresrios esto investindo em novas tecnologias e numa maior integrao da cadeia de suprimentos, para que assim possam reconquistar seu espao no comrcio internacional. Limitaes de pesquisa: Um estudo mais aprofundado, abrangendo algumas empresas brasileiras poderia proporcionar uma melhor viso dos modais de transporte e como estes impactam na competitividade destas no comrcio internacional. Implicaes prticas: Permitir uma melhor compreenso da situao logstica e da competitividade brasileira frente ao mercado internacional. Valor e originalidade: A problemtica da infra- estrutura logstica brasileira sempre esteve em discusso. Com a mudana no cenrio internacional, tornou-se mais visvel a importncia de uma boa infra-estrutura logstica para o sucesso das empresas no mercado internacional. Busca-se por meio deste estudo contribuir com a pesquisa na rea.

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    1. Introduo

    Segundo o Council of Supply Chain Management Professionals, a logstica

    definida como () processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente e eficaz o fluxo e a armazenagem de bens, servios e informao relacionada, desde o ponto de origem at o ponto de consumo com o propsito de adequar s necessidades dos clientes (CSCMP, 2000).

    As atividades logsticas fazem a ligao entre os centros de produo e os mercados, de modo que os consumidores tenham bens e servios onde e quando quiserem. O raio de ao da logstica estende-se sobre toda a organizao, desde o gerenciamento de matrias primas at a entrega do produto final. Assim, o valor por meio da funo logstica expresso principalmente em termos de lugar e tempo, pois para ter valor ao consumidor, o produto deve estar disponvel onde e quando o cliente deseje adquiri-lo. Henkoff (1994) acrescenta que se busca a vantagem competitiva por meio do processo logstico, a partir do melhor preo, qualidade dos produtos e principalmente da habilidade das organizaes em entregarem os pedidos no momento certo.

    O gerenciamento logstico o meio pelo quais as necessidades dos clientes so satisfeitas atravs da coordenao dos fluxos de materiais e de informaes que vo do mercado at a empresa. Dos muitos problemas estratgicos que as organizaes empresariais enfrentam hoje, talvez o mais desafiante seja o da logstica. O mercado internacional vem a cada dia se transformando em mercado de commodites, onde os consumidores quase j no percebem mais as diferenas entre os produtos, fazendo com que o diferencial recaia sobre os servios prestados aos clientes.

    De acordo com Handfield (1999), o gerenciamento da cadeia de suprimentos conhecido como ncleo da estratgia competitiva, considerando que as organizaes procuram ofertar seus

    produtos e servios de maneira rpida, barata e melhor que seus competidores. Isso ocorre porque o gerenciamento

    possibilita a integrao de cada elo que compe a cadeia, permitindo que o produto chegue ao final do mesmo muito mais competitivo. Para tanto, a integrao entre

    os elos da cadeia de suprimentos s foi possvel por causa dos avanos na tecnologia o que permitiu um maior fluxo

    de informao entre as firmas.

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    Sendo assim, se toda a cadeia produtiva no estiver voltada para seu foco-consumidor final - os custos sero elevados, podendo tornar-se um empecilho para a competitividade da cadeia no mercado internacional.

    No Brasil a logstica esta em defasagem em comparao a outros pases, pois no

    ha uma integrao total da cadeia o que acaba aumentando os custos e o tempo de entrega. Alm desta defasagem de integrao tem-se a precariedade dos principais modais, como rodovirio, ferrovirio e martimo. A falta de mo-de-obra especializada e as burocracias para exportar e importar tambm corrobora para a perda de competitividade deste pas no mercado internacional.

    2. Metodologia

    Tem-se o objetivo de identificar a real situao logstica no Brasil e como esta

    afeta a competitividade brasileira. Para tanto, realizou-se um estudo em publicaes nas bases de dados secundrios sobre este assunto.

    Foram utilizados como base de dados: Scielo, Ministrio do Transporte, Ilos (Instituto de Logstica e SPC), Revista Exame, e PAC-Plano Nacional de Logstica e Transporte. Empregaram-se

    tambm alguns autores da rea de logstica,

    como Novaes, Christopher, Henkoff e Handfield.

    Por se tratar de trabalhos prticos utilizou-se de artigos recentes, para podermos identificar as principais barreiras e inovaes na logstica brasileira. Foram analisadas as infra-estruturas dos modais, custos e polticas pblicas no Brasil.

    Em seguida, fez-se uma analisa como estes problemas estruturais interferem na competitividade brasileira frente aos demais pases.

    3. Brasil O desenvolvimento logstico no Brasil

    algo recente e o pas ainda encontra-se em processo de aprendizagem. A competitividade brasileira frente ao mercado internacional s no melhor por apresentar alguns gargalos logsticos. Os

    principais entraves so: Ausncia de polticas que sincronizem as aes

    governamentais e de iniciativa privada. A precariedade da infra-estrutura de armazns e dos modais de transportes. Por fim, a falta de profissionais especializados na rea logstica e a burocracia, acarretam em grande perda de tempo na hora de comercializar a produo.

    3.1 Infra-Estrutura O Brasil esta entre os principais pases

    em desenvolvimento que apresentam maior potencial de crescimento do mundo. Atualmente esta entre os vinte maiores

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    exportadores mundiais e s no possui melhor desempenho por falta de infra-estrutura fsica. Neste sentindo, o grande freio de crescimento a falta de qualidade dos modais de transporte. O pas possui uma boa infra - estrutura de informao, mas deixa a desejar na infra-estrutura fsica, principalmente no que diz respeito ao sistema ferrovirio, rodovirio e martimo.

    A seguir tem-se apresentao grfica da participao dos modais de transporte no Brasil.

    Fonte: Elaborao prpria com base nos dados do

    Ministrio dos Transportes

    O quadro atual da estrutura dos transportes de cargas do pas tem apresentado muitas limitaes expanso do crescimento econmico. Com problema de transporte existente, o pas vem desperdiando bilhes de reais, com roubos de cargas, ineficincias operacionais, acarretando em significativa perda de competitividade.

    O uso inadequado dos modais acabou gerando uma enorme dependncia do modal rodovirio, em funo dos baixos preos dos fretes. Apesar da enorme costa

    e dos rios navegveis, as rodovias tem papel de destaque. De acordo com o Mistrio dos Transportes cerca de 60% das cargas nacionais so transportadas pelas rodovias.

    No Brasil, o uso excessivo das rodovias esta relacionada simplicidade de funcionamento, pois transporta diversos tipos de cargas, alm de poder oferecer servio de porta a porta. Segundo Keedi (2004), o modal rodovirio o mais utilizado por poder transitar em qualquer lugar, dispe de maior flexibilidade e apresenta maior disponibilidade de vias de acesso, o que viabiliza o fluxo de envio de grande quantidade de cargas. As rodovias esto lotadas de caminhes cortando o pas, e se as estradas ainda fossem boas a defasagem de tempo no seria to grande como . Apenas, 11% das estradas brasileiras so pavimentadas, ficando atrs da China, Rssia e ndia. As condies das estradas brasileiras provocam um aumento no tempo de entrega e uma reduo na qualidade de servios, que muitas vezes foram sentidos no cumprimento de contratos, pagamentos de multas por atraso e ate mesmo perda do negcio.

    Alm, dos problemas com as estradas, os empresrios brasileiros ainda enfrentam outro problema: o roubo de cargas. Estudos revelam que s no estado de So Paulo onde circulam mais de 50% das cargas transportadas, os roubos cresceram mais de

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    20% do ano passado pra c. Por esse motivo muitas transportadoras no apresentam nenhum interesse de crescimento e esto escolhendo seus clientes.

    Quanto s ferrovias brasileiras que no passado foram de grande importncia no escoamento das produes, hoje est sendo pouco utilizadas e a maioria das estradas est abandonada.

    A malha ferroviria brasileira, alm de sucateada, atinge pontos isolados do territrio nacional, ela diferente de uma regio para outra, ou seja, os trilhos so incompatveis, tornando quase impossvel a utilizao da mesma.

    O Brasil possui cerca de 30.000 Km de ferrovias, quase irrisrio se comparado a Rssia que possui cerca de 80.000km. H pouco investimento neste modal, e o pouco que tem vem de capital privado.

    O modal ferrovirio possui maior capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficincia, principalmente nos percursos de mdia e longa distncia. Outra vantagem, se comparada s rodovias a segurana, com menor ndice de acidentes e de furtos.

    Uma das sadas para o aumento da competitividade brasileira no mercado internacional seria investir na malha

    ferroviria, pois j uma tendncia futura o aumento da participao das ferrovias no escoamento das produes. Mas ainda h

    um grande desafio a ser enfrentada no sentido de recuperar a credibilidade como alternativa viria.

    Por mais que o transporte de cargas sofra com problemas de infra-estrutura, tem-se percebido um aumento na movimentao de produtos por trilhos. Isso prova que cada vez mais, as empresas brasileiras esto optando pelas ferrovias para escoar a produo. Um dos produtos mais importantes na pauta de exportao brasileira o minrio de ferro, este por sua vez foi um dos produtos que mais aumentaram sua movimentao por trens,

    fortalecendo a nova tendncia de escoamento de produtos e insumos.

    Assim sendo, tornam-se essenciais para a expanso do modal ferrovirio uma maior viabilizao de linhas de crditos voltadas modernizao de vages, de estradas e facilitao na articulao entre sistemas ferrovirios distintos e entre ferrovias e portos.

    O modal areo quase no utilizado no Brasil, pois os custos das tarifas so muito elevados se comparado aos demais modais. As vantagens do transporte areo so: rapidez na entrega e baixo custo do seguro. J as desvantagens so: baixa capacidade de transportar grandes quantidades e no so recomendadas para produtos de baixo valor agregado, pois o custo de transporte muito alto. J nos EUA apesar do alto

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    custo do frete areo, este modal apresenta uma participao maior, pois os produtos americanos apresentam uma maior

    agregao de valor compensando aos empresrios utilizarem este transporte.

    Pode-se constatar que este modal pouco utilizado no Brasil, porque as exportaes brasileiras se concentram em produtos de baixo valor agregado- comodites, no compensando aos empresrios investir neste setor.

    J o modal hidrovirio o meio de transporte mais econmico que os demais, e tem uma participao de apenas 13% no transporte de cargas brasileiros. Atualmente o Brasil conta com 30 portos martimos e 10 interiores, operando basicamente pela iniciativa privada. As vantagens deste modal a grande quantidade de carga que pode ser transportada em longas distncias, bem como, os custos operacionais menores,

    pois transporta produtos de baixo valor agregado.

    As principais deficincias dos portos brasileiros so: As instalaes sucateadas, falta de dragagem, faltam treinamento de mo de obra, equipamentos com baixa capacidade para recepo e expedio e o acesso aos portos so precrios.

    Vale ressaltar que tanto as ferrovias e

    hidrovias devem estar conjugadas com outros modais para que assim diversos

    pontos de origem e destino sejam atingidos. Devem-se considerar sempre como alternativa de maior competitividade os multimodais e uni modais disponveis para uma maior eficincia de entrega no trajeto origem/destino.

    3.2 Custos Um dos grandes motivos da falta de

    competitividade das organizaes brasileiras no mercado mundial o alto custo, o chamado custo Brasil. Este custo abrange desde problemas estruturais - infra estrutura - at as burocracias. A carga tributaria brasileira de aproximadamente 40% do PIB, sendo uma das mais altas do mundo. O mesmo produto agrcola que produzido no Brasil tem um preo de 35% a mais do que se fosse produzido na Alemanha ou EUA.

    Apesar dos empresrios brasileiros investirem nos avanos tecnolgicos, na qualificao da mo de obra e no aumento da produtividade, a competitividade brasileira ainda pequena por causa desse custo Brasil. Neste sentindo, tem-se o exemplo de empresrios do Mato Grosso que para transportar soja at o porto de Santos gastam trs vezes mais do que se fossem pagar o frete do Brasil a China, ou seja, mais barato mandar soja para China do que transportar a mercadoria dentro do prprio pas. Alm do alto custo do frete os empresrios so obrigados a enfrentar as burocracias internas. Um produto

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    manufaturado leva apenas 15 minutos para atravessar a fronteira de Taiwan, aqui no Brasil o mesmo produto leva horas ou ate mesmo dias para serem liberados nos postos aduaneiros.

    Segundo Ballaou (2001), o transporte um dos elementos mais importantes nos custos logsticos. Um pas com um sistema

    de transporte precariamente desenvolvido acaba elevando seus custos e perdendo competitividade frente aos demais pases.

    Os custos logsticos no Brasil esto

    entre os maiores viles na estrutura de gastos das empresas e do governo, justamente porque nosso sistema virio no consegue competir com a mesma fluidez, velocidade e mobilidade de outros pases como o mesmo nvel de desenvolvimento. Se o Brasil possusse uma boa infra-estrutura, o custo do transporte seria menor, pois poderia utilizar os multimodais com maior eficincia. Logo, obteria uma maior descentralizao da produo e reduo nos preos de produtos, o que traria uma maior vantagem competitiva ao pas.

    Para que o Brasil apresente um bom desempenho no mercado mundial preciso uma reavaliao dos vrios setores da economia, para que o pas possa diminuir seus custos e poder competir igualmente com os demais pases.

    3.3 Polticas Pblicas

    O governo brasileiro atravs do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) tem investido no melhoramento da infra-estrutura de todo pas. O governo prev um investimento de 132 bilhes de reais em infra-estrutura logstica, mas at

    agora s foram investidos 10 bilhes neste setor. De acordo com o BNDES os investimentos nos portos iram triplicar,

    sero investidos at 2013 14 bilhes s neste modal. Esta prevista a construo de mais de 40 terminais hidrovirios na regio amaznica, bem como, a melhoria de 12 portos martimos e a construo de 67 portos fluviais.

    De acordo com o Plano Nacional de Logstica e Transporte (PLNT), Santa Catarina ir demandar um total de 15 bilhes de reais em investimentos nos portos at 2023. J nos modais rodovirios o investimento ser de 5 bilhes de reais, ferrovirios de 4 bilhes e areo de 900 milhes. No setor ferrovirio brasileiro h o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ir ligar o Rio de Janeiro at So Paulo.

    As empresas brasileiras gastam em mdia 50% a mais que as norte-americanas para fazer com que a produo chegue at seu destino final, isso porque o transporte e logstica so os principais gargalos da baixa competitividade brasileira. Para reduzir esses gastos, o governo brasileiro juntamente com a parceria privada est

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    investindo maciamente em uma reestruturao dos modais de transporte, para assim amenizar os custos e ampliar a

    participao do pas no comrcio internacional.

    4 Competitividade brasileira no Mercado Internacional

    O novo cenrio internacional caracterizado por uma busca contnua de competitividade, mais desenvolvimento tecnolgico, maior oferta de produtos, que atendam todas as expectativas de seus clientes. O avano tecnolgico e os novos

    conceitos organizacionais aceleram ainda mais o processo produtivo.

    Neste novo contexto internacional, o

    Brasil encontra-se em desvantagem se comparado aos demais pases, pois os modais de transporte nacional no esto preparados para atender a demanda em um reduzido tempo. Simplesmente por enfrentarmos restries oramentrias,

    burocracias e atrasos tecnolgicos, que acabam interferindo diretamente na competitividade de nossos produtos.

    As empresas brasileiras j perceberam h muito tempo que as despesas com movimentao de cargas tm influencia direta no seu potencial competitivo. Em um mundo globalizado qualquer gasto a mais representa aumento nos preos e a

    conseqente perda de clientes. A situao brasileira critica, pois h gastos enormes

    com pedgios, atrasos nas entregas, prejuzos financeiros e etc. Apesar de uma aparente melhora depois da privatizao, o transporte ferrovirio ainda no possui o aproveitamento adequado. A situao praticamente a mesma quando se fala em transporte fluvial, segue praticamente

    abandonado apesar de ter o menor custo de transporte entre os modais, se obtivesse mais investimento este poderia proporcionar um aumento considervel nas negociaes brasileiras.

    As empresas brasileiras j esto comeando a utilizar software de suplly chain management, so ferramentas

    fundamentais para aperfeioar o fluxo de operaes de mercadorias e para amenizar as ineficincias causadas pela defasada infra-estrutura. A motivao brasileira para busca de otimizao logstica a atual necessidade de incrementar a competitividade aos produtos nacionais, o que implicar uma reduo de custos logsticos e aumento da participao brasileira no comrcio internacional.

    Com o empenho do governo e das empresas poder ocorrer uma maior participao brasileira no mercado internacional, pois se as duas partes colocarem em pratica as solues

    necessrias, a logstica poder se tornar a chave para o sucesso do pas.

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    4.1 Caso de Santa Catarina

    O estado de Santa Catarina destaca-se principalmente pelo crescimento no

    setor industrial, hoje o quinto maior exportador do Brasil. O Estado possui um excelente parque fabril, alm de portos em localizaes privilegiadas para comercializao de produtos com o mercado externo. Mas infelizmente tais vantagens no sendo utilizadas de forma eficiente, nos portos h falta de locais de armazenamento e contineres para escoar

    toda produo.

    Cabe ao governo investir na melhoria dos modais de transporte para que as empresas catarinenses possam melhorar

    seu desempenho na comercializao com demais pases. Neste sentido, o governo criou um projeto Ferrovia Litorneo, que dever interligar os portos de So Francisco, Itaja e Imbituba. Fala-se tambm na Ferrovia do Frango, investimento fundamental para transportar a produo das agroindstrias do Oeste catarinense. O principal objetivo transformar Santa Catarina em um estado competitivo, pois alem das vantagens econmicas tem as sociais. A

    responsabilidade do governo esta na pratica de aes que viabilizem a participao das empresas catarinenses de

    forma competitiva no mercado internacional.

    5 Consideraes Finais A crescente globalizao da economia

    apia-se em sistemas logsticos bem desenvolvidos, que permita que os custos de comercializao de produtos em regies distantes sejam cada vez mais competitivos. De acordo com os dados do Fundo Monetrio Internacional (FMI), o custo da logstica representa em mdia 12% do PIB mundial e no Brasil os custos logsticos representam 17% do PIB brasileiro. Em geral, a logstica responsvel por uma poro significativa

    do custo final do produto, superada apenas pelos custos com matria prima e

    produo. A logstica reflete uma preocupao com a necessidade de se obter vantagem competitiva em mercados que esto sujeitos a mudanas rpidas. Hoje somente sero premiadas aquelas empresas que forem capazes de proporcionar valor adicionado em escala de tempo cada vez menor.

    No h duvidas que o problema brasileiro seja estrutural, este por sua vez apresenta conseqncias negativas a toda sociedade. Se o governo no adotar conceitos de planejamento visando o futuro, os investidores deixaro de aplicar recursos no pas. O que determina volume de investimento estrangeiro a expectativa

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    gerada pelo estado no que se refere a medidas polticas e de planejamento. As incertezas de prosperidade -falta de investimento em infra-estrutura- reduzem a possibilidade de manter e ampliar o investimento estrangeiro. Sendo assim, criar condies de competitividade para o setor produtivo nacional de primordial importncia para a economia do pas.

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