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ALERTA: Nova classificação de dengue segundo a OMS

Em 2014, o Brasil começou a adotar a nova classificação de casos de dengue segundo Organização Mundial de

Saúde (OMS). Atualmente os casos são classificados como Dengue, Dengue com Sinais de Alarme (DCSA) e Dengue

Grave (DG).

Caso suspeito de dengue:

Qualquer pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão de

dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti, que tenha febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou

mais das seguintes manifestações: exantema, cefáleia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia, nauseas, vômitos,

petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia.

Também deve ser considerado caso suspeito toda criança proveniente ou residente em área com transmissão de

dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre 2 a 7 dias, e sem foco de infecção aparente.

Caso suspeito de dengue com sinais de alarme

É todo caso de dengue que no período de declínio (defervescência) da febre apresenta um ou mais dos seguintes

Sinais de Alarme:

Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdômen;

Vômitos persistentes;

Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);

Sangramento de mucosas;

Hipotensão postural e/ou lipotimia;

Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal;

Letargia e/ou irritabilidade;

Aumento progressivo do hematócrito;

Caso suspeito de dengue grave

Será todo caso de dengue que apresenta um ou mais dos seguintes resultados:

Choque devido ao extravasamento grave de plasma, evidenciado por taquicardia, extremidades frias e tempo de

enchimento capilar igual ou maior a três segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente ≤ 20

mm Hg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com insuficiência respiratória.

Sangramento grave, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena, metrorragia volumosa,

sangramento do sistema nervoso central);

Comprometimento grave de órgãos: dano hepático importante (AST/ALT>1000); sistema nervoso central

(alteração da consciência); coração (miocardite) ou outros órgãos.

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História do Dengue no Ceará

Há casos de dengue notificados no Ceará desde 1986, quando foi isolado o sorotipo DENV-1. Nesses últimos 29

anos o dengue se manifestou de forma endêmica, com o registro de, pelo menos, sete epidemias nos anos de 1987,

1994, 2001, 2008, 2011, 2012 e 2015. Destacam-se as epidemias de 1994, pela confirmação dos primeiros casos

hemorrágicos, a de 2008, pelo maior número de casos graves, e a do ano de 2011 pelo maior número de casos

clássicos confirmados. Em 1994 os primeiros casos hemorrágicos foram relacionados com a circulação do sorotipo

DENV-2. O sorotipo DENV-3 foi isolado no ano de 2002 e, em 2011, foi isolado o sorotipo DENV- 4 (Gráfico I).

A circulação simultânea de vários sorotipos aumenta o risco da ocorrência de casos graves de dengue nos

municípios infestados pelo Aedes aegypti. Destacamos ainda que, nos últimos doze anos, foram registrados casos da

doença em todos os meses do ano, sempre com um predomínio no primeiro semestre, devido a fatores como o

aumento da pluviosidade, temperatura e umidade.

Em 2014 a incidência de dengue no Ceará foi de 207,8 casos por 100.000 habitantes. Trinta e quatro municípios

apresentaram incidência acima de 300 por 100.000 hab., outros 35 municípios apresentaram incidência entre 101 e

300 por 100.000 habitantes.

No ano de 2014 foram notificados 41.684 casos de dengue em 183 (99,5%) municípios. Destes, 18.243 casos

foram confirmados em 146 (79,3%) municípios, que apresentaram transmissão autóctone de dengue (gráfico I).

Foram notificados 308 casos graves (74 óbitos). Destes, foram confirmados 289 casos (53 óbitos), sendo 223 casos

de DCSA, e 66 casos (53 óbitos) de DG, segundo a nova classificação da OMS. Detectou-se um aumento de 50%

dos casos graves confirmados, comparados ao mesmo período de 2013. Houve redução de 35% dos óbitos em

comparação ao mesmo período do ano anterior. Dos casos graves confirmados, o interior foi responsável por 53,8%

de DCSA e, 62% por DG. A circulação dos sorotipos DENV-1, DENV3 e DENV-4, aliada a problemas na assistência

médica prestada aos pacientes e a exposição a diferentes sorotipos virais, contribuíram para um aumento nas formas

graves da dengue.

A vigilância virológica, realizada pelo LACEN, foi implantada no Ceará em 1998, representando um grande

avanço para a vigilância do dengue em nosso Estado. No período de 2001 a 2012 foram isolados os quatro sorotipos.

Observa-se uma circulação importante do sorotipo DENV-3 nos anos de 2003 a 2006. No período de 2007 a 2009, o

DENV-2 circulou de forma predominante e, em 2010 e 2011, o sorotipo DENV-1 voltou a circular de forma importante.

Em 2011, o sorotipo DENV-4 foi introduzido e isolado em apenas 0,9% das amostras. Em 2013, o sorotipo DENV-4

predominou com mais de 98,5% dos isolamentos. Em 2014, até a semana 53, foram isolados vírus de dengue em

155 amostras. Destas, 54,2% foram de DENV-1, 43,2% DENV-4 e 2,6 DENV3.

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Gráfico I Série histórica dos casos confirmados de dengue e incidência, Ceará, 1986 à 2015*

Fonte: SESA/COPROM/NUVEP *Dados sujeitos à revisão

Semana Epidemiológica 01 a 52.1

(04/01/2015 à 09/01/2016)

Foram registrados 104.308 casos suspeitos de dengue no Ceará até a Semana Epidemiológica (SE) 52. Na

análise comparativa em relação ao ano de 2014, observa-se aumento de 150% dos casos notificados no Ceará para

o mesmo período (Gráfico II).

Dos casos notificados em 2015, foram confirmados 55.400 em 22 (100%) diferentes Coordenadorias Regionais

de Saúde (CRES), em 172 (94,5%) municípios. Destacam-se os 78 municípios: Alcântaras, Abaiara, Aracoiaba,

Aracati, Aquiraz, Arneiroz, Barbalha, Baixio, Barro, Barroquinha, Beberibe, Brejo Santo, Boa Viagem, Canindé,

Capistrano, Catarina, Caucaia, Coreaú, Crato, Crateús, Eusébio, Farias Brito, Frecheirinha, Fortaleza, Guaraciaba do

Norte, Hidrolândia, Horizonte, Iguatu, Ipaumirim, Ipu, Ipueiras, Itaitinga, Itapiúna, Itapipoca, Itatira, Jaguaribara, Jati,

Jardim, Jucás, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape, Mauriti, Meruoca, Miraíma, Milagres, Milhã, Mombaça,

Mucambo, Nova Russas, Novo Oriente, Ocara, Palmácia, Palhano, Paracuru, Pacoti, Pentecoste, Pindoretama,

Piquet Carneiro, Pires Ferreira, Poranga, Porteiras, Quixeré, Reriutaba, Russas, São Gonçalo do Amarante, São Luis

do Curu, Sobral, Tabuleiro do Norte, Tamboril, Tianguá, Tauá, Trairi, Tururu, Umari, Umirim, Varjota e Várzea Alegre,

com incidência acima de 300 por 100.000 hab. (Tabela II).

Dos casos confirmados de dengue a faixa etária de 20 a 29 anos predomina com 22,9% (Gráfico IV).

Foram notificados 846 casos graves, destes 93,5% (791/846) foram confirmados. Do total de casos graves,

84,3% (667/791) foram de DCSA e 15,7% (124/791) de DG. Dentre os óbitos suspeitos, 68,6% (72/105) foram

confirmados, 26,7% (28/105) foram descartados e 4,7% (5/105) permanecem em investigação. A mediana de idade

dos óbitos confirmados foi de 37 anos (1 mês a 86 anos). O mês de maio apresentou o maior número de óbitos e

casos graves confirmados. Os óbitos confirmados ocorreram nos seguintes municípios: Fortaleza (32), Maracanaú

(6), Caucaia (5), Beberibe (3), Aquiraz (3), Aracati (2), Limoeiro do Norte (2), Sobral (2) e Várzea Alegre (2).

Municípios com um óbito: Assaré, Barbalha, Crato, Farias Brito, Ipueiras, Itaitinga, Itapiúna, Juazeiro do Norte, Missão

Velha, Nova Russas, Pacatuba, Paraipaba, São Luis do Curu, Trairi e Varjota. O município de Fortaleza,

isoladamente, concentrou o maior percentual de DCSA 69,7% (Gráfico VII). Até a SE 52, foram isolados três sorotipos

em 304 amostras, destas 97,1% foi de (DENV-1) e 1,3% (DENV-3) e 1,6% para o (DENV4). (Gráfico VIII).

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Mapa I - Municípios com casos notificados e confirmados de dengue, Ceará 2015*

Fonte: Sinan online

Mapa II - Casos confirmados e incidência de dengue por município, Ceará 2014 e 2015*

Fonte: Sinan online

*Casos / 100.000 habitantes

2014 2015*

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Gráfico II Casos notificados de dengue até a semana epidemiológica SE 52, Ceará, 2014 e 2015*

Quadro Resumo de Dengue no Ceará, em 2015* Semana Epidemiológica 01 à 52 (04/01/2015 à 09/01/2016)

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Gráfico III Casos confirmados de dengue por mês, Ceará, 2014 e 2015*

Fonte: Sinan online Gráfico IV Casos confirmados de dengue por faixa etária, Ceará 2015*

Fonte: Sinan online

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Gráfico V Casos graves de dengue confirmados por mês, Ceará 2014 e 2015*

Fonte: Sinan online

Gráfico VI Razão de forma clássica e casos graves (FHD + DDC), 2001 à 2013 Razão de dengue e dengue grave (DCSA + DG) em 2015*

Fonte: Sinan - online

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Gráfico VII Distribuição dos casos graves, Capital e Interior, Ceará 2015* Casos confirmados de Dengue Casos confirmados com Sinais de Alarme (DCSA) de Dengue Grave (DG)

Fonte: Sinan online

Gráfico VIII Percentual de isolamento para dengue por sorotipo viral, Ceará, 2001 a 2015*

Fonte: LACEN-CE

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Mapa III – Sorotipos isolados por municípios de residência, Ceará 2014 e 2015*

2014

2015*

Fonte: LACEN-CE

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Tabela I – Distribuição dos casos de dengue no Ceará, de 1986 a 2015*

Ano

Nº de Municípios Dengue Clássico

Dengue Complicação Dengue Hemorrágica

Incidência por 100.000

hab

Vírus Circulante Com

infestação pelo Aedes

aegypti

Com

transmissão

de dengue

Com casos

de dengue

hemorrágica

Nº de

casos

Nº de

casos

Nº de

Óbitos

Letalidade

(%)

Nº de

casos

Nº de

Óbitos

Letalidade

(%)

1986 65 35 - 4.419 - - - - - - 75,61 Denv 1

1987 51 51 - 22.518 - - - - - - 378,93 Denv 1

1988 68 6 - 385 - - - - - - 6,37 Denv 1

1989 34 13 - 4.126 - - - - - - 67,15 Denv 1

1990 32 34 - 15.725 - - - - - - 231,75 Denv 1

1991 85 23 - 6.709 - - - - - - 105,44 Denv 1

1992 44 3 - 165 - - - - - - 12,56 Denv 1

1993 76 1 - 8 - - - - - - 0,12 Denv 1

1994 112 108 3 47.789 - - - 25 12 48,0 732,31 Denv 1 + 2

1995 104 13 - 66 - - - - - - 0,96 Denv 1 + 2

1996 108 23 - 789 - - - - - - 11,39 Denv 1 + 2

1997 100 33 - 1.264 - - - - - - 18,40 Denv 1 + 2

1998 98 49 1 3.581 - - - 4 - - 51,00 Denv 1 + 2

1999 143 90 1 9.757 - - - 3 - - 138,95 Denv 1 + 2

2000 134 97 2 13.645 - - - 4 3 75,0 189,50 Denv 1 + 2

2001 169 132 15 34.390 2 - - 78 8 10,2 455,64 Denv 1 + 2

2002 171 161 14 16.465 - - - 71 9 12,6 218,15 Denv 1+2+3

2003 171 165 37 23.796 65 12 18,4 291 20 6,8 306,70 Denv 1+2+3

2004 174 91 5 3.094 31 1 3,2 14 1 7,1 39,53 Denv 3

2005 166 162 30 22.817 164 7 4,2 199 24 12,0 234,41 Denv 1 + 3

2006 166 146 29 25.569 170 20 11,7 172 15 8,7 305,07 Denv 2 + 3

2007 178 167 35 25.026 410 18 4,4 300 12 4,0 304,56 Denv 2 + 3

2008 174 167 44 44.508 542 22 4,0 447 22 5,0 533,93 Denv 2 + 3

2009 180 112 9 5.144 63 26 41,2 23 7 30,4 60,18 Denv 2

2010 155 131 19 13.817 107 25 23,3 61 7 11,4 161,64 Denv 1 + 2

2011 161 178 38 56.818 462 51 11,0 175 13 7,4 673,61 Denv 1+3+4

2012 144 168 11 51.865 154 32 21,0 68 12 17,0 602,60 Denv 1 + 4

2013

159

166 18 25.934 141 65 46,0 50 15 30,0 295,42 Denv 1 + 4

Ano

Nº de Municípios Dengue Dengue com sinais de alarme Dengue Grave Incidência

por 100.000 hab

Vírus Circulante

Com transmissão de dengue

Com casos graves Nº de casos

Nº de casos Nº de casos

Nº de Óbitos

2014** 146 52 18.243 223 66 53 207,81 Denv 1+ 3+ 4

2015* 172 62 55.400 667 124 72 626,50 Denv 1+ 3+ 4

Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/NUVET

* Dados sujeitos à revisão ** A partir de 2014 passa a vigorar a nova classificação dos casos de dengue, que considera (dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave).

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Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/NUVET - SSMF / CEVEPI

Notas: 1 Dengue Com Sinais de Alarme. 2 Dengue Grave. 3 e 4 IIP (Índice de Infestação Predial por Aedes aegypti e Levantamento de infestação)

5 Sorotipos Isolados em 2015 *Dados sujeitos à revisão

** Dados não enviados pelos municípios *** Municípios com registro de casos graves confirmados.

Dados até 08 de janeiro de 2016 às 09:00hs.

Aspecto Epidemiológico do Dengue,, CCeeaarráá 22001155** TTaabbeellaa IIII

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Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/NUVET - SSMF / CEVEPI

Notas: 1 Dengue Com Sinais de Alarme. 2 Dengue Grave. 3 e 4 IIP (Índice de Infestação Predial por Aedes aegypti e Levantamento de infestação)

5 Sorotipos Isolados em 2015 *Dados sujeitos à revisão

** Dados não enviados pelos municípios *** Municípios com registro de casos graves confirmados.

Dados até 08 de janeiro de 2016 às 09:00hs.

Aspecto Epidemiológico do Dengue,, CCeeaarráá 22001155** TTaabbeellaa IIII

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Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/NUVET - SSMF / CEVEPI

Notas: 1 Dengue Com Sinais de Alarme. 2 Dengue Grave. 3 e 4 IIP (Índice de Infestação Predial por Aedes aegypti e Levantamento de infestação)

5 Sorotipos Isolados em 2015 Dados sujeitos à revisão ** Dados não enviados pelos municípios *** Municípios com registro de casos graves confirmados.

Dados até 08 de janeiro de 2016 às 09:00hs

Aspecto Epidemiológico do Dengue,, CCeeaarráá 22001155** TTaabbeellaa IIII

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AAnneexxoo II SECRETARIA DA SAÚDE DE FORTALEZA

COORDENADORIA DE SAÚDE

CÉLULA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

NÚMERO DE CASOS E INCIDÊNCIA DE DENGUE POR SER E BAIRRO, EM FORTALEZA, 2015*