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INFORMATIVO ECONÔMICO UNESP: Conjuntura Ano 5, n. 19 Projeto de Extensão Parceria com Assessoria de Comunicação e Imprensa Elton Eustáquio Casagrande Departamento de Economia da UNESP. 1. Interior e Região Metropolitana de São Paulo A tabela 1 mostra o número de empregados com carteira assinada no mês de abril de 2016 nas cidades sedes da Unesp e no Estado de São Paulo. Em seguida, a Tabela 2 registra as variações do emprego entre março e abril do ano corrente. O fato desalentador é a redução do emprego na grande maioria das cidades e setores produtivos, de acordo com os porcentuais da Tabela 2. Tabela 1 Emprego Paulista Tabela 2 Variação do Emprego nas Cidades Sedes

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INFORMATIVO ECONÔMICO UNESP: Conjuntura – Ano 5, n. 19

Projeto de Extensão – Parceria com Assessoria de Comunicação e Imprensa Elton

Eustáquio Casagrande – Departamento de Economia da UNESP.

1. Interior e Região Metropolitana de São Paulo

A tabela 1 mostra o número de empregados com carteira assinada no mês de abril de

2016 nas cidades sedes da Unesp e no Estado de São Paulo. Em seguida, a Tabela 2

registra as variações do emprego entre março e abril do ano corrente. O fato

desalentador é a redução do emprego na grande maioria das cidades e setores

produtivos, de acordo com os porcentuais da Tabela 2.

Tabela 1 – Emprego Paulista

Tabela 2 – Variação do Emprego nas Cidades Sedes

Elaboração Própria a partir das informações do CAGED.

Fonte: SEADE

O efeito da crise tem sido muito forte sobre a região metropolitana do Estado de São

Paulo. A taxa de desemprego de 14,4% ilustra as dificuldades enfrentadas por empresas

estabelecidas e os obstáculos para o surgimento de novos negócios.

A política econômica desencontrada e mal concebida pelo governo recentemente

afastado tornou a região metropolitana, o Estado de São Paulo e o país estagnados. Não

por acaso, as dificuldades de financiamento da oferta de bens públicos se torna evidente.

De acordo com a Pesquisa de Conjuntura das Micro e Pequenas Empresas do SEBRAE

tratando dos dados do mês de março, o faturamento real (já descontada a inflação) das

micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo caiu 13,6% em março em

relação ao mesmo período de 2015. Foi a 15ª queda consecutiva da receita na

comparação com igual mês do ano anterior. Considerando os meses de março, o

faturamento das MPEs voltou ao patamar de 2009. No acumulado do primeiro trimestre,

a redução no faturamento das MPEs ante os três primeiros meses de 2015 foi de 15,1%.

Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.

Na outra ponta, a do consumo, notamos que a confiança do consumidor, medida pela

Federação do Comércio está bem prejudicada. A confiança é menor do que a registrada

em maio de 2015, muito embora tenha se recuperado no último mês com relação ao mês

de abril.

Tabela 3 – Confiança e Cenários

Confiança do Consumidor segundo a FECOMÉRCIO

2. Região Administrativa Central

Diferentemente do Brasil e do Estado de São Paulo, o emprego formal em Araraquara e

São Carlos tiveram menos recuos setoriais e crescimento no emprego total. Nas cidades

menores da região Administrativa Central ocorreu o efeito inverso, ou seja, redução do

emprego com carteira no período acumulado de janeiro a abril de 2016.

Tabela 4 – Emprego nas Regiões

Tabela 5 – Emprego na Região Central do Estado de São Paulo

3. Atividade Econômica no Brasil

Os efeitos conjunturais da recessão continuaram a elevar a taxa de desemprego no Brasil, segundo o IBGE. Em abril a taxa de desemprego para o Brasil, considerando

o trimestre de fevereiro a abril atingiu a média móvel de 11,2%. Os dados do primeiro trimestre de 2016 registraram a taxa de 10,9% para o país. A região Sudeste com 11,4% de desemprego foi a segunda mais afetada atrás da região Nordeste que registrou 12,7%.

A taxa de desemprego, no entanto, não revela tudo. A pesquisa do IBGE da indústria relata que entre os setores, os principais impactos positivos foram em produtos alimentícios (4,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), com o primeiro apontando a segunda alta consecutiva e acumulando nesse período crescimento de 10,9%; e o último eliminado parte do recuo de 6,7% verificado em março. Nesses ramos, o resultado desse mês foi influenciado, em grande parte, pela antecipação da moagem da cana-de-açúcar. Outras contribuições positivas importantes vieram de indústrias extrativas (1,3%), de celulose, papel e produtos de papel (2,7%), de máquinas e equipamentos (2,0%), de bebidas (2,4%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,9%).

A taxa de 0,1% de crescimento da indústria em abril comparada a março é um alento, apesar da queda de 7% com relação a abril de 2015.

Na Tabela 6 apresentamos as dimensões populacionais nas regiões, a quantidade de pessoas na força de trabalho, a pessoas ocupadas e desempregadas. A taxa de desemprego é calculada pela divisão entre pessoas desempregadas / pessoas na força de trabalho.

Tabela 6 – População (em milhões) e Taxas (em %)

Fonte: Pesquisa por Amostra Domiciliar – PNAD, IBGE.

O rendimento médio da população ocupada em todas as atividades segundo o

IBGE ficou em R$ 1,962,00. No mesmo período de 2015 o rendimento médio era de

R$ 2.030,00. A retração de 3,3% no período tem impacto na capacidade de gastos

das famílias. Com inflação alta o efeito natural é o aumento da desigualdade

social.

Emprego com carteira assinada atingiu 34.529 milhões de um total de 102

milhões de trabalhadores na força de trabalho. O número de trabalhadores sem

carteira atingiu pouco mais de 9 milhões. Assim, temos que para cada 3,4

empregos com carteira há um 1 sem carteira. O fator mais negativo em relação as

ocupações, e que explica a taxa de desemprego, é a redução do número de

empregadores no Brasil.

O número de empregadores estimados é de 3.727 milhões para o período

fevereiro – abril de 2016. Esse número é estável para mais de uma década, o que

demonstra os efeitos combinados de desajustes na organização institucional da

economia brasileira. Criar empresas e demandar emprego seria uma das principais

vias do desenvolvimento econômico.

O emprego no setor público, de aproximadamente 11 milhões no período de

fevereiro a abril de 2016, permaneceu estável com relação a meses e anos

anteriores. Por outro lado o emprego por conta própria cresceu 5% com relação ao

mesmo período do ano anterior, mas desde dezembro de 2015 já registra redução,

cerca de 1,1%.

A interrupção da queda da atividade industrial em abril segundo o IBGE pode ser

um leve indício de que as condições institucionais ao mudarem poderão alterar a

percepção empresarial no curto prazo.

Coordenação e Elaboração: Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande – Departamento de

Economia/UNESP.

Igor Theodoro e Délis Magalhães – Bolsistas do Núcleo de Conjuntura, Finanças e

Empreendedorismo.