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Editorial O CIDADÃO E O MOSQUITO “O problema das arboviroses extrapola em muito o âmbito do trabalho médico, constituindo-se numa questão de saúde pública e, portanto, de interesse de toda a coletividade. Torna-se necessário um esforço articulado dos governantes, em campanhas sistemáticas de mobilização da população para o combate e a eliminação dos focos do mosquito. Em 1903, Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral de Saúde Pública, com o compromisso de er- radicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, metrópole que também sofria com a peste bubônica e a varíola. Seis anos depois, em 1909, estava zera- da a mortalidade por febre amarela na capital do país. Tão grande façanha merece ser estudada para, quem sabe, serem obtidos subsídios e inspiração no combate ao Aedes aegypti, mosquito que já se encontrava no planeta Terra bem antes dos huma- nos e que continua a transmitir vírus causadores de enfermidades diversas, haja vista o trio dengue, zika e chikungunya, esta em escala ascendente em nosso meio, com milhares de pessoas acometidas, algumas apresentando quadro clínico de extrema gravidade. Sem omitir o risco de urbanização da febre amarela silvestre. Acrescente-se a informação de que o incansável mosquito poderá vir a ser vetor de vários outros vírus, portanto dando margem a novas doenças. Oswaldo Cruz dispôs de poderes discricionários que lhe permitiam usar a força para obrigar os habitantes a se engajarem na tarefa de eliminar o mosquito, única forma de erradicar a febre amarela no início do século passado. Diligen- ciou, igualmente, na veiculação de noções básicas sobre o mosquito e as formas de combatê-lo, o que fez através de “Conselhos ao povo”, escritos em panfletos que distribuía à população e fazia pu- blicar nos jornais. Atualmente existem meios bem mais modernos de comunicação. Por que, então, não progredimos no combate aos focos do mos- quito, muitos dos quais estariam nas residências, enquanto outros tantos proviriam da onipresença do lixo nas comunidades urbanas, em associação com pontos de água parada, condição benfazeja para o ciclo vital do diligente vetor? Por qual razão a população não abraça esta causa? O Conselho Regional de Medicina do Ceará, sensível às questões sanitárias e prosseguindo no Programa de Educação Médica Continuada da instituição, realizou no dia 27 de maio de 2017 o I Fórum sobre Epidemia de Chikungunya no Ceará, evento organizado pela Câmara Técnica de Infectologia do CREMEC, sob a coordenação da Dra. Roberta Santos Luiz e contando com a participação de quase duas centenas de médicos. Houve as explanações dos especialistas sobre os mais importantes aspectos epidemiológicos, clíni- cos e terapêuticos da enfermidade. Um alerta foi feito sobre os corticoides, que numerosos pacientes estariam utilizando na fase aguda da doença. En- tre os casos clínicos relatados, chamou a atenção o seguinte: uma paciente com Chikungunya fora particularmente afetada nas mãos, a ponto de ficar temporariamente impossibilitada de usar o WhatsApp, infelicidade com a qual estava achando muito difícil conviver... Outros casos, porém, longe de produzir gracejos, despertaram preocupação, dada a gravidade dos sintomas, com manifestações reumatológicas, neurológicas, oftalmológicas e psiquiátricas, entre outras, havendo o registro da ocorrência de diversos óbitos. Alguns aspectos relacionados com o tema abordado precisam ser lembrados: os hospitais e demais serviços de saúde de Fortaleza estão superlotados, com dezenas de doentes em macas nos corredores, não sendo incomum que alguns enfermos se encontrem sentados em cadeiras, às vezes por vários dias, esperando a promoção para uma maca ou, por fim, o prêmio de um leito numa das enfermarias dos grandes hospitais. É bem provável que a epidemia de Chikungunya tenha agravado o quadro já bastante comprometido de funcionamento do sistema de saúde local. Qual será o cenário, então, se forem confirmadas as previsões de alguns especialistas, os quais anteveem que a enfermidade poderá acometer até 10% da popu- lação da capital alencarina, com o que teríamos o acréscimo de dezenas de milhares de doentes demandando atenção cuidadosa e competente, alguns apresentando formas mais severas da afec- ção? Como ficará o abastecimento de insumos, sabidamente já enfrentando enormes dificuldades, com medicamentos frequentemente em falta, o que acaba muitas vezes por comprometer a evolução clínica dos doentes, aumentando o risco de mortes que em circunstâncias normais seriam evitadas? O problema das arboviroses extrapola em muito o âmbito do trabalho médico, constituindo- -se numa questão de saúde pública e, portanto, de interesse de toda a coletividade.Torna-se necessário um esforço articulado dos governantes, em campa- nhas sistemáticas de mobilização da população para o combate e a eliminação dos focos do mosquito. Por seu turno, as vias públicas têm que ser aliviadas da insalubre presença de toneladas de lixo. Talvez assim tenhamos a redução do número de cidadãos que caminham trôpegos e curvados sob o peso das mazelas do cotidiano, a que foram acrescentadas as limitações causadas pela Chikungunya. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 123- MAI|JUN DE 2017 Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8 PARA USO DOS CORREIOS MUDOU-SE DESCONHECIDO RECUSADO ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO FALECIDO AUSENTE NÃO PROCURADO INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM____/___/___ ___________________ Fechando a Edição: mai/jun Atividades Conselhais Norma do CFM determina responsabilidade de diretores técnicos e clínicos Artigo: O Direito em si e para si do médico Câmaras Técnicas do CREMEC Discutem Judicialização da Saúde Seminário do CREMEC discute Judicialização em Oncologia no SUS XXIII Fórum de Discussões do CREMEC Artigo: Usos para a antiga sede do CREMEC Falecimentos

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EditorialO CIDADÃO E O MOSQUITO

“O problema das arboviroses extrapola em

muito o âmbito do trabalho médico, constituindo-se numa questão de saúde

pública e, portanto, de interesse de toda a coletividade. Torna-se necessário um esforço

articulado dos governantes, em campanhas sistemáticas

de mobilização da população para o combate e a eliminação dos focos do

mosquito.”

Em 1903, Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral de Saúde Pública, com o compromisso de er-radicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, metrópole que também sofria com a peste bubônica e a varíola. Seis anos depois, em 1909, estava zera-da a mortalidade por febre amarela na capital do país. Tão grande façanha merece ser estudada para, quem sabe, serem obtidos subsídios e inspiração no combate ao Aedes aegypti, mosquito que já se encontrava no planeta Terra bem antes dos huma-nos e que continua a transmitir vírus causadores de enfermidades diversas, haja vista o trio dengue, zika e chikungunya, esta em escala ascendente em nosso meio, com milhares de pessoas acometidas, algumas apresentando quadro clínico de extrema gravidade. Sem omitir o risco de urbanização da febre amarela silvestre. Acrescente-se a informação de que o incansável mosquito poderá vir a ser vetor de vários outros vírus, portanto dando margem a novas doenças. Oswaldo Cruz dispôs de poderes discricionários que lhe permitiam usar a força para obrigar os habitantes a se engajarem na tarefa de eliminar o mosquito, única forma de erradicar a febre amarela no início do século passado. Diligen-ciou, igualmente, na veiculação de noções básicas sobre o mosquito e as formas de combatê-lo, o que fez através de “Conselhos ao povo”, escritos em panfletos que distribuía à população e fazia pu-blicar nos jornais. Atualmente existem meios bem mais modernos de comunicação. Por que, então, não progredimos no combate aos focos do mos-quito, muitos dos quais estariam nas residências, enquanto outros tantos proviriam da onipresença do lixo nas comunidades urbanas, em associação com pontos de água parada, condição benfazeja para o ciclo vital do diligente vetor? Por qual razão a população não abraça esta causa?

O Conselho Regional de Medicina do Ceará, sensível às questões sanitárias e prosseguindo no Programa de Educação Médica Continuada da instituição, realizou no dia 27 de maio de 2017 o I Fórum sobre Epidemia de Chikungunya no Ceará, evento organizado pela Câmara Técnica de Infectologia do CREMEC, sob a coordenação

da Dra. Roberta Santos Luiz e contando com a participação de quase duas centenas de médicos. Houve as explanações dos especialistas sobre os mais importantes aspectos epidemiológicos, clíni-cos e terapêuticos da enfermidade. Um alerta foi feito sobre os corticoides, que numerosos pacientes estariam utilizando na fase aguda da doença. En-tre os casos clínicos relatados, chamou a atenção o seguinte: uma paciente com Chikungunya fora particularmente afetada nas mãos, a ponto de ficar temporariamente impossibilitada de usar o

WhatsApp, infelicidade com a qual estava achando muito difícil conviver... Outros casos, porém, longe de produzir gracejos, despertaram preocupação, dada a gravidade dos sintomas, com manifestações reumatológicas, neurológicas, oftalmológicas e psiquiátricas, entre outras, havendo o registro da ocorrência de diversos óbitos.

Alguns aspectos relacionados com o tema abordado precisam ser lembrados: os hospitais e demais serviços de saúde de Fortaleza estão superlotados, com dezenas de doentes em macas nos corredores, não sendo incomum que alguns enfermos se encontrem sentados em cadeiras, às vezes por vários dias, esperando a promoção para uma maca ou, por fim, o prêmio de um leito numa das enfermarias dos grandes hospitais. É bem provável que a epidemia de Chikungunya tenha agravado o quadro já bastante comprometido de funcionamento do sistema de saúde local. Qual será o cenário, então, se forem confirmadas as previsões de alguns especialistas, os quais anteveem que a enfermidade poderá acometer até 10% da popu-lação da capital alencarina, com o que teríamos o acréscimo de dezenas de milhares de doentes demandando atenção cuidadosa e competente, alguns apresentando formas mais severas da afec-ção? Como ficará o abastecimento de insumos, sabidamente já enfrentando enormes dificuldades, com medicamentos frequentemente em falta, o que acaba muitas vezes por comprometer a evolução clínica dos doentes, aumentando o risco de mortes que em circunstâncias normais seriam evitadas?

O problema das arboviroses extrapola em muito o âmbito do trabalho médico, constituindo--se numa questão de saúde pública e, portanto, de interesse de toda a coletividade.Torna-se necessário um esforço articulado dos governantes, em campa-nhas sistemáticas de mobilização da população para o combate e a eliminação dos focos do mosquito. Por seu turno, as vias públicas têm que ser aliviadas da insalubre presença de toneladas de lixo. Talvez assim tenhamos a redução do número de cidadãos que caminham trôpegos e curvados sob o peso das mazelas do cotidiano, a que foram acrescentadas as limitações causadas pela Chikungunya.

Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 123- MAI|JUN DE 2017

Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8

PARA USO DOS CORREIOS

MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO

FALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL

EM____/___/___ ___________________

Fechando a Edição:mai/jun

Atividades Conselhais

Norma do CFM determina responsabilidade de diretores técnicos e clínicos

Artigo: O Direito em si e para si do médico

Câmaras Técnicas do CREMEC Discutem Judicialização da Saúde

Seminário do CREMEC discute Judicialização em Oncologia no SUS

XXIII Fórum de Discussões do CREMEC

Artigo: Usos para a antiga sede do CREMEC

Falecimentos

[email protected] Jornal Conselho

O Conselho Federal de Medicina (CFM) definiu em resolução novos critérios para atuação de médicos que ocupam cargos de diretor técnico e clínico nos estabelecimentos de assistência médica em todo o Brasil, atribuindo a eles a responsabilidade de atuar com objetividade na manutenção da qualidade da assistência médica e garantir condições técnicas para o exercício ético da profissão. A Resolução CFM nº 2.147/2016, que está em vigor desde segunda-feira (24), vale para instituições públicas e privadas, inclusive planos de saúde, fixando parâmetros que assegurem essa qualidade.

Com a nova resolução, a partir de agora caberá aos médicos que atuam como gestores a observação de tarefas que afetam diretamente o funcionamento das unidades. O diretor técnico-médico responde administrativa e eticamente pela organização e manutenção do funcionamento para o atendimento, desde a chegada das pessoas à recepção até a garantia da continuidade do abastecimento de energia ou gases medicinais nos diversos ambientes médicos do estabelecimento assistencial.

Outra tarefa relevante é responder pela elaboração e cumprimento das escalas de plantão. Nesse caso específico, o diretor técnico cuidará para que não ocorram lacunas durante o período de funcionamento do serviço, evitando a descontinuidade assistencial.

Terá também a responsabilidade de averiguar a capacitação dos profissionais que se apresentarem para trabalhar em consultórios, ambulatórios, prontos-socorros e hospitais sob sua direção, obrigando-se a verificar a sua procedência e a validade dos diplomas e da inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde pretenda atuar. Dessa forma, coibirá o exercício ilegal da medicina por pessoas não graduadas ou que, graduadas no exterior, não tiveram seus diplomas revalidados ou, ainda, que se apresentem como especialistas mas não tenham seu certificado registrado no CRM.

Supervisão – Ao diretor clínico serão atribuídas as tarefas relativas à qualidade da assistência, como a de dirigir e coordenar o corpo clínico da instituição, supervisionando a assistência aos doentes e zelando também pelo cumprimento do regimento interno e demais normas balizadoras da boa prática médica. É sua obrigação garantir o fluxo de informações sobre os pacientes internados entre os diferentes plantonistas, bem como assegurar a disponibilidade de insumos e medicamentos essenciais para diagnóstico e tratamento das doenças, além de garantir que todos os doentes internados tenham seu médico assistente.

Em ambas as funções, diante da constatação de problemas que interfiram na rotina e segurança do funcionamento das unidades, os diretores clínicos e técnicos devem tomar todas as providências a seu alcance para resolver essas dificuldades. Em casos em que não for possível fazê-lo, devem acionar seus superiores ou, quando pertinente, comunicar por escrito ao CRM de sua jurisdição.

Os diretores técnicos contam ainda com a possibilidade de suspender – de forma integral ou parcial – as atividades no estabelecimento assistencial médico. Essa interrupção pode ser prolongada até a solução do caso, com aval do CRM.

O diretor clínico, como representante do corpo clínico, poderá encaminhar denúncia ao diretor técnico sobre falência das condições assistenciais. Caso não obtenha resposta, poderá encaminhá-la à Comissão de Ética Médica, ao Conselho de Medicina ou a outras instâncias que se fizerem necessárias.

Segundo o relator da resolução e 3º vice-presidente do CFM, o conselheiro Emmanuel Fortes, a explicitação das funções era há muito reclamada pelos profissionais de medicina. “O estabelecimento de uma linha de comando para a atuação de chefes, coordenadores ou supervisores de serviços, possibilitando interações e comando, era necessária, todas visando o bom funcionamento dos estabelecimentos assistenciais médicos ou de intermediação da prestação de serviços médicos”.

Saúde Suplementar – A norma traz uma novidade sobre um tema que antes não contava com definição legal: a responsabilidade dos diretores técnicos médicos de planos de saúde, seguros-saúde, cooperativas médicas e prestadoras de serviço em autogestão. Segundo as definições da Resolução CFM nº 2.147/2016, cabe ao diretor técnico médico zelar para que a operadora respeite as cláusulas pactuadas nos contratos firmados com pessoas físicas ou jurídicas por eles credenciados, contratados ou referenciados.

Em relação a faturas de prestação de serviço, ficou definido que é do diretor técnico médico a obrigação de zelar para que, na ocorrência de glosas, sejam descritas as suas razões, ou seja, o porquê da recusa das operadoras em pagar as faturas, exigindo dos auditores os fundamentos dessas negativas. Do mesmo modo as glosas devem ser remetidas por escrito, aos médicos (quando pessoas físicas) ou ao diretor técnico médico (quando pessoa jurídica) que deverão oferecer esse retorno por escrito. Com a nova norma, caberá a estes a cobrança das condições do que ficou pactuado nos contratos com médicos ou estabelecimentos contratados, conveniados ou referenciados.

CONFIRA ABAIXO ALGUNS DOS DESTAQUES DA RESOLUÇÃO CFM

Nº 2.147/2016:

No caso de diretor técnico (instituição

pública ou privada), entre outros:

1. Zelar pelo cumprimento das disposições legais

e regulamentares em vigor;

2. Assegurar condições dignas de trabalho e os

meios indispensáveis à prática médica;

3. Organizar as escalas de plantão, zelando para

que não haja lacunas;

4. Solucionar a ausência de plantonistas;

5. Não contratar médicos formados no exterior

sem registro nos Conselhos de Medicina.

No caso do diretor clínico (instituição

pública ou privada), entre outros:

1. Assegurar que todo paciente sob regime de

internação seja atendido por um médico assistente;

2. Supervisionar as atividades de assistência

médica;

3. Exigir da direção técnica condições de trabalho;

4. Assegurar a acadêmicos e residentes condições

de exercer suas atividades com os melhores meios de

aprendizagem;

5. Organizar os prontuários dos pacientes.

No caso de diretor técnico de planos de saúde,

seguros-saúde, cooperativas médicas e prestadoras

de serviço em autogestão, entre outros:

1. Zelar pelo cumprimento dos contratos de seus

credenciados;

2. Assegurar adequadas condições físicas e

ambientais oferecidas pelos seus contratados aos

pacientes;

3. Zelar pela qualidade dos serviços prestados

quanto a materiais, insumos etc.;

4. Garantir a apresentação de justificativa por

itens glosados em faturas;

5. Assegurar a realização de auditorias de

procedimentos médicos apenas por auditores médicos;

6. Garantir reajustes de honorários acordados entre

médicos e operadoras de planos.

Norma do CFM determina responsabilidade de diretores técnicos e clínicos

Jornal Conselho [email protected]

Artigo

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

Fátima SampaioCREMEC: Rua Floriano Peixoto, 2021 - José Bonifácio

CEP: 60.025-131Telefone: (85) 3230.3080

Fax: (85) 3221.6929www.cremec.org.br

E-mail: [email protected] responsável: Fred Miranda

Projeto Gráfico: WironEditoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Gráfica Ronda

CONSELHEIROS

Alberto Farias Filho Ana Lúcia Araújo Nocrato

Carlos Leite de Macêdo Filho Cláudio Gleidiston Lima da Silva Erico Antonio Gomes de Arruda

Flávio Lúcio Pontes Ibiapina Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Francisco de Assis Almeida Cabral Francisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho Gentil Claudino de Galiza Neto

Helly Pinheiro Ellery Inês Tavares Vale e Melo

João Nelson Lisboa de Melo José Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino Souza José Carlos Figueiredo Martins

José Fernandes Dantas José Huygens Parente Garcia José Málbio Oliveira Rolim José Roosevelt Norões Luna

Maria Neodan Tavares Rodrigues Marly Beserra de Castro Siqueira

Régia Maria do S. Vidal do Patrocínio Régis Moreira Conrado

Renato Evando Moreira Filho Ricardo Maria Nobre Othon Sidou Roberto Wagner Bezerra de Araújo

Roger Murilo Ribeiro Soares Stela Norma Benevides Castelo

Sylvio Ideburque Leal Filho Tânia de Araújo Barboza

Valéria Góes Ferreira Pinheiro

OUVIDORRoberto Wagner Bezerra de Araújo

DIRETORIAIvan de Araújo Moura Fé Helvécio Neves Feitosa

Lino Antonio Cavalcanti HolandaFernando Queiroz Monte

Lúcio Flávio Gonzaga SilvaRafael Dias Marques Nogueira

Regina Lúcia Portela Diniz

REPRESENTANTES DO CREMEC NO INTERIOR DO ESTADO

SECCIONAL DA ZONA NORTEArthur Guimarães Filho

Francisco Carlos Nogueira ArcanjoFrancisco José Fontenele de AzevedoFrancisco José Mont´Alverne Silva

José Ricardo Cunha NevesRaimundo Tadeu Dias Xerez

End.: Rua Oriano Mendes - 113 - CentroCEP: 62.010-370 - Sobral - Ceará

SECCIONAL DO CARIRICláudio Gleidiston Lima da SilvaGeraldo Welilvan Lucena Landim

João Ananias Machado FilhoJoão Bosco Soares SampaioJosé Flávio Pinheiro VieiraJosé Marcos Alves Nunes

End.: Rua da Conceição - 536, Sala 309Ed. Shopping Alvorada - Centro

Fone: 511.3648 - Cep.: 63010-220Juazeiro do Norte - CearáSECCIONAL CENTRO SULAntonio Nogueira Vieira

Ariosto Bezerra ValeLeila Guedes Machado

Jorge Félix Madrigal AzcuyFrancisco Gildivan Oliveira Barreto

Givaldo ArraesEnd.: Rua Professor João Coelho, 66 - Sl. 28

Cep: 63.500-000 - Iguatu/CearáLIMOEIRO DO NORTE

Efetivo: Dr. Michayllon Franklin BezerraSuplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima ChavesSuplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes Freire

ARACATIEfetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

Em artigo recente usei na minha argumentação os conceitos de Direito em si e Direito para si dos médicos. Ainda que dentro das afirmações pudessem ser compreendidas, entretanto, ficava como um elemento pontual dentro de um conjunto discursivo. Senti-me na obrigação de mostrar que não são expressões descartáveis e que servem de apoios ocasionais.

O direito em si, apesar de não ter uma definição acadêmica existe desde a polis - cidade, no grego clássico - em que os habitantes livres das cidades da Grécia constituíam um conjunto social; o conceito persistiu de forma precária ao longo da história até tomar o titulo de cidadania através das revoluções sociais do século XVIII – revoluções americana e francesa. Chegou o conceito social de cidadania tardiamente no Brasil através da Constituição de 1988.

Ao cidadão, no caso, não somente ao habitante urbano, foram concedidos direitos que, teoricamente, dariam condições não somente de sobrevivência, mas também de uma existência digna.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) no clima político do Brasil da época da discussão da constituinte, eleita em 1986, e dos conceitos emitidos na época pela Bioética adaptou essa conquista social no Código de Ética Médica (CEM) publicado no Diário Oficial de 26 de janeiro de 1988. O conceito de cidadania mais amadurecido levou o CFM a dedicar um capítulo sobre os direitos dos médicos, na Resolução CFM n° 1931, de 17 de setembro de 2009, que constitui o Código de Ética vigente.

Os direitos em si dos médicos estão ordenados dentro do conjunto social. O médico na sociedade é um cidadão e devido a eles tem garantida a defesa de exercício digno das suas atividades. Por outro lado, deve no seu exercício preservar uma assistência, a melhor que possa prover, para o bem estar dos cidadãos.

Há direitos específicos dos médicos, muitas vezes problemáticos, como o de recusar-se a exercer em instituição pública e privada ou suspender as suas atividades individual ou coletivamente (artigos IV e V, do Capítulo II do CEM). A compreensão positivista do legal entende que não existindo boas condições para o exercício profissional, por julgamento pessoal ou corporativo, devem ser paradas as atividades. A subjetividade da compreensão pode trair a sua eficácia. Uma sociedade tecnológica, como a atual, tende a achar como boa assistência o uso amplo da Tecnologia Médica, e desqualificar tudo o que não é tecnológico. A semiologia que prestou e presta bons serviços à medicina é vista com desprezo. Ainda bem que o bom senso preponderou no Código de Ética Médica quando afirmou “usar todos os meios disponíveis (...) em favor do paciente” (Artigo 32). Para suspender as atividades deve-se ponderar o que o atendimento pode trazer benefício aos cidadãos, mesmo com parcos recursos; aí o direito cidadão do médico poderá conflitar com os dos outros cidadãos da sociedade em que ele vive. Deve-se ter em mente um aforismo da Medicina: “Existem médicos porque existem doentes”.

Aos direitos médicos se juntam elementos bioéticos. Se a autonomia do médico é defendida, no caso anterior

deve-se levar em conta os conceitos de beneficência e da não maleficência. Ao decidir por paralisações de atividades deve-se verificar até onde ela pode prejudicar os cidadãos. Outras vezes a desatenção aos cidadãos poderá incorrer em sanções legais. Por isso, é que chama-se à atenção de evitar visões simplistas dos casos quando estiverem envolvidos profissionais e cidadãos.

O direito em si da categoria pode sofrer restrições do Estado e da Lei que agem como representantes dos cidadãos em geral. Pode haver choques dos interesses da categoria e da sociedade, por isso, deve haver ampla negociação para que sejam preservados os direitos em si dos médicos e também os dos cidadãos. Não é admitida a ação mecânica de defesa do médico porque pode avançar sobre direitos dos outros cidadãos. Por isso, os Conselhos de Medicina, por serem instituições do Estado, têm o seu curso de ação cauteloso, o que desagrada aos médicos que esperam uma ação defensiva imediata.

O Direito para Si não pode ser exercido pelos Conselhos de Medicina desde que pertencem a outras áreas como a Sindical ou à Justiça do Trabalho. A interposição ou associação dos Conselhos nessas áreas poderá ocasionar problemas de interferência indébita. Como exemplo muito claro temos o caso do artigo XV, do capítulo I, do C.E.M. que “o médico deve ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional”. No Código de 1988 esse texto correspondia ao artigo 15, o que poderia levar a punição. Embora sendo um artigo sem vedação e situado entre os Princípios Fundamentais, a manutenção de numeração semelhante ao dos outros artigos era tomado como conduta exigida e não sugerida. Os Conselhos eram acionados para obediência desse preceito com punibilidade pelos participantes dos movimentos médicos. Ainda hoje é cobrada aos Conselhos Regionais esta postura corporativa. A compreensão dos Conselhos veio depois de uma ação jurídica dolorosa.

Pela coerência em relação ao Código vigente na época e se solidarizando com as outras entidades médicas para a melhora dos honorários médicos pagos pelos Planos de Saúde, ao apoiar a implantação da CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada dos Procedimentos Médicos) os Conselhos Regionais e o Federal tiveram que arcar com desdobramentos. Em abril de 2002, o CREMEC foi denunciado por um Plano de Saúde como infringente da ordem econômica. O Processo foi julgado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sendo condenado a pagar o valor de R$ 280.386,06 (duzentos e oitenta mil trezentos e oitenta e seis reais e seis centavos). O Processo está em fase de execução, trazendo sérios problemas para o equilíbrio do orçamento do CREMEC, mantido anualmente com muito sacrifício.

Os Conselhos Regionais de Medicina algumas vezes frustram as expectativas subjetivas dos médicos, por ter que manter a sua postura de Autarquia, e ter que agir como um componente do Estado, que supostamente defende o cidadão, por isso, algumas vezes não correspondente às aspirações corporativas.

O DIREITO EM SI E PARA SI DO MÉDICOFernando Queiroz Monte

4 Jornal Conselho [email protected]

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará promoveu o XV Encontro das Câmaras Técnicas da entidade. A progra-mação oficial teve início com a Mesa Redonda Judicialização da Saúde; a juíza de Direito e Coordenadora do Comitê Executivo de Saúde do Estado do Ceará, Helga Medved e a Promotora de Justiça de Defesa da Saúde

Pública do Ceará, Isabel Maria Salustiano Arruda Porto, discorreram e debateram sobre o tema com a assistência. O encontro seguiu com a apresentação da Síntese das Fiscalizações, da parte do conselheiro José Málbio Oliveira Rolim; seguida da Síntese do PEP (Processo Ético-Profissional) e Síntese da CAP (Comissão de Avaliação Preliminar), ambas abordadas pelo

conselheiro Renato Evando Moreira Filho. O XV Encontro foi encerrado com tema Ava-liação das Câmaras Técnicas e Planejamento do ano 2017. O evento realizou-se no auditório da nova sede do CREMEC, em 29 de abril de 2017. Abaixo flagrantes do evento.

câmaras técnicas do cremec discutem judicialização da saúde

Presidente Ivan dá início ao Encontro

Juíza Helga Medved: Judicialização da Saúde Promotora Isabel Maria Salustiano Arruda Porto: Judicialização da Saúde

Conselheiro José Málbio Oliveira Rolim: Síntese do PEP

Conselheiro Renato Evando Moreira Filho: Síntese da CAP Assistência do Encontro

[email protected] Jornal Conselho 5

A Câmara Técnica de Cancerologia do Con-selho de Medicina do Ceará e o Comitê Executivo de Saúde do Estado do Ceará promoveram o Seminário Construindo Pontes: Alternativas para a Judicialização na Assistência em Oncologia no SUS.

O seminário teve início com a palestra Judi-cialização em Oncologia no SUS: A Visão do Médico Cancerologista, ministrada pelo Diretor da Socieda-de Brasileira de Oncologia e membro da Câmara Técnica de Cancerologia do CREMEC, Markus Gifoni. O evento prosseguiu com a exposição temá-

tica Comitê Executivo Estadual de Saúde - Panorama Institucional, da Juíza de Direito e Coordenadora do Comitê Executivo Estadual de Saúde, Helga Medved. Dando continuidade à programação, a presidente da Comissão Nacional de Incorpora-ção de Tecnologia no SUS - CONITEC, Clarice Alegre Petramale, discorreu sobre Desafios para a CONITEC em Tempo de Judicialização.

Em seguida, o representante da Advocacia Geral da União (AGU), advogado José Salvador de Paiva Cordeiro falou sobre A Atuação da AGU na Judicialização em Oncologia. O tema a seguir, O Fenômeno da Judicialização em Oncologia do SUS na Visão do Defensor Público, foi abordado pela

Defensora Pública da União (DPU), Thaís Borges da Gama Medeiros.

O Seminário finalizou com as palestras Rea-lidade e Desafios da Instituição de Atendimento aos Pacientes Oncológicos (UNACON e CACON) em Tempo de Judicialização e Impacto da Judicializa-ção em Oncologia no Estado do Ceará, ministradas respectivamente por Suely Kubrusly, diretora do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO) e Marcos Gadelha, Secretário Adjunto da SESA (Sec. de Saúde do Estado do Ceará).

Seminário do CREMEC discute Judicialização em Oncologia no SUS

Conselheiro presidente, Ivan de Araújo Moura Fé, dá as boas vindas aos participantes do evento

Markus Gifoni (Sociedade Brasileira de Oncologia)

José Salvador de Paiva Cordeiro (AGU) Thaís Borges da Gama Medeiros (DPU)

Helga Medved (Comitê Executivo Estadual de Saúde)

Clarice Alegre Petramale (CONITEC)

Suely Kubrusly (CRIO)

Marcos Gadelha (Secretário Adjunto da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará)

Os participantes no auditório da nova sede do CREMEC

6 Jornal Conselho [email protected]

A Diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará promoveu o Vigésimo Terceiro Fórum de Discussões do CREMEC, com a pro-gramação a seguir: Revisão Funcional do CREMEC (Corregedoria, CAP e PEP), Fiscalização, Comissões do CREMEC, Avaliação das Seccionais e Repre-sentações e Planejamento para o ano 2017. Nos flagrantes fotográficos o acontecido. Plenário do CREMEC, 28 de abril de 2017.

XXIII Fórum de Discussões do CREMEC

Helvécio Neves Feitosa e Ivan de Araújo Moura Fé na coordenação do FórumConselheiro Gentil Claudino de Galiza Neto; conselheiras Stela Norma Benevides Castelo, Régia Maria do S. Vidal do Patrocínio, Valéria Góes Ferreira Pinheiro, Ana Lúcia Araújo Nocrato, Inês Tavares Melo e conselheiros José Albertino Souza e Rafael Dias Marques Nogueira

Conselheiro Ricardo Maria Nobre Othon Sidou, Francisco Thadeu Lima Chaves (representante do CREMEC em Canindé), José Wellington Rodrigues (representante do Conselho de Medicina do Ceará em Crateús), Francisco Frota Pinto Júnior (representante do Conselho em Aracati) e conselheiro presidente Antonio Nogueira Vieira (Seccional Centro Sul do CREMEC)

Conselheiros Francisco Alequy de Vasconcellos Filho, Roger Murilo Ribeiro Soares, Alberto Farias Filho, Renato Evando Moreira Filho, José Fernandes Dantas, Francisco Flávio Leitão de Car-valho Filho, José Málbio de Oliveira Rolim, Roberto Wagner Bezerra de Araújo e Lino Antonio Cavalcanti Holanda

- Da esq. para a dir.:

falecimentos

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará registra, com pesar, o falecimento dos doutores

- Luiz Carlos Fontenele, CRM 65, conselheiro entre 1960-1964, portanto, fundador da entidade (17/03/2017),

- Carlos Augusto Alencar, CRM 56, conselheiro no período de 1964 a 1968,

e várias vezes membro das comissões eleitorais do Conselho (27/05/2017), e

-Francisco de Assis Clemente, CRM 1640, conselheiro de 1998 a 2013 (28/05/2017).

Pesaroso, o CREMEC se solidariza com as famílias enlutadas.

[email protected] Jornal Conselho 7

Em 9/11/2016, depois de três anos e meio de construção, o CREMEC inaugurou suas novas instalações em uma bela arrojada edificação, de concepção arquitetônica futurista, um verdadeiro marco no cenário urbano de Fortaleza, para a qual transferiu, gradualmente, seus serviços, propiciando maior comodidade ao seu quadro funcional e aos cidadãos que o procuram.

Conclusa a mudança, restou a sede anterior desocupada, comportando ao CREMEC gastos residuais de manutenção e de vigilância patrimonial, bem como uma preocupação com a destinação do equipamento físico imobilizado.

Uma solução logo aventada foi a de se desfazer em definitivo do bem, por meio de venda a terceiros, público ou privado, desincorporando-o do patrimônio do CREMEC. A venda de um bem público no Brasil é, sabidamente, um processo complexo, que exige transparência, publicidade e imparcialidade, arrolando procedimento licitatório demorado e sujeito à impetração de recursos dos licitantes, incorrendo-se em risco de inclusive ser arrematado por valor inferior ao preço de mercado.

Divergindo dessa opinião, o Prof. Dalgimar Beserra de Menezes, que, por sua longa atuação como conselheiro, bem merece o título de conselheiro emérito, sugeriu que a antiga sede do CREMEC fosse transformada em um centro cultural médico, para utilização das variadas formas de manifestação cultural da Medicina no Ceará.

Esse centro cultural poderia contar, dentre outros usos, com um museu médico, uma biblioteca especializada, um espaço para exposição temporária de artes e lançamentos literários, salas para cursos e palestras etc.

A sugestão do professor emérito da UFC é digna dos maiores encômios, devendo ser apreciada e considerada com bons olhos pela atual diretoria do CREMEC, tanto pelos benefícios que pode aportar à Medicina local como pelos desdobramentos que o novo uso do equipamento daria à cultura cearense.

Como modus operandi, que poderia reduzir o custeio de manutenção do centro cultural em epígrafe, o CREMEC poderia ceder o prédio, em comodato, se for o caso, à Academia Cearense de Medicina (ACM), que para lá transferiria sua sede, o que permitiria instalar o seu bem cuidado museu de História da Medicina no Ceará e sua vasta biblioteca especializada em Medicina, cujo acervo dispõe de uma seção de obras raras, de valor inestimável. Da mesma forma que o Palácio da Luz é cedido pelo governo do Ceará à Academia Cearense de Letras, que compartilha o seu uso com diversas academias literárias, a ACM, com a anuência do CREMEC, poderia hospedar outras entidades médicas de cunho cultural, a exemplo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará e da Academia Cearense de Médicos Escritores.

Por oportuno, vale lembrar o belo exemplo que vem dos pampas gaúchos: o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, “um museu histórico de

Porto Alegre dedicado à preservação de um acervo de documentos, apetrechos médicos e outros objetos relacionados à prática, estudo e evolução das artes médicas no Rio Grande do Sul”. Esse museu nasceu a partir de uma iniciativa do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), que se preocupava com a preservação da história da medicina do estado, e ora funciona no prédio histórico do Hospital Beneficência Portuguesa, sendo mantido pelo SIMERS.

Ademais, é de bom alvitre realçar que a antiga sede tem, em suas cercanias, uma relação de vizinhança com o Conselho Regional de Química-CE (CRQ 10ª Região), que copatrocina a Academia Cearense de Química, e a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará, mantenedora da Escola Cearense do Ministério Público, entes públicos federal e estadual, respectivamente, que bem podem cobiçar a ocupação do espaço deixado pelo CREMEC, urdindo meios legais para lograr a concessão ad infinitum, sem quaisquer contrapartidas financeiras ao CREMEC.

Isto posto, considerando os riscos de perda patrimonial, é premente ao CREMEC tomar uma decisão que resguarde os interesses dos médicos inscritos nesse conselho regional, avaliando criteriosamente a proposta indicada pelo Prof. Menezes, para destinação de uso da sede anterior dessa entidade médica cearense.

Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da SilvaCREMEC nº 2412

USOS PARA A ANTIGA SEDE DO CREMECArtigo

Quatro prédios sediaram o Conselho, ao longo deste mais de meio século. De princípio, uma pequena dependência do então Centro Médico Cearense (CMC), rua Pedro I, 997. Não restaram vestígios, nem placas comemorativas desse sítio primordial; depois, o Décimo Primeiro Andar do Edifício Lobrás, na rua Barão do Rio Branco; o andar foi posto à venda, de fato vendido, porém, pelo que informa o Setor Jurídico, ainda não há registro em cartório dessa transação. Desse local também, em que pese nossos esforços de busca, não vieram para as sedes seguintes placas de inauguração ou celebrativas; depois, estabeleceu-se a sede na Rua Carlos Gomes com Floriano Peixoto, e coisas que têm importância para a História estão sendo resgatadas, não só, também outros objetos vieram para fazer o acervo histórico, como antigas máquinas mecânicas e elétricas de escrever, esforço do senhor Manoel Brito Júnior, pois não.

Mas se a primeira dependência pertencia ao CMC, a segunda, patrimônio da própria entidade, a terceira, da Floriano Peixoto, essa com segurança, torna-se esforço inútil tentar mantê-la no patrimônio, para se transformar num museu dos médicos e num centro cultural; baldados esforços, trabalhos de amor perdidos. Já foi determinado, em sessão plenária do CREMEC, que o prédio deverá ser vendido ou alugado. De acordo com o Setor Jurídico, o prédio não poderá ser alugado; não é competência, atividade fim de uma autarquia, como dizia o Ponte Preta, andar pelaí alugando parte do seu patrimônio. Vendido sim.

É nesse pé que as coisas se encontram. Portanto, o artigo do Professor Marcelo reduz-se a anacronismo. Entrementes, que se lho registe.

MemóriaDioniso Lajes, ex-conselheiro Menezes

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FECHANDO A EDIÇÃO | MAI-JUN | 2017 - ATIVIDADES CONSELHAIS AUDIÊNCIA PÚBLICA

O Dr. Markus Andret Cavalcanti Gifoni, da Câmara Técnica de Cancerologia do CREMEC, representou a entidade na audiência pública para dis-cutir sobre a Necessidade de Novos Tratamentos para Câncer Metastático Realizados no âmbito da Secretaria de Saúde do Ceará. A atividade, promoção da

Comissão de Seguridade Social e Saúde da Assembléia Legislativa do Ceará, realizou-se no auditório da Assembléia, em 26 de abril de 2017.

SEMANA DA SAÚDE O conselheiro presidente Ivan de Araújo Moura Fé representou o CREMEC na solenidade de abertura da Semana da Saúde, promovida pela Facul-

dade de Medicina da Universidade Federal, como painelista do tema: Aspectos Éticos e o Exercício da Cidadania Diante de Um Desafio Complexo. Auditório Paulo Marcelo, 08/05/2017.

UPASA Diretoria do CREMEC, o Sindicato dos Médicos do Ceará e médicos das UPAS do Estado Ceará realizaram reunião para discutir problemas ine-

rentes às Unidades de Pronto Atendimento. Auditório da nova sede do CREMEC, 10 de maio de 2017.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/CEARÁ A conselheira Tânia de Araújo Barboza representou o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará na abertura do Mestrado Profissional em

Saúde da Família, promoção da FIOCRUZ/Ceará. Sala de Reunião I - Torre São Mateus, 04 de maio de 2017.

APOSIÇÃO DA FOTO O conselheiro e vice presidente Helvécio Neves Feitosa representou o CREMEC na solenidade de aposição da fotografia do também conselheiro

do CREMEC, Dr. Flávio Pontes Ibiapina na galeria dos ex-presidentes da SOCEGO (Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia); auditório da SOCEGO, 05/05/2017.

PALESTRA O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará e a Sociedade Cearense de Neurologia promoveram palestra sobre Manifestações Neurológicas

da Chikungunya. Auditório da nova sede do CREMEC, 25 de maio do ano corrente.

CHIKUNGUNYAO Conselho de Medicina do Ceará e a Câmara Técnica de Infectologia do CREMEC promoveram o I Fórum Sobre Epidemia de Chikungunya no

Ceará. Auditório da nova sede do CREMEC, 27 de maio de 2017.

SECRETÁRIO O Secretário de Saúde do Estado do Ceará Dr. Henrique Javi de Sousa participou de reunião no CREMEC: em pauta, a Saúde do Estado do Ceará.

Plenária do CREMEC, 29 de maio de 2017.

CONGRESSO O conselheiro Helvécio Neves Feitosa, vice-presidente do CREMEC, representou a entidade na abertura do 1º Congresso Médico da UNIMED/For-

taleza. Centro de Eventos do Ceará, 1º de junho de 2017.

UNICHRISTUS O conselheiro Flávio Leitão de Carvalho Filho representou o Conselho de Medicina do Ceará na Solenidade de Abertura do Encontro Brasileiro de

Neuropatias Periféricas, promovido pela Academia Brasileira de Neurologia. Centro Universitário Christus, 1º de junho de 2017.

TRANSEXUALIDADE O Dr. Marcondes Tavares representou o CREMEC na Audiência Pública Transexualidade Pelo direito de Existir; atividade promovida pela Defensoria

Pública Geral do Estado do Ceará. Auditório da Defensoria Pública, 08/06/2017.

SAÚDE EM FORTALEZA O conselheiro Lino Antonio Cavalcanti Holanda, secretário geral do CREMEC, representou a entidade em reunião com o prefeito de Fortaleza,

para discutir Problemas da Saúde no Município de Fortaleza. 06 de junho de 2017.

CHIKUNGUNYA IIA diretoria da Sociedade Cearense de Infectologia realizou reunião científica sobre chikungunya. Tema: Há controvérsias. Auditório da nova sede do

CREMEC, 13 de junho de 2017.

MASTOLOGIA A Sociedade Brasileira de Mastologia/Regional Ceará promoveu Sessão Clínica de Mastologia com o tema: Manejo de Pacientes com Alto Risco para

Câncer de Mama. O evento multidisciplinar foi direcionado aos integrantes dos principais serviços de referência em Mastologia do Ceará e residentes. Sala de aula da nova sede do CREMEC, 13 de junho de 2017.