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Informativo da Associação de Proteção e Benefícios ao Motociclista • Edição nº 14 - agosto/2010 • www.aprobem.org.br www.jacaremoto.com.br Fique Alerta Motociclista UM ESTRANHO NO NINHO Pag.02 Pilote Legal Isenção de IPVA para proprietários de veículos furtados, roubados, ou sinistrados com perda total Pag.02 Como vai o mundo motociclista feminino? A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) sempre teve como objetivo mudar a visão de que o motociclismo é um esporte masculino e hoje incentiva a prática entre as mulheres para que possa aumentar a visibilidade das categorias femininas. O mundo feminino está bem representado quando o assunto é duas rodas. Os três grandes nomes do motociclismo feminino mundial são Livia Lancelot (foto acima), a mais conhecida por aqui, campeã mundial feminina de motocross , Laia Sanz (foto dir.) a campeã mundial feminina de trial, e a recordista mundial de velocidade em motocicletas, Leslie Porterfield, serão em 2010 as embaixatrizes dos esportes a motor sobre duas rodas, promovendo e divulgando o bom desempenho das mulheres no motociclismo. Aqui no Brasil, as mulheres também tem conquistado cada vez mais espaço no mundo do motociclismo off road. Prova disto é a criação de várias categorias femininas em campeonatos regionais e estaduais. Neste ano, as mulheres ganharam ainda mais força com a criação da categoria feminina no Campeonato Brasileiro de Motocross Júnior, organizado pela Confederação Brasileira de Motociclismo, que foi realizado no mês de Março, em Nova Friburgo (RJ). Essa matéria mostra o verdadeiro motivo que leva as mulheres à pilotar motocicletas. Em um vídeo produzido pela FIM, as três pilotos, Livia Lancelot, Laia Sanz e Leslie Porterfield, dão seus depoimentos de como começaram em suas modalidades e o que as levaram ao motociclismo. (www.youtube.com) ‘’Historia de um Motociclista’’ Veja mais detalhes. Pag.04

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Informativo da Associação de Proteção e Benefícios ao Motociclista • Edição nº 14 - agosto/2010 • www.aprobem.org.br

www.jacaremoto.com.br

Fique Alerta Motociclista

UM ESTRANHO NO NINHOPag.02

Pilote LegalIsenção de IPVA para proprietários

de veículos furtados, roubados, ou sinistrados com perda total

Pag.02

Como vai o mundo motociclista feminino?

A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) sempre teve como objetivo mudar a visão de que o motociclismo é um esporte masculino e hoje incentiva a prática entre as mulheres para que possa aumentar a visibilidade das categorias femininas. O mundo feminino está bem representado quando o assunto é duas rodas. Os três grandes nomes do motociclismo feminino mundial são Livia Lancelot (foto acima), a mais conhecida por aqui, campeã mundial feminina de motocross , Laia Sanz (foto dir.) a campeã mundial feminina de trial, e a recordista mundial de velocidade em motocicletas, Leslie Porter� eld, serão em 2010 as embaixatrizes dos esportes a motor sobre duas rodas, promovendo e divulgando o bom desempenho das mulheres no motociclismo.

Aqui no Brasil, as mulheres também tem conquistado cada vez mais espaço no mundo do motociclismo o� road. Prova disto é a criação de várias categorias femininas em campeonatos regionais e estaduais. Neste ano, as mulheres ganharam ainda mais força com a criação da categoria feminina no Campeonato Brasileiro de Motocross Júnior, organizado pela Confederação Brasileira de Motociclismo, que foi realizado no mês de Março, em Nova Friburgo (RJ).

Essa matéria mostra o verdadeiro motivo que leva as mulheres à pilotar motocicletas. Em um vídeo produzido pela FIM, as três pilotos, Livia Lancelot, Laia Sanz e Leslie Porter� eld, dão seus depoimentos de como começaram em suas modalidades e o que as levaram ao motociclismo. (www.youtube.com)

‘’Historia de um Motociclista’’

Veja mais detalhes. Pag.04

02

EDITORIAL

Cristiano LanzaPresidente APROBEM

www.jacaremoto.com.br

PRESIDENTE Cristiano Lanza

SUPERVISÃOPaula Lanza

Rua São Paulo, 301 lj. 02 – Espírito Santo _ Betim/ MG. • Tel: (31) 3595-1673 CNPJ: 08.888.056/0001-36 • Inscrição Estadual: Isento • Inscrição Municipal: 109.620/001-5

•Projeto Gráfico e Diagramacao: Code Comunicação & Design Ltda.

(31) 3544-0056 / [email protected]•Colaboradora: Mariella Almeida

•Impressão : SEMPRE EDITORA

Tiragem: 12.000 exemplaresPublicado JORNAL DO JACARÉ

Horário de funcionamento: Segunda a sexta de 9hrs as 18hrs • Sábado de 8hrs as 12hrsEmail: [email protected] Site: www.aprobem.org.br

Ola Amigos Motociclistas!

Nesta edição de Agosto gostaria de começar parabenizando a todos os papais do mundo das duas rodas e aqueles também que ainda não tiveram a oportunidade de se apaixonar pelo mundo do motociclismo.

“Ser pai e acima de tudo, não esperar recompensas. Mas � car feliz caso e quando cheguem. Ser pai e aprender errado, a hora de falar e calar. E contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois. Ser pai e aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. E esperar. E saber que a experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo. Portanto, e agüentar a dor de ver os � lhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protege-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos. Ser pai e saber ir-se apagando à medida que mais nítido se faz a personalidade do � lho, sempre como in� uência, jamais como imposição. E saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do � lho. E, en� m, colher a vitória exatamente quando percebe que o � lho já trilha seu próprio caminho.”

Feliz Dia dos Pais!

Bom, hora de conferir a continuação da Historia de um Motociclista, O Mundo Motociclista Feminino, Fique Alerta Motociclista e muito mais!

Um grande Abraço!

UM ESTRANHO NO NINHO Você tem um ou mais triciclos no grupo, ou ainda, tem uma moto muito velha ou muito pequena para acompanhar o grupo. O quê fazer?

A princípio vamos falar dos triciclos.

Com a difusão destes veículos, não é difícil encontrarmos grupos com motos e triciclos, alguns grupos alteraram seus nomes para: Mototriciclube devido a inclusão destes inte-ressantes veículos de três rodas. Não existe nenhum problema de compatibilidade entre duas e três rodas. Contanto que as normas de segurança não sejam quebradas, apenas alguns cuidados devem ser tomados. O úl-timo do grupo deve ser um experiente mo-tociclista, este é chamado “drag bike”. Se o piloto do triciclo se encaixar nesta categoria, você terá um excelente “drag bike” fechando o grupo. Caso este não possua a experiência necessária para ser o último, coloque-o ime-diatamente a frente do último.

Quando se anda em grupo, há uma tendên-cia de quem vem atrás basear seus movi-mentos na moto da frente, como por exem-plo: ponto de frenagem, tomada da curva etc. Andar atrás de um triciclo é o mesmo que andar atrás de um carro, ou seja, você � ca sem esta referencia, mesmo porque os pontos de frenagem e tomadas são diferen-tes. Logo a distancia de quem vai depois de um triciclo deve ser a mesma a ser mantida de um carro. Como referencia esta distancia pode ser o dobro da normalmente usada en-tre duas motos.

Uma moto que não se enquadra no grupo

Avalie as condições de segurança da moto e a experiência do piloto. Se não houver um impeditivo que ponha em risco a segurança do grupo ou do próprio piloto, não se jus-ti� ca a exclusão desta moto. Lembre-se, a primeira regra do motociclismo é a união e provavelmente este obstinado motociclista prosseguirá viagem sozinho, neste caso com um risco maior do que com o apoio do gru-po. Se você julgar que esta moto não ofere-ce condições de segurança, converse com o motociclista tentando convencê-lo a corrigir o problema antes de colocá-la na estrada. Talvez desta vez a melhor opção seja a garu-pa de alguém. Caso você não tenha sucesso, coloque-o no � nal do grupo, imediatamente a frente do “drag bike”.

Motociclistas drogados ou sob efeitos de ál-cool, de maneira alguma devem seguir com o grupo. A segurança do grupo SEMPRE deve ser sua principal prioridade.

Pilote LegalIsenção de IPVA para proprietários de

veículos furtados, roubados, ou sinistrados com perda total

Todo nós, proprietários de veículos automotores, sabemos das conseqüências a que esta-mos sujeitos quando deixamos de pagar em dia nossos impostos, principalmente, quan-do o assunto é o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA.

O que pouca gente sabe (e o Governo não faz questão alguma de divulgar!), é que algu-mas pessoas estão isentas do pagamento deste imposto, ou mesmo podem até receber de volta aquilo que já pagaram, quando têm seu veículo automotor furtado, roubado, ou sinistrado com perda total.

Tal possibilidade não é nova! Já é prevista desde o ano de 2003, quando foi editada a Lei 14.937, que dispõe acerca do IPVA.

Tal lei prevê que, é isento do pagamento do IPVA, todo veículo automotor que tenha sido roubado, ou furtado, tendo esta isenção validade durante o período compreendido entre a data da ocorrência do fato, e a data de sua devolução ao proprietário. Já em relação ao veículo sinistrado, a isenção prevalece a partir da data do acidente.

Isto signi� ca que, durante o período em que o proprietário do veículo automotor, não esteve na posse do mesmo, ele não precisa pagar o imposto, só tendo que efetuar o pa-gamento, após reaver o veículo.

Ocorre que, em regra, o pagamento do imposto é feito antecipadamente, nos primeiros meses do ano. Neste caso, como � caria? A própria lei, nos dá a solução.

Quando isto acontece, o proprietário tem direito à restituição proporcional do imposto pago, à razão de 1/12 do valor do imposto, para cada mês em que o proprietário � cou sem o veículo, até a data de sua devolução ao proprietário.

Como se trata de um direito que afeta os cofres públicos, pouca (ou quase nenhuma) informação sobre o assunto é noticiada, fazendo com que milhares de proprietários de veículos sejam lesados.

Assim, faça valer o seu direito. Reivindique!

Abraço a todos,

Dr. Thiago Vieira dos Reis • Advogado

Participe da Coluna Pilote Legal: Envie dúvidas e sugestões para o

e-mail [email protected], ou através do tel. (31) 3442-2326,

que teremos o prazer em respondê-la!!!

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Veículos de Passeio e de Carga.Atualmente prestamos serviços

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Telefone: (31)9201.8009

Fonte: web imagens Google.

Triciclos

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POR DENTRO DA APROBEMPOR DENTRO DA AssociadoAssociadoFala

www.jacaremoto.com.br

Filipe Cota FelixContagem Após um acidente, geral-mente � camos muito cha-teados, pensando em como iremos fazer para recuperar nosso bem e nossa saúde.

No meu caso não foi diferente, após uma queda, necessitei dos serviços da APROBEM para resgatar minha moto que dani� cou-se muito e � quei muito preocupado com o que seria feito para recuperá-la. Logo de início vi que seria bem atendido e rapidamente o reboque encaminhou a moto para a con-cessionária. Com uma postura e tratamento extremamente diferenciado, fui recebido no escritório da APROBEM e lá mesmo vi que poderia con� ar em todos que ali estavam. Fui tratado com extremo respeito e veraci-dade com relação a todo o procedimento que seria tomado, pois em questão de aci-dente sou “marinheiro de primeira viajem”. En� m, estou muito satisfeito em todos os aspectos, e recomendo a todos amigos e co-nhecidos os serviços da APROBEM.

Leonardo Ru� no de Araujo Lopes

Bairro: Céu AzulVocê é associado a quanto tempo? Sou sócio há 3 anos

Você faz parte de algum motoclube? Sim, Skorpions do Asfalto A APROBEM – qual sua opinião em relação ao trabalho da associação,atendimento, boletas, prazos? A data que a associação tem de pagamento é excelente,as boletas bem explicada sem dúvida,os prazos que nos dão é sempre pensando no melhor e eu quero agradecer também pelo atendimento da APROBEM a “Fernada” que sempre está a desposto a re-solve os problemas que ali é passado. E que-ro agradecer ao Presidente Cristiano pelo excelente trabalho realizado.

RESUMO DO DEMOSNTRATIVO - JULHO/2010

Aqui sua indicação vale Bônus!Isso mesmo! A � m de prestigiá-lo a APROBEM irá boni� car através de um programa de pontos a sua indicação para um novo associado. Você poderá trocar seus bônus por brindes no decorrer do período da campanha e no � nal do ano você concorrerá a um super PREMIO pela preservação do seu veículo e assiduidade em seus pagamentos.

Regras da CampanhaEm cada indicação de um novo associado efetivado você ganha 10 (DEZ) pontos. Portanto, você acumula pontos e troca por brindes. A indicação para um novo associado poderá ser feita pela Internet, o associado emitirá através do nosso site um “Convite Especial”, que o proponente receberá no seu e-mail ou o indicado deverá comparecer no ato da ADESÃO com o CPF e nome completo do associado. Com os requisitos em mãos, o proponente entrará em contato através do telefone 31 3595-1673 ou pela sede da APROBEM, para a realização do “TERMO DE ADESÃO”, se o mesmo tiver

o “Convite Especial” deverá apresentá-lo para anexar junto aos seus documentos. Lembrando que os pontos

apenas serão contabilizados em caso de contrato efetivado. E a cada mês que passa sem que você usufrua os benefícios da APROBEM e cada mensalidade quitada no dia do vencimento, aumenta suas chances de ganhar um super PRÊMIO no � nal do ano. Vejam como é fácil ganhar! O associado que durante seu período de associação contado a cada ano, e que não usufruiu dos benefícios da APROBEM em caso de furto, roubo, colisão, incêndio e que manteve sua mensalidade em dia, estará concorrendo automaticamente de um sorteio de um super PREMIO (este será de� nido todo � nal de ano). O início da vigência desta campanha contará com o período de 1(um) ano a contar da data de � liação consequentemente a partir da entrada do associado na APROBEM, data limite para a troca dos pontos por prêmios, após esta serão anulados todos os pontos dos associados e começaremos nova campanha no ano subseqüente. A troca dos pontos pelos prêmios se fará na sede da APROBEM, conforme pré-agendamento.

IMPORTANTE: A Campanha de pontos apenas é valida para os associados quites com as mensalidades da APROBEM, portanto, o associado que tiver com sua proteção suspensa por inadimplência, independente do motivo terá sua pontuação zerada automaticamente. A troca dos pontos pelos brindes, apenas serão realizados pelos brindes disponíveis no ato da troca. Em nenhuma hipótese os pontos poderão ser trocados em moeda correntes, cheques, duplicatas e promissória. Em caso de outras campanhas de indicação, tais como: (ADESÃO ZERO, PAGUE ZERO, entre outras que poderão surgir) a campanha bônus será paralisada e as indicações neste período não contarão pontos.

Com novo visual e usuabilidade para melhor

atender você associado APROBEM.

Área ASSOCIADO:Você pode acessar seu

cadastro e retirar a 2ª via de boleto bancário sem sair

de casa.

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Sempre informando e alertando para os perigos

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campanha bônus será paralisada e as indicações neste período não contarão pontos.

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‘’Historia de um Motociclista’’ Na Estrada • Capítulo IIDepois de alguns dias em Ushuaia, funcionamos o motorzão 600 da TÈNÈRÈ que esbanjava saúde e disposição e partimos novamente rumo ao estreito de Magalhães, porém dessa vez passamos por uma rota alternativa, queríamos fugir do trânsito pesado de caminhões e escolhemos uma estrada de rípio mais deserta e cheia de atoleiros, apesar das di� culdades a decisão foi acertada e chegamos ao estreito bem na hora da saída de uma balsa para o continente.

Seguimos para Puerto Natales, uma cidade na beira do Oceano Pací� co ao sul do Chile. Pernoitamos na casa de uma senhora, e seu � lho Ruan, professor secundarista, nos contou histórias sobre o povoamento da patagônia chilena e argentina e seus antepassados da ilha de Chiloé no pací� co. A cidade de Puerto Natales é porta de entrada para o parque “Torres Del Paine” uma cadeia de montanhas de granito, onde se inicia a cordilheira dos Andes. Porém uma nevasca nos impediu de conhecer o parque que possui milhares de quilômetros quadrados.

Saímos do Chile e seguimos pela Ruta 40 na Argentina, rodovia que margeia a face direita da cordilheira dos Andes. Entre El Calafate e Perito Moreno rodamos em 700 km’s de rípio. O rípio é um capítulo a parte, é um tipo de seixo rolado, no entanto é feito de sedimento vulcânico, às vezes ele é solto, às vezes compactado. É aí que mora o perigo: é possível andar a 100/110 Km/h no rípio compactado, porém de repente surgem bolsões de rípio solto e passar por esses bolsões deixa a moto totalmente sem aderência. É preciso muita calma e sangue frio para não “comprar um terreno”. E acredite estragar a moto nesse trecho é problema na certa. A Ruta 40 é totalmente desértica, uma beleza inóspita de pura magia, porém traiçoeira. Rodamos 700 km’s e apenas dois carros passaram por nós. Nesse trecho existem apenas três vilas: Três Lagos, Bajo Caracoles e Perito Moreno. Não existem postos de gasolina e foi necessário levar combustível extra para não � car no meio do caminho. Quebraram-se 15 raios de roda trazeira da Lucrecia devido as calamíneas (costelas de vaca).

De Perito Moreno seguimos para Chile Chico, uma cidadezinha as margens do lago General Carrera, de lá pegamos uma balsa para “engenheiro Ibãnes”, uma vila que dá acesso a Carretera Austral uma rodovia que passa pelos vales da cordilheira dos Andes, cheias de bosques sequóias, montanhas de neve, varias vilas de pescadores, vulcões, en� m... Maravilhosa! Um ponto alto dessa aventura foi Peyuhuapi, uma vilazinha a beira do pací� co, cercada de vulcões e piscinas naturais de águas termais. Eu e Roberta

gostaríamos de estar lá até hoje. De Peyuhuapi seguimos em uma estrada de rípio para La Junta, foi a 1° vez que eu e Roberta nos separamos. Devido a problemas na roda trazeira da moto, resolvemos aliviar um pouco o peso da Lucrecia e juntamente com a bagagem Roberta pegou carona com um caminhoneiro chileno que a levou até Villa Santa Lucia, onde nos encontramos novamente. Vale lembrar que nessas vilas não existem recursos mecânicos para motocicletas que são muito raras pela região. De vila Santa Lucia seguimos para leste até a Villa Ramires, onde pernoitamos na casa da simpática Alice e seu marido Mário, chilenos que nos receberam muito bem. No outro dia Roberta pegou outra carona para Futaleufu, cidade incrustada na cordilheira dos Andes, onde passamos novamente por uma aduana e voltamos para a argentina com destino a Bariloche.

O caminho entre Futaleufu (Chile) e Bariloche (ARG) é maravilhoso, com Roberta novamente em minha garupa passamos por diversas vilas e lagos, foi justamente em um desses lagos que conhecemos Roberts e Ofélia,

argentinos que ofereceram pernoite em sua casa. Ali podemos perceber que o povo argentino é muito caloroso, receptivo e simpático. Roberts é motociclista também, e sua garagem é uma verdadeira o� cina, e lá pude fazer uma pequena revisão na Lucrecia. No dia seguinte, seguindo uma indicação de Ofélia, resolvemos passear em “Villa La Angostura” um complexo de restaurantes, pousadas e cafés a 80 km’s de Bariloche. O plano era passar o dia e voltar para a casa de nossos amigos argentinos, no entanto uma nevasca impediu que voltássemos para Bariloche e tivemos

que pernoitar em La Angostura somente com a roupa do corpo.

No outro dia seguimos para Bariloche, encontramos com Roberts e Ofélia nos despedimos e rumamos para a estrada. No entanto nem tudo se deu como esperávamos. Tínhamos acabado de abastecer a moto e em um cruzamento na saída da cidade um velinho atravessou seu carro na nossa frente! Para não bater de frente na lateral do carro, alicatei os freios e inclinei a moto para a esquerda, como tinha acabado de nevar o asfalto estava molhado, derrapamos e caímos! A Roberta foi para um lado eu para outro e a Lucrecia ainda bateu no Clio a diesel do velhinho. Puts! Levantei sem nenhum arranhão, percebi que Roberta já se levantava e parecia bem apesar de toda suja de iogurte natural que tínhamos ganhado de Ofélia. Levantamos a moto e graças a Deus não havíamos nem sequer arranhado ou estragado a Lucrecia. O velhinho � cou sem entender nada, conversamos um pouco e seguimos nosso caminho.

Após o susto pernoitamos em Piedra Del Aguila, no outro dia seguimos para Santa Rosa de La Pampa, onde “cambiei o aceite de La moto”. De lá seguimos para o Uruguai onde entramos por Payssandú. Já em terras Uruguaias, depois de rodar 500 km’s em uma estrada mal conservada e um excelente almoço em Tacuarembo, chegamos a Rivera, cidade que faz divisa com Santana do Livramento, território de nossa querida terrinha. Apesar de estarmos a mais de 2.300 km’s de Betim já nos sentíamos no quintal de casa.

Mais uma vez após uma viagem de moto, pude perceber que nosso continente americano possibilita uma inesgotável fonte de cultura, lindas paisagens, bela � ora e fauna, e um povo muito caloroso e solidário. Além disso, aventuras assim são ótimas oportunidades de se fazer ou fortalecer vínculos e sentimentos por outra pessoa. Basta ter um pouco de humor, criatividade e perseverança.

Se você motociclista tem uma historia interessante envie para nos no nosso email: [email protected]