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Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita Nº 3 - Julho/2016 DO DEPARTAMENTO DOS APOSENTADOS METALÚRGICOS DE CANOAS E NOVA SANTA RITA INFORMATIVO CONJUNTURA NACIONAL Temer e patrões querem escravos e doentes no trabalho Não é de hoje que nosso sindicato alerta que por trás do golpe articulado pela elite e forças conservadoras de nosso país está a intenção de fazer o Brasil voltar ao século passado, acabar ou diminuir com direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, para atender os interesses da classe empresarial, inconformada com os avanços conquistados nos últimos anos pela classe trabalhadora. Não é à toa, por exemplo, que o governo golpista de Michel Temer está propondo uma série de retrocessos em nome do ajuste fiscal e que os patrões estão impondo a volta do desemprego, do arrocho salarial e da retirada de direitos e benefícios na legislação trabalhista e nos acordos e convenções coletivas. Este, aliás, é um dos motivos pelos quais todas as categorias estão enfrentando inúmeras dificuldades para recuperar as perdas salariais causadas pela inflação. Em junho, Temer e demais golpistas – em especial a conservadora “bancada BBB” (do boi, da bala e da bíblia) no Congresso Nacional – a fim de pagar o apoio da classe empresarial ao processo de impeachment contra Dilma – reforçaram propostas absurdas, como implantar a prevalência do negociado sobre o legislado (fim da CLT), o aumento de impostos (ué, cadê o pato da Fiesp?) e uma reforma previdenciária prevendo a idade mínima de 70 anos para as aposentadorias de homens e mulheres, ignorando a recente reforma – inclusive aprovada por eles – que criou a Fórmula 85/95 progressiva. No dia 8 de julho passado, representando um grupo de 100 grandes patrões reunidos com Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reforçou a pauta do empresariado visando mudanças na legislação trabalhista e na Previdência Social. Entre as propostas apresentadas, defendeu na maior cara de pau jornadas de trabalho de até 80 horas semanais para os brasileiros. Depois desmentiu dizendo que, na verdade, propôs 60 horas semanais. Na ocasião, Andrade aproveitou para sugerir que quem está em licença médica poderia ir para as empresas e trabalhar meio período, “para não ficar deprimido em casa”. Temer adorou a ideia! Agora, no início de julho, mais um golpe contra a classe trabalhadora: o governo ilegítimo apresentou medida provisória que visa revisar todas as aposentadorias por invalidez, os afastamentos por auxílio-doença e os BPC – benefícios da prestação continuada, concedidos para idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo, que comprovem não ter como se manter. O objetivo é economizar cerca de R$ 6,3 bilhões e a meta é cancelar 30% dos auxílios-doença, 5% das aposentadorias por invalidez e mais de 2% de beneficiários do BPC. O pente fino jogaria forçadamente no mercado de trabalho uma legião de doentes, inválidos e deficientes. Quem dará emprego para eles? Ou seja, tudo aquilo que a CUT, a Confederação, Federação e sindicatos filiados denunciavam está se concretizando agora: o golpe é contra você, trabalhador; é contra você, trabalhadora! Temer e patrões querem escravos e doentes no trabalho Se a proposta apresentada pelo governo golpista e interino de Michel Temer, de desvincular o reajustes das aposentadorias do salário mínimo, vigorasse há dez anos, os valores dos rendimentos teriam caído cerca de 40%, segundo estudos feitos pelos economistas João Sicsú, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo previsão dos economis- tas, sem a vinculação com o salário mínimo, o valor médio do vencimentos pagos aos aposentados e pensionistas cairia dos atuais R$ 1.608,00 para apenas R$ 1.013,00. As aposentadorias e pensões são pagas a 30 milhões de pessoas, que garantem não só a sobrevivência das famílias, como colabora também para a estabilidade econômica do país. Desses 30 milhões de benefícios, 70% correspondem ao valor de um salário mínimo. “Apesar da recuperação de cerca de 70% do valor do salário mínimo nos últimos anos, o valor de R$ 880,00 ainda é baixo para o sustento das famílias. A CUT e entidades filiadas, entre elas o nosso sindicato, luta para que a política de valorização do salário mínimo criada e mantida pelos governos Lula/Dilma seja mantida e luta para que os aposentados e pensionistas tenham reajustes dignos, no mínimo proporcionais ao aumento do mínimo. Querer pagar menos do que isso representa, de fato, um arrocho aos aposentados, pensionistas e beneficiários da Previdência ”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Paulo Chitolina. Falso déficit deve ser combatido O rombo da Previdência Social no Brasil é uma falácia, uma mentira, ou uma ficção, algo que não se confirma na realidade, diz o professor da Unicamp, Eduardo Fagnani. "O déficit vem de uma contabilidade inconstitucional, que não considera a parte do Estado", afirmou, com a perspectiva de contribuir para desmontar a narrativa da mídia e do governo interino de Michel Temer, que sustentam a ideia do rombo para atacar o Estado social no país, cuja Previdência é um de seus pilares. "A reforma da Previdência não é para aperfeiçoar o sistema, mas para destruir o Estado social. É uma campanha ideológica que não tem base em dados reais, é para desmontar a Previdência", enfatiza o professor. Para quem não sabe, a Constituição de 1988 aprovou o modelo tripartite de financiamento da Previdência: trabalhadores, empresários e governo uniriam esforços para sustentar o sistema. E, para garantir a participação do governo nesse modelo, foram criadas a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), permitindo a consolidação da receita. O problema é que essas contribuições foram sendo apropriadas pela área econômica do governo para pagar os juros da dívida pública, um serviço que hoje representa R$ 500 bilhões por ano, e nem governo, nem mercado, nem mídia ousam questionar esse desvio. A Constituição também incluiu a Previdência no escopo da seguridade social no país. Assim, a conta leva em questão, além da Previdência, a saúde e a assistência social. E todas essas frentes são financiadas pelo Orçamento da Seguridade Social, de acordo com o artigo 195 da Constituição. As contas feitas em sintonia com o escopo constitucional revelam resultados positivos. De 2007 a 2015, os resultados variaram entre R$ 75,98 bilhões e R$ 20 bilhões – esse menor resultado ocorreu justamente no ano passado, em que recessão, ajuste fiscal e crise política derrubaram a atividade econômica. Segundo Fagnani, mais do que uma nova reforma previdenciária, o que é preciso é a economia voltar a crescer, "porque o fundamento da Previdência vem do mercado de trabalho", diz. "O problema não é a despesa (com o pagamento de benefícios), mas a queda de arrecadação". Ele também acredita que o governo deveria parar de transferir recursos para grandes empresas por meio de desonerações e do pagamento de juros. Os R$ 500 bilhões de juros somados a R$ 300 bilhões de isenções fiscais, mais a sonegação, que deve chegar a quase 600 bilhões neste ano, projetam uma evasão de recursos do governo de R$ 1,4 trilhão, algo estratosférico diante das contas da equipe de Temer com o ajuste fiscal, que projeta um déficit primário de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano. Veja mais informações na coluna Jurídico Informa, uma colaboração do advogado Dr. João Lucas de Mattos. Proposta de Temer achataria em 40% o valor das aposentadorias em uma década Aposentados na Luta!

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na Luta!Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita

Nº 3 - Julho/2016

DO DEPARTAMENTO DOS APOSENTADOS

METALÚRGICOS DE CANOAS E NOVA SANTA RITA

INFORMATIVO

CONJUNTURA NACIONAL

Temer e patrões queremescravos e doentes no trabalho

Não é de hoje que nosso sindicato alerta que por trás do golpe articulado pela elite e forças conservadoras de nosso país está a intenção de fazer o Brasil voltar ao século passado, acabar ou diminuir com direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, para atender os interesses da classe empresarial, inconformada com os avanços conquistados nos últimos anos pela classe trabalhadora.

Não é à toa, por exemplo, que o governo golpista de Michel Temer está propondo uma série de retrocessos em nome do ajuste fiscal e que os patrões estão impondo a volta do desemprego, do arrocho salarial e da retirada de direitos e benefícios na legislação trabalhista e nos acordos e convenções coletivas. Este, aliás, é um dos motivos pelos quais todas as categorias estão enfrentando inúmeras dificuldades para recuperar as perdas salariais causadas pela inflação.

Em junho, Temer e demais golpistas – em especial a conservadora “bancada BBB” (do boi, da bala e da bíblia) no Congresso Nacional – a fim de pagar o apoio da classe empresarial ao processo de impeachment contra Dilma – reforçaram propostas absurdas, como implantar a prevalência do negociado sobre o legislado (fim da CLT), o aumento de impostos (ué, cadê o pato da Fiesp?) e uma reforma previdenciária prevendo a idade mínima de 70 anos

para as aposentadorias de homens e mulheres, ignorando a recente reforma – inclusive aprovada por eles – que criou a Fórmula 85/95 progressiva.

No dia 8 de julho passado, representando um grupo de 100 grandes patrões reunidos com Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reforçou a pauta do empresariado visando mudanças na legislação trabalhista e na Previdência Social. Entre as propostas apresentadas, defendeu na maior cara de pau jornadas de trabalho de até 80 horas semanais para os brasileiros. Depois desmentiu dizendo que, na verdade, propôs 60 horas semanais. Na ocasião, Andrade aproveitou para sugerir que quem está em licença médica poderia ir para as empresas e trabalhar meio período, “para não ficar deprimido em casa”. Temer adorou a ideia!

Agora, no início de julho, mais um golpe contra a classe trabalhadora: o governo ilegítimo apresentou medida provisória que visa revisar todas as aposentadorias por invalidez, os afastamentos por auxílio-doença e os BPC – benefícios da prestação continuada, concedidos para idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo, que comprovem não ter como se manter. O objetivo é

economizar cerca de R$ 6,3 bilhões e a meta é cancelar 30% dos auxílios-doença, 5% das aposentadorias por invalidez e mais de 2% de beneficiários do BPC. O pente fino jogaria forçadamente no mercado de trabalho uma legião de doentes, inválidos e deficientes. Quem dará emprego para eles?

Ou seja, tudo aquilo que a CUT, a Confederação, Federação e sindicatos filiados denunciavam está se concretizando agora: o golpe é contra você, trabalhador; é contra você, trabalhadora!

Temer e patrões queremescravos e doentes no trabalho

Se a proposta apresentada pelo governo golpista e interino de Michel Temer, de desvincular o reajustes das aposentadorias do salário mínimo, vigorasse há dez anos, os valores dos rendimentos teriam caído cerca de 40%, segundo estudos feitos pelos economistas João Sicsú, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo previsão dos economis-tas, sem a vinculação com o salário mínimo, o valor médio do vencimentos pagos aos aposentados e pensionistas cairia dos atuais R$ 1.608,00 para apenas R$ 1.013,00.

As aposentadorias e pensões são pagas a 30 milhões de pessoas, que garantem não só a sobrevivência das famílias, como colabora também para a estabilidade econômica do país. Desses 30 milhões de benefícios, 70% correspondem ao valor de um salário mínimo.

“Apesar da recuperação de cerca de 70% do valor do salário mínimo nos últimos anos, o valor de R$ 880,00 ainda é baixo para o sustento das famílias. A CUT e entidades filiadas, entre elas o nosso sindicato, luta para que a política de valorização do salário mínimo criada e mantida pelos governos Lula/Dilma seja mantida e luta para que os aposentados e pensionistas tenham reajustes dignos, no mínimo proporcionais ao aumento do mínimo. Querer pagar menos do que isso representa, de fato, um arrocho aos aposentados, pensionistas e beneficiários da Previdência ”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Paulo Chitolina.

Falso déficit deve ser combatidoO rombo da Previdência Social no Brasil é uma

falácia, uma mentira, ou uma ficção, algo que não se confirma na realidade, diz o professor da Unicamp, Eduardo Fagnani. "O déficit vem de uma contabilidade inconstitucional, que não considera a parte do Estado", afirmou, com a perspectiva de contribuir para desmontar a narrativa da mídia e do governo interino de Michel Temer, que sustentam a ideia do rombo para atacar o Estado social no país, cuja Previdência é um de seus pilares. "A reforma da Previdência não é para aperfeiçoar o sistema, mas para destruir o Estado social. É uma campanha ideológica que não tem base em dados reais, é para desmontar a Previdência", enfatiza o professor.

Para quem não sabe, a Constituição de 1988 aprovou o modelo tripartite de financiamento da Previdência: trabalhadores, empresários e governo uniriam esforços para sustentar o sistema. E, para garantir a participação do governo nesse modelo, foram criadas a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), permitindo a consolidação da receita. O problema é que essas contribuições foram sendo apropriadas pela área econômica do governo para pagar os juros da dívida pública, um serviço que hoje representa R$ 500 bilhões por ano, e nem governo, nem mercado, nem mídia ousam questionar esse desvio. A Constituição também incluiu a Previdência no escopo da seguridade social no país.

Assim, a conta leva em questão, além da Previdência, a saúde e a assistência social. E todas essas frentes são financiadas pelo Orçamento da Seguridade Social, de acordo com o artigo 195 da Constituição.

As contas feitas em sintonia com o escopo constitucional revelam resultados positivos. De 2007 a 2015, os resultados variaram entre R$ 75,98 bilhões e R$ 20 bilhões – esse menor resultado ocorreu justamente no ano passado, em que recessão, ajuste fiscal e crise política derrubaram a atividade econômica.

Segundo Fagnani, mais do que uma nova reforma previdenciária, o que é preciso é a economia voltar a crescer, "porque o fundamento da Previdência vem do mercado de trabalho", diz. "O problema não é a despesa (com o pagamento de benefícios), mas a queda de arrecadação". Ele também acredita que o governo deveria parar de transferir recursos para grandes empresas por meio de desonerações e do pagamento de juros. Os R$ 500 bilhões de juros somados a R$ 300 bilhões de isenções fiscais, mais a sonegação, que deve chegar a quase 600 bilhões neste ano, projetam uma evasão de recursos do governo de R$ 1,4 trilhão, algo estratosférico diante das contas da equipe de Temer com o ajuste fiscal, que projeta um déficit primário de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano.

Veja mais informações na coluna Jurídico Informa, uma colaboração do advogado Dr. João Lucas de Mattos.

Proposta de Temer achataria em 40% ovalor das aposentadorias em uma década

Aposentadosna Luta!

A importância do Jurídico do Sindicato Muitos trabalhadores questionam a nossa diretoria: por quê devemos procurar os advogados do Sindicato? Quais são as vantagens que a gente tem? Podemos contratar qualquer outro advogado que a gente conheça? Respondemos estes questionamentos da seguinte forma: qualquer trabalhador ou trabalhadora pode escolher o advogado que quiser, porém são diversos os motivos pelos quais se deve dar preferência aos advogados do Sindicato. Primeiro, os advogados do Sindicato conhecem melhor do que qualquer um os problemas e as demandas da categoria metalúrgica. Eles, além de conhecer as leis trabalhistas, em particular a CLT, conhecem também a Convenção Coletiva de Trabalho dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, que é uma norma coletiva específica e aplicada à nossa categoria. Além disso, conhecem os problemas que todo o dia chegam ao Sindicato em relação às empresas metalúrgicas, que direitos e normas elas não cumprem, que valores elas não pagam e como isso pode ser recuperado na Justiça do Trabalho. Segundo, porque o Sindicato mantém há muitos anos contratos com escritórios de ponta no Estado, de reconhecida competência e seriedade no trato dos direitos dos metalúrgicos, que não trabalham apenas de forma profissional, mas com uma identidade política que é

intransigente na defesa da classe trabalhadora, tanto que somente advogam para trabalhadores/as. Não defendem patrões em momento algum. Isso os coloca como parceiros do Sindicato na defesa da categoria. Terceiro, os advogados do sindicato sofrem um controle maior de seu trabalho, seja pela própria Justiça do Trabalho, onde as demandas trabalhistas são ajuizadas e julgadas, seja pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil, que fiscaliza e disciplina o exercício da advocacia), nos casos de qualquer problema com os advogados e a relação com os clientes, seja pelo próprio Sindicato, como contratante dos serviços, garantindo um atendimento satisfatório à categoria. Os nossos advogados contratados não “desaparecem” (são sempre encontrados no Sindicato, nos plantões ou no escritório), não deixam de pagar os valores devidos aos reclamantes, não cobram honorários abusivos (pois estes também estão delimitados no contrato) e explicam o que acontece no andamento de cada processo aos seus clientes. Nossa entidade tem confiança e ainda exerce um acompanhamento do trabalho efetivado. Já quem busca profissionais alheios à entidade deve fazer por sua conta e risco, à conta de sua confiança, eis que o Sindicato não tem ingerência neste tipo de contratação. Em quarto lugar, cabe ainda registrar um dado importante relacionado à política sindical e de classe. Cada

trabalhador deve ter consciência de seus direitos, quer no curso de seu contrato de trabalho, quer após findo. É sabido que no curso do contrato de trabalho o ajuizamento de uma reclamatória trabalhista, em regra, gera a demissão do/a trabalhador/a reclamante, motivo pelo qual a maioria opta por não ajuizar ação em nome pessoal. Nestes casos, em se tratando de descumprimento de direitos de forma coletiva, pode-se ajuizar ações em nome do Sindicato, em substituição processual, onde a entidade sindical cobra estes direitos na Justiça do Trabalho. Também pode o Sindicato fazer pressão e movimento para que a empresa cumpra esses direitos, mesmo antes de ajuizar qualquer demanda. Fora isso, uma vez rompido o contrato de trabalho por meio da demissão, cabe ao trabalhador consultar o jurídico do Sindicato e ver o que existe de direitos que não foram corretamente pagos e, havendo tal situação, cobrá-los na Justiça. Essa é uma forma de resgatar o direito, a última, senão o que ele vai fazer é engordar o lucro do patrão. De nada adianta a luta por direitos, quer na legislação, quer para constar na Convenção Coletiva de Trabalho, se estes direitos, uma vez não respeitados, não são cobrados na Justiça. Faz parte da conscientização do trabalhador lutar pelo que é seu frente aos maus empregadores. Isso também é consciência de classe. Por fim, cabe ressaltar novamente que todos os trabalhadores são absolutamente livres para contratar qualquer advogado de sua preferência. Entretanto, quanto aos advogados em geral, o Sindicato não pode exercer essa fiscalização e acompanhamento, com cobrança, se necessário, quanto ao trabalho que é executado.

Diretoria do STIMMMEC

ARTIGO

EXPEDIENTE O jornal Aposentados na Luta é uma publicação do Departamento dos Aposentados Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, vinculado ao STIMMMECEndereço: Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas/RS - Fone DDG: 0800.6024955 - Email: [email protected]: www.facebook.com/AposentadosMetalugicos - Coordenadores: Angelico Lacerda Pereira, Edson Vanderlei Silva,José Irani dos Santos e José Odonir Oliveira - STIMMMEC: Presidente: Paulo Chitolina - Vice-presidente: Silvio Roberto LopesBica - Secretário de Imprensa: André Severo Soares (Índio) - Assessoria de imprensa: Geraldo Muzykant (Reg. Prof. nº 8658)e Rita Correa Garrido - OBS: A reprodução total ou parcial do conteúdo deste jornal é permitida desde que citada a fonte.

Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita

JURÍDICO

INFORMA

Rombo da Previdência Social: Déficit éuma farsa e números são manipulados

O rombo da Previdência é um tema constantemen-te abordado pela mídia e considerado um dos grandes problemas das contas públicas do país. O Governo Federal, comandado interinamente por Michel Temer, estuda fazer mudanças que serão prejudiciais a aposentados e pensionistas na tentativa de solucionar o problema. Mas o tão falado déficit é, na verdade, uma manipulação de receitas e desrespeito à Constituição Federal que transforma dados positivos em negativos. A farsa foi denunciada em recente reportagem publicada na revista Carta Capital. Hoje, a Previdência conta com 24,5 milhões de aposentados e pensionistas. Destes, 8,6 milhões no meio rural. Dois terços deste total recebem apenas um salário mínimo de benefício. As medidas propostas pelo governo Temer irão cortar ainda mais os direitos dessa parcela da população. A justificativa é solucionar o rombo, mas consideradas todas as receitas previstas na Constituição, os saldos da Previdência são positivos e suficientes para financiar todos os gastos do governo na área da previdência, saúde e assistência Social. Este cálculo foi feito pela economista Denise Gentil, que utilizou como tema de sua tese de doutorado a farsa da crise na

Previdência Social forjada pelo governo com o apoio da grande imprensa.

A VERDADE: RESULTADO É SUPERAVITÁRIO Conforme a economista, o resultado do encontro total de receitas é amplamente superavitário, inclusos os gastos administrativos com pessoal, custeio e pagamento da dívida de cada setor. “A Constituição determina a

elaboração de três orçamentos: o Fiscal, o da Seguridade Social e o de investimentos das estatais. Entretanto, na execução orçamentária o governo apresenta somente dois orçamentos: o Fiscal e o de Seguridade Social, no qual consolida todas as receitas e despesas e unifica o resultado”, afirma a economista. O superávit foi de R$ 56,7 bilhões em 2010, R$ 78,1 bilhões em 2012, R$ 56,4 bilhões em 2014 e R$ 20,1

bilhões em 2015. Nas contas do governo, porém, só no ano passado houve um déficit de R$ 85,8 bilhões de reais. A discrepância entre os números decorre de manipulação. A manobra não trata a Seguridade Social como um todo e desvia parte de seus recursos para outros fins. Um dos principais usos do dinheiro das receitas é para pagamento de juros da dívida pública. Esse artifício utilizado pelo Governo Federal tornou a Previdência a maior vilã, responsável pelos desajustes nas contas públicas. A defesa do aumento da idade para a aposentadoria, apresentada como única opção pelo Governo Temer, face o aumento da expectativa de vida, é um artifício para dissimular a ampliação de espaço das empresas privadas no mercado previdenciário.

O Sindicato disponibiliza, em sua sede, uma sala para o Departamento dos Aposentados Metalúrgicos. A coordenação atende às quintas-feiras, das 14h às 17h.

Todos os aposentados e Trabalhadores são bem vindos para bater um papo, propor pautas e trazer reivindicações, tudo isso acompanhado de um bom cafezinho. Compareça!

por João Lucasde Mattos,advogado OAB/RS 64.349