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Page 1: Informativo 0125/07 - AI Clipping - AMDEP | … · Web viewURGENTE! NERCINA DAVID DE MORAES, brasileira, viúva, aposentada por invalidez, portadora do RG n. 331.286-SSP-MT e CPF

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO NÚCLEO CÍVEL DE BARRA DO GARÇAS

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BARRA DO GARÇAS, ESTADO DE MATO GROSSO

URGENTE!

NERCINA DAVID DE MORAES, brasileira, viúva, aposentada por invalidez, portadora do RG n. 331.286-SSP-MT e CPF n. 274.778.861-04, filha de João D. de Moraes e Luzia B. de Moraes, residente e domiciliada atualmente na Rua Basílio Dourado, 1.213, Bairro Santo Antonio, nesta cidade, telefone para contato 9621-1938 e 3401-9015, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO, cuja Defensora Pública no uso de suas atribuições institucionais de assistência jurídica a esta subscreve, com fundamento no artigo 5º, caput e art. 203, inciso IV, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil; na Lei Federal nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, nos artigos 273 e 461 do Código de Processo Civil, sem excluir outros dispositivos legais, constitucionais e infraconstitucionais, pertinentes à matéria, propor a presente

AÇÃO COMINATÓRIA PARA CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER (COM PEDIDO EXPRESSO DE TUTELA DE URGÊNCIA)

Em face do

MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS e SECRETARIA MUNICIPAL DE AÇÃO SOCIAL, pessoa jurídica de direito público, na pessoa de seu representante legal, os quais podem ser encontrados no edifício da Prefeitura Municipal, sito na rua Carajás, 444, Centro, nesta cidade de Barra do Garças e EMPRESA GARÇASTUR – CIRCULAR NOSSA SENHORA APARECIDA LTDA , pessoa jurídica de direito privado, CNPJ

Defensora Pública do Estado LINDALVA DE FÁTIMA RAMOSRua Carajás, 946, centro, salas 3/9, 1º Andar, Barra do Garças-MT, CEP.: 78.600-000

Fone (66) 3401-1846 - e-mail: [email protected]

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DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO NÚCLEO CÍVEL DE BARRA DO GARÇAS

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

03.339.033/0001-59 e Inscrição Estadual n. 13.021.361-6, com sede na Av. Governador Jaime Campos, Km 3, Distrito Industrial, nesta cidade, na pessoa de seu Diretor Geral, estando a ação arrimada nos argumentos de fato e de direito adiante aduzidos:

I - DOS FATOS

A Sra. NERCINA é portadora de doença grave que evoluiu para deficiência física, sendo que recebe do INSS amparo social ao portador de deficiência, cópia anexas, por ser pessoa carente, sem condição de manter o próprio sustento.

Em 14/01/2008 o Dr. José Luiz Lauro, médico que fez a perícia na Sra. NERCINA atestou, cópia inclusa, que ela é portadora de hérnia discal lombar e por isso está incapaz para o trabalho e realizando tratamento fisioterápico permanente, por isso entende que ela precisa do passe livre no transporte coletivo urbano em Barra do Garças.

O atestado médico acima mencionado é corroborado por exame de RX da Coluna lombo-sacra: AP & perfil, datada de 02/10/2006 e ressonância magnética da coluna lombar feito em 12/04/2007, cópias juntas.

O problema da Requerente é tão grave que já recebeu da Secretaria Municipal de Saúde auxílio no tratamento fisioterápico com a gratuidade de entrada no Parque das Águas Quentes, comprovantes anexos.

A Sra. NERCINA realiza, também, tratamento fisioterápico no Centro de Reabilitação de Barra do Garças que fica distante de sua residência, sendo que não tem veículo para locomoção.

O Dr. Budiene P. de Souza, documento anexo, já encaminhou a Sra. NERCINA para cirurgia na cidade de Goiânia-GO, contudo o médico que a atendeu Dr. Fernando Dias Azeredo Bastos, documento junto, disse que a chance de ficar na cadeira de rodas é de aproximadamente 70% (setenta por cento). Daí a Sra. NERCINA decidiu por não realizá-la.

A Sra. NERCINA faz uso diário de medicação fortíssima, sendo que o valor da aposentadoria pouco sobra da compra dos remédios, sem contar que necessita estar indo à Goiânia-GO para acompanhamento médico a cada dois meses. Um dos remédios é faixa preta.

A Sra. NERCINA já providenciou o requerimento de concessão de passe livre interestadual, cópia anexa.

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DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO NÚCLEO CÍVEL DE BARRA DO GARÇAS

Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

Considerando a situação fática e jurídica e buscando a solução pacifica do conflito, a Defensoria Pública encaminhou ofício n. 037/2008, datado de 08/02/2008, à Secretaria Municipal de Ação Social, original anexo, solicitando providência urgente para a concessão do passe livre no transporte coletivo urbano em Barra do Garças à Sra. NERCINA. Contudo no dia 15/02/2008 recebeu resposta da Secretária de Ação Social em exercício, ofício 023/08, encaminhando cópia do ofício n. 018/08, da lavra do Diretor da empresa GARÇASTUR, informando sobre a impossibilidade de concessão do passe livre por não ser a Sra. NERCINA portadora de nenhuma deficiência.

A Autora não possui meios de custear seu transporte dentro do município de Barra do Garças, necessitando de forma urgentíssima da concessão do passe livre.

Destarte, não restou outro remédio que não fosse se socorrer da via judiciária para que o Estado-Juiz determine aos Requeridos, no cumprimento de seu dever constitucional e legal, a emissão do passe livre no transporte coletivo urbano em Barra do Garças, para garantir a efetividade do direito público subjetivo da Autora.

II – DOS DIREITOS

Diante de tantas mudanças que hoje vimos eclodir na evolução da sociedade, surge um novo movimento, o da inclusão, conseqüência de uma visão social, de um mundo democrático, onde pretendemos respeitar direitos e deveres. A limitação da pessoa não diminui seus direitos: são cidadãos e fazem parte da sociedade como qualquer outro. É o momento de a sociedade se preparar para lidar com a diversidade humana.

Com essa visão, a legislação brasileira é ampla na proteção dos direitos da pessoa deficiente, senão vejamos:

“CONSTITUIÇÃO FEDERAL - SEÇÃO IV -DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;” ... (grifo proposital).

“DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999   - Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. 

Art 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à

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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.Art 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:  I - deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;  Art 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;” .... (grifos necessários).

E mais, caso o portador de deficiência seja comprovadamente carente, ele tem direito ao passe livre no sistema de transporte coletivo interestadual, nos termos da Lei Federal n.º 8.899 de 29 de junho de 1994.

Falando sobre o Município de Barra do Garças temos a Lei n. 1.349 de 11 de dezembro de 1990 que dispõe sobre a isenção de pagamento de passagem de ônibus foi implementada pela Lei n. 2.690 de agosto de 2005.

A primeira lei isentou do pagamento de passagem de ônibus de transporte coletivo as pessoas portadoras de deficiência física e/ou mental, pobres e assistidos pela APAE de Barra do Garças. Já a segunda lei acrescentou dois parágrafos na lei anterior para dispor que a lei também beneficia pessoas portadoras de deficiência física e/ou mental não assistidas pela APAE, cujas deficiências forem adquiridas por causas traumáticas e outras doenças, devidamente comprovadas através de documento de aposentadoria por invalidez junto ao INSS ou laudo comprobatório, expedido por profissionais da área médica.

COMO SE VÊ, SE A PESSOA FOR APOSENTADA POR INVALIDEZ PELO INSS JÁ É TIDA COMO DEFICIENTE FÍSICA PELA LEI MUNICIPAL N. 2.690/2005 COM DIREITO AO PASSE LIVRE NO TRANSPORTE COLETIVO URBANO. A LEI DÁ UMA SEGUNDA OPÇÃO PARA CONSIDERAR A PESSOA DEFICIENTE, QUAL SEJA, UM LAUDO MÉDICO. NO CASO DA REQUERENTE ELA TEM OS DOIS REQUISITOS JUNTOS, E MESMO ASSIM A EMPRESA GARÇASTUR SE NEGOU A CONCEDER O PASSE LIVRE E O PODER EXECUTIVO NADA FEZ PARA RESOLVER A QUESTÃO, limitando-se a comunicar tal fato à Defensora Pública.

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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

A empresa GARÇASTUR é a única no Município com concessão para explorar o serviço de transporte coletivo. Assim, a Requerente e consumidora não tem outra opção, ficando à mercê da decisão administrativa da predita Empresa.

Segundo a lei e doutrina sobre o assunto, DEFICIÊNCIA é todo e qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traz prejuízos na sua locomoção, na coordenação de movimento, na fala, na compreensão de informações, na orientação espacial ou na percepção e contato com as outras pessoas.

Já a DEFICIÊNCIA FÍSICA é todo comprometimento da mobilidade, coordenação motora geral ou da fala, causado por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas ou ainda por má formação congênita ou adquirida.

Considerando a conceituação de deficiência ampla e mesmo física e considerando os documentos que a Requerente carreia com o pedido, não resta dúvida de que a Sra. NERCINA DAVID DE MORAES é portadora de deficiência física e por isso tem direito ao transporte coletivo gratuito em Barra do Garças.

Finalmente, não se pode olvidar que a nossa Constituição erige como fundamento da nossa sociedade que a "dignidade da pessoa humana" (art.1º, III, C.F.), e romper com tal imperativo seria tão criminoso (e até mais doloroso) que provocar a “depreciação física" do indivíduo.

Da leitura e interpretação do parágrafo 3º da Lei Municipal n. 2.690/2005 extrai-se que a competência para avaliar a deficiência do(a) interessado(a), não se tratando de pessoa assistida pela APAE, é da Secretaria de Ação Social do Município de Barra do Garças que, concluindo pela deficiência emite uma carteira de identificação com foto e nome do beneficiário para que a Empresa Garçastur emita o cartão magnético de passe livre, implantado pelo Decreto 3.025 de 23/04/2007.

Obviamente que a Empresa Garçastur pode fiscalizar a emissão da carteira de identificação pela Secretaria de ação Social, contudo não pode pretender tomar para si essa função social.

Da análise do ofício n. 18/08 de 12/02/2008, assinado pelo Diretor da empresa Garçastur, cópia anexa, depreende-se que a Requerente recebeu o cartão magnético de passe livre por alguns meses como cortesia. Assim, é pacífico dizer que o Diretor e responsável pela Empresa de Transporte Coletivo conhece o problema da Autora e como pessoa esclarecida sabe que o torna incapaz para o trabalho e outros movimentos físicos.

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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

Conforme explicitado na parte DOS FATOS a Requerente reside num Bairro distante da cidade e precisa diariamente se deslocar para tratamento fisioterápico no Centro de Reabilitação Municipal e no Parque das Águas Quentes, precisando para isso do transporte coletivo e não possuindo condição de pagar por tal serviço. Vale lembrar a necessidade da Requerente de às vezes ir ao médico, à farmácia, etc.

Pertinente salientar que, o Município de Barra do Garças, por

sua Secretaria de Ação Social, é parte legítima para o presente pedido, haja vista que não está cumprindo o que determina o § 3º da Lei n. 2.690 de 10/08/2005 e a Empresa Garçastur, também, é parte legítima, pois agora com o novo sistema do transporte coletivo, qual seja, CARTÃO MAGNÉTICO, deve ser por ela providenciado e entregue ao interessado, e mais. Na verdade trata-se de um ato complexo que depende do Município de Barra do Garças, por sua Secretaria de Ação Social, e da Empresa de Transporte Coletivo, Garçastur.

O problema enfrentado pela Requerente é comum hoje no Brasil, porém muitos municípios já tomaram providências para modificar o status quo, como por exemplo eM Suzano –SP. Na matéria abaixo transcrita e veiculada no site do Município apura-se o porquê da mudança, vejamos:

“TRANSPORTE COLETIVOPrefeitura passa a emitir carteira para deficientes físicosOs interessados, que antes precisavam se dirigir ao Centro de Saúde II (na região central), agora podem comparecer à UBS mais próxima de suas casas  

    A partir de 1º de janeiro de 2007, a Prefeitura de Suzano fica responsável pela emissão da Carteira de

Passageiro Especial (CPE), que concede o benefício do transporte público gratuito a deficientes físicos e mentais (nas linhas de ônibus municipais). A mudança ocorre por meio do decreto 7.541/06, assinado pelo prefeito Marcelo Candido e publicado nesta quinta-feira (28/12). A nova regulamentação pode colocar fim às reclamações de pessoas a quem o auxílio teria sido negado pela concessionária do transporte coletivo na cidade, já que a lei anterior, aprovada na gestão passada, determinava que o documento deveria ser entregue pela empresa.

Outra alteração significativa é em relação ao local de consulta para a elaboração do laudo médico necessário para a concessão do benefício. Os interessados, que antes precisavam se dirigir ao Centro de Saúde II (na região central), agora podem comparecer à Unidade Básica de Saúde mais próxima de suas casas, onde receberão todas as informações necessárias, incluindo o parecer médico. Caso seja concedido o laudo para isenção, o beneficiário deve procurar a diretoria de Transportes, Assuntos Viários e Mobilidade Urbana (rua José Correia Gonçalves, 152, Centro), para a confecção da carteira.

Apenas as perícias para obtenção do benefício para o transporte intermunicipal - cuja emissão é feita pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) -, continua sendo realizada no CS-II (rua Paulo Portela, 205). Segundo a Secretaria de Saúde de Suzano, só em 2006 foram emitidos 300 laudos favoráveis à concessão da carteira para o transporte público municipal, e 3.000 para o intermunicipal.

Pacientes em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e no Ambulatório de Saúde Mental poderão solicitar o benefício diretamente nestes serviços. Os usuários que possuem a carteira emitida pela concessionária do transporte coletivo municipal não precisam renová-la antes do vencimento.

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Em agosto deste ano, um morador de Suzano procurou a Prefeitura dizendo que a empresa de ônibus da cidade havia lhe negado o benefício. Seu problema físico consta da Classificação Internacional de Doenças (CID) como “cegueira em um olho e visão subnormal em outro”, comprovado por laudo da Secretaria de Estado da Saúde (para a isenção da tarifa concedida pela EMTU). Em sua defesa enviada ao poder Executivo, a concessionária contestou a acusação.

Queixas semelhantes foram feitas ao Ministério Público de Suzano. “Em relação ao universo de usuários, não posso dizer se eram muitas ou poucas. O que me chamou a atenção foram as reclamações reiteradas. Creio que, com a emissão da carteira feita pela Prefeitura, a apreciação dos pedidos será mais isenta”, afirma o promotor de Justiça Joel Carlos Moreira da Silveira.

A lei municipal que estabelece a gratuidade no transporte coletivo para deficientes físicos e mentais é de 1999. Além da emissão da carteira por parte da empresa, outro ponto que provocou reclamações e conflitos na interpretação era a definição de deficiente físico como a “pessoa portadora de defeito que impeça de transpassar a catraca existente no interior do ônibus”.

A alteração, mantida no texto atual, foi feita no ano seguinte, e ficou estabelecido que “considera-se portador de deficiência a pessoa que apresenta, em certo grau, uma deficiência mental, física ou sensorial, com caráter habitual de cronicidade e persistência de alteração da vida”.

O prefeito Marcelo Candido também avalia que o novo sistema de emissão de carteiras tornará o procedimento mais isento. “A medida que tomamos resolverá o problema de muitas pessoas que sempre encontraram dificuldades para obter o benefício. Como isso ficava sob responsabilidade da empresa, nem sempre atendia aos que realmente necessitavam”.

Julio Nogueira/Secom

III – DA TUTELA DE URGÊNCIA REQUERIDA

A gravidade da situação de saúde da Autora é extrema consoante se vê pelos documentos acostados ao pedido, que não pode esperar diante da impossibilidade de locomoção. Desde o final do mês de janeiro de 2008, a Autora está impedida de usar o transporte coletivo municipal, acarretando sério ônus a sua saúde. Diante disso, se impõe a efetivação imediata da providência requerida, por meio de provimento judicial acautelatório, com a utilização das denominadas medidas de urgência, principalmente a concessão da tutela específica, nos moldes do disposto no artigo 461, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil.

Diante do quadro clínico da Autora e sua situação de miserabilidade, não há dúvida sobre sua deficiência e seu direito ao transporte coletivo gratuito.

IV - DOS PEDIDOS

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Diante dos fatos e fundamentos jurídicos delineados, requer e espera:

1 – liminarmente a concessão de tutela específica e mandamental de urgência, no sentido de determinar que os Requeridos forneçam, incontinenti, à Autora Sra. NERCINA DAVID DE MORAES a Carteira de Identificação e o Cartão Magnético para USO GRATUITO E SEM LIMITAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO em Barra do Garças;

2 - a gratuidade das custas processuais, nos termos da lei e da declaração de hipossuficiente inclusa;

3 - a cominação de multa diária no valor R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para cada Requerido, em caso de descumprimento dos termos da tutela;

4 - caso os Requeridos não cumpram incontinenti a ordem judicial, que seja fornecido à Autora um ALVARÁ JUDICIAL garantindo seu transporte coletivo gratuito em Barra do Garças, com espeque no art. 461 do CPC ou outras que se fizerem necessárias, inclusive a cominação da pena de prisão em caso de descumprimento reiterado;

5 - a citação dos Requeridos nas pessoas de seus representantes legais e no endereço referido no início, para contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia;

6 - requer a intimação pessoal dos Defensores Públicos que oficiam perante este juízo para todos os termos e atos do processo (artigo 128, inciso I, da Lei Complementar Federal 080/94 e art. 5º, parágrafo 5º, da Lei Federal nº 1060/50);

7 – ao final, o julgamento antecipado da lide, com a procedência do pedido em todos os seus termos;

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Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados, com excelência, efetivando a inclusão social, respaldado na ética e na moralidade.

8 – não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, requer a designação de audiência de conciliação, instrução e julgamento, sendo que as testemunhas serão arroladas tempestivamente;

9 - sejam os Requeridos condenados ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais reverterão à Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso.

Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente pelos documentos inclusos e, se for necessário, realização de perícia médica, depoimento pessoal dos representantes dos Requeridos e oitiva de testemunhas.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

N. Termos,P. Deferimento.

Barra do Garças-MT, 13 de maio de 2023

Lindalva de Fátima Ramos Milton Antonio Martini Fernandes Defensora Pública do Estado Defensor Público do Estado

Defensora Pública do Estado LINDALVA DE FÁTIMA RAMOSRua Carajás, 946, centro, salas 3/9, 1º Andar, Barra do Garças-MT, CEP.: 78.600-000

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