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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 1 POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMA˙ES AGRONMICAS N 0 108 DEZEMBRO/2004 1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] Veja também neste número: Como as plantas se protegem contra o ataque de organismos patogênicos ................................... 2 A estatística é como o biquini ............................... 9 Potássio e crescimento do eucalipto .................. 12 Nova técnica de monitoramento nutricional utiliza pecíolo de algodão ................................... 16 Cultura da soja gera desenvolvimento ............... 20 Simpósio vai discutir Relações entre Nutrição Mineral e Doenças de Plantas ............................. 21 Uma luz para a agricultura do Hemisfério Sul .. 24 Encarte: Potássio – absorção, transporte e redistribuição na planta Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produªo agrcola atravØs da geraªo e divulgaªo de informaıes cientficas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsÆveis e socialmente desejÆveis. MISSˆO MISSˆO MISSˆO MISSˆO MISSˆO RESIST˚NCIA DE PLANTAS S PRAGAS E DOEN˙AS: RESIST˚NCIA DE PLANTAS S PRAGAS E DOEN˙AS: RESIST˚NCIA DE PLANTAS S PRAGAS E DOEN˙AS: RESIST˚NCIA DE PLANTAS S PRAGAS E DOEN˙AS: RESIST˚NCIA DE PLANTAS S PRAGAS E DOEN˙AS: pode ser afetada pelo manejo da cultura? pode ser afetada pelo manejo da cultura? pode ser afetada pelo manejo da cultura? pode ser afetada pelo manejo da cultura? pode ser afetada pelo manejo da cultura? Tsuioshi Yamada 1 1. INTRODU˙ˆO 1. INTRODU˙ˆO 1. INTRODU˙ˆO 1. INTRODU˙ˆO 1. INTRODU˙ˆO A pesar das plantas não possuírem sistema imunoló- gico como os animais, elas apresentam uma série de mecanismos que as fazem resistentes a doenças e pragas. Estes mecanismos de proteção contra a herbivoria e os organismos patogênicos, resumidos de Taiz e Zeiger (2004), encon- tram-se descritos no box anexo, mais à frente. O presente artigo pretende discutir o papel da nutrição mi- neral de plantas e do glifosato sobre estes mecanismos, principal- mente sobre a via do ácido chiquímico. Esta via é responsável pela síntese de lignina, fitoalexinas e taninos, de muita importância na defesa vegetal. Para o bom funcionamento da via do ácido chiquí- mico é vital o suprimento adequado de micronutrientes, que entram como catalisadores de inúmeras reações bioquímicas. Como esta via pode ser bloqueada pelo glifosato, é discutido também o pos- sível efeito deste herbicida nas doenças de plantas, como citros e soja. 2. PRINC˝PIO DA RESIST˚NCIA ( 2. PRINC˝PIO DA RESIST˚NCIA ( 2. PRINC˝PIO DA RESIST˚NCIA ( 2. PRINC˝PIO DA RESIST˚NCIA ( 2. PRINC˝PIO DA RESIST˚NCIA (MARSCHNER MARSCHNER MARSCHNER MARSCHNER MARSCHNER, 19 , 19 , 19 , 19 , 1995 95 95 95 95) Devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfo- logia e na anatomia, e particularmente na composição química da planta, os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resis- tência das plantas às pragas e às doenças. A resistência pode ser aumentada por mudanças na anatomia (por exemplo: células epidérmicas mais espessas e maior grau de lignificação e/ou silici- ficação) e mudanças nas propriedades fisiológicas e bioquímicas (por exemplo: maior produção de substâncias repelentes ou inibidoras). A resistência pode ser particularmente aumentada pela alteração nas respostas da planta aos ataques parasíticos através do aumento da formação de barreiras mecânicas (lignificação) e da síntese de toxinas (fitoalexinas). De acordo com Marschner (1995), há pouca informação so- bre o efeito do estado nutricional da planta nos mecanismos de defesa contra bactérias e vírus. No entanto, há claras evidências da ação contra doenças causadas por fungos e contra o ataque por pragas. No caso das doenças fúngicas nas superfícies de raízes e folhas, a proteção através da nutrição mineral balanceada seria o resultado de: eficiente barreira física, evitando a penetração das hifas, através de cutícula espessa, lignificação e/ou acumulação de silício na camada de células epidérmicas;

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 108 DEZEMBRO/2004

1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected]

Veja também neste número:

Como as plantas se protegem contra o ataquede organismos patogênicos ................................... 2

A estatística é como o biquini ............................... 9

Potássio e crescimento do eucalipto .................. 12

Nova técnica de monitoramento nutricionalutiliza pecíolo de algodão ................................... 16Cultura da soja gera desenvolvimento ............... 20

Simpósio vai discutir Relações entre NutriçãoMineral e Doenças de Plantas............................. 21

Uma luz para a agricultura do Hemisfério Sul .. 24

Encarte: Potássio – absorção, transporte eredistribuição na planta

Promover o uso apropriado de P e K nossistemas de produção agrícola através da

geração e divulgação de informações científicas que sejamagronomicamente corretas, economicamente lucrativas,ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO

RESISTÊNCIA DE PLANTAS ÀS PRAGAS E DOENÇAS:RESISTÊNCIA DE PLANTAS ÀS PRAGAS E DOENÇAS:RESISTÊNCIA DE PLANTAS ÀS PRAGAS E DOENÇAS:RESISTÊNCIA DE PLANTAS ÀS PRAGAS E DOENÇAS:RESISTÊNCIA DE PLANTAS ÀS PRAGAS E DOENÇAS:pode ser afetada pelo manejo da cultura?pode ser afetada pelo manejo da cultura?pode ser afetada pelo manejo da cultura?pode ser afetada pelo manejo da cultura?pode ser afetada pelo manejo da cultura?

Tsuioshi Yamada 1

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

A pesar das plantas não possuírem sistema imunoló-gico como os animais, elas apresentam uma sériede mecanismos que as fazem resistentes a doenças

e pragas. Estes mecanismos de proteção contra a herbivoria e osorganismos patogênicos, resumidos de Taiz e Zeiger (2004), encon-tram-se descritos no box anexo, mais à frente.

O presente artigo pretende discutir o papel da nutrição mi-neral de plantas e do glifosato sobre estes mecanismos, principal-mente sobre a via do ácido chiquímico. Esta via é responsável pelasíntese de lignina, fitoalexinas e taninos, de muita importância nadefesa vegetal. Para o bom funcionamento da via do ácido chiquí-mico é vital o suprimento adequado de micronutrientes, que entramcomo catalisadores de inúmeras reações bioquímicas. Como estavia pode ser bloqueada pelo glifosato, é discutido também o pos-sível efeito deste herbicida nas doenças de plantas, como citrose soja.

2. PRINCÍPIO DA RESISTÊNCIA (2. PRINCÍPIO DA RESISTÊNCIA (2. PRINCÍPIO DA RESISTÊNCIA (2. PRINCÍPIO DA RESISTÊNCIA (2. PRINCÍPIO DA RESISTÊNCIA (MARSCHNERMARSCHNERMARSCHNERMARSCHNERMARSCHNER, 19, 19, 19, 19, 199595959595)))))Devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfo-

logia e na anatomia, e particularmente na composição química daplanta, os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resis-tência das plantas às pragas e às doenças. A resistência pode seraumentada por mudanças na anatomia (por exemplo: célulasepidérmicas mais espessas e maior grau de lignificação e/ou silici-ficação) e mudanças nas propriedades fisiológicas e bioquímicas(por exemplo: maior produção de substâncias repelentes ouinibidoras). A resistência pode ser particularmente aumentada pelaalteração nas respostas da planta aos ataques parasíticos atravésdo aumento da formação de barreiras mecânicas (lignificação) e dasíntese de toxinas (fitoalexinas).

De acordo com Marschner (1995), há pouca informação so-bre o efeito do estado nutricional da planta nos mecanismos dedefesa contra bactérias e vírus. No entanto, há claras evidências daação contra doenças causadas por fungos e contra o ataque porpragas.

No caso das doenças fúngicas nas superfícies de raízes efolhas, a proteção através da nutrição mineral balanceada seria oresultado de:

• eficiente barreira física, evitando a penetração das hifas,através de cutícula espessa, lignificação e/ou acumulação de silíciona camada de células epidérmicas;

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

MECANISMOS DE PROTEÇÃO CONTRA AMECANISMOS DE PROTEÇÃO CONTRA AMECANISMOS DE PROTEÇÃO CONTRA AMECANISMOS DE PROTEÇÃO CONTRA AMECANISMOS DE PROTEÇÃO CONTRA AHERBIVORIA E OS ORGANISMOS PATOGÊNICOSHERBIVORIA E OS ORGANISMOS PATOGÊNICOSHERBIVORIA E OS ORGANISMOS PATOGÊNICOSHERBIVORIA E OS ORGANISMOS PATOGÊNICOSHERBIVORIA E OS ORGANISMOS PATOGÊNICOS

(((((Taiz & Zeiger, 2004Taiz & Zeiger, 2004Taiz & Zeiger, 2004Taiz & Zeiger, 2004Taiz & Zeiger, 2004)))))

O livro “Fisiologia Vegetal” de Taiz & Zeiger (2004) temum capítulo tratando destes mecanismos (p. 309-334), do qualfiz este resumo para entender como as plantas se protegemcontra o ataque de organismos patogênicos.

Três classes de compostos conferem proteção à su-perfície da planta: cutina, suberina e ceras. A cutina é encontra-da na maioria das partes aéreas, a suberina está presentenas partes subterrâneas, nos caules lenhosos e nos ferimentoscicatrizados, enquanto as ceras estão associadas à cutina e àsuberina. A cutina, a suberina e as ceras associadas formambarreiras entre as plantas e seus ambientes e agem evitandoa dessecação e a entrada de patógenos.

Outros compostos orgânicos denominados de meta-bólitos secundários defendem os vegetais contra herbívorose patógenos. Estes compostos agem também como atrativospara animais polinizadores de sementes, bem como agentesna competição planta-planta. O Quadro 1 mostra os principaiscompostos orgânicos envolvidos na defesa vegetal.

NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

• melhor controle da permeabilidade da membrana citoplas-mática, evitando assim a saída de açúcares e aminoácidos (de quese nutrem os patógenos) para o apoplasto, ou espaço intercelular, e

• formação de compostos fenólicos, com distintas proprie-dades fungistáticas (Figura 1).

Figura 1. Representação esquemática da penetração de uma hifa de fungona superfície da folha em direção à camada de células epidérmicas(via apoplasto) e alguns fatores que afetam a penetração e a taxade crescimento da hifa intimamente relacionados com a nutriçãomineral.

Fonte: MARSCHNER (1995).

3. O PAPEL DE ALGUNS NUTRIENTES NA3. O PAPEL DE ALGUNS NUTRIENTES NA3. O PAPEL DE ALGUNS NUTRIENTES NA3. O PAPEL DE ALGUNS NUTRIENTES NA3. O PAPEL DE ALGUNS NUTRIENTES NARESISTÊNCIA DAS PLANTAS AOS PATÓGENOSRESISTÊNCIA DAS PLANTAS AOS PATÓGENOSRESISTÊNCIA DAS PLANTAS AOS PATÓGENOSRESISTÊNCIA DAS PLANTAS AOS PATÓGENOSRESISTÊNCIA DAS PLANTAS AOS PATÓGENOS

3.1. Nitrogênio, Fósforo e Potássio3.1. Nitrogênio, Fósforo e Potássio3.1. Nitrogênio, Fósforo e Potássio3.1. Nitrogênio, Fósforo e Potássio3.1. Nitrogênio, Fósforo e PotássioO efeito do nitrogênio na resistência das plantas aos pató-

genos é esquematizado na Figura 2. Quando o suprimento de N éalto, há então alta demanda de carbono da fotossíntese via ciclo deKrebs, ficando, assim, comprometida a síntese dos metabólitos se-cundários pela via do ácido chiquímico. Em condições limítrofes denitrogênio ocorre o oposto, com a formação de amplo pool de fenó-licos e alcalóides. Assim, enquanto aplicações supra-ótimas de P ede K são comumente sem efeito nas doenças, já o excesso de nitro-gênio pode favorecer doenças fúngicas, principalmente nos casosonde P e K estiverem em níveis baixos.

A alta concentração de nitrogênio reduz a produção de com-postos fenólicos (fungistáticos) e de lignina das folhas, diminuin-do a resistência aos patógenos obrigatórios mas não aos facultati-vos. Como regra, todos os fatores que favorecem as atividadesmetabólicas e de síntese das células hospedeiras (por exemplo:adubação nitrogenada) também aumentam a resistência aos parasi-tas facultativos, que preferem tecidos senescentes (Tabela 1). O Naumenta também a concentração de aminoácidos e de amidas noapoplasto e na superfície foliar, que aparentemente têm maior in-fluência que os açúcares na germinação e no desenvolvimento dosconídios, favorecendo, pois, o desenvolvimento das doenças fún-gicas (MARSCHNER, 1995).

Apesar do fósforo estar envolvido na formação de uma sé-rie de compostos bio-orgânicos e em processos metabólicos devital importância para a planta, sua ação na resistência às doençasé variável e parece não ser muito evidente (KIRALY, 1976). No en-tanto, Graham (1983) menciona que o maior vigor das plantas comníveis adequados de P permite que elas superem as doenças. Men-ciona ainda que membranas celulares de plantas P-deficientes dei-xam vazar metabólitos para os fungos invasores.

Quadro 1. Principais compostos orgânicos envolvidos na defesa vegetal.

Camadas de material lipídico

• Cutina• Suberina• Ceras

Metabólitos secundários

• Terpenos: piretróidesóleos essenciaiscardenolídeossaponinas

• Compostos fenólicos: ligninafitoalexinastaninos

• Compostos nitrogenados: alcalóidesglicosídeos cianogênicosglucosinatosaminoácidos não-protéicos

O conhecimento das principais rotas de biossíntesedos metabólitos secundários é importante para que se possaentender como as práticas agronômicas podem afetar o me-canismo natural de defesa das plantas contra pragas e doen-ças. A Figura 1 mostra, de maneira simplificada, as principaisrotas de biossíntese dos metabólitos secundários: terpenos,compostos fenólicos e compostos nitrogenados.

TERPENOS ou terpenóides constituem o maior grupode produtos secundários. As diversas substâncias desta clas-se são, em geral, insolúveis em água e sintetizadas a partir deacetil CoA ou de intermediários glicolíticos. Os terpenos sãotóxicos e deletérios para muitos insetos e mamíferos herbívo-ros; assim, eles parecem exercer importantes funções de de-fesa no reino animal. Entre os terpenos tem-se os piretróidese a azadiractina (extraída da planta conhecida como neem),com atividade inseticida; os óleos essenciais, com proprieda-des repelentes de insetos; os cardenolídeos e as saponinas,de gosto amargo e extremamente tóxicos para os animaissuperiores.

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NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

COMPOSTOS FENÓLICOS são produtos secundárioscontendo um grupo fenol – um grupo hidroxila funcional emum anel aromático. Os fenóis vegetais constituem um grupoquimicamente heterogêneo, com aproximadamente 10.000 com-postos: alguns são solúveis apenas em solventes orgânicos,outros são ácidos carboxílicos e glicosídeos solúveis em águae há, ainda, aqueles que são grandes polímeros insolúveis.Devido à sua diversidade química, os compostos fenólicosapresentam uma variedade de funções nos vegetais. Muitosagem como compostos de defesa contra herbívoros e pató-genos. Outros têm função no suporte mecânico, como atrativode polinizadores ou dispersores de frutos, na proteção contraradiação ultravioleta ou reduzindo o crescimento de plantascompetidoras adjacentes.

Duas rotas metabólicas básicas estão envolvidas nasíntese dos compostos fenólicos: a rota do ácido chiquímico ea rota do ácido malônico. A rota do ácido chiquímico participada biossíntese da maioria dos fenóis vegetais. A rota do ácidomalônico, embora seja uma fonte importante de produtos se-cundários fenólicos em fungos e bactérias, é menos significa-tiva nas plantas superiores.

A rota do ácido chiquímico converte precursores de car-boidratos derivados da glicólise e da rota da pentose fosfatoem aminoácidos aromáticos. Um dos intermediários dessarota é o ácido chiquímico, que dá o nome a essa seqüência dereações. O conhecido herbicida de amplo espectro, glifosato(disponível comercialmente como Roundup), mata os vege-tais por bloquear uma etapa desta rota metabólica. A rota doácido chiquímico está presente em plantas, fungos e bacté-rias, mas não é encontrada em animais, os quais não podemsintetizar três aminoácidos aromáticos – fenilalanina, tirosinae triptofano – que são, portanto, nutrientes essenciais na suadieta. A formação de muitos compostos fenólicos vegetais,incluindo fenilpropanóides simples, cumarinas, derivados doácido benzóico, lignina, antocianinas, isoflavonas, taninoscondensados e outros flavonóides, inicia com a fenilalanina.

Entre os compostos fenólicos, a lignina, as fitoalexinas eos taninos têm papéis importantes na defesa vegetal.

• A lignina é, depois da celulose, a substância orgânicamais abundante nas plantas. É, em geral, formada portrês diferentes álcoois de fenilpropanóides: coniferil,cumaril e sinapil, álcoois sintetizados a partir de fenila-lanina através de vários derivados do ácido cinâmico.

Figura 1. Uma visão simplificada das principais rotas de biossíntese demetabólitos secundários e sua inter-relações com o metabolis-mo primário.

Figura 2. Economia de carboidrato e energia em condições de: (a) altosuprimento de nitrogênio e (b) baixo suprimento de nitrogênio.

Fonte: BORYS, 1968 citado por GRAHAM (1983).

Dos macronutrientes citados na literatura científica, o po-tássio é o elemento que apresenta consistentes resultados positi-vos na redução da incidência de pragas e doenças. A deficiência depotássio provoca acúmulo de aminoácidos solúveis, que são nu-trientes de patógenos. O teor de glutamina, por exemplo, é particu-larmente alto nas plantas deficientes em potássio e favorece a germi-nação de esporos, como os de bruzone do arroz (GRAHAM, 1983).Ela também retarda a cicatrização das feridas, favorecendo a pene-tração dos patógenos. A perda do turgor celular pode ser um fatorfísico que facilita a penetração tanto de fungos como de insetos. Opotássio tem ação clara, bem definida, na resistência às doençascausadas tanto pelos patógenos obrigatórios como pelos facultati-vos (Tabela 1).

Observa-se na Tabela 2 que mesmo nas doses de K onde aresposta à produção é marginal (por exemplo, 80 kg ha-1 de K

2O

contra 40 kg ha-1 de K2O) há melhoria na qualidade da semente com

redução da infecção por Phomopsis sp. e no dano por percevejo(BORKERT et al., 1985; FRANÇA NETO et al., 1985).

Tabela 1. Sumário tentativo dos efeitos dos níveis de nitrogênio e depotássio na severidade de doenças causadas por patógenos.

Nível de N Nível de K

baixo alto baixo alto

Patógenos obrigatórios

Puccinia spp. (ferrugens) + +++ ++++ +

Erysiphe graminis (oídios) + +++ ++++ +

Patógenos facultativosAlternaria spp. (manchas foliares) +++ + ++++ +

Fusarium oxysporum +++ + ++++ +(murcha e podridão)

Xanthomonas spp. (manchas e +++ + ++++ +murcha bacteriana)

Observação: ++++ = dano mais severo ou menor resistência às doenças.Fonte: MARSCHNER (1995).

Patógeno e doença

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A lignina é encontrada nas paredes celulares de váriostipos de tecidos de sustentação e vascular, especial-mente em traqueídes e elementos de vaso. Ela é de-positada sobretudo no espessamento da parede se-cundária, mas também pode ocorrer na parede primá-ria e na lamela média, em íntimo contato com a celulo-se e hemicelulose presentes. A rigidez mecânica dalignina fortalece os caules e o tecido vascular, permi-tindo o crescimento ascendente e possibilitando quea água e os sais minerais sejam conduzidos atravésdo xilema sob pressão negativa, sem haver o colapsodo tecido.

Além de proporcionar suporte mecânico, a lignina de-sempenha funções protetoras importantes nos vege-tais. Sua resistência física coíbe seu consumo pelosherbívoros e sua estabilidade química torna-a relativa-mente indigerível por esses animais. Por sua capaci-dade de ligação à celulose e às proteínas, a ligninatambém reduz a digestibilidade dessas substâncias. Alignificação bloqueia o crescimento de patógenos e éuma resposta freqüente à infeção ou à lesão.

• Fitoalexinas – constituem um grupo de metabólitossecundários quimicamente diverso, que se acumulamem torno do local de infecção e apresentam atividadeantimicrobiana. A produção de fitoalexinas parece serum mecanismo comum de resistência a microrganis-mos patogênicos em uma grande variedade de plantas.Entretanto, diferentes famílias botânicas usam distintosprodutos secundários como fitoalexinas. Por exemplo,os isoflavonóides são fitoalexinas comuns em legumi-nosas, enquanto em plantas da família Solanaceae,como batata, tabaco e tomate, vários sesquiterpenossão produzidos como fitoalexinas. Em geral, as fitoale-xinas não estão presentes nas plantas antes da infec-ção, mas são sintetizadas muito rapidamente após oataque de microrganismos.

• Taninos – são toxinas que reduzem significativamenteo crescimento e a sobrevivência de muitos herbívoros,quando adicionados às suas dietas. Da mesma forma,os taninos agem como repelentes alimentares a grandevariedade de animiais que evitam plantas, ou partedelas, que apresentam altos níveis de taninos, comoos frutos imaturos. Os taninos vegetais também servemcomo defesa ao ataque de microrganismos. Por exem-plo, o cerne de muitas árvores contém altas concen-trações de taninos, que auxiliam na prevenção da de-composição por fungos e bactérias.

COMPOSTOS NITROGENADOS são metabólitos secun-dários vegetais que posssuem nitrogênio na sua estrutura.Os principais compostos nitrogenados atuando na defesavegetal são: os alcalóides, os glicosídeos cianogênicos, osglucosinatos, os aminoácidos não-protéicos e as proteínasanti-digestivas.

• Alcalóides – são compostos bem conhecidos pelosimportantes efeitos farmacológicos em animais verte-brados, via de regra, sintetizados a partir de um ou pou-cos aminoácidos comuns – sobretudo lisina, tirosina etriptofano. Acredita-se que a maior parte dos alcalóidesfuncione como defesa contra predadores, em especialmamíferos, devido à sua toxicidade geral e à capacida-de de deterrência. Entre os alcalóides mais conheci-dos tem-se: nicotina, atropina, cocaína, codeína, morfi-na e estricnina.

NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

3.2. Cálcio e Silício3.2. Cálcio e Silício3.2. Cálcio e Silício3.2. Cálcio e Silício3.2. Cálcio e SilícioO conteúdo de cálcio no tecido das plantas afeta a incidên-

cia das doenças parasíticas de duas maneiras. Primeira: o cálcio éessencial para a estabilidade das biomembranas – quando seu nívelé baixo, há aumento do efluxo de compostos de baixo peso moleculardo citoplasma para o apoplasto. Segunda: os poligalacturonatos decálcio são requeridos na lamela média para a estabilidade da paredecelular. Muitos fungos parasíticos e bactérias invadem o tecidovegetal através da produção extracelular de enzimas pectolíticascomo a poligalacturonase, que dissolve a lamela média. A atividadedesta enzima é inibida pelo cálcio. O cálcio está implicado na resis-tência a várias doenças, conforme mostra a Tabela 3.

Apesar de não ser um nutriente reconhecido como essen-cial, o silício é um elemento presente em grande quantidade nasgramíneas. Basta dizer que o nível considerado crítico na folha doarroz é de 5%. É conhecido na literatura o papel que o silício tem naresistência do arroz à brusone.

3.3. Micronutrientes3.3. Micronutrientes3.3. Micronutrientes3.3. Micronutrientes3.3. MicronutrientesDe acordo com Marschner (1995), os mesmos princípios go-

vernam o efeito tanto de macro como de micronutrientes na resis-tência das plantas às doenças: a deficiência nutricional leva aoacúmulo de substâncias orgânicas de baixo peso molecular quereduzem sua resistência. Atuam também na lignificação e na síntesede fitoalexinas. Estes compostos são sintetizados na rota do ácidochiquímico em reações bioquímicas catalisadas pelos micronu-trientes, mostrados na Figura 3.

Fazendo um resumo dos papéis dos micronutrientes na defe-sa das plantas, Graham (1983) menciona que cobre, boro e manganêsinfluenciam na síntese de lignina e fenóis simples; zinco, ferro eníquel têm efeitos possivelmente relacionados à síntese de fito-alexinas; silício e lítio com a barreira física à invasão de patógenos.

Mudanças na permeabilidade da membrana parecem ser ca-racterísticas universais de tecidos de plantas doentes, indepen-dentemente do tipo de doença ou da natureza do agente patogênico

Tabela 2. Efeito de doses de fertilizantes potássicos na produção degrãos, peso seco de 100 sementes e na infecção de sementes desoja por Phomopsis sp. e no dano por percevejo.

K 2O Produção Peso Infecção por Dano poraplicado de grãos seco Phomopsis sp. percevejo

(kg ha-1 ano-1) (kg ha-1) (g 100 sementes-1) (%) (%)

0 692 c 10,2 d 19,4 c 11,4 b40 2.765 b 13,0 c 13,3 b 8,8 ab80 2.950 ab 14,8 b 1,3 a 5,1 a

120 3.100 a 15,3 ab 3,6 a 5,0 a160 3.103 a 15,5 ab 2,5 a 5,5 a200 2.939 a 15,8 a 3,5 a 4,9 a

Fonte: BORKERT et al. (1985); FRANÇA NETO et al. (1985).

Tabela 3. Efeito do cálcio em algumas doenças.

Patógeno Baixo Ca Alto Ca

Erwinia phytophthora ++++ +Rhizoctonia solani ++++ +Sclerotium rolfsii ++++ ++Fusarium oxysporum ++++ +

Observação: ++++ = dano mais severo ou menor resistência às doenças.Fonte: KIRALY (1976).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 5

• Glicosídeos cianogênicos – não são tóxicos como tal,mas decompõem-se rapidamente quando a planta é le-sada, liberando o ácido cianídrico (HCN). A presença dosglicosídeos cianogênicos inibe a alimentação de inse-tos e de outros herbívoros, tais como lesmas e caracóis.

• Glucosinatos – são compostos que liberam, na suadecomposição, substâncias voláteis de defesa. Encon-trados principalmente em Brassicaceae e famílias re-lacionadas, os glucosinatos liberam os compostos res-ponsáveis pelo odor e pelo paladar característico devegetais como repolho, brócolis e rabanete.

• Os aminoácidos não-protéicos são aminoácidos quenão são incorporados em proteínas, estão presentesna forma livre e atuam como substâncias protetoras.Os aminoácidos não-protéicos exercem sua toxicidadede várias maneiras. Alguns bloqueiam a síntese ou aabsorção de aminoácidos protéicos; outros podem sererroneamente incorporados às proteínas levando à pro-dução de enzima não-funcional.

• As proteínas anti-digestivas interferem no processodigestivo dos herbívoros. Por exemplo, algumas legumi-nosas sintetizam inibidores de α-amilase, que inibema ação dessa enzima e, por conseqüência, a digestãodo amido. Outras espécies produzem lectinas, proteí-nas de defesa que se ligam a carboidratos ou a glico-proteínas. Após ser ingerida por um herbívoro, a lectinaliga-se às células epiteliais que revestem o trato intes-tinal e interfere na absorção de nutrientes. As proteínasanti-digestivas mais conhecidas nos vegetais são osinibidores de proteases. Encontradas nos legumes, notomate e em outros vegetais, tais substâncias bloqueiama ação das enzimas proteolíticas dos herbívoros. Es-tando no trato digestivo desses animais, elas se ligamespecificamente ao sítio ativo de enzimas proteolíticas,como tripsina e quimotripsina, impedindo a digestão dasproteínas. Os insetos que se alimentam de plantas quecontêm inibidores de proteases apresentam taxas re-duzidas de crescimento e desenvolvimento. A funçãodos inibidores de protease na defesa vegetal tem sidoconfirmada por experimentos com tabaco transgênico.As plantas geneticamente transformadas para acumu-lar níveis elevados de inibidores de proteases sofremmenos danos como o ataque de insetos herbívoros doque as plantas-controle, não transformadas.

O estudo dos metabólitos secundários vegetais apresentamuitas aplicações práticas. Pelo valor de suas atividades bioló-gicas contra herbívoros e microrganismos, muitas dessas subs-tâncias são utilizadas comercialmente como inseticidas, fun-gicidas e medicamentos, enquanto outras são usadas comofragrâncias, aromatizantes, drogas de uso medicinal e materiaisindustriais. O melhoramento de plantas cultivadas, quanto à pro-dução de maiores níveis de produtos secundários, tem possibi-litado a redução da necessidade de alguns pesticidas de altoscustos e riscos. Entretanto, em alguns casos tem sido necessá-rio reduzir os níveis de metabólitos secundários para minimizara sua toxicidade a humanos e a animais domésticos.

Como já mencionado, este resumo sobre os mecanis-mos de proteção vegetal contra herbivoria e organismos pato-gênicos foi tirado do livro “Fisiologia Vegetal”, de autoria deLincoln Tays & Eduardo Zeiger, 3ª edição (2004), Artmed Edito-ra, obrigatório na biblioteca de todo agrônomo. Pode ser obti-do, entre outros locais, na livraria PLD, fone/fax: (19) 3421-7436,e-mail: [email protected]

Sugiro a leitura do livro, que apresenta muitos detalhesespecíficos sobre os mecanismos de defesa das plantas esobre fisiologia vegetal, em geral.

NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

Figura 3. Rota do ácido chiquímico na síntese de compostos orgânicosrelacionados com a defesa vegetal.

Fonte: modificada de GRAHAM e WEBER (1991).

(WHEELER, 1978). Dois micronutrientes, o boro e o zinco, têm pa-pel importante na integridade das membranas celulares, evitando ovazamento de solutos orgânicos.

Trabalho feito por Cakmak et al. (1995) mostra o dramáticoefeito da deficiência de boro no vazamento de K+ e de solutos orgâ-nicos das células. Comparado às folhas com teores suficientes deboro, o tratamento com menor teor de boro deixou vazar 35 vezesmais K+, 45 vezes mais sacarose e sete vezes mais fenólicos e ami-noácidos (Tabela 4). Citam ainda os autores que o tratamento comboro por 20 minutos foi suficiente para restabelecer a permeabili-dade das membranas das folhas B-deficientes para o nível do dasfolhas com suficiência em boro, indicando o particular papel desteelemento na manutenção da integridade das membranas plasmá-ticas. Cakmak e Römheld (1997) citam que, apesar dos rápidos eclaros efeitos do boro no vazamento de K+, os mecanismos pelosquais o boro afetaria a integridade estrutural e/ou funcional dasmembranas plasmáticas são pouco conhecidos. O boro parece terpapel estrutural crítico nas membranas plasmáticas pela sua habili-dade em se ligar com compostos da membrana contendo gruposcis-diol, tais como glicoproteínas e glicolipídeos.

O zinco é outro importante nutriente necessário na manu-tenção da integridade das biomembranas. Ele pode ligar-se aos gru-pos fosfolipídicos e sulfidril dos constituintes da membrana ouformar complexos tetraedais com resíduos de cisteína das cadeiaspolipeptídicas e assim proteger os lipídeos e as proteínas das mem-branas contra danos oxidativos. Em condições de deficiência dezinco ocorre o aumento típico da permeabilidade da membrana plas-mática indicado pelo maior vazamento de solutos de baixo pesomolecular (Tabela 5), redução no conteúdo de fosfolipídeos, con-forme observado por Cakmak e Marschner (1988).

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

Tabela 4. Efeito do suprimento de B na concentração foliar de B e no vazamento de K+, sacarose, fenólicos eaminoácidos de folhas de girassol (Helianthus annuus) com 10 dias de idade.

Suprimento de B [B] Vazamento1 (µµµµµg g-1 PF 2 h-1)

(µµµµµM) (µµµµµg g-1 PS)1 K+ Sacarose Fenólicos Aminoácidos

0,01 4,7 630 900 79 1630,20 11,8 390 440 72 1221,00 16,7 52 70 17 33

20,00 37,7 18 20 13 231 PS = peso seco; PF = peso fresco.Fonte: CAKMAK et al. (1995).

NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

Tabela 5. Efeito do Zn na exsudação de compostos de baixo peso molecular pelas raízes.

Exsudatos de raiz1 (g 6 h-1 PS)

Zn na raiz Aminoácidos Açúcares Fenólicos Potássio

(µg g-1 PS) (µg) (µg) (µg) (mg) (µg g-1 PF)

+ Zn 258 48 375 117 1,68 2.230

- Zn 16 165 751 161 3,66 1.530

1 PS = peso seco; PF = peso fresco.Fonte: CAKMAK e MARSCHNER (1988).

Tratamentos Fosfolipídeos

4. FITOALEXINAS E4. FITOALEXINAS E4. FITOALEXINAS E4. FITOALEXINAS E4. FITOALEXINAS ERESISTÊNCIA ÀSRESISTÊNCIA ÀSRESISTÊNCIA ÀSRESISTÊNCIA ÀSRESISTÊNCIA ÀSDOENÇASDOENÇASDOENÇASDOENÇASDOENÇAS

Como a via do ácido chi-químico é bloqueada pela ação doglifosato, é discutida a seguir apossibilidade de contaminaçõesacidentais deste herbicida estaremassociadas às doenças de citros eda soja.

4.1. O papel do scopa-rone, fitoalexina de citros, naresistência às doenças

O importante papel do sco-parone (6,7-dimetoxicumarina) naresistência às doenças de citros ébem explicado por Afek e Sztejn-berg (1995). A atividade inibitóriado scoparone sobre vários fungosfitopatogênicos in vitro é mostra-da na Tabela 6. Os autores observaram que a produção de sco-parone era maior nas plantas resistentes a Phytophthora citrophthoraque nas suscetíveis. O comprimento da lesão nos ramos era inver-samente proporcional ao aumento na concentração de fitoalexina.À medida que a lesão aumentava, a concentração de scoparonereduzia (Figura 5). Em outro trabalho, estes autores observaram queo ácido aminooxiacético (AOA), inibidor competitivo da PAL, su-primia a produção de scoparone em citros e isto era seguido peladiminuição da resistência. Como o glifosato, do mesmo modo que oAOA, também inibe a síntese de scoparone, fica a dúvida se ele nãoestaria envolvido na perda de resistência dos citros às doenças,como P. citrophthora e outros patógenos, em pomares contamina-dos acidentalmente com este herbicida.

Tabela 6. Dose efetiva de scoparone para inibição de 50% (DE50

) docrescimento micelial de Phytophthora citrophthora compara-da com a inibição da germinação conidial de seis outros fun-gos patogênicos in vitro.

Espécies de fungos DE50

de scoparone

(µg mL-1)

Phythophthora citrophthora 97

Verticillium dahliae 61

Penicillium digitatum 64

Penicillium italicum 60

Colletotrichum gloeosporioides 54

Hendersonula toruloidea 90

Botryiodiplodia (Diplodia) natalensis 85

Fonte: AFEK e SZTEJNBERG (1995).

4.2. Fitoalexinas e resistência às doenças da soja

Yoshikawa et al. (1978) observaram que a gliceolina, umafitoalexina da soja, era responsável pela cessação do crescimento

fúngico em hipocótilos de soja resistentes à Phytophthoramegasperma var. sojae. Efeito este que era inibido até mesmo porconcentrações extremamente baixas e não tóxicas de glifosato, co-mo 10 µg mL-1 (KEEN et al., 1982; HOLLIDAY e KEEN, 1982).

Keen et al. (1982), trabalhando com plântulas decepadas desoja, observaram que concentrações de glifosato > 4 µg mL-1 blo-queavam completamente a expressão de resistência para a raça 1do fungo após 48 horas, e que estas plantas apresentavam sinto-mas de doenças e níveis de gliceolina similares às das plantas ino-culadas com a raça 7 compatível. Contudo, o fornecimento de fenila-lanina e tirosina 48 horas antes da inoculação causou reação incom-patível e alta produção de gliceolina (Tabela 7).

O mesmo fenômeno foi observado por Holliday e Keen (1982)quanto à resistência da soja à bactéria. Que comentam: o fato daacumulação de fitoalexinas ser inibida nas folhas de soja por con-centrações subletais de glifosato levanta a possibilidade de que oaumento na severidade de muitas doenças poderia ocorrer devidoa presença de resíduos no solo, mesmo que em baixos níveis. Paradar idéia mais concreta das concentrações que inibem a síntese defitoalexinas, a dose de 10 µg mL-1 equivale a 1 g de glifosato i.a. em

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 7

NUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇASNUTRIÇÃO X DOENÇAS

100 litros de água ou 2,8 g do produto comercial (com 360 g doequivalente ácido do glifosato por litro) em 100 litros de água. É,pois, uma contaminação que pode ocorrer rotineiramente no casode pulverizadores lavados sem muita cautela.

Do mesmo modo que no caso de citros, há evidências sobreo efeito negativo do glifosato na menor resistência das plantas àsdoenças da soja que merecem ser mais bem estudadas.

5. CONCLUSÕES5. CONCLUSÕES5. CONCLUSÕES5. CONCLUSÕES5. CONCLUSÕES

5.1. Apesar das plantas não possuírem sistema imunológicocomo os animais, elas apresentam uma série de mecanismos que asfazem resistentes a doenças e pragas.

5.2. Muitos produtos envolvidos na defesa da planta, taiscomo lignina, tanino e fitoalexinas têm origem bioquímica na rota doácido chiquímico, que é bloqueada pelo glifosato.

5.3. As fitoalexinas são componente importante no arsenalde defesa vegetal e o comprometimento da sua síntese pode favo-recer a incidência de doenças.

5.4. Os micronutrientes, principalmente Mn, Cu, Zn e B, sãoimprescindíveis para o bom funcionamento da rota do ácidochiquímico.

5.5. Concentrações extremamente pequenas de glifosatopodem comprometer a síntese de fitoalexinas, um alerta para que sefaça boa lavagem dos pulverizadores após a aplicação deste pro-duto.

5.6. A integridade das membranas celulares é determinantena sanidade da planta por evitar o vazamento de solutos orgâni-cos, que são nutrientes para pragas e patógenos. O boro e o zincotêm papéis importantes no controle da permeabilidade das mem-branas.

5.7. Respondendo à pergunta do título deste artigo: sim, aresistência de plantas às pragas e doenças pode ser afetada pelomanejo da cultura, tanto para mais como para menos.

6. REFERÊNCIAS6. REFERÊNCIAS6. REFERÊNCIAS6. REFERÊNCIAS6. REFERÊNCIAS

AFEK, U.; SZTEJNBERG, A. Scoparone (6,7-dimethoxycoumarin),a citrus phytoalexin involved in resistance to pathogens. In: DA-NIEL, M.L.; PURKAYASTHA, R.P. (Ed.). Handbook of phytoale-xin metabolism and action. New York: Marcel Dekker, Inc., 1995.p. 263-286.

BORKERT, C.M.; SFREDO, G.S.; LANTMANN, A.F.; CAMPO, R.J.Efeito de doses e de modos de aplicação de cloreto de potássiosobre o rendimento da soja. In: Resultados de Pesquisa de Soja1984/85. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1985. p. 292-294.

CAKMAK, I.; MARSCHNER, M. Increase in membrane permeabilityand exsudation of roots of zinc deficient plants. Journal of PlantPhysiology, v. 132, p. 356-361, 1988.

CAKMAK, I.; RÖMHELD, V. Boron deficiency-induced impair-ments of cellular functions in plants. Plant and Soil, v. 193, p. 71-83, 1997.

CAKMAK, I., KURZ, H.; MARSCHNER, H. Short-term effects ofboron, germanium and high light intensity on membrane permeabi-lity in boron deficient leaves of sunflower. Physiology Plantarum,v. 95, p. 11-18, 1995.

FRANÇA NETO, J. de B.; COSTA, N.P. da; HENNING, A.A.; PA-LHANO, J.B.; SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M. Efeito de doses emétodos de aplicação de cloreto de potássio sobre a qualidade dasemente da soja. In: Resultados de Pesquisa de Soja 1984/85. Lon-drina: EMBRAPA-SNPSo, 1985. p. 294-295.

GRAHAM, R.D. Effects of nutrient stress on susceptibility of plantsto disease with particular reference to the trace elements. Advancesin Botanical Research, v. 10, p. 221-276, 1983.

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KIRALY, Z. Plant disease resistance as influenced by biochemicaleffects of nutrients in fertilizers. In: Fertilizer use and planthealth. Colloquium of the International Potash Institute, 12., 1976.p. 33-46.

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Tabela 7. Efeitos do glifosato na produção de gliceolina em hipocótilosdecepados de soja inoculadas com a raça 1 de Phytophthoramegaspora f.sp. glycinea.

Tratamentos Gliceolina

Inóculo Glifosato Experimento 1 Experimento 2

(µg mL-1) - - - - - - - (µg g-1 PF) - - - - - - - - -

- - Nenhuma 10 25

- 10 Nenhuma 20 10

Raça 7 - Compatível 220 -

Raça 1 - Incompatível 1.240 1.300

Raça 1 4 Compatível 440 420

Raça 1 10 Compatível 220 130

Raça 1 10+Phe+Tyrb Incompatível 1.370 1.150

a Reação da planta avaliada 48 horas após a inoculação.b Phe = fenilalanina, Tyr = tirosina, 400 µg mL-1 de cada foram fornecidospor 48 horas na câmara de crescimento antes da inoculação.Fonte: KEEN et al. (1982).

Reaçãoda planta

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

FREDERICO PIMENTEL GOMES � FREDERICO PIMENTEL GOMES � FREDERICO PIMENTEL GOMES � FREDERICO PIMENTEL GOMES � FREDERICO PIMENTEL GOMES � UM MESTREUM MESTREUM MESTREUM MESTREUM MESTREEurípedes Malavolta 1

Faleceu Frederico Pimentel Gomes. E morreu antes quesua Luiz de Queiroz (ele não usava aspas para onome do patrono) lhe fizesse justiça.

Conheci Pimentel – assim o chamava – em 1945 quandocursava o primeiro ano da Escola. Ele dava aula prática de Matemá-tica, Geometria Descritiva, sob o olhar atento do Catedrático, oProf. Dr. Orlando Carneiro. Magrinho, de gravata e paletó – no queera acompanhado por todos os alunos, exigência dos professoresde Física (Breno Arruda) e de Química (Luiz Silveira Pedreira), alémdo mencionado. As aulas eram no pavilhão de Chimica – cópia doprédio de Química da Universidade de Leipzig, Alemanha, ondeJosé de Mello Moraes, Melinho, estudara com Ostwald que viriaganhar o Nobel.

Fui, portanto, aluno de Pimentel Gomes. Depois colega e su-perior burocrático, quando ocupei a Diretoria da Escola. Colega du-rante alguns meses, mas de outra forma: estávamos nos preparandopara a Livre Docência e, juntos, tínhamos aulas particulares de ale-mão, visto que necessitávamos desse idioma para acompanhar a lite-ratura de Matemática e de Química Agrícola, respectivamente.

Fizemos a Livre Docência. Pimentel, como lembrou FaustoArruda Ribeiro e divulgou Cecílio Elias Neto, formou-se com a maiormédia da graduação até agora de todos os alunos da Escola. Em“compensação”, a minha média nas provas de Livre Docência foimaior que a dele... O que, brincando, às vezes lhe lembrava. Suatese de Livre Docência, “Estudos sobre Derigrais”, sem medo dolugar comum, marcou época por sua originalidade, o que não é fácilem Matemática. Foi uma contribuição ainda mais notável quandose tem presente que Pimentel foi praticamente um auto-didata, con-tando às vezes com a ajuda de outro Mestre – Hélio Penteado deCastro, que fôra professor de Escola Normal.

Contratado como Assistente do grande José de MelloMoraes, que tinha por Pimentel admiração e afeto, estava eu ten-tando aplicar a Lei de Mitscherlich aos dados de um ensaio deadubação. Não dava certo. Procurei Mestre Pimentel, que eu aindachamava de senhor, e pedi ajuda. O problema como eu o equacionara,não tinha solução. Tornava-se fácil de resolver, entretanto, quandoas doses do adubo eram equidistantes. Ele matou a charada. Como“corolário” publicamos dois trabalhos juntos sobre aspectos mate-máticos e estatísticos da Lei de Mitscherlich no ano de 1949, em

1 Professor Catedrático (aposentado) da ESALQ-USP, Pesquisador permissionário do CENA-USP, Piracicaba-SP. E-mail: [email protected]

que minha participação foi tão pequena quanto se queira, para usara linguagem antiga do Cálculo Diferencial e Integral.

Depois da Livre Docência, Pimentel dedicou boa parte doseu tempo ao ensino e à pesquisa da Estatística Aplicada à Experi-mentação Agrícola: suas publicações e livros (pelo menos um tra-duzido para o espanhol), os cursos dados no país e no exterior, suaparticipação em reuniões científicas, seus cargos em sociedadesdiversas, fizeram dele o Pai da Estatística Agrícola no Brasil. Não foipor favor que a Fundação Rockefeller lhe deu uma bolsa de estudose a Universidade da Carolina do Norte, meca da Estatística, rece-beu-o na categoria de Visiting Scholar. Convém lembrar que naque-la época – anos 50 e 60 – a Fundação somente concedia bolsaquando o candidato era aceito na universidade estrangeiro, nãocomo aluno, mas como “faculty member”.

O citado Cecílio Elias Neto, no seu brilhante artigo sobrePimentel (é pleonasmo chamar de brilhante um artigo do Cecílio)lembrou duas qualidades do Mestre: o homem de visão e o defen-sor intransigente do Português. Como exigente membro do comitêeditorial da tradicional Revista da Agricultura, não publicava arti-gos incorretos científica ou vernacularmente. No culto da últimaflor de Lacio, não aderiu à deplorável novelle cuisine, digo, nouvellevague de publicar somente em inglês.

Nos anos 60 havia apenas dois computadores na USP – um naPolitécnica e outro na Faculdade de Economia e Administração, o últi-mo com Antônio Delfim Neto. Pimentel viu a importância da computa-ção para o ensino e para a pesquisa. Convenceu-me, eu como Diretorda Escola, a conseguir um computador para a Luiz de Queiroz. Ele e eusaímos à cata de recursos, corremos o pires e foi comprado o IBM 1130,que na época era o melhor computador do mercado. Entretanto, comoJosé Mindlin, eu continuo um troglodita: não escrevo no computador.Faço os meus hieróglifos a lápis usando uma Pentel de 0,5 mm.

Ele deveria fazer a saudação quando fui homenageado como título de Cidadão Piracicabano. A doença o impediu de fazê-lo. Oamigo, Cecílio, o substituiu. Pimentel, porém, me comoveu com seudepoimento gravado em vídeo. Pouco depois ele se foi, certamentepara o céu dos justos. Como grande Mestre, ele deve estar lá ensi-nando taboada e o be-a-bá para os anjinhos sob o olhar da Virgemque está tricotando um suéter azul e branco para ele usar no próxi-mo inverno celeste.

HOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEM

NOTA DO EDITOR:

Em 1984, a POTAFOS solicitou ao Prof. Pimentel Gomes um livro sobre Estatística que fosse acessível aos profissio-nais não especializados nesta ciência. Nasceu, então, “A Estatística Moderna na Pesquisa Agropecuária”, publicadopela POTAFOS, que muito contribuiu e continua a contribuir na tarefa de analisar dados e tirar conclusões de suaspesquisas. Surgiu, também, uma amizade de mais de duas décadas com o experiente mestre, muito crítico massempre pronto a ajudar e a orientar, que muito me enriqueceu.

Pergunta comum ao se fazer a análise estatística é: que valores de níveis de significância empregar? Que foi bemrespondida pelo Prof. Pimentel Gomes no artigo publicado no “Informações Agronômicas” no 40, de Dezembro de 1987.Pela atualidade do tema, e em homenagem ao amigo que partiu, publico novamente.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 9

HOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEM

UM PROBLEMA DE ARITMÉTICA

Dizem os entendidos que a Estatística é como o biquini,mostra muito, mas oculta o esssencial. Na verdade,esse pensamento, aparentemente paradoxal, é correto não

só em relação à Estatística (mal empregada) como relativamente a qual-quer conhecimento usado inadequadamente. Não esqueçamos que, exage-rando um pouco um problema bastante comum de Aritmética, podemosafirmar, com base na infalível Matemática, que, se dois homens fazem ummuro em cinco dias de trabalho, a população masculina de Piracicaba(100.000 marmanjos, digamos) poderá construí-lo, folgadamente, em trêssegundos apenas... Mas ninguém estranhará que depois de três horas deatividade nem sequer tenham conseguido começar a construção...

Veremos neste artigo alguns problemas práticos importantes que obiquini oculta àqueles que não sabem aprofundar-se suficientemente nasolução dos problemas.

UM RESULTADO INFELIZConsideremos um experimento com quatro cultivares de milho,

em três blocos casualizados, e admitamos que, para uma média geral de2.000 kg ha-1, o desvio padrão tenha sido s = 280 kg ha-1 e, portanto, comcoeficiente de variação médio de 14%. Suponhamos, ainda, que o valor deF, como se vê na análise da variância (Tabela 1), seja F = 3,32. Como olimite da tabela estatística correspondente, ao nível de 5% de probabilida-de, é F = 4,76, concluem alguns colegas que, quanto à produtividade, “oscultivares são estatisticamente iguais”. Mas esta conclusão é errônea, porvários motivos. Em primeiro lugar, não existem testes estatísticos capazesde demonstrar que duas médias de tratamentos são iguais. O que demons-trou o teste F, aplicado à análise da variância do experimento, foi apenasque não há diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% de pro-babilidade, entre as médias dos cultivares, ou, em outras palavras, que nãose comprovaram estatisticamente, a esse nível de probabilidade, diferençasentre as médias de tratamentos, cujas estimativas são as seguintes: m

1 =

2.300 kg ha-1; m2 = 2.200 kg ha-1; m

3 = 1.800 kg ha-1; m

4 = 1.700 kg ha-1.

vez que o novo valor de F da tabela, ao nível de 5% e probabilidade, é F0 =3,49. A nova diferença mínima significativa, pela prova de Tukey, serámenor: ∆ = 526 kg ha-1. E a média m

1 = 2.300 kg ha-1 passará a ser signifi-

cativamente superior à média m4 = 1.700 kg ha-1.

^^^ ^

^^

A ESTATÍSTICA É COMO O BIQUINIFrederico Pimentel Gomes 1

1 Professor Catedrático (aposentado) da ESALQ-USP, Consultor Científico devárias entidades. In memoriam.

Poderíamos, a seguir, comparar essas médias duas a duas, pelaprova de Tukey, que nos daria, nesse caso, a diferença mínima significa-tiva, ao nível de 5% de probabilidade, ∆ = 792 kg ha-1. Verifica-se, pois,que nem sequer a diferença entre a maior média (2.300 kg ha-1) e a menor(1.700 kg ha-1) é significativa, o que se indica pela colocação de umamesma letra (a, por exemplo) ao lado de todas as médias, assim: m1 =2.300 a; m

2 = 2.200 a; m

3 = 1.800 a; m

4 = 1.700 a.

Esse resultado seria de esperar, aliás, pois só muito raramente oteste de Tukey aplicado à comparação de médias leva a resultado significa-tivo quando não atingiu a significância o teste F aplicado à análise davariância (PIMENTEL GOMES, 1987).

No entanto, com as mesmas médias estimadas para os tratamentose o mesmo desvio padrão (s = 280 kg ha-1), se tiverem sido usados cincoblocos casualizados, a análise da variância mudará e nos dará um valor de Fmaior (5,55, em lugar de 3,32, como se vê na Tabela 2) significativo, uma

CONCLUSÕES A TIRAR

Esse ensaio fictício nos demonstra claramente o seguinte:

• Em igualdade de outras condições, o aumento do número de repe-tições traz maior precisão aos experimentos, e pode tornar significativasdiferenças entre médias de tratamentos, por pequenas que sejam.

• Em ensaios com poucas repetições e pequeno número de graus deliberdade para o Resíduo, podem não ser comprovadas estatisticamentediferenças ponderáveis entre médias de tratamentos. Na verdade, em expe-rimentos de escassa precisão, como o que discutimos de início, com coefi-ciente de variação de 14% e apenas três blocos casualizados, o nível designificância de 10% seria preferível. E a este nível o efeito de tratamentoseria significativo, pois temos F = 3,32, em comparação com o valor F0 =3,29 da tabela apropriada.

• Por outro lado, num experimento com 100 cultivares, em doisblocos ao acaso e coeficiente de variação de 15%, uma diferença máxima deprodutividade de 60% não é significativa pelo teste de Tukey. E é quasecerto que o teste F, aplicado à análise da variância, chegará à conclusãoanáloga. Ao contrário, uma diferença máxima de 10%, num ensaio comcoeficiente de variação de 15%, dez cultivares de 45 blocos casualizados,será significativa.

• Tendo em vista as considerações feitas, se a conclusão de igualda-de de tratamento fosse válida, seria fácil demonstrá-la sempre, em qualquercaso. Bastaria, para isso, fazer um experimento com muito poucas repeti-ções e mal conduzido, para ter elevado coeficiente de variação.

COMENTÁRIO FINAL

Como já afirmei noutros artigos, os níveis de significância são umponto delicado e discutível da análise estatística. É fácil compreender que ouso de experimentos de precisão baixa ou média, combinado à interpreta-ção inadequada dos níveis de significância, tem afastado cientistas menosexperientes de linhas promissoras de pesquisa. Tratamentos distintos sómuito raramente dão resultados equivalentes. Diferenças que não atingem onível estatístico de significância são, não raro, importantes e facilmentecomprováveis por métodos mais eficientes ou por experimentos de maiorprecisão. E, em muitos casos, são recomendáveis níveis de significânciamenos exigentes, de 10% e até de 25% de probabilidade, em ensaiosde pequena precisão (poucas repetições, coeficiente de variação ele-vado e escassos graus de liberdade para o Resíduo), e, mais ainda,quando o uso de novas técnicas não implica em aumento de despesa,como é o caso, em geral, da utilização de material genético maisprodutivo . (negrito do redator)

LITERATURA CITADA

PIMENTEL GOMES, F. Curso de Estatística Experimental. 12a. edi-ção. Piracicaba: ESALQ, 1987.

Tabela 2. Análise da variância do experimento, com as mesmas médias detratamentos, mas com cinco blocos casualizados, em vez de três.

Causa da variação G.L. S.Q. Q.M. F

Blocos 4 376.320 94.080 1,20Tratamentos 3 1.300.000 433.333 5,53*Resíduos 12 940.800 78.400

Tabela 1. Análise de variância do experimento, com três blocos casualizados.

Causa da variação G.L. S.Q. Q.M. F

Blocos 2 188.160 94.080 1,20Tratamentos 3 780.000 260.000 3,32Resíduos 6 470.400 78.400

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10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

DIVULGANDO A PESQUISA

Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegraGrifos nos textos, para facilitar a leitura dinâmica, não existem na versão original

1. LIXIVIAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO DE NITROGÊNIO NUMNITOSSOLO COMO VARIÁVEIS DA FORMA DE APLICA-ÇÃO DA URÉIA E DA PALHA DE AVEIA

ERNANI, P.R.; SANGOI, L.; RAMPAZZO, C. Revista Brasileirade Ciência do Solo, v. 26, p. 993-1000, 2002.

A magnitude das reações do N no solo varia com as condi-ções climáticas, características do solo, tipo de preparo, forma deaplicação dos fertilizantes nitrogenados e manejo da cobertura ve-getal morta. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da formade aplicação de nitrogênio e de resíduos de aveia preta na lixiviaçãoe imobilização do N num Nitossolo Vermelho. Foram realizados doisexperimentos, em casa de vegetação, nos quais se combinaram for-mas de aplicação de N (sem uréia, uréia incorporada ou aplicada nasuperfície do solo) e de palha de aveia (sem palha, palha de aveiaincorporada ou aplicada na superfície do solo). No experimento delixiviação, testou-se também o efeito do pH do solo (5,5 e 7,0) e, no deimobilização, o efeito da época de semeadura (0, 30 ou 60 dias apósadição da palha e do N). Aplicaram-se o equivalente a 4,0 Mg ha-1 dematéria seca de palha, nos dois experimentos, e 200 ou 100 kg ha-1

de N, respectivamente, no experimento de lixiviação ou imobiliza-ção, cujas quantidades foram calculadas com base na área da su-perfície do solo das unidades experimentais. A lixiviação foi quan-tificada por meio da percolação de água destilada, semanalmente,durante dez semanas, em colunas de PVC. A imobilização foi avalia-da indiretamente, por meio do rendimento de massa seca e do acú-mulo de N na parte aérea de plantas de milho, semeadas nas trêsépocas, em diferentes unidades experimentais.

A lixiviação do N aplicado variou de 25% a 70%, foi maiornos tratamentos com pH 5,5 do que com pH 7,0, e naqueles comuréia incorporada do que nos com uréia sobre a superfície do solo,mas não foi influenciada pelo método de aplicação da palha deaveia. O milho semeado no dia da aplicação dos tratamentos apre-sentou os menores valores de matéria seca de parte aérea (MSPA) edo N acumulado, provavelmente em virtude da maior imobilizaçãode N nesse período inicial. A adição de N aumentou esses doisatributos, mas o método de aplicação da uréia não teve influênciasobre nenhum deles. A adição de palha sobre a superfície do soloaumentou a MSPA e o acúmulo de N, em relação à incorporação,graças, provavelmente, à manutenção de mais umidade no solo e àmenor imobilização de N (Tabela 1).

Tabela 1. Porcentagem de decomposição da palha de aveia em diferentesépocas após a aplicação na superfície de um Nitossolo Verme-lho, considerando a aplicação de uréia*.

Dias após adição Sem N N incorporado N na superfície

- - - - - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - - - - - - - - - -

30 16,5 Bb 47,0 Ab 48,4 Aa

60 21,6 Bb 47,9 Ab 52,6 Aa

90 37,8 Ca 68,7 Aa 51,8 Ba

* Médias sucedidas pela mesma letra, maiúsculas na linha e minúsculas nacoluna, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5%.

2. CONTROLE DE BRUSONE E MANEJO DE NITROGÊNIOEM CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO

FAGERIA, N.K.; PRABHU, A. S. Pesquisa Agropecuária Bra-sileira, v. 39, n. 2, p. 123-129, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

Informações sobre práticas culturais, tais como a aplicaçãode N e o controle de doenças causadas por fungos, em solo devárzea do Brasil são insuficientes. O objetivo deste trabalho foiavaliar a resposta do arroz irrigado a épocas de aplicação de N e aotratamento das sementes com fungicida no controle de brusone.Aplicaram-se 90 kg ha-1 de N da seguinte forma: todo no plantio(T

1); 1/3 no plantio, 1/3 45 dias após o plantio e 1/3 na iniciação do

primórdio floral (T2); 1/2 no plantio e 1/2 45 dias após o plantio (T

3);

1/2 no plantio e 1/2 na iniciação do primórdio floral (T4); 2/3 no

plantio e 1/3 45 dias após o plantio (T5); 2/3 no plantio e 1/3 aplicado

na iniciação do primórdio floral (T6) e 1/3 no plantio e 2/3 20 dias

após o plantio (T7). O fungicida pyroquilon foi aplicado nas doses

de 0, 200 e 400 g de ingrediente ativo por 100 kg de sementes.

A produção de grãos foi influenciada significativamente pelaépoca de aplicação de N e pelo tratamento de fungicida. A aplicaçãode N influenciou significativamente a matéria seca da parte aérea ea acumulação de N nos grãos. A produção máxima de grãos foiobtida pelos tratamentos T

2 e T

3. O tratamento com 200 g de fungicida

por 100 kg de sementes aumentou significativamente a produçãode grãos, em relação à testemunha.

3. EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO MINERAL E DA COBERTURADO SOLO SOBRE A DINÂMICA DO NITROGÊNIO E NANUTRIÇÃO DE PLANTAS JOVENS DE GUARANÁ

TRUJILLO, L.; LEHMANN, J.; CRAVO, M. da S.; ATROCH,A.L.; NASCIMENTO FILHO, F.J. do. Acta Amazonica, v. 33,n. 4, p. 535-548, 2003.

A produção de fruteiras está ganhando importância na Ama-zônia Central e em outras partes dos trópicos úmidos mas muitopouco ainda é conhecido sobre a dinâmica de nutrientes no sistemasolo-planta. O presente estudo quantificou os efeitos da fertiliza-ção mineral e da cobertura do solo em uma leguminosa [Puerariaphaseoloides (Roxb) Benth.] sobre a dinâmica do N no solo e sobrea nutrição de plantas jovens de guaraná [Paullinia cupana Kunth.(H.B. and K.) var. sorbilis (Mart.) Ducke], em um Latossolo Amarelomuito argiloso.

Grande acúmulo de nitrato (NO3-) encontrado na profundi-

dade de 0,3-3,0 m abaixo do plantio de guaraná é um indicativo dalixiviação de N da camada superficial. Os teores de NO

3- na pro-

fundidade de 2 m eram 2,4 vezes maiores entre as plantas do quena entrelinha que não recebeu fertilização (P < 0,05) (Tabela 2).

A leguminosa de cobertura, entre as plantas de guaraná,aumentou a disponibilidade de N, conforme é indicado pela ele-vada mineralização aeróbica e baixa imobilização de N na massa

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 11

Tabela 2. Crescimento, produção de sementes frescas e concentração foliar de nutrientes em guaraná [Paullinia cupana Kunth. (H.B. and K.) var.sorbilis (Mart.) Ducke] afetados pela adubação e associação com leguminosa de cobertura [Pueraria phaseoloides (Roxb.) Benth.] naAmazônia Central, no fim da estação seca.

- - - - - - - - - - - - (mg g-1 de matéria seca) - - - - - - - - - - - - - (‰)

Com adubação, com Pueraria 5,3 a 4,5 a 33,8 a 3,74 ab 10,2 a 3,99 b 1,37 a 4,82 a

Com adubação, sem Pueraria 5,6 a 3,2 ab 31,0 b 4,11 a 9,5 a 5,35 ab 1,29 ab 5,00 a

Sem adubação, com Puraria 2,7 b 1,4 ab 30,6 b 3,25 b 9,5 a 5,38 a 1,14 ab 5,64 a

Sem adubação, sem Pueraria 4,2 ab 0,7 b 33,9 a 4,16 a 7,3 b 5,60 a 1,03 b 5,77 a

1 A Uréia tem valor δ15N de -0,7‰; Pueraria, em um local próximo, apresentou valores de δ15N de 1,0-2,8‰ (Lehmann et al., 2001).2 Valores na coluna seguidos de mesma letra não diferem significativamente a P < 0,05; n = 4.

Comprimento Produção demáximo sementes

(m) (kg arvore-1)Tratamento N P K Ca Mg δδδδδ15N1

4. CAN NITRIFICATION BE INHIBITED/REGULATEDBIOLOGICALLY? NEW APPROACHES TO DEVELOPGERMPLASM TO MINIMIZE NITROGEN LOSSES INCROP-LIVESTOCK SYSTEMS

SUBBARAO, G.V.; ITO, O.; WANG, H.; NAKAHARA, K.;ISHIKAWA, T.; SUENAGA, K.; SAMEJIMA, H.; RONDON,M.; RAO, I.M.; ISHITAN, M. In: International NitrogenConference, 3., 2004, Nanjing. Abstracts...

Nitrification by soil nitrifiers is a widespread phenomenon,where NH

4-H is converted into NO

3-N, results in substantial losses

of applied N through NO3- leaching, and gaseous emissions (N

2O,

NO and N2). A major portion of the fertilizer-N (which is usually in

NH4+ form) is rapidly converted into NO

3- by two groups of soil

bacteria, Nitrosomonas and Nitrobacter. Nitrification thus is themain cause of poor N recovery in most agricultural systems where70% of the fertilizer-N is not utilized by the crops. The economicvalue of this wasted N fertilizer worldwide is estimated as US$ 16.4billion annually from cereal production systems alone. Our researchaddresses nitrification inhibition (NI) in soil as an importantbiological mechanism/attribute to keep soil-N in NH

4+ form. This

unique phenomenon was discovered in a tropical pasture grass,Brachiaria humidicola. Inhibitory compound/s released from rootsof B. humidicola suppressed the functioning of Nitrosomonas,thus inibiting nitrification . A bioassay that uses a recombinantconstruct of Nitrosomonas to detect and quantify this inhibitoryeffect from root exudates (NI activity) is developed and calibrated.

Substantial NI activity was detected in the root exudates ofB. humidicola, but not with soybean where root exudates havestimulated nitrification. The inhibitory effect from B. humidicola

microbiana. A nutrição nitrogenada e a produção do guaranánão foram beneficiadas pela adição de N, via fixação biológicado N

2 da atmosfera pela leguminosa de cobertura (P < 0,05).

Mesmo sem leguminosa nas entrelinhas de plantio, grandesquantidades de NO

3- foram encontradas no subsolo, entre plan-

tas não adubadas. O NO3- do subsolo entre as plantas pode,

entretanto, ter sido utilizado pelo guaraná fertilizado. Isso podeser explicado pelo crescimento mais vigoroso das plantas fertili-zadas, as quais têm uma grande demanda por nutrientes e explo-raram maior volume de solo. Com uma leguminosa de cobertura,contudo, mais N mineral foi disponibilizado na camada superfi-cial, o qual foi lixiviado para o subsolo e, conseqüentemente,acumulado na camada de 0,3 a 3,0 m de profundidade. Adiçõessuplementares de P e K foram necessárias para aumentar a utiliza-ção do NO

3- entre as plantas.

5. ESTOQUE DE CARBONO E NITROGÊNIO E FORMAS DENITROGÊNIO MINERAL EM UM SOLO SUBMETIDO ADIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO

D’ANDRÉA, A.F.; SILVA, M.L.N.; CURI, N.; GUILHERME, L.R.G.Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 2, p. 179-186, 2004.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

O objetivo deste trabalho foi verificar alterações nos teorese no estoque de C orgânico e N total do solo, e nas suas formasnítrica e amoniacal, em sistemas de manejo implementados em áreade cerrado nativo. Foram coletadas amostras no Município deMorrinhos, GO, num Latossolo Vermelho distrófico típico, texturaargilosa, em cinco profundidades, nos sistemas: cerrado nativo,pastagem de Brachiaria sp., plantio direto irrigado com rotaçãomilho-feijão, plantio direto irrigado com rotação milho-feijão earroz-tomate, plantio convencional de longa duração e plantio con-vencional recente após pastagem.

Não houve diferença significativa nos teores e no estoquede C e N totais do solo, embora o plantio convencional de longaduração tenha apresentado variações negativas no estoque de Cem relação ao cerrado nativo até 20 cm de profundidade, ao contrá-rio dos sistemas com menor revolvimento. O amônio predominouno cerrado nativo e na pastagem ao longo de praticamente todo operfil, enquanto os teores de nitrato foram maiores na camada su-perficial dos sistemas com culturas anuais. A pastagem e o plantiodireto, desde que com esquema diversificado de rotação de cultu-ras, são promissores para aumentar os estoques de C orgânico dosolo.

root exudates on soil nitrification was more stable and effectivethan the most commonly used synthetic nitrification inhibitor,©Nitrapyrin. Root exudates of this tropical grass specifically blo-cked the AMO (aminomonooxygenase) enzymatic pathway inNitrosomonas bacteria, thus making the nitrifier dysfunctional. Thebioassay that is developed to quantify the NI activity from rootscan serve as a powerful tool in evaluating field crops and pasturesfor their ability to inhibit nitrification in soil.

From a genetic improvement perspective, this powerfulbioassay can open the way for evaluation of germplasm for selectinghigh NI activity genetic stocks initially for B. humidicola, othertropical pastures, and subsequently in field crops. A researchstrategy is presented to exploit this biological trait/attributegenetically for the development of crops/pastures that can self-regulate nitrification processs in soils, thus minimizing nitrificationassociated N losses from crop-livestock systems.

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

6. EFICIÊNCIA NUTRICIONAL DE POTÁSSIO E CRES-CIMENTO DE EUCALIPTO INFLUENCIADOS PELACOMPACTAÇÃO DO SOLO

SILVA, S.R.; BARROS, N.F.; NOVAIS, R.F.; PEREIRA, P.R.G. Re-vista Brasileira de Ciência do Solo, v. 26, n. 4, p. 1001-1010,2002.

A compactação do solo por tráfico de veículos pesados al-tera a disponibilidade de nutrientes para as plantas, interfere nocrescimento radicular e nos processos de fluxo de massa e de difu-são, constituindo um problema no manejo florestal, no qual têmsido utilizadas máquinas de maior capacidade de carga. O objetivodeste trabalho foi avaliar a influência da compactação de solos edoses de K no crescimento e nutrição potássica de mudas deEucalyptus camaldulensis. Utilizaram-se amostras de dois soloscom texturas diferentes, em vasos sob condição de casa de vegeta-ção, sendo os tratamentos dispostos num esquema fatorial 3 x 4(densidades de solo e doses de K) para cada solo, em delineamentointeiramente casualizado, com três repetições. Amostras de doissolos, um Latossolo Vermelho argiloso (LV

arg) e um Latossolo Ver-

melho-Amarelo franco-arenoso (LVAfar

), foram acondicionadas emvasos de PVC com 2 dm3 de solo e compactadas com o auxílio de umaprensa hidráulica. Para o solo argiloso, foram testadas as densida-des de 0,9; 1,1 e 1,3 g cm-3 e, para o solo franco-arenoso, de 1,3; 1,5e 1,7 g cm-3. As doses de potássio foram 0, 50, 100 e 150 mg kg-1 paraos dois solos. O experimento foi colhido 100 dias após a emergên-cia, tendo sido realizadas a quantificação da matéria seca, a men-suração de raízes (comprimento, diâmetro médio e superfície radi-cular) e as análises químicas, com vistas em determinar os teores deK no tecido vegetal e no solo.

Constatou-se que, com a compactação do solo, de modo ge-ral, o crescimento de raízes e a eficiência de utilização de K diminuí-ram e aumentou o diâmetro médio radicular. As doses de K elevaramo teor de K no tecido vegetal e proporcionaram aumento da matériaseca apenas nos tratamentos em que o solo foi mais compactado.Conclui-se que a aplicação de K em solos compactados é fundamen-tal para o crescimento de plantas de eucalipto e que a compactaçãoreduz o crescimento radicular e a eficiência da adubação potássica.

7. IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE MASSA E DIFUSÃO NOSUPRIMENTO DE POTÁSSIO AO ALGODOEIRO COMOVARIÁVEL DE ÁGUA E POTÁSSIO NO SOLO

OLIVEIRA, R.H.; ROSOLEM, C.A.; TRIGUEIRO, R.M. RevistaBrasileira de Ciência do Solo, v. 28, p. 439-445, 2004.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832004000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A deficiência tardia de potássio na cultura do algodoeirotem ocorrido com freqüência nas regiões do cerrado brasileiro. Umdos motivos poderia ser atribuído à baixa disponibilidade de águanessa época. Assim, procurou-se quantificar a contribuição da di-fusão e do fluxo de massa no suprimento de K às raízes do algo-doeiro de acordo com a disponibilidade do nutriente e de água.

Para tanto, realizou-se um experimento em vasos em casa devegetação, utilizando amostras da camada arável (0-20 cm) de umLatossolo Vermelho típico, com 330 mg kg-1 de argila. O experimentoconstou de duas doses de potássio (15 e 121 mg dm-3), na forma deKCl, e quatro conteúdos de água (-0,03; -0,1; -0,5 e -1,0 MPa). Asplantas foram colhidas aos 53 dias da emergência. A difusão foi oprincipal mecanismo de transporte de K no solo, variando de 72% a96% do total absorvido pelo algodoeiro. A influência do conteúdo

8. CALAGEM E AS PROPRIEDADES ELETROQUÍMICAS EFÍSICAS DE UM LATOSSOLO EM PLANTIO DIRETO

COSTA, F. de S.; BAYER, C.; ALBUQUERQUE, J.A.; FON-TOURA, S.M.V. Ciência Rural, v. 34, n. 1, p. 281-284, 2004.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782004000100045&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Neste estudo, avaliou-se (i) o efeito da calagem nas proprie-dades eletroquímicas e físicas de um Latossolo Bruno há 21 anos emplantio direto (PD), bem como (ii) o efeito do revolvimento do solopara a incorporação de calcário sobre as suas propriedades físicas.

A calagem aumentou o potencial elétrico superficial do solo,independente do modo de aplicação de calcário, cujos valores esti-mados variaram de (–) 90 mV a (–) 118 mV. Entretanto, a argila disper-sa em água não aumentou, o que pode ter sido devido à sua relaçãoinversa com o carbono orgânico total (COT) (r2 = 0,80) e Ca+Mg(r 2 = 0,56), cujos maiores teores foram verificados na camada su-perficial do solo. O diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregadosnão foi afetado pela calagem, e teve uma relação positiva com os teoresde COT (r2 = 0,89) das diferentes camadas de solo. Após 5 anos, não severificou efeito negativo do revolvimento do solo para a incorporaçãode calcário sobre o DMG dos agregados e na porosidade deste soloargiloso (690 g kg-1 argila) e de mineralogia predominantemente gib-sítica. Além das condições favoráveis à atividade microbiana, maio-res teores de COT e de Ca e Mg na camada superficial de solos emPD contribuem para a mitigação do efeito dispersivo da calagem.

9. PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIOMASSA EMEucalyptus camaldulensis Dehn. EM RESPOSTA ÀADUBAÇÃO E AO ESPAÇAMENTO

OLIVEIRA NETO, S.N. de; REIS, G.G. dos; REIS, M. das G.F.;NEVES, J.C.L. Revista Árvore, v. 27, n. 1, p. 15-23, 2003.

Plantas de Eucalyptus camaldulensis sob quatro níveis deadubação foram estabelecidas em quatro espaçamentos, na regiãodos cerrados, em Minas Gerais, com o objetivo de avaliar a influên-cia destas variáveis na produção e no acúmulo de biomassa nasplantas. Os espaçamentos foram constituídos por uma distânciafixa entre as linhas de 3 m e distância entre as plantas na linha de 2 m,3 m, 4 m e 5 m. A adubação consistiu de níveis proporcionais cres-centes de uma combinação de fertilizantes denominados 0, 1, 2 e 4.A produção e a alocação de biomassa foram avaliadas aos 20 e32 meses de idade. Equações de regressão foram ajustadas, utili-zando-se dados obtidos aos 32 meses de idade, para estimativa daprodução de biomassa da parte aérea e da madeira.

A produção média de biomassa da madeira, aos 32 meses,foi 71%, 120% e 98% superior nos níveis de adubação 1, 2 e 4,respectivamente, quando comparadas com plantas no nível 0. Aadubação promoveu redução na relação raiz/parte aérea, tendo sido0,87, 0,70, 0,67 e 0,59, para níveis crescentes de adubação. A produ-ção de biomassa da parte aérea e da madeira, por planta, aumentoucom o espaçamento entre as plantas, ou seja, maior produção foiobtida no espaçamento mais amplo (3 x 5 m), sendo a produção porunidade de área maior nos menores espaçamentos. A produção debiomassa apresentou comportamento quadrático, tendo as maioresproduções, por unidade de área e por planta, sido obtidas entre osníveis de adubação 2,7 e 2,8.

de água do solo sobre os mecanismos de transporte de K foi maiorem solos com maior concentração deste nutriente, razão por que ofluxo de massa cresce em importância em solos mais secos.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 13

12. CONTEÚDO DE NUTRIENTES EM COMPONENTES DABIOMASSA DE LARANJEIRA HAMLIN

MATTOS JR., D.; QUAGGIO, J.A.; CANTARELLA, H.; ALVA,A.K. Scientia Agricola, v. 60, n. 1, p. 155-160, 2003.

A compreensão da distribuição de nutrientes na árvore éimportante para o estabelecimento de programas de manejo nutri-cional eficientes para a produção de citros. Árvores de laranjeiraHamlin [Citrus sinensis (L.) Osb.] em citrumelo Swingle [Poncirustrifoliata (L.) Raf. x Citrus paradisi Macfad.], com seis anos deidade, cultivadas num Entisol da Flórida foram colhidas para inves-tigar a distribuição e o conteúdo de macro e micronutrientes emcomponentes da biomassa.

A distribuição de nutrientes, em peso seco, da biomassatotal da árvore foi: frutos = 30,3%, folhas = 9,7%, ramos = 26,1%,tronco = 6,3% e raízes = 27,8%. A concentração de nutrientes emfolhas recém maduras ficou entre os níveis adequado e ótimo pelainterpretação da análise foliar da Flórida. Maiores concentraçõesde Ca foram observadas nas folhas mais velhas e nos tecidoslenhosos. Concentrações de micronutrientes foram significativa-mente maiores nas radicelas em comparação àquelas lenhosas. Omaior conteúdo de nutriente na árvore foi de Ca (273,8 g árvore-1),seguido de N e de K (243,7 e 181,5 g árvore-1, respectivamente). Ou-tros macronutrientes somaram cerca de 11% do conteúdo total denutrientes. O conteúdo de vários nutrientes na fruta fresca, em kg t-1,foi: N = 1,20; K = 1,54; P = 0,18; Ca = 0,57; Mg = 0,12; S = 0,09;B = 1,63 x 10-3; Cu = 0,39 x 10-3; Fe = 2,1 x 10-3; Mn = 0,38 x 10-3 eZn = 0,40 x 10-3. O conteúdo total de N, K e P no pomar correspondeua 66,5 kg ha-1, 52,0 kg ha-1 e 8,3 kg ha-1, respectivamente, os quaisforam equivalentes às quantidades de nutriente aplicadas anual-mente pela adubação.

10. EFFECTS OF INCORPORATED CORN RESIDUES ONGLYPHOSATE SORPTION AND MINERALIZATION INSOIL

ACCINELLI, C.; SEEBINGER, J.D.; KOSKINEN, W.C.; VICARI,A.; SADOWSKY, M.J. In: Soil Science Society of AmericaAnnual Meeting, 68., 2004, Seattle. Abstracts... Madison: ASA-CSSA-SSSA, 2004. 1 CD-ROM.

In the present study, the influence of incorporation ofdifferent ratios of corn residues on mineralization and sorption ofglyphosate was determined. Investigations were conducted underlaboratory conditions using sandy loam and sandy soil samplesand powdered corn residues obtained from two corn hybrids: astacked trait hybrid (Bt-protected and glufosinate-tolerant), andthe corresponding non-transgenic isoline.

Incorporation of corn residue in the range from 0.5% to 4%caused different effects on mineralization and sorption of glyphosatein the two soils. More specifically, low levels of incorporated cornresidue did not affect or slightly stimulated herbicide mineralizationin the sandy and sandy loam soils, respectively. In the latter soil,incorporation of the highest level of corn residues (4%) caused asignificant decrease in glyphosate mineralization. Glyphosatesorption on both soil types was significantly reduced in samplesreceiving high amounts of incorporated corn residues. Regardlessof the added level, corn residues from the two isolines showedsimilar behavior in their effects on both mineralization and sorptionof glyphosate in the sandy loam and in sandy soils.

13. DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DE PORTA-ENXERTOS PARA LIMA ÁCIDA ‘TAHITI’

NEVES, C.S.V.J.; MURATA, I.M.; STENZEL, N.M.C.; MEDINA,C. de C.; BORGES, A.V.; OKUMOTO, S.H.; LEE, R.H.C.; KANAI,H.T. Scientia Agricola, v. 61, n. 1, p. 94-99, 2004.

Estudos sobre o sistema radicular são importantes para se-leção de material genético e orientação de tratos culturais, comoirrigação localizada, adubação e manejo de solo. O objetivo destetrabalho foi avaliar a distribuição do sistema radicular de seis porta-enxertos cítricos em um Latossolo Vermelho distroférrico no Nortedo Paraná, levando em conta os atributos químicos e físicos dosolo. Foram avaliadas plantas com 11 anos de idade de lima ácida‘Tahiti’, clone IAC-5 [Citrus latifolia (Yu. Tanaka)] enxertadas nosseguintes porta-enxertos: limão ‘Cravo’ (C. limonia Osbeck), limão‘Rugoso da África’ (C. jambhiri Lush.), tangerina ‘Sunki’ [C. sunki(Hayata) hort. ex Tan.], Poncirus trifoliata (L.) Raf., citrange ‘C13’[C. sinensis (L.) Osb. x P. trifoliata (L.) Raf] e limão ‘Volcameriano’(C. volkameriana Ten. & Pasq.), clone Catânia 2. Utilizou-se o mé-todo da trincheira e a quantificação das raízes foi feita em imagensdigitais com o programa SIARCS®.

O citrange ‘C13’ apresentou a maior quantidade de raízes eos limões ‘Volcameriano’ e ‘Rugoso da África’ tiveram as menoresquantidades. A profundidade efetiva, até onde se encontram 80%das raízes, foi de 31 a 53 cm na linha de plantio e de 67 a 68 cm naentrelinha. A distância efetiva, até onde se encontram 80% das raízesa partir do tronco, na entrelinha ultrapassou o raio da copa dasárvores para P. trifoliata, tangerina ‘Sunki’ e limões ‘Volcameriano’e ‘Rugoso da África’.

11. ARMAZENAMENTO DE CARBONO EM FRAÇÕESLÁBEIS DA MATÉRIA ORGÂNICA DE UM LATOSSOLOVERMELHO SOB PLANTIO DIRETO

BAYER, C.; MARTIN-NETO, L.; MIELNICZUK, J.; PAVI-NATO, A. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 7,p. 677-683, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000700009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A reserva de carbono na matéria orgânica (MO) do solo éuma importante estratégia para atenuar a concentração de dióxidode carbono na atmosfera. O objetivo deste trabalho foi avaliar oefeito do plantio direto (PD), durante seis anos, sob quatro siste-mas de cultura de outono na sucessão comercial soja-milho (guandu-anão-milheto, crotalária-sorgo, girassol-aveia-preta e nabo forra-geiro-milho), no armazenamento de carbono nas frações particulada(> 53 µm) e associada aos minerais (< 53 µm) da MO de um LatossoloVermelho argiloso da Região do Cerrado.

Em comparação ao preparo convencional (PC) com cultivode culturas estivais, o PD aumentou os estoques de carbono orgâ-nico total (COT) na camada superficial do solo (0-5 cm). Na camadade 0-20 cm, o solo sob nabo forrageiro-milho manteve um estoque deCOT superior em 9% (4,66 Mg ha-1) ao do solo em PC (54,30 Mg ha-1).Nos demais sistemas de culturas, o estoque de COT nessa camadanão diferiu do solo em PC. O estoque de C na MO particulada foi maissensível ao manejo do solo do que o COT, com um incremento entre37% e 52% sob PD, em comparação ao PC (0-20 cm). O estoque de Cna MO associada aos minerais não foi afetado pelos sistemas demanejo, o que pode estar relacionado ao curto período sob PD e àmicroagregação altamente estável. O armazenamento de C preferen-cialmente na fração lábil da MO do solo representa um benefícioambiental cuja manutenção depende fundamentalmente da continui-dade do plantio direto e do contínuo aporte de resíduos vegetais.

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

15. POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE COBERTURA VEGE-TAL DE SORGO E MILHETO NA SUPRESSÃO DE PLAN-TAS DANINHAS EM CONDIÇÃO DE CAMPO:II – EFEITOS DA COBERTURA MORTA

TREZZI, M.M.I; VIDAL, R.A. Planta Daninha, v. 22, n. 1, p. 1-10,2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S0100-83582004000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A capacidade de supressão de plantas daninhas por cultu-ras de cobertura é bastante conhecida e explorada, embora sejapouco pesquisada a importância relativa dos efeitos físicos ealelopáticos sobre esse fenômeno. Dois experimentos foram reali-zados a campo, em 1999/2000 e 2000/2001, na área experimental daFaculdade de Agronomia da UFRGS, no delineamento experimentalem blocos ao acaso, com quatro repetições, objetivando determinaros efeitos da cobertura morta de plantas de sorgo e de milhetosobre a supressão de plantas daninhas. Nos dois anos de condu-

ção dos experimentos, os tratamentos resultaram de um fatorial,em que o fator A foi constituído pelos genótipos de sorgo RS 11,BR 601 e BR 304, representantes de três classes de produção deextratos radiculares hidrofóbicos em laboratório, pelo genótipo demilheto Comum RS e por uma testemunha sem culturas; e o fator B,constituído por níveis de palha de cada genótipo sobre o solo.

Em 1999/2000, níveis de palha de sorgo de 1,3 t ha-1 foramsuficientes para reduzir 50% das infestações de Brachiariaplantaginea (BRAPL) e Sida rhombifolia (SIDRH). Em 2000/2001,4 t ha-1 de palha de sorgo ou milheto foram suficientes para redu-zir 91%, 96% e 59% da população total de SIDRH, BRAPL eBidens pilosa, respectivamente. A presença de resíduos da parteaérea de sorgo é mais importante na supressão de plantas dani-nhas do que a presença de resíduos das raízes dessa cultura.

14. POTENCIAL DA UTILIZAÇÃO DE COBERTURAS VEGE-TAIS DE SORGO E MILHETO NA SUPRESSÃO DE PLAN-TAS DANINHAS EM CONDIÇÃO DE CAMPO:I – PLANTAS EM DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO

VIDAL, R.A.; TREZZI, M.M. Planta daninha, v. 22, n. 2, p. 217-223, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582004000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A supressão da infestação de plantas daninhas por espéciescultivadas como culturas de cobertura pode ocorrer durante o de-senvolvimento vegetativo das espécies cultivadas como cultura decobertura, nos estádios precoces de desenvolvimento, ou após asua dessecação. Efeitos de competição e alelopáticos exercidosdurante a coexistência das plantas de cobertura com as espéciesdaninhas podem ser responsáveis pelo efeito supressivo. Dois ex-perimentos foram realizados a campo, em 1999/2000 e 2000/2001, naárea experimental da Faculdade de Agronomia da UFRGS, em deli-neamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições,objetivando determinar os efeitos de plantas vegetando de genó-tipos de sorgo, com capacidade distinta de produção de extratosradiculares hidrofóbicos, sobre a supressão de plantas daninhas.Em 1999/2000, os tratamentos foram constituídos pelos genótiposde sorgo RS 11, BR 601 e BR 304, representantes de três classes deprodução de extratos radiculares hidrofóbicos em laboratório, pelogenótipo de milheto Comum RS e por uma testemunha sem cultu-ras. Em 2000/2001, os tratamentos foram resultantes da combinaçãodo fator genótipo e do fator posição das plantas daninhas (linha ouentrelinha das culturas).

Nos dois anos experimentais, a densidade e o crescimentode plantas daninhas (SIDRH, BIDSS e BRAPL) foram semelhantesentre os genótipos de sorgo e entre estes e o do milheto. Issoocorreu independentemente do local avaliado, na área total ou indi-vidualmente nas linhas e entrelinhas das culturas, indicando au-sência de efeito supressor de exsudatos hidrofóbicos a campo. Noprimeiro ano, aos 30 dias após a semeadura, reduções de 41% deinfestação e de 74% de massa seca total de plantas daninhas foramobservadas, comparando-se os tratamentos cobertos com culturasà testemunha sem culturas, enquanto no segundo ano, aos 14 diasapós a semeadura, não foram observadas diferenças entre a áreaonde havia plantas de sorgo ou milheto e a testemunha descoberta.A densidade de plantas daninhas nas linhas foi inversamente pro-porcional à população de plantas vivas de sorgo nesse local.

16. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E A EMERGÊNCIA DEPLÂNTULAS DE SOJA

COLETE, J.C.F.; VIEIRA, R.D.; DUTRA, A.S. Scientia Agricola,v. 61, n. 4, p. 439-445, 2004. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162004000400006&lng=pt&nrm=iso\\\\\\\%22\\\\\\\%22&tlng=en)

A avaliação do vigor e sua relação com a emergência deplântulas em campo é fundamental para a estimativa correta dopotencial fisiológico de sementes de soja [Glycine max (L.) Merrill].O presente trabalho objetivou verificar a relação entre os resulta-dos do teste de condutividade elétrica (CE) e os da emergência deplântulas de soja em campo e em laboratório. Foram estudadosníveis de disponibilidade de água no substrato -0,03; -0,2; -0,4; e-0,6 MPa. Foram avaliados 14 lotes de sementes das cultivaresEmbrapa 48 e BRS 133. O experimento em campo foi conduzido emtrês épocas de semeadura (26/11 e 3 e 10/12/2000); em laboratório,foram determinados o teor de água, antes e após o envelhecimentoacelerado (EA) das sementes, a germinação e o vigor (testes de EAe de CE).

A redução progressiva da quantidade de água no substratoprovocou diminuição das porcentagens de germinação e de emer-gência de plântulas em laboratório, de modo que o desempenhogerminativo das sementes dependeu dos níveis de estresse hídricoe do vigor da semente. Para lotes de maior vigor da cultivar Embra-pa 48, o melhor desempenho ocorreu sob o potencial hídrico de-0,6 MPa. CE pode ser um eficiente procedimento para a avaliaçãodo potencial fisiológico e desempenho de lotes de sementes desoja, necessitando, porém, que estudos adicionais sejam conduzi-dos para o estabelecimento de valores ou limites de valores paracaracterizar o nível de vigor das sementes (alto, médio ou baixo)permitindo direcionar de maneira consistente o uso dos lotes desementes.

17. IDENTIFICAÇÃO DE SEMENTES DE SOJA GENETICA-MENTE MODIFICADA RESISTENTE AO GLIFOSATO

TILLMANN, M.Â.A. e WEST, S. Scientia Agricola, v. 61, n. 3,p. 336-341, 2004.

Avanços na engenharia genética têm resultado na obtençãode plantas tolerantes a certos herbicidas que usualmente não sãoseletivos. Para fins práticos e comerciais é importante ser capaz dedetectar a presença ou ausência dessas características nosgenótipos. O objetivo desta pesquisa foi desenvolver um procedi-mento para identificação de soja (Glycine max L. Merr.) genetica-

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 15

19. COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA E CONCENTRAÇÃO DENUTRIENTES EM TRÊS CULTIVARES DE BANANEIRAS EMUM LATOSSOLO AMARELO DA AMAZÔNIA CENTRAL

OLIVEIRA, A.N. de; OLIVEIRA, L.A. DE; FIGUEIREDO, A.F.de. Acta Amazonica, v. 33, n. 3, p. 345-352, 2003.

A adaptação das plantas à baixa fertilidade dos solos ama-zônicos é uma alternativa de baixo insumo que satisfaz à maioriados produtores regionais. Essa adaptação pode estar relacionadaàs micorrizas arbusculares, que podem aumentar a capacidade dasplantas em absorver os nutrientes do solo. O estudo foi conduzidonum plantio de bananeiras sobre um Latossolo Amarelo na Facul-dade de Ciências Agrárias (Fundação Universidade do Amazonas),objetivando verificar a colonização de fungos micorrízicos e teoresde nutrientes foliares das cultivares de bananeira Maçã, Pacovan ePrata, durante três meses de avaliações (Dezembro/98, Janeiro eFevereiro/99). Coletou-se amostras de raízes para avaliar as taxasde colonização micorrízica e amostras foliares para verificar os teo-res de macro e micronutrientes. As médias da colonização radicularpor fungos micorrízicos foram de 60,7% na cultivar Maçã, 55,2% naPacovan e 53,6% na Prata. Na amostragem feita em Dezembro de1998, a cultivar Maçã apresentou menor colonização micorrízica(48,3% das raízes) do que a Pacovan (73,6%) e a Prata (67,8%). Nomês de Janeiro de 1999 essa situação se inverteu: a Maçã apresen-tou a maior colonização micorrízica (75,3%) quando comparada coma da Pacovan (47,8%) e da Prata (40,3%). As cultivares não apresen-taram diferenças entre si quanto às concentrações de P e Fe, mashouve uma variação significativa entre elas quanto aos teores deCa, Mg, K, Zn, Cu e Mn. A colonização radicular por fungosmicorrízicos correlacionou-se positivamente com os teores de Ca,K e Zn na cultivar Maçã, e Cu na cultivar Prata. Estas correlaçõespositivas permitem inferir que a associação micorrízica foi impor-tante no estímulo às absorções de Ca, K e Zn pela cultivar Maçã eCu pela Prata nas bananeiras de cinco anos na fase de produçãocomercial.

20. RESISTÊNCIA INDUZIDA EM SORGO POR SILICATO DESÓDIO E INFESTAÇÃO INICIAL PELO PULGÃO-VERDESchizaphis graminum

MORAES, J.C.; COSTA, R.R. Revista Ecossitema, v. 27, n. 1, 2,p. 37-39, 2002.

O pulgão verde Schizaphis graminum (Rond., 1852) (Hemip-tera: Aphididae) é considerado praga-chave do sorgo, e como plan-tas tratadas com silício têm apresentado resistência a pulgões, estetrabalho teve como objetivo avaliar a indução de resistência a esteinseto-praga pela aplicação de silicato de sódio e infestação inicialcom pulgões em baixa densidade populacional. Aos 13 dias após asemeadura, aplicou-se no solo, ao redor da planta, 50 mL de solu-ção de silicato de sódio a 4%, e aos 23 dias infestou-se as plantascom cinco pulgões. O teste de livre escolha foi montado aos 43 dias,em placas de Petri, com quatro seções foliares de cada tratamento e20 pulgões, sendo a avaliação realizada às 72 horas, pela contagemde pulgões adultos. No teste de confinamento, realizado com coposplásticos, foram avaliados 10 pulgões por seção.

Os resultados demonstraram que a aplicação de silicato desódio e a infestação inicial das plantas não influenciaram na morta-lidade e duração do período pré-reprodutivo e reprodutivo do pul-gão-verde, porém seções foliares de plantas submetidas à infestaçãoinicial ou aplicação de silício apresentaram menor número de pul-gões no teste de livre escolha.

18. QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA DE UM SOLO CUL-TIVADO COM LEGUMINOSAS HERBÁCEAS PERENES

CANELLAS, L.P.; ESPINDOLA, J.A.A.E.; REZENDE, C.E.;CAMARGO, P.B. DE C.; ZANDONADI, D.B.; RUMJANEK,V.M.; GUERRA, J.G.M.; TEIXEIRA, M.G.; BRAZ-FILHO, R.Scientia Agricola, v. 61, n. 1, p. 53-61, 2004.

O uso de leguminosas herbáceas em sistemas agrícolas per-mite o aporte de quantidades expressivas de fitomassa, possibili-tando alterações no teor e na qualidade da matéria orgânica do soloao longo dos anos. Este trabalho avalia a qualidade da matériaorgânica de um Argissolo Vermelho Amarelo localizado em Seropé-dica, RJ, e cultivado com diferentes espécies de leguminosas her-báceas perenes: amendoim forrageiro cv. BR-14951 (Arachis pintoi),cudzu tropical (Pueraria phaseoloides) e siratro (Macroptiliumatropurpureum),num delineamento fatorial com três repetições,considerando a manutenção da parte aérea depois do corte na par-cela ou a retirada da parte aérea da área experimental. Foram tambémanalisadas amostras de uma área adjacente com vegetação espon-tânea (mata de capoeira) e capim colonião (Panicum maximum). Asamostras de solo foram coletadas em duas profundidades (0-5 e5-10 cm), realizando-se o fracionamento da matéria orgânica e a ava-liação das características estruturais dos ácidos húmicos.

As leguminosas avaliadas não alteraram o conteúdo de car-bono orgânico total, mas promoveram acúmulo de ácidos húmicos(AH) na camada superficial. Os AH podem ser utilizados como com-postos indicadores dos efeitos do manejo sobre a fração orgânicado solo, pois apesar do pouco tempo de implementação do experi-mento (28 meses) foi verificada incorporação significativa de car-bono e nitrogênio provenientes dos resíduos orgânicos das legu-minosas. O manejo dos resíduos vegetais não alterou aspectosquantitativos da distribuição de matéria orgânica humificada, masconferiu maior grau de condensação aos ácidos húmicos avaliadospela análise da composição elementar, espectroscopia de IV e defluorescência.

mente modificada com resistência ao herbicida glifosato. Dois estu-dos foram conduzidos baseados no teste de germinação. No pri-meiro estudo, sementes de soja foram pré-embebidas em papel toa-lha com solução do herbicida e após transferidas para papel toalhaumedecido para o teste de germinação. No segundo estudo, assementes foram colocadas diretamente nas soluções do herbicidaem copos plásticos e avaliada a germinação pelo método do papeltoalha. Oito genótipos de soja foram comparados: quatro RoundupReady, que contém o gen de resistência ao herbicida (G99-G725,Prichard RR, G99-G6682 e H7242 RR) e quatro cultivares parentaisnão transgênicas (Boggs, Haskell, Benning e Prichard). No primeiroestudo, as sementes foram embebidas por 16 horas a 25°C nas con-centrações do herbicida entre 0,0 e 1,5% do ingrediente ativo glifo-sato. No segundo, sementes foram submetidas a concentraçõesentre 0,0 e 0,48%, por uma hora, a 30°C. Os parâmetros de avaliaçãoforam: germinação, comprimento do hipocótilo, comprimento da raize comprimento total das plântulas.

Ambos os métodos são eficientes na identificação de genó-tipos de soja que são resistentes ao glifosato. É possível identificargenótipos de soja geneticamente modificada após três dias, pelaembebição das sementes em 0,12% da solução do herbicida e após6 dias se o substrato for pré-embebido em 0,6% da solução doherbicida. As características de resistência foram identificadas emtodas as cultivares, independente da qualidade fisiológica inicialdas sementes.

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

2RESEARCH PROBLEM

Potassium (K) deficiencies in cotton (Gossypium hirsutum L.)are frequently observed in fields during the mid- to later-parts ofthe growing season. Previous research has shown that the bollload was a major driving force influencing petiole nutrient levels(Oosterhuis and Bondada, 2001) and that petioles lower in thecanopy, closer to the developing boll load, may be more sensitiveto plant nutrient levels (Bednarz and Oosterhuis, 1996). Hence,analysis of the lower-position petioles should more clearly showthe development of a pending K deficiency such that timely remedialaction can be taken.

BACKGROUND INFORMATION

Symptoms of K deficiency frequently occur in cotton fieldswhen root growth is reduced after flowering and the rapidlydeveloping boll load serves as the dominant sink for available K(Oosterhuis, 1995). Previous research evaluated the petiole samplingprogram with particular respect to physiological factors influencingplant response to deficiencies (Bednarz and Oosterhuis, 1996; Zhaoand Oosterhuis, 1998). In the previous two years, conventional andmodified petiole sampling procedures were compared in field testsat ten Cotton Research Verification Program (CRVP) sites on farmsin Arkansas (Oosterhuis and Coker, 2001). The results showed thatthe lower petiole (i.e. eighth main-stem node) did indeed show adrop in K status before the conventionally sampled fourth nodefrom the terminal. However, it was still not possible to show thatthis was actually indicating a K deficiency or just a large drain onplant-K supply due to the developing boll load. Furthermore, be-cause almost half the cotton in the mid-South is dryland, it wasimportant to determine how water stress might affect K concentra-tion in petioles. The objective of thisstudy was to observe the effect ofsoil K level/fertilizer regime, plant wa-ter status, and developing boll-loadsize (reflected in lint yield) on petioleN and K status from two positionsin the canopy (fourth and eighthmain-stem node from the terminal).

RESEARCH DESCRIPTION

Cotton was grown in fieldplots at the Arkansas AgriculturalResearch Center in Fayetteville, AR,during summer 2002. Eight treatmentcombinations of well-watered ordryland conditions, high-soil K orlow-soil K, and with foliar-applied Kor without foliar-K were arranged ina split-split plot design with fivereplications. Each plot consisted offour 30-ft long rows, spaced 39 in.apart. The cotton cultivar Suregrow215 BR was planted into a modera-tely well-drained Captina silt loamon 23 May 2002. Preplant granularKCl fertilizer was hand broadcast to

high-soil K plots at recommended rates (i.e., 50 to 96 lb K2O/acre)

based on University of Arkansas fertilizer recommendations (Sabbe,1998). Other fertility inputs, and insect and weed control weremanaged according to Extension recommendations for cotton grownin Arkansas. Beginning two weeks after pinhead square, 10 to 15petioles from main-stem nodes 4 and 8 were sampled weekly fromthe plots without foliar-applied K. Upon collection, the petioleswere promptly dried at 60°C, ground to pass a 2 mm screen, andsubmitted to the Arkansas Soil Test Research Laboratory atMarianna, AR, for nutrient analysis. Final lint yield and componentsof yield were determined by hand harvesting a 1-m length from eachof the two center yield rows and counting the number of bolls. Ginturnout was calculated for each plot by ginning a 120 g subsampleof seedcotton.

RESULTS AND DISCUSSION

Rainfall amounts were below the long-term average in Julybut near average and unevenly dispersed during August, 2002.Day/night maximum temperatures were moderate throughout theboll development stage compared to previous growing seasons atFayetteville.

Petiole K

Potassium deficiency symptoms were apparent in mid- toupper-canopy leaves beginning at first flower under the high soil-Kand more consistently under the low soil-K levels. The concentrationof K was significantly greater (pd0.05) in node 4 compared to node8 petioles under the well-watered, high or low soil-K treatmentsfrom three weeks after pinhead square until three weeks after firstflower (Figure 1).

Figure 1. Petiole KNO3-N status at main-stem nodes 4 and 8 in cotton grown under well-watered or dryland

conditions and high or low soil-K levels. Fayetteville, AR, 2002.

21. FIELD TEST OF A NEW COTTON PETIOLE MONITORING TECHNIQUEOOSTERHUIS, D.M.; COKER, D.L.; PLUNKETT, D.E. In: Summaries of Arkansas Cotton Research 2002.

Fayetteville: Arkansas Agricultural Experiment Station, 2003. p. 121-128. (AAES Research Series 507)(http://www.uark.edu/depts/agripub/Publications/researchseries/507.pages111-225.pdf)

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 17

These observations were very similar to our earlier obser-vations at Clarkedale in 2001 and Rohwer, AR, in 1999 (data notshown).

Petiole-K concentration in node 4 and 8 petioles differedconsiderably less under dryland as compared to well-watered con-ditions throughout the sampling period. However, we did observea lower K concentration in node 8 ascompared to node 4 petioles at one(pd0.1) and four weeks (pd0.05) afterfirst flower under either level of soil K.

Again, these observations weresimilar to what we saw previously atClarkedale and Rohwer, AR. Accordingto existing Cooperative Extension re-commendations for Arkansas, petioleK concentrations were inadequate foroptimal production in all of our primarytreatments beginning at first flower.

A significant (pd0.05) water xmain-stem node interaction for petio-le-K concentration was observed be-ginning three weeks after pinheadsquare through each sampling dateuntil four weeks after first flower (Ta-ble 1). Water deficit appeared to mini-mize the difference in petiole-K con-centration between nodes 4 and 8beginning at three weeks past the pi-nhead square stage of growth. Again,these results appeared to be consis-tent with those from our previous stu-dies on double-petiole sampling. Underwater-stressed conditions four weeksafter first flower, petiole K concentra-tions in node 8 petioles were rapidlydeclining and lower (pd0.05) than innode 4 petioles.

Overall, the earliest and mostclear signal of a pending K deficiencywas shown by sampling node 8 (fromthe terminal) rather than node 4 petio-les, particularly under wellwateredconditions.

Petiole NO3-N

Overall, petiole NO3-N measu-

red in nodes 4 and 8 decreased rapidlybetween two weeks after pinheadsquare and first flower and thereafterdecreased more gradually or leveledoff with the progression of boll deve-lopment under well-watered or wa-terstressed conditions (data notshown). Beginning at three weeks afterpinhead square, petiole NO

3-N was

generally lower (pd0.05) in node 8versus node 4 petioles under eitherlevel of soil K, in well-watered con-ditions. According to Extension re-commendations (Snyder et al., 1995),node 8 petiole NO

3-N concentrations

were in the deficient range by first

flower at either level of soil K under well-watered conditions. Underwater-stressed conditions and both levels of soil K, node 4 petioleNO

3-N concentration was lower (pd0.05) compared to node 8 at

three weeks after pinhead square and first flower. At these earlystages, the NO

3-N concentrations shown in fourth-node petioles

rather than eighth-node petioles would have been considered near

Table 1. Effects of water stress (wat), soil K level (sK), and main-stem node position (MSN) on petiolenutrient concentrations in field-grown cotton, Fayetteville, AR, 2002.

Sampling stage Treatment/interaction NO3-N P K S

- - - - - - - - - - - - Statistical difference - - - - - - - - - - - - -

PS + 2 weeksz MSN NSy P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN NS NS NS NSsK × MSN NS NS P=0.05 P=0.05

wat NS NS NS NSsK NS NS P=0.05 P=0.05

wat × sK NS NS NS NS

PS + 3 weeks MSN NS P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN P=0.05 p=0.1 P=0.05 p=0.1sK × MSN NS NS NS NS

wat P=0.05 NS p=0.1 P=0.05sK NS NS P=0.05 NS

wat × sK NS p=0.1 p=0.1 NS

FFx MSN NS P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN P=0.05 P=0.05 P=0.05 P=0.05sK × MSN NS NS NS NS

wat P=0.05 P=0.05 P=0.05 P=0.05sK NS NS NS NS

wat × sK NS p=0.1 NS NS

FF + 1 week MSN p=0.1 P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN P=0.05 P=0.05 P=0.05 P=0.05sK × MSN NS NS NS NS

wat P=0.05 P=0.05 p=0.1 P=0.05sK NS NS NS P=0.05

wat × sK NS p=0.1 NS p=0.1

FF + 2 weeks MSN NS P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN P=0.05 P=0.05 P=0.05 NSsK × MSN NS NS NS NS

wat p=0.1 P=0.05 P=0.05 NSsK NS NS NS NS

wat × sK NS NS NS NS

FF + 3 weeks MSN P=0.05 P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN NS P=0.05 P=0.05 NSsK × MSN NS NS NS NS

wat NS P=0.05 P=0.05 p=0.1sK NS NS NS NS

wat × sK NS NS NS NS

FF + 4 weeks MSN P=0.05 P=0.05 P=0.05 P=0.05wat × MSN P=0.05 NS P=0.05 NSsK × MSN NS NS NS NS

wat p=0.1 NS NS NSsK NS NS P=0.05 NS

wat × sK NS NS P=0.05 NS

z PS = pinhead square stage.y NS = not statistically significant.x FF = first flower.

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

deficient by Extension recommendations. At three and four weeksafter first flower, NO

3-N concentration in the node-8 petiole was

lower (pd0.05) compared to node 4 petiole NO3-N under dryland

conditions and either level of soil K. We observed a water level xmainstem node interaction (pd0.05) for petiole NO

3-N at three weeks

after pinhead square through four weeks after first flower, exceptno interaction was observed at three weeks after first flower (Ta-ble 1). We observed the same pattern of interactions with thesame study the previous season. The repeated observation ofthis interaction seemed to confirm that a water deficit can magnifythe difference between node 4 and 8 petiole NO

3-N concentration

prior to first flower and the effect may last into the early bolldevelopment stage.

stressed conditions, collection of node 8 petioles for monitoringplant K status appears equally sufficient to collecting node 4 petiolesfor detection of a pending deficiency. However, node 4 petiolesmay be better than node 8 for detection of N deficiencies at earlyflowering but not necessarily throughout the peak boll developmentstage under water-stressed conditions. Therefore, cotton producersshould strongly consider the plant moisture status and apparentboll loads when monitoring nutrient levels in petioles during theflowering and boll development stages. Our studies have shownthat sampling node 8 as opposed to node 4 petioles may be themost effective way to monitor and ameliorate yield-limiting K and Ndeficiencies in the cotton plant.

ACKNOWLEDGMENTS

The authors thank Vaughn Skinner and supportstaff at the Arkansas Research and Extension Center atFayetteville, AR for their help with field preparation. Wealso thank Chris Grimes, Mississippi County; ShawnPayne, Phillips County; and Sunny Wilkerson, LincolnCounty, with the University of Arkansas CooperativeExtension Service for on-farm petiole sampling, and CottonIncorporated for financial assistance.

LITERATURE CITED

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COKER, D.L.; OOSTERHUIS, D.M. Potassium partitioningin the cotton plant as influenced by soil and foliar potas-sium fertilization under water deficit stress. In:OOSTERHUIS, D.M. (Ed.). Proc. 2000 Cotton Meetingand Summaries of Cotton Research in Progress. Uni-versity of Arkansas Agricultural Experiment StationSpecial Report 198, p.81-88, 2000.

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OOSTERHUIS, D.M.; BONDADA, B.R. Yield response of cotton tofoliar nitrogen as influenced by sink strength, petiole and soilnitrogen. Journal of Plant Nutrition , v. 24, p. 413-422, 2001.

OOSTERHUIS, D.M.; COKER, D.L. Field test of a new petiole moni-toring technique. Cotton Incorporated Summary Reports 2001.Cary, NC, 2001. p. 27.

SABBE, W. Cotton. In: CHAPMAN, S. (Ed.). Soil Test Recommen-dation Guide. University of Arkansas, Agricultural ExperimentStation, 1998. p. 40-41.

SNYDER, C.S.; BONNER, C.M.; BAKER, W.H.; CARROLL, D.Structured English logic for cotton nutrient monitoring recom-mendations. Little Rock, AR: University of Arkansas, CooperativeExtension Service, 1995.

ZHAO, D.; OOSTERHUIS, D.M. Cotton petiole and leaf nutrientresponses to decreased light intensity and sampling time. In:SABBE, W.E. (Ed.). Arkansas Soil Fertility Studies 1997.Fayetteville: University of Arkansas, Agricultural Experiment Sta-tion, 1998, p. 67-71. (Research Series, 459)

Figure 2. Effect of soil-applied K on yield under well-watered (WW) and water-stressed (WS) conditions. Fayetteville, Arkansas, 2002. Bars indicatestandard error values of the treatment means.

Petiole P and S

As found in our previous studies of double-petiole samplingat Clarkedale in 2001 and Rohwer in 2000 (data not shown), node4 versus node 8 petiole P and S concentrations were different inmuch the same way as petiole K regarding seasonal plant waterstatus and main-stem node position for petiole sampling.

Yield Versus Main-Stem Node K

Lint yield response to soil-applied K was significant (pd0.05)for irrigated cotton and tended to be positive, although not sta-tistically significant, under dryland conditions in 2002 (Figure 2).Under well-watered conditions, node 8 petiole K concentrationsgave the earliest indication of a large drain on plant K supply dueto the developing boll load and apparent K deficiency in low-Kplots.

PRACTICAL APPLICATION

Our results have shown that soil and plant water status caninteract with the availability of petiole NO

3-N and K at different

main-stem nodal positions (for petiole sampling). Under well-wateredconditions, collection of node 8 instead of node 4 petioles will likelyresult in a more accurate assessment of pending K deficienciesthroughout the flowering and boll development stages. Under water-

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 19

PAINEL AGRONÔMICO

MOSAIC COMPANY INICIA OPERAÇÕES MOSAIC COMPANY INICIA OPERAÇÕES MOSAIC COMPANY INICIA OPERAÇÕES MOSAIC COMPANY INICIA OPERAÇÕES MOSAIC COMPANY INICIA OPERAÇÕESNA BOLSA DE NOVA YORKNA BOLSA DE NOVA YORKNA BOLSA DE NOVA YORKNA BOLSA DE NOVA YORKNA BOLSA DE NOVA YORK

Começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de NovaYork as ações ordinárias da The Mosaic Company. A nova empresaune os negócios e os ativos das unidades pertencentes a CargillCrop Nutrition, controlada pela Cargill Incorporated (Cargill), comos da IMC Global Inc. A Mosaic nasce com a expectativa de obterreceita consolidada de mais de US$ 4,5 bilhões em seu primeiro anofiscal. Contando com cerca de 8 mil funcionários, a empresa mantématividades em 15 países e atende clientes em outros 50.

A Mosaic possui quatro unidades de produção nos EstadosUnidos (Flórida, Michigan, Louisiana e Novo México) e na provín-cia de Saskatchewan, no Canadá. A multinacional também possuiparticipações acionárias em importantes empresas produtoras defosfatados, em mercados de grande crescimento, como a China eBrasil. No Brasil, a Mosaic vai manter os mesmos produtos e servi-ços prestados pela Cargill, com o emprego de 1.350 funcionários.(Agrinova, n. 41, novembro de 2004)

CEVADA RENASCE NO CERRADO GOIANOCEVADA RENASCE NO CERRADO GOIANOCEVADA RENASCE NO CERRADO GOIANOCEVADA RENASCE NO CERRADO GOIANOCEVADA RENASCE NO CERRADO GOIANO

Com pesquisa e tecnologia, o cerrado brasileiro segue con-firmando a máxima de que em se plantando (quase) tudo dá. Emagosto, produtores da região leste de Goiás colheram mais umasafra de cevada, lavoura típica de inverno que até alguns anos atrássó era plantada no Sul do país. A cevada, principal matéria-prima dacerveja, sempre foi considerada a “prima pobre” do trigo. Mas osresultados conseguidos em Goiás pelos técnicos da Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão mudando o conceito.

A rentabilidade do produtor vem sendo garantida por umaindústria de malte de Taubaté (SP), a Malteria do Vale, que além decomprar toda a produção, também investe na pesquisa. E grandescervejarias já começam a se interessar pela produção do cerrado,que, apesar de pequena, apresenta vantagens sobre a cevada que éplantado no Sul. Goiás deve colher este ano 6,3 mil toneladas, pou-co se comparado as 334,8 mil toneladas da safra do Rio Grande doSul e do Paraná, responsáveis por mais de 90% da produção brasi-leira. Mas o potencial do cerrado é grande.

Enquanto a produtividade média das lavouras do Sul nasafra passada ficou em 2,7 t ha-1, em Goiás o produtor vai colhereste ano quase o dobro: 5 t ha-1. O pesquisador da Embrapa Cerra-dos, Renato Amabile, afirma que essa produtividade pode ser ain-da maior, acima de 7 t ha-1. O segredo, segundo ele, está na irriga-ção. Como o ciclo de chuvas do Centro-Oeste quase não apresen-ta variações, a irrigação garante a quantidade de água necessáriapara o desenvolvimento ideal do cereal na época da seca. No Sul,as chuvas de inverno e as geadas quase sempre prejudicam aqualidade da cevada.

Difícil é convencer o produtor a trocar outras lavourasirrigadas, como tomate ou milho doce, pela cevada. Em Goiás, ape-nas 14 produtores estão apostando na cevada. Mesmo assim, omercado é promissor. Por ano, o Brasil consome cerca de 1 milhãode toneladas de malte, que é a semente tratada e torrada, mas sóproduz 30% do que precisa. O resto precisa ser importado. “A ceva-da é uma commodity, a indústria [cervejeira] acredita e a Embrapa

tem toda a tecnologia para a produção no cerrado. É uma culturaviável”, afirmou Amabile. O custo de produção é de cerca de R$ 1,1mil por hectare.

A Malteria do Vale confirma que investir na cevada do Cen-tro-Oeste é um bom negócio. A empresa mantém um convênio coma Embrapa e aplica R$ 150 mil por ano no desenvolvimento daspesquisas, assistência técnica e fomento da produção. Além degarantir a compra da produção, a empresa fornece as sementes apreço de custo, que são pagas depois da colheita, em produto. “Oque a gente quer é que o pessoal plante”, disse o gerente-geral daMalteria do Vale, Cássio Ciulla. “A cevada do cerrado tem qualida-de semelhante à do Sul, mas a sanidade é melhor porque os danoscausados pela chuva não ocorrem no cerrado. É técnica e economi-camente viável, as lavouras são estáveis e a rentabilidade é ótima”,disse Ciulla. A empresa produz 70 mil toneladas de malte por ano efornece para todas as cervejarias do país. (Valor on line, 22/07/2004)

PAÍS PESQUISA GRÃOS PARA MEDICAMENTOSPAÍS PESQUISA GRÃOS PARA MEDICAMENTOSPAÍS PESQUISA GRÃOS PARA MEDICAMENTOSPAÍS PESQUISA GRÃOS PARA MEDICAMENTOSPAÍS PESQUISA GRÃOS PARA MEDICAMENTOS

A produção brasileira de organismos geneticamente modifi-cados com propriedades medicinais, a chamada terceira geraçãodos transgênicos, está mais perto do que parece de chegar ao mer-cado. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem pron-tas variedades de milho enriquecidas com insulina e com o hormôniode crescimento humano HGH, enquanto a Embrapa desenvolve trêsvariedades de soja para a indústria farmacêutica.

Elibio Rech, pesquisador da Embrapa, diz que a produção decomponentes medicinais em grãos pode custar até 50 vezes menosque a produção convencional, feita em laboratório. E pode se tornarum importante destino para os grãos produzidos no país. Ele dizque o Brasil produz três componentes medicinais em laboratório eimporta o resto. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, atésetembro o país importou US$ 1,2 bilhão em medicamentos, 15%mais que em igual período de 2003.

Há três anos, a Embrapa desenvolve variedades de sojavoltadas à indústria farmacêutica, e a expectativa é que elas che-guem ao mercado em até oito anos. Uma das pesquisas, em parceriacom a Unicamp, inseriu no DNA da soja o gene humano que induza produção do HGH. Outro trabalho, realizado com a Universidadede Brasília (UNB), incluiu o Fator 9 (que permite a coagulaçãosangüínea e que é usado como medicamento para hemofílicos) nogene da soja. Em outra pesquisa, também em parceria com a UNB,foi inserido no DNA da soja o anticorpo humano CD18, capaz dedetectar pequena quantidade de células cancerígenas no organis-mo. “Em geral, o componente é usado em exames de detecção docâncer de mama e, em alguns casos, no tratamento”, disse Rech.

Nos três casos, a Embrapa produziu sementes em estufas eavalia se as quantidades produzidas nas sementes são suficientespara garantir a produção dos componentes em escala industrial. Aidéia é que a produção dessas variedades seja em parceria comindústrias farmacêuticas.

A Unicamp concluiu em 2002 a criação de uma variedade demilho que produz insulina. O produto também está em fase depatenteamento, mas já tem uma empresa interessada, cujo nome émantido em sigilo. No Brasil, as pesquisas de transgênicos de ter-ceira geração estão restritas a entidades e universidades públicas.(Valor on line, 09/11/2004)

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

CENSO DO IBGE RELACIONACENSO DO IBGE RELACIONACENSO DO IBGE RELACIONACENSO DO IBGE RELACIONACENSO DO IBGE RELACIONASOJA E DESENVOLVIMENTOSOJA E DESENVOLVIMENTOSOJA E DESENVOLVIMENTOSOJA E DESENVOLVIMENTOSOJA E DESENVOLVIMENTO

As estatísticas consolidadas da produção agropecuária bra-sileira de 2003 por municípios, divulgadas pelo IBGE, mostram quedos 20 municípios que mais produziram soja no país no ano, 19tinham em 2000 (ano do último Censo populacional) Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) maior que a média nacional, apesarde a maioria deles apresentar taxas de crescimento populacionalbem maiores que a brasileira. Para os analistas do IBGE, esses nú-meros indicam que a cultura da soja gera desenvolvimento. A safrade grãos de 2003 foi a maior da história do Brasil (123,6 milhões detoneladas) e a soja respondeu por 42% do total.

O IDH é um indicador criado pelas Nações Unidas para me-dir o grau de bem-estar das populações, baseado nos níveis derenda, educação e expectativa de vida. A escala vai de zero a um, emordem crescente. Em 1991 (ano do Censo anterior), três dos mes-mos 20 municípios produtores de soja tinham IDH menor que o dopaís. Desses municípios, 11 tiveram aumento do índice de bem-estar de 1991 para 2000 maior que a média nacional e os demaisaumentaram em nível próximo à média. O município de Sorriso, noMato Grosso, maior produtor de soja do país, com 1,6 milhão detoneladas no ano passado, tinha também o melhor IDH entre osgrandes produtores, 0,824.

O IBGE mostra que das 51,9 milhões de toneladas produzidaspelo Brasil em 2003, o Estado do Mato Grosso respondeu por pratica-mente um quarto do total, com 12,97 milhões de toneladas. A regiãoCentro-Oeste respondeu por 45,3% da produção total (23,5 milhões)e a região Sul produziu 41% de toda a soja colhida no país naqueleano (21,3 milhões de toneladas). Fora do Sul e Centro-Oeste, os maio-res produtores são Minas Gerais, São Paulo e Bahia, nesta ordem.

O milho, que ocupa o segundo lugar na produção de grãosbrasileira – 39% do total no ano passado –, tem maior concentraçãona região Sul, que respondeu por metade da produção no ano pas-sado (24,1 milhões de 48,3 milhões de toneladas). O Estado do Paranáproduziu sozinho 14,4 milhões de toneladas, seguido pelo Rio Gran-de do Sul, com 5,4 milhões. Minas Gerais, na região Sudeste, é oterceiro maior produtor do país, com 5,3 milhões de toneladas.

Além de milho, o Paraná foi o maior produtor brasileiro defeijão, trigo, aveia, cevada, entre os grãos, e de rami, entre as cultu-ras em geral. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de 14 lavouras,incluindo arroz, fumo e erva-mate. Já a Bahia detém a liderança emoito lavouras, com uma curiosidade: é a maior produtora de guaraná,produto geralmente associado à região Norte do país. Em compen-sação, o dendê, normalmente associado à cultura baiana, tem noPará o seu maior produtor. (Valor on line, 26/11/2004)

INOVAÇÃO TECNOLÓGICAINOVAÇÃO TECNOLÓGICAINOVAÇÃO TECNOLÓGICAINOVAÇÃO TECNOLÓGICAINOVAÇÃO TECNOLÓGICAFAZ BEM AO BOLSO DO PRODUTORFAZ BEM AO BOLSO DO PRODUTORFAZ BEM AO BOLSO DO PRODUTORFAZ BEM AO BOLSO DO PRODUTORFAZ BEM AO BOLSO DO PRODUTOR

O velho ditado de que a prevenção é o melhor de todos osremédios norteou a Cotrijal – Cooperativa Tritícola Mista Alto JacuíLtda. Em 1996, com o surgimento do oídio, uma doença provocadapor um fungo que causa a queda das folhas e a seca das vagens nasplantações de soja, os cooperados colheram prejuízos: houve per-das de 25% na produção de algumas variedades. Além disso, apraga surgiu no início do cultivo, deixando a porta aberta para ou-tros males conhecidos por dfc’s – doenças de final de ciclo.

Na safra 2001/02 a cooperativa se deparou com um outro malainda maior e mais preocupante. Uma doença chamada ferrugem

asiática, provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, trouxe te-mor às lavouras. Muitas vezes detectada tardiamente pelos agricul-tores, ela é capaz de reduzir em até 80% o rendimento da lavoura.“Tínhamos que ter um monitoramento das nossas plantações”, dizo engenheiro agrônomo Gelson Melo de Lima, gerente da unidadede grãos da Cotrijal. A preocupação faz sentido. Afinal, o sucessono combate a essa doença começa justamente pela sua identifica-ção precoce, além da escolha do fungicida certo e a qualidade naaplicação.

“Fomos em busca de uma ação preventiva”, informa NeiCésar Mânica, presidente da Cotrijal. Para que essa precaução fos-se de fato eficiente, a cooperativa apostou na tecnologia. Começoucom a aquisição de umaestação meteorológicapara não só medir a tem-peratura, mas tambémconhecer as condiçõesde umidade e velocidadedo vento. Os dados ge-rados pelo equipamentosão enviados para umcomputador instalado a1,5 quilômetro de distân-cia onde um software cruza todas as informações que chegam aosprodutores e agrônomos por e-mail ou por meio de torpedos nocelular. Dessa forma, fica fácil saber se a região tem ou não condi-ções de ser atingida pela ferrugem e qual o melhor momento paracombatê-la.

Segundo Fernando Martins, coordenador técnico do Deagro– Departamento Agronômico da Cotrijal, as informações são trans-mitidas duas vezes ao dia para os cadastrados no sistema. Atéagora, 30 agrônomos e 50 produtores recebem os relatórios diários.No entanto, como algumas propriedades são próximas umas dasoutras, Martins acredita que mais de três mil cooperados são bene-ficiados com a tecnologia. “Os agricultores avisam uns aos outrossobre os perigos”, diz.

O Sistema de Alerta e Monitoramento de Doenças da Cotrijalfez bem ao bolso do produtor. De posse das informações sobre aspossibilidades de infecção da lavoura, ao invés de ter que fazer deduas a três aplicações de defensivos previstos na safra, o agricul-tor realiza apenas 1,2 aplicação por propriedade. Uma economiade seis milhões de reais em fungicidas. (http://revistagloborural.globo.com)

USOS ESPECIAIS DA SOJAUSOS ESPECIAIS DA SOJAUSOS ESPECIAIS DA SOJAUSOS ESPECIAIS DA SOJAUSOS ESPECIAIS DA SOJA

A utilização industrial da soja sob novas formas está sendoincentivada pela pesquisadora Mercedes Carrão-Panizzi, da EmbrapaSoja.

Segundo ela, um dos produtos que vêm sendo elaboradoscom intensidade nos Estados Unidos é a tinta para jornal e gráfica àbase de óleo de soja, já usada por quase 10% dos jornais americanos.É uma tinta mais clara (não tinge as mãos), biodegradável (impor-tante para a reciclagem do papel), que requer menos pigmentação(podendo, portanto, reduzir o custo), usando 100% do óleo de soja.

Também cita outros produtos à base de óleo de soja desen-volvidos nos Estados Unidos, como protetor solar, resina de colade compensados, plásticos de proteção de carros e lubrificantes.Destaca ainda que a soja é matéria-prima renovável, biodegradávele saudável, de grande importância para o futuro do planeta. (Anuá-rio Brasileiro da Soja 2004)

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 21

EEEEEVENVENVENVENVENTOS DA POTAFOS EM 2005TOS DA POTAFOS EM 2005TOS DA POTAFOS EM 2005TOS DA POTAFOS EM 2005TOS DA POTAFOS EM 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

27/02/05 (Domingo)14:00-18:00 Inscrição e entrega de materiais

28/02/05 (Segunda-feira)08:00-08:15 Cerimônia de abertura

PAINEL 1: A DEFESA VEGETAL

08:15-09:00 Membranas plasmáticas e papéis na resistência contradoenças de plantas – Ricardo Ferraz de Oliveira,ESALQ-USP, fone: (19) 3429-4136, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4781205Y2)

09:00-09:45 Mecanismos bioquímicos na resistência de plantas às doen-ças – Sérgio Florentino Pascholati, ESALQ-USP, fone:(19) 3429-4124, e-mail: [email protected](http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=E06847)

09:45-10:30 Modo de ação dos fungicidas contra as doenças de plantas– Fernando C. Juliatti, UFU, fone: (34) 3218-2225, ra-mal 202, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=K4787141T6)

10:30-11:00 Coffee break11:00-12:00 Discussão12:00-14:00 Almoço

PAINEL 2: NUTRIÇÃO MINERAL E DOENÇAS DE PLANTAS

14:00-15:30 Papéis do nitrogênio e do enxofre na incidência e na resis-tência às doenças de plantas – Don Huber, Purdue Uni-versity, fone: 001-765-494-4652, e-mail: [email protected](http://www.btny.purdue.edu/Faculty/Huber/)

15:30-16:00 Discussão16:00-16:30 Coffee break16:30-18:00 Papéis do fósforo, potássio, cálcio e magnésio na inci-

dência e na resistência às doenças de plantas – VolkerRömheld, Hohenheim University, fone: 49-711-459-2344,e-mail: [email protected] (http://www.uni-hohenheim.de/i3ve/00032900/02836041.htm)

18:00 18:30 Discussão

01/03/05 (Terça-feira)

08:00-09:30 Papéis dos micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn)na incidência e na resistência às doenças de plantas –Ismail Cakmak, Sabanci University, fone: +90 (0216)483-9524, e-mail: [email protected] (http://people.sabanciuniv.edu/~cakmak/CV-CAKMAK.doc)

09:30-10:00 Discussão

10:00-10:30 Coffee break

PAINEL 3: OUTROS FATORES ABIÓTICOS E AS DOENÇAS

10:30-11:15 Papéis do silício na incidência e na resistência às doençasde plantas – Gaspar Korndörfer , UFU, fone: (34) 3218-2225 ramal 215/216, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4721188P3) e Fabricio de Ávila, UFV, fone: (31) 3899-2620, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4709080E6)

11:15- 12:00 Implicações hormonais na incidência de doenças de plan-tas – Paulo Roberto de Camargo e Castro, ESALQ-USP, fone: (19) 3429-4268 ramal 214, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=E829522)

12:00-12:30 Discussão12:30-14:00 Almoço14:00-15:30 Implicações dos herbicidas nas interações microbianas

solo-cultura e o potencial de doenças de plantas – RobertKremer , University of Missouri, fone: 00xx 1-573-882-6408, e-mail: [email protected] (http://www.snr.missouri.edu/seas/kremer.html)

15:30-16:00 Discussão16:00-16:30 Coffee break

PAINEL 4: M ESA REDONDA: FERRUGEM DA SOJA – outrosfatores abióticos, além de solo e clima, envolvidoscom a doença?

16:30-18:00 Moderador: T. Yamada, POTAFOS, fone: (19) 3433-3254, e-mail: [email protected]: Todos os palestrantes do programa, maisos convidados:José Tadashi Yorinori, Embrapa Soja, fone: (43) 3371-6251,e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=P9144)Carlos Arrabal Arias , Embrapa Soja, fone: (43) 3371-6271,e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=K478266 9U2)Romeu Kiihl , TMS, (43) 223-1553, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4794562T6)Pedro Henrique Aragão, FUEL, fone: (43) 3371-4611/4266, e-mail: [email protected]; [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4787165Z6)

18:00-18:10 Encerramento

1. SIMPÓSIO SOBRE RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E1. SIMPÓSIO SOBRE RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E1. SIMPÓSIO SOBRE RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E1. SIMPÓSIO SOBRE RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E1. SIMPÓSIO SOBRE RELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL EINCIDÊNCIA DE DOENÇAS DE PLANTASINCIDÊNCIA DE DOENÇAS DE PLANTASINCIDÊNCIA DE DOENÇAS DE PLANTASINCIDÊNCIA DE DOENÇAS DE PLANTASINCIDÊNCIA DE DOENÇAS DE PLANTAS

Local: Hotel Antonio’s Palace, Piracicaba-SPData: 27/FEVEREIRO a 01/MARÇO/2005Taxa de inscrição:

R$ 150,00 Profissionais em geralR$ 100,00 Docentes e pesquisadoresR$ 50,00 Estudantes (30 vagas)

Inscrição: POTAFOSTelefone: (19) 3433-3254, ouE-mail: [email protected] ou Website: www.potafos.org

Objetivos:

1. Entender:• Os mecanismos naturais de resistência das plantas contra doenças assim

como os mecanismos de proteção das plantas através dos fungicidas.• Os efeitos dos nutrientes essenciais (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe,

Mn, Mo, Ni, Zn) e do Si na defesa da planta contra doenças.• Os efeitos dos herbicidas e dos reguladores de crescimento na patolo-

gia vegetal.

2. Mesa redonda para discutir a ferrugem da soja.

PROGRAMAPROGRAMAPROGRAMAPROGRAMAPROGRAMA

22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

OUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

2. WORKSHOP SIMPAS2. WORKSHOP SIMPAS2. WORKSHOP SIMPAS2. WORKSHOP SIMPAS2. WORKSHOP SIMPASSistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável(POTAFOS junto com ANDA, ANDEF, ABAG e outras associações do agronegócio)

Informações:

POTAFOSTelefone: (19) 3433-3254

ANDEF: Marçal ZuppiTelefone: (11) 3081-5033Celular: (11) 9992-0823

Local: Chapadão do Sul-MSData: 04-06/ABRIL/2005

Local: Primavera do Leste-MTData: 02-04/MAIO/2005

Local: Sete Lagoas-MGData: 19-21/SETEMBRO/2005

1. 13o ENCONTRO TÉCNICO DE MILHO E SOJA6a EXPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA AGRÍCOLA –MA SHOU TAO

Local: Fazenda Boa Fé, Conquista-MGData: 16 a 18/FEVEREIRO/2005Informações: Telefax: (34) 3336-4544

E-mail: [email protected]: www.sementesboafe.com.br

2. FEICANA 2005 - FEIRA DE NEGÓCIOS DA AGROINDÚSTRIASUCROALCOOLEIRA

Local: Araçatuba-SPData: 08 a 10/MARÇO/2005Informações: Telefone: (18) 3624-9655

Website: www.feicana.com.br

3. AGRISHOW CERRADO 2005

Local: Rondonópolis-MTData: 19 a 23/ABRIL/2005Informações: Telefone: (66) 423-2041

Telefax: (11) 5591-6306E-mail: [email protected]: www.agrishow.com.br

4. 3º CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DEPLANTAS

Local: Hotel Serrano, Gramado-RSData: 09 a 12/MAIO/2005Informações: Telefone: (54) 311-3444

E-mail: [email protected]: www.cnpt.embrapa.br/eventos/cbmp2005

6. AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2005

Local: Ribeirão Preto-SPData: 16 a 21/MAIO/2005Informações: Telefone: (11) 5582-6421

E-mail: [email protected]: www.agrishow.com.br

7. 27ª SEMANA DA CITRICULTURA - 31ª EXPOCITROS36º DIA DO CITRICULTOR

Local: Cordeirópolis-SPData: 06 a 10/JUNHO/2005Informações: Telefone: (19) 3546-1399

E-mail: [email protected]: www.centrodecitricultura.br

8. IFA-IFDC NITROGEN FERTILIZER PRODUCTIONTECHNOLOGY WORKSHOP

Local: Maastricht, HolandaData: 13 a 17/JUNHO/2005Informações: International Fertilizer Industry Association (IFA)

Telefone: +33 1 5393-0500Telefax: + 33 1 5393-0545E-mail: [email protected]: www.fertilizer.org

9. IFA INTERNATIONAL WORKSHOP ON ENHANCEDEFFICIENCY FERTILIZERS

Local: Frankfurt, AlemanhaData: 28 a 30/JUNHO/2005Informações: Idem item 8

10. IFA-IFDC PHOSPHATE FERTILIZER PRODUCTIONTECHNOLOGY WORKSHOP

Local: Brussels, BélgicaData: 26 a 30/SETEMBRO/2005Informações: Idem item 8

11. IFA REGIONAL CONFERENCE FOR ASIA AND THE PACIFIC

Local: Bali, IndonésiaData: 06 a 08/DEZEMBRO/2005Informações: Idem item 8

5. 9º SICONBIOL - Simpósio sobre Controle Biológico

Local: Recife-PEData: 15 a 10/MAIO/2005Informações: Telefone: (81) 3465-8594

E-mail: [email protected]: nicc.cpqam.fiocruz.br/siconbiol2005

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004 23

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

BOLETINS TÉCNICOS

"Nutrição e adubação do feijoeiro"; C.A. Rosolem (91 páginas)"Nutrição e adubação do arroz"; M.P. Barbosa Filho (120 páginas, 14 fotos)"Potássio: necessidade e uso na agricultura moderna" (45 páginas, 34 fotos)

LIVROS"A estatística moderna na pesquisa agropecuária"; F. Pimentel Gomes (162 páginas)“Desordens nutricionais no cerrado”; E. Malavolta; H.J. Kliemann (136 páginas)"Ecofisiologia na produção agrícola"; P.R.C. Castro e outros (ed.) (249 páginas)"Nutrição mineral, calagem, gessagem e adubação dos citros"; E. Malavolta (153 páginas, 16 fotos)"Nutrição e adubação da cana-de-açúcar"; D.L. Anderson & J.E. Bowen (40 páginas, 43 fotos)"Fertilizantes fluidos"; G.C. Vitti & A.E. Boaretto (ed.) (343 páginas, 12 fotos)"Cultura do cafeeiro"; A.B. Rena e outros (ed.) (447 páginas, 49 fotos) (LIQUIDAÇÃO DE ESTOQUE)"Avaliação do estado nutricional das plantas - 2ª edição"; Malavolta e outros (319 páginas)"Manual internacional de fertilidade do solo - 2ª edição, revisada e ampliada" (177 páginas)“Cultura do algodoeiro”; E. Cia; E.C. Freire; W.J. dos Santos (ed.) (286 páginas, 44 fotos)"A cultura da soja nos cerrados"; Neylson Arantes & Plínio Souza (eds.) (535 páginas, 35 fotos)"Nutrição e adubação de hortaliças"; Manoel E. Ferreira e outros (ed.) (487 páginas)"Micronutrientes na agricultura"; M.E. Ferreira & M.C.P Cruz (ed.) (734 páginas, 21 fotos)"Cultura do feijoeiro comum no Brasil"; R.S. Araujo e outros (coord.) (786 páginas, 52 fotos)“Fósforo na agricultura brasileira”; Yamada, T. & Abdalla, S.R.S. e (ed.) (726 p.)

CD-ROM“Monitoramento Nutricional para a Recomendação da Adubação de Culturas” (Anais/DRIS e Pass)Anais do Simpósio sobre Fisiologia, Nutrição, Adubação e Manejo para Produção Sustentável de Citros (Anais/DRIS para citros)Anais do I Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do II Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do III Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do IV Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (3 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do Workshop “Relação entre Nutrição de Plantas e Incidência de Doenças” (4 CD’s: vídeos, palestras eslides)

JORNAL INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS (edição trimestral: Março, Junho, Setembro e Dezembro)

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ARQUIVOS DO AGRÔNOMO

Nº 1 - A pedologia simplificada (2ª edição - revisada e modificada) (16 páginas e 27 fotos)Nº 2 - Seja o doutor do seu milho - 2 a edição, revisada e modificada (16 páginas e 27 fotos)Nº 3 - Seja o doutor do seu cafezal (12 páginas, 48 fotos)Nº 4 - Seja o doutor de seus citros (16 páginas, 48 fotos)Nº 6 - Seja o doutor da sua cana-de-açúcar (16 páginas, 48 fotos)Nº 8 - Seja o doutor do seu algodoeiro (24 páginas, 77 fotos)Nº 9 - Seja o doutor do seu arroz (20 páginas, 41 fotos)Nº 11 - Como a planta de soja se desenvolve (21 páginas, 38 fotos)Nº 12 - Seja o doutor do seu eucalipto (32 páginas, 71 fotos)No 15 - Como a planta de milho se desenvolve (20 páginas, 52 fotos)

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24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 108 – DEZEMBRO/2004

Ponto de Vista

Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do FosfatoRua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - BrasilT. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia

E-mail: [email protected] Website: www.potafos.org

• Agrium Inc.• Mosaic• Intrepid Mining,

LLC/Moab Potash• PotashCorp

• Arab Potash Company• Belaruskali• Dead Sea Works• ICL Group• International Potash Company

• K+S Kali GmbH• Tessenderlo Chemie

NV/SA• Silvinit• Uralkali

• Simplot• Yara International

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UMA LUZ PARA A AGRICULTURA DO HEMISFÉRIO SULUMA LUZ PARA A AGRICULTURA DO HEMISFÉRIO SULUMA LUZ PARA A AGRICULTURA DO HEMISFÉRIO SULUMA LUZ PARA A AGRICULTURA DO HEMISFÉRIO SULUMA LUZ PARA A AGRICULTURA DO HEMISFÉRIO SUL

Tsuioshi Yamada

A “Gazeta Mercantil” de 03.02.05 traz um artigo muitooportuno intitulado “Uma nova visão da agricul-tura”, de autoria de Abdoulaye Wade, presidente

do Senegal. Nele, o autor faz uma análise dos principais desafios aserem enfrentados pela agricultura do Hemisfério Sul: aumento da(baixa) produtividade, acelerada perda de participação de seus mer-cados e o declínio contínuo no preço de suas mercadorias básicas.Para debatê-los, convida chefes de Estado, políticos, cientistas,representantes da sociedade civil e setor privado para discutir assaídas a estes desafios no Fórum Agrícola Internacional, dias 4 e 5de Fevereiro, em Dakar. Menciona ainda no seu artigo que “a mis-são dos agricultores do Sul é complexa em face dos constrangimen-tos impostos pelo acesso ao mercado, aos subsídios obtidos pelospaíses do Norte, à assimetria do mercado, à distribuição desigual deconhecimento e tecnologias e exigências de uma demanda domés-tica de crescimento exponencial, fatores que devem ser considera-dos pelos países do Norte, num cenário de parceria para que aprodução do Sul compita nos mercados globais, numa atmosferamais serena e equânime”.

Mesmo cético, é preciso torcer a favor do sucesso da iniciati-va, que sem o glamour de Davos ou o apelo populista de PortoAlegre, pode tornar-se um importante fórum para a discussão dosproblemas agrícolas do Hemisfério Sul, principalmente a questão deacesso ao mercado, que depende de decisões intergovernamentais.

Em recente visita ao Japão, entendi na prática o que signi-fica acesso ao mercado. Meia dúzia de tangerinas vendidas porUS$ 5,00! Que poderiam ser mais baratas com a abertura do merca-do. Mas então os produtores locais iriam à falência...

Sabendo que nossos citricultores recebem ao redor deUS$ 3,00 por caixa (40,8 kg) de laranja, fiquei a pensar se nãohaveria um meio termo adequado entre estes dois extremos, deproteção total ao abandono total do produtor rural. No primeirocaso, é penalizado o consumidor, que deixa de ter acesso a umacesta de alimentos mais barata. No outro extremo, é o produtorrural, que fica, então, à mercê da força bruta do mercado.

É na busca deste compromisso de equilíbrio que fórunscomo este de Dakar podem dar a esperança para a sustentabilidadeeconômica da agricultura dos países do Hemisfério Sul.