info 45-gpss- relatório lérias- submarinos portugueses

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O texto do Relatório (Info 45/GPSS) é o seguinte:: «1- ANTECEDENTES a. Os dois participantes (DCN-I e GSC), seleccionados pelo Estado em 1999 para a negociação final, apresentaram as suas "Best and Final Offer' (BAFO) em Novembro de 2000. b. Através da RCM 67/2003, o Estado solicitou a ambos os participantes que apresentassem ajustamentos às respectivas BAFO de Novembro de 2000, por forma a acomodar a aquisição de apenas dois submarinos (mais um opcional) em vez dos três inicialmente previstos. O Estado determinou também que tal alteração apenas poderia ter incidência no Preço de Aquisição e nas Contrapartidas Oferecidas, mantendo assim as características operacionais e técnicas dos submarinos propostos nas BAFO. c. Através da RCM 16312003, o Estado adjudicou ao GSC a aquisição de dois submarinos na versão técnica com AIP e de 60% do fornecimento complementar (logístico), num total de 645,6 M€, tendo por base a BAFO do referido consórcio, com as alterações introduzidas através dos Ajustamentos de Junho de 2003. d. O enquadramento legal vigente admite que o fornecimento complementar (logístico) possa ser acertado após a adjudicação [Anexo I - B.1.a).

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relatório de avaliação da degradação das especificações do submarino vendido ao Estado português pelo GSC

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Page 1: INFO 45-GPSS- Relatório Lérias- submarinos portugueses

O texto do Relatório (Info 45/GPSS) é o seguinte::

«1- ANTECEDENTES

a. Os dois participantes (DCN-I e GSC), seleccionados pelo Estado em 1999 para a negociação final, apresentaram as suas "Best and Final Offer' (BAFO) em Novembro de 2000.

b. Através da RCM 67/2003, o Estado solicitou a ambos os participantes que apresentassem ajustamentos às respectivas BAFO de Novembro de 2000, por forma a acomodar a aquisição de apenas dois submarinos (mais um opcional) em vez dos três inicialmente previstos. O Estado determinou também que tal alteração apenas poderia ter incidência no Preço de Aquisição e nas Contrapartidas Oferecidas, mantendo assim as características operacionais e técnicas dos submarinos propostos nas BAFO.

c. Através da RCM 16312003, o Estado adjudicou ao GSC a aquisição de dois submarinos na versão técnica com AIP e de 60% do fornecimento complementar (logístico), num total de 645,6 M€, tendo por base a BAFO do referido consórcio, com

as alterações introduzidas através dos Ajustamentos de Junho de 2003.

d. O enquadramento legal vigente admite que o fornecimento complementar (logístico) possa ser acertado após a adjudicação [Anexo I - B.1.a).(iii) da RCM 67/2003}, mas determina inequivocamente que "dos acordos celebrados na sequéncia das negociações não pode resultar que a proposta final, globalmente, seja menos favorável para o Estado do que a inicialmente apresentada" (Art. 26° do PRAS).

2 -LINHAS DE ORIENTAÇÃO APÓS A ADJUDICAÇÃO

a. Após a adjudicação no principio de Novembro [RCM 183/2003], iniciaram-se contactos entre responsàveis do MDN e o GSC com o objectivo de preparar a documentação contratual.

b. Em paralelo, o MDN, através do CALM Caravana e em coordenação com o ALM CEMA, deu orientação no sentido de se reduzirem algumas capacidades dos submarinos tendo em

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vista reduzir o seu preço de aquisição, isto numa base equilibrada de custo/benefício.

c. Ainda em paralelo. o MDN, através do CALM Caravana e em coordenação com o ALM CEMA, deu também orientação no sentido de se reduzir o âmbito do fornecimento complementar (logístico) tendo em vista, mais uma vez, reduzir o preço total do programa.

3 -ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS APÓS A ADJUDICAÇÃO

a. Na sequência de 2.a., o GPSS iniciou o aprontamento da documentação técnica contratual, tendo convocado o GSC para reuniões de trabalho que decorreram de 24 a 28 de Novembro de 2003.

b. Na sequência de 2.b., o GPSS recuperou anteriores "iniciativas de redução de capacidades", já validadas pelo GSC em termos da exequibilidade e do valor da correspondente redução no preço dos submarinos. De acordo com elementos e informação fornecidos pelo GSC antes da adjudicação, o conjunto de iniciativas consideradas aceitáveis pelo GPSS correspondiam a um total de cerca de 22 M€.

c. Na sequência de 2.c., o CALM Caravana, assistido pelo GPSS, tem tentado encontrar conjuntamente com os outros responsáveis do MDN, um âmbito de fornecimento complementar (logístico) comparável com os alegados cconstrangimentos financeiros, cuja real dimensão se desconhece. Na medida do possível e do tecnicamente aceitável, o GPSS tem procurado pôr à disposição do CALM Caravana soluções de fornecimento complementar (logístico) razoáveis que permitam reduzir, de forma eficiente, o preço total da aquisição. Para esse efeito e após avaliação muito rigorosa e detalhada do conteúdo dos elementos do fornecimento complementar (logístico), foi decidido considerar as seguintes possibilidades de redução;

(1) Elemento 11.3- "Configuration Management"- 1,717 M€

(2) Elemento 11.4- "Spare parts opümization"- 0,247 M€

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(3) Elemento 11.9- "Codlficatlon services"-0,654 M€

(4) Elemento 11.11 -"System and equipment documentation - 1.255 ME

(5) Elemento 11.22- "Submarine Control i Simulator"- 12,774 M€

(6) Elemento 11.23- submarine Command Team Trainer (SCTT)- 28,145 M€

(7) Elemento 11.23- "EMCS Simulator"- 2,654 ME

(8) Elemento 11.31 - "Follow-on support"- 0,6 M€

(9) Elemento 11.33- "Special training documentation" 2.74 M€

Total 50,786 M€

Paralelamente, o GPSS tomou também a iniciativa de reajustar os serviços de tre1no previstos na BAFO para as guarnições dos três submarinos à nova reaildade de aquisição de apenas dois submarinos. Esta iniciativa não teve impacte nos elementos

11.16, 11.18 e 11.19, visto dizerem respeito a treino de pessoal de terra para efeitos de manutenção de 2° e 3° escalões. Quanto aos restantes elementos de fornecimento associados aos serviços de treino, propuseram-se alterações (...)

O GPSS identificou ainda uma possibilidade de redução relativa ao elemento do fornecimento complementar(...)

4- ACTUAL SITUAÇÃO DO PROCESSO RELATIVAMENTE À REFERÊNCIA

a. A situação de referência é a que resultou dos Ajustamentos introduzidos à BAFO em Junho de 2003, isto é, submarinos operacionalmente e tecnicamente caracterizados conforme consta nas Especificações Técnicas e Logísticas da BAFO, prazos de entrega e condições de garantia e assistência técnica conforme consta na BAFO e, por fim, preço de aquisição e contrapartidas oferecidas conforme consta nos Ajustamentos de Junho de 2003 à BAFO.

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b. Durante as reuniões de trabalho, aludidas em 3.a., o GSC tomou a iniciativa de tentar impor um conjunto substancial de alterações às Especificações Técnicas e Logísticas da BAFO, alegando tratar-se apenas de pequenas correcções ortográficas ou aspectos técnicos sem importância. Passados três meses, os problemas levantados por esta iniciativa unilateral (e indevida) do GSC não estão ainda resolvidos por completo, tendo entretanto consumido mais de 75% do esforço dos oficiais do GPSS durante esse período. Tem-se notado, inclusivamente, uma pressão desproporcionada do MDN no sentido de acomodar estas alterações avançadas pelo GSC sem a

correspondente contrapartida negocial. Cerca de 95% dessas alterações acabaram por ser aceites como forma de boa vontade para se concluir o aprontamento da documentação técnica contratual. Verifica-se ter havido nesta questão um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC.

c. No que respeita às iniciativas de redução identificadas em 3.b., o valor esperado de 22 M€ está presentemente reduzido a cerca de 18 M€, o que se deve ao facto do GSC, após a adjudicação, se ter desvinculado de alguma da informação entregue anteriormente ao MDN e ao CALM Caravana. Verifica-se ter havido nesta questão um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC.

d. No que respeita às iniciativas de redução do âmbito do fornecimento complementar identificadas em 3.c.(10), (11) e (12), o GSC pretende apresentar um preço agregado superior em cerca de 2,3 M€ ao que seria esperado em função das reduções de dias de curso e de cursos pretendidas. Na verdade, os montantes relativos à instrução e treino em terra apresentados pelo GSC nos Ajustamentos à BAFO correspondem a um preço médio de 7.000 € por dia de curso {1.400 contos) para uma média de 8 instruendos,isto é, quase 1.000 € (200 contos) por dia e por pessoa. O GSC preparase para aumentar este referencial para cerca de 8.900 € por dia de curso. Verifica-se, assim, haver, nesta, questão, pretensão para um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC.

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e. No que respeita às iniciativas de redução do âmbito do fornecimento complementar identificadas em 3.c.(5) e (7), que se pretendia substituir pela alternativa identificada em 3.c.(13) (simulador integrado da plataforma), o GSC apresentou uma solução que combina o simulador SCS com o simulador EMCS, numa plataforma comum (mas aberta), com movimento em apenas um eixo, com um nível de integração sofrível e com as consolas dos instrutores fora da plataforma, pelo preço de 14,454 M€, isto ê, por apenas menos 1M€ que o somatório dos preços dos dois simuladores independentes que este pretende substituir. Dado ocorrer uma degradação da plataforma nesta alternativa, o beneficio de 1 M€ é irrelevante. Por outro lado, é opinião de especialistas na matéria, que os preços apresentados pelo GSC para os vários simuladores, Incluindo esta última alternativa, compreendem margens sobre os custos superiores a 100%, isto é, eles estimam que o preço justo ronde os 6 a 8 milhões de Euros. Esta opinião é também suportada pelo facto dos simuladores propostos, sejam os iniciais ou seja esta última alternativa, terem entretanto (após

2000) entrado em desenvolvimento para outros projectos idênticos (U-209 para a RAS e U-214 para a Grécia), permitindo a partilha de custos não recorrentes, o que se julga nem sequer ter sido equacionado na altura da BAFO. Esta opinião é ainda suportada pelo conhecimento que se tem do preço de simuladores adquiridos pela Marinha em procedimentos concursais em que o factor concorrência predomina. Verifica-se ter havido nesta questão um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC

f. No que respeita ao elemento do fornecimento complementar identificadas em 3.c.(14). trata-se de disponibilizar o "source code" do sistema de combate ISUS 90-50 e o software que permita fazer a sua manutenção e upgrade". Nos Ajustamentos à BAFO. o GSC (através da Atlas Electronik) manteve uma contrapartida com a empresa de defesa nacional Edisoft na qual se dispunha a encomendar-lhe o desenvolvimento de software para o sistema de combate dos submarinos e a dotá-la do saber-fazer

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que lhe permitisse posteriormente manter e melhorar todo o software desse sistema Nesta contrapartida, a disponibilização do referido "source code" seria creditada pelo valor de 28,5 M€. O GSC/Atlas pretende suprimir esta contrapartida substituindo-a por outra, oferecida pela Zeiss, em que o destinatário é a Marinha, correspondente a um crédito de 10 M€. O conteúdo desta última está, na verdade, compreendido no âmbito do fornecimento do elemento 11.20- "Technology Transfer"; a sua admissão no programa das contrapartidas pelo crédito acima referido, confronta com a possibilidade de redução do preço do elemento 11.20 de 3,336 M€ para 1,386 M€. Apesar deste abatimento ser vantajoso em termos do contrato de aquisição dos submarinos,pesando o impacte nas contrapartidas, com a supressão da Edisoft como beneficiário e a inclusão de um novo crédito, relativo à Zeiss no montante de 1O M€, verifica-se haver nesta questão um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC.

g. No passado dia 20 de Fevereiro. o GSC procedeu à entrega informal ao CALM Caravana de uma nova versão, não solicitada, do Anexo 3 à BAFO (Liquidated Damages"- Penalidades), onde introduziu mais de uma dezena de novos elementos

relativos ao desempenho dos sistemas de sensores descritos nos capítulos 5 e 6 das Especificações Técnicas da BAFO (Anexo 1 - PBS 5 e 6). Embora por um lado as penalidades possam ter uma função dissuasora do não cumprimento contratual, por outro lado também funcionam como elemento de quantificação do risco desse mesmo não cumprimento. No presente caso, da análise prévia dos novos elementos apresentados pelo GSC, veriftca-se que as amplas classes de penalização, as elevadas margem de "graça" e os reduzidos montantes das penalidades traduzem essencialmente uma postura de cobertura do risco técnico a custos insignificantes e desprezíveis para o GSC. Este consórcio aproveitou também esta iniciativa para , no que respeita a penalidades por atraso nas entregas, apresentar soluções radicalmente menos onerosas (e

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menos dissuasoras) que as indicadas na Minuta de Contrato. assunto que terá de ser analisado na esfera de acção dos responsáveis pela elaboração dessa Minuta. Nesta nova e inesperada questão, verifica-se ter havido também um afastamento das condições da BAFO em favor do GSC.

h. Por último, resta evidenciar que, da conjugação das reduções ao ãmbito do fornecimento indicadas em 3. com as que eventualmente poderão vir a ocorrer na sequência de 4.b. a 4.f., poderá resultar um objecto de fornecimento cujo mérito operacional, técnico e logístico, detenninado à luz da metodologia de avaliação aprovada, é inferior não só ao do objecto de fornecimento da BAFO,mas também, pior do que isso, inferior ao mérito do objecto de fornecimento da DCN-I.

5- CONSIDERAÇ0ES RELATIVAS A MATÉRIAS NÃO RESOLVIDAS

a. Fruto de negociações a que o GPSS é alheio, o MDN tenciona obter um abatimento no preço total da aquisição da ordem dos 1O M€ pelo facto de prescindir do empréstimo de dois submarinos alemães usados U-206A. O montante do abatimento, a acertar

na esfera de influência do CALM Caravana e do MON, não poderá ser conseguido à custa do esvaziamento das reduções de preço atribuldas às iniciativas referidas em 3.b. e 4.c., sob pena de se subverter a verdade da negociação, o que é considerado inaceitável.

b. Os restantes 5% das alterações às Especificações Técnicas e Logísticas da BAFO referidas em 4.b distribuem-se por duas categorias: i) inaceitáveis, por se constituírem como degradações

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muito significativas à BAFO, ii) aceitáveis, mas sujeitos a compensação negocial, por se constituírem como degradações menos significativas à BAFO. Um tratamento dos referidos 5% remanescentes diferente do acima preconizado é considerado inaceitável.

c. A redução dos preços dos elementos do fornecimento complementar 11.14, 11.15 e 11.17 terá de ser obrigatoriamente feita numa base proporcional relativamente ao número de dias de curso a ministrar às guarnições. No actual estado de ajustamento do programa de instrução e treino (Anexo 5 à BAFO corrigido a 17 de Fevereiro), preços destes elementos superiores aos valores reduzidos referidos em 3.c.(10), (11) e (12) são considerados

inaceitiveis. Considera-se também que os preços unitários apresentados pelo GSC, que poderão

oscilar entre os 7.000 e os 9.000 € por cada dia de curso, são absurdamente elevados e atentatõrios à mais elementar inteligência argumentativa, não sendo aceitável a sua manutenção sem uma demonstração clara, circunstanciada e plausivel da sua adeguabilidade.

d. Embora haja a forte convicção de que a aquisição do simulador integrado da plataforma, referido em 4.e., não é economicamente eficiente, entende-se dever ser de ponderar a sua inclusão no âmbito do fornecimento complementar, caso a análise técnica em curso, a cargo do CTEN Francisco, conclua pela sua adequabilidade aos fins em vista. Nesse pressuposto e porque a postura do GSC tem demonstrado um interesse desmesurado na concretização do fornecimento dos simuladores. ao que certamente não são alheias as elevadas margens de lucro incorporadas, considera-se que a sua integração no âmbito do fornecimento terá de ser precedida de uma

redução significativa do preço (+ - 30%) ou de outra contrapartida negocial equivalente. Caso isto não venha a verificar-se, considera-se inaceitável a inclusão deste simulador no âmbito do fornecimento. Na verdade, parte deste simulador (o

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EMCS/LBTS) está duplamente induído no fornecimento previsto na BAFO pelo montante de 1,1 M€ (Anexo 16 à BAFO) e de 2,654 M€ (Enclosure ao Anexo 4 da BAFO); embora se reconheça a irregularidade desta situação, considera-se possível fazer a aquisição do simulador EMCS/LBTS por apenas 1,1 M€.

e. A eventual supressão da contrapartida relativa à STN Atlas/Edísoft e a inclusão da contrapartida relativa à Zeiss/ Marinha, identificadas em 4.f., são consideradas inaceitáveis a menos que se concretize a referida compensação no contrato de aquisição, consubstanciada na redução do preço do elementos do fornecimento complementar 11.20 ( Technology Transfer") para 1,386 M€.

f. A introdução de penalidades relativas aos capitules 5 e 6 das Especificações Técnicas da BAFO (Anexo 1 - PBS 5 e 6), conforme referido em 4.g., veio inesperadamente introduzir mais um elemento de perturbação no processo de aprontamento da documentação contratual. A este propósito, recorda-se que o acerto do ãmbíto e do valor das penalidades já consolidadas na BAFO (área da plataforma) demorou mais de dois meses, com inúmeras e longas reuniões, o que é aparentemente incompatível com as presentes exigências de finalização do processo. Da análise preliminar já efectuada, considera-se que a Introdução de penalidades relativas aos capítulos 5 e 6, nos termos propostos, é inaceitável, embora se admita ser possível atingir um patamar de entendimento aceitável por negociação directa

g. A questão dos sobressalentes de terra (11.7 - "Depot Spares") e dos sobressalentes rotáveis e de longo periodo de entrega (11.27 - "Rotatable Pool ltems") af1gura-se presentemente de difícil resolução, visto o GSC, ou não apresentar os preços unitários das peças sujeitas a maior consumo (ex: elementos de filtro) ou apresentar preços unitários muito superiores ao esperado (ex:

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hexagon screw- 8,95€; 0-ring- 343.2€) Esta postura é claramente contrária (e, por isso, inadmissivel) ao acordo assinado pela Comissão do PRAS e por um alto responsável do GSC (Sr. Freitag) em 2000, onde ficou decidido que o GSC apresentaria as listas completas, e respectivos preços unitários, dos sobressalentes e ferramentas de terra e de bordo para serem incluídas no contrato de aquisição dos submarinos.

6- CONCLUSÕES

a. Tendo por referência a BAFO de Novembro de 2000 com os Ajustamentos introduzidos em Julho de 2003,conclui-se que o GSC, após resolvida a adjudicação, Iniciou um ataque severo a grande parte das posições já consolidadas, no sentido de conseguir recuperar terreno perdido, postura essa que não é suportada pelo Enquadramento legal do PRAS , no qual está previsto (art. 28°) que ''dos acordos celebrados na sequência das negociações não pode resultar que a proposta final, globalmente, seja menos favorável para o Estado do que a inicialmente apresentada'.

b. Pelo facto de estar na directa dependência do Director da DGAEO/MON, o CALM Caravana tem-se visto na obrigação de veicular para o GPSS orientações superiores de gestão e de cariz administrativo, que incidem basicamente em três vertentes:

(1) redução do preço global do fornecimento por redução do respectivo objecto,

(2) incorporação na documentação contratual (não compensada) das alterações técnicas apresentadas pelo GSC após a adjudicação;

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(3) finalização da preparação da documentação contratual no mais curto espaço de tempo.

c. A orientação do CALM Caravana e a consequente acção do GPSS, pela celeridade e urgência reveladas, não tinham permitido, até ao momento, e numa base racional e objectiva, avaliar a bondade e a eficiência de algumas das alternativas latentes, potenciando o elevado risco de se decidir mal, e por isso em favor do GSC, apenas com o receio de se deixar passar a oportunidade de decisão. Não compete ao GPSS velar pela satisfatória resolução deste tipo de preocupação, mas sim garantir. com o melhor da sua energia, esforço e saber, que a aquisição se fará de acordo com os requisitos estabelecidos (no PRAS) e de forma economicamente eficiente

d. A resolução das matérias pendentes, indicadas em 5.a. a 5.f., de forma diferente da ai especificada, corresponde a uma postura de aquisição considerada economicamente ineficiente, com prejuízo para o Estado e beneficio (não devido) para o GSC A acontecer, terá como consequência a contratação de um objecto de fornecimento em piores condições que as existentes na altura da adjudicação (Novembro de 2003), o que contraria o enquadramento legal vigente.

e. O não cumprimento por parte do GSC de compromissos escritos, assumidos e assinados pelos seus mais altos responsáveis, como é o que respeita às listas contratuais de sobressalentes e de ferramentas (incluindo os respectivos preços

unitários) e às condições e duração de apoio logístico posterior.revelam, sem qualquer razão aparente, uma postura de inadmisslvel sobranceria que o GPSS supunha não ser possível, nem provável, face à experiência acumulada com este participante em

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anteriores fases do processo.

7-RECOMENDAÇÕES

a. Sujeitar a preparação final do contrato de aquisição, com inicio previsto para 26 de Fevereiro de 2003, a uma estratégia negocial que permita. no mínimo, repor as condições de fornecimento propostas pelo GSC na BAFO e respectivos Ajustamentos