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Influências cristãs e enriquecimento da oração a Deus
“Teu coração se inflou de orgulho devido à tua beleza, a tua sabedoria foi corrompida por causa do teu esplendor.”
Ex 28,27
Arte, do latim artis, significa serviço, função e trabalho
A arte era função enobrecida de realizar os atos
cotidianos
Beleza, do sânscrito BET EL ZA, significa “o lugar em
que Deus brilha” ou “o lugar em que Deus se manifesta”
Características fundamentais do ser: unidade, bondade,
beleza e verdade
Memória documenta um tempo
Culturaexpressa a síntese de um
povo
Mistériovai além do pessoal e
coletivo
Gratuidadegesto de despojamento e
celebração
“Entre as mais nobres atividades do espírito humano contam-se com todo o direito as belas-artes, principalmente a arte religiosa e a sua melhor expressão, a arte sacra.”
Concílio Vaticano II (n.º 122)
Arte Sacra
(Arte de
Culto)
Arte
Religiosa
(Arte de
Devoção)
A arte sacra, discreta e em
estreita ligação com a liturgia,
faz um todo com o espaço
sagrado. FAZ PARTE DA
CELEBRAÇÃO, APRESENTANDO
UMA VERDADE DE FÉ.
A arte religiosa pode decorar uma
sala, um quarto... e até uma capela.
É MAIS UMA SUBJETIVIDADE
REGIONAL E DE ÉPOCA.
Imagem de culto Imagem de devoção
Transcendente Imanente
Impõe-se o Sagrado Quem fala é o homem
Despreocupação com o autor
Nota-se a experiência do autor
Tem autoridade em si mesma
Tem a força do autor e sua vida
Apresenta o MISTÉRIO – a Palavra em forma e cores
Querem criar meios para “hipnotizar”, para sugerir
o religioso
Revelação coletiva Revelação particular
Cristo PantocratorArte românica, abside da Igreja de São Clemente de Tahul, Espanha, séc. XII
Gian Lorenzo BeniniO êxtase de Santa Teresa.Capela Cornaro, Roma, Itália, séc. XVII
William Holman HuntA luz do mundoOxford, séc. XIX
Anunciação
Vitral de Taizé, França, 1975
“O que nós vemos motiva mais os nossos afetos do que aquilo que ouvimos.”
São BoaventuraDoutor da Igreja - Séc. XIII
Preocupação na organização do
espaço sagrado desde os Patriarcas
A construção da Arca da Aliança
A construção do Templo de
Jerusalém
O Pentateuco proíbe as imagens
em Ex 20,4ss e Dt 4,8ss?
E quanto a Nm 21,8 e Ex 25,18?
Desconfiança com
relação ao
paganismo
Poucos recursos
das
comunidades
Falta de artistas
comprometidos
com a fé cristã
Paz de
Constantino
Iconoclasmo: luta dos imperadores
bizantinos contra o culto das imagens
Vantagens econômico-financeiras aos
monges (protetores das relíquias e imagens)
“As santas imagens devem ser expostas e veneradas
nas igrejas e em outros locais”
• Adoração (λατρεία) – culto prestado
unicamente à natureza divina
• Veneração (δουλία) – culto inferior de
homenagem e memória exemplar
Diferença
fundamental:
Principal defensor: São João Damasceno
“Assim como, pelas palavras contidas neste livro
(Evangelho), alcançamos todos a salvação, assim
também, pelo efeito das cores da imagem, homens
cultos e ignorantes tiram proveito do que veem, porque
o que nos é dito e transmitido pela linguagem da palavra
nos é dito e transmitido pela imagem em cores.”
Principal defensor: São Teodoro Estudita, combate a tese
de que a imagem separa as naturezas de Cristo
Resposta aos gritos da Reforma
Sem novidades teológicas
•A divindade como tal nunca pode
ser representada
•Combate à superstição
•Combate ao mercantilismo
Normas
disciplinares
que combatem
os exageros
dos católicos
Primeiro Concílio a mencionar a arte sacra
“Tanto se destinam a Deus (as obras de arte), a seu louvor e à
exaltação de sua glória, quanto não é outra sua função, senão
contribuir poderosamente na sincera conversão dos corações
humanos a Deus”
Incentivo à criação de Escolas de Arte Sacra
Os clérigos devem ser formados na matéria para aconselhar os artistas e
preservar o patrimônio cultural da fé cristã
“É a tua face, Senhor, que eu busco.”
Salmo 27,8
O povo do AT
era povo da
Palavra – Dt 6,4
O Mistério da
Encarnação é o distintivo
cristão:
• Jesus é verdadeiramente Deus
• Jesus é verdadeiramente
homem
•Mesmo assim, Jesus é um só
Visto que o Verbo se fez
carne assumindo uma
verdadeira humanidade, o
corpo de Cristo era
delimitado. Em razão disto, o
corpo humano de Jesus Cristo
pode ser representado.
Invocação mais recorrente no Missal Romano
Baseado em:◦ Ap 4,1-11
◦ Jo 14,9
◦ 1Jo 1,1-3
◦ Cl 1,15
Arte das catacumbas
Características:
Adro (recepção dos
peregrinos e Batistério)
Grande nave central
cercada por colunas
Naves laterais
Transepto (cruzamento
das naves, principal
local)
Abside (arredondada)
Basílica de São Paulo Fora dos MurosReconstrução do séc. XVIII da Basílicaconstruída por Constantino
Arte Bizantina: afirma o dogma cristão frente a heresias
Arte românica: transcreve para as paredes a Palavra que se celebrava
Arte gótica: pós cisma do Oriente, a luz do Sol passa pelos vitrais e ilumina os fiéis
Arte renascentista: o belo pelo belo
Arte barroca: expressão religiosa do Renascimento, dá vazão ao subjetivismo sensorial e pietista
Arte barroca: expressão religiosa do Renascimento, dá vazão ao subjetivismo sensorial e pietista
“A arte iconográfica não foi inventada pelos
artistas, mas é instituição e tradição da Igreja
Universal. Somente o lado artístico da obra
pertence ao artista, mas a sua instituição pertence
e depende dos Santos Padres. É uma das
manifestações da tradição sagrada da Igreja, no
mesmo nível da tradição escrita e da tradição oral.”
Concílio de Niceia II
Imagens sacras
Original do Oriente Bizantino
Diz-se “escrever o ícone”
O ícone é a Palavra de Deus escrita
como imagem
Pintura Ícone
Cruz gregaFormada por quatro braços de igual
tamanho, é característica da arquitetura bizantina.
Cruz de São PedroCruz latina de ponta cabeça. Segunda
a tradição, São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
Cruz de Santo Antão ou Egípcia ou em TauTau é uma letra do alfabeto grego e,
pelo seu formato de Cruz, foi associada desde a Patrística ao Cristianismo
Cruz de Santo AndréDiagonal, em forma de X. Segundo a tradição, o Apóstolo André teria sido martirizado em uma cruz como esta.
Cruz de São DamiãoObra de um artista italiano do séc. XII no
Mosteiro de São Damião. Foi contemplado por São Francisco e Santa Clara
AnkhCruz ansata; para os egípcios
simbolizava a vida, ou a vida eterna, ou ainda a vida após a morte
Catacumba de São Calisto (séc. II)
Evangeliário de Godescalco
(séc. VII)
Cristo Morto Amparado por Maria e JoãoGiovanni Bellini (séc. XV)
A incredulidade de ToméMichelangelo Caravaggio (séc. XVI)
PietáVincent Van Gogh (séc. XIX)
Nossa Senhora com o Menino e o Profeta Balaão
Catacumba em Roma, séc. III
Ícone cretenseSéculo XVI
Murilloséculo XVII
PASTRO, Cláudio. A Arte no Cristianismo: fundamentos,
linguagem, espaço. São Paulo : Paulus, 2010.
SCOMPARIM, Almir Flávio. A Iconografia na Igreja
Católica. São Paulo : Paulus, 2008.