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INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE JUVENIS DE TAMBAQUI Colossoma macropomum. PEDRO PIERRO MENDONÇA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ FEVEREIRO – 2007

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INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE

JUVENIS DE TAMBAQUI Colossoma macropomum.

PEDRO PIERRO MENDONÇA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

DARCY RIBEIRO – UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

FEVEREIRO – 2007

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INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE JUVENIS DE TAMBAQUI Colossoma macropomum.

PEDRO PIERRO MENDONÇA

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”.

Orientador: Prof. Manuel Vazquez Vidal Junior

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ FEVEREIRO – 2007

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INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE JUVENIS DE TAMBAQUI Colossoma macropomum.

PEDRO PIERRO MENDONÇA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Aprovada em 27 de fevereiro de 2007 Comissão Examinadora:

Prof. Rony Antonio Ferreira (D. Sc., Zootecnia) – UENF

Prof. Dalcio Ricardo de Andrade (D. Sc., Ciências Morfológicas) – UENF Co-Orientador

Eduardo Shimoda (D.Sc., Produção Animal) – UENF

Prof. Manuel Vazquez Vidal Junior (D.Sc., Zootecnia) – UENF Orientador

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A Deus, fonte de luz e inspiração

A minha mãe Gianine Maria de Souza Pierro e aos meus pais

Sergio Mauro Pitta de Mendonça e Rubens Emerick Gripp, pelo amor,

intensa dedicação, incondicional apoio em minhas decisões e exemplo

de vida que são.

DEDICO

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iii

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), ao Centro de Ciências

e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) e ao Laboratório de Zootecnia e Nutrição

Animal (LZNA), pelo oferecimento deste curso.

À FAPERJ/UENF pela concessão de bolsa de estudo.

Ao orientador e amigo Prof. Dr. MANUEL VAZQUEZ VIDAL JUNIOR pela confiança

e pelos conhecimentos compartilhados durante o Mestrado.

Aos professores RONY ANTONIO FERREIRA e DALCIO RICARDO DE

ANDRADE pelas sugestões de grande valia.

Ao projeto Piabanha, cujo responsável, GUILHERME de SOUZA, cedeu os

alevinos de tambaqui Colossoma macropomum, para realização do experimento.

Ao meu querido irmão mais velho GUILHERME PIERRO MENDONÇA pelo

exemplo de dedicação e perseverança.

A minha irmã caçula MARIA PIERRO GRIPP (Loira) pela tranqüilidade e pela

alegria.

Aos meus avos, NILSE DE SOUZA PIERRO, CLÉA PITTA MENDONÇA E

LOURDES EMERICK GRIPP, PIERRO GIACOMINO DANTE, CARLOS JOSÉ DE

MENDONÇA E RUBENS WERNER GRIPP, pelos momentos de alegria

proporcionados e pelos ensinamentos passados por eles.

Aos amigos Frederico H. Guimarães (cruguer), Douglas (mai eu), Luciano,

Robinson (ronbnson), Mariana Lina, Bruna (Bubucão), Monique Virães (minha

namorada), Gabriel Tardin (tande), Thiago Vasconcelos (Tigrão), Marcos Arraez

(marquinho), Alberto Chambela (Beto Chambela), Leonardo Dobbss (melhor que nós

temos), Bruno Deminicis (Motoca), Vitor Correia (Noratu), Fabrício Perreira Rezende

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iv

e Willian Cristiane Teles Tonnini, presentes partes da trajetória feita durante meus

vinte e seis anos, os quais demonstraram companheirismo e compreensão tanto nas

horas alegres quanto nas horas difíceis.

Aos amigos André (Bob esponja) e Adolfo Antoniol (Jatobá) pelo apoio no

início da caminhada.

Aos amigos de Laboratório: Cláudio Lombardi, Fabio Nunes e pela

harmoniosa convivência no trabalho.

Aos Funcionários do Núcleo experimental de Zootecnia pelo trabalho na fase

de campo.

Àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste

trabalho.À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e ao Centro de

Ciências e Tecnologias Agropecuárias, pela oportunidade de realização do curso e

pela concessão da Bolsa.

OBRIGADO

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v

BIOGRAFIA

PEDRO PIERRO MENDONCA, filho de Sergio Mauro Pitta de Mendonça e

Gianine Maria de Souza Pierro, nasceu em 25 de marco de 1980, na cidade do Rio

de Janeiro, estado do Rio de Janeiro.

Concluiu o 2o grau no “CEN, Centro Educacional de Niterói”, Niterói - RJ, em

dezembro de 1998.

Ingressou em 26 abril de 1999 no curso de graduação em Zootecnia da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica-RJ, graduando-se em

novembro de 2004. Durante o curso foi estagiário em vários setores da Fazenda do

Instituto de Zootecnia e trabalhou no Projeto Ilha Viva Sertão Vivo, da Secretaria de

Educação de Angra dos Reis, participando da parte responsável pela solidificação

da produção animal destas regiões, Ilha grande e Sertão do Pereque. Sendo a

principal atividade de produção dos pescadores a maricultura, atividade na qual

adquiriu conhecimento e experiência profissional.

Em março de 2005, iniciou o curso de Pós-Graduação “stricto sensu” em

Produção Animal – Nutrição e Produção Animal, Mestrado, na UNIVERSIDADE

ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE, em Campos dos Goytacazes-RJ,

submetendo-se à defesa de dissertação em 27 de fevereiro de 2007.

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vi

CONTEÚDO

RESUMO................................................................................................................. viii

ABSTRACT ................................................................................................................ x

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 3

2.1. A espécie Colossoma macropomum.............................................................. 3

2.2. Fatores físico-quimicos .................................................................................. 4

2.3. Fotoperíodo.................................................................................................... 5

2.4. Fotoperíodo e reprodução.............................................................................. 6

2.5. Fotoperíodo e alimentação............................................................................. 7

2.6. Fotoperíodo e crescimento............................................................................. 8

2.7. Composição bromatológica da carcaça ......................................................... 8

2.8. Fatores que afetam a composição bromatológica da carcaça ....................... 9

2.9. Composição bromatológica da carcaça relacionada à nutrição ................... 10

3. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 11

4. TRABALHOS ....................................................................................................... 17

4.1. INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO EMERAL NO DESENVOLVIMENTO INÍCIAL

DE JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818)................. 18

4.1.1. RESUMO................................................................................................... 18

4.1.2. ABSTRACT ............................................................................................... 18

4.1.3. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 19

4.1.4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 21

4.1.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 24

4.1.6. CONCLUSÕES ......................................................................................... 30

4.1.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................... 30

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4.2. INFLUÊNCIADA DO FOTOPERÍODO EMERAL SOBRE CARCTERISTICAS

BROMATOLÓGICAS DA CARCAÇA DE JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma

macropomum). ......................................................................................................... 34

4.2.1. RESUMO................................................................................................... 34

4.2.1. ABSTRACT ............................................................................................... 35

4.1.3. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 35

4.2.4. MATERIAL E METODOS.......................................................................... 38

4.2.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 41

4.2.7. CONCLUSÕES ......................................................................................... 48

4.2.8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................... 48

5. CONCLUSÕES GERAIS...................................................................................... 52

6. APÊNDICE ........................................................................................................... 53

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RESUMO

MENDONÇA, Pedro Pierro, M.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; fevereiro de 2007. Influencia do fotoperíodo sobre a composição bromatológica da carcaça e o desenvolvimento de tambaqui Colossoma macropomum, Cuvier, 1818. Professor Orientador: Manuel Vazquez Vidal Junior. Professores Conselheiros: Prof. Rony Antonio Ferreira e Prof. Dalcio Ricardo de Andrade.

O trabalho foi realizado na Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF e

teve como objetivo avaliar a influencia do fotoperíodo sobre parâmetros

bromatologicos da carcaça e sobre o crescimento na fase inicial de desenvolvimento

do tambaqui, Colossoma macropomum. Foram utilizados 190 juvenis de tambaqui,

com idade aproximada de 60 dias. Durante o período experimental os peixes

permaneceram em aquários de 56 litros, em sistema de recirculação fechada e

continua, com filtros dry-wet e caixas de retorno dotadas de termostatos acoplados a

aquecedores, para manutenção da temperatura da água em 29°C. Os tratamentos

foram compostos por quatro fotoperíodos emerais, T1 = 6h, T2 = 12h, T3 = 18h e T4 =

24h; com quatro repetições, sendo considerada a unidade experimental o aquário com

10 peixes. Os fotoperíodos foram controlados através de “timers” digitais. Sendo a

alimentação feita durante as horas de luz, as 8 horas e as 13 horas. Os parâmetros de

qualidade d’ água foram mensurados logo após cada refeição. As biometrias foram

realizadas ao inicio e a cada dezesseis dias até o final do período experimental. Foram

mensurados: comprimento corporal total, comprimento corporal padrão, altura, peso,

consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, taxas de crescimento

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especifico, taxas de crescimentos diários, taxas de ganho de crescimento, taxa de

eficiência protéica, eficiência de retenção de proteína bruta e níveis de glicose

sangüínea. Um lote de 30 peixes, com características biométricas similares aos

animais experimentais, foi abatido ao início do experimento, para avaliação da carcaça.

Pelo mesmo motivo foram abatidos cinco peixes de cada unidade experimental aos 32

e aos 64 dias de experimento. Para análise bromatológica a carcaça foi eviscerada e

descamada. Foram analisadas as variáveis: matéria seca, proteína bruta, extrato

etéreo, matéria mineral e extrato não nitrogenado, na matéria seca e na matéria

natural. A análise estatística das variáveis foi realizada com auxílio do aplicativo

SAEG, versão 9.1-2007, para realização de análise de variância, regressões e

correlações de Pearson. Não foi observado efeito dos fotoperíodos (p<0,05) nas

variáveis de desempenho e na análise bromatológicas das carcaças, devido ao

elevado coeficiente de variação. Os maiores valores absolutos das variáveis foram

obtidos nos tratamentos de maior fotoperíodo emeral. Os níveis de glicose

demonstraram correlação inversa com os fotoperíodos, obtendo maiores valores de

glicemia para os menores fotoperíodos. Com relação as variáveis bromatológicas

analisadas nas carcaças dos tambaquis, proteína bruta, extrato etéreo, matéria

mineral, extrato não nitrogenado e matéria seca, essas não demonstrarão diferenças

nos valores para os diferentes tratamentos. Mostrando que não a influencia do

fotoperíodo sobre a composição bromatológica da carcaça dos juvenis de tambaqui,

Colossoma macropomum.

Palavras-chave: Bioclimatologia, Etologia, Peixes brasileiros,

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ABSTRACT MENDONÇA, Pedro Pierro, M. S., North Fluminense State University Darcy Ribeiro; February 2007. The Influence of the Emeral Photo Period in the Features Bromatological Carcass of the Tambaqui Juveniles and the development of Tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818). Professor Relater: Manuel Vazquez Vidal Junior. Profs Advisers: Prof. Rony Antonio Ferreira and Prof. Dalcio Ricardo de Andrade.

The experiment were realized at the North Fluminense State University – UENF, and

pretends evaluate the emeral photo period in the features bromatology carcass of the

Tambaqui juveniles and the development of Tambaqui, Colossoma macropomum.

Were used 190 juvenis Tambaqui, about 60 days old. During the experimental period

the fishes were in the aquariums containing 56 liters, in a flow close and continuous

water system, with dry-wet filters and return box provided of thermostat binned to

stove, to maintain the water temperature in 29°C. The treatments consisted in four

emerais photo period: T1= 6 hours, T2 = 12 hours, T3 = 18 hours and T4 = 24 hours,

with four repetitions, being considered the experimental unit the aquarium with 10

fishes. The photo periods were controlled with digital timers and the feed were done

during the photo period, at the 8 and at 13 o’clock. The water quality parameters

were measured just after each one meal. The biometrics measures were done at the

beginning of the experiment, and only 16 days until the and of the experiment. Were

evaluated: total body length, standard body length, height, weight, ration

consumption, weight gained, feed conversion, specific grow rate, daily grow rate,

protein efficiency rate, total efficiency protein and glucose blood level. Sample of 30

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fishes, with similar biometric characteristic of the sample, were peaked at the

beginning of the experiment to evaluate the carcass. To the same reason were

peakides five fishes from each one experimental unit in the 32 and 64 day of the

experiment. With the objective to bromatology analysis the carcass were evisceret

and skinless. Were evaluate the gross protein, ethereal extract, minerals and extract

not nitrogen, into the natural and dryness material. The statistic analyses were

realized with the help of the application program SAEG, version 9.1. It analysed the

variance, regressions and correlations of Pearson. Were not observed effects in the

photoperiods (p<0,05) in the performances variables and in the analysis bromatology

in the carcass, due to higher variance coefficient. The biggest absolute values of the

points evaluated were obtained on the treatments realized in the largest emeral

photo period. The glucose levels demonstrate an inverse correlation with the photo

period, showing bigger values from glucose to smaller photo periods. As regards

bromatology variables analysed in the tambaquis carcass, gross protein, ethereal

extract, minerals and extract not nitrogen, into the natural and dryness material, its

not show differences between the treatments. It shows that not exist influence from

the photo period in the bromatology composition of carcass of the juveniles

Tambaqui, Colossoma macropomum.

Key words: Bioclimatology, Ethology, Brazilian’s fishes.

energy.

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1. INTRODUÇÃO

O aumento da demanda mundial por proteína de origem animal e de boa

qualidade vem contribuindo para impulsionar a aqüicultura brasileira. A criação da

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, ligada diretamente ao poder público

federal vem demonstrar a importância que o cultivo de organismos aquáticos exerce

na economia do país tendo não só a função de geração de divisas e alimento de boa

qualidade como também ecológica, na medida em que atenua a elevada pressão

existente sobre os recursos pesqueiros naturais.

O Brasil possui alto potencial para aqüicultura devido às suas condições

ambientais favoráveis à elevada diversidade de espécies nativas com potencial para

corte e para ornamentação e à vasta disponibilidade de recursos hídricos. Em alguns

estados existem áreas alagadas nas quais a atividade da aqüicultura está

consolidada e contribui de forma positiva de fonte de renda para a população.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA, 2004), a aqüicultura em 1997 possuía uma produção

em torno de 30.000t e passou a uma produção em 2003 equivalente a 220.000t por

ano, demonstrando com isso a crescente tendência em que se encontra a

aqüicultura brasileira.

Inserida nas atividades da aqüicultura, a piscicultura vem se concretizando

cada vez mais como atividade relevante. De acordo com a FAO1 (2003), a

1 FAO - )RRG�DQG�$JULFXOWXUH�2UJDQL]DWLRQ�RI�WKH�8QLWHG�1DWLRV

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piscicultura é responsável por 77% da produção da aqüicultura e contribui com 65%

do total da receita gerada pela aqüicultura no Brasil.

A piscicultura brasileira ainda está alicerçada em espécies exóticas como a

carpa (Cyprinus carpio), a tilápia (Oreochromis niloticus) e a truta (Onchorhynchus

nykiss). Entretanto, diversas espécies nativas possuem grande potencial zootécnico

de cultivo. A criação de espécies nativas minimiza o impacto ambiental da atividade

no que se refere à pesca extrativista e à fuga de espécies exóticas para os rios e

outros ambientes aquáticos nos quais podem desequilibrar o ecossistema.

Segundo o IBAMA (2004), no ano de 2003 o tambaqui foi a terceira espécie de

peixe mais cultivada no Brasil com produção de 20.833,5t. Este valor só é inferior ao

da produção de carpa (64.857,5t) e de tilápia (50.400,0t). Estas três espécies

representaram 79,5% de toda produção piscícola brasileira, oriunda de cultivo.

O cultivo intensivo de qualquer espécie piscícola requer uso de alimentação

balanceada. No caso do tambaqui, podem ser utilizados alimentos de origem

vegetal, pois este peixe apresenta grande atividade da enzima amilase que auxilia

na digestão destes alimentos.

Segundo SILVA et al. (2003), frutos e sementes são fontes de nutrientes e

energia para o tambaqui e podem ser utilizados como ingredientes alternativos em

dietas práticas, em substituição a itens tradicionais de rações, como forma de

redução dos custos de produção desta espécie em cativeiro.

A influência do ambiente sobre os animais é notória no tocante ao seu

desenvolvimento e à reprodução. Na piscicultura, o fotoperíodo é um elemento que

deve ser considerado, devido à influência direta ou indireta no ambiente aquático

(alterando pH da água, oxigênio disponível, produção de zooplâncton e etc) e assim

no metabolismo dos peixes.

O conhecimento sobre a extensão da influência do fotoperíodo sobre a

produção de espécies nativas poderá contribuir com desenvolvimento da piscicultura

brasileira.

Pretende-se, com este estudo avaliar a influencia do fotoperíodo emeral no

desenvolvimento e na composição bromatológica da carcaça de juvenis de

tambaqui, Colossoma macropomum, além de estimar o estresse gerado pelo

fotoperíodo emeral, através dos níveis de glicose sanguínea dos juvenis tambaquis.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A espécie Colossoma macropomum

Classe: Actinopeterygii

Ordem: Characiformes

Família: Characidae

Subfamília: Myleinae

Espécie: Colossoma macropomum, Cuvier, 1818

Além do tambaqui (Colossoma macropomum), a subfamília Myleinae inclui

também o pacu (Piractus mesopotamicus) e a pirapitinga (Colossoma bidens). Estas

são espécies nativas que apresentaram grande potencial para a criação comercial

(CASTAGNOLLI, 1992).

No Brasil, os estudos sobre este gênero são recentes iniciados na década de

70, com reprodutores provenientes da Estação de Piscicultura de Iquitos, no Peru,

que foram levados para o Centro de Piscicultura Rodolfo Von Ihering, em

Pentecoste, no Estado do Ceará. Os primeiros estudos realizados em cativeiro

mostraram que o gênero Colossoma apresentava grande potencial para o cultivo

segundo SILVA et al. (1975), citado por ARAÚJO (1989).

O tambaqui é o segundo maior peixe de escamas de águas interiores do

Brasil. A espécie é nativa da bacia da Amazônica onde já foram capturados

exemplares de até 30 Kg. Em cativeiro nas regiões quente e alimentado com rações

balanceadas, este peixe pode atingir 20 Kg em 7 anos (MENEZES, 2005).

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O tambaqui é um dos peixes mais consumidos próximo à sua região de origem

devido ao sabor e brancura de sua carne de consistência firme e por apresentar

poucos espinhos intramusculares (PROENÇA e BITTENCOURT, 1994). Também

apresenta grande potencial de cultivo devido as seguintes características: boa

adaptação ao cativeiro, boa aceitação no mercado, alta prolificidade, hábito

alimentar onívoro, bom crescimento em cativeiro, boa conversão alimentar,

rusticidade etc (MENEZES, 2005).

O tambaqui é criado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do

Brasil, sendo a região Norte responsável por 30% da produção desta espécie. Na

região Sudeste a criação de tambaqui é praticada nas áreas mais baixas e de

temperatura mais elevada, pois a faixa de conforto térmico para a espécie é de 26 a

32ºC (MENEZES, 2005).

2.2. Fatores físico-quimicos

A temperatura da água é um fator ambiental importante para os peixes porque

estes têm a temperatura corporal variando em função da temperatura da água

circundante sendo denominados ectotérmicos. Quando submetidos a temperaturas

fora da faixa de conforto térmico apresentam alteração na velocidade das funções

metabólicas, redução no crescimento e podem vir a óbito (CAMARGO, 1995).

O metabolismo dos peixes está associado a intervalos de temperatura

denominados faixas de conforto térmico, onde o metabolismo funciona da melhor

forma possível. A faixa de conforto térmico em peixes de clima temperado é de 4ºC

a 25ºC, sendo mais ampla que a dos peixes de águas frias que é de 4ºC a 15ºC.

Para peixes tropicais a faixa é de 25ºC a 35ºC (PARKER e DAVIS, 1981).

A faixa de conforto térmico pode ser alterada durante o crescimento e

desenvolvimento dos organismos aquáticos, havendo diferenças nos limites de

tolerância para os diferentes estádios do ciclo da vida dos peixes. Os peixes são

mais sensíveis às mudanças na temperatura, principalmente durante os estágios

iniciais do seu desenvolvimento (BALDISSEROTTO, 2002).

A maioria dos peixes tropicais apresenta bom desenvolvimento em águas

com valores de concentração de oxigênio dissolvido superior a 3,0 mg/L. SOUZA et

al. (2002), trabalhando com concentração de oxigênio dissolvido na água variando

entre 3,7 e 5,1, não observaram sinais de hipoxia para os alevinos pacu (Piractus

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mesopotamicus). VAL e ALMEIDA-VAL (1995), citado por BALDISSEROTTO (2005)

observaram que o tambaqui e o pacu apresentam boa resistência mesmo quando

expostos a valores entre 3,0 até e 1,0 mg/L de oxigênio dissolvido na água.

KOHLA et al. (1992), citado por VIDAL JUNIOR (2000), observaram que o

tambaqui apresenta algumas adaptações à condição de hipoxia. Por exemplo, os

lábios deste peixe ficam espessos e hiperemiados. Assim esta espécie é capaz de

sobreviver durante certo período em áreas com baixos teores de oxigênio dissolvido

na água. Porém, nesta condição, cessa a ingestão de alimento.

Os processos de digestão, absorção e síntese de tecido requerem grande

quantidade de oxigênio em função dos gastos de energia (BALDISSEROTTO, 2002)

O pH segundo VILLE (1967), “o logaritmo negativo da concentração de íon

hidrogênio por virtude do qual se expressa o grau de acidez ou alcalinidade de um

liquido”. O pH por ser uma das variáveis mais importantes do ambiente aquático,

pode até mesmo inviabilizar o cultivo de uma espécie desejada.

Segundo ARIDE et al. (1998), citado por BRANDÃO et al. (2004), os valores

de pH ideais para a produção de tambaqui variam entre 4 e 6. Este fato justifica-se

pois o tambaqui é um peixe nativo da bacia amazônica onde as águas possuem

valores de pH entre 4,5 a 6,5.

2.3. Fotoperíodo

As características das estações do ano influenciam o ritmo alimentar de

peixes não migradores, devido principalmente às diferenças na temperatura da água

e a duração do dia e da noite que determinam maior ou menor disponibilidade de

alimento. Estas variações são pouco acentuadas na zona equatorial, aumentando de

acordo com o afastamento da linha do equador (STAPLES, 1975).

Segundo BISWAS e TAKEUCHI (2002), o fotoperíodo, dentre outros fatores

e fenômenos ambientais, é o que apresenta maior influência sobre o biorritmo dos

animais afetando o ganho de peso, a ingestão de alimentos, o gasto de energia, a

atividade de locomoção, dentre outros parâmetros fisiológicos.

A maioria dos organismos aquáticos, geralmente, produz suas larvas na

estação do ano na qual o alimento é mais abundante e que corresponde a uma

época com dias maiores e temperaturas mais elevadas o que permite grande

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produção de organismos zooplanctônicos, organismos conhecidos por servir de

alimento aos peixes em seus estágios iniciais (REYNALTE-TATAJE et al., 2002).

2.4. Fotoperíodo e reprodução

Os mecanismos que desencadeiam os processos de regressão gonadal ainda

são pouco conhecidos embora, em algumas espécies, estejam relacionados com

temperatura ou fotoperíodos (HANYU e RAZANI, 1985).

Considerando o ciclo reprodutivo dos peixes no ambiente natural, pode ser

observado que as diferentes espécies apresentam mecanismos de regulação

hormonal para garantir a sincronia da maturação gonadal e a desova em

determinadas condições ambientais, de modo a aumentar a possibilidade de

sobrevivência da prole. Essa característica permite supor que o manejo das

condições ambientais possa ser uma excelente ferramenta de manipulação para

indução da maturação gonadal. O fotoperíodo é considerado um dos principais

moduladores da maturação gonadal em peixes (CAROLSFELD, 1989).

A maturação dos gametas é regulada pelas gonadotropinas que estimulam as

gônadas a sintetizar hormônios esteróides. Ao longo do processo de

desenvolvimento gonadal, diferentes esteróides sexuais apresentam importância em

cada fase, porém as gonadotropinas influenciam a produção de todos eles. A

influência da gonadotropina sobre a gônada varia ao longo do processo de

maturação, de modo que a gônada pode ser mais ou menos receptiva a

gonadotropina, cujo efeito também varia ao longo do desenvolvimento gonadal,

atuando na produção de esteróides distintos. A sensibilidade da gônada a esses

esteróides também se altera longo do processo (HARVEY e CAROLSFELD, 1993).

A indução à desova através do manejo dos fatores e fenômenos ambientais

foi testada, com sucesso, em algumas espécies de clima temperado, nas quais o

manejo do fotoperíodo e da temperatura possibilitou desencadear o processo de

maturação gonadal (LAM, 1983; LAM e MUNRO, 1987).

HARVEY e CAROLSFELD (1993), trabalhando com trutas perceberam que

somente a manipulação do fotoperíodo é suficiente para desencadear, ou mesmo

acelerar, a vitelogênese, porém com carpas, a influencia da temperatura é mais

importante do que a do fotoperíodo.

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7

De acordo com BALDISSEROTTO (2002), um aumento ou diminuição

repentina do fotoperíodo, pode provocar estresse causando a involução das

gônadas e prejudicando o processo de reprodução.

Um mecanismo pelo qual o estresse pode afetar a capacidade reprodutiva é

pela resposta hormonal característica da ativação do eixo hipotalâmico-pituitária-

interrenal. Em vários teleósteos o aumento do nível de cortisol foi associado às

mudanças nos indicadores reprodutivos como níveis circulantes de esteróides

gonadais, gonadotropinas e vitelogenina, além da perda de peso corporal, índice

gonadossomático, tamanho de oócitos e concentração tecidual das gonadotropinas,

na pituitária (POTTINGER et al., 1999).

2.5. Fotoperíodo e alimentação

Na ausência de luz (noite, profundidade, turbidez), é necessário utilizar

plenamente o tato, o olfato, a percepção elétrica e a percepção das ondas de

pressão. Mas onde há luz, a localização é geralmente visual ou complementada por

ela (TESCH, 1975).

Os quimiorreceptores presentes nos peixes são altamente sensíveis aos

aminoácidos os quais certamente são importantes na busca pelo alimento

(SCHMIDT-NIELSEN, 2002).

Os peixes diurnos se utilizam principalmente da visão para localizar suas

presas. A luz artificial pode permitir a captura de presas durante a noite, como foi

observado em espécies pelágicas por ZAVALA-CAMIN et al. (1991).

Em Pranesus pinguis, os jovens são diurnos e os adultos são noturnos

(HOBSON & CHESS, 1973). Comportamento semelhante foi observado por NICO

(1990) estudando juvenis de piranha (Pygocentrus notatus) que se alimentavam

principalmente desde o nascer do sol até o meio dia, enquanto os adultos foram

mais ativos no final da tarde, sugerindo que essa diferença de horário reduza o

canibalismo.

COLLETTE et al. (1977) comentaram que a maioria das espécies, da família

Percidae estão adaptadas para enxergar sob baixa intensidade de luz e buscam

alimento no período noturno. JENKINS (1969) observou que trutas e salmões são

principalmente diurnos, mas reporta a ocorrência de atividade noturna.

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2.6. Fotoperíodo e crescimento

Juvenis de linguado (Scophthalmus maximus) expostos a longos fotoperíodos

24HL (horas de luz): 0HE (horas de escuro) ou 16HL: 8HE apresentaram melhor

crescimento que exemplares mantidos em fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas

de escuro (BOEUF et al., 1999).

Larvas de Jundiá (Rhamdia quelen), submetidas a fotoperíodo emeral de 12 a

14 horas por dia com intensidade de luz de 1,2 lux; 17 lux e 20 lux, apresentaram

nadadeiras danificadas provavelmente devido à agressividade. Não foi observada

diferença na sobrevivência, mas as larvas expostas a menor intensidade de luz

apresentaram maior peso de biomassa final (BEHR et al., 1999).

Larvas de surubim (Pseudoplatystoma fasciatum) submetidas a diferentes

fotoperíodos 24HL:0HE e 0HL:24HE, não apresentaram diferenças quanto ao

crescimento (LUZ et al., 2000).

Em salmonídeos expostos a um maior fotoperíodo observou-se o aumento da

liberação de hormônio do crescimento - tirotropina, hormônio estimulador da tireóide

e esteróides, aumentando também o crescimento (BALDISSEROTTO, 2002).

VILLAREAL et al. (1998) citado por SALARO et al. (2006) relataram que o

fotoperíodo atua de forma positiva no crescimento de larvas de salmão do atlântico

(Salmo salar).

PUVANNENDRAN e BROWN (2002) observaram que larvas de bacalhau do

atlântico (Gadus morhua) tiveram melhor crescimento e sobrevivência sob alta

intensidade luminosa e em fotoperíodos de 24L:0E.

Fotoperíodos emerais acima de 18 horas de luz favoreceram a sobrevivência

de juvenis de linguado (Paralichthys orbignyanus), entretanto o melhor crescimento

ocorreu com 18h de luz (LOUZADA e SAMPAIO, 2004).

2.7. Composição bromatológica da carcaça

O conhecimento da composição bromatológica do pescado “in natura”

proporciona valiosos subsídios à indústria de processamento no controle de qualidade de

produtos conservados pelo gelo, sal, defumação e outros métodos (BRESSAN e PEREZ,

2000).

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Segundo CARDOSO e FERREIRA (2005), o pescado é um alimento que

apresenta, na sua fração lipídica, cerca de 70% de ácidos graxos insaturados e que

contém ligações ômega 3 atuantes nos processos de controle do colesterol, além de

possuir baixo teor de colesterol. OETTERER (2002), relata que no pescado estão

presentes todos os aminoácidos essenciais aos humanos, além disto apresenta alto teor

de lisina, alta digestibilidade, sendo ainda fonte de vitaminas lipossolúveis e vitaminas do

complexo B e ainda apresentam valor biológico superior ao leite e a carne bovina.

Poucos são os estudos relacionados às características morfométricas e ao

rendimento e composição da carcaça e do filé de peixes de água doce do Brasil

dificultando comparar as espécies, avaliar fatores críticos e visualizar o potencial de

industrialização (MACEDO-VIÉGAS; SOUZA, 2004).

Segundo BRESSAN e PEREZ (2000), o pescado pode ser classificado de acordo

com o percentual de gordura, uma vez que o percentual de proteínas na musculatura é

relativamente constante, entre 17 e 20%, oscilando principalmente, quando aspectos

como alimentação, estado fisiológico e estresse, encontram-se fora dos recomendados

para a espécie.

MAIA et al. (1999), observaram que não houve diferença na composição

centesimal de Prochilodus cearensis oriundos de coleta em diversos locais diferentes na

natureza ou os peixes dessa espécie oriundos de pisciculturas.

2.8. Fatores que afetam a composição bromatológica da carcaça

A composição química de um pescado é extremamente variável, depende de

vários fatores como da época do ano, do tipo de pescado, quantidade e qualidade

do alimento consumido, do estágio de maturação sexual, da idade e da parte do

corpo analisada (CONTRERAS-GUZMÁN et al., 1994; CASTAGNOLLI, 1979;

ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002; OETTERER et al., 2004).

A composição química do pescado varia conforme a espécie entre indivíduos

e entre diferentes partes do mesmo peixe. Estas variações são devidas a fatores

como época do ano, alimentação e sexo etc (GURGEL e FREITAS, 1972;

CONTRERAS-GUZMÁN, 1994; OGAWA E MAIA, 1999; KUBTIZA, 2000). Segundo

GARDUÑO-LUGO et al. (2003), o grupo genético pode afetar a deposição de

lipídios na musculatura.

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OGAWA e MAIA (1999) observaram que o pescado em geral fica mais

saboroso antes da desova período este em que o peixe deposita mais gordura e

glicogênio para serem utilizados como fontes energéticas.

ROBB et al. (2002), determinaram que valores de lipídios até 8,6% na ração

fornecida proporcionaram melhor sabor na carne de salmão defumado (Salmo salar),

enquanto valores maiores que 10%, ao contrário, comprometeram o sabor.

2.9. Composição bromatológica da carcaça relacionada à nutrição

Estudos têm demonstrado que a variação dos níveis de fibra bruta em dietas

para peixes pode alterar o desempenho produtivo, a digestibilidade, a velocidade de

trânsito gastrintestinal, a morfologia do trato digestivo, o rendimento e a composição

química da carcaça e principalmente no seu teor de lipídios (SHIAU et al., 1988 apud

LANNA et al. 2004).

A composição corporal dos peixes também pode ser alterada pela utilização

de teor elevado de lipídios nas dietas, os quais podem influenciar nas características

da carcaça com reflexos em sua conservação e conseqüente comercialização (VAN

der MEER et al., 1997, citado por LANNA et al., 2004).

FERNANDES et al. (2000), trabalhando com diferentes fontes e níveis de

proteína bruta para alevinos de pacu (Piractus mesopotamicus), determinaram que a

farinha de peixe pode ser substituída parcialmente ou totalmente por farelo de soja

sem influenciar no desenvolvimento e prejudicar a composição corporal dos alevinos

de pacu, mantendo o nível de 26% de proteína bruta na ração.

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4. TRABALHOS

Os trabalhos a seguir foram elaborados com base nos critérios de publicação

da revista Archivos de Zootecnia, publicada pela Universidade de Córdoba,

Espanha, com adaptações às normas para redação de tese do Programa de Pós-

Graduação em Produção Animal da UENF.

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4.1. INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO EMERAL NO DESENVOLVIMENTO INÍCIAL

DE JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818).

4.1.1. RESUMO O experimento aqui apresentado foi realizado com juvenis de tambaqui (Colossoma

macropomum), utilizando 190 juvenis com peso médio de 11,01± 2,08g e

comprimento total de 7,8± 0,18cm, acondicionados em dezesseis aquários de 56

litros de água com temperatura de 29,1±0,413°C, densidade de estocagem inicial de

0,25 juvenis/L e aeração constante, com o objetivo de avaliar a influencia do

fotoperíodo emeral no desempenho dos peixes. Os tratamentos consistiram dos

fotoperíodos emerais: T1= 6 horas, T2 = 12 horas, T3 = 18 horas e T4 = 24 horas,

com quatro repetições cada. Os juvenis foram alimentados duas vezes ao dia com

ração comercial extrusada (28% de proteína bruta). Diariamente era trocado 40

vezes o volume total da água. Ao iniciar o experimento e a cada 16 dias foram feitas

biometrias para acompanhar o efeito dos tratamentos sobre o desenvolvimento dos

juvenis. Foram avaliados comprimento total, comprimento padrão, altura, consumo

de ração, ganho de peso, sobrevivência e outras variáveis relacionadas ao

desenvolvimento. A análise estatística das variáveis foi realizada com auxílio do

aplicativo SAEG, versão 9.1, para realização de análise de variância, regressões e

correlações de Pearson. Os maiores valores absolutos das variáveis foram obtidos

nos tratamentos de maior fotoperíodo emeral.

Palavras-chave: Bioclimatologia; Desenvolvimento morfométrico; Peixes nativos.

4.1.2. ABSTRACT The experiment presented here was realized with juvenilises tambaqui (Colossoma

macropomum), using 190 juvenis available tambaquis with medium weight of 11,01±

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2,08g and total length of 7,8± 0,18cm, binned in sixteen aquariums containing 56

liters of water each one with temperature about 29,1±0,413°C, and a density of initial

storage of 0,25 juvenis/L and constant air flow, with the purpose of evaluating the

emeral photo period influence on the fishes performance. The treatments consisted

on the follow emerais photo Period: T1= 6 hours, T2 = 12 hours, T3 = 18 hours and

T4 = 24 hours, with four repetitions each one. The juveniles were feed twice a day

with extrusa commercial ration (containing 28% of gross protein). The total volume of

the water was changed 40 times daily. At the beginning of the experiment and every

16 days, were done biometric measurements to track the effect of the treatments

about the juveniles development. The following points related to the juveniles

development were evaluated: total length, standard length, height, ration

consumption, weight gained, survival and some others related to the development.

The statistic analyses of these variables were realized with the help of the application

program SAEG, version 9.1. It analysed the variance, regressions and correlations of

Pearson. The biggest absolute values of this variables evaluated were obtained on

the treatments realized in the largest emeral photo period.

Key-words: Bioclimatology; Native fishes; Morph metric development.

4.1.3. INTRODUÇÃO

O crescimento da população mundial tem resultado em uma maior demanda

de alimento e com isso uma maior pressão do homem sobre os recursos naturais.

Este aumento no consumo de alimento junto a um pior hábito alimentar da

população, fez com que as criações de animais para consumo associem maiores

produções de alimentos com melhores qualidades do produto produzido. Com isso a

piscicultura tem cada vez mais encontrado lugar no mercado.

O pescado produzido proveniente da aqüicultura para consumo vem

apresentando um crescimento contínuo nos últimos anos enquanto a atividade

extrativista da pesca apresentou um enfraquecimento até 2003 (CRESCENCIO,

2005).

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20

Esse aumento na demanda mundial por peixe tem impulsionado a piscicultura

nos últimos dez anos, fazendo com que ela se tornasse uma das atividades que

mais crescem por ano. Isso levou a necessidade de se conhecer mais a fundo

espécies com potencial para produção como a tilápia, a carpa e espécies nativas

como tambaqui, pirarucu, pacu entre outros.

Dados de produção nacional sobre produção de peixes provenientes da água

doce confirmam o crescimento da produção de peixes, bem como evidenciam o

estabelecimento de algumas espécies em posição de destaque. Peixes como o

tambaqui e o pacu possuem uma produção considerável dentre a produção total

nacional: por três anos consecutivos apresentaram produção acima de 15.000 t e

5.000t respectivamente (IBAMA, 2003; 2004)

A criação de espécies ícticas nacionais teve impulso com os esforços do

Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), fundado em 1933. O

DNOCS desenvolveu esforços em reprodução, larvicultura produção de juvenis,

ecologia em grandes açudes e criação de determinadas espécies, levando e

disseminando espécies nativas principalmente amazônicas (CRESCENCIO, 2005).

As espécies nativas de grande difusão pelo Brasil e pelo mundo são

amazônicas, não só devido ao porte, crescimento ou sabor da carne, mas

principalmente porque estas espécies evoluíram suportando baixos níveis de

oxigênio dissolvido na água. Outros fatores que contribuíram para difusão, em

especial do tambaqui (Colossoma macropomum), e outras espécies de peixes

redondos, como o pacu e a pirapitinga, foram o desenvolvimento e difusão de um

protocolo de produção de juvenis e a grande fecundidade destas espécies (SILVA et

al., 1981; WOYNAROVICH, 1986).

O tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier, 1818), é uma espécie nativa

das bacias amazônica. Tem despertado interesse de pesquisadores e produtores

devido a sua adaptação ao cativeiro, rápido crescimento, fácil aceitação de alimento

artificial e elevado valor de sua carne.

O tambaqui foi levado na década de 80 para o Panamá e para Taiwan e

posteriormente, para Cuba, Republica Dominicana, Estados Unidos, Honduras,

Jamaica, Filipinas, Guatemala, Hungria, Costa Rica, Porto Rico e China onde são

cultivados ou possuem populações livres na natureza (LIAO et al., 2001).

O estado do Amazonas está situado entre os Trópicos de Capricórnio e

Tropico de Câncer, região considerada tropical, onde ocorrem os maiores períodos

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de brilho solar e temperaturas elevadas. Sendo o tambaqui um peixe de hábito

alimentar diurno e naturalmente ectotérmico, está preparado para obter a maior

quantidade de alimento e o melhor metabolismo durante períodos de maior brilho

solar ou maior luminosidade o que justifica pesquisas voltadas à influência da luz no

desenvolvimento do tambaqui.

Alguns autores trabalhando nessa linha de pesquisa obtiveram resultados

satisfatórios, como aqueles obtidos por PUVANNENDRAN E BROWN (2002)

quando verificaram que larvas de bacalhau do atlântico (Gadus morhua) tiveram

melhor crescimento e sobrevivência em alta intensidade luminosa e em fotoperíodos

de 24L:0E.

Fotoperíodos mais longos, 18 horas de luz e 6 horas de escuro (18L:6E) e

24L:0E, favoreceram a sobrevivência dos juvenis de linguado (Paralichthys

orbignyanus). Entretanto, o melhor crescimento foi obtido com 18L:6E (LOUZADA E

SAMPAIO, 2004)

Em salmonídeos que recebem comida a vontade a exposição a um maior

fotoperíodo aumenta a liberação de hormônio do crescimento (GH), tirotropina,

hormônio estimulador da tireóide (TSH) e possivelmente esteróides, aumentando

portanto o crescimento dos salmonídeos (BALDISSEROTTO, 2002). VILLAREAL et

al. (1998) apud SALARO et al. (2006) relataram que o fotoperíodo atua de forma

positiva sobre o crescimento de larvas de salmão do atlântico (Salmo salar).

4.1.4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Setor de Aqüicultura da Universidade Estadual

do Norte Fluminense (UENF/RJ), situado no Colégio Agrícola Estadual Antônio Sarlo

em Campos dos Goytacazes – RJ, durante o período de quatro de maio a vinte e um

de junho de 2006, com duração de 48 dias.

Foram utilizados 160 juvenis de tambaqui, Colossoma macropomum,

provenientes da estação de piscicultura do Projeto Piabanha, localizado em Itaocara,

município do Rio de Janeiro, com idade aproximada de 60 dias, distribuídos em 16

aquários com medidas aproximadas de 30 x 60 x 50 (largura x comprimento x altura),

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utilizando um volume de 56 litros cada um. O aquário mais os 10 juvenis de tambaqui

juntos formavam uma unidade experimental.

As unidades experimentais foram distribuídas em um delineamento em blocos

casualizados, com dois blocos e quatro tratamentos. Os tratamentos diferenciaram

nas simulações dos fotoperíodos emerais (horas de luz) que duravam T1= 6h, T2=

12h, T3= 18h e T4= 24h.

A quantificação da intensidade de luz utilizada no experimento foi feita através

do aparelho Photosynthetic Photon (fotômetro), sendo a intensidade de luz medida

em µmol m-2 s-1. O controle das horas de luz fornecidas durante o experimento foi

feito por “timers” automáticos que apagavam e acendiam as luzes das bancadas

durante os períodos estipulados.

Os tratamentos foram isolados com material PVC preto para evitar a

incidência de luz proveniente de outras fontes luminosas durante o período de

escuro de cada tratamento (figura 1), garantindo com isso, que o fornecimento de luz

só fosse feito durante os períodos estipulados para cada tratamento.

Foram mensurados os parâmetros de qualidade de água: oxigênio dissolvido,

pH, temperatura e condutividade elétrica, sempre após as refeições feitas as 8:20h e

as 13:20h. Os níveis de oxigenação foram mantidos com auxílio de aeradores e

mensurados através de um oxímetro, o pH foi medido através do peagâmetro, a

temperatura com o uso de termômetro digital e a condutividade elétrica através do

condutivímetro.

Os aquários experimentais encontravam-se em sistema de recirculação fechada

e contínua contendo filtro dry-wet com pré-caixa de decantação e caixa de retorno

dotada de termostatos para a manutenção da temperatura da água.

A taxa de circulação da água foi de 40 vezes o volume total ao dia. O fluxo da

água foi constante, visando manter o teor de oxigênio elevado e eliminar as fezes,

evitando a formação de plâncton.

O manejo alimentar foi realizado utilizando uma ração comercial contendo 28%

de PB e 3.100 kcal de ED/kg. A alimentação foi dividida em duas refeições diárias

com intervalo de 5 horas entre a primeira e a segunda refeição. A ração foi fornecida

às 8:20 e às 13:20 horas. Após 15 minutos as sobras foram retiradas dos aquários.

Nos aquários que não haviam sobras foi repetida a alimentação, até que os mesmos

apresentassem restos da alimentação.

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23

Figura 1. (A) Bancada coberta com lona sobreposta para evitar entrada de luz de fontes externas, (B) bancadas contendo cada uma dois blocos, filtro biológico e a caixas de retorno com bomba submersa e aquecedores com termostato.

Foi utilizada uma densidade inicial equivalente a 3,05g de peixe/L por aquário.

Os juvenis passaram, durante 12 dias, por um processo de adaptação à rotina

experimental.

Foi feita uma biometria inicial que era refeita a cada 16 dias durante o período

experimental com o objetivo de mensurar o comprimento corporal total (CT) em cm,

comprimento corporal padrão (CP) em cm, altura corporal (H) em cm e o peso corporal

(P) em gramas. O consumo de ração (CR) mensurado em gramas foi estabelecido

com o manejo da alimentação diária.

As biometrias junto com o manejo alimentar permitiram o cálculo de alguns

parâmetros como: ganho de peso corporal (g), conversão alimentar (g), taxa de ganho

de peso diária (%), taxa de crescimento especifico (%), taxa de eficiência protéica (%).

A análise estatística do experimento foi feita através do programa estatístico

SAEG (Versão 9.1), da Universidade Federal de Viçosa. Foram feitas Análise de

Variância, Regressões Lineares Simples e Múltiplas, Linear Response Plateau e

Correlações de Pearson a partir dos dados obtidos através das mensurações feitas

durante o período experimental.

A B

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24

4.1.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores dos parâmetros relacionados à qualidade d’água, oxigênio

dissolvido (O2D), temperatura (TºC) da manhã (M) e da tarde (T), pH e condutividade

elétrica (COND.), mensurados durante o período experimental, estão na tabela 1.

Tabela 1. Valores médios dos parâmetros físico-químicos da água nos tratamentos

do Experimento I.

O teor médio de oxigênio dissolvido, durante o período experimental, foi de

5,75mg/L. Segundo ARAUJO-LIMA e GOMES (2005), o tambaqui tem seu

crescimento normal em níveis de oxigênio acima de 3mg/L, portanto os valores

obtidos no experimento ora descrito, atendem perfeitamente a exigência do

tambaqui. Da mesma forma, as médias dos valores de pH mantiveram-se dentro dos

padrões recomendados por ARIDE et al., (2004), entre 4,0 e 6,5. A temperatura dos

aquários experimentais mostrou-se adequada para espécies de clima tropical,

apresentando médias 29,45ºC pela manhã e 28,8ºC pela tarde.

As intensidades de luz utilizadas no experimento não diferiram entre os

tratamentos, T1 = 0,1067; T2 = 0,1050; T3 = 0,1050; T4 = 0,0967 µmol.m-2 s-1,

porem dentro dos blocos ocorreu uma diferença entre a quantidade de µmol.m-2 s-1

que chegava as repetições, bloco1 = 0,0819 µmol.m-2 s-1 e no bloco2 = 0,1416

µmol.m-2 s-1 , sendo o bloco1 foi composto pelas repetições 1 e 4 e o bloco2 pelas

repetições 2 e 3.

Com relação aos resultados obtidos com a biometria realizada no presente

trabalho foram observadas maiores respostas quanto as variáveis, comprimento total

Tratamento (hL) Parâmetros

6 12 18 24

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 5,9 5,8 5,6 5,7

pH 6,17 6,08 5,72 5,76

Condutividade Elétrica (µS) 366 396 543 561

M 29,5 29,8 29,1 29,4 Temperatura (ºC)

T 29 28,9 28,6 28,7

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(C.T), comprimento padrão (C.P) e a variável peso (P), nos tratamentos com maior

fotoperíodo emeral, (tabela2) demonstrando assim um melhor desenvolvimento dos

juvenis de tambaqui em fotoperíodos emerais maiores.

Tabela 2. Valor médio de Comprimento Total (CT), Comprimento Padrão (CP), altura (H), Peso (P) e glicose sanguínea obtidos para juvenis de tambaqui nos diferentes fotoperíodos emerais, com 64 dias de experimento.

Tratamentos Variáveis

6 C.V 12 C.V 18 C.V 24 C.V

C.T. (cm) 12,28 0,41 12,68 1,18 12,85 0,78 13,15 3,80

C.P. (cm) 10,73 0,56 11,13 0,45 11,13 1,35 11,48 3,92

H (cm) 5,23 2,87 5,41 1,67 5,43 0,92 5,65 5,31

Peso (g) 41,71 2,61 44,31 2,89 45,65 0,35 51,73 14,34

Com a analise da LRP para as variáveis da tabela 2 percebeu-se que as

melhores respostas foram obtidas com fotoperíodos emerais superiores a 15 horas.

Os gráficos de LRP, com os valores de intercessão das retas encontram-se no

anexo.

Diversos autores têm relatado que o maiores fotoperíodo tem efeito positivo no

desenvolvimento dos peixes. Fotoperíodos longos (18HL:6HE e 24HL:0HE)

proporcionaram melhores resultados no desenvolvimento de larvas de Latris lineatus

do que o fotoperíodo mais curto (12HL:12HE) (TROTTER et al. 2003).

Resultados semelhantes aos obtidos no presente trabalho são relatados para

diferentes espécies e fases de desenvolvimento como o melhor desenvolvimento

para larvas de linguado (Paralichthys lethostigma) (MOUSTAKAS et al., 2003),

larvas de bacalhau do atlântico (Gadus morhua) descrito (PUVANNENDRAN e

BROWN, 2002) e juvenis de haddock (Melanogrammus aeglefins) relatado por

TRIPPEL e NEIL (2002), quando expostos a fotoperíodos longos com altas

intensidades luminosas.

Ao contrario dos resultados apresentados existem autores que não

observaram diferenças significativas ou respostas positivas com o aumento do

fotoperíodo para o desenvolvimento dos estágios inicias de algumas espécies

utilizadas na piscicultura.

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REYNALTE-TATAJE et al. (2002), trabalharam com larvas de piracanjuba

(Brycon orbignyanus) e não constataram diferenças significativas para comprimento

e peso (p<0,05), durante o período experimental de 10 dias, quando foram

submetidas a fotoperíodos de 0 horas de luz (HL):24 horas de escuro (HE),

10HL:14HE, 14HL:10HE e 24HL:0HE. Os mesmos autores observaram maior

heterogeneidade com a diminuição do fotoperíodo chegando a valores máximos e

mínimos de peso no tratamento com 0HL:24HE de 12 a 94 mg (11 e 22mm,

respectivamente).

Os valores médios encontrados para as variáveis: ganho de peso, consumo de

ração e conversão alimentar estão na tabela 3.

Tabela 3. Valores médios de ganho de peso (GP), consumo de ração (CR),

conversão alimentar (CA) e valores de coeficiente de variação (CV), dos juvenis de tambaqui submetidos a diferentes fotoperíodos.

Tratamentos Variáveis

6 C.V 12 C.V 18 C.V 24 C.V

G.P. (g) 29,42 1,00 32,05 7,88 33,53 2,79 39,69 20,26

C.R. (g) 62,20 6,82 71,77 2,10 72,60 10,52 86,53 7,93

C.A. (g) 1,78 3,99 1,78 11,09 1,81 7,29 1,97 12,43

Com relação as variáveis ganho de peso (G.P.), consumo de ração (C.R.) e

conversão alimentar (C.A.), os maiores resultados foram obtidos com o aumento do

fotoperíodo emeral.

SALARO et al. (2006), trabalhando com alevinos de trairão (Hoplias lacerdae)

submetidos a diferente fotoperíodos não observaram diferenças significativas no

ganho de peso, na conversão alimentar, nas taxas de sobrevivência e no

canibalismo.

LUZ et al. (2000) também não encontraram diferença significativa quando

avaliaram o desenvolvimento de larvas de surubim cachara (Pseudoplatystoma

fasciatum) submetido a 24HL:0HE e 0HL:24HE.

MELO et al. (2001), trabalhando com alevinos de tambaqui encontrou valores

médios de conversão alimentar igual a 1,09. Os valores altos de conversão alimentar

encontrados no presente trabalho, podem ter ocorrido devido ao abate feito aos

trinta e dois dias de experimento, com a intenção de coleta de dados sobre a

bromatologia e bem estar animal, utilizados no segundo experimento.

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Para melhor esclarecimento das variáveis citadas na tabela 3, foi calculada,

para cada variável sua respectiva LRP, onde observou-se que o ponto onde ocorre o

encontro entre a variável e o tratamento para ganho de peso foi igual a 22:37 horas

de luz e para consumo de ração foi 17:29 horas de luz. A variável conversão

alimentar não apresentou comportamento estatístico que permitisse o calculo da

LRP, não sendo possível demonstrar estatisticamente qual seria o encontro entre o

maior fotoperíodo emeral possível e a melhor conversão alimentar.

Alem das variáveis já citadas nos parágrafos anteriores, foram ainda medidas

a taxa de crescimento especifico (TCE), a taxa de eficiência protéica (TEP), taxa de

ganho de peso diário (TGPD) e a densidade aos 48 dias de experimento. Estes

valores estão descritos na tabela 4.

Tabela 4. Valores médios de Taxa de Eficiência Protéica (TEP), Taxa de

Crescimento Especifico (TCE), Taxas de Ganho de Peso Diárias (TGPD) dos juvenis de tambaqui em diferentes fotoperíodos.

Tratamento Variáveis

6 12 18 24

TEP (%) 1,68 1,62 1,65 1,62

TCE (%) 0,37 0,44 0,45 0,48

TGPD (%) 1,10 1,16 1,20 1,31

Densidade (g/L) 8,30 8,53 8,92 9,24

Os valores médios de TCE obtidos nos tratamentos, T1, T2, T3, T4 foram

respectivamente 0,37, 0,44, 0,45 e 0,48%/dia, demonstrando uma maior valor obtido

com o tratamento de 24HL aos demais tratamentos. Estes valores são inferiores aos

valores encontrados por ITUASSÚ et al. (2004), trabalhando com juvenis da mesma

espécie pesando inicialmente 75,68g, em media, encontraram medias de TCE que

variarão de 0,97 até 0,83 %/dia.

FERNANDES et al. (2004), também estimaram valores de TCE maiores que os

obtidos no presente trabalho, entre 1,64 e 1,80 %/dia para alevinos de pacu, assim

como ITUASSÚ et al. (2005), trabalhando com juvenis de pirarucu, que obtiveram

valores entre 1,4 a 2,4 %/dia de TCE, com variação nos níveis de proteína bruta.

MUÑOZ-RAMIREZ e CARNEIRO (2002) obtiveram valores ainda maiores.

Entre 2,27 e 1,76 % ao dia de TCE para etapa inicial do crescimento de pacus

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submetidos a diferentes suplementações de lisina e metionina em rações com baixo

valor protéico.

Os baixos valores de TCE encontrados no presente trabalho podem ser fruto

do estresse causado com o manejo feito ao 32° dia de experimento, onde 5 animais

de cada unidade experimental foram sacrificados com intuito de diminuir a densidade

da unidade experimental e analise bromatológica da carcaça. Porém tal manejo

pode acarretar desestruturação do cardume e disputas para estipular novas

lideranças o que prejudica o desenvolvimento desses animais.

Tendo a ração utilizada no experimento 28% de proteína bruta, não deve ter

prejudicado o desenvolvimento animal e conseqüentemente as variáveis

relacionadas ao desenvolvimento, uma vez que o valor de proteína bruta está

próxima ao ideal para juvenis de tambaqui, preconizado por VIDAL JUNIOR (1995)

que, trabalhando com juvenis de tambaqui, de 30 a 250 g, a uma temperatura de

25,8ºC obtive máximo desempenho quando alimentados com ração contendo 25,1%

de PB e por FERNANDES et al (2004), que observaram não haver diferença

significativa entre rações isocaloricas, porém com 30 e 26% de proteína bruta para o

crescimento de juvenis de pacu.

Os valores calculados para a taxa de eficiência protéica (TEP) media ao final

de 48 dias foram menores que os encontrados por MUÑOZ-RAMIREZ e CARNEIRO

(2002), que obtiveram valores de TEP entre 2,34 e 2,73 trabalhando com juvenis de

pacu e ainda por FERNANDES et al. (2004), que obtiveram valores para alevinos de

pacu em torno de 3,23 a 2,92, quando alimentados com dietas contendo diferentes

níveis e fontes de proteína.

Valores de taxa de eficiência protéica (TEP) também foram calculados por

CARNEIRO et al. (1992), ao submeteram juvenis de pacu à diferentes densidades

de estocagem e alimentação com diferentes níveis de proteína na ração.

A taxa de crescimento especifico do presente trabalho apresentou um valor de

LRP igual a 22:38 horas de luz e para a taxa de ganho de peso diário, o valor da

LRP foi igual a 20:35 horas demonstrando que os tratamentos com maiores

fotoperíodos emerais estão mais próximos desses pontos de encontro entre o

fotoperíodo emeral e as variáveis. Os gráficos das respectivas LRPs citadas

anteriormente estão no anexo.

Com exceção das variáveis, conversão alimentar e a taxa de eficiência

protéica, todas as outras variáveis estudadas no presente trabalho desenvolveram

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um comportamento linear durante o período experimental. Este comportamento é

descrito pelas equações obtidas com a analise estatística das mesmas através do

programa SAEG.

Conforme os resultados, para o ganho de peso a melhor equação foi Y=

37,9950 + 0,5236X, já para o consumo de ração foi Y= 54,8175 + 1,2304X, enquanto

que para o comprimento total foi Y = 12,0375 + 0,0466X. e para altura foi Y = 5,1025

+ 0,0216X. Já para a taxa de crescimento especifica a equação que melhor

representa a reta e Y = 0,3779 + 0,0038X e para a taxa de ganho de peso diário a

que melhor se ajustou foi Y = 1,0237 + 0,0124X.

Foi feita correlação de Pearson para as variáveis obtidas durante o período

experimental, sendo as variáveis que apresentaram valores para as correlações

maiores que 60%, estão demonstradas na tabela 5.

Tabela 5. Matriz de correlação de Pearson, envolvendo as variáveis, Peso, ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA), comprimento total (CT), comprimento padrão (CP), altura (H), Glicose, taxa de crescimento especifico (TCE), Taxa de ganho de peso diário(TGPD) e taxa de eficiência protéica (TEP). Com significância igual a (p<0,05)

Variáveis Peso G.P C.R C.A C.T C.P H TCE TGPD

G.P 99,89

C.R 93,64 93,84

C.A xxxx -54,52 xxxx

C.T 86,18 86,29 85,33 xxxx

C.P 94,49 94,87 90,62 xxxx 92,51

H 97,13 97,55 94,12 xxxx 86,85 xxxx

TCE 51,00 50,60 59,27 xxxx 73,03 59,56 56,09

TGPD 96,63 97,64 91,64 -54,21 86,06 94,88 97,37 50,46

TEP 55,22 55,04 xxxx -99,55 xxxx 49,93 48,16 xxxx 54,60

Foi observado que a taxa de crescimento especifico (TCE) e a taxa de ganho

de peso diário (TGPD) apresentaram uma correlação negativa com a variável

Glicose o que representa a glicemia medida nos peixes do experimento. Isso

demonstra a relação direta entre crescimento e estresse, pois como citado

anteriormente, quando os níveis de glicose sanguínea estão acima de 70 mg/dL,

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indicam estresse, caso encontrado no presente trabalho, prejudicado as taxas de

crescimento especifico e de ganho de peso.

Outra correlação direta e inversamente proporcional foi observada entre a

conversão alimentar (CA) e as variáveis ganho de peso, taxa de ganho de peso

diária e taxa de eficiência protéica, o que demonstra que quanto menor for o valor

das variáveis G.P, TGPD e TEP, maior será o valor da conversão alimentar,

conseqüentemente, quanto pior for o valor da TEP e da ERPB pior será também a

conversão alimenta apontando uma inadequada utilização do alimento para o

desenvolvimento dos juvenis de tambaqui.

4.1.6. CONCLUSÕES

Os fotoperíodos emerais influenciam as variáveis ganho de peso, consumo de

ração, conversão alimentar, comprimento total e padrão, altura e a taxa de

crescimento especifico, taxa de eficiência protéica e taxa de ganho de peso diário

estudadas neste trabalho, sendo que os maiores valores médios para estas variáveis

foram obtidos com fotoperíodos emerais acima de 15 horas de luz.

4.1.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ARAUJO-LIMA, C.A.R.M., Gomes, L.C. (2005). Tambaqui (Colossoma

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34

4.2. INFLUÊNCIADA DO FOTOPERÍODO EMERAL SOBRE CARCTERISTICAS BROMATOLÓGICAS DA CARCAÇA DE JUVENIS DE TAMBAQUI (Colossoma

macropomum).

4.2.1. RESUMO O experimento foi realizado com juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum)

,utilizando 190 juvenis com peso médio de 11,01± 2,08g e comprimento total de 7,8±

0,18cm, acondicionados em dezesseis aquários de 56 litros de água com

temperatura de 29,1±0,413°C, densidade de estocagem de 0,25 juvenis/L e aeração

constante, com o objetivo de avaliar a influência do fotoperíodo emeral na

composição bromatológica da carcaça. Os fotoperíodos emerais foram mantidos

com auxílio de “timers”. Foram utilizados os seguintes tratamentos: T1= 6 horas de

luz, T2 = 12 horas de luz, T3 = 18 horas de luz e T4 = 24 horas de luz, com quatro

repetições cada. Os juvenis foram alimentados duas vezes ao dia, com ração

comercial extrusada (28% de proteína bruta). Cada unidade experimental tinha um

fluxo de água equivalente a 40 vezes o seu volume. Ao iniciar o experimento com 32

dias e ao final do período experimental, foram feitas análises da composição

bromatológica das carcaças evisceradas e descamadas, para avaliação da proteína

bruta, estrato etéreo, matéria mineral e extrato não nitrogenado, na matéria seca e

na matéria natural. A análise estatística das variáveis foi realizada com auxílio do

aplicativo SAEG, versão 9.1, para realização de análise de variância, regressões e

correlações de Pearson. Não foi observado efeito dos fotoperíodos emerais (p<0,05)

nas variáveis.

Palavras-chave: Bioclimatologia; Bromatologia; Peixes nativos

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35

4.2.1. ABSTRACT The experiment presented here was realized with juvenileses tambaqui (Colossoma

macropomum), using 190 juvenis available with medium weight of 11,01± 2,08g and

total length of 7,8± 0,18cm, binned in sixteen aquariums containing 56 liters of water

each one with temperature about 29,1±0,413°C, and initial storage density of 0,25

juvenis/L and constant aeration, with the purpose of evaluating the emeral photo

period influence on the carcass bromatological composition. The emeral photo period

were sustained with timers. Were used this following treatments: T1= 6 light hours,

T2 = 12 light hours, T3 = 18 light hours and T4 = 24 light hours, with four repetitions

each one. The juveniles were feed twice a day with extrusa commercial ration

(containing 28% of gross protein). The total volume of the water was changed 40

times daily. At the beginning of the experiment, 32 days after and in the and of the

experiment were done analysis of the bromatological composition of the eviscerated

skinless carcass with the objective to evaluate the gross protein, ethereal extract,

minerals and extract not nitrogen, into the natural and dryness material. The statistic

analyses of these points were realized with the help of the application program

SAEG, version 9.1. It analysed behave of variance, regressions and correlations of

Pearson. Were not observed the effect to emerais photoperiods (p<0,05) in the

variables.

Key-words: Bioclimatology; Native fishes; Bromatology.

4.1.3. INTRODUÇÃO

O crescimento da população mundial tem resultado em uma maior demanda

de alimento e com isso uma maior pressão do homem sobre os recursos naturais.

Este aumento no consumo de alimento junto a um pior habito alimentar da

população, fez com que as criações de animais para consumo, associem maiores

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36

produções de alimentos com melhores qualidades do produto final. Com isso a

piscicultura tem cada vez mais encontrado lugar no mercado.

Características organolépticas e nutricionais dos alimentos produzidos são

cada vez mais exigidas e muitas vezes utilizadas como propaganda para venda dos

produtos de origem animal. Por esse motivo saber a composição bromatológica do

pescado é indispensável para aumentar a fatia de mercado desse produto.

O volume pescado proveniente da aqüicultura vem apresentando um

crescimento contínuo nos últimos anos enquanto a atividade extrativista apresentou

queda em 2003 (CRESCENCIO, 2005).

A aqüicultura, por seu crescente aporte na produção mundial de pescado,

surge como alternativa para aumentar a produção de alimentos. HUSS (1998),

citado por ARBELÁEZ-ROJAS (2002), previu que nos próximos anos haverá um

aumento na demanda de pescado nos países em desenvolvimento por ser uma

alternativa alimentar de alto valor nutritivo e possuir relativamente baixos teores de

gordura e alta digestibilidade.

No pescado estão presentes todos os aminoácidos essenciais além do alto

teor de lisina, a alta digestibilidade protéica, alta insaturação dos ácidos graxos e o

baixo teor de colesterol, sendo ainda fonte de vitaminas lipossolúveis e vitaminas do

complexo B e ainda apresenta valor biológico equivalente 93%, sendo superior ao

leite (89%) e da carne bovina (87%) (OETTERER, 2002).

Segundo CARDOSO e FERREIRA (2005), o pescado é um alimento que

apresenta na sua fração lipídica, cerca de 70% de ácidos graxos insaturados e que

contém ligações ômega 3 atuantes nos processos de controle do colesterol, além do

baixo teor de colesterol.

Em geral a composição química do pescado varia entre peixes da mesma

espécie e entre diferentes partes do mesmo peixe. Estas variações são devidas a

fatores como época do ano, alimentação e diferença entre sexos, entre outras

causas (GURGEL e FREITAS, 1972; CONTRERAS-GUZMÁN, 1994; OGAWA e

MAIA, 1999; KUBTIZA, 2000). Segundo GARDUÑO-LUGO et al. (2003), o grupo

genético pode afetar a deposição de lipídios na musculatura.

Sobre a influência do habitat na composição centesimal da carcaça de

peixes de água doce, MAIA et al. (1999), observaram que não houve diferença na

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37

composição centesimal de curimbatá Prochilodus cearensis oriundos de diversos

hábitats naturais ou os produzidos pela piscicultura brasileira.

Segundo SANTOS et al. (2000), a composição de química do filé de traíras

(Hoplias malabaricus) coletadas em ambiente natural foi de 20,7% de proteína bruta,

0,84% de extrato etéreo, 1,39% de cinzas e 77,1% de umidade.

O conhecimento da composição corporal dos peixes é necessário para que

sua introdução no mercado de produtos de origem animal seja melhorada,

possibilitando a competição com outras fontes protéicas de origem animal

largamente utilizada como a carne bovina, suína e de aves (BELLO e RIVAS, 1992).

Este conhecimento também permitirá avaliar a eficiência da transferência de

nutrientes do alimento para o peixe e os manejos mais adequados para melhor

composição das carcaças.

Segundo PROCARIONE et al. (1999), o estresse pode ser um fator

influente na composição bromatológica do pescado, pois quando os peixes

encontram-se em situação de desconforto fisiológico, os nutrientes provenientes do

alimento fornecido aos peixes, destinado ao crescimento são desviados para

compensar a situação desfavorável, ou para outras atividades fisiológicas como a

manutenção da omeostase, se não perdidas para o meio externo, através das

excretas, causando um aumento na glicemia sanguínea do animal e diminuição do

crescimento.

MARTINS (2002), trabalhando com diferentes densidades de estocagens

de tambacu, verificou que as densidades que apresentaram menores respostas

relacionadas ao desenvolvimento foram às mesmas que apresentaram valores de

glicose sanguínea maiores, chegando a valores de aproximadamente 148,0mg/dL,

que indicam estresse, uma vez que GOMES et al. (2001) e CHAGAS et al. (2003)

estipularam valores de glicose sanguínea entre 50 e 70 mg/dL para tambaqui em

estado de repouso que não apresentaram sinais de estresse.

As análises dos parâmetros bromatológicos em peixes confinados têm sido

largamente utilizadas para avaliar o estado de saúde de animais sob cultivo

intensivo (TAVARES-DIAS et al. 2001), podendo auxiliar no diagnóstico, prevenção

e controle de patologias associadas ao estresse (CHAGAS et al., 2003).

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38

4.2.4. MATERIAL E METODOS

O experimento foi realizado no Setor de Aqüicultura da Universidade Estadual

do Norte Fluminense (UENF/RJ), situado no Colégio Agrícola Estadual Antônio Sarlo

em Campos dos Goytacazes – RJ, durante o período de quatro de maio a sete de

Julho de 2006.

Foram utilizados 190 juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum)

provenientes do Projeto Piabanha localizado em Itaocara, município do Rio de Janeiro,

com idade aproximada de 60 dias, distribuídos em 16 aquários com medidas

aproximadas de 30 x 60 x 50 (largura x comprimento x altura), utilizando um volume de

56 litros cada. Trinta peixes foram abatidos no início do experimento para analise

bromatológica das carcaças. O aquário mais os 10 juvenis de tambaqui, juntos

formavam uma unidade experimental.

As unidades experimentais foram distribuídas em um delineamento em blocos

casualizados, com 4 tratamentos e cada tratamento com 4 repetições, totalizando 16

unidades experimentais.

Cada tratamento estava isolado numa bancada de alvenaria e coberto por

lona plástica preta para evitar a incidência de luz proveniente de outras fontes

luminosas durante o período de escuro de cada tratamento, garantindo com isso,

que o fornecimento de luz só fosse feito durante os períodos estipulados para cada

tratamento.

Foram mensurados os parâmetros Oxigênio Dissolvido mg/L, pH, Temperatura

ºC, Condutividade Elétrica µS e intensidade de luz em µmol m-2 s-1, sempre após as

refeições feitas as 8:20 e as 13:20 horas. Os níveis de oxigenação foram mantidos com

auxilio de aeradores e mensurados através de um oxímetro, o pH foi medido através

do peagâmetro, a temperatura com o uso de termômetro digital e a condutividade

elétrica através de condutivímetro.

O sistema utilizado durante o experimento foi do tipo recirculação fechada e

contínua, contendo uma caixa para filtragem da água (através de processos físicos e

biológicos), uma caixa depósito (onde a água foi mantida para retorno às unidades

experimentais), bombas submersas para retorno da água do sistema e dois

termostatos para a manutenção da temperatura durante o experimento.

Os sistemas possuíam abastecimento e escoamento da água com uma

renovação de 40 vezes o volume total utilizado nos aquário por dia. O fluxo da água foi

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39

constante visando manter elevado o teor de oxigênio e eliminar as fezes e evitar a

formação de plâncton.

O manejo alimentar foi realizado utilizando uma ração comercial contendo 28%

de PB e 3.100 kcal de ED/kg. A alimentação foi dividida em duas refeições diárias

com intervalo de 5 horas entre a primeira e a segunda refeição. A ração foi fornecida

à vontade, às 8: 20 e às 13:20 horas. Após 15 minutos as sobras foram retiradas.

Nos aquários onde não houve sobra, foi repetida a alimentação até que os mesmos

apresentassem sobras.

Foi utilizada uma densidade inicial equivalente a 3,05g de peixe/L por aquário.

Os juvenis passaram por um processo de adaptação de 12 dias à rotina experimental.

Foram feitas coletas de sangue para mensuração de glicose sanguínea e

análises bromatológicas das carcaças evisceradas e escamadas, com o objetivo de

verificar indicadores de estresse nos peixes e diferenças causadas pelos diferentes

fotoperíodos na composição bromatológicas das carcaças.

As coletas de sangue foram feitas no início do experimento com trinta dias e ao

término do mesmo. Para fazer a coleta de sangue foram utilizados três peixes de

cada unidade experimental e seringas de 3mL com agulhas 25/7. O conjunto de

seringas e agulhas foi lavado com fluoreto de potássio com o objetivo de evitar a

coagulação e a glicólise sanguínea.

Os peixes foram anestesiados com uma solução contendo 65ppm de eugenol.

A coleta de sangue foi feita através de punção da veia caudal, retirando um volume

mínimo de 0,4 mL de sangue por peixe. O sangue foi transferido das seringas para

tubos de ensaio que foram centrifugados a uma velocidade de 3500rpm por cinco

minutos. Retirou-se o plasma das amostras que foi centrifugado novamente à

mesma velocidade e tempo para eliminação total de resíduos dos plasmas

provenientes das amostras.

Após as coletas de sangue os peixes utilizados foram abatidos (cinco com 32

dias e 5 com 64 dias) através de choque térmico, acondicionados em sacolas

plásticas devidamente identificadas e levados ao freezer para congelamento. Após o

término do experimento, os peixes foram descongelados, foi feita a retirada das

escamas e das vísceras. As carcaças foram pesadas, trituradas com processador

industrial de pequeno porte e pesadas novamente. A massa obtida foi congelada e

após 24 horas de congelamento, foi levada ao liofilizador para retirada da umidade

através da diferença de pressão.

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40

Passado um período de 48 horas as amostras foram pesadas em balança

digital com precisão de 0,1 e moídas no moinho de bola. Após o processamento das

amostras foram feitas análises através da adaptação da metodologia descrita por

SILVA e QUEIROZ (2000) para analise de Extrato Etéreo, Proteína Bruta, Matéria

Mineral. Foram quantificados também o Extrato Não Nitrogenado, além de Matéria

Seca, teor de unidade das amostras e glicemia sanguínea.

Todas as análises foram feitas no Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal

(LZNA) da UENF-CCTA. Com os valores obtidos nas análises anteriores foram

calculados os valores de Eficiência de Retenção de Proteína Bruta (ERPB) e Taxa

de Eficiência Protéica (TEP).

%N = Vol (HCl) x N (HCl)x f (HCl) x 14 x 100

%PB = %N x 6,25

Onde: Vol (HCl) = Volume do ácido Clorídrico usado na titulação

N (HCl) = Normalidade do ácido Clorídrico usado na titulação

f (HCl) = fator de correção do ácido Clorídrico usado na titulação

PA = Peso da amostra

%ERPB OU ANPU = (PBFC x PF) – (PBIC x PI) x 100

Onde : PBFC = Proteína bruta na carcaça final

PF = Peso final

PBIC = Proteína bruta na carcaça inicial

PI = Peso inicial

CPB = Consumo de Proteína Bruta do período

TEP ou PER =GP

Onde: GP = Ganho de peso no período

CPB = Consumo de Proteína Bruta do período

A análise estatística do experimento foi feita através do programa estatístico

SAEG versão 9.1 2007, da Universidade Federal de Viçosa. Foram feitas Análise de

CPB

PA (mg)

CPB

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Variância, Regressões Lineares Simples e Múltiplas e Correlações de Pearson, com

os dados obtidos através das análises feitas no LZNA.

4.2.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores dos parâmetros relacionados à qualidade d’água, oxigênio

dissolvido (O2D), temperatura (TºC), pH e condutividade elétrica (COND.),

mensurados durante o período experimental, estão na tabela 1.

Tabela 1. Valores médios dos parâmetros físico-químicos da água no segundo

experimento.

O teor médio de oxigênio dissolvido, durante o período experimental, foi de

5,75mg/L. Segundo ARAUJO-LIMA e GOMES (2005), o tambaqui tem seu

crescimento normal em níveis de oxigênio acima de 3mg/L, portanto os valores de

obtidos no experimento ora descrito, atendem perfeitamente a exigência do

tambaqui. Da mesma forma, a média do pH manteve-se dentro dos padrões

recomendados por ARIDE et al., (2004), entre 4,0 e 6,5. A temperatura dos aquários

experimentais mostrou-se adequada para espécies de clima tropical, apresentando

médias 29,45ºC pela manhã e 28,8ºC pela tarde.

As intensidades de luz utilizadas no experimento não diferiram entre os

tratamentos, T1 = 0,1067; T2 = 0,1050; T3 = 0,1050; T4 = 0,0967 µmol m-2 s-1,

porém dentro dos próprios tratamentos ocorreu uma diferença entre a quantidade de

Tratamento (hL) Parâmetros

6 12 18 24

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 5,9 5,8 5,6 5,7

pH 6,17 6,08 5,72 5,76

Condutividade Elétrica (µS) 366 396 543 561

M 29,5 29,8 29,1 29,4 Temperatura (ºC)

T 29 28,9 28,6 28,7

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µmol m-2 s-1 que chegava as repetições, 0,0713; 0,1416; 0,0925 µmol m-2 s-1 , sendo

os valores, lateral esquerda, meio e lateral direita respectivamente dentro da

bancada de cada tratamento. Isto pode explicar o elevado coeficiente de variação

encontrado entre as repetições dentro de um próprio tratamento.

A composição bromatológicas apresentada na tabela 2, referente à matéria

seca dos períodos: inicial, trinta e dois dias e sessenta e quatro dias.

Tabela 2. Composição bromatológicas da matéria seca na carcaça eviscerada e escamada de juvenis de tambaqui submetidos a diferentes fotoperíodos no início, no 32° e no 64° de experimento.

Tratamentos

6 12 18 24 Variáveis

início 32º 64º 32º 64º 32º 64º 32º 64º

MS (%) 28,58 29,63 32,79 28,99 33,37 27,78 32,70 29,23 33,10

PB (%) 64,97 48,78 44,51 49,42 44,27 51,85 43,12 49,64 43,04

EE (%) 10,35 32,06 36,12 31,36 36,12 27,59 36,72 30,65 35,66

MM (%) 13,42 14,06 15,21 13,94 14,89 14,71 14,73 13,88 15,08

ENN (%) 11,26 5,11 4,16 5,28 4,72 5,85 5,44 5,83 6,22

(MS%) - porcentagem de matéria seca na carcaça, (PB %) - porcentagem de proteína bruta na carcaça, (EE %) - porcentagem extrato etéreo na carcaça, (MM %) - porcentagem da matéria mineral na carcaça e (ENN %) – porcentagem de extrato não nitrogenado na carcaça.

Os resultados observados no experimento quanto à composição bromatológica

da carcaça de juvenis de tambaqui indicaram uma tendência ao aumento da

porcentagem de gordura na carcaça em detrimentos a porcentagem de proteína em

relação aos valores alcançados inicialmente e ao final de período experimental.

LANNA et al. (2004), apresentaram valor de extrato etéreo médio igual a

12,14% e valor de proteína bruta média igual a, 87,86% na matéria seca do filé de

juvenis de tilápia do Nilo analisados.

LEONHARDT et al. (2006), também trabalharam com composição de filé de

três espécies de tilápia e não verificaram diferença significativa (p>0,05) entre as

espécies para os valores de proteína bruta. Porém para os valores de extrato etéreo

foi verificada diferença significativa entre as linhagens tailandesa e Nilótica e para o

híbrido.

SANTOS et al. (2000/01), trabalhando com filé de trairão (Hoplias lacerdae),

obtiveram valores de proteína bruta na matéria seca em torno de 81,34% e valores

de extrato etéreo na matéria seca em torno de 3,37%.

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43

Isso é explicado pelo fato dos autores anteriormente citados, terem trabalhado

apenas com o filé dos peixes que é na sua maior parte músculo (proteína) e assim

apresenta uma relação protéica percentual naturalmente maior que a carcaça

composta de outros tecidos como o tecido ósseo, que possuem baixo ou nenhum

valor protéico.

Apesar de constatar uma grande variação no teor de proteína e extrato etéreo

no inicio do trabalho para os outros períodos (32 e 64 dias), percebeu-se que os

valores obtidos através das análises estão dentro dos valores encontrados na

literatura, como por exemplo, os valores encontrados por ITUASSU et al. (2004),

trabalhando com restrição alimentar de tambaqui que obtiveram valores de proteína

bruta na matéria seca da carcaça num intervalo de 55,50 até 58,73 %, e de extrato

etéreo num intervalo de, 19,50 a 23,37%.

MELO et al. (2003), constataram que dietas contendo 5% de lipídeos reduzem

o teor de gordura na carcaça e promove maior rendimento de carcaça para o Jundiá.

FERNANDES et al. (2000), ofereceram fontes e níveis de proteína bruta

diferentes em dietas para pacus (Piaractus mesopotamicus) e, após análise

bromatológicas da carcaça, constataram que não havia diferença significativa entre

as dietas com 26 e 30 % de proteína bruta com relação à proteína bruta encontrada

na análise bromatológica da carcaça, a qual apresentou valores de 55,47 e 58,16 %

de PB na matéria seca.

Os valores de proteína bruta e extrato etéreo apresentados nesse experimento

foram obtidos com uma alimentação comercial contendo 28% de proteína bruta e

3100 Kcal de ED, demonstrando que os valores da análise proximal estão dentro de

uma expectativa real relacionada à alimentação.

KIM et al. (1989), avaliaram o efeito de diferentes níveis de proteína (44,0 e

31,2 %) e níveis de lipídios (20,6 e 9,2 %) na dieta para juvenis de truta arco-íris,

num período de 12 semanas e obtiveram valores de proteína bruta na carcaça iguais

a 18,5 a 19,6% de PB e teores de extrato etéreo iguais a 5,2 a 5,9% respectivos aos

níveis de proteína bruta e de lipídios utilizados no seu trabalho.

ITUASSÚ et al. (2005), trabalharam com níveis de proteína para juvenis de

pirarucu (Arapaima gigas), não constataram diferença significativa nos valores de

proteína bruta encontrados nas carcaças, valores entre 68,80 e 64,30%, entretanto

perceberam estatisticamente uma diferença significativa (p<0,05) para os valores de

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extrato etéreo, sendo as rações com 32,7 e 39,3% de PB as que apresentaram

menores valores de extrato etéreo.

Os valores obtidos com as análises da composição bromatológicas das

carcaças evisceradas e escamadas são apresentadas na Tabela 3, referente à

matéria natural dos períodos: inicial, de trinta e dois dias e sessenta e quatro dias.

Tabela 3. Composição bromatológicas da matéria natural na carcaça eviscerada e

escamada de juvenis de tambaqui submetidos a diferentes fotoperíodos emerais no início, com trinta e dois dias e com sessenta e quatro dias de experimento.

Tratamentos

6 12 18 24 Variáveis

Início 32º 64º 32º 64º 32º 64º 32º 64º

UR (%) 71,42 70,37 67,21 71,01 66,63 72,22 67,3 70,77 66,9

PB (%) 18,57 14,46 14,59 14,73 14,77 14,39 14,10 14,51 14,24

EE (%) 2,96 3,02 11,85 3,46 12,05 3,43 12,01 2,53 11,82

MM (%) 3,84 4,16 4,99 4,16 4,96 4,08 4,82 4,06 4,99

ENN (%) 3,22 1,51 1,36 1,53 1,57 1,625 1,77 1,70 2,05

(UR%) - porcentagem da umidade relativa na carcaça, (PB %) - porcentagem de proteína bruta na carcaça, (EE %) - porcentagem extrato etéreo na carcaça, (MM %) - porcentagem da matéria mineral na carcaça e (ENN %) – porcentagem de extrato não nitrogenado na carcaça.

A Tabela 4 apresenta os valores relacionados às taxas que foram calculadas

com a utilização dos dados obtidos com a analise bromatológica das carcaças

evisceradas e escamadas, dos juvenis de tambaqui utilizados durante o

experimento.

As taxas de eficiência protéica (TEP) e eficiência de retenção de proteína

bruta (ERPB) utilizam valores obtidos na biometria e na análise bromatológica e

transformam em dados para avaliação e quantificação do uso do nitrogênio

fornecido na dieta correlacionado com a produção de proteína do animal.

As variáveis desse experimento não apresentaram equações de regressão

com grau de significância confiável. Porém, os valores obtidos no experimento para

essas mesmas variáveis são próximos aos valores obtidos em outros experimentos,

como em trabalho realizado por MUÑOZ-RAMÍREZ e CARNEIRO (2002), que

obtiveram valores de TEP variando entre 2,27 e 1,76 %, enquanto que para a ERPB

obteve valores entre, 29,81 38,56.

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Tabela 4. Valores médios da taxa de eficiência protéica (TEP), da eficiência de retenção de proteína bruta (ERPB) e dos níveis de glicemia apresentados no experimento.

Tratamentos

6h 12h 18h 24h Variáveis

32 64 32 64 32 64 32 64

ERPB (%) 34,0 27,2 35,0 28,5 34,3 26,6 39,1 24,3

TEP (%) 1,54 2,01 1,57 2,02 1,57 1,98 1,45 1,83

Glicemia

(mg/dL) 98,75 129,63 80,15 143,00 72,30 111,00 64,78 100,13

Já LANNA et al. (2004), obtiveram valores maiores que os estabelecidos

nesse trabalho para taxa de eficiência protéica (TEP), entre 3,29 e 4,37g, quando

trabalharam com juvenis de tilápia, utilizando diferentes fontes de óleos e fibras na

dieta.

FERNANDES et al. (2000), trabalhando com diferentes níveis de proteína

para alevinos de pacu (Piaractus mesopotamicus), encontraram valores da TEP

iguais a 3,23, 3,13 e 2,92 % para os respectivos valores de PB na ração 22, 26 e 30

%.

Para quantificação do estresse, durante o período experimental, foram feitas

coletas de sangue com 32 dias e 64 dias, para quantificar os níveis de glicemia

sanguínea, sendo que os resultados obtidos na primeira coleta indicaram um leve

estresse para os peixes nos menores fotoperíodos e na segunda coleta, todos os

tratamentos apresentaram valores de glicemia indicando estresse. Os valores da

glicemia estão apresentados na tabela 4.

Quando o peixe encontra-se numa situação desfavorável aumenta o nível de

glicose sanguínea, como demonstrado por MARTINS et al. (2002), que submeteram

o híbrido tambacu a estímulos consecutivos de estresse. Esses autores observaram

um valor inicial de glicose sanguínea igual a 71,00 mg/dL no tempo zero chegando a

alcançar valores de glicose sangüínea igual a 148,35 mg/dL após duas horas de

estímulos demonstrando um estresse agudo.

BRANDÃO et al. (2004), quantificaram o nível de glicose sanguínea de

tambaquis durante um experimento de densidade obtendo valores de glicose

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sanguínea entre 51 a 65 mg/dL. Estes resultados não demonstram sinais de

estresse com relação às densidades usadas no trabalho.

CHAGAS et al. (2002), testando a densidades de estocagem de tambaqui,

apresentaram os seguintes valores de glicose sanguínea, 61,80; 67,30 e 63,67

mg/dL para as respectivas densidades de estocagem 25; 50 e 75 peixes/ m3 não

demonstrando a presença de fatores estressantes durante o experimento, uma vez

que estes valores estão dentro da faixa estipulada para valores de glicose

sanguínea da espécie.

GOMES et al. (2001), quantificaram os valores de glicose sanguínea para os

juvenis de tambaqui em situação de repouso chegando a valores entre 50 a 70

mg/dL valores estes próximos aos obtidos nos maiores fotoperíodos do experimento

ora descrito (18 e 24 horas de luz), indicando que não houve estresse nestes

tratamentos até os 32 dias.

O estresse demonstrado pelo nível de glicose sanguínea pode explicar os

valores baixos encontrados para a TEP e a ERPB pois o estresse diminui a

eficiência do metabolismo, aumenta a taxa de passagem do alimento, diminui o

tempo de digestão da dieta, prejudicando a utilização do alimento para o

desenvolvimento do animal.

Os baixos valores apresentados para as taxas de: crescimento especifico; de

eficiência protéica e eficiência de retenção de proteína bruta, servem como indícios

que os juvenis estavam em ambiente desfavorável ao desenvolvimento, devido ao

fato que agentes estressores prejudicam a utilização dos nutrientes contidos, que

normalmente possibilitariam o melhor desenvolvimento dos juvenis.

Os valores mensurados das variáveis citadas neste experimento estão

correlacionados na tabela 5.

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Tabela 5. Matriz para correlação de Pearon para as variáveis, glicose sanguínea, eficiência de retenção de proteína bruta (ERPB), extrato etéreo na matéria seca (EEMS), extrato etéreo na materia natural (EEMN), proteina bruta na materia seca (PBMS), proteina pruta na materia natural (PBMN), cinzas na matéria seca (MMMS), cinzas na materia natural (MMMN) e extrato não nitrogenado na materia seca (ENNMS) mensuradas no experimento II.

Variável Variável Correlação Significância

ENNMS -0.6688 0.0023 GLIC

ENNMN -0.6665 0.0024

ANPU TEP 0.8498 0.0001

EEMN 0.9812 0.0001

PBMS -0.8679 0.0001 EEMS

PBMN -0.8548 0.0001

EEMN EEMS 0.9812 0.0001

TEP -0.2935 0.1350

EEMN -0.8656 0.0001 PBMS

PBMN 0.9622 0.0001

EEMS -0.8548 0.0001

EEMN -0.8003 0.0001 PBMN

PBMS 0.9622 0.0001

MMMS MMMN 0.9611 0.0001

MMMS 0.9611 0.0001

ENNMS -0.6320 0.0043 MMMN

ENNMN -0.6115 0.0059

MMMS -0.6911 0.0015

MMMN -0.6320 0.0043 ENNMS

ENNMN 0.9985 0.0001

Observa-se através dos valores encontrados na correlação entre PB e EE,

que essas variáveis têm sentidos opostos na composição bromatológica das

carcaças avaliada durante o experimento sendo que quanto maior for a percentagem

de uma variável na carcaça, menor será a outra. Porém não foram observadas

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correlações entre a PB e outras variáveis analisadas bromatologicamente, como PB

e MM, PB e MS e PB e ENN.

No entanto foi observada uma correlação alta entre a glicose e ENN, uma vez

que os peixes transformam os carboidratos, como frutose e a glicose contida nos

alimentos, em reserva energética (glicogênio). Na situação de estresse percebida no

experimento, o metabolismo foi prejudicado e conseqüentemente a formação de

glicogênio. Com isso a glicemia aumentou demonstrando a existência da correlação

inversa entre os fatores de glicemia e extrato não nitrogenado.

4.2.7. CONCLUSÕES

A taxa de eficiência protéica e a taxa de eficiência de retenção de proteína

bruta foram afetadas pelo estresse, indicado pela glicemia, porém não foram

afetadas pelos tratamentos.

A composição bromatológica dos juvenis de tambaqui (Colossoma

macropomum), não foi afetada pelo fotoperíodo emeral durante o período

experimental.

4.2.8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ARBELÁEZ-ROJAS, G. A.; FRACALOSSI, D. M.; FIM, J.D. I. (2002) Composição

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52

5. CONCLUSÕES GERAIS

Foi observado que as interações entre fotoperíodo e o desenvolvimento inicial

do tambaqui são conseqüências da ação do fotoperíodo sobre ambiente de criação,

pois os peixes apresentaram valores absolutos maiores quando expostos a

fotoperíodos mais longos.

Uma vez que não houve diferença na composição bromatológica das

carcaças avaliadas neste trabalho, concluímos assim que o fotoperíodo não tem

influencia sobre a composição bromatológica da carcaça durante o período de

desenvolvimento inicial.

Não havendo influência na deposição de nutrientes e no uso desses

nutrientes fornecidos nas dietas durante o período experimental concluí-se que a

diferença de desenvolvimento obtida nestes trabalhos deve-se ao fato de que os

animais estavam em ambientes mais apropriados ao seu crescimento.

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6. APÊNDICE

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TRABALHO I

16,41

Figura 3: Gráfico da Linear Response Plateau (LRP) para variável altura aos 48 dias (HC) de experimento.

22,08

Figura 4: Gráfico da Linear Response Plateau (LRP) para variável Peso aos 48 dias (Peso C) de experimento.

23,47

Figura 2: Gráfico da Linear Response Plateau (LRP) para variável comprimento total aos 48 dias (CTC) de experimento.

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TRABALHO II

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Dias

(%)

na

MS ENNMS

MMMSEEMSPBMS

0 32 64

T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4

Figura 5. – Composição bromatológica da matéria seca de juvenis de tambaqui no inicio do

experimento (0 dias), no meio (32 dias) e no final (64 dias), quando submetidos a diferentes

fotoperíodos, no trabalho 2.

Y = 0,9648x + 67,9 (r2 = 1)

Y = 1,2094x + 33,6 (r2 = 1)

Y = 1,1047x + 29,4 (r2 = 1)

Y = 1,9641x + 17,3 (r2 = 1)

50

65

80

95

110

125

140

24 32 40 48 56 64Dias

Glic

emia

(mg

/dL

)

6hL

12hL

18hL

24hL

Figura 6. – Variação no nível de glicemia em juvenis de tambaqui submetidos a diferentes

fotoperíodos.