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LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI
INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES DE 10 A 14
ANOS DE IDADE.
Tese apresentada à Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina
para obtenção do título de Mestre
Profissional em Fisiologia do Exercício.
São Paulo
2008
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LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI
INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES DE 10 A 14
ANOS DE IDADE.
Tese apresentada à Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina,
para obtenção do título de Mestre
Profissional em Fisiologia do Exercício.
Orientador: Profº Dr. Acary Souza Bulle
Oliveira.
São Paulo
2008
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LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI
INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES DE 10 A 14
ANOS DE IDADE.
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Mestre Profissional em Fisiologia do Exercício.
São Paulo 2008
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LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI
INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES DE 10 A 14
ANOS DE IDADE.
Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre Profissional em Fisiologia do Exercício. Orientador: Profº Dr. Acary Souza Bulle Oliveira.
São Paulo 2008
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Ignachewski, Lucienne Eloise Rocha
Influência do excesso de peso e obesidade na
aptidão física em adolescentes de 10 a 14 anos de idade ./Lucienne Eloise Rocha Ignachewski. -- São Paulo, 2008.
ix, 48f. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de São
Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Mestrado Profissional em Fisiologia do Exercício.
Overweight and Obesity Influence on Physical Aptitude
on Adolescents from 10 up 14 years old.
1. adolescente. 2. obesidade. 3. atividade física.
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iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
MESTRADO PROFISSIONAL EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Chefe de Departamento: Prof. Dr. Sergio Luiz Domingues Cravo Coordenador do Curso de Pós-Graduação: Profª. Drª. Helena Bonciani Nader Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Fisiologia do Exercício: Prof. Dr. Antonio Carlos da Silva
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iv
LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI
INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM ADOLESCENTES DE 10 A 14 ANOS DE
IDADE.
Presidente da Banca: Profº Dr Acary Souza Bulle Oliveira
BANCA EXAMINADORA
Profa Dra. Márcia Cristina Bauer Cunha
Profa Dra. Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira
Profa Dra. Junia Scarlatelli Christofani
Profº Dr. Joaquim Martins Junior
Aprovada em: 29 / 10 / 2008
São Paulo, 29 de Outubro de 2008.
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v
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Dalton e Jeanete, pelo incentivo aos estudos,
iniciando na tenra infância e que se prolonga por toda minha vida
profissional.
Ao meu esposo Edson, meus filhos Henrique e Gabriela, que sempre
estiveram ao meu lado, incentivando, ajudando e servindo de apoio nos
momentos difíceis desta jornada, pela compreensão dos momentos de
ausência, que me privaram das suas companhias, destinados à realização
da pesquisa e elaboração dos artigos e da dissertação.
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vi
AGRADECIMENTOS Ao profº. Drº Acary Souza Bulle Oliveira pela colaboração, paciência
e ensinamentos dos fundamentos da pesquisa científica, que me
proporcionaram uma visão mais criteriosa da ciência e ampliaram meus
conhecimentos científicos, enriquecendo meu desempenho profissional.
Agradeço a todos os meus familiares por estarem sempre ao meu
lado, vibrando com minhas conquistas, ajudando nos momentos de
dúvidas e sendo um porto seguro nos momentos de angústia.
As Amigas Alessandra e Juliana pelos momentos de relaxamento
nos intervalos e nas viagens feitas durante estes anos de pós-graduação,
dando força e motivação para continuarmos a jornada. Pela ajuda que de
alguma forma durante as várias discussões sobre o tema, ofereceram
sugestões e comentários para o enriquecimento do atual trabalho.
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vii
SUMÁRIO Dedicatória........................................................................................................................v
Agradecimentos...............................................................................................................vi
Lista de quadros e tabelas.............................................................................................viii
Resumo............................................................................................................................ix
1.INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1.1 Objetivos.....................................................................................................................3
2. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................4
2.1 Obesidade..................................................................................................................4
2.2 Obesidade nas crianças e adolescentes....................................................................5
2.3 Problemas da obesidade em adolescentes................................................................7
2.4 Obesidade e atividade escolar...................................................................................8
2.5 Avaliação da aptidão física.......................................................................................10
3. MÉTODOS E CASUÍSTICA........................................................................................12
3.1 Estatística.................................................................................................................17
4. RESULTADOS...........................................................................................................18
5. DISCUSSÃO...............................................................................................................25
6. CONCLUSÕES...........................................................................................................31
7. ANEXOS.....................................................................................................................32
7.1 Anexo 1.....................................................................................................................32
7.2 Anexo 2.....................................................................................................................35
7.3 Anexo 3.....................................................................................................................36
7.4 Anexo 4.....................................................................................................................37
8. REFERÊNCIAS..........................................................................................................43
Abstract
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viii
Lista de quadros e tabelas Quadro 1. critério de classificação proposto por Conde e Monteiro (2006).................13 Quadro 2. Normas e Categoria para Avaliação da Aptidão Física..............................14 Quadro 3. Medidas e testes de Aptidão Física utilizados pela bateria PROESP-BR
(2007)......................................................................................................................15 Tabela 1. Distribuição de adolescentes com baixo peso, normal, excesso
de peso e obesidade, com base no IMC descrito por Conde e Monteiro (2006)...........................................................................................................18
Tabela 2. Distribuição por idade da classificação antropométrica com base
no IMC descrito por Conde e Monteiro (2006)............................................19 Tabela 3. Distribuição dos voluntários em cada variável da aptidão física
classificada por categorias: MF; F; R; B; MB; E. PROESP-BR (2007)...........................................................................................................20
Tabela 4. Distribuição por sexo das freqüências por categorias: MF; F;
R; B; MB; E. PROESP-BR (2007)...............................................................21 Tabela 5. Distribuição da freqüência de meninas de 10 anos classificados
por categorias e IMC para o teste de velocidade de deslocamento...............................................................................................22
Tabela 6. Distribuição da freqüência de meninos de 11 anos classificados
por categorias e IMC para o teste de Força explosiva de membros superiores....................................................................................................22
Tabela 7. Distribuição da freqüência de meninas de 11 anos classificados
por categorias e IMC para o teste de flexibilidade.......................................23 Tabela 8. Distribuição da freqüência de meninos de 12 anos classificados por
categorias e IMC para o teste de Força explosiva de membros superiores....................................................................................................24
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ix
Resumo Objetivo: Identificar a prevalência do excesso de peso e obesidade, analisar sua
influência no desempenho da aptidão física e motora dos adolescentes da Escola
Estadual Professor Francisco José Perioto do interior do Paraná. Métodos: Realizou-
se um estudo de corte transversal, envolvendo 196 alunos de ambos os sexos, da 5ª e
6ª série, pertencentes à faixa etária de 10 a 14 anos de idade. O estudo iniciou-se
pelas medidas antropométricas dos estudantes, seguidos pelos testes de desempenho
físico e motor, descritos no Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e
Critérios de Avaliação do Projeto Esporte Brasil. Resultados: Quanto à classificação
antropométrica da população avaliada, constatou-se que: 2,04% foram considerados
de baixo peso; 69,9% dos adolescentes estavam na faixa da normalidade; 22,4% foram
classificados como excesso de peso; 5,61% foram definidos como obesos. Quanto à
interferência do estado nutricional nos testes de aptidão física, encontrou-se diferença
significativa para o teste de velocidade de deslocamento, de flexibilidade e força
explosiva de membros superiores, sendo a faixa etária até os 12 anos a fase mais
crítica para a introdução de atividades físicas. Conclusões: Após avaliar adolescentes
pertencentes à rede pública estadual de ensino de Mandaguaçú, verificou-se um alto
percentual com obesidade e excesso de peso, com influência significativa no
desempenho da atividade física e motora nesses alunos.
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1. INTRODUÇÃO
A obesidade é uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de
gordura no organismo, caracterizando-se como doença não transmissível que mais
cresce em todo o mundo, sendo apontada como uma verdadeira epidemia mundial
(SOUZA et al., 2007). Segundo Giugliano e Carneiro (2004) a obesidade pode iniciar
em qualquer idade, desencadeadas por fatores como o desmame precoce, introdução
inadequada de alimentos, distúrbio de comportamento alimentar e da relação familiar,
especialmente nos períodos de aceleração do crescimento. A obesidade nas últimas
décadas vem aumentando em todas as faixas etárias, enquanto a desnutrição está
diminuindo, em países desenvolvidos e em desenvolvimento (TORRIENTE et al.,
2002).
Nas estimativas da Sociedade Brasileira de Pediatria os casos de
obesidade na infância e adolescência definidas pela Organização Mundial da Saúde
respectivamente pelo período que vai de 0 a 9 anos e de 10 a 20 anos, apontam que
15% estão obesas e outras 15% estão acima do peso para sua idade (VIEIRA et al.,
2005).
Como o sobrepeso em crianças e adolescentes está intimamente
ligado a fatores externos, é de extrema importância a identificação precoce do excesso
de peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultas obesas. A atividade
física diminui este risco, atuando na regulação do balanço energético e preservando ou
mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIUGLIANO e
CARNEIRO, 2004)
Assim, acredita-se que obter informações quanto à aptidão física e
índice de massa magra (IMM) de crianças e adolescentes, é muito importante no
diagnóstico e acompanhamento do desenvolvimento de uma população específica.
Portanto é fundamental estudar os componentes da gênese da obesidade, saber
preveni-la e combatê-la, principalmente no âmbito escolar. A profilaxia da obesidade
infanto-juvenil minimiza o alto custo para a sociedade com assistência médica
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2
especializada e proporciona uma melhor qualidade de vida na infância, adolescência e
na fase adulta.
Desse modo, tem crescido consideravelmente o número de estudos
que buscam obtenção de informações relativas aos índices de desempenho motor
entre os escolares (OKANO et al., 2001).
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3
1.1 Objetivos
1. Identificar a prevalência do excesso de peso e obesidade em adolescentes da
Escola Estadual Professor Francisco José Perioto.
2. Analisar a influência do excesso de peso e obesidade no desempenho da aptidão
física e motora dos adolescentes de Escola Estadual do interior do Paraná.
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4
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Obesidade
A obesidade é uma doença que produz efeitos deletérios à saúde.
Há um consenso na literatura de que sua etiologia é multifatorial envolvendo aspectos
biológicos, históricos, ecológicos, políticos, socioeconômicos, psicossociais e culturais
(MONDINI e MONTEIRO, 1998). Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais
graves da saúde pública. Sua prevalência cresceu acentuadamente nas últimas
décadas, inclusive nos países em vias de desenvolvimento, o que elevou estas
doenças a uma condição de epidemia global. Dos estudos epidemiológicos realizados
em populações latino-americanas surgiram dados alarmantes.
No Brasil, à medida que se consegue erradicar a miséria nos setores
mais pobres da população, a obesidade aparece como um problema mais freqüente e
grave que a desnutrição. O fenômeno da transição nutricional sobrecarrega nosso
sistema de saúde com aumento de demanda de atenção por doenças crônicas
relacionadas com a obesidade (WANDERLEY e FERREIRA, 2007). A transição
nutricional corresponde às mudanças dos padrões nutricionais, modificando a dieta de
pessoas e se correlacionando com mudanças sociais, econômicas, demográficas e
relacionadas à saúde. Aspectos diferentes de nutrição e economia de um país ou
região podem determinar diferenças no processo de transição. Entretanto, a
característica básica foi de crescimento da dieta rica em gorduras, açúcares, alimentos
refinados e redução em carboidratos complexos e fibras (TARDIDO e FALCÃO, 2006).
Hoje, consumimos quase 20% a mais de gorduras saturadas e açúcares
industrializados. (ANGELIS, 2005).
A compreensão dos fatores que influenciam o equilíbrio energético e
a manutenção do peso corporal é de grande relevância nos dias atuais. Os fatores que
poderiam explicar a tendência de aumento da obesidade parecem estar mais
relacionados às mudanças no estilo de vida, aos hábitos alimentares e a incorporação
de hábitos alimentares procedentes de outras culturas (KREBS e MACEDO, 2005).
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5
Segundo Fisberg (2006), as explicações para a obesidade em
países em desenvolvimento, podem ser em decorrência de indivíduos desnutridos,
sobreviventes e recuperados, com acesso a alimentação, que incorporaram mais
facilmente a energia sob a forma de depósitos de gordura, em tentativa de se
protegerem da fome, aliada a baixa estatura.
Os fatores que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade
em jovens e adultos é a obesidade em um dos pais, pois, filhos de pais obesos têm
80 a 90% de probabilidade de serem obesos, ou a presença de obesidade na infância
(GIUGLIANO e CARNEIRO, 2004).
2.2 Obesidade na criança e adolescente
De acordo com Vieira et al. (2005), a obesidade não é uma
condição que o indivíduo adquire de forma imediata, e sim, após longo período de
acumulação de comportamentos de risco. Soares e Petroski (2003) afirmam que pode
haver três períodos críticos da vida, nos quais ocorrerem o aumento do número de
células adiposas (hiperplasia).
Último trimestre da gravidez: os hábitos nutricionais da mãe durante
a gravidez podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento.
Quando existe, por qualquer motivo, desnutrição do feto, ainda dentro do útero,
principalmente se isso ocorrer após a trigésima semana de gravidez e durar até o
primeiro aniversário, irão ocorrer estímulos à produção de células de gordura, os
adipócitos;
O primeiro ano de vida: o excesso de alimentação nos primeiros
anos de vida aumenta o número de células adiposas, um processo irreversível, que é a
causa principal de obesidade para toda a vida. Escrivão e Lopez (1998) apontam que a
interrupção do aleitamento materno e introdução inadequada de alimentos após o
desmame podem desencadear o início da obesidade já no primeiro ano de vida.
O aleitamento materno exclusivo, pelo menos até o quarto mês de
vida, assegura um aporte de nutrientes e de energia ao lactente, assim como limita a
quantidade de alimento ingerido. Com a interrupção do aleitamento materno, a
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6
quantidade de alimentos administrada é geralmente maior, pois depende de quem está
administrando a dieta. O leite de vaca apresenta uma carga muito mais alta de solutos
do que o leite materno, o que faz a criança sentir mais sede. Esta sede, quase sempre
é interpretada pela mãe como fome, o que leva a administrar novamente mais fórmula,
gerando um circulo vicioso. Outro problema é a ingestão de sacarose, engrossantes e
outros alimentos ricos em açúcar, adicionados às fórmulas.
O estirão do crescimento na adolescência: Segundo Abreu e Spinelli
(2004), a proporção de pré-escolares, escolares e adolescentes classificados como
sobrepeso sofreu grande aumento nos anos 90, após relativa estabilidade entre as
décadas de 60 e 70. Esse ganho de peso se deve, basicamente, à fase de constantes
transformações pela qual passam as crianças e adolescentes quanto aos componentes
do peso corporal (gordura, músculos e ossos) até alcançarem o estágio adulto. Estas
transformações físicas, psíquicas e sociais também têm efeito sobre o comportamento
alimentar do adolescente, sendo que a adolescência é um período de rápido
crescimento com formação de tecidos e modificações que são determinantes de uma
maior demanda de energia e nutrientes, resultando na necessidade de uma dieta
balanceada. (FARIA et al., 2006).
Segundo Dionne e Tremblay (2003) é de suma importância saber
qual é a distribuição da gordura, pois, dependendo de onde ela está localizada o
indivíduo tem maior ou menor chance de adquirir certas doenças. Os tipos de fenótipos
da obesidade sob uma perspectiva anatômica são: tipo I que é caracterizada pelo
excesso de massa corporal distribuída por todo o corpo; tipo II é a forma andróide,
caracterizada pelo acúmulo de gordura do tronco; tipo III é o acúmulo excessivo de
gordura no compartimento visceral e o tipo IV que corresponde à forma feminina, em
que o acúmulo de gordura concentra-se na parte inferior do corpo, chamada de
ginecóide.
A obesidade generalizada é frequentemente encontrada nas
crianças, sem um nítido predomínio de distribuição da adiposidade, à medida que vai
crescendo, o tipo de obesidade é mais bem definida. Viuniski (2001) destaca, ainda,
diversos fatores de risco para a gênese da obesidade infantil:
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7
A inatividade e o sedentarismo – nada imobiliza mais a criança
saudável que a televisão. Para agravar essa situação, as crianças são submetidas a
um bombardeio de propagandas, a maioria de guloseimas, que soma a inatividade, o
mau hábito de comer diante da tela. Como essa criança está profundamente envolvida
com o mundo irreal que se passa do outro lado do tubo de imagem, não se dá conta da
quantidade nem da qualidade do que está ingerindo. Pimenta (2001) constatou uma
relação entre a inatividade e o tempo gasto assistindo televisão, e o aumento da
adiposidade.
O uso inadequado dos alimentos – é preocupante quando as
crianças passam a interessar-se mais pela aparência e sabor dos alimentos do que
pela fome propriamente dita. Pior é utilizar a comida como forma de recompensa;
Comer noturno – falta de apetite durante o dia, principalmente pela
manhã, com voracidade à noite pode ser encontrado em crianças com distúrbio
alimentar conhecido com o sugestivo nome de “Comedores Noturnos”. Essa conduta
alimentar ocorre basicamente pela ansiedade de ficar sem ter o que fazer no período
da noite;
Manejo deficiente das fases fisiológicas de inapetência – nada
preocupa mais um pai ou mãe, do que seu filho recusar o alimento. O que eles não
sabem é que em alguns momentos da vida pode ser bastante normal ter menos fome.
Dependendo da maneira com que lidam com essas situações, podem estar facilitando
para desencadear um processo de ganho exagerado de peso.
2.3 Problemas da obesidade em adolescentes
A obesidade está associada a importantes alterações, que são
dependentes de sua duração e de sua gravidade (SIGULEM et al., 2001). Todavia,
podem ser reversíveis desde que se consiga a redução de peso e desde que as
estruturas orgânicas acometidas não tenham sofrido danos anatômicos irreparáveis.
Os problemas causados pela obesidade em longo prazo são,
contudo, previsíveis (SOARES e PETROSKI, 2003):
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8
Crescimento – idade óssea avançada, aumento da estatura,
menarca precoce;
Respiratórias – alterações da função pulmonar, com diminuição do
volume residual e do volume expiratório máximo. Pode ocorrer a Síndrome de Pickwik,
caracterizada por hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do sono (GRUSTEIN,
1999);
Cardiovasculares – hipertensão arterial, tanto a pressão sistólica
como a diastólica aumentam com o aumento do índice de massa corporal, há elevação
do débito cardíaco e expansão do volume sanguíneo como causa do aumento da
pressão arterial. Outro mecanismo é a diminuição de Na (sódio) causada pelo
hiperinsulinismo em que a resposta do sistema renina – angiotensina – aldosterona
está diminuída no obeso. Hipertrofia cardíaca e morte súbita (WIRTH, 1999);
Ortopédicas – bastante freqüente na obesidade, devido ao trauma
provocado nas articulações pelo excesso de peso. As articulações dos joelhos são as
mais envolvidas, o deslizamento da epífise da cabeça do fêmur (epifisiólise), joelho
valgo, coxa vara e osteoartrite;
Dermatológicas – as mais encontradas são as estrias, micoses,
lesões de pele como as dermatites e piodermites particularmente em região de axila e
inguinal;
Metabólicas – resistência à insulina, diabetes mellitos tipo 2,
hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia em que o aumento dos níveis de colesterol
total e de LDL colesterol e baixos níveis de HDL aumentam o risco para
desenvolvimento de doença arterosclerótica, gota úrica, doença dos ovários
policísticos, com oligomenorréia ou amenorréia (FREEDMAN et al., 1999);
Problemas psicossociais como discriminação e aceitação diminuída
pelos pares, isolamento e afastamento das atividades sociais (VIEIRA et al., 2005).
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9
2.4 Obesidade e Atividade Física escolar
As crianças e os adolescentes são naturalmente ativos e fazem
muitos exercícios físicos dentro de suas rotinas diárias, como as ocupacionais, de
laser, domésticas e de deslocamentos, porém viver na cidade tem criado estilos
sedentários de vida para muitos deles, reduzindo o esforço físico ocupacional,
modificando as atividades de laser, que passaram de atividades de elevado gasto
energético, como práticas esportivas, para atividades monótonas como prolongados
períodos sentados. O início da escolarização formal constitui uma mudança importante
no desenvolvimento físico da criança. A escola significa o começo do período em que
esta deverá aprender todas as competências e papéis específicos que são parte de
sua cultura (WANDERLEY e FERREIRA, 2007).
O processo de desenvolvimento motor da criança e do adolescente
caracteriza-se por diferentes tipos de modificações físicas e mecânicas, os fatores do
crescimento físico, da maturação, do desenvolvimento da aptidão física, da atividade
física, da idade e da experiência estão inter-relacionados. Sendo assim, as mudanças
estão caracterizadas pelas alterações dos fatores somatomotores do indivíduo que em
diferentes aspectos estão relacionados ao desempenho da aptidão física (GALLAHUE,
2000).
A obesidade está fortemente relacionada ao desenvolvimento
psicomotor, diz respeito aos transtornos no esquema corporal, que são caracterizados
por distúrbios no reconhecimento das medidas e funções corporais. Assim, uma
característica importante em adolescentes obesos é, geralmente, a depreciação da
própria imagem física, demarcada pela insegurança em relação aos outros. O
isolamento social e a baixa taxa de aceitação dos colegas são problemas comuns para
adolescentes obesos, quando esta desenvolvendo sua auto-imagem, sendo prejudicial
ao desenvolvimento psicológico e social (PAZIN, et al., 2006).
O adolescente obeso quando participa de um jogo ou exercício, sua
atividade física é acentuadamente mais baixa do que a de um adolescente com peso
normal sob as mesmas condições e um dos fatores que podem desmotivar essa
participação, é o tipo de atividade proposta, com tendência ao abandono. Toda a
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10
atividade física representa um esforço muito maior para o adolescente obeso, isso
reduz o prazer da atividade (CELESTRINO e COSTA 2006).
Na adolescência, o exercício físico tem importante papel no
tratamento e prevenção da obesidade, pois o gasto calórico proveniente da atividade
física se mostra como grande aliado na perda de massa corporal, sendo também fator
contribuinte para aumento nos níveis de aptidão física. (DANROCO et al., 2005). A
escola oferece um ambiente que faz parte do cotidiano dos adolescentes, não havendo
dificuldades de acesso ao local, e possui as estruturas necessárias para a prática de
atividade física o que favorece sua adesão (CELESTRINO e COSTA, 2006).
Deve-se salientar que os programas de prevenção devem estimular
a atividade física espontânea, para incorporar uma mudança no estilo de vida do
adolescente, sendo motivado a manter-se ativo (MELLO et al., 2004).
2.5. Avaliação da Aptidão Física
Aptidão física é uma condição na qual o indivíduo possui a
capacidade de seus sistemas do organismo (coração, pulmões, vasos sangüíneos e
músculos) funcionar de modo eficiente para resistir a doenças e ser capaz de participar
de várias tarefas diárias e atividades recreativas sem cansaço (ROCHA, 2002).
Segundo o Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM, 2000) a aptidão física
tem sido encarada como uma construção multifatorial, que inclui alguns componentes
(resistência cardiorespiratória, composição corporal, resistência e força muscular
localizada e flexibilidade). Cada um desses componentes é um traço, ou uma
capacidade, relacionado ao movimento corporal e considerado como sendo
essencialmente independente um do outro (MELLO et al., 2004).
Conde e Monteiro (2006) destacam que estudos desenvolvidos para
avaliar o crescimento físico de crianças e adolescentes buscam encontrar subsídios
para intervenções nas mais diversas áreas relacionadas à saúde. O acompanhamento
do crescimento físico através da antropometria é indicado pela OMS (Organização
Mundial da Saúde) como um método eficiente e de baixo custo em estudos
populacionais, pois se trata de um cálculo simples que apresenta boa correlação com a
adiposidade corporal (SOUZA et al., 2007)
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11
Durante os primeiros anos de vida este controle é realizado em
postos de saúde ou na rede hospitalar de forma mais sistemática até por volta dos dois
anos de idade. Posteriormente, quando a criança ingressa no sistema regular de
ensino por volta dos 6 ou 7 anos, este controle tem a possibilidade de ser realizado
novamente através de avaliações periódicas (uma ou duas vezes ao ano),
normalmente realizadas pelos professores de educação física da escola. Embora já de
algum tempo, estas medidas sejam realizadas em grande número das escolas, na
opinião de Gaya e Silva (2007), este controle ainda é inexpressivo, e poucas escolas
aproveitam estes dados adequadamente, pois essas informações servem de
parâmetros para comparação dos estágios de crescimento e desenvolvimento tanto
físico como motor de adolescentes.
A avaliação física funcional teve um avanço significativo nas últimas
décadas. Esse progresso tem colaborado com as ciências do movimento na análise
dos benefícios da atividade física, bem como na elaboração de melhores formas dos
seres humanos se exercitarem. Desta forma, a avaliação do desempenho físico em
escolares se torna um importante instrumento de referência para os profissionais de
Educação Física, no diagnóstico e acompanhamento do desenvolvimento de uma
população específica. Pois, a partir desses dados, poderemos ter melhores condições
de fazer um planejamento nos programas de educação física escolar, e avaliar as
interferências e benefícios da prática de atividade física (SCHNAIDER e PAIM, 2006).
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12
3. MÉTODOS E CASUÍSTICA
Realizou-se um estudo de corte transversal, envolvendo 196 alunos
de ambos os sexos, da 5ª e 6ª série, pertencentes à faixa etária de 10 a 14 anos de
idade, provenientes da Escola Estadual, como parte do projeto PROESP - Brasil. A
Escola Estadual Professor Francisco José Perioto ensino fundamental de 5ª a 8ª série,
localizada no Município de Mandaguaçú que apresenta população de 18259
habitantes, no Noroeste do Estado do Paraná, atende principalmente a uma clientela
de classe social baixa e média. No ano letivo de 2008 apresentou 843 alunos
matriculados, sendo 444 meninos e 399 meninas. A escolha da instituição se deve à
facilidade da utilização dos instrumentos para a medição, bem como o acesso atribuído
pela direção para a operacionalização da pesquisa, assinando a carta de aprovação da
escola concordando em participar do estudo.
Foram fatores de exclusão do estudo os alunos com deformidades
físicas que impedissem a execução da bateria de testes, as alunas grávidas ou
amamentando, os que faltaram à escola no dia marcado para as avaliações e os que
não apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1)
devidamente assinado pelos pais, ou pelo responsável.
A coleta dos dados ocorreu no mês de fevereiro, quando foram
selecionados 196 alunos que preencheram os critérios propostos. As avaliações foram
realizadas na própria instituição, durante a aula de Educação Física. Os alunos
trajando uniforme escolar eram levados para um espaço indicado pelo professor de
Educação física para serem aferidos.
As avaliações iniciaram-se pelo preenchimento da ficha (Anexo 2)
composta pelos dados pessoais de cada aluno como: nome, sexo, filiação, grau de
escolaridade e data de nascimento.’
Em seguida, foram realizadas as medidas antropométricas.
Posteriormente, foram aplicados os testes de desempenho físico e motor nos
adolescentes e classificados por categorias de aptidão física.
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13
As medidas antropométricas dos estudantes, compostas pelo peso
corporal em kg, estatura e envergadura em cm, foram utilizados como instrumentos:
duas trenas metálica de parede marca Sanny com precisão de 2m/0,1cm para a
medida da estatura e envergadura e uma balança digital da marca Filizola com
capacidade de 0 a 150 kg/100g para a medida da massa corporal.
A avaliação nutricional foi realizada segundo o IMC para a idade e o
sexo, determinado por meio do quociente de peso corporal (kg) e a estatura em metros
ao quadrado (m2), utilizando como referência valores nacionais propostos por Conde e
Monteiro (2006) demonstrado no Anexo 3. De acordo com este critério os adolescentes
foram classificados como apresentado no quadro 1.
Quadro 1 – critério de classificação proposto por Conde e Monteiro (2006)
Baixo peso (BP) Menor que 5%
Normal (N) Maior ou igual 5% e menor que 85%
Excesso de peso (EP) 85% a 95%
Obesidade (OB) Acima de 95%
Os testes de desempenho físico e motor foram descritos no Manual
de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação do PROESP-BR
(GAYA e SILVA, 2007). Tendo como referência os padrões da população brasileira
estratificada por idade e sexo (Anexo 4), definem-se seis categorias de aptidão física
demonstrada no quadro 2:
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Quadro 2 – Normas e Categoria para Avaliação da Aptidão Física
Valores em Percentil Categorias de Aptidão Física
Valores inferiores ao percentil 20 Muito Fraco (norma utilizada como critério
referenciado ao risco à saúde)
Valores entre o percentil 20 e 40 Fraco
Valores entre o percentil 40 e 60 Razoável
Valores entre o percentil 60 e 80 Bom
Valores entre o percentil 80 e 98 Muito Bom
Valores iguais ou superiores ao
percentil 98
Excelente (norma utilizada como critério para
definição de talento motor)
O Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) apresenta como proposta
descrever, acompanhar e analisar o comportamento do crescimento corporal, da
aptidão física, do estado nutricional e dos hábitos de vida de escolares brasileiros,
envolvendo um conjunto de investigações científicas multi e interdisciplinares levadas a
termo por professores e pesquisadores da Escola de Educação Física da UFRGS, com
apoio institucional do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), da Secretaria de
Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, do Programa de Pós-Graduação
em Ciências do Movimento Humano e do Laboratório de Pesquisa do Exercício da
UFRGS. Sendo assim, foram realizados diversos estudos de campo com o objetivo de
propor um sistema de medidas, testes e avaliações que fossem compatíveis com a
realidade de nossas escolas e que, da mesma forma, considerasse a diversidade
cultural da população brasileira.
Assim, as medidas e testes que compõem a bateria de testes do
PROESP-BR são agrupados no quando 3.
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Quadro 3 - Medidas e testes de Aptidão Física utilizados pela bateria PROESP-BR
Variáveis Medidas e Testes Área de Intervenção
Peso corporal Balança Saúde
Estatura Trena métrica Desempenho motor
Envergadura Trena métrica Desempenho motor
IMC Massa corporal/estatura2 Saúde
Flexibilidade Sentar/alcançar Saúde
Força/resist. abdominal Exerc. abdominal Saúde
Força membros inferiores Salto em distância Desempenho motor
Força membros superiores Arremesso de medicineball Desempenho motor
Agilidade Quadrado Desempenho motor
Velocidade Corrida de 20 metros Desempenho motor
Resistência aeróbica Correr/andar 9 minutos Saúde/Desempenho motor
Peso: com o sujeito em pé sobre a plataforma da balança, com o mínimo de vestuário
possível, se registra o peso com a aproximação de 0,1 kg (GAYA e SILVA, 2007).
Estatura: o adolescente distribuiu seu peso sobre ambos os pés descalços com os
calcanhares unidos, mantendo as bordas mediais em ângulo aproximado de 60° a
região glútea, parte superior do tronco e parte posterior da cabeça em contato com a
parede. A cabeça foi mantida no plano horizontal de Frankfurt, foi então realizada uma
inspiração máxima para a mensuração da altura do vértex (GAYA e SILVA, 2007).
Envergadura: foi realizado em situação de contração muscular, o braço foi mantido no
plano horizontal, com o antebraço flexionado em supino em contração isométrica a 90
graus, considerou-se a maior distância entre uma mão a outra (GAYA e SILVA, 2007).
Teste de Flexibilidade: o aluno sentou-se de frente para o banco de wells, descalços,
com as pernas unidas e estendidas, colocou uma mão sobre a outra, os braços na
vertical, o corpo foi inclinado para frente e as pontas dos dedos alcançaram tão longe
quanto possível sobre a régua graduada. Realizaram-se duas tentativas e registrou-se
o melhor resultado (GAYA e SILVA, 2007).
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Força Abdominal: teste de Flexão Abdominal em 30 segundos, com o uso de um
cronômetro, o aluno deitou em decúbito dorsal, pernas flexionadas e braços cruzados
sobre o peito, flexionou o tronco (sentar), encostando os pulsos nas coxas e deitou
novamente encostando a cabeça no solo. A medida constou do número de repetições
realizadas no tempo estipulado (GAYA e SILVA, 2007).
Força de Membros Inferiores: teste de Impulsão Horizontal, este teste foi realizado por
intermédio do uso de uma trena de 2m presa ao solo e fita adesiva para demarcar o
ponto de saída. O aluno em pé, pés paralelos atrás da linha de saída (marca zero da
trena) impulsionou as duas pernas simultaneamente com auxílio dos braços,
procurando saltar a maior distância possível e parar equilibrado sobre os dois pés,
após o salto. A medida foi feita na marca alcançada pelo calcanhar posterior e consistiu
na maior distância entre três saltos separados e seqüenciais. Anotou-se a medida em
centímetros (GAYA e SILVA, 2007).
Força de Membros Superiores: teste de Arremesso de Medicine-Ball, para a realização
dessa medida foi necessário o uso de uma trena de 5m presa ao solo, uma bola
medicinal de 2 kg, fita adesiva, uma cadeira e uma corda. Os alunos sentados,
segurando a bola com as duas mãos contra o peito e logo abaixo do queixo, com os
cotovelos o mais próximo possível do tronco. A corda foi colocada na altura do peito do
aluno para mantê-lo seguro na cadeira e eliminar a ação de embalo durante o
arremesso. O esforço foi realizado pelos braços e cintura escapular, evitando-se a
participação de qualquer outra parte do corpo. O aluno arremessou a bola com ambas
as mãos, procurando alcançar a maior distância possível sobre a trena. Foram
realizados três arremessos de forma separada e seqüencial sobre a trena presa no
solo. Anotou-se a maior marca alcançada pela bola, em centímetros. A distância foi
medida entre os pés dianteiros da cadeira e o primeiro ponto de contato da bola com o
solo; a trena deve ser fixada no solo com a marca zero nos pés dianteiros da cadeira
(GAYA e SILVA, 2007).
Teste de agilidade (teste do quadrado): o aluno partiu da posição em pé, atrás da linha
de partida. Ao sinal do avaliador, o aluno deslocou-se seguindo o percurso demarcado
tocando com uma das mãos cada cone numerado de 1 a 4. O cronômetro foi acionado
pelo avaliador no momento em que o aluno tocou com o pé o interior do quadrado e
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17
parou quando o aluno tocou o último cone, foram realizadas duas tentativas, sendo
registrado o melhor tempo de execução (GAYA e SILVA, 2007).
Teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros) marcou-se uma pista com
uma linha de partida, outra linha a 20 metros (linha de chegada) e a terceira linha
marcada a 2 metros da linha de chegada, dois cones para sinalização da primeira e da
terceira linha. O aluno partiu com um pé avançado a frente imediatamente atrás da
primeira linha e foi informado que deveria cruzar a terceira linha o mais rápido possível.
O avaliador acionou o cronômetro no momento em que o aluno ultrapassou a linha de
partida e foi interrompido o cronômetro quando o aluno cruzou a segunda linha de
chegada (GAYA e SILVA, 2007).
Resistência aeróbia: teste de corrida de 9 minutos, ao sinal do avaliador, os
adolescentes começaram a correr a maior distância possível em nove minutos, em
ritmo próprio e individual, podendo andar. O professor apitou duas vezes, sendo a
primeira quando faltava um minuto para terminar e a segunda ao final. Os alunos
pararam no local depois do segundo apito até o professor determinar a distância
percorrida. A medida constou da marca da distância percorrida em metros, após 9
minutos de corrida. A pista foi demarcada de 20 em 20 metros (GAYA e SILVA, 2007).
3.1 Estatística
Para análise dos dados, utilizaram-se técnicas de estatística não
paramétrica, por meio do teste Qui-Quadrado com correção de Yates, com nível de
significância de 5%. As prevalências de sobrepeso e obesidade foram calculadas pela
estatística descritiva, por meio do método de proporção para sexo e idade. Os dados
foram processados e analisados com o auxílio do software R. versão 1.9.1.
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18
4. RESULTADOS
Foram avaliados 196 adolescentes de 10 a 14 anos, sendo 103 do
gênero masculino e 93 do gênero feminino. A média de idade foi de 11,9 anos com
maior freqüência aos 12 anos de idade.
Quanto à classificação antropométrica da população avaliada, com
base no IMC segundo Conde e Monteiro (2006), constatou-se: 2,04% foram
considerados de baixo peso; 69,9% dos adolescentes estavam na faixa da
normalidade; 22,4% foram classificados como excesso de peso; 5,61% foram definidos
como obesos (tabela 1).
Na tabela 1 está apresentada à freqüência de adolescentes com
baixo peso, normais, excesso de peso e obesidade, distribuídos por sexo.
Tabela 1 – Distribuição de adolescentes com baixo peso, normal, excesso de
peso e obesidade, com base no IMC descrito por Conde e Monteiro (2006).
IMC Meninos Meninas Geral
n % n % n %
BP 0 0 4 2,0 4 2,04
N 76 38,7 61 31,2 137 69,9
EP 23 11,7 21 10,7 44 22,4
OB 4 2,0 7 3,57 11 5,61
Total 103 52,6 93 47,4 196 100
BP - baixo peso; N - normal; EP - excesso de peso; OB – obeso; n – número de adolescentes; % - porcentagem.
Considerando-se somente os adolescentes do sexo masculino,
verificou-se: que não foram encontrados meninos na categoria de baixo peso; 73,78%
estavam dentro da normalidade; 22,33% foram definidos como excesso de peso;
3,88% foram classificados como obesos.
Considerando as adolescentes do sexo feminino, encontrou-se:
4,30% das meninas foram classificadas como baixo peso; 65,59% foram consideradas
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19
na faixa da normalidade; 22,58% foram definidas como excesso de peso; 7,52% foram
consideradas como obesas.
Quanto à classificação do estado nutricional dos adolescentes
avaliados, classificados por idade, constatou-se que a faixa etária dos 13 anos
apresentou maior prevalência para baixo peso (8,10%) e para faixa da normalidade
(75,67%). Enquanto o excesso de peso apresentou maior prevalência na faixa etária de
10 anos com 28,57% e para a obesidade a maior prevalência foi encontrada na faixa
etária de 11 anos com 9,37% (tabela 2).
Na tabela 2 está apresentada à freqüência de adolescentes com
baixo peso, normais, excesso de peso e obesidade, distribuídos por idade.
Tabela 2 – Distribuição da classificação nutricional (CN) por idade segundo Conde e
Monteiro, 2006.
CN Idade
10 11 12 13 14
n % n % n % n % n %
BP o 0 1 1,56 0 0 3 8,10 0 0
N 10 71,42 42 65,62 46 69,69 28 75,67 11 73,33
EP 4 28,57 15 23,43 16 24,24 5 13,51 4 26,66
OB 0 0 6 9,37 4 6,06 1 2,70 0 0
T 14 64 66 37 15
BP - baixo peso; N - normal; EP - excesso de peso; OB - obeso; n - número de adolescentes; % - porcentagem.
Com relação ao desempenho da aptidão física da população
avaliada, constatou-se que as maiores médias foram encontradas nas categorias mais
baixas como Muito Fraco, Fraco e Razoável (tabela 3).
Observou-se que para os testes de flexibilidade e força/resistência
abdominal a maior freqüência foi encontrada na categoria Muito Fraca. Para o teste de
velocidade de deslocamento a maior freqüência foi obtida na categoria Fraca. Para os
testes de força explosiva de membros inferiores, agilidade e resistência aeróbia a maior
freqüência foi observada na categoria Razoável. Enquanto para o teste de força
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20
explosiva de membros superiores foi encontrada a maior freqüência na categoria Muito
Boa (tabela 3).
A tabela 3 apresenta a distribuição dos adolescentes em cada teste
de aptidão física classificados em categorias propostas pelo PROESP-BR (GAYA e
SILVA, 2007).
MF – muito fraco; F – fraco; R – razoável; B – bom; MB – muito bom; E – excelência.
Considerando o gênero verificou-se que tanto os meninos como as
meninas, apresentaram as maiores freqüências nas categorias mais baixas da aptidão
física MF; F e R. Porém há maior freqüência de meninas nas categorias mais altas
como B; MB e E, comparadas aos meninos (tabela 4).
A tabela 4 apresenta a distribuição da somatória das frequências dos
testes de aptidão física e motora (GAYA e SILVA, 2007) para cada categoria
(MF,F,B,MB,E) por sexo.
Tabela 3 – Distribuição dos adolescentes em cada variável da aptidão
física classificada por categorias: MF; F; R; B; MB; E. PROESP-BR
(GAYA e SILVA, 2007).
MF F R B MB E
Flexibilidade 92 32 34 17 7 0
Força resistência abdominal 84 38 42 22 9 0
Força explosiva de MMII 36 44 56 32 26 1
Força explosiva de MMSS 15 25 44 35 67 9
Agilidade 48 48 50 35 14 0
Velocidade de deslocamento 46 73 42 23 11 0
Resistência aeróbia (9 min.) 39 47 59 35 15 0
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Tabela 4 – Distribuição por sexo das freqüências por categorias: MF; F; R; B; MB;
E. PROESP-BR (GAYA e SILVA, 2007).
MF F R B MB E
Feminino 163 147 137 105 83 6
Masculino 196 160 191 97 66 4
MF - muito fraco; F - fraco; R - razoável; B - bom; MB - muito bom; E - excelência
Quanto à interferência do IMC nos testes de aptidão física, foi
encontrada diferença significativa em três faixas etárias: para 10 anos foi significante
para o teste de velocidade de deslocamento. Aos 11 anos para os testes de
flexibilidade e força explosiva de membros superiores. E aos 12 anos somente para o
teste de força explosiva de membros superiores (tabelas).
Considerando um nível de significância de 5%, não foram
encontradas diferenças significativas para os testes de aptidão física dentro das faixas
etárias de 13 e 14 anos de idade.
Com relação ao desempenho de aptidão física distribuídas por sexo
para cada faixa etária, constatou-se que a classificação do IMC, exerceu influência de
forma negativa sobre o teste de velocidade de deslocamento para as meninas de 10
anos, em que as adolescentes com peso normal obtiveram melhor classificação no
desempenho físico, apresentando a maior freqüência na categoria Razoável, enquanto
as meninas com excesso de peso foram classificadas na categoria M F (tabela 5).
A tabela 5 demonstra a freqüência das adolescentes de 10 anos de
idade classificadas por categorias de aptidão física e classificação de IMC para o teste
de velocidade de deslocamento.
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22
Tabela 5 – Distribuição da freqüência de meninas de 10 anos classificados por
categorias e IMC para o teste de velocidade de deslocamento.
Velocidade de deslocamento (Corrida de 20m)
IMC M F F R B M B Total
f f f f f f
EP 2 0 0 0 0 2
N 0 2 3 0 2 7
Total 2 2 3 0 2 9
p - 0,029
MF - muito fraco; F - fraco; R - razoável; B - bom; MB - muito bom; N - normal; EP - excesso de peso; f – feminino
Para a faixa etária de 11 anos de idade, verificou-se que o teste de
força explosiva de membros superiores foi influenciado pela classificação do IMC, em
que a maior freqüência de meninos obesos foi encontrada na categoria E, comparados
com os meninos de peso normal, que apresentaram maior freqüência na categoria MB
(tabela 6).
A tabela 6 apresenta a distribuição dos adolescentes de 11 anos de
idade classificados por categorias de aptidão física e IMC para o teste de força
explosiva de membros superiores.
Tabela 6 – Distribuição da freqüência de meninos de 11 anos classificados por
categorias e IMC para o teste de Força explosiva de membros superiores
Força explosiva de membros superiores (Arremesso de Medicineball)
IMC MF F R B MB E Total
m m m m m m m
N 0 4 5 5 6 0 20
EP 0 0 2 1 2 0 5
OB 0 0 0 0 1 2 3
Total 0 4 7 6 9 2 28
p - 0,009
MF - muito fraco; F - fraco; R - razoável; B - bom; MB - muito bom; E – excelência; BP - baixo peso; N -
normal; EP - excesso de peso; OB – obeso; m – masculino
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23
Enquanto as meninas da mesma faixa de idade sofreram influência
da classificação do IMC para o teste de flexibilidade, de forma que as adolescentes
obesas obtiveram maior freqüência na categoria F, e as adolescentes com peso normal
apresentaram a maior freqüência na categoria MF (tabela 7).
A tabela 7 apresenta a distribuição das adolescentes de 11 anos
classificados por categorias de aptidão física e IMC para o teste de flexibilidade.
Tabela 7 – Distribuição da freqüência de meninas de 11 anos classificados por
categorias e IMC para o teste de flexibilidade.
Flexibilidade (Teste de sentar-e-alcançar com banco)
IMC MF F R B MB Total
f f f f f f
BP 0 1 0 0 0 1
N 8 4 5 5 0 22
EP 6 2 2 0 0 10
OB 0 2 0 0 1 3
Total 14 9 7 5 1 36
p - 0,030
MF - muito fraco; F - fraco; R - razoável; B - bom; MB - muito bom; E – excelência; BP - baixo peso; N - normal; EP - excesso de peso; OB – obeso; f – feminino.
Para a faixa etária de 12 anos de idade, verificou-se que existe
associação entre a classificação do IMC e o teste de força explosiva de membros
superiores para os meninos, em que os meninos obesos foram classificados na
categoria E, enquanto os meninos com peso normal obtiveram a maior freqüência
categoria MB (tabela 8).
A tabela 8 apresenta a distribuição dos adolescentes classificados
por categorias de aptidão física e IMC para o teste de força explosiva de membros
superiores.
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24
Tabela 8 – Distribuição da freqüência de meninos de 12 anos classificados por
categorias e IMC para o teste de Força explosiva de membros superiores.
Força explosiva de membros superiores (Arremesso de Medicineball)
IMC MF F R B MB E Total
m m m m m m m
N 0 4 11 1 6 0 22
EP 1 0 0 4 5 0 10
OB 0 0 0 0 0 1 1
Total 1 4 11 5 11 1 33
p - 0,000
MF - muito fraco; F - fraco; R - razoável; B - bom; MB - muito bom; E – excelência; BP - baixo peso; N - normal; EP - excesso de peso; OB – obeso; m – masculino.
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25
5. DISCUSSÃO
A definição de sobrepeso e obesidade em adolescentes ainda não
apresenta consenso na literatura, sendo que a variedade de métodos aplicados e os
diferentes valores de corte empregados dificultam a comparação dos resultados. Outro
fato que limita a comparação é o de que a maior parte dos estudos nacionais é
baseada em amostras de estudantes ou de ambulatórios médicos, portanto não
representativos da população (ABRANTES et al., 2002).
No presente estudo optou-se pela utilização do IMC por idade com
os valores de corte propostos por Conde e Monteiro, por ser mais sensível na detecção
da gordura corporal segundo Fernandes et al., (2007)
A prevalência de EP e OB agrupados (28,01%) em adolescentes
encontrados nesta pesquisa pode ser considerada elevada, comparada ao percentual
esperado de no máximo 15% da população estudada e corrobora com os resultados
obtidos em outros estudos como Albano & Souza, (2001) com 32,6%; Balaban, et al.,
(2001) com 49,4% na escola privada e 13,1% na comunidade de baixa renda; Silva et
al., (2003) com 33,9%; Faria et. al., (2006) com 51% ; Terres et al., (2006) com 25,9%
e 19,5% encontrados na população estudada por Campos et al., (2007).
Ao comparar os resultados obtidos nesse estudo constatou-se que a
prevalência de EP/OB de 30,10% para as meninas e 26,21% para os meninos foi maior
do que a média encontrada na região Sul do Brasil com valores respectivamente de
14% e 20% (GAYA e SILVA, 2007).
A maioria das pesquisas demonstra ser a prevalência da obesidade
maior no sexo feminino como foi encontrado nesse trabalho, isto se deve ao fato de
que o excesso de energia é preferencialmente estocado sob a forma de gordura (tecido
adiposo) pela ação do estrogênio e não de proteína (tecido muscular) como acontece
no sexo masculino pela ação da testosterona (OLIVEIRA et al., 2003; SANTOS et al.,
2005). Há indícios de que as meninas são mais sedentárias que os meninos, este fato
se explica pelos valores adquiridos culturalmente, em que os meninos são incentivados
a explorar o universo corporal do movimento e as meninas a se empenharem nas
atividades artísticas e intelectuais (CELESTRINO e COSTA, 2006).
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26
É importante ressaltar que, em função da idade, possivelmente
alguns adolescentes não iniciaram o estirão de crescimento que para meninos ocorre
entre 12 a 15 anos de idade, é caracterizado por aumento proporcionalmente maior do
peso do que a altura, aumentando o tecido subcutâneo refletindo em armazenamento
de gordura. Portanto, a maior prevalência de obesidade encontradas em meninos na
faixa etária de 11 anos, pode ser em função de reservas necessárias (ABRANTES et
al., 2002).
Enquanto a maior concentração de baixo peso encontrada em
meninas na faixa etária de 13 anos, possivelmente se deve ao processo de maturação
para a puberdade onde pode ser observada uma queda do IMC após o início do estirão
de crescimento que para as meninas ocorre por volta de 10 anos de idade (FARIA et.
al., 2006).
A partir dos dados levantados, podemos salientar que um percentual
significativamente alto (30%) da população avaliada se encontra fora dos padrões da
normalidade, fato este preocupante, pois sabemos que tanto os valores abaixo do peso
quanto os acima do peso provoca um desequilíbrio orgânico, que vem contribuindo
para o aumento dos índices de mortalidade, afetando negativamente a qualidade de
vida (BLAIR, 1995)
Embora não tenham sido analisadas as variáveis socioeconômicas,
o fato dos adolescentes, freqüentarem escola Estadual, a maioria residir na zona rural
necessitando de transporte escolar coletivo cedido pela prefeitura, apresentando uma
renda per capita de 450 reais, sugere que estes estudantes são oriundos de famílias
de baixo poder aquisitivo, segundo dados IBGE mais de 60% das famílias Brasileiras
encontram-se em classe socioeconômica menos favorecida (SANTOS et al., 2005).
O município de Mandaguaçú apresenta Índice de desenvolvimento
Humano (IDH = 0,762) inferior ao da região Sul do Brasil com IDH = 0,807, indicando
que os pais dos adolescentes tem pouca escolaridade, diferente dos resultados
apresentados por Ribeiro (2001) em que a maior prevalência de sobrepeso e
obesidade em adolescentes avaliados, foi mais elevada entre os de maior escolaridade
e maior renda.
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27
Segundo Celestrino e Costa, (2006) há prevalência maior de
sobrepeso e obesidade entre classes sociais mais elevadas, no entanto os índices de
EP e OB estão aumentando também nas classes sociais menos favorecidas, como foi
encontrado nesse estudo. Portanto pressupõe-se que os adolescentes pertencentes às
famílias de classe socioeconômica menos favorecidas, em razão de seu menor poder
aquisitivo e sua maior fragilidade no campo da educação alimentar, estariam mais
expostos a influência da mídia que incentiva o uso de produtos de elevada densidade
calórica, ricos em gorduras e carboidratos simples, porém de menor custo e de fácil
acesso (GUEDES et al., 2006).
Quanto à aptidão física de crianças e adolescentes, há uma grande
dificuldade para a interpretação de informações, visto que os resultados dos testes
motores envolvem uma multiplicidade de fatores como as diferentes formas de critérios
de avaliação, os aspectos culturais e ambientais, além dos processos de crescimento
desenvolvimento e maturação. Todavia, outros fatores podem interferir nos resultados
obtidos em testes motores específicos, tais como o grau de instrução e treinabilidade, a
familiarização com a situação específica das tarefas motoras exigidas nos testes, o
nível de motivação do executante e as diferentes características étnicas (OKANO et al.,
2001).
Segundo dados do PROES-BR, a aptidão física pode ser
relacionada ao desempenho motor e relacionada à saúde.
Em relação à aptidão física relacionada ao desempenho motor (força
explosiva de membros inferiores – salto horizontal; superiores – arremesso de
medicineball; agilidade - quadrado e velocidade de deslocamento – corrida de 20
metros), utiliza-se para a avaliação a análise normativa (percentis) onde cada aluno é
avaliado com referência aos resultados do próprio grupo (dados estatísticos da
amostra brasileira). Nesta perspectiva os alunos são avaliados frente às seguintes
categorias MF, F, R, B, MB.
O desempenho da aptidão física e motora dos adolescentes
avaliados nesse estudo, sob uma forma geral, apresenta maior prevalência na
categoria de desempenho físico Muito Fraco, que é considerada como critério de risco
à saúde (GAYA e SILVA, 2007). Enquanto nos relatos apresentados por Lorenzi et al.,
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28
(2005) estudando o comportamento do desempenho motor de crianças e adolescentes
de 7 a 17 anos do Rio Grande do Sul, observou que a distribuição dos resultados nas
categorias de desempenho motor foi bastante equilibrada, havendo pouca variação em
termos percentuais entre as categorias tanto em meninos quanto em meninas.
Em relação à aptidão física relacionada à saúde (IMC, flexibilidade –
sentar/alcançar, força e resistência abdominal, resistência aeróbia – correr/andar 9
minutos), utiliza-se para a avaliação a análise criterial, ou seja, são determinados
pontos de corte ou critérios de referências para cada medida que permitem a
classificação dos estudantes em três categorias relacionadas ao que se convencionou
chamar de Zona Saudável de aptidão física (ZSApF). Assim, conforme os resultados de
seus testes os alunos são classificados em: abaixo da ZSApF, na ZSApF e acima da
ZSApF.
Desse modo é preocupante a ocorrência de escolares fora da faixa
recomendada de saúde como encontrado nesse estudo, adolescentes abaixo da
ZSApF, confirmando os resultados apresentados por Bergmann et al., (2005), Gaya et
al., (2002) e Guedes & Guedes, (1995). Embora utilizando diferente forma de
avaliação, Lunard et al., (2007) obtiveram resultados semelhantes a esses estudos.
A obesidade e o excesso de peso encontrados nesse estudo
influenciam significativamente no desempenho da aptidão física e motora dos
adolescentes, de forma negativa para as meninas nos testes de velocidade de
deslocamento e flexibilidade, e de forma positiva para os meninos no teste de força e
explosão de membros superiores.
Corroborando com relatos de Malina e Bouchard, (2002) e Gouveia
et al., (2007) em que o excesso de peso corporal pode influenciar no desempenho
motor em seu aspecto geral, com destaque nas atividades que ocorre deslocamento da
massa corporal como, corridas, saltos, atividades que exigem agilidade. Justificando
assim o resultado encontrado nesse estudo, em que as meninas obesas com 10 anos
obtiveram classificação inferior a média nacional (GAYA e SILVA, 2007) para o teste de
velocidade de deslocamento. O mesmo ocorreu com a flexibilidade para as meninas
obesas de 11 anos de idade (GAYA e SILVA, 2007).
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29
A assertiva anteriormente citada foi relatada também por Celestrino
e Costa, (2006), pois verificaram que das atividades aplicadas nas aulas de educação
física escolar a atividade destacada como menos prazerosa para alunos com
sobrepeso/obesidade foi a corrida para ambos os sexos. Por outro lado a mais
prazerosa foi o jogo de queimada. Malina e Bouchard, (2002) citam que indivíduos
com excesso de peso corporal apresentam um melhor desempenho motor em
atividades que há projeção de objetos já que estes exigem menos deslocamento da
massa corporal e maior uso de força, principalmente para os meninos, confirmado os
resultados observados nesse estudo em que os meninos de 11 e 12 anos
apresentaram para o teste de força explosiva de membros superiores um desempenho
motor superior quando comparado ao desempenho motor encontrado na Região Sul do
Brasil (GAYA e SILVA, 2007).
A idade parece ser um fator crítico para o desempenho da aptidão
física e motora, com repercussão positiva em adolescentes até 12 anos e sem
repercussão nos maiores de 12 anos, não foi possível encontrar dados consistentes na
literatura, que explicassem este fato.
Embora não tenha sido objetivo desse estudo analisar a maturação
sexual, pressupõe-se que o desenvolvimento motor pode estar atrelado à chegada da
puberdade, a qual está intimamente relacionada aos níveis de maturação sexual,
variável esta preponderante no crescimento somático e no desenvolvimento das
capacidades motoras em geral. A maturação sexual pode ser caracterizada como um
processo evolutivo do indivíduo em direção ao estado adulto. Ela deve ser
compreendida como uma série de mudanças biológicas que levam a um completo
estado de desenvolvimento morfológico, fisiológico e psicológico que ocorre de forma
seqüencial e ordenada, sendo que a chegada da puberdade pode ser diferente entre os
sexos (LORENZI et al., 2005).
Diante desses preocupantes fatos apresentados nesse estudo, faz-
se necessário que medidas preventivas sejam tomadas, onde se devem prevenir as
desnutrições precoces, tanto por déficit como por excesso, já que estas vêm
contribuindo para o aumento dos índices de mortalidade, afetando negativamente a
qualidade de vida.
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30
Por meio de programas de orientação nutricional; aleitamento
materno exclusivo; alimentação balanceada e rica em nutrientes; atividade física e
esportiva, adquirindo assim um estilo de vida ativo evitando o desenvolvimento das
doenças hipocinéticas.
No entanto, parece importante que o treinamento oferecido á criança
e ao adolescente deve respeitar interesses relacionados a cada faixa etária, as
diferenças de cada uma das fases do desenvolvimento fisiológico das crianças e
adolescentes com excesso de peso e obesidade, enfatizando o prazer durante a
prática esportiva, sem sofrer restrições ou discriminações.
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31
6. CONCLUSÕES
1. Ao término desse estudo concluiu-se que, um percentual significativamente alto da
população avaliada se encontra fora dos padrões da normalidade e que os meninos
apresentaram maior prevalência para o excesso de peso aos 10 anos de idade e as
meninas para obesidade aos 11 anos de idade.
2. O desempenho da aptidão física e motora dos adolescentes avaliados encontra-se
abaixo daquele esperado para outras populações de mesma faixa etária, onde a
categoria de desempenho físico Muito Fraco é a de maior prevalência na população
estudada.
3. A obesidade e o excesso de peso influenciam significativamente no desempenho da
aptidão física e motora dos adolescentes, de forma negativa para as meninas nos
testes de velocidade de deslocamento e flexibilidade, e de forma positiva para os
meninos no teste de força e explosão de membros superiores.
4. A idade parece ser um fator crítico para o desempenho da aptidão física e motora,
com repercussão positiva em adolescentes até 12 anos e sem repercussão nos
maiores de 12 anos.
5. Os programas de atividades físicas oferecidos aos adolescentes devem ser:
• relacionados com as características específicas de cada adolescente, com
otimização das suas potencialidades;
• Instituídas precocemente para manutenção de hábito saudável.
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32
7. ANEXOS
Anexo 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO/OBESIDADE NA APTIDÃO FÍSICA EM
CRIANÇAS DE 10 A 14 ANOS DE IDADE”
Nome do Voluntário: __________________________________________________
Telefone para contato: _________________________________________________
Essas informações estão sendo fornecidas por LUCIENNE ELOISE ROCHA
IGNACHEWSKI (aluna do curso de Mestrado Profissional em Fisiologia do Exercício da
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, Escola Paulista de Medicina) e pelo
Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira (Professor Orientador do curso de Mestrado
Profissional em Fisiologia do Exercício da Universidade Federal de São Paulo –
UNIFESP, Escola Paulista de Medicina), para firmar o acordo escrito com o voluntário,
autorizando sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos
que será submetido.
Objetivos da pesquisa:
� Identificar a prevalência de excesso de peso e obesidade em
adolescentes da Escola Estadual Professor Francisco José Perioto;
� Analisar a influência do excesso de peso e obesidade no desempenho da
aptidão física e motora dos adolescentes de Escola Estadual do interior
do Paraná;
Procedimentos a serem realizados:
1 - Os voluntários trajando uniforme escolar serão submetidos a uma bateria de testes
formada pelas avaliações antropométricas e da aptidão física, realizadas durante as
aulas de educação física, utilizando um tempo de aproximadamente 30 minutos.
• A avaliação antropométrica composta pelas medidas: do peso corporal realizado
com utilização de uma balança, da altura por meio de fita métrica fixada á
parede (vertical) e da envergadura com uma fita métrica fixada á parede (medida
horizontal, entre a maior distância de uma mão á outra).
![Page 46: INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA …livros01.livrosgratis.com.br/cp078206.pdf · da pesquisa e elaboração dos artigos e da ... Agradeço a todos os meus familiares](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022052922/5c60425209d3f2c3558b4b2e/html5/thumbnails/46.jpg)
33
� A avaliação da aptidão física será composta por: teste de sentar-e-alcançar em
que os alunos sentados tentam alcançar os pés, teste de exercício abdominal
em que o participante deitado tenta sentar sem utilização das mãos, teste de
corrida com duração de 9 minutos, teste de salto horizontal, teste de arremesso
de bola com peso de 2kg, teste de agilidade em que o aluno tem que tocar 4
cones no menor tempo possível, teste de velocidade de deslocamento por meio
da corrida de 20 metros;
2 - Os voluntários não serão submetidos a riscos durante o período experimental;
3 - Os procedimentos não causam nenhum desconforto ou dor e apenas as avaliações
físicas de corrida podem causar cansaço físico temporário;
4 - Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício para
os adolescentes, como a identificação dos adolescentes que apresentam potencial
elevado para desempenho em esportes de competição e a identificação daqueles que
apresentem desempenho abaixo da média nacional para a idade e o acompanhamento
do desenvolvimento físico dos adolescentes;
5 - Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos
profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O
principal investigador é Lucienne Eloise Rocha Ignachewski, que pode ser encontrado
no endereço Rua Pedro de Toledo, 377 – Vila Clementino – CEP 040 3931 – Fone
5579-4902 - E-mail [email protected] ou [email protected]. Se você tiver
alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 5571-
1062, FAX: 5539-7162 – E-mail: [email protected];
6 - É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar
de participar do estudo;
7 - Direito de confidencialidade – As informações obtidas serão analisadas em conjunto
com outros adolescentes, não sendo divulgado a identificação de nenhum aluno;
8 - Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, ou de
resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores;
![Page 47: INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA …livros01.livrosgratis.com.br/cp078206.pdf · da pesquisa e elaboração dos artigos e da ... Agradeço a todos os meus familiares](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022052922/5c60425209d3f2c3558b4b2e/html5/thumbnails/47.jpg)
34
9 - Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo.
Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir
qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa;
10 - Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos neste estudo
(nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico na
Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas;
11 - Compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente
para esta pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo “INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE
PESO/OBESIDADE EM CRIANÇAS DE 10 A 15 ANOS DE IDADE”.
Eu discuti com LUCIENNE ELOISE ROCHA IGNACHEWSKI, sobre a minha decisão
em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do
estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias
de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que
minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento
hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e
poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo,
sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter
adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.
-------------------------------------------------
Assinatura do representante legal Data / /
-------------------------------------------------------------------------
Assinatura da testemunha Data / /
para casos de participantes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual.
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.
-------------------------------------------------------------------------
Lucienne Eloise Rocha Ignachewski Data / /
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35
Anexo 2
Ficha de avaliação proposta por Gaya e Silva (2007) no Manual de Aplicação de
Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação do PROESP-BR
ESCOLA: SÉRIE: TURMA:
ENDEREÇO:
CIDADE: BAIRRO: CEP:
TELEFONE: EMAIL:
NOME COMPLETO DO ALUNO:
ENDEREÇO:
CIDADE: BAIRRO: CEP:
TELEFONE: EMAIL:
SEXO: ( )M ( )F DATA DE NASCIMENTO: / /
NOME DA MÃE:
NOME DO PAI:
DATA DE AVALIAÇÃO: / / HORÁRIO: TEMPERATURA:
Modalidade Esportiva praticada com mais freqüência:
Qual a freqüência semanal? Qual a duração média de cada sessão de treino?
Quanto tempo de prática?
Apresenta alguma deficiência? Qual?
OBSERVAÇÕES:
Massa corporal: kg Estatura: cm
Envergadura: cm Sentar-e-alcançar: cm
Abdominal:
qtd
e Salto em distância: cm
Arremesso de
Medicineball: cm Quadrado: seg
Corrida de 20 metros: seg
9 minutos: m
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36
Anexo 3 Critérios para classificação do IMC, distribuídos por sexo e idade, descritos no
Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação do
PROESP-BR (GAYA e SILVA, 2007).
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37
Anexo 4 Normas Nacionais de Avaliação da Aptidão Física, descritas no Manual de Aplicação
de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação do PROESP-BR (GAYA e
SILVA, 2007).
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Abstract
Purpose: To identify the prevalence of excess of weight and obesity, to analyze their
influence on the performance of physical and motor aptitude on adolescents from
Escola Estadual Professor Francisco José Perioto, state of Paraná. Methods: A
brief study has been done, involving 196 students from both sexes, in the 5th and 6th
grades, belonging to the 10-14 age group. The study began by the students’
anthropometric measures, followed by physical and motor performance tests which
are described in the Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios
de Avaliação do Projeto Esporte Brasil. Results: As for the students’ anthropometric
classification, it was detected that: 2,04% of them were underweight; 69,9% were at
their normal weight; 22,4% were slightly overweight; 5,61% were considered obese.
As for the interference of the nutritional state in the physical aptitude tests, there
were significant differences in the following tests: displacement speed test, flexibility
test and explosive strength test of upper members. Conclusions: From the given
results, it is possible to point out that a high percentage of students who belong to
the public education system, in Mandaguaçú, is out of the ordinary patterns and this
has significant influence on physical and motor aptitude performance of the
adolescents.
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