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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL INFLUÊNCIA DO DESPENDOAMENTO E DA DESFOLHA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE SEMENTES DE MILHO Fábio Henrique Pereira Engenheiro Agrônomo JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL 2007

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

INFLUÊNCIA DO DESPENDOAMENTO E DA DESFOLHA

NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE SEMENTES DE MILHO

Fábio Henrique Pereira Engenheiro Agrônomo

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

2007

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Pereira, Fábio Henrique

P436i Influência do despendoamento e da desfolha na produção e qualidade de sementes de milho / Fábio Henrique Pereira. – – Jaboticabal, 2007

x, 38 f. : il. ; 28 cm Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007 Orientador: Domingos Fornasieri Filho

Banca examinadora: Leandro Borges Lemos, Claudio Cavariani Bibliografia 1. Genótipo. 2. Germinação. 3. Peneiras. 4. Produtividade

I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 631.531:633.15

Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

INFLUÊNCIA DO DESPENDOAMENTO E DA

DESFOLHA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE

DE SEMENTES DE MILHO

Fábio Henrique Pereira

Orientador: Prof. Dr. Domingos Fornasieri Filho

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências

Agrárias e Veterinárias – Unesp, Campus de

Jaboticabal, como parte das exigências para a

obtenção do título de Mestre em Agronomia

(Produção e Tecnologia de Sementes).

JABOTICABAL – SP

JUNHO – 2007

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

FÁBIO HENRIQUE PEREIRA – filho de Antonio Roberto Pereira e Aldacira Bailo

Pereira, casado com Karen Cristina Monteiro Pereira, nasceu em 03 de outubro de

1.979, em São José do Rio Preto – SP. Em fevereiro de 1997, iniciou o curso de

Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,

Universidade de São Paulo, em Piracicaba – SP, que concluiu em agosto de 2002 onde

obteve o título de Engenheiro Agrônomo. Foi bolsista pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) através do Programa Especial

de Treinamento (PET) – Gerenciamento e Administração da Empresa Agrícola no

período de Fevereiro de 1998 à Julho de 1999; e através do Programa de Graduação

Sanduíche no período de agosto de 1999 a julho de 2000 na Clemson University,

Clemson, Carolina do Sul, Estados Unidos da América. Em agosto de 2002 ingressou

na empresa Monsanto do Brasil Ltda, e em março de 2005 iniciou o Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção e Tecnologia de

Sementes em nível de Mestrado, na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,

Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Jaboticabal – SP.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Antonio Roberto e Aldacira,

e à minha querida esposa Karen,

com muito amor e carinho.

“Basta um minuto para fazer um herói, mas é necessária uma vida inteira para fazer um homem de bem!”

Paul Brulat

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v

AGRADECIMENTOS

“Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário!”

Albert Einstein

A Deus, pela alegria de viver e permitir realizar sonhos!

À Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias – Campus de Jaboticabal – SP e ao Departamento de Produção Vegetal

(Área de Concentração em Produção e Tecnologia de Sementes), que possibilitaram a

realização deste curso de Mestrado.

A Monsanto do Brasil Ltda, que permitiu e disponibilizou tempo para dedicação

aos estudos.

À minha esposa, Karen Cristina Monteiro Pereira, pelo carinho, paciência, amor

e dedicação, que nunca faltaram, e esteve sempre presente nos momentos em que

mais precisei.

Aos meus pais, Antonio Roberto Pereira e Aldacira Bailo Pereira, aos meus

irmãos, Roberto Gustavo Pereira e Paulo Afonso Pereira, pelo apoio e confiança; e a

minha sogra Maria José Monteiro, pela presença na apresentação deste trabalho.

Aos meus avós maternos, Anésio e Aparecida, que puderam acompanhar essa

conquista, e aos meus avós paternos, José Isac (in memorian) e Joana (in memorian),

que precederam outros fatos importantes e sem dúvida contribuíram para este

momento.

A todos os demais membros da família, tios e tias, primos e primas, pela

convivência harmoniosa e presença constante.

Ao MSc. Pedro Guilherme Ramos Goya, pela convivência profissional, incentivo

e apoio à realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Domingos Fornasieri Filho, pela orientação, amizade e

ensinamentos.

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À Profa. Dra. Édila Vilela de Resende Von Pinho, pela colaboração durante a

fase inicial deste projeto.

Aos Professores Terezinha de Jesus Deléo Rodrigues, Rubens Sader, José

Carlos Barbosa, José Roberto Moro, Maria Lídia Stipp Paterniani, pelas disciplinas

ministradas e contribuições durante este curso.

Aos Professores Leandro Borges Lemos e Claudio Cavariani, pelas críticas e

sugestões durante a defesa deste trabalho.

Ao Engenheiro Agrônomo Fernando Koshima, pela amizade, apoio e auxílio

durante a fase de condução de campo.

Aos colegas da Monsanto, Jorge Nori, Paulo Sérgio Silva, Evanir Savenagi,

Cristiane Borges, Cinthia Andriazzi, Stael Cunha, pela amizade e auxílio na realização

dos trabalhos.

Ao MSc. César Martoreli da Silveira e demais colegas da UNESP, pelas dicas

nas aulas e contribuições durante o curso.

A MSc. Lígia Pignatta pelas dicas e correções deste trabalho.

Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal, pela paciência e auxílio

no atendimento às solicitações.

Aos funcionários da Pós-Graduação, pela atenção e disposição em nos atender

sempre que necessário.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste projeto, nas

suas diversas fases,

Meu “MUITO OBRIGADO”.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ........................................................................................... viii

RESUMO ............................................................................................................ ix

ABSTRACT ......................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 12

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................

a) Número de folhas acima da primeira espiga ............................................. b) Número de sementes por espiga .............................................................. c) Peso de mil sementes ............................................................................... d) Peso de mil sementes classificadas ......................................................... e) Produção de sementes ............................................................................. f) Rendimento de peneiras ............................................................................ g) Teste de germinação ................................................................................ h) Teste de frio .............................................................................................. i) Teste de solo em laboratório ...................................................................... j) Teste de emergência em campo ................................................................ k) Teor e conteúdo de nitrogênio nas sementes ...........................................

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22 22 22 22 22 22 23 23 23 23 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 24

5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 33

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados para número de folhas acima da primeira espiga (FAE), número de sementes por espiga (NSE), peso de mil sementes (PMS), peso de mil sementes classificadas (PMSC), produção de sementes (PROD), e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007. .........................................................

25

Tabela 2. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para peso de mil

sementes (PMS). Jaboticabal , 2007. .......................................................................... 27

Tabela 3. Resultados para rendimento de peneiras: 24-22, 20-18, 24R-22R, 20R-18R e

Fundo, e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007. ...................

28

Tabela 4. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para rendimento de

peneiras chatas 24-22 e 20-18. Jaboticabal, 2007. ..................................................... 29

Tabela 5. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para rendimento de

peneiras redondas 24R-22R e 20R-18R. Jaboticabal, 2007. ....................................... 29

Tabela 6. Resultados para rendimento de sementes úteis e resumo da análise de variância

com desdobramento, em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007. ....................................................

30

Tabela 7. Resultados para testes de germinação (GERM.), de frio (FRIO), de solo em

laboratório (SOLO), de emergência em campo (E. CAMPO) e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007. .........................................................................................

31

Tabela 8. Resultados para teor total de nitrogênio nas sementes, conteúdo de nitrogênio em

mil sementes, e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007. ............................................................................................................................

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INFLUÊNCIA DO DESPENDOAMENTO E DA DESFOLHA

NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE SEMENTES DE MILHO

RESUMO – Esta pesquisa foi realizada na unidade de produção de sementes da

Monsanto do Brasil Ltda, localizada no município de Barretos – SP. O objetivo do

trabalho foi avaliar a influência do despendoamento e da desfolha na produção e

qualidade de sementes de milho. O experimento foi instalado em delineamento de

blocos casualizados com quatro repetições, dispostos em esquema fatorial 2x6,

utilizando-se dois genótipos, compostos por um híbrido simples (HS) e uma linhagem

(LN), e seis sistemas de manejo: macho-fértil, macho-estéril, retirada apenas do

pendão, retirada do pendão mais uma folha, retirada do pendão mais duas folhas e

retirada do pendão mais quatro folhas. A eliminação das partes das plantas foi realizada

quando da emissão do pendão por parte das mesmas, do ápice para a base. As

características avaliadas tiveram suas médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível

de significância de 5% de probabilidade. O despendoamento associado à retirada de

quatro folhas influenciou negativamente a produção total e rendimento de sementes

úteis; porém, não interferiu na qualidade fisiológica e conteúdo de nitrogênio. Entre os

genótipos estudados, os resultados de produção de sementes, qualidade fisiológica e

conteúdo de nitrogênio foram maiores para o híbrido simples que para a linhagem; e a

versão macho-estéril não foi superior à macho-fértil na produção de sementes.

Palavras-chave: genótipo, germinação, peneiras, produtividade

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INFLUENCE OF DETASSELING AND DEFOLIATION

IN PRODUCTION AND SEED QUALITY OF MAIZE

ABSTRACT – This experiment was carried out at the experimental station of

Monsanto do Brasil Ltda, located at Barretos, São Paulo state, Brazil. The objective was

to evaluate the influence of detasseling and defoliation in production and seed quality of

maize. The trial was assigned in a randomized complete block design with four

replications, using a factorial arrangement (2x6) with two genotypes, composed by a

single cross and an inbred line, and tested six handling systems: male-fertile, male-

sterile, removal of tassel only, removal of tassel plus one leaf, removal of tassel plus two

leaves and removal of tassel plus four leaves. The plants parts removals were done in

the beginning of tassel exposure, up to down. The characteristics evaluated had their

means compared by Tukey test at 5% probability. The detasseling associated with

removal of four leaves influenced yield of seed production and salable seed negatively;

however, the physiological quality and nitrogen content was not interfered. Among the

genotypes evaluated, the yield of seed production, physiological quality and nitrogen

content had superior results for single cross in comparison to inbred line; and the male-

sterile version was not superior to male-fertile in seed production.

Keywords: genotype, germination, sizing, yield

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1 INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.), um dos cereais mais cultivados, é utilizado para vários

fins, como alimentação humana, ração animal (maior parte) e mais recentemente para

produção de etanol nos Estados Unidos. No Brasil, a estimativa de área em cultivo para

a safra 2006/07 é de aproximadamente 13,6 milhões de hectares, sendo 9,5 milhões na

1ª safra e 4,1 milhões na 2ª safra ou safrinha; e cerca de 51,0 milhões de toneladas

serão colhidas, 36,6 milhões na 1ª safra e 14,4 milhões na 2ª safra (CONAB, 2007).

Esta produção deve possibilitar a consolidação do cereal na pauta de exportação

nacional.

Apesar da evolução da tecnologia de produção de sementes híbridas, os

cruzamentos entre linhagens são bastante susceptíveis a interações ambientais. A

hibridação no processo de produção de sementes exige a eliminação das

inflorescências masculinas das plantas progenitoras femininas, ou torná-las estéreis, de

modo à obtenção somente do cruzamento desejado. Esta operação modifica o

comportamento da planta e poderá alterar a produção da cultura, com possível

elevação do custo de produção das sementes.

Este trabalho tem a finalidade de analisar como genótipos contrastantes de milho

submetidos a diferentes sistemas de manejo de despendoamento e desfolha, são

influenciados na produção e qualidade fisiológica das sementes.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

O milho caracteriza-se por monoceísmo, isto é, flores unissexuadas em

inflorescências masculinas e femininas separadas na mesma planta, sendo

considerada alógama com praticamente 100% de polinização cruzada. Estas

características determinam a inclusão da espécie entre aquelas para as quais a

hibridação é recomendada como método adequado de melhoramento, aliado às

relativas facilidades de produção de sementes híbridas, tanto em pesquisa como

comercialmente, e de obtenção de níveis heteróticos apreciáveis (PATERNIANI e

CAMPOS, 1999).

A produção de híbridos demanda o desenvolvimento de linhagens para

realização dos cruzamentos; a linhagem utilizada como fornecedora de pólen é

chamada de macho ou polinizador, enquanto a receptora de pólen e que terá a espiga

colhida é considerada fêmea. A distribuição uniforme de pólen às plantas fêmeas

requer alternância entre linhas de fêmeas e de polinizadores, de modo a maximizar o

rendimento do campo de produção de sementes (CULY et al., 1991). Os parentais

podem ser semeados em épocas distintas, para assegurar a coincidência dos ciclos

das linhagens no florescimento. Após a polinização, os polinizadores são destruídos,

mecanicamente, operação conduzida para prevenir mistura de espigas entre os

parentais durante a colheita.

Para que ocorra o cruzamento desejado, é necessário o despendoamento, ou

seja, a remoção dos pendões das plantas fêmeas antes da emissão dos estilos-

estigmas e da liberação de pólen, de modo a prevenir a autofecundação.

Uma das alternativas ao despendoamento, seja manual ou mecânico, é a

utilização da esterilidade masculina. As plantas que não produzem grãos de pólen são

consideradas macho-estéreis. Se esta característica condicional de esterilidade ocorre

por meio de mutação no genoma mitocondrial, possui herança dominante e materna, é

referida como macho-esterilidade citoplasmática (CMS – citoplasmic male sterility). A

macho-esterilidade citoplasmática pode ser utilizada para produção de sementes

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híbridas desde que a mutação seja disponível numa dada espécie ou cultura, tenha a

presença de genes restauradores de fertilidade das linhas macho-estéreis para as

sementes colhidas e a mutação não esteja associada à redução da produção (PEREZ-

PRAT e CAMPAGNE, 2002). São conhecidos mais de trinta tipos de citoplasmas

estéreis descobertos, que são diferenciados por padrões de restauração. Dentre esses,

os tipos T (Texas), S (USDA) e C (Charrua) são os mais comercializados (LAUGHNAN

e LAUGHNAN, 1983).

Devido ao avanço desta técnica, em 1970 praticamente toda produção de

sementes nos EUA estava baseada nesse método. Naquele ano, nos EUA, e no ano

seguinte no Brasil, uma raça extremamente virulenta do fungo Helminthosporium

maydis, denominada raça T (derivada da denominação do tipo de citoplasma então

utilizado), ocorreu de maneira devastadora às lavouras, causando prejuízos

consideráveis. Esse fato tornou-se um clássico exemplo da vulnerabilidade por

uniformidade, neste caso não genética, mas citoplasmática. A impossibilidade de

continuar usando a esterilidade do tipo T forçou os melhoristas a buscarem outras

fontes de esterilidade, sendo o tipo C uma das não atacadas pela nova raça, que mais

se adaptou ao uso comercial (PATERNIANI e CAMPOS, 1999).

Desde então diversos trabalhos foram conduzidos comparando-se versões

macho-férteis e macho-estéreis. Sangoi e Salvador (1998) testaram diferentes

genótipos e densidades de plantas, e concluíram que a remoção parcial ou total do

pendão não aumentou o rendimento dos grãos e dos componentes de produção de

milho, porém a versão estéril das linhagens poderia tolerar o aumento na população de

plantas sem diminuir significativamente o peso de mil grãos. A ausência de estresse

hídrico e do dano mecânico causado às folhas superiores durante a remoção do

pendão diminuíram eventuais benefícios do despendoamento quanto ao rendimento de

grãos.

Em trabalhos conduzidos durante três anos agrícolas com diferentes técnicas de

despendoamento, incluindo linhagens e híbridos nas versões macho-férteis e macho-

estéreis, a testemunha macho-fértil, com exceção de um ano, foi semelhante aos outros

tratamentos, indicando o efeito da competição por nutrientes e carboidratos entre

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espiga e pendão, sendo mais severos quando as condições ambientais são adversas

(MAGALHÃES et al., 1999).

Conforme relatado por Stamp et al. (2000), o peso de grãos foi o único

componente de produção não significativamente afetado pela macho-esterilidade,

sendo o número de grãos por espiga o componente decisivo responsável pela indução

no aumento de produção de híbridos na versão CMS. Os autores observaram que em

um campo de produção normal de milho, entende-se que a grande demanda energética

pela microsporogênese reduz a concentração de assimilados para a espiga devido à

dominância apical do pendão nas plantas macho-férteis. Este componente foi a causa

mais importante do ganho genético em termos de potencial produtivo nas últimas

décadas, ou seja, o aumento de produção através do desenvolvimento de híbridos para

produção de maior número de grãos por unidade de área (RUSSEL, 1991). Wang et al.

(1998) também observaram que o número de grãos é o fator mais influente na

produção.

Weingartner et al. (2002) relataram que os primórdios de grãos que

aparentemente seriam abortados em híbridos macho-férteis poderiam sobreviver e

tornarem-se grãos completos em híbridos macho-estéreis, por considerar que teriam

melhor acesso a nutrientes e água neste último. Esta hipótese foi suportada pelo

aumento de produção dos híbridos CMS associado ao aumento do número de grãos

em relação aos outros híbridos. Como esperado, o maior número de grãos estava

pouco correlacionado com menor peso de grãos, mas a compensação negativa não foi

significante. A contribuição dos componentes peso de grãos e número de grãos na

produção parece depender do ambiente e da interação genótipo x ambiente. Em

contraste, as interações citoplasma x genótipo e citoplasma x ambiente foram não

significativas para produção e componentes de produção, e os híbridos estudados

tenderam a ter melhor produção como resultado da macho-esterilidade. Interações de

diferentes processos metabólicos com demandas por energia e água durante a antese

e o período que a antecede, podem conferir vantagem às plantas CMS sobre as

normais (CRISWELL et al., 1974).

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O efeito da macho-esterilidade pode ser explicado pelo fato de que o pólen é um

forte dreno de nutrientes minerais, dentre eles o nitrogênio. A concentração de N no

pólen é muito maior que em muitos outros órgãos da planta. Adicionalmente, o estádio

de desenvolvimento da planta tem grande importância, no qual a demanda por N se

diferencia entre plantas macho-férteis e macho-estéreis. A definição do potencial

produtivo é fortemente afetada pela deficiência nutricional, especialmente durante o

período de florescimento. O nitrogênio não utilizado para produção de pólen poderá

servir para a formação da espiga e aumentar o potencial produtivo. Fisiologicamente

isso se deve a redução da atividade das plantas CMS em termos de disponibilidade de

nitrogênio ao pendão, comparável com a diminuição da dominância apical

(WEINGARTNER et al., 2002).

Apesar dos benefícios conferidos pela macho-esterilidade citoplasmática, na

maioria dos campos de produção de sementes híbridas de milho a técnica mais

utilizada para garantir o cruzamento entre os parentais é o despendoamento. Todavia, a

operação implica na remoção de algumas folhas superiores, dependendo da morfologia

da planta, do tempo de saída do pendão em relação à emissão de pólen, da

emergência do estilo-estigma, e da programação de máquinas e de mão-de-obra. De

modo geral, quatro folhas são removidas do parental feminino para se garantir a

retirada completa do pendão e a pureza genética das sementes produzidas (WILHELM

et al., 1995). Esses autores relataram que essa remoção de quatro folhas reduziu o

peso de grãos em 10% comparado com a testemunha; a fração sementes de tamanho

comercial diminuiu conforme o número de folhas removidas aumentaram, indicando que

a redução na produção foi causada pela diminuição no tamanho dos grãos; porém, o

número de grãos por planta não foi afetado pelos tratamentos. Estas folhas

representam uma significativa fonte de fotoassimilados e nitrogênio para o

desenvolvimento dos grãos, e sua perda pode impactar na produção e qualidade das

sementes produzidas, além do nitrogênio utilizado pela cultura. Nesse mesmo trabalho

observaram que a concentração de N nos grãos e forragem e o total de N na forragem

não variou entre os diferentes tratamentos de despendoamento; entretanto, o total de N

no grão diminuiu linearmente conforme aumento do número de folhas removidas.

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Rasse et al. (2000) também confirma que o despendoamento afeta o total de

fotoassimilados disponíveis para acúmulo de amido, dependendo do número de folhas

remanescentes.

Hunter et al. (1973) observaram, quando somente pendões foram removidos,

aumento médio de 6,9% na produção de grãos. Já a remoção de três folhas juntamente

com o pendão reduziu a produção de grãos em 28%; por outro lado, a produção de

algumas linhagens tardias teve pouca redução com o mesmo tratamento, comparado

com a remoção apenas do pendão. As diferenças na produção foram resultados da

redução do peso e do número de grãos. Entretanto, o efeito da remoção de folhas na

produção varia fortemente entre linhagens, sendo essa redução maior nas precoces em

relação às tardias. Já na comparação de linhagens com híbridos, o rendimento de

grãos costuma ser menor para linhagens (WILHELM et al., 1995).

Frascaroli et al. (2005) observaram que a desfolha provoca redução da seca de

grãos na colheita, e as perdas foram maiores quando a desfolha ocorreu nos estádios

iniciais de desenvolvimento dos grãos. Segundo Subedi e Ma (2005) a remoção de

folhas afeta a granação, reduz significativamente o tamanho do sabugo e dos grãos,

indicando uma insuficiente oferta de assimilados para o enchimento dos grãos. Esta

redução das folhas superiores também reduziu a matéria seca do colmo e antecipou a

maturidade fisiológica. Allison e Watson (1966) relataram que as quatro folhas centrais

(duas acima e duas abaixo da espiga) contribuem aproximadamente com 50% do total

da matéria seca acumulada na espiga.

Segundo Egharevba et al. (1976), aproximadamente metade dos grãos da ponta

da espiga não se desenvolveram sob condições de desfolha, e os grãos que

completaram o desenvolvimento ficaram mais leves que os produzidos pela testemunha

não desfolhada. Aparentemente o estresse na planta como resultado de desfolha

refletiu diretamente no peso de grãos, podendo ser esperado que qualquer forma de

estresse nesse estádio de desenvolvimento pode afetar esse componente de produção.

Isso sugere que estresse no período de 15 dias após o florescimento, por causa

ambiental ou trato cultural, pode reduzir a produção significativamente em função do

decréscimo em número e peso de grãos. Frey (1981) também observou que neste

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período a oferta de carboidratos à planta afeta o número de grãos e o potencial de

produção. As taxas e duração do acúmulo de matéria seca nos grãos contribuem para

variação no peso de grãos nas diferentes posições da espiga. Hunter et al. (1991)

reportaram que desfolha completa aos 20 dias após polinização resultou em curto

período de enchimento de grãos e sementes significativamente menores que plantas

não desfolhadas.

A remoção da área foliar influi na taxa fotossintética, altera o metabolismo das

plantas, e reduz o conteúdo de sacarose e açúcares redutores, bem como o teor de

amido nas sementes (SING e NAIR, 1975). A redução da atividade fisiológica das

principais fontes produtoras de carboidratos causadas pela desfolha na fase reprodutiva

interfere na redistribuição de fotoassimilados dentro da planta, alterando a velocidade e

intensidade das senescência foliar e, conseqüentemente os padrões de acúmulo de

matéria seca nos grãos. Assim, o colmo pode atuar como órgão equilibrador da

limitação de fonte, promovendo a remobilização dos carboidratos de reserva

armazenados até o início do enchimento de grãos (UHART e ANDRADE, 1995).

Sangoi et al. (2001) relataram que a inexistência de associação entre área foliar

remanescente no florescimento e produtividade por área indica que somente a

presença de maior quantidade de superfície foliar fotossinteticamente ativa durante o

período de enchimento de grãos não é suficiente para garantir rendimentos superiores.

Há a necessidade de que a magnitude das fontes prioritárias de produção de

fotoassimilados seja acompanhada pela alta capacidade de demanda da inflorescência

feminina da planta. O rendimento obtido com híbridos desfolhados oscilou entre 53,8%

e 56,7% dos valores registrados em comparação com a testemunha. Por outro lado, a

remoção de metade das folhas verdes na antese fez com que as parcelas desfolhadas

apresentassem uma área foliar remanescente que variou entre 35,0% e 41,8% dos

valores de cada híbrido. Sendo assim, a redução da área foliar foi porcentualmente

mais drástica do que a redução no rendimento de grãos, confirmando a atuação do

colmo como órgão regulador da restrição imposta às folhas, atenuando os prejuízos

ocasionados pela desfolha ao rendimento de grãos. Isso demonstra que havendo um

forte dreno, é possível alcançar rendimentos satisfatórios mesmo com área foliar

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reduzida, mediante a redistribuição de assimilados acumulados em outros órgãos da

planta. Nesse sentido, os colmos são estruturas moduladoras de grande importância

para a definição do rendimento de grãos quando as folhas sofrem algum tipo de

prejuízo na fase reprodutiva da cultura (RAJCAN e TOLLENAAR, 1999).

As diferenças entre as inflorescências apicais e axilares, em termos de

localização, tempo de diferenciação e desenvolvimento, podem promover competição

por recursos, particularmente sob condições de estresse. As estruturas apicais

geralmente possuem preferência no uso dos recursos disponíveis, mais

especificamente, água, nutrientes e fotoassimilados (PATERNIANI, 1981). A

dominância apical do pendão sobre a espiga geralmente é acentuada sob condições de

alta temperatura e baixa umidade (SANGOI e SALVADOR, 1998). Grogan (1956) já

havia relatado ausência de efeito significativo na produção de grãos quando o

despendoamento foi realizado durante safra com distribuição normal de chuvas e solo

fértil.

De acordo com Mostafavi e Cross. (1996) a oferta de assimilados não afeta a

taxa de acúmulo de matéria seca para os grãos da base e do meio da espiga, mas os

grãos do ápice possuem taxa de enchimento menor. Reddy e Daynard (1983)

obtiveram resultados similares, sugerindo que tratamentos que afetam a oferta de

assimilados alteram o período efetivo de enchimento de grãos, produzindo variação na

massa de grãos.

Prioul e Schwebel-Dugué (1992) apontaram que a desfolha não afeta a taxa de

enchimento de grãos, porém afeta o número de grãos por espiga. De acordo com Wang

et al. (1998) a duração do período efetivo de enchimento de grãos e o número de grãos

é que possuem efetiva correlação com a produção individual da planta.

Alterações na matéria seca da forragem, desde o florescimento até a maturação

fisiológica, é um indicador da taxa de assimilados demandada pelo grão e oferta de

assimilados pelas folhas durante o período pós-florescimento (RAJCAN e TOLENAAR,

1999-a). O aumento da oferta de N durante o enchimento de grãos pode reduzir o total

de N derivado de tecido vegetativo. O nitrogênio ofertado neste período é

preferencialmente utilizado pelos órgãos reprodutivos (RAJCAN e TOLENAAR, 1999-b).

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Echarte et al. (2006) observaram que desfolha e desbaste não afetaram o

número de grãos por planta, nem a taxa de crescimento de grãos em relação à

testemunha em estudo utilizando híbridos de milho; porém, a desfolha afetou o peso e

duração do enchimento de grãos. A taxa efetiva de crescimento foi estável,

independente dos tratamentos testados. Um aumento na remobilização das reservas do

colmo provavelmente contribui para manter a taxa de crescimento de grãos em plantas

desfolhadas. Andrade e Ferreiro (1996) reportaram que a disponibilidade de suprimento

disponível durante o período de enchimento de grãos raramente afeta a taxa de

crescimento de grãos em milho.

Segundo Rajcan e Tollenaar (1999) a desfolha influencia mais tardiamente a

concentração de carboidratos solúveis nas folhas que no colmo. O atraso na resposta

pelas folhas deve indicar uma estratégia de sobrevivência na qual a planta utiliza suas

reservas enquanto protege as folhas da senescência.

A qualidade fisiológica, avaliada por testes de germinação, de frio e de

envelhecimento acelerado, não foi afetada devido à remoção de folhas durante o

despendoamento (WILHELM et al., 1995). Hunter e Tekrony (1988) também obtiveram

resultados semelhantes, sugerindo que a qualidade fisiológica das sementes está mais

relacionada com a maturidade na colheita que com a desfolha. Menezes e Cícero

(1994) não observaram diferenças para a emergência de plântulas em campo, com a

antecipação do despendoamento e redução de área foliar.

Tekrony e Hunter (1995) sugeriram que os efeitos da desfolha durante a

maturação podem ter efeito positivo no vigor das sementes. Frascaroli et al. (2005)

observaram variação genética para tolerância ao frio e para reação de desfolha

aplicada durante o período de maturação. As sementes de progênie F1 de híbrido

simples colhida de plantas desfolhadas apresentaram elevada germinação no teste de

frio, no mesmo estádio de desenvolvimento de sementes colhidas de plantas não

desfolhadas. A aceleração da maturação fisiológica das sementes devido à desfolha

não reduziu o vigor das sementes. Desse modo, a expressão máxima de vigor das

sementes está fortemente associada com a maturidade fisiológica, como expressada

pela formação da camada negra tanto em plantas desfolhadas como intactas,

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independente dos diferentes genótipos analisados. Neste mesmo estudo, o tamanho

das sementes ficou reduzido no ano em que ocorreram desfolha e temperaturas

elevadas; entretanto, o vigor máximo das sementes não reduziu e ocorreu no mesmo

estádio de desenvolvimento para linhagens, híbridos simples e híbridos duplos

(TEKRONY e HUNTER, 1995).

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na safra verão 2005/2006, na unidade de produção

de sementes da empresa Monsanto do Brasil Ltda, localizada no município de Barretos,

estado de São Paulo (20° 28’ Sul, 48° 29’ Oeste, altitude 490 metros), cujo clima

baseado pelo sistema de classificação de Koppen é do tipo Cwa, caracterizado como

subtropical com chuvas de verão, inverno relativamente seco e temperatura média

anual de 23ºC.

O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, A moderado, textura

média e apresentou os seguintes resultados de análise química: pH (CaCl2) = 5,4; M.O.

(g/dm3) = 16; P resina (mg/dm3) = 65; K (mmolc/dm3) = 2,9; Ca (mmolc/dm3) = 32; Mg

(mmolc/dm3) 14; H+Al (mmolc/dm3) = 22; SB (mmolc/dm3) = 48,9; T (mmolc/dm3) = 70,9;

V (%) = 69; B (mg/dm3) = 0,2; Cu (mg/dm3) = 1,4; Fe (mg/dm3) = 8,0; Mn (mg/dm3) =

16,1; Zn (mg/dm3) = 2,0; S-SO4 (mg/dm3) = 1. A análise evidencia que o solo apresenta

nível de fertilidade que permitiu a instalação do experimento, e para os nutrientes

abaixo do nível médio, a demanda foi suprida na adubação de semeadura.

A semeadura foi realizada em 07/10/2005, em sistema de plantio direto sob

irrigação. A adubação de base empregada foi de 500 kg.ha-1 da formulação 08-28-16

com 2,1% de Ca e 4,3% de S, e duas coberturas nos estádios V4 e V6 utilizando-se

150 kg.ha-1 de 20-00-20 e 150 kg.ha-1 de uréia, respectivamente. O manejo de plantas

daninhas, insetos-praga e doenças foram realizados conforme necessidade da cultura.

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O experimento foi delineado em blocos casualizados com quatro repetições,

dispostos em esquema fatorial 2x6. Os fatores foram representados por dois genótipos

utilizados como parental feminino em campos de produção de sementes, sendo uma

linhagem (LN) e um híbrido simples (HS), cada um com seis sistemas de manejo:

macho-fértil (MF), macho-estéril (ME), retirada apenas do pendão (RP), retirada do

pendão mais uma folha (RP+F1), retirada do pendão mais duas folhas (RP+F2) e

retirada do pendão mais quatro folhas (RP+F4), num total de 48 parcelas. As

eliminações das partes das plantas foram realizadas quando da emissão do pendão, do

ápice para a base.

As parcelas experimentais foram constituídas de quatro fileiras de cinco metros

de comprimento de cada genótipo, e as duas fileiras centrais foram consideradas como

área útil. O espaçamento adotado foi de 0,80m entre linhas, e aproximadamente 0,20m

entre plantas, objetivando população final de 60.000 plantas.ha-1. Como os tratamentos

incluíam o despendoamento das plantas, entre cada parcela, foram semeadas, para

garantir a fecundação, duas linhas dos mesmos genótipos na versão macho-fértil que

serviram como polinizadores. A versão macho-estéril dos genótipos foi do citoplasma

tipo C.

Após a polinização as linhas dos polinizadores foram eliminadas e o

desenvolvimento das sementes das plantas da bordadura foi acompanhado

considerando-se a solidificação do endosperma (linha de leite), para determinação do

momento da colheita. A colheita foi realizada manualmente em espigas despalhadas

quando a maturidade fisiológica das sementes foi atingida, com grau de umidade

próximo a 30%; as espigas foram, então, secadas artificialmente, empregando-se

secadores estacionários de fluxo contínuo de ar com temperatura entre 35oC a 38oC,

até que as sementes estivessem com 12,5% de água. Em seguida, as espigas foram

debulhadas em debulhador elétrico de espigas individuais.

A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos testes de

germinação, de frio, de solo em laboratório, realizados Laboratório de Análise de

Sementes da empresa Monsanto, localizado no município de Ipuã-SP; e do teste de

emergência em campo, realizado na unidade de Barretos-SP da mesma empresa. As

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amostras para estes testes foram retiradas das frações obtidas das peneiras chatas 22,

20 e 18, com o objetivo de padronização das sementes, e previamente tratadas com os

inseticidas deltamethrin 25 g/L e pirimiphos-methyl 500 g/L e o fungicida fludioxonil 25

g/L + metalaxyl-M 10 g/L. A determinação para teor e conteúdo de nitrogênio nas

sementes foi realizada no laboratório da Unesp – Câmpus de Jaboticabal.

As características avaliadas foram realizadas no decorrer do período

experimental e em pós-colheita.

a) Número de folhas acima da primeira espiga

A partir do início da granação foram contadas, em cada parcela, o número de folhas

acima da primeira espiga em cinco plantas de cada área útil.

b) Número de sementes por espiga

O número de sementes por espiga foi obtido do quociente da relação entre peso de

sementes por parcela e peso de mil sementes, pelo número de espigas colhidas.

c) Peso de mil sementes

Obtido do total de sementes debulhadas, com 8 amostras de 100 sementes,

conforme Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992), e resultados expressos

em gramas.

d) Peso de mil sementes classificadas

O peso de mil sementes classificadas foi obtido da amostra de sementes enviada

para análise de qualidade fisiológica ao laboratório, com 8 amostras de 100 sementes,

representada pelas peneiras 22, 20 e 18, conforme Regras para Análise de Sementes

(BRASIL, 1992), e resultados expressos em gramas.

e) Produção de sementes

A produção de sementes foi calculada por meio do peso total após debulha, com

teor de água padronizado a 13%, e resultados expressos em t.ha-1.

f) Rendimento de peneiras

As sementes foram classificadas utilizando-se conjunto de peneiras manuais de

laboratório. Primeiramente as sementes foram classificadas, por espessura, em chatas

e redondas empregando-se peneira de crivos oblongos 13/64” x 3/4”; ambas as frações

foram em seguida, separadamente classificadas por largura, seqüencialmente em

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peneiras de crivos circulares 24/64”, 22/64”, 20/64” e 18/64”. As sementes que

passaram através da peneira 18/64”, tanto chatas quanto redondas, foram

consideradas fundo. Os resultados foram expressos em peso de sementes retidas em

cada uma das peneiras. O total de sementes retidas nas peneiras, exceto fundo, foram

consideradas sementes úteis, com resultados expressos em porcentagem e t.ha-1, em

relação à produção de sementes.

g) Teste de germinação

Realizado entre papel, na presença de luz, germinador 25oC, contagem aos 7 dias,

com 8 repetições de 50 sementes, e demais prescrições constantes nas Regras para

Análise de Sementes (BRASIL, 1992), sendo os resultados expressos em porcentagem

de plântulas normais.

h) Teste de frio

As sementes foram semeadas em bandejas plásticas, com substrato contendo

solo + areia, na proporção 1:2, previamente umedecido com água destilada até 70% da

capacidade de campo, permanecendo 7 dias a 10oC em gabinete e na seqüência em

sala de crescimento a aproximadamente 25oC durante 5 dias na presença de luz, com

duas repetições de 100 sementes, e resultados expressos em porcentagem de

plântulas normais conforme metodologia adotada pela empresa.

i) Teste de solo em laboratório

As sementes foram semeadas em bandejas plásticas, com substrato contendo

solo + areia, na proporção 1:2, previamente umedecido com água destilada até 70% da

capacidade de campo, permanecendo em sala de crescimento a aproximadamente

25oC durante 5 dias na presença de luz, com duas repetições de 100 sementes, e

resultados expressos em porcentagem de plântulas normais, conforme metodologia

adotada pela empresa.

j) Teste de emergência em campo

Duas repetições de 100 sementes foram semeadas em sulcos de 4 metros de

comprimento, e contagem do número de plântulas normais emersas aos 9 dias após

semeadura, e expressão dos resultados em porcentagem. O solo foi mantido úmido sob

irrigação durante o período de avaliação.

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k) Teor e conteúdo de nitrogênio nas sementes

O teor de nitrogênio total de cada unidade experimental, expresso em

porcentagem, foi determinado pelo método Kjedahl (AOAC, 1975). Também foi

determinado o conteúdo de nitrogênio em mil sementes, e resultados expressos em

gramas.

Os valores médios das características avaliadas foram comparados pelo teste de

Tukey, ao nível de significância de 5% de probabilidade.

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

As análises de variância referente aos valores médios do número de folhas

acima da primeira espiga (FAE), número de sementes por espiga (NSE), peso de mil

sementes (PMS), peso de mil sementes classificadas (PMSC) e produção de sementes

(PROD), possibilitaram verificar que a interação genótipo x manejo foi significativa

somente para peso de mil sementes (Tabela 1).

Quanto ao número de folhas acima da primeira espiga, este componente está

diretamente relacionado com os sistemas de manejo efetuados, ou seja, quanto maior o

nível de desfolha, menor o número de folhas restantes. A linhagem apresentou número

de folhas acima da espiga superior ao híbrido simples; isso não necessariamente irá

trazer vantagens sobre a produção ou outros componentes já que, conforme relatado

por Tollenaar et al. (2004) o máximo índice de área foliar (IAF) é função, em especial,

do tamanho e não do número total de folhas.

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Tabela 1. Resultados para número de folhas acima da primeira espiga (FAE), número de sementes por espiga (NSE), peso de mil sementes (PMS), peso de mil sementes classificadas (PMSC), produção de sementes (PROD), e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007.

FAE (#) NSE (#) PMS (g) PMSC (g) PROD (t.ha-1) MF(1) 6,0 a 368 a 297,7 319,9 a 7,6 a

ME 6,0 a 373 a 304,6 306,5 ab 7,8 a RP 6,0 a 356 ab 308,1 309,9 a 7,7 a

RP+F1 5,1 b 355 ab 307,1 305,3 ab 7,8 a RP+F2 4,2 c 354 ab 300,5 3033,4 ab 7,6 a RP+F4 2,2 d 329 b 286,4 290,4 b 6,8 b HS(2) 4,8 B 464 A 353,47 347,60 A 11,4 A

LN 5,0 A 248 B 247,98 264,18 B 3,8 B F (G) 11,45 ** 1471,63 ** 1214,64 ** 603,81 ** 3144,46 ** F (M) 449,63 ** 4,88 ** 4,70 ** 5,33 ** 5,05 **

F (GxM) 1,21 NS 0,68 NS 3,16 * 1,06 NS 0,69 NS C.V. (%) 4,08 5,48 3,49 3,84 6,22

(1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) * Significativo a 5% de probabilidade; ** Significativo a 1% de probabilidade; NS Não Significativo Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

O número de sementes por espigas é maior para HS que para LN.

Independentemente do genótipo, o sistema RP+F4 proporciona número de sementes

inferior a ME e MF. Conforme observado por Weingartner et al. (2002), os primórdios de

grãos que poderiam ser abortados em híbridos macho-férteis, poderiam sobreviver e

tornarem-se grãos completos em híbridos macho-estéreis por terem maior acesso aos

nutrientes e à água neste último e que não foi verificado neste trabalho em nível

significativo. Segundo Stamp et al. (2000), o número de grãos por espiga é o

componente decisivo responsável pela indução no aumento de produção de híbridos na

versão citoplasma macho-estéril. Conforme os dados apresentados na Tabela 1, o

número de sementes por espiga para ME apresenta tendência de ser maior que os

demais, porém, não o suficiente para o diferenciar estatisticamente, exceto de RP+F4.

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A produção de sementes foi menor para LN que para HS, resultado também

relatado por Wilhelm et al. (1995). Quanto aos sistemas de manejo, foi observado

produção inferior, em relação aos demais, no RP+F4. Foi constatado maior produção

no manejo ME sem diferir, estatisticamente, dos demais, exceto de RP+F4. Segundo

Russel (1991), a macho-esterilidade na produção de grãos é influenciada por estresses

naturais e agronômicos, grupos heteróticos e genótipos. Também Sangoi e Salvador

(1998) e Magalhães et al. (1999) não observaram diferenças de produção entre

genótipos macho-férteis e macho-estéreis. Wilhelm et al. (1995) obteve redução na

produção quando da remoção de pendão mais quatro folhas. Conforme observado por

Frascaroli et al. (2005), a desfolha diminui a matéria seca de grãos na colheita, sendo

as perdas maiores quando a desfolha ocorrer nos estádios iniciais de desenvolvimento

dos grãos, como ocorreu nesse experimento.

O peso de mil sementes e o número de sementes por espiga são os

componentes que mais influenciam no rendimento de grãos, conforme relatado por

Wilhelm et al. (1995). Especificamente para peso de mil sementes, houve interação

genótipo x sistemas de manejo, onde os valores obtidos para LN foram similares

independentemente do manejo adotado; para HS, RP+F4 foi estatisticamente inferior

aos demais (Tabela 2).

Quanto ao peso de mil sementes classificadas, devido à padronização das

sementes nas peneiras 22, 20 e 18 (amostra enviada ao laboratório), não houve

interação genótipo x manejo. O genótipo HS apresentou sementes com maior peso

relativamente à LN, sendo os resultados pouco influenciados pelos sistemas de manejo,

já que estas peneiras representavam mais de 50% das sementes produzidas para os

dois genótipos e todos os manejos, sem a presença dos grãos menores, como fundo.

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Quanto ao rendimento de peneiras, foram consideradas o porcentual de

sementes retidas em cada peneira em relação ao peso total de sementes. Verificou-se

que a interação genótipo x manejo foi significativa para todas as frações classificadas

(Tabela 3), o que possibilitou os desdobramentos apresentados nas Tabelas 4 e 5.

Os desdobramentos apresentam as diferenças entre os genótipos, onde para HS

há uma predominância nas peneiras chatas 24-22, e uma distribuição mais homogênea

entre os outros tamanhos; e com a linhagem tendo maior retenção das sementes nas

peneiras chatas 20-18, que corresponde a aproximadamente 50% das sementes da

espiga.

Tabela 2. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para peso de mil sementes (PMS). Jaboticabal, 2007.

PMS (g)

HS(2) LN MF(1) 358,50 Aa 236,93 Ba

ME 354,55 Aa 254,63 Ba RP 365,85 Aa 250,28 Ba

RP+F1 360,13 Aa 254,03 Ba RP+F2 353,53 Aa 247,45 Ba RP+F4 328,25 Ab 244,58 Ba

(1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

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Tabela 3. Resultados para rendimento de peneiras: 24-22, 20-18, 24R-22R, 20R-18R e Fundo, e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007.

24-22 (%) 20-18 (%) 24R-22R (%) 20R-18R (%) Fundo (%)

MF(1) 22,97 36,13 9,72 17,67 13,51 ME 25,71 36,18 9,24 20,14 8,73 RP 24,70 33,28 10,85 21,56 9,62

RP+F1 26,35 34,61 10,13 21,38 7,55 RP+F2 24,17 34,99 9,77 18,86 12,20 RP+F4 20,97 37,81 8,52 21,19 11,52 HS(2) 43,75 21,35 17,72 15,94 1,24

LN 4,54 49,64 1,69 24,33 19,80 F (G) 4107,26 ** 1193,43 ** 2132,09 ** 117,86 ** 2991,23 ** F (M) 6,80 ** 2,42 NS 3,44 * 2,76 * 29,63 **

F (GxM) 3,84 ** 4,62 ** 3,47 * 6,04 ** 24,74 ** C.V. (%) 8,78 7,99 12,40 13,30 11,18 (1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) * Significativo a 5% de probabilidade; ** Significativo a 1% de probabilidade; NS Não Significativo Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Quanto aos sistemas de manejo, HS apresenta diferenças estatísticas para

todas as faixas, com exceção da 20R-18R, contrastando com LN.

A porcentagem de sementes não retidas nas peneiras foi considerada como

fundo. Houve interação genótipo x manejo (Tabela 3), mas o desdobramento não está

relatado, pois será analisado de modo inverso, por meio da porcentagem de sementes

consideradas úteis (Tabela 6).

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Tabela 4. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para rendimento de peneiras chatas 24-22 e 20-18. Jaboticabal, 2007.

24-22 (%) 20-18 (%)

HS(2) LN HS LN MF(1) 42,81 Aa 3,13 Ba 20,07 Bb 52,18 Aa

ME 45,32 Aa 6,11 Ba 22,03 Bab 50,33 Aa RP 45,16 Aa 4,25 Ba 19,14 Bb 47,41 Aa

RP+F1 46,98 Aa 5,73 Ba 18,36 Bb 50,85 Aa RP+F2 44,57 Aa 3,78 Ba 20,96 Bb 49,02 Aa RP+F4 37,69 Ab 4,25 Ba 27,56 Ba 48,06 Aa (1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Tabela 5. Desdobramento da interação genótipo x sistemas de manejo para rendimento de peneiras redondas 24R-22R e 20R-18R. Jaboticabal, 2007.

24R-22R (%) 20R-18R (%)

HS(2) LN HS LN

MF(1) 18,05 Aab 1,39 Ba 17,63 Aa 17,72 Ab ME 16,39 Abc 2,09 Ba 15,00 Ba 25,27 Aa RP 19,77 Aa 1,93 Ba 15,14 Ba 27,99 Aa

RP+F1 18,53 Aab 1,72 Ba 15,31 Ba 27,44 Aa RP+F2 18,14 Aab 1,41 Ba 15,28 Ba 22,45 Aab RP+F4 15,45 Ac 1,60 Ba 17,26 Ba 25,11 Aa (1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

O porcentual total de sementes retidas nas peneiras foi considerado sementes

úteis, que já desdobrado, conforme Tabela 6, verifica-se não haver diferença de

rendimento entre os sistemas de manejo para HS, mas para LN o rendimento para os

sistemas de manejo RP+F2, RP+F4 e MF ficou estatisticamente abaixo dos demais,

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sendo MF o menor rendimento. Wilhelm et al. (1995) relataram que a fração de

sementes de tamanho comercial diminuiu conforme o número de folhas removidas

aumentaram, indicando redução no tamanho dos grãos. Porém, quando se observou a

quantidade por hectare de sementes úteis, a diferença estatística entre os manejos

ficou reduzida à RP+F4, que também não diferiu de MF e RP+F2. Isso porque houve

compensação da produção de grãos, refletindo os componentes peso e número de

sementes.

Tabela 6. Resultados para rendimento de sementes úteis e resumo da análise de variância com desdobramento, em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007.

Sementes úteis (%) Sementes úteis (t/ha)

HS(2) LN Médias (T) HS LN Médias (T)

MF(1) 98,57 Aa 74,41 Bd 86,49 11,24 2,85 7,05 ab ME 98,74 Aa 83,80 Bab 91,27 11,68 3,23 7,46 a RP 99,20 Aa 81,57 Bb 90,38 11,45 3,14 7,30 a

RP+F1 99,18 Aa 85,73 Ba 92,45 11,61 3,38 7,49 a RP+F2 98,95 Aa 76,65 Bcd 87,80 11,20 2,91 7,05 ab RP+F4 97,95 Aa 79,02 Bc 88,48 10,20 2,58 6,39 b

Médias (G) 98,76 80,20 11,23 A 3,02 B F (G) 2991,29 ** 3680,69 ** F (M) 29,63 ** 6,04 **

F (GxM) 24,74 ** 0,83 NS C.V. (%) 1,31 6,59

(1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem)

* Significativo a 5% de probabilidade; ** Significativo a 1% de probabilidade; NS Não Significativo Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Os resultados de qualidade fisiológica sãos dispostos na Tabela 7. Todos os

testes de qualidade fisiológica realizados (germinação, frio, solo em laboratório e

emergência em campo) não indicaram interação genótipo x manejo, e tampouco efeito

entre os diversos sistemas de manejo de despendoamento e desfolha, com valores

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maiores para HS em relação a LN. Para emergência em campo, a diferença entre

genótipos não foi significativa, com os sistemas de manejo de despendoamento e

desfolha não influenciando na fisiologia das sementes.

Hunter e Tekrony (1988) obtiveram resultados semelhantes, sugerindo que a

qualidade fisiológica das sementes está mais relacionada com a maturidade na colheita

que com a desfolha.

Tabela 7. Resultados para testes de germinação (GERM.), de frio (FRIO), de solo em laboratório (SOLO), de emergência em campo (E. CAMPO) e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007.

GERM. (%) FRIO (%) SOLO (%) E. CAMPO (%)

MF(1) 95,81 92,06 94,25 95,88 ME 95,50 93,06 94,13 94,81 RP 94,84 92,81 93,81 93,06

RP+F1 95,72 93,56 93,63 94,19 RP+F2 94,28 91,44 93,88 94,31 RP+F4 95,75 93,50 94,44 94,63 HS(2) 97,75 A 95,96 A 96,52 A 95,15

LN 92,89 B 89,52 B 91,52 B 93,81 F (G) 157,11 ** 96,11 ** 78,40 ** 3,99 NS F (M) 1,70 NS 1,09 NS 0,19 NS 1,26 NS

F (GxM) 2,15 NS 0,82 NS 1,24 NS 1,31 NS C.V. (%) 1,41 2,45 2,08 2,45

(1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) * Significativo a 5% de probabilidade; ** Significativo a 1% de probabilidade; NS Não Significativo Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Conforme observado na Tabela 8, também não houve interação genótipo x

sistemas de manejo para os teores e conteúdo de nitrogênio.

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Tabela 8. Resultados para teor total de nitrogênio nas sementes, conteúdo de nitrogênio em mil sementes, e resumo da análise de variância em dois genótipos de milho submetidos à sistemas de manejo de despendoamento e desfolha. Jaboticabal, 2007.

Teor de N (%) Conteúdo de N (g) MF(1) 1,41 ab 4,08 a

ME 1,37 b 4,05 a RP 1,46 ab 4,41 a

RP+F1 1,49 ab 4,46 a RP+F2 1,50 ab 4,36 a RP+F4 1,52 a 4,28 a HS(2) 1,25 B 4,43 A

LN 1,66 A 4,12 B F (G) 227,63 ** 13,53 ** F (M) 3,24 * 2,68 *

F (GxM) 1,34 NS 1,78 NS C.V. (%) 6,39 6,92

(1) Manejo: MF (Macho-fértil), ME (Macho-estéril), RP+F1 (Retirada Pendão + 1 Folha), RP+F2 (Retirada Pendão + 2 Folhas), RP+F4 (Retirada Pendão + 4 Folhas) (2) Genótipo: HS (Híbrido Simples), LN (Linhagem) * Significativo a 5% de probabilidade; ** Significativo a 1% de probabilidade; NS Não Significativo Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Entre os sistemas de manejo o teor de nitrogênio foi significativamente menor

para ME em relação à RP+F4, e entre os genótipos LN teve valor superior a HS, em

função do tamanho e concentração nas sementes. Para conteúdo de N não houve

diferença significativa entre os sistemas de manejo, somente entre os genótipos, com

valores de HS superior a LN, devido ao tamanho das sementes.

Wilhelm et al. (1995) observaram que a concentração de N nos grãos e forragem

e o total de N na forragem não variou entre diferentes tratamentos de despendoamento,

entretanto, o total de N no grão diminuiu linearmente conforme aumento do número de

folhas removidas. Os resultados obtidos não contradizem com o autor, onde essa

redução pode ser evidenciada, porém, não diferem estatisticamente.

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5 CONCLUSÕES

O despendoamento associado à retirada de quatro folhas influencia

negativamente a produção total e rendimento de sementes úteis; porém, não interfere

na qualidade fisiológica e conteúdo de nitrogênio. Entre os genótipos estudados, os

resultados de produção de sementes, qualidade fisiológica e conteúdo de nitrogênio

são maiores para o híbrido simples em relação à linhagem; e a versão macho-estéril

não é superior a macho-fértil na produção de sementes.

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