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0 UNIVERSIDADE BANDEIRANTE SÃO PAULO PRISCILLA LASSI LOZANO DE FARIA LEOCÁDIO INFLUÊNCIA DE FÁRMACOS SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS VESTIBULOPATAS SÃO PAULO 2011

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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE SÃO PAULO

PRISCILLA LASSI LOZANO DE FARIA LEOCÁDIO

INFLUÊNCIA DE FÁRMACOS SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL E

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS VESTIBULOPATAS

SÃO PAULO

2011

1

PRISCILLA LASSI LOZANO DE FARIA LEOCÁDIO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO

DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL

INFLUÊNCIA DE FÁRMACOS SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL E

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS VESTIBULOPATAS

Trabalho de conclusão final apresentado como exigência parcial à Banca Examinadora na Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN, para obtenção do título de MESTRE em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.

Orientadora: Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino

Co-Orientadora: Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola

SÃO PAULO 2011

2

Permitida, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Ilíria Ruiz Pilissari – CRB/8-6151

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Ilíria Ruiz Pilissari – CRB/8-6151

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Ilíria Ruiz Pilissari – CRB/8-6151

Leocádio, Priscilla Lassi Lozano de Faria

Influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal e

capacidade funcional de idosos vestibulopatas. / Priscilla Lassi

Lozano de Faria Leocádio.-- São Paulo: [s.n.], 2011.

121f. ; il.; 30 cm

Dissertação (Mestrado) – Universidade Bandeirante de São

Paulo, Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.

Orientadora: Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino

Co-orientadora: Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola

1. Uso de medicamentos 2. Equilíbrio postural

3. Tontura 4. Saúde do idoso I. Título.

CDD 615.5

3

PRISCILLA LASSI LOZANO DE FARIA LEOCÁDIO

INFLUÊNCIA DE FÁRMACOS SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL E

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS VESTIBULOPATAS

Trabalho de conclusão final apresentado como exigência parcial à Banca

Examinadora na Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN, para obtenção

do título de MESTRE em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.

BANCA EXAMINADORA - DATA: 16 / 02 / 2012

.........................................................................................................

Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino (Presidente) - UNIBAN

.........................................................................................................

Prof. Dr. Jorge Camilo Flório - Universidade de São Paulo - USP

................................................................................................ .........

Prof. Dr. Ricardo Schaffeln Dorigueto - UNIBAN

4

“...Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,

e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e

toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que

transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria...”

(Coríntios 13)

5

DEDICATÓRIA

A DEUS, fonte eterna de inspiração e guia de luz na jornada da evolução. Aos meus idosos, fonte de inspiração na minha jornada clínica e científica!

À minha querida filha GIOVANNA, que me agraciou com sua presença ao término

deste trabalho, me fornecendo forças para não desanimar.

À minha querida amiga e madrinha Juliana Maria Gazzola, que me introduziu no

mundo acadêmico e da Gerontologia, e com sua sabedoria me ensinou em como

trabalhar com os idosos para melhorar sua qualidade de vida.

À minha querida mãe Cássia Aparecida de Faria Leocádio que, com muito amor, me

apoiou em todos os momentos e escolhas da minha vida, me ensinando o respeito e

o verdadeiro sentido da palavra AMOR. Obrigada mãezinha pelos momentos de

compreensão, dedicação e apoio.

Ao meu querido pai Weber Galvão de Rezende Leocádio, que através de suas

críticas me fez crescer e persistir nos meus objetivos.

Ao meu querido marido Rubens Aparecido Lozano Apolinário, que soube entender

minha ausência por vários momentos, que me apoiou e me confortou nesta etapa.

Ao meu querido irmão Weber Filho, que apoiou as minhas decisões, obrigada por

sua compreensão! A minha amada sobrinha e afilhada Eliza, que apesar de não

aceitar a titia morar fora (rs), sempre me passou muita energia e luz com seu sorriso

e sua alegria radiante. A minha cunhada Kátia, a minha sobrinha e afilhada Alícia,

mais uma estrelinha na família que ainda “dorme” no ventre de sua mãe. Muito

Obrigada!

6

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino, pela orientação. Obrigada

por todas as observações desde o início até a finalização deste trabalho. Por todo o

tempo despendido com as correções, orientações, explicações, esclarecimentos de

dúvidas sobre a minha dissertação. Obrigada pelo aprendizado nas aulas teóricas e

por todo incentivo à pesquisa científica.

À minha co-orientadora Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola, minha eterna mentora na

jornada da Gerontologia. Obrigada por toda orientação dada na elaboração desta

dissertação, principalmente pelas análises estatísticas. Obrigada pelo aprendizado

nas aulas teóricas e práticas, pelo apoio e ensinamentos nas condutas a serem

utilizadas com os idosos, assim como o auxílio no estágio no laboratório. Pela

compreensão nos momentos mais difíceis, pelas dicas e conselhos durante toda

esta jornada. Através destas orientações pude perceber cada vez mais a

importância não somente da pesquisa, mas também do tratamento clínico. Meu

carinho e respeito.

Aos idosos que aceitaram a participar da pesquisa, e que me incentivaram a

continuar na realização deste trabalho.

A todos os meus familiares, minhas avós queridas Dionizia Lozano e Maria Lanes

Leocádio, ao meu querido avô Gerçaro Alves de Faria, aos meus tios, tias, primos,

primas e agregados! Obrigada por compreender minha ausência todos estes anos

que estive investindo na minha carreira profissional. Obrigada pelo carinho e pelas

palavras de incentivo!

À estatística Creusa D’Albó, pelas análises estatísticas.

À Profa. Dra. Flávia Doná responsável pelo laboratório que, por muitas vezes, me

orientou na aplicação dos questionários e instrumentos avaliativos; que me inspirou

e me ensinou muitas condutas na área da fisioterapia, e pelas críticas e sugestões

7

dadas na Banca de Qualificação. Obrigada, são pessoas como a senhora que nos

inspiram e nos mostram a importância de continuar na área clínica.

À secretária do laboratório, Sra. Juliana de Souza, que colaborou com o

agendamento das avaliações e dos atendimentos aos pacientes, o que foi de suma

importância para o desenvolvimento desta pesquisa.

Às professoras Renata Coelho Scharlach e Fátima Cristiana Alves Branco-Barreiro,

que me inspiram a trabalhar em uma equipe multidisciplinar. Ambas, fonte de

conhecimento na área da fonoaudiologia. Obrigada por todos os esclarecimentos de

dúvidas que contribuíram também com a efetivação desta tese. Em especial à Profa.

Renata mais uma vez muito obrigada pelas críticas e sugestões apresentadas na

Banca de Qualificação.

Aos professores médicos: Dr. Maurício Malavasi Ganança, Dra. Cristiane Akemi

Kasse, Dr. Ektor Tsuneo Onishi, Dr. Ricardo Schaffeln Dorigueto que encaminharam

os pacientes para participação no estudo e que esclareceram as minhas dúvidas

durante o período de estágio no laboratório.

Aos demais professores: Dra. Maria Rita Aprile, Dra. Érica de Toledo Piza Peluso e

professores já citados anteriormente, pela contribuição com suas críticas

construtivas no projeto desta pesquisa, pelos esclarecimentos de dúvidas e

sugestões em sala de aula, nas reuniões científicas e no laboratório.

Aos companheiros de jornada: Érick, Vinícius, Sérgio, Claudinha e Márcio que

dividiram comigo os momentos de crescimento no mestrado.

Aos colegas e amigos Samuel, Lídia, Daniela, Solange e Raquel, pela colaboração

na coleta de dados e no atendimento aos pacientes.

Aos secretários Reinaldo, Mackele, Anália, Fernanda, Patrícia, Débora, Lilian,

Janaína por todo o apoio nesta etapa.

8

Aos meus amigos que sempre me incentivaram me apoiando nos momentos mais

difíceis: Maria José, Regina, Conceição, Beatriz, Rosária, Juliana, José, Cecília,

Flávio, Flávia, Sara, Gisele, Ilma, Mariuza, Selma, Antônia, Débora, e outros.

A UNIBAN, que ofereceu o Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio

Corporal e Inclusão Social, contribuindo para a formação científica dos indivíduos. E

que forneceu um laboratório de pesquisa com infraestrutura adequada, recursos

materiais e humanos necessários para os atendimentos clínicos e para o

desenvolvimento das pesquisas científicas, colaborando, assim, também para

melhorar a qualidade de vida dos idosos com disfunções vestibulares que vivem na

comunidade.

9

RESUMO

LEOCÁDIO, P. L. L. F. Influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal e

capacidade funcional de idosos vestibulopatas. 2011. 121f. Dissertação

(Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social) -

Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil), São Paulo, 2011.

O envelhecimento pode causar doenças crônicas em idosos, como as

vestibulopatias, e promover o uso mais intenso de medicamentos, aumentando o

risco de reações adversas e de interações medicamentosas, que podem também

afetar o equilíbrio corporal e a capacidade funcional dos idosos. Este trabalho

avaliou a influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal e a capacidade funcional

de idosos vestibulopatas. O estudo foi transversal, analítico e descritivo com 75

idosos (acima de 60 anos) dos gêneros feminino e masculino, com disfunções

vestibulares periféricas, centrais ou mistas, encaminhados ao Laboratório da

UNIBAN. O estudo foi realizado após aprovação da Comissão de Ética e assinatura

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram avaliados aspectos

sociodemográficos, clínicos e farmacológicos (por meio de entrevista), da

capacidade funcional (por meio do BOMFAQ - Brazilian OARS Multidimensional

Functional Assessment Questionnaire) e do equilíbrio corporal (por meio do DGI -

Dynamic Gait Index e da Posturografia - BRU®). Os dados obtidos foram

submetidos à análise estatística e considerou-se p<0,05. Os 75 idosos tinham idade

média de 72,05 ± 7,2 anos e a maioria era do gênero feminino (90,70%). A maioria

apresentou mais de 5 comorbidades (45,30%), sendo mais prevalentes as doenças

do sistema osteomuscular e/ou tecido conjuntivo e as do aparelho circulatório

(68,00% cada). A VPPB foi a vestibulopatia mais freqüente (46,70%), e a tontura foi

o sintoma associado à disfunção vestibular mais relatado (89,30%), seguido da

instabilidade postural (78,70) e ansiedade (76,00%). O DGI mostrou que 65,30% dos

idosos apresentaram menor risco de quedas (20-24 pontos). A maioria (54,70%)

apresentou dificuldade em uma a 3 atividades de vida diária. A quantidade de

fármacos utilizada variou de um a 21 fármacos; 76,00% utilizavam de um a 6, e

62,70% fizeram algum tipo de interação medicamentosa. Os subgrupos

farmacológicos mais prevalentes foram os hipolipemiantes (42,70%); bifosfonatos

10

(40,00%); inibidores da enzima conversora da angiotensina (36,00%);

diuréticos (33,30%); insulina e antidiabéticos (28,00%). Os resultados mostraram

associação significante entre a quantidade de fármacos e: o grau de

escolaridade (p=0,013); o número de comorbidades (p=0,002); as doenças

endócrinas/nutricionais/metabólicas (p=0,010) e doenças do sistema nervoso

(p=0,024); os sintomas associados a vestibulopatias, como ansiedade (0,013) e

vômitos (p=0,031); a capacidade funcional (p=0,040); o DGI (p=0,010); a

posturografia, segundo a área de oscilação corporal nas condições sensoriais 1

(p=0,006), 4 (p=0,002) e 7 (p=0,029); os grupos farmacológicos para o aparelho

cardiovascular (p=0,023), aparelho digestivo e metabolismo (p=0,001), órgãos dos

sentidos (p=0,046), sistema musculoesquelético (p=003), sistema nervoso (p=0,014)

e sistema hormonal (p=0,033), e as interações farmacológicas (p=0,0001). Este

estudo demonstrou que o uso de fármacos, sobretudo quando em maior quantidade,

influencia o equilíbrio corporal e a capacidade funcional de idosos vestibulopatas.

Palavras-chave: Uso de medicamentos. Equilíbrio postural. Tontura. Saúde do

idoso.

11

ABSTRACT

LEOCÁDIO, P.L.L.F. Influence of drugs on the body balance and functional capacity of elderly with vestibular disorders. 2011.121f. Thesis (Master’s in Rehabilitation of Body Balance and Social Inclusion) - Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil), São Paulo, 2011. Aging can cause the chronic diseases in the elderly, as vestibular disorders, and

promote a more frequent use of medicines, increasing the risk of adverse events and

drugs interactions, which may also affect body balance and the functional capacity of

the elderly. This study evaluated the influence of drugs on body balance and

functional capacity of elderly people with vestibular disorders. This was a transverse,

analytical and descriptive study with 75 elderly male and female (above 60 year old),

with peripheral vestibular disorders central or mixed, which was referred to the

laboratory of UNIBAN. This study was performed after agreement of the Ethics

Committee and signing an Informed Consent Form. Socio-demographic, clinical and

pharmacological aspects were evaluated (by means of interviews), and of functional

capacity (through BOMFAQ - Brazilian OARS Multidimensional Functional

Assessment Questionnaire) and of corporal balance (by DGI - Dynamic Gait Index

and Posturography - BRU®). The data obtained was submitted to statistical analyses

and it was considered p<0.05. The 75 elderly analyzed had an average age of 72.05

± 7.02 years and most were female (90.70%). Most of them showed more than 5

comorbidities (45.30%), prevailing the diseases of musculoskeletal system and-/or

conjunctive tissue and the ones from the circulatory system (68.00% each). The

VPPB was the most frequent vestibular disorder (46.70%), and dizziness was the

most reported symptom associated to the vestibular dysfunction (89.30%) followed

by postural instability (78.70%) and anxiety (76.00%). The DGI showed that 65.30 %

of the elderly had a lower risk of falls (20-24 points). The majority (54.70%) presented

a difficulty in one to 3 activities of daily life. The amount of drugs used varied from

one to 21 drugs; 76.00% used from one to 6, and 62.70% had some type of drug

interaction. The most prevalent pharmacological groups were hypolipidemic agents

(42.70%); bisphosphonates (40.00%); angiotensin-converting enzyme inhibitors

(36.00%); diuretics (33.30%); insulin and antidiabetics agents (28.00%). The results

12

showed a significant association between the amount of drugs and: the degree of

education (p=0.013); the number of comorbidities (p=0.002); the

endocrine/nutritional/metabolic diseases (p=0.010); and diseases of nervous system

(p=0.024); the symptoms associated with vestibular disorders, such as anxiety

(0.013) and vomiting (p=0.031); functional capacity (p=0.040); DGI (p=0.010);

posturography, according to area of body oscillation in sensory conditions 1

(p=0.006), 4 (p=0.002) and 7 (p=0.029); pharmacological groups for the

cardiovascular system (p=0.023), digestive tract and metabolism (p=0.001), sensorial

organs (p=0.046), musculoskeletal system (p=003), nervous system (p=0.014) and

hormonal system (p=0.033), and drug interactions (p=0.0001). This study showed

that the use of drugs, especially when in a high amount, influences the body balance

and functional capacity of the elderly with vestibular disorders.

Keywords: Use of drugs. Postural Balance. Dizziness. Health of the elderly.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFVD Atividades físicas de vida diária

AIVD Atividades instrumentais de vida diária

ATC Anatomical Therapeutic Chemical Classification Index

AVD Atividades de vida diária

BBS Berg Balance Scale

BOMFAQ Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment

Questionnaire

BRU Balance Rehabilitation Unit

CID-10 Classificação Internacional Das Doenças

COM Centro de massa

COP Centro de pressão

DEF Dicionário de Especialidades Farmacêuticas

DGI Dynamic Gait Index

ECA Enzima conversora de angiotensina

LE Limite de estabilidade

MMII Membros inferiores

MMSS Membros superiores

RVE Reflexo vestíbulo-espinhal

RVO Reflexo vestíbulo-ocular

SNC Sistema nervoso central

TGI Trato gastrintestinal

TUGT Timed Up And Go Test

VENG Vectoeletronistagmografia

VOC Velocidade de oscilação corporal

VPPB Vertigem posicional paroxística benigna

14

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Frequências absoluta e relativa da caracterização

sociodemográfica de 75 idosos vestibulopatas..............................

48

Tabela 2 - Frequências absoluta e relativa do número de comorbidades

relatadas por 75 idosos vestibulopatas..........................................

49

Tabela 3 - Frequências absoluta e relativa das comorbidades relatadas por

75 idosos vestibulopatas................................................................

50

Tabela 4 - Frequências absoluta e relativa das afecções vestibulares de 75

idosos vestibulopatas....................................................................

51

Tabela 5 - Frequências absoluta e relativa do número de afecções

vestibulares apresentadas por 75 idosos vestibulopatas...............

52

Tabela 6 - Frequências absoluta e relativa do resultado ao exame

vestibular de 75 idosos vestibulopatas...........................................

52

Tabela 7 - Frequências absoluta e relativa dos sintomas associados

relatados por 75 idosos vestibulopatas..........................................

53

Tabela 8 - Frequências absoluta e relativa dos resultados do teste funcional

DGI (Dynamic Gait Index), de acordo com o risco de quedas,

apresentado por 75 idosos vestibulopatas.....................................

54

Tabela 9 - Valores da média, desvio-padrão (dp) e variação da área de

deslocamento do Centro de Pressão (COP) nas dez condições

sensoriais da BRU®

em 75 idosos vestibulopatas..........................

55

Tabela 10 - Valores da média, desvio-padrão (dp) variação da Velocidade de

Oscilação Corporal (VOC) nas dez condições sensoriais da

BRU® em 75 idosos vestibulopatas................................................

56

Tabela 11 - Freqüências absoluta e relativa da capacidade funcional,

avaliada pelo BOMFAQ (Brazilian Multidimensional Functional

Assessment Questionnaire), apresentadas por 75 idosos

vestibulopatas................................................................................

57

15

Tabela 12 - Freqüências absoluta e relativa da quantidade de fármacos

utilizada por 75 idosos vestibulopatas............................................

58

Tabela 13 - Freqüências absoluta e relativa dos grupos de fármacos

utilizados por 75 idosos vestibulopatas e classificados no

primeiro nível da ATC (Anatomical Therapeutic Chemical

Classification System)....................................................................

59

Tabela 14 - Freqüências absoluta e relativa dos subgrupos mais freqüentes

de fármacos utilizados por 75 idosos vestibulopatas e

classificados no segundo nível da ATC (Anatomical Therapeutic

Chemical Classification System)....................................................

61

Tabela 15 - Freqüências absoluta e relativa dos subgrupos menos

freqüentes de fármacos utilizados por 75 idosos vestibulopatas e

classificados no segundo nível da ATC (Anatomical Therapeutic

Chemical Classification System)....................................................

62

Tabela 16 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e os dados sociodemográficos de 75

idosos vestibulopatas.....................................................................

64

Tabela 17 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e a quantidade de comorbidades de 75

idosos vestibulopatas.....................................................................

65

Tabela 18 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e os grupos de comorbidade, segundo

a CID-10, de 75 idosos vestibulopatas...........................................

67

Tabela 19 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e a quantidade de afecções

vestibulares de 75 idosos vestibulopatas.......................................

68

Tabela 20 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e os tipos de afecções vestibulares de

75 idosos vestibulopatas................................................................

69

Tabela 21 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e o resultado do exame vestibular de

70

16

75 idosos vestibulopatas................................................................

Tabela 22 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e os sintomas associados às afecções

vestibulares de 75 idosos vestibulopatas.......................................

72

Tabela 23 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e a capacidade funcional avaliada pelo

BOMFAQ (Brazilian Multidimensional Functional Assessment

Questionnaire) de 75 idosos vestibulopatas..................................

73

Tabela 24 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e o risco de quedas avaliado pelo DGI

(Dynamic Gait Index) de 75 idosos vestibulopatas........................

74

Tabela 25 - Correlação entre quantidade de fármacos utilizada (média e

desvio-padrão) e a área do Centro de Pressão (COP) nas dez

condições sensoriais da BRU® de 75 idosos vestibulopatas.........

75

Tabela 26 - Correlação entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

desvio-padrão) e a velocidade de oscilação corporal (VOC) nas

dez condições sensoriais da BRU® de 75 idosos vestibulopatas...

76

Tabela 27 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e os grupos farmacológicos,

classificados no 1º nível da ATC, de 75 idosos vestibulopatas......

78

Tabela 28 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada

(média e desvio-padrão) e a ocorrência de interações

farmacológicas de 75 idosos vestibulopatas..................................

79

17

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. ...

18

2 REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................

2.1 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS NO ENVELHECIMENTO..........................

2.2 EQUILÍBRIO POSTURAL, CAPACIDADE FUNCIONAL E DISFUNÇÕES

VESTIBULARES....................................................................................................

19

19

27

3 OBJETIVO..........................................................................................................

3.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................

35

35

35

4 MATERIAL E MÉTODO......................................................................................

4.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................... ............

4.2 LOCAL DA PESQUISA....................................................................................

4.3 AMOSTRA DO ESTUDO.................................................................................

4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS PARTICIPANTES..............

4.5 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS...........................................................

4.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO................................................................................

4.6.1 Variáveis sociodemográficas.........................................................................

4.6.2 Variáveis clínicas..........................................................................................

4.6.3 Variável capacidade funcional......................................................................

4.6.4 Variável aspectos do equilíbrio corporal.......................................................

4.6.5 Variáveis farmacológicas..............................................................................

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA..................................................................................

5 RESULTADO .....................................................................................................

5.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA DOS IDOSOS .....

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL DOS IDOSOS...............

5.3 CARACTERIZAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS............

5.4 CARACTERIZAÇÃO FARMACOLÓGICA DOS IDOSOS................................

5.5 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS DADOS

SOCIODEMOGRÁFICOS......................................................................................

5.6 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E AS

COMORBIDADES .................................................................................................

36

36

36

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39

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41

45

46

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48

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58

64

65

18

5.7 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A

QUANTIDADE DE AFECÇÕES VESTIBULARES.................................................

5.8 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS TIPOS DE

AFECÇÕES VESTIBULARES...............................................................................

5.9 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E O

RESULTADO DO EXAME VESTIBULAR..............................................................

5.10 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS

SINTOMAS ASSOCIADOS ÀS AFECÇÕES VESTIBULARES E..........................

5.11 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A

CAPACIDADE FUNCIONAL .................................................................................

5.12 ASSOCIAÇÕES ENTRE O A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E O TESTE

FUNCIONAL DGI ..................................................................................................

5.13 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A

POSTUROGRAFIA ESTÁTICA POR MEIO DA BRU®..........................................

5.14 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS GRUPOS

FARMACOLÓGICOS CLASSIFICADOS PELA ATC.............................................

5.15 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A

PRESENÇA DE INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS..........................................

6 DISCUSSÃO.......................................................................................................

7 CONCLUSÃO.....................................................................................................

REFERÊNCIAS......................................................................................................

APÊNDICES............................................................................................... ...........

ANEXOS................................................................................................................

68

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71

73

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80

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90

101

105

18

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fato indiscutível e crescente na

sociedade atual, já que os avanços tecnológicos e da medicina vêm contribuindo

para o aumento da expectativa de vida.

Apesar desses avanços, as alterações anatomofisiológicas em idosos

favorecem a instalação de distúrbios e/ou comorbidades crônicas, em especial, os

de origem cardiovascular, neurológica, respiratória e vestibular. Isso diminui a

reserva funcional desses indivíduos, reduzindo também sua capacidade funcional.

Como os idosos podem apresentar várias doenças, é comum o uso mais

intenso e freqüente da terapêutica medicamentosa nessa população. Mas, o seu

declínio fisiológico em diferentes sistemas pode causar prejuízo de certas funções

importantes do ponto de vista farmacocinético. Tudo isso aumenta a chance de

interações medicamentosas que podem desencadear efeitos indesejáveis e até

interferir na capacidade funcional e no equilíbrio corporal desses idosos.

O equilíbrio corporal depende de vários sistemas para garantir estabilidade na

postura ortostática. A predisposição a quedas, e suas conseqüências, é o fato mais

preocupante na população idosa, em razão da perda da estabilidade postural, que

pode comprometer a funcionalidade desses idosos.

As vestibulopatias são doenças crônico-degenerativas, comuns em idosos,

que afetam o sistema vestibular e podem ter, como uma de suas causas, a

ototoxicidade de origem medicamentosa. A tontura é o sintoma mais prevalente

entre as vestibulopatias, e pode ser, também, uma das reações adversas

desencadeadas por diferentes tipos de fármacos.

É comum a presença de várias comorbidades entre idosos vestibulopatas, o

que aumenta a necessidade do uso concomitante de vários tipos de medicamentos.

Além disso, a população idosa é farmacologicamente mais sensível às medicações,

em razão do seu envelhecimento anatomofisiológico.

Portanto, este estudo tem grande relevância, visto que seu objetivo foi o de

avaliar a influência de medicamentos na capacidade funcional e no equilíbrio

corporal de idosos vestibulopatas, podendo contribuir para o uso mais racional de

medicamentos nesta população.

19

REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS NO ENVELHECIMENTO

Nas últimas décadas, os países em desenvolvimento vêm passando por uma

transição demográfica decorrente dos avanços tecnológicos e da medicina com

conseqüente melhoria das condições de saúde e aumento da expectativa de vida da

sua população. Estima-se que o crescimento mundial da população idosa entre 1970

e 2025 alcançará 223%; em 2025, esta população será de aproximadamente 1,2

bilhões e, em 2050, será de 2 bilhões, sendo que, 80% desses idosos estarão nos

países em desenvolvimento, como o Brasil (WHO, 2005b).

Com o envelhecimento, os idosos sofrem um declínio anatomofisiológico, em

todos os sistemas e órgãos, o que a predispõe a comorbidades. Durante a transição

demográfica pela qual passaram os países, houve uma mudança na causa dessas

comorbidades, que passaram de doenças transmissíveis para doenças não

transmissíveis (BERTI; MAYORGA, 1999; WHO, 2005a).

Em um estudo multicêntrico realizado na cidade de São Paulo, 2.143 idosos

foram entrevistados por meio de um questionário composto de onze sessões que

avaliavam diversos aspectos da sua vida. Os resultados mostraram, como doenças

mais prevalentes: hipertensão arterial; doenças do sistema musculoesquelético,

como artrite e artrose; doenças reumatológicas; osteoporose; diabetes mellitus, e

doenças crônicas pulmonares (LEBRÃO; LAURENTI, 2005).

O tratamento medicamentoso é o mais comumente utilizado para tratar as

doenças em geral, principalmente nos idosos. Como esses indivíduos possuem

várias comorbidades, pressupõe-se a utilização de vários medicamentos, os quais

nem sempre são prescritos de forma adequada. Associado a este fator, há também

a automedicação utilizada por alguns idosos na tentativa de sanar suas doenças

(WHO, 2005c).

Em um estudo de revisão sobre polifarmácia (ingestão de cinco ou mais

medicamentos), interações medicamentosas e reações adversas, Secoli (2010)

encontrou que, no Brasil, 23% da população idosa consomem 60% da produção

nacional de medicamentos. De acordo com a autora, o risco de eventos adversos

20

aumenta em 13% com o uso de dois medicamentos, 58% com cinco e 82% com

sete ou mais.

Dentro desta temática, é importante, inicialmente, conceituar medicamento e

fármaco, respeitando a devida distinção entre eles, como proposto na literatura

(COSTA, 2011).

Segundo definição oficial publicada pela portaria ministerial nº

3.916/MS/GM, de 30 de outubro de 1998, fármaco é a

substância química, que é o princípio ativo do medicamento

(...) e medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente

obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa,

paliativa ou para fins de diagnóstico. Assim, é possível dizer

que medicamento é o fármaco beneficiado, de maneira

industrial ou em manufatura, em dose ou concentração

terapêutica. (COSTA, 2011).

Em um estudo de revisão sobre prevalência e fatores associados ao mau uso

de medicamentos entre idosos, encontrou-se número médio de dois a cinco

medicamentos ingeridos, que aumentava a partir da venda livre dessas substâncias.

Este uso de medicamentos também estava associado com idade, gênero, sintomas

e melhor condição econômica desses indivíduos; quanto maior a idade, melhor

renda econômica e maior número de sintomas no idoso, maiores foram as chances

de consumo de medicamentos, sendo que as mulheres consumiam mais que os

homens. Foi encontrado também que a porcentagem de idosos que não usavam

qualquer medicação era de 4 a 10%, variando até 20%. Entre as classes

terapêuticas de fármacos mais utilizadas pelos idosos, foram relatadas: drogas com

ação sobre o aparelho cardiovascular, seguido daquelas com ação sobre o sistema

nervoso central (SNC), além de analgésicos, antitérmicos, àquelas com ação sobre

o sistema respiratório e digestivo, vitaminas e os fármacos antianêmicos. Entre as

associações sujeitas a efeitos adversos ou colaterais, foram relatadas as classes

medicamentosas que envolviam os medicamentos psicoativos, hipoglicemiantes,

anticoagulantes, antiulcerosos, anti-hipertensivos, diuréticos e antiartríticos

(ROZENFELD, 2003).

Em revisão de literatura, Haddad et al. (2009) relataram que a polifarmácia

pode ser definida como a administração simultânea de vários medicamentos, com a

21

posterior utilização de outros para corrigir os efeitos adversos dos primeiros; isso

pode resultar no aumento das interações farmacológicas e na indução ao erro de

prescrição, sobretudo quando ocorre a automedicação.

No estudo de Pandolfi et al. (2010) com idosos de uma instituição de longa

permanência, foram avaliados: a prevalência de polifarmácia e o padrão de

prescrição do uso de fármacos nestas instituições. Os autores encontraram como

medicamentos mais consumidos: anti-hipertensivos, antipsicóticos, antidepressivos,

anticonvulsivantes, sedativos/hipnóticos do tipo benzodiazepínicos,

anticolinesterásicos e hipoglicemiantes orais. Quanto ao número de medicamentos,

observaram que 49,30% ingeriam quatro ou menos e 50,70% ingeriam cinco ou

mais.

Marin et al. (2008) encontraram em seu estudo realizado por meio de um

inquérito domiciliar com idosos da comunidade uma média de 2,5 diagnósticos por

idoso e as doenças mais referidas foram aquelas relacionadas ao aparelho

circulatório; ao sistema osteomuscular e tecido conjuntivo; ao sistema endócrino;

além das nutricionais; metabólicas, e aquelas relacionadas aos olhos, anexos e

sistema respiratório. Quanto aos medicamentos, 44,5% destes faziam uso com

acompanhamento médico e 36,9% se automedicavam; 14,3% dos pacientes não

faziam uso de medicamentos, 77,3% utilizavam um a quatro e 22,7% usavam cinco

ou mais. As classes mais utilizadas foram: hipotensores, bloqueadores dos canais

de cálcio, diuréticos, antiagregantes plaquetários, ansiolíticos, antidepressivos,

hipoglicemiantes, antiinflamatórios não-esteroidais, antisecretores e analgésicos.

Martins et al. (2007) relataram em idosos participantes de um grupo de

terceira idade, uma variação no número de medicamentos de zero a 8, com média

de 2,74 por indivíduo, sendo os anti-hipertensivos os mais utilizados. Este estudo

correlacionou o número de medicamentos ingeridos e a avaliação funcional do

equilíbrio corporal em idosos, e revelou que, quanto maior o número de

medicamentos ingeridos, pior o desempenho nos testes Timed Up and Go Test

(TUGT) e apoio unipodálico. Na análise dos grupos de medicamentos, o grupo dos

anticoagulantes foi o que mais influenciou no pior desempenho do TUGT, e os

hipolipemiantes, hipoglicemiantes e fitoterápicos foram os que mais influenciaram no

pior desempenho do teste de apoio unipodálico.

22

Com o declínio anatomofisiológico no idoso, os sistemas e órgãos

responsáveis pelos processos farmacocinéticos e pela farmacodinâmica ficam

alterados e, dependendo da quantidade de medicamentos utilizados, tornam esta

população mais susceptível às interações medicamentosas, com possíveis reações

adversas e/ou efeitos colaterais (BERTI; MAYORGA, 1999). Realmente, fatores

fisiológicos e patológicos, além de alterações na sensibilidade farmacodinâmica a

certos fármacos, são características relacionadas com a idade que devem ser

avaliadas durante a farmacoterapia em indivíduos idosos, especialmente pela

possibilidade de haver grande variabilidade individual na meia-vida dos fármacos

com o aumento da idade (RANG et al., 2008).

Do ponto de vista farmacocinético, ocorrem alterações nos processos de

absorção, distribuição, biotransformação e eliminação com o envelhecimento. Na

absorção, pode haver modificações desde o início, no que se refere às vias de

administração, como as condições patológicas no esôfago e estômago, a redução

do número de células de absorção, da motilidade e do trânsito intestinal, além do

aumento do pH gástrico; com isso, pode haver a diminuição ou aumento da

absorção dependendo, do fármaco envolvido (ROACH, 2003). Em concordância, a

capacidade funcional da maioria dos sistemas orgânicos é reduzida com o passar da

idade. Acredita-se que esse declínio comece a partir de 45 anos de idade; parte

dessas mudanças altera a farmacocinética, sobretudo o processo de eliminação

renal, e produz outras alterações, além de certas comorbidades modificarem

também a farmacodinâmica de certos princípios ativos (KATSUNG, 2006).

O aumento da massa de gordura corporal altera a distribuição e predispõe ao

acúmulo de fármacos neste tecido, aumentando a meia-vida, principalmente das

substâncias lipossolúveis. Esse fato diminui o tempo de ação e requer maiores

concentrações desses fármacos, facilitando uma possível toxicidade nestes tecidos.

Também ocorre diminuição do volume hídrico, o que ocasiona redução do volume

de distribuição de fármacos hidrossolúveis; isso pode resultar no aumento da sua

concentração em determinadas regiões e conseqüente aumento, também, do risco

de toxicidade. Ainda, ocorre redução do nível sérico de albumina em torno de 20%, o

que proporciona aumento da fração livre dos fármacos, com maior risco de reações

adversas (McCARTHY, 2005; PAPALÉO NETTO et al., 2006).

23

A biotransformação em idosos também sofre alterações com a diminuição da

massa hepática, do fluxo sanguíneo hepático e da atividade de algumas enzimas da

superfamília citocromo P-450, fazendo com que diminua o metabolismo oxidativo e,

conseqüentemente, a biotransformação de alguns fármacos. Com este processo há

aumento da meia-vida plasmática de vários fármacos, os quais permanecem

circulantes no organismo do idoso durante um tempo maior do que o esperado,

podendo causar outros efeitos indesejáveis. Por sua vez, a eliminação é afetada

pela diminuição da função renal nos idosos em até metade da massa renal total, ou

seja, em torno de 25% do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular,

além da menor atividade secretora tubular e menor número de néfrons funcionais,

reduzindo, assim, o clearance dos fármacos de excreção renal, e favorecendo a

permanência dos mesmos circulantes na corrente sanguínea, o que pode aumentar

e prolongar os efeitos farmacológicos e o risco de reações adversas e toxicidade

(NIES; SPIELBERG, 1996; McCARTHY, 2005; GORZONI; PASSARELLI, 2006;

RANG et al., 2008).

Ainda, os fármacos podem permanecer acumulados em determinados órgãos,

na dependência da quantidade e/ou da concentração administrada e do intervalo

entre doses, principalmente se os órgãos comprometidos forem aqueles

relacionados diretamente com a farmacocinética, sobretudo, a biotransformação e a

eliminação (KAWANO et al., 2006).

Quanto à farmacodinâmica, o envelhecimento leva a alterações em

receptores específicos, fato este que modifica a sensibilidade de resposta aos

fármacos, alterações na homeostase com a diminuição de várias funções orgânicas,

o que pode levar ao aumento do risco de hipotensão ortostática pelo uso de anti-

hipertensivos, por exemplo (PAPALÉO NETTO et al., 2006). Certos mecanismos de

controle homeostático podem ser alterados nestes indivíduos, modificando o padrão

ou a intensidade das respostas do organismo aos fármacos em geral e ocasionando

efeitos diferentes daqueles comumente esperados em idosos (KATSUNG, 2006).

Além das alterações normais do envelhecimento, há as alterações causadas

por disfunções em certos órgãos, o que pode contribuir para as interações

medicamentosas, como as doenças hepáticas, renais, gastrintestinais, das mucosas,

infecções e outras. Essas interações podem ocorrer em todas as etapas da

24

farmacocinética e da farmacodinâmica, podendo prejudicar todos esses processos

de algum modo (NIES; SPIELBERG, 1996; PAGE et al., 2004; KATSUNG, 2006).

Em adição, as interações medicamentosas são respostas farmacológicas

produzidas pelo organismo pela ação de um ou mais fármacos e podem ser

benéficas ou maléficas (SECOLI, 2001). As interações benéficas ocorrem quando

dois ou mais fármacos melhoraram a eficácia do tratamento medicamentoso, ou

seja, um deles complementa ou potencializa o efeito desencadeado pelo outro. As

interações maléficas resultam em menor eficácia terapêutica, ou mesmo, em

reações adversas e/ou efeitos colaterais dos fármacos utilizados. Daí a importância

de se conhecer a farmacodinâmica, a farmacocinética, as reações adversas e os

efeitos colaterais dos medicamentos durante a prescrição dos mesmos (PAGE et al.,

2004).

Nas interações farmacodinâmicas podem ocorrer o sinergismo e o

antagonismo. O sinergismo é um tipo de resposta obtida a partir da associação de

dois ou mais fármacos, e cujo resultado terapêutico é um efeito maior que a simples

soma dos efeitos isolados de cada um dos fármacos, podendo surgir efeitos

terapêuticos ou tóxicos. O antagonismo é quando a resposta farmacológica de um

fármaco é suprimida ou reduzida na presença de outro, podendo gerar respostas

benéficas ou não (SECOLI, 2001).

Para Secoli (2001) os mecanismos envolvidos no processo interativo são

classificados de acordo com a fase farmacológica em que ocorrem. Nas interações

farmacêuticas (ou incompatibilidades), que ocorrem quando dois ou mais fármacos

são administrados na mesma solução, ou misturados no mesmo recipiente e,

portanto, fora do organismo, forma-se um produto inviável do ponto de vista

terapêutico. Nas interações farmacocinéticas há vários fatores que modificam a

absorção como: fluxo sanguíneo do trato gastrintestinal (TGI), pH do meio,

motilidade gastrintestinal, dieta, presença de outras substâncias e o tipo de

formulação medicamentosa.

Há também as interações que modificam a distribuição, a saber: fármacos

com afinidade pelas proteínas plasmáticas, quando associados com outros, podem

agir como deslocadores e aumentar a concentração sérica (livre) do segundo, com

diferentes manifestações clínicas. As interações que modificam a biotransformação

são precipitadas por fármacos com capacidade de inibirem ou induzirem o sistema

25

enzimático. A inibição do citocromo P-450, das colinesterases e das

monoaminoxidases acarreta alterações no processo de biotransformação do próprio

fármaco e de outros que tenham sido administrados simultaneamente. Por sua vez,

interações que modificam a excreção podem ter origem nas alterações do pH

urinário que interferem no grau de ionização de ácidos ou bases fracos afetando as

respostas farmacológicas. A competição de fármacos no túbulo proximal pela

secreção tubular é outro mecanismo que prolonga o tempo de ação dos fármacos

(SECOLI, 2010).

Entre as reações medicamentosas, têm-se o efeito cumulativo dos fármacos,

principalmente nos órgãos, pelo intervalo entre as dosagens não permitir a

adequada biotransformação e eliminação do fármaco em uso, e/ou pela quantidade

de fármaco que permanece circulando no organismo durante muito tempo,

excedendo, assim, o nível terapêutico. Também podem surgir as idiossincrasias, que

são reações anormais, incomuns, exageradas ou paradoxais a uma determinada

substância (ROACH, 2003b; KAWANO et al., 2006).

Além disso, as reações adversas podem ser definidas como respostas

nocivas, não intencionais, ao uso de um fármaco em doses normais para tratamento,

profilaxia ou diagnóstico de doenças. Entre os fármacos mais utilizados nos idosos e

considerados inapropriados, podem ser citados: amitriptilina, dipiridamol,

prometazina, dexclorfeniramina, metildopa, fluoxetina, amiodarona, fenilbutazona,

clorpropamida, nifedipina, diazepam, flurazepam, digoxina (ROSA; PERINI, 2003;

GORZONI; PASSARELLI, 2006). Fármacos como o nitrazepam, flurazepam,

diazepam, heparina e cloreto de potássio são os medicamentos que mais

desencadeiam reações adversas nos idosos (HADDAD et al., 2009).

Roach (2003b) escreveu que a amitriptilina pode interagir com anti-

hipertensivos, podendo impedir o efeito esperado deste fármaco, e também com

anti-histamínicos, analgésicos opióides e sedativos, provocando depressão aditiva

do sistema nervoso central. Também, Nóbrega e Karnikowski (2005) relataram que

os agentes sedativos possuem meia-vida longa, e estão associados com sedação

durante o dia e aumento do risco de quedas em idosos. Além disso, os

antiinflamatórios não-esteroidais causam efeitos adversos sobre o sistema nervoso

central e elevado risco de ocasionar úlcera gástrica e nefrotoxicidade. Os

26

hipoglicemiantes orais também possuem meia-vida longa, podendo causar

hipoglicemia prolongada.

De fato, as reações adversas são responsáveis por 20 a 40% das

complicações iatrogênicas no idoso, e podem desencadear, entre outros, quadros de

delirium (confusão mental, agitação, irritabilidade, ansiedade e alucinações), e

comprometimentos cognitivos, que ocorrem pelo uso de fármacos antioxidantes,

analgésicos, anti-hipertensivos, anticolinérgicos, antipsicóticos e antidepressivos.

Também pode ocorrer incontinência urinária e fecal pelo uso de certos fármacos

com ação colinérgica, que afetam o controle dos esfíncteres, assim como alguns

sedativos, que diminuem a atenção mental para a necessidade das eliminações

intestinais e vesicais. Todas as reações já citadas podem ocasionar diminuição na

mobilidade dos idosos, principalmente os sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e

antipsicóticos, que afetam o cotidiano do idoso e podem levar à instabilidade

postural, queda e restrição ao leito. Sobre este aspecto, o risco de uma reação

adversa aumenta em até 14 vezes em pacientes que ingerem mais de seis fármacos

(ROACH, 2003a; McCARTHY, 2005).

Em sua revisão de literatura, Haddad et al. (2009) informaram que algumas

complicações no estado de saúde dos idosos se devem à utilização de drogas

psicotrópicas (que estimulam o apetite, podendo levar ao aumento do peso); ao uso

do ácido acetilsalicílico (que altera a sensibilidade gustativa); à utilização de laxantes

(que podem causar perdas de potássio e cálcio), e ao consumo de antiácidos

(que podem diminuir a absorção do ferro), o que predispõe às interações

medicamentosas.

De igual modo, Secoli (2010) descreveu que os beta-bloqueadores provocam,

como reações adversas, redução da contratilidade miocárdica, da condução elétrica

e da freqüência cardíaca; sedação leve, e hipotensão ortostática; além desses, foi

descrito que a digoxina pode causar distúrbios do trato gastrintestinal. Quanto às

interações, a autora citou que os antiinflamatórios não-esteroidais podem interagir

com os beta-bloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima conversora da

angiotensina, causando efeito hipotensor, além de interagir com anticoagulantes,

aumentando o efeito desses. Relatou também que a digoxina pode interagir com a

amiodarona, benzodiazepínicos, hidroclorotiazida e furosemida, causando

intoxicação digitálica.

27

Diante dos exemplos aqui citados, vale ressaltar que a tendência à prescrição

de vários medicamentos nos idosos é um problema freqüente, sendo que a ingestão

média nesses indivíduos é de 5 a 12 medicações por dia, o que aumenta bastante a

possibilidade de interações medicamentosas e reações adversas (ROACH, 2003a;

HADDAD et al., 2009).

Estudos com pacientes idosos em instituições de assistência de longo prazo

mostraram que a porcentagem de usuários de medicamentos que apresentam

reações adversas aumenta em aproximadamente 10% quando o paciente recebe

apenas um medicamento e para cerca de 100%, quando este recebe 10

medicamentos; isso mostra claramente que há uma relação direta positiva entre o

número de medicamentos administrados e a incidência de reações adversas

(KATSUNG, 2006).

2.2 EQUILÍBRIO POSTURAL, CAPACIDADE FUNCIONAL E DISFUNÇÕES

VESTIBULARES

Entre as doenças crônicas não transmissíveis que afetam os idosos

encontram-se as vestibulopatias. Estas são um grupo de doenças que afetam o

sistema vestibular e causam vários sinais e sintomas que interferem no equilíbrio

corporal e capacidade funcional do paciente. São classificadas como periféricas,

aquelas que afetam a orelha interna (labirinto) e/ou ramo vestibular do oitavo nervo

craniano, e centrais, aquelas que comprometem estruturas vestibulares no sistema

nervoso central, e núcleos vestibulares, e as mistas, que são combinações de lesões

centrais e periféricas (GANANÇA et al., 2008).

As vestibulopatias mais freqüentes são as de origem periférica como a

vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), a doença de Ménière, a neurite

vestibular, entre outras (SILVESTRE, 2006). Entre as causas das vestibulopatias

pode-se citar o uso de medicamentos (algumas classes mais específicas), as

infecções bacterianas ou virais, doenças do sistema cardiovascular e endocrino-

metabólico, como: diabetes, hipertensão arterial, hiperlipidemia, aterosclerose;

traumatismos cefálicos, erros alimentares como o consumo excessivo de café,

28

álcool, açúcares e carboidratos, além de vida sedentária e estresse (GANANÇA et

al., 1999; TIENSOLI et al., 2004).

A tontura é o segundo sintoma em prevalência nas queixas dos idosos até os

65 anos, sendo mais freqüente após esta idade; cerca de 85% dos pacientes que

apresentam este sintoma, têm um distúrbio do sistema vestibular. Ela pode causar o

desequilíbrio corporal e pode estar associada também a interações farmacológicas,

tendo como uma de suas conseqüências, as quedas (GANANÇA et al., 1999;

MEIRELES et al., 2010).

A queda é um evento muito grave para os idosos devido às suas possíveis

conseqüências, que variam de simples lesões em tecidos moles até fraturas, que

podem levar ao óbito até idosos independentes para suas atividades de vida diária.

Ela pode causar maior dependência física e psicológica, principalmente devido ao

medo de novas quedas (RICCI et al., 2009).

A tontura pode ser definida como uma sensação de perturbação do equilíbrio

corporal, e pode ser classificada em rotatória (vertigem), quando o paciente relata

que está girando em relação ao meio (vertigem subjetiva), ou que o meio e os

objetos giram em torno dele (vertigem objetiva). E a tontura não rotatória, quando há

presença de instabilidade corporal durante a marcha, sensação de flutuação,

atordoamento e pulsões ântero/posterior e laterais (MANGABEIRA-ALBERNAZ,

1994; SILVESTRE, 2006).

Alguns sintomas podem estar associados à tontura crônica, como: náuseas,

vômitos, suores, palidez, síncope, zumbido na orelha ou na cabeça, perda auditiva,

hipersensibilidade a sons, plenitude aural, ansiedade, alterações da memória,

dificuldade de concentração e fadiga física (GANANÇA et al., 2008).

Gazzola et al. (2006a) caracterizaram idosos, que eram atendidos em um

ambulatório de otoneurologia e apresentavam disfunção vestibular crônica, e

encontraram 53,3% da amostra com relato de queda no último ano, dos quais,

54,6% referiram episódios recorrentes do evento e 72,5% referiram medo de

quedas. Dos pacientes, 6,7% apresentaram tontura rotatória, sendo que, 40,8%

tinham vertigem subjetiva; 29,2% vertigem objetiva, e 25,0% tontura não rotatória.

Em relação aos sintomas, a maioria apresentou hipersensibilidade a sons, zumbido,

ansiedade, distúrbios da memória e concentração, déficit auditivo, oscilopsia,

29

insônia, plenitude aural, sintomas neurovegetativos (sudorese, palidez, taquicardia),

náuseas, cefaléia, vômitos e sensação de desmaio iminente.

Além da tontura, a estabilidade postural pode ser alterada pelas

vestibulopatias, que comprometem a saúde e qualidade de vida do idoso. De fato,

equilíbrio corporal depende dos sistemas somatossensorial, visual e vestibular, que

se integram e são responsáveis por manter a estabilidade corporal. Qualquer

alteração em um desses sistemas seja pelo envelhecimento, ou pelo conflito entre

os sistemas ou pela presença de doença específica, pode causar instabilidade

postural e desequilíbrio corporal (GANANÇA et al., 2008).

A estabilidade postural é dependente da imagem que o corpo tem da sua

posição e movimento em relação ao campo gravitacional e ao ambiente. Esta

imagem é formada a partir das informações sensoriais recebidas dos sistemas

visual, vestibular e somatossensorial. A postura ereta depende do eixo vertical

(formado pela cabeça e tronco), do alinhamento da projeção vertical do centro de

massa (COM) na base de apoio, e da margem de segurança para o movimento do

centro de pressão (COP). O COP resulta da interação das forças de reação do solo

com o apoio do corpo no chão e da resposta neuromuscular ao balanço do COM,

sendo uma medida de deslocamento influenciada pela posição do COM. As

mudanças na amplitude do COP dependem do nível de instabilidade que afetam o

equilíbrio, e do fluxo de informação sensorial sobre a postura. Os ajustes posturais

surgem sempre que há discrepâncias entre as posturas (MOCHIZUKI; AMADIO,

2006; SUAREZ et al., 2008).

O feedback visual permite menor variabilidade dos deslocamentos do COP na

manutenção da postura ereta durante longo período de tempo. O sistema visual

auxilia na manutenção do balanço natural do corpo, informando como fixar a posição

da cabeça e do tronco quando o COM é perturbado pela translação da base de

suporte. Para movimentos lentos da base de suporte o sistema nervoso central

(SNC) permite oscilações do campo visual e seleciona informações vestibulares e

proprioceptivas para controle postural, que envolve dois componentes: um sistema

de referência estável baseado no conhecimento anterior e outro sistema de correção

dinâmica que intervém quando surgem perturbações. Os sistemas sensoriais

apresentam um diferente limiar de percepção para o controle postural, sendo que o

limite de percepção de movimentos do sistema visual é maior que o do sistema

30

proprioceptivo em baixas velocidades e, nas mais altas, esses limites são

semelhantes (MOCHIZUKI; AMADIO, 2006). Em um ambiente bem iluminado com

uma sólida base de apoio, as pessoas saudáveis dependem de informações

somatossensitivas (70%); vestibulares (20%), e visuais (10%) (HORAK, 2006).

Neste sentido, o sistema vestibular é constituído por um sistema sensorial

periférico, ou seja, um conjunto de sensores do movimento, que envia informações

ao sistema nervoso central sobre a orientação da cabeça (velocidade angular,

aceleração linear da cabeça e orientação cefálica em relação ao eixo gravitacional),

e um processador central, para processar os sinais recebidos e os combinar com

outras informações sensoriais para estimar a orientação cefálica. A resposta do

sistema vestibular central é transmitida aos músculos extra-oculares e à medula

espinhal para preparar dois reflexos: o reflexo vestíbulo-ocular (RVO - responsável

pelos movimentos oculares para fornecer uma visão mais nítida durante a

movimentação cefálica), e o reflexo vestíbulo-espinhal (RVE - responsável pelo

movimento do corpo com o objetivo de manter a estabilidade cefálica e postural). A

ausência ou falha destas informações pode alterar o controle da postura e levar o

indivíduo a queda (HAIN et al., 2002).

No sistema somatossensorial, os receptores estão distribuídos pelo corpo, e

respondem a diferentes estímulos: toque, temperatura, posição do corpo e dor. O

SNC interpreta a atividade dos receptores para gerar percepções de acordo com a

realidade. Os receptores somatossensoriais de toque e posição tem relação com o

controle postural, estão na pele, nas paredes do corpo, nos músculos, tendões,

ligamentos, tecidos conectivos das articulações e nos órgãos internos. A informação

sensorial da região plantar tem uma importância moderada para a manutenção da

postura ereta, principalmente quando existem, simultaneamente, outros déficits de

informação proprioceptiva, como ocorre nas neuropatias periféricas (HORAK, 2006;

MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).

Ao integrar o conjunto de informações de diferentes locais do corpo, o SNC

constrói um mapa que indica o vetor resultante da posição do COM e da orientação

vertical do corpo em relação à base de suporte. O controle postural seleciona as

informações sensoriais disponíveis, por exemplo, ao passar da dominância da

informação visual para a somatossensorial. O SNC seleciona o sistema principal

para controlar a postura, e quando faz a transição de uma fonte de percepção para

31

outra, a faz de forma abrupta; e com isso, usa uma informação sensorial de cada

vez. A dominância de um sistema sensorial sobre o outro é a forma que o SNC

encontrou para evitar conflitos de informações. Esta dominância é dinâmica e

depende da tarefa, da disponibilidade de informação sensorial e do objetivo do

controle postural (HORAK, 2006; MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).

Esses sistemas responsáveis pelo controle do equilíbrio corporal, também

sofrem com as alterações próprias do envelhecimento, provocando, em muitos

casos, instabilidade postural no idoso. Há diminuição na qualidade e quantidade das

informações necessárias para o controle postural eficiente, no tempo de reação e na

velocidade na realização da correção postural, assim como na integridade

osteoarticular e somatossensorial (diminui as fibras proprioceptivas relacionadas à

sensibilidade cinestésica). O sistema vestibular sofre redução no número de fibras

que inervam as células ciliadas, assim como há perda significativa de sensores das

células vestibulares. Já no sistema visual, há redução da acuidade e campo visual,

velocidade de adaptação no escuro, diminuição dos cones e bastonetes que são

responsáveis pelos contrastes visuais para melhorar as diferenças espaciais, além

das alterações oculares, como catarata, glaucoma. O reflexo vestíbulo-ocular tem

maior capacidade de compensação que o reflexo vestíbulo-espinhal (GAZZOLA et

al., 2005; MACIEL; GUERRA, 2005; MEIRELES et al., 2008).

Para tratar de forma específica e adequada a instabilidade corporal, é

necessário que se avalie primeiro este paciente para quantificar suas perdas e traçar

um planejamento para a sua reabilitação (FUNABASHI et al., 2009). Entre os testes

funcionais para avaliar o equilíbrio corporal, há alguns mais específicos para

detecção dos componentes do equilíbrio mais comprometidos e que avaliam a

integração sensorial, como a posturografia. Há, também, testes mais simples e de

baixo custo, que identificam os ajustes posturais e permitem a melhor compreensão

do desempenho funcional, como a Berg Balance Scale (BBS), um teste que avalia o

equilíbrio do paciente por meio de 14 tarefas, pode atingir pontuação máxima de 56

pontos e, quanto maior a pontuação, melhor o desempenho do paciente; 45 pontos

ou menos é um valor preditivo de queda nesse teste (MIYAMOTO et al., 2004,

SUAREZ; AROCENA, 2009).

Outro teste relatado na literatura é o Dynamic Gait Index (DGI), que avalia o

desempenho do paciente na marcha por meio de oito tarefas dinâmicas. Sua

32

pontuação máxima é de 24 pontos, e possui uma nota de corte de 19 pontos ou

menos, que indica um pior desempenho no teste. Esta pontuação foi associada a

quedas em idosos da comunidade (CHANDLER, 2002; CASTRO et al., 2006;

GANANÇA et al., 2006). O Timed Up and Go Test (TUGT) é um outro teste muito

utilizado para se avaliar mobilidade, e que quantifica, por meio do tempo de

deslocamento do paciente, se há ou não risco de queda; quanto maior o tempo para

realizar o percurso, maior o risco de queda. Nesse teste o paciente é orientado a

levantar-se de uma cadeira, andar três metros, virar-se e retornar à cadeira,

sentando-se (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991; GAZZOLA et al., 2005).

Gazzola et al. (2006b) avaliaram os fatores associados ao equilíbrio em

idosos com disfunção vestibular crônica correlacionando as variáveis clínicas com os

testes funcionais do equilíbrio corporal. Entre os testes funcionais utilizaram a Berg

Balance Scale (BBS), o Timed Up and Go Test (TUGT) e o Dynamic Gait Index

(DGI). Em relação à BBS, houve associação significante entre a pontuação total e

número de doenças; a pontuação da BBS foi menor, quanto maior o número de

doenças, e a mesma relação foi encontrada quanto ao número de medicamentos

recebidos, ou seja, aqueles que utilizavam maior número de medicamentos foram os

que apresentaram pior desempenho no teste. Os medicamentos para os sistemas

cardiovascular e nervoso foram os mais utilizados pelos idosos que apresentaram

pior desempenho no teste.

Ainda, a avaliação do controle postural na postura vertical pode ser realizada

pela posturografia estática (quantitativamente), que lida com a postura ereta parada

não perturbada, ou seja, quando o sujeito tenta ficar imóvel (SUAREZ et al., 2008).

O Balance Rehabilitation Unit (BRU®) é um dos aparelhos utilizados nesta avaliação;

esse exame complementa os testes convencionais de diagnóstico vestibular,

identificando as condições sensoriais alteradas e permitindo uma abordagem clínica,

documentação e monitorização do tratamento dos distúrbios do equilíbrio corporal.

Fornece informações através de relatórios, sobre a área do limite de estabilidade

(LE), a área do deslocamento do centro de pressão (área do COP) e velocidade de

oscilação corporal (VOC) em diferentes condições sensoriais. Quanto maior o COP e

o VOC, maior a instabilidade postural (BRU®, 2006; GAZZOLA et al., 2009,

SUAREZ; AROCENA, 2009).

Um estudo envolvendo a posturografia integrada à realidade virtual (por meio

33

da BRU®) em idosos vestibulopatas crônicos, com ou sem quedas, encontrou 47,4%

de idosos que caíram nos últimos seis meses, sendo 33,3% de quedas recorrentes.

Desses pacientes caidores, 73,7% relataram medo de quedas, além de lesões

decorrentes das mesmas. Na caracterização clínica dos pacientes que caíram,

houve maior uso de medicamentos e maior prejuízo quanto à sua capacidade

funcional, em relação aos outros grupos (vestibulopatas que não caíram e grupo

controle). Nesses idosos caidores, houve pior desempenho na posturografia por

meio da BRU®. A autora verificou maior oscilação corporal nas condições sensoriais

com estímulos visuais e/ou somatossensoriais, assim como, quatro idosos

apresentaram dificuldade em completar as condições de integração sensorial,

quando havia a condição de oclusão visual com superfície firme e de espuma com

oclusão visual. A área do COP e VOP também foi maior nesses idosos, indicando

pior desempenho quanto ao equilíbrio corporal naqueles que já tinham sofrido queda

(GAZZOLA, 2010).

Além das alterações no equilíbrio corporal dos vestibulopatas, esses

pacientes também podem apresentar alterações na sua capacidade funcional,

interferindo nas suas atividades básicas e instrumentais de vida diária (GANANÇA,

GANANÇA, 2001). Desse modo, sua qualidade de vida e bem estar serão

prejudicados, culminando em alterações de ordem psicossocial, como

comportamentos que geram sua exclusão ou auto-exclusão social (APRILE et al.,

2009).

De fato, a capacidade funcional é dependente da interação multidimensional

entre saúde física e mental, independência na vida diária, integração social, suporte

familiar e independência econômica. Também pode ser afetada pelas deficiências

sensoriais visuais e/ou auditivas (culminando em menor comunicação visual,

dependência e restrição da mobilidade, além de dificuldades emocionais (LAHAM,

ARANHA, 2008; PERRACINI; GAZZOLA, 2008).

Avaliando a capacidade funcional de idosos vestibulopatas crônicos de um

ambulatório na cidade de São Paulo, Gazzola (2005) utilizou o Brazilian OARS

(Olders Americans Research and Services) Multidimensional Functional

Assessment Questionnaire (BOMFAQ) e encontrou 27,5% deles apresentando de

uma a três atividades comprometidas; 22,5% de quatro a seis, e 44,2% de sete ou

34

mais; somente 10,0% deles apresentavam uso de dispositivo assistivo à marcha,

como andador ou bengala.

Estudo de Aratani et al. (2006) avaliou pacientes idosos vestibulopatas de um

ambulatório de otoneurologia quanto à dificuldade em realizar suas atividades

diárias. Os autores encontraram número médio de 3,47 doenças até o máximo de

nove doenças, e número médio também de 3,47 medicamentos ingeridos até o

máximo de 9 medicamentos. Quanto à capacidade funcional, os idosos referiram

6,14 atividades de vida diária com dificuldade até o máximo de 14 atividades

comprometidas; 2,84 dessas atividades comprometidas foram as atividades físicas

de vida diária e 3,30 foram de atividades instrumentais de vida diária.

No estudo de Marin et al. (2008), foi aplicado um inquérito domiciliar em

idosos da comunidade quanto aos aspectos funcionais; os autores observaram

65,8% desses idosos independentes para as atividades de vida diária (capazes de

realizar todas as atividades); 20,9% dependentes leves (necessitam de ajuda para

realizar de uma a três atividades); 8,3% dependentes moderados (necessitam de

ajuda para realizar de quatro a seis), e 4,7% dependentes severos (necessitam de

ajuda para realizar sete ou mais atividades).

Em complementação, Rodrigues (2010) também avaliou a capacidade

funcional de idosos com disfunção vestibular periférica crônica, por meio do

BOMFAQ, encontrando uma média de 3,6 atividades comprometidas

(comprometimentos leves a moderados), até o máximo de 13 atividades com

dificuldade. Na avaliação das atividades mais comprometidas, 47,7% dos idosos

apresentaram como atividades mais comprometidas: cortar as unhas dos pés;

46,1% subir um lance de escada; 43,1% fazer limpeza de casa; 32,3%

deitar/levantar da cama, e 29,2% sair de condução.

Por tudo isso, o conhecimento sobre o equilíbrio corporal e a influência de

medicamentos em idosos com disfunção vestibular crônica permite a identificação

de estratégias para promoção, prevenção, assistência e reabilitação, com o objetivo

de manter a autonomia e independência desses idosos.

Neste estudo a hipótese é de que o equilíbrio corporal e a capacidade

funcional de idosos vestibulopatas podem ser mais prejudicados, quanto mais

intenso o uso de fármacos e as interações entre eles.

35

OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal e capacidade

funcional de idosos vestibulopatas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3.2.1. Caracterizar os idosos vestibulopatas quanto aos aspectos

sociodemográficos, clínicos, do equilíbrio corporal e da capacidade funcional.

3.2.2. Caracterizar de forma quantitativa e qualitativa os fármacos utilizados pelos

idosos.

3.2.3. Quantificar as possíveis interações farmacológicas e a relação com as

vestibulopatias dos idosos.

3.2.4. Correlacionar o uso de fármacos com os aspectos sociodemográficos,

clínicos, do equilíbrio corporal e da capacidade funcional dos idosos.

36

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizado um estudo quantitativo, transversal, analítico e descritivo.

4.2 LOCAL DA PESQUISA

O estudo foi realizado no Laboratório de Pesquisa em Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, no campus Maria Cândida, da Universidade

Bandeirante (UNIBAN Brasil), em São Paulo.

Este laboratório possui salas individuais para os atendimentos médicos,

fonoaudiológicos, fisioterapêuticos e de inclusão e reintegração social. Também

estão disponíveis equipamentos específicos para: avaliação audiológica e vestibular

(por meio da audiometria, vestibulometria e vectoeletronistagmografia), e avaliação e

reabilitação do equilíbrio corporal (por meio da posturografia computadorizada -

Balance Rehabilitation Unit - BRU®), e um dos computadores equipado com o

Software de Interações Medicamentosas que foi utilizado neste estudo.

4.3 AMOSTRA DO ESTUDO

A amostra foi composta por 75 indivíduos idosos (n=75) com idade de 60

anos ou mais, dos gêneros feminino e masculino, com diagnóstico clínico

confirmado de disfunção vestibular, e que foram atendidos no Laboratório de

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN - Brasil.

37

4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS PARTICIPANTES

Foram incluídos na pesquisa os idosos com as seguintes características:

com disfunções vestibulares;

que deambulavam sem dispositivo assistivo à marcha, como andadores e

bengalas;

em tratamento farmacológico com um ou mais fármacos para disfunções

vestibulares e/ou outras comorbidades, e

que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

Foram excluídos da pesquisa os idosos com as seguintes características:

que realizaram tratamento nos últimos seis meses da avaliação, com reabilitação

do equilíbrio corporal;

que apresentaram limitações físicas e somatossensoriais que limitavam a

realização dos testes de equilíbrio, como incapacidade de compreender e

atender a comando verbal simples e/ou reproduzir movimentos motores;

que apresentaram as acuidades visuais e auditivas gravemente diminuídas na

avaliação médica e nos exames fonoaudiológicos;

que possuíam amputações de membros inferiores (MMII) e/ou de membros

superiores (MMSS);

que faziam uso de próteses em MMII e/ou de MMSS, e

impossibilitados de deambular de forma independente, ou com algum tipo de dor

que impedisse a realização dos testes de equilíbrio, ou com locomoção por

cadeira de rodas.

4.5 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

A pesquisa ocorreu no período de setembro de 2010 a setembro de 2011,

após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da UNIBAN (Protocolo n° 123/10 - Anexo A).

38

Os dados foram coletados dos idosos avaliados no Laboratório de

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, e que se enquadraram nos

critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. Esses idosos foram comunicados e

orientados a respeito da pesquisa antes do início da avaliação e aqueles que

concordaram em participar, foram orientados a assinar o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (Apêndice A).

Quando admitidos no Laboratório, esses pacientes são submetidos à

avaliação clínica, constituída por anamnese, exame físico, exame

otorrinolaringológico; avaliação fonaudiológica composta por audiometria (tonal e

vocal), imitanciometria e vectoeletronistagmografia computadorizada (VENG), sendo

este último exame realizado sem a influência de fármacos para o sistema vestibular.

Também foram realizados a avaliação fisioterapêutica, constituída por testes

específicos para o equilíbrio corporal, e um exame computadorizado para o

equilíbrio (posturografia), por meio da Balance Rehabilitation Unit (BRU®).

Foram coletados os dados sociodemográficos, clínicos e farmacológicos do

prontuário multidisciplinar e por meio de entrevista direta com cada paciente. Esta

entrevista foi composta pela avaliação fisioterapêutica do Laboratório (Anexo B), e

de um questionário previamente elaborado pela pesquisadora sobre os

medicamentos consumidos pelos pacientes (Apêndice B). Os medicamentos,

quando necessário, foram confirmados via contato telefônico.

4.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO

As variáveis analisadas foram divididas em:

- sociodemográficas;

- clínicas;

- capacidade funcional;

- aspectos relacionados ao equilíbrio corporal, e

- farmacológicas.

39

4.6.1 Variáveis sociodemográficas

Sobre este aspecto, foram analisados:

gênero (masculino e feminino);

faixa etária (60 - 69; 70 - 79, e 80 anos ou mais);

estado civil (com vida conjugal - casado, amasiado / sem vida conjugal -

solteiro, viúvo, divorciado), e

grau de escolaridade (ensino superior; ensino médio; ensino fundamental, e

analfabeto - sabe ler e escrever).

4.6.2 Variáveis clínicas

Foram obtidos os dados de comorbidades a partir do diagnóstico médico

descrito nos prontuários de cada idoso. As comorbidades levantadas foram

classificadas segundo a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) (WHO,

2010b).

A classificação pela CID-10 foi realizada de acordo com os seguintes

grupos de doenças:

doenças infecciosas e parasitárias;

neoplasias (tumores);

doenças do sangue e órgãos hematopoiéticos e/ou transtornos imunitários;

doenças endócrinas, nutricionais e/ou metabólicas;

transtornos mentais e comportamentais;

doenças do sistema nervoso;

doenças do olho e anexos;

doenças do aparelho circulatório;

doenças do aparelho respiratório;

doenças do aparelho digestivo;.

40

doenças da pele e/ou tecido subcutâneo;

doenças do sistema osteomuscular e/ou tecido conjuntivo, e

doenças do aparelho geniturinário.

As disfunções vestibulares foram clinicamente diagnosticadas pela equipe

médica do Laboratório de Pesquisa em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e

Inclusão Social, da UNIBAN Brasil, local do estudo. Foram considerados os

seguintes sintomas otoneurológicos associados às tais disfunções: tontura, cinetose,

cefaléia, sensação de desmaio iminente, instabilidade postural, ansiedade, náusea,

vômito, escurecimento da visão, distúrbio do sono, zumbido, perda auditiva,

sensação de pressão no ouvido, distúrbio da memória e concentração,

hipersensibilidade a sons, sintomas neurovegetativos (sudorese, palidez,

taquicardia) e oscilopsia (Anexo B).

Os resultados do exame vestibular realizado por meio da

vectoeletronistagmografia computadorizada (VENG) foram definidos como: normal;

presença de vestibulopatia periférica; presença de vestibulopatia central; presença

de vestibulopatia mista (periférica e central); exame inconclusivo, e exame não

realizado.

4.6.3 Variável capacidade funcional

Para avaliar a capacidade funcional foi utilizado o Brazilian OARS (Olders

Americans Research and Services) Multidimensional Functional Assessment

Questionnaire - BOMFAQ, que foi validado e adaptado para a língua portuguesa

(RAMOS et al., 1993).

Esse instrumento avalia a dificuldade referida na realização de 15 atividades

de vida diária (AVD), sendo oito atividades físicas de vida diária (AFVD): deitar /

levantar da cama, comer, pentear cabelo, andar no plano, tomar banho, vestir-se, ir

ao banheiro em tempo e cortar unhas dos pés, e sete atividades instrumentais de

vida diária (AIVD): subir escada (um lance) medicar-se na hora, andar perto de

casa, fazer compras, preparar refeições, sair de condução e fazer limpeza de casa

(Anexo C) (RAMOS et al., 1993).

41

Foi quantificado o total de atividades de vida diária (AVD) que o paciente

referiu dificuldade (muita ou pouca) para realizá-las, ou seja, o total de atividades

comprometidas; tipos; atividades físicas de vida diária (AFVD), e/ou atividades

instrumentais de vida diária (AIVD). As indicações muita ou pouca dificuldade

foram classificadas como atividades comprometidas. Foi explicado ao paciente

que a resposta a ser dada deveria ser em relação à capacidade atual realizada e

não ao hábito de realizar determinada atividade, a fim de determinar se o idoso

tinha capacidade motora para a realização das atividades.

Assim, os idosos foram classificados de acordo com o número de atividades

comprometidas (RAMOS et al., 1993), a saber:

sem comprometimento: idosos que não relataram dificuldade para a realização

das 15 atividades;

comprometimento leve: idosos que apresentaram de uma a três atividades

comprometidas;

comprometimento moderado: idosos que apresentaram de quatro a seis

atividades comprometidas, e

comprometimento grave: sujeitos que apresentaram sete ou mais atividades

comprometidas.

4.6.4 Variável aspectos do equilíbrio corporal

A avaliação clínica do equilíbrio foi determinada pela utilização de uma escala

funcional que avalia o equilíbrio durante a marcha do paciente, o Dynamic Gait Index

- DGI (DE CASTRO et al., 2006) (Anexo D). O DGI é composto por oito tarefas a

serem realizadas durante a marcha do paciente em diferentes contextos sensoriais,

a saber:

1. Velocidade e instabilidade da marcha desempenhada pelo indivíduo em sua

velocidade normal;

2. Aceleração e desaceleração;

3. Movimento de rotação cefálica;

4. Movimento de flexo-extensão cefálica;

42

5. Movimento de rotação axial do corpo;

6. Ultrapassagem de obstáculo (caixa de sapato);

7. Circundar obstáculo (cones de trânsito), e

8. Subir e descer escada.

A pontuação é baseada em conceitos da disfunção ausente (três pontos),

mínima (dois pontos), moderada (um ponto) ou acentuada (zero) da marcha,

enquanto são desempenhadas as oito tarefas de deambulação. Os escores das

oito tarefas são somados em um escore total que varia entre zero a 24 pontos,

sendo o maior escore relacionado a um melhor desempenho. Uma pontuação

total de 19 ou menos no DGI é associada ao maior risco de quedas em idosos

(SHUMWAY-COOK, WOOLACOTT, 2003).

A avaliação posturográfica estática (ou posturografia computadorizada) do

equilíbrio corporal foi realizada por meio da Balance Rehabilitation Unit (BRU®), um

sistema de realidade virtual constituído por uma plataforma de força (Figura 1a),

óculos de realidade virtual (Figura 1b), e respectivo programa de análise. Fornece

informações através de relatórios gerados pelo sistema computadorizado, a respeito

da posição e do centro de pressão, por meio de indicadores quantitativos: área do

limite de estabilidade (LE), área de deslocamento do centro de pressão (área do

COP) e velocidade de oscilação corporal (VOC) em diferentes condições sensoriais.

Esse exame identifica as condições sensoriais alteradas, complementa os testes

convencionais de diagnóstico vestibular e tem valor na abordagem clínica,

documentação e monitorização do tratamento dos distúrbios do equilíbrio corporal

(BRU®, 2006; GAZZOLA et al., 2009, SUAREZ; AROCENA, 2009).

43

O teste com a BRU® foi realizado com o paciente em posição ortostática,

descalço sobre a plataforma de força, com os maléolos internos direito e

esquerdo posicionados nas extremidades da linha intermaleolar. Para determinar

o limite de estabilidade (calibração inicial para posterior comparação com as

condições sensoriais avaliadas), o paciente foi instruído a efetuar deslocamentos

corporais ântero/posteriores e laterais por meio de estratégias de tornozelo, sem

alterar a base de sustentação ou utilizar de estratégias de quadril e/ou tronco. O

paciente realizou esses movimentos repetidamente, durante 60 segundos.

A fim de examinar a função da integração sensorial no equilíbrio corporal, o

paciente foi avaliado em 10 condições sensoriais diferentes (visual,

somatossensorial e visuo-vestibular). Esse exame recria situações que permitem

a interação do paciente com estímulos gerados pelo computador. A partir da

condição 4 é utilizado um óculos de realidade virtual que simula situações reais.

Essas condições podem prover conflitos visuais e visuo-vestibulares, que são

agrupados conforme o reflexo oculomotor envolvido: foveal (sacádico), retinal

(barras optocinéticas verticias e horizontais) e interação visuo-vestibular (barras

optocinéticas associadas à movimentação cefálica nos planos sagital e frontal).

Fonte: GAZZOLA (2010).

44

Para garantir a segurança e evitar quedas durante a realização do exame foi

colocada uma cadeira do lado direito do paciente e o examinador permaneceu do

seu lado esquerdo. Entre os testes, o paciente podia parar para descansar por

um minuto e, após este tempo, ele era reposicionado no aparelho e se reiniciava

o teste.

Quando o idoso apresentou desequilíbrio, retirando o apoio dos pés, como,

por exemplo, levantando os calcanhares ou qualquer região plantar da

plataforma, ou mesmo movimentando os membros superiores, o teste foi

interrompido e o paciente foi recolocado na plataforma. O paciente poderia tentar

três vezes a mesma condição sensorial.

Para avaliação das condições sensoriais, o paciente foi orientado a manter-

se parado sem movimentar os MMSS e os MMII, ou deslocar os pés da

plataforma por 60 segundos, ou seja, o tempo de registro de cada condição. As

dez condições sensoriais previstas na posturopgrafia (BRU®, 2006; GAZZOLA et

al., 2009) são as seguintes:

Condição 1: Paciente em posição ortostática sobre piso firme e olhos abertos;

nesta condição foi solicitado ao paciente que fixasse o olhar em um ponto à sua

frente que estava colocado na parede.

Condição 2: Paciente em posição ortostática sobre piso firme e olhos fechados,

ocluídos por uma venda (remoção da informação visual).

Condição 3: Paciente em posição ortostática sobre almofada e olhos fechados

(referência somatossensorial imprecisa e remoção da informação visual).

Condição 4: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação

sacádica; nesta condição sensorial foi utilizado o óculos de realidade virtual,

sendo solicitado ao paciente que acompanhasse com o olhar o estímulo

projetado.

Condição 5: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação com

barra optocinética na direção horizontal da esquerda para a direita.

Condição 6: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação com

barra optocinética na direção horizontal da direita para a esquerda.

Condição 7: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação com

barra optocinética na direção vertical de cima para baixo.

45

Condição 8: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação com

barra optocinética na direção vertical de baixo para cima.

Condição 9: Paciente em posição ortostática sobre piso firme, estimulação com

barra optocinética na direção horizontal associado à movimentação de rotação

cefálica também na direção horizontal, mantendo os ombros fixos.

Condição 10: Paciente em posição ortostática sobre piso firme estimulação com

barra optocinética na direção vertical associada à movimentação de

flexo/extensão de cabeça mantendo os ombros fixos.

4.6.5 Variáveis farmacológicas

No que se refere aos aspectos farmacológicos, foram coletados o nome dos

medicamentos utilizados pelos idosos (especialidades farmacêuticas ou

medicamentos genéricos) (Apêndice B).

Primeiramente, foram identificadas as substâncias ativas (fármacos ou

princípios ativos) dos medicamentos relatados, utilizando-se o Dicionário

de Especialidades Farmacêuticas - DEF 2009/2010 (DICIONÁRIO, 2011)

(DICIONÁRIO, 2011) e o site da Anvisa (ANVISA, 2010).

Os fármacos foram classificados segundo a Anatomical Therapeutic Chemical

Classification System (ATC) (WHO 2010a), ou Sistema de Classificação

Anatômico, Terapêutico e Químico, no primeiro nível, de acordo com as doenças

de órgãos e sistemas orgânicos nos quais atuam, a saber:

fármacos que atuam sobre o aparelho digestivo e sobre o metabolismo;

fármacos que atuam sobre o sangue e órgãos hematopoiéticos;

fármacos que atuam sobre o aparelho cardiovascular;

fármacos dermatológicos;

fármacos que agem no aparelho geniturinário e hormônios sexuais;

fármacos que agem no sistema hormonal, excluindo os hormônios sexuais e a

insulina;

fármacos antiinfecciosos gerais para uso sistêmico;

fármacos agentes antineoplásicos e imunomoduladores;

46

fármacos que atuam sobre o sistema musculoesquelético;

fármacos que atuam sobre o sistema nervoso;

fármacos que atuam sobre o sistema respiratório;

fármacos que atuam sobre os órgãos dos sentidos;

agentes antiparasitários;

agentes inseticidas e repelentes, e

outros (fármacos que não se enquadraram nas classificações anteriores como

os fitoterápicos e homeopáticos).

Os fármacos também foram classificados segundo a Anatomical Therapeutic

Chemical Classification System (ATC), ou Sistema de Classificação Anatômico,

Terapêutico e Químico, no segundo nível, de acordo com o grupo terapêutico, ou

seja, a indicação de uso terapêutico de cada fármaco identificado.

Todos os medicamentos relatados pelos idosos que apresentavam dois ou

mais fármacos na sua composição foram avaliados em relação às possíveis

interações farmacológicas. Entretanto, foram excluídos da pesquisa os fármacos

que não puderam ser identificados, por alguma razão.

Foram analisadas as eventuais interações a partir do software de interações

medicamentosas The Medical Letter Drug Interactions Program for Windows 2007

(The Medical Letter, Inc., New Rochelle - USA). O software apresenta uma relação

de fármacos utilizados nos Estados Unidos e cujas interações já foram pesquisadas

e estão descritas cientificamente, podendo fazer a análise da interação de diferentes

fármacos ao mesmo tempo. Os resultados são limitados aos fármacos disponíveis

nos Estados Unidos e às interações já publicadas na literatura científica.

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Inicialmente, foi realizado o cálculo estatístico do tamanho da amostra (n),

estimado em 59 pacientes. Esse cálculo foi realizado por profissional estatístico

devidamente habilitado.

Para as análises estatísticas univariadas das variáveis quantitativas e

qualitativas foram realizadas as análises descritivas simples.

47

Para as análises estatísticas bivariadas entre uma variável quantitativa

(quantidade de fármacos) e uma variável qualitativa com duas categorias utilizou-se

o teste de Mann-Whitney.

Para as análises estatísticas bivariadas entre uma variável quantitativa

(quantidade de fármacos) e uma variável qualitativa com três categorias ou mais

categorias utilizou-se o teste de Kruskall-Wallis. Para as variáveis cujo valor do

teste de Kruskall-Wallis foi significante (p<0,05), utilizou-se o teste de Dunn para

análise de comparação múltipla.

Para as análises estatísticas bivariadas de variáveis quantitativas foram

utilizados os testes de Correlação de Spearman.

A suposição de normalidade foi rejeitada pelo teste de Kolmogorov-

Smirnov e, portanto, foram utilizados testes não-paramétricos.

A base de dados do SPSS 10.0 for Windows (Statistical Package for Social

Sciences, versão 10.0, 1999) foi utilizada nas análises estatísticas.

O nível de significância adotado para todos os testes estatísticos realizados

foi de 5% (=0,05).

48

5 RESULTADO

5.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA DOS IDOSOS

Este estudo avaliou 75 idosos (N = 75) com idade entre 60 e 90 anos, média e

desvio-padrão de 72,05 ± 7,20 anos. A tabela 1 apresenta a caracterização da

amostra analisada quanto ao gênero, faixa etária, estado civil e grau de

escolaridade.

Tabela 1 - Frequências absoluta e relativa da caracterização sociodemográfica de

75 idosos vestibulopatas.

VARIÁVEL CATEGORIA

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA

RELATIVA (%)

Gênero Masculino 7 9,30

Feminino 68 90,70

Faixa etária 60 - 69 30 40,00

(em anos) 70 - 79 32 42,70

80 ou mais 13 17,30

Estado civil Com vida conjugal 31 41,30

Sem vida conjugal 44 58,70

Grau de Analfabeto 2 2,60

escolaridade Ensino Fundamental 50 66,70

Ensino Médio 12 16,00

Ensino Superior

11 14,70

49

Em relação às comorbidades relatadas, os pacientes apresentaram de 1 a 12

comorbidades, com média e desvio-padrão de 4,55 ± 2,25. A tabela 2 apresenta o

número de comorbidades em categorias dos 75 pacientes vestibulopatas.

Tabela 2 - Frequências absoluta e relativa do número de comorbidades relatadas

por 75 idosos vestibulopatas.

COMORBIDADES (nº)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA

RELATIVA (%)

1 a 2 15 20,00

3 a 4 26 34,70

5 ou mais 34 45,30

50

As comorbidades foram agrupadas de acordo com a Classificação

Internacional das Doenças (CID-10). Os grupos mais prevalentes foram os das

doenças do sistema osteomuscular e/ou tecido conjuntivo e as doenças do aparelho

circulatório (68,00%), doenças do olho e anexos (53,30%). A tabela 3 apresenta a

classificação das doenças segundo o CID-10.

Tabela 3 - Frequências absoluta e relativa das comorbidades relatadas por 75

idosos vestibulopatas.

COMORBIDADES RELATADAS

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Doenças do sistema osteomuscular e/ou tecido conjuntivo

51 68,00

Doenças do aparelho circulatório 51 68,00

Doenças do olho e anexos 40 53,30

Doenças do aparelho digestivo 32 43,70

Doenças endócrinas, nutricionais e/ou metabólicas 29 38,70

Doenças do sistema nervoso 18 24,00

Neoplasias (tumores) 13 17,30

Doenças do aparelho respiratório 10 13,30

Transtornos mentais e/ou comportamentais 7 9,30

Doenças do sangue, órgãos hematopoiéticos e/ou transtornos imunitários

3 4,40

Doenças do aparelho geniturinário 2 2,70

Doenças da pele e/ou tecido subcutâneo 2 2,70

51

Em relação às afecções vestibulares, a vertigem posicional paroxística

benigna (VPPB) foi a vestibulopatia mais freqüente, acometendo 35 idosos

(46,70%). Sessenta e oito pacientes (90,70%) apresentaram somente uma

vestibulopatia. As tabelas 4 e 5 apresentam, respectivamente, a distribuição e o

número de afecções vestibulares associadas.

Tabela 4 - Frequências absoluta e relativa das afecções vestibulares de 75 idosos

vestibulopatas.

AFECÇÕES VESTIBULARES

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA

RELATIVA (%)

Vertigem posicional paroxística benigna

35 46,70

Labirintopatia idiopática 10 13,30

Labirintopatia vascular 9 12,00

Presbivertigem / Presbiacusia 8 10,70

Labirintopatia metabólica 6 8,00

Insuficiência vértebro-basilar 5 6,70

Síndrome cócleo-vestibular idiopática

4 5,30

Cinetose 3 4,00

Migrânea ou equivalente de migrânea

1 1,30

Síndrome cervical 1 1,30

52

Tabela 5 - Frequências absoluta e relativa do número de afecções vestibulares

apresentadas por 75 idosos vestibulopatas.

AFECÇÕES VESTIBULARES

(nº)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA

RELATIVA (%)

Uma 68 90,70

Duas 7 9,30

A maioria dos pacientes (61,30%) apresentou o resultado do exame vestibular

como normal; estes resultados são demonstrados na tabela 6.

Tabela 6 - Frequências absoluta e relativa do resultado ao exame vestibular de 75

idosos vestibulopatas.

RESULTADO DO EXAME VESTIBULAR

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Normal 46 61,30

Vestibulopatia de origem periférica

8 10,70

Vestibulopatia de origem central

0 0,00

Vestibulopatia de origem mista

0 0,00

Inconclusivo 8 10,70

Não realizado 13 17,30

53

Quanto aos sintomas associados à disfunção vestibular, a tontura foi o

sintoma mais relatado pelos idosos (89,30%), seguido pela instabilidade postural

(78,70%), como apresentado na tabela 7.

Tabela 7 - Frequências absoluta e relativa dos sintomas associados relatados por 75

idosos vestibulopatas.

SINTOMAS ASSOCIADOS

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Tontura 67 89,30

Instabilidade postural 59 78,70

Ansiedade 57 76,00

Hipersensibilidade a sons 49 65,30

Zumbido 48 64,00

Distúrbio da memória 48 64,00

Distúrbio do sono 36 48,00

Perda auditiva 36 48,00

Náuseas 35 46,70

Cinetose 31 41,30

Cefaléia 30 40,00

Sudorese / palidez / taquicardia

28 37,30

Sensação de pressão no ouvido

26 34,70

Escurecimento da visão 25 33,30

Sensação de desmaio iminente

23 30,70

Vômitos 23 30,70

Oscilopsia 22 29,30

54

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL DOS IDOSOS

O equilíbrio corporal foi avaliado pelo teste funcional Dynamic Gait Index

(DGI) e posturografia estática avaliada por meio da BRU®. Em relação ao DGI,

obteve-se pontuação média e desvio-padrão de 20,13 3,39. Verificou-se que

65,30% apresentaram menor risco de quedas (20 - 24 pontos), como apresentado

na tabela 8.

Tabela 8 - Frequências absoluta e relativa dos resultados do teste funcional DGI

(Dynamic Gait Index), de acordo com o risco de quedas, apresentado por 75 idosos

vestibulopatas.

PONTUAÇÃO DO DGI E

RISCO DE QUEDAS

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

0 - 19 pontos

(maior risco) 26 34,70

20 - 24 pontos

(menor risco) 49 65,30

55

Quanto aos dados obtidos na posturografia por meio da BRU®, encontrou-se

um limite de estabilidade com valor médio e desvio-padrão de 131,56 ± 63,18 cm2.

Nas tabelas 9 e 10 estão apresentados os valores referentes à média, desvio-

padrão e variação da área de deslocamento do Centro de Pressão (COP) e da

Velocidade de Oscilação Corporal (VOC), respectivamente, nas dez condições

sensoriais da BRU®.

Tabela 9 - Valores da média, desvio-padrão (dp) e variação da área de

deslocamento do Centro de Pressão (COP) nas dez condições sensoriais da BRU®

em 75 idosos vestibulopatas.

ÁREA DO COP (cm2 / condições)

MÉDIA DP

VARIAÇÃO

SF / Olhos abertos / Sem estímulo 5,72 13,15 0,42 - 111,24

SF / Olhos fechados 6,24 8,30 0,41 - 36,47

Espuma / Olhos fechados 12,84 12,96 1,81 - 61,53

SF / Sacádico 2,57 1,87 0,34 - 10,32

SF / Barras / Optocinético para direita 3,95 5,00 0,21 - 29,77

SF / Barras / Optocinético para esquerda

4,31 5,49 0,17 - 36,02

SF / Barras / Optocinético para baixo 3,60 3,97 0,33 - 18,55

SF / Barras / Optocinético para cima 4,16 4,77 0,22 - 30,80

SF / Barras / IVV / Direção horizontal 6,17 5,3 0,52 - 27,71

SF / Barras / IVV / Direção vertical 5,59 4,57 0,79 - 26,75

Legenda: SF = superfície firme / IVV = interação visuo-vestibular.

56

Tabela 10 - Valores da média, desvio-padrão (dp) variação da Velocidade de

Oscilação Corporal (VOC) nas dez condições sensoriais da BRU® em 75 idosos

vestibulopatas.

VOC (cm / segundo)

MÉDIA DP

VARIAÇÃO

SF / Olhos abertos / Sem estímulo 1,04 0,56 0,43 - 3,89

SF / Olhos fechados 1,32 0,63 0,37 - 2,92

Espuma / Olhos fechados 2,72 1,25 0,97 - 7,56

SF / Sacádico 1,29 0,54 0,44 - 3,39

SF / Barras / Optocinético para direita 1,18 0,48 0,47 - 3,31

SF / Barras / Optocinético para esquerda

1,22 0,58 0,37 - 3,78

SF / Barras / Optocinético para baixo 1,18 0,47 0,44 - 2,55

SF / Barras / Optocinético para cima 1,22 0,49 0,52 - 3,24

SF / Barras / IVV / Direção horizontal 1,80 0,75 0,73 - 4,26

SF / Barras / IVV / Direção vertical 1,79 0,69 0,77 - 4,64

Legenda: SF = superfície firme / IVV = interação visuo-vestibular.

57

5.3 CARACTERIZAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS

Quanto à capacidade funcional avaliada pelo instrumento Brazilian

Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (BOMFAQ), ou Questionário

Brasileiro de Avaliação Funcional Multidimensional, encontrou-se um valor médio e

desvio-padrão de 3,76 ± 3,04, mediana de 3,00 e variação entre 0,00 a 14,00. A

maioria dos idosos (54,70%) apresentou dificuldade em 1 a 3 atividades. A tabela 11

apresenta a classificação quanto ao número de atividades comprometidas destes

idosos.

Tabela 11 - Freqüências absoluta e relativa da capacidade funcional, avaliada pelo

BOMFAQ (Brazilian Multidimensional Functional Assessment Questionnaire),

apresentadas por 75 idosos vestibulopatas.

CAPACIDADE FUNCIONAL

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Sem dificuldade 5 6,70

Dificuldade em 1 a 3 atividades

41 54,70

Dificuldade em 4 a 6 atividades

16 21,30

Dificuldade em 7 ou mais atividades 13 17,30

58

5.4 CARACTERIZAÇÃO FARMACOLÓGICA DOS IDOSOS

A quantidade de fármacos utilizada foi agrupada e variou de 1 a 21, com

média e desvio-padrão de 4,67 ± 3,24. Observou-se que 29 idosos (38,70%)

utilizavam de 1 a 3 fármacos, como apresentado na tabela 12.

Tabela 12 - Freqüências absoluta e relativa da quantidade de fármacos utilizada por

75 idosos vestibulopatas.

QUANTIDADE DE FÁRMACOS (nº)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

1 a 3 29 38,70

4 a 6 28 37,30

7 ou mais 18 24,00

59

Os fármacos foram classificados segundo a Anatomical Therapeutic Chemical

Classification System (ATC), ou Sistema de Classificação Anatômico, Terapêutico

e Químico, no primeiro nível (classificação por grupo anatômico, ou seja, o

sistema alvo da ação especificada do fármaco), como apresentado na tabela 13.

Tabela 13 - Freqüências absoluta e relativa dos grupos de fármacos utilizados por

75 idosos vestibulopatas e classificados no primeiro nível da ATC (Anatomical

Therapeutic Chemical Classification System).

GRUPOS DE FÁRMACOS CLASSIFICADOS SEGUNDO A ATC (1º nível)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Aparelho cardiovascular 56 74,70

Aparelho digestivo e metabolismo 29 38,70

Órgãos dos sentidos 24 32,00

Sistema musculoesquelético 23 30,70

Sistema nervoso 18 24,00

Sistema hormonal (excluindo os hormônios sexuais e insulina)

17 22,70

Sistema geniturinário/ hormônios sexuais

5 6,70

Sangue e órgãos hematopoéticos 4 5,30

Dermatológicos 3 4,00

Antiinfecciosos gerais para uso sistêmico

2 2,70

Sistema respiratório 1 1,30

Antineoplásicos e imunomoduladores

1 1,30

Outros medicamentos 11 14,70

60

Os fármacos também foram classificados segundo a Anatomical Therapeutic

Chemical Classification System (ATC), ou Sistema de Classificação Anatômico,

Terapêutico e Químico, no segundo nível (classificação por grupo terapêutico, ou

seja, a indicação de uso terapêutico do fármaco), como apresentado nas tabelas

14 e 15.

Quando os fármacos não foram encontrados no sistema da ATC, a

classificação foi realizada com auxílio do Dicionário de Especialidades

Farmacêuticas - DEF 2009/2010 (DICIONÁRIO, 2011) e no site da Anvisa (ANVISA,

2010).

61

Tabela 14 - Freqüências absoluta e relativa dos subgrupos mais freqüentes de

fármacos utilizados por 75 idosos vestibulopatas e classificados no segundo nível da

ATC (Anatomical Therapeutic Chemical Classification System).

GRUPOS DE FÁRMACOS CLASSIFICADOS SEGUNDO A ATC (2º nível)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Hipolipemiantes 32 42,70

Bifosfonatos e associações 30 40,00

Inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina)

27 36,00

Diuréticos 25 33,30

Vitaminas 25 33,30

Insulina e antidiabéticos orais 21 28,00

Antiulcerosos 19 25,30

Repositores hormonais da glândula tireóide 17 22,70

Beta-bloqueadores 16 21,30

Antiagregantes plaquetários 13 17,30

Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina

10 13,30

Antireumáticos 8 10,60

Antivertiginosos vasodilatadores 8 10,60

Produtos oftalmológicos 7 9,30

Bloqueadores dos canais de cálcio 7 9,30

Antiinflamatórios não-esteroidais 6 8,00

Antivertiginosos antiespasmódicos vasculares de ação central e periférica

5 6,70

Relaxantes musculares 4 5,30

62

Tabela 15 - Freqüências absoluta e relativa dos subgrupos menos freqüentes de

fármacos utilizados por 75 idosos vestibulopatas e classificados no segundo nível da

ATC (Anatomical Therapeutic Chemical Classification System).

GRUPOS DE FÁRMACOS CLASSIFICADOS SEGUNDO A ATC (2º nível)

FREQUÊNCIA ABSOLUTA

(nº)

FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

Poupador de potássio 3 4,00

Benzodiazepínicos antiepilépticos (barbitúricos e derivados)

3 4,00

Antidepressivos estabilizadores de humor 3 4,00

Benzodiazepínico hipnóticos e sedativos 3 4,00

Antivertiginosos antagonistas dos canais de cálcio com propriedades seletivas

3 4,00

Aminoácidos 3 4,00

Antianêmicos 3 4,00

Eletrólitos 3 4,00

Atividade antiestrogênica 3 4,00

Antiinflamatórios e analgésicos 3 4,00

Dopaminérgicos 2 2,70

Antiespasmódicos urinários 2 2,70

Vasculoprotetores 2 2,70

Antiarrítmicos 2 2,70

Enzimas 2 2,70

Antivertiginosos anti-histamínicos H1 2 2,70

Antagonistas dos receptores de histamina H2 2 2,70

Antagonistas alfa-adrenérgicos 2 2,70

Antineoplásicos 2 2,70

Analgésico / antipirético 1 1,30

Descongestionante nasal 1 1,30

Anticoagulante 1 1,30

Anti-hipertensivo 1 1,30

Digitálico (cardiotônico) 1 1,30

Psico-antiepiléptico 1 1,30

Anticonvulsivante 1 1,30

Antiasmático 1 1,30

63

Os 75 idosos da pesquisa utilizavam, no mínimo, um ou mais fármacos e 68

deles (90,70%) utilizavam dois ou mais. Dessa amostra, 47 idosos (62,70%) fizeram

algum tipo de interação medicamentosa.

Ressalte-se que, como as análises de interações foram realizadas por meio

de um Software de Interações Medicamentosas de origem americana (The Medical

Letter Drug Interactions Program for Windows (2007) - The Medical Letter-USA®),

muitos fármacos não puderam ser analisados, já que, alguns deles não têm uso

autorizado ou são utilizados como suplementos nos Estados Unidos. Outra limitação

é o fato da atualização do Software ainda não estar disponível no mercado. E, por

fim, muitas interações que resultam em efeitos sinérgicos aditivos não são

consideradas pelo Software.

Por tudo isso, a freqüência de interações farmacológicas observadas neste

estudo pode ser eventualmente maior do que essa aqui apresentada.

64

5.5 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS DADOS

SOCIODEMOGRÁFICOS

O teste de Kruskall-Wallis revelou associação significante (p=0,013) entre a

quantidade de fármacos utilizada e o grau de escolaridade, como apresentado na

tabela 16. A principal diferença está entre os idosos com ensino fundamental e os

idosos analfabetos, segundo o teste de comparação múltipla (teste de Dunn,

p<0,05), ou seja, os idosos analfabetos ingerem maior quantidade de medicamentos

quando comparados aos idosos com ensino fundamental

Tabela 16 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e os dados sociodemográficos de 75 idosos vestibulopatas.

VARIÁVEL

CATEGORIA

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA p

Gênero Masculino 4,86 3,18 4,00 0,840(b)

Feminino 4,65 3,27 4,00

Faixa etária 60 - 69 4,03 2,51 4,00 (anos) 70 - 79 4,75 2,87 4,00 0,400

(a)

80 ou mais 5,79 4,93 5,00

Estado civil Com vida conjugal 4,23 2,93 4,00 0,259(b)

Sem vida conjugal 4,98 3,45 4,00 Grau de Analfabeto 6,50 0,71 6,5 escolaridade Ensino fundamental 4,28 3,45 3,5 0,013*

Ensino médio 4,17 1,64 4,0 Ensino superior 6,64 3,26 7,0

a teste de Kruskall-Wallis.

b teste de Mann-Whitney.

*p=0,013 (teste de Kruskall-Wallis, seguido pelo teste de Dunn).

65

5.6 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E AS

COMORBIDADES

O teste de Kruskall-Wallis revelou associação significante (p=0,013) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e o número de comorbidades, como

apresentado na tabela 17. A principal diferença encontrada foi entre a quantidade de

uma a duas doenças e cinco ou mais doenças, de acordo com o teste de

comparação múltipla (teste de Dunn, p<0,05). Assim, os idosos com cinco ou mais

doenças utilizam maior quantidade de fármacos, quando comparados aos idosos

que apresentam uma a duas doenças.

Pelo teste de Spearman’s encontrou-se também correlação significante entre

o número de doenças e o número de fármacos (p=0,002), ou seja, quanto mais

comorbidades apresentadas, maior a quantidade de fármacos utilizada pelos idosos.

Tabela 17 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e a quantidade de comorbidades de 75 idosos vestibulopatas.

QUANTIDADE DE COMORBIDADES

(nº)

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA p(a)

1 - 2 3,08 2,10 3,00

3 - 4 4,46 3,76 4,00 0,013*

≥ 5 5,44 2,97 5,00

a teste de Kruskall-Wallis.

*p=0,013 (teste de Kruskall-Wallis, seguido pelo teste de Dunn).

66

O teste de Mann-Whitney também revelou associações significantes (p<0,05)

entre os grupos de comorbidades, classificadas pela CID-10, como apresentado na

tabela 18. Assim, houve associação significante entre a quantidade de fármacos

utilizada pelos idosos e os grupos de comorbidades classificadas como doenças

endócrinas, nutricionais e/ou metabólicas e doenças do sistema nervoso. Os idosos

vestibulopatas que apresentavam estes tipos de comorbidades utilizavam maior

quantidade de fármacos.

67

Tabela 18 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e os grupos de comorbidades, segundo a Classificação

Internacional das Doenças (CID-10), de 75 idosos vestibulopatas.

GRUPOS DE COMORBIDADES (segundo CID-10)

QUANTIDADE DE

FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA Sim Não

p(a)

Sim Não

Doenças do sistema osteomuscular e/ou tecido conjuntivo

5,023,51

3,922,48

5,00

4,00

0,193

Doenças do aparelho circulatório

4,863,43

4,252,83

4,00

3,50 0,416

Doenças do olho e anexos

4,302,44

5,093,97

4,00

4,00 0,588

Doenças do aparelho digestivo

4,973,87

4,442,71

4,00

4,00 0,825

Doenças endócrinas, nutricionais e/ou metabólicas

5,523,02

4,133,30

5,00

4,00 0,010*

Doenças do sistema nervoso

5,612,50

4,373,41

5,00

4,00 0,024*

Neoplasias (tumores)

4,614,87

4,614,00

5,00

4,00 0,507

Doenças do aparelho respiratório

4,303,09

4,723,29

3,50

4,00 0,631

Transtornos mentais e/ou comportamentais

3,291,98

4,813,32

3,00

4,00 0,183

Doenças do sangue, órgãos hematopoiéticos e/ou transtornos imunitários

6,334,04

4,603,22

7,00

4,00 0,368

Doenças do aparelho geniturinário

3,001,41

4,713,27

3,00

4,00

0,432

Doenças da pele e/ou tecido subcutâneo

4,503,54

4,673,26

4,50

4,00 0,960

a teste de Mann-Whitney.

*p=0,010 (teste de Mann-Whitney).

*p=0,024 (teste de Mann-Whitney).

68

5.7 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A QUANTIDADE DE

AFECÇÕES VESTIBULARES

O teste de Mann-Whitney não revelou associação significante (p>0,05) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e a quantidade de afecções

vestibulares diagnosticadas, como apresentado na tabela 19.

Tabela 19 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e a quantidade de afecções vestibulares de 75 idosos

vestibulopatas.

QUANTIDADE DE AFECÇÕES

VESTIBULARES (nº)

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA P(a)

Uma 4,22 2,22 4,00 0,072

Duas 9,00 7,09 7,00

a teste de Mann-Whitney.

69

5.8 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS TIPOS DE

AFECÇÕES VESTIBULARES

O teste de Mann-Whitney não revelou associação significante (p>0,05) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e os tipos de afecções vestibulares

diagnosticadas, como apresentado na tabela 20.

Tabela 20 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e os tipos de afecções vestibulares de 75 idosos vestibulopatas.

TIPOS DE AFECÇÕES VESTIBULARES

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA Sim Não

p(a)

Sim Não

Vertigem posicional paroxística benigna

4,71 3,54 4,63 3,00 4,00 4,00 0,957

Labirintopatia idiopática 3,90 2,47 4,78 3,35 3,50 4,00 0,396

Presbivertigem / Presbiacusia 4,13 2,03 4,73 3,30 4,50 4,00 0,897

Labirintopatia metabólica 7,00 5,10 4,46 3,00 5,50 4,00 0,200

Labirintopatia vascular 7,00 4,53 4,35 2,93 7,00 4,00 0,065

Cinetose 4,00 1,00 4,69 3,30 4,00 4,00 0,929

Insuficiência vértebro-basilar 6,80 8,04 4,51 2,68 4,00 4,00 1,000

Síndrome cócleo-vestibular idiopática

3,50 2,65 4,73 3,28 3,00 4,00 0,444

a teste de Mann-Whitney.

70

5.9 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E O RESULTADO DO

EXAME VESTIBULAR

O teste de Mann-Whitney não revelou associação significante (p>0,05) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e o resultado do exame vestibular,

como apresentado na tabela 21.

Tabela 21 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e o resultado do exame vestibular de 75 idosos vestibulopatas.

RESULTADO DO EXAME VESTIBULAR

QUANTIDADE DE

FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA p(a)

Normal

4,59 2,58

4,00

Vestibulopatia de origem periférica

4,00 3,25

3,00

Inconclusivo

3,50 2,45

2,50

0,410

Exame não realizado

76,08 5,19

4,00

a teste de Mann-Whitney.

71

5.10 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS SINTOMAS

ASSOCIADOS ÀS AFECÇÕES VESTIBULARES

O teste de Mann-Whitney revelou associação significante entre a quantidade

de fármacos utilizadas pelos idosos e os sintomas associados ansiedade (p=0,013)

e vômitos (p=0,031), como apresentado na tabela 22. Desta forma, os idosos que

apresentavam estes sintomas utilizavam maior quantidade de fármacos.

72

Tabela 22 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e os sintomas associados às afecções vestibulares de 75 idosos

vestibulopatas.

SINTOMAS ASSOCIADOS ÀS AFECÇÕES VESTIBULARES

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp) SIM NÃO

MEDIANA SIM NÃO

p(a)

Tontura 4,60 3,37 3,88 1,89 4,00 4,00 0,640

Cinetose 5,45 4,07 4,11 2,40 5,00 4,00 0,101

Cefaléia 4,40 2,44 4,84 3,70 4,00 4,00 0,849

Sensação de desmaio iminente 4,91 2,54 4,56 3,53 4,00 4,00 0,276

Instabilidade postural 4,97 3,39 3,56 2,39 4,00 3,00 0,071

Ansiedade 5,12 3,42 3,22 2,10 4,00 3,00 0,013*

Náuseas 5,00 3,56 4,38 2,96 4,00 4,00 0,251

Vômitos 5,70 3,91 4,21 2,82 5,00 4,00 0,031*

Escurecimento da visão 4,56 2,12 4,72 3,70 4,00 4,00 0,559

Distúrbio do sono 4,89 3,98 4,46 2,40 4,00 4,00 0,860

Zumbido 4,54 3,38 4,89 3,04 4,00 5,00 0,410

Perda auditiva 4,64 3,58 4,69 2,95 4,00 4,00 0,777

Sensação de pressão no ouvido

4,96 3,29 4,51 3,24 4,50 4,00 0,493

Prejuízo da memória e concentração

5,10 3,70 3,89 2,04 4,00 4,00 0,194

Hipersensibilidade a sons 4,55 2,87 4,88 3,91 4,00 4,00 0,987

Sudorese / palidez / taquicardia 4,57 2,41 4,72 3,68 4,00 4,00 0,682

Oscilopsia 5,32 4,77 4,46 2,35 4,00 4,00 0,856

a teste de Mann-Whitney.

*p=0,013 (teste de Mann-Whitney).

*p=0,031 (teste de Mann-Whitney).

73

5.11 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A CAPACIDADE

FUNCIONAL

O teste de Kruskall-Wallis revelou associação significante (p=0,040) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e a capacidade funcional avaliada por

meio do BOMFAQ (Brazilian Multidimensional Functional Assessment

Questionnaire), como apresentado na tabela 23. A principal diferença está entre os

idosos que apresentaram dificuldade para desenvolver de 1 a 3 atividades e aqueles

que apresentaram dificuldade para desenvolver de 4 a 6 dificuldades, segundo o

teste de comparação múltipla (teste de Dunn, p<0,05), ou seja os idosos que

apresentaram dificuldade para desenvolver de 4 a 6 ingerem maior quantidade de

fármacos.

Tabela 23 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e a capacidade funcional avaliada pelo BOMFAQ (Brazilian

Multidimensional Functional Assessment Questionnaire) de 75 idosos

vestibulopatas.

CAPACIDADE FUNCIONAL

QUANTIDADE

DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA

p(a)

Sem dificuldades

2,75 0,96

2,50

Dificuldade em 1 - 3 atividades

4,10 2,70

4,00

0,040*

Dificuldade em 4 - 6 atividades

5,81 4,74

5,00

Dificuldade em ≥7 atividades

5,69 2,53

6,00

a teste de Kruskall-Wallis.

*p=0,040 (teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn).

74

5.12 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E O TESTE

FUNCIONAL DGI

O teste de Mann-Whitney revelou associação significante (p=0,010) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e o risco de quedas avaliado por meio

do Dynamic Gait Index (DGI), como apresentado na tabela 24. O teste de Spearman

mostrou correlação negativa significante (p=0,019, r= -0,271) entre o escore total

apresentado no DGI e a quantidade de fármacos. Assim, quanto maior a quantidade

de fármacos utilizada, menor o escore no DGI (ou seja, maior risco de quedas).

Tabela 24 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e o risco de quedas avaliado pelo DGI (Dynamic Gait Index) de 75

idosos vestibulopatas.

RISCO DE QUEDAS (DGI)

QUANTIDADE

DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA

p(a)

0 - 19 pontos (maior risco)

5,46 (2,77)

5,50

0,010*

20 - 24 pontos (menor risco)

4,24 (3,42)

4,00

a teste de Mann-Whitney.

*p=0,010 (teste de Mann-Whitney).

75

5.13 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A

POSTUROGRAFIA ESTÁTICA POR MEIO DA BRU®

O teste de Spearman não revelou correlação significante (p=0,108; r=0,187)

entre a quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e o limite de estabilidade,

avaliado por meio da BRU®. Porém, este teste revelou correlações significantes

entre a área do deslocamento do Centro de Pressão (COP) nas condições

sensoriais 1 (p=0,006; r= 0,312), 4 (p=0,002; r= 0,355) e 7 (p=0,029; r= 0,252) da

BRU®, como apresentado na tabela 25.

Tabela 25 - Correlação entre quantidade de fármacos utilizada (média e dp/desvio-

padrão) e a área do Centro de Pressão (COP) nas dez condições sensoriais da

BRU® de 75 idosos vestibulopatas.

ÁREA DO COP

Valor de r p(a)

SF / Olhos abertos / Sem estímulo 0,312 0,006*

SF / Olhos fechados 0,184 0,114

Espuma / Olhos fechados 0,173 0,137

SF / Sacádico 0,355 0,002*

SF / Barras / Optocinético para direita 0,190 0,103

SF / Barras / Optocinético para esquerda 0,214 0,065

SF / Barras / Optocinético para baixo 0,252 0,029*

SF / Barras / Optocinético para cima 0,083 0,480

SF / Barras / IVV / Direção horizontal 0,150 0,200

SF / Barras / IVV / Direção vertical 0,177 0,129

Legenda: (SF) = superfície firme / (IVV) = interação visuo-vestibular. a teste de Spearman.

*p=0,002 (teste de Spearman).

*p=0,029 (teste de Spearman).

76

O teste de Spearman não revelou correlação significante (p>0,05) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e a velocidade de oscilação

corporal (VOC) nas dez sensoriais da BRU® avaliadas, como apresentado na tabela

26.

Tabela 26 - Correlação entre a quantidade de fármacos utilizada (média e dp/desvio-

padrão) e a velocidade de oscilação corporal (VOC) nas dez condições sensoriais da

BRU® de 75 idosos vestibulopatas.

VOC

Valor de r

p(a)

SF / Olhos abertos / Sem estímulo

0,195

0,094

SF / Olhos fechados

0,166

0,155

Espuma / Olhos fechados

0,016

0,894

SF / Sacádico

0,354

0,354

SF / Barras / Optocinético para direita

0,167

0,167

SF / Barras / Optocinético para esquerda

0,181

0,121

SF / Barras / Optocinético para baixo

0,208

0,074

SF / Barras / Optocinético para cima

0,152

0,192

SF / Barras / IVV / Direção horizontal

0,000

0,999

SF / Barras / IVV / Direção vertical

0,094

0,424

Legenda: (SF) = superfície firme / (IVV) = interação visuo-vestibular.

a

teste de Spearman.

77

5.14 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E OS GRUPOS

FARMACOLÓGICOS CLASSIFICADOS PELA ATC

O teste de Mann-Whitney revelou associações significantes entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e os grupos de fármacos classificados

no nível 1 da ATC como: fármacos com ação no aparelho cardiovascular (p=0,023);

no aparelho digestivo e metabolismo (p=0,001); nos órgãos dos sentidos (p=0,046);

no sistema musculoesquelético (p=0,003); no sistema nervoso (p=0,014), e no

sistema hormonal (p=0,033), como apresentado na tabela 27.

78

Tabela 27 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/ desvio-padrão) e os grupos farmacológicos, classificados no 1º nível da ATC

(Anatomical Therapeutic Chemical Classification System), de 75 idosos

vestibulopatas.

CLASSIFICAÇÃO DOS

GRUPOS DE FÁRMACOS

QUANTIDADE DE FÁRMACOS

(média dp)

MEDIANA Sim Não

p

(1º nível da ATC) Sim Não

Aparelho cardiovascular 5,13 3,50 3,32 1,80 4,00 3,00 0,023*

Aparelho digestivo e metabolismo 6,34 4,25 3,61 1,76 6,00 4,00 0,001*

Órgãos dos sentidos 5,17 2,30 4,43 3,60 4,50 4,00 0,046*

Sistema musculoesquelético 6,00 3,09 4,08 3,16 5,00 4,00 0,003*

Sistema nervoso 5,72 2,54 4,33 3,39 5,00 4,00 0,014*

Sistema hormonal (excluindo os hormônios sexuais e insulina)

6,65 4,97 4.09 2,28 5,00 4,00 0,033*

Sistema geniturinário/ hormônios sexuais

4,80 2,59 4,66 3,30 6,00 4,00 0,657

Sangue e órgãos hematopoéticos 4,50 1,73 4,68 3,32 5,00 4,00 0,742

Dermatológicos 5,00 1,00 4,65 3,31 5,00 4,00 0,477

Antiinfecciosos gerais para uso sistêmico

- 4,66 3,29 - 4,00 0,525

Sistema respiratório - 4,59 3,20 - 4,00 0,107

Antineoplásicos e imunomoduladores

- 4,65 3,26 - 4,00 0,507

Outros medicamentos 6,09 5,52 4,42 2,67 4,00 4,00 0,445

*p-valor (teste de Mann-Whitney).

79

5.15 ASSOCIAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE FÁRMACOS E A PRESENÇA DE

INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS

O teste de Mann-Whitney revelou associação significante (p=0,0001) entre a

quantidade de fármacos utilizada pelos idosos e a ocorrência de interações

farmacológicas, como apresentado na tabela 28. Assim, os idosos que utilizavam

maior quantidade de fármacos apresentaram interações farmacológicas.

Tabela 28 - Análise comparativa entre a quantidade de fármacos utilizada (média e

dp/desvio-padrão) e a ocorrência de interações farmacológicas de 75 idosos

vestibulopatas.

OCORRÊNCIA

DE

INTERAÇÕES

FARMACOLÓGICAS

QUANTIDADE DE FÁRMACOS (nº)

_____________________________________

MÉDIA DP MEDIANA VARIAÇÃO

p

Sim

5,81 3,45

5,00

2 - 21

Não

2,75 1,58

2,00

1 - 7

0,0001*

*p=0,0001 (teste de Mann-Whitney).

80

6 DISCUSSÃO

Esse estudo avaliou 75 idosos com idade média de 72,05 ± 7,2 anos e

maioria do gênero feminino, concordando com outros estudos realizados com idosos

vestibulopatas (GAZZOLA et al., 2006a; PREZOTTO et al., 2010) e outros, como o

de Suarez et al. (2003), que avaliaram idosos com vestibulopatias de origem central;

o de Locatelli (2007), que avaliou pacientes de enfermaria geriátrica, e o de Marin et

al. (2008), que trabalharam com uma população idosa de unidade básica de saúde.

A faixa etária mais prevalente da pesquisa foi a de 70 a 79 anos (42,70%),

diferente do estudo de Sousa et al. (2011), que encontraram a faixa etária de 60 a

69 anos (66,00%) como a mais prevalente, apesar da população de idosos avaliada

ser semelhante. Com os avanços tecnológicos e da medicina, e a conseqüente

melhora das condições de saúde, há um aumento da expectativa de vida dos idosos

(WHO, 2005b), o que justifica a média mais alta de idade encontrada nesta

pesquisa, além do fato dos indivíduos mais idosos normalmente apresentarem mais

comorbidades associadas (WHO, 2005a).

As comorbidades influenciam as vestibulopatias podendo agravá-las

(GANANÇA et al., 2006). Este estudo revelou 45,30% dos pacientes com 5 ou mais

comorbidades, com média de 4,55 ± 2,25 comorbidades, concordando com os

achados de Gazzola (2005). As doenças do sistema osteomuscular foram as mais

prevalentes, seguidas pelas doenças cardiovasculares; dos olhos e anexos; do

aparelho digestivo, e endócrinas e/ou metabólicas; tais resultados corroboram

aqueles de Lebrão e Laurenti (2005), que investigaram idosos em um estudo

multicêntrico na comunidade, e os de Caixeta (2010), que também avaliou idosos

vestibulopatas, mas, contrariam os resultados de Marin et al. (2008), cujos idosos

avaliados apresentaram doenças cardiovasculares como as mais prevalentes e

apenas 16,90% de doenças do sistema osteomuscular.

A presença de comorbidades no idoso pode ser explicada principalmente

pelas alterações anatomofisiológicas dos sistemas orgânicos que o idoso sofre com

o envelhecimento, como osteopenia fisiológica, envelhecimento cartilaginoso,

sarcopenia e diminuição da velocidade da condução nervosa (WHO, 2005a; ROSSI;

SADER, 2006).

81

Sabe-se que os principiais distúrbios circulatórios como: a hipertensão

arterial; hipotensão ortostártica; insuficiência cardíaca; infarto do miocárdio;

arritmias; estenose aórtica, e a aterosclerose podem causar comprometimentos,

periférico e/ou central, do sistema auditivo e/ou vestibular. Segundo Ganança et al.

(2006) e Ganança et al. (2010), as lesões auditivas e vestibulares podem ser

atribuídas aos distúrbios isquêmicos decorrentes da redução da perfusão sanguínea,

de embolias, aterosclerose e outras condições.

A VPPB foi a vestibulopatia mais freqüente em nosso estudo, seguida da

labirintopatia idiopática; labirintopatia vascular; labirintopatia metabólica, da mesma

forma que outros estudos que avaliaram idosos vestibulopatas (GAZZOLA et al.,

2006a; GANANÇA et al., 2010; SOUSA et al., 2011). Os achados desta pesquisa

mostram, na maioria dos casos, uma única afecção vestibular, ou seja, um

diagnóstico vestibular, concordando com o estudo de Gazzola et al. (2006a). Dessa

forma, pode-se inferir que a presença das labirintopatias vascular e metabólica pode

estar relacionada à ocorrência de comorbidades que causam alterações hormonais

e metabólicas e que predispõem a essas labirintopatias relatadas no presente

estudo (GANANÇA et al., 2008).

A maior parte dos pacientes deste estudo apresentou o resultado do exame

vestibular, realizado por meio da vectoeletronistagmografia, como normal, dados que

concordam com o estudo de Whitney et al. (2006) e Gazzola (2010). De todo modo,

é referido que a história clínica sugestiva de disfunção vestibular é soberana em

relação ao estabelecimento do diagnóstico, já que a vectoeletronistagmografia

analisa a função do canal semicircular lateral, do nervo vestibular superior e a

integridade das vias vestíbulo-oculares e oculomotoras, não representando a

avaliação completa do sistema vestibular, o que pode levar pacientes vestibulopatas

a apresentar este resultado como normal (TUSA, 2005; GANANÇA et al., 2010).

A tontura foi o sintoma associado à disfunção vestibular mais relatado pelos

idosos. Entre outros sintomas mais prevalentes encontrou-se: instabilidade postural,

ansiedade, hipersensibilidade a sons, zumbido, redução da memória e

concentração, e outros. Tais achados assemelham-se àqueles de Sousa et al.

(2011), que analisaram uma amostra de idosos vestibulopatas muito semelhante à

deste estudo, mas diferem daqueles de Prezotto et al. (2010), que encontraram a

redução da memória como principal sintoma referido por idosos vestibulopatas,

82

embora o grupo de idosos estudado tenha sido muito pequeno. Ainda, sabe-se que

as afecções vestibulares provocam maior instabilidade postural e podem

desencadear outros sintomas associados (HORAK, 2006; MOCHIZUKI; AMADIO,

2006).

O equilíbrio corporal avaliado pelo teste funcional DGI mostrou 65,30% da

amostra aqui investigada apresentando menor risco de queda, corroborando os

resultados de Gazzola et al. (2006a) e de Marchetti et al. (2008), mas, contrariando

aqueles de Sousa et al. (2011), os quais revelaram que 62,00% dos idosos

vestibulopatas apresentavam maior risco de queda. Não se identificou até o

momento, nenhuma explicação plausível para esta diferença nos resultados, a não

ser o tamanho da amostra que, na investigação de Sousa, foi menor que a deste

estudo. Acrescente-se que a população desta pesquisa era mais independente, se

considerarmos até o critério de inclusão deambulação independente, além do fato de

que estes pacientes procuram livremente o laboratório para seu tratamento, o que

mostra sua maior independência funcional.

Na posturografia realizada por meio da BRU®, os achados quanto aos valores

da área do limite de estabilidade (131,56 ± 63,18) são semelhantes aos de Cotini

(2010), que também avaliou idosos vestibulopatas, aos de Gazzola (2010) que

realizou um estudo com idosos vestibulopatas caidores e não caidores em

comparação com um grupo controle; e ao de Suarez et al. (2001), que avaliaram

dois grupos de pacientes, um controle e outro com vestibulopatias de origem central,

e observaram um limite de estabilidade maior no grupo controle e menor no grupo

de vestibulopatas.

Em relação à área do centro de pressão (COP) e a velocidade de oscilação

corporal (VOC), os achados do presente estudo foram diferentes daqueles de

Gazzola (2010), em relação ao grupo de vestibulopatas caidores, pois os resultados

aqui obtidos em relação à área do COP nas condições sensoriais 1, 2, 5, 6 e 10

mostraram valores maiores para esta variável e valores menores em outras

condições sensoriais e na VOC.

No estudo de Suarez et al. (2003) com idosos vestibulopatas de origem

central, foram avaliadas a área do COP e a VOC através de uma plataforma que

mensura online os parâmetros da área do COP e a VOC, sendo analisadas duas

condições sensoriais diferentes: (1) posição ereta com olhos abertos; (2) posição

83

ereta com olhos abertos e com estímulos optocinéticos, no sentido horário e anti-

horário a uma velocidade angular de 65 graus/segundo. Os autores observaram

média de 7,6 cm2 de área do COP e 3,17 cm/s de velocidade de oscilação corporal.

Em outra pesquisa, Suarez et al. (2008) avaliaram nos idosos com doenças do SNC

a área do COP e a VOC, parâmetros para avaliar o controle postural diante das

mudanças de luminosidade nos estímulos visuais a partir de um quadro móvel

(estímulos optocinéticos) até a parada súbita do fluxo visual. Na pesquisa de todos

esses autores, a área do COP e a VOC aumentou após a parada súbita dos

estímulos, e este aumento se assemelhou ao limite de estabilidade desses

pacientes, provavelmente devido a fatores do controle ou ajuste postural em

consequência das disfunções cerebrovasculares que estes pacientes apresentavam.

Por tudo isso, percebe-se que não há um padrão estabelecido de valores

normais para a área do COP e para a VOC; o que os estudos em sua maioria

demonstram é que, em relação ao grupo controle, estes valores são maiores, ou

seja, estes idosos apresentam maior instabilidade postural, de tal modo que, quanto

maior a área do COP e a VOC, pior o controle postural. Nos estudos de Suarez et al.

(2003, 2008), observou-se que o estímulo visual desencadeou pior desempenho nos

testes. Assim como neste estudo, Gazzola (2010) avaliou a área do COP e a VOC

pelo mesmo instrumento e encontrou diferenças nos resultados, mostrando que

idosos tiveram um melhor desempenho na área do COP em algumas condições

sensoriais, e na VOC, apesar de serem pacientes que freqüentavam um ambulatório

de origem hospitalar. E não foi encontrada uma explicação para o pior desempenho

dos achados deste estudo nas condições sensoriais 1, 2, 5, 6 e 10, visto que

também são condições de estímulos optocinéticos.

Os achados desta pesquisa quanto à capacidade funcional avaliada pelo

instrumento BOMFAQ, concordam com os achados da pesquisa de Marin et al.

(2008), que avaliaram idosos através de um inquérito domiciliar, os quais foram mais

independentes em relação ao presente estudo. Entretanto, os presentes resultados

são diferentes de outros, pois, a maioria (54,70%) dos idosos aqui avaliada relatou

de uma a três atividades comprometidas, enquanto outros estudos com idosos em

ambiente hospitalar encontraram mais pacientes dependentes e com sete ou mais

atividades comprometidas (GAZZOLA, 2005; ARATANI et al., 2006). Essas

diferenças quanto ao grau de dependência influencia na capacidade funcional dos

84

idosos, de tal forma que, pacientes idosos que freqüentam ambientes ambulatoriais

hospitalares são mais dependentes do que idosos da comunidade

Neste estudo foram investigados os fármacos (ou princípios ativos) contidos

nas formulações medicamentosas utilizadas pelos idosos, situação que difere

daquela da maior parte de outros estudos, que avaliaram apenas os medicamentos

(GAZZOLA et al., 2006a; MARTINS et al., 2007; MARIN et al., 2008; OLIVEIRA et

al., 2009). Neste sentido, pode haver diferenças, mesmo que pequenas, quanto à

prevalência de uso de medicamentos, quando se compara os resultados desta

pesquisa com aqueles já citados na literatura. Ressalte-se que tais resultados

referem-se aos fármacos, fato pouco comum na literatura científica pesquisada.

A presente investigação concordou com a média de medicamentos

consumidos pelos idosos de uma unidade de saúde, estudados por Marin et al.

(2008), mas diferiu dos resultados de Locatelli (2007) com pacientes idosos

hospitalizados e que recebiam uma média diária maior de medicamentos, e de

Martins et al. (2007), com idosos da comunidade sem queixas e com um consumo

médio menor. Os achados desta pesquisa também discordaram do estudo de Sousa

et al. (2011), que encontraram 30,00% dos pacientes idosos vestibulopatas fazendo

uso de 5 ou mais medicamentos. Essas discordâncias podem ser, em parte, devido

ao fato de, neste presente, terem sido estudados os fármacos, diferentemente de

outras pesquisas, que avaliaram os medicamentos, e/ou, também, pelo fato de que

os pacientes idosos de Locatelli pertenciam a uma enfermaria geriátrica e, por isso,

talvez, apresentassem maior número de comorbidades, e dos pacientes de Martins

et al. (2007) serem idosos da comunidade que, por freqüentavam grupos de terceira

idade, poderiam ser mais saudáveis, já que devem receber mais atenção e cuidados

relativos à prevenção de doenças.

A maioria dos fármacos utilizados pelos idosos desta pesquisa eram aqueles

com ação sobre o aparelho cardiovascular, seguidos dos fármacos com ação sobre:

o aparelho digestivo e metabolismo; os órgãos dos sentidos; o sistema

musculoesquelético, entre outros. Esses achados concordam com os estudos de

Costa et al. (2004), Oliveira et al. (2009) e Galato et al. (2010). Todavia, esses

resultados diferem daqueles de Gazzola (2005), que encontrou entre os

medicamentos mais prevalentes aqueles com ação sobre o sistema

85

musculoesquelético, provavelmente porque os idosos de sua pesquisa eram

pacientes provenientes de um ambulatório hospitalar.

Entre os grupos de fármacos mais prevalentes estavam os hipolipemiantes;

os bifosfonatos e associações; os inibidores da ECA (enzima conversora da

angiotensina); os diuréticos; a insulina, e os antidiabéticos orais. Por outro lado,

Oliveira et al. (2009) avaliaram prescrições médicas de quatro unidades básicas de

saúde e encontraram os hipotensores e os diuréticos como os medicamentos mais

prescritos. Também, em seu estudo com idosos da comunidade inseridos em um

programa de saúde da família, Galato et al. (2010) encontraram os anti-

hipertensivos, diuréticos, antiagregantes plaquetários, antidiabéticos, e

medicamentos de ação central como os medicamentos mais consumidos. E numa

revisão da literatura, Haddad et al. (2009) apontaram que os medicamentos mais

consumidos por idosos são os anti-hipertensivos, diuréticos, analgésicos,

antiinflamatórios, ansiolíticos e vitaminas. Desta forma, os resultados deste estudo

diferem parcialmente desses achados descritos na literatura. Nota-se uma

prevalência maior nos estudos de medicamentos para o sistema cardiovascular e

digestivo/metabólico, corroborando os achados do presente estudo no que se refere

à prevalência de comorbidades de origem cardiovascular, digestiva e metabólica.

Sale et al. (2011) avaliaram idosos da comunidade, de 65 a 88 anos, e

avaliaram a aderência ao tratamento com bifosfonatos e medicamentos para

osteoporose nestes pacientes, que haviam sofrido de fraturas de membros

inferiores. Os resultados mostraram que, apesar de um quarto desses idosos

apresentarem alto risco de novas fraturas, a adesão ao tratamento medicamentoso

dos mesmos foi baixa, por não considerarem um problema permanente, e pela falta

de informação suficiente sobre o motivo da ingestão de tais medicamentos.

De qualquer modo, toda terapêutica que envolve o uso de medicamentos tem

um risco implícito de interações medicamentosas e reações adversas. Um paciente

que possui várias comorbidades, muito provavelmente necessita receber vários

medicamentos e, portanto, tem maior chance de fazer interações farmacológicas, as

quais podem resultar tanto em mais benefícios terapêuticos, como em mais reações

adversas e/ou efeitos colaterais.

O presente estudo corroborou os achados de Locatelli (2007) e de Passarelli

e Jacob Filho (2007), os quais encontraram a maioria dos pacientes de uma

86

enfermaria geriátrica, apresentando reações adversas a medicamentos; mas

discordou do trabalho de Moura et al. (2007), que encontraram um quinto de sua

amostra de idosos realizando interações medicamentosas, apesar de terem avaliado

as prescrições médicas de um hospital universitário de grande porte. Locatelli (2007)

relatou, ainda, que os medicamentos comumente envolvidos nas potenciais

interações medicamentosas relevantes são aqueles usados no cotidiano do manejo

de pacientes com doenças crônicas. Neste sentido, esta pesquisa envolvendo as

possíveis interações farmacológicas mais freqüentes em idosos vestibulopatas pode

contribuir na tomada de decisões terapêuticas.

Este estudo encontrou associação significante entre a quantidade de

fármacos e a baixa escolaridade dos idosos vestibulopatas, corroborando os

achados de Galato et al. (2010), que encontraram associação significante entre

polimedicação e baixa escolaridade entre idosos da comunidade que estavam

inseridos em um programa de Saúde da Família.

Houve associação entre a quantidade de fármacos e: as comorbidades; entre

os grupos de doenças endócrinas/nutricionais e ou metabólicas; e as doenças do

sistema nervoso; entre os grupos farmacológicos contendo fármacos para o

aparelho cardiovascular, aparelho digestivo e metabolismo, órgãos dos sentidos,

sistema musculoesquelético, sistema nervoso e o sistema hormonal. Em

concordância, Haddad et al. (2009) descreveram que as doenças do aparelho

circulatório, os distúrbios nutricionais e endócrinos, e os transtornos mentais são

encontrados com maior freqüência nos idosos e requerem tratamento farmacológico;

os medicamentos para tratar os sinais e sintomas cardiovasculares e os

psicotrópicos são causas importantes de reações adversas em idosos. Da mesma

forma, Lucchetti et al. (2010) mostraram significância estatística entre a polifarmácia

e os fármacos para o sistema cardiovascular, gastrintestinal e metabolismo, em uma

população de idosos institucionalizados de um hospital geriátrico de convalescentes.

Também houve associação entre os sintomas ansiedade e vômitos

associados às afecções vestibulares e a quantidade de fármacos utilizada pelos

idosos. Segundo Ganança et al. (2008), esses sintomas são comumente relatados

entre os vestibulopatas em consultas de rotina. Realmente, Ganança et al. (2007)

observaram ansiedade como efeito adverso à medicação antivertiginosa utilizada

por pacientes idosos ambulatoriais com doença de Menière. Ainda, Rozenfeld et al.

87

(2009) encontraram náuseas, vômitos e alterações visuais entre os sinais e sintomas

de efeitos adversos a medicamentos ou intoxicações descritos em prontuários com

pacientes de 15 anos ou mais internados por dois ou mais dias, de um hospital geral

de grande porte. Ressalte-se que os resultados encontrados no presente estudo

podem estar associados aos efeitos de interações farmacológicas, visto que houve

associação também entre a quantidade de fármacos utilizadas e a ocorrência

dessas interações; contudo, não se pode afirmar que estes sejam efeitos

provocados pelas interações farmacológicas, visto que também são sintomas

associados a vestibulopatias.

Foi observada associação significante entre a quantidade de fármacos e a

capacidade funcional dos idosos, mais especificamente no que se refere ao número

de quatro a seis atividades de vida diárias comprometidas; tais resultados

corroboram os achados de Lucchetti et al. (2010), que avaliaram a

polifarmacoterapia em idosos institucionalizados de um hospital geriátrico de

convalescentes, por meio da escala de atividades básicas de vida diária (escala de

Katz, que avalia o grau de dependência de idosos), sendo que a maioria deles

apresentou dependência parcial ou total.

Observou-se correlação negativa estatisticamente significante entre a

quantidade de fármacos e o DGI, ou seja, quanto maior a quantidade de fármacos

utilizada, menor a pontuação no DGI e maior o risco de quedas.

Utilizando o instrumento TUGT (Timed Up and Go Test) modificado e o teste

de apoio unipodálico, Martins et al. (2007) avaliaram a mobilidade e o equilíbrio

corporal de idosos com os tipos de medicamentos, encontraram uma relação

estatisticamente significante direta com o TUGT e uma relação inversa com o apoio

unipodálico, ou seja, quanto mais medicamentos consumidos, maior o tempo para

realizar o TUGT e menor o tempo de permanência em apoio unipodal; esses

resultados apontaram para uma maior dependência na mobilidade para a realização

da atividades de vida diária (AVDs), e pior equilíbrio corporal. Ainda, os autores

observaram que os medicamentos anticoagulantes foram aqueles que mais

influenciaram neste pior desempenho dos idosos no TUGT, e que os idosos que

consumiam hipolipemiantes, hipoglicemiantes e fitoterápicos foram incapazes de

realizar o teste de apoio unipodálico.

88

No estudo de Gazzola et al. (2006b), usando a Berg Balance Scale (BBS),

outro teste para avaliar o equilíbrio corporal, foi demonstrada associação significante

entre a pontuação total do BBS e o número de doenças em idosos; a pontuação da

BBS foi menor (indicativo de pior desempenho), quanto maior o número de doenças.

A mesma relação foi encontrada quanto ao número de medicamentos consumidos,

ou seja, aqueles idosos que utilizavam maior quantidade de medicamentos foram os

que apresentaram pior desempenho no teste. Os medicamentos para os sistemas

cardiovascular e nervoso foram os mais referidos pelos idosos que apresentaram

pior desempenho no teste.

Em adição, houve correlação significante entre a quantidade de fármacos

utilizada e a área de deslocamento do centro de pressão nas condições sensorias

da BRU 1 (superfície firme, olhos abertos, sem estímulo), 4 (superfície firme,

estímulo sacádico) e 7 (superfície firme, barras, estímulo optocinético para baixo). A

condição sensorial 1 é a primeira condição do teste a que o indivíduo se expõe, ou

seja, pode-se inferir que os idosos estejam se adaptando a esta nova situação,

assim como na condição 4, quando há início dos estímulos de conflito visual e visuo-

vestibular, gerando maior instabilidade nos paciente; na condição 7, quando o

paciente já recebeu outros estímulos, o que mudou foi a direção dos mesmos.

Por fim, houve associação significante entre a ocorrência de interações

farmacológicas e a quantidade de fármacos utilizada pelos idosos (p=0,001). Sobre

isso, Haddad et al. (2009) também descreveram que as interações medicamentosas

estão diretamente relacionadas à quantidade de medicamentos prescritos e à

vulnerabilidade dos pacientes idosos, explicada pelas conseqüências do

envelhecimento anatomofisiológico do organismo desses indivíduos.

Assim, o presente estudo demonstrou que a utilização concomitante de vários

fármacos influencia a capacidade funcional e o equilíbrio corporal dos idosos

vestibulopatas. Entretanto, é necessário salientar os limites da pesquisa, que não

avaliou os efeitos terapêuticos e clínicos das interações propriamente ditas nos

idosos vestibulopatas, entre outros aspectos, a serem investigados em futuros

estudos. De todo modo, tais resultados sugerem uma maior atenção nas prescrições

medicamentosas para idosos vestibulopatas e indicam a necessidade de maior

racionalização no uso de medicamentos por esta população.

89

7 CONCLUSÃO

Este estudo sobre a influência de fármacos em idosos vestibulopatas concluiu

que:

Os idosos não alfabetizados ingeriam maior quantidade de fármacos.

Os idosos que apresentavam mais comorbidades ingeriam maior quantidade de

fármacos.

Os idosos que ingeriam maior quantidade de fármacos apresentavam doenças

endócrino/metabólicas/nutricionais e doenças do sistema nervoso

Os idosos que ingeriam maior quantidade de fármacos apresentavam os sintomas

ansiedade e vômitos associados a vestibulopatias.

Os idosos que relataram dificuldade em 4 a 6 tarefas nas atividades de vida

diárias ingeriam maior quantidade de fármacos.

Os idosos que apresentavam menor pontuação no DGI e, conseqüentemente,

maior risco de quedas, ingeriam maior quantidade de fármacos.

Idosos que ingeriam maior quantidade de fármacos apresentaram maior

quantidade de interações farmacológicas.

Portanto, apesar de algumas limitações do estudo, o uso de fármacos em

maior quantidade influencia o equilíbrio corporal e a capacidade funcional de idosos

vestibulopatas.

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Stockholm, v. 123, n. 2, p. 143-147, jan. 2003. SUAREZ, H. et al. Postural strategies in normal subjects and in patients with instability due to central nervous system diseases after sudden changes in the visual flow. Acta Oto-Laryngologica, Stockholm, v. 128, n. 4, p. 398-403, apr. 2008. The SPSS Statistical package for the social sciences: base user's guide

[computer program]. Version 10.0. Chicago: SPSS; 1999. TIENSOLI, L. O.; COUTO, E. R.; MITRE, E. I. Fatores associados à vertigem ou tontura em indivíduos com exame vestibular normal. Revista CEFAC, São Paulo,

v. 6, n. 1, p. 94-100, jan./mar. 2004. TUSA, R. J. Bedside assessment of dizzy patient. Neurologic Clinics, v. 23, n. 3,

p. 655-673, aug. 2005. Disponível em: <http://www.neurologic.theclinics.com/>. Acesso em: 04 de agosto de 2011. WHITNEY, S. L.; MARCHETTI, G. F.; SCHADE, A. L. The relationship between falls history and computerized dynamic posturography in persons with balance and

99

vestibular disorders. Archives Physical Medicine and Rehabilitation, Philadelphia,

v. 87, n. 3, p. 402-407, march. 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) Classification Index. WHO Collaborating Center for Drug Statistics Methodology.

Disponível em: <http://www.whocc.no/atc_ddd_index/>. Acesso em 01 ago. 2010a. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Desafios de uma população em processo de envelhecimento. In: Organização Pan Americana da Saúde - OPAS / WHO - World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília, 2005a.

cap. 4, p. 33-44. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Envelhecimento global: triunfo e desafio. In: Organização Pan Americana da Saúde - OPAS / WHO - World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília, 2005b. cap. 1, p. 8-12.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems 10th Revision Version for 2007 (CID-10);

Disponível em: <http://apps.who.int/classifications/apps/icd/icd10online/>. Acesso em 25 jul. 2010b. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Os fatores determinantes do envelhecimento ativo. In: Organização Panamericana da Saúde - OPAS / World Health Organization - WHO. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília, 2005c. cap. 3, p. 19-

32.

100

APÊNDICES

101

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Efeitos dos medicamentos sobre o equilíbrio corporal e a

capacidade funcional de idosos vestibulopatas

A(O) sra.(sr.) está sendo convidada(o) a participar desta pesquisa que tem

como finalidade avaliar a influência de medicamentos sobre o equilíbrio corporal e

capacidade funcional de idosos vestibulopatas.

Ao participar deste estudo a(o) sra.(sr.) permitirá que as pesquisadoras

responsáveis pelo projeto verifique os medicamentos utilizados diariamente assim

como possíveis interações entre estes medicamentos e a sua influência no seu

equilíbrio corporal e na sua capacidade funcional. A(O) sra.(sr.) tem liberdade de se

recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da

pesquisa, sem qualquer prejuízo. Sempre que quiser poderá pedir mais informações

sobre a pesquisa através do telefone das pesquisadoras responsáveis pelo projeto

e, se necessário, através do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa, todos abaixo

relacionados.

Sobre as entrevistas: será realizada com a(o) sra.(sr.) uma entrevista a

respeito dos seus dados sociais, clínicos e quanto a sua capacidade de realizar as

atividades de vida diária, como: ir ao supermecado, tomar banho e outras, e serão

também realizados testes para avaliação do seu desempenho em relação ao

equilíbrio corporal.

Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações

legais. Os testes de equilíbrio poderão desencadear alguns sinais e sintomas que

a(o) sra.(sr.) já sentiu. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos

Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos, conforme Resolução no.

196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados

oferece riscos à sua dignidade e integridade física.

Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são

estritamente confidenciais. Somente a pesquisadora e respectiva orientadora terão

conhecimento dos dados.

102

Benefícios: ao participar desta pesquisa a(o) sra.(sr.) não terá nenhum

benefício direto. Entretanto, esperamos que este estudo traga informações

importantes sobre as interações medicamentosas e o equilíbrio corporal e

capacidade funcional dos idosos vestibulopatas, de forma que o conhecimento que

será gerado a partir desta pesquisa possa alertar os clínicos quanto às possíveis

conseqüências da prescrição de múltiplos medicamentos sobre o equilíbrio corporal,

o que no futuro poderá amenizar esse risco para todos os idosos vestibulopatas,

Pagamento: a(o) sra.(sr.) não terá nenhum tipo de despesa para participar

desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação.

As informações obtidas nos questionários serão analisadas pelas

pesquisadoras do estudo, e os resultados obtidos serão divulgados de forma coletiva

com outros resultados, sendo que os participantes não serão identificados. Os

resultados serão futuramente divulgados em Congressos Científicos e publicados

em Periódicos Científicos.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre

para participar desta pesquisa. Para isso, solicitamos a gentileza de preencher a

informação abaixo.

___________________________________________________________________

Confirmo que recebi cópia deste Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos

resultados a serem obtidos neste estudo. Só assine esse termo se realmente estiver

esclarecido.

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida,

manifesto meu consentimento em participar da pesquisa

...............................................................................................................

Nome, RG e Assinatura do Participante da Pesquisa

...............................................................................................................

Nome, RG e Assinatura da Pesquisadora

103

Qualquer dúvida ou esclarecimento entrar em contato com:

Pesquisadora: Priscilla Lassi Lozano de Faria Leocádio

RG: .........................

Fone: (11) 95977620

Orientadora: Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino

RG: .........................

Fone: (11) 7234-5342

Co-orientadora: Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola

RG: .........................

Fone: (11) 9998-7578

Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos: (11) 2972-9000

E-mail da Comissão de Ética: [email protected]

São Paulo, ............... de ....................................... de 20...........

104

APÊNDICE B

COMPLEMENTO DA FICHA DE AVALIAÇÃO DO SETOR

NOME COMPLETO:...................................................................................................... DATA DE NASCIMENTO:....................................... FONE: .........................................

INFORMAÇÕES FARMACOLÓGICAS

ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA

NOME GENÉRICO OBSERVAÇÕES

105

ANEXOS

106

ANEXO A

PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

107

ANEXO B

FICHA DE AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA

Avaliação Fisioterapêutica do Equilíbrio Corporal - Protocolo de Pesquisa

IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Data de Nascimento: Idade:

Pesquisador responsável:

Docente responsável:

Telefone:

Data de avaliação:

ANAMNESE E EXAME FÍSICO

1. Condição sociodemográfica

a. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

b. Faixa Etária:

( ) 60-64 anos ( ) 65-69 anos ( ) 70 a 74 ( ) 75-79 ( ) 80 ou mais

c. Escolaridade:

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Analfabeto

2. Queixa Principal

3. Aspectos Clínicos

a. IMC: Peso: ______kg Altura: _____cm

b. PA: Decúbito Dorsal: Ortostatismo:

c. ( ) Uso de Lentes Corretivas

d. ( ) Audição Normal ( ) Hipoacusia ( ) Uso de Aparelho Auditivo

e. ( ) Alterações Metabólicas

f. ( ) Hipertensão () Hipotensão Postural

g. ( ) Doença Osteomuscular

h. ( ) Doença do Aparelho Circulatório

i. ( ) Doença do Aparelho Respiratório

j. ( ) Doença do Aparelho Digestivo

108

k. ( ) Doença do Sistema Nervoso

l. ( ) Doença do Olho e anexos

m. ( ) Transtornos Mentais

n. ( ) Neoplasias

o. ( ) Uso de órtese

p. ( ) Deambulação Independente

q. Outros dados:

r. Percepção Subjetiva da Visão:

a. Péssima ou Ruim ( ) b. Boa ( ) c. Excelente ( )

4. Medicamentos

4.1 Medicamentos em uso

5. Disfunção vestibular

5.1 Diagnóstico / Ano

5.2 Sintomas relacionados À disfunção vestibular (presente ou ausente e Fator desencadeante)

a. ( ) Tontura:

b. ( ) Cinetose:

c. ( ) Cefaléia:

d. ( ) Sensação de desmaio iminente:

e. ( ) Instabilidade postural:

f. ( ) Ansiedade:

g. ( ) Náusea:

h. ( ) Vômito:

i. ( ) Escurecimento da visão:

j. ( ) Distúrbio do sono:

k. ( ) Zumbido:

109

l. ( ) Perda auditiva:

m. ( ) Sensação de pressão no ouvido:

n. ( ) Quedas:

o. ( ) Distúrbio da memória e da concentração:

p. ( ) Hipersensibilidade a sons

q. ( ) Sudorese / palidez / taquicardia

r. ( ) Oscilopsia

5.3 Caracterização da tontura

a. Tempo de início da tontura:

( ) de 3 a 6 meses ( ) de 7 a 11 meses ( ) de 1 a 2 anos ( ) de 3 a 4 anos ( ) mais de 5 anos

b. Tipo de Tontura:

( ) Tontura rotatória ( ) Tontura não rotatória ( ) Ambas

c. Tipo da tontura rotatória:

( ) Subjetiva ( ) Objetiva ( ) Ambas ( ) Não afere

d. Duração da tontura:

( ) Dias ( ) Horas ( ) Minutos ( ) Segundos

e. Periodicidade da tontura:

( ) Esporádica ( ) Mensal ( ) Semanal ( ) Diária

110

f. Escala Visual Analógica: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

g. Posições ou Atividades relacionadas à Tontura ( ) Levantando da posição deitada ( ) Virando a cabeça ( ) Virando o corpo a partir da posição sentada ou em pé ( ) Levantando da posição sentada ( ) Andando ( ) Quando ansioso ( ) Cabeça em posição específica ( ) Sentado parado ( ) Mudando de posição na cama ( ) Durante exercício ( ) Deitado de um lado

5.4 Caracterização da Queda

a. Queda nos últimos seis meses: ( ) Nenhuma ( ) uma ( ) duas ou mais

b. Medo de queda: ( ) Sim ( ) Não

c. Se queda houve restrição das atividades: ( ) Sim ( ) Não

d. Quais atividades? ( ) Atividade Física ( ) Atividade Instrumental ( ) Ambas

e. Direção da Queda:

( ) Anterior

( ) Lateral esquerda

( ) Não sabe relatar

( ) Lateral direita

( ) Retropulsão

6. Atividade Física

f. Realiza alguma modalidade esportiva: ( ) Não ( ) Sim

g. Freqüência / Semana:

h. Modalidade:

i. Dificuldade:

7. Marcha (velocidade, desvio, base de sustentação, Time up go test)

8. Teste de MMII / Teste de Fukuda

111

Teste Clínico de Interação Sensorial

Clinical Test of Sensory Interaction and Balance (Shumway-Cook; Horak, 1986).

Condição 1 Condição 2 Condição 3 Condição 4 Condição 5 Condição 6

OA/SF OF/SF CV/SF OA/SI OF/SI CV/SI

Descalço /

Pés unidos

30 seg.

T= T= T= T= T= T=

N ( ) N ( ) N ( ) N ( ) N ( ) N ( )

A ( ) A ( ) A ( ) A ( ) A ( ) A ( )

Observações:

Avaliação da Capacidade Funcional

Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire - BOMFAQ (Ramos et al., 1993).

SEM DIFICULDADE

COM DIFICULDADE

POUCA MUITA

Deitar/Levantar da cama

Comer

Pentear cabelo

Andar no plano

Tomar banho

Vestir-se

Ir ao banheiro em tempo

Subir escada (1 lance)

Medicar-se na hora

Andar perto de casa

Fazer compras

Preparar refeições

Cortar unhas dos pés

Sair de condução

Fazer limpeza de casa

TOTAL

Outras atividades:

112

Escala de Equilíbrio Berg

Berg Balance Scale – BBS (Berg et al., 1989; Miyamoto et al., 2004).

DESCRIÇÃO DOS ITENS Pontuação total (0 - 4)

1. Sentado para em pé ________

2. Em pé sem apoio ________

3. Sentado sem apoio ________

4. Em pé para sentado ________

5. Transferências ________

6. Em pé com os olhos fechados ________

7. Em pé com os pés juntos ________

8. Reclinar à frente com os braços estendidos ________

9. Apanhar objeto do chão ________

10. Virando-se para olhar para trás ________

11. Girando 360 graus ________

12. Colocar os pés alternadamente sobre um banco ________

13. Em pé com um pé em frente ao outro ________

14. Em pé apoiado em um dos pés ________

1. SENTADO PARA EM PÉ INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte. ( ) 4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente ( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos ( ) 2 capaz de permanecer em pé usando as mão após várias tentativas ( ) 1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar ( ) 0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé 2. EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada. Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sentada sem suporte. Siga diretamente para o item 4. ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos ( ) 3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte ( ) 1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte ( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência 3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS, MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO

INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos. ( ) 4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos ( ) 3 capaz de sentar com por 2 minutos sob supervisão ( ) 2 capaz de sentar durante 30 segundos ( ) 1 capaz de sentar durante 10 segundos ( ) 0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos

113

4. EM PÉ PARA SENTADO

INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se. ( ) 4 senta com segurança com o mínimo uso das mão ( ) 3 controla descida utilizando as mãos ( ) 2 apóia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida ( ) 1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada ( ) 0 necessita de ajuda para sentar 5. TRANSFERÊNCIAS

INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama) ( ) 4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos ( ) 3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente ( ) 2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão ( ) 1 necessidade de assistência de uma pessoa ( ) 0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança 6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos ( ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos ( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanecer em pé ( ) 0 necessidade de ajuda para evitar queda 7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS INSTRUÇÕES: Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar ( ) 4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto ( ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos ( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos

8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS EXTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ

INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior distância possível. (o examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.) ( ) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25cm (10 polegadas) ( ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5cm (5 polegadas) ( ) 2 capaz de alcançar acima de 5cm (2 polegadas) ( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão ( ) 0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidade de suporte externo 9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ INSTRUÇÕES: Pegar um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés ( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança ( ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão ( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5cm (1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente ( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta ( ) 0 incapaz de tentar / necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

114

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO

INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar um objeto para olhar e colocá-lo atrás do sujeito para encorajá-lo a realizar o giro. ( ) 4 olha para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada ( ) 3 olha para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso ( ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio ( ) 1 necessita de supervisão ao virar ( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda 11. VIRAR EM 360 GRAUS

INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Fazer o mesmo na outra direção ( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos ( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4 segundos ou menos ( ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente ( ) 1 necessita de supervisão ou orientação verbal ( ) 0 necessita de assistência enquanto vira 12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEDGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ E SEM APOIO

INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes. ( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos ( ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos ( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão ( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência ( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar 13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE

INSTRUÇÕES: (DEMOSTRAR PARA O SUJEITO) Colocar um pé diretamente em frente do outro. Se você perceber que não pode colocar o pé diretamente na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça a frente do dedo de seu outro pé. (Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder o comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de passo do sujeito). ( ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos ( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos ( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé 14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA

INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar ( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos ( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos ( ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais ( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente ( ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda

115

Índice de Marcha Dinâmica (Dynamic Gait Index)

DESCRIÇÃO DOS ITENS Pontuação Total (0-3)

1. Marcha em superfície plana ________

2. Mudança na velocidade da marcha ________

3. Marcha com rotação horizontal de cabeça ________

4. Marcha com rotação vertical de cabeça ________

5. Marcha e rotação ________

6. Passar por cima de um obstáculo ________

7. Andar ao redor do obstáculo ________

8. Degraus ________

1. Marcha em superfície plana Instruções: Ande em sua velocidade normal, daqui até a próxima marca (6 metros). Pontuação: Marque a menor categoria que se aplica: (3 ) Normal: Anda 6 metros, sem dispositivos de auxílio, em boa velocidade, sem evidência de desequilíbrio, marcha em padrão normal. ( 2 ) Comprometimento leve: Anda 6 metros, velocidade lenta, marcha com mínimos desvios, ou utiliza dispositivos de auxílio à marcha. ( 1 ) Comprometimento moderado: Anda 6 metros, velocidade lenta, marcha em padrão anormal, evidência de desequilíbrio. ( 0 ) Comprometimento grave: Não consegue andar 6 metros sem auxílio, grandes desvios da marcha ou desequilíbrio. 2. Mudanças na velocidade da marcha Instruções: comece a andar na sua velocidade normal (durante 1.5 m), e quando eu disser 'agora', ande o mais rápido possível que puder por mais 1.5 m. Quando eu disser 'devagar', ande o mais lentamente que conseguir (1.5 m). Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica. ( 3 ) Normal: Capaz de mudar a velocidade da marcha de forma uniforme, sem perda de equilíbrio ou desvio da marcha. Mostra uma diferença significativa nas velocidades entre o normal, o rápido e o lento. ( 2 ) Comprometimento mínimo: Consegue mudar a velocidade mas demonstra desvios mínimos da marcha, ou não há desvios, mas ele é incapaz de obter uma mudança significativa na velocidade ou utiliza um acessório. ( 1 ) Comprometimento moderado: Realiza somente pequenos ajustes na velocidade da marcha, ou apresenta uma alteração com importantes desvios, ou alterada a velocidade associada a desvios significativos da marcha, ou altera a velocidade com perda do equilíbrio, mas é capaz de recuperá-la e continuar andando. ( 0 ) Comprometimento severo: Não consegue mudar a velocidade ou perde o equilíbrio e procura apoio na parede ou tem que ser pego. 3. Marcha com rotação horizontal da cabeça

Instruções: Comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser 'olhe para a direita', continue andando reto, mas vire a cabeça para a direita. Continue olhando para o lado direito até que eu diga 'olhe para a esquerda', então continue andando reto e vire a cabeça para a esquerda. Mantenha a cabeça nesta posição até que eu diga 'olhe para frente', então continue andando reto, mas volte a sua cabeça para a posição central. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica. ( 3 ) Normal: Executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança na marcha.

116

( 2 ) Comprometimento mínimo: Executa rotações uniformes da cabeça, com uma ligeira mudança na velocidade da marcha (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme da marcha ou usa um acessório para andar). ( 1 ) Comprometimento moderado: Executa rotações uniformes da cabeça, com uma moderada mudança na velocidade da marcha, começa a andar mais lentamente, vacila mas se recupera, consegue continuar andando. ( 0 ) Comprometimento severo: Executa as tarefas com interrupções severas da marcha (isto é, vacila 15o fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede). 4. Marcha com movimentos verticais da cabeça Instruções: Comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser 'olhe para cima', continue andando reto, mas incline a cabeça para cima. Continue olhando para cima até que eu diga 'olhe para baixo', então continue andando reto e vire a cabeça para baixo. Mantenha a cabeça nesta posição até que eu diga 'olhe para frente', então continue andando reto mas volte a sua cabeça para a posição central. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica ( 3 ) Normal: Executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança na marcha. ( 2 ) Comprometimento mínimo: Executa as tarefas com uma ligeira mudança na velocidade da marcha (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme da marcha ou usa um acessório para andar). ( 1 ) Comprometimento moderado: Executa as tarefas com uma moderada mudança na velocidade da marcha, começa a andar mais lentamente, vacila mas se recupera, consegue continuar andando. ( 0 ) Comprometimento severo: Executa as tarefas com interrupções severas da marcha (isto é, vacila 15o fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede). 5. Marcha e rotação Instruções: Comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “vire-se e pare”, vire o mais rápido que puder para a direção oposta e pare. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica. ( 3 ) Normal: Consegue virar com segurança dentro de 3 segundos e pára rapidamente, sem nenhuma perda do equilíbrio. ( 2 ) Comprometimento mínimo: Consegue virar com segurança < 3 segundos e pára sem nenhuma perda do equilíbrio. ( 1 ) Comprometimento moderado: Vira lentamente, precisa de dicas verbais, precisa dar vários passos curtos para recuperar o equilíbrio após virar ou parar. ( 0 ) Comprometimento severo: Não consegue girar com segurança, precisa de ajuda para virar e parar. 6. Passar por cima de um obstáculo Instruções: Comece a nadar em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de sapatos, passe por cima dela (não ao redor dela) e continue andando. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica. ( 3 ) Normal: Capaz de passar por cima da caixa sem mudar a velocidade da marcha; não há evidência de desequilíbrio. ( 2 ) Comprometimento mínimo: Capaz de passar por cima da caixa, mas precisa reduzir a velocidade e ajustar os passos para ter mais segurança. ( 1 ) Comprometimento moderado: É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa parar e depois recomeçar. Pode precisar de dicas verbais. ( 0 ) Comprometimento severo: Não consegue executar sem ajuda. 7. Andar ao redor de obstáculos Instruções: Comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro cone (cerca de 1.80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao segundo (1.80 m após o primeiro), contorne-o pela esquerda. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica ( 3 ) Normal: É capaz de andar ao redor dos cones com segurança, sem mudar a velocidade da marcha; não há evidência de desequilíbrio. ( 2 ) Comprometimento mínimo: É capaz de andar ao redor de ambos os cones, mas precisa reduzir a velocidade da marcha e ajustar os passos para passar por eles. (1 ) Comprometimento moderado: É capaz de passar pelos cones, mas precisa reduzir significativamente a velocidade da marcha para realizar a tarefa. ( 0 ) Comprometimento severo: Incapaz de passar pelos cones, tropeça neles e precisa de ajuda física.

117

8. Degraus

Instruções: Suba estes degraus da maneira que você faz em casa (usando o corrimão se necessário). Quando chegar ao topo, vire e desça. Pontuação: marque a categoria inferior que se aplica ( 3 ) Normal: Alternando os pés, sem usar o corrimão ( 2 ) Comprometimento mínimo: Alternando os pés, mas precisa usar o corrimão. ( 1 ) Comprometimento moderado: Coloca os 2 pés no degrau, precisa usar o corrimão. ( 0 ) Comprometimento severo: Não consegue fazer de forma segura.

118

Posturografia – Balance Rehabilitation Unit (BRU) Limite de Estabilidade (LOS): _____________

ÁREA DE ELIPSE (COP)

VELOCIDADE DE OSCILAÇÃO

Condição 1: superfície firme

Olhos abertos

Condição 2: superfície firme olhos fechados

Condição 3: superfície instável

Olhos fechados

Condição 4: superfície firme Estímulos Sacádico

Condição 5: superfície firme

Estímulo optocinético (direita)

Condição 6: superfície firme Estímulo optocinético (esquerda)

Condição 7: superfície firme

Estímulo optocinético (p/ cima)

Condição 8: superfície firme Estímulo optocinético (p/ baixo)

Condição 9: superfície firme

Interação visuo-vestibular 1

Condição 10: superfície firme Interação visuo-vestibular 2

Observações Relevantes:

119

ANEXO C

Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire –

BOMFAQ” (RAMOS, 1993)

Agora eu gostaria de perguntar sobre algumas atividades e tarefas do seu dia a dia. Estamos interessados em saber se o (a) sr (a) consegue fazer estas atividades sem nenhuma necessidade de auxílio ou se precisa de alguma ajuda, ou se não consegue fazer tais atividades de forma nenhuma.

SEM

DIFICULDADE

COM DIFICULDADE NÃO SABE

NÃO

RESPONDEU POUCA MUITA

Deitar / Levantar da cama

Comer

Pentear cabelo

Andar no plano

Tomar banho

Vestir-se

Ir ao banheiro em tempo

Subir escada (1 lance)

Medicar-se na hora

Andar perto de casa

Fazer compras

Preparar refeições

Cortar unhas dos pés

Sair de condução

Fazer limpeza de casa

TOTAL

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ANEXO D

Versão Brasileira do Dynamic Gait Index (DGI)

1. Marcha em superfície plana___ Instruções: Ande em sua velocidade normal, daqui até a próxima marca (6 metros). Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: Anda 6 metros, sem dispositivos de auxílio, em boa velocidade, sem evidência de desequilíbrio, marcha em padrão normal. (2) Comprometimento leve: Anda 6 metros, velocidade lenta, marcha com mínimos desvios, ou utiliza dispositivos de auxílio à marcha. (1) Comprometimento moderado: Anda 6 metros, velocidade lenta, marcha em padrão anormal, evidência de desequilíbrio. (0) Comprometimento grave: Não conseguem andar 6 metros sem auxílio, grandes desvios da marcha ou desequilíbrio. 2. Mudança de velocidade da marcha____ Instruções: Comece andando no seu passo normal (1,5 metros), quando eu falar “rápido”, ande o mais rápido que você puder (1,5 metros). Quando eu falar “devagar”, ande o mais devagar que você puder (1,5 metros). Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: É capaz de alterar a velocidade da marcha sem perda de equilíbrio ou desvios. Mostra diferença significativa na marcha entre as velocidades normal, rápido e devagar. (2) Comprometimento leve: É capaz de mudar de velocidade mas apresenta discretos desvios da marcha, ou não tem desvios mas não consegue mudar significativamente a velocidade da marcha, ou utiliza um dispositivo de auxílio à marcha. (1) Comprometimento moderado: Só realiza pequenos ajustes na velocidade da marcha, ou consegue mudar a velocidade com importantes desvios na marcha, ou muda de velocidade e perde o equilíbrio, mas consegue recuperá-lo e continuar andando. (0) Comprometimento grave: Não consegue mudar de velocidade, ou perde o equilíbrio e procura apoio na parede, ou necessita ser amparado. 3. Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça____ Instruções: Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “olhe para a direita”, vire a cabeça para o lado direito e continue andando para frente até que eu diga “olhe para a esquerda”, então vire a cabeça para o lado esquerdo e continue andando.Quando eu disser “olhe para frente”, continue andando e volte a olhar para frente. Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: Realiza as rotações da cabeça suavemente, sem alteração da marcha. (2) Comprometimento leve: Realiza as rotações da cabeça suavemente, com leve alteração da velocidade da marcha, ou seja, com mínima alteração da progressão da marcha, ou utiliza dispositivo de auxílio à marcha. (1) Comprometimento moderado: Realiza as rotações da cabeça com moderada alteração da velocidade da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e consegue continuar a andar. (0) Comprometimento grave: Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja, cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, pára, procura apoio na parede, ou precisa ser amparado.

4. Marcha com movimentos verticais (rotação) da cabeça ____ Instruções: Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “olhe para cima”, levante a cabeça e olhe para cima. Continue andando para frente até que eu diga “olhe para baixo” então incline a cabeça para baixo e continue andando. Quando eu disser “olhe para frente”, continue andando e volte a olhar para frente. Classificação: Marque a menor categoria que se aplica. (3) Normal: Realiza as rotações da cabeça sem alteração da marcha. (2) Comprometimento leve: Realiza a tarefa com leve alteração da velocidade da marcha, ou seja, com mínima alteração da progressão da marcha, ou utiliza dispositivo de auxílio à marcha.

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(1) Comprometimento moderado: Realiza a tarefa com moderada alteração da velocidade da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e consegue continuar a andar. (0) Comprometimento grave: Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja, cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, pára, procura apoio na parede, ou precisa ser amparado. 5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô)____ Instruções: Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “vire-se e pare”, vire-se o mais rápido que puder para a direção oposta e permaneça parado de frente para (este ponto) seu ponto de partida” Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: Gira o corpo com segurança em até 3 segundos e pára rapidamente sem perder o equilíbrio. (2) Comprometimento leve: Gira o corpo com segurança em um tempo maior que 3 segundos e pára sem perder o equilíbrio. (1) Comprometimento moderado: Gira lentamente, precisa dar vários passos pequenos até recuperar o equilíbrio após girar o corpo e parar, ou precisa de dicas verbais. (0) Comprometimento grave: Não consegue girar o corpo com segurança, perde o equilíbrio, precisa de ajuda para virar-se e parar. 6. Passar por cima de obstáculo____ Instruções: Comece andando em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de sapatos, passe por cima dela, não a contorne, e continue andando. Classificação: Marque a menor pontuação que se aplica (3) Normal: É capaz de passar por cima da caixa sem alterar a velocidade da marcha, não há evidência de desequilíbrio. (2) Comprometimento leve: É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa diminuir a velocidade da marcha e ajustar os passos para conseguir ultrapassar a caixa com segurança. (1) Comprometimento moderado: É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa parar e depois transpor o obstáculo. Pode precisar de dicas verbais. (0) Comprometimento grave: Não consegue realizar a tarefa sem ajuda.

7. Contornar obstáculos___ Instruções: Comece andando na sua velocidade normal e contorne os cones. Quando chegar no primeiro cone (cerca de 1,8 metros), contorne-o pela direita, continue andando e passe pelo meio deles, ao chegar no segundo cone (cerca de 1.8 m depois do primeiro), contorne-o pela esquerda. Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: É capaz de contornar os cones com segurança, sem alteração da velocidade da marcha. Não há evidência de desequilíbrio. (2) Comprometimento leve: É capaz de contornar ambos os cones, mas precisa diminuir o ritmo da marcha e ajustar os passos para não bater nos cones. (1) Comprometimento moderado: É capaz de contornar os cones sem bater neles, mas precisa diminuir significativamente a velocidade da marcha para realizar a tarefa, ou precisa de dicas verbais. (0) Comprometimento grave: É incapaz de contornar os cones; bate em um deles ou em ambos, ou precisa ser amparado.

8. Subir e descer degraus____ Instruções: Suba estas escadas como você faria em sua casa (ou seja, usando o corrimão, se necessário). Quando chegar ao topo, vire-se e desça. Classificação: Marque a menor categoria que se aplica (3) Normal: Alterna os pés, não usa o corrimão. (2) Comprometimento leve: Alterna os pés, mas precisa usar o corrimão. (1) Comprometimento moderado: Coloca os dois pés em cada degrau; precisa usar o corrimão. (0) Comprometimento grave: Não consegue realizar a tarefa com segurança.