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Influência da profilaxia postural na qualidade de vida de pré-adolescentes Lélia Maria Santos do Nascimento De Lazzari 1 Liane Maria Vargas Barboza 2 Resumo O presente estudo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre as principais doenças relacionadas à coluna vertebral cujas dores obrigam as pessoas a assumir uma postura viciosa para aliviá-las. O estudo será complementado com uma pesquisa empírica onde serão selecionados alunos de 10 a 12 anos das 5ª séries da Escola Estadual Renné Carvalho de Amorim, em Ipanema Pontal do Paraná. Através deste estudo faremos uma comparação dos problemas posturais destes alunos, propondo a consciência corporal através de orientação postural. Fazendo também que os mesmos analisem a imagem corporal e a própria postura através de profilaxia adequada. Iremos propor as crianças que associem a boa postura com a saúde e o vigor físico e a má postura com doença e mal estar. Sabe-se que a profilaxia postural precoce acarretará em menores gastos no futuro. Deve-se considerar também que a faixa de crescimento vertebral se estende até os 15,16 anos nas meninas e nos meninos até mais ou menos 17 anos. É, portanto, até esta idade limite que o jovem precisa do máximo cuidado (FISCINGER,1984, p. 17). Não esquecendo que as condições atuais de ambiente, em que as crianças limitam-se a brincar, em pequenos espaços, em apartamentos, imobilizados na frente da televisão e dos computadores. Nas horas de lazer e ambientes poluídos graças ao progresso. Por estas mudanças ambientais apresentam problemas a prevenir e solucionar como imperativo para evitar uma degeneração do aparelho locomotor. Considerando que uma postura correta, a sua alteração evidentemente trará conseqüências não só posturais, mas também psíquicas. Sendo a profilaxia e a conscientização, os grandes segredos da prevenção a da correção. Considero importante que os educadores e seus pais conheçam os principais problemas posturais, e possam através deste aprendizado melhorar sua qualidade de vida. Os problemas de coluna e as dores nas costas são os motivos mais comuns que afastam as crianças das aulas de Educação Física e os adultos do trabalho e das atividades diárias, por isso esses fatores chamam a atenção, e são importantes para a escolha do tema: profilaxia postural. Com certeza, um grande número de crianças sofre de desconforto postural, mas não são encaminhadas para tratamento. Padrões viciosos de postura sentada devido à inadequação das carteiras escolares, tendo início em idade precoce, são difíceis de corrigir mais tarde porém se forem vistos a tempo pelos professores de educação Física, pelos médicos, enquanto são desvios de pequena intensidade que são fáceis de corrigir, por isso é melhor prevenir de que corrigir. Palavras-chave: Profilaxia postural. Qualidade de vida. Problemas de coluna. Pré- adolescentes. 1 Professora da disciplina de Educação Física da Escola Estadual prof. Renné Carvalho de Amorim, Ipanema , Pontal do Paraná, PR. Pós - graduada em Ciências do Movimento Humano (Ibepex) e em Gestão, supervisão e orientação educacional (Faculdade Baggozi). E-mail: [email protected] 2 Professora Doutora do Setor de Educação - Universidade Federal do Paraná - General Carneiro, 460 - Edifício D. Pedro I - 5º andar. CEP: 80.060-150 - Curitiba – Paraná. E-mail: [email protected] 1

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Influência da profilaxia postural na qualidade de vida de pré-adolescentes

Lélia Maria Santos do Nascimento De Lazzari1

Liane Maria Vargas Barboza2

Resumo

O presente estudo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre as principais doenças relacionadas à coluna vertebral cujas dores obrigam as pessoas a assumir uma postura viciosa para aliviá-las. O estudo será complementado com uma pesquisa empírica onde serão selecionados alunos de 10 a 12 anos das 5ª séries da Escola Estadual Renné Carvalho de Amorim, em Ipanema Pontal do Paraná. Através deste estudo faremos uma comparação dos problemas posturais destes alunos, propondo a consciência corporal através de orientação postural. Fazendo também que os mesmos analisem a imagem corporal e a própria postura através de profilaxia adequada. Iremos propor as crianças que associem a boa postura com a saúde e o vigor físico e a má postura com doença e mal estar. Sabe-se que a profilaxia postural precoce acarretará em menores gastos no futuro. Deve-se considerar também que a faixa de crescimento vertebral se estende até os 15,16 anos nas meninas e nos meninos até mais ou menos 17 anos. É, portanto, até esta idade limite que o jovem precisa do máximo cuidado (FISCINGER,1984, p. 17). Não esquecendo que as condições atuais de ambiente, em que as crianças limitam-se a brincar, em pequenos espaços, em apartamentos, imobilizados na frente da televisão e dos computadores. Nas horas de lazer e ambientes poluídos graças ao progresso. Por estas mudanças ambientais apresentam problemas a prevenir e solucionar como imperativo para evitar uma degeneração do aparelho locomotor. Considerando que uma postura correta, a sua alteração evidentemente trará conseqüências não só posturais, mas também psíquicas. Sendo a profilaxia e a conscientização, os grandes segredos da prevenção a da correção. Considero importante que os educadores e seus pais conheçam os principais problemas posturais, e possam através deste aprendizado melhorar sua qualidade de vida. Os problemas de coluna e as dores nas costas são os motivos mais comuns que afastam as crianças das aulas de Educação Física e os adultos do trabalho e das atividades diárias, por isso esses fatores chamam a atenção, e são importantes para a escolha do tema: profilaxia postural. Com certeza, um grande número de crianças sofre de desconforto postural, mas não são encaminhadas para tratamento. Padrões viciosos de postura sentada devido à inadequação das carteiras escolares, tendo início em idade precoce, são difíceis de corrigir mais tarde porém se forem vistos a tempo pelos professores de educação Física, pelos médicos, enquanto são desvios de pequena intensidade que são fáceis de corrigir, por isso é melhor prevenir de que corrigir. Palavras-chave: Profilaxia postural. Qualidade de vida. Problemas de coluna. Pré-adolescentes.

1 Professora da disciplina de Educação Física da Escola Estadual prof. Renné Carvalho de Amorim, Ipanema , Pontal do Paraná, PR. Pós - graduada em Ciências do Movimento Humano (Ibepex) e em Gestão, supervisão e orientação educacional (Faculdade Baggozi). E-mail: [email protected]

2 Professora Doutora do Setor de Educação - Universidade Federal do Paraná - General Carneiro, 460 - Edifício D. Pedro I - 5º andar. CEP: 80.060-150 - Curitiba – Paraná. E-mail: [email protected]

1

ABSTRACT

This works presents a bibliographic research about the main diseases related to the

spine and the pain caused which forces people to a bad stance trying to relieve it. 5 th

degree students from 10 to 12 years old of the Renné Carvalho de Amorim State

School will be selected to take part in a complementary empirical research at

Ipanema Pontal do Paraná. Though this research we will make a comparison of

those students’ posture and suggest corporal conscience though a corporal

guidance. We will also make them analyze their self corporal image and posture

through a proper prophylaxis. The students will be taught to associate good stance

with health and physical vigor and bad stance with disease and discomfort. An early

postural prophylaxis will result in less spending in the future. It must be considered

that girls’ spine growing goes to an age range between 15 and 16 years old and

boys’ to a range of 17 years old. Then, that is the age limit in which young need to

be assisted more carefully. It must not be forgotten the present conditions of the

environment which limit children to play in small places, apartments, still in front of

the computer or the TV set, in the free time and polluted environment because of the

progress. It must be considered that a good stance results not just in a better

posture, but in a better physic condition. Considering prophylaxis and awareness the

biggest secrets of prevention and repair, I consider important that educators and

parents know the main postural problems and can improve quality of life though this

learning. Spine problems and backache are the most common cause that drifts

children away from Physical Education classes and adults from work. That’s why

those problems attract attention and are important to choose the subject: Postural

Prophylaxis. There are many children who certainly have postural problems but they

are not taken for treatment. Vicious patterns of bad stance while sitting due to

improper school desks since early ages are very difficult to change later. Otherwise

if it is detected in time by Physical Education teachers and doctors while they are

low intensity problems it is easier to correct, that’s why it is better prevention than

cure.

Key-words: Postural Prophylaxis. Quality of life. Spine Problems. Teenagers.

2

Introdução

Segundo o artigo XXV da Declaração dos Direitos Humanos todo ser humano

tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e

bem-estar (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2008).

O bem estar de todo cidadão depende da sua postura física e de como

exerce suas atividades diárias.

Saúde também é uma qualidade de vida, condição ou estado de bem-estar

que apresenta um componente biológico e um comportamental, que são alterados

de acordo com o relacionamento indivíduo x meio. Sendo que qualidade de vida,

seja ela boa ou excelente, é aquela que oferece um mínimo de condição para que

os indivíduos ligados a ela possam desfrutar de todas suas potencialidades, ou

seja, viver, trabalhar, estudar, se divertir, ou quem sabe até, simplesmente existir

(VERDERI, 2002).

Uma postura adequada nas tarefas do dia-a-dia é o principal fator para se

evitar os desequilíbrios posturais. A conscientização do indivíduo sobre a profilaxia

postural pode levá-lo a redução do esforço corporal e a melhor qualidade de vida.

O grande número de fatores ambientais que afetam a saúde humana é um

indicativo da complexidade e das interações no meio ambiente. A maioria dos

problemas ambientais tem causas múltiplas e também podem ter efeitos múltiplos.

Em consequência, a saúde, o ambiente e o desenvolvimento estão estreitamente

vinculados. O desenvolvimento depende dos esforços de melhorar a saúde e

reduzir os riscos ambientais. Ao mesmo tempo, a melhoria da saúde só pode ser

atingida mediante aos esforços conjuntos dos serviços de saúde, do setor público e

do privado, da comunidade e do indivíduo (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA

SAÚDE, 2008).

A postura corporal e a qualidade de vida estão interligadas. Neste contexto o

professor de Educação Física tem um papel fundamental de orientar os educandos

e a comunidade local sobre a importância de uma boa alimentação, da necessidade

de realizar atividades físicas com frequência, para prevenção de problemas

posturais e promoção da qualidade de vida.

O objetivo deste trabalho é propor a comunidade escolar um Programa de

Educação Postural.

Os objetivos específicos são:

3

Elaborar um questionário para levantar os hábitos posturais dos alunos das 5ª

séries;

Comparar os problemas posturais levantados pelos alunos antes e após as ações

desenvolvidas;

Propor a Educação Postural com orientação;

Analisar a imagem corporal e a própria postura através de profilaxia adequada;

Propor aos alunos que associem a boa postura com a saúde e o vigor físico e a má

postura com doença e mal estar;

Pesquisar principais doenças relacionadas à coluna vertebral, cujas dores obrigam

a pessoa a assumir uma postura viciosa para aliviá-las.

A hipótese deste trabalho versou sobre a falta de informações corretas que

levam os alunos, entre 10 a 12 anos, da Escola Pública, e não adotar posturas

corretas para melhorar sua qualidade de vida.

Metodologia

A pesquisa é aplicada porque serão investigados os hábitos posturais da

comunidade escolar e serão desenvolvidas orientações.

Esta pesquisa é classificada como bibliográfica, pois será realizada uma

fundamentação teórica a respeito dos hábitos posturais, que será complementada

com pesquisa empírica e com trabalho de campo.

A pesquisa é exploratória, porque com o uso de um posturograma será

analisada a postura estática dos alunos, através da visualização do problema nas

posições frente, costas e perfil. Além disto, serão feitos testes de comprimento,

flexibilidade e marcha, para avaliação da postura dinâmica. Também serão

aplicados questionários com os alunos para avaliar seu comportamento frente suas

atividades diárias e para que possam levar os pais a uma reflexão sobre a

importância dos principais problemas posturais.

Quanto aos dados a pesquisa classifica-se em qualitativa-quantitativa.

O trabalho será desenvolvido na Escola Estadual Professora Renne Carvalho

de Amorim, localizada no Balneário Ipanema, no município de Pontal do Paraná.

A população será constituída por educandos da escola. A amostra será

composta por educandos de faixa-etária entre 10 a 12 anos, das 5ª séries da

Educação Básica.

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Os principais problemas posturais, entre alunos de 10 a 12 anos, das 5ª

séries da Escola Estadual Professora Renne Carvalho de Amorim, devem ser

identificados para que os mesmos sejam encaminhados à orientação clínica.

Deve-se considerar também que esta faixa etária (10 a 12 anos) antecede a

faixa de crescimento vertebral que se estende até os 15,16 anos nas meninas,

portanto até esta idade limite que a jovem precisa do máximo cuidado

(FISCHINGER, 1984, p.17).

Não esquecer que as crianças ficam muito tempo imobilizado na frente da

televisão e dos computadores nas horas de lazer. Considerando que o tônus

muscular é responsável por uma postura correta, a sua alteração evidentemente

trará consequências não só posturais, mas também psíquicas.

Considerem-se também os fatores econômicos, pois a prevenção através de

profilaxia postural precoce acarretará em menores gastos na vida adulta.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.5.1 Coluna vertebral na postura ereta

A posição ereta bípede do homem resultou da evolução da espécie em

milhões de anos de seleção natural, segundo a concepção darwiana, pela quais as

espécies que apresentam variações favoráveis são preservadas e as que

apresentam mudanças desfavoráveis tendem a ser destruídas (FISHINGER, 1984,

p. 128).

O homem é da família dos primatas, que inclui, entre outros, os macacos, e é

de aparecimento tardio na evolução, estando incluída nas classes dos mamíferos.

Os primeiros mamíferos apareceram na Terra 90,50 milhões de anos atrás,

depois da queda dos répteis e eram pequenos comedores de insetos, que, graças

aos seus membros móveis, podiam se manter na água a se arrastar na terra. A

promoção, desenvolvida durante a vida aquática, já era natural para eles, e com o

passar do tempo se adaptaram a subir em objetos no chão e em árvores

gradualmente os membros posteriores se adaptaram para sustentar o peso do

corpo, as mãos para apanhar comida e segurar objetos interessantes para melhor

examiná-los. Nesse período, os mamíferos tiravam a sua alimentação das arvores

altas, e assim tinham que desenvolver a agilidade e destreza.

(FISHINGER, 1984, p.130) cita que:

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Talvez, por condições climáticas desfavoráveis, as vegetações altas diminuíram e desenvolveu-se a vegetação rasteira, e esses macacos tiveram que competir com animais quadrúpedes, rápidos e adaptados por milhões de anos à tarefa de caçar e comer carne. Outra vez, sob a pressão da seleção natural, nossos ancestrais tiveram que adotar uma postura mais ereta, para continuar apanhando a alimentação vegetariana nas árvores e melhor se defender para caçar, para comer e digerir a carne.

A adoção da postura ereta esteve associada à libertação dos membros

superiores da locomoção para a fabricação de objetos e instrumentos de caça, além

de aumentar o campo de visão.

A posição ereta do homem só foi possível pelas modificações que surgiram

na coluna. A cabeça teve que se equilibrar na porção superior da coluna e, assim,

permitir que os olhos pudessem ficar voltados para frente; a cabeça e o tronco

tiveram que se equilibrar sobre os membros inferiores, pó meio da cintura pélvica, e

o corpo todo teve que se apoiar no espaço ocupado pelas plantas dos pés, com isso

modificando o centro de gravidade.

2.5.2 Evolução da postura na criança

Segundo APPLETON, citado por KNOPLICH (1985, p. 133) o feto da

espécie humana encontra-se no útero, numa posição de flexão total com a coluna

em “C”, Cifótica. O único músculo de intervenção voluntária que está em atividade é

o Ilipsoas, que permite o feto dar pontapés.

Na vida pós-natal, a criança consegue, logo nas primeiras semanas,

levantar a cabeça, o que é feito pela presença da musculatura antigravitacional do

pescoço e resultar na lordose cervical. Aos nove meses, quando a criança começa

a engatinhar e a sentar surge à presença da musculatura lombar, antigravitacional,

que molda a curva da região lombo sacral. O início do amadurecimento

neuromuscular, que se manifesta no controle dos esfíncteres e dos glúteos permite

a criança ficar em pé (KNOPLICH, 1985, p.133).

Na Figura 1 a Coluna Vertebral da criança e do adolescente, está representada

a evolução cronológica do desenvolvimento da postura no homem.

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Figura 1 - Evolução cronológica do desenvolvimento da postura no homem

Fonte: KNOPLICK, 1985, p. 134

Nota: A - Coluna no útero não tem nenhuma curvatura. B - Formação da lordose cervical para suportar a elevação da cabeça. C - Formação da lordose lombar devido à força antigravitacional dos músculos erector spinae (es) e à restrição do músculo iliopsoas (ip). D - Postura ereta do adulto, mostrando a poderosa ação antigravitacional dos músculos eretores (es o he = extensores do quadril) e, como antagonistas, os fracos músculos (f) flexores do pescoço e do abdômen.

Como pode ser observada na Figura 1 há uma evolução cronológica do

desenvolvimento da postura no homem.

Durante os dois primeiros anos de vida, as vértebras lombares crescem

rapidamente, com conseqüente alongamento lombar e aumento das nádegas,

resultantes da posição ereta. A taxa de crescimento em altura diminui rapidamente

nos dois primeiros anos e continua a diminuir na idade pré-escolar, havendo um

pequeno aumento entre 11 e 14 anos, para as meninas, e entre 12 e 15 anos, para

os meninos. A mesma relação ocorre em relação ao peso (KNOPLICH, 1985, p.135)

À medida que a criança cresce, ocorrem variações na postura; não são

defeitos, mas parte do método de resposta da criança às exigências da gravidade.

Em geral, a taxa de crescimento diminui rapidamente nos dois primeiros anos de

vida e continua a diminuir no período pré-escolar. Meninas e meninos geralmente

não diferem muito em tamanho antes dos nove anos de idade, apesar das meninas

serem ligeiramente mais gordas e um pouco mais baixas que os meninos, e os

meninos, em geral um pouco mais musculosos. Depois do nono aniversário, as

meninas começam a crescer mais rapidamente, esse aumento na taxa de

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crescimento continua por dois ou três anos. A velocidade máxima é atingida pela

menina por volta dos doze anos. O desenvolvimento então se torna menor e após

três anos não há mais aumento na estatura. Entre as idades de dezesseis e dezoito

anos, o crescimento em altura cessa. Notamos que o máximo da velocidade de

crescimento ocorre com a idade de doze anos, aproximadamente um ano antes da

menarca (ASHER ,1976, p. 47).

Os padrões de postura na infância variam com a idade, sexo, estágio de

desenvolvimento e tipo de corpo. Para analisarmos estes padrões cada criança é

examinada em quatro posições: lateral, posterior, anterior e sentado com as pernas

esticadas. Pede-se também para a criança exercitar-se e observa-se a postura

durante exercícios (ASHER, 1976, p.13).

2.5.3 Anatomia da coluna vertebral e suas conexões

A Coluna Vertebral é uma estrutura agregada, normalmente formada por

todas as 33 vértebras e pelos componentes que as unem em uma única entidade

funcional e estrutural do “eixo” do esqueleto axial (MOORE; DALLEY, 2007, p. 458).

As 33 vértebras são organizadas em cinco regiões: sete cervicais, doze

torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas. Só há movimento

significativo entre as 25 vértebras superiores. Das nove vértebras inferiores, a cinco

vértebras sacrais estão fundidas em adultos formando o sacro e após

aproximadamente trinta anos de idade as quatro vértebras coccígeas se fundem

para formar o cóccix (MOORE; DALLEY, 2007, p. 439).

A coluna pode dar flexibilidade ou rigidez conforme exigir a ocasião. Cada

vértebra é colocada num mesmo plano, e consiste de um corpo e um arco; os

corpos são separados um dos outros pelos discos intervertebrais, os quais são

feitos de uma rígida cartilagem fibrosa; os arcos vertebrais se unem para formar um

canal, o qual protege a medula espinhal.

Ela funciona como uma haste forte e flexível que pode girar e mover-se

para frente, para trás e para os lados. Ela encerra e protege a medula espinal,

sustenta a cabeça e serve como ponto de fixação para as costelas, o cíngulo do

membro inferior e os músculos do dorso (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

Na Figura 2 podem ser observadas as curvas da coluna vertebral.

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Figura 2 – Coluna vertebral

Fonte: GEOCITIES, 2008

A Coluna Vertebral exibe cinco curvaturas na postura ereta – duas em nível

cervical e as três restantes ocupando cada uma os níveis torácico, lombar e sacral.

A forma destas curvaturas é variável e frequentemente alterada por distúrbios

patológicos.

Curvaturas cervicais: Há normalmente duas curvaturas na coluna cervical: a cervical

superior, que se estende do occipital ao áxis, e a curvatura lordótica, mas extensa

da coluna cervical inferior, que se estende do áxis ate a segunda vértebra torácica.

A curvatura cervical inferior é convexa em sentido anterior e é direcionada

inversamente em relação à curvatura cervical superior.

A curvatura torácica é côncava em sentido anterior, estendendo-se de T2 a

T12. A concavidade é devida a maior depressão da porção posterior dos corpos

vertebrais neste nível. Na parte superior há, frequentemente, uma ligeira curvatura

lateral com convexidade dirigida para um dos dois lados, direito ou esquerdo.

A curvatura lombar é convexa em sentido anterior e se estende de T12 até a

junção lombossacra.

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A curvatura sacral se estende da junção lombossacra ao cóccix. Sua

concavidade anterior dirige-se para frente e para baixo (OLIVER; MIDDLEDITCH,

1998, p.1).

Estas curvaturas auxiliam a dissipar as forças verticais compressivas,

suprindo desta forma a coluna de uma importante capacidade de absorção de

choques. As curvaturas da coluna dorsal, desta forma, permitem que em alguma

proporção as forças compressivas sejam absorvidas pelos ligamentos vertebrais

(OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p. 2).

2.5.4 As funções mecânicas da coluna vertebral

A coluna vertebral é o centro de suporte do organismo humano, sendo,

pois o eixo e o centro de gravidade do corpo. Tem três funções:

• A de sustentação do organismo - que é desempenhada através dos

ossos da coluna, que são as vértebras e pelos discos intervertebrais,

assim a posição ereta do homem sobre dois pés só foi possível

graças à coluna e aos músculos. A coluna teve que se adaptar, e, ao

invés de ser um tubo rígido, passou a ter as curvas. Os músculos

também tiveram que se desenvolver em varias camadas nas costas

para permitir que a coluna mantivesse a posição vertical, que é

antigravitacional. Assim, a posição ereta só foi possível à custa da

estrutura óssea da coluna cervical e do desenvolvimento dos

músculos adequados no pescoço, à cabeça estaria sempre

pendendo para o peito, em virtude do seu peso. O mesmo raciocínio

aplica-se ao tronco. Dificilmente poderíamos ficar de pé, sem

cairmos para frente ou para trás, se não fosse à sustentação da

coluna e da força realizada pelos músculos das costas (KNOPLICH,

1990, p. 46-47).

• A de movimentação do corpo – esta função é realizada pelas

articulações entre a parte posterior das vértebras e principalmente

pela musculatura. Toda posição que adquire no espaço corresponde

a um novo eixo de equilíbrio adequado para que não se produza

uma queda ao solo. Assim, no instante em que se procura levantar

um objeto do chão, o centro de gravidade ou de equilíbrio do

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organismo é modificado, obrigando um grupo de músculos a se

contrair e a outros a se relaxarem para permitir que o corpo fique

nessa posição, se cair (KNOPLICH, 1990, p. 47).

• A de proteção – a medula nervosa é um prolongamento do cérebro e se

constitui numa parte do sistema nervoso central. Assim como os ossos

do crânio protegem o cérebro, a coluna vertebral protege como se fosse

um estojo, a medula nervosa (KNOPLICH, 1990, p. 46).

As funções mecânicas da coluna vertebral são:

1- É um eixo de suporte do corpo;

2- Protege a medula e as raízes nervosas;

3- É o eixo de movimentação do corpo.

As duas primeiras funções são antagônicas e conflitantes com a terceira.

Esse conflito deve ser a razão da complexidade da Coluna Vertebral. Enquanto os

movimentos podem ser mais bem obtidos com uma estrutura de múltiplas

articulações com vários graus de liberdade e eixos de movimentação (KNOPLICH,

1985, p. 97).

Além dessas três funções, podem-se identificar as seguintes: 1 – a coluna

transfere o peso e o movimento de flexão da cabeça e do tronco para a pélvis; 2-

permite o suficiente movimento entre a cabeça, o tronco e a pélvis (WHITE, citado

por KNOPLICK, 1985, p. 99).

Funcionalmente, as curvas fisiológicas permitem que a coluna aumente a

sua flexibilidade e capacidade de absorver os choques, enquanto mantém a tensão

e estabilidade adequada das articulações intervertebrais (HIRSCH, citado por

KNOPLICK, 1985, p. 99)

2.5.5 Movimentos da coluna vertebral

A amplitude de movimento da coluna vertebral varia de acordo com a região

e o indivíduo. Algumas pessoas conseguem fazer movimentos extraordinários, como

acrobatas que iniciaram seu treinamento na infância. A amplitude de movimento

normal possível em adultos jovens saudáveis é tipicamente reduzida em 50% ou

mais com o envelhecimento (MOORE; DALLEY, 2007, p. 469).

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Os movimentos da coluna ocorrem principalmente para aumentar os dos

braços e pernas ou, no caso da coluna cervical, para posicionar a cabeça em

benefício dos órgãos dos sentidos (OLIVER, 1999, p.10).

Os movimentos vertebrais são orientados pelas articulações

interapofisárias e limitados, especialmente por tirantes fibrosos, os ligamentos

longitudinais anteriores e posteriores, o ligamento amarelo e os ligamentos

interespinhosos (MERCURIO, 1997, p. 8).

A movimentação da coluna vertebral, dobrando-se o tronco em relação às

pernas, chama-se flexão, o movimento inverso é a extensão.

A movimentação para um lado e para o outro chamamos de inclinação à

esquerda ou à direita. A movimentação de ombros em torno de um eixo vertical que

passe pela cabeça, com as pernas fixas ao solo, produz torção da coluna, que pode

ser horária - no sentido dos ponteiros do relógio – e anti-horária – no sentido

inverso ao movimento dos ponteiros do relógio. A coluna vertebral pode também

realizar movimentos de compressão, alongamento ou movimentos de deslizamento

(MERCURIO, 1997, p. 9).

A coluna vertebral é capaz de flexão, extensão, flexão e extensão lateral, e

rotação (torção). A flexão da coluna vertebral para a direita ou esquerda a partir da

posição neutra (ereta) é a flexão lateral; o retorno à postura ereta a partir de uma

posição de flexão lateral é a extensão lateral (MOORE; DALLEY, 2007, p. 469).

A flexão é o mais amplo de todos os movimentos da coluna vertebral, sendo

mais livre na região lombar, ao passo que a extensão é mais livre na região cervical.

O movimento lateral é mais amplo na espinha lombar do que na torácica. A caixa

torácica limita a inclinação lateral do tórax. As duas primeiras vértebras cervicais, o

atlas e ao áxis, diferem das outras cinco; o atlas não tem corpo e o espaço onde

deveria estar o corpo é ocupado pelo processo odontoide do atlas. A cabeça se

inclina para frente e para trás em extensão e flexão na articulação atlantoccipital e

também se inclina ao redor de um eixo ântero-posterior. O único movimento que

ocorre na articulação atlantaxial é o de rotação. Os músculos que vão dos

processos transversais das vértebras e espinhas localizadas superiormente na

coluna vertebral (semi-espinhal do pescoço e multifido) puxam o pescoço para trás,

mas a cabeça é inclinada para trás por músculos que partem dos processos

articulares das vértebras cervicais, dos processos transversos cervicais inferiores e

dos processos transversos das vértebras torácicas superiores e se inserem no

occipício (semi-espinhal da cabeça e obliquo superior da cabeça). A cabeça é

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flexionada sobre a espinha por músculos que se originam nos processos

transversos das vértebras torácicas superiores e se inserem no occipício (semi-

espioccipital).

A coluna realiza movimentos de flexão (corpo para baixo), extensão (corpo

para trás), lateroflexão (corpo para o lado) e rotação. Esses movimentos são

realizados só no pescoço e na região lombar às custas do pequeno movimento das

vértebras locais e da coluna como um todo, sem dor. A região torácica, por causa

das costelas, não se movimenta (KNOPLICH, 1990, p.43).

O que acontece durante a flexão repetitiva ou sustentada frequentemente é

mais importante do que durante um movimento simples de flexão. A maioria das

atividades da vida moderna envolve mais flexão do que extensão. É essa tendência

que é o perigo para a maioria das costas. Os movimentos repetitivos de flexão

produzem uma mudança da forma dos ligamentos em razão da tensão constante,

aumentando a amplitude normal de flexão (OLIVER, 1999, p. 10).

2.5.6 Alterações das Curvas da Coluna

Segundo (LUNDERVOLD, 1951, p. 296), problemas posturais podem ter inicio

numa idade precoce, e um número crescente de crianças parece apresentar dores

na região dorsal, sendo a principal causa indicada, a inadequação das carteiras

escolares. Seguramente, um número maior de crianças sofre de desconforto, mas

não é remetido para tratamento. Padrões viciosos de postura sentados, quando

tendo início numa idade precoce, são difíceis de corrigir mais tarde, e isto enfatiza a

necessidade de se projetar cadeiras e mesas que possam ser ajustados às

peculiaridades individuais, ao lado da educação postural no âmbito escolar.

“As afecções da coluna são tão frequentes, que devem ser tratadas como uma

epidemia. Procurando meios concretos para tratá-las, mas, deve-se o que é mais

importante, procurar meios para preveni-las.” (WOOD, 1995)

O professor de Educação Física e o técnico desportivo são elementos

principais na triagem destes problemas, visto que desde que bem embasado poderá

evitar problemas desta ordem para o seu educando ou atleta em fase de

crescimento, elemento que é a principal vitima de exercícios inadequados e

posturais compensatórios do esporte (BERTASSONI NETO, 1999).

2.5.6.1 Escoliose

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A escoliose (dorso curvo) é caracterizada por uma curvatura lateral anormal

acompanhada por rotação das vértebras. A escoliose é a deformidade mais comum

da coluna vertebral em meninas púberes (12-15 anos) (MOORE; DALLEY, 2007, p.

474).

Escoliose é um termo geral usado para descrever qualquer curvatura lateral

da coluna. Essa deformidade que mais freqüentemente se desenvolve na infância,

pode levar a anomalias estruturais na pelve, vértebras e caixa torácica. A curvatura

pode ocorrer nas regiões cervical, torácica ou lombar da coluna. Escoliose se não

detectada e tratada durante os anos de crescimento pode levar a deformidade

grave, afetando drasticamente a aparência e possivelmente encurtado a expectativa

de vida. A chave para prevenir curvaturas na coluna é a identificação precoce

destes problemas (KISNER, 1992, p. 519).

A escoliose tem pequena sintomatologia clínica, que é vista inicialmente

pelos professores de Educação Física, pelos pediatras e clínicos gerais, os quais,

geralmente, têm dado pouca atenção para os desvios de pequena intensidade, que

são fáceis de corrigir, mas ficam alarmados com as grandes curvaturas (KNOPLICH,

1985, p. 217).

2.5.6.1.1 Classificação

A escoliose classifica-se em escoliose idiopática, congênita, do bebê e

paralítica, estática, pós-traumática e antálgica.

1 – Escoliose idiopática – Infantil, é rara, verifica-se desde o nascimento até a idade

de 3 anos. Resolvem-se 80 a 90% das curvas sem tratamento, nos 10% restantes

há um progresso na curva, levando a uma escoliose muito grave. É mais frequente

em meninos e curva predominante é a esquerda.

2 – Escoliose congênita – orgânica, pela formação em bloco de varias vértebras ou

por defeito das costelas e dos músculos.

3 – Escoliose do bebê – quando a mãe atende a bebê sempre do mesmo lado, bebê

chupa o polegar e vira sempre para o mesmo lado, quando colocado na cama

contra a parede e a criança vira sempre para o mesmo lado.

14

4 – Escoliose paralitica – após poliomielite, paralisia cerebral, distrofia muscular.

São mais frequentes as escolioses nas sequelas de paralisias assimétricas,

principalmente quando atingidos os músculos abdominais.

5 – Escoliose estática

Ascendente – contraturas da articulação coxofemoral, encurtamento dos MMII

com a curva primária lombar e geralmente compensada por uma secundária dorsal.

Descendente – amputação do membro superior, elevação de escapula, lesões

adquiridas da extremidade superior.

6 – Escoliose pós-traumática – após fraturas ou luxações, após processos

inflamatórios, com deformações e destruição de uma ou mais vértebras sendo a

causa mais comum a tuberculose – moléstia de Pott.

7 - Escoliose Antálgica – o protótipo são as discopatias que irritam por processo

inflamatório, raízes que formam o nervo ciático (nervo peroneal e tibial). O paciente

compensa se inclinado lateralmente procurando, assim, diminuir a compressão

sobre estas raízes curvaturas (KNOPLICH, 1985).

2.5.6.2 Lordose

É a curvatura que se observa no perfil de uma coluna vertebral, na

convexidade da região cervical e na região lombar.

Lordose, é caracterizada por uma rotação anterior da pelve (a parte superior

do sacro inclina-se ântero- inferiormente) nas articulações do quadril, causando um

aumento anormal na curvatura lombar; a coluna vertebral curva-se mais

anteriormente. (MOORE; DALLEY, 2007, p. 474).

A lordose esta diretamente ligada com a obliqüidade pélvica, que deve estar

em torno de 20 graus. Se ela for superior a este valor haverá um aumento de

15

lordose e um conseqüente deslocamento do centro de gravidade e realinhamento

de todas as curvas para uma compensação.

A lordose esta mais associada às mulheres por varias razões estruturais e

de ordem postural.

2.5.6.3 Cifose

A cifose é o aumento da curvatura normal convexa posterior normal.

(MERCURIO, 1997, p. 91). Cifose, embora esse termo na verdade seja usado para

designar a curvatura normal aqui, e seja coloquialmente conhecida como corcova

ou corcunda, é caracterizado por um aumento anormal da curvatura torácica; a

coluna vertebral curva-se posteriormente (MOORE; DALLEY, 2007, p. 474).

O tipo mais comum de cifose é a postural, também conhecido pela

denominação de dorso curso postural. A causa desta curvatura exagerada na

verdade não e uma patologia definida da coluna, mas sim a posição em que o

adolescente desenvolve as suas atividades diárias e que pode causar essa

curvatura.

As meninas, por quererem esconder os seios, tendem a curvar os ombros

para frente acentuando a curvatura torácica. No adulto, o dorso curvo postural pode

ser decorrente de uma atividade profissional no desempenho de um trabalho.

Com o decorrer dos anos, esta atitude viciosa pode causar uma alteração na

estrutura da vértebra e transformar esta cifose postural em uma deformidade

(MERCURIO, 1997, p. 91).

2.5.7 Postura

ASHER (1976) define postura como a posição do corpo no espaço a que dá

um bom relacionamento entre as partes, com o menor esforço, evitando a fadiga. É

óbvio que, com isso, pode-se admitir que existem posturas melhores e uma ideal.

Mas esses padrões variam muito até os 10 anos de idade, quando as crianças estão

constantemente testando novas maneiras de reagir à gravidade.

Existem padrões culturais e mentais que influem na postura. O porte, a

atitude e a pose. Que são às vezes usados como sinônimos de postura são eventos

transitórios e podem ser diferenciados. O porte significa o modo de andar, a pose é

16

a postura forçada para uma foto, ou até de exibicionismo, e a atitude postural esta,

mas ligada com estados emocionais, tais como medo e cólera.

A postura no adulto é mais que isso. É um hábito permanente de colocar o

corpo no espaço, posição que o individuo sempre volta depois do exercício e do

descanso. É característica do individuo e, provavelmente, depende da imagem que

a própria pessoa faz do seu corpo.

Para Kendall e Col., citado por Kisner (1992) a postura é a posição do corpo

que envolve o mínimo de estiramento e de “stress” das estruturas do corpo com o

menor gasto de energia para se obter o máximo de eficiência do uso do corpo.

A Academia Americana de Ortopedia definiu a postura como sendo um

arranjo relativo das partes do corpo e define como as estruturas de suporte do

corpo, os músculos e ossos, que protegem o corpo contra uma agressão (acidente)

ou deformidade progressiva (KISNER, 1992).

A boa postura esta ligada a fatores musculares inadequados e,

provavelmente a problemas emocionais.

GAIARSA citado por KISNER (1992, p.150) define que atitude “(talvez a

nossa definição de postura) é a posição e disposição do corpo num dado instante e

num ato que está preparando.”

Postura é “uma posição ou atitude do corpo, o arranjo relativo das partes do

corpo para uma atividade especifica, ou uma maneira característica de alguém

sustentar seu corpo.” (KISNER, 1992, p. 434)

Para (KNOPLICH, 1985, p. 48) dá-se o nome de postura a posição que o

corpo assume no espaço em função do equilíbrio desses quatro constituintes

anatômicos: vértebras, discos, articulações e músculos.

“Postura é a posição assumida pelo corpo, quer seja por meio da ação

integrada dos músculos operando para contra atuar com a força da gravidade, quer

seja quando mantida durante inatividade muscular” (MIDDLEDITCH, 1998, p. 293)

Os fatores hereditários, crescimento, anomalias estruturais vertebrais, hábito

e treino; doenças; solicitação muscular diária; fatores psicológicos. As contrações

musculares devidas a fatores tencionam ou estresses (emocionais), tiques

nervosos, histeria, depressão ou posturas inconvenientes para esconder defeitos

físicos ou simulações, podem resultar em deformidades permanentes e

irreversíveis, causando dor, desconforto ou prejudicando a estética (SANTOS, 1996,

p. 22).

17

As posturas são mantidas ou adaptadas como resultado de coordenação

neuromuscular, com os músculos envolvidos sendo inervados através de um

complicado mecanismo reflexo. Estímulos aferentes surgem de várias fontes ao

longo do corpo, incluindo articulações, ligamentos, músculos, pele, olhos e ouvidos;

são conduzidos ao sistema nervoso central e neste nível coordenados. A resposta

efetora é do tipo motor e os músculos antigravitacionais são os principais órgãos

efetores (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p. 293).

Para (NAHAS, 2006, p. 80) A postura, ou alinhamento corporal, refere-se à

posição do corpo, parado ou em movimento, e envolve o estado de equilíbrio da

eficiência nos movimentos está diretamente relacionado com o bem estar geral do

indivíduo - refletem seu auto-conceito, sua condição física e relação com o

ambiente. As posições são mantidas em varias situações, estáticas ou em

movimento, resultam de hábitos posturais desenvolvidos consciente ou

inconscientemente.

Uma boa postura depende diretamente do conhecimento e do

relacionamento dos indivíduos em relação ao próprio corpo, ou seja, da imagem que

cada um tem de si, em cada momento. Ao iniciarem-se movimentos e manterem-se

posturas exige-se um conhecimento prévio de nossa imagem corporal. Uma falha ou

um erro neste conhecimento podem gerar ações imperfeitas. Desta forma, só é

possível manter uma boa postura se tivermos um bom conhecimento e domínio do

corpo, associado a estímulos sensoriais e modelos posturais adequados.

Os hábitos posturais conduzem à boa aparência, eficiência mecânica nos

movimentos e menores riscos de lesões, sendo dependentes da força e da

flexibilidade, aliadas à prática consciente e inconsciente que produzem estes

hábitos (NAHAS, 2006, p. 80).

Considera-se que a postura normal, idealmente ereta, seria aquela na qual o

eixo de gravidade passaria pela linha média entre os seguintes pontos colaterais:

1. Os processos mastóides;

2. Um ponto imediatamente anterior às articulações do ombro;

3. As articulações do quadril (ou imediatamente posteriores);

4. Um ponto imediatamente anterior ao centro das articulações dos joelhos e

5. Um ponto imediatamente anterior às articulações dos tornozelos.

A permanência na posição em pé, imóvel, presumindo-se que as curvaturas

da coluna estejam em alinhamento correto, requer, surpreendentemente, pequena

atividade muscular, uma atividade ligeira ou moderada estando presente por

18

apenas 5% do tempo. Ainda que os assim chamados músculos antigravitacionais

humanos sejam poderosos, eles não são tanto no sentido de manter posturas tais

como a posição em pé, mas principalmente no sentido de produzir os vigorosos

movimentos necessários para as principais mudanças de postura (OLIVER;

MIDDLEDITCH, 1998, p. 294).

Por mais econômico que isto possa ser em termos de energia muscular, a

posição em pé ideal não é usualmente mantida por longos períodos, e as pessoas

recorrem ao uso assimétrico das extremidades inferiores, usando alternadamente a

perna direita e a esquerda como o principal apoio. É provável que assim procedam

a fim de lidar com as inadequações de suas circulações venosas e arteriais ou de

manter uma reduzida lordose (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p. 295).

Caminhando – Observe a maneira como você caminha, pois hábitos

posturais podem se desenvolvidos consciente ou inconscientemente, Mantenha a

cabeça elevada, ombros relaxados e o abdômen levemente contraído, evitando a

curvatura exagerada na região lombar. Os pés devem estar direcionados bem a

frente, protegidos por calçados confortáveis. O tamanho da passada deve ser tal

que lhe pareça confortável e natural, movimentando os braços na direção do

deslocamento, de forma descontraída, ao lado do corpo (NAHAS, 2006, p. 80).

Sentado – Quando sentados, nossas costas devem estar firmemente

apoiadas no encosto da cadeira, que deve oferecer suporte anatômico para a parte

das costas (região lombar). Os joelhos devem estar ligeiramente mais altos que o

quadril. Evite ficar muito tempo sentado, fazendo intervalos a cada duas horas,

alongando os músculos que tendem a ficar tensos nessas situações de trabalho.

Quando estiver sentado e tiver que mover lateralmente para apanhar um objeto ou

usar o telefone, lembre-se de girar o corpo como um todo, não apenas a parte

superior, pois esse giro, às vezes feito rapidamente, Põe em risco a estruturas

muscular da região lombar (NAHAS, 2006, p. 80).

As necessidades individuais no que diz respeito à posição sentada variam de

acordo com a amplitude de movimento presente na coluna vertebral, com qualquer

condição patológica existente e com os requerimentos da tarefa a ser

desempenhada. Alteração na lordose lombar, devido à inclinação do assento ou do

encosto e na altura do suporte lombar, da cadeira e (se aplicável) da mesa. Em uma

cadeira bem projetada, a pressão intradiscal pode ser inferior àquela observada na

posição em pé. A posição sentada ideal para a maioria das pessoas é com as

articulações intervertebrais em algum ponto de amplitude média, permitindo

19

liberdade de movimento e tendo os músculos anteriores e posteriores balanceados.

Contudo, mesmo uma posição sentada “ideal” não pode ser mantida por períodos

prolongados, e é importante que o design do assento permita mudanças na postura

(OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p. 297).

Deitado – A melhor maneira de dormir é de lado, com as pernas semi-

flexionadas e um travesseiro suficientemente alto para manter o alinhamento da

coluna cervical (na altura do ombro). Nesta posição a tensão muscular decorrente

da necessidade de manter a postura deitada é mínima, proporcionando a condição

ideal para um sono tranqüilo (NAHAS, 2006, p. 80).

Os níveis mais baixos de atividade dos músculos dorsais e de pressão

intradiscal são encontrados na posição deitada. Pacientes com algum (embora nem

todos) tipo de patologia de disco intervertebral obtêm alívio da dor assumindo esta

posição. A posição que a coluna vertebral normalmente assume varia de acordo

com vários fatores, tais como a complacência da superfície de apoio, a constituição

do indivíduo e a posição das extremidades.

Por exemplo: se a superfície de apoio não for firme, a coluna vertebral é

levada a fletir um pouco mais durante o decúbito supino, ou tende a se estender

mais quando em posição curvada do que se estivesse sustentada por uma

superfície mais firme. A posição curvada não é facilmente tolerada por pessoas com

colunas vertebrais rígidas ou que apresentem sintomas oriundos de articulações

apofisárias acometidas por processos degenerativos, comumente devido ou ao fato

de que o pescoço se encontra em rotação plena, ou então porque se a coluna

lombar já se acha nos limites de sua amplitude de extensão. A constituição do

indivíduo em decúbito lateral influencia o grau de flexão lateral na coluna (por

exemplo: uma mulher com uma pelve ampla tenderia a fletir lateralmente a coluna

lombar mais do que o faria um homem possuindo uma pelve mais) (OLIVER;

MIDDLEDITCH, 1998, p. 294).

Levantando e carregando objetos pesados – Sempre que for levantar um

objeto do chão, flexione os joelhos – não o tronco – reduzindo a tensão dos

músculos das costas. Quando transportar um objeto pesado (ou um bebê)

mantenha-o próximo ao tronco, numa altura não superior ao peito. Evite também

girar o tronco quando estiver carregando objetos pesados. Se tiver escolha, prefira

empurrar do que puxar objetos, como moveis, lembrando de flexionar os joelhos,

não o tronco (NAHAS, 2006, p. 81).

20

2.5.7.1 Postura estática

A postura estática, segundo (KNOPLICH, 1985, p. 48) e o equilíbrio do

organismo do homem na posição parada (de pé, sentado ou deitado) numa situação

em que não cause nenhum dano a essas estruturas apontadas e nem produza dor

quando essa posição for mantida durante muito tempo.

Assim, a postura estática, de pé, de um homem parado, e manter o olhar no

horizonte, os ombros bem distendidos, o abdômen não proeminente e os pés

ligeiramente afastados entre si.

A postura estática e influenciada por fatores hereditários que são difíceis de

determinar, mas que se manifestam na conformação dos ossos em geral. E evidente

que esta estrutura, apesar de ser de constituição própria, pode ser modificada pelos

hábitos da civilização. A postura estática da pessoa passou a se alterar com o

passar dos anos, devido ao formato da cadeira, da mesa. O modo de o individuo

andar variou devido ao uso da calçado e, na mulher, por influência do salto.

(KNOPLICK, 1985, p. 48)

Segundo CAILLIET citado por MERCÚRIO (1997, p. 20) “A configuração

estática da coluna pode ser considerada uma “boa postura” quando não exige

esforço, não é cansativa e é indolor para o indivíduo que pode ficar de pé durante

um período bastante longo, apresentando uma aparência estética aceitável.”

2.5.7. 2 Postura dinâmica

Chama-se de postura dinâmica ao equilíbrio adequado na realização desses

movimentos que devem ser executados sem dor.

Na posição adequada de equilíbrio, as vértebras, os discos, as articulações e

os músculos, executam essa função sem desgaste, sem estragos.

No organismo humano se todos os movimentos não são executados com

equilíbrio adequado (postura) as estruturas anatômicas sofrem um desgaste

precoce que ira criar condições especiais para que os nervos que saem da coluna,

próximos a essas estruturas desgastadas, sejam agredidos, surgindo as “dores nas

costas” tão incômodas (KNOPLICK, 1990, p. 49-50)

2.5.8 Centro de gravidade

21

Segundo (ASHER, 1976, p.53) o centro de gravidade de um corpo pode ser

definido comum ponto fixo no corpo através do qual passaria a resultante das forças

de gravidade que agem em todas as suas moléculas. O centro de gravidade pode

ser determinado, suspendendo-se o corpo em questão e permitindo que fique

suspenso livremente; o centro de gravidade deve estar em algum ponto da linha

vertical que passa pelo ponto de suspensão. Escolhendo-se um segundo ponto de

suspensão, podemos obter uma segunda linha vertical; o centro de gravidade deve

estar na intersecção dessas duas linhas. Essas linhas verticais são conhecidas

como “linhas de gravidade”. Obviamente esse método de determinar o centro de

gravidade não pode ser usado para criaturas vivas e moveis; mas e de aceitação

geral que, quando temos uma postura “boa” ou ideal, a linha de gravidade passa

pelos seguintes pontos; apófise mastóide, extremidade do ombro, quadril,

anteriormente ao tornozelo.

2.5.9 Imagem corporal

A imagem corporal permitirá que os indivíduos tenham uma boa noção de

onde se encontram as partes do corpo e o formato que elas têm, sabendo também

como deslocá-las e posicioná-las no espaço. Na clinica observa-se que nas regiões

corporais mais estimuladas, como os membros, os indivíduos têm uma imagem

melhor formada, no entanto a imagem corporal que se tem dos pés e troncos muitas

vezes é deficitária por serem áreas que dificilmente são exploradas, tocadas,

refletindo em mau posicionamento dos mesmos.

CRITCHLEY citado por KNOPLICH (1985, p. 151) considera que a imagem

corporal já é formada desde criança, e os fatores importantes que formam essa

imagem seriam a dor, estimulação motora e a liberdade de ação. Nos primeiros dias

de vida, o bebê tem consciência do seu próprio corpo como olhos e mãos. Quando

começa a andar, os reflexos de estiramento muscular começam a entrar em

atividade e, além do sistema alfa e do sistema gama, há um controle de tônus

muscular e da postura.

KISNER (1992, p. 149) descreve a imagem corporal, que cada pessoa faz de

si própria, colabora na melhoria da postura. Por isso é importante, para os

problemas de postura, desenvolver a consciência do movimento do tronco, e a

imagem corporal esta intimamente associada à própria correção mecânica da

22

coluna vertebral. Deve-se acrescer que, com a melhoria da imagem corporal e

consequentemente da própria postura, os fatores emocionais devem ser

melhorados.

De acordo com ASHER (1976, p. 50) o conceito de imagem corporal ou como

alguns preferem dizer, modelo ou esquema de postura, é importante na re-

educação de crianças com problemas de postura.

O tipo de marcha que apresenta e que se modifica nas pessoas deprimidas

andam cabisbaixas, com os ombros arqueados, as pernas semifletidas, como se

tivessem que carregar todo o peso dos problemas do mundo nas costas. O otimista

enfrenta o mundo de frente, olhando as pessoas nos olhos, com uma disposição

mais acentuada de resolver os problemas (KNOPLICH, 1985, p. 50).

Schilder (1994) define imagem corporal como “a figuração de nosso corpo

formado em nossa mente ou seja o modo pelo qual o corpo se apresenta para nos”.

2.5.10 Qualidade de vida

Para (NAHAS, 2006, p.13) o conceito de qualidade de vida é diferente de

pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um. Existe, porém,

consenso em torno da idéia de que são múltiplos os fatores que determinam a

qualidade de vida de pessoas ou comunidades. A combinação desses fatores que

moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano, resulta numa rede de fenômenos

e situações que, abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida.

GILL e FEINSTEIN citados por NAHAS (2006, p. 17) definiram qualidade de

vida como uma percepção individual relativa às condições de saúde e a outros

aspectos gerais da vida pessoal. De uma forma geral, o nível de satisfação com a

vida pode ser refletido nas escalas que avaliam a auto-estima, tanto em crianças e

adultos jovens como em idosos. Há evidências de que as pessoas que têm um estilo

de vida mais ativo tendem a ter uma auto-estima e uma percepção de bem-estar

psicológico positivos.

Qualidade de vida, segundo (SILVA, 1999) “Diz respeito ao grau de

satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram; moradia, transporte,

alimentação, lazer, satisfação-realização profissional, vida sexual e amorosa,

relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança financeira.”

23

Postura corporal e qualidade de vida estão interligadas. Afinal, a boa postura

é essencial para a qualidade de vida e saúde. O papel do professor de Educação

Física neste processo de promoção de qualidade de vida é muito importante.

Começa na escola, quando ele orienta seus alunos, conscientizando sobre a

importância de uma boa alimentação, da necessidade de realizar atividades físicas

com freqüência, enfim de viver com qualidade.

Para GUEDES (1999, p. 10) em uma sociedade, onde significativa proporção

de pessoas adultas contribui substancialmente para o aumento das estatísticas

associadas às doenças crônico-degenerativas em consequência de hábitos de vida

não-saudáveis, principalmente no que se relaciona com a prática de atividade física,

parece existir fundamento lógico para a modificação da orientação oferecida às

aulas de educação física para um enfoque de educação para a saúde. Em razão da

progressiva automação e mecanização observada nos dias de hoje, onde a

necessidade de realizar movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos, a

sociedade atual vem cultivando hábitos de vida cada vez mais sedentários. Além

disso, entre as crianças e adolescentes, percebe-se também o surgimento de novas

opções lúdicas, substituindo atividades tradicionais que envolvem algum esforço

físico pelas novidades eletrônicas, agravando enormemente este tipo de problema

já nas idades mais precoces.

A sociedade com o passar dos anos foi ficando cada vez, mas sedentária,

não vai andando para o trabalho, tem hábitos de vida não-saudáveis, não praticam

atividades físicas. Tudo está automatizado, o carro, o controle remoto é usado para

tudo, o computador contribui para a imobilização, pois as pessoas procuram

relacionamentos sentados em frente da tela, em vez de passearem, dançarem,

saírem mais para encontrar novos relacionamentos. E também as crianças têm

hábitos pouco saudáveis, nas grandes cidades não brincam mais nas ruas como

antigamente, de betes, esconde-esconde, futebol, etc. As atividades lúdicas que

faziam gastar energias e integravam as crianças ao meio social, foram trocadas por

jogos eletrônicos e computadores.

A Educação Física está intimamente ligada ao tema saúde e o professor

poderá através de conteúdos apropriados em sala de aula e jogos no pátio da

escola falar sobre a importância da atividade física para a manutenção, a adoção de

estilos de vida ativos e saudáveis. Estes conteúdos sobre saúde, seja na escola ou

na comunidade, podem fazer com que as pessoas assumam atitudes que levem a

uma melhor qualidade de vida.

24

A saúde é produto de um amplo espectro de fatores relacionados com a

qualidade de vida, incluindo um padrão adequado de alimentação e nutrição e de

habitação e saneamento; boas condições de trabalho; oportunidades de educação

ao longo de toda a vida; ambiente físico limpo; apoio social para famílias e

indivíduos; estilo de vida responsável; e um espectro adequado de cuidados de

saúde.

Como citou o autor acima a saúde é resultante de muitos fatores

relacionados com a qualidade de vida: moradia, alimentação adequada, o seu

trabalho, que deve proporcionar alegria. Portanto, é muito importante que as

pessoas gostem do que fazem. A escola oportunizando de maneira adequada ao

longo de sua vida, o ambiente, o social, viver com responsabilidade. Se não temos

saúde, como vamos exercer todas as atividades do dia-a-dia.

Para Gutierrez (1994, apud Gutierrez, M et al., 1997), promoção da saúde é

o conjunto de atividades, processos e recursos, de ordem institucional,

governamental ou da cidadania, orientados a propiciar a melhoria das condições de

bem estar e acesso a bens e serviços sociais, que favoreçam o desenvolvimento de

estratégias que permitam à população maior controle sobre sua saúde e suas

condições de vida, a níveis individuais e coletivos.

“O desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais favoráveis à saúde em todas as etapas da vida encontra-se entre os campos de ação da promoção da saúde. Para tanto, é imprescindível a divulgação de informações sobre a educação para a saúde, o que deve ocorrer no lar, na escola, no trabalho e em muitos outros espaços coletivos.”

NAHAS (2001) citado por Conte (2007) saúde é um dos atributos mais

preciosos é também considerada como uma condição humana com dimensões

física, social e psicológica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo relatar as principais doenças

relacionadas à coluna vertebral cujas dores obrigam as pessoas a assumir uma

postura viciosa para aliviá-las. Na fundamentação teórica foi abordada a qualidade

de vida, a coluna vertebral, as curvaturas, os movimentos, a postura e a construção

da imagem corporal.

25

Neste contexto o papel do professor de Educação Física é zelar pela saúde

dos alunos e com a observação diária de suas posturas é possível orientar e

prevenir os maus hábitos posturais.

A escola precisa incentivar as ações dos professores de Educação Física,

para que orientem os educandos a prática de Educação Física e o conhecimento do

corpo, visando estimular o bem estar físico mental e a educação postural.

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