indústria de carne estima exportação recorde em …ª edição - 20 de janeiro a 11 de fevereiro...

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76ª EDIçãO - 20 de janeiro a 11 de fevereiro de 2012 circulação MS, MG E SP indúStria dE carnE EStiMa ExPortação rEcordE EM 2012 Os exportadores de carne bovina preveem recuperação dos embarques após a queda do ano anterior e novo incremento nos preços, o que poderá levar o Brasil a encerrar 2012 com receita acima de 6 bilhões de dólares pela primeira vez, estimou a indústria O s embarques do Brasil, um dos maiores exportadores globais de carne bovina, devem crescer embalados na recuperação do espaço perdido no mercado russo e por mais vendas para a União Europeia e Estados Unidos. "Esta é uma previsão baseada em as- suntos que estão em andamento", disse a jornalistas Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Ex- portadoras de Carne (Abiec), acreditando em menos dificuldades para exportar à Rússia e à União Europeia. Página 3. ProGraMa PrEtEndE auMEntar a Produção dE lEitE no EStado Plantas já estão em fase de multi- plicação em casas de vegetação e serão avaliadas até maio. Página 9. EMbraPa obtéM PriMEiraS PlantaS tranSGênicaS dE cana-dE-açúcar coluna da faMaSul SEnar EStréia no jornal aGroin ViGilância EM MS é rEforçada coM o dESlocaMEnto dE fiScaiS Página 12. Foto: Reprodução Página 8. Para alavancar a produção de leite em Mato Grosso do Sul e auxiliar na organização da cadeia produtiva, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS) lançará o Pro- grama Mais Leite, um ciclo de palestras com intuito de incentivar a renda do produtor e priorizar a qualidade do leite. Página 4.

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76ª Edição - 20 de janeiro a 11 de fevereiro de 2012

circulaçãoMS, MG E SP

indúStria dE carnE EStiMa ExPortação rEcordE EM 2012

Os exportadores de carne bovina preveem recuperação dos embarques após a queda do ano anterior e novo incremento nos preços, o que poderá levar o Brasil a encerrar 2012 com receita acima de 6 bilhões de dólares pela primeira vez, estimou a indústria

os embarques do Brasil, um dos maiores exportadores globais de carne bovina, devem crescer embalados na recuperação do espaço

perdido no mercado russo e por mais vendas para a União Europeia e Estados Unidos.

"Esta é uma previsão baseada em as-suntos que estão em andamento", disse a jornalistas Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das indústrias Ex-portadoras de Carne (Abiec), acreditando em menos dificuldades para exportar à Rússia e à União Europeia. Página 3.

ProGraMa PrEtEndE auMEntar a Produção dE lEitE no EStado

Plantas já estão em fase de multi-plicação em casas de vegetação e serão avaliadas até maio. Página 9.

EMbraPa obtéM PriMEiraS PlantaS tranSGênicaS dE cana-dE-açúcar

coluna da faMaSul SEnar EStréia no jornal aGroin

ViGilância EM MS é rEforçada coM o dESlocaMEnto dE fiScaiS

Página 12.

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Página 8.

Para alavancar a produção de leite em Mato Grosso do Sul e auxiliar na organização da cadeia produtiva, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS) lançará o Pro-grama Mais Leite, um ciclo de palestras com intuito de incentivar a renda do produtor e priorizar a qualidade do leite. Página 4.

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O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 2

jornaL agroin agronegÓCioSCirculação MS, Mg e SP

ano iv - nº 7620 de janeiro a 11 de fevereiro de 2012

diretor: WiSLey ToraLeS argueLho

[email protected] - 67 9974-6911

jornalista responsáveleLiane ferreira / drT-MS 152

[email protected]

direto à redaçãoSugeSTõeS de PauTa

[email protected]

ColaboradoresaLCideS TorreS

MarCo TúLio habib SiLvaScot Consultoria - [email protected]

o jornal agroin agronegócios é uma publicação de responsabilidade da

agroin Comunicação.

redação, Publicidade e assinaturas rua 14 de julho, 1008 Centro

CeP 79004-393, Campo grande-MSfone/fax: (67) 3026 5636

[email protected] www.agroin.com.br

agroin CoMuniCação não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas entrevistas ou matérias

assinadas.

Em duas décadas o panorama das exportações mundiais de carne bovina mudou no que diz respeito aos principais expor-tadores e volume de negócios.

Em 1994 as exportações mundiais totali-zaram 5,6 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec). Em 2010 esse volume foi de 7,7 milhões de tec e a estimativa para 2011 é de que sejam comercializadas 7,9 milhões de tec.

Se considerarmos 2011, o volume de carne bovina comercializada globalmente aumentou 41,4% na comparação com 1994.

Quem eram os maiores exportadores de carne bovina em 1994?

Em 1994, ano de mudanças na econo-mia brasileira, com o início do Plano Real, o Brasil era o sexto exportador de carne bovina. o país exportou naquele ano 312 mil toneladas equivalente carcaça (tec).

A União Europeia, que era composta pelos 15 países mais ricos do continente europeu, era a líder do mercado, com 1,2 milhão de tec exportadas ou 21,9% do total

comercializado no mundo. o bloco permaneceu como líder nas exportações de carne bovina até 1996. Em segundo lugar aparecia a Austrália, com 1,1 milhão de tec ou 20,5% do total.de 1997 até 2003, a Austrália se manteve como maior exportadora mundial de carne

bovina. Na tabela 1 estão os cinco maiores exportadores de carne bovina em 1994. A fatia de mercado dos cinco maiores exportadores de carne bovina, em 1994, era

de 70,8%.

exportadores, em 2010 não estão mais entre os maiores. Tabela 3.

os países que mais cresceram foram a Índia, com expansão de 268,7% em relação a 1994, e o Brasil, com aumento de 258,9%. Estes países ocuparam o espaço deixado pela União Europeia, Austrália, Nova Ze-lândia e Argentina.

A Argentina, por exemplo, abateu muitas fêmeas nos últimos anos, o que con-tribuiu para a diminuição da produção de carne bovina no país e, consequentemente, das exportações.

A Austrália passou por problemas cli-máticos nos últimos dois anos e possui um rebanho de bovinos de corte estagnado.

os Estados Unidos perderam parte do seu mercado em 2004 devido à ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), o “mal da vaca louca”, mas vem se recuperando e está novamente em cresci-mento. A desvalorização do dólar aumenta a competitividade da carne norte-americana no mercado.

Veja na figura 1 a evolução das exporta-ções de carne bovina do Brasil, da Austrália e dos Estados Unidos.

de acordo com as estimativas do USdA a Austrália ultrapassará o Brasil nas expor-tações de carne bovina em 2011.

A valorização do real frente ao dólar complicou as exportações brasileiras em 2011. o embargo russo (principal com-prador de carne bovina brasileira) também contribuiu para que o volume das exporta-ções diminuíssem.

O que esperar em 2012?É possível que o Brasil volte a liderar

as exportações de carne bovina em 2012. Alguns fatores influenciarão posi-

tivamente as exportações brasileiras, como: retenção de fêmeas desde 2007 que contribui para o aumento da oferta de animais e, o dólar mais valorizado frente ao real.

Entretanto, outros cenários poderão acontecer, como: estímulo do consumo interno e aumento da renda da popu-lação, o que poderá tornar o mercado interno mais interessante; estiagem prolongada em 2011 em algumas regi-ões, diminuindo a disponibilidade de animais para abate; e a crise mundial que pode influenciar negativamente a demanda.

Vamos aguardar para conferir!

(*) Jéssyca Guerra é Zootecnista e analista Junior da Scot Consultoria

duaS décadaS: o quE Mudou naS ExPortaçõES MundiaiS dE carnE boVina?

Por JéSSyCa Guerra*

Tabela 1. Maiores exportadores de carne bovina em 1994. Fonte: uSDa / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Tabela 2. Maiores exportadores de carne bovina em 2010. *Não diferencia carne bovina de bubalina na compilação dos dados. Fonte: uSDa / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Tabela 3. Maiores exportadores de carne bovina em 1994 e em 2010 e diferença da fatia de mercado (1994 x 2010). Fonte: uSDa / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

FiGura 1. evolução das exportações de carne bovina do brasil, austrália e estados unidos de 1994 a 2011 – em milhões de tec. Fonte: uSDa / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

E hoje?Em 2004 o Brasil assumiu a liderança e se manteve na posição até 2010, quando

exportou 20,1% de toda carne bovina comercializada no mundo.Na sequência segundo os números do departamento de Agricultura dos Estados

Unidos (USdA), apareciam a Austrália e os Estados Unidos, com 17,6% e 13,4% do mercado, respectivamente.

Na tabela 2 estão os cinco maiores exportadores de carne bovina em 2010.

Comparando a fatia de mercado dos cinco maiores exportadores em 1994 e em 2010, o cenário pouco mudou. Em 1994 esses cinco países detinham 70,8% do mercado e em 2010 este valor passou para 69,7%.

Entretanto, individualmente, a coisa mudou. Países que apareciam como grandes

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indúStria dE carnE EStiMa ExPortação rEcordE EM 2012"Vemos a possibilidade

de voltar a crescer em volume, como na Rús-sia, que pode voltar a patamares anteriores

(ao embargo parcial aos frigoríficos)." Com isso, a expectativa da Abiec é que o

setor reverta a queda de 10,8 por cento nas vendas totais do ano passado, quando foram embarcadas 1,09 milhão de toneladas, para um aumento de 10 por cento em 2012.

Já receita com exportação de carne bo-vina do país subiu 11,65 por cento no ano passado, para 5,37 bilhões de dólares, de acordo com associação, que prevê cresci-mento nas divisas de 20 por cento em 2012 ante o ano anterior.

Com o aumento expressivo de 25 por cento no preço médio da tonelada expor-tada no ano passado, o Brasil praticamente igualou a receita recorde de 5,4 bilhões de dólares registrada em 2008.

Em volumes, as exportações brasileiras marcaram um recorde em 2007, quando atingiram 1,6 milhão de toneladas.

MERCADOS - A Rússia foi o principal destino para a carne brasileira, com uma fatia de 22 por cento no ano passado, con-tra 24 por cento de 2010. Mesmo assim, o embargo parcial imposto em junho de 2011 fez as vendas para o país recuarem 19,5 por cento na comparação com 2010, para 294,9 mil toneladas.

Alguns frigoríficos de três Estados -Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do

Sul- estão impossibilitados de vender para o mercado russo desde o embargo imposto em 15 junho de 2011.

"A tendência para este ano, agora que alguns estabelecimentos já foram reabili-tados, é de crescimento", disse Camardelli. Segundo ele, a entrada da Rússia na orga-nização Mundial de Comércio (oMC) e o diálogo entre equipes técnicas dos dois países favorecerão os embarques brasileiros.

os embarques para a União Europeia, segundo principal destino para o produto brasileiro, recuaram 10 por cento em vo-lume, para 109 mil toneladas. Contudo, registraram crescimento de 21 por cento em receita. Resultado que Camardelli atribui ao mix de cortes de carnes embarcadas para aquele país.

Além disso, o avanço das negociações com a União Europeia sobre a publicação da lista de propriedades habilitadas a ex-portar para aquele mercado, que agora é de responsabilidade brasileira, permitirá um incremento na oferta.

Atualmente, o Brasil tem 2 mil pro-priedades habilitadas a fornecer gado para frigoríficos que exportam para a União Europeia, o que engloba 4,3 milhões de cabeças. Antes de 2008, 26 mil propriedades podiam exportar para os europeus.

Agora, com o governo brasileiro assu-mindo a responsabilidade de fiscalizar e di-vulgar esta lista de propriedades habilitadas, a indústria espera minimizar a burocracia e elevar a oferta para aquele mercado. Este processo ainda deve ser auditado pelos europeus.

"Vamos ter um número mais palatável de

oferta (de carne para o mercado europeu)", acrescentou.

Já os Estados Unidos, oitavo destino para a carne brasileira, tiveram um salto importante neste ano tanto em volume como em receita, superior a 100 por cento na comparação com 2010.

"2011 foi o primeiro ano de embarque cheio, desde que os Estados Unidos reabri-ram (seu mercado) para a carne industriali-zada do Brasil", observou Camardelli, expli-

cando a razão do crescimento expressivo. os EUA barraram a entrada de carne

processada do Brasil em maio de 2010, depois que constataram níveis acima dos tolerados do vermífugo ivermectina na carne exportada pelo Brasil. o mercado norte-americano só foi reaberto em de-zembro de 2010. .

A Abiec também vislumbra conseguir embarcar carne in natura para o mercado norte-americano. "Este será um bom ano para evoluir as negociações neste mercado", disse Camardelli.

CONTENCIOSO NÃO É DESCAR-TADO - A flexibilização da instrução normativa 61, que passa para o governo bra-sileiro o gerenciamento das propriedades habilitadas a exportar para a Europa, aten-deu demanda dos exportadores brasileiros, mas não é fator suficiente para a indústria descartar um pedido de contencioso contra a UE junto à oMC.

o diretor executivo da Abiec, Fernan-do Sampaio, explica que a indústria ainda estuda ir à oMC por conta dos entraves encontrados para cumprir a chamada cota Hilton.

Por esta cota, o Brasil pode exportar 10 mil toneladas de cortes especiais de carne, volume que o país não consegue alcançar diante das normas específicas aplicadas ao produto brasileiro.

A Abiec quer a uniformização das regras para os países que têm direito a exportar por esta cota, que atualmente variam entre os países que detêm esta cota. "Mas este tema, também está em negociação avançada", disse Sampaio, sem dar mais detalhes.

Foto: Divulgação

cONTINuaÇÃO Da caPa

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ProGraMa PrEtEndE auMEntar a Produção dE lEitE EM MS

Para alavancar a produção de leite em Mato Grosso do Sul e auxiliar na organização da cadeia produtiva, o Serviço Nacional de Aprendizagem

Rural de MS (Senar/MS) lançará o Progra-ma Mais Leite, um ciclo de palestras com intuito de incentivar a renda do produtor e priorizar a qualidade do leite.

"o Mais Leite pode melhorar o cenário brasileiro nesse ramo que já está se modi-ficando e transformar os produtores em empreendedores. Com dedicação a este mercado e produção melhorada, o setor se torna mais competitivo e passamos a oferecer segurança e qualidade do pro-

duto para a população”, afirma Clodoaldo Martins, superintendente do Senar/MS.

os solos, a pastagem degradada, a falta de tecnologia e a mão-de-obra deficiente tem sido alguns dos motivos da queda na produção do leite no estado, segundo o instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (iBGE). o instituto indica também a ausência de suplementação em período seco e os rebanhos pouco especializados, como motivos da baixa produtividade.

As primeiras cidades a receberem o ciclo de palestras do Programa Mais Leite, que pretende orientar cerca de 1,2 mil produtores de leite, serão Camapuã, Paranaíba, Glória de dourados e Anastá-

cio. os produtores residentes em outras cidades poderão tirar suas dúvidas no encontro estadual que acontecerá nos dias 14 e 15 de maio em Campo Grande.

Pastagem degradada e falta de tecnologia são alguns dos problemas da região

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas por meio do site www.se-narms.org.br e nos sindicatos rurais dos municípios participantes.

Clodoaldo Martins, superintendente do

Senar/MS

MoaGEM dE cana cai 11,62% na Safra 2011/2012

o volume de cana-de-açúcar pro-cessado até 1º de janeiro pelas unidades produtoras da região

Centro-Sul do país somou 492,23 milhões de toneladas no acumulado desde o início da safra. o total para o mesmo período da safra anterior foi de 555,39 milhões de toneladas. No mês de dezembro, a moagem somou 3,65 milhões de toneladas, 67,61% abaixo do valor registrado em dezembro de 2010 (11,27 milhões de toneladas).

o diretor técnico da União da indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, explica que “os valores ob-servados até o momento são praticamente os números finais da safra 2011/2012 da região Centro-Sul, pois ocorrerão apenas ajustes marginais até o final de março.” Açúcar e etanol - A produção de açúcar, acumulada

desde o início da safra até o final de dezembro, atingiu 31,17 milhões de toneladas, recuo de 6,86% comparativamente a igual período de 2010. No tocante ao etanol, esta queda foi de 18,74%, com 20,56 bilhões de litros produ-zidos na safra atual (2011/2012), dos quais 12,66 bilhões de litros de etanol hidratado e 7,90 bilhões de litros de etanol anidro.

Em dezembro de 2011, a fabricação de açúcar alcançou 178,58 mil toneladas, contra 437,10 mil toneladas verificadas no ano anterior. Já a produção de etanol somou 183,67 milhões de litros, sendo 166,68 mi-lhões de litros de etanol hidratado e 16,99 milhões de litros de etanol anidro.

Considerando que a safra atual está praticamente encerrada, e comparando-se os valores acumulados até dezembro com os dados finais da safra 2010/2011,

observa-se uma retração da moagem de 11,62% (492,23 milhões de toneladas até dezembro de 2011 contra 556,95 milhões na safra 2010/2011. As produções de açúcar e de etanol estão 6,95% e 19,00% menores do que na safra anterior, respectivamente. o volume produzido de etanol anidro apre-sentou crescimento de 6,59%, enquanto o etanol hidratado registrou queda de 29,56%.

No acumulado desde o início desta safra, a proporção de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol alcançou 51,71%. A exem-plo do que vem ocorrendo nas últimas nove safras, a maior parte da cana processada no Centro-Sul continua sendo direcionada para a produção de etanol. Porém, o percentual na atual safra é inferior aos 55,01% observados em igual período de 2010 e aos 55,07% re-gistrados nos dados finais da safra anterior.

Em dezembro, 62,25% da matéria-prima

Processamento no centro-sul está praticamente encerrado e atinge 492,23 milhões de toneladas processada destinaram-se à fabricação de

etanol, contra 66,80% verificados naquele mesmo mês do ano anterior.

Vendas - o volume de etanol comer-cializado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul, desde o início da safra 2011/2012 até 1º de janeiro, somou 16,15 bilhões de litros (6,10 bilhões de litros de etanol anidro e 10,05 bilhões de litros de etanol hidratado), uma redução de 19,34% comparativamente a igual período da safra 2010/2011. deste total, 1,64 bilhão de litros foram exportados, e 14,51 bilhões de litros destinados ao mercado doméstico.

o volume de etanol importado de abril a dezembro de 2011 totalizou 1,13 bilhão de litros. desse montante, 704,97 milhões de litros desembarcaram em portos da região Centro-Sul e 420,93 na região Norte-Nordeste.

Foto: Reprodução

Foto: Senar-MS

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ShowtEc 2012 acontEcErá EM MaracajuCom a presença do Ministro

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, o Showtec 2012, maior evento rural do

Centro-oeste, deve receber cerca de 15 mil pessoas que se atualizarão sobre tecnologias disponíveis para o mercado da agricultura. o evento acontece de 25 a 27 de janeiro, na cidade de Maracaju, em Mato Grosso do Sul.

o tema escolhido para o evento foi a "Produção de Alimentos com Consci-ência Ambiental", e será discutido com especialistas e produtores de toda região. Empreendedores e produtores poderão conferir a palestra de abertura, que será

apresentada pelo professor Marcos Fava Neves. Na ocasião, ele abordará assun-tos voltados à agricultura brasileira, profissionalização, competitividade e sustentabilidade.

Quando questionado sobre o desenvol-vimento de suas propriedades rurais, Fava afirma que o agricultor brasileiro está de parabéns: “Este profissional nos coloca na primeira divisão mundial, responsável pelo pouco crescimento que nossa economia teve em 2011. Além disso, é o feroz aliado no combate da inflação, pois inunda nossos mercados com alimentos bons, gerando ainda excedentes que são exportados”.

A Fundação MS, entidade realizadora

do evento, celebrará seus 20 anos de exis-tência durante o Showtec 2012. Produtores da Bolívia, Paraguai e Uruguai também

Ms cedia maior evento rural do centro-Oeste participarão das 50 palestras organizadas à campo, com a participação de 100 empresas e 13 instituições.

ShOwTEC - o Showtec 2012 é realizado pela Fundação MS, com a promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de desenvolvimento Agrário da Produção, da indústria, do Comércio e do Turismo – Seprotur - e da Agência de desenvolvimento Agrário e Extensão Rural – Agraer -, da Federação da Agricultura e Pecuária de MS – Famasul, da Associação de Produtores de Soja – Aprosoja/MS e o Sindicato e organização da Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul - oCB/SESCooP/MS com o apoio da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul – Biosul, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Em-brapa, Prefeitura Municipal de Maracaju, Sebrae/MS e Banco do Brasil. informações sobre evento podem ser obtidas pelo site www.fundacaoms.org.br, pelo telefone (67) 3454-2631 ou pelo e-mail [email protected].

Foto: Sato Comunicação

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2012: ano intErnacional daS cooPEratiVaSSiStEMa cooPEratiViSta SE rEúnE coM o GoVErnoCada vez mais, o mundo reco-

nhece a força da cooperação. o tema teve sua importância respaldada pela organi-zações das Nações Unidas

(oNU), que proclamou 2012 como o Ano internacional das Cooperativas, um reco-nhecimento ao impacto internacional das cooperativistas como modelo de negócio que preza a sustentabilidade econômica, social e ambiental. As contribuições das cooperativas para o desenvolvimento socioeconômico ao redor do mundo são marcantes. Elas ajudam na redução da pobreza, na geração de trabalho e renda e na inclusão social. As cooperativas buscam viabilidade econômica sem abrir mão da responsabilidade social.

Com o tema “Cooperativas constroem um mundo melhor”, a iniciativa da oNU tem como objetivo dar visibilidade ao movimen-to cooperativista, aumentando o interesse público sobre as cooperativas e encorajando governos a estabelecerem políticas, leis e regulamentações condizentes e propícias para a formação, o desenvolvimento e a

estabilidade do setor.o Ano internacional das Cooperativas

foi lançado oficialmente, na sede da oNU, em Nova York, em 31 de outubro de 2011. No dia 16 de novembro, foi a vez da Aliança Cooperativa internacional (ACi) lançar o ano em Cancún, no México. No Brasil, as comemorações começaram no dia 14 de dezembro, quando a organização das Cooperativas Brasileiras (oCB) fez o pri-meiro evento oficial divulgando do Ano internacional das Cooperativas, em Brasília.

o sistema cooperativista está engajado em promover o cooperativismo e vem realizando reuniões com o governo para desenvolver ações em conjunto. Uma dessas reuniões foi com o ministro do MAPA- Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Men-des Ribeiro Filho, que considera o fomento a linhas de crédito que beneficiem o setor uma outra forma de fortalecer o cooperativismo. “No Brasil, temos grandes exemplos de que, por meio da união e cooperação, podemos ir mais longe do que se estivéssemos sozinhos”. Em sua avaliação, o segmento conquistou importantes resultados ao longo de 2011.

Para tanto, o líder cooperativista diz ser essencial intensificar a formulação de polí-ticas públicas que atendam às necessidades das cooperativas e promovam a sua conso-lidação. “Queremos que o cooperativismo esteja na pauta e no discurso do governo. A destinação de mais recursos e melhores condições de pagamento no Plano Safra 2012/2013, que deve ser anunciado entre junho e julho, é um exemplo”, disse Freitas.

“Já conquistamos uma participação expressiva na economia do país. No campo, por exemplo, geramos trabalho e renda para 1 milhão de famílias, contribuindo diretamente para a produção de alimentos. da mesma forma, nossas exportações têm registrado índices consideráveis de cresci-mento, batendo recordes, mas o espaço para atuação ainda é amplo”, ressaltou o presi-dente da oCB, Márcio Lopes de Freitas.

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adubação orGânica rEduZ a incidência dE PraGaS E doEnçaS

Com o aumento das áreas cultivadas e a necessidade cada vez maior de alimentos os problemas relacionados com a produção agrope-

cuária, principalmente pragas, doenças de plantas e concorrência com plantas invasoras, se multiplicam. São vários os fatores que contribuem para o aumento dessas dificuldades.

Segundo as correntes que tentam expli-car este fenômeno, a Teoria da Trofobiose (ou teoria da planta equilibrada) diz que os ataques de pragas e doenças às plantas se devem ao uso indiscriminado de nutrientes solúveis, existentes na adubação química, e também aos agrotóxicos. Neste caso a planta fica em desequilíbrio e sua seiva será

formada por radicais livres, principalmente por aminoácidos, substâncias simples e solúveis de fácil digestão para os insetos ou microorganismos. Por outro lado, quando existe um equilíbrio nutricional na planta, o seu metabolismo consegue fabricar subs-tâncias complexas, menos solúveis, como proteínas, açúcares e vitaminas. dessa forma a planta dificilmente será atacada por pragas e doenças, já que essas substâncias não atendem as exigências nutricionais do parasita.

Noutra linguagem, dizemos que uma planta cultivada só será atacada por um inseto, ácaro, fungo ou bactéria, quando ela tiver na sua seiva exatamente o alimen-to que eles (microorganismos) precisam. Uma planta que se encontra num ambiente

equilibrado, adaptada ao lugar onde vive, em solo com alto teor de matéria orgânica e com a quantidade e qualidade de nutrientes suficientes, consegue fabricar através do seu metabolismo interno e fotossíntese, subs-tâncias complexas como proteínas, açúcares e vitaminas. Tais plantas dificilmente serão atacadas por “pragas e doenças” já que esses organismos não possuem aparelho digestivo preparado para dissolver subs-tâncias complexas. Nos períodos climáticos desfavoráveis ou quando são empregados excesso de nutrientes solúveis e agrotóxicos, são liberados na seiva das plantas radicais livres (aminoácidos, açúcares, etc.) que são alimentos prontamente disponíveis para os insetos nocivos e patógenos, o que convida facilita sobremaneira o ataque de pragas e doenças.

Para que as plantas fiquem livres do ataque de pragas e doenças, portanto, há a necessidade não apenas da disponibilidade e quantidade de todos os macro e micro nutrientes essenciais, mas que os mesmos estejam em proporções satisfatórias, isto é, que haja equilíbrio dos nutrientes entre si, e ainda, tanto aqueles que se encontram com baixa disponibilidade, tanto os que estão em excesso, são limitantes para as culturas. Como já dizia o famoso cientista Justos Von Liebig, criador da Lei do Míni-mo, o crescimento da planta é determinado pelo nutriente presente no solo na mínima

quantidade adequada. isso significa que as plantas se alimentam de acordo com os nutrientes encontrados no solo, até o limite daquele que existe em menor quantidade.

diversos estudos demonstram que o emprego da matéria orgânica aumenta consideravelmente a sanidade do solo e das plantas. o adubo orgânico, além da maté-ria orgânica (vital para qualquer cultivo) oferece todos os macro e micro nutrientes necessários, em doses proporcionais, sem excessos ou deficiências, melhora a ca-pacidade de retenção de água, enriquece a microflora e estabiliza a estrutura dos solos. Além dos nutrientes, a adubação orgânica (adubação com matéria orgânica) libera ácidos húmicos, que estimulam a capacidade de absorção de fósforo, e ácidos fúlvicos, considerados um dos coringas da agropecuária em geral.

Enfim, a adição de matéria orgânica nos solos, como parte da nutrição dos solos e das plantas, está diretamente relacionada com a melhoria do metabolismo da planta e, conseqüentemente, com o aumento da tolerância às pragas e doenças, que por sua vez, reflete economia de defensivos, agrotó-xicos e afins, e permite o desenvolvimento de plantas mais sadias e mais produtivas.

(*) elisângela alves de Olivera é en-genehira agrônoma, (**) ricardo sérgio arantes Pereira é empresário e advogado.

Por elisângela alves De Olivera* e ricardo Sérgio arantes Pereira**

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faMaSul E SEnar dESEnVolVEM trêS noVoS ProjEtoS EM 2012

A Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar/MS) estão desenvolvendo três novos projetos para 2012. o foco está na diversificação das atividades. os programas Mais Leite, Proovinos e Mais Pastagem devem ter até junho, 23 eventos em 19 municípios. Serão feitas palestras gratuitas com especialistas em pastagem, ovinocaprinocultura e pecuária leiteira. As inscrições podem ser feitas diretamente no Sindicato Rural ou no site www.senarms.org.br. os eventos começam no dia 31 de janeiro, em Sidrolândia.

ShowtEc 2012 acontEcE noS diaS 25, 26 E 27 dE janEiro

São aguardados 15 mil visitantes para o Showtec 2012 que acontece nos próximos dias 25, 26 e 27 de janeiro, na Fundação MS, em Maracaju. A abertura do evento será dia 25, às 8 horas, e já tem confirmadas as presenças do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, do governador de MS, André Puccinelli, e do presidente da Famasul, Eduardo Correa Riedel. o professor da Universidade de São Paulo, Marcos Fava Neves, faz a palestra de abertura “A Agricultura Brasileira. Profissionalização, Competitividade e Sustentabilidade”. informações www.fundacaoms.org.br

nEGócio cErto rural ultraPaSSa MEta dE 2011

Mais de 1.300 produtores rurais atendidos e quase mil propriedades rurais bene-ficiadas. Estes foram os resultados obtidos em 2011 pelo Programa Negócio Certo Rural, desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/MS, em parceria com o Sebrae e Funar. o programa teve alcance de 50% de Mato Grosso do Sul, com realização em 39 municípios. No total, foram 2.800 horas de treinamento sobre o custo de produção, análise da viabilidade econômica da atividade produtiva e discussão sobre a comercialização.

crS VEncE dia 31o prazo para o pagamento da Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical

Rural - CSR, na modalidade Pessoa Jurídica, vence dia 31 de janeiro. A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou ao produtor rural uma guia, que poderá ser paga em qualquer agência bancária até essa data. Após o vencimento, deve procurar uma das agências do Banco do Brasil para efetivar o pagamento que incidirá em juros e multas. o prazo para recolhimento da CSR, na modalidade Pessoa Física é dia 22 de maio. o produtor rural que não recebeu a guia da CSR poderá procurar o Sindicato Rural do seu Município ou a Famasul.

CaSa rural - rua Marcino dos Santos, 401 - bairro Cachoeirinha iiCampo Grande - MS, Fone 67 3320-9700 - e-mail: [email protected]

uma parceria que vai levar ao homem do campo a informação que ele precisa para o seu negó-cio rural. é nesse estilo que o agroin e a Casa rural abrem agora esse novo espaço, com notícias

sobre os programas, os acontecimentos e principais eventos da Famasul e do Senar/MS.

groina gronegóciosaJorn

alO Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 9

EMbraPa obtéM PriMEiraS PlantaS tranSGênicaS dE cana-dE-açúcar

EMbraPa diSPonibiliZa SEMEntES dE aVEia Garoa Para ProdutorES

A Embrapa Agroenergia ob-teve as primeiras plantas transgênicas confirmadas de ccana-de-açúcar tolerante à seca com o gene dREB2A. As

plantas foram selecionadas em laboratório e, nos próximos três meses, estarão em es-tágio de multiplicação in vitro para serem avaliadas em casa de vegetação.

Até maio de 2012, suas características serão avaliadas. Após esses processos, as que apresentarem melhor desempenho, tanto agronômico quanto das características pretendidas, terão potencial de avaliação

a campo mediante aprovação de processo junto ao Comitê Técnico Nacional de Bios-segurança (CTNBio).

As pesquisas com transgenia em cana-de-açúcar vêm sendo desenvolvidas desde 2008. o trabalho é realizado em parceria e conta com o apoio de laboratórios da Embrapa Recursos Genéticos e Biotec-nologia, que possuem características exigidas pelas normas da CTNBio para estudos com organismos geneticamente modificados.

A pesquisa conta com o apoio do Centro internacional de Pesquisas para Ciências Agrárias do Japão (Japan internacional Research Center for Agricultural Sciences - JiRCAS), empresa de pesquisa vinculada ao governo japonês.

A proposta é desenvolver cultivares comerciais com maior tolerância à seca, o que poderá potencializar o setor sucroalco-oleiro nas áreas tradicionais e de expansão da cultura. de forma geral, as áreas de

expansão têm como característica solos com baixa fertilidade, altas temperaturas e baixa precipitação pluviométrica.

A tecnologia desenvolvida pode ser uma alternativa para melhorar o desempenho da planta, visando impulsionar a produção de cana-de-açúcar no Brasil.

A introdução de características para o melhoramento da cana-de-açúcar por meio da transgenia deve produzir, em alguns anos, variedades mais resistentes a doenças e capazes de tolerar ambientes marginais com solos salinizados ou com pouca água disponível. o melhoramento clássico de cana-de-açúcar convencional é um processo demorado e trabalhoso.

Atualmente, ainda não existe variedade de cana-de-açúcar transgênica comercial. Com isso, um enorme potencial para o aumento da produção f ísica de cana e seus derivados, como o etanol, se abre com as alternativas para o melhoramento genético dacana-de-açúcar via transgenia.

Foto: Embrapa

Foto: Reprodução

Plantas já estão em fase de multiplicação em casas de vegetação e serão avaliadas até maio

Processo de transgenia pode resultar em uma planta mais tolerante à seca e minimizar problemas de escassez

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disponi-biliza aos agricultores a aquisição

das sementes para o cultivo da aveia preta Embrapa 29 (Garoa). A cultivar é utilizada em rotação de culturas para melhorar as condições f ísicas, químicas e sanitárias dos solos. A cultura de inverno mantém o solo coberto de adubação verde e pode ser utilizada para alimentação dos animais ou como opção de renda para o produtor.

A Garoa tem ciclo precoce (de 110 a 130 dias), apresenta resistência à seca e tem desenvolvimento rápido, impedindo a infestação de plantas invasoras indesejáveis. desenvolve-se em baixas temperaturas, tem tolerância ao alumínio, baixa incidência de pragas e doenças, facilidade de produção

de sementes e baixo custo de produção.A produção varia de três a oito toneladas

por hectare e a de sementes de 500 a 2000 kg/ha. A planta é utilizada para cobertura, adubação verde, produção de forragem em pastejo direto, feno, silagem e grãos para a alimentação de bovinos de corte e leite. É, inclusive, uma opção de alimentação do rebanho nos períodos mais críticos do ano.

Informações sobre aquisição de semen-tes da cultivar embrapa 29 (Garoa):

Escritório de Negócios da Embrapa Trans-ferência de Tecnologia em douradosRodovia dourados - Caarapó, Km 6 – Caixa Postal 661 - CEP – 79804-970 – dourados, MS. Telefone: (67) 3425-5165; Fax: (67) 3425-0811. E-mail: [email protected]

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O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 10

SErá a VEZPioneira, indústria do Ms realiza primeiro abate técnico-sanitário da ave no País para a abertura do mercado internacional.

dono de uma produção de quatro mil aves/ano (metade da oferta brasileira), o criador e industrial, Manoel Piveta, é hoje o protagonista da reto-

mada da estrutiocultura brasileira, abalada na década passada por um enorme escândalo financeiro (veja box). No dia 21 de novembro de 2011 ele acompanhou pessoalmente em seu frigorífico, em Campo Grande, MS, o primeiro abate no Brasil dentro do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Conta-minantes para a carne de Avestruz (PNCRC/Avestruz). o procedimento tem como obje-tivo abrir as portas do mercado europeu para a carne da ave produzida no País.

Piveta começou sua criação de avestruz em 1996 ao adquirir 20 casais. Hoje é con-siderado o maior produtor de avestruzes do mundo fora do continente africano. Seu rebanho está concentrado na Fazenda Piveta Assunção, de dois mil hectares, em São Gabriel do oeste, MS (140 km ao norte de Campo Grande).

Ao contrário de outros estrutiocultores, mesmo com o mercado em baixa nos últi-mos seis anos, ele manteve a atividade e hoje faz projeções de ampliação em função da expectativa de demanda de mercado exter-no: “estou trabalhando para nos próximos três anos produzir 10 mil aves/ano, sendo

oito mil para abate e duas mil entre animais de seleção e eventuais baixas”.

Com este pensamento adquiriu oficial-mente no início de 2011 o antigo Frigorífico JS (então propriedade do ex-senador da República, Juvêncio César da Fonseca), que já era utilizado por Piveta desde 2008. originariamente para abate de ovinos, a indústria foi adaptada para avestruz e manteve a estrutura para a ovinocultura, outra atividade em que ele investe como criador. A unidade foi rebatizada como Piveta Assunção Strut Ltda., com a marca fantasia “Viva +”.

SupERvISÃO TÉCNICA - Todo o processo de abate supervisionado em sua indústria teve o acompanhamento de uma equipe de cinco técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sob o comando do fiscal federal agropecuário, osvaldo Rodrigues. Ele con-firma que o abate datado de 21 de novembro foi o primeiro de avestruzes no Brasil dentro do PNCRC. “Foram seis anos para chegar neste dia e, a partir de agora, passa a ser rotineiro”, garante.

dentro deste primeiro procedimento visando à abertura do mercado internacio-nal, foram abatidas 28 aves. Tecnicamente é possível o recolhimento de músculo, f ígado e urina para avaliação em laboratório especí-fico. “Neste caso, optamos pelo músculo de seis aves que foram lacrados e seguiram para o laboratório”, explicou Rodrigues. o lote,

pRODuTOS INDuSTRIAIS - A carne da avestruz é extremamente magra e, sob preparo adequado, muito macia. Além de boa carga de proteína conta com 54% a mais de ferro se comparada com a carne bovina e alto teor de gorduras insaturadas (ômega 3 e ômega 6) que ajudam a reduzir a concen-tração de colesterol nas artérias. Também possui baixo teor calórico e de sódio além de ser rica em creatina (que ajuda a regular o metabolismo energético do coração). Na indústria de Piveta, responde por 45% do seu faturamento com o processamento da ave.

o couro responde pela fatia de 30% e é vendido por unidade a um preço médio de R$ 250,00. Ele é tratado na fase wet blue (processo inicial de curtimento) em

Campo Grande e segue para Maringá, PR. o processamento final, industrialização ou comércio das peças fica a cargo de um dos braços familiares da família Piveta. “Quem cuida disso no Paraná é meu filho Charles Piveta Assunção”, conta o empresário.

outros 15% do faturamento na estrutio-cultura Piveta obtém com a comercialização das plumas das aves. Elas são de múltipla utilidade e são usadas para a fabricação de artigos de decoração, espanadores, travesseiros e, sobretudo como adornos para fantasias carnavalescas. “Em 2011 vendi mais de 250 quilos de plumas para a Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi, de São Paulo, recebendo R$ 86 mil, pelo lote”, revela.

Perto de 10% de receita entra através da comercialização da banha da ave, de ossos e da casca do ovo. A gordura tem boa demanda para indústria de cosméticos e de óleos medicinais. “temos até óleos de mas-sagem originários da banha”, explica Piveta. os ossos são processados ainda em Campo Grande. Piveta aproveita basicamente a parte da canela da ave para fazer cabo para facas. Já o fêmur vira cabo de espetos para churrasco.

No próprio frigorífico, onde Piveta mantém uma espécie de “boutique da car-ne”, são comercializados “kit´s churrasco” com peças elaboradas a partir de ossos de avestruz. A casca do ovo – cerca de 200 gramas de peso – é transformada em objeto

de decoração. “No mercado internacional cada uma chega a valer € 3,50”, afirma.

o Brasil chegou a registrar um rebanho de 400 mil avestruzes antes da crise de 2005 (veja box) e hoje conta perto de 50 mil animais em fazendas de produção, com

ariosto Mesquita

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do aVEStruZ?com um mínimo de três quilos especifica origem, horário de abate e número do lacre.

Não há, segundo o fiscal do MAPA, um prazo específico para que seja acionado o sinal verde da exportação de carne de aves-truz brasileira. “Teremos ai um mínimo de seis meses para equalizar o produto dentro das especificações exigidas pelo mercado europeu”, prevê.

o PNCRC monitora nos alimentos – neste caso, a carne de avestruz – resíduos de medicamentos e de elementos conta-minantes advindos da alimentação da ave. Este acompanhamento tem como objetivo evitar que os níveis limites de biossegurança alimentar sejam ultrapassados. Em resumo, trata-se de uma exigência da maioria dos mercados consumidores internacionais (so-bretudo a Comunidade Europeia) antes da aquisição de algum produto de origem ani-mal. o laboratório Plantec – Planejamento e Tecnologia Agrícola Ltda., de iracemápolis, SP, foi o primeiro responsável pelos pro-cedimentos de análise técnica da carne de avestruz. A partir do dia 16 de dezembro de 2011, o Lanagro de Campinas, laboratório oficial do Mapa, também passou a analisar lotes abatidos na indústria de Piveta.

de acordo com números oficiais de criação em sua fazenda, uma ave atinge estrutura para abate aos 14 meses de idade, com uma média de 95 kg de peso vivo e rendimento de aproximadamente 25 kg de carne limpa. São clientes de seu frigorífico restaurantes e casas de carne nas regiões Sul e Sudeste. Brevemente pretende iniciar a venda para o Nordeste brasileiro, anteci-pando o mercado externo.

"Acredito que o processo de exportação será viabilizado o mais rapido possível",

comenta o criador e industrial. Para isso, conta com o apoio e a experiência de setores da Federação das indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems). "Em 2012 vou comunicar oficialmente a Fiems de todo o processo já encaminhado e buscar orientação para exportação a partir do Aeroporto interna-cional de Campo Grande", ressalta.

Natural de Cambé, PR, Piveta é de famí-lia originária do meio rural paranaense, com

o escândalo protagonizado na década passada pela empresa Avestruz Master, sediada em

Goiás, foi o tiro de misericórdia na estrutiocultura brasileira até então. Em 2005 foram descobertas várias irregularidades na empresa, tanto na emissão de títulos de investimento quanto na comercialização de aves. Como prometia retornos financeiros cima da média de mercado, a empresa atraiu tanto produtores de avestruz quanto investidores em geral.

Em 2006 a empresa fechou as portas e levou ao desespero milhares de pes-soas que viram escoar pelo ralo perto de R$ 350 milhões aplicados na criação de animais. “Quando a Avestruz Master quebrou, levou junto muita gente, in-clusive criadores; dessa forma, durante os últimos seis anos a atividade sofreu com este estigma de risco”, enfatiza o presidente da ACAB.

os números com prejuízos, en-tretanto, podem ser ainda maiores. o Ministério Público de Goiás, por exemplo, estimou que mais de 50 mil pessoas foram lesadas pelo País em patamares que somariam mais de R$ 1 bilhão.

EScândalo MinGuou atiVidadE no PaíS

o abate de oito mil aves ano. Só a África do Sul (maior produtor mundial) abate anualmente 200 mil aves. os números com-parativos foram repassados pelo presidente da Associação de Criadores de Avestruz do Brasil (ACAB), Stefano Rocha Volpi.

histórico de trabalho em culturas como a do café e algodão. “Em 1982 fui considerado produtor modelo da cotonicultura brasileira na região de Maringá”, conta. Enquanto isso, desde 1972 sua família já estava adquirindo terras no então Mato Grosso (estado uno). Foi um dos pioneiros da soja no Norte do Mato Grosso do Sul para onde se mudou em definitivo quando adquiriu os primeiros casais de avestruzes, em 1996.

Fiscal federal, Osvaldo rodrigues, inspeciona o primeiro abate de avestruzes no brasil dentro do PNCrC

Cortes de avestruz – carne magra, macia e de baixa caloria

Fotos: Ariosto Mesquita

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O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 12

ViGilância EM MS é rEforçada coM o dESlocaMEnto dE fiScaiS

ExPortaçõES dE cooPEratiVaS atinGEM uS$ 6,17 bi

As atividades de fiscalização que vêm sendo promovidas pelo Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa) na fronteira

de Mato Grosso do Sul com o Paraguai re-ceberam o reforço de fiscais agropecuários de todo o país nos últimos dias. o objetivo da mobilização é evitar a entrada do vírus de febre aftosa proveniente do Paraguai.

Entre fiscais federais agropecuários e médicos veterinários dos serviços veteriná-rios estaduais, 13 técnicos foram deslocados de Goiás, Rondônia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e do Pará para apoiar os trabalhos de fiscalização em 14 postos fixos, nove barreiras volantes e, principalmente, na vigilância em propriedades de maior risco. os postos do Sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) espalhados pela fronteira também foram reforçados com fiscais federais do Serviço de inspeção

As exportações das cooperativas do país apresentaram crescimento de 39,8% em 2011 na comparação

com o mesmo período de 2010 (US$ 4,417 bilhão), totalizando US$ 6,175 bilhões. Este foi o maior resultado alcançado desde o início da série em 2005. A participação na pauta total das vendas das cooperativas passou de 1,9%, em 2005, para o patamar de 2,4% em 2011.

Historicamente, a balança comercial das cooperativas apresenta saldo positivo, tendo alcançado US$ 5,819 bilhões de janeiro a de-zembro do ano passado. o resultado é recorde para o período e supera em 40,4% o valor de 2010, que chegou a US$ 4,144 bilhões. o levantamento das operações de exportação e

Federal (SiF) do próprio Estado.Paralelamente, o governo estadual está

organizando uma seleção para a contrata-ção emergencial de mais 35 médicos vete-rinários. os novos funcionários atuarão, prioritariamente, na zona da fronteira. os contratos terão duração de um ano, com possibilidade de renovação por igual período. os profissionais deverão iniciar os trabalhos já no início do próximo mês.

Em seis pontos considerados críticos, as ações de prevenção estão ocorrendo com o suporte das Forças Armadas. Ao todo, 100 militares – distribuídos em grupos de 10 e em sistema de revezamento – auxiliam nas rotinas de fiscalização.

No Paraná, além da presença de 16 militares na Ponte da Amizade (divisa de Foz do iguaçu com Ciudad del Este), as medidas de segurança foram ampliadas com a participação da Polícia Rodoviária Federal. Uma reunião entre o serviço veterinário

importação das cooperativas brasileiras é ela-borado pelo Ministério do desenvolvimento, indústria e Comércio (MdiC).

São Paulo foi o estado com maior valor de exportações com US$ 2,078 bilhões, o que representa 33,7% do total deste seg-mento. Em seguida aparece o Paraná, com US$ 1,930 bilhão; Minas Gerais, US$ 885 milhões; Rio Grande do Sul, US$ 363 mi-lhões; e Santa Catarina, US$ 312 milhões. Rondônia foi o estado que apresentou o maior crescimento no período comparativo, seguido por Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás e Piauí.

de janeiro a dezembro de 2011, dos 27 estados brasileiros, 13 realizaram importa-ções por meio de cooperativas. o Paraná

para o Brasil segue até o dia 20. No próxi-mo domingo, 15 de janeiro, um grupo de veterinários do Comitê Veterinário Perma-nente do Mercosul (CVP) também deverá visitar o país vizinho. o objetivo é ajudar o Paraguai a identificar as causas do foco e implementar estratégias para erradicar a febre aftosa no seu território.

agronegócio são os que se destacam entre os mais exportados pelas cooperativas. o açúcar refinado foi o mais vendido e representou 17% do total exportado, com total de US$ 1,048 bilhão. o café em grãos negociou US$ 839,3 milhões (13,6%). Em seguida aparecem: soja em grãos; açúcar em bruto; pedaços e miudezas de frango; etanol; farelo de soja; e trigo.

Foto: Reprodução

estado também promoverá seleção para a contratação emergencial de veterinários que vão atuar a partir de fevereiro

Valor é recorde e cresceu 39,8% em 2011 na comparação com o mesmo período de 2010, quando foram exportados us$ 4,417 bilhão

O objetivo da mobilização é evitar a entrada do vírus de febre aftosa proveniente do Paraguai

paranaense e o catarinense, nos dias 18 e 19 de janeiro, deverá definir uma série de medidas conjuntas a serem implementadas na fronteira para também impedir a entrada da doença no país.

A missão promovida pelo Ministério da Agricultura ao Paraguai para inspecionar os frigoríficos habilitados a exportar carne

foi o estado que importou maior valor (US$ 136,8 milhões), com 38,5% do total deste segmento. As importações foram conduzidas em 37 Portos, Aeroportos e Rodovias. o porto de Paranaguá foi o que movimentou o maior valor (US$ 136,5 mi-lhões), com o equivalente a 38,4% do total das importações do segmento.

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