indissociabilidade ensino- pesquisa-extensÃo...

12
INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO: CONTRIBUIÇÕES DE PROJETO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO À PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Julia das Neves Dias (CEFET/RJ) [email protected] Fernando Oliveira de Araujo (CEFET/RJ) [email protected] O presente artigo apresenta resultados de projeto de ensino-pesquisa- extensão em Engenharia de Produção cujos objetivos originais almejavam tanto o desenvolvimento acadêmico, pessoal e profissional dos graduandos envolvidos, quanto indicar possíveis caminhos para a transformação da realidade social de comunidades em situação de extrema fragilidade sócio-econômica. O trabalho trata a problemática à luz de aspectos qualitativos, baseado em revisão da literatura de caráter técnico-científico, além de se apoiar em resultados experimentais obtidos por meio de ações articuladas entre academia e sociedade civil, orientadas a analisar as contribuições da engenharia de produção ao desenvolvimento local sustentável de uma comunidade próxima à Unidade de Nova Iguaçu do CEFET/RJ. Apresentam-se como resultados desta iniciativa: o desenvolvimento de uma Tecnologia Social baseada na dialogicidade e a integração de conhecimentos científicos e empírico-intuitivos, como elementos capazes de contribuir para o desenvolvimento local. Palavras-chaves: Indissociabilidade Pesquisa-Ensino-Extensão; Prática Extensionista na Engenharia de Produção; Tecnologia Social; Desenvolvimento Local Sustentável; Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais (NETS). XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

Upload: others

Post on 24-Jul-2020

9 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

INDISSOCIABILIDADE ENSINO-

PESQUISA-EXTENSÃO: CONTRIBUIÇÕES DE PROJETO DE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO À PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO

LOCAL

Julia das Neves Dias (CEFET/RJ) [email protected]

Fernando Oliveira de Araujo (CEFET/RJ) [email protected]

O presente artigo apresenta resultados de projeto de ensino-pesquisa-extensão em Engenharia de Produção cujos objetivos originais almejavam tanto o desenvolvimento acadêmico, pessoal e profissional dos graduandos envolvidos, quanto indicar possíveis caminhos para a transformação da realidade social de comunidades em situação de extrema fragilidade sócio-econômica. O trabalho trata a problemática à luz de aspectos qualitativos, baseado em revisão da literatura de caráter técnico-científico, além de se apoiar em resultados experimentais obtidos por meio de ações articuladas entre academia e sociedade civil, orientadas a analisar as contribuições da engenharia de produção ao desenvolvimento local sustentável de uma comunidade próxima à Unidade de Nova Iguaçu do CEFET/RJ. Apresentam-se como resultados desta iniciativa: o desenvolvimento de uma Tecnologia Social baseada na dialogicidade e a integração de conhecimentos científicos e empírico-intuitivos, como elementos capazes de contribuir para o desenvolvimento local. Palavras-chaves: Indissociabilidade Pesquisa-Ensino-Extensão; Prática Extensionista na Engenharia de Produção; Tecnologia Social; Desenvolvimento Local Sustentável; Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais (NETS).

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

Page 2: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

2

1. Considerações Iniciais

O programa Universidade da Baixada, promovido pelo Governo Federal entre os anos de 2002 e 2005, estimulava a promoção da interiorização e do acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em uma das regiões menos favorecidas do Estado do Rio de Janeiro: a Baixada Fluminenense (PORTAL DO MEC, 2008).

O referido programa, propunha a articulação de três tradicionais Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Estado do Rio de Janeiro – Universidade Federal Fluminense (UFF); Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – para a implementação de unidades avançadas, capazes de suprir as evidentes demandas da população por uma educação de excelência.

Aderente a este projeto, o CEFET/RJ estabelece, em 2003, sua primeira unidade de ensino descentralizada em Nova Iguaçu (UnED/NI) oferecendo à comunidade cursos de nível médio-técnico, além de bacharelado pleno em engenharia industrial de controle e automação, a partir do segundo semestre de 2004. Um ano mais tarde, a UnED/NI também estabelece o curso de engenharia de produção.

Chaves, Barroso & Lira (2005) indicam que a Universidade Pública, enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção, acumulação e difusão de conhecimento e formação de profissionais-cidadãos, e que, mediante sua missão institucional, atua na promoção do desenvolvimento social, econômico, cultural e político.

Após um esforço inicial para a consolidação de padrões aderentes à oferta de educação superior de qualidade, o CEFET/RJ UnED/NI implementa, no ano de 2006, atividades de pesquisa docente, além de fomentar o engajamento de discente no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, apoiado pelo CNPq e FAPERJ. Em 2007, com a formalização do Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais (NETS), enfatizam-se atividades integradas de ensino-pesquisa-extensão.

Segundo a perspectiva de Araujo (2005), é relevante que se avalie que contribuições podem extendidas à sociedade como resultado dos esforços dos profissionais prevenientes de IFES. Especificamente, no que tange o discente de engenharia, o autor complementa que devem-se desenvolver metodologias de ensino mais apropriadas, capazes de estimular considerações éticas e conscientes sobre as implicações dos avanços tecnológicos na sociedade, para que a tecnologia se desenvolva com um vínculo mais estreito com as necessidades e o bem da sociedade.

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

− Fomentar a reflexão acerca das possibilidades de contribuição das Instituições de Ensino Superior, enquanto vetores para transformação da sociedade, lato sensu, contribuindo para ações integradas de ensino-pesquisa-extensão orientadas ao desenvolvimento local sustentável.

2.2. Objetivos específicos

− Analisar a as possibilidades de contribuição do tripé ensino-pesquisa-extensão em

Page 3: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

3

Engenharia de Produção, tanto para o desenvolvimento acadêmico dos discentes envolvidos, quanto para transformação da realidade social de comunidades que se encontram em situação de fragilidade social.

− Discutir a relevância de núcleos de pesquisa-extensão nas Universidades, como o NETS - Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais, que estimulam a pesquisa sob uma perspectiva dialógica e pluralista;

− Apresentar a Metodologia Integr’Ação enquanto proposta para o estreitamento do relacionamento de Instituições de Educação Superior com a comunidade, orientada à promoção do desenvolvimento local.

3. Metodologia

3.1. Classificação da pesquisa

Segundo Silva & Menezes (2001), a presente pesquisa pode ser classificada como de abordagem qualitativa do problema. Quanto aos objetivos, de acordo com Gil (2002), a pesquisa é de caráter exploratório, na medida em que visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses, suportado por revisão da literatura.

3.2. Técnicas de coleta de dados

Para o desenvolvimento da presente pesquisa, lançou-se mão de: levantamento bibliográfico, realizado através de artigos indexados em periódicos e congressos, além de outros documentos de caráter técnico-científico que abordam a temática analisada. Há de se considerar adicionalmente que o trabalho se apóia em resultados experimentais obtidos por meio de ações articuladas entre academia e sociedade civil, na região de Vila de Cava, entorno da Unidade de Nova Iguaçu do CEFET/RJ. Nestas ocasiões foram feitas entrevistas semi-estruturadas com atores locais relevantes. Adicionalmente, foram estratificados dados de um levantamento de campo realizado por meio de questionário, submetido à validação estatística, junto à 137 moradores da circunvizinhança da UnED/NI.

3.3. Limitações do método

Um fator limitante ao desenvolvimento da pesquisa é a escassez de publicações acerca da região de Vila de Cava, onde a pesquisa de campo foi realizada. Além disso, no que tangem os aspectos intervencionistas, a pesquisa sofre influência de fatores subjetivos como a sensibilidade dos pesquisadores aos problemas enfrentados pela comunidade estudada e sua pouca experiência no tipo de intervenção proposto, que vai além da prática assistencialista.

4. Revisão de literatura

4.1. Educação e o potencial das Instituições de Ensino Superior

Segundo Machado (2003), a qualidade da educação, para além da transmissão e assimilação de informação, abrange, entre outros: a habilitação do sujeito para sua participação ativa na construção coletiva de conhecimento; fortalecimento da competência ética e da responsabilidade pessoal; compreensão do impacto da ação humana no meio ambiente natural e sociocultural, e; capacidade de contribuir ativamente com propósitos coletivos em benefício das comunidades.

Um desafio é promover a educação de qualidade em todos os níveis de ensino, mas se destaca o potencial das Instituições de Ensino Superior, enquanto vetores para fomentar

Page 4: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

4

transformações sociais em sentido amplo. Assim, no que tange à produção de conhecimento científico e tecnológico não só para o mercado, mas também para o enfrentamento do fosso social, destaca-se a importância de a Universidade estar fundamentada, de fato, sob o tripé ensino, pesquisa e extensão. Esta consideração se dá no sentido que a Universidade não se limite a formar profissionais com excelência técnica, mas sim indivíduos comprometidos com o desenvolvimento da sociedade, considerando seu potencial para proporcionar transformações sociais.

Segundo o Portal do MEC (2008), uma das missões estratégicas da Educação Superior no projeto de desenvolvimento cultural, econômico e social do país, é promover uma profunda relação com a sociedade, valorizando a extensão como instância de mediação entre as Instituições de Educação Superior e a sociedade.

Araujo (2007) acrescenta que, ao participarem de projetos de extensão, os discentes passam a conhecer de forma mais aprofundada questões que consideram de maior relevância em sua formação; e ao mesmo tempo, aproveitam a oportunidade de aplicar conhecimentos absorvidos em disciplinas de sua grade curricular em situações reais. Assim, a excelência na formação acadêmica se associa com uma formação pessoal crítica e consciente.

Dessa forma, a Universidade como espaço para transformação, contribui direta e indiretamente para o desenvolvimento sutentável: no que concernem as contribuições diretas destacam-se as atividades de pesquisa e extensão, pelo potencial de intervenção na comunidade e transformação da realidade local, além do aprimoramento das capacidades técnicas dos discentes com base na ética e responsabilidade social. Indiretamente, os discentes egressos das Universidades envolvidos nessas atividades têm potencial para primar pela sustentabilidade de suas ações pessoais e no exercício de suas atividades profissionais.

4.2. O compromisso social da Engenharia

Araujo (2005) evidencia que a engenharia demonstrando rara flexibilidade, tem se adaptado, no decorrer do tempo, ao contexto histórico, político, econômico e social, absorvendo conhecimentos de ciências afins e contribuindo para sua própria evolução. O autor complementa que anteriormente, o escopo dos projetos de engenharia enfatizava aspectos mais específicos e rígidos, como cálculos sofisticados e modelagens matemáticas e, agora, incorporam-se aos projetos, princípios mais elevados e interdisciplinares como: ética, transparência, relevância social, impactos ambientais e sustentabilidade.

Diante dessas considerações, pode-se considerar que a Engenharia é relevante veículo capaz de estimular a apropriação de soluções técnicas para a promoção do desenvolvimento social. Nesse sentido destaca-se uma linha de pesquisa que visa analisar e direcionar as contribuições da engenharia no atendimento das necessidades sociais, em especial das comunidades menos favorecidas: a Engenharia de Interesse Social (EIS).

Borges, Henrique & Lianza (2006) afirmam que protagonizar a engenharia de interesse social é ir além da aquisição de conhecimentos teóricos sobre economia solidária, metodologias participativas, ou responsabilidade social corporativa. O objetivo é prover um acervo de conhecimentos e habilidades de ação para a implementação de processos tecnicamente viáveis e eticamente desejáveis.

Os engenheiros e demais profissionais da área de tecnologia devem estar engajados no desenvolvimento de projetos que promovam a inclusão social. Aderente a esse pensamento, Lessa (2005) defende a necessidade da inclusão social nos projetos sociais e afirma que o

Page 5: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

5

Brasil do futuro tem que incluir nos benefícios da sociedade moderna, todos os brasileiros. De forma complementar o autor identifica o engenheiro como o “profissional do fazer” e destaca que sua pluralidade e adaptabilidade tem potencial para contribuir com esse objetivo.

Oliveira (2005) salienta a necessidade de dominar a tecnologia e ter profissionais preparados para utilizá-la de forma crítica, permitindo sua adequação à realidade. Segundo o entendimento do autor:

A boa engenharia, o bom engenheiro, conhece seu meio, se alimenta da cultura do seu povo, sabe associar o conhecimento geral a seu particular momento vivido. Sem tecnologia nacional, não há boa engenharia (OLIVEIRA, 2005).

No sentido de propiciar a complementação da opinião do autor, cabe uma breve reflexão acerca do potencial da Tecnologia para a transformação da realidade social.

4.3. Tecnologia Social: uma alternativa para o desenvolvimento local sustentável

Dagnino, Brandão & Novaes (2004) evidenciam que vários pesquisadores dos países ditos desenvolvidos, preocupados com as relações entre a tecnologia e a sociedade já haviam percebido o fato de que a tecnologia convencional (TC), aquela tecnologia que a empresa privada desenvolve e utiliza, não é adequada à realidade dos países periféricos. Ainda de acordo com os referidos autores, a TC não tem conseguido resolver, podendo mesmo agravar, os problemas sociais e ambientais.

A evolução tecnológica é evidenciada, na prática e na literatura, como um dos mais importantes pilares ao desenvolvimento. Destaca-se, entretanto, a urgência de atribuir características mais inclusivas nesse dito “desenvolvimento”. Assim, destaca-se a necessidade de uma tecnologia mais apropriada à solução de problemas sociais, a Tecnologia Social (TS).

Dias, Mariano & Araujo (2008) consideram que a TS consiste em uma tecnologia que satisfaz as necessidades básicas dos indivíduos, de forma simples, extensiva em recursos financeiros e intensiva na apropriação de mão-de-obra.

O Instituto de Tecnologia Social (ITS) define a TS como conjunto de técnicas, metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para inclusão social e melhoria das condições de vida.

Rutkowski (2005) destaca que para redirecionar os benefícios gerados pela ciência e tecnologia de maneira a contribuir para redução das desigualdades econômicas e sociais é fundamental que se conheçam as necessidades daqueles que serão os usuários das tecnologias. Assim, destaca-se que a dialogicidade e a horizonatalidade nas relações são tidas como características essenciais da intervenção local.

Nesta direção, Latouche (1996 apud Ribeiro, 2005) afirma que se o contato não se traduz numa troca equilibrada e, sim, em um fluxo massivo de mão única, a cultura receptora é invadida, ameaçada em sua própria existência e pode ser considerada vítima de uma verdadeira agressão. Assim, a preservação do debate ético das finalidades do desenvolvimento é essencial para que se mantenha o princípio de solidariedade e sustentabilidade.

5. Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologiais Sociais – NETS

A Unidade de Ensino Descentralizada de Nova Iguaçu do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ UnED/NI) está situada na Unidade Regional de Governo (URG) de Vila de Cava, composta por seis bairros que se encontram em situação de extrema fragilidade sócio-econômica.

Page 6: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

6

No sentido de contribuir para que o CEFET/RJ UnED/NI consolide-se como ator relevante para o encurtamento das distâncias sócio-econômicas e educacionais observadas, em geral, na Baixada Fluminense e, particularmente, na região entorno da Unidade Nova Iguaçu, um grupo de pesquisadores do Departamento de Engenharia de Produção da referida instituição implementa em 2007, o Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais (NETS).

O NETS surge sob uma perspectiva dialógica e pluralista, orientada em contribuir para a cooperação entre docentes e discentes de todos os níveis de ensino da UnED/NI, respeitando a tradição da Instituição, enquanto espaço para formação humana, científica e tecnológica e tendo compromisso irrestrito com a excelência no ensino, pesquisa e extensão. O referido núcleo visa atuar como agente catalisador do comportamento empreendedor nos âmbitos intra-universitário e comunitário, além de atuar como facilitador à identificação, desenvolvimento e replicação de tecnologias de interesse social.

Iniciativas como o referido espaço acadêmico multidisciplinar orientado à prática do ensino, pesquisa e extensão, constituído por alunos, professores e pesquisadores comprometidos com o desenvolvimento local sustentável são evidências tangíveis que as Instituições de Ensino Superior têm potencial para transformar a realidade social de comunidades menos favorecidas.

Segundo Araujo (2007), o envolvimento dos alunos em iniciativas extensionistas cria um espaço diferenciado para a aprendizagem. Assim, para além do potencial de transformação da realidade local, o núcleo visa contribuir para o desenvolvimento acadêmico e de competência crítica dos discentes.

6. Projeto Integr’Ação enquanto proposta de intervenção dialógica do CEFET/RJ UnED/NI na comunidade

6.1. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CEFET-RJ

O projeto Integr’Ação apresenta-se como um dos resultados do projeto de PIBIC CEFET/RJ, entitulado “Engenharia de Interesse Social: pesquisa e extensão da prática da engenharia de produção enquanto campo do conhecimento contributivo à promoção do desenvolvimento local sustentável”.

O projeto de iniciação científica teve início em abril de 2007 e ainda se encontra em andamento. São características relevantes do referido projeto, a possibilidade de:

− O aprimoramento da autonomia intelectual dos discentes; − A intervenção do discente no campo, com aplicação dos conhecimentos obtidos em

discussões multidisciplinares, englobando temas concernentes à engenharia, antropologia, organizações, sociologia, economia do desenvolvimento, entre outros conhecimentos concernentes à compreensão da problemática e busca de soluções estruturantes;

− A capacitação técnica dos discentes, enquanto futuros engenheiros e “solucionadores de problemas” com a realidade do entorno de sua Instituição de Ensino, tendo a possibilidade de contribuir para a transformação do panorama atual;

− Uma aproximação dialógica do CEFET/RJ UnED/NI, enquanto Instituição de caráter Público Federal e de interesse público, com a comunidade do entorno que se encontra, notadamente, em situação de extrema fragilidade social.

O referido projeto de Iniciação Científica tem como objetivos:

Page 7: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

7

− Realização de levantamento de campo (survey) orientado à coleta de dados sociais, econômicos, culturais e educacionais da região;

− Tratamento e análise de dados; − Estabelecimento de parcerias de cooperação técnica com organizações e movimentos

populares locais; − Mobilização comunitária, baseada em práticas pedagógicas dialógicas, além de

capacitações e oficinas técnicas, para o diagnóstico e enfrentamento de problemas locais; − Estímulo à articulação e exercício do empreendedorismo de grupos autogestionários,

orientados à geração de trabalho & renda local; − Fomento ao desenvolvimento e fortalecimento de redes de cooperação técnica e social; − Identificação, formalização e compartilhamento de tecnologias sociais, baseadas no

conhecimento local, com possibilidade de replicação em outras comunidades.

6.2. Diagnóstico sócio-econômico e cultural das comunidades entorno da UnED/NI

O diagnóstico sócio-econômico e cultural da região entorno à Unidade de Ensino Descentralizada de Nova Iguaçu (UnED/NI) do CEFET/RJ apresenta-se como o produto inicial desse projeto de IC. Assim, com a intenção de dar início ao processo de aproximação e reconhecimento da situação sócio-econômico e cultural da região, duas comunidades foram visitadas, com o apoio da Paróquia Santa Rita: Adrianópolis e Bairro Amaral, ambas com uma série de problemas sociais e ambientais.

As visitas de campo aos bairros da região evidenciaram problemas de infra-estrutura notórios como a ausência de saneamento básico, resultando na presença de línguas negras nas ruas; o predomínio de vias não asfaltadas; a obtenção de parcela da energia elétrica através de ligações clandestinas, e; o abastecimento débil de água que, em geral, é proveniente de poços artesianos.

Outro ponto sensível a se observar é a precariedade do transporte público, uma vez que a linha de ônibus que deveria atender a comunidade não o faz regularmente. A questão se torna ainda mais grave tendo em vista que a região não oferece postos de trabalho suficientes. Essa realidade, portanto, cria uma demanda maior pelo transporte, já que a grande maioria dos moradores que trabalham, o fazem em municípios afastados da comunidade.

Apesar da notável situação de pobreza das comunidades, a violência local é discreta e se restringe a eventuais brigas devido ao excesso etílico e/ ou consumo de drogas ilícitas.

Para coletar os dados sócio-econômicos e educacionais da área estudada, a comunidade entorno do CEFET/RJ UnED/NI, foi realizado, por Dias & Araujo (2008), um levantamento de campo (survey), inspirado em pesquisas sócio-econômico-culturais consagradas, como MEC e IBGE. O instrumento de pesquisa foi um questionário contendo perguntas abertas e fechadas, para captar melhor as características locais. Os dados dos questionários foram divididos em oito tópicos: identificação básica; diagnóstico sócio-econômico e cultural; identificação de “conhecimentos”; experiência de trabalho; experiência comunitária; diagnóstico ambiental; interesse e disponibilidade de participação em um projeto social; e, expectativas gerais.

Após a coleta, os dados foram tabulados e analisados com base em técnicas de estatística descritiva. Os resultados dessa etapa foram tabulados para analisar o perfil da população da região e validados com a comunidade através de reuniões. Além disso, a revisão de literatura, as visitas de campo e as entrevistas com lideranças da região contribuíram na tentativa de

Page 8: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

8

traçar um perfil local. Todos os encontros com a comunidade estão registrados em atas de reunião. Da mesma forma, a revisão de literatura está registrada na forma de relatórios de estudo dirigido que foram discutidos com o professor-orientador do projeto.

Os dados obtidos com o levantamento amostral de campo indicam que a média de idade é 19 anos, sendo 38,98% dos habitantes concentrados na faixa etária de 15 a 20 anos. Apesar desse grande percentual de jovens, 57,14% dos habitantes já têm filho e 43,08% moram com os cônjuges.

Curiosamente, a maioria da população, 88,14% possui residência própria quitada. Em 67,27% das residências habitam mais de quatro moradores, dentre os quais, no máximo dois contribuem para a renda domiciliar.

Paradoxalmente, a faixa de renda de 34,48% da população concentra-se entre 1 e 2 salários mínimos e 20,69% ganham até 1 salário mínimo, o que evidencia a fragilidade econômica da região (conforme Gráfico 01, abaixo).

Gráfico 01 – Distribuição de renda domiciliar (Dias & Araujo, 2008)

Outro ponto nevrálgico evidenciado diz respeito à situação atual de trabalho dos moradores (Gráfico 02). O desemprego atinge quase metade dos moradores da comunidade (49,15%) e apenas 10,17% trabalham com carteira assinada. A insuficiente absorção do mercado de trabalho pode ser considerada um dos motivos para que a maioria da população (72,88%) declare ter interesse em possuir negócio próprio. Ainda assim, apenas uma pequena parcela, 12,28%, possui ou já possuiu seu próprio negócio.

Gráfico 02 – Distribuição da situação atual de trabalho (Dias & Araujo, 2008)

Mais da metade dos habitantes, 58,18%, afirma possuir conhecimentos adquiridos informalmente ao longo da vida: são indivíduos que sabem cozinhar, costurar, consertar

Page 9: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

9

aparelhos eletrônicos. De acordo com o levantamento, essas atividades já representaram uma fonte de renda para 59,38% dos moradores, e, 71,43% ainda utilizam esses conhecimentos para gerar renda.

No que se referem aos aspectos educacionais, 44,07% da população possui o ensino médio e, 88,89% cursaram os estudos em escola pública. No entanto, apenas 21,82% dos entrevistados concluíram o nível de escolaridade e 36,36% continuam estudando.

O nível de escolaridade não foi completado por 41,82% dos moradores, dentre os quais 52,00% não puderam completá-lo devido à necessidade de trabalhar. Ainda assim, é grande o número de respondentes que participaram de cursos de capacitação profissional (50,85%).

O diagnóstico ambiental revela que 100,00% das residências estão ligadas a rede elétrica e 93,10% recebem a coleta de lixo, no entanto 80,70% das residências não estão ligadas a rede coletora de esgoto e 82,76% não estão ligadas a rede de abastecimento de água.

A proximidade da região analisada com a reserva biológica de Tinguá, poderia estimular o extrativismo, no entanto, apenas 8,47% dos respondentes declararam realizar essa prática. Dentre estes, a maior parte, 80,00%, realizam extrativismo semanalmente, sendo que 75,00% fazem retiradas de elementos da flora nativa.

Ainda em relação as questões ambientais, apenas 11,11% dos respondentes afirmam reciclar, reutilizar e/ou reduzir algum tipo de resíduo sólido. Sendo 66,67% referente à prática da reciclagem e 40,00% referente ao resíduo sólido alumínio.

Quanto à experiência comunitária, 62,71% acreditam que a comunidade tem potencial para se desenvolver. No entanto, 91,38% desconhecem a existência de qualquer projeto ou iniciativa local para geração de trabalho & renda, o que evidencia a carência de ações desse tipo.

A receptividade e a viabilidade de implantação de um projeto social na região estão disponíveis nos dados referentes à disponibilidade e interesse de participação nesse tipo de ação, que representam 81,36% e 84,75% respectivamente.

Quanto aos cursos que despertariam interesse, informática destaca-se com 18,49%. Geração de trabalho & renda e empreendedorismo é preferência de 20,16% dos habitantes. Esse resultado é justificável, pois, como citado anteriormente, a maioria dos habitantes, 72,88% demonstra interesse em ter negócio próprio, o que motivou a equipe de pesquisa a desenvolver um projeto que considerasse o estímulo as competências empreendedoras da comunidade.

6.3. A Tecnologia Integr’Ação e o desenvolvimento da proposta de intervenção local

Com o auxílio desses dados primários, entre os meses de novembro de 2007 e janeiro de 2008, pesquisadores do NETS elaboraram uma proposta para promover o desenvolvimento da comunidade entorno do CEFET/RJ UnED/NI, contribuindo para a maior articulação da Instituição com a comunidade entorno.

Aderente à proposta original de reconhecimento da comunidade entorno à UnED/NI como ator essencial na constituição de, em comunhão horizontal com a academia, estabelecer um conhecimento particular propício à ação social transformadora e sustentável, desenvolveu-se uma tecnologia social denominada Integr’Ação.

A tecnologia Integr’Ação (Figura 01) se consiste em uma metodologia de intervenção orientada à promoção do desenvolvimento local sustentável. Apresenta como pilares

Page 10: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

10

fundamentais de sua constituição a horizontalidade, dialogicidade, responsabilidade social e ética dos atores envolvidos, englobando uma IFES, o setor produtivo, e organizações comunitárias, como ONGs e entidades paroquiais.

Figura 01 – Metodologia Integr’Ação (NETS, 2008)

Aliando-se o conhecimento popular da comunidade de Vila de Cava (região remota do município de Nova Iguaçu/ RJ) ao conhecimento técnico-científico da Universidade foi possível diagnosticar, com maior precisão, as demandas específicas dos moradores locais. Dessa forma, privilegiam-se a constituição de propostas de intervenção mais efetivas e sustentáveis, na medida em que premissas impositivas dão lugar à busca compartilhada por soluções estruturantes.

A tecnologia Integr’Ação apresenta-se como uma alternativa à geração de trabalho & renda, na medida em que se fomenta o comportamento empreendedor, através de um programa de capacitações (Tabela 01) de nove semanas destinado à comunidade, que visa: a análise de oportunidades ambientalmente sustentáveis, a articulação de grupos auto-gestionários de competências similares baseadas no conhecimento local (produção artesanal; reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos; serviços sociais, entre outras atividades).

Capacitações 1s 2s 3s 4s 5s 6s 7s 8s 9s Formação contextual e geral ()

- - - - - - - -

Empreendedorismo e Gestão () - Educação ambiental para trabalho & renda ()

-

Tabela 01 – Programa capacitações da Tecnologia Integr’Ação (NETS, 2008)

Além do desenvolvimento tecnologia Integr’Ação, foram delineadas estratégias de implantação e operação que garantam a qualidade dos resultados e o controle dos impactos, como: apropriação de técnicas de gerenciamento de projetos e de engenharia de produção para contribuir com o monitoramento continuado das ações; o estreitamento da comunicação entre

Page 11: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

11

a IFES e seus parceiros comunitários; estimular na comunidade, através de ações articuladas entre a IFES e atores locais, a relevância de se participar da construção do processo de transformação da realidade local.

A gestão destas atividades obedece a um cronograma discutido e negociado entre os parceiros, respeitando as particularidades da comunidade local. A sintonia dos proponentes e o pacto das partes para a transformação social são elementos que influenciam diretamente na qualidade dos resultados.

Aderente as premissas da Tecnologia Integr’Ação, destaca-se que em todas as etapas, a participação ativa e comprometida da IFES, entidades comunitárias e demais parceiros locais Dessa forma, o diálogo e a transparência no relacionamento das partes visam compatibilizar as demandas sociais com as oportunidades oferecidas pelo projeto. Ao fornecer capacitação aos moradores, tenciona-se resgatar a sua dignidade e conscientizar que são vetores de transformação da realidade local.

7. Considerações finais e sugestões de investigações futuras

No que tange as Universidades, o FORPROEX (2006) evidencia a necessidade de se concretizar a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão enquanto eixo de formação do estudante, sendo a implementação de medidas de flexibilização curricular um meio privilegiado para alcançá-la. Nesse sentido constata-se que as Instituições de Ensino Superior têm grande potencial no fomento de soluções sustentáveis para estreitar o fosso social existente e promover a inclusão social.

A pesquisa e a extensão universitária contribuem, significativamente, para o exercício de relações democráticas, produtoras de conhecimento e práticas efetivas para a transformação da realidade social com base na ética, dialogicidade e responsabilidade com o desenvolvimento sustentável. Assim, considera-se a tecnologia social um instrumento relevante no projeto de soluções alternativas para atingir esse objetivo.

A formação do discente de Engenharia, bem como das demais áreas do conhecimento, não deve se limitar à exposição de conteúdos em sala de aula. É necessária uma conscientização de sua importância na construção vivencial de conhecimentos que resultem em ações que atendam as reais demandas das comunidades.

Como sugestão de investigações futuras propõe-se replicar a Tecnologia Integr’Ação em outras realidades no sentido de avaliar seus impactos e novos desafios.

Referências ARAUJO, F.O. A responsabilidade social da engenharia: do compromisso técnico ao desenvolvimento sustentável. In Instituto Militar de Engenharia; Academia Nacional de Engenharia (Orgs.). Os Serviços de Engenharia No Brasil: Diagnóstico 2004. Rio de Janeiro: ANE, 2005, v. 3, p. 62-89.

______. Proposta para formalização e implementação do Núcleo de Empreendedorismo e Tecnologias Sociais (NETS). Rio de Janeiro: Centro Federal de Educação tecnológica Celso Suckow da Fonseca, 2007.

BORGES, H.A.; HENRIQUE F.C. & LIANZA S. Responsabilidade com Epa?!. Anais do XXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza: ENEGEP, 2006.

CHAVES M.P.R.; BARROSO S.C. & LIRA T.M. Extensão universitária: uma experiência exitosa para construção coletiva da cidadania no Complexo Comunitário Colônia Antônio Aleixo na cidade de Manaus/AM. SOUSA, A. I. (org.). Navegar é preciso – transformar é possível. Anais do VIII Congresso Ibero-Americano de Extensão Universitária. Rio de Janeiro, Brasil, novembro de 2005. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pró-Reitoria de Extensão, 2005.

Page 12: INDISSOCIABILIDADE ENSINO- PESQUISA-EXTENSÃO ...abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_WIC_078_545_11275.pdfensino, pesquisa e extensão, é um espaço privilegiado para a produção,

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

12

DAGNINO R.; BRANDÃO F.C. & NOVAES H.T. Sobre o marco analítico-conceitual da tecnologia social. In:FBB. Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro, 2004.

DIAS, J.N; NASCIMENTO, A.M; ARAUJO, F.O. Autogestão em empreendimentos solidários: uma proposta de tecnologia social? Anais do IV Encontro Mineiro de Engenharia de Produção. Ouro Preto: FMEPRO, 2008.

DIAS, J.N.; ARAUJO, F.O. Engenharia de Interesse Social: pesquisa e extensão da prática da engenharia de produção enquanto campo do conhecimento contributivo à promoção do desenvolvimento local sustentável. Relatório Parcial de Iniciação Científica. Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Rio de Janeiro: Centro Federal de Educação tecnológica Celso Suckow da Fonseca, 2008.

FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS. Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e a flexibilização curricular: uma visão da extensão. Porto Alegre: UFRGS; Brasília: MEC/SESu, 2006. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

LESSA, C. A Engenharia no Desenvolvimento Nacional. In: LIANZA & ADDOR. Tecnologia e desenvolvimento social e solidário. 1° ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.

MACHADO, C.F. Sociedae inclusiva: pensando a inserção de pessoas com deficiência na escola e na vida. Centro Interamericano de Investigación y Documentación sobre Formación Profesional. Organización Internacional del Trabajo. I Congreso Internacional de Tecnología en Educación. Pernambuco, 2003. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/cinterfor/newsroom/conf/pernambu.htm>. Acesso em: 06/04/08.

SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

NETS – NÚCLEO DE EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIAS SOCIAIS. Metodologia Integr’Ação enquanto instrumento de fomento da indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão da Universidade junto à comunidade. Mostra de Tecnologias Sustentáveis. São Paulo: Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, 2008.

OLIVEIRA, R. Há Muito de Política na Decisão Técnica. In: LIANZA & ADDOR. Tecnologia e desenvolvimento social e solidário. 1° ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.

PORTAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de Apoio à Extensão Universitária- PROEXT. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id=442&Itemid=303>. Acesso em: 19/04/08.

______. UnED Nova Iguaçu/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Em portal.mec.gov.br/setec/index.php?option=content&task=view&id=268&Itemid=383. Acesso em: 26/04/08.

RIBEIRO, A.C.T. O desenvolvimento local e a arte de “resolver” a vida. In: LIANZA & ADDOR. Tecnologia e desenvolvimento social e solidário. 1° ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2005.

RUTKOWSKI, J.E. Rede de tecnologias sociais: pode a tecnologia proporcionar desenvolvimento social?. In: LIANZA & ADDOR Tecnologia e desenvolvimento social e solidário. 1° ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2005.