índíces balneario camboriu

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ LEITURA TÉCNICA RELATÓRIO DO DIAGNÓSTICO PRODUTO 03 Setembro 2014

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Page 1: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

LEITURA TÉCNICA

RELATÓRIO DO DIAGNÓSTICO

PRODUTO 03

Setembro 2014

Page 2: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

EQUIPE TÉCNICA

Coordenador Geral: Arquiteto Urbanista Taco Roorda e Arquiteta Urbanista Elisa

Martinelli Pitta Rossi

Coordenador Setorial de Planejamento: Arquiteto Urbanista Alexandre do

Nascimento Pedrozo

Coordenador Setorial de Projetos, Orçamento e Planta Genérica de Valores:

Engenheiro Civil Paulo Lester Serra Zanetti Machado e Engenheiro Civil Paulo

Wielewski

Coordenador Setorial de Leitura Técnica: Geógrafo Adão dos Santos

Coordenador Geral de Leitura Comunitária: Cientista Social Elvis Humberto Poletto

Coordenação Setorial de Legislação Urbanística: Advogada Elisa Quint de Souza de

Oliveira e Advogado Bruno Deschamps Meirinho

Especialista em Planejamento Regional e Urbano: Geógrafa Maria Teresinha de

Resenes Marcon

Especialista em Planejamento Urbano: Arquiteta Urbanista Luciana Borges Bazan e

Arquiteta Urbanista Sacha Senger

Planta Genérica de Valores: Economista Mário Luís Zimmermann

Estudos Ambientais: Biólogo Márcio Bittencourt

Estudos sobre Turismo: Bacharel em Turismo Ana Caroline Rodrigues

Apoio Administrativo: Jaquelini Machado

Page 3: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Santa Catarina – SDR .......................................................................................................... 17

Figura 2: Inserção Regional de Balneário Camboriú. ........................................................................... 18

Figura 3 - Hierarquia da rede urbana da Microrrregião da Foz do Rio Itajaí ........................................ 20

Figura 4: Evolução do IDHM de Balneário Camboriú -1990 a 2010 ..................................................... 21

Figura 5: Rodoviário .............................................................................................................................. 22

Figura 6- Distribuição populacional na região ....................................................................................... 23

Figura 7: Gráfico com número de leitos do SUS por unidade hospitalar .............................................. 28

Figura 8: Número de escolas nas diferentes modalidades de ensino – SDR-Itajaí -2012 .................. 32

Figura 9: Número de matrículas nas diferentes modalidades de ensino – SDR-Itajaí -2012 .............. 32

Figura 10: Evolução do PIB dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí -2002-2009 .......... 34

Figura 11: Número de empresas e empregos formais na Macrorregião Foz do Rio Itajaí – 2006-2011

............................................................................................................................................................... 34

Figura 12: : Taxa acumulada de criação de empresas e empregos na Macrorregião Foz do Rio Itajaí,

no período de 2008-2011. ..................................................................................................................... 35

Figura 13: Número de empresas e empregos na Macrorregião da Foz do Rio Itajaí por setores, 2011

............................................................................................................................................................... 35

Figura 14: Participação relativa das empresas e dos empregos formais na Macrorregião da Foz do

Rio Itajaí ................................................................................................................................................ 36

Figura 15: Gráfico do Valor Adicionado Fiscal da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí .......................... 37

Figura 16: Vista do Complexo Portuário de Itajaí ................................................................................. 39

Figura 17: Movimentação da produção catarinense exportada pelo Porto de Itajaí -2013 .................. 39

Figura 18: Movimentação das importações pelo Porto de Itajaí -2013................................................. 40

Figura 19: Vista do Porto de Navegantes ............................................................................................. 41

Figura 20: Municípios pertencentes a região turística Costa Verde e Mar ........................................... 41

Figura 21: Sambaqui localizado na Praia das Laranjeiras – Balneário Camboriú ................................ 44

Figura 22: Capela de santo Amaro ....................................................................................................... 45

Figura 23: Vista da orla litorânea de Camboriú no final do século IX (sem data) ................................. 46

Figura 24: Hotel Fisher, Hotel Hotel Marambaia e sua estrutura atual ................................................. 47

Figura 25: Balneário Hotel e Pensão Alice .......................................................................................... 48

Figura 26: Fotografia aérea de balneário Camboriú em 1938 .............................................................. 48

Figura 27: Vista da orla litorânea na década de 40 .............................................................................. 49

Figura 28: Lagoa da Ponta (1949) embaixo Bar Avenida ..................................................................... 50

Figura 29: Vista da ocupação do que seria mais tarde o sítio urbano de Balneário Camboriú nos

primórdios dos anos 40. ........................................................................................................................ 50

Figura 30: Avenida Central 1940........................................................................................................... 51

Figura 31: Vista da Praia Central de Balneário Camboriú em 1955 ..................................................... 51

Page 4: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 32: Loteamentos implantados pela Imobiliária de Leopoldo Zarling: A -Loteamento Jardim Rela

Balneário Camboriú; B – Loteamento Jardim Paraná; e C – Loteamento Jardim Vila do Mar............. 53

Figura 33: Planta do Loteamento Jardim Real Balneário Camboriú implantado pela Imobiliária de

Leopoldo Zarling .................................................................................................................................... 54

Figura 34: Planta do Loteamento Jardim Paraná implantado pela Imobiliária de Leopoldo Zarling (A).

............................................................................................................................................................... 55

Figura 35: Planta do Loteamento Jardim Paraná (B)............................................................................ 56

Figura 36: Fischer Hotel & Convenções – 1957 ................................................................................... 57

Figura 37: Ocupação da orla marítima – aerofoto de Balneário Camboriú em 1957 .......................... 57

Figura 38: Loteamentos no início da década de 60 (?) ........................................................................ 58

Figura 39: Vista da praia central de Balneário Camboriú na década de 60 ......................................... 59

Figura 40: Terceira Avenida cortando o sítio urbano na década de 70, com a presença da

verticalização na orla marítima e crescimento em direção à oeste .................................................... 59

Figura 41: Aerofoto de BC em 1969..................................................................................................... 60

Figura 42: Vista da orla marítima com destaque para o Hotel Marambaia – década de setenta ......... 61

Figura 43: Aerofoto de Balneário Camboriú em 1978.......................................................................... 62

Figura 44: Aerofoto de BC em 2000..................................................................................................... 63

Figura 45: Conurbação em direção ao município de Itajái ................................................................... 64

Figura 46: Foto aérea de Balneário Camboriú 2012 ............................................................................ 65

Figura 47: População entre os anos de 1980 e 2010 do Município de Balneário Camboriú ............... 66

Figura 48: Evolução da distribuição relativa por faixa etária da população em Balneário Camboriú, em

2000 e 2010 ........................................................................................................................................... 67

Figura 49: Pirâmide etária do Município de Balneário Camboriú para o ano de 2000 ......................... 68

Figura 50: Pirâmide etária do Município de Balneário Camboriú para o ano de 2010 ......................... 68

Figura 51: Vista atual do sítio urbano de Balneário Camboriú ............................................................. 76

Figura 52: Evolução urbana de Balneário Camboriú 2012 a partir da aerofotogrametria de 1938,

1957, 169, 1978 e 2000 sobreposta a foto aérea de 2012 ................................................................... 77

Figura 53: Esqueletos encontrados no sítio arqueológico da Praia de Laranjeiras .............................. 80

Figura 54: Igreja e sino da Igreja Nossa senhora do Bonsucesso – Barra .......................................... 81

Figura 55: Vista do interior da Igreja Luterana ...................................................................................... 82

Figura 56: Igreja Luterana e sua inserção na construção de edifício em Balneário Camboriú ............ 82

Figura 57: A arte de tecer tarrafa, brincadeira de Boi de mamão ......................................................... 83

Figura 58: Distribuição das temperaturas e precipitações ao longo do ano em Balneário Camboriú. . 89

Figura 59: Distribuição das direções dos ventos durante o ano em Balneário Camboriú. ................... 90

Figura 60: Depósitos praias atuais - Q2pr – Praia central de Balneário Camboriú .............................. 95

Figura 61: Depósitos praias atuais - Q2pr – Praia das Taquarinhas .................................................... 95

Figura 62: Depósitos Praias Antigos - Q1pr – Praia do estaleirinho ..................................................... 96

Figura 63: Cordilheira do Ariribá – Grupo Brusque ............................................................................... 97

Figura 64: Morro do Careca – Litofacies Metarítmicas ......................................................................... 98

Figura 65: Cordilheira do Ariribá – Litofácies Metapsamíticas .............................................................. 98

Page 5: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 66: Estaleiro Grande – Local de ocorrência da Suite Nova Trento e ...................................... 100

Figura 67: Morro do Boi ao fundo – Complexo Camboriú e Suite Nova Trento ................................. 100

Figura 68: : Lado postrios dos morros das Praias das Taquaras e Taquarinhas – predominâcia da

Suite Nova Trento ............................................................................................................................... 101

Figura 69: Morro da Aguada – Local de ocorrência da Suite Valsungana ......................................... 101

Figura 70: : Serras do Leste Catarinense ao fundo, próxima á divisa com Camboriú - Suite

Valsungana e Nova Trento .................................................................................................................. 101

Figura 71: Planícies e Rampas Colúvio-Aluviais – Várzea do Bracinho............................................. 114

Figura 72: Planícies Marinhas – Bairro Nova Esperança ................................................................... 114

Figura 73: Planícies Marinhas – Ocupação Urbana - Bairro Centro ................................................... 115

Figura 74: Serra do Leste Catarinense. Morro do Boi e Estaleiro Grande ao fundo .......................... 116

Figura 75: Morrarias Costeiras – Cordilheira do Ariribá ...................................................................... 116

Figura 76: As áreas com escarpas significativas também ocorrem no Morro da Barra, Estaleiro

Grande ................................................................................................................................................. 119

Figura 77: Rio Camboriú após a BR -101 ........................................................................................... 130

Figura 78: : Rio das Ostras Pontal Norte ............................................................................................ 132

Figura 79: Rio Ariribá – Divisa com Itajaí ............................................................................................ 132

Figura 80: Topo de morros, encostas e costões da Praia das Laranjeiras ........................................ 135

Figura 81: Restinga da Praia das Taquaras ....................................................................................... 135

Figura 82: Manguezal rio Praia Estaleirinho ....................................................................................... 136

Figura 83: Costões rochosos da Praia do Pinho ................................................................................. 136

Figura 84: Sucessão natural da vegetação de restinga na Praia de Taquarinhas (restinga baixa,

arbustiva e arbórea). ........................................................................................................................... 140

Figura 85: Outro tipo de sucessão natural da vegetação de restinga na Praia do Pinho, á partir do

costão rochoso (restinga baixa, arbustiva e arbórea). ........................................................................ 140

Figura 86: Restinga típica de praia. Taquaras. ................................................................................... 141

Figura 87: Restinga típica de praia. Estaleiro. .................................................................................... 141

Figura 88: : Manguezais do rio Camboriú próximo à Barra Sul e á montante da BR -101................. 143

Figura 89 Ocorrência de manguezais no entorno e no Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez

Malta. ................................................................................................................................................... 143

Figura 90: Manguezal na Praia de Taquarinhas e Manguezal na Praia de Estaleirinho .................... 143

Figura 91: Ocorrência de Várzea nas margens do rio Camboriú á montante da BR – 101 ............... 145

Figura 92: Várzea no entorno do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta próximo ao

manguezal ........................................................................................................................................... 145

Figura 93: Ocorrência de Floresta Ombrófila Densa Aluvial nas áreas do Parque Natural Municipal

Raimundo Gonçalez Malta .................................................................................................................. 145

Figura 94: : Fitofisionomia característica das áreas mais elevadas da ocorrência desta formação na

região da Av. Interpraias ..................................................................................................................... 147

Figura 95: Á partir da restinga arbórea inicia a sucessão da Floresta Ombrófila Densa de Terras

Baixas e até sub Montana. Praia Taquarinhas ................................................................................... 148

Page 6: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 96: No início das encostas do Morro do Boi corre esta formação que é seguida pela sub

Montana ............................................................................................................................................... 148

Figura 97: Região mais alta da encosta com ocorrência desta Formação. Pode-se notar a transicão

entre Baixa e Sub Montana. Região da Costa Brava ......................................................................... 149

Figura 98: Ao fundo Serras do Leste Catarinense (Morro do Boi). Nas partes mais elevadas a partir

dos 30 a 50 metros ocorre esta formação .......................................................................................... 150

Figura 99: Floresta Ombrófila Densa Sub Montana no Morro da Ponta da Preguiça – Praia do Buraco

............................................................................................................................................................. 150

Figura 100: Ocorrência da Formação nas partes mais elevadas do morro ao fundo, região da Costa

Brava ................................................................................................................................................... 150

Figura 101: Complexo Ambiental Cyro Gevaerd ................................................................................ 165

Figura 102: Participação relativa das empresas e empregos formais em Balneário Camboriú, segundo

o porte, 2011 ....................................................................................................................................... 171

Figura 103: Evolução do PIB de Balneário Camboriú, Vale do Itajaí, Santa Catarina e Brasil, de 2002-

2009. .................................................................................................................................................... 174

Figura 104: Atividades que mais contribuíram com o Valor Adicionado Fiscal, ano base 2012. ....... 175

Figura 105: Participação econômica dos turistas no mês de fevereiro de 2014 ................................ 177

Figura 106: Rendimento nominal mensal por domicílios permanentes – 2010 .................................. 186

Figura 107: Rendimento nominal mensal por domicílio na Praia dos Amores - 2010 ........................ 188

Figura 108: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Dos Pioneiros - 2010 .................... 189

Figura 109: Rendimento nominal mensal por domicíilio no Centro - 2010 ......................................... 189

Figura 110: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Ariribá - 2010 ................................ 190

Figura 111: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro das Nações - 2010 ....................... 191

Figura 112: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro dos Estados - 2010 ...................... 191

Figura 113: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Dos Municípios - 2010.................. 192

Figura 114: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Vila Real - 2010 ............................ 193

Figura 115: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Jardim Iate Clube - 2010 .............. 193

Figura 116: Rendimento nominal mensal por domicíilio no bairro Nova Esperança - 2010 ............... 194

Figura 117: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro São Judas Tadeu - 2010 .............. 195

Figura 118: Rendimento nominal mensal por domicilio no bairro da Barra - 2010 ............................. 195

Figura 119: Rendimento nominal mensal por domicilio na Região das Praias - 2010 ....................... 196

Figura 120: Rendimento nominal mensal por domicilio na Várzea do Ranchinho - 2010 .................. 197

Figura 121: Bondindinho em Balneário Camboriú .............................................................................. 204

Figura 122: Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na Marginal Leste, no bairro Dos

Estados, à margem da BR-101. .......................................................................................................... 213

Figura 123: Região da ETE Nova Esperança. .................................................................................... 216

Figura 124: Tanques de Tratamento (Vista Superior) : Estação Elevatória Vista Superior ha Parshall

............................................................................................................................................................. 217

Figura 125: Chegada e Gradeamento e Tanque de Aeração ............................................................ 218

Figura 126: Fluxograma da Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos em Balneários. ............................ 222

Page 7: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 127: Fluxograma dos Serviços de Limpeza Urbana em Balneário. ........................................ 223

Figura 128: Equipamento coletor compactador da empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento

Ltda. ..................................................................................................................................................... 224

Figura 129: Equipamento coletor de resíduos recicláveis da empresa Ambiental Limpeza Urbana e

Saneamento Ltda. ............................................................................................................................... 228

Figura 130: Prensa de materiais e sede da COOPEMAR - bairro Várzea do Ranchinho .................. 230

Figura 131: Varrição Manual ............................................................................................................... 232

Figura 132: Capina Manual e Mecanizada ......................................................................................... 233

Figura 133: Capina, Roçada e Raspagem. ......................................................................................... 233

Figura 134: Limpeza Mecanizada de Praias ....................................................................................... 235

Figura 135: Limpeza das algas da Praia Central ................................................................................ 235

Figura 136: Coleta de Resíduos pesados ........................................................................................... 236

Figura 137: Balança e Dreno de chorume .......................................................................................... 237

Figura 138: Dreno de Dases e Frente de Serviço ............................................................................... 238

Figura 139: Colocação de Grama e Vista Superior do Aterro ............................................................ 238

Figura 140: Áreas Problema de Balneário Camboriú Fonte: Google Earth (Adaptado) ..................... 249

Figura 141: Núcleo Infantil Brilho do Sol e Núcleo Infantil Pequeno Navegador ............................... 255

Figura 142: Núcleo Infantil Anjo da Guarda e Núcleo Infantil Bom Sucesso ...................................... 256

Figura 143: CEM de Taquaras e CEM Vereador Santa ..................................................................... 257

Figura 144: CEM Tomaz Francisco Garcia e CEM Alfredo Domingos da Silva ................................. 257

Figura 145: Principais doenças causadoras de mortalidade em Balneário Camboriú – 2010 ........... 267

Figura 146: Principais doenças causadoras de internações em Balneário Camboriú – 2010 ........... 268

Figura 147: Domicílios improvisados nas localidade do Morro da Pedreira e Jardim Denise ............ 274

Figura 148: Mapa de Ocupações Irregulares em Balneário Camboriú.............................................. 275

Figura 149: Componentes do déficit qualitativo em Balneário Cammboriú, para o ano 2000. .......... 278

Figura 150: Variação do preço médio por m² de um imóvel a venda no Município de Balneário

Camboriú, no período de agosto de 2013 à agosto de 2014 .............................................................. 282

Figura 151: Mapa das ações habitacionais ......................................................................................... 286

Figura 152: Mapa com as áreas de intervenção de Programa de Urbanização, Regularização e

Integração de Assentamentos Precários de Balneário Camboriú ...................................................... 290

Figura 153: Roubos nos bairros e localidades de Balneário Camboriú – jan-jul/2014 ....................... 291

Figura 154: Roubos nos logradouros centrais de Balneário Camboriú – jan-jul/2014 ....................... 292

Figura 155: Perturbações nos bairros e localidades de Balneário Camboriú – jan-jul/2014 .............. 292

Figura 156: Organograma da estrutura administrativa municipal ....................................................... 296

Page 8: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Indicadores de Desenvolvimento Humano na SDR-Itajaí..................................................... 20

Tabela 2: Aspectos territoriais e de demografia da SDR Itajaí – 2000/2010 ........................................ 24

Tabela 3: Taxa de crescimento dos municípios da Microrregião da Foz do Rio Itajaí – 2000-2010. ... 25

Tabela 4: Rendimento familiar médio nos municípios da SDR – Itajaí no período 2000-2010 ............ 26

Tabela 5: Unidades hospitalares do poder público e ou conveniado com o SUS da macrorregião da

Foz do Rio Itajaí – 2013 ........................................................................................................................ 27

Tabela 6: Parâmetros de necessidades de leitos para a Macrorregião de Saúde da Foz do Rio Itajaí –

2013 ....................................................................................................................................................... 29

Tabela 7: Expectativa de vida, taxa de natalidade e taxa de mortalidade infantil na Macrorregião da

Foz do Rio Itajaí – 2011 ........................................................................................................................ 30

Tabela 8: Unidades escolares e matrículas por modalidade de ensino – SDR Itajaí – 2012 ............... 31

Tabela 9: Produto Interno Bruto a Preços Correntes dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio

Itajaí – 2002-2009 ................................................................................................................................. 33

Tabela 10: Produto Interno Bruto per capita na Macrorregião da Foz do Rio Itajaí-2002-2009 ........... 34

Tabela 11: Valor Adicionado Fiscal dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí – 2012 ............................. 36

Tabela 12: População por gênero e urbana e rural entre os anos de 1980 e 2010 do Município de

Balneário Camboriú ............................................................................................................................... 67

Tabela 13: Distribuição populacional por gênero e total, área total e densidade demográfica por bairro

de Balneário Camboriú, no ano de 2010 .............................................................................................. 69

Tabela 14: Evolução do crescimento populacional nos municípios que compõem o Setor Centro-Norte

do Litoral Catarinense. .......................................................................................................................... 70

Tabela 15: Incremento populacional ocasionada pelo aporte da população flutuante nos municípios

que compõem o Setor Centro-Norte do Litoral Catarinense. ................................................................ 70

Tabela 16: Distribuição dos domicílios urbanos por classe econômica – Balneário Camboriú -2011 173

Tabela 17: Produto Interno Bruto a preços correntes em Balneário Camboriú .................................. 174

Tabela 18: Motivo de viagem para Balneário Camboriú – 2010-2013................................................ 177

Tabela 19: Fluxo de turistas com base na produção de lixo domiciliar para 2012 e 2013 em Balneário

Camboriú ............................................................................................................................................. 178

Tabela 20: Movimentação turística em Balneário Camboriú de 2010-2013 ....................................... 179

Tabela 21: Tipo de lazer preferido do turista ...................................................................................... 179

Tabela 22: Quantas vezes visitou Balneário Camboriú ...................................................................... 179

Tabela 23: Tempo de permanência dos turistas ................................................................................. 180

Tabela 24: Qualidade dos atrativos naturais ....................................................................................... 180

Tabela 25: Acolhimento ao turista ....................................................................................................... 180

Tabela 26: Qualidade da infraestrutura oferecida em bares e restaurantes ...................................... 181

Tabela 27: Comércio e compras ......................................................................................................... 181

Tabela 28: Limpeza pública ................................................................................................................ 181

Tabela 29: Diversões noturnas ........................................................................................................... 181

Page 9: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 30: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar em Balneário Camboriú -2010 ......... 187

Tabela 31: Evolução de consumo de energia elétrica em Balneário Camboriú ................................. 251

Tabela 32: Participação de consumo de energia elétrica em Balneário Camboriú ............................ 251

Tabela 33: Número de leitos de internação em Balneário Camboriú ................................................. 262

Tabela 34: Relação de hospitais privados com distribuição de leitos, 2013 ...................................... 263

Tabela 35: Componentes do déficit quantitativo para Balneário Camboriú, em 2000 ........................ 276

Tabela 36: Composição do déficit habitacional em Balneário Camboriú, para o ano de 2006 .......... 277

Tabela 37: Demanda habitacional demográfica por estrato salarial ................................................... 278

Tabela 38: Quantitativo dos Terrenos vagos e localização m Balneário Camboriú - 2009 ................ 279

Tabela 39: Área total dos terrenos vagos e sua localização em Balneário Camboriú -2009 ............. 280

Tabela 40: Tipologia de habitação e área construída ......................................................................... 281

Page 10: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Colônias de pesca no Litoral Centro- Norte e seus pescados ............................................ 38

Quadro 2:Temperaturas e precipitações mensais no município de Balneário Camboriú..................... 89

Quadro 3: Classificação de Argilossolos Vermelho-amarelo de acordo com o terceiro nível categórico

............................................................................................................................................................. 124

Quadro 4: Classificação de Cambissolo Háplico de acordo com o terceiro nível categórico ............. 126

Quadro 5: Classificação de Neossolo litólico de acordo com o terceiro nível categórico................... 127

Quadro 6: Classificação de Neossolos Quartzarênicos de acordo com o terceiro nível categórico .. 128

Quadro 7: Classificação das suscetibilidades movimentos gravitacionais de massa ........................ 155

Quadro 8: Classificação das suscetibilidades a inundação ................................................................ 156

Quadro 9: Alunos matriculados no Ensino Infantil em Balneário Camboriú – 2014 ........................... 255

Quadro 10: Alunos matriculados no Ensino Infantil em Balneário Camboriú – 2014 ......................... 257

Quadro 11: Alunos matriculados no Centro de Educação de Jovens e Adultos em Balneário Camboriú

– 2014 .................................................................................................................................................. 258

Quadro 12: Estabelecimentos de ensino da rede pública estadual em Balneário Camboriú, 2014. .. 258

Quadro 13: Rede de ensino privada em balneário Camboriú ............................................................. 259

Quadro 14: Rede física de saúde segundo o tipo de gestão, 2013. ................................................... 261

Quadro 15: Áreas atendidas pelo CUIDA e demais áreas identificadas pelo PMHIS, 2012 .............. 274

Quadro 16: Localidades e ações executadas pelo Programa de Urbanização, Regularização e

Integração de Assentamentos Precários até outubro de 2014 ........................................................... 288

Page 11: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 16

1 INSERÇÃO REGIONAL ......................................................................................................... 17

1.1 INDICADORES SOCIAIS ...................................................................................................... 20

1.2 INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA ...................................................................................... 22

1.3 DEMOGRAFIA REGIONAL ................................................................................................... 23

1.4 ASPECTOS REGIONAIS DA SAÚDE .................................................................................. 26

1.5 ASPECTOS REGIONAIS DA EDUCAÇÂO .......................................................................... 31

1.6 ASPECTOS ECONOMICOS REGIONAIS ............................................................................ 33

2 ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DE BALNEÀRIO CAMBORIÚ ............................................ 44

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ...................................................................................................... 44

2.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ............................................................................................ 66

2.2.1 POPULAÇÃO ........................................................................................................................ 66

2.3 EVOLUÇÃO URBANA E DEMANDA POR SOLO URBANIZADO ....................................... 75

2.4 PATRIMÔNIO CULTURAL .................................................................................................... 79

2.4.1 PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL................................................................................. 79

2.4.2 PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL................................................................................ 83

2.4.3 FUNDAÇÃO CULTURAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ ...................................................... 84

3 CONDIÇÕES FÍSICOS E AMBIENTAIS ................................................................................ 88

3.1 CLIMA .................................................................................................................................... 88

3.2 GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS ................................................................................ 92

3.3 ÁREA DE SEDIMENTOS QUATERNÁRIOS (RECENTES) ................................................. 92

3.3.1 DEPÓSITOS ALUVIONARES (Q2A) .................................................................................... 92

3.3.2 DEPÓSITOS PRAIAIS ATUAIS E ANTIGOS (MARINHOS) Q2PR - Q1PR ......................... 93

3.3.3 DEPÓSITOS DE PLANÍCIE LAGUNAR (Q2PL) ................................................................... 94

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3.4 METASSEDIMENTOS SÍLTICO-ARGILOSOS E QUARTZITOS ......................................... 96

3.4.1 GRUPO BRUSQUE............................................................................................................... 96

3.5 SÉRIES GRANITICAS SUBALCALINAS .............................................................................. 99

3.5.1 COMPLEXO CAMBORIÚ ...................................................................................................... 99

3.6 RECURSOS MINERAIS ...................................................................................................... 102

3.7 HIDROGEOLOGIA .............................................................................................................. 106

3.7.1 AQUÍFEROS FRATURADOS DE MENOR POTENCIALIDADE (AF2) .............................. 106

3.7.2 AQUÍFEROS SEDIMENTARES DE MAIOR POTENCIALIDADE (AS1) ............................ 107

3.7.3 AQUÍFEROS SEDIMENTARES DE MENOR POTENCIALIDADE (AS2) .......................... 109

3.7.4 ÁREAS PRATICAMENTE SEM AQUÍFEROS (NA1) ......................................................... 110

3.8 GEOMORFOLOGIA ............................................................................................................ 113

3.8.1 DEPÓSITOS SEDIMENTARES QUARTENÁRIOS ............................................................ 113

3.8.2 ROCHAS GRANITÓIDES ................................................................................................... 115

3.8.3 EMBASAMENTOS EM ESTILOS COMPLEXOS ............................................................... 116

3.9 RELEVO E DECLIVIDADE ................................................................................................. 118

3.10 SOLOS ................................................................................................................................ 124

3.10.1 ARGILOSSOLOS VERMELHO-AMARELO (PVA21) ......................................................... 124

3.10.2 CAMBISSOLO HÁPLICO (CA32) ....................................................................................... 125

3.10.3 ESPODOSSOLO (PA1) ...................................................................................................... 126

3.10.4 NEOSSOLO LITÓLICO (RA1) ............................................................................................ 127

3.10.5 NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (AMA1) ........................................................................... 128

3.11 APTIDÃO AGRÍCOLA ......................................................................................................... 130

3.12 HIDROGRAFIA .................................................................................................................... 130

3.13 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) ......................................................... 134

3.14 VEGETAÇÃO ...................................................................................................................... 138

3.14.1 FORMAÇÕES PIONEIRAS ................................................................................................. 138

3.14.1.1 FORMAÇÕES PIONEIRAS DE INFLUÊNCIA MARINHA (RESTINGAS LITORÂNEAS) .. 138

3.14.1.2 FORMAÇÃO PIONEIRA COM INFLUÊNCIA FLUVIOMARINHA (MANGUEZAIS) ........... 142

3.14.1.3 FORMAÇÕES PIONEIRAS COM INFLUÊNCIA FLUVIAL (VÁRZEAS, BANHADOS) ...... 144

3.14.2 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA ...................................................................................... 146

Page 13: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

3.14.2.1 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DAS TERRAS BAIXAS................................................ 146

3.14.2.2 FLORESTA OMBRÓFILA DENSA SUBMONTANA ........................................................... 148

4 SUSCETIBILIDADE.............................................................................................................. 152

4.1 PROCESSOS HIDROLÓGICOS ......................................................................................... 153

4.2 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO .............................................................. 159

4.2.1 ÁREA DA ZONA COSTEIRA E MARINHA – MC–900 – PLATAFORMA SUDESTE-SUL 160

4.2.2 ÁREA DA MATA ATLÂNTICA E CAMPOS SULINOS – MA–712 – ITAPOÁ – GUARATUBA

............................................................................................................................................. 161

4.2.3 PARQUES E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ................................................................. 161

4.2.3.1 RESERVA BIOLÓGICA (REBIO) MARINHA DO ARVOREDO .......................................... 162

4.2.3.2 PARQUE NATURAL MUNICIPAL RAIMUNDO GONÇALEZ MALTA ................................ 162

4.2.3.3 RPPN NORMANDO TEDESCO .......................................................................................... 163

4.2.3.4 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) COSTA BRAVA ............................................ 163

4.2.3.5 COMPLEXO AMBIENTAL CYRO GEVAERD .................................................................... 164

4.2.3.6 ÁREA VERDE URBANA ..................................................................................................... 167

4.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO .......................................................................................... 167

4.4 ASPECTOS ECONÔMICOS DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ............................................... 171

4.4.1 PRODUTO INTERNO BRUTO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ ........................................... 173

4.4.2 VALOR ADICIONADO FISCAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ .......................................... 174

4.4.3 A ATIVIDADE TURÍSTICA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ ................................................. 176

4.4.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TURISTA .................................................................................... 178

4.4.4 PRODUTOS TURÍSTICOS ................................................................................................. 184

4.4.5 RENDIMENTO NOMINAL MENSAL POR DOMICÍLIO PERMANENTE ............................ 186

5 INFRAESTRUTURA URBANA E SOCIAL ........................................................................... 198

5.1 MOBILIDADE URBANA ...................................................................................................... 198

5.1.1 SISTEMA VIÁRIO ................................................................................................................ 198

5.1.2 TRANSPORTE COLETIVO MUNICIPAL ............................................................................ 204

5.2 SANEAMENTO AMBIENTAL .............................................................................................. 209

Page 14: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.2.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL ........................................................................... 211

5.2.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................................ 214

5.2.3 LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................ 221

5.2.3.1 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (COLETA CONVENCIONAL OU COLETA

DOMICILIAR) ...................................................................................................................................... 223

5.2.3.2 COLETA DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................... 227

5.2.3.3 COLETA DOS RESÍDUOS DA SAÚDE .............................................................................. 227

5.2.3.4 COLETA SELETIVA - RESÍDUOS RECICLÁVEIS ............................................................. 228

5.2.3.5 COOPERATIVAS E USINAS DE RECICLAGEM ............................................................... 230

5.2.3.6 SERVIÇO PÚBLICO DE LIMPEZA URBANA ..................................................................... 231

5.2.3.7 VARRIÇÃO MANUAL DE VIAS PAVIMENTADAS ............................................................. 232

5.2.3.8 CAPINA, ROÇADA E RASPAGEM ..................................................................................... 232

5.2.3.9 LIMPEZA DE PRAIAS ......................................................................................................... 234

5.2.3.10 COLETA DE RESÍDUOS PESADOS .................................................................................. 235

5.2.3.11 LIMPEZA DAS CAIXAS DE BOCA DE LOBO .................................................................... 236

5.2.3.12 DESTINAÇÃO FINAL .......................................................................................................... 236

5.3 SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ..................... 239

5.3.1 ÁREAS COM RISCO DE POLUIÇÃO E/OU CONTAMINAÇÃO ........................................ 240

5.4 ENERGIA ............................................................................................................................ 251

5.5 ASPECTOS DA EDUCAÇÃO ............................................................................................. 253

5.6 SAÚDE ................................................................................................................................ 261

5.7 ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................................................................................................... 271

5.8 ASPECTOS HABITACIONAIS ............................................................................................ 273

5.8.1 PLANO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL (PMHIS) ............................................ 283

5.8.2 BREVE HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DOS LOTEAMENTOS E CONJUNTOS

HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL NO MUNICÍPIO ............................................................ 284

5.9 SEGURANÇA PÚBLICA ..................................................................................................... 291

6 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS .......................................................................................... 293

6.1 SISTEMA DE PLANEJAMENTO ......................................................................................... 293

14

Page 15: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

6.1.1 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ....................................................................................... 293

6.1.2 PARTICIPAÇÃO SOCIAL ................................................................................................... 294

6.1.3 REGIONALIZAÇÃO E UNIDADES DE PLANEJAMENTO ................................................. 297

6.2 INSTRUMENTOS LEGAIS .................................................................................................. 297

6.2.1 INSTRUMENTOS TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS ......................................................... 299

6.2.2 INSTRUMENTOS JURÍDICOS E POLÍTICOS ................................................................... 300

6.2.3 ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA .......................................................... 304

6.2.4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................ 304

6.2.5 LEI ORGÂNICA ABRIL DE 1990 ........................................................................................ 304

6.2.6 FUNDEMA ........................................................................................................................... 308

6.2.7 CONSELHO DO MEIO AMBIENTE .................................................................................... 308

6.2.8 LEI Nº 2686, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006................................................................... 309

6.2.9 LEI 3448/2012 ..................................................................................................................... 320

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 322

Page 16: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

APRESENTAÇÃO

O presente Relatório do Produto 3 – Leitura Técnica é parte integrante da

realização de serviços de consultoria para a Revisão do Plano Diretor do Município

de Balneário Camboriú, em conformidade com o Termo de Referência da TP Nº

272/2013 e está relacionado com a medição da Atividade 4 - Leitura Técnica:

Levantamento de Dados e Diagnóstico – em conformidade com a matriz de

acompanhamento, contendo:

Relatório detalhado da Atividade 4 contendo o levantamento de dados:

elaboração da cartografia básica regional, municipal e urbana – base de

dados gráfica e conhecimento da realidade local: visitas de campo,

levantamento fotográfico, pesquisa bibliográfica e documental, levantamentos

próprios com diferentes finalidades e consolidação e organização das

informações.

Tomada de Preços: Nº 272/2013

Número do Contrato: Contrato 069/2014

Florianópolis, outubro de 2014.

16

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

1 INSERÇÃO REGIONAL

O município de Balneário Camboriú está localizado na porção centro-norte do

Estado de Santa Catarina, na Região Sul do Brasil. Pertence, segundo a

regionalização administrativa do estado, a Secretaria do Desenvolvimento Regional

de Itajaí (SDR-Itajaí), que agrega os municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu, composta

atualmente por mais 8 municípios: Itajaí (cidade-polo), Navegantes, Camboriú,

Itapema, Penha, Balneário Piçarras, Porto Belo e Bombinhas (Figura 1 e Figura 2).

Figura 1 - Santa Catarina – SDR Fonte: SDR-Itajaí, 2014.

Em 1964 o município foi desmembrado de Camboriú, com o qual mantem estreita

relação devido a história de desenvolvimento da região e a conexão dos dois tecidos

urbanos. Por este motivo, Camboriú configura o limite oeste do município. Ao norte

limita-se com o município de Itajaí, com o qual mantém relação de dependência

econômica na rede urbana regional, conforme tratado a seguir. Ao sul é limitado pelo

município de Itapema e a leste com o oceano Atlântico (Mapa Limites municipais).

17

Page 18: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 2: Inserção Regional de Balneário Camboriú. Fonte: Iguatemi, 2014.

Sua população atual, segundo o IBGE (2014) é estimada em 124.557 habitantes. O

censo 2010 indicava uma população total de 108.089 habitantes.

Com uma economia predominantemente de serviços e participação significativa do

setor secundário na constituição do seu PIB, Balneário Camboriú também se

destaca pela forte expansão do setor imobiliário e da construção civil nas últimas

duas décadas, que alterou de forma expressiva sua paisagem urbana.

Do ponto de vista regional, ao compreender a inserção do município de Balneário

Camboriú e, portanto, sua participação na rede urbana do país, é possível elaborar

18

Page 19: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

um quadro de referência relativo às atividades econômicas e sociais vigentes que

interferem na produção local do espaço e estabelecem uma intensa relação,

principalmente com os municípios limítrofes.

Este quadro regional é essencial para subsidiar políticas relativas ao campo

econômico e, principalmente em relação à mobilidade e acessibilidade entre

municípios.

Para esta finalidade foi utilizado o estudo da rede urbana brasileira, consolidado no

documento “Regiões de influência das cidades” (BRASIL, 2008). O estudo

estabeleceu uma classificação dos centros urbanos e suas áreas de influência.

Segundo o documento, na classificação das cidades foi privilegiada a função de

gestão do território, avaliando níveis de centralidade do Poder Executivo e do

Judiciário no nível federal, e de centralidade empresarial, bem como a presença de

diferentes equipamentos e serviços. O levantamento destas ligações entre cidades

permitiu delinear suas áreas de influência e revelar a articulação intermunicipal.

Considerando as classes1 adotadas pelo IBGE, Balneário Camboriú é considerado

Centro Sub Regional B, ligado, em hierarquia superior, a Itajaí, Florianópolis e

Curitiba. Em hierarquia inferior, ligados a sua rede urbana estão os municípios de

Camboriú e Itapema. Os demais municípios desta região catarinense se relacionam

mais diretamente com Itajaí (Figura 3).

1 Para o IBGE (2008) foram adotadas 5 classes, conforme influência na rede urbana brasileira: (1.) Metrópoles – são os 12 principais centros urbanos do País, que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta; (2.) Capital regional – integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios; (3.) Centro sub-regional – integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas, dominantemente entre os níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul, e mais esparsa nos espaços menos densamente povoados das Regiões Norte e Centro-Oeste; (4.) Centro de zona – nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares; e (5.) Centro local – demais cidades.

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Page 20: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 3 - Hierarquia da rede urbana da Microrrregião da Foz do Rio Itajaí Fonte: IBGE, 2008.

1.1 INDICADORES SOCIAIS

O resultado desta dinâmica espacial e as funções que cada um dos municípios

exerce neste tecido urbano regional permite destacar alguns indicadores, que

confirmam o quadro anterior e revelam parte dos desafios para o desenvolvimento

regional e integração intermunicipal (Tabela 1).

Tabela 1: Indicadores de Desenvolvimento Humano na SDR-Itajaí

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010, SEBRAE/SC – Santa Catarina em Números, 2013 e FIRJAM, 2009.

ní vel classe

1. M etrópole

2.a Capital Regional A

2.b Capital Regional B

2.c Capital Regional C

3.a Centro Sub Regional A

3.b Centro Sub Regional B Balneário Camboriú (SC)

4. Centro de Zona

Bombinhas (SC)Ilhota (SC)

5. Centro Local Luiz Alves (SC)Navegantes (SC)

Camboriú (SC) Penha (SC)Itapema (SC) Piçarras (SC)

fonte: IBGE, 2008

Curitiba (PR)

Florianópolis (SC)

Itajaí (SC)

municí pio

SDR ITAJAÍ IDH 2000 IDH 2010 IFDM 2009 IDF 2008 IPM 2003Domicilios

2010

Energia

Elétrica 2010

Abastecimento

de água 2010

Balneário Camboriú 0,867 0,845 0,725 0,550 25,30% 39.265 39.259 37.827

Balneário Piçarras 0,799 0,756 0,789 0,560 30,80% 5.420 5.408 4.442

Bombinhas 0,809 0,781 0,600 0,580 36,70% 4.616 4.613 3.495

Camboriú 0,764 0,726 0,704 0,550 36,90% 18.301 18.281 16.234

Itajaí 0,825 0,795 0,798 0,570 29,50% 57.753 57.665 54.865

Itapema 0,835 0,796 0,803 0,560 33,10% 15.021 15.000 13.805

Navegantes 0,774 0,736 0,814 0,560 38,20% 18.566 18.532 17.199

Penha 0,791 0,743 0,732 0,560 33,10% 8.046 8.022 6.492

Porto Belo 0,803 0,760 0,737 0,580 35,30% 5.172 5.159 4.290

Indicadores de Desenvolvimento Humano

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

De imediato é perceptível uma ampliação geral dos índices de desenvolvimento

humano dos municípios (IDHM), entre 2000 e 2010, conforme vem ocorrendo em

todos os municípios brasileiros. Entretanto, em relação ao ranking relativo a este

indicador, o Município de Balneário Camboriú apresentava o melhor IDH em 2000

(0,867) e, mesmo este indicador tendo decrescido, mantem a melhor posição na

região em 2010, com 0,845 e Camboriú o pior indicador, com 0,764 em 2000 e 0,726

em 2010 (Figura 4).

Figura 4: Evolução do IDHM de Balneário Camboriú -1990 a 2010 Fonte: PNUD, 2014

Já, com relação ao Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) que avalia aspectos

relacionados à vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho,

disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condições habitacionais

apresenta o menor indicador, juntamente com o município de Camboriú, 0,550. Com

relação ao Índice de Pobreza Municipal que avalia a capacidade de consumo das

pessoas, sendo considerada pobre a pessoa que não tem acesso a uma cesta de

comida e a bens mínimos necessários para a sua sobrevivência, apresenta o menor

percentual de pessoas em condições de vulnerabilidade social, 25,3%, seguido de

Itajaí, com 29,5%. Navegantes é o município da região com maior percentual,

38,2%.

21

Page 22: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Quanto aos indicadores de domicílios com energia elétrica e abastecimento de água,

os mesmos são positivos, pois praticamente, 100% dos domicílios têm energia

elétrica e 97% dos domicílios abastecimento de água.

1.2 INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

A infraestrutura e logística constitui condição básica de desenvolvimento da região e,

consequentemente, dos seus municípios. No caso da microrregião de Itajaí, a

existência de uma rede de modais de transporte formada (i) pelos portos de Itajaí e

de Navegantes, (ii) Aeroporto Ministro Victor Konder, em Navegantes, (iii) e a BR -

101, uma das principais rodovias norte/sul do país, que conecta as demais rodovias

implantadas no sentido leste/oeste: BR-470, SC-414, SC-412 e SC-486, conforme

Figura 5.

Figura 5: Rodoviário Fonte: DEINFRA, 2013

O conjunto configura um dos principais nós de integração da região sul, em franca

expansão econômica e com previsão de ampliação de investimentos públicos e

privados, conforme estabelece o Programa de Investimentos em Logística do

Governo Federal (2012), que prevê melhorias em trechos de rodovias, aeroportos e

portos.

22

Page 23: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Se por um lado, a rede de infraestrutura e logística é considerada uma

potencialidade para o desenvolvimento das atividades econômicas na região, por

outro apresenta algumas limitações e conflitos de função. Um exemplo é o limite de

eixos intermunicipais com características urbanas. A principal ligação viária que dá

suporte a um intenso movimento pendular entre os vários municípios e,

principalmente tendo o município de Itajaí como ponto de atração, é a BR -101,

extremamente saturada nos momentos de pico.

1.3 DEMOGRAFIA REGIONAL

A população regional, formada pelos 9 municípios, representava, em 2010, cerca de

9% da população catarinense. Naquele ano, dos 532.771 habitantes, 54% estavam

concentrados nos municípios de Itajaí (183.373 hab.) e Balneário Camboriú (108.089

hab.), 23% distribuídos em Navegantes e Camboriú, e o restante, 22% nos demais 5

municípios, conforme demonstra a Figura 6.

Figura 6- Distribuição populacional na região

Fonte: SDR, 2013.

23

Page 24: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Os municípios da SDR de Itajaí apresentavam 375.589 habitantes em 2000 e

532.830 habitantes em 2010. Neste período houve uma evolução de 41,87%. A

população urbana em 2000 era de 359.560, passando para 510.915 na década

seguinte, significando um crescimento de 41,41%. Em decorrência desta evolução a

taxa de urbanização passou de 95,73% em 2000 para 95,89% em 2010 (IBGE,

2000/IBGE, 2010). É uma região com alta densidade populacional, 529,7 hab/km²,

haja vista que sua área territorial é de 1.005,832km², o que corresponde a 1,05% do

território catarinense.

O Município de Balneário Camboriú é na região o mais densamente povoado, com

2.325,4 hab/km², seguido de Itapema com 776,2 hab/km², de Itajaí com 634,0

hab/km² como pode ser observado na Tabela 2.

Tabela 2: Aspectos territoriais e de demografia da SDR Itajaí – 2000/2010

População

Área

% da SDR

Densidade Demográfica

2000 2010 % da SDR Total Urbano Total Urbano

Itajaí 289,255 28,76% 634,0 147,49 96,24% 183,39 94,59% 34,42% Balneário Camboriú 46,489 4,62% 2325,40 73,46 100,00% 108,11 100,00% 20,29% Camboriú 214,5 21,33% 290,40 41,45 95,13% 62,29 94,97% 11,69%

Navegantes 111,461 11,08% 543,60 39,32 93,22% 60,59 94,80% 11,37% Itapema 59,022 5,87% 776,20 25,89 95,79% 45,81 97,52% 8,60% Penha 58,783 5,84% 427,70 17,68 90,47% 25,14 91,72% 4,72%

Balneário Piçarras 99,071 9,85% 172,30 10,91 78,96% 17,07 90,79% 3,20%

Porto Belo 92,762 9,22% 173,80 10,70 93,17% 16,12 94,32% 3,02% Bombinhas 34,489 3,43% 415,00 8,72 100,00% 14,31 100,00% 2,69%

Fonte: IBGE- Censos Demográficos 2000 e 2010 - IBGE e Diretoria de Estatística e Cartografia/SPG/SC, 2010.

Em relação às taxas de crescimento, Itajaí foi o município que apresentou o menor

valor, entre os anos de 2000 e 2010, com 2.2 % a.a. Os demais municípios tiveram

taxas superiores a 3.5% a.a. com destaque para Itapema que apresentou uma taxa

de, aproximadamente, 6.0 % a.a. Balneário Camboriú teve comportamento na

média, com 3.9% a.a2 (Tabela 3).

2 A variação das taxas de crescimento no interior do território de Balneário Camboriú e setores censitários vizinhos, dos municípios limítrofes será analisada no item “aspectos socioespaciais”.

24

Page 25: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 3: Taxa de crescimento dos municípios da Microrregião da Foz do Rio Itajaí – 2000-2010.

Fonte: IBGE, 2010

A população flutuante estimada em 2009 para a região da SDR de Itajaí era de

170.570 turistas ou visitantes que somada a população residente de 490.939

alcançava a ordem de 661.509 habitantes, segundo estudos do gerenciamento

costeiro para o Litoral Centro Norte realizado em 2009.

Com relação a estrutura etária observa-se que 31,72% da população dos municípios

tem idade inferior a 19 anos. Dentre estes, Camboriú apresenta o maior percentual

com 36,07% de sua população inserida na faixa etária jovem e Balneário Camboriú

o menor percentual, com 25,95%. Já, a população adulta (20 a 59 anos), Balneário

Camboriú apresenta o maior percentual com 62,23% e Balneário Piçarras o menor,

com 55,56%. E, a população idosa (acima de 60 anos) está presente em maior

número no município de Penha com 12,14%, segundo por Balneário Camboriú com

11,82% e em menor percentual no município de Camboriú com 6,61% %, segundo

dados do IBGE (2010).

Com relação a composição das diferentes classes sociais a partir do rendimento

nominal mensal dos responsáveis pelos domicílios, observa-se que um pequeno

percentual da população está abaixo da linha de pobreza e estão concentrados no

município de Camboriú (11,08%); os que percebem um rendimento inferior a 1 SM

estão em maior número em Balneário Piçarras (15,01%); os com renda entre 1 e 3

SM estão 37,66% em Porto Belo; os com renda entre 3 e 5 SM estão em Bombinhas

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Page 26: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

com 37,66%; já, 23,87% estão inseridos na faixa de 5 a 10 SM em Balneário

Camboriú. Neste município também estavam os que percebiam acima de 10 SM e

compõem as classes sociais alta/alta; alta e média alta, que correspondiam a

13,38%; 3,16% e 4,75% dos chefes de domicílios (IBGE, 2010).

Com relação ao rendimento familiar médio nos municípios desta SDR, no período

2000-2010 o município de Balneário Camboriú ocupava a 4ª posição no ranking

estadual (Tabela 4).

Tabela 4: Rendimento familiar médio nos municípios da SDR – Itajaí no período 2000-2010 Municípios 2000 2010 Posição/Estadual

Bal Camboriú 833,02 4.346,98 4ª

Itapema 970,73 3.426,92 12ª

Itajaí 1.664,57 3.219,90 18ª

Porto Belo 1.068,43 2.612,37 89ª

Camboriú 603,17 2.611,48 90ª

Bombinhas 918,06 2.554,76 102ª

Bal.Piçarras 705,63 2.546,67 105ª

Penha 897,15 2.436,82 139ª

Navegantes 1.128,40 2.336,58 163ª

Fonte: Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina – 2010. Elaborado pelo SEBRAE, 2013.

1.4 ASPECTOS REGIONAIS DA SAÚDE

Com relação a saúde, os municípios da SDR de Itajaí está inserida na Macrorregião

de Saúde da Foz do Rio Itajaí, pertencente a 17ª Regional da Saúde, com uma

população de referência de 579.946 habitantes divididos em 11 municípios:

Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí,

Itapema, Luís Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo.

A cobertura populacional em Estratégia de Saúde da Família (ESF) é de 67,33% e

um dos motivos desta cobertura deve-se ao fato do município de Balneário

Camboriú, com uma população maior, apresentar uma cobertura de 42,38%, o que

reduz o percentual de cobertura na área de atuação. Os municípios de Balneário

Piçarras, Bombinhas, Ilhota, Luís Alves e Porto Belo possuem cobertura

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Page 27: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

populacional de ESF de 100%, conforme dados da 17ª Regional de Saúde de Itajaí

(2013).

Em relação à Atenção Básica em Saúde Bucal, segundo informações desta regional

de saúde (2013) havia 63 Equipes de Saúde Bucal, sendo 61 do Tipo I e 02 do Tipo

II, com uma cobertura populacional de saúde bucal estimada em 37,74%. Apenas os

municípios de Balneário Piçarras, Bombinhas e Porto Belo apresentavam cobertura

de 100%. O menor índice de cobertura era dos municípios de Balneário Camboriú e

Luis Alves, com 4 equipes do Tipo I.

No que diz respeito aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), na

modalidade NASF Federal estão habilitados os municípios de Balneário Piçarras,

Bombinhas, Itapema, Ilhota, Luis Alves, Navegantes e Porto Belo.

Com relação as unidades hospitalares é composta por 13 (treze) unidades, duas das

quais estão sob gestão da Secretaria de Estado da Saúde (SES) - a Fundação

Hospitalar de Camboriú e o Hospital Nossa Senhora da Penha, no município de

Penha; uma tem gestão municipal - Hospital Municipal Ruth Cardoso de Balneário

Camboriú, é o único hospital público desta região referência em média

complexidade; os demais apresentam gestão privada, conforme estudos da 17ª

Regional de Saúde (Tabela 5 e Figura 7).

Tabela 5: Unidades hospitalares do poder público e ou conveniado com o SUS da macrorregião da Foz do Rio Itajaí – 2013

HOSPITAL MUNICÍPIO PORTE Leito SUS Total

Hoscola Luiz Alves I 38 40

N. Sra Dos Navegantes Navegantes I 34 37

N. Sra. Da Penha Ltda Penha I 26 32

Ruth Cardoso Balneário Camboriú I 102 102

Fund. Hosp. De Camboriú Camboriú II 72 76

Hospital U. Pequeno Anjo Itajaí II 52 73

Hospital Santo Antônio Itapema I 27 27 Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen

Itajaí IV 180 286

Fonte: 17ª Unidade regional de Saúde de Itajaí – Rede Cegonha, 2013.

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Page 28: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 7: Gráfico com número de leitos do SUS por unidade hospitalar Fonte: 17ª Unidade regional de Saúde de Itajaí – Rede Cegonha, 2013, elaborado por Iguatemi, 2014.

Observando-se Tabela 5 percebe-se que 04 municípios não têm hospitais, existe 1

hospital desativado em Balneário Camboriú (Santa Inês) e 07 municípios têm

hospitais. Em relação ao número de leitos: 04 hospitais estão cadastrados com

menos de 50 leitos; 02 hospitais de 51 a 100 leitos; 01 hospital entre 100 leitos e 200

leitos e 01 hospital com mais de 200 leitos. Quanto a tipologia dos hospitais, cinco

são de porte I e um hospital de porte II. Apenas 01 unidade hospitalar é de grande

porte (acima de 200 leitos).

Analisando a questão dos leitos disponíveis há na Macrorregião 673 leitos, dos quais

531 atendem os usuários do SUS e estão concentrados nos municípios de Itajaí e

Balneário Camboriú com 232 e 102 leitos, respectivamente. Utilizando o parâmetro

mínimo de leitos de 2,5 leitos para cada 1000 habitantes, há necessidade total de

leitos segundo a OMS, é de 1.450 leitos.

Em relação a algumas especialidades médicas, como obstetrícia o número de leitos

existentes é de 82 (dos quais 65 são destinados aos usuários do SUS) e estão

concentrados em Itajaí (30 leitos), Balneário Camboriú (16 leitos) e Camboriú (11

leitos). O número de leitos existentes é inferior aos parâmetros assistenciais

indicados na Portaria MS nº 1.101/2002, que refere como necessidade de leitos

obstétricos o percentual de 0,28% sobre o total da população.

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Page 29: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Segundo informações do documento Rede Cegonha da macrorregião de Saúde da

Foz do Rio Itajaí “há necessidade de 162 leitos obstétricos, utilizando-se como

parâmetro para calcular a necessidade de cobertura do SUS”.

Já, este mesmo documento ressalta que quanto aos leitos pediátricos estes são em

número de 100, dos quais 78 são leitos para atendimento aos usuários do SUS. Os

leitos em maior número estão presentes em Itajaí (54 leitos), Navegantes (14 leitos),

Camboriú (09 leitos), Balneário Camboriú (09 leitos). Há também um déficit em

relação aos leitos pediátricos, quando comparado com as necessidades propostas

pelos parâmetros da Portaria MS nº 1.101/2002.

Os leitos destinados a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão localizadas no

Hospital Marieta Konder Bornhausen com 16 leitos para atendimento da população

adulta e 08 para neonatal e o Hospital Pequeno Anjo com 06 leitos de UTI

pediátrica, ambas unidades hospitalares estão sediadas em Itajaí e atendem aos

usuários do SUS. As unidades privadas que possuem leitos para UTI estão

localizadas em Balneário Camboriú: Hospital e Maternidade Santa Luisa com 07

leitos para neonatal e o Hospital do Coração, com 10 leitos para população adulta.

A Macrorregião de Saúde da Foz do Rio Itajaí é uma região que apresenta pequeno

agrupamento de hospitais públicos e consequentemente um déficit acentuado de

leitos nas diferentes especialidades em conformidade com os parâmetros do

Ministério da Saúde e da própria Organização Mundial de Saúde. A Tabela 6 aponta

as diferentes especialidades e as necessidades de leitos para atender a população e

as normativas legais vigentes (Tabela 6).

Tabela 6: Parâmetros de necessidades de leitos para a Macrorregião de Saúde da Foz do Rio Itajaí – 2013

ESPECIALIDADES PARÂMETRO DE NECESSIDADE DE LEITOS

HOSPITALARES PORT. 1101/2002 TOTAL

Cirúrgica 0,44 255,1762

Clínica Médica 0,78 452,3579

Cuidados Prolongados 0,18 104,3903

Obstétrica 0,28 162,3849

Pediátrica 0,41 237,7779

Psiquiátrica 0,45 260,9757

Reabilitação 0,14 81,19244

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

ESPECIALIDADES PARÂMETRO DE NECESSIDADE DE LEITOS

HOSPITALARES PORT. 1101/2002 TOTAL

Tisiologia 0,01 5,79946

Psiquiatria Hospital Dia 0,08 46,39568

Fator de Ajuste* 0,17 98,59082

TOTAL

1.705,041

Fonte: 17ª Regional de Saúde de Itajaí - 2013

A Tabela 7 apresenta uma expectativa média de vida superior a 70 anos justificada

plenamente pelas condições econômicas, de acesso à educação e de infraestrutura

existente. Com relação à taxa de natalidade o município com a menor taxa era Ilhota

com 11,69, seguido por Balneário Camboriú, com 11,86 por 1000 habitantes; a mais

alta em Navegantes com 16,64. Quanto a taxa de mortalidade infantil por 1000

nascidos vivos, a menor taxa foi apresentada pelo município de Balneário Piçarras,

com 3,69 e a maior pelo município de Itapema com 16,13, seguido por Luís Alves

com 14,18 e Balneário Camboriú com 13,71 por 1.000 nascidos vivos no período.

Tabela 7: Expectativa de vida, taxa de natalidade e taxa de mortalidade infantil na Macrorregião da Foz do Rio Itajaí – 2011

MUNICIPIO ESPERANÇA DE

VIDA AO NASCER TAXA DE

MORTALIDADE TAXA DE

NATALIDADE

Camboriú 70,88 7,16 15,27

Luiz Alves 74,44 14,18 13,27

Porto Belo 73,97 12,82 14,19

Ilhota 73,97 13,71 11,69

Penha 73,48 12,35 12,6

Bombinhas 73,48 12,77 15,96

Itajaí 73,18 15,3 15,45

Balneário Camboriú 73,18 13,71 11,86

Itapema 72,66 16,13 14,41

Navegantes 71,42 12,56 16,64

Balneário Piçarras 71,42 3,69 15,44

Fonte: SEBRAE, 2013. Elaborado por Iguatemi, 2014.

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Page 31: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

1.5 ASPECTOS REGIONAIS DA EDUCAÇÂO

Nos municípios da SDR Itajaí estão instaladas 227 unidades de pré-escolas com

14.386 alunos matriculados; 207 escolas de ensino fundamental com 76.734 alunos

matriculados e 62 estabelecimentos de ensino médio com 2.102 alunos matriculados

(Tabela 8).

Tabela 8: Unidades escolares e matrículas por modalidade de ensino – SDR Itajaí – 2012

MUNICÍPIOS

Ensino

Pré-escolar

MATRÍCULA Ensino Pré-

escolar

Ensino Fundamental

MATRÍCULA Ensino

Fundamental

Ensino Médio

MATRÍCULA Ensino Médio

Balneário Camboriú

25 1.932 33 12.697 12 3.992

Camboriú 20 1.618 23 10.104 7 3.036

Itapema 14 1.114 14 6.895 4 1.957

Navegantes 26 1.967 30 9.869 8 2.071

Porto Belo 13 433 12 2.505 2 520

Penha 18 721 18 3.648 4 1.165

Bombinhas 6 315 7 2.051 2 541

Itajaí 93 5.706 62 26.048 20 8.050 Balneário Piçarras

12 580 8 2.917 3 770

TOTAL 227 14.386 207 76.734 62 22.102

Fonte: IBGE Cidades, 2012 com base no Censo do INEP. Elaborado por Iguatemi, 2014.

Os estabelecimentos escolares das diferentes modalidades de ensino estão

concentrados nos municípios de Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, revelando

a centralidade desses municípios com relação ao setor educacional (Figura 8 e

Figura 9).

Esta mesma situação refletir-se-á com relação ao ensino superior, pois dos 7

estabelecimentos situados nesta SDR, 3 estão em Itajaí e 3 em Balneário Camboriú

e 01 em Navegantes.

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Page 32: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 8: Número de escolas nas diferentes modalidades de ensino – SDR-Itajaí -2012 Fonte: IBGE Cidades, 2012 com base no Censo do INEP. Elaborado por Iguatemi, 2014.

Figura 9: Número de matrículas nas diferentes modalidades de ensino – SDR-Itajaí -2012 Fonte: IBGE Cidades, 2012 com base no Censo do INEP. Elaborado por Iguatemi, 2014.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

1.6 ASPECTOS ECONOMICOS REGIONAIS

A área territorial da SDR-Itajaí é composta por 9 municípios que tem na sua maioria

um dinamismo econômico advindo da atividade relacionada ao setor terciário da

economia – turismo.

Estes municípios estão situados na Região Turística Costa Verde e Mar e tem em

um dos seus municípios – Balneário Camboriú - um centro receptor que mais atrai

turistas do Brasil.

É importante destacar que os municípios de Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí e

Itapema apresentam uma economia diversificada, onde predominam o setor terciário

e atividades portuárias. Já, Navegantes, Balneário Piçarras e Porto Belo são os que

apresentam um maior percentual de industrialização. Com relação a Bombinhas e

Penha, estes apresentam características rurais de produção associada ao setor

primário, mas com aumento da atividade turística e de entretenimento, como o

Parque Beto Carrero World (Penha).

Segundo dados do IBGE e da Secretaria de Estado do Planejamento de Santa

Catarina, em 2009, o PIB catarinense atingiu o montante de R$ 129,8 bilhões,

assegurando ao Estado a manutenção da 8ª posição relativa no ranking nacional. No

mesmo ano, a Macrorregião Foz do Itajaí aparece na 2ª posição do ranking estadual,

respondendo por 15,40% da composição do PIB catarinense3 (Tabela 9).

Tabela 9: Produto Interno Bruto a Preços Correntes dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí – 2002-2009

Fonte: Santa Catarina. Secretaria de Estado do Planejamento 2010, elaborado pelo SEBRAE/SC, 2013.

3 A Macrorregião da Foz do Rio Itajaí para o SEBRAE envolve 20 municípios conforme detalhamento na Tabela 11.

33

Page 34: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Observando os dados constantes da Tabela 9 percebe-se que os municípios da Foz

do Rio Itajaí apresentaram uma evolução de 205,08% no período 2002-2009,

enquanto a evolução do PIB catarinense cresceu 132,91% no mesmo período

(Figura 10).

Figura 10: Evolução do PIB dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí -2002-2009 Fonte: Santa Catarina. Secretaria de Estado do Planejamento, 2010, elaborado pelo SEBRAE/SC,

2013.

Com relação ao PIB per capita a Macrorregião ocupa a 1ª posição no cenário

catarinense, tendo crescido 73,90% no período 2002-2009 (Tabela 10).

Tabela 10: Produto Interno Bruto per capita na Macrorregião da Foz do Rio Itajaí-2002-2009

Fonte: Santa Catarina. Secretaria de Estado do Planejamento, 2010. Elaborado pelo SEBRAE, 2013

Em dezembro de 2011 existiam 55.933 empresas formais que geraram 258.774

postos de trabalho com carteira assinada na Macrorregião (Figura 11).

Figura 11: Número de empresas e empregos formais na Macrorregião Foz do Rio Itajaí – 2006-2011 Fonte: MTE/RAIS, 2011. Elaborado pelo SEBRAE, 2013.

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Page 35: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

No período de 2008-2011 a taxa absoluta de criação de empresas nesta

Macrorregião (Figura 12) foi de 15,19% e a de empregos, de 23,56% (MTE/RAIS,

2011, apud SEBRAE/SC, 2013).

Figura 12: : Taxa acumulada de criação de empresas e empregos na Macrorregião Foz do Rio Itajaí, no período de 2008-2011.

Fonte: MTE/RAIS, 2011. Elaborado pelo SEBRAE, 2013.

O setor terciário-serviços possuía 38,90% do total das empresas localizadas nesta

Macrorregião e empregava 40,93% da mão de obra; o terciário-comércio com

39,51% e empregava 23,41%; o secundário com 20,30% e 36,47% da mão de obra

e o setor primário com 1,24% das empresas que envolveram 1,26% da mão de obra,

conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego, de 2011 (Figura 13 e Figura

12).

Figura 13: Número de empresas e empregos na Macrorregião da Foz do Rio Itajaí por setores, 2011

Fonte: MTE/RAIS, 2011. Elaborado pelo SEBRAE, 2013.

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Page 36: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 14: Participação relativa das empresas e dos empregos formais na Macrorregião da Foz do

Rio Itajaí Fonte: MTE/RAIS, 2011 Elaborado pelo SEBRAE, 2013.

É importante lembrar que as microempresas foram responsáveis por 93,4% das

empresas nesta Macrorregião e responderam por 32,3% dos empregos formais; as

pequenas empresas representaram 5,8% e responderam por 32,6% dos empregos

formais.

Considerando o período de 2003 a 2010 o Valor Adicionado Fiscal da Macrorregião

Foz do Rio Itajaí foi de 214,38%, contra um aumento estadual de 130,98% no

mesmo período.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina,

referente ao ano base de 2012, o Valor Adicionado Fiscal desta Macrorregião

representou 15,52% do total do VAF estadual (Tabela 11).

O Valor Adicionado Fiscal de Santa Catarina no ano base de 2012 era de R$

128.676.760.198,39 e o da macrorregião R$ 19.967.273.992,13. O Município de

Itajaí participou com 56,97%, seguido por Brusque com 13,72% e Balneário

Camboriú com 6,43% na construção do VAF na macrorregião (Tabela 11).

Tabela 11: Valor Adicionado Fiscal dos Municípios da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí – 2012 Municípios VAF % Macrorregional

Baln. Camboriú 1.283.837.550,40 6,43

Baln. Piçarras 163.692.698,63 0,82

Bombinhas 11.1403.839,10 0,56

Botuverá 127.720.384,67 0,64

Brusque 2.739.246.361,32 13,72

Camboriú 291.014.498,02 1,46

Canelinha 75.328.483,96 0,38

Guabiruba 422.690.116,07 2,12

Ilhota 194.676.057,70 0,97

Itajaí 11.339.382.113,10 56,97

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Municípios VAF % Macrorregional

Itapema 310.329.705,50 1,55

Leoberto Leal 29.118.855,76 0,15

Luiz Aves 284.934.550,58 1,43

Major Gercino 29.962.175,71 0,15

Navegantes 1.043.759.035,88 5,23

Nova Trento 1.608.89.332,51 0,81

Penha 187.200.512,73 0,94

Porto Belo 168.935.035,88 0,85

São João Batista 283.014.910,36 1,42

Tijucas 720.137.774,25 3,61 Total 19.967.273.992,13 15,52

TOTAL DE SC 128.676.760.198,39 100,00

Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, 2014.

Figura 15: Gráfico do Valor Adicionado Fiscal da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina – 2014.

Elaborado por Iguatemi Engenharia.

De acordo com a Epagri (2011/2012) a produção da cultura do arroz irrigado

ocupava 9.965 hectares que produziram 72.00 toneladas, representando 6,97% da

produção estadual. Entre as lavouras permanentes a cultura da banana tem maior

representatividade no Município d e Luís Alves que concentrou 19% da produção

estadual em 2013. O setor da pesca e da aquicultura envolveram 2.524 empregos

em 2011, ocupando a 1ª posição no ranking estadual (SEBRAE, 2013).

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Esta área costeira do Litoral Centro Norte tem atividades relacionadas a pesca

artesanal com 5 Colônias de Pescadores (Quadro 1) e atividades de malacocultura

(cultivo de mexilhões e ostras), sendo que os maiores produtores de mexilhões

eram, no período, os municípios de Penha e Bombinhas (SANTA CATARINA, 2009).

Quadro 1: Colônias de pesca no Litoral Centro- Norte e seus pescados Fonte: Santa Catarina, SPG, Gerco, 2009.

Com relação a pesca industrial, segundo o Boletim Estatístico da Pesca Industrial

(2007), os municípios de Itajaí e Navegantes concentraram 86% da produção

estadual e Porto Belo% 4%. Nesse período, o município de Itajaí capturou

75.410.660 kg; Navegantes 43.646.086 kg e Porto Belo 5.467.946 kg.

A movimentação portuária envolvendo exportação e importação para as diferentes

regiões do Estado é realizada, principalmente, pelo Porto de Itajaí e pelo Porto de

Navegantes, ambos localizados na foz do rio Itajaí.

O Porto de Itajaí caracteriza-se por ser um porto essencialmente exportador, onde

apenas 23% da movimentação no cais comercial correspondem à importação. Este

fato reflete bem a característica econômica do Estado de Santa Catarina, cuja

produção tem grande aceitação nos mercados consumidores internacionais.

Os maiores países consumidores de produtos exportados pelo Porto de Itajaí

localizam-se no Oriente Médio, Europa, América do Norte e Extremo Oriente (Figura

16).

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Figura 16: Vista do Complexo Portuário de Itajaí Fonte: Administração do Porto de Itajaí, 2010.

De acordo com o Relatório de Cargas Movimentadas pelo Complexo Portuário de

Itajaí em 2013, entre os produtos exportados, neste período, destacaram-se:

produção de frango que atingiu o montante de US$ 2.488.771,00; seguido pela

produção de carnes bovina/suína, com US$ 1.221.718,00; produtos eletro

mecânicos com US$ 1.063.237,00; madeiras e derivados com US$ 848.389,00;

fumo com US$ 524.619,00, entre outros. Esta movimentação atingiu a cifra de

3.378,540 ton. ao custo de US$ 6.926.218,00 (Figura 17).

Figura 17: Movimentação da produção catarinense exportada pelo Porto de Itajaí -2013 Fonte: Relatórios Estatísticos Mensais/ Mercadorias movimentadas pelo Porto de Itajaí – 2013.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

As importações envolveram produtos alimentícios, produtos químicos, plásticos e

borrachas, madeiras e derivados, tripa suína, eletro e mecânico, entre outros que

atingiram 3.173.875 ton. ao custo de U$S 7.698.260,00 (Porto de Itajaí, 2013)

conforme pode ser observado na Figura 18.

Figura 18: Movimentação das importações pelo Porto de Itajaí -2013 Fonte: Relatórios Estatísticos Mensais/ Mercadorias movimentadas pelo Porto de Itajaí – 2013.

O Porto de Navegantes (Portonave) lidera a movimentação de cargas

conteinerizadas no Estado, respondendo por 45% do total, segundo a Revista

Portuária, 2013 (Figura 19).

Das cargas movimentadas, 75% foram destinadas para a exportação, destacando-

se: carne congelada (frangos e suínos) oriundos do oeste de Santa Catarina; frios do

Frigorífico Pamplona de Rio do Sul; madeira de União da Vitória (Paraná); móveis de

São Bento do Sul; têxtil de Blumenau; cerâmica do sul catarinense; ônibus de

Joinville e do Rio Grande do Sul. Já, nas importações destacaram-se os produtos

de: polietileno, máquinas, pneus e resinas (Portonave, 2013).

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Figura 19: Vista do Porto de Navegantes

Fonte: Administração do Porto de Navegantes, 2011.

Com relação a regionalização turística esta SDR está inserida na Costa Verde e

Mar, e engloba as cidades de Itajaí, Luís Alves, Itapema, Navegantes, Porto Belo,

Ilhota, Penha, Barra Velha, Balneário Piçarras, Balneário Camboriú e Bombinhas

(Figura 20).

Figura 20: Municípios pertencentes a região turística Costa Verde e Mar Fonte: http://www.costaverdeemar.com.br/pt/costa-verde-mar/localizacao.

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De acordo com o Plano de Desenvolvimento Regional do Turismo do Estado de

Santa Catarina (2013) esta região turística apresenta diversos segmentos turísticos:

Ecoturismo; Turismo Cultural; Turismo de Aventura; Turismo de Esportes; Turismo

de Lazer e Entretenimento; Turismo Náutico; Turismo de Negócios e Eventos;

Turismo de Sol e Praia; Turismo Industrial; Turismo Religioso; e Turismo Rural. As

particularidades referentes a Balneário Camboriú estarão sendo analisadas na parte

municipal deste documento.

Esta região apresenta alguns impactos resultantes do processo de urbanização e

crescimento populacional, destacados pelo Plano de Desenvolvimento Regional

desta região (2013), tais como:

a) problema de ordem ambiental devido a presença de áreas de ocupação

desordenada, agravado pela ocupação de Áreas de Preservação Permanente

(APP), margens de rios, formação dunares e restingas;

b) ocupação irregular de terrenos em áreas de risco, haja vista o relevo ser

caracterizado por “terras de aluvião”. A ocupação irregular está ocorrendo tanto na

periferia das cidades, regiões ribeirinhas, com aterramento de pequenos córregos,

nascentes e construções em áreas de preservação permanentes;

c) processo de favelização e que tem no município de Camboriú, a pior situação.

Programas de habitação de interesse social para toda a região são fundamentais

para evitar a deteriorização da qualidade de vida;

d) carência em infraestrutura urbana, dependência dos recursos naturais e

necessidade d`água para abastecimento público em razão do crescimento

populacional e da população flutuante na alta temporada;

e) foz do rio Itajaí é uma área propensa a enchentes, sendo suas margens áreas de

risco;

f) perda da cobertura vegetal devido a ocupação do solo o que leva ao aumento da

extinção de espécies vegetais nativas e da fauna;

g) esgotamento sanitário lançado in natura diretamente nos corpos hídricos;

h) abastecimento e água de Penha, Porto Belo, Bombinhas e Balneário Piçarras

provem de poços ou nascentes que devido ao pouco controle de qualidade são

facilmente poluídas;

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i) coleta de lixo embora abranja 97% da população urbana ainda jogam a céu aberto

e poucos fazem a reciclagem dos seus resíduos;

j) rede viária estadual é reduzida e a BR-101 é uma via principal de interligação

entre os municípios.

Em função dos atrativos de empregabilidade a população vem crescendo acima da

média catarinense, com fluxo migratório permanente, que a médio e longo prazo,

poderá acarretar problemas recorrentes ao processo de urbanização acelerada, ou

seja, o surgimento e crescimento dos bolsões de pobreza, ocupação desordenada

do solo, aumento das demandas sociais, infraestrutura, ambientais e de segurança.

Diante disso, a importância do planejamento como instrumento norteador das ações

públicas.

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2 ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DE BALNEÀRIO CAMBORIÚ

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A ocupação humana na área do atual município de Balneário Camboriú remonta ao

período em que os povos indígenas, os Carijós, do Grupo Linguístico Tupi-Guarani,

passaram pelo local hoje conhecido como Praia das Laranjeiras, como atestam os

sambaquis ali descobertos4 (Figura 21).

Figura 21: Sambaqui localizado na Praia das Laranjeiras – Balneário Camboriú Fonte: http://bchistoriaememoria.blogspot.com.br/ O povo das conchas: os senhores do Litoral

Balneário Camboriú foi ocupada pelo homem branco, desde meados do século

XVIII, pois como afirma Skalee e Reis (2008), em 1758 já havia famílias que

moravam na margem esquerda do rio Camboriú.

4 Os sambaquis são locais de disposição final de materiais residuais de um padrão de consumo, sobretudo alimentar. São formas de aterros de lixo, predominantemente orgânico, representado por materiais resistentes à deterioração, como esqueletos de moluscos, ossos de peixes e de mamíferos aquáticos, dentes de herbívoros. Entremeados por objetos cerâmicos e materiais líticos. A frequência de esqueletos humanos em posição fetal, encerrados em urnas funerárias – igaçaba (LAGO, 1988, p. 52).

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Em, 1826, Baltazar Pinto Correa adquiriu do governo da Província de Santa Catarina

área de terra para cultivo e moradia às margens do rio Camboriú – Barra Sul e,

juntamente com outras famílias de descendentes de açorianos, fundou o primeiro

núcleo – o Arraial de Bom Sucesso.

Neste local foi construída a Capela de Santo Amaro5 em 1840, que segundo Santos

Jr. (2000, p. 114) [...] representa e testemunha a ocupação mais antiga da área, isto

é, a área geográfica escolhida e definida para a implantação do Arraial do Bom

Sucesso” (Figura 22).

Figura 22: Capela de santo Amaro Fonte: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú.

Em 1849, o Arraial que ocupava uma área de 4,9 km², foi elevado à categoria

de Freguesia. Sua população desenvolvia atividades comerciais, pesca e agricultura

de subsistência. Este arraial transformou-se no Bairro da Barra, localizado às

margens do rio Camboriú e, segundo Santos Jr. (2000, p.104) “[...] os moradores da

localidade têm orgulho de falar que são da Barra, pois, como dizem ‘foi ali que tudo

começou’. Ali está a herança cultural da cidade”.

É importante considerar que em 1836 foi fundada outra localidade, a Vila dos

Garcias, às margens do rio Pequeno, afluente do rio Camboriú, por Tomás Francisco

5 Esta Igreja foi construída com pedra bruta e argamassa à base de óleo de baleia e suas telhas foram moldadas de forma artesanal. No seu interior estão às imagens de Santo Amaro e de Nossa Senhora do Bom Sucesso doadas pela família real portuguesa no século XIX (SANTOS Jr, 2000) está tombada como patrimônio municipal e estadual.

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Garcia em área do atual município de Camboriú, cujos habitantes dedicavam-se a

agricultura, pecuária e extrativismo mineral. A condição econômica desses núcleos

(Barra e Vila dos Garcia) possibilitou a independência político-administrativa deste

território em 1884 e sua elevação à categoria de Município, recebendo o nome de

Camboriú (MORAES, TRICÁRICO, 2006).

A ocupação da orla litorânea do então município de Camboriú, que estava ocupado

de forma rarefeita e mantinha ainda a vegetação natural, conforme foto com data

imprecisa (Figura 23) passa a receber, na década de vinte, do século passado,

veranistas descendentes de alemães oriundos do Vale do Itajaí, que introduziram o

hábito do uso do mar para lazer e não apenas para pesca ou banhos medicinais.

Pode-se dizer que este momento marca a descoberta do potencial turístico da

região.

Figura 23: Vista da orla litorânea de Camboriú no final do século IX (sem data) Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú.

Pode-se, segundo Lago (2000, p. 145) 6 afirmar que

“o inicio da economia do tempo livre nas planícies setentrionais catarinenses, convergindo-se maior volume dos investimentos que deu origem ao Balneário Camboriú, correspondeu à alternativa de ações imobiliárias, como forma de extensão da acumulação de capitais, que remonta às origens da colonização agrária e ao desenvolvimento das atividades industriais e comerciais da bacia do Itajaí.”

6 LAGO, Paulo Fernando de Araújo. Santa Catarina: a transformação dos espaços geográficos. Florianópolis: Verdes Águas Produções Culturais, 2000.

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Em 1928 o município já possuía seu primeiro estabelecimento hoteleiro – Hotel do

Jacó, de propriedade de Jacó Schmidt, localizado no atual calçadão da Avenida

Central. Em 1934 passou a denominar-se Hotel Miramar, segundo Stoll, 2006. Já,

em 1934 foi construído o Balneário Hotel e em 1938 foi aberta a Pensão Alice,

conforme Skalee (2008) em seu estudo sobre a produção do espaço urbano em

Balneário Camboriú (Figura 24 e Figura 25).

Figura 24: Hotel Fisher, Hotel Hotel Marambaia e sua estrutura atual Fonte: Arquivo Histórico e Stoll, 2006.

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Figura 25: Balneário Hotel e Pensão Alice Fonte: Arquivo Histórico e Stoll, 2006.

Analisando a fotografia aérea obtida junto a Secretaria de Planejamento de Santa

Catarina de 1938, analisadas por Skalee (2009) observa-se que o sítio original neste

período apresentava uma ocupação junto aos extremos norte e sul da praia.

Destacava-se a estrada estadual que dava acesso ao Município de Itajaí, que foi

inaugurada em 1920 e o antigo “Caminho do Arame” denominado atualmente de

Avenida Central (Figura 26).

Figura 26: Fotografia aérea de balneário Camboriú em 1938 Fonte: Secretaria de Planejamento de Santa Catarina apud Skalee, 2008.

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A área ao norte da praia central era naquele momento utilizada para prática da

agricultura de subsistência, com as propriedades configurando-se em faixas

perpendiculares à orla marítima em direção as áreas mais elevadas a oeste, antes

recobertas pela Mata Atlântica (Figura 27).

Figura 27: Vista da orla litorânea na década de 40

Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

Eram bastante rarefeitas as ocupações na área central e ao sul nas proximidades do

rio Camboriú onde estavam presentes os manguezais e áreas úmidas. É importante

ressaltar que o rio Marambaia mantinha um caudal e vazão fluvial bastante

expressivo neste período.

Neste período, segundo informações de Correa apud Skalee (2008), há referências

de 7 lagoas que desembocavam na praia, sendo a principal delas localizadas entre

as Ruas 301 e 501, denominada Cacimba, que tinha dois afluentes, um ia direto ao

mar desaguando na altura da atual Praça Tamandaré com o nome de Lagoa da

Ponta e outro confluía no Ribeirão das Ostras e formava a Lagoa Grande, mais

tarde denominada lagoa de Marambaia (Figura 28).

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Figura 28: Lagoa da Ponta (1949) embaixo Bar Avenida Fonte: Eduardo Barbieri citado por Skalee, 2008 e adaptado por Iguatemi, 2014.

Cabe ressaltar, apoiados nos estudos de Ferreira, Silva e Polette (2009) que neste

período, o número de turistas ou veranistas era reduzido e havia um contato mais

estreito com os moradores permanentes. O ambiente natural estava preservado –

1.732 hectares de vegetação nativa e a presença de 747,9 hectares de práticas

agrícolas. Já havia um esboço do que seria a atual Avenida Central, e embora os

acessos – os caminhos fossem rudimentares – estes dariam origem ao traçado do

sistema viário a ser implantado mais tarde.

Figura 29: Vista da ocupação do que seria mais tarde o sítio urbano de Balneário Camboriú nos primórdios dos anos 40.

Fonte: Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú.

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Figura 30: Avenida Central 1940 Fonte: Arquivo Histórico Municipal

No período 1939-1945, em razão da Segunda Guerra Mundial, os veranistas

deixaram de frequentar as praias do Município, retomando o fluxo, após cessar o

conflito (Figura 31).

Figura 31: Vista da Praia Central de Balneário Camboriú em 1955

Fonte: Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú.

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A procura pelas praias da região impulsionou a ocupação que em 1948, contava

com 41 casas. Já, em 1952, contava com 620 casas, o que representou um

aumento de 1.412% num período de apenas quatro anos, de acordo com o Álbum

Descritivo Fotográfico de Camboriú divulgado pela Prefeitura Municipal em 1952.

No período de 1957 a 1969 cresce o número da segunda residência, com um

incremento no número de visitantes e a criação de um padrão de desenvolvimento

paralelo à praia e articulado com os principais acessos. Isto resultou na formação de

uma mancha urbana de 826,6 hectares em decorrência da abertura de muitos

loteamentos ao longo da planície litorânea, percebendo-se a expansão das áreas

ocupadas sobre as áreas de restinga, com um maior adensamento nas

proximidades do rio Marambaia (FERREIRA, SILVA e POLETTE, 2009).

Os loteamentos foram sendo implantados com os desmembramentos de áreas

agrícolas que eram adquiridas por empreendedores, entre os quais se destaca a

Imobiliária de Leopoldo Zarling, que comprou grandes extensões de terra, parcelou e

dotou de infraestrutura viária. Na medida em que se adquiriam e parcelavam as

propriedades fundiárias originais, esses empreendimentos eram colocados à venda

no mercado imobiliário (Figura 32 e Figura 33).

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Figura 32: Loteamentos implantados pela Imobiliária de Leopoldo Zarling: A -Loteamento Jardim Rela Balneário Camboriú; B – Loteamento Jardim Paraná; e C – Loteamento Jardim Vila do Mar

Fonte: Skalee e Reis (2008).

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Figura 33: Planta do Loteamento Jardim Real Balneário Camboriú implantado pela Imobiliária de Leopoldo Zarling Fonte: Skalee e Reis (2008).

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Figura 34: Planta do Loteamento Jardim Paraná implantado pela Imobiliária de Leopoldo Zarling (A). Fonte: Skalee e Reis (2008).

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Figura 35: Planta do Loteamento Jardim Paraná (B). Fonte: Skalee e Reis (2008).

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A rede hoteleira expandia-se neste período com a construção de mais hoteis, entre

os quais destaca-se o Fischer Hotel & Convenções, fundado em 1957, que está

localizado na Avenida Atlântica (Figura 36).

Figura 36: Fischer Hotel & Convenções – 1957 Fonte: Stoll, 2006

Verifica-se na fotografia aérea de 1957 (Figura 37) que os lotes implantados

estavam próximos à praia e também se expandiam em direção à Avenida do

Telégrafo, contudo, as demais áreas permaneciam com ocupação rarefeita.

Figura 37: Ocupação da orla marítima – aerofoto de Balneário Camboriú em 1957

Fonte: Secretaria de Planejamento do Estado de Santa Catarina

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As características formais desse parcelamento, segundo Skalee e Reis (2008), são

atualmente visíveis na estruturação da malha da cidade: um traçado urbano com

ruas perpendiculares à praia (sentido leste-oeste) e poucas ruas paralelas à orla

(sentido norte-sul), conforme pode ser observado na Figura 38.

Figura 38: Loteamentos no início da década de 60 (?) Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

Segundo Skalee e Reis (2008) a estruturação atual do território e do sistema viário

presente em Balneário Camboriú resultou das características topográficas do sítio

natural e da forma de ocupação colonial das propriedades que ocupavam estreitas

faixas perpendiculares à praia. Esta se constituía num canal de circulação urbana,

no sentido norte-sul.

Na foto da década de sessenta, observa-se a presença da Avenida do Telégrafo7

hoje conhecida como Avenida Brasil (Figura 39). Somente mais tarde foram abertas

outras vias urbanas paralelas à Avenida Brasil que estruturaram a malha viária no

sentido norte-sul.

7 Esta avenida recebeu este nome, em função de seu traçado estabelecer-se por sobre antiga linha de telefonia e telégrafo, desativada nos anos 60.

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Figura 39: Vista da praia central de Balneário Camboriú na década de 60 Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

O período 1960-1970 marca a efetiva construção do traçado urbano de Balneário

Camboriú (Figura 40 e Figura 41) com o estabelecimento de inúmeros loteamentos

dirigidos exclusivamente pela iniciativa privada (SKALEE e REIS, 2008). Neste

período, Balneário Camboriú conseguiu desmembrar-se do município de Camboriú,

ganhando sua autonomia político-administrativa.

Figura 40: Terceira Avenida cortando o sítio urbano na década de 70, com a presença da verticalização na orla marítima e crescimento em direção à oeste

Fonte: www.google.com.br/search?q=fotos+de+Balneário+Camboriú

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Figura 41: Aerofoto de BC em 1969 Fonte: Secretaria de Planejamento de Santa Catarina

O período pós-década de setenta é caracterizado pela expansão da malha urbana

no sentido oeste, impulsionada pela inauguração da BR-101. A paisagem central é

de um espaço construído sobre uma vegetação natural que desaparece de forma

acelerada, incluindo neste processo a canalização do rio Marambaia; a ocupação

com edificações das margens do rio Camboriú sobre a vegetação ciliar; a abertura

da 3ª e 4ª Avenidas, que permitiram a ligação da área central (leste) com a região

oeste, em processo de adensamento construtivo e reforçando a integração da malha

viária no sentido norte-sul e a construção do calçadão (Figura 42).

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Figura 42: Vista da orla marítima com destaque para o Hotel Marambaia – década de setenta Fonte: Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

No final da década de setenta contabilizava-se em Balneário Camboriú cerca de

quarenta hotéis, 462,9 hectares de residências unifamiliares e 15,7 hectares de

residências multifamiliares, segundo Ferreira, Silva e Polette (2009).

O rápido crescimento urbano caracterizou-se pela concentração das edificações

multifamiliares entre a Avenida Atlântica e a Avenida Brasil. Esta área, segundo

Ferreira, Silva e Polette (2009, p. 2.518) corresponde ”a primeira fase de ocupação

onde foram construídas as primeiras casas de veraneio sobre o sistema dunar então

existente e progressivamente substituídos por edifícios de volumetria cada vez

maior, respondendo assim à pressão da procura”.

O período entre 1978 e 2000 é caracterizado pelo crescimento de 115% nas

residências unifamiliares, que se localizavam em áreas mais afastadas da orla

marítima e no aumento em 1.000% nas residências multifamiliares, substituindo

gradativamente a tipologia de casas isoladas em lote (a custa de vazios ou da

vegetação nativa) por ação da construção civil e da especulação imobiliária

(FERREIRA, SILVA E POLETTE, 2009).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 43: Aerofoto de Balneário Camboriú em 1978 Fonte: Secretaria de Planejamento de Santa Catarina

O avanço da mancha urbana, no período 1980-2000, assumiu um novo movimento

em direção a BR-101, transpondo-a em direção oeste, com a ocupação das áreas

mais afastadas por domicílios permanentes, cujas famílias apresentavam estratos

sociais de menor renda (Figura 44).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 44: Aerofoto de BC em 2000 Fonte: Secretaria de Planejamento de Santa Catarina

Atualmente, o crescimento urbano avança para além da BR-101, praticamente,

interligando a malha viária de Balneário Camboriú a cidade de Camboriú, sob o

parcelamento agrícola da terra e em direção norte – no sentido município de Itajaí,

configurando uma área conurbada, tendo como espinha principal a Rodovia Osvaldo

Reis.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Ao longo desta Rodovia estão concentrados os serviços de revenda de carro e lojas

de alto padrão voltadas ao comércio de móveis de decoração, bem como

condomínios de luxo horizontais e verticais (Figura 45).

Figura 45: Conurbação em direção ao município de Itajái Fonte: Nascimento e Fornara (s/d).

Os dias atuais, segundo Skalee e Reis (2008) imprime a consolidação do caráter

turístico de Balneário Camboriú, bem como a ocupação intensiva de todo território

municipal, através do adensamento, verticalização construtiva e segregação

socioespacial (Figura 46). Os loteamentos mais afastados da praia estão recebendo

a população local de baixa renda, que constitui a mão de obra de sustentação das

atividades turísticas e da construção civil.

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Figura 46: Foto aérea de Balneário Camboriú 2012 Fonte: Secretaria Estadual do Desenvolvimento Sustentável, 2012.

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2.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

2.2.1 População

A população de Balneário Camboriú apresentou em 2010, um crescimento de

47,15%, desde o Censo Demográfico realizado em 2000. De acordo com o IBGE,

em 2010 a população alcançou 108.089 habitantes, o equivalente a 1,73% da

população do Estado (Figura 47).

Figura 47: População entre os anos de 1980 e 2010 do Município de Balneário Camboriú FONTE: SEBRAE, 2014, com base em dados dos Censos do IBGE

Tendo como base os dados dos censos demográficos do IBGE, Balneário Camboriú

apresentou uma taxa média de crescimento populacional da ordem de 4,71% ao ano

entre 2000 e 2010, e uma densidade demográfica de 2.325,4 hab/km², para o ano de

2010. Atualmente sua população é da ordem de 124.557 habitantes com uma

densidade de 2.679,27 hab/km² (Mapa de Taxa de Crescimento Demográfico).

O município em 1980 apresentava 1,25% da população em área rural e em 1991

apresentava 1,04%, o que significa uma porcentagem relativamente baixa se

comparada a outros municípios catarinense neste mesmo período. Já, a partir do

censo demográfico do ano de 2000, percebe-se que o perímetro urbano se estendeu

para todo o território municipal (Tabela 12).

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Tabela 12: População por gênero e urbana e rural entre os anos de 1980 e 2010 do Município de Balneário Camboriú

Fonte: SEBRAE, 2013 com base nos Censos do IBGE Quanto à distribuição populacional por gênero, em 2010 os homens representavam

47,55% da população e as mulheres, 52,45%.

Segundo dados do Censo IBGE (2010), 57,1% da população do município estava

inserida na faixa etária entre 20 e 59 anos. Os jovens (zero a 19 anos) somavam

34,4% e a terceira idade representava 8,5% da população (Figura 48 a Figura 50).

Figura 48: Evolução da distribuição relativa por faixa etária da população em Balneário Camboriú, em

2000 e 2010

Fonte: SEBRAE, 2013, com base em dados do IBGE, 2010

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Figura 49: Pirâmide etária do Município de Balneário Camboriú para o ano de 2000

Fonte: IBGE, 2000

Figura 50: Pirâmide etária do Município de Balneário Camboriú para o ano de 2010

Fonte: IBGE, 2010

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

O estreitamento da base da pirâmide etária, ou seja, a menor proporção de jovens

do que de adultos na formação da população é motivada por dois fatores: a

progressiva redução nas taxas de natalidade, acompanhando as tendências

brasileiras e mundiais, e a amplitude das faixas etárias da população adulta

economicamente ativa decorre da vinda de trabalhadores de outras áreas.

A população residente em Balneário Camboriú está ocupando espacialmente 14 bairros, bairros, sendo o bairro Centro o mais populoso (47.743 habitantes); seguido pelo Das Das Nações (17.051 habitantes) e pelo Dos Municípios (10.570 habitantes) e o com menor menor população o Várzea do Ranchinho (87 habitantes) de acordo com dados do IBGE de IBGE de 2010 (

Tabela 13 e Mapa Limites de Bairros).

Tabela 13: Distribuição populacional por gênero e total, área total e densidade demográfica por bairro de Balneário Camboriú, no ano de 2010

Bairro Homens Mulheres Total

1.Da Praia dos Amores 543 577 1.120

2. Dos Pioneiros 1.652 1.807 3.459

3. Ariribá 1.511 1.603 3.114

4. Das Nações 8.299 8.752 17.051

5. Várzea do Ranchinho 40 47 87

6. Dos Estados 807 901 1.708

7. Dos Municípios 5.233 5.337 10.570

8. Vila Real 3.300 3.441 6.741

9. Jardim Iate Clube 1.094 1.053 2.147

10. Nova Esperança 2.568 2.519 5.087

11. São Judas Tadeu 389 391 780

12. Da Barra 3.460 3.407 6.867

13. Região das Praias 814 801 1.615

14. Centro 21.683 26.060 47.743

TOTAL 51.393 56.696 108.089

Os bairros de 1 a 12 foram criados pela Lei Municipal nº 1840, de 25 de janeiro de 1999. Fonte: IBGE, 2010

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Segundo estudos do Gerenciamento Costeiro para o Setor 2 – Litoral Centro-Norte,

2009, a população de Balneário Camboriú estimada para o ano de 2030 será de

154.766 habitantes, o que corresponde a 22,33% da população projetada para o

Setor e sua participação na população estimada para o Estado será de 2,06%

(SANTA CATARINA, GERCO, 2009), conforme Tabela 14.

Tabela 14: Evolução do crescimento populacional nos municípios que compõem o Setor Centro-Norte do Litoral Catarinense.

Fonte: Santa Catarina, GERCO, 2009, p.53

Considerando-se o aumento populacional ocasionado pelo aporte da população

flutuante em Balneário Camboriú, na alta temporada, a estimativa de crescimento de

sua população chegará a 349.616 habitantes, incluindo 194.850 da população

flutuante em 2030 (Tabela 15), que corresponde a 55,73% de crescimento sob a

população residente.

Tabela 15: Incremento populacional ocasionada pelo aporte da população flutuante nos municípios que compõem o Setor Centro-Norte do Litoral Catarinense.

Fonte: Santa Catarina, GERCO, 2009, p.54

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2.3 EVOLUÇÃO URBANA E DEMANDA POR SOLO URBANIZADO

Conforme histórico da ocupação do município, a evolução dos espaços urbanizados,

antes mesmo de seu desmembramento de Camboriú, ocorreu a partir da demanda

relativa ao turismo, especialmente de veraneio.

É evidente que antes deste período, desde 1758 segundo registros históricos, já

ocorriam diversas modificações espaciais, principalmente na Barra, localidade

denominada antigamente de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Entretanto, é

possível separar esta evolução, inicialmente, em dois processos distintos:

Na Barra, com uma evolução lenta e gradual a partir das comunidades e atividades

tradicionais, incorporando gradativamente novos usos comerciais e de interesse turístico

e, mais recentemente, um novo conjunto de produtos imobiliários. Este processo lento,

fragmentado e diferenciado, separado pelo rio Camboriú, manteve um ritmo distinto de

incorporação e produção de parcelamentos, que também afetou de forma diferenciada

as praias da região sul, atreladas a uma região de significativo interesse ambiental;

Na região central, com uma evolução acelerada, estimulada pelo balneário e pela intensa

atividade de veraneio. Um processo que alterou rapidamente a paisagem, com um

adensamento acelerado e de verticalização contínua;

Nos anos seguintes, com a implantação da BR-101, ocorre um processo de aceleração do

crescimento horizontal, na direção oeste e o adensamento gradual, impulsionado,

principalmente pelos investimentos imobiliários nas quadras mais próximas da Avenida

Atlântica (Figura 51).

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Figura 51: Vista atual do sítio urbano de Balneário Camboriú

Fonte: www.google.com.br/search?q=fotos+de+Balneário+Camboriú

Com auxílio de fotografias áreas foi possível montar o mosaico evidenciando a

evolução da mancha urbana em 1938; sua expansão urbana de 1957 a 1969, com o

processo de formação de diversos loteamentos; o processo de verticalização na orla

marítima e crescimento em direção a oeste no período de 1969 a 1978; a

intensificação do processo de urbanização e de conurbação com os municípios de

Camboriú e Itajaí, verificado pós 1978; bem como o avanço do processo de

ocupação em direção ao sul do município, como mostra a imagem da SDS de 2012

(Figura 52 e Mapa da Evolução Urbana).

O resultado concreto deste processo histórico de expansão da malha urbana pode

ser observado também no perímetro urbano atualmente ocupado (Mapa Perímetro e

Perímetro urbano ocupado), nas taxas de crescimento urbano (Mapa Taxas de

Crescimento Anual 2000-2010) e na atual distribuição populacional por bairros

(Mapa Densidade por bairro).

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Figura 52: Evolução urbana de Balneário Camboriú 2012 a partir da aerofotogrametria de 1938, 1957, 169, 1978 e 2000 sobreposta a foto aérea de 2012

Fonte: Secretaria Estadual do Desenvolvimento Sustentável, 2012, adaptada por Iguatemi, 2014.

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2.4 PATRIMÔNIO CULTURAL

O patrimônio cultural apresenta interfaces significativas com outros importantes

segmentos da economia como a construção civil e o turismo, ampliando

exponencialmente o potencial de investimentos. Segundo o Instituto do Patrimônio

Histórico e Nacional (IPHAN) encontram-se patrimônios relacionados a cultura

material e imaterial (Mapa Patrimônio Histórico).

2.4.1 Patrimônio Cultural Material

O patrimônio material com base em legislações específicas é composto por um

conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico,

paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; artes aplicadas. Eles estão divididos

em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e

bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos,

documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e

cinematográficos.

O acervo arqueológico encontrado na Praia de Laranjeiras em Balneário Camboriú

foi identificado pelo Padre João Alfredo Rohr, no período de 1977 e 1979; resultando

na descoberta de 165 sepultamentos, incluindo crianças. Este acervo encontra-se no

Museu Arqueológico inserido no Parque Cyro Gevaerd em Balneário Camboriú e

reúne 18 esqueletos; fogão da antiga aldeia indígena; corte de terra pertencente ao

sítio arqueológico. Os esqueletos foram encontrados nos chãos das cozinhas,

próximos aos fogões; porque os índios sepultavam os seus falecidos no chão da

própria casa que, segundo a tradição continuava pertencendo à família (Figura 53).

Poderão ser vistos no Museu também, machados com corte perfeitamente polidos,

objetos de adorno fusiformes polidos (tembetás) que eram introduzidos nos lábios

perfurados, batedores, amoladores, pontas de flechas ósseas, caprichosamente

trabalhadas e de diversos feitios, cerâmicas, agulhas e anzóis fazem parte também

deste acervo.

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Figura 53: Esqueletos encontrados no sítio arqueológico da Praia de Laranjeiras Fonte: Museu Arqueológico - Parque Municipal Cyro Gevaerd, Balneário Camboriú.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso - Capela de Santo Amaro

localizada no bairro da Barra- é a única edificação de arquitetura colonial

remanescente em Balneário Camboriú. Foi construída no início do século XIX, sendo

um dos marcos do período da formação dos povoados costeiros.

Seguindo em linhas gerais o “modelo original” da igreja jesuíta que serviu de base

para a arquitetura luso-brasileira até o limiar do século XX, a Capela de Santo

Amaro traz as linhas peculiares que marcaram as edificações catarinenses. Tem um

frontão reto interrompido na base, com um óculo posicionando na altura da linha da

cimalha. A tinta descascada das paredes posteriores deixa à mostra as pedras

empilhadas, utilizadas pelos construtores da época para a sustentação das paredes.

Uma nave única abriga a capela-mor e o coro (Figura 54).

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Figura 54: Igreja e sino da Igreja Nossa senhora do Bonsucesso – Barra Fonte: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

Esta edificação foi tombada pelo Município através do Decreto nº 1977, de 11 de

agosto de 1889 e pelo Estado, por meio do Decreto nº 2.992, de 25 de junho de

1998.

Outro bem material tombado em Balneário Camboriú é a Igreja Evangélica de

Confissão Luterana (localizada no Centro - Rua 2.300) que foi inaugurada em 1961,

para atender principalmente os veranistas teutos brasileiros oriundos de Brusque,

Blumenau, Pomerode e Rio do Sul, que sentiam falta de um espaço para professar a

fé no litoral, além das 25 famílias luteranas residentes na chamada Praia de

Camboriú à época.

As características históricas da igreja foram preservadas, como a cruz talhada em

madeira nobre pelo escultor Hermann Teichmann, o peculiar formato do telhado e do

sino. Foi tombada pelo Decreto Municipal nº 2.937, de 03 de fevereiro de 1998.

Atualmente, escondida sob a muralha de concreto que se ergue na orla da Praia

Central, a Capela Luterana a exemplo de outros prédios antigos na cidade, não

resistiu ao avanço da construção civil. A edificação, tombada pelo patrimônio

histórico municipal está sendo incorporada por um edifício de luxo, como alternativa

para garantir a manutenção do imóvel (Figura 55 e Figura 56).

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Figura 55: Vista do interior da Igreja Luterana Fonte: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/noticia/2011/07/capela-luterana-ficara-dentro-de-

edificio-em-balneario-camboriu

Figura 56: Igreja Luterana e sua inserção na construção de edifício em Balneário Camboriú Fonte: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/noticia/2011/07/capela-luterana-ficara-dentro-de-

edificio-em-balneario-camboriu-

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2.4.2 Patrimônio Cultural Imaterial

O patrimônio imaterial contempla “as representações, expressões, conhecimentos e

técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são

associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos,

reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural," de acordo com a

Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial,

ratificada pelo Brasil em março de 2006.

A colonização açoriana presente no litoral catarinense com sua representatividade

deixou um legado – um patrimônio cultural imaterial, traduzido nas brincadeiras,

como Boi de Mamão; o ciclo das festas do divino; danças de pau de fita; a arte de

fazer tarrafa; na arte dos oleiros; nas falas em Balneário Camboriú, notadamente no

bairro da Barra – núcleo de pescadores de origem açoriana (Figura 57).

Figura 57: A arte de tecer tarrafa, brincadeira de Boi de mamão Fonte: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

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2.4.3 Fundação Cultural de Balneário Camboriú

A cultura sempre esteve presente na legislação de Balneário Camboriú tendo sido

inserida na administração municipal, através de atos legais e normativos, tais como:

a) Lei nº 228/1973, com a criação do Departamento de Educação e Cultura;

b) Lei nº 410/1977 que criou a Secretaria Municipal de Educação e Cultura;

com a Lei nº 510/1980 a cultura passou para a Secretaria de Turismo, Esporte

e Cultura;

c) Lei nº 1068/1991, retornou para a Secretaria Municipal de Educação como

um Departamento, objetivando:

i) promover a cultura do município, através do estímulo ao cultivo da

ciência, das artes e das letras;

ii) administrar a biblioteca, os museus e a banda municipal;

iii) organizar e proteger o acervo de documentos, peças e artigos

significativos de valor cultural, artístico e histórico;

iv) promover e incentivar manifestações de caráter cultural, artístico e

literário;

v) estimular a preservação e a realização de eventos folclóricos, típicos e

tradicionais;

vi) participar ativamente na elaboração do calendário de eventos culturais

do município;

vii) promover o resgate da história do município e manter a casa da

cultura; entre outras.

d) Lei nº 2397/2007 criou a Fundação Cultural de Balneário Camboriú (FCBC)

vinculada a Secretaria Municipal de Educação e o Conselho Municipal de

Cultura;

e) Decreto Municipal nº 4.052/ 2004, aprovou o Estatuto da FCBC, dando-lhe

autonomia administrativa e financeira;

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f) Decreto Municipal nº 6.604/ 2012, consolidou a autonomia da FCBC.

g) Lei nº 3.400/2011 aprovou ao incentivo e fomento à cultura;

h) Decreto nº 6.608/2012 revogou o Decreto nº 4135/2005.

É importante considerar que em 2009 foi realizada a 1ª Conferência Municipal de

Cultura em Balneário Camboriú, onde o município aderiu ao Sistema Nacional de

Cultura. Já, no ano de 2013, foi lançado o Edital nº 001/2013 destinando R$

700.000,00 para três projetos culturais.

A Fundação Cultural conta com os seguintes equipamentos culturais:

a) Biblioteca Municipal Machado de Assis, criada pela Lei nº 87/1968. Faz parte

desta Biblioteca o Telecentro – programa que objetiva disponibilizar a

internet para a população em geral;

b) Arquivo Municipal inaugurado em 1º de julho de 1992, mas aprovado pela lei nº 1.293,

em 29 de novembro de 1993, que responde pela guarda, preservação e divulgação do

patrimônio histórico e documental que serve de base para o conhecimento da história

de Balneário Camboriú. Este Arquivo disponibiliza painéis temáticos revelando o

desenvolvimento cultural, urbanístico e econômico da cidade;

c) A Escola de Arte e Artesanato (bairro da Barra – Praça do Pescador), no prédio

conhecido como Casa Linhares. O Projeto Pedagógico desta escola está

desenvolvendo o projeto “Cantando, Dançando e Tecendo a nossa História” e

trabalhando oficinas ministradas por mestres artesãos: redes de pesca, tear e cerâmica

de torno (oleiro).

d) Museu Municipal fundado em 1974, anteriormente denominado Museu Ernesto Geisel,

contem peças de arqueologia retiradas das áreas de sambaqui e oficinas lítica da

região de Laranjeiras;

e) Teatro Municipal;

f) Feira de Arte e Artesanato – acontece na Praça da Bíblia e na Praia de Laranjeiras.

Entre os projetos desenvolvidos pela Fundação de Cultura tem-se:

a) Projeto de Cultura Popular – iniciado em 2012 com o objetivo de valorizar e preservar o

patrimônio cultural imaterial. Está reorganizando os grupos tradicionais da cultura local no

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bairro da Barra, para evidenciar elementos para a revitalização do sítio histórico-cultural a

partir de propostas de requalificação urbana, da conscientização da população a respeito

deste patrimônio e do incentivo ao desenvolvimento do turismo.

b) Elaboração de políticas e ações para revitalização histórico-cultural do bairro da Barra que

prevê um inventário do bairro, a valorização do patrimônio histórico tangível e intangível; o

reconhecimento da paisagem e suas significativas relações com o tecido urbano;

c) Projetos como Artenomia – com crianças do ensino fundamental e Monitorarte - o

momento do artista interagir com seu público, quando das exposições em feiras e

museus;

d) Cursos de teatro, canto, violão e pintura em tela nas dependências dos Centros de

Referência e Atendimento Social (CRAS) no bairro Das Nações; Dos municípios e São

Judas Tadeu;

e) Projeto de Atendimento do Contraturno, através de seu Núcleo, realiza oficinas nos bairros

Dos Municípios (anexo ao CAIC); no bairro da barra (Ginásio Hamilton Lihares da Cruz);

Taquaras (no Centro Educacional Municipal de Taquaras e Dona Lila); Ariribá (CEJA);

Centro (CEM Vereador Santa; CEM Dona Lili e Giovânia de Almeida no Estaleiro.

O conselho Municipal de Cultura é constituído por sete Câmaras Setoriais, que conta

com a participação de pessoas cadastradas: 17 na Câmara Setorial de Artes

Populares e Circo; 109 na de Artes Visuais; 34 na Audiovisual; 68 em Dança; 78 em

Literatura; 208 em Música; 103 em Teatro e 32 em Artesanato (em fase de criação).

Com apoio da FCBC e do Conselho de Cultura está sendo elaborado o Plano

Municipal de Cultural.

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3 CONDIÇÕES FÍSICOS E AMBIENTAIS

De acordo com Morin (2001) o ecossistema urbano deixou de ser visto e tratado

isoladamente como fenômeno exclusivamente das cidades, passando a demandar

uma visão holística e integradora, à medida que é reflexo também de um conjunto

de fenômenos sociais e biogeoclimáticos.

Desta forma, o conhecimento dos aspectos físicos e ambientais do município de

Balneário Camboriú, surge como determinador da convergência e integração das

políticas públicas setoriais, através da gestão ambiental urbana, isto é, do conjunto

de atividades e responsabilidades voltadas para uma série de intervenções sociais

com vistas ao manejo adequado do uso do solo e dos recursos naturais, propiciando

a construção da qualidade de vida urbana e da sustentabilidade da cidade.

Para a elaboração deste diagnóstico foi efetuado o levantamento de dados primários

e as respectivas revisões de documentos atuais e pretéritos sobre o tema,

disponíveis em órgãos oficiais, entidades, publicações e meios eletrônicos afins.

3.1 CLIMA

Em Balneário Camboriú o clima é classificado como Cfa (KÖPPEN-GEIGER), ou

seja, mesotérmico úmido com verões quentes e inverno ameno (subtropical húmido -

oceânico).

Nos meses mais quentes (verão – novembro a fevereiro) a temperatura média

máxima pode atingir 28o C (25,1o C – média). Os meses mais frios junho, julho e

agosto, com temperaturas médias de 15,8º C. A diferença entre as temperaturas de

inverno e verão podem atingir 8,4º C.

A região apresenta uma pluviosidade significativa ao longo do ano, totalizando uma

altura anual média de 1.652 mm, com uma média de 130 a 142 mm/mês (152,4 dias

de precipitação uniforme – primavera e verão) com uma mínima de 66 mm/mês

(agosto) e uma máxima de 210 mm (janeiro) (Mapa Precipitações).

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A umidade relativa do ar está sempre acima de 80% ocorrendo sempre um

excedente hídrico durante o ano todo. A evapotranspiração média anual está entre

800 e 100 mm, influenciada por uma insolação média anual de >=1600<1800 horas

(EPAGRI CIRAM, 2014) verificada no Quadro 2 e Figura 58.

Quadro 2:Temperaturas e precipitações mensais no município de Balneário Camboriú. Fonte: pt.climate-data.org.

Figura 58: Distribuição das temperaturas e precipitações ao longo do ano em Balneário Camboriú. onte: pt.climate-data.org.

Os ventos predominantes são do quadrante leste (11,5%), seguidos pelos

provenientes de sudoeste (10,2%) e de nordeste (9,4%) e de forma decrescente

com as seguintes proporcionalidades: sudeste (8,5%), sul (8,3%), oeste (6,8%),

noroeste (5,3%). Os menores valores são do quadrante norte (2,7%), (Figura 59).

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Figura 59: Distribuição das direções dos ventos durante o ano em Balneário Camboriú.

Fonte: http://pt.windfinder.com/ 2014.

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3.2 GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS

As planícies costeiras podem ser caracterizadas como um mosaico de fácies

deposicionais e feições geomorfológicas correlativas, formadas por sedimentos

predominantemente quaternários acumulados por deposição em diversos ambientes

como o fluvial, o lagunar, o paludial, o eólico e o marinho.

Suas configurações atuais são em grande parte originadas pelas variações relativas

ao nível marinho, sendo distribuídas em porções de terras de diversas extensões

conhecidas como baixadas que margeiam corpos d’água de grande porte,

principalmente os oceanos, sendo delimitadas entre os referidos corpos d’água e os

contatos com as terras altas formadas por embasamentos rochosos, detalhado nos

Mapas Geológico e Litológico.

3.3 ÁREA DE SEDIMENTOS QUATERNÁRIOS (RECENTES)

Este domínio corresponde aos depósitos sedimentares inconsolidados situados junto

à linha da costa, formados em ambientes marinho, fluvial, eólico, lagunar ou misto,

durante o Holoceno recente (11,5 mil anos até o presente). Estes depósitos

consistem em areias, argilas, cascalhos, seixos e sedimentos sílico-argilosos. Estes

sedimentos ocorrem em 40,2% do território do município e se apresentam da

seguinte forma:

3.3.1 Depósitos aluvionares (Q2a)

Trata-se de sedimentos fluviais que formam por vezes extensas planícies (região sul

da praia de Balneário Camboriú – Av. Normando Tedesco – Av. Beira Rio – Margem

esquerda do rio Camboriú – Via Gastronômica - Região do Terminal Rodoviário –

Bairro dos Estados - da Barra – Jardim Iate Clube – Parque Ambiental), com uma

morfologia plana e vegetação característica que estão, geneticamente, ligados a um

abaixamento do nível de base de erosão do período Quaternário (recente).

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Os sedimentos mais grosseiros localizam-se, preferencialmente, nas regiões mais

próximas às nascentes dos cursos d´água, enquanto que os mais finos predominam

nas planícies de inundação. São sedimentos areno-argilosos ou argilo-arenosos, de

idade Holocênica, resultantes de processos de dissecação fluvial dos leques aluviais

pleistocênicos em períodos regressivos do nível relativo do mar e posterior

preenchimento das calhas aluviais por sedimentação fluvial em períodos de

estabilização do nível do mar numa posição próxima à atual. Estas áreas e várzeas

situadas próximas a atual linha de costa, apresentam um processo de sedimentação

transicional entre ambientes marinhos e continentais, sendo classificadas de

planícies flúvio-lagunares.

3.3.2 Depósitos praiais atuais e antigos (marinhos) Q2pr - Q1pr

São aqui considerados todos os depósitos marinhos, os sedimentos praiais e os

cordões litorâneos ao longo de toda planície costeira do município, podendo também

comportar praias, canais de maré, dunas, plataformas de abrasão e terraços

arenosos. Os cordões às vezes se mostram interrompidos por exposições de rochas

do embasamento e, não raro, se mostram seccionados por drenagens. São

formados por areia fina e média, bem selecionadas, de cores claras, distribuindo-se

da seguinte forma no município:

Depósitos praiais atuais (Q2pr) – Praia do Buraco, porção central e norte da Praia de

Balneário Camboriú – Costão Sul da Praia das Laranjeiras - Praia das Taquaras e

Taquarinhas.

Depósitos Praiais Antigos (Q1pr) – também são formados por areias finas e médias bem

selecionadas, de cores creme a amareladas, eventualmente com concentrações de

minerais pesados (magnetita e ilmenita), que são depositados para além das praias

atuais e terraços. Os cordões litorâneos caracterizam-se por lombadas baixas, seguidas

por depressões alagadiças, constituídos por areias quartzosas e em menor proporção,

siltes e argilas. Nestes cordões geralmente ocorriam os sambaquis. Estes depósitos

ocorrem na Praia do Estaleirinho – Praia do Estaleiro – Praia do Pinho – recuo da Praia

das Taquaras e Taquarinhas – Praia das Laranjeiras – recuo da Praia do Buraco e

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margem direita do Ribeirão Araribá (próximo a Praia dos Amores). Estes Depósitos de

praiais antigos também predominam nas áreas de intensa ocupação urbana dos bairros

Dos Municípios – Centro – Das Nações – Vila Real – Dos Estados e em três porções

isoladas e, predominante na margem direita do rio Camboriú nos bairros Nova

Esperança e São Judas Tadeu.

3.3.3 Depósitos de Planície Lagunar (Q2pl)

Caracterizado por ambiente de deposição lacustre são formados em áreas com

baixa dinâmica e energia de deposição, favorecendo o acúmulo de silte, argila de

cor negra e matéria orgânica em decomposição, podendo formar zonas pantanosas.

Ocorrem no entorno de antigos corpos aquosos costeiros e em áreas semi-

confinadas por material arenoso, associados ao reverso das barreiras formadas

pelos depósitos eólicos ou marinhos.

Nestes depósitos é comum a presença de conchas calcárias, depositadas em forma

de lençóis conchíferos associados às porções de fundo raso das antigas planícies

de maré, constituindo as biofácies desta unidade deposicional.

Situam-se entre as duas gerações de terraços marinhos (cordões litorâneos) e

consistem de sedimentos argilo-arenosos a argilosos, ricos em matéria orgânica,

resultantes de processos de progressiva colmatagem de extensas paleo-lagunas,

originando os atuais banhados. Ocorrem nos recuos mais continentais da Praia do

Estaleiro, Estaleirinho e Taquaras.

Alguns locais de ocorrência de Sedimentos Quaternários (recentes) em Balneário

Camboriú podem ser visualizados na Figura 60, Figura 61 e Figura 62.

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Figura 60: Depósitos praias atuais - Q2pr – Praia central de Balneário Camboriú Fonte: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú, 2014.

Figura 61: Depósitos praias atuais - Q2pr – Praia das Taquarinhas Fonte: Iguatemi, 2014

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Figura 62: Depósitos Praias Antigos - Q1pr – Praia do estaleirinho Fonte: Iguatemi, 2014

3.4 METASSEDIMENTOS SÍLTICO-ARGILOSOS E QUARTZITOS

3.4.1 Grupo Brusque

O Grupo Brusque ocorre, na área em estudo, segundo uma faixa de direção geral

NE-SW, que se estende praticamente do setor da linha de costa, balizado pelas

cidades de Itajaí e Tijucas, para SW, até desaparecer sob a cobertura sedimentar da

Bacia do Paraná. É constituída por uma sequência de rochas predominantemente

rochas metamórficas resultantes do metamorfismo de rochas sedimentares

(metassedimentares) que também sugerem sedimentação em ambiente de mar e

com ocorrência subordinada de rochas metavulcânicas.

As rochas que compõem essa unidade litoestratigráfica em Balneário Camboriú

ocorrem em, aproximadamente, 26% do território municipal e são constituídas por:

metapelitos, metapsamitos, metapsefitos, rochas calco-silicáticas, meta-calcários,

meta-riolitos, metabasitos e meta-ultrabasitos. Originalmente depositadas em

ambiente marinho, em bacia tipo retro-arco (próxima ao oceano), essas litologias

foram, posteriormente, junto com as de origem ígnea, metamorfisadas

regionalmente nos fácies xistos verdes, bem como policiclicamente deformadas em

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fases precoces tangenciais no Proterozóico Médio e tardias transcorrentes no

Proterozóico Superior.

I - Litofácies Metarítimica (r)

Caracteriza-se por alternância rítimica sericita xisto, granada-biotita xisto e quartzito

micáceo, ora com predominância de um, ora de outro litotipo. Ocorrem em 16,37%

do território, nos morros ou Cordilheira do Ariribá, Morro do Careca ao norte do

município, nos bairros Praia dos Amores, Pioneiros, Nações, Ariribá e Várzea do

Ranchinho.

II - Litofácies Metapsamítica (ps)

Caraterizada pela sericita-quartzo-xisto, granada-mica-quartzo xisto, granada biotita

xisto quartzítico, granada-muscovita quartzitos e ortoquartzitos. Ocorrem em 69,63%

do território, junto à divisa com o município de Itajaí, sendo contato com a Litofácies

anteriormente descrita. Estão distribuídas nos morros mais ao norte (Bairro Ariribá e

Várzea do Ranchinho) praticamente na Cordilheira do Ariribá. As ocorrências de

Metassedimentos Síltico-Argilosos e Quartzitos do Grupo Brusque - Morrarias

Costeiras podem ser identificadas na Figura 63, Figura 64 e Figura 65.

Figura 63: Cordilheira do Ariribá – Grupo Brusque Fonte Google Earth, 2014.

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Figura 64: Morro do Careca – Litofacies Metarítmicas Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 65: Cordilheira do Ariribá – Litofácies Metapsamíticas Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.5 SÉRIES GRANITICAS SUBALCALINAS

No Município também ocorrem as seguintes associações de diversos tipos de uma

classe de rocha intrusiva ou metamórfica de alto grau: a Suíte Nova Trento e a Suíte

Intrusiva Valsungana.

I - Suite Nova Trento (NP3ynt)

É caracterizada por biotita monzogranitos a quartzo-sienitos de coloração cinza

clara, estrutura maciça, granulação média, com cristais maiores de feldspato alcalino

branco. As zonas de cisalhamento métricas afetam o granito e os migmatitos,

algumas delas no contato entre as duas unidades. Ocorre em 12,53% do território,

nas partes mais elevadas do Morro do Boi, morrarias das Praias das Taquaras e

Taquarinhas (bairros Praias, Barra e Nova Esperança).

II - Suíte Intrusiva Valsungana (NP3yv)

Na presente área de trabalho, essa suíte está representada por cinco ocorrências a

oeste, divisa do município com Itapema, representadas por corpos intrusivos.

Compõem essa suíte sieno (óxido de ferro) e monzogranitos (megacristais de

feldspato potássico), bem como granodioritos (granito com hornblenda). Geralmente

homogêneos, esses litotipos têm, via de regra, textura porfirítica, sendo formados

por megacristais de feldspato alcalino e matriz quartzo-feldspática de granulação

média a grossa, com biotita como mineral máfico (ricos em ferro) principal. Ocorre

em 6,64% do território, em morrotes menores como o Morro da Barra, Morro da

Ponta do Boqueirão e morrotes localizados bairro Nova Esperança e Barra.

3.5.1 Complexo Camboriú

I - Migmatitos Morro do Boi

Constituído por gnaisses migmatíticos, granitóides e rochas metamáficas cortadas

por corpos graníticos de diversas composições. Os corpos migmatíticos são de

tamanhos e formas variadas, porém todos alinhados segundo a direção NE, tal

como as zonas de cisalhamento presentes (predomínio de migmatitos estromáticos).

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Do Complexo Camboriú afloram migmatitos e granitóides com níveis de rochas

metaultramáficas e enclaves metamáficos. Ocorre em 14,67% do território,

predominantemente no Morro do Boi, nos bairros das Praias, São Judas Tadeu,

Nova Esperança, no Morro da Ponta do Coqueiro, Morro da Praia do Pinho e na

parte sul da Ponta das Taquaras.

Considerando as litologias predominantes em Balneário Camboriú, os ambientes de

planícies aluvionares recentes e os ambientes costeiros perfazem,

aproximadamente, 40,2% do território. Os quartzitos estão presentes em 9,63% do

território municipal; os metassedimentos siltico-argilosos em 16,37% e as séries

graníticas subalcalinas em aproximadamente 33,84%.

Figura 66: Estaleiro Grande – Local de ocorrência da Suite Nova Trento e Migamtitos Morro do Boi Fonte: Iguatemi, 2014ª.

Figura 67: Morro do Boi ao fundo – Complexo Camboriú e Suite Nova Trento

Fonte: Iguatemi, 2014.

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Figura 68: : Lado postrios dos morros das Praias das Taquaras e Taquarinhas – predominâcia da

Suite Nova Trento

Fonte: Iguatemi, 2014

Figura 69: Morro da Aguada – Local de ocorrência da Suite Valsungana

Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 70: : Serras do Leste Catarinense ao fundo, próxima á divisa com Camboriú - Suite Valsungana e Nova Trento

Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.6 RECURSOS MINERAIS

As áreas legalmente requeridas em pesquisa ou mesmo concedidas para a extração

mineral no município de Balneário Camboriú estão apresentadas no Mapa dos

Recursos Minerais da seguinte forma:

Areia - distribuem-se principalmente ao longo das margens do rio Camboriú, nas Praias

das Laranjeiras, Taquaras e Taquarinhas.

Argila, granito e migmatitos - localizam-se predominantemente no bairro Nova Esperança.

Minério de Ouro – Cordilheira do Ariribá (bairros Várzea do Ranchinho e Ariribá);

Mármore – Bairro Várzea do Ranchinho;

Ouro - Cordilheira do Ariribá;

Saibro – bairro Nova Esperança;

Água Mineral – Morro da Praia do Pinho, morros da Estrada da Rainha e da Rodovia

Osvaldo Reis, encostas dos Morros do bairro Das Nações e nas encostas da Cordilheira

do Ariribá no bairro da Várzea do Ranchinho.

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3.7 HIDROGEOLOGIA

Neste item foram contemplados os aspectos relacionados ao componente

subterrâneo do ciclo hidrológico, relacionado à distribuição das águas no subsolo do

Município em função da geologia e geomorfologia existentes. Destaca-se a

ocorrência na porção norte do Município de um Sistema Cárstico integrante da

Unidade Hidroestatigráfica do Embasamento Cristalino (UHEC). No restante do

território municipal ocorrem aquíferos pouco produtivos e outros aquíferos

sedimentares de maior e de menor produtividade.

Em Balneário Camboriú os aquíferos e demais águas subterrâneas distribuem-se:

aquíferos fraturados de menor potencialidade (AF2) e aquíferos sedimentares de

maior potencialidade (AF1), conforme Mapa da Hidrogeologia.

3.7.1 Aquíferos fraturados de menor potencialidade (AF2)

Trata-se de aquífero livre a semiconfinado de extensão regional, porosidade por

faturamento ampliada localmente por aquíferos com porosidade intergranular,

descontínuo, heterogêneo e anisotrópico.

Ocorre na Unidade Hidroestratigráfica Embasamento Cristalino sobre rochas

Gnaisses Granulíticas e bandados, intensamente fraturados e intemperizados. No

restante da área ocorrem granitóides foliados sintectônicos, como o granito-gnaisse,

de granulação média, textura porfiróide e matriz de cor cinza. O granito de cor rósea

localmente está associado a xistos e metacalcários.

A sua área de ocorrência no município caracteriza-se geomorfologicamente como

uma sequência de serras dispostas em um sentido NE-SW, subparalelas, com

altitudes nas bordas que podem ser inferiores a 100 metros. O relevo apresenta

intensa dissecação originada de um controle estrutural.

As vazões dos poços variam geralmente entre 2,0 e 9,0 m³/h. Existem raros poços

cuja vazão atinge 20,0 m³/h. Os níveis estáticos variam geralmente entre 3,0 e 12,0

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metros. Em terrenos cársticos podem apresentar vazões mais altas, superiores a 70

m³/h.

Esta zona aquífera caracteriza-se por apresentar água com qualidade química boa

para todos os fins: abastecimento doméstico e público, agrícola e industrial. O valor

de Sólidos Suspensos Totais (TSD) geralmente é inferior a 300 mg/L, com valores

de ferro e manganês que, localmente, ultrapassam as estipuladas pelas normas de

potabilidade.

São aconselhados poços tubulares profundos, com profundidades da ordem de 150

metros. Nas áreas onde o manto de intemperismo é espesso, baixas vazões podem

ser obtidas de poços ponteira, porém com o risco de captação de águas poluídas.

De uma forma geral estes aquíferos apresentam média e baixa produtividade,

englobando importantes áreas urbanas, o que lhes confere grande importância

hidrogeológica local. São fraturados, localmente com espessas coberturas porosas.

Os solos são predominantemente argilosos, o que os torna de média a baixa

vulnerabilidade, mas com alto risco de contaminação quando ocupam grandes áreas

urbanas.

Em Balneário Camboriú este aquífero ocorre no bairro Nova Esperança (Suíte

Valsungana), mas em maior significância nas Morrarias Costeira (Morro da Cruz,

Complexo Morro do Careca e Cordilheira do Ariribá) e ao norte (Bairros Ariribá e

Várzea do Ranchinho), coexistindo com as rochas do Grupo Brusque, integrante da

maior ocorrência de Terreno Cárstico do município, ocupando, aproximadamente,

22,56% do território.

3.7.2 Aquíferos sedimentares de maior potencialidade (AS1)

Caracterizam-se como aquíferos livre de extensão regional, com porosidade

intergranular, contínuo, homogêneo e isotrópico (condutividade hidráulica horizontal

é igual à vertical). Ocorrem sob os sedimentos marinhos e costeiros e são

representados por sucessões de camadas arenosas, pouco ou não consolidadas. As

espessuras podem ultrapassar 40 metros. Os sedimentos das áreas de influência de

maré nos mangues possuem muita matéria orgânica, existindo áreas com lentes de

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turfa e argila. Predominantemente na Unidade Hidroestratigráfica Cenozóico

correspondente a Sistemas Aquíferos Cenozóicos Litorâneos.

Os terrenos ocupados por esta zona aquífera estão relacionados com a

sedimentação marinha e em alguns casos, remobilização eólica em barreiras,

caracterizando-se por se constituírem em planícies com altitude média de 10 metros,

no caso de barreiras marinhas de até 30 metros (áreas urbanizadas de Balneário

Camboriú).

As vazões captadas em poços deste aquífero quando bem construídos variam entre

20,0 e 90,0 m³ /h. Os níveis estáticos estão próximos da superfície e variam

geralmente entre 2,0 e 4,0 metros. Esta zona aquífera caracteriza-se por apresentar

água com qualidade química boa para todos os fins: abastecimento doméstico e

público, agrícola e industrial. O valor de TSD geralmente é menor do que 100 mg/L.

Localmente, pode apresentar teores de ferro e manganês acima das normas de

potabilidade. Neste sentido, são aconselhados poços tubulares profundos, com

profundidades da ordem de 60 metros. Baixas vazões podem ser obtidas através de

poços ponteira, porém com o risco de captação de águas poluídas.

Estes aquíferos proporcionam boas vazões e água dentro dos limites de

potabilidade. Tem grande importância por ocupar a planície costeira e litorânea de

Balneário Camboriú, que exigem grandes volumes de água para abastecer a cidade.

São aquíferos porosos e praticamente inconsolidados, sendo extremamente

vulneráveis, com alto risco de contaminação por falta de saneamento ambiental, fato

este recorrente no Município.

No município de Balneário Camboriú este aquífero ocorre em aproximadamente

53,85% do território, sendo condicionado principalmente em áreas de planícies

costeiras e base das encostas das Serras do Leste Catarinense. Ocorre em

praticamente todas as regiões de ocupação urbana, praias e cidade como um todo

(Centro, Vila Real, Das Nações, Dos Estados, Nova Esperança e planícies de

ocupação das praias do Estaleiro e Estaleirinho, Taquaras e baixas encostas do

Morro dos Macacos).

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3.7.3 Aquíferos sedimentares de menor potencialidade (AS2)

Trata-se de um aquífero livre sobre aquíferos de menor permeabilidade, de extensão

regional, com porosidade intergranular, contínua, homogênea e anisotrópica (água

flui com maior velocidade numa direção em relação a outras). Está localizado sobre

sedimentos continentais de origem aluvial e fluvial, localmente com algum sedimento

marinho intercalado. Compreendem matacões, seixos, areias, siltes e argilas,

geralmente inconsolidados que recobrem rochas intemperizadas do embasamento.

Ocorre, predominantemente, na Unidade Hidroestratigráfica Cenozóico

correspondente a Sistemas Aquíferos Cenozóicos Continentais associados a

Sistemas Marinhos. Esta zona aquífera relaciona-se com sedimentações cenozoicas

de origem predominantemente continental, com influência marinha. Constituem-se

em planícies com componentes aluviais e coluviais com altitudes geralmente abaixo

de 20 metros.

As vazões captadas por poços tubulares e ponteiras variam entre 1,0 e 3,0 m³/h. Os

níveis estáticos estão próximos da superfície e variam geralmente entre 2,0 e 4,0

metros. A qualidade da água é boa para todos os fins e o valor de TSD geralmente é

menor do que 200 mg/L, porém pode aumentar quando captado simultaneamente

com outros aquíferos. Eventualmente, pode apresentar teores de ferro e manganês

acima das normas de potabilidade. Neste sentido, são aconselhados poços

tubulares profundos, com profundidades da ordem de 120 metros, visando captar

simultaneamente aquíferos do embasamento cristalino. Baixas vazões podem ser

obtidas através de poços ponteira, porém, com o risco de captação de águas

poluídas.

Por ser um aquífero poroso e praticamente inconsolidado apresenta-se muito

vulnerável, apresentado alto risco à contaminação pela falta de saneamento

ambiental.

No território municipal ocorre em aproximadamente em 3,33% do território,

exclusivamente na região próxima a BR-101 (limite norte) sendo áreas de meia e

alta encosta de morro localizado próximo à região da ZIKELLI Indústria Mecânica.

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Apresenta em sua porção de escoamento de montante a ocorrência de Terreno

Cárstico8.

3.7.4 Áreas praticamente sem aquíferos (NA1)

São áreas com Aquicludes, ou seja, rochas que apesar de terem uma grande

porosidade, possuem uma permeabilidade baixa não permitindo que a água flua em

seu meio. Comportam-se como um meio impermeável e ao mesmo tempo como

aquíferos, sendo raramente localizados e sempre restritos a zonas fraturadas.

Ocorrem predominantemente em gnaisses granulíticos, localmente intercalados com

gnaisses bandados, quartzitos, formações ferríferas, anfibolitos e ocorrências de

granitóides foliados sintectônicos. Destacam-se em intrusões de rochas graníticas

de cor rósea, ocupando zonas topograficamente elevadas sob a Unidade

Hidroestratigráfica do Embasamento Cristalino (rochas do Complexo Granulítico,

intrusões de rochas graníticas e granitoides. Apresentam-se maciças e estão

representadas por regiões serranas dispostas em forma subparalela no sentido NE-

SW).

No município esta é uma zona aquífera desfavorável para poços tubulares

profundos. O aproveitamento pode ocorrer por captação de fontes ou localmente por

poços ponteira. Esta zona aquífera caracteriza-se pela grande ocorrência de fontes,

apresentando águas selecionadas com a infiltração recente de precipitações. A

potabilidade química é boa e o TSD não ultrapassa 50 mg/L.

As características litológicas, estruturais e geomorfológicas desta zona

desaconselham a perfuração de poços tubulares profundos. A presença de uma

densa rede de drenagem proporciona o aproveitamento de fontes. Compõe-se de

aquicludes, aquifugos (armazena, mas não libera água) e raramente aquíferos muito

localizados, com pequena importância hidrogeológica local, pois ocupam áreas de

grandes altitudes e despovoadas, por exemplo, como as partes mais altas das

8 Áreas com efetivas características e potencialidade de retenção, acumulação de água em subsuperfície. Em Balneário Camboriú, ao norte ocorre um Sistema Cárstico integrante da Unidade Hidroestratigráfica do Embasamento Cristalino (UHEC).

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Serras do Leste e Morrarias Costeiras como o Morro do Boi, Morro do Gavião, Morro

da Cruz e Morro do Cristo Luz (Suíte Valsungana e Grupo Brusque).

Na realidade são áreas praticamente sem aquíferos (aproximadamente 20,27% do

território), representadas por maciços granulíticos e graníticos, pouco fraturados e

em grandes altitudes. Apresenta baixa vulnerabilidade (baixo risco de contaminação)

em função da geomorfologia desfavorável, ocorrência em áreas escassamente

povoadas.

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3.8 GEOMORFOLOGIA

No município de Balneário Camboriú ocorrem domínios morfoestruturais, constituído

por depósitos sedimentares quartenários, rochas granutóides e embasamentos em

estilos complexos, definindo os compartimentos geomorfológicos a seguir

apresentados no Mapa da Geomorfologia.

3.8.1 Depósitos sedimentares quartenários

São constituídos por depósitos inconsolidados de areia, de siltes, argilas ou

aglomerados, ao longo da planície costeira e nos vales principais dos cursos d'água.

Podem ser classificados como depósitos marinhos, aluvionares, lacunares, eólicos e

coluvionares.

I - Planícies Marinhas (Atm)

Terraço Marinho formado pela acumulação marinha de forma plana, levemente

inclinada para o mar, apresentando ruptura de declive em relação à planície marinha

recente, entalhada em consequência de variação do nível marinho ou por processos

erosivos ou ainda por movimentação tectônica.

Em Balneário Camboriú este compartimento ocorre em praticamente todas as

regiões de ocupação urbana (aproximadamente 18,76% do território), praias e

cidade como um todo (Centro, Vila Real, Das Nações, Dos Estados, Nova

Esperança, São Judas Tadeu, Barra, Dos Municípios e planícies de ocupação das

praias do Estaleiro e Estaleirinho).

II - Planícies e Rampas Colúvio-Aluviais (Atf)

Terraço Fluvial formado pela acumulação fluvial de forma plana, levemente

inclinada, apresentando ruptura de declive em relação ao leito do rio e às várzeas

recentes situadas em nível inferior, entalhada devido às mudanças de condições de

escoamento e consequente retomada de erosão.

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Na área do município ocorre exclusivamente na região próxima a BR-101 (limite

norte) sendo áreas de acumulação fluvial e fim de encosta e rampa de morro

(aproximadamente 1,96% do território).

Nestas áreas estão implantadas a ZIKELLI Indústria Mecânica, Estofaria Maravilha,

Casa de Passagem do Imigrante, Borges Frangos e outros comércios a beira da

rodovia. Caracteriza-se como área de contribuição para a Várzea do Ranchinho,

sub-bacia do rio do Meio, já integrante da Bacia do rio Itajaí (Figura 71, Figura 72 e

Figura 73).

Figura 71: Planícies e Rampas Colúvio-Aluviais – Várzea do Bracinho Fonte: - Imagem Iguatemi, 2014.

Figura 72: Planícies Marinhas – Bairro Nova Esperança Fonte: - Imagem Iguatemi, 2014.

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Figura 73: Planícies Marinhas – Ocupação Urbana - Bairro Centro Fonte: - Imagem http://www.panoramio.com/, 2014.

3.8.2 Rochas granitóides

Representam um conjunto de formas de relevo de topos estreitos e alongados,

esculpido em rochas cristalinas, em geral denotando controle estrutural, definidas

por vales encaixados da Serra do Leste Catarinense (Da4) que está presente em,

aproximadamente, 34,71% do território municipal. Os topos de aparência aguçados

são resultantes da interceptação de vertentes de declividade acentuada, entalhadas

por sulcos e ravinas profundas, originadas pela dissecação fluvial que não obedece

a nenhum controle estrutural, definida pela combinação das variáveis densidade e

aprofundamento da drenagem.

No município este compartimento predomina na região mais ao sul, principalmente

no Morro da Barra, Estaleirinho, Estaleiro Grande, Morro do Boi, Morro do Gavião,

Morro da Aguada (Parque Unipraias), Morro da Ponta dos Coqueiros, Ponta das

Taquaras e inclusive o Lageado (Figura 74).

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Figura 74: Serra do Leste Catarinense. Morro do Boi e Estaleiro Grande ao fundo Fonte: Iguatemi, 2014.

3.8.3 Embasamentos em estilos complexos

Os embasamentos em estilos complexos estão presentes nas morrarias costeiras

(Dc43) e ocupam aproximadamente 21,53% do território municipal.

Geomorfologicamente são formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas

em rochas cristalinas e, eventualmente, também com sedimentos, às vezes

denotando controle estrutural. São entalhadas por sulcos e cabeceiras de drenagem

de primeira ordem.

No município este compartimento predomina na região mais ao norte, principalmente

no Morro da Cruz, Morro do Cristo Luz, Complexo Morro do Careca e Cordilheira do

Ariribá, inclusive na Ilha das Cabras (Figura 75).

Figura 75: Morrarias Costeiras – Cordilheira do Ariribá

Fonte: http://santacatherine.blogspot.com.br/

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3.9 RELEVO E DECLIVIDADE

O relevo de Balneário Camboriú é formado por planície e terraços marinhos no

centro, cercado por colinas e morrotes baixos e morrotes, envolvidos por montanhas

e trechos de relevo acidentado composto por altos e baixos morros, conforme

Mapas do Relevo, da Declividade, Topográfico e da Hipsometria.

As Planícies e Terraços Fluviais e Marinhos determinam as regiões mais planas do

município, principalmente, ao longo dos afluentes e do rio Camboriú, em uma área

com a maior densidade de ocupação urbana.

Os baixos morrotes ocorrem ao sul do município na Ponta do Boqueirão e na Ponta

da Mata, como também no bairro Dos Pioneiros, junto à Rodovia Osvaldo Reis. Já,

os morrotes ocorrem ao longo da citada rodovia, no bairro Várzea do Ranchinho, no

bairro Barra junto à margem direita do rio Camboriú, na Ponta das Taquaras e na

Ponta dos Lobos.

Os altos morrotes ocorrem ao final da Rodovia Osvaldo Reis próximo a divisa com

Itajaí. Os morros mais baixos são representados pelo Morro do Careca (bairro Praia

dos Amores), Morro do Cristo Luz (bairro Das Nações), morro situado na margem

direita do rio Camboriú, após a BR-101 (bairro Nova Esperança) e dois morros nos

bairros São Judas Tadeu e Barra. Os morros mais altos são representados pelo

Morro do Boi, Morro da Barra, Estaleirinho, Estaleiro Grande (ao sul) e Cordilheira do

Ariribá (ao norte).

O ponto culminante do município é a Pedra da Guarita, situado no Morro da

Congonha ou Gavião, a 241,40 metros de altitude seguida das seguintes montanhas

e morros:

Morro da Cruz (102,72m): situado no bairro Das Nações, tem acesso pela Rua Indonésia e

abriga o Cristo Luz;

Morro do Gavião (241,40): ponto culminante de Balneário Camboriú localiza-se junto a BR

-101 ao lado do Posto Cortesia;

Morro das Laranjeiras: acessado pelo bairro Barra;

Morro do Boi (152.41m): localizado justaposto a BR-101 sentido Itapema;

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Morro ou Cordilheira do Ariribá: acesso pela rua Itália, localiza-se no bairro Das Nações;

Morro do Careca: Localizado no bairro Praia dos Amores;

Morro da Aguada (240,00m) onde está localizado o Parque Interpraias.

O relevo em Balneário Camboriú mostra-se bastante diferenciado uma vez que

33,63% do seu território apresenta um relevo fortemente ondulado, contrastando

com 30,14% de áreas planas e 11,23% com terrenos suavemente ondulados.

Agrupando-se os totais dos terrenos com declividades significativas observa-se que

o território apresenta aproximadamente 59,0 % de áreas montanhosas em contraste

com aproximadamente 41,0% de áreas praticamente planas. As áreas com escarpas

mais significativas ocorrem no Morro da Barra, Estaleiro Grande e Cordilheira do

Ariribá (Figura 76).

Figura 76: As áreas com escarpas significativas também ocorrem no Morro da Barra, Estaleiro Grande

Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.10 SOLOS

Os solos do município de Balneário Camboriú, de um modo geral, apresentam baixa

fertilidade, com altos teores de alumínio e baixos teores de bases trocáveis,

média/argilosa, em muitos casos com cascalho ou cascalhamento, conforme pode

ser visualizado no Mapa Pedológico.

3.10.1 Argilossolos Vermelho-amarelo (PVa21)

São solos desenvolvidos de rochas cristalinas ou sob influência destas e constituem

a classe de solo das mais extensas no Brasil. Ocorrem em áreas de relevos mais

acidentados e dissecados. As principais restrições são relacionadas à fertilidade, em

alguns casos, e suscetibilidade à erosão.

Os tipos de solo são classificados segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de

Solos (SiBCS ) de acordo com as características e as implicações para uso e

manejo (Quadro 3).

TERCEIRO NÍVEL CARACTERÍSTICAS

Alíticos

Solos de baixa fertilidade; Teores muito elevados de alumínio no solo afetando

significativamente o desenvolvimento de raízes; atividade de argila igual ou maior do

que 20 cmolc/kg de argila.

Alumínicos

Teores muito elevados de alumínio no solo afetando significativamente o

desenvolvimento de raízes; atividade de argila menor do que 20 cmolc/kg de argila.

Ta Distróficos Solos com argila de alta atividade e de baixa fertilidade.

Distróficos Solos de baixa fertilidade

Eutróficos Solos de alta fertilidade.

Quadro 3: Classificação de Argilossolos Vermelho-amarelo de acordo com o terceiro nível categórico

FONTE: SiBCS, 2013.

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Este tipo de solo ocorre no bairro Praia dos Amores, em duas áreas do bairro

Ariribá, numa pequena porção do bairro Dos Pioneiros e na porção mais a noroeste

do bairro da Várzea do Ranchinho, ocupando 8,49% do território.

3.10.2 Cambissolo Háplico (Ca32)

Os Solos Cambissolos Háplicos são identificados normalmente em relevos forte

ondulados ou montanhosos, que não apresentam horizonte superficial A Húmico,

geralmente em contato com a rocha em subsuperfície dificultando a penetração de

raízes e com restrições a drenagem. São solos de fertilidade natural variável e

apresentam como principais limitações para uso, o relevo com declives acentuados,

a pequena profundidade e a ocorrência de pedras na massa do solo.

Podem ser classificados no terceiro nível categórico do SiBCS de acordo com suas

classes, usos e manejo (Quadro 4).

TERCEIRO NÍVEL CARACTERÍSTICAS

Carbonáticos Presença de carbonato de cálcio sem que

este afete o desenvolvimento da maioria das plantas.

Sódicos

O teor de sódio causa toxidez à maioria das plantas, afetando o crescimento destas, pois

inibe a adsorção de cálcio e magnésio, elementos vitais ao seu desenvolvimento. Causa, também, a dispersão das argilas.

Perférricos Altos teores de óxido de ferro geram boa estruturação no solo, mais baixa fertilidade.

Alíticos

Solos de baixa fertilidade com teores muito elevados de alumínio no solo afetando

significativamente o desenvolvimento de raízes; atividade de argila igual ou maior do

que 20 cmolc/kg de argila.

Alumínicos

Teores muito elevados de alumínio no solo afetando significativamente o

desenvolvimento de raízes; atividade de argila menor do que 20 cmolc/kg de argila.

Ta Distróficos Solos com argila de alta atividade e de baixa fertilidade.

Ta Eutroférricos Solos com argila de alta atividade, altos teores de ferro e de alta fertilidade.

Ta Eutróficos Solos com argila de alta atividade e de alta fertilidade.

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TERCEIRO NÍVEL CARACTERÍSTICAS

Tb Distroférricos Solos com argila de baixa atividade, altos teores de ferro e de baixa fertilidade.

Tb Distróficos Solos com argila de baixa atividade e de baixa fertilidade.

Tb Eutroférricos Solos com argila de baixa atividade, altos teores de ferro e de alta fertilidade.

Tb Eutróficos Solos com argila de baixa atividade e de alta fertilidade.

Quadro 4: Classificação de Cambissolo Háplico de acordo com o terceiro nível categórico Fonte: SiBCS (2013).

Este tipo de solo ocorre na margem direita do rio Camboriú. Nos morros da Barra, do

Boi, Estaleiro Grande, Estaleirinho e Morro das Laranjeiras. De uma forma geral

também ocorre nos bairros Barra, Praias, São Judas Tadeu e Nova Esperança,

correspondendo a 42,47% do território municipal.

3.10.3 Espodossolo (Pa1)

Esta classe de solo é definida pela presença de horizonte B espódico constituído

pela concentração de matéria orgânica. Os Espodossolos podem apresentar o

horizonte E como resultante do transporte da matéria orgânica. São solos profundos

a muito profundos com nítida diferenciação de horizontes no perfil. Dominante no

ambiente de restinga e dos tabuleiros costeiros nas condições tropicais. Sua cor

varia desde cinzenta, de tonalidade escura ou preta, até vermelhada ou amarelada.

Como limitações apresenta textura arenosa, baixa fertilidade natural, drenagem

moderada a imperfeita, dificuldade de trabalhabilidade pela presença de camada de

impedimento, risco elevado de contaminação do lençol freático e de alagamento.

Como potencialidades: agricultura com culturas adaptadas, exploração de areia para

construção civil e preservação ambiental quando localizado na faixa costeira.

Em Balneário de Camboriú este tipo de solo ocorre nos bairros da Barra, Vila Real,

Nova Esperança, Jardim Iate Clube, Dos Municípios e Dos Estados perfazendo

22,30% do território.

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3.10.4 Neossolo litólico (Ra1)

Compreendem solos rasos, onde geralmente a soma dos horizontes sobre a rocha

não ultrapassa 50 cm, estando associados normalmente a relevos mais declivosos.

As limitações ao uso estão relacionadas a pouca profundidade, presença da rocha e

aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes

fatores limitam o crescimento e a penetração radicular, o uso de máquinas e elevam

o risco de erosão. Sua fertilidade está condicionada à soma de bases e à presença

de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos distrófios e álicos. Os

teores de fósforo são baixos em condições naturais e, normalmente, são indicados

para preservação da flora e fauna.

Os Neossolos Litólicos podem ser classificados no terceiro nível categórico do

SiBCS como demonstrado no Quadro 5, onde são relacionadas as características

destas classes de solo e as implicações para uso e manejo.

TERCEIRO NÍVEL CARACTERÍSTICAS

Hísticos Camada superficial totalmente orgânica

Húmicos Camada superficial rica em matéria orgânica.

Carbonáticos Presença de carbonato de cálcio sem que

este afete o desenvolvimento da maioria das plantas.

Chernossólicos Solos com a presença de um horizonte chernossólico.

Distro-úmbricos Solos de baixa fertilidade; presença de

Horizonte superficial, com boa estrutura, bom teor de carbono, mas de baixa fertilidade.

Distróficos Solos de baixa fertilidade.

Eutro-úmbricos Solos de alta fertilidade; presença de

Horizonte superficial, com boa estrutura, bom teor de carbono, com alta fertilidade

Eutróficos Solos de alta fertilidade.

Quadro 5: Classificação de Neossolo litólico de acordo com o terceiro nível categórico Fonte: SiBCS (2013).

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Em Balneário Camboriú o Neossolo Litólico ocorre sobre Grupo Brusque nos bairros

Várzea do Ranchinho, extremo noroeste do bairro Das Nações e na porção sul do

bairro Arribá, distribuindo-se em 11,74% do território.

3.10.5 Neossolo Quartzarênico (AMa1)

Esta classe de solo ocorre em relevo plano ou suave ondulado, apresenta textura

arenosa ao longo do perfil e cor amarelada uniforme abaixo do horizonte A, que é

ligeiramente escuro. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo erosivo

não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à textura ser

essencialmente arenosa.

Por serem profundos, não existe limitação física para o desenvolvimento radicular

em profundidade, mas a presença de caráter álico ou do caráter distrófico limita o

desenvolvimento radicular em profundidade, agravado devido a reduzida quantidade

de água disponível (textura essencialmente arenosa). Os teores de matéria

orgânica, fósforo e micronutrientes são muito baixos. A lixiviação de nitrato é intensa

devido a textura essencialmente arenosa.

Os Neossolos Quartzarênicos podem ser classificados no terceiro nível categórico

do SiBCS como Hidromórficos ou Órticos. No Quadro 6 são relacionadas as

características desta classe de solo e as implicações para uso e manejo.

TERCEIRO NÍVEL CARACTERÍSTICAS

Hidromórficos Forte restrição à drenagem.

Órticos Não apresentam restrição ao uso e manejo.

Quadro 6: Classificação de Neossolos Quartzarênicos de acordo com o terceiro nível categórico

Fonte: SiBCS (2013).

No município o Neossolo Quartzarênico ocorre sobre Depósitos de Planície

Aluvionar e Depósitos Praiais antigos nos bairros Praias e encostas do Morro

Estaleiro Grande e na margem direita do Ribeirão Ariribá.

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3.11 APTIDÃO AGRÍCOLA

A aptidão agrícola dos solos existentes no município ocorre da seguinte forma:

Nas áreas planas e suavemente onduladas os solos podem apresentar boa aptidão

considerando a utilização de técnicas agrícolas com alto nível tecnológico, intensa

aplicação de capital e dos resultados de pesquisas para a manutenção e melhoramento

da lavoura, necessitando a motomecanização em todas as fases das operações

agrícolas;

Nas áreas onduladas a fortemente onduladas (morrarias e serras) a aptidão é regular e

unicamente relacionada com a silvicultura, com baixo a razoável nível tecnológico, sem

ou com pouca aplicação de capital e tecnologia.

3.12 HIDROGRAFIA

Considerando a divisão estabelecida pela EPAGRI/CIRAM (2007) Balneário

Camboriú apresenta seis sub-bacias que se integram a Região Hidrográfica do Vale

do Itajaí, tendo como bacia principal o rio Camboriú (119,9 km2), que drena

exclusivamente para o mar (Barra Sul), com os seguintes afluentes: rio dos

Macacos, rio Canoas, rio Pequeno, rio do Cedro, rio Peroba e rio Canhanduba

(Figura 77).

Figura 77: Rio Camboriú após a BR -101 Fonte Iguatemi e PMBC 2014

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Há que se salientar que apesar desta subdivisão espacial disponível, a realidade do

comportamento hidrológicos dos sistemas hidrográficos existentes no município

deve ser muito mais diferenciada, ou seja, ocorrem micro bacias independentes das

sub-bacias relatadas. Neste sentido destacam-se o rio Ariribá (Figura 78) que drena

exclusivamente o bairro de mesmo nome e da Praia dos Amores e o rio das Ostras

(Figura 79) que drena a porção norte do bairro Centro (apesar de ambos estarem

incluídos em uma mesma sub-bacia).

As sub-bacias do município com as localizações e dimensões estão inseridas no

Mapa Hidrográfico, mas convém destacar que:

A cabeceira do rio do Braço – com aproximadamente 7,58 km2, está localizada nos bairros

Dos Estados, Municípios, Jardim Iate Clube, Vila real e parte do Centro;

Nova Esperança ou Morro do Boi - com aproximadamente 12,73 km2, está localizada nos

bairros Nova Esperança, São Judas Tadeu e Barra;

Rio da Mata de Camboriú/rio da Mulata - com aproximadamente 2,65 km2, está localizada

no bairro das Praias;

Ribeirão Ariribá - com aproximadamente 10,2 km2, está localizada nos bairros Praia dos

Amores, Pioneiros, Ariribá, Das Nações e Parte do Centro;

Estaleiro Grande - com aproximadamente 8,34 km2, está localizada nos bairros das Praias

e Barra;

Rio do Meio - com aproximadamente 4,14 km2, está localizada nos bairros Várzea do

Ranchinho e Ariribá.

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Figura 78: : Rio das Ostras Pontal Norte Fonte Panorâmio, 2014.

Figura 79: Rio Ariribá – Divisa com Itajaí Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.13 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)

O Código Florestal – Lei Federal nº 12.651/2012 – estabelece as normas gerais à

proteção da vegetação nativa, reservas legais e áreas de preservação permanentes;

delimita estas últimas nas áreas rurais e urbanas de acordo com os diferentes

cursos de água e especificidades dos terrenos e suas vegetações nativas, conforme

os seguintes parâmetros:

Trinta metros para os cursos d’água com menos de dez metros de largura;

Cinquenta metros para os cursos d’água entre dez e cinquenta metros de

largura;

As APP também são obrigatórias nas encostas ou partes com mais de 45º de

declividade, nas restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras dos

mangues, nos manguezais em toda sua extensão, bordas de tabuleiros e/ou

chapadas em faixa mínima de cem metros, topos de morros, montes,

montanhas e serras com altura mínima de cem metros e inclinação média

superior a 25º a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da altura mínima

em relação à base definida pelo plano horizontal da Planície.

As ocorrências das Áreas de Preservação Permanente (APPs) no município de

Balneário Camboriú estão nas próximas figuras. Área das Áreas de Preservação

Permanente. As maiores concentrações das APPs no município ocorrem nos morros

e morrarias costeiras, principalmente em seus topos e encostas. Nas áreas planas e

suavemente onduladas destacam-se principalmente os corpos hídricos integrantes

da Bacia do rio Camboriú. A seguir nas Figura 80 a Figura 83 são apresentados

alguns exemplos de área de Preservação Permanente ocorrentes no território de

Balneário Camboriú.

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Figura 80: Topo de morros, encostas e costões da Praia das Laranjeiras Fonte: PMBC, 2014.

Figura 81: Restinga da Praia das Taquaras Fonte: Iguatemi, 2014.

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Figura 82: Manguezal rio Praia Estaleirinho Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 83: Costões rochosos da Praia do Pinho Fonte: Santur/portal/cidade.2014.

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3.14 VEGETAÇÃO

A vegetação remanescente no território do município de Balneário Camboriú está,

principalmente, representada por estágios secundários e até primários em alguns

sítios da Floresta Ombrófila Densa que constitui a Floresta Atlântica, com suas sub-

formações diferenciadas em função das altitudes e condições edáficas e

morfoclimáticas.

Além desta, ocorrem no município Formações Pioneiras (ecossistemas dependentes

de fatores ecológicos instáveis) representadas pelas restingas, brejos e banhados e

manguezais (Mapa da Vegetação).

3.14.1 Formações Pioneiras

São áreas com cobertura vegetal formada por espécies colonizadoras de ambientes

novos, denominadas de pioneiras, pois assumem importância na preparação do

meio à instalação subsequente de novas espécies mais exigentes. São três tipos de

influência que interagem nestas áreas, a saber: Marinha (restingas), Fluviomarinha

(mangues) e Fluvial (várzeas).

3.14.1.1 Formações Pioneiras de Influência Marinha (restingas litorâneas)

São formações vegetais que sofrem a influência direta do mar, distribuídas por

terrenos arenosos do Quaternário recente, geralmente com algum teor salino,

sujeitos à intensa radiação solar e acentuada ação eólica.

A vegetação de restinga ocorre geralmente em área superior às dunas, com

fisionomias diversas, que podem ir desde o porte herbáceo até o arbóreo, sendo

constituída tanto de espécies das dunas como das florestas limítrofes. Trata-se de

formações subarbustivas, arbustivas e até arbóreas, de características xerofíticas,

psamófitas hálofitas rasteiras (indiferentes ao excesso de sal e de umidade), cuja

composição florística varia conforme o ambiente:

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na base dos costões, encontram-se agrupamento de bromeliáceas rupestres, como

gravatá (Dyckia encholirioides), caraguatás (Aechme nudicaulis e Aechme recurvata),

além de gramíneas, como a grama-de-santo-agostinho (Stenotaphrum secundatum),

grama-rasteira-da-praia (Paspalum distichum), espartina (Spartina coliata), bredo-da-

praia (Philoxerum portulaccoides), macega-gaúcha (Senecio crassoflorus),

pinheirinho-da-praia (Remirea maritima), salsa-da-praia (Ipomea pescaprae) entre

outras. etc.;

nos locais menos íngremes, onde já se pode notar incipiente camada de solo, observam-

se frequentemente arbustos e arvoretas de capororoca-da-praia (Myrsine sp.), racha-

ligeiro (Pera ferruginea), mangue-de-formiga (Clusia criuva), balieira (Cordia

verbenacea), mandacaru (Cereus sp.), maria-mole (Guapira opposita), dentre outras;

nos ambientes mais adequados, com solo mais bem estruturado, a vegetação já

apresenta porte arbóreo, onde assumem importância fitosociológica espécies como

capororocão (Myrsine umbellata), camboatá-vermelho (Cupania vernalis), figueira-

mata-pau (Coussapoa microcarpa), baga-de-pombo (Byrsonima ligustrifolia), gerivá

(Syagrus romanzoffiana), e muitas outras características da Floresta Ombrófila

Densa.

As dunas instáveis, irregularmente dispersas, ocupam posições estratégicas, na

restinga, logo atrás da linha de praia. São áreas fortemente assoladas pelos ventos,

com frequente mobilização de areia e com vegetação muito escassa. Dentre as

espécies mais comuns encontram-se a espartina, o capim-das-dunas (Panicum

racemosum), grama-branca (Panicum reptans), feijão-da-praia (Sophora tomentosa),

mangue-da-praia (Scaecola plumieri) e camarinha (Cordia verbenacea).

Nas dunas fixas são observadas diversas espécies arbustivas e arbóreas,

constituindo capões de mata estabilizador dos terrenos. Nestas áreas, destacam-se

as seguintes espécies: aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius), guamirim-miúdo

(Eugenia ramboi), guamirim-da-folha-miúda (Myrcia pubipetala), pau-de-bugre

(Lythraea brasiliensis), a capororoca-da-praia (Myrsine sp.), maria-mole (Guapira

opposita) e outras.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

De modo geral, as Formações Pioneiras marinhas têm sofrido também o impacto

antrópico, sendo paulatinamente dizimadas em razão da ocupação urbana e de

outros tipos de intervenção. Em Balneário Camboriú esta Formação, ocorre na faixa

de praia, nas dunas instáveis, nas dunas fixas e nas áreas aplainadas e plano-

deprimidas e nos costões rochosos (Figura 84, Figura 85, Figura 86 e Figura 87).

Figura 84: Sucessão natural da vegetação de restinga na Praia de Taquarinhas (restinga baixa, arbustiva e arbórea).

Fonte: Iguatemi, 2012..

Figura 85: Outro tipo de sucessão natural da vegetação de restinga na Praia do Pinho, á partir do costão rochoso (restinga baixa, arbustiva e arbórea).

Fonte: Iguatemi, 2012.

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Figura 86: Restinga típica de praia. Taquaras. Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 87: Restinga típica de praia. Estaleiro.

Fonte: Iguatemi, 2014

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3.14.1.2 Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha (manguezais)

Essa Formação, conhecida como manguezal, estabelece-se nas áreas de baía,

desembocadura dos rios e locais de baixa energia ambiental, onde o depósito de

sedimentos médios e finos é favorecido, formando um sistema ecológico altamente

especializado, condicionado pela salinidade e tiomorfismo (altos teores de enxofre

sob a forma de sulfetos - lenta decomposição da matéria orgânica) conferidos pela

água salobra e condições pedológicas.

A florística é bem simplificada e, geralmente, representada por três espécies

arbóreas: mangue-vermelho (Rhizophora mangle), siriúba (Avicennia schaueriana) e

mangue-branco (Laguncularia rancemosa), porém, em terraços dos rios, gramíneas

do gênero Spartina e Salicornia portulacoides aparecem também.

A área com ocorrência mais significativa em Balneário está próxima ao rio Camboriú

e ao longo deste de forma contínua até as proximidades do Parque Ecológico, onde

predomina o mangue-branco L. racemosa. Na foz do rio Camboriú ocorre a

formação de pequenas ilhotas com domínio de siriúba A. schaueriana. A partir da

ponte da BR-101, em direção à montante do rio, os bosques são dominados pelo

mangue-branco L. racemosa, devido à menor influência dos teores de salinidade e

da frequência de inundação pela maré. O mangue-vermelho Rhizophora mangle,

não está presente no manguezal do rio Camboriú apesar de ter registros em áreas

próximas, como no Ribeirão Cassino da Lagoa (Praia Brava – Itajaí) (TOGNELLA et

al, 2012).

Nos locais mais alterados por ação humana ocorre à presença associada de duas

espécies de vegetais que não são considerados como típicos de mangue: Hibiscus

pernambucensis (algodão-da-praia) e Achrostichum aureum (samambaia-do-brejo).

Outras regiões de contato entre o mar e os rios no município também ocorrem

manguezais menos significativos que o anteriormente descrito (Figura 88 e Figura

89).

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Figura 88: : Manguezais do rio Camboriú próximo à Barra Sul e á montante da BR -101. Fonte: PMBC e Iguatemi, 2012.

Figura 89 Ocorrência de manguezais no entorno e no Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta.

Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 90: Manguezal na Praia de Taquarinhas e Manguezal na Praia de Estaleirinho Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.14.1.3 Formações Pioneiras com Influência Fluvial (várzeas, banhados)

A Formação Pioneira com Influência Fluvial, também conhecida como vegetação de

várzeas, representa uma tipologia relacionada a ambientes naturais de grande

fragilidade. Ocorrem em meios com saturação hídrica sazonal a permanente e,

fisionomicamente, sugerem ser muito homogêneas. No entanto, possuem

peculiaridades, principalmente com relação à florística, que podem estar

relacionadas às diferentes unidades geopedológicas nas quais as espécies ocorrem.

Aspecto do meio físico, do regime hídrico, do tipo de solo e a forma de relevo,

juntamente com as características climáticas, podem ter relação direta com a

ocorrência e distribuição das espécies na paisagem. Podem, segundo Rodrigues

(2000), ser denominadas de Formação Ribeirinha com Influência Fluvial Permanente

ou Sazonal, segundo proposta de classificação relacionada aos tipos de vegetação

de ambientes ciliares, também conhecidos como ribeirinhos.

A vegetação de várzeas é constituída principalmente por espécies de Poaceae

(gramíneas) e Cyperaceae (tiriricas, papiros) que, em conjunto, apresentam-se com

grande uniformidade fitofisionômica (KLEIN; HATSCHBACH, 1962).

Na região do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta ocorrem manchas

de Floresta Ombrófila Densa Aluvial, vinculada a área úmidas ou limítrofes a corpos

hídricos.

Estas Formações ocorrem nas regiões de montante dos rios, já quase em influência

da periodicidade das marés e decorrem das águas salobras, principalmente nas

porções à montante, mais afastadas do rio Camboriú (Figura 91 e Figura 92)

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Page 145: índíces balneario camboriu

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Figura 91: Ocorrência de Várzea nas margens do rio Camboriú á montante da BR – 101 Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 92: Várzea no entorno do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta próximo ao manguezal

Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 93: Ocorrência de Floresta Ombrófila Densa Aluvial nas áreas do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta

Fonte: Iguatemi, 2014.

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3.14.2 Floresta Ombrófila Densa

Esta formação se caracteriza pelo estabelecimento de uma vegetação de maior

complexidade, estratificada, de maior altura, diversidade de espécies e fechamento

de dossel (copa). A designação Ombrófila, de origem grega, em substituição do

termo pluvial, de origem latina, mantem o mesmo significado: “amigo das chuvas”. A

principal característica ecológica é marcada pelos ambientes ombrófilos, de

temperatura média elevada (25o C) e de alta precipitação, bem distribuída durante o

ano sendo a mais heterogênea e complexa do sul do país, de grande força

vegetativa, capaz de produzir naturalmente, de curto e médio prazo, incalculável

volume de biomassa. Estima-se que seja representada por mais de 700 espécies

arbóreas, sendo a maioria exclusiva dessa unidade vegetacional.

3.14.2.1 Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas

São formações que ocorrem sobre sedimentos Quaternários de origem marinha,

situados entre o nível do mar e aproximadamente 30 a 50 metros de altitude (IBGE,

1992). As espécies arbóreas que caracterizam essa formação florestal são

geralmente seletivas higrófilas, que encontram, nesse ambiente, condições ótimas

de desenvolvimento, o que se evidencia pelas copas bem desenvolvidas e os

troncos bem formados.

Sua fisionomia, estrutura e composição variam conforme as condições hídricas do

solo, estágio de desenvolvimento, interferência antrópica e ainda em função da sua

origem, que pode ser de Formações Pioneiras de Influência Marinha ou Fluvial.

Correspondem aos lugares de formação mais antiga, onde os cordões litorâneos

não são tão evidentes (RODERJAN et al., 2002).

Em solos de drenagem deficiente há predomínio do guanandi (Calophyllum

brasiliense) nas fases vegetacionais mais evoluídas, ocorrem as figueiras (Ficus

luschnathiana, F. adhatodifolia) a cupiúva (Tapirira guianensis), o ipê-da-várzea

(Tabebuia umbelata), embiruçu (Pseudobombax grandiflorum). Nos estratos

inferiores, são comuns guapurunga (Marlierea tomentosa), catiguá-morcego (Guarea

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macrophylla), mangue-do-mato (Clusia criuva), tabocuva (Pera glabrata), jerivá

(Syagrus romanzoffiana) e o palmito-juçara (Euterpe edulis). Em solos melhor

drenados a flora é bem característica e diversa, ocorrendo o (guanandi) Calophyllum

brasiliense, a cupiuva Tapirira guianensis, o tapiá Alchornea triplinervia as canelas

Ocotea pulchella, O. aciphylla, a figueira-de-folha-miuda Ficus organensis, o

pinheiro-bravo Podocarpus sellowii e a maçaranduba Manilkara subserica. No

estrato inferior, são comuns o jacarandá-lombriga Andira anthelminthica, os ingás e

as caúnas Inga spp, Ilex spp, o palmito-juçara Euterpe edulis, o jerivá Syagrus

romanzoffiana e o coqueiro-indaiá Attalea dúbia (RODERJAN et al., 2002).

No município de Balneário Camboriú esta formação ocorre em áreas plana, com

certa estruturação de solo, até o início das encostas e meia encosta dos morros

entre os 30 e 50 metros de altitude (Figura 94, Figura 95 e Figura 96).

Figura 94: : Fitofisionomia característica das áreas mais elevadas da ocorrência desta formação na região da Av. Interpraias Fonte: Iguatemi, 2014.

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Figura 95: Á partir da restinga arbórea inicia a sucessão da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e até sub Montana. Praia Taquarinhas

Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 96: No início das encostas do Morro do Boi corre esta formação que é seguida pela sub Montana

Fonte: Iguatemi, 2014.

3.14.2.2 Floresta Ombrófila Densa Submontana

Essa fitofisionomia ocorre sobre solos profundos e férteis, ocorrendo em altitudes

que variam de 30 até 300 metros de altitude na região de Balneário Camboriú.

Distribui-se desde as pequenas colinas, a partir dos 40 m até os morros mais altos,

entre os 200 m ou mais.

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O microclima é semelhante ao das Terras Baixas, propiciando o desenvolvimento de

comunidades de elevada diversidade e com uma estratificação bem definida, onde

predominam as seguintes espécies:

i) no estrato superior, entre 20 e 30 metros de altura (copa, dossel): sangreiro (Pterocarpus

violaceus), caovi (Pseudopiptadenia warmingii), licurana (Hyeronima alchorneoides),

jequitibá (Cariniana estrellensis), bocuva (Virola bicuhyba) e figueira (Ficus sp);

ii) segue-se um estrato intermediário, mais sombreado onde ocorrem a guapurunga

(Marlierea tomentosa), capororocão (Myrsine umbellata), catiguá-morcego (Guarea

macrophylla), queima-casa (Bathysa meridionalis), vacum (Allophylus guaraniticus) e

palmito-juçara (Euterpe edulis);

iii) no extrato inferior predominam as ervas e arbustos com a presença de: trato-de-anta

(Psychotria nuda), pau-de-junta (Piper sp), caetê (Heliconia sp) e xaxim (Dicksonia

sellowiana).

Esta tipologia cobre as serras e morrarias costeiras do município destacando-se

significativamente na paisagem de Balneário Camboriú, principalmente ao norte e ao

sul da cidade, presente nas encostas e nos Morros da Cruz, da Barra, Estaleiro

Grande, do Gavião, das Laranjeiras, do Boi, da Pedra Branca, do Ariribá, do Careca

e da Aguada entre outros (Figura 97, Figura 98, Figura 99 e Figura 100).

Figura 97: Região mais alta da encosta com ocorrência desta Formação. Pode-se notar a transicão entre Baixa e Sub Montana. Região da Costa Brava

Fonte: Iguatemi, 2014.

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Figura 98: Ao fundo Serras do Leste Catarinense (Morro do Boi). Nas partes mais elevadas a partir

dos 30 a 50 metros ocorre esta formação Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 99: Floresta Ombrófila Densa Sub Montana no Morro da Ponta da Preguiça – Praia do Buraco Fonte: Iguatemi, 2014.

Figura 100: Ocorrência da Formação nas partes mais elevadas do morro ao fundo, região da Costa Brava

Fonte: Iguatemi, 2014.

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4 SUSCETIBILIDADE

A acepção do termo suscetibilidade pode ser sintetizada como a predisposição ou

propensão dos terrenos ao desenvolvimento de um fenômeno ou processo do meio

físico. Para a avaliação da suscetibilidade dos movimentos gravitacionais de massa

inseridos no território do município de Balneário Camboriú foram adotados os

procedimentos recomendados pela CPRM (2014), a saber:

Localização de terrenos que apresentam características que tendem a favorecer, por

exemplo, a ocorrência de deslizamentos, como o predomínio de declividade alta,

independente de previsão acerca de quando poderá ocorrer um evento e tampouco do

grau de certeza atribuível a essa possibilidade.

A declividade como um dos fatores predisponentes ao desenvolvimento do processo e, por

essa razão, passível de inclusão entre os parâmetros necessários à análise de

susceptibilidade.

Consideração do fenômeno ou processo do meio físico cuja dinâmica pode gerar

consequências negativas (perdas e danos) em relação aos elementos expostos

(pessoas, edificações, infraestrutura, bens materiais, serviços, recursos naturais).

Vulnerabilidade dos elementos expostos e capacidade do evento para geração de perdas

e danos, avaliada por meio de parâmetros relativos à magnitude do evento, como

volume, velocidade, trajetória e área atingida.

Delimitação e indicação de áreas propensas ao desenvolvimento de processos do meio

físico que podem gerar desastres naturais, em face da presença de fatores

predisponentes básicos em terrenos ocupados e não ocupados.

Os movimentos gravitacionais de massa analisados para fins de mapeamento de

áreas suscetíveis, envolvendo solos e rochas, foram:

Deslizamento: movimento caracterizado por velocidade alta, que se desenvolve

comumente em encostas com declividade e amplitude média a alta e segundo superfície

de ruptura planar (translacional), circular (rotacional) ou em cunha (acompanhando

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planos de fragilidade estrutural dos maciços terrosos ou rochosos), geralmente

deflagrado por eventos de chuvas de alta intensidade ou com elevados índices

pluviométricos acumulados, condicionados por fatores predisponentes intrínsecos aos

terrenos. O processo é também denominado escorregamento.

Rastejo: movimento relativamente lento quando comparado ao processo de deslizamento,

que pode ocorrer mesmo em terrenos com baixas declividades, como colúvios ou tálus

em depósitos de sopé e/ou meia encosta.

Queda de rocha: movimento geralmente abrupto de blocos e matacões rochosos, que se

desprendem de encostas íngremes, paredões rochosos ou falésias.

4.1 PROCESSOS HIDROLÓGICOS

Os processos hidrológicos analisados para fins de mapeamento de áreas

suscetíveis às inundações no território do município de Balneário Camboriú foram:

Atingimento e submersão da planície aluvial pelo transbordamento das águas do canal

principal do rio, devido à evolução do processo de enchente ou cheia. Em terrenos

ligados a processos litorâneos sob influência regular de marés, como mangues, praias,

planícies costeiras e terraços marinhos, configura-se a inundação costeira, a qual tende a

atuar em conjunto com os processos de origem continental e, assim, determinar a

suscetibilidade geral a inundações nessas áreas.

Incluiu-se por correlação, alagamento (acúmulo momentâneo de água ante a dificuldade

de escoamento superficial em terrenos com baixa declividade ou por deficiência ou baixa

capacidade de escoamento do sistema de drenagem) e assoreamento (formação de

depósitos em leito regular de curso d’água ou planície de inundação, em decorrência do

acúmulo concentrado de sedimentos transportados).

Análises descritivo-qualitativas dos múltiplos aspectos de um determinado ambiente, como

o tipo de solo, a conformação do relevo e a influência da cobertura vegetal, características

geológicas, topográficas e morfológicas das bacias, incorporando-se ainda o uso e

ocupação do solo nas áreas atingíveis.

Para enxurradas, os critérios e parâmetros considerados foram:

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Unidades de relevo serrano e/ou de morros altos;

Amplitude > 200 a 300 metros;

Bacias de drenagem com Área < 10 km².

Dados estabelecidos nas cartas de chuva, nos padrões de relevo, topografia, declividade e

hipsometria.

A partir destes procedimentos foi elaborado o Mapa de Suscetibilidade para o

município a qual foi analisada para cada porção do território. As zonas estão

representadas por polígonos, que denotam os distintos graus de incidência espacial,

denominados classes de suscetibilidade (alta, média e baixa) e indicam a propensão

relativa dos terrenos ao fenômeno abordado. A descrição das classes de

suscetibilidade para os movimentos gravitacionais de massa e suscetibilidade a

inundações em Balneário Camboriú estão descritos no Quadro 7 e Quadro 8.

CLASSE DE SUSCETIBILIDADE

CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES

Alta

Relevo: serras e morros altos; Forma das encostas – retilíneas e côncavas com anfiteatro de cabeceiras de drenagem abruptos; Amplitude: 50 a 500 m; Declividade: > 25º; Litologia: sedimentos arenosos e conglomerados com intercalação de sedimentos síltico argilosos; Densidade de delineamentos estruturais: alta; Solos: pouco evoluídos e rasos; Processos: deslizamentos, corrida de massa, queda de rocha e rastejo;

Média

Relevo: morros altos, morros baixos e morrotes; Forma das encostas: convexas e retilíneas e côncavas com anfiteatros de cabeceira de drenagem; Amplitudes: 30 A 100 m; Declividades: entre 10 e 30 %; Litologia: gnaisses granulíticos ortoderivados com porções migmatíticas; Densidade de lineamentos/estruturas: média; Solos: evoluídos e moderadamente profundos; Processos: deslizamentos, queda de rochas e rastejo;

Baixa

Relevo: planícies e terraços fluviais marinhos e colinas; Forma da encosta: convexas suavizadas e topos amplos;

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CLASSE DE SUSCETIBILIDADE

CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES

Amplitude: < 50 m; Declividades: < 15%; Litologia: cascalho, areia, argila de planícies aluvionares recentes; Solos: aluviais/marinhos evoluídos e profundos nas colinas; Processos: deslizamento, queda de rochas rastejo.

Quadro 7: Classificação das suscetibilidades movimentos gravitacionais de massa Fonte: CPRM, 2014.

CLASSE DE SUSCETIBILIDADE

CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES

BACIA DE DRENAGEM CONTRIBUINTES

Alta

Relevo: planícies aluviais/marinhas atuais com amplitudes e declividades muito baixas (<2o). Solos: hidromórficos, em terrenos situados ao longo dos cursos d’água e com o nível do lençol subterrâneo aflorante e raso. Altura de inundação: até 1,5 m em relação a borda da calha do leio regular do curso d´água. Processos: inundação, alagamento e assoreamento.

Áreas de contribuição grande.

Formato: tendendo a circular.

Densidade de drenagem: alta.

Padrão dos canais fluviais: tendendo a sinuoso.

Relação de relevo: amplitude baixa e canal principal longo.

Média

Relevo: terraços fluviais marinhos baixos e/ou flancos em encostas, com amplitudes e declividades baixas (<5o).

Solos: hidromórficos e não hidromórficos, em terrenos argilo-arenosos e com nível de água subterrâneo raso a pouco profundo.

Altura de inundação: entre 1,5 a 2,5 m em relação a borda da calha do leito regular do curso d’água.

Processos: inundação, alagamento e assoreamento.

Áreas de contribuição pequena.

Formato: tendendo ao alongamento.

Densidade de drenagem: média

Padrão dos canais fluviais: sinuoso a retilíneo.

Relação de relevo: amplitude média e canal principal

intermediário.

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CLASSE DE SUSCETIBILIDADE

CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES

BACIA DE DRENAGEM CONTRIBUINTES

Baixa

Relevo: Terraços fluviais marinhos altos ou flancos de encosta, com amplitudes e declividades baixas.

Solos: não hidromórficos em terrenos silto-areanosos e com nível de água subterrâneo pouco profundo.

Altura de inundação: acima de 2,5 m em relação á borda da calha do leito regular do curso d’água.

Processos: inundação, alagamento e assoreamento.

Áreas de contribuição: pequena.

Formato: Tendendo a alongado.

Densidade de drenagem: baixa.

Padrão dos canais fluviais: tendendo ao retilíneo.

Relação de relevo: amplitude alta e canal principal curto.

Quadro 8: Classificação das suscetibilidades a inundação Fonte: CPRM, 2014.

As feições e processos correlatos incidentes no território de Balneário Camboriú

assim como a sobreposição e a interpretação das informações de relevo, topografia,

declividade, hipsometria, solos, geologia, geomorfologia, hidrografia, hidrogeologia e

uso e ocupação determinaram as seguintes áreas e as respectivas

susceptibilidades:

As regiões com maior suscetibilidade aos movimentos gravitacionais de massa são as

encostas e topos de morros das Serras do Leste (Morro do Boi, Estaleiro Grande, Morro da

Barra, etc. nos bairros da Barra, São Judas Tadeu Nova Esperança e Praias) e nas morrarias

Costeiras ao Norte (Cordilheira do Ariribá, Morro do Careca, etc. nos bairros Ariribá, Das

Nações, Várzea do Ranchinho, Dos Estados, Dos Pioneiros e Praia dos Amores).

A maioria das cicatrizes recentes indicadoras de susceptibilidade local e pontual ocorre nas

morrarias costeiras ao Norte do município na Cordilheira do Ariribá (bairros Ariribá e Várzea do

Ranchinho); de forma mais esporádica ocorre 03 sítios com cicatrizes nas proximidades de

topos de Morro da Barra, da Praia das Taquarinhas e Morro do Boi.

As áreas com depósitos de acumulação de pé de encostas suscetíveis à movimentação

lenta (rastejo) ou rápida (deslizamento) estão localizadas com maio incidência nas morrarias

costeiras ao norte do município, na Cordilheira do Ariribá sendo as mais representativas no

bairro de mesmo nome, Das Nações e nas encostas próximas a BR-101, bairro Várzea do

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Ranchinho, próxima ao vale do rio Peroba. Estes depósitos também ocorrem nos pé de

encostas das Serras do Leste (Morro do Boi no bairro Nova Esperança);

O único campo de bloco rochoso suscetível a queda, rolamento ou tombamento ocorre na

vertente oeste do Morro da Ponta das Taquaras.

Os paredões rochosos suscetíveis a queda ou desplacamento ocorrem nos seguintes

locais:

Encostas da porção sul do Morro do Careca;

Topo de Morro e encosta (Morro da Barra);

Topo de morro e encosta na elevação que separa as praias das Taquarinhas e Taquaras;

Encosta de morro localizado no bairro Barra nas proximidades da Rua Hermógenes Assis

Feijó e Bento Cunha;

Topo de morro e encostas e costão da Ponta dos Coqueiros (elevação entre a Praia do

Estaleiro e Estaleirinho);

Encostas e costões das Pontas do Boqueirão e da Mata de Camboriú (próximo à divisa

com Itapema);

Encosta no bairro Nova Esperança (Morro do Boi) próximo a BR-101 (próximo a Rua José

Honorato da Silva e Albertina Honorato da Silva).

As bacias de drenagem com alta susceptibilidade à geração de enxurradas que pode

atingir trechos planos e distantes situados à jusante com possibilidade de indução de

solapamento de talude marginal ocorrem nas morrarias da porção sul, localizadas próximas a

divisa com Itapema (bairro Nova Esperança e das Praias), Morro do Boi e Estaleirinho,

próximos a BR-101 (região da rua José Pedras Brancas);

As regiões mais suscetíveis às inundações são principalmente aquelas justapostas e

integrantes da Bacia do Rio Camboriú, ou seja, as mais planas e “baixas” do município,

situadas nos bairros Centro, Vila Real, Iate Clube, Nova Esperança, São Judas Tadeu e

Barra, bairros este com o maior adensamento populacional e ocupação urbana.

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4.2 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinada em 1992, representa um

esforço mundial para a manutenção da biodiversidade e tem como desafio gerar

diretrizes para conciliar o desenvolvimento com a conservação e a utilização

sustentável dos recursos biológicos9.

Estas áreas prioritárias atualizadas, instituídas pela Portaria MMA nº 09, de 23 de

janeiro de 2007, são úteis na orientação de políticas públicas, como já acontece, por

exemplo, no licenciamento de empreendimentos, rodadas de licitação dos blocos de

petróleo pela Agência Nacional de Petróleo, no direcionamento de pesquisas e

estudos sobre a biodiversidade e na definição de áreas para criação de novas

unidades de conservação, nas esferas federal e estadual.

Vale ressaltar que se trata de uma ferramenta nova que ainda está sendo

internalizada pelos diversos setores do governo e da sociedade e que, cada vez

mais, deverá ser utilizada. Nestas áreas serão priorizadas ações voltadas a

conservação in situ da biodiversidade, utilização sustentável de componentes da

biodiversidade, repartição de benefícios derivados do acesso a recursos genéticos e

ao conhecimento tradicional associado, pesquisa e inventários sobre a

biodiversidade, recuperação de áreas degradadas e de espécies sobre exploradas

ou ameaçadas de extinção e valorização econômica da biodiversidade (MMA, 2007).

No território do município de Balneário Camboriú ocorrem duas áreas prioritárias

inseridas na Zona Costeira e Marinha e na Mata Atlântica. Tal ocorrência, apesar de

atingir áreas urbanizadas, serve como instrumento para a proteção e conservação

de ecossistemas naturais no território (MAPA ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA

CONSERVAÇÃO).

9 Atendendo a este apelo o Ministério do Meio Ambiente realizou entre 1998 e 2000 a primeira “Avaliação e Identificação das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação dos Biomas Brasileiros”.

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As áreas Prioritárias para a Conservação mapeadas para o território de Balneário

Camboriú são as seguintes:

4.2.1 Área da zona costeira e Marinha – MC–900 – Plataforma sudeste-sul

A Zona Costeira é a região de interface entre o continente e o mar, sendo dominada

por processos originados nas bacias de drenagem dos rios afluentes, e por

processos oceanográficos e atmosféricos.

A elevada concentração de nutrientes e outros fatores ambientais como gradientes

térmicos, salinidade variável e as excepcionais condições de abrigo e suporte à

reprodução e alimentação dos indivíduos jovens da maioria das espécies que

habitam os oceanos, fazem com que essa área desempenhe uma importante função

de ligação e de trocas genéticas entre os ecossistemas terrestres e marinhos.

Tal fato torna a Zona Costeira um ambiente complexo, diversificado e de extrema

importância para a sustentação da vida costeira e marinha e por isso deveria ser um

dos principais focos de atenção para a conservação ambiental e manutenção da

biodiversidade, tanto terrestre como aquática.

A Zona Marinha é ambientalmente menos vulnerável que a costeira por oferecer

grandes resistências às intervenções antrópicas, como as grandes profundidades e

correntes marítimas, as tempestades e as maiores distâncias das áreas terrestres

densamente ocupadas, resistências estas que se ampliam na medida em que se

afasta da linha de costa. Inicia-se na região costeira e, no caso brasileiro, se estende

até 200 milhas, constituindo a Zona Econômica Exclusiva (MMA, 2007).

Nestas regiões as ações prioritárias estão voltadas a criação de Unidades de

Conservação de Usos Sustentável como forma de regulamentar os usos e manejos

permitidos, pois a situação é muito crítica, principalmente na Zona Marinha. Já, nas

Zonas Costeiras as ações mais recomendadas estão direcionadas à intensificação

da fiscalização e educação ambiental.

Em Balneário Camboriú estas Zonas ocorrem na quase totalidade do território e em

suas regiões oceânicas.

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4.2.2 Área da Mata Atlântica e Campos Sulinos – MA–712 – Itapoá – Guaratuba

O Bioma Mata Atlântica é composto por um conjunto de formações florestais e

ecossistemas associados que inclui no território de Balneário Camboriú a Floresta

Ombrófila Densa10.

O impacto da ocupação humana e o ritmo de destruição desse Bioma acentuaram-

se nas últimas três décadas, resultando em severas alterações desses

ecossistemas, causadas pela alta fragmentação dos habitats e pela perda de

biodiversidade. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlântica ainda abriga

grande diversidade de plantas e de animais. Apesar desta significância, ocorre um

baixo percentual de Unidades de Conservação no Bioma, sendo hoje uma das

principais lacunas para a sua conservação, no longo prazo. Isto indica a importância

de um esforço imediato para proteger todas as principais áreas bem conservadas de

remanescentes de Mata Atlântica.

Como meta de conservação para os remanescentes da Floresta Atlântica

recomenda-se adotar a Conservação Padrão de 35% das áreas com vegetação

como forma de se diminuir a fragmentação de habitats, a perda de áreas florestadas

e em decorrência a diversidade biológica.

Esta área no município de Balneário Camboriú ocorre nas morrarias costeiras ao

norte, mais precisamente na Cordilheira do Ariribá, no bairro de igual nome, e no

bairro Várzea do Ranchinho, principalmente.

4.2.3 Parques e unidades de conservação

No município de Balneário Camboriú há poucas Unidades de Conservação (UC)

legalmente instituídas e sem os respectivos Planos de Manejo. As existentes tem

caráter municipal e muitas das vezes são caracterizadas como Parques de Lazer

com alguns objetivos voltados a conservação e a educação ambiental, destacando-

se:

10 No Brasil 120 milhões de pessoas vivem na área da Mata Atlântica.

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- Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta;

- RPPN Normando Tedesco;

- Área de Proteção Ambiental (APA) Costa Brava;

- Reserva Biológica (REBIO) Marinha do Arvoredo que ocorre no município por uma

continuidade territorial de sua área.

4.2.3.1 Reserva Biológica (REBIO) Marinha do Arvoredo

No contexto Federal esta reserva também é caracterizada como unidade de

proteção integral, criada em 12 de março de 1990, através do Decreto Federal nº

99.142.

Está localizada ao norte da ilha de Santa Catarina, distante 11 km da ilha e afastada

7km do continente, englobando as ilhas do Arvoredo, Galés, Deserta e Calhau de

São Pedro, totalizando 17.800 ha, cujo raio de preservação envolve os municípios

catarinenses de Porto Belo, Bombinhas, Governador Celso Ramos, Tijucas,

Itapema, Balneário Camboriú e Florianópolis.

Existem propostas no sentido de alterar o estatuto desta Unidade de Conservação

para Parque Nacional, embora suas características justifiquem amplamente a

condição de Reserva Biológica.

4.2.3.2 Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta

Este Parque era anteriormente conhecido como Parque Ecológico do Rio Camboriú

criado pelo Decreto n° 2.351 de 1993. Em julho de 2006, através do Decreto nº

2.611 passou a denominar-se Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta.

O Parque possui uma área de 172.625m2 em meio a área urbanizada estando junto

às margens do rio Camboriú, compreendendo o Bioma Mata Atlântica e ainda

ecossistema de manguezais (PMBC,2008). Possui cinco trilhas: Gamboa, Bambuzal,

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Figueira, Graxaim e do Caranguejo e uma área de preservação para pesquisa, de

acesso restrito ao público, além de espaços de recreação.

Nele fica a sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM), que promove

projetos destinados às escolas municipais, tais como: “Terra Limpa”, envolvendo

alunos, monitores mirins e professores em um programa de coleta seletiva de lixo;

“Plantas que curam” do Horto de Ervas Medicinais “Dr. Roberto Miguel Klein” e do

Laboratório Fitoterápico; e Ambiarte, que faz a reciclagem de papel proveniente de

escolas do município.

4.2.3.3 RPPN Normando Tedesco

Criada através da Portaria Nº 57-N/1999 (DOU 131-E) com área de 3,82 hectares de

propriedade da TEDESCO S/A - Empreendimentos e Serviços, onde está inserido o

Parque Unipraias que fica localizado no Morro da Aguada na Barra Sul, cujo acesso

é facilitado pela BR -101.

4.2.3.4 Área de Proteção Ambiental (APA) Costa Brava

Esta APA foi criada pela Lei Municipal nº 1985/2000, como uma medida

compensatória pela construção da Avenida Interpraias. É uma área delimitada a

norte e leste pelo oceano Atlântico, a oeste pela linha imaginária que se inicia na

Ponta das Laranjeiras e segue pelo divisor de águas de micro bacias das praias de

Taquarinhas, das Taquaras, do Pinho e do Estaleiro, daí seguindo a leste pelo

divisor de águas da Praia do Estaleirinho, que forma o limite sul desta APA, até a

Ponta do Malta, no limite com o município de Itapema.

Abrange sete praias ao sul do município e por ser uma APA poderá ter as ações de

uso e ocupação acompanhadas por um Conselho Gestor e deverá ter seu Plano de

Manejo11.

11 O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, manteve sentença que anulou o Decreto Municipal nº 5.878/2010, que alterou a composição do Conselho Gestor da Área de

163

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

A existência desta APA tem como objetivos:

- Proteger as nascentes de todos os cursos de águas existentes nos limites da APA,

tendo em vista a preservação e conservação natural da drenagem em suas formas e

vazões e sua condição de fonte de água para abastecimento humano;

- Garantir a conservação da Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) e

ecossistemas associados (restinga e manguezal) existentes na área;

- Proteger a fauna silvestre;

- Melhorar a qualidade de vida da população residente, através da orientação e

disciplina das atividades econômicas locais;

- Fomentar o turismo ecológico não destrutivo e a educação ambiental;

Preservar a cultura e as tradições locais.

4.2.3.5 Complexo Ambiental Cyro Gevaerd

Este Parque é de propriedade da Santur e está localizado na BR-101, Km 137. Foi

Inaugurado em 1º de dezembro de 1981 e conta com um Parque da Fauna, Flora e

Gea em uma área de 41.482 m2, com um Zoológico, Aquário, Museus, Mini-Cidade

e Mini-Fazenda.

A partir de 27 de junho de 2007 a administração do Parque é de responsabilidade do

Instituto Catarinense de Conservação da Fauna e Flora (ICCO).

Atualmente é constituído por aproximadamente 1.200 animais, distribuídos em 91

espécies de aves, 29 de mamíferos, 24 de répteis. Possui um núcleo de educação

ambiental, um terrário e um moderno berçário12 (Figura 101).

Proteção Ambiental (APA) da Costa Brava. O TRF também determinou que seja convocada uma audiência pública para estabelecer os critérios de composição do respectivo Conselho. 12 Informação disponível em http://www.zoobalneariocamboriu.com.br/empresa.php?cod=3.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 101: Complexo Ambiental Cyro Gevaerd Fonte: http://www.zoobalneariocamboriu.com.br/empresa.php?cod=3.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

4.2.3.6 Área Verde Urbana

No centro de Balneário Camboriú encontra-se um remanescente de Mata Atlântica

(Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas) localizado entre a Avenida Brasil e

Avenida Dos Estados e Rua Arthur Max Doose e Ruas 1951 e 1031, com

aproximadamente 19.000,00 m² no Pontal Norte.

4.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

De uma forma geral o uso predominante do território de Balneário Camboriú, além

do habitacional, está voltado ao uso turístico, de lazer e comercial (Mapa

Equipamentos). Neste sentido está voltado para os habitantes da região e de outros

estados (turistas) em função das razoáveis distâncias e as boas condições de

estradas e rodovias de acessos.

A ocupação do solo em Balneário Camboriú caracteriza-se pela procura das praias,

estas em sua maioria abrigadas, onde os morros próximos e enseadas diminuem a

energia das ondas, além de outras opções de lazer.

Este uso determinou a ocupação junto à linha de costa ou mesmo sobre as praias,

dunas, brejos e até margem de rios e córregos.

Balneário Camboriú possui uma extensão de linha de costa de aproximadamente

26.221,00 metros com uma Área de Marinha de aproximadamente 3.725.950,00 m2,

com a maior área edificada nestas regiões em relação aos municípios do Centro-

Norte Catarinense.

No uso do solo urbano há que se considerar e predominância do uso habitacional,

serviços e comercial, ficando as atividades produtivas (agricultura, indústria e

outros), nela inseridos e menos representativas. Esta realidade vem transformando

Balneário Camboriú num polo regional, econômico e comercial (Mapa Uso e ocupação do

solo).

Nas áreas centrais de Balneário Camboriú ocorre o uso mais intensivo do solo, onde há a

maior concentração de serviços. São nestas áreas, onde o acúmulo de capital é

167

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

expressivo, ocorrendo o aumento significante no preço da terra e respectivamente nos

valores dos imóveis.

Na grande maioria, os estabelecimentos que englobam o setor da gastronomia se

encontram na Avenida Atlântica, o que a evidência como um grande atrativo turístico para

a cidade. Com relação a este adensamento de comércio e serviços na Avenida Atlântica

e Brasil, há estudos que indicam que estes são os eixos mais integrados da cidade e com

o maior fluxo, o que reforça o seu potencial de co-presença (SKALEE, 2013).

Os espaços disponíveis, o aumento do turismo (particularmente de segunda residência),

o crescimento populacional da cidade, a procura de moradia e a necessidade de serviços

nestes novos meios descentralizados, foram aspectos rapidamente assimilados pelos

principais agentes modeladores da região, como: as construtoras, os agentes imobiliários

e o próprio setor terciário. Desta forma, o aumento do número de habitantes fixos

alavancou o processo de geração de capital e transformou o espaço ainda não

modificado na cidade de forma dinâmica e rápida, ao ponto de em menos de uma década

ocorrer à criação estruturada de novos subcentros na cidade, tais como: Barra Sul, Barra

Norte e Região de Abrangência da Quarta Avenida (NASCIMENTO et al, 2011).

Os demais usos do solo em Balneário Camboriú estão representados por: áreas húmidas

(0,05%), rios (0,94%), reflorestamento (0,28%), orla (1,11%), lago (0,12%) e costão

rochoso (0,43%).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

4.4 ASPECTOS ECONÔMICOS DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

O município apresentava em 2009 uma base econômica voltada para o setor de

serviços, que responde por 83,85% da composição do seu Produto Interno Bruto

Municipal (PIB); seguido pelo setor industrial com 15,84% e pela agropecuária com

0,31%, em conformidade com dados da Secretaria de Estado do Planejamento de

Santa Catarina, 2010.

Recente estudo publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas de Santa Catarina (SEBRAE/SC, 2013) com base em dados do Ministério

do Trabalho e Emprego – Relação Anual de Informações Sociais de 2011 –

identificou 11.954 empresas que empregavam 40.770 pessoas. Segundo o porte:

93,8% eram microempresas que responderam por 40,8% dos empregos formais;

5,7% pequenas empresas com 40,5% dos empregos formais; 0,4% médias

empresas que absorveram 11,7% dos empregos e 0,1% grandes empresas com

7,00% dos empregos formais.

Figura 102: Participação relativa das empresas e empregos formais em Balneário Camboriú, segundo o porte, 2011

Fonte: Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Relação Anual de informações Sociais, 2011. Elaborado pelo SEBRAE/SC, 2013.

As micro e pequenas empresas foram responsáveis por 99,5% do número de

empresas localizadas no Município e por 81,49% da mão de obra empregada

formalmente.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

No período de 2008-2011 a taxa absoluta de criação de empresas foi de 8,83% e a

de emprego de 19,23%, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego,

publicado em dezembro de 2011. O setor mais representativo de geração de

empresas e empregos era o terciário: comércio e serviços que representavam

87,16% das empresas localizadas no Município e disponibilizavam 78,65% dos

postos de trabalhos formais.

Quanto aos empreendedores individuais, no período 2010-2012, a taxa de

crescimento foi da ordem de 303%, bem superior a do Estado de Santa Catarina que

foi de 247% em igual período (SEBRAE, 2013). No setor da pesca foram apontados

39 empregos formais registrados formalmente no Ministério do Trabalho e Emprego

em 2011.

Em 2011, do total de empresas que exportavam, 12 apresentavam valores

exportados até 1 milhão de dólares e 01, valores entre US$ 1 a 10 milhões de

dólares. As exportações foram direcionadas para a China (39,95%), Hong Kong

(29,23%) e Estados Unidos (17,34%). Já, as importações foram comercializadas

com a China (56,63%), Uruguai 17,78%) e Índia (6,12%) no mesmo período,

conforme dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior – Balança Comercial

Brasileira, 2011, adaptado por SEBRAE (2013, p. 44).

Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o

percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 69,86% em

2000 para 74,08% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o

percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de

11,83% em 2000 para 4,38% em 2010 , segundo relatório do Atlas de

Desenvolvimento Humano do PNUD, 2010.

O referido documento assinala quanto ao nível de escolaridade que, 61,91% dos

habitantes tinham o ensino médio completo e 79,49% o ensino fundamental

completo. Dos que trabalhavam naquele período, 44,48% tinham rendimento médio

de até 02 salários mínimos e 14,5% estavam em ocupação informal e não tinham o

ensino fundamental.

Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais, 1,02%

trabalhavam no setor agropecuário, 0,13% na indústria extrativa, 7,70% na indústria

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

de transformação, 9,26% no setor de construção, 0,59% nos setores de utilidade

pública, 22,52% no comércio e 54,63% no setor de serviços, conforme aponta o

estudo do perfil municipal elaborado pelo PNUD/IPEA/FJP.

Em conformidade com a Tabela 16, a Classe B2 concentrava a maior parte dos

domicílios urbanos com 23,97% e a de menor concentração a Classe E com 0,53%

dos domicílios. O Município obteve a maior diferença em relação ao Estado na

Classe C1, com desvio de 4,34% (IPC-MAPS, 2011, SEBRAE/SC, 2013). 13

Tabela 16: Distribuição dos domicílios urbanos por classe econômica – Balneário Camboriú -2011

Fonte: IPC-MAPS, 2011, elaborado pelo SEBRAE, 2013, p.21.

4.4.1 Produto interno bruto de Balneário Camboriú

Segundo estudos do SEBRAE/SC, Santa Catarina apresentava um Produto Interno

Bruto (PIB) da ordem de R$ 129,8 bilhões em 2009, respondendo pela 8ª posição no

ranking nacional. Nesse mesmo período, o município de Balneário Camboriú

ocupava a 12ª posição no ranking estadual, respondendo por 1,31% da composição

do PIB catarinense.

13 O IPC Maps 2011 levou em consideração a classificação dos domicílios urbanos segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil, desenvolvido pela ABA – Associação Brasileira de Anunciantes, ABEP – Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa e ABIPEME – Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

O PIB apresentado pelo Município entre 2002 e 2009 apresentou um crescimento

acumulado de 171,62%, contra um aumento estadual da ordem de 132,91% em

igual período (SANTA CATARINA, 2010), conforme Tabela 17 e Figura 103.

Tabela 17: Produto Interno Bruto a preços correntes em Balneário Camboriú

Fonte: IBGE. Contas Nacionais. Adaptado pela SEPLAN/SC, 2009.

Figura 103: Evolução do PIB de Balneário Camboriú, Vale do Itajaí, Santa Catarina e Brasil, de 2002-2009.

Fonte: Fonte: IBGE. Contas Nacionais. Adaptado pela SEPLAN/SC, 2009.

O PIB per capita local apresentou entre 2002-2009 uma evolução de 115,04%

contra 110,42% da média catarinense em igual período (SEPLAN/SC, 2009).

4.4.2 Valor adicionado fiscal de Balneário Camboriú

As atividades econômicas que contribuíram com o Valor Adicionado Fiscal Municipal

(VAF), segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina, para o ano -

base 2012 de Balneário Camboriú foram: comércio varejista não-especializado

(15,27%); comércio varejista de produtos novos não especificados anteriormente e

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

de produtos usados (11,04%); geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica (8,60%); restaurantes e outros serviços de alimentação (7,01%);

telecomunicações sem fio (5,70%); comércio varejista de material de construção

(5,20%); comércio varejista de equipamentos de informática (4,85%); comércio

atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,18); comércio

atacadista de consumo de produto não alimentar (4,04%); telecomunicações sem fio

(3,30%); comércio atacadista de madeira, ferragens, ferramentas, material elétrico e

material de construção (3,02%), comércio de veículos automotores (3,00%), entre

outros (Figura 104).

Figura 104: Atividades que mais contribuíram com o Valor Adicionado Fiscal, ano base 2012. Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, 2014.

No total do VAF destaca-se o setor terciário-comércio com uma participação de

35,31% no ano base de 2012.

Com referência as lavouras temporárias (2010) a produção de banana com 02

hectares plantados e uma produção de 40 toneladas foi a que mais se destacou no

período.

15,27%

11,04%

8,60% 7,01%

5,70%

5,20%

4,85%

4,18%

4,04%

3,30% 3,02% 3,00%

Comércio varejista não-especializado

Comércio varejista de produtos novos nãoespecificados anteriormente e de produtosusadosGeração, transmissão e distribuição deenergia elétrica

Restaurantes e outros serviços dealimentação e bebidas

Telecomunicações sem fio

Comércio varejista de material de construção

Comércio varejista de equipamentos deinformática e comunicação; equipamentos eartigos de uso doméstico

175

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Com relação a pecuária, o Município apresentava em 2010: 401 cabeças de

bovinos; 59 de suínos; 20.786 galos, frangos, frangas e pintos; 426 galinhas, entre

outras (IBGE, Pesquisa Pecuária, 2010).

4.4.3 A atividade turística em Balneário Camboriú

O Plano de Desenvolvimento Regional do Turismo do Estado de Santa Catarina

(2010/2020) identifica a cidade de Balneário Camboriú como destino indutor da

Região Turística Costa Verde e Mar por “atrair e/ distribuir significativo número de

turistas para seu entorno e dinamizar a economia do território em que estão

inseridos, induzindo seu desenvolvimento e dos demais municípios localizados a um

raio de cem quilômetros”.

Em pesquisa realizada pela FECOMÉRCIO nos meses de verão de 2011/2012, dos

turistas que visitaram o município: 47,6% tinham renda de R$ 1.126,00 a R$

4.854,00 e 3,30% renda acima de R$ 6.330,00.

Quanto a origem dos turistas: 23,00% eram provenientes do Estado do Paraná;

11,80% de municípios catarinenses e 8,20% do Estado de São Paulo. Dos turistas

estrangeiros, 20,00%, eram da vizinha República da Argentina; 11,00% do Paraguai;

7,50% do Chile e 7,20% do Uruguai.

A maioria dos turistas que chegou neste período está na faixa etária dos 30 aos 50

anos (27,2% entre 30 e 40 anos; 21,1% entre 41 e 50 anos). A terceira idade é uma

presença representativa com uma participação de 11,7% entre os visitantes.

O motivo da vinda para Balneário Camboriú estava relacionado com o turismo de sol

e mar (98,30%); gastronomia (8,40%); turismo cultural (8,00%); turismo de negócios

e eventos (5,50%); visita a parentes (5,20%); turismo de aventura (1,10%); e turismo

náutico (0,50%).

De acordo com pesquisas mercadológicas, realizadas pela Secretaria Municipal de

Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú nos anos de 2010 a

2013, conclui-se que o motivo principal da visita à cidade teve como motivação o

turismo com 86,22%; seguido por atividades de negócios com 2,70%, participação

em congressos/convenções, 2,63% e outros com 8,25% (Tabela 18).

176

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 18: Motivo de viagem para Balneário Camboriú – 2010-2013

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014

O município de Balneário Camboriú obteve uma receita de R$216.925.665,48, dos

quais R$186.208.889,95 foram advindos da presença de turistas nacionais e

R$30.716.775,48 de estrangeiros, segundo pesquisa da SANTUR no mês de

fevereiro de 2014 (Figura 105).

Figura 105: Participação econômica dos turistas no mês de fevereiro de 2014 Fonte: SANTUR, 2014.

Motivos 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Turismo 86,28 86,85 87,53 84,246 86,22

Negócios 3,39 2,32 2,51 2,6 2,705

Congressos/Convenções 2,59 2,2 3,33 2,4 2,63

Outros 7,73 8,64 6,64 10 8,25

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Page 178: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

De acordo com informações da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento

Econômico (SECTUR) o fluxo turístico na cidade de Balneário Camboriú é calculado

através do índice da produção de lixo domiciliar, baseando este índice no valor de

0,750 gramas por pessoa e uma população residente de 120.926 mil habitantes

(estimativa do IBGE de 2013). Assim, o mês de janeiro de 2012 e 2013 foi o mês em

que o fluxo de turista foi maior e o mês de julho de 2012 e junho de 2013, os meses

com menor fluxo de turistas em Balneário Camboriú, detalhado na Tabela 19. No

mês de janeiro de 2014 o fluxo de turista foi da ordem de 70.961

Tabela 19: Fluxo de turistas com base na produção de lixo domiciliar para 2012 e 2013 em Balneário Camboriú

MÊS Turista/mês 2012 (0,7gr)

Turista/mês 2013(0,7gr)

Janeiro 742.692 742.694 Fevereiro 521.278 553.099 Março 343.424 359.933 Abril 278.139 328.021 Maio 224.878 245.997 Junho 223.079 224.383 Julho 219.889 270.202 Agosto 244.989 243.684 Setembro 244.411 252.600 Outubro 299.653 313.737 Novembro 296.577 373.750 Dezembro 579.501 599.188 TOTAL 4.218.510 4.507.288

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

4.4.3.1 Caracterização do turista

Em pesquisa realizada pela SANTUR em fevereiro de 2014, dos turistas

pesquisados: 29,41% eram do Rio Grande do Sul; 29,20% de Santa Catarina;

28,36% do Paraná; 7,35% de São Paulo e 1,68% do Distrito Federal.

Dos turistas que visitaram Balneário Camboriú, no período de 2010-2013: 78,45%

eram turistas nacionais; 16,04% de argentinos; 2,17% de paraguaios; 1,39% de

uruguaios e 1,28% de chilenos, conforme pode ser observado na Tabela 20

(SECTUR, 2014).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 20: Movimentação turística em Balneário Camboriú de 2010-2013 Origem do Turista 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Brasil 79,55 78,76 76,52 79 78,45

Argentina 14,65 15,45 18,49 15,6 16,04

Paraguaia 2,66 2,3 1,75 2 2,17

Chile 1,38 1,75 1,09 0,9 1,28

Uruguai 1,14 1,22 1,44 1,79 1,39 Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Dos turistas que chegaram no período 2010-2012 a Balneário Camboriú: 85,83%

procuraram o turismo de sol e praia, caracterizado por atividades turísticas

relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, devido a

presença de água, sol e calor; 8,52% os passeios; 3,68% compras e 1,95% diversão

noturna, como pode ser observado na Tabela 21.

Tabela 21: Tipo de lazer preferido do turista Destino 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Praia 84,07 85,86 87,58 NI 85,83

Passeios 9,32 8,44 7,82 NI 8,52

Compras 4,69 3,62 2,73 NI 3,68

Diversão noturna 1,91 2,08 1,87 NI 1,95

Fonte: SECTUR, 2014

Todos os atrativos da cidade formam uma importante cadeia de produtos turísticos

que contribuem para o retorno dos turistas a Balneário Camboriú. Na Tabela 18,

pode-se perceber que mais de 50% dos entrevistados já visitaram a cidade mais de

10 vezes, comprovando sua satisfação quanto ao produto Balneário Camboriú.

Tabela 22: Quantas vezes visitou Balneário Camboriú Quantidade de Visitas à Balneário Camboriú 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média %

1 vez 16,04 13,91 14,31 15,07 14,83

2 a 5 vezes 15,22 14,94 18,08 18,29 16,63

6 a 10 vezes 15,07 16,69 17,86 18,64 17,06

Mais de 10 vezes 53,68 54,46 49,75 47,00 51,22

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014. Dos turistas, 14,22% permaneceram na cidade cerca de quatro dias; 36,06% de

quatro a seis dias; 33,62% de 7 a 14 dias; e 16,02% mais de dez dias, conforme

pesquisa da SETUR no período de 2010-2013 (Tabela 23).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 23: Tempo de permanência dos turistas Tempo de permanência 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Menos de 4 dias 13,42 14,79 13,38 15,3 14,22

De 4 a 6 dias 33,40 34,01 35,55 41,30 36,06

De 7 a 10 dias 36,00 34,57 35,12 28,80 33,62

Mais de 10 dias 17,16 16,59 15,95 14,40 16,02

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Com relação a qualidade dos atrativos naturais que a cidade possui, mais de 50%

dos turistas os descreveram como “Bom” (Tabela 24).

Tabela 24: Qualidade dos atrativos naturais Qualidade dos atrativos 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Ótimo 51,73 50,11 36,08 25 40,73

Bom 44,6 47,74 61,07 62 53,8525

Regular 2,87 1 1,4 1 1,5675

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Outra característica importante para o turismo é o quão acolhedor é o morador da

cidade, pois este item pode influenciar no retorno ou não deste turista, e Balneário

Camboriú corresponde às expectativas, com 60% dos turistas afirmando que a

hospitalidade do povo é “Boa” (Tabela 25).

Tabela 25: Acolhimento ao turista Acolhimento ao turista 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Ótimo 57,82 21,04 23 25 31,715

Bom 29,73 72,61 72 66 60,085

Regular 6,96 5 3 4 4,74

Não opinou 5,23 1 1,42 3 2,6625

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Outra forma de analisar a cidade como um produto turístico é pela satisfação com

relação a infraestrutura oferecida pela mesma. Mais de 50% afirmaram que os

bares/restaurantes são “bons”; 50% dos entrevistados afirmaram que o comércio e o

setor de compras são “bons”; e mais de 70% afirmaram que a limpeza da cidade é

boa, dados que podem ser comprovados pela

Tabela 26 a Tabela 28.

180

Page 181: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 26: Qualidade da infraestrutura oferecida em bares e restaurantes

Qualidade da infraestrutura

oferecida em bares e restaurantes

2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Ótimo 30,06 32,59 35 34,5 33,03

Bom 54,08 53 50,79 50,9 52,19

Não utilizou 10,73 9,63 9 9 9,59

Não opinou 0,64 0,33 0,44 1 0,60

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014

Tabela 27: Comércio e compras Comércio e compras 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Ótimo 30,38 34,29 37,73 34,8 34,3

Bom 50,34 52,22 53,7 47,5 50,94

Não utilizou 8,49 4,23 3 6 5,43

Não opinou 7,72 4,23 3 3 4,48

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Tabela 28: Limpeza pública Qualidade da Limpeza Pública 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Bom 70 75,93 76 73 73,73

Ótimo 22,72 17,83 20 22 20,63

Regular 4,43 3,74 2 1,8 2,99

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Um item que chama a atenção é o fato de que mais de 85% dos entrevistados não

utilizaram as diversões noturnas e apenas 3,65% consideraram “ótimo” (Tabela 29).

Tabela 29: Diversões noturnas Qualidade do item diversões noturnas 2010 (%) 2011 (%) 2012 (%) 2013 (%) Média (%)

Não utilizou 82,47 86,78 90,25 88 86,87

Ótimo 4,61 3,19 2,8 4 3,65

Bom 10,05 8,8 6,13 8 8,24

Fonte: Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, 2014.

Balneário Camboriú conta, hoje, com 98 meios de hospedagem com

aproximadamente 15 mil leitos; com 83 Bares/Cervejarias cadastradas, e que se

181

Page 182: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

concentram em sua grande maioria no Bairro Centro ou próximo, na Avenida

Atlântica e Brasil; com 09 Casas noturnas/danceterias; com 48 Agências de Turismo

e Viagens; com aproximadamente 250 restaurantes/pizzarias/galeterias/gril/fastfood/

cafés, de acordo com Relatório realizado pela Secretaria Estadual da Fazenda no

ano de 2012 (Mapa Acomodações).

A maioria dos estabelecimentos que engloba o setor da gastronomia encontra-se na

Avenida Atlântica, o que a evidência como um grande atrativo turístico para a

cidade. Com relação a este adensamento de comércio e serviços na Avenida

Atlântica e Brasil, há estudos que indicam que estes são os eixos mais integrados da

cidade e com o maior fluxo, o que reforça o seu potencial de co-presença (SKALEE,

2013).

De acordo com informações do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro,

Bares e Restaurantes e Similares de Balneário Camboriú (SECHOBAR), as

atividades relacionadas ao turismo ocupam 8.000 pessoas. No comércio varejista há

um total de 12.500 empregados com carteira assinada, conforme informações do

SINCOMÉRCIO e Câmara de Dirigentes Logística de Balneário Camboriú (2014).

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Page 183: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

183

Page 184: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

4.4.4 Produtos Turísticos

Sendo o mar seu maior atrativo natural, Balneário Camboriú possui nove praias:

Central, Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras, do Pinho, Estaleiro, Estaleirinho, do

Canto e do Buraco, e possui também, a Ilha das Cabras, aonde acontece a queima

de fogos de artifício na noite do réveillon e o Morro do Careca, aonde se pode

praticar esportes radicais como voos de parapentes e asa-delta, rapel e escalada,

como elementos importantes para o turismo da cidade.

Outro produto turístico natural da cidade é o Parque Unipraias, inaugurado em 1999,

aonde é possível praticar diversas atividades ligadas ao ecoturismo, como o

arvorismo, tirolesas, trenós de montanha, entre outras.

De acordo com a Santa Catarina Turismo S/A (SANTUR), em Balneário Camboriú é

possível encontrar os seguintes produtos turísticos:

- Ecoturismo e Esportes de Aventura: Trekking, Canyoning, Rapel, Cascading e

Tirolesa: Toca do Urso, Parque Natural Municipal Raimundo Malta, Parque de

Aventuras Unipraias; Arvorismo: Parque de Aventuras Unipraias; Surf: Praias

Central, dos Amores, do Estaleiro e Côco; Voo Livre, Paraquedismo e Planador:

Morro do Careca, Praia do Atalaia; Windsurf, Kitesurf, Vela e outros Esportes

Náuticos;

- Compras: Artesanato: Feira de Artesanato/Praça da Cultura, Praça da Bíblia.

- Eventos: Festas Nacionais: Réveillon, Carnamboriú, Brilhos de Natal, Coelhinho na

Praia; Espaços pra realização de Eventos: Centro de Eventos Itália, Infinity Blue

Resort &Spa, Sibara Flat Hotel & Convenções.

- História e Cultura: Patrimônio Histórico Açoriano: Bairro da Barra; Bairros Históricos

e Localidades Típicas: Bairro da Barra; Museus, Casas de Cultura, Memoriais e

Monumentos: Arquivo Histórico Municipal; Igrejas: Igreja de Santo Amaro, Igreja

Matriz Santa Inês; Espaços Culturais, Galerias, Salas de Teatro e Cinemas: Galeria

de Arte; Teatro Municipal Bruno Nitz.

- Gastronomia Açoriana.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

- Praia e Natureza: praias e passeios de barco

- Lazer e Entretenimento: Parque Unipraias, Zoológico do Parque Cyro Gevaerd

(Parque da Santur); Parques Aquáticos e Pesque-Pagues: Parque aquático

Acqualândia; Cristo Luz; Passeio de bondinho, Rodovia Interpraias, Molhe da Barra

Sul, Kart Indoor Barra Sul.

- Lazer noturno: boates e danceterias, casas de shows, bares e restaurantes.

Balneário Camboriú quer estabelecer-se como um Centro de Eventos e para isso já

inseriu no calendário turístico municipal o Festival Balneário Saboroso como um

atrativo extra para o turismo, realizado no mês de julho.

De 2012 para 2013 foi registrado um aumento de 20% no número de turistas que

participaram deste evento. Em 2013, 26,6% dos participantes entrevistados no

Festival eram turistas ou visitantes e 73,8% moradores locais. Para 2014, o

Convention & Visitors Bureau que organizou o evento informou que, houve um

aumento de 39,90% na venda dos ingressos, em relação ao ano anterior.

O município tem potencial para ser gerador de fluxo de turismo gastronômico. É

uma forma de quebrar a sazonalidade, avaliam os organizadores. Uma oportunidade

de incrementar o movimento turístico no mês de julho, especialmente na segunda

quinzena.

O município está investindo na construção do Centro de Eventos cuja obra terá um

total de 37 mil m² divididos em três pavilhões e uma área exclusiva para eventos,

com previsão de conclusão em 2015.

O Centro de Eventos será multiuso, recebendo shows, feiras, exposições,

congressos, convenções e eventos em geral, com capacidade para 25 mil pessoas.

Balneário Camboriú é um dos 10 municípios beneficiados com investimentos

provenientes do PAC- Turismo, que prevê investimentos federais para

desenvolvimento do setor.

185

Page 186: índíces balneario camboriu

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4.4.5 Rendimento nominal mensal por domicílio permanente

Em conformidade com dados dos Indicadores Sociais Municipais do IBGE (2010)

dos 39.265 domicílios existentes em Balneário Camboriú: 0,18% apresentavam

rendimento nominal mensal de até ½; 2,82% de mais de ½ a 1 salário mínimo;

10,30% mais de 1 a 2 salários mínimos; 36,12% mais de 2 até 5 salários mínimos;

28,67% mais de 5 até 10 salários 19,44% acima de 10 salários mínimos. Dos

domicílios, 2,47% não apresentavam rendimento (IBGE, 2010) conforme Figura 106.

Figura 106: Rendimento nominal mensal por domicílios permanentes – 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais - IBGE, 2010, Elaborado por Iguatemi, 2014.

Cabe considerar que o bairro Praia dos Amores, bairro Dos Estados, Região das

Praias e Várzea do Ranchinho não apresentaram domicílios com rendimento

nominal menor que ½ salários mínimos. Os bairros que apresentaram maior

percentual de domicílios com rendimento entre ½ até 2 salários mínimos foram: São

Judas Tadeu com 26, 24%; Dos Municípios com 23,92%; Nova Esperança com

20,97%; Vila Real com 18,78%; Das Nações com 17,30% e Várzea do Ranchinho

com 16,67%. Já, os que apresentaram os maiores percentuais relativos aos

domicílios com rendimentos acima de 10 salários mínimos foram: Praia dos Amores;

Centro; Dos Pioneiros; Ariribá e Dos Estados, conforme detalhamento na Tabela 30.

0,18 2,82

10,3

36,12 28,67

19,44

Até 1/2 SM

Mais de 1/2 a 1 SM

Mais de 1 a 2 SM

Mais de 2 a 5 SM

Mais de 5 a 10 SM

Mais de 10 SM

186

Page 187: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 30: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar em Balneário Camboriú -2010

Bairro

Classes de rendimento nominal mensal domiciliar em domicílios particulares permanentes

Total Até 1/2

SM %

Mais de 1/2 a 1 SM

% Mais de 1 a 2 SM

% Mais de 2 a 5 SM

% Mais de 5 a 10 SM

% Mais de 10 SM

% Sem

rendimento %

Da Praia dos Amores 389 0 0,00% 4 1,03% 18 4,63% 100 25,71% 115 29,56% 146 37,53% 6 1,54% Dos Pioneiros 1.477 3 0,20% 39 2,64% 116 7,85% 422 28,57% 436 29,52% 417 28,23% 44 2,98% Ariribá 999 1 0,10% 25 2,50% 108 10,81% 389 38,94% 284 28,43% 176 17,62% 16 1,60% Das Nações 5.755 7 0,12% 186 3,23% 803 13,95% 2.654 46,12% 1.556 27,04% 493 8,57% 56 0,97% Várzea do Ranchinho 24 0 0,00% 1 4,17% 3 12,50% 13 54,17% 5 20,83% 2 8,33% 0 0,00% Dos Estados 540 0 0,00% 15 2,78% 80 14,81% 202 37,41% 152 28,15% 82 15,19% 9 1,67% Dos Municípios 3.239 6 0,19% 167 5,16% 569 17,57% 1.600 49,40% 727 22,45% 123 3,80% 47 1,45% Vila Real 2.300 6 0,26% 107 4,65% 319 13,87% 1.068 46,43% 604 26,26% 159 6,91% 37 1,61% Jardim Iate Clube 619 1 0,16% 23 3,72% 72 11,63% 295 47,66% 176 28,43% 41 6,62% 11 1,78% Nova Esperança 1.497 10 0,67% 71 4,74% 233 15,56% 694 46,36% 383 25,58% 80 5,34% 26 1,74% São Judas Tadeu 218 1 0,46% 19 8,72% 35 16,06% 98 44,95% 54 24,77% 11 5,05% 0 0,00% Da Barra 1.968 5 0,25% 74 3,76% 284 14,43% 943 47,92% 506 25,71% 124 6,30% 32 1,63% Região das Praias 525 0 0,00% 21 4,00% 62 11,81% 251 47,81% 118 22,48% 64 12,19% 9 1,71% Centro 19.715 29 0,15% 354 1,80% 1.344 6,82% 5.452 27,65% 6.142 31,15% 5.716 28,99% 678 3,44% Total 39.265 0,18% 2,82% 10,30% 36,12% 28,67% 19,44% 2,47%

Fonte: Indicadores Sociais Municipais, IBGE, 2010.

187

Page 188: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

É importante observar que dos 389 domicílios situados na Praia dos Amores,

25,71% apresentavam rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários

mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da

classe média baixa e 29,56% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00

a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 37,53%, acima de 10 salários

mínimos, classe média alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser

observado na Figura 107.

Figura 107: Rendimento nominal mensal por domicílio na Praia dos Amores - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 1.477 domicílios situados no bairro Dos Pioneiros, 28,71% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

29,52% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 28,23%, acima de 10 salários mínimos, classe média

alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura

108.

188

Page 189: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 108: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Dos Pioneiros - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

É importante observar que dos 19.715 domicílios situados no Centro 27,65% dos

domicílios apresentavam rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários

mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da

classe média baixa e 31,15% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00

a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 28,99%, acima de 10 salários

mínimos, classe média alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser

observado na Figura 109.

Figura 109: Rendimento nominal mensal por domicíilio no Centro - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

189

Page 190: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Dos 999 domicílios situados no bairro Ariribá, 38,94% apresentavam rendimento

nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$

3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e 28,43% de mais

de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que constituíam a classe

média e 17,62% com rendimento acima de 10 salários mínimos, configurando

domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode

ser observado na Figura 110.

Figura 110: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Ariribá - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 5.755 domicílios situados no bairro das Nações, 46,12% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

27,04% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 8,57% com rendimento acima de 10 salários mínimos,

configurando domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do

DIEESE, como pode ser observado na Figura 111.

190

Page 191: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 111: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro das Nações - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 540 domicílios situados no bairro Dos Estados, 37,41% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

28,15% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 15,19% com rendimento acima de 10 salários mínimos,

configurando domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do

DIEESE, como pode ser observado na Figura 112.

Figura 112: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro dos Estados - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

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Page 192: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Dos 5.755 domicílios situados no bairro dos Municípios, 22,92% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 49,40% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

22,45% de mais de 5 até 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 3,80% com rendimento acima de 10 salários mínimos,

configurando domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do

DIEESE, como pode ser observado na Figura 113.

Figura 113: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Dos Municípios - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 2.300 domicílios situados no bairro Vila Real, 18,78% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 46,43% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

26,26% de mais de 5 a 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 6,91% com rendimento acima de 10 salários mínimos,

configurando domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do

DIEESE, como pode ser observado na Figura 114.

192

Page 193: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 114: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Vila Real - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 619 domicílios situados no bairro Jardim Iate Clube, 25,51% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 47,66% apresentavam

rendimento nominal mensal de mais de 2 até 5 salários mínimos, ou seja, de R$

1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de renda da classe média baixa e

28,43% de mais de 5 a 10 salários, ou seja, de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que

constituíam a classe média e 6,62% com rendimento acima de 10 salários mínimos,

configurando domicílios de classe média alta e alta, segundo classificação do

DIEESE, como pode ser observado na Figura 115.

Figura 115: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro Jardim Iate Clube - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

193

Page 194: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Dos 1.497 domicílios situados no bairro Nova Esperança, 20,97% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 46,36% de mais de 2

até 5 salários mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um

perfil de renda da classe média baixa e 25,58% de mais de 5 a 10 salários, ou seja,

de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 5,34% com

rendimento acima de 10 salários mínimos, configurando domicílios de classe média

alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura

116.

Figura 116: Rendimento nominal mensal por domicíilio no bairro Nova Esperança - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 218 domicílios situados no bairro São Judas Tadeu, 25,24% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 44,95% de mais de 2

até 5 salários mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um

perfil de renda da classe média baixa e 24,77% de mais de 5 a 10 salários, ou seja,

de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 5,05% com

rendimento acima de 10 salários mínimos, configurando domicílios de classe média

alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura

117.

194

Page 195: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 117: Rendimento nominal mensal por domicílio no bairro São Judas Tadeu - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 1.968 domicílios situados no Bairro da Barra, 18,44% apresentavam

rendimento nominal mensal de ½ a 2 salários mínimos, ou seja, de R$ 384,00 a R$

1.536,00, identificando uma estrutura social de baixa renda; 47,92% de mais de 2

até 5 salários mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um

perfil de renda da classe média baixa e 25,71% de mais de 5 a 10 salários, ou seja,

de R$ 3.841,00 a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 6,30% com

rendimento acima de 10 salários mínimos, configurando domicílios de classe média

alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura

118.

Figura 118: Rendimento nominal mensal por domicilio no bairro da Barra - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 525 domicílios situados na Região das Praias, 47,81% de mais de 2 até 5

salários mínimos, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00, configurando um perfil de

renda da classe média baixa e 22,48% de mais de 5 a 10 salários, ou seja, de R$

195

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

3.841,00 a R$7.680,00, que constituíam a classe média e 12,19% com rendimento

acima de 10 salários mínimos, configurando domicílios de classe média alta e alta,

segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura 119.

Figura 119: Rendimento nominal mensal por domicilio na Região das Praias - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

Dos 24 domicílios situados na Várzea do Ranchinho, 16,50% mais de ½ até 2

salários mínimos, ou seja, de R$ 385 a R$ 1.536,00, configurando um perfil de baixa

renda e 54,17% de mais de 2 a 5 salários, ou seja, de R$ 1.537,00 a R$ 3.840,00,

que constituíam a classe média baixa e 20,83% com rendimento de mais de 5 a 10

salários mínimos, configurando domicílios de classe média e 29,83% com

rendimento acima de 10 salários mínimos, configurando domicílios de classe média

alta e alta, segundo classificação do DIEESE, como pode ser observado na Figura

120.

196

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 120: Rendimento nominal mensal por domicilio na Várzea do Ranchinho - 2010 Fonte: Indicadores Sociais Municipais – IBGE, 2010.

197

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5 INFRAESTRUTURA URBANA E SOCIAL

5.1 MOBILIDADE URBANA

Segundo definição do Ministério das Cidades, a mobilidade urbana sustentável é

“resultado de um conjunto de políticas de transporte e circulação que visa

proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, através da

priorização dos modos não-motorizados e coletivos de transporte, de forma efetiva,

que não gere segregações espaciais, socialmente inclusiva e ecologicamente

sustentável. ou seja: baseado nas pessoas e não nos veículos.” (BRASIL, 2008)

É, portanto, deste ponto de partida conceitual, isto é, da mobilidade que queremos –

sustentável conforme definição acima – que deve ser investigada a atual situação do

sistema de vias e dos modos de transporte disponíveis no município, bem como da

sua compatibilização e integração diante da demanda local e regional.

5.1.1 Sistema viário

O sistema de vias de Balneário Camboriú e as atuais restrições de integração e

circulação resulta do processo histórico de parcelamento e das intervenções que

privilegiaram, a partir dos anos 60, a Avenida Atlântica e Avenida Brasil, como

principais eixos de deslocamento ao longo da orla (Mapa de Vias e acesso).

Em período anterior, segundo Fernandez (2002), já existiam alguns dos eixos

originais que estruturam o sistema viário do município e permanecem como vias

essenciais no sistema viário: a Avenida do Estado – que ligava Camboriú a Itajaí – e

a primeira ligação consolidada entre esta e a praia central – atual Avenida Central.

Somente a partir de 1969 (projeto de 1968) foram implantadas a Terceira e Quarta

Avenidas, além da inauguração da BR-101.

A malha restante foi consolidada no interior dos vários parcelamentos realizados a

partir da orla, com vias estreitas executadas com dimensões mínimas de acesso aos

lotes comercializados.

198

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

O resultado atual – embora existam recentes intervenções do poder público local

que buscaram maior fluidez do trânsito e integração deste tecido histórico – é uma

malha saturada para mobilidade dos veículos automotores. (Mapa do sistema viário

atual).

Ainda existe um conjunto de ações e projetos previstos para estruturar a malha

viária que deve a curto prazo ampliar opções para automóvel (Mapa das diretrizes

viárias). Entretanto, se considerada a atual concentração populacional e ampliação

da demanda por vias em meses de veraneio, é evidente que todo investimento

realizado no sistema para atender o automóvel como principal modal, deve no futuro

se mostrar ineficaz e contrariar os princípios de uma “mobilidade urbana

sustentável”.

O mapa do sistema viário atual e diretrizes viárias demonstra o esforço dos técnicos

locais para manter um ritmo de investimentos e estruturação da malha municipal.

São diretrizes que orientam a elaboração de projetos executivos e captação de

recursos.

Atualmente, o principal acesso ao município é rodoviário, mas é válido destacar que

Balneário Camboriú está inserido numa importante região catarinense multimodal

que inclui o Aeroporto Internacional de Navegantes e de Florianópolis e os Portos de

Itajaí e Navegantes que configuram uma das mais importantes malhas logísticas do

país.

Além deste conjunto de modais na região, o município também conta com

ancoradouros na Barra do rio Camboriú que permitem o acesso de pequenas

embarcações junto a malha urbana.

O principal acesso rodoviário ao município de Balneário Camboriú, compartilhado

com o município vizinho Camboriú, é a rodovia federal BR-101. Ao longo da malha

viária municipal esta Rodovia é atravessada por cinco trincheiras distribuídas ao

longo dos 5,0 km de extensão sobre a área urbana do município.

No interior da malha municipal, a Avenida do Estado cumpre papel de ligação

intermunicipal, conectando Itajaí e Balneário Camboriú, com um perfil de ocupação

predominantemente comercial e de serviços de grande porte, limitando sua

capacidade e fluidez em determinados períodos.

199

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Junto com a Avenida do Estado, um conjunto limitado de eixos cumpre função

arterial, pois as vias locais, resultados do parcelamento de baixíssima densidade no

início da ocupação, foram consolidadas e permaneceram com faixas de domínio

estreita. Este conjunto é formado essencialmente por vias de sentido norte-sul,

paralelas a beira-mar. O sentido leste-oeste apresenta vias extremamente limitadas.

No conjunto de vias estruturantes e com maior capacidade destacam-se a:

- Rodovia Federal BR-101, utilizada muitas vezes como eixo de ligação entre

bairros, em conflito com sua principal função de conexão regional, estadual e

nacional;

- Avenida do Estado, via de ligação entre Balneário e Itajaí, que também permite

acesso a outros pontos da BR-101. Por apresentar uma característica de

estruturação viária municipal, apresenta conexão com as demais vias importantes do

município.

- Avenida Santos Dumont (3ª Avenida);

- Avenida Frei Edmundo Piechozeh (4ª Avenida);

- Avenida Central, primeira via de ligação do interior à orla;

- Avenida Atlântica, a via beira mar do município;

- Avenida Brasil, que constitui o binário com a Avenida Atlântica;

- Avenida Athaualpa G. Mascarenhas Passos (5ª Avenida);

- Avenida Rui Barbosa, implantada como importante alternativa de acesso à Praia

dos Amores e Praia Brava.

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5.1.2 Transporte coletivo municipal

No município de Balneário Camboriú o transporte coletivo urbano é realizado pela

empresa Expressul – Londpart S/A Transportes Urbanos. A empresa possui dois

tipos de veículo: ônibus convencional e o bondindinho – carro de turismo que lembra

uma jardineira (Figura 121 e Mapa do transporte coletivo).

Figura 121: Bondindinho em Balneário Camboriú Fonte: https://www.google.com.br/search?q=bondindinho+de+Balneario+Camboriu

De acordo com a empresa responsável, o serviço convencional atende em média

134.944 passageiros/mês fora da temporada e na temporada de verão 186.200

passageiros/mês.

Possui uma frota de 24 carros e 10 de apoio, funcionando nos horários das 06h00 à

meia-noite fora de temporada e das 06h00 às 02h00 da manhã na temporada.

Oferece 13 linhas / itinerário (ver Mapa Transporte coletivo), sua periodicidade das

linhas a cada uma hora, no valor de R$ 2,35. As linhas regulares são operadas com

ônibus e micro-ônibus, sendo que as mais importantes fazem ligação entre a

Rodoviária e o centro.

Entre as ações em curso, existe a intenção de integrar o transporte coletivo de

Balneário Camboriú com a Empresa Praiana de Itajaí com tarifa única, projeto em

estudo. O bondindinho atende 69.609 passageiros/mês e na temporada de verão

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217.400 passageiros/mês, um acréscimo de acima de 300% no período de 26 de

dezembro até a primeira segunda-feira após a quarta-feira de cinzas.

Conta com uma frota de 7 bondes das 06:00 à meia noite fora de temporada e 10

bondes por 24 horas na temporada de verão. O seu percurso é circular no sentido

sul-norte pela Avenida Atlântica e retornando pela Avenida Brasil, sua periodicidade

é de 15 em 15 minutos e sua passagem tem um custo de R$ 3,75.

É importante salientar que este sistema de transporte não possui parada obrigatória,

e sim, de acordo com a necessidade do passageiro. De acordo com a Empresa o

bondidinho retira em torno de 2000 carros de circulação por dia na temporada e 500

fora de temporada, pois o município sofre pela falta de planejamento no transporte

público e sua prioridade em detrimento da circulação de pedestres e carros.

A execução das faixas de pedestres erguidas ao nível das calçadas aumentou o

custo da manutenção dos ônibus, por possuírem lombadas muito próximas. Ainda

segundo os responsáveis pela empresa de transporte coletivo, é perceptível o

declínio do uso do transporte coletivo. Por outro lado, existem avanços na

qualificação das vias para atender os modos não motorizados e a segurança do

trânsito para pedestres. Neste sentido é válido destacar o investimento realizado em

faixas elevadas para pedestres e a contínua valorização e manutenção das avenidas

estruturantes.

Em relação as questões operacionais do sistema, segundo estudos contratados pela

prefeitura municipal, os índices ou coeficientes operacionais das linhas

convencionais como passageiros/km, passageiros/viagem e passageiro/ônibus são

baixos e, ao longo prazo, afetam a qualidade de todo sistema e capacidade de

investimentos públicos e privados no setor.

Alguns dos componentes avaliados pela Prefeitura Municipal indicam, de forma

geral, itinerários inadequados, uma baixa produtividade e alguns veículos

inadequados diante da demanda. Por outro lado, a frequência e regularidade foram

considerados aspectos positivos. Esta avaliação prévia indica a urgência de um

Plano Específico de Mobilidade que possa dar conta dos aspectos operacionais e

demais componentes avaliados, conteúdo que não caberia no presente processo e

num projeto de lei do Plano Diretor.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Com as informações disponibilizadas é possível concluir que o sistema de transporte

coletivo em Balneário Camboriú é subutilizado. Isto significa que um percentual

muito pequeno da população atual é transportado em linhas regulares.

Por um lado existem fatores negativos que explicam esta condição, com

aproximadamente 5% de usuários do sistema, índice muito abaixo de cidades com

população entre 100.000 e 150.000 habitantes, seria a extensão exagerada e

itinerários confusos, que ampliam o tempo entre origem e destino desejado dos

passageiros.

O elevado índice de motorização individual, com a ampliação do número de motos e

carros mais baratos, fenômeno nacional que impactou consideravelmente o trânsito

e transferiu usuários do transporte coletivo que buscavam maior comodidade e

qualidade nos deslocamentos para uma solução individualizada.

Por outro lado, as pequenas distâncias entre moradia e trabalho, e a declividade

favorável para caminhadas e para um sistema cicloviário, são aspectos

extremamente positivos e favorecem a ampliação do uso de modais menos

impactantes e mais saudáveis para moradores e para cidade.

Portanto, um plano de mobilidade deve potencializar estes fatores positivos, em

especial no processo de qualificação do sistema cicloviário, ainda que deve corrigir

os componentes negativos do sistema de transporte coletivo, principalmente para

qualificar a parte que responde pelo movimento pendular entre Balneário Camboriú

e municípios da região.

O sistema cicloviário contempla alguns eixos importantes, como a Terceira e Quarta

Avenida, mas requer um volume significativo de investimentos para integrar a malha

municipal como principal modo de deslocamento não motorizado.

Segundo representantes do Conselho da Cidade que reivindicam a ampliação e

qualificação do sistema cicloviário, além de novas obras, são necessários ajustes

nas ciclovias implantadas e uma melhor compatibilização e sinalização em relação

aos demais modais. O mapa da rede cicloviária contempla o sistema atual e

diretrizes para estruturar a malha cicloviária mínima para a eficiência e integração

deste modal.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.2 SANEAMENTO AMBIENTAL

O saneamento básico é o conjunto dos serviços e instalações de abastecimento de

água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,

drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. As ações de saneamento são

consideradas preventivas para a saúde, quando garantem a qualidade da água de

abastecimento, a coleta, o tratamento e a disposição adequada de dejetos humanos

e resíduos sólidos. Elas também são necessárias para prevenir a poluição dos

corpos hídricos e a ocorrência de enchentes e inundações. O saneamento é vital

para a saúde, pois acentua o desenvolvimento social tornando-se um bom

investimento econômico, determinando a melhoria da qualidade ambiental, uma vez

que é direito de todos os cidadãos (ONU, 2008).

As políticas e programas relacionados ao saneamento ambiental são coordenados

pela Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (EMASA),

abrangem um conjunto de 4 componentes:

a) o abastecimento de água potável que compreende a infraestrutura geral e

instalações de abastecimento público desde a captação até as ligações

prediais e seu monitoramento;

b) o esgotamento sanitário por meio da infraestrutura e instalações

operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final, desde as

ligações prediais;

c) a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos por meio dos serviços,

de infraestrutura e instalações operacionais (coleta, transporte, transbordo,

tratamento e destino dos resíduos, da varrição e a limpeza dos espaços

públicos);

d) a drenagem urbana corresponde as atividades de manejo, de

infraestrutura e instalações operacionais (condução ou retenção de águas

pluviais para controle vazões e cheias, tratamento e disposição final das

águas drenadas).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Segundo diagnóstico elaborado em 2012, para o Plano Municipal de Saneamento

Básico de Balneário Camboriú, 99,88% das famílias tem seus resíduos coletados

pela administração pública e o percentual restante (0,12%) queima ou enterra.

A Empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda. detém a concessão do

serviço e executa a limpeza urbana municipal, que contempla:

- Coleta domiciliar;

- Coleta seletiva;

- Coleta dos resíduos dos serviços de saúde;

- Implantação e operação de aterro sanitário;

- Implantação e operação de autoclave;

- Varrição;

- Serviços gerais de limpeza, incluindo a capinação mecanizada e limpeza de praias.

O documento informa que 94,0%, do total de 11.884 famílias cadastradas, são

atendidas pela rede pública de abastecimento de água e 6% por poços ou

nascentes. Em relação ao tratamento de água, do total de famílias cadastradas, 19%

utilizam sistema de filtragem; 0,95% cloração; 0,77% fervura e 79,25% utilizam a

água sem nenhum tratamento.

Em relação a coleta e tratamento de esgoto, 53,14% das famílias têm fossas

sépticas; 39,59% estão ligadas ao sistema de esgoto e 7,27% lançam diretamente

nos cursos d’água existentes.

A Fundação Camboriuense de Gestão e Desenvolvimento Sustentável (FUCAM),

Secretaria de Saúde e de Saneamento, juntamente com a Empresa Fral Consultoria,

são responsáveis pela elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos. O estudo está sendo realizado em parceria com a Associação dos

Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), e nele será apresentado planejamento de

ações, metas e análises de cenários futuros referentes à destinação de resíduos

sólidos no município.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

A seguir será apresentado um diagnóstico da infraestrutura de saneamento existente

no município de Balneário Camboriú com base no Plano Municipal de Saneamento

Básico de Balneário Camboriú (SOTEPA, 2012).

5.2.1 Abastecimento de água potável

O Sistema de Abastecimento de Água que atende o núcleo urbano do município de

Balneário Camboriú é administrado e operado pela Empresa Municipal de Água e

Saneamento (EMASA).

O rio Camboriú, com aproximadamente 40 quilômetros de extensão e 199,80 km² é

o manancial utilizado para a captação superficial. Esta bacia é formada pelas sub-

bacias dos rios dos Macacos, Pequeno, Canoas, Peroba, Canhanduba e Cedro. De

acordo com a Portaria nº024/079 do Gabinete de Planejamento e Coordenação

Geral (GAPLAN) o rio Camboriú está enquadrado, desde suas nascentes até o

ponto de captação, como Classe 2, ou seja, são toleráveis apenas lançamentos de

efluentes tratados.

O ponto de captação da água localiza-se na cidade de Camboriú, distante,

aproximadamente, 4 km da Estação de Tratamento de Água (ETA). O Sistema de

Captação está situado na rua Estrada Geral João da Costa nº 1.001, no bairro Rio

do Meio. É composto por uma Barragem de Nível (evita a ingressão salina na maré

alta) e dois Canais de Entrada de Água Bruta, e por Tomadas de Água, Caixa de

Areia, Gradeamentos, Reservatório de Sucção e Estação de Recalque de Água

Bruta (ERAB). A vazão captada é de 700 L/s em baixa temporada, podendo chegar

a 900 L/s no período de alta temporada. Neste local, existem cinco bombas (250 CV

cada) responsáveis pelo recalque da água bruta até a ETA. A captação opera 24

horas por dia com quatro turnos de seis horas. Também possui uma Subestação de

Alta Tensão com 4 transformadores de 300 kVA.

Por se tratar de uma etapa fundamental no abastecimento de água da cidade, o

Sistema de Captação e de Recalque está equipado com grupos geradores de

energia, que são acionados sempre que houver necessidade.

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Page 212: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Dados operacionais informam que a altura manométrica a ser vencida na adução é

de 28 metros de coluna de água (m.c.a). A vazão captada normalmente, em baixa

temporada, é de 700 L/s e em alta temporada pode-se atingir 900 a 930 L/s, sendo

que a capacidade máxima de bombeamento no sistema é de 1.500 L/s.

A adução de água bruta é desempenhada por bombeamento através de duas

adutoras de Ferro Fundido Dúctil, sendo uma com diâmetro de 400 mm e outra de

600 mm, que saem da Estação de Recalque de Água Bruta (ERAB) e vão até a ETA

por aproximadamente 3.000 metros, completamente enterradas. A EMASA está em

fase de elaboração de projeto de complementação do serviço de adução visando

implantar uma nova adutora de 800 mm de diâmetro e aproximadamente 1.400

metros de extensão. Atualmente, são aduzidos aproximadamente 800 L/s, porém,

existem perdas de carga no sistema. Com essa nova adutora a capacidade de

adução passará para 1.000 L/s com segurança no sistema.

A Estação de Tratamento de Água (ETA) está localizada às margens da Rodovia

BR- 101, na Avenida Marginal Leste, nº 3.350, km 132, no bairro Dos Estados, em

uma cota média de 7 metros (Mapa Saneamento). É composta por um conjunto de

três floculadores, três decantadores e seis filtros, além de um Reservatório de

Contato. Atualmente, tem capacidade para tratar 1.000 L/s, sendo que já se

pretende ampliar a capacidade de tratamento para 1.200 L/s.

Todos os procedimentos de operação da ETA são terceirizados e operados pelo

CONSAE, formado pelas Empresas SANETER e ENOPS que contam com 65

colaboradores em todas as áreas de operação.

A reservação da água é composta por dois Sistemas de Reservação. O primeiro de

6.640 m³ está localizado no centro da cidade, mais especificamente no Morro da

Cruz, e é responsável pelo abastecimento do Centro e dos bairros Dos Estados, Das

Nações, Ariribá, Praia dos Amores e Dos Pioneiros. O segundo possui capacidade

de 6.500 m³ e é destinado ao abastecimento da Barra Sul e dos bairros Dos

Municípios, Vila Real, Iate Clube, Barra, Nova Esperança, Jardim Bandeirantes e

São Judas Tadeu (Figura 122 e Mapa Saneamento).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 122: Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na Marginal Leste, no bairro Dos Estados, à margem da BR-101.

Fonte: PMBC, 2014.

A adução e recalque de água tratada é efetuada através de 9 pontos de recalque,

com alturas manométricas variando de 16 a 82 MCA e vazões variando de 100 a

500 m3/h localizados na Avenida Dos Estado; Rua México; Rua Henrique Mescke;

Rua Marrocos; Rua das Gaivotas; Barranco; Rua Hermógenes Assis Feijó; Rua

Miguel Matte; e Rua Venezuela.

Para a análise de água a frequência de amostragem e os pontos de coleta variam de

acordo com o tipo de parâmetros a ser analisado, e para tanto são monitorados 126

pontos distintos, distribuídos por todos os bairros do município.

A EMASA conta atualmente com uma Rede de Distribuição de Água, com uma

extensão aproximada de 262 km, com diâmetros variando entre 32 e 700 mm, em

materiais PVC, DEFºFº (Diâmetro Externo em Ferro Fundido), FºFº (Ferro Fundido)

e Aço. O Sistema de Distribuição é composto de Macromedidores do tipo

Ultrassônicos (um na estação de recalque da Rua 3.700 e cinco na ETA).

Em relação ao Parque de Hidrometração de Balneário Camboriú, existem as

seguintes características: Ligações de Água= 18.187 unidades, correspondente a

aproximadamente 70 mil economias entre casas, condomínios, pontos comerciais,

indústrias e prédios públicos (EMASA 2012).

Um novo lote das obras de implantação do sistema de abastecimento de água e

coleta de esgoto doméstico das Praias Agrestes será liberado e a colocação das

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

tubulações prosseguirá de imediato. Trechos importantes da rede de água já foram

implantados, sendo cerca de 150 metros de tubos no bairro da Barra e 4.700 metros

na Marginal Leste, adutora que reforçará também o abastecimento do bairro da

Barra e a futura rede da região. Ao todo, serão 60 quilômetros de tubulação, 30 de

água e 30 de esgoto. Os terrenos destinados aos dois reservatórios já estão

liberados com as devidas licenças ambientais e estão sendo preparados para a

construção. Cada reservatório terá a capacidade de armazenar um milhão de litros

de água. Um deles ficará na Praia de Laranjeiras e o outro no Estaleiro. Com o

efetivo funcionamento do reservatório R-3, com capacidade de dois milhões de litros

em suas duas células, a cidade ganhará mais quatro milhões de litros de

reservação, acrescentando-se aos atuais cerca de 13 milhões dos reservatórios 1

(região central) e 2 (região sul do município).

Todo o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) do município conta com um

cadastro técnico em meio magnético e com confiabilidade razoável, sendo que as

perdas de água do sistema chegam a 15%.

A ETA possui projeto de ampliação da capacidade de tratamento visando aumentar

a vazão de atendimento principalmente em fases de pico de consumo.

5.2.2 Esgotamento sanitário

O sistema de esgotamento sanitário existente em Balneário Camboriú teve seu inicio

de implantação entre os anos de 1982 e 1985 com base no projeto elaborado pela

CASAN através da empresa TECNOSAN e atende grande parte da área

compreendida entre o oceano Atlântico e a BR-101.

A rede coletora existente está distribuída pelos Distritos Sanitários 1 a 6 e tem

extensão de cerca de 160 km, com diâmetros variando entre 150 mm e 400 mm

(Mapa Distritos Sanitários de Esgotamento). As contribuições coletadas são

encaminhadas para os Interceptores 1 e 2 e destes para as Estações Elevatórias e

de Recalque e por fim ao tratamento e disposição final.

O Sistema Centro possui 164.800,00 m de rede implantada, 10.933 ligações

domiciliares de esgoto, 6 Estações Elevatórias e uma Estação de Recalque, o qual é

214

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responsável em encaminhar os dejetos até a Estação de Tratamento de Esgotos no

Bairro Nova Esperança.

As Estações Elevatórias estão distribuídas ao longo dos Interceptores e da rede

coletora, e são destinadas a elevar os esgotos visando a redução da profundidade

das tubulações.

A Estação de Recalque 1 destina-se a receber a contribuição dos esgotos dos

Distritos Sanitários 1 a 6 trazidas pelos Interceptores 1 e 2 e encaminhá-las para a

estação de tratamento. Está localizada na margem esquerda do rio Camboriú, junto

a ponte da BR-101. O emissário da Estação de Recalque 1 é constituído de dois

trechos, sendo o primeiro por recalque, que vai desde esta estação até uma caixa de

passagem localizada em uma elevação, na margem direita do rio Camboriú, com

extensão de 427,00 m e diâmetro de 700 mm, e o segundo trecho, por gravidade,

que se desenvolve desde a caixa de passagem até a unidade de tratamento, com

extensão de cerca de 1,6 km e diâmetro de 600 mm.

O Interceptor 1 recebe as contribuições dos Distritos Sanitários 1 a 5, tem diâmetro

variando entre 200 e 900 mm e extensão de cerca de 4,5 km. Desenvolve-se em

grande parte pela Avenida Brasil e contribui na Estação de Recalque 1.

O Interceptor 2 atende o Distrito Sanitário 6, tem diâmetro entre 150 mm e 300 mm,

extensão de 2,2 km, se desenvolve inicialmente pela Avenida Atlântica e depois pela

Rua 3700 e contribui no Interceptor 1. O efluente tratado é lançado em um pequeno

ribeirão, o qual deságua logo em seguida no rio Camboriú, que por sua vez tem foz

no mar. É constituído de uma tubulação com diâmetro de 800 mm e com extensão

de aproximadamente 1.200,00 metros (Mapa dos Distritos Sanitários de

Esgotamento).

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) está situada no bairro Nova Esperança,

abriga quatro lagoas, sendo duas anaeróbias e duas facultativas (Mapa

Saneamento). Antecipando as lagoas, existe o tratamento preliminar, constituído de

grades grossas de limpeza manual, grades finas de limpeza mecanizada,

desarenadores mecanizados e calha Parshall. As lagoas anaeróbias, todavia,

apresentam problemas de geração de odores desagradáveis, que têm sido motivo

de intensas reclamações dos moradores do bairro Nova Esperança (Figura 123).

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Figura 123: Região da ETE Nova Esperança. Fonte: Iguatemi, 2014

As lagoas facultativas atualmente operam como lagoas fotossintéticas, cuja elevada

produção de algas deixa o rio Camboriú, algumas vezes, com aspecto incompatível

com o desejado para um curso de água que deságua no mar em local de banho.

Dada a desativação das lagoas anaeróbias, as facultativas existentes não atendem

às necessidades de área.

A ETE vem passando por obras de melhorias com alteração da concepção de

projeto que consiste na adequação e ampliação da estrutura existente, através de

sistema de lodos ativados por aeração prolongada com nitrificação e desnitrificação

simultânea, com o uso de uma das lagoas anaeróbias atualmente implantadas como

Tanque de Aeração.

A desinfecção do efluente final por cloração é uma defasagem do Sistema da ETE

Nova Esperança, um dos motivos da estação não possuir bom rendimento, quanto à

qualidade dos efluentes final a ser despejado no corpo receptor, o rio Camboriú.

A produção de lodo é estimada em 3.889 kg SSTA/dia para a população fixa e 9.007

kg SSTA/dia para a população flutuante, no ano 2031, com vazões de lodo de 650

m³/dia e 1.180 m³/dia, respectivamente, considerando o sistema de aeração

prolongada, para 22 dias de idade de lodo.

O corpo receptor dos efluentes da ETE EMASA é o rio Camboriú, sendo o

lançamento realizado em um ponto a cerca de 2,30 km de sua foz com o oceano

Atlântico.

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No ponto de lançamento, a área de drenagem é de 153 km² e a vazão média de

longo termo é estimada em 2.973 L/s, com a vazão mínima de 853 L/s (Q7,10).

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Taquaras fica situada na Praia de

igual nome, apresenta todas as etapas comuns de tratamento: preliminar, primário e

secundário, além do terciário, que é uma espécie de "Polimento Final", onde são

filtrados os nutrientes como Nitrogênio e Fósforo.

O Sistema de Tratamento de Esgoto da Praia de Taquaras possui implantado

5.200,00 m de rede, 200 ligações domiciliares de esgoto, 2 (duas) Estações

Elevatórias (adicionando uma Estação Elevatória dentro do própria Sistema) e

Estação de Tratamento de Esgoto Compacta localizada na Praia de Taquaras.

Utiliza processos biológicos, anaeróbios e aeróbios em um único tanque,

diferentemente das lagoas que tratam o esgoto ao ar livre e foi projetada para

atender uma população de 5.000 munícipes (200 propriedades), conforme pode ser

visualizado na Figura 124 e Figura 125.

Esse sistema será ampliado por meio do Projeto Executivo de Implantação da Rede

Coletora de Esgotamento Sanitário das Praias Agrestes desenvolvido pela Empresa

SOTEPA LTDA, no qual, a Praia de Laranjeiras será atendida com

aproximadamente 308,00 metros de rede que levará esgoto doméstico por meio de

uma linha de recalque de 1.473,00 metros até o primeiro Poço de Visita mais

próximo à Praia de Taquaras.

Figura 124: Tanques de Tratamento (Vista Superior) : Estação Elevatória Vista Superior ha Parshall Fonte: PMBC, 2012.

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Figura 125: Chegada e Gradeamento e Tanque de Aeração Fonte: PMBC, 2012

Análises efetuadas nos efluentes finais das duas ETEs mostraram que a ETE

Taquaras é mais eficiente na remoção e diminuição das cargas orgânicas em

relação a Nova Esperança. Há que se salientar que os volumes tratados na ETE

Nova Esperança é, sensivelmente, maior que na ETE Taquaras.

Atualmente, o sistema de coleta de esgoto é composto por duas unidades

independentes, o Sistema Central que destina os efluentes à Estação de Tratamento

de Esgoto Central localizada no bairro Nova Esperança e o Sistema Taquaras que

destina os efluentes à Estação de Tratamento de Esgoto de Taquaras, no bairro de

igual nome (Praias Agrestes).

O município foi dividido em 12 Distritos Sanitários de Esgotamento Distritos

Sanitários), dos quais 8 (oito) já possuem toda infraestrutura de esgotamento (DS 1,

DS 2, DS 3, DS 4, DS 5, DS 6, DS 11 e DS 12). Além destes 12 Distritos Sanitários,

existem as áreas das Praias Agrestes, destacadas principalmente pelas Praias de

Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho.

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5.2.3 Limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos

Segundo a Empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda. são coletados

aproximadamente 5.000 (cinco mil) toneladas de resíduos sólidos comuns por mês,

não computadas neste total as quantidades mensais de resíduos da coleta seletiva e

de resíduos da saúde.

Tendo em vista a população flutuante (turistas, veranistas, participantes de eventos,

etc.), não computada pelo censo do IBGE, para a quantificação da geração per

capita de resíduos sólidos em Balneário Camboriú, estima-se o valor de 1,08

kg/hab.dia, sendo esse valor calculado com a população do município informada

pelo IBGE de 2010 (108.089 habitantes) e com valor de 117.000 kg/dia para o mês

de Junho de 2012.

Os serviços prestados pela Empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda

são:

• Coleta de Resíduos Domésticos;

• Implantação, ampliação, operação e manutenção do Aterro Sanitário

Canhanduba;

• Varrição Manual de Vias Pavimentadas (com meio-fio);

• Varrição Mecanizada de Vias Pavimentadas (com meio-fio);

• Capina Manual de Vias Pavimentadas (com meio-fio);

• Capina Mecanizada de Vias Pavimentadas (com meio-fio);

• Raspagem de vias pavimentadas (com meio-fio);

• Pintura de meio-fios;

• Limpeza de “caixas” de boca-de-lobo;

• Limpeza Manual de Praia;

• Limpeza Mecanizada de Praia;

• Coleta Especial Programada;

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• Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde;

• Tratamento e Destino Final de Resíduos de Serviço de Saúde; e

• Coleta Seletiva.

Salvo atualizações recentes, as tarifas praticadas são regidas pelo Decreto

Municipal n° 6.435, de 16 de janeiro de 2012, que possui em tabelas os valores

fixados das “Tarifas dos Serviços de Limpeza Pública para o exercício de 2012”

sendo que a Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú não remunera a Ambiental

por serviços específicos de limpeza urbana (somente através da tarifa comum,

referente aos imóveis do setor público). Os serviços são pagos diretamente pelos

usuários através da Tarifa de Limpeza Urbana (TLU), cujos valores são aprovados

pelo Decreto anteriormente referenciado.

O gerenciamento dos resíduos sólidos no município abrange as etapas de

geração/segregação, acondicionamento, coleta, transporte, reaproveitamento,

tratamento e destinação final. A seguir os fluxogramas apresentam as etapas citadas

para a coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares, Recicláveis e de Serviço da Saúde,

bem como dos Serviços Públicos de Limpeza Urbana (Figura 126 e Figura 127).

Figura 126: Fluxograma da Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos em Balneários. Fonte SOTEPA, 2012.

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Figura 127: Fluxograma dos Serviços de Limpeza Urbana em Balneário. Fonte SOTEPA. 2012.

5.2.3.1 Coleta de resíduos sólidos urbanos (coleta convencional ou coleta

domiciliar)

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSS) são compostos pelos resíduos domésticos,

comerciais, públicos (resíduos de vias e logradouros públicos), industriais comuns e

de serviços de saúde assépticos.

O quantitativo médio em todo município é de 4.451,05 ton/mês recolhidos na Coleta

Convencional. Como informação complementar (para análise da diferença de

volume em diferentes épocas do ano) são destacadas as quantidades coletadas na

alta temporada e baixa temporada mais recente, de 2011/2012 (Mapa Coleta

domiciliar alta temporada e Domiciliar na Baixa Temporada):

•Dezembro de 2011 = 5.240,28 ton;

•Janeiro de 2012 = 6.785,33 ton;

•Fevereiro de 2012 = 4.517,17 ton.

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Durante a maior parte do ano (na baixa temporada) existem 23 setores ou “roteiros”

de coleta, sendo 09 (nove) diários e 14 (quatorze) alternados. Enquanto na alta

temporada (de dezembro de um ano a fevereiro do outro) existem programados 34

(trinta e quatro) setores, sendo 16 (dezesseis) diários e 18 (dezoito) alternados

(Domiciliar na Alta Temporada).

Para realizar a coleta convencional de resíduos urbanos são utilizados caminhões

Mercedes Bens 1718 ATEGO equipados com compactadores USIMECA BRUTUS

20ST. O número de caminhões em ação nas ruas é estipulado e diferenciado nas

épocas de alta temporada e baixa temporada. De dezembro a fevereiro (alta

temporada) são utilizados 11 (onze) caminhões compactadores e nos outros meses

do ano (baixa temporada) são utilizados em percurso 08 (oito) caminhões

compactadores.

Para a realização do serviço de coleta domiciliar, considerando inclusive o transporte

ao Aterro Sanitário de Canhanduba, no total, são percorridos pelos caminhões

compactadores 29.339,42 km/mês (média 2011). Da mesma maneira que os

caminhões, os trabalhadores são divididos conforme o período do ano.

Na baixa temporada, trabalham 40 (quarenta) coletores e 18 (dezoito) motoristas.

Já, na alta temporada, trabalham 63 (sessenta e três) coletores e 29 (vinte e nove)

motoristas. Não existe Estação de Transbordo no município de Balneário Camboriú

(Figura 128).

, ,, Figura 128: Equipamento coletor compactador da empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento

Ltda. Fonte: http://www.ambsc.com.br/.

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5.2.3.2 Coleta dos resíduos da construção civil

A Secretaria Municipal de Obras coleta os resíduos dos “Pequenos Geradores”,

consideradas as pequenas construções como reformas de casas, além dos resíduos

da própria Prefeitura. Porém os “Grandes Geradores” como grandes construções

(edifícios urbanos, centros empresariais, grandes empreendimentos, etc.) têm suas

destinações pré-estabelecidas e geralmente seus resíduos são levados a locais

determinados em projetos específicos, de acordo com Resolução específica do

CONAMA nº 307/2002.

Os entulhos e resíduos das ações de construção civil são depositados em locais que

necessitam de aterramento, ou em terreno no bairro Nova Esperança próximo à

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), utilizado pela Prefeitura para estes fins.

5.2.3.3 Coleta dos resíduos da saúde

O serviço de coleta dos resíduos de saúde é realizado pela própria empresa

“Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda”. Todos os Hospitais, Postos de

Saúde e outros geradores de resíduos infectantes e perfuro cortantes do município

são atendidos nessa coleta (430 pontos distintos). Também são coletados animais

mortos de pequeno porte. A empresa faz a coleta dos resíduos sépticos de

estabelecimentos de saúde e os transporta até o Aterro Canhanduba, localizado no

município de Itajaí, onde os resíduos são adequadamente tratados em autoclave

antes de serem dispostos nas células de tratamento juntamente aos resíduos

comuns.

A coleta é realizada 6 (seis) vez por semana nos hospitais e postos de saúde em

veículo específico para esse tipo de resíduo. Os demais estabelecimentos, de

acordo com o volume gerado, são coletados de 1 (uma) a 6 (seis) vezes por

semana. A quantidade média coletada é de 16,03 ton/mês e 192,36 ton/ano. Utiliza-

se um veículo coletor e apenas um motorista com os devidos Equipamentos de

Proteção Individual (EPIs).

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5.2.3.4 Coleta seletiva - resíduos recicláveis

Esta coleta é realizada nos mesmos locais onde são feitas as coletas convencionais,

ou seja, em 100% do município. Os veículos utilizados no serviço da Coleta Seletiva

são 02 (dois) caminhões Volkswagen, VW modelo 13.180, equipados com Baú

Metálico de 28 m3. Nesse segmento trabalham 04 (quatro) coletores e 02 (dois)

motoristas (Figura 129).

Figura 129: Equipamento coletor de resíduos recicláveis da empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda.

Fonte http://www.ambsc.com.br/.

Existem 11 (onze) roteiros normais para executar a Coleta Seletiva e mais 06 (seis)

roteiros para atender aos grandes geradores de material reciclável. Destacando para

esses seis roteiros diferenciados, 109 (cento e nove) usuários do serviço de Coleta

Seletiva, que são distintos da coleta domiciliar (Mapa da Coleta Seletiva).

A frequência de execução da coleta seletiva é de segunda-feira a sábado,

atendendo bairros distintos para cada dia da semana, de maneira a seguir uma

roteirização diária, ou seja, uma vez por semana, cada região (residencial). Para os

grandes geradores a frequência pode chegar a duas vezes por semana.

Foi estimada quantidade de 159,73 ton/mês (1.916,71 ton/ano) - que é o volume

médio de material reciclável.

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5.2.3.5 Cooperativas e usinas de reciclagem

No município e região existem três Cooperativas de “Agentes Ambientais”

conhecidos como “Catadores”, as quais recebem os materiais coletados pela

Ambiental: COOPEMAR (Figura 130), ASSCOMAR e ASCBAC.

Estas entidades apresentam condicionantes comuns nas usinas, tanto de ordem

ambiental e legal, principalmente a COOPEMAR:

•Inexistência de sede formal – não há cessão de uso do terreno;

•Sem coleta de esgoto e sem água potável e acesso complicado (sede);

•Sem licença ambiental;

•Pouca estruturação administrativa para o trabalhador;

•Equipamentos de processamento insuficientes (muitos materiais não

aproveitados);

•Não existe um programa de saúde voltado a este segmento;

•Dificuldade em garantir o acesso às diversas linhas de crédito;

Figura 130: Prensa de materiais e sede da COOPEMAR - bairro Várzea do Ranchinho Fonte: SOTEPA, 2012.

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A Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú oferece as seguintes ações ao setor:

•Fornecimento gratuito de água potável (Caminhão pipa);

•Pagamento da conta de energia elétrica;

•Transporte para os cooperados do bairro até a Usina;

•Atendimento médico da família (PSF);

•Controle da vigilância sanitária;

•Uso do espaço sem cobrança de aluguel;

•Assessoria em Psicologia Organizacional;

•Fornecimento de cestas básicas;

•Apoio do Banco do Brasil através do Projeto Desenvolvimento Regional

Sustentável;

•Campanha do Lixo Eletrônico;

•Capacitação com a UNISOL;

•Apoio jurídico da Secretaria Municipal de Inclusão Social.

5.2.3.6 Serviço público de limpeza urbana

O serviço público de Limpeza Urbana do município de Balneário Camboriú é

executado pela Empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda e

compreende as atividades de varrição, capina, roçada, raspagem, pintura de meio-

fio, limpeza das “caixas” de boca-de-lobo, bem como a limpeza das praias do

município.

Outros serviços como limpeza de valas e galerias de drenagem, remoção de

entulhos das vias públicas, bem como limpeza e desobstrução dos dispositivos de

captação, são realizados pela Secretaria Municipal de Obras.

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5.2.3.7 Varrição manual de vias pavimentadas

Os resíduos são basicamente folhas, papéis e plásticos, restos de capina, roçada e

raspagem que são coletados com contêineres de 120 litros utilizando pás,

vassourões, vassouras e sacos plásticos para acondicionamento. São separados em

função do período do ano, portanto, baixa temporada e alta temporada. Existem 11

(onze) roteiros sendo 02 (dois) diários (centro) e 09 (nove) alternados. São varridos

em média 3.987 km/mês.

A varrição é realizada em 100% das ruas pavimentadas do município, dotadas de

meio-fio, conforme plano de trabalho contemplado no objeto de contrato de

concessão (Figura 131).

Figura 131: Varrição Manual Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, 2012.

5.2.3.8 Capina, Roçada e Raspagem

Capina é o serviço executado para a erradicação da vegetação daninha, mato e

capim nos centros urbanos do município, de forma que não prejudiquem o trânsito

de veículos e pedestres, bem como a estética, segurança e salubridade da cidade.

A roçada é o procedimento de corte e retirada da vegetação de pequeno porte das

vias urbanas, visando tornar as áreas públicas livres de espécies daninhas, dando-

lhes melhor aspecto e condições de visibilidade aos munícipes e, ao mesmo tempo,

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evitar a ocorrência de incêndios. Já, a raspagem é a atividade de remoção de

excessos de areia e terra acumulada nas vias públicas e calçadas, com a utilização

de enxadas e pás.

Para a execução destes serviços a Empresa responsável disponibiliza equipes

diferentes:

•Uma equipe de capina mecanizada composta de 24 (vinte e quatro) operários, 01

(um) auxiliar de fiscal e 01 (um) Fiscal (Figura 132).

•Uma equipe para roçada composta por 06 (seis) funcionários durante 06 (seis)

meses (maio a outubro) e 20 (vinte) funcionários durante 06 (seis) meses (novembro

a abril), conforme Figura 133.

Figura 132: Capina Manual e Mecanizada Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, 2012.

Figura 133: Capina, Roçada e Raspagem. Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, 2012.

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Os equipamentos mecânicos utilizados para executar tais serviços são: 15 (quinze)

roçadeiras laterais, 01 (uma) motosserra, 01 (uma) capinadeira mecânica, 01 (uma)

varredeira mecânica, 01 (um) trator agrícola com dispositivo de elevação dianteira.

A quantidade aproximada de material recolhido é a seguinte: 120,37 ton/mês (em

média), assim 1.444,44 ton/ano; a capina e a roçada são executadas em 254

ruas/mês (em média).

5.2.3.9 Limpeza de praias

Com exceção da Praia do Pinho, todas as outras praias do município são atendidas

pelo serviço de limpeza das praias, ou seja, Praia Central, Prainha, Praia do Buraco

(do Côco), Laranjeiras, Taquaras, Taquarinhas, Estaleiro e Estaleirinho,

contemplando:

•Recolhimento manual dos resíduos deixados por banhistas tais como:

papéis, embalagens, garrafas, latas, restos de alimentos, além de outros

materiais trazidos pelo mar através da influência das marés, como galhos,

troncos, restos de vegetação, plantas aquáticas, etc.;

•Limpeza mecanizada das areias das praias auxiliando na aeração da areia,

melhorando as condições sanitárias e o aspecto estético.

Os resíduos coletados ficam acondicionados em sacos plásticos e são depositados

nos contentores de 240 litros, distribuídos ao longo da orla marítima. Posteriormente,

são coletados pelos caminhões da coleta convencional durante a realização dos

serviços de coleta propriamente dita.

As grandes concentrações de algas na Praia Central decorrente do possível aporte

de nutrientes veiculados nas redes pluviais de água são sanados através de coleta

especifica as quais são transportadas em caminhões caçamba.

Para realizar a limpeza das praias em atendimentos de emergência ou mesmo em

atendimento posterior a grandes festas e eventos, a Ambiental possui estrutura

suficiente para tanto, conforme previsto em calendário de tais eventos (Figura 134 e

Figura 135).

234

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Figura 134: Limpeza Mecanizada de Praias Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda., 2012.

.

Figura 135: Limpeza das algas da Praia Central Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, 2012.

5.2.3.10 Coleta de Resíduos Pesados

O serviço de coleta dos chamados resíduos pesados – entendidos como sofás,

geladeiras, fogões, armários, bem como pequenas podas de árvores e outros

móveis inservíveis – também denominado de “coleta especial”, são agendados e

limitados a 8 coletas diárias (SOTEPA, 2012).

Salvo atualizações, a “coleta especial” é realizada de terça-feira a sexta-feira, das

06h00min às 14h20min, atendendo bairros distintos a cada dia, obedecendo

235

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sempre, a ordem dos agendamentos. Como na coleta convencional, este serviço

abrange todo o município de Balneário Camboriú.

Segundo dados da Ambiental são recolhidas em média 38,92 ton. por mês de

resíduos pesados que anualmente chega a 467,07 toneladas (Figura 136).

Figura 136: Coleta de Resíduos pesados Fonte: Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, 2012.

5.2.3.11 Limpeza das Caixas de Boca de Lobo

É de responsabilidade da Empresa Ambiental somente a execução da limpeza das

caixas de bocas de lobo, sendo de competência da Secretaria Municipal de Obras a

realização do serviço de limpeza dos canais de drenagem, que devem ser feitos de

maneira complementar, para que o sistema de drenagem urbana tenha uma

manutenção adequada e possa operar de maneira mais eficiente, evitando

alagamentos.

5.2.3.12 Destinação final

Atualmente, todos os resíduos domiciliares gerados pelo município de Balneário

Camboriú, assim como os resíduos de serviços de saúde gerados pelos postos de

saúde e hospitais, bem como os resíduos gerados no município de Itajaí, são

encaminhados para tratamento e destino final no Aterro Sanitário de Canhanduba

236

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pertencente a Empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda, localizado

no município de Itajaí/SC. O projeto do aterro prevê uma vida útil inicial de 23 anos,

mas já há ações no sentido de ampliá-lo para aumentar a vida útil prevista. Suas

atividades foram iniciadas em junho de 2006 e atualmente, existem cerca de 30

(trinta) funcionários operando o Aterro Sanitário.

O Aterro Sanitário está localizado no município de Itajaí, no bairro Canhanduba,

com coordenadas geográficas 26°58’42” S e 48°42’12” O, distante 13 (treze)

quilômetros da Base Logística da Filial da Ambiental que está situada na Rua

Canelinha, nº 55, bairro Dos Municípios em Balneário Camboriú.

O Aterro recebe os resíduos domiciliares produzidos em Balneário Camboriú (47%)

e Itajaí (53%), totalizando uma média de 315 toneladas por dia, 9.450 ton/mês e

aproximadamente 114.000 ton/ano.

O procedimento de entrada dos resíduos neste Aterro compõem-se das seguintes

ações: Pesagem; Descarga; Espalhamento; Compactação; Execução de Drenagem

de Líquidos Percolados e Gases; Cobertura com Argila; Plantio de Grama ou Leiva;

Execução de Drenagem Pluvial; e Tratamento de Líquidos Percolados, visualizados

nas Figura 137 a Figura 139.

Figura 137: Balança e Dreno de chorume Fonte: SOTEPA, 2012.

237

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Figura 138: Dreno de Dases e Frente de Serviço Fonte: SOTEPA, 2012.

Figura 139: Colocação de Grama e Vista Superior do Aterro Fonte: SOTEPA, 2012

Os percolados, após coletados, passam por um processo de tratamento, o qual é

constituído por duas lagoas anaeróbias, seguido de lodos ativados e decantador

secundário, lagoa de clarificação e tratamento físico-químico do tipo floculação e

decantação, com utilização de policloreto de alumínio (como agente coagulador) e

polímero aniônico (como agente floculante). A última etapa do tratamento é a

desinfecção por radiação ultravioleta, sendo, então, o efluente lançado em um

córrego que passa próximo a região. O lodo gerado no processo é desidratado por

tecnologias de “Bags” ou “Prensa”.

238

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5.3 SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Este diagnóstico faz uma análise dos serviços de drenagem e manejo de águas

pluviais envolvendo a caracterização dos seus recursos hídricos, das condições de

vazão, do escoamento superficial e subterrâneo e da identificação das áreas

problema no município bem como dos pontos com erosão e processos

sedimentológicos considerando o exposto no Plano Municipal de Saneamento de

Balneário Camboriú (SOTEPA, 2012) e um estudo hidrológico do município,

elaborado pela Rischbieter Engenharia Indústria e Comércio Ltda.

Tais estudos especificam a Bacia do rio Camboriú (143, 48 km2) e seus afluentes

com a unidade fisiográfica responsável e mais significativa nos processos de

drenagem e manejo de águas superficiais do território.

A Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú (SC) drena uma área de 199,80 km², sendo

que o rio possui cerca de 40 km de extensão, desaguando no extremo sul da praia

de Balneário Camboriú.

O sistema de drenagem urbana do município é composto por drenagem superficial e

subterrânea, captados através de bocas de lobo e caixas com grelhas na sarjeta,

que encaminham as águas para os cursos de água naturais, em especial ao rio

Camboriú e rio Peroba.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú é um órgão colegiado de caráter

consultivo e deliberativo, vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos

(CERH), nos termos da Lei nº 9.748/94 e do Decreto nº 2.444/1997. A atuação deste

Comitê compreende a área da bacia hidrográfica do rio Camboriú e sua sede fica na

cidade de Balneário Camboriú, no Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez

Malta.

Os objetivos do Comitê são:

- Gerenciar de forma descentralizada, participativa e integrada, os recursos hídricos

na bacia hidrográfica;

- Agir contra riscos à saúde e à segurança pública, assim como prejuízos

econômicos e sociais;

239

Page 240: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

- Planejar e gerenciar o desenvolvimento da bacia hidrográfica;

- Reconhecer os recursos hídricos como bens públicos, monitorando sempre sua

utilização;

- Combater e prevenir as causas e efeitos da poluição, inundações, estiagens,

erosão do solo e corpos de água nas áreas urbanas e rurais;

- Gerenciar os recursos hídricos e proteger o meio ambiente promovendo o

desenvolvimento regional;

- Assegurar que as populações tenham acesso aos recursos hídricos, beneficiando-

se assim econômica e socialmente;

- Estimular a proteção das águas contra ações que possam comprometer o uso atual

e futuro.

O serviço de manutenção e conservação do sistema de drenagem implantado é

realizado pela equipe própria da Secretaria Municipal de Obras, que desenvolve os

seguintes serviços no perímetro urbano: Limpeza e desobstrução dos dispositivos de

captação e Limpeza e desobstrução de galerias.

Esta Secretaria possui um cadastro do diâmetro das tubulações, além de locais

onde a mesma inicia-se e termina, para que seja feita um controle dos locais de

acumulação de água, levando-se em consideração o preceito de contribuição por

bacias.

5.3.1 Áreas com risco de poluição e/ou contaminação

A Secretaria Municipal de Obras identificou os pontos onde há risco de poluição e/ou

contaminação dos cursos de água naturais e pontos onde possivelmente se

concentre o lançamento de esgotos sanitários, através do sistema de drenagem

implantado. Também verificou os pontos de assoreamento da rede de drenagem,

assim como pontos de estrangulamento que resultam em alagamentos, resultantes

principalmente do dimensionamento de elementos de drenagem como bueiros e

galerias quando atravessam a via pública (Figura 140).

240

Page 241: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

As áreas problemas (Figura 140 e Mapa Pontos de alagamentos) com relação a

drenagem identificados pelo Plano Municipal de Saneamento Básico são as

seguintes:

Área-Problema 01 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Ariribá) – Localizada na região

da Praia dos Amores, próximo à divisa com o município de Itajaí,

especificamente na Avenida Arapongas, onde existe o Clube Ariribá. Bacia

Hidrográfica Ribeirão Ariribá. É uma microbacia de tamanho médio, situada na

divisa do município de Balneário Camboriú com Itajaí, compreende todo o

bairro Praia dos Amores, parte do bairro Ariribá (no lado sul) e parte do bairro

Praia Brava (município de Itajaí). Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de construções irregulares nas margens do Ribeirão

Ariribá, que impede o fluxo normal das águas naturais; falta de manutenção

das galerias da região acúmulo de resíduos sólidos nas galerias e

proximidades e falta de atividades de desassoreamento; bem como a presença

de galerias pluviais subdimensionadas, além do bueiro sob a Avenida

Arapongas, na atualidade também estar subdimensionado.

Área-Problema 02 (Bacia Hidrográfica Canal do Marambaia) – Localizada na

região do bairro Ariribá na Rua Azulão, aos fundos do Colégio Municipal do

Ariribá e suas proximidades. Reconhecida como a principal microbacia

totalmente pertencente ao município de Balneário Camboriú, compreende parte

do bairro Centro, grande parte do bairro Das Nações todo o bairro dos

Pioneiros e parte do bairro Ariribá. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de causas como: galeria pluvial existente na região

encontrar-se atualmente subdimensionada.

Área-Problema 03 (Bacia Hidrográfica Canal do Marambaia) – Localizada na

região do bairro das Nações, especificamente na Rua Síria, aos fundos do

Supermercado Angeloni e suas proximidades. Esta área tem problemas e

pontos de alagamentos, em função de causas como: falta de manutenção, no

caso limpeza e desobstrução da galeria pluvial existente; galeria pluvial

existente na região encontra-se subdimensionada atualmente; falta de ligação

total entre a galeria da Rua Síria/Suíça e o coletor principal.

241

Page 242: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 04 (Bacia Hidrográfica Canal do Marambaia) –Localizada na

região do bairro Dos Pioneiros, especificamente, na esquina da Rua Miguel

Matte com Rua João Francisco dos Santos e suas proximidades. Esta área tem

problemas e pontos de alagamentos em função de causas como: galeria pluvial

existente na região encontrar-se subdimensionada, atualmente; grande

impermeabilização do solo da região; obstrução do canal natural do Marambaia

por resíduos e entulhos de grande porte; e cota topográfica baixa, por ser muito

próximo ao mar.

Área-Problema 05 (Bacia Hidrográfica Canal do Marambaia) – Localizada na

região do bairro Centro, na Avenida Brasil, próxima a Rua 101. Esta área tem

problemas e pontos de alagamentos, em função de causas como: construções

muito próximas e sobre o coletor natural principal - Canal do Marambaia, nas

proximidades do Hotel Schroeder; falta de manutenção periódica (limpeza,

desobstrução e desassoreamento do Canal do Marambaia); influência da maré;

ser o ponto mais baixo da Avenida Brasil; ocupação do antigo canal natural,

que escoava as águas diretamente para o mar, pela Rua 51. Pontos de

alagamentos mais críticos do município de Balneário Camboriú.

Área-Problema 06 (Bacia Hidrográfica Terceira Avenida) – Localizada na

região do Bairro Centro, especificamente na Avenida Brasil com esquina da

Rua 2300 até Rua 2970 e suas proximidades. Esta área tem problemas e

pontos de alagamentos, em função de causas como: as galerias existentes nas

ruas transversais encontram-se subdimensionadas atualmente; galeria pluvial

construída apenas recentemente; falta de limpeza e desobstrução das galerias

próximas ao local.

Área-Problema 07 (Bacia Hidrográfica Terceira Avenida) – Localizada na

região do bairro Centro na Terceira Avenida com esquina da Rua 3122 até Rua

3160 e suas proximidades. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos,

em função de causas como: as galerias existentes nas ruas transversais

encontram-se subdimensionadas atualmente; falta de limpeza e desobstrução

das galerias próximas ao local.

242

Page 243: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 08 (Bacia Hidrográfica Terceira Avenida) – Localizada na

região do bairro Dos Estados, ao longo da Avenida Marginal Leste, com

esquina da Rua 1552 até rua 1542. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de causas como: A galeria pluvial existente encontrar-

se subdimensionada, atualmente; falta de continuidade da galeria já executada

da Marginal Leste até o Colégio Peart; construções sobre o talvegue natural,

impedindo o fluxo original das águas; obstrução do canal natural por resíduos e

entulhos; obstrução da galeria da área do Colégio Peart; e falta de limpeza e

manutenção das galerias pluviais da região.

Área-Problema 09 Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba – Localizada na região

do bairro Dos Estados, ao longo da Avenida Santa Catarina, nas proximidades

da própria Secretaria de Obras (nº801 da Avenida Santa Catarina) de Balneário

Camboriú. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em função de

causas como: a galeria pluvial existente encontra-se subdimensionada

atualmente; falta de continuidade da galeria já executada da Marginal Leste até

o Colégio Peart; construções (concessionária de veículos) sobre o talvegue

natural, impedindo o fluxo original das águas; obstrução do canal natural por

resíduos e entulhos; e falta de limpeza e manutenção das galerias pluviais da

região.

Área-Problema 10 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba) – Localizada na

região do bairro Dos Estados, especificamente na Avenida das Flores, atrás do

Balneário Camboriú Shopping. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de causas como: galerias estarem subdimensionadas

e em partes inexistentes; e cota topográfica muito baixa.

Área-Problema 11 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba) – Localizada na

região do bairro Dos Estados, na Avenida Santa Catarina, em frente ao

Balneário Camboriú Shopping. Por ser muito próxima à área problema 10, tem

problemas e pontos de alagamentos, parecidos com aquela, em função de

causas como: galerias consideradas subdimensionadas e em partes

inexistentes; e cota altimétrica muito baixa.

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Page 244: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 12 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba) – Localizada na

região do bairro Dos Estados, especificamente, na Avenida do Estado, com

esquina da rua São Paulo até a rua Alvin Bauer.. Esta área tem problemas e

pontos de alagamentos, em função de causas como: a galeria pluvial existente

na região encontra-se atualmente subdimensionada; falta de continuidade da

galeria já executada da Marginal Leste até o Colégio Peart; construções sobre

o talvegue natural, impedindo o fluxo original das águas; obstrução do canal

natural por resíduos e entulhos; obstrução da galeria da área do Colégio Peart;

e falta de limpeza e manutenção das galerias pluviais da região.

Área-Problema 13 (Bacia Hidrográfica Terceira Avenida) – Localizada na

região do bairro Centro, nas proximidades da Avenida do Estado com esquina

da Rua Austrália. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em

função de causas como: as galerias existentes nas ruas transversais

encontram-se atualmente subdimensionadas; falta de limpeza e desobstrução

das galerias próximas ao local; e grande impermeabilização da região com

asfalto e edificações, impedindo o fluxo natural das águas

Área-Problema 14 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba) – Localizada na

região entre os bairros Dos Estados e Dos Municípios, especificamente, na

Avenida Dos Estados, esquina com Quinta Avenida (próximo à divisa com

município de Camboriú). Esta área tem problemas e pontos de alagamentos,

em função de causas como: calha do Ribeirão Peroba muito estreita e sem

mata ciliar; falta de dragagem e limpeza do Ribeirão Peroba; influência da

preamar; e estrangulamento do Ribeirão Peroba na Ponte da Rua Biguaçu.

Área-Problema 15 (Bacia Hidrográfica Ribeirão Peroba) – Localizada na

região do bairro Dos Municípios, ao longo da Sexta Avenida e nas

proximidades entre o rio Peroba e o bairro Dos Municípios. Esta área tem

problemas e pontos de alagamentos, em função de causas como: Inexistência

de galerias pluviais de ligação com o Ribeirão Peroba em ruas do bairro Dos

Municípios; calha do Ribeirão Peroba muito estreita e sem mata ciliar; falta de

dragagem e limpeza do Ribeirão Peroba; influência da preamar;

estrangulamento do Ribeirão Peroba na Ponte da Rua Biguaçu.

244

Page 245: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 16 (Bacia Hidrográfica Nova Esperança) – Localizada na

região do bairro Nova Esperança, ao longo da Rua Brás Cubas esquina com

Rua Bartolomeu Bueno da Silva. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos em função de causas como: falta de dragagem e limpeza do

curso de água que passa pela região; obstrução do canal de drenagem por

entulhos e resíduos sólidos, lançados pela população local; galeria pluvial da

região encontrar-se atualmente, subdimensionada; e construções muito

próximas ao curso de água, impedindo a vazão natural do curso de água.

Área-Problema 17 (Bacia Hidrográfica Nova Esperança.) – Localizada na

região do bairro Nova Esperança, próxima a nascente do rio das Ostras, ao

longo da Rua José Cezário Pereira. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de causas como: galeria pluvial da região encontra-se

subdimensionada atualmente; cota topográfica baixa, sendo a região

considerada um vale. Antigamente a região era utilizada para o cultivo de arroz,

portanto, possui um solo encharcado além de ser próxima à nascente do rio

das Ostras; e falta de dragagem e limpeza do curso de água que passa pela

região.

Área-Problema 18 (Bacia Hidrográfica Nova Esperança) – Localizada na

região do bairro Nova Esperança, próxima a nascente do rio das Ostras, ao

longo da Rua José Célio Silva. Esta área tem problemas e pontos de

alagamentos, em função de causas como: galeria pluvial da região encontra-se

subdimensionada atualmente. Antigamente a região era utilizada para o cultivo

de arroz, portanto, possui um solo encharcado além de ser próximo à nascente

do rio das Ostras; e falta de dragagem e limpeza do curso de água que passa

pela região.

Área-Problema 19 (Bacia Hidrográfica Rio das Ostras) – Localizada na região

do bairro São Judas Tadeu, próxima a nascente do rio das Ostras, ao final da

Rua Samuel Rocha. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em

função de causas como: declividade desfavorável em direção às residências do

final da Rua Samuel Rocha; galeria pluvial da região encontra-se

subdimensionada atualmente; e falta de dragagem e limpeza do rio das Ostras

que passa pela região.

245

Page 246: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 20 (Bacia Hidrográfica Rio das Ostras ) – Localizada na região

do bairro da Barra, ao final da Rua Adaci Gomes (Loteamento Dona Lili). Esta

área tem problemas e pontos de alagamentos, em função de causas como:

galeria pluvial da região encontra-se subdimensionada atualmente;

impermeabilização do solo da região em função da pavimentação e residências

do bairro da Barra; construções próximas ao rio das Ostras, não respeitando a

distância mínima de APP; e falta de dragagem e limpeza do rio das Ostras que

passa pela região.

Área-Problema 21 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleirinho) – Localizada na

Rodovia Interpraias, no início do trecho Estaleirinho-Estaleiro, na região do

bairro Estaleirinho. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em

função de causas como: ponto de baixa cota topográfica; proximidade do curso

de água com as residências; e falta de dragagem e limpeza do curso de água

que passa pela região.

Área-Problema 22 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleirinho) – Localizada na

Rodovia Interpraias esquina com Rua Higino João Pio, no trecho Estaleirinho-

Estaleiro, na região do bairro Estaleirinho. Esta área tem problemas e pontos

de alagamentos, em função de causas como: ponto de baixa cota topográfica,

formando um vale na região (das ruas sem pavimento); proximidade do curso

de água com as residências; e falta de dragagem e limpeza do curso de água

que passa pela região.

Área-Problema 23 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleiro) – Localizada na

Rodovia Interpraias esquina com Rua João Venâncio Ramos, na região do

Bairro Estaleiro. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos em função

de causas como: canal de drenagem construído encontra-se subdimensionado

atualmente; ponto de baixa cota topográfica, formando um vale na região;

proximidade do curso de água com as residências do local; e falta de

dragagem e limpeza do curso de água que passa pela região.

Área-Problema 24 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleiro) – Localizada na Rua

Vereador Domingos Fonseca, na região do bairro Estaleiro. Esta área tem

problemas e pontos de alagamentos, em função de causas como: retilinização

246

Page 247: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

do curso de água natural; canal de drenagem construído, que também se

encontra subdimensionado atualmente; ponto de baixa cota topográfica,

formando um vale na região; proximidade do curso de água com as residências

do local; e falta de dragagem e limpeza do curso de água que passa pela

região.

Área-Problema 25 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleiro) – Localizada no final

da Rua Antônio Torquato (Estrada Geral dos Canudos) na região do Bairro

Estaleiro. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em função de

causas como: canal de drenagem construído, que também se encontra

subdimensionado atualmente; ponto de baixa cota topográfica, formando um

vale na região; proximidade do curso de água com as residências do local; falta

de dragagem e limpeza do curso de água que passa pela região; além de o

curso de água ser de pequena profundidade e largura para suportar a vazão

das águas de montante.

Área-Problema 26 (Bacia Hidrográfica Praia do Estaleiro) – Localizada na

Alameda das Araucárias esquina com Rua Manacá, na região do bairro

Estaleiro. Esta área tem problemas e pontos de alagamentos, em função de

causas como: canal de drenagem construído com contenção de gabião, que

também se encontra subdimensionado atualmente; ponto de baixa cota

topográfica, formando um vale na região; proximidade do curso de água com

as residências do local; falta de dragagem e limpeza do curso de água que

passa pela região; além de o curso de água ser de pequena profundidade e

largura para suportar a vazão das águas de montante.

Área-Problema 27 - Localizada na Rua Antônio A. Correa esquina com a Rua

Hermógenes Assis Feijó, na região do Bairro Barra. Esta área tem problemas e

pontos de alagamentos, em função de causas como: canal de drenagem, da

região, se encontra subdimensionado atualmente; Ponto de baixa cota

topográfica, formando um vale na região; proximidade do curso de água com

as residências do local.

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Page 248: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Área-Problema 28 (Bacia Hidrográfica Praia de Taquaras) – Localizada nas

proximidades da Rodovia Interpraias (próximo à Estação de Tratamento de

Esgoto de Taquaras), na região da Praia de Taquaras. Esta área não possui

problemas de alagamento, e sim, de poluição das águas e do solo da região. A

população local faz críticas aos odores sentidos na região, alegando haver

cheiros fortes de esgoto, ainda mais fortes na época de alta temporada.

248

Page 249: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 140: Áreas Problema de Balneário Camboriú Fonte: Google Earth (Adaptado) Fonte: SOTEPA, 2012.

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Page 250: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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Page 251: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.4 ENERGIA

A CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina - é responsável pelo fornecimento

de energia elétrica (Mapa de Energia). O consumo total em 2010 foi de 314.517.150

kwh, como demonstra a Tabela 31.

Tabela 31: Evolução de consumo de energia elétrica em Balneário Camboriú

Fonte: SEBRAE, 2013

Do total consumido, aproximadamente 50% é relativo ao consumo residencial, 5,3%

industrial e 37,4% comercial. Esta participação, juntamente com os demais

segmentos de consumo é demonstrada na Tabela 32, elaborado pelo SEBRAE

(2013).

Tabela 32: Participação de consumo de energia elétrica em Balneário Camboriú

Fonte: SEBRAE, 2013.

251

Page 252: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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Page 253: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.5 ASPECTOS DA EDUCAÇÃO

A Secretaria Municipal de Educação de Balneário Camboriú atua nas áreas de

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos por meio

de 23 núcleos de Educação Infantil, 16 escolas municipais de ensino fundamental e

um Centro de Educação de Jovens e Adultos (Mapa de Equipamentos de

Educação).

Em conformidade com dados da Secretaria Municipal de Educação14 estão

matriculados nos diferentes estabelecimentos de ensino. 3.360 alunos no ensino

infantil, 10.188 alunos matriculados no ensino fundamental e 924 alunos no Centro

de Educação de Jovens e Adultos.

Ao todo, integram o organograma da Secretaria Municipal de Educação os seguintes

departamentos: Desenvolvimento Educacional, Técnico Pedagógico, Educação

Especial e Educação Infantil, envolvendo aproximadamente 1800 funcionários.

Em estudo realizado pelo SEBRAE, publicado em 2013, com base em dados do

Censo Escolar do Ministério da Educação foi identificado que 82,2% das matrículas

pertencem a escolas da rede municipal e privada.

Em relação à evolução do número total de alunos matriculados em Balneário

Camboriú observa-se que em 2003, havia 22.317 alunos matriculados e em 2012,

passou para 22.379 matrículas, o que representou um aumento de 0,28% no

período considerado.

A evolução no período 2003/2012 foi da ordem de 10,68% na rede municipal e

2,93% na rede privada. A rede estadual apresentou uma evolução negativa de

25,82% em igual período.

Do total das matrículas: 60,57% das matrículas foram disponibilizadas pela rede

municipal de ensino; 17,77%, da rede estadual e 21,66% da rede privada

(INEP/Ministério da Educação, 2012).

14 http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

253

Page 254: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Núcleo de Educação

Infantil Municipal

Localização Atendimento Período Matrícula

Santa Inês Bairro Dos Municípios

Berçário I e II (0 a 2 anos) Integral 44

Estaleirinho Estaleiro Berçário I e II,

Maternal I e II e Jardim I e II

Integral 46

São Judas Tadeu São Judas Tadeu

Berçário I, Berçário II,

Maternal I-A, Maternal I-B, Maternal II-A, Maternal II-B

Integral 121

Rio das Ostras São Judas Tadeu Jardim I, Jardim II Dois turnos 164

Pequeno Navegador Jardim Iate Clube

Berçário e maternal I e II / 0

a 3 anos Integral 98

Nova Esperança Nova Esperança Jardim I e II Integral 152

Pequeno Mundo Nova Esperança Berçário I e II e

Maternal I e II Integral 69

Recanto dos Passarinhos

Bairro Das Nações

Berçário I e II, Maternal I e II e

Jardim I e II Integral 140

Santa Clara Bairro dos Municípios

Jardim I, II e III de 4 a 6 anos Integral 178

Santa Inês Bairro dos Municípios

Berçário I e II 0 a 2 anos Integral 44

Sementes do Amanhã

Bairro Dos Municípios

Berçário e maternal / 0 a 3

anos Integral 390

Sonho de Criança

Bairro Das Nações Berçário I e II Integral 157

Iate Clube Bairro Iate Clube

Berçário I, Berçário II-A Berçário II-B, Materna I-A Maternal I-B, Maternal II-A, Maternal II-B

Integral 152

Pioneiros Bairro Dos Pioneiros Berçário Integral 136

Pão e Mel Bairro Vila Real Jardim I e Jardim II Integral 280

Novo Tempo Bairro dos Estados Berçário I e II Integral 259

Criança Esperança Nova Esperança

Berçário I e II e Maternal I e II / 0

a 3 Integral 68

Cristo Luz Vila Real Maternal I e II e Jardim I e II / 4 a

6 anos Integral 136

254

Page 255: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Núcleo de Educação

Infantil Municipal

Localização Atendimento Período Matrícula

Carrossel Bairro das Nações

Jardim I Jardim II 4 a 6

anos Dois turnos 210

Brilho do Sol Estaleiro

Berçário I e II, Maternal I e II e Jardim I e II - 0 a

6 anos

Integral 53

Ariribá Ariribá

Berçário I e II (Misto), Maternal

I, Maternal II, Jardim I e Jardim

II - 0 a 6 anos

Integral 79

Primeiro Passo

Bairro Das Nações

Jardim I e Jardim II Integral 124

Anjo da Guarda Vila Real

Berçário e Maternal - 0 a 3

anos Integral 100

Bom Sucesso Bairro da Barra

Berçário I e II, Maternal I e II e

Jardim I e II 0a 6 anos

Integral 169

Total 3.360

Quadro 9: Alunos matriculados no Ensino Infantil em Balneário Camboriú – 2014 Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú. Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

Figura 141: Núcleo Infantil Brilho do Sol e Núcleo Infantil Pequeno Navegador Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú. Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

255

Page 256: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 142: Núcleo Infantil Anjo da Guarda e Núcleo Infantil Bom Sucesso Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú. Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

Centro Educacional

Municipal Localização Atendimento

Período Matrícula

CEM Dona Lila

Estaleiro Ensino Fundamental

Dois turnos 38

CEM Giovania de Almeida

Praia do Estaleirinho

Ensino Fundamental

Dois turnos 156

CEM Dona Lili Bairro da Barra Ensino Fundamental

Dois turnos 572

CEM Nova Esperança

Nova Esperança Ensino Fundamental

Dois turnos 750

CEM Ariribá Ariribá Ensino Fundamental

Dois turnos 978

CEM Presidente Médici

Bairro das Nações Ensino Fundamental

Dois turnos 1.063

CEM Jardim Iate Clube

Iate Clube Ensino Fundamental

Dois turns 647

CEM Professor Armando Cesar Ghislandi

Vila Real Ensino Fundamental

Dois turnos 744

CEM Governador Ivo Silveira

Bairro Dos Estados Ensino Fundamental

Dois turnos 795

CEM Professor Antônio Lúcio

Bairro Das Nações Ensino Fundamental

Dois turnos 735

CEM Vereador Santa

Centro Ensino Fundamental

Dois turnos 1.125

CEM Alfredo Domingos da Silva

Bairro São Judas Tadeu

Ensino Fundamental

Dois turnos 489

CEM Tomáz Francisco Garcia

Bairro Dos Municípios

Ensino Fundamental

Dois turnos 551

CEM Taquaras Taquaras Ensino Fundamental

Dois turnos 65

Centro Integrado de Educação Pública Rodesindo Pavan

Vila Real ensino fundamental

Dois turnos 400

256

Page 257: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Centro Educacional

Municipal Localização Atendimento

Período Matrícula

(CIEP) CAIC Ayrton Senna da Silva

Bairro Dos Municípios

Ensino Fundamental

Dois turnos 1080

Total 10.188

Quadro 10: Alunos matriculados no Ensino Infantil em Balneário Camboriú – 2014 Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú . Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

Figura 143: CEM de Taquaras e CEM Vereador Santa Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú . Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

Figura 144: CEM Tomaz Francisco Garcia e CEM Alfredo Domingos da Silva Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú . Disponível em

http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

257

Page 258: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Núcleo de Educação

Infantil Localização Atendimento Período Matrícula

CEJA Deputado Doutel de Andrade

Bairro dos Municípios

Presencial: 2º ao 5º ano Semi-presencial: 6º ao 9º ano

Vespertino e noturno

924

Quadro 11: Alunos matriculados no Centro de Educação de Jovens e Adultos em Balneário Camboriú – 2014

Fonte: Secretaria Municipal de Balneário Camboriú . Disponível em http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_educacao/escolas.cfm?codigo=5

O Conselho Municipal de Educação de Balneário Camboriú (CONSEME) foi

instituído pela Lei n°1.096/1991, de 11 de outubro de 1991, e tem com finalidade

precípua colaborar na política de educação e exercer atuação normativa, consultiva

e deliberativa quanto à organização, funcionamento, expansão e aperfeiçoamento

do Sistema Municipal de Ensino.

Com relação à rede estadual de ensino, há seis estabelecimentos pertencentes a

Secretaria de Educação do Estado que atuam na modalidade fundamental e médio,

bem como na educação de jovens e adultos, conforme Quadro 12.

Estabelecimentos estaduais

Modalidade de ensino Localização

Escola de E. B. Pres. João Goulart

Fundamental, médio e magistério

Centro

Escola de E. B. Prof. Laureano Pacheco

Fundamental e médio Pioneiros

Escola de E.B. Ruizelio Cabral

Médio Nova Esperança

Escola de E. B. Profª Francisca Alves Gevaerd

Fundamental e médio Barra

Escola de E. B. Profª Maria da Glória Pereira

Fundamental e Médio Centro

CEJA de Balneário Camboriú

Fundamental e médio Centro

Quadro 12: Estabelecimentos de ensino da rede pública estadual em Balneário Camboriú, 2014. Fonte: Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, 2013.

Com relação a rede privada de ensino, os estabelecimentos que atuam com a

educação infantil, fundamental e médio, encontram-se no Quadro 13, observando-se

que estão localizados principalmente na área central do Município.

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Page 259: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Estabelecimentos privados

Modalidade de ensino Localização

Construindo o saber Ensino infantil Centro Escola Semear Ensino Infantil Centro CEI Dinâmica Ensino Infantil Centro Liceu Catarinense de Ensino

Fundamental e médio e para jovens e adultos Centro

Sociedade Educacional Balneário Camboriú

Fundamental e médio Centro

Centro Educacional Atlântico Sul

Fundamental e médio e para Jovens e adultos Centro

Centro Educacional Sistema Unificado

Fundamental e médio para Jovens e adultos Centro

Colégio Margirus Ensino Infantil, fundamental e médio Centro Colégio de Aplicação UNIVALI

Médio Municípios

Colégio Conhecer Ensino infantil, fundamental e médio Centro Colégio e Curso Energia Fundamental, médio e terceirão Centro Colégio Raízes Ensino Infantil e Fundamental Pioneiros Centro Educacional Geração de Ouro

Barra

Centro Educacional Evolução

Ensino Infantil e Fundamental Centro

Quadro 13: Rede de ensino privada em balneário Camboriú Fonte: Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina, 2013.

Com relação ao ensino superior a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Campus

de Balneário Camboriú, oferece os cursos de graduação em Administração;

Arquitetura e Urbanismo; Cosmetologia e Estética; Design; Design de Interiores;

Design de Jogos e Entretenimentos Digital; Design de Moda; Direito; Gastronomia;

Pedagogia: Gestão de Recursos Humanos; Relações Internacionais; Tecnólogo em

Marketing e Turismo e Hotelaria. Oferece também especialização/aperfeiçoamento

em todas as áreas de graduação, mestrado e doutorado na área de turismo.

A Faculdade AVANTIS oferece os cursos de graduação em: Administração;

Psicologia; Sistema de Informações; Arquitetura e Urbanismo; Direito, Ciências

Contábeis; Educação Física (bacharelado); Educação Física (Licenciatura);

Odontologia; Engenharia Civil.

A UDESC com o Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí com sede em

Balneário Camboriú oferece o curso de graduação em Administração Pública e

Engenharia do Petróleo e a Faculdade do Litoral Catarinense (Uno Sociecs) oferece

em Balneário Camboriú os Cursos de Administração e Ciências Contábeis.

259

Page 260: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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Page 261: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.6 SAÚDE

A rede de saúde envolve 56 estabelecimentos segundo o tipo de gestão, dos quais

96,42% têm gestão municipal (pública e privada) e 3,58% a gestão estadual,

conforme dados do Relatório de Gestão em Saúde, 2013 (Quadro 14 e Mapa de

Equipamentos de Saúde).

Tipo de estabelecimento Municipal Estadual Total

Central de regularização de

serviços de saúde

01 - 01

Central de regulação médica

das urgências

- 01 01

Centro de Atenção Psicossocial 02 - 02

Centro de Saúde/Unidade

Básica

15 - 15

Clínica/Centro de Especialidade 13 - 13

Consultório Isolado 01 - 01

Hospital Geral 02 - 02

Policlínica 02 - 02

Unidade de Apoio Diagnose e

Terapia Isolado

15 - 15

Secretaria de Saúde 01 - 01

Unidade Móvel de nível Pré-

Hospitalar na Área de Urgência

01 01 02

Unidade Móvel Terrestre 01 - 01

TOTAL 54 02 56

Quadro 14: Rede física de saúde segundo o tipo de gestão, 2013. Fonte: Relatório de Gestão em Saúde de Balneário Camboriú, 2013.

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Page 262: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Para maior compreensão , com referência a esfera administrativa municipal, estão

24 estabelecimentos privados e 30 estabelecimentos da rede pública municipal; na

esfera administrativa estadual estão 02 estabelecimentos (Mapa dos equipamentos

de saúde e de educação).

Com referência ao número de leitos disponíveis para internação, segundo dados do

Ministério da Saúde, em 2012, era de 285 leitos, o que equivale a uma evolução

positiva de 21,8% em relação ao total existente em 2007 (Tabela 33). Isto significa

que para 424 habitantes há somente um leito disponível no município.

Tabela 33: Número de leitos de internação em Balneário Camboriú

Fonte: Ministério da Saúde, CNES, 2012. SEBRAE, 2013.

Com relação ao número de hospitais privados existentes no município destacam-se

quatro hospitais com 102 leitos, para atendimento de não usuários do SUS. O

Hospital Santa Inês com 132 leitos, dos quais 111 leitos atendiam os usuários do

SUS está no momento desativado, conforme informações do CNES/DATASUS

(2013), em conformidade com a Tabela 34.

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Page 263: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 34: Relação de hospitais privados com distribuição de leitos, 2013 CNES HOSPITAL MUNICÍPIO MACR

O PORTE

Leito Ñ SUS

Leito SUS

Total

3718395 Hospital UNIMED Balneário Camboriú FRI I 20 -- 20

3425398

Hospital e Maternidade Santa Luisa Balneário Camboriú FRI I 31 -- 31

3119289 Hospital do Coração Balneário Camboriú FRI II 49 -- 49

2336464

Hospital de Olhos de Santa Catarina Balneário Camboriú FRI I 02 -- 02

TOTAL 102 Fonte: CNE/DATASUS, 2013.

O único hospital público referência em média complexidade para população

residente, é o Hospital Municipal Ruth Cardoso com 102 leitos para usuários do

SUS, dos quais 16 são leitos obstétricos e 09 leitos pediátricos, segundo informação

da 17ª Regional da Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, 2013.

Em relação aos leitos obstétricos e pediátricos observa-se que o número de leitos

existentes é inferior aos parâmetros assistenciais indicados na Portaria Federal do

MS nº 1.101/2002.15

A Maternidade do Hospital Santo Antônio, é a referência para gestantes de alto risco

e está localizado na região do Vale do Itajaí, desta forma, as gestantes de alto risco

do município deslocam-se para o município de Blumenau para realização dos

partos, percorrendo de 31,2 a 101 Km de distância.

Com relação aos leitos de UTI em hospitais privados destacam-se o Hospital e

Maternidade Santa Luisa – neonatal- com 07 leitos e Hospital do Coração - adulto –

10 leitos, segundo dados do DATASUS, 2013.

O Município pertence a 17ª Região de Saúde da Macrorregião da Foz do Rio Itajaí.

A cobertura populacional em ESF dessa Macrorregião é de 67,33%, um dos motivos

dessa cobertura deve-se ao fato do Município de Balneário Camboriú, com uma

população maior, apresentar baixa cobertura, o que reduz o percentual de cobertura

da Macrorregião de Saúde.

15 Segundo a Portaria do MS 1101/2002 - Leitos Hospitalares Totais = 2,5 a 3 leitos para cada 1.000 habitantes; Leitos de UTI: calcula-se, em média, a necessidade de 4% a 10% do total de Leitos Hospitalares. Leitos obstétricos 0,28 sobre 1.000 hab. Leitos pediátricos, 0,41% sobre 1.000 hab. No total, há uma necessidade de 2,92 leitos por 1.000 habitantes.

263

Page 264: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Atualmente, para atendimento à saúde da família o município de Balneário Camboriú

dispõe de 15 equipes da Estratégia de Saúde da Família que conta com 72 Agentes

Comunitários de Saúde e prestam serviços à 51.249 habitantes, que correspondem

a 42,38% da população total, segundo informações da Secretaria de Saúde do

Município (2014), assim distribuídos:

- Unidade Básica de Saúde da Barra localiza-se na Rua Eleotério Pinheiro, s/n, no

bairro da Barra possui três equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF)

responsáveis por 7230 pessoas, com a área de abrangência da região das Praias

Agrestes, Bairro São Judas e do Bairro da Barra. Além das equipes de ESF, possui

pediatra, ginecologista e atendimento odontológico.

- Unidade Básica de Saúde da Nova Esperança localiza-se na Rua Boa Vista, s/n,

no bairro Nova Esperança, possui uma equipe da Estratégia de Saúde da Família

(ESF) responsável 3.720 pessoas que residem neste Bairro. Além da equipe de

ESF, possui pediatra, ginecologista e atendimento odontológico.

- Unidade da Estratégia de Saúde da Família do bairro Ariribá - A unidade possui

uma equipe da Estratégia Saúde da Família que é responsável por mais de 5.300

pessoas. Além da equipe de ESF possui pediatra, ginecologista e atendimento

odontológico.

- Unidade da Estratégia de Saúde da Família do bairro da Vila Real localiza-se na

Rua Dom Abelardo, nº 400, no Bairro da Vila Real. Possui duas equipes da

Estratégia de Saúde da Família (ESF) responsáveis por 9.350 pessoas. Além das

equipes de ESF, possui pediatra, ginecologista e atendimento odontológico.

- Unidade da Estratégia de Saúde da Família do bairro Das Nações (CAS) - localiza-

se na Rua México, s/n, no Bairro das Nações. A unidade possui três equipes da

Estratégia Saúde da Família que é responsável por mais de 10.380 pessoas, que

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Page 265: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

residem no bairro. Além das equipes de ESF, possui pediatra e atendimento

odontológico.

- Unidade da Estratégia de Saúde da Família do bairro Dos Estados localiza-se na

rua Ceará, s/n, anexo ao Centro Odontológico Especializado (COE), no bairro Dos

Estados. Possui uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) responsável

por 1.892 pessoas. Além das equipes de ESF, possui pediatra e atendimento

odontológico.

- Unidade da Estratégia de Saúde da Família do bairro Dos Municípios localiza-se na

Rua Angelina, s/n, anexo ao CAIC, no Bairro dos Municípios. Possui três equipes da

Estratégia de Saúde da Família (ESF) responsáveis por 9.073 pessoas. Além das

equipes de ESF, possui pediatra e atendimento odontológico.

- A Unidade de Saúde da Suíça localiza-se na Rua Suíça, no 765, no Bairro Das

Nações possui uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) responsável

por 4.304 pessoas.

Embora as Unidades Básicas de Saúde/ Estratégia de Saúde da Família disponham

de atendimento odontológico, o município implantou 4 equipes de saúde bucal na

ESF de Ariribá, Barra, Dos Estados e Nova Esperança com o intuito de ampliar o

acesso às ações e serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal,

por meio de medidas de caráter coletivo e mediante o estabelecimento de vínculo

territorial.

O Município possui, além das Estratégias de Saúde da Família, uma rede

especializada de atenção à saúde formada pelas seguintes unidades: Posto de

Atenção Infantil (PAI), Núcleo de Atenção à Mulher (NAM) e o Núcleo de Atenção ao

Idoso (NAI), situados no bairro Dos Municípios; Centro de Fisioterapia e Reabilitação

(CEFIR) localizado o bairro Das Nações; Centro de Testagem e Aconselhamento

(CTA) e Centro Integrado Solidariedade e Saúde (CISS) ambos localizados no

Centro; e Serviço de Atendimento Psico Social (CAPS) localizado no bairro Jardim

265

Page 266: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Iate Clube; Centro Integrado Solidariedade e Saúde (CISS); Centro Odontológico

Especializado (COE) situado no Bairro dos Estados; Serviço de Atendimento Móvel

de Urgência (SAMU); Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária; Centro de

Controle de Pragas Urbanas (CCPU) localizado no bairro Jardim Iate Clube.

A rede de saúde conta com uma farmácia de medicamentos excepcionais localizada

no Centro; uma farmácia descentralizada região norte que atende os bairros Ariribá

e Das Nações; uma farmácia descentralizada sul que atende os moradores das

Praias do Agreste e dos bairros da Barra e Nova Esperança; e uma farmácia

municipal localizada no Centro. Compõe a rede de prestação de serviços um

laboratório municipal localizado no Centro e o Hospital Municipal e Maternidade Ruth

Cardoso localizado no bairro Dos Municípios.

O Município conta com uma Unidade Básica de Saúde Central - que atende os

moradores da Praia dos Amores, Centro e do bairro Dos Pioneiros, já que a parte

ambulatorial de urgência e emergência passou para o Ambulatório do Hospital

Municipal Ruth Cardoso. Contudo, é referência municipal em serviços de

oftalmologia.

A rede prestadora de serviços do SUS conta com 797 profissionais, sendo 97,11%

dos profissionais com vínculo empregatício protegido, segundo o Relatório Municipal

de Gestão em Saúde (2013).

A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano) em Balneário

Camboriú foi reduzida em 43%, passando de 15,5 por mil nascidos vivos em 2000

para 8,7 por mil nascidos vivos em 2010, segundo dados do Atlas de

Desenvolvimento do PNUD, 2010.

Segundo os dados do Relatório de Gestão em Saúde no que tange a mortalidade,

verifica-se que as doenças do aparelho circulatório (29,67%) foram as principais

causas de óbito no município de Balneário Camboriú; em 2º lugar estão as

neoplasias com 20,14%; seguido pelas doenças do aparelho respiratório (12,05%);

das causas externas que incluem o conjunto de acidentes, homicídios e suicídios

(11,69%); por doenças endócrinas (6,29%); doenças infecciosas e parasitárias

(5,21%); por doença do aparelho digestivo (4,31%); do sistema nervoso (3,23%)

entre outras (Figura 145).

266

Page 267: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 145: Principais doenças causadoras de mortalidade em Balneário Camboriú – 2010 Fonte: DATASUS/SIM/ 2010 apud em Relatório de Gestão de 2013.

Já, as internações hospitalares foram causadas por: gravidez, parto ou puerpério

(21,89%); causas externas (15,04%); doenças do aparelho circulatório (12,49%);

doenças do aparelho respiratório (8,21%); doenças do aparelho geniturinário

(6,27%); neoplasias (5,75%); doenças infecciosas e parasitárias (4,78%) e doenças

do sistema nervoso (1,46%) entre outras (Figura 146).

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Page 268: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 146: Principais doenças causadoras de internações em Balneário Camboriú – 2010 Fonte: DATASUS/SIM/ 2010 apud em Relatório de Gestão de 2013.

De acordo com as informações do Objetivo do Milênio das Nações Unidas (2010) a

esperança de vida ao nascer no município aumentou 8,6 anos nas últimas duas

décadas, passando de 70,1 anos em 1991 para 74,8 anos em 2000, e para 78,6

anos em 2010. Em 2010, a esperança de vida ao nascer média para o estado é de

76,6 anos e, para o país, de 73,9 anos.

Em conformidade com o Plano Municipal de Saúde 2010-2013, o setor de saúde

apresenta alguns problemas tais como:

268

Page 269: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

- Unidades de Saúde dos Bairros dos Municípios, Suíça e Nova Esperança em

precárias condições estruturais;

- População cadastrada nas Equipes dos Bairros da Nova Esperança, Nações e Vila

Real excede o número preconizado pelo Ministério da Saúde;

- Falta de profissionais médicos e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) nas

equipes de ESF;

- A taxa de cobertura da Estratégia de Saúde da Família no município é de apenas

42,38%.

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Page 270: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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Page 271: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.7 ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social desenvolve projetos voltados a

promoção social e desenvolvimento comunitário municipal. Está organizada no

Departamento de Atenção ao Idoso; Departamento de Desenvolvimento

Comunitário; Departamento de Assistência à Juventude e Departamento de

Economia Artesanal. O Departamento Comunitário gerencia os centros

comunitários: Centro Comunitário Casa da Sogra (bairro Dos Municípios); Centro

Comunitário Antônio Carlos Santana (bairro Das nações); Centro Comunitário

Vereador Adiomir Serrão (bairro da Barra); Centro Comunitário Nova Esperança

(bairro Nova Esperança); Centro Comunitário José Gerônimo Vicente (bairro Vila

Real), conforme Mapa dos Centros Comunitários.

Esta Secretaria atua na coordenação dos conselhos: Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA); Conselho Municipal de Assistência

Social (CMAS); Conselho Municipal Antidrogas (COMAD); Conselho Municipal da

Juventude (COMJUV); Conselho Municipal do Controle Social do Programa olsa

Família (CMPBF); Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

(COMSEAN);Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD);

Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMUM).Também gerencia o Fundo

Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (FMDCA), Fundo Rotativo do Bem

Estar Social (FURBES) e o Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS).

Entre os projetos sociais desenvolvidos destacam-se o Bolsa Família;

Cadastramento de Catadores Recicláveis; Caminhão do Peixe; Coleta Solidária;

Curso de Capacitação para Bartender, Pro jovem trabalhador e Recriando o Saber16.

É importante ressaltar que, através da Lei Municipal nº 3141/2012, foi criada na

estrutura administrativa municipal a Secretaria da Pessoa Idosa, com o objetivo de

desenvolver as ações de natureza pública aliadas as da sociedade civil organizada,

para atendimento das necessidades e garantias dos direitos das pessoas idosas, de

acordo com o que determina o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso. E

coordenará as ações do Conselho Municipal do Idoso. 16 http://www.balneariocamboriu.sc.gov.br/sec_trabalho/

271

Page 272: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.8 ASPECTOS HABITACIONAIS

O povoamento na região de Balneário Camboriú teve início em 1758 quando

famílias procedentes de Porto Belo se estabeleceram em um local denominado

Nossa Senhora do Bonsucesso, hoje conhecido como Barra (IBGE, 2008).

Em 1930, pela situação geográfica privilegiada, intensificou-se a ocupação da parte

central do balneário por influência dos alemães que habitavam o Vale do Itajaí.

Nesta época, assim como hoje, o turismo foi um grande impulsionador para a

instalação da infraestrutura, serviços e comércios na região.

Concomitantemente ao processo de produção de empreendimentos para a classe

média e alta, a população de baixa renda estabelecia-se no município, em função

principalmente do fluxo migratório. Concentravam-se principalmente em áreas

ambientalmente frágeis e com carência de infraestrutura urbana e social,

favorecendo a formação de assentamentos precários, caracterizados neste contexto,

como aglomerações distintas, tanto física quanto socialmente, no território municipal

e em relação ao seu entorno que apresentam um percentual elevado de população

de baixa renda. É importante lembrar que parte da urbanização de Balneário

Camboriú consolidou-se num ambiente típico de restinga em áreas frágeis

considerada de preservação permanente.

O Plano Catarinense de Habitação de Interesse Social de 2010, com base nos

dados de um estudo do CEM/Cebrap (2000), identificou naquele período 85

domicílios localizados em assentamentos precários que abrigavam 227 pessoas.

O município, com o intuito de impedir ocupação de novas áreas e para atuar no

controle do crescimento das já existentes, criou a Comissão Urbana de Contenção

da Ocupação Irregular (CUIDA). Em 2007, esta Comissão monitorava 12 áreas

carentes localizadas no município. Entretanto, com a elaboração do Plano Municipal

de Habitação de Interesse Social (PMHIS) em 2009, foram identificadas mais 07

áreas, totalizando 19 áreas com características de assentamento precário no

município. Estas áreas estavam concentradas nos seguintes bairros: Nova

Esperança, São Judas Tadeu, Barra, Das Nações, Nova Esperança e Dos

Municípios, conforme Quadro 15 e Figura 148.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Quadro 15: Áreas atendidas pelo CUIDA e demais áreas identificadas pelo PMHIS, 2012 Fonte: PMHIS, 2012.

Figura 147: Domicílios improvisados nas localidade do Morro da Pedreira e Jardim Denise Fonte: PMHIS, 2012.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 148: Mapa de Ocupações Irregulares em Balneário Camboriú Fonte: PMHIS, 2012.

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Page 276: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Estas áreas juntas apresentavam 301 domicílios, ou seja, 0,77% do total dos

domicílios que existiam no município (39.265) e abrigavam 1.416 pessoas, segundo

relatório CUIDA (2007). As áreas que apresentavam o maior número de pessoas

eram, respectivamente, o Morro da Pedreira, Jardim Denise e o Jardim Itália, com

quase 50% da população cadastrada no período.

Quanto as condições econômicas, cerca de 70% da população total monitorada pelo

CUIDA estava desempregada em 2007. Dos que tinham emprego, 50% ganhavam 1

salário mínimo e apenas 1% era registrado formalmente. Em relação a educação,

cerca de 70% dos chefes de família tinham somente o ensino fundamental, o que

está fortemente relacionado as condições econômicas destas famílias (PMHIS,

2009).

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de 2009, com base em um

estudo desenvolvido em 2005 pela Fundação João Pinheiro denominado Déficit

Habicional do Brasil17 baseado no Censo Demográfico do IBGE do ano de 2000,

identificou o déficit habitacional para o município de Balneário Camboriú. Este déficit

é composto pelo déficit quantitativo e pelo déficit qualitativo.

O déficit quantitativo que abrange a necessidade de construção de novas

habitações, era de 1.293 unidades, em 2000, o que compreendia, neste mesmo

período, 5,54% do total de domicílios urbanos. Os componentes deste déficit estão

distribuídos conforme Tabela 35 abaixo.

Tabela 35: Componentes do déficit quantitativo para Balneário Camboriú, em 2000 Componentes % do total Absoluto

Domicílios Improvisados 7,35 95

Coabitação familiar 92,65 1.198

Domicílios rústicos - -

Fonte: PMHIS, 2012, com base em dados da Fundação João Pinheiro, 2005

17 Este estudo já possui versões mais atualizadas, no entanto, durante a elaboração do Plano de Habitação de Interesse do Município de 2012 utilizou-se a versão do ano 2000. Assim, a metodologia explanada neste relatório para a composição do déficit habitacional é a mesma utilizada no PMHIS.

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Page 277: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Em 2006, a Companhia de Habitação de Santa Catarina, estimou o déficit

habitacional quantitativo para o município de Balneário Camboriú em 3.774 unidades

habitacionais aplicando a taxa de crescimento populacional entre o período dos anos

de 2000 e 2006 sobre os domicílios coabitados e cedidos contabilizados pelo IBGE,

no ano de 2000, o que resultou um aumento, neste período, de 191,87% (Tabela

36).

Tabela 36: Composição do déficit habitacional em Balneário Camboriú, para o ano de 2006 Domicílios Cedidos 1.991

Domicílios Alugados 6.837

Domicílios Próprios 14.565

Total de domicílios (d) = (a) + (b) + (c) 23.393

Índice médio de pessoas por domicilio (e) 3,03134

População 2000 (f) 73.455

Estimativa nº famílias (g) =(f) / (e) 24.232

Coabitação (h) = (g) - (d) 839

Déficit 2000 (cedido + coabitação) (i) = (b) + (h) 2.830

População 2006 (j) 97.954

Índice do crescimento da pop.(k) = (j) / (f) 1,3335239

Déficit 2006 (l) = (i) x (k) 3.774

Fonte: COHAB/SC, 2006.

Cabe ressaltar, que não é possível estabelecer relação entre o déficit habitacional

quantitativo calculado pela FJP, em 2000 e pela COHAB/SC, em 2006, pois os

critérios utilizados foram diferentes.

O déficit qualitativo caracterizado pela necessidade de melhorias nas unidades

habitacionais que apresentam carência de infraestrutura; adensamento excessivo;

falta de unidade sanitária domiciliar exclusiva; auto grau de depreciação e

inadequação fundiária, compromete 3.030 das unidades habitacionais do município,

o que representou, no ano 2000, 12,97% do total dos domicílios. A Figura 149

mostra que as carências relativas a inadequação, referem-se principalmente à

infraestrutura.

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Page 278: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 149: Componentes do déficit qualitativo em Balneário Cammboriú, para o ano 2000. Fonte: PMHIS, 2012

Apesar de ser não ter sido contemplado nos estudos da Fundação João Pinheiro de

2000, outro componente importante para o cálculo do déficit habitacional é a

demanda demográfica, que tem por objetivo dimensionar as moradias a serem

acrescentadas ao estoque habitacional para atender ao crescimento demográfico.

De acordo com a Tabela 37, para o município de Balneário Camboriú este déficit

atinge 1.972 domicílios, representando 8,39% do total dos domicílios para o ano de

2000, e atinge principalmente as famílias com renda acima de 5 salários mínimos

(Demanda Habitacional do Brasil, 2012)

Tabela 37: Demanda habitacional demográfica por estrato salarial Demanda Habitacional

Demográfica por estrato salarial Absoluto %

DHDE 1.972 8,39%

DHDE 3SM 327 16,56%

DHDE 3 a 5 SM 337 17,08%

DHDE 5 a 10 SM 546 27,68%

DHDE > 10 SM 763 38,68%

Número de domicílios particulares 23.495

Fonte: Demanda Habitacional no Brasil, Caixa Econômica Federal, 2012

278

Page 279: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Para o atendimento do déficit quantitativo e da demanda demográfica, o PMHIS,

2009, levantou a quantidade de lotes vagos no município de acordo com área total e

a área total dos lotes vagos por bairro (Tabela 38).

Tabela 38: Quantitativo dos Terrenos vagos e localização m Balneário Camboriú - 2009

Bairro 0 a

500M² %

501 a 1.000m²

%

1.001 a

5.000 m²

% 5.000 a

10.000m² %

Mais de 10.000m²

%

Ariribá 294 8,55% 82 21,93% 8 5,80% 2 10,53% 0 0%

Barra 399 11,60% 45 12,03% 5 3,62% 1 5,26% 3 7%

Centro 1.101 32,01% 83 22,19% 35 25,36% 3 15,79% 0 0% Das Nações 439 12,76% 24 6,42% 35 25,36% 3 15,79% 0 0%

Dos Estados 154 4,48% 35 9,36% 3 2,17% 3 15,79% 3 7%

Dos Municípios 139 4,04% 18 4,81% 10 7,25% 0 0,00% 7 16%

Dos Pioneiros 136 3,95% 13 3,48% 15 10,87% 0 0,00% 0 0%

Jardim Iate Clube 58 1,69% 23 6,15% 3 2,17% 0 0,00% 0 0%

Nova Esperança 545 15,84% 43 11,50% 9 6,52% 5 26,32% 15 35%

São Judas Tadeu 20 0,58% 4 1,07% 14 10,14% 2 10,53% 15 35%

Vila Real 155 4,51% 4 1,07% 1 0,72% 0 0,00% 0 0%

TOTAL 3.440 100% 374 100% 138 100% 19 100% 43 100% Fonte: Ambiens Sociedade Cooperativa apud PMHIS, 2009

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Page 280: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Tabela 39: Área total dos terrenos vagos e sua localização em Balneário Camboriú -2009

Bairro 0 a 500M² % 501 a 1.000m² % 1.001 a

5.000 m² % 5.000 a 10.000m² % Mais de

10.000m² %

Ariribá 101.850,39 10,26% 52.480,92 20,64% 14.958,52 4,48% 15.022,43 11,38% 0,00 0,00%

Barra 140.980,58 14,20% 28.138,24 11,07% 14.499,72 4,35% 8.345,00 6,32% 71.683,20 5,65%

Centro 272.824,59 27,48% 56.031,85 22,03% 74.512,73 22,34% 20.226,50 15,32% 0,00 0,00%

Das Nações 122.308,52 12,32% 17.938,92 7,05% 66.122,79 19,82% 20.016,85 15,16% 0,00 0,00%

Dos Estados 42.078,81 4,24% 21.925,72 8,62% 6.935,27 2,08% 17.790,89 13,47% 82.458,68 6,50%

Dos Municípios 37.112,81 3,74% 11.450,45 4,50% 25.292,00 7,58% 0,00 0,00% 26.193,30 2,06%

Dos Pioneiros 34.970,34 3,52% 9.300,76 3,66% 26.480,58 7,94% 0,00 0,00% 0,00 0,00%

Jardim Iate Clube 17.568,19 1,77% 16.273,62 6,40% 4.502,17 1,35% 0,00 0,00% 0,00 0,00%

Nova Esperança 170.717,96 17,20% 30.320,14 11,92% 63.579,38 19,06% 33.520,31 25,38% 740.244,94 58,34%

São Judas Tadeu 6.913,73 0,70% 2.642,40 1,04% 34.881,91 10,46% 17.137,45 12,98% 348.196,33 27,44%

Vila Real 45.346,39 4,57% 7.794,10 3,06% 1.839,60 0,55% 0,00 0,00% 0,00 0,00%

TOTAL 992.672,31 254.297,12 333.604,67 132.059,43 1.268.776,45 Fonte: Ambiens Sociedade Cooperativa apud PMHIS, 2009.

Ressalta-se que nos lotes de até 500m² é dificultada a construção de conjuntos habitacionais de interesse social, sendo estes lotes

utilizados para o mercado formal. Importante observar que no bairro Das Nações concentra-se um total de 62 lotes, entre 501m² a mais

de 10.000m², que resultam uma área total de104.078,56m².

280

Page 281: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Se considerarmos que em lotes de 880m² seria possível a construção de 12 unidade

habitacionais (número obtido através de análise de empreendimentos elaborados

pelo Programa Minha Casa Minha Vida), seria possível abrigar somente neste bairro

1.419 famílias. Nesta mesma linha de análise, ao somarmos a área total de todos os

lotes vagos, estes comportariam a construção de aproximadamente 40.655 unidades

habitacionais distribuídas em todo o território municipal.

No entanto, o custo elevado do solo em Balneário Camboriú é um dos fatores que

dificulta a construção de unidades habitacional de interesse social.

“[...] o preço do solo urbano é extremamente elevado, em função principalmente do atrativo natural de sua praia e paisagem. Dessa forma, podemos constatar que os bairros mais próximos a orla são os que possuem o maior preço, portanto, o capital imobiliário procura otimizar o custo da terra através da intensificação do número de unidade produzidas, isso é realizado através da verticalização.” (PMHIS, 2009, p.64)

Conforme Tabela 40, o município concentra edificações de alvenaria com uso

residencial, principalmente nos bairros Centro e Dos Pioneiros. O uso comercial está

mais presente nos bairros dos Estados e Vila Real. As edificações em todo o

município variam entre 85 a 184m² e o valor médio por m² varia entre R$1,50, no

bairro São Judas Tadeu, a R$ 187,12, no bairro Centro (PMHIS, 2009).

Tabela 40: Tipologia de habitação e área construída

Bairro

Uso Tipologia

residencial

predominante

Área

(m²)

Valor médio do m² /

cadastro (R$) comercial residencial

Ariribá 3,81% 45,75% Casa de alvenaria 184,12 19,03

Barra 5,17% 55,35% Casa de alvenaria 114,4 5,27

Centro 6,35% 90,95% Apartamento 122,07 187,12

Das Nações 7,91% 75,97% Casa de alvenaria 147,29 18,28

Dos Estados 16,19% 76,38% Casa de alvenaria 111,54 15,52

Dos Municípios 8,75% 77,17% Casa de alvenaria 109,89 2,81

Dos Pioneiros 6,27% 86,71% Apartamento 111,63 82,91

Jardim Iate Clube 8,71% 73,71% Casa de alvenaria 114,5 3,90

Nova Esperança 4,77% 49,68% Casa de alvenaria 100,4 1,67

São Judas Tadeu 1,28% 74,83% Casa de alvenaria 85,78 1,50

Vila Real 9,47% 75,48% Casa de alvenaria 123,11 6,25

Fonte: Cadastro Municipal de Balneário Camboriú, apud, PMHIS, 2009

281

Page 282: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Cabe ressaltar que estes valores por metro quadrado foram retirados da planta

genérica de valores e não correspondem ao valor praticado no mercado.

Tendo como referência o mês de agosto de 2014, o valor médio de um imóvel a

venda no município é de R$1.163.367,00 e o valor médio do m² é de R$ 6.675,00.

Em relação ao mesmo período do mês passado, o município apresentou um

aumento de 0,54% nos valores praticados pelo mercado. Através da Figura 150 é

possível observar que os valores dos imóveis decaíram em novembro de 2013 e se

mantiveram praticamente estáveis desde fevereiro até agosto de 201418.

Figura 150: Variação do preço médio por m² de um imóvel a venda no Município de Balneário Camboriú, no período de agosto de 2013 à agosto de 2014

Fonte: http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/a-venda/balneario-camboriu,sc/, acesso em 30/09/2014.

18 Fonte: http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/a-venda/balneario-camboriu,sc/, acesso em 30/09/2014

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Page 283: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.8.1 Plano de Habitação de Interesse Social (PMHIS)

Considerações acerca da problemática habitacional a partir do trabalho desenvolvido

pelo PMHIS (2009) deste município:

- População de baixa renda não consegue acessar a habitação pelo mercado formal

e a oferta pública é pouco representativa;

- Oferta formal está concentrada em mercadorias voltadas para estrato de renda

elevado, como apartamentos e casas em condomínios. Os terrenos vagos são

poucos e com alto valor, predominando os terrenos com menos de 500m²;

- O alto custo da terra urbana resulta na intensificação do seu uso através da

verticalização. Porém esta não corresponde a uma maior densidade, pois muitas das

unidades produzidas são utilizadas somente durante o período de férias;

- O Plano Diretor atual tem instrumentos que possibilitariam a ampliação do acesso

ao solo urbano, mas não estão regulamentados, bem como as Zonas de Especial

Interesse Social (ZEIS) não foram implantadas;

- Existem poucas áreas públicas disponíveis no município;

- O CUIDA fiscaliza constantemente as áreas de ocupação irregular impedindo o

surgimento de novos núcleos, bem como o crescimento dos existentes;

- O aluguel representa uma importante forma de acesso a moradia das famílias com

renda abaixo de 3 SM. A proporção de famílias neste estrato de renda que alugam

imóveis é superior a média estadual e da região sul;

- A atividade turística atraiu trabalhadores que sem poder pagar por uma casa em

área valorizada, tem como única opção a ocupação de áreas que não são

interessantes ao mercado imobiliário, áreas de preservação ambiental e que

oferecem riscos à habitação;

A Prefeitura Municipal não possui em sua estrutura administrativa e, mais

especificamente, na estrutura da gestão habitacional, órgão específico para

atendimento à comunidade, quer seja na oferta de assistência técnica gratuita para

produção de habitação, na mediação de conflitos fundiários e no atendimento às

famílias beneficiadas por programas habitacionais. Não há, com relação a gestão de

283

Page 284: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

informações habitacionais, ferramenta de gestão que seleciona, reúne e armazena

as informações habitacionais;

5.8.2 Breve Histórico Da Implantação Dos Loteamentos E Conjuntos

Habitacionais De Interesse Social No Município

O Município de Balneário Camboriú, como a maioria dos municípios sofre um

sistema de ocupação por população de baixa renda que normalmente não obedece

a um processo de planejamento com variáveis urbanas, ambientais e sociais

devidamente organizadas.

Foi tentando atender a este contingente que em 1963 a Prefeitura Municipal realizou

a primeira ação voltada à habitação de interesse social com a construção do

Conjunto Habitacional Dea Cesar Coufal, conhecido como CONCASA, no bairro Dos

Estados (PMHIS, 2009).

Este empreendimento, que atendeu 192 famílias, tinha como objetivo:

“(...) acomodar a população de baixa renda que morava no município em

áreas mais próximas da praia e que já não podiam mais permanecer

naqueles locais por se tratarem de áreas nobres e estavam se tornando

áreas muito caras. Pouco tempo depois, este conjunto veio a sofrer

consequências da especulação imobiliária, sendo que os mutuários

repassaram seus imóveis para veranistas (...)” (BRANTES, 1997, 09)

Entre os anos de 1964 e 1971, os conjuntos habitacionais eram produzidos através

do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com gestão de recursos realizada pelo

Banco Nacional de Habitação (BNH). Este banco foi fundando em 1964 e tinha como

objetivo dar sustentabilidade ao sistema de crédito habitacional, através da

instituição do FGTS como fonte financiadora da produção de moradias. No entanto,

este financiamento era direcionado ao produtor e não ao usuário final, o que atraiu

as construtoras locais pela queda do custo da unidade habitacional, não só para que

pudessem enquadrar o empreendimento ao público de baixa renda o qual o BNH se

propunha a atender, como também aumentar os lucros. Em 1968, essa política

284

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

tornou-se fracassada, pois não havia mais mercado para este tipo de habitação

(PMHIS, 2009).

Muitos desses conjuntos habitacionais construídos neste período apresentam até

hoje irregularidade fundiária e ausência de infraestrutura. Outros já foram integrados

a malha urbana, perdendo assim a característica de conjunto habitacional pelas

diversas modificações ao longo do tempo, conforme a necessidade de cada

morador.

Em 1991 foi implantado o Loteamento Luiz Carlos Prestes, localizado no Bairro São

Judas Tadeu, que visou atender os moradores vítimas de deslizamento e de

ocupações de área irregulares do Morro da Cotia.

Foram cedidos pela Prefeitura Municipal, numa primeira fase, 92 lotes e numa

segunda fase, mais 54 lotes, sendo que a construção das edificações cabia aos

moradores. No entanto, a Prefeitura não executou as obras de infraestrutura, além,

das edificações terem sido construídas sem respeitar as exigências legais da época.

Segundo um relatório do Fundo Rotativo do Bem Estar Social, essas famílias

conviviam com esgoto correndo a céu aberto e deficiência na distribuição da energia

elétrica, além de outras irregularidades. A situação fundiária não foi resolvida junto

com a implantação do loteamento e somente em 2003, ocorreu a entrega das

escrituras, sem ônus para os moradores.

Em 1999 foi implantado o Loteamento Jardim da Barra que atendeu 55 famílias que

ocupavam áreas irregulares, com recursos do Governo Federal e Municipal,

integrados ao Programa de Atendimento Habitacional Pró-Moradia, modalidade

produção de conjuntos habitacionais (PLHIS, 2009).

No ano de 2003, a Prefeitura realocou 107 famílias que moravam ás margens do rio

Peroba e que sofriam com várias inundações. Essas famílias foram realocadas para

um conjunto de prédios construídos num terreno vizinho a antiga ocupação.

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de 2009 mapeou essas ações

voltadas a habitação de interesse social conforme o período de implantação (Figura

151).

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 151: Mapa das ações habitacionais Fonte: PMHIS, 2009.

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Page 287: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Atualmente, a prefeitura municipal está desenvolvendo o Programa de Urbanização,

Regularização e Integração de Assentamentos Precários que tem por objetivo

promover a urbanização, a prevenção de situações de risco e a regularização

fundiária de assentamentos humanos precários, articulando ações para atender as

necessidades básicas da população e melhorar sua condição de habitabilidade e

inclusão social (Mapa de Programa de Urbanização).

A excecução dos trabalhos é acompanhada pela Comissão da Unidade Executora

Local ligada a Secretaria de Planejamento e ao Fundo Rotativo do Bem Estar Social

– FURBES, composta por 03 funcionários da SEPLAN (01 socióloga e 02

engenheiros), 02 advogados e 01 socióloga.

Este programa já possibilitou19 o desenvolvimento de inúmeras ações relacionadas

abaixo e outras que estão sendo desenvolvidas com previsão de conclusão até

outubro de 2014 (Quadro 16 e Figura 152):

reconstrução de 13 unidades habitacionais;

construção de 42 unidade habitacionais no Bairro da Barra, entregues no dia 21/07/2014;

Construção de 25 unidade habitacionais em área de reassentamento no Bairro Das

Nações, já entregues;

05 unidade habitacionais isoladas, já entregues;

Melhoria de infraestrutura e acessos;

Aluguel social para famílias em área de risco;

Melhorias habitacionais; e

Regularização fundiária de aproximadamente 395 lotes.

19 Informações obtidas com a socióloga Rosana Sebold, presidente da Comissão da Unidade Executora Local do Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Localidade Ação executada

1 Rua Mauricio Venâncio Cunha Regularização fundiária e construção de 8 unidades

habitacionais

2 Jardim Denise – Bairro Nova Esperança

Esta em discussão na Assembleia Legislativa a regularização

fundiária desta área, pois está no limite entre as cidades de

Camboriú e Balneário Camboriú

3 Rua Bento Cunha, Morro da Pedreira – Bairro da Barra

Construção de 42 unidades habitacionais e de um centro de

convivência

4 Rua Hermógenes Assis Feijó Reassentamento de 04 famílias

5 Rua Suíça – Bairro das Nações Regularização fundiária

6 Rua Itália Reassentamento, urbanização e

regularização fundiária

7 Loteamento Greenwille (várias áreas) Casas foram demolidas e as famílias foram para a área de

reassentamento

8 Rua Mauritânia, Panamá e Paraguai Regularização fundiária,

urbanização e reconstrução de unidades habitacionais

9 Rua Nepal e Noruega Regularização fundiária e

construção de 04 novas unidades

10 Rua João Laurindo – Bairro São Judas Aproximadamente 08 famílias

foram para a área de reassentamento

11 Rua Cardeal e Caracará Regularização fundiária

12 Rua Corupá regularização fundiária

Quadro 16: Localidades e ações executadas pelo Programa de Urbanização, Regularização e

Integração de Assentamentos Precários até outubro de 2014 Fonte: Comissão da Unidade Executora Local ligada a Secretaria de Planejamento, 2014.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 152: Mapa com as áreas de intervenção de Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários de Balneário Camboriú

Fonte: Projetos e Consultoria Ltda, 2009

290

Page 291: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

5.9 SEGURANÇA PÚBLICA

Segundo informações da Secretaria de Gestão em Segurança e Incolumidade Pública de

Balneário Camboriú, atualmente, o efetivo policial militar conta com 170 policiais; com 68

policiais civis; 91 guardas municipais e 63 agentes de trânsito.

A estrutura de segurança pública é composta pela: Secretaria de Gestão em Segurança e

Incolumidade Pública localizada no bairro Ariribá; a 29ª Delegacia Regional de Polícia

Civil situada no Centro; a Divisão de Investigação Criminal localizada no bairro das

Nações; a Delegacia de Polícia da Comarca situada no bairro Das Nações; e

a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso e Delitos localizada no

bairro Dos Municípios. A 3ª Região Policial Militar e o 12º Batalhão de Polícia Militar,

ambos localizados no bairro das Nações. O Conselho Comunitário de Segurança de

Balneário Camboriú – CONSEG-BC: (Centro) e o Conselho Comunitário de Segurança

Barra Norte (Praia dos Amores).

Entre janeiro e julho de 2014 foram constatadas 328 ocorrências, das quais 314 foram

roubos e 14 tentativas de roubos, segundo a Gestão Operacional da Polícia Militar. Cabe

destacar que a área central foi a localidade que registrou 65,92% de roubos no período

em análise, seguido pelos bairros Das Nações e da Barra com 4,77% (Figura 153).

Figura 153: Roubos nos bairros e localidades de Balneário Camboriú – jan-jul/2014 Fonte: Gestão Operacional da Polícia Militar de Balneário Camboriú,

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Das 207 ocorrências de roubos nos diferentes logradouros da área central, destacaram-se

os que apresentaram maior percentual destas: Avenidas Brasil com 12,56%; Terceira

Avenida com 8,69%; Atlântica com 5,31%; Dos Estados e 1.500 com 3,38% (Figura 154).

Figura 154: Roubos nos logradouros centrais de Balneário Camboriú – jan-jul/2014

Fonte: Gestão Operacional da Polícia Militar de Balneário Camboriú,

Das 32 ocorrências registradas pela Policia Militar de perturbações relativas ao trabalho e

ao sossego alheio, com abuso de instrumentos sonoros e gritarias, no período de jan-

jul/2014, ocorreram principalmente no Centro (na Avenida Atlântica) com 40,62% do total,

seguido pelo Bairro da Barra com 12,50%, e dos Bairros Das Nações e Dos Municípios

com 6,25% cada um (Figura 155).

Figura 155: Perturbações nos bairros e localidades de Balneário Camboriú – jan-jul/2014

Fonte: Gestão Operacional da Polícia Militar de Balneário Camboriú

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

6 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS

6.1 SISTEMA DE PLANEJAMENTO

6.1.1 Estrutura administrativa

A estrutura administrativa da Prefeitura de Balneário Camboriú é disciplinada pela Lei

Municipal nº 1068, de 1º de julho de 1991 e suas alterações posteriores20. Esta lei definiu

a existência da Secretaria de Planejamento Urbano, responsável pelo planejamento,

organização, controle e fiscalização do desenvolvimento urbano no município,

assessorado pelos departamentos competentes, criados pela mencionada lei. Com a

aprovação da Lei nº 2798, de 29 de fevereiro de 2008, alterando a legislação anterior, as

atividades de planejamento urbano foram incorporadas a Secretaria de Planejamento e

Gestão Orçamentária.

Em conformidade com a Lei nº 2.798/2008, a estrutura administrativa da Prefeitura

Municipal é composta por: secretarias e fundações da administração direta e por

empresas da administração indireta (Figura 156).

Prefeito, Chefe do Poder Executivo;

Vice-Prefeito;

Procuradoria Geral

Contabilidade

Administração direta:

Secretaria da Fazenda

Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social

Secretaria de Saúde e Saneamento

Secretaria de Gestão Administrativa

Secretaria de Educação

Secretaria de Obras e Serviços Urbanos

Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico

Secretaria do Gabinete do Prefeito 20 Houve várias alterações pontuais na Lei nº 1068/1991, com a Lei nº 2.798/2008; Lei nº 2.816/2008; Lei nº 3.095/2010; Lei nº 3.430/2012 e Lei nº 3.461/2012.

293

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Secretaria do Meio Ambiente

Secretaria de Planejamento e Gestão Orçamentária

Secretaria de Gestão em Segurança e Incolumidade Pública

Secretaria de Articulação Governamental

Secretaria da Pessoa Idosa

Administração indireta:

Fundação Municipal de Esportes

Fundação Cultural

EMASA - Empresa Municipal de Água e Saneamento

BCPREVI - Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos

FUNSERVIR – Fundo de Assistência à Saúde do Servidor Público

COMPUR – Companhia de Desenvolvimento e Urbanização.

A Secretaria de Planejamento e Gestão Orçamentária (SPU) é composta pelos

Departamentos de Planejamento e Gestão Orçamentária e de Análise e Projetos; pelas

Coordenações de Fiscalização de Obras e de Planejamento e Gestão Orçamentária.

6.1.2 Participação social

A participação social, exigida pela Lei Federal nº 10.257/2001, no sistema de

acompanhamento e controle é atendida pelo a realização das audiências públicas,

oficinas e eventos de diversas naturezas e pela existência efetiva do Conselho da Cidade,

definido pelo Plano Diretor e regulamentado por decreto do Prefeito Municipal.

O Conselho da Cidade, órgão de participação criado para o atendimento ao requisito do

sistema de acompanhamento e controle previsto pelo Estatuto da Cidade, foi definido pelo

art. 231 e seguintes do Plano Diretor vigente, e regulamentado pelo Decreto nº 4955, de

12 de fevereiro de 2008, que definiu sua composição e demais detalhes necessários para

seu efetivo funcionamento.

294

Page 295: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Observam-se, neste aspecto, as definições contidas no Decreto nº 8243, de 23 de maio

de 2014, que instituiu o Sistema Nacional de Participação Social, permitindo a delimitação

de contornos mais claros para a eficácia dos processos participativos.

As diversas competências atribuídas ao Conselho da Cidade pela legislação encontram-

se bem definidas, e devidamente assumidas pelo colegiado, que realiza reuniões

periódicas para o exercício de suas funções.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Figura 156: Organograma da estrutura administrativa municipal Fonte: Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

6.1.3 Regionalização e unidades de planejamento

A Lei Municipal nº 3704, de 08 de setembro de 2014, criou uma subprefeitura no

município de Balneário Camboriú, com área de atuação na chamada “Região Sul” da

cidade, instalada no bairro da Barra.

Os limites territoriais de abrangência da subprefeitura encontram-se definidos no art.

8º da lei de criação desta subprefeitura, e inclui os bairros Nova Esperança, São

Judas Tadeu e Barra, além do Loteamento Parque dos Bandeirantes.

6.2 INSTRUMENTOS LEGAIS

A presente revisão concentra-se, especificamente, nas normas contidas na Lei

Municipal nº 2686, de 19 de Dezembro de 2006, que trata da última revisão do Plano

Diretor realizada no Município.

Aquela revisão complementava os dispositivos da legislação municipal,

especialmente da Lei Municipal nº 299, de 13 de dezembro de 1974, mas também

mantinha a aplicação, em caráter transitório, expressamente até a data da revisão

da Lei de Uso e Ocupação do Solo, da antiga lei do Plano Diretor e das seguintes

leis nº 300 de 13 de dezembro de 1974 (Código de Normas e Instalações Municipais

– Código de Posturas); nº 301 de 13 de dezembro de 1974 (Código de Obras); nº

400 de 15 de setembro de 1977; nº 579, de 27 de dezembro de 1982; nº 999 de 20

de novembro de 1990; nº 1.005, de 03 de dezembro de 1990; nº 1677, de 11 de

julho de 1997; nº 1767, de 05 de maio de 1998; nº 1993, de 28 de julho de 2000; nº

2195, de 23 de dezembro de 2002; nº 2199, de 27 de janeiro de 2003; nº 2396, de

10 de novembro de 2004; nº 2414, de 15 de dezembro de 2004;, nº 2497, de 24 de

outubro de 2005; nº 2524, de 19 de dezembro de 2005; nº 2536, de 20 de dezembro

de 2005; nº 2555, de 24 de janeiro de 2006.

A vigência provisória das leis indicadas abrangeria o prazo limitado de 120 (cento e

vinte) dias, indicado para a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, e se

destinava a sintonizar o conteúdo das normas indicadas com as “aspirações

297

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

apresentadas pela comunidade”, nos termos do §2º, do art. 248, da Lei Municipal nº

2686/2006.

Apesar da determinação contida na disposição transitória da lei da revisão do Plano

Diretor, a Lei Municipal de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo nº 2794, de 14

de janeiro de 2008 (contendo, ainda, a disciplina dos condomínios no município),

não disciplinou de forma exaustiva os conteúdos das normas indicadas pelo art. 248

da Lei Municipal nº 2686/2006, razão pela qual aquelas normas permaneceram

vigentes (Mapa Zoneamento).

Com efeito, a legislação urbanística do município de Balneário Camboriú encontra-

se disciplinada em uma miríade de normas vigentes, de períodos distintos e com

incongruências internas, do que se conclui pela necessidade de consolidação das

normas, com a revogação das leis e regras que já não são mais aplicáveis, bem

como a atualização de normas vigentes aos parâmetros do novo Plano Diretor.

Da análise da legislação vigente, verifica-se a existência de relevante

regulamentação para alguns instrumentos especialmente disciplinados pela Lei

Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, o Estatuto da Cidade, tal como a outorga

onerosa do direito de construir e as operações urbanas consorciadas. Ao mesmo

tempo, outros instrumentos, tais como o IPTU progressivo no tempo, o consórcio

imobiliário, o Estudo de Impacto de Vizinhança, entre outros, ainda demandam maior

aplicação pela administração municipal e, em alguns casos, regulamentação para

que possam tornar-se aplicáveis.

O território do município de Balneário Camboriú é integralmente classificado como

perímetro urbano, do que se conclui pela ausência de área rural, a despeito de

eventuais atividades desta natureza que se realizem no interior dos seus limites.

Este aspecto não apresenta maiores conflitos, salvo a questão suscitada por

representantes da Associação Quilombola Comunidade Morro do Boi, território

reconhecido como pertencente à comunidade tradicional quilombola, que demanda a

exclusão do perímetro urbano para que possa ser considerado integrante da área

rural, o que permitiria, nos termos do que foi formulado por representantes da

comunidade, o acesso pleno às políticas públicas decorrentes do reconhecimento da

área como território quilombola, ato que é privativo da União.

298

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

6.2.1 Instrumentos tributários e financeiros

O IPTU progressivo no tempo é um dos instrumentos tributários mais relevantes

para a gestão urbana brasileira. No entanto, na prática, costuma ser adotado com

timidez pelas administrações municipais ou, na grande maioria dos casos, não

chega nem mesmo a receber qualquer regulamentação municipal que permita sua

aplicabilidade.

A aplicação do IPTU progressivo no tempo exige que os municípios adotem como

premissa a possibilidade dos múltiplos efeitos dos instrumentos tributários, i.e., os

efeitos dos instrumentos tributários de base territorial não são restritos à

arrecadação, pois também são relevantes seus efeitos no processo de

desenvolvimento e de expansão urbana.

Assim, os critérios para a adoção do IPTU não devem ser considerados apenas em

seus efeitos arrecadatórios, isto é, o IPTU não deve ser considerado apenas como

um instrumento de receita municipal: recomenda-se a avaliação dos efeitos da

cobrança do tributo para a política urbana disciplinada no Plano Diretor, e a

modalidade do IPTU progressivo no tempo é especialmente estabelecida para esta

finalidade.

O instrumento do IPTU progressivo no tempo deve ser regulamentado em conjunto

com os institutos jurídicos e políticos do parcelamento, edificação ou utilização

compulsórios e da desapropriação com pagamento de títulos, igualmente previstos

pelo Plano Diretor vigente, embora não aplicados na prática pelo município.

Além do IPTU progressivo no tempo, destaca-se entre os instrumentos tributários e

financeiros – assim definidos pelo art. 4º da Lei Federal nº 10.257/2001 – a

contribuição de melhoria, que segundo os dados da execução orçamentária não tem

sido aplicado no município. Seus efeitos, entretanto, são relevantes quanto à

possibilidade de recuperação das chamadas mais-valias urbanas, e não deve ser

dispensado diante da valorização produzida por obras públicas.

299

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

A Planta de Valores Imobiliários, que dá a base de cálculo para a tributação do IPTU

e outros tributos municipais, é regulada pela Lei Municipal nº 1.316 de 1993, e

demanda estudos para a atualização, iniciativa que tem sido promovida pelo

Município.

6.2.2 Instrumentos jurídicos e políticos

Entre os instrumentos jurídicos e políticos, assim definidos pelo Estatuto da Cidade,

merece destaque a outorga onerosa do direito de construir, que está sendo aplicada

regulando a recuperação das chamadas mais-valias fundiárias dos

empreendimentos verticais. O instrumento encontra-se regulamentado pela Lei

Complementar nº 3/2010, e as alterações posteriores pelas Leis Complementares

nº 4, 5 e 6, do município de Balneário Camboriú.

Nos últimos anos, verificou-se relevante volume de arrecadação de recursos por

meio deste instrumento, alcançando o valor de mais de R$ 60 milhões no ano de

2013 (Portal Transparência do município de Balneário Camboriú).

Apesar de seus relevantes efeitos arrecadatórios, novamente reitera-se a

necessidade de observar o instrumento de seus múltiplos aspectos. A outorga

onerosa do direito de construir é, também, um instrumento eficaz para controlar a

verticalização e a sobrecarga de infraestrutura, devendo, neste sentido, encontrar

também limites proibitivos quanto aos seus patamares superiores, podendo ser

adotado como uma forma de desencorajar a verticalização excessiva, quando

verificada a necessidade deste tipo de limite.

O município realiza relevantes intervenções urbanas com a utilização do instrumento

da outorga onerosa e também com a aplicação das operações urbanas

consorciadas, sendo notável a experiência de Balneário Camboriú nestas searas.

Com uma fórmula que calcula a contrapartida financeira do empreendedor a partir

do benefício obtido para o empreendimento – acréscimo de Potencial de Construção

–, calculado na proporção do valor do m² da região do empreendimento, admitida,

ainda, a adoção de um fator social para o cálculo, com o intuito de arrecadar

recursos em áreas mais valorizadas.

300

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Quanto aos demais instrumentos narrados pelo Estatuto da Cidade na relação dos

institutos jurídicos e políticos (Art. 4º, V, da Lei Federal nº 10.257/2001), importa

observar que, quanto às desapropriações, o município também tem revelado

capacidade para aplicá-las, quando necessárias para a execução obras viárias. Por

outro lado, existem demandas da sociedade no sentido da devida regulamentação e

aplicação dos instrumentos da desapropriação, nomeadamente para situações nas

quais, apesar de estar presente o interesse público, deixa-se de aplicar institutos

como a desapropriação ou a preempção, que permitiriam a efetiva aquisição da área

pelo município.

Quanto ao tombamento de imóveis de interesse histórico e a instituição de unidades

de conservação, são relevantes as iniciativas que já existentes na legislação,

embora ainda possam ser aprimoradas e, em alguns casos, existam demandas

urgentes pela sua regulamentação.

Como exemplo, merece destaque a unidade de conservação da Área de Proteção

Ambiental da Costa Brava, instituída pela Lei Municipal nº 1.985, de 12 de julho de

2000, que ainda carece de regulamentação por meio da instituição de um Plano de

Manejo. Em virtude da ausência deste, aplicam-se, transitoriamente, as normas

vigentes na legislação anterior para esta parte do território.

Deve-se observar ainda que o Decreto nº 6874, de 28 de dezembro de 2012, com a

redação acrescida pelo Decreto nº 7278, de 22 de janeiro de 2014, estabeleceu que

“a região das praias agrestes (Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras, Pinho, Estaleiro

e Estaleirinho) não entrará na discussão de alteração do Plano Diretor”.

No que tange ao tombamento de imóveis de interesse histórico, destaca-se que a

legislação de uso e ocupação do solo identificou imóveis gravados com o especial

interesse de preservação do patrimônio histórico e ambiental, sendo que a relação

prevista na legislação poderá ser complementada e alterada na oportunidade da

revisão do Plano Diretor.

O estudo da legislação vigente no município revelou, ainda, a necessidade de

regulamentação do direito de preempção, instrumento que poderia favorecer a

aquisição pelo município de áreas de interesse público sem a adoção do mecanismo

compulsório da desapropriação, o que contribui para soluções menos conflituosas.

301

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

A adoção da regularização fundiária também é uma necessidade para algumas

partes do território que revelam conflitos com os projetos de parcelamento e conflitos

com a titulação jurídica dos imóveis. Em especial, nos casos de interesse social, o

Plano Diretor pode disciplinar normas extraordinárias que flexibilizem as exigências

urbanísticas e ambientais com o especial objetivo de permitir a regularização

fundiária do imóvel. Nos casos em que estiver presente o interesse específico, nos

termos da Lei Federal nº 11.977/2009, também é possível a regularização fundiária,

nos limites previstos na legislação e na implantação das Zonas de Especial

Interesse Social (ZEIS).

Quanto a este aspecto, ganha relevo a necessidade de regulamentação pelo Plano

Diretor do conceito de “área urbana consolidada”, nos termos exigidos pela

legislação, e em conformidade com o documento emitido pelo Ministério Público do

Estado de Santa Catarina, que contém os Enunciados de Delimitação de APPs em

Áreas Urbanas Consolidadas, nos termos da atualização do dia 25 de abril de 2014.

302

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

303

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

6.2.3 Estudo prévio de impacto de vizinhança

Quanto ao Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança presente na legislação vigente

do município, foram apontadas, por integrantes da sociedade, demandas pelo

aperfeiçoamento na regulamentação do instrumento, possibilitando a adoção de

indicadores objetivos de avaliação dos impactos, o que afastaria dúvidas sobre os

critérios utilizados e sua devida adequação aos princípios da administração pública

disciplinados pelo art. 37 da Constituição Federal, nomeadamente a impessoalidade,

a moralidade e a legalidade.

O assunto merece ser discutido, a exemplo de todos os demais instrumentos

regulamentados pelo Plano Diretor, em busca do seu aperfeiçoamento e progressiva

aplicabilidade e aceitabilidade das normas vigentes.

6.2.4 Legislação ambiental

A seguir são relatados artigos e outros itens integrantes de diplomas legais, a

estrutura administrativa e de controle social que atuam e norteiam as questões

ambientais do município de Balneário Camboriú:

6.2.5 Lei orgânica abril de 1990

SEÇÃO II- DA COMPETÊNCIA COMUM - VI - proteger o meio ambiente e combater

a poluição em qualquer de suas formas;

SEÇÃO I - DA POLÍTICA DE SAÚDE - II - respeito ao meio ambiente e controle da

poluição ambiental; VII - fiscalizar as agressões ao meio ambiente que tenham

repercussões sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos estaduais e federais

competentes, para controlá-las;

CAPÍTULO VIII - DO MEIO AMBIENTE

Art. 185 - O Município assegurará o direito à qualidade de vida e à proteção ao meio

ambiente.

304

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Art. 186 - Visando realizar os objetivos a que se refere o artigo anterior, incumbe ao

Poder

Público Municipal:

I - definir política setorial específica, assegurando a coordenação adequada dos

órgãos direta ou indiretamente encarregados de sua implementação;

II - zelar pela utilização racional e sustentada dos recursos naturais e, em particular,

pela integridade do patrimônio ecológico, genético, paisagístico, histórico,

arquitetônico, cultural e arqueológico, em benefício das gerações atuais e futuras;

III - instituir sistemas de unidade de conservação;

IV - estimular, promover e implantar o reflorestamento ecológico em áreas

degradadas, objetivando especialmente:

a) a proteção das bacias hidrográficas, dos manguezais e dos terrenos sujeitos à

erosão ou inundações;

b) a recomposição paisagística dos morros e encostas.

V - estabelecer critérios, normas e padrões de proteção ambiental nunca inferiores

aos padrões internacionalmente aceitos;

VI - controlar e fiscalizar as instalações, equipamentos e atividades que comportem

risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida e meio ambiente;

VII - condicionar a implantação de instalações e atividades efetiva ou potencialmente

causadoras de significativas alterações do meio ambiente e da qualidade de vida à

prévia elaboração de estudo do impacto ambiental, a que se dará publicidade;

VIII - determinar a realização periódica, por instituições capacitadas e,

preferencialmente, sem fins lucrativos, de auditorias ambientais e programas de

monitoragem que possibilitem a correta avaliação e a minimização da poluição, as

expensas dos responsáveis por sua ocorrência;

IX - celebrar convênios com universidades, centros de pesquisa, associações civis e

organizações sindicais nos esforços de garantir e aprimorar o gerenciamento

ambiental;

305

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

X - garantir o acesso da população às informações sobre as causas da poluição e da

degradação ambiental;

XI - promover a conscientização da população e a adequação do ensino de forma a

difundir os princípios e objetivos da proteção ambiental;

XII - criar mecanismos de entrosamento com outras instâncias do poder público que

atuem na proteção do meio ambiente e áreas correlatas, sem prejuízo das

competências e da autonomia municipal.

§ 1º - É vedada a implantação e a ampliação de atividades poluidoras cujas

emissões possam causar ao meio ambiente condições de desacordo com as normas

e padrões de qualidade ambiental.

§ 2º - Os prazos para atendimento dos padrões de emissão serão fixados

juntamente com a sua promulgação e não poderão ser superiores a dois (2) anos.

XIII - estimular, inclusive com benefícios fiscais, quem preservar suas matas,

florestas e áreas verdes ou mantê-las em sistema de reprodução permanente,

reflorestando com objetivo paisagístico e cultural, com árvores nativas e híbridas.

Art. 187 - São instrumentos de execução da política municipal de meio ambiente

estabelecida nesta lei orgânica:

I - criação de unidades de conservação tais como áreas de preservação

permanente, de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico ou cultural,

parques municipais e reservas biológicas e estações ecológicas;

II - o tombamento de bens;

III - a sinalização ecológica;

IV - a fixação de normas e padrões municipais como condição para o licenciamento

de atividades potencialmente poluidoras;

V - a permanente fiscalização de cumprimento das normas e padrões ambientais

estabelecidas na legislação federal, estadual e municipal;

VI - o estabelecimento de sanções administrativas de caráter progressivo a

empresas e estabelecimentos que exerçam atividades poluidoras, até a própria

interdição da atividade;

306

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

VII - concessão de incentivos fiscais e tributários, conforme estabelecido em lei

àquelas que:

a) implantarem tecnologias de produção ou de controle que possibilitem a redução

das emissões poluentes a níveis significativamente abaixo dos padrões em vigor;

b) adotarem fontes energéticas alternativas, menos poluentes;

c) mantiverem áreas verdes em estado de preservação permanente.

VIII - proibição de se conceder qualquer espécie de benefício ou incentivo fiscal ou

creditício àquele que haja infringindo normas e padrões de prática ambiental, nos

cinco (5) anos, anteriores à data de concessão;

IX - a instituição de limitações administrativas de uso de áreas privadas objetivando

a proteção de ecossistemas, de unidades de conservação e da qualidade de vida.

Art. 188 - A criação de unidades de conservação por iniciativa do poder público será

imediatamente seguida dos procedimentos necessários à sinalização ecológica, à

regularização fundiária, demarcação e implantação de estrutura de fiscalização

adequada. Parágrafo Único - O poder público estimulará a criação e a manutenção

de unidades de conservação privadas principalmente quando for assegurado o

acesso de pesquisadores e ou visitantes, de acordo com suas características e na

forma do plano diretor.

Art. 189 - Consideram-se áreas de preservação permanente:

I - os manguezais, as áreas estuarinas e as restingas;

II - as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais;

III - a cobertura que contribua para a estabilidade das encostas sujeitas à erosão e

deslizamentos;

IV - as áreas que abriguem raros ameaçados de extinção ou insuficientemente

conhecidos da flora e da fauna, bem como aqueles que sirvam como local de pouso,

abrigo e reprodução de espécies, e ainda, áreas de reconhecido valor arqueológico.

V - aquelas assim declaradas por lei.

Parágrafo Único - Nas áreas de preservação permanente não serão permitidas

atividades que, contribuam para descaracterizar ou prejudicar seus atributos e

307

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

funções essenciais, excetuadas aquelas destinadas a recuperá-las e, assegurar sua

proteção, mediante prévia autorização dos órgãos municipais competentes.

Art. 190 - Fica criado o Fundo Municipal de Conservação Ambiental destinado à

implementação de projetos de recuperação ambiental, vedada a sua utilização para

o pagamento de pessoal da administração direta e indireta.

Art. 191 - O poder público estimulará e privilegiará a coleta seletiva e a reciclagem

de lixo, bem como a implantação de um sistema descentralizado de usinas de

processamento de resíduos urbanos, de forma a minimizar impactos ambientais.

Art. 192 - Os servidores encarregados da execução da política municipal de meio

ambiente que tiverem conhecimento de infrações às normas e padrões de proteção

ambiental, deverão comunicar o fato à assessoria jurídica do município, para

instauração do competente inquérito, indicado os respectivos elementos de

convicção, sob pena de responsabilidade funcional.

Parágrafo Único - Concluído o inquérito, será enviado ao Ministério Público, e uma

vez a denúncia julgada procedente, o município ajuizará ação civil pública por danos

ao meio ambiente.

6.2.6 Fundema

O FUNDEMA foi criado pela Lei Municipal N° 1.718, de 08 de dezembro de 1997,

com a finalidade de criar condições financeiras e de gerência dos recursos

destinados ao desenvolvimento das ações da Secretaria do Meio Ambiente de

Balneário Camboriú, instituição à qual está vinculado.

6.2.7 Conselho do Meio Ambiente

A Administração pública de Balneário Camboriú, comprometida com a

implementação e gestão de políticas públicas orientadas para o desenvolvimento

308

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

sustentável, tem como missão, atuar ativamente para assegurar a preservação dos

recursos naturais para gerações atuais e futuras.

6.2.8 Lei nº 2686, de 19 de dezembro de 2006

“DISPÕE SOBRE A REVISÃO DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE

BALNEÁRIO CAMBORIÚ".

Art. 4º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências

fundamentais...

III - proteção e preservação do meio ambiente;

...Art. 17 A Política Municipal de Educação...

IX - contemplação na grade curricular da inclusão e/ou normatização de programas

educacionais voltados para o trânsito, ética e cidadania, meio ambiente, educação

física e desporto escolar, economia, inclusão digital, dentre outros;

....Art. 42 O Poder Público Municipal não aprovará projetos para execução de obras

de impacto ambiental sem que sejam apresentadas as devidas licenças pelos

órgãos competentes e apreciação do Conselho Municipal do Meio Ambiente.

...Art. 45 São objetivos gerais da política ambiental urbana:

I - orientar a implementação da política ambiental urbana nas decisões de

intervenção e investimentos públicos e privados;

II - promover e assegurar o desenvolvimento sustentável e a elevação da qualidade

ambiental, conservando os ecossistemas naturais e construídos;

III - incorporar a dimensão ambiental urbana ao desenvolvimento, coordenando as

dimensões econômicas, sociais e ecológicas, de modo a reorientar o estilo de

desenvolvimento;

IV - promover e/ou orientar os investimentos e as decisões de recuperação do

ambiente degradado, natural e construído, em especial, nos locais onde haja

ameaça à segurança humana;

309

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

V - desenvolver a educação ambiental norteando a relação do ser humano com o

meio ambiente levando-a a assumir o papel que lhe cabe na manutenção e controle

da qualidade de vida;

VI - estimular a democratização da gestão municipal, através da adoção de práticas

de participação, cooperação e co-responsabilidade, que deve se multiplicar, à

medida que se consolidem a consciência ambiental e o zelo para com o Município;

VII - implementar, com base em critérios e parâmetros técnicos, o controle do

ambiente urbano, promovendo as negociações dos agentes socioeconômicos em

torno da ocupação e uso do solo urbano.

VIII - controlar o uso e a ocupação de margens de cursos d´água, áreas sujeitas à

inundação, mananciais, áreas verdes de expressão, áreas de alta declividade e

cabeceiras de drenagem;

IX - garantir e incentivar a permeabilidade do solo;

X - controlar e reduzir os níveis de poluição, contaminação e degradação em

qualquer de suas formas;

XI - implementar programas de controle de produção e circulação de produtos

perigosos.

Art. 46 A Política Municipal de Meio Ambiente deve se integrar ao Sistema Nacional

do Meio Ambiente - SISNAMA, objetivando o fortalecimento da gestão ambiental

local, sendo constituída, dentre outros, pelos instrumentos de gestão ambiental

vigentes.

Art. 47 São diretrizes da política ambiental urbana:

I - implementação do Conselho Municipal do Meio Ambiente, em conformidade com

a legislação vigente;

II - formulação do planejamento ambiental através do Código do Meio Ambiente do

Município;

III - realização do controle da qualidade ambiental;

IV - promoção da educação ambiental;

310

Page 311: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

V - realização da gestão das áreas verdes da cidade através, especialmente, das

seguintes medidas:

a) criação e ampliação de espaços verdes;

b) adequação do tratamento da vegetação enquanto elemento integrador na

composição da paisagem urbana;

c) gestão compartilhada entre o Poder Público e privado para o incremento,

preservação ou manutenção de espaços verdes públicos;

d) instituição de incentivos a preservação de áreas verdes privadas, vinculando-as

às ações da municipalidade destinadas a assegurar sua preservação e seu uso;

e) instituição de um programa de arborização de ruas, praças, parques e espaços

verdes;

f) recuperação de áreas degradadas;

g) proteção das áreas verdes acima da cota 25, acima do nível médio do mar,

definindo as restrições de uso e ocupação;

h) proteção dos ecossistemas ainda existentes.

VI - realização da gestão dos recursos hídricos através, especialmente, das

seguintes medidas:

a) instituição e aprimoramento da gestão integrada dos recursos hídricos no

Município, contribuindo na formulação, implementação e gerenciamento de políticas,

ações e investimentos demandados no âmbito do Comitê da Bacia do rio que corta o

Município;

b) incentivo fortalecimento e instrumentalização do Comitê da Bacia Hidrográfica do

Rio Camboriú;

c) reversão de processos de degradação instalados nos cursos d´água, por meio de

programas integrados de saneamento ambiental e de recuperação de mata ciliar de

cunho local e regional;

d) catalogação, recuperação e manutenção das nascentes de água do Município.

311

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

VII - orientação das políticas de urbanização e adequada ocupação do solo urbano,

através, especialmente, das seguintes medidas:

a) promoção da regularização fundiária e urbanística dos assentamentos

habitacionais populares, garantindo acesso ao transporte coletivo, e aos demais

serviços e equipamentos públicos;

b) criação de condições de novas centralidades e espaços públicos em áreas de

urbanização não consolidada ou precária;

c) implementação de um sistema de fiscalização integrado, visando ao controle

urbano e ambiental que articule as diferentes instâncias e níveis de governo;

d) estabelecimento de parcerias com União, Estado, órgãos do Judiciário, Ministério

Público universidades e sociedade, visando ampliar a capacidade operacional do

Executivo na implementação das diretrizes definidas nesta Lei.

VIII - promoção da destinação dos bens públicos dominiais não utilizados,

prioritariamente, para assentamento da população de baixa renda, instituição de

espaços verdes e instalação de equipamentos coletivos;

IX - promoção do ordenamento e controle dos elementos componentes da paisagem

urbana, assegurando o equilíbrio visual entre os diversos elementos que a

compõem, favorecendo a preservação do patrimônio cultural e ambiental urbano;

X - incentivo à implementação de projetos de recuperação e preservação ambiental,

em caráter emergencial de iniciativa de entidades de utilidade pública, quando

comprovada sua necessidade através de perícia ambiental e Conselho Municipal do

Meio Ambiente.

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, formado pelos

municípios de Camboriú e Balneário Camboriú foi criado pelo Decreto Estadual nº

2444 de 01 de dezembro de 1997, é vinculado ao Conselho Estadual de Recursos

Hídricos, CERH, nos termos da Lei nº 9748 de 30 de novembro de 1994.

XI - promoção da divulgação do planejamento e dos programas de educação

ambiental e de suas abordagens.

312

Page 313: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

§ 1º O Poder Público promoverá a gestão integrada e participativa das áreas

naturais protegidas, para que as pessoas usufruam os benefícios de uso, na

perspectiva de garantir a convivência vital entre seres vivos e o meio.

§ 2º O controle da qualidade ambiental engloba atividades de caráter preventivo e

corretivo, devendo o Poder Público Municipal priorizar as atividades de caráter

preventivo, na perspectiva de evitar a ocorrência de danos ambientais.

§ 3º O controle ambiental preventivo será consolidado, principalmente, através do

licenciamento, monitoramento e fiscalização ambientais, cabendo ao Município o

Poder de Polícia Administrativa Ambiental.

§ 4º Com a finalidade de coibir ações degradadoras do meio ambiente, as atividades

de caráter corretivo se materializam na imputação de penalidades administrativas e

compensação ambiental, decorrentes da apuração de infrações ambientais previstas

no Código do Meio Ambiente do Município a ser elaborado e em leis esparsas.

§ 5º Todo plano, projeto, programa ou iniciativa ambiental deve implementar,

necessariamente, o item de Educação Ambiental, cabendo ao Órgão Gestor do Meio

Ambiente zelar pela fiel observância desse preceito.

§ 6º O Poder Executivo implementará a Política Municipal de Educação Ambiental,

em conformidade com as políticas nacional e estadual.

SEÇÃO II

DO SANEAMENTO AMBIENTAL INTEGRADO

Art. 48 A política de saneamento ambiental integrado tem por objetivos atingir e

manter o equilíbrio do Meio ambiente, alcançando níveis crescentes de salubridade,

e promover a sustentabilidade ambiental do uso e da ocupação do solo e a melhoria

crescente da qualidade de vida.

Art. 49 A gestão do saneamento ambiental integrado deverá associar as seguintes

atividades:

I - abastecimento de água e esgotamento sanitário,

II - manejo das águas pluviais,

III - controle e garantia da balneabilidade nas praias do Município,

313

Page 314: índíces balneario camboriu

REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

IV - limpeza urbana,

V - coleta e destinação final dos resíduos sólidos e da construção civil;

VI - controle de riscos em encostas urbanas e áreas sujeitas a inundações por meio

de ações de manejo das águas pluviais;

VII - prevenção de inundações por força das marés e ressacas;

VIII - controle de vetores e reservatórios de doenças transmissíveis e educação

sanitária e ambiental.

§ 1º A gestão do saneamento ambiental integrado municipal observará as diretrizes

gerais fixadas pelas Conferências Municipais de Saneamento, Meio Ambiente,

Saúde, Emergência e Contingência.

§ 2º Os sistemas de drenagem, proteção de inundações e da orla em todo o território

do Município, serão objeto de estudo específico com vistas ao seu financiamento

compartilhado, na forma de Plano e lei específica.

Art. 50 Para se alcançar os objetivos fixados no art. 48, deverá ser elaborado Plano

de Gestão do Saneamento Ambiental, o qual conterá, no mínimo:

I - diagnóstico, metas e diretrizes completas das atividades elencadas nos incisos do

art. 49;

II - definição dos recursos financeiros necessários à implementação da política de

saneamento ambiental, bem como das fontes de financiamento e das formas de

aplicação;

III - identificação, caracterização e quantificação dos recursos humanos, materiais,

tecnológicos, institucionais e administrativos necessários à execução das ações

propostas;

IV - programa de investimento em obras e outras medidas relativas à utilização,

recuperação, conservação e proteção do sistema de saneamento ambiental;

V - programas de educação sanitária em conjunto com a sociedade para promoção

de campanhas e ações educativas permanentes de sensibilização e capacitação dos

representantes da sociedade e do governo.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

§ 1º O Plano de Gestão de Saneamento Ambiental Integrado deverá articular os

sistemas de informação de saneamento, saúde, desenvolvimento urbano, ambiental

e defesa civil, de forma a ter uma intervenção abrangente.

§ 2º Todas as obras do sistema viário e de construção de unidades habitacionais

executadas pelo Poder Público ou privado no Município deverão contemplar sistema

de saneamento integrado, devendo o Plano de Gestão de Saneamento Ambiental

Integrado estabelecer mecanismos de controle.

§ 3º O Plano de Gestão de Saneamento Ambiental Integrado conterá diretrizes para

a prestação dos serviços de água e esgoto, contendo disposições atinentes ao

instrumento contratual adotado, prazos, tarifas, qualidade, compromissos de

investimentos, multas e participação da sociedade.

Art. 51 Os projetos de saneamento ambiental integrado que tenham interface com as

Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS serão discutidas e avaliadas a fim de se

considerar as especificidades dessas áreas.

Art. 52 O sistema municipal de saneamento ambiental integrado será implementado

por órgãos da administração direta e indireta do poder executivo municipal e por

Conselho e Fundo Municipal de Saneamento, garantida a participação da sociedade

através dos meios de gestão democrática urbana.

§ 1º Os órgãos municipais, ao implementar as políticas de saneamento ambiental,

buscarão a unificação da gestão dos serviços de abastecimento de água,

esgotamento sanitário, resíduos sólidos e manejo das águas pluviais.

§ 2º A prestação dos serviços de saneamento ambiental é de interesse local,

devendo ser prestado pelo Município, podendo ser por meio da concessão parcial

desses serviços à iniciativa privada.

§ 3º As ações de mobilização social e educação sanitária e ambiental serão

executadas através da EMASA ou outros órgãos competentes.

Art. 53 O Município deverá buscar o desenvolvimento de ações integradas com a

União e Estado de Santa Catarina, visando a:

I - garantir a oferta dos serviços conforme padrões de eficiência e universalização;

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

II - revisar o sistema tarifário promovendo a justiça relativa aos ônus e benefícios do

sistema;

III - resolver conjuntamente com outros Municípios os problemas de gestão dos

resíduos sólidos, esgotamento sanitário e abastecimento de água, inclusive para

elaborar e implementar os respectivos Planos de Desenvolvimento Sustentável.

SUBSEÇÃO I - DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Art.54 O Plano de Desenvolvimento Sustentável deverá prever as seguintes

estratégias:

I - melhoria da qualidade de vida;

II - fortalecimento do Sistema de Gestão Ambiental;

III - Melhoria da qualidade do meio ambiente natural e;

IV - Controle de uso das águas.

SUBSEÇÃO II - ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 55 O serviço público de abastecimento de água deverá assegurar a todo

munícipe a oferta domiciliar de água para consumo residencial regular, com

qualidade compatível aos padrões estabelecidos em planos e programas federais e

conforme as normas técnicas vigentes.

Art. 56 O abastecimento de água deverá ser prestado com eficácia, eficiência e

controle do uso, de modo a garantir a regularidade, universalidade e qualidade dos

serviços, sendo vedada a sua total privatização, sem prejuízo da terceirização da

prestação dos serviços.

Art. 57 Ficam definidas como ações prioritárias para o serviço de abastecimento de

água:

I - realizar obras estruturadoras e ampliar permanentemente a oferta necessária

para garantir o atendimento à totalidade da população do Município;

II - adotar mecanismos de financiamento do custo dos serviços que viabilizem o

acesso da população ao abastecimento domiciliar;

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

III - definir, através de lei específica, mecanismos de controle operacional para

garantir a eficácia e eficiência dos serviços e o uso racional da água;

IV - definir metas para redução das perdas de água e de programa e legislação

específica que obrigue a reutilização da água servida, bem como da utilização da

água pluvial para uso doméstico não potável.

V - definir estratégias e legislação específica para a garantia da permeabilidade do

solo como forma de manutenção da recarga do lençol freático;

VI - preservar e proteger todas as áreas que sirvam de fonte ou manancial de água

para o Município seja ela superficial ou subterrânea, inclusive com investimentos

financeiros fora do seu território;

VII - permitir e controlar a captação de água subterrânea, se necessário;

VIII - incentivar a construção de cisternas comunitárias para armazenamento e uso

das águas da chuva;

IX - reduzir a vulnerabilidade da água potável por infiltração de esgotos e demais

poluentes na rede de abastecimento.

SUBSEÇÃO III - ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 58 O serviço público de esgotamento sanitário deverá assegurar à população o

acesso a um sistema de coleta e tratamento adequado dos esgotos e águas

servidas.

§ 1º As águas residuais da atividade industrial que necessitem de tratamento

diferenciado, serão de responsabilidade do gerador, em conformidade com a

legislação existente.

§ 2º Os sistemas de esgotamento sanitário deverão observar critérios sanitários,

socioambientais e de planejamento urbano.

Art. 59 Ficam definidas como ações prioritárias para o serviço de esgotamento

sanitário:

I - priorizar os sistemas de esgotamento sanitários existentes que não funcionem ou

que precisem ser recuperados;

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

II - implantar rede coletora de esgotos nas áreas desprovidas, especialmente

naquelas servidas por fossas rudimentares, cujos resíduos são lançados na rede

pluvial;

III - tornar obrigatória a implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos

sanitários em todos os empreendimentos de parcelamento e edificações nas áreas

não atendidas pelo sistema público de acordo com a legislação específica;

IV - Incentivar a implantação de sistemas de tratamento dos efluentes que

deságuam nos cursos d`água existentes no Município.

Art. 60 O sistema de saneamento ambiental deverá ser ampliado de modo a

garantir, no prazo máximo de 10 (dez) anos, a eliminação do contato da população

com esgotos domésticos e industriais, priorizando as áreas de baixa renda.

§ 1º A recuperação ambiental do Rio Camboriú e demais córregos do Município

serão objeto de estudo específico, valendo-se da colaboração da sociedade civil

organizada, ficando estabelecido o prazo máximo de até 1 (um) ano para a

conclusão da elaboração de projetos, com a sua imediata implementação.

§ 2º O Município buscará consórcio público com o Município de Camboriú, visando à

realização conjunta de ações de controle e monitoramento do saneamento do Rio

Camboriú.

SUBSEÇÃO IV - MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS / DRENAGEM URBANA

Art. 61 O serviço público de drenagem urbana das águas pluviais objetiva o

gerenciamento da rede hídrica no território municipal, objetivando o equilíbrio

sistêmico de absorção, retenção e escoamento das águas pluviais.

§ 1º O Município poderá formar consórcio público visando à realização conjunta de

ações de controle e monitoramento da macro-drenagem das águas pluviais.

§ 2º O Plano Setorial de macro-drenagem é um instrumento de planejamento e

deverá indicar intervenções estruturais, medidas de controle e monitoramento,

definindo critérios para o uso do solo compatível aos serviços de drenagem,

considerando as bacias hidrográficas de Balneário Camboriú e de seus municípios

limítrofes.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Art. 62 Todos os empreendimentos deverão apresentar projetos específicos de

absorção e/ou retenção parciais de águas pluviais de modo a contribuir para o

equilíbrio do sistema, conforme lei específica a ser aprovada no prazo máximo de 12

meses.

Art. 63 Ficam definidas como ações prioritárias no manejo das águas pluviais:

I - mecanismos de fomento para uso do solo compatível com áreas de interesse

para drenagem, como parques lineares, praças, área de recreação e lazer, espaços

verdes de uso público e manutenção da vegetação nativa;

II - implantar medidas de prevenção de inundações, incluindo controle de erosão,

especialmente em:

a) movimentos de terra,

b) controle de transporte e deposição de entulho e lixo,

c) combate ao desmatamento,

d) de assentamentos clandestinos e outros tipos de ocupações em áreas de

interesse para drenagem.

III - investir na renaturalização e melhorias das calhas fluviais e na recuperação dos

sistemas de macro e micro-drenagem;

IV - caracterizar o canal do Marambaia como condutor de drenagem pluvial a fim de

melhorar a sua fluidez e capacidade hidráulica através de obras de canalização

parcial e saneamento ambiental;

V - redimensionar todo o sistema pluvial do Município e eliminação do despejo das

águas pluviais diretamente nas areias da praia central.

SUBSEÇÃO V - CONTROLE DE RISCOS E DE PROTEÇÃO DA ORLA

Art. 64 O serviço público de controle de inundação e proteção da orla objetiva o

gerenciamento dos riscos e da elevação do nível das marés, objetivando a proteção

da vida e do patrimônio público e privado.

§ 1º O Município deverá elaborar um Plano Setorial como instrumento de

planejamento e deverá indicar intervenções estruturais, medidas de controle,

monitoramento e proteção da orla.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

§ 2º O plano de recuperação e ampliação da faixa de areia da praia central será

etapa prioritária para a proteção da infraestrutura disponibilizada ao longo da orla

devendo ser complementada por intervenções estruturais que minimizem os riscos

oriundos da ação das ondas e marés.

Art. 65 Nas praias onde a faixa de areia esteja revestida por vegetação de restingas,

bem como nas áreas de manguezais não será permitida a ocupação, exceto as de

interesse público, devendo ainda:

I - implantar medidas de prevenção, incluindo controle de erosão da orla,

especialmente em movimentos de areia decorrente das ondas, controle da

deposição de entulho e lixo, combate ao desmatamento, construções clandestinas e

outros tipos de ocupações nas áreas com interesse para manutenção da faixa de

areia das praias e preservação dos manguezais, e;

II - investir na proteção e recuperação.

6.2.9 LEI 3448/2012

“Dispõe sobre a Sinalização Ecológica pelo Poder Executivo Municipal nos locais em

que especifica.”

Art.1º - Fica o Poder Executivo Municipal, por meio do seu órgão competente

(Secretaria Municipal do Meio Ambiente) obrigado a colocar placas sinalizadoras nos

locais que se constituem unidades de conservação ecológica, em todo o território do

município de Balneário Camboriú.

§ 1º - Constituem unidades de conservação ecológicas:

I - área de tombamento;

II - áreas de Proteção Ambiental;

III - reservas ecológicas;

IV - parques;

V- restingas;

VI - manguezais;

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

VII - dunas;

VIII - Florestas ou vegetação de preservação permanente;

IX - estações ecológicas;

X-demais áreas de conservação;

Art. 2º - A sinalização de que trata o "caput" e o parágrafo do artigo anterior, deverá

ser instalada nos limites externos das unidades de conservação enumerados, bem

como em suas vias de acesso, de acordo com os seguintes parâmetros e

características:

a) integração ao meio ambiente, de modo a não desfigurar a passagem e não

causar danos de qualquer espécie;

b) imediata visibilidade aos que transitarem pelo local, ou dele se aproximarem;

c) identificação, por desenho, da unidade de conservação, do local, ou da espécie

cuja preservação é sinalizada;

d) inclusão de mensagem incentivadora da conservação da natureza.

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REVISÃO E COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

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