Índice de pesquisa da 1ª turma recursal relaÇÃo … · encanada e rede de esgoto, com móveis...

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ADENILSON VIANA NERY-1, 64, 71 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-39, 62, 8 ALAN ROVETTA DA SILVA-39, 62, 8 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-18, 24 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-10, 59 ANA MERCEDES MILANEZ-2 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-60, 70 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-1 ANDRÉ DIAS IRIGON-46, 52 ANDRE MIRANDA VICOSA-34, 35, 61, 65, 67, 68 ANDREA CARDOSO DE OLIVEIRA-29 ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-42, 69, 76 ANTÔNIO JUSTINO COSTA-41, 46 ARMANDO MOREIRA MACEDO-14 ARMANDO VEIGA-38, 58, 7 BRUNO ARAUJO GUIMARAES-40 BRUNO DALL'ORTO MARQUES-27 Bruno Medeiros Bastos-58, 66 BRUNO MIRANDA COSTA-23, 51, 53 BRUNO SANTOS ARRIGONI-6, 60, 73 CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR-11 CAMILA MANCINI ANDRADE-56 CARLOS JOSE LIMA FARONI-32 CLAUDIO DOS SANTOS-14 CLEBER ALVES TUMOLI-15 CLEBSON DA SILVEIRA-18, 21, 22, 3, 32, 49 EDGARD VALLE DE SOUZA-4, 72 ELIAS ASSAD NETO-40 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-31 EMILENE ROVETTA DA SILVA-39, 62, 8 ERICK TAVARES RIBEIRO-61, 67 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-43 EVANDRO COSTA BOLZANI-29 FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-3 GIZELLI CORDEIRO SILVA-30 GUSTAVO CABRAL VIEIRA-17 GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-57 HELTON TEIXEIRA RAMOS-15 HENRIQUE SOARES MACEDO-6, 60, 73 Isabela Boechat B. B. de Oliveira-10, 47 IZAEL DE MELLO REZENDE-2 JAMILSON SERRANO PORFIRIO-37, 9 JANETE NUNES PIMENTA RAMOS-47 JEANINE NUNES ROMANO-25, 33 JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-2, 24, 25, 33, 54 José Arteiro Vieira de Mello-65 JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-50 JUAREZ RODRIGUES DE BARROS-70 JULIANA PAES ANDRADE-23 Karina Rocha Mitleg Bayerl-22, 26 LIDIANE DA PENHA SEGAL-16, 17, 53 LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-66 LUCIANO PEREIRA CHAGAS-12

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Page 1: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · encanada e rede de esgoto, com móveis essenciais em bom estado de conservação). Não restou demonstrada a situação

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ADENILSON VIANA NERY-1, 64, 71ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-39, 62, 8ALAN ROVETTA DA SILVA-39, 62, 8ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-18, 24ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-10, 59ANA MERCEDES MILANEZ-2ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-60, 70ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-1ANDRÉ DIAS IRIGON-46, 52ANDRE MIRANDA VICOSA-34, 35, 61, 65, 67, 68ANDREA CARDOSO DE OLIVEIRA-29ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-42, 69, 76ANTÔNIO JUSTINO COSTA-41, 46ARMANDO MOREIRA MACEDO-14ARMANDO VEIGA-38, 58, 7BRUNO ARAUJO GUIMARAES-40BRUNO DALL'ORTO MARQUES-27Bruno Medeiros Bastos-58, 66BRUNO MIRANDA COSTA-23, 51, 53BRUNO SANTOS ARRIGONI-6, 60, 73CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR-11CAMILA MANCINI ANDRADE-56CARLOS JOSE LIMA FARONI-32CLAUDIO DOS SANTOS-14CLEBER ALVES TUMOLI-15CLEBSON DA SILVEIRA-18, 21, 22, 3, 32, 49EDGARD VALLE DE SOUZA-4, 72ELIAS ASSAD NETO-40ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-31EMILENE ROVETTA DA SILVA-39, 62, 8ERICK TAVARES RIBEIRO-61, 67ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-43EVANDRO COSTA BOLZANI-29FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-3GIZELLI CORDEIRO SILVA-30GUSTAVO CABRAL VIEIRA-17GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-57HELTON TEIXEIRA RAMOS-15HENRIQUE SOARES MACEDO-6, 60, 73Isabela Boechat B. B. de Oliveira-10, 47IZAEL DE MELLO REZENDE-2JAMILSON SERRANO PORFIRIO-37, 9JANETE NUNES PIMENTA RAMOS-47JEANINE NUNES ROMANO-25, 33JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-2, 24, 25, 33, 54José Arteiro Vieira de Mello-65JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-50JUAREZ RODRIGUES DE BARROS-70JULIANA PAES ANDRADE-23Karina Rocha Mitleg Bayerl-22, 26LIDIANE DA PENHA SEGAL-16, 17, 53LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-66LUCIANO PEREIRA CHAGAS-12

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Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-7, 8LUIZ CARLOS BARRETO-21LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-13MARCELA REIS SILVA-34, 36, 38, 40, 45, 56Marcelo Camata Pereira-28, 59MARCIA RIBEIRO PAIVA-11, 20, 26, 50Marcos Figueredo Marçal-63MARCOS JOSÉ DE JESUS-73MARIA REGINA COUTO ULIANA-43, 44, 63MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-2MARIANE AMANTINO CSASZAR-14MARTA DA SILVA-19MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO-35, 62MICHELLE LOIOLA MACHADO DALL'ORTO MARQUES-27NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-73PATRICIA NUNES ROMANO-33PAULO FIGUEIREDO-56Paulo Henrique Vaz Fidalgo-48, 6, 64, 71, 76RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO-54RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-39, 55, 68, 74, 75ROBERTO LORDÊLLO DOS SANTOS SOUZA FILHO-12ROBNEI BATISTA DE BARROS-42, 69, 76RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO-14RODRIGO COSTA BUARQUE-42, 69RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-4, 5ROGERIO SIMOES ALVES-15ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-30SALERMO SALES DE OLIVEIRA-74SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-2SEBASTIAO SILVA PACHECO-36SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-44, 72SIMONE AFONSO LARANJA-14SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-16, 57SIRO DA COSTA-52, 55, 75TATIANA FEITOZA DA ROCHA-19TERESA CRISTINA SOUSA FERNANDES-31THIAGO COSTA BOLZANI-73UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-37, 9URBANO LEAL PEREIRA-45VALMIR DE SOUZA REZENDE-5VALTERMIR DA SILVA-27VANUZA CABRAL-48Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-41WANESSA ALDRIGUES CÂNDIDO-31ZIRALDO TATAGIBA RODRIGUES-56

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2010.000181 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

18/06/2010Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

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1 - 2009.50.52.000743-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.) x GILSON DE SOUZA RIBEIRO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).EMENTARECURSO INTERPOSTO PELO INSS EM FACE DE DECISÃO LIMINAR QUE DEFERIU A ANTECIPAÇÃO DOSEFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE, COMBASE EM LAUDO DE MÉDICO ASSISTENTE, ANTES DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL. PERIGO DE DANOIRREPARÁVEL E VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DEMONSTRADOS. RECURSO NÃO PROVIDO. DECISÃOLIMINAR CONFIRMADA. SEM CUSTAS E HONORÁRIOS.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma do voto e ementaconstantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

2 - 2008.50.50.003788-2/01 JOSE BRAZ NASCIMENTO (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, MARIANAPIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, ANA MERCEDES MILANEZ.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA ATIVIDADES QUEDEMANDAM ESFORÇO FÍSICO. REABILITAÇÃO PARA ATIVIDADE DE AUXILIAR DE ESCRITÓRIO. SENTENÇAMANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. Recurso interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento deauxílio-doença, com base na conclusão do laudo pericial. Sustenta o recorrente que o juiz não está adstrito às conclusõesdo laudo pericial, vez que seu problema de coluna o impede de carregar peso, o que acarreta a diminuição de suaprodutividade. Afirmou ainda, que suas condições pessoais (idade, baixo grau de escolaridade) devem ser levadas emconsideração para o deferimento do benefício. Contrarrazões as fls. 142/144.

2. O perito do juízo descreveu que o autor é portador de lesão degenerativa de coluna lombar, discreta e cervical, com trêshérnias discais (quesito 01, fl. 60), e concluiu, ainda, pela incapacidade parcial e permanente do autor para atividades quedemandem levantar peso. O laudo complementar de fls. 86/87 foi claro ao responder que: “para a atividade de auxiliar deescritório não há incapacidade, o autor, nessa atividade, não necessita levantar peso, sendo capaz de desempenhar talfunção sem dificuldades”.

3. No caso concreto, o recorrente recebeu auxílio-doença até 24.05.2007. Freqüentou, ainda, programa de reabilitaçãoprofissional do INSS para a função de auxiliar de escritório, consoante documento de fl. 120. Ressalte-se que o autor játrabalhou como auxiliar de escritório, conforme atesta o quesito 03 (fl. 63), bem como, possui 2.° gra u completo no curso detécnico de contabilidade (fl. 90). Desse modo, o recorrente tem plenas condições para exercer funções que não exijamemprego de esforço físico, tal qual, a de auxiliar de escritório, razão pela qual a sentença não merece reparos.

4. É certo que o juiz não fica adstrito às conclusões do laudo pericial. Entretanto, no caso concreto, as alegações do autor,os laudos dos médicos assistentes e demais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusão do peritodo Juízo, que foi firme no sentido de que o autor somente está incapacitado para atividades que exijam carregamento depesos. “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é imparcial e,conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. (Enunciado 08 da TR/ES).

5. Recurso não provido. Sentença mantida. Custas de lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honoráriosadvocatícios, fixados em R$ 50,00 (cinqüenta reais), atendendo ao disposto no art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

3 - 2009.50.50.000634-8/01 THEREZINHA DO CARMO CARDOZO (ADVOGADO: FABIANA GONÇALES COUTINHOVIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).EMENTAAMPARO SOCIAL. CASAL DE IDOSOS. MARIDO DA AUTORA RECEBE APOSENTADORIA EM VALOR SUPERIOR ADE UM SALÁRIO MÍNIMO. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. MISERABILIDADE NÃOCOMPROVADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença, que julgou improcedente pedido de benefícioassistencial, em razão da renda per capita superar o limite legal de ¼ do salário mínimo. Sustenta a recorrente que o

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requisito da renda não é critério objetivo, pois outros fatores relacionados à situação econômico-financeira devem serlevados em consideração. Contrarrazões às folhas 53/54.2. O laudo sócio-econômico de fls.19/30 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, §1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora (73 anos) e seu esposo (78 anos), que aufere mensalmente, a quantia de R$751,88, provenientes de sua aposentadoria. O ponto controvertido restringe-se ao fato de a renda per capita ser superior aocritério legal.3. As razões recursais não merecem prosperar. De fato, ainda que se considerassem as despesas apuradas no laudosocial, tal fato não autorizaria por si só, a concessão do benefício pleiteado, pois o cônjuge da requerente recebe quantiaaproximada de R$ 751,88 mensais (fl. 14). Assim, os gastos apontados podem ser pagos pela família da autora, sem quese configure uma situação de miserabilidade. Ademais, a família possui residência modesta, mas com condições dignas erazoáveis de habitação (casa de alvenaria com cerâmica, teto de amianto, quatro cômodos, energia elétrica, águaencanada e rede de esgoto, com móveis essenciais em bom estado de conservação). Não restou demonstrada a situaçãode miserabilidade.4.Insta mencionar, ademais, que no caso em tela, não há que se falar em exclusão dos proventos recebidos pelo esposo daautora, para fins de cálculo de renda per capita, conforme dispõe o art.34 da Lei 10.741/2003. Esta renda não seriacomputada se o valor mensal percebido fosse inferior ou equivalente a um salário mínimo. Assim, como a quantia mensalrecebida pelo cônjuge da recorrente excede o montante estipulado, não pode ser excluída do cálculo da renda per capita. OEnunciado nº 46 da TR/ES, dispõe que: “A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimoconcedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar percapita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003” (DIO - Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, pág. 03 - anexo). A jurisprudênciaassentou entendimento de que:BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONCEITO DE FAMÍLIA. CRITÉRIO DE MISERABILIDADE. APLICAÇÃO ANALÓGICA DOESTATUTO DO IDOSO. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. 1. O conceito legal de família, conforme jápacificado nessa Turma Nacional de Uniformização, é o dado pela art. 20, § 1º da Lei 8.742/1993. Assim, por expressadeterminação legal, são componentes do grupo familiar para fins de concessão de benefício assistencial: o requerente dobenefício; o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte eum) anos ou inválido; os pais; e o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido.(Art. 16 da Lei nº 8.213/1991). 2. O critério para aferição da miserabilidade, para concessão de benefício assistencial, éaquele segundo o qual, a renda per capita não poderá superar o valor de ¼ do salário mínimo. 3. A aplicação do Estatuto doIdoso, especificamente seu artigo 34, parágrafo único, é possível para que não seja incluído, na aferição da renda familiarda família do postulante de benefício assistencial, o valor auferido pelo idoso (aquele que contar com 65 anos ou mais)proveniente de benefício, compreendido dentro de um salário mínimo, seja assistencial ou previdenciário. 4. Hipótesecomprovada nos autos. 5. Incidente conhecido e parcialmente provido. (Pedido de Uniformização de Interpretação de LeiFederal 200770530010236 Rel. Juiz Federal Cláudio Roberto Canata, DJ 13/11/2009).EMENTA PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. DIVERGÊNCIA ENTRE O ACÓRDÃO DA TURMA RECURSAL DE ORIGEM EJULGADO DE TURMA RECURSAL DE OUTRA REGIÃO. CONHECIMENTO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. RENDAFAMILIAR. EXCLUSÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO, AUFERIDO PORINTEGRANTE DO GRUPO FAMILIAR, COM MAIS DE 65 ANOS DE IDADE. Tendo ficado demonstrado que o acórdão daTurma Recursal de origem destoa de julgado de Turma Recursal de outra região, acerca de tema de direito material,cabível o pedido de uniformização. Na aferição da renda familiar da família do postulante de benefício assistencial, nãodeve ser incluída a renda auferida por integrante desse grupo que, tendo 65 anos de idade ou mais, auferir exclusivamenterenda proveniente de benefício previdenciário, no valor de um salário mínimo. (Incidente de Uniformização deJurisprudência 200683005169254, Rel. Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz, DJ 28/01/2009).5. Recurso não provido. Sem custas. Condenação em honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 atendendo ao dispostono art. 20, § 4º - CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

4 - 2006.50.52.000796-5/02 ABIGAIL RAMOS SABADIM (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. RENDA SUPERIOR A ¼ PORPESSOA. MISERABILIDADE NÃO DEMONSTRADA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença (fls. 115/120), que julgou improcedente o pedidode beneficio assistencial à autora, pois o requisito legal da renda não foi preenchido. Alega a recorrente, que apesar darenda per capita superar o limite de ¼ do salário mínimo, utiliza medicação de alto custo, e que depende da caridade de suacomunidade, fato que foi confirmado pela prova testemunhal. Contrarrazões as fls. 137/138.

Em primeiro lugar, com relação ao critério da incapacidade, não existe controvérsia sobre a incapacidade total e definitivada autora, conforme laudo de fls. 43/45.

O relatório social de fls. 58/60 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1°, da Lei8742/93, é formado pela autora (60 anos) e seu marido (57 anos). A renda da família se resume ao valor de um salário

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mínimo, referente à aposentadoria por invalidez recebida pelo marido da recorrente. A assistente social atestou que afamília tem um gasto mensal de R$ 197,00, ou seja, a renda do marido da autora é suficiente para o sustento do casal.Ademais, a autora recebe uma ajuda financeira da filha quando necessário. Neste ponto, se a renda de um salário mínimonão exonera o casal de dificuldades para a manutenção (podem ser considerados pobres), não os coloca no plano damiserabilidade, próprio daqueles que se encontram abaixo da linha da pobreza

A avaliação sócio-econômica revela, ainda, que o autor e sua companheira moram em casa própria, de alvenaria, coberturade laje, possui 7 cômodos (3 quartos, sala, cozinha, copa, banheiro interno). Há instalações elétricas e hidráulicas e amobília é simples. Não há fatores extraordinários que justifiquem a concessão do benefício.

Recurso conhecido e não provido. Sem custas, por ser o recorrente beneficiário da assistência judiciária gratuita (art. 4° II –Lei 9.289/96). Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 50,00 (cinqüenta reais),atendendo ao disposto no art. 20 §4° do CPC c/c art . 55 da Lei n° 9.099/95, observando-se o disposto n o art. 12, da Lei n°1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

5 - 2008.50.52.000168-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x PATRÍCIA SILVA SANTOS (ADVOGADO: VALMIR DE SOUZA REZENDE.).E M E N T AAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. MISERABILIDADE DEMONSTRADA.RECURSO NÃO PROVIDO.1. Sentença que julgou procedente pedido de benefício assistencial, adotando como fundamentos, a comprovadamiserabilidade do grupo familiar e aplicação analógica do art. 34, § único, do Estatuto do Idoso, para excluir benefícioassistencial recebido pelo pai da autora do cômputo da renda familiar. Recurso inominado interposto pelo INSS,sustentando que a renda per capita do grupo familiar é superior ao limite legal e que não se aplica analogicamente o art.34do Estatuto do Idoso, pois este apenas exclui o benefício assistencial recebido por idoso. Contrarrazões à folha 722. O laudo sócio-econômico de fls. 40/46 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, §1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora deficiente mental (21 anos – fl. 43) seus pais e seu irmão, sendo que rendafamiliar provém da aposentadoria por invalidez de seu pai, que recebe R$ 415,00 (fl. 43). Assim, embora, a renda familiarper capita, não seja inferior a ¼ do salário mínimo, este critério, por si só, não é capaz de impedir a concessão de LOAS.3. O STF, no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade n° 1232, decidiu que deve ser aplicado o critério objetivofixado pela norma (art. 20, § 3º da Lei 8.742/93) não cabendo interpretação do citado dispositivo legal de forma diversa. Nopresente caso, não há que se falar em inconstitucionalidade da regra, mas de lhe conferir interpretação em consonânciacom o princípio da dignidade da pessoa, no sentido de se reconhecer a possibilidade de que esse parâmetro objetivo sejaconjugado, no caso concreto, com outros fatores indicativos do estado de penúria do cidadão. “O exame dos votosproferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n.8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido peloINSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse misterpara que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípios constitucionais secumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve porconstitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistiremoutras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).4. A jurisprudência é predominante no sentido de que o limite de ¼ do salário mínimo não é absoluto, podendo serconstatada a miserabilidade a partir de outros elementos. Ademais, cumpre mencionar, que a recorrida mora em uma casade stuque, coberta por telhas de amianto, uma parte do piso é de cimento queimado e não possui banheiro. O lugar, ondehabita é afastado da cidade e o transporte para a zona urbana é esporádico, o que dificulta o tratamento médico darecorrida. O laudo social, assim se manifestou sobre a residência da autora: “A casa se encontra em situação precária dehabitação.” Cumpre pontuar, que a única renda da família é proveniente da aposentadoria por invalidez do genitor do grupofamiliar, que devido a seqüelas de hanseníase nos pés e nas mãos, resta incapacitado para realizar atividades laborativas.Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados no relatório social de fls. 40/46, principalmente, os referentes aosmedicamentos necessários para a autora, verifico comprovada a miserabilidade que autoriza a concessão do benefício,conforme assentado na decisão recorrida. A Súmula 6 da TNU, dispõe que: “A renda mensal, per capita, familiar, superior a¼ (um quarto) do salário mínimo não impede a concessão do benefício assistencial previsto no art. 20, § 3º da Lei nº. 8.742de 1993, desde que comprovada, por outros meios, a miserabilidade do postulante.”5. Não há que se falar em qualquer ofensa aos princípios da legalidade, seletividade, separação dos poderes ou daprecedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados, essaviolação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – mas por via reflexa. Nesse sentido: JEF -TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.6. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida, ainda que somente pelo fundamento da miserabilidade.Condenação da parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados no montante de 10% (dez por cento)sobre o valor da condenação, atendendo ao disposto no art. 20, § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95. Sem custas (art.4. º, I da Lei 9.289/96).

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa, que integra o presente julgado.

6 - 2009.50.54.000078-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique VazFidalgo.) x ANA AZEVEDO DA SILVA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.).EMENTA

AMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO CONCEDIDO AOMARIDO IDOSO. EXCLUSÃO PARA FINS DE APURAÇÃO DE RENDA PER CAPITA. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. Sentença que julgou procedente pedido de benefício assistencial, em razão da comprovação da miserabilidade. O INSS,nas suas alegações recursais, afirma que a renda do grupo familiar ultrapassa o limite legal e que o art. 34 do Estatuto doIdoso deve ser interpretado restritivamente. Requer, sucessivamente, que sejam aplicados os índices de juros e correçãomonetária, constantes do art. 1º F da Lei 11.960/2009, à condenação imposta ao INSS. Contrarrazões às folhas 128/131.2. O laudo sócio-econômico de fls. 88/95 revela que o grupo familiar em questão, é formado pela autora (73 anos) e seuesposo (70 anos), que aufere mensalmente aposentadoria no valor de um salário mínimo. O ponto controvertidorestringe-se a possibilidade ou não da exclusão da aposentadoria do marido para fins de apuração de renda per capita.3. Conforme laudo social de fls. 88/95, os gastos com alimentação, água, luz, gás e medicamentos da autora totalizam R$340,00, quase o valor do salário mínimo à época. Ademais, apesar do filho de 21 anos não compor o grupo familiar, nostermos do art. 16 da Lei 8.213/91, este onera ainda mais o orçamento familiar. Em sendo assim, entendo que a situação demiserabilidade restou demonstrada.4. Ademais, a Turma Recursal do Espírito Santo, em seu Enunciado de nº 46, firmou entendimento no sentido de: “A rendamensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedida a pessoa com mais de 65 anos de idade nãodeve ser computada para efeito de apuração de renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º da Lei orgânica daAssistência Social- LOAS. Aplica-se por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO- Boletim da JustiçaFederal, 06/04/2009, pág.03-anexo)”. Portanto, a renda do marido da autora, que é idoso, não pode ser computado para ocálculo da renda familiar, o que ratifica a miserabilidade da autora.5. Cumpre aduzir, que a sentença foi prolatada em 02/12/2009, ou seja, nesta data já estava em vigor a Lei 11.960/2009,assim sendo, merece reforma o percentual de juros definidos naquela condenação. Do exposto, fixo o percentual deaplicação dos juros de mora, conforme disposto no art.1º da Lei 11.690/2009.6. Recurso do INSS conhecido e parcialmente provido para fixar o percentual de aplicação dos juros de mora, de 1% acontar da citação até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11.960/2009). Após esta data, atualização na forma do art.1ºF daLei 9494/97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11.960/2009. Sem custas e honorários advocatícios.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

7 - 2008.50.51.002293-0/01 MARIA DAS GRACAS NEVES REIS (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).EMENTA

APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INEXISTÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL DA ATIVIDADE RURAL.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

1. Recurso inominado interposto pela autora em face de sentença que julgou improcedente pedido de concessão deaposentadoria rural por idade, negando-lhe a qualidade de segurado especial, vez que o sustento do grupo foi providoprincipalmente pela renda de pensão ou aposentadoria urbana durante todo o período equivalente à carência.

2. Sustenta a recorrente que sempre exerceu labor rural em regime de economia familiar e que, inclusive, há nos autosprova do exercício da atividade rural durante o período de 1992 a 2006. Contrarrazões às fls. 99/103.

3. Não verifico a existência de início de prova material. A certidão de casamento datada de 1966 registra a profissão domarido da autora como sendo a de lavrador. Contudo, o mesmo após o casamento abandonou o labor rural, dedicando-seao emprego urbano (tratorista), vindo a receber aposentadoria por invalidez urbana em 1984 (fl. 54). Após o seu falecimento(29.06.1997 – fl. 56), a autora passou a receber pensão por morte. Assim, a extensão da qualidade de rural do marido paraa esposa deve ser afastada pela perda dessa qualidade pelo próprio marido após o casamento. A certidão expedida pelaJustiça Eleitoral (fl. 17) e as fichas de matrícula de seus filhos (fls. 23/25, 48/50) não mencionam sobre a atividade daautora. Pelo contrário, nas fichas de matrícula dos filhos, consta como profissão da autora, doméstica e de seu falecidomarido, aposentado. Os documentos que atestam que a autora é lavradora rural (18/22) são bem recentes. As declaraçõesde fls. 18/19 possuem valor de prova testemunhal; o formulário da Secretaria Municipal de de Saúde de fl. 20 não possuiassinatura de seu subscritor – o que retira sua validade jurídica. O mesmo se aplica ao cadastro de clientes de loja de fl. 21.A declaração do Sr. Aristóteles Gonçalves Leite, proprietário da terra em que a autora mora, foi elaborada em 2008, àsvésperas do requerimento administrativo – trata-se de documento cujo valor, para esse fim, se aproxima da provatestemunhal prestada pelo tomador do serviço rural alegado. O mesmo se pode dizer em relação às declarações de fls. 32e 37. Os outros documentos apresentados (fls. 27/31, 51/52) referem-se ao Sr. Aristóteles Gonçalves Leite e não comprova

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a condição de rural da autora.

4. Assim, ante a ausência de início de prova material, associado à renda de origem urbana da falecido marido, não háelementos que confiram lastro à pretensão da autora.5. Recurso da parte autora conhecido e não provido. Sentença de improcedência mantida. Condenação da recorrente aopagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 (art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9099 / 95),observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1060 / 50. Sem custas (art. 4º II – Lei 9289 / 96).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nostermos da ementa – parte integrante deste julgado.

8 - 2008.50.51.001421-0/01 NEUSA LAQUINI MARABOTTI (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENEROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. MARIDO DA AUTORA EXERCIA ATIVIDADE URBANA.AUTORA EXERCIA ATIVIDADE RURAL INDIVIDUALMENTE. RENDA DO MARIDO É RESPONSÁVEL PELAMANUTENÇÃO DO GRUPO FAMILIAR. DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. SENTENÇADE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.

1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoriapor idade rural. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apesar de seu marido ter vínculo urbano, a autoraconta com a ajuda do irmão, também lavrador, e eventualmente, até de vizinhos, configurando-se o regime de economiafamiliar. Alega a autora que é contribuinte especial individual, nos termos do art. 11, VII da Lei 8.213/91 e que a rendaadvinda do seu trabalho na roça sempre foi necessária à sobrevivência do grupo familiar. Contrarrazões às fls. 88/95.

2. O ponto controvertido dos presentes autos restringe-se a aferir se a renda obtida através do trabalho rural da autora éessencial à manutenção da família.

3. O exercício de atividade rural não pode ser examinado individualmente se o trabalhador faz parte de grupo familiar,conforme restou ementado no pedido de uniformização nacional de jurisprudência n.º 2006.72.95.016785-7:

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL. SEGURADO ESPECIAL. REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR. DESCARACTERIZAÇÃO. ATIVIDADE URBANA DE INTEGRANTE DO GRUPO FAMILIAR.ENQUADRAMENTO NA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL EM REGIME DE TRABALHO INDIVIDUAL.IMPOSSIBILIDADE. I O emprego da expressão individualmente, no dispositivo em exame, cumpre apenas a finalidade deevitar a injusta exclusão do trabalhador solitário ou daquele que, por qualquer condição, não se encontre sob o conceito defamília, resultando na impossibilidade de reivindicar para si o chamado regime de economia familiar. Em síntese, o termoindividualmente não se aplica ao trabalhador que efetivamente pertença a um grupo familiar, o qual só pode serconsiderado segurado especial na medida em que exerce as suas atividades nas condições estabelecidas pelo § 1º , doinciso VII, do art 11 da Lei 8.213/91. II. Desconsiderar a presença, no seio de um grupo familiar, de um ou maistrabalhadores urbanos, para o fim de conceder o benefício especial ao membro do mesmo grupo, que individualmenteexerça qualquer das atividades especiais mencionadas, corresponde a esvaziar o próprio conceito de regime de atividadeurbana, por qualquer dos membros do grupo familiar, desconfigura o regime de economia familiar e, por conseguinte, retiraa condição de segurado especial do trabalhador pertencente àquele grupo

4. Por outro lado, o desempenho de atividade urbana por um membro do grupo familiar não constitui, por si só, óbice àdemonstração da condição de segurado especial por outro componente da família, desde que, a renda advinda daagricultura seja indispensável ao sustento do lar. Nesse sentido, convém a seguinte referência à jurisprudência da TNU:PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVAMATERIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. INDISPENSABILIDADE DO TRABALHO RURAL. 1. Para fins decomprovação de tempo de serviço exercido em regime de economia familiar afigura-se necessária a apresentação de iníciode prova material, conforme exigido pelo § 3º do art. 55 da Lei nº 8.213/91. 2. O indício também pode ser considerado iníciode prova material, por configurar, juntamente com a presunção, modalidade de prova indireta, consistindo na prova que,resultante de um fato, convence a existência de outro fato, desde que mantenha nexo lógico e próximo com o fato a serprovado. 3. Neste sentido, no caso, ainda que esteja em nome do marido da autora, a escritura pública de compra e vendade propriedade rural datada em 04.10.89 serve como início de prova material. 4. O fato de um dos membros do grupofamiliar ser trabalhador urbano ou titular de benefício previdenciário urbano não descaracteriza, por si só, o regime deeconomia familiar em relação aos demais membros do grupo familiar. 5. Nesse contexto, o regime de economia familiarsomente restará descaracterizado se a renda obtida com a atividade urbana ou com o benefício urbano for suficiente para amanutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividade rural, ou, noutros termos, se a renda auferida com aatividade rural não for indispensável à manutenção da família. 6. Caso em que, em conformidade com a jurisprudênciadesta Turma Nacional, examinando o conjunto probatório, o Juizado de origem considerou presente início de prova materialdo desempenho de atividade rural em regime de economia familiar desde 04.10.89, bem como que o trabalho rural eraindispensável à manutenção da família, cujos entendimentos devem prevalecer sobre os entendimentos do acórdãorecorrido. 7. Pedido de uniformização provido (TNU – PEDILEF 200770630002109 – Juíza Federal Jacqueline Michels

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Bilhalva - DJ 08/01/2010).PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ALEGADA DESCARACTERIZAÇÃO DOTRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR, DIANTE DA EXISTÊNCIA DE RENDA URBANA RECEBIDAPELO CÔNJUGE DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE FIRMADA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃORECORRIDO. QUESTÃO DE ORDEM N.º 13. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVA. PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO NÃO CONHECIDO. I - No acórdão recorrido firmou-se entendimento no sentido de que os vínculosurbanos do cônjuge não são hábeis a descaracterizar a qualidade de segurada especial da autora. II - Esta Corte temdecidido que o regime de economia familiar somente restará descaracterizado se a renda obtida com a atividade urbana oucom o benefício urbano for suficiente para a manutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividade rural, ou,noutros termos, se a renda auferida com a atividade rural não for indispensável à manutenção da família. (...) (TNU -PEDILEF 200840007028291 – Juiz Federal Ivori Luis da Silva Scheffer - DJ 08/01/2010).

5. Pelo que restou comprovado nos presentes autos, o grupo familiar da autora era formado por ela e seu marido, quetrabalhava como laminador há vinte anos e recebia cerca de R$ 700,00 mensais à título de salário, conforme a própriaautora declarou na audiência de instrução. Este valor corresponde, atualmente, a quase dois salários-mínimos. Embora aexistência de renda urbana de membro do grupo familiar não descaracterize, por si só, o regime de economia familiar(enunciado 41 da TNU), é preciso que se verifique a indispensabilidade do labor rural, o que não verifico no caso dos autos.De fato, tenho adotado como parâmetro que a renda urbana de 1 salário-mínimo não descaracteriza o regime de economiafamiliar. Acima disso não há mais como afirmar que o labor rural era imprescindível ao sustento do grupo. Ademais, aautora e as testemunhas afirmaram que apesar de a autora ser trabalhadora rural, o salário do marido era o responsávelpela manutenção da família, razão pela qual a sentença de improcedência deve ser mantida.6. Recurso da parte autora conhecido e não provido. Sentença de improcedência mantida. Condenação da recorrente aopagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 (art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9099 / 95),observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1060 / 50. Sem custas (art. 4º II – Lei 9289 / 96).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nostermos da ementa – parte integrante deste julgado.

9 - 2008.50.53.000758-2/01 JOSÉ NOSSA (ADVOGADO: JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).EMENTAPREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL DA ATIVIDADE RURAL.EXISTÊNCIA DE MEEIRO, EXTENSÃO PROPRIEDADE RURAL, RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA NÃO SÃO IMPEDITIVOS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSOPROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo autor em face de sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoria poridade rural, pelos seguintes fundamentos: ausência de início de prova material e que a qualidade de segurado especial nãofoi confirmada pela prova testemunhal. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais: (1) que recebe auxílio-acidente naqualidade de segurado especial rural desde 01/04/2000 e portanto, sua qualidade de segurado especial rural já estácomprovada perante o INSS; (2) que a subsistência de sua família advém da atividade rural e o fato de ter um meeiro nãodesqualifica sua condição de segurado especial; (3) que há início de prova material da atividade rural, que foi corroboradapela prova testemunhal. Contrarrazões às fls. 101/106.2. A parte autora trouxe aos autos início de prova material suficiente para o reconhecimento da atividade rural no períodoalegado: (1) escritura de compra e venda, datada de 13.10.1983, na qual consta a profissão de agricultor do autor (fls.28/29); (2) recolhimento de ITR referente aos anos de 1991 a 1995 (fls. 22/23); (3) contratos de parceria agrícola em nomedo autor, datados de 08.03.1996 (fls. 36/37) e 09.03.2001 (fls. 38/40); (4) auxílio-acidente que o autor recebe na qualidadede segurado rural, desde 01.04.2000 (fl. 68).3. Ressalta-se, ainda, que o autor demonstrou o exercício da atividade rural antes de 1991 e, portanto, faz jus a carênciareduzida, nos termos do art. 142 da Lei 8.213/91. Como o autor completou 60 (sessenta) anos de idade em 10/09/2002 (fl.21), a carência para concessão do benefício é de 126 meses e deve ser aferida no período anterior a essa data. Adocumentação juntada aos autos demonstrou que o autor exercia atividade rural no período de carência. O próprio INSSreconheceu a qualidade de segurado especial rural do autor em 01.04.2000, data em que lhe concedeu o benefício deauxílio-acidente (fl. 68).4. O autor, em audiência, afirmou que trabalha na terra com sua esposa e dois filhos; afirmou ainda que tem um meeiro quetrabalha com a família há mais de 30 anos. Todas as testemunhas ratificaram a afirmação de que a subsistência da famíliaadvém do cultivo da terra.5. Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados ( §1º do art. 11 da Lei 8213 / 91). No caso do produtor rural, previsto no art. 11 - VII da Lei 8213 / 91, há que se diferenciar: ésegurado especial o que vive exclusivamente da exploração de sua propriedade, sem qualquer outra fonte de renda,detendo situação econômica similar a de um trabalhador rural comum; já o produtor rural de grande porte assume aqualidade de empresário ou empregador rural, sendo equiparado a autônomo, exigindo-se, portanto, o recolhimento decontribuições previdenciárias, para fins de percepção de aposentadoria. Isto se explica pelo fato de que a produção rural depequenas proporções não exige empregados permanentes mas, apenas, em determinadas situações, o auxílio eventual deterceiros, que não descaracteriza o regime de economia familiar. É o caso do autor, que conta com o auxílio de um meeiropara ajudar no plantio e colheita de café e feijão, pois são períodos em que a atividade rural deve ser feita em prazoreduzido, sob pena de perda da própria atividade, vez que o grupo familiar é insuficiente para cobrir toda a extensão da

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terra. Ademais, a própria Lei 8.213/91, no art. 11, VII, “a”, define como segurado especial o produtor rural que trabalha emregime de economia familiar com auxílio de meeiro. Portanto, a suposta contradição da prova testemunhal acerca do fatode o meeiro trabalhar ou não em lavoura destacada da do autor não tem importância, visto que a contratação de meeiro nãodesconfigura o regime de economia familiar; tanto o é, que a própria lei admite tal hipótese.6. Destaca-se, ainda, que a propriedade rural do autor possui 25 hectares, sendo o módulo fiscal da região equivalente a 20hectares. Portanto, a propriedade tem 1,25 módulos fiscais, conforme documento de fl. 26, ou seja, apenas a título decomparação, o tamanho da propriedade está dentro do limite de 4 módulos fiscais, previsto na Lei 11718 / 2008. Registro,apenas, que o limite de 4 módulos fiscais previsto na Lei 11718 / 2008 não se aplica ao tempo de atividade rural anterior,sob pena de retirar do patrimônio jurídico do autor tempo já a ele incorporado. Faz-se a referência apenas a título de reforçode argumentação.7. A inscrição do autor como contribuinte individual (fls. 14/15) e o recolhimento de contribuições se deram apenas pararesguardar benefício previdenciário. Diante de todo o exposto, restou demonstrada a condição de segurado especial doautor em regime de economia familiar, razão pela qual a sentença merece reforma.8. Recurso da parte autora provido para reformar a sentença impugnada e condenar o INSS a conceder aposentadoria poridade rural ao autor a partir do requerimento administrativo (30/06/2003 – fl. 13), observada a prescrição quinquenal, bemcomo, a pagar os atrasados acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros de mora de 1% ao mês, acontar da citação e até 29.06.2009. A partir de 30.06.2009, os atrasados deverão ser atualizados na forma do art. 1º F da lei9494 / 97, com redação dada pela lei 11960 / 2009. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da lei9.099/95).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termosda ementa – parte integrante deste julgado.

10 - 2008.50.50.006411-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. deOliveira.) x HILARIA GARCIA SCHNEIDER (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. MARIDO DA AUTORA EXERCIA ATIVIDADE URBANA.AUTORA EXERCIA ATIVIDADE RURAL INDIVIDUALMENTE. DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR E DA CONDIÇÃO DE SEGURADA ESPECIAL DA AUTORA. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DO INSSPROVIDO.

1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de aposentadoria poridade rural. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais: (1) inexistência de início de prova material da atividade rural;(2) que o marido da autora sempre exerceu atividade urbana (motorista de ônibus e caminhão), tanto o é, que recebeubenefício assistencial até o seu óbito, pois não tinha número de contribuições suficientes para se aposentar; (3) que aautora não comprovou a carência em relação ao período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, conformeredação original do art. 142 da Lei 8.213/91. Contrarrazões às fls. 119/139.

2. Conforme depoimento pessoal da autora, seu marido dirigia trator para puxar café na propriedade do Sr. AntonioCassareli, recebia de 15 em 15 dias e não tinha carteira assinada. Afirmou, ainda, que seu marido recebeu benefícioassistencial de 2002 até o seu óbito (fl. 78). Todas as testemunhas ouvidas confirmaram o fato do marido da autora sermotorista. A testemunha, Olzio Stein, afirmou que a autora trabalhou com ele de 1990 a 1996, no plantio de feijão e milho.Ressaltou que a autora trabalhava sozinha e morava na sua propriedade, pois o seu marido não parava em casa, já que eracaminhoneiro. A testemunha, Elio Sebastião Kill, afirmou que a autora trabalhou com ele de 1996 a 2001, no plantio defeijão, café e milho e eles dividiam a produção (15 sacas por ano). A testemunha, Edemar João Schneider, atestou que aautora trabalhou com seu pai, Sr. Emílio, durante o período de oito anos como meeira, sozinha, e que seu marido eramotorista.

3. Pelo que restou comprovado nos presentes autos, o grupo familiar da autora era formado por ela e seu marido, quesempre exerceu atividade de motorista. O exercício de atividade rural não pode ser examinado individualmente se otrabalhador faz parte de grupo familiar, conforme restou ementado no pedido de uniformização nacional de jurisprudêncian.º 2006.72.95.016785-7:

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL. SEGURADO ESPECIAL. REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR. DESCARACTERIZAÇÃO. ATIVIDADE URBANA DE INTEGRANTE DO GRUPO FAMILIAR.ENQUADRAMENTO NA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL EM REGIME DE TRABALHO INDIVIDUAL.IMPOSSIBILIDADE. I O emprego da expressão individualmente, no dispositivo em exame, cumpre apenas a finalidade deevitar a injusta exclusão do trabalhador solitário ou daquele que, por qualquer condição, não se encontre sob o conceito defamília, resultando na impossibilidade de reivindicar para si o chamado regime de economia familiar. Em síntese, o termoindividualmente não se aplica ao trabalhador que efetivamente pertença a um grupo familiar, o qual só pode serconsiderado segurado especial na medida em que exerce as suas atividades nas condições estabelecidas pelo § 1º , doinciso VII, do art 11 da Lei 8.213/91. II. Desconsiderar a presença, no seio de um grupo familiar, de um ou maistrabalhadores urbanos, para o fim de conceder o benefício especial ao membro do mesmo grupo, que individualmenteexerça qualquer das atividades especiais mencionadas, corresponde a esvaziar o próprio conceito de regime de atividadeurbana, por qualquer dos membros do grupo familiar, desconfigura o regime de economia familiar e, por conseguinte, retiraa condição de segurado especial do trabalhador pertencente àquele grupo

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4. Por outro lado, o desempenho de atividade urbana por um membro do grupo familiar não constitui, por si só, óbice àdemonstração da condição de segurado especial por outro componente da família, desde que, a renda advinda daagricultura seja indispensável ao sustento do lar. Nesse sentido, convém a seguinte referência à jurisprudência da TNU:PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVAMATERIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. INDISPENSABILIDADE DO TRABALHO RURAL. 1. Para fins decomprovação de tempo de serviço exercido em regime de economia familiar afigura-se necessária a apresentação de iníciode prova material, conforme exigido pelo § 3º do art. 55 da Lei nº 8.213/91. 2. O indício também pode ser considerado iníciode prova material, por configurar, juntamente com a presunção, modalidade de prova indireta, consistindo na prova que,resultante de um fato, convence a existência de outro fato, desde que mantenha nexo lógico e próximo com o fato a serprovado. 3. Neste sentido, no caso, ainda que esteja em nome do marido da autora, a escritura pública de compra e vendade propriedade rural datada em 04.10.89 serve como início de prova material. 4. O fato de um dos membros do grupofamiliar ser trabalhador urbano ou titular de benefício previdenciário urbano não descaracteriza, por si só, o regime deeconomia familiar em relação aos demais membros do grupo familiar. 5. Nesse contexto, o regime de economia familiarsomente restará descaracterizado se a renda obtida com a atividade urbana ou com o benefício urbano for suficiente para amanutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividade rural, ou, noutros termos, se a renda auferida com aatividade rural não for indispensável à manutenção da família. 6. Caso em que, em conformidade com a jurisprudênciadesta Turma Nacional, examinando o conjunto probatório, o Juizado de origem considerou presente início de prova materialdo desempenho de atividade rural em regime de economia familiar desde 04.10.89, bem como que o trabalho rural eraindispensável à manutenção da família, cujos entendimentos devem prevalecer sobre os entendimentos do acórdãorecorrido. 7. Pedido de uniformização provido (TNU – PEDILEF 200770630002109 – Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva - DJ 08/01/2010).PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ALEGADA DESCARACTERIZAÇÃO DOTRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR, DIANTE DA EXISTÊNCIA DE RENDA URBANA RECEBIDAPELO CÔNJUGE DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE FIRMADA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃORECORRIDO. QUESTÃO DE ORDEM N.º 13. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVA. PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO NÃO CONHECIDO. I - No acórdão recorrido firmou-se entendimento no sentido de que os vínculosurbanos do cônjuge não são hábeis a descaracterizar a qualidade de segurada especial da autora. II - Esta Corte temdecidido que o regime de economia familiar somente restará descaracterizado se a renda obtida com a atividade urbana oucom o benefício urbano for suficiente para a manutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividade rural, ou,noutros termos, se a renda auferida com a atividade rural não for indispensável à manutenção da família. (...) (TNU -PEDILEF 200840007028291 – Juiz Federal Ivori Luis da Silva Scheffer - DJ 08/01/2010).5. No caso dos autos, os vínculos urbanos relativos ao esposo da autora restaram comprovados pelo CNIS (fl. 81). Astestemunhas atestaram, ainda, que o marido da autora sempre exerceu a atividade de motorista. Pelo que consta, otrabalho rural exercido pela autora, individualmente, gerava uma produção de 15 sacas ao ano, que ainda era dividida pelosistema de parceira (conforme testemunha Elio Sebastião Kill), ou seja, não era indispensável à manutenção da família.Portanto, a renda familiar advinha basicamente do trabalho de seu marido como motorista e não há como considerar aautora individualmente para concessão do benefício, pois restaria desconfigurado o regime de economia familiar, conformedispõe o art. 11, inciso VII, § 1.º da Lei 8.213/91.6. A reforma da sentença faz com que as partes retornem ao “status quo ante”. Portanto, tendo em vista que a parte autorarecebia benefício assistencial (fl. 77), que foi cessado por determinação da sentença ora impugnada (fl. 96), face ainacumulatividade de benefícios, o INSS deverá implantar novamente o benefício assistencial.7. Recurso do INSS conhecido e provido, para reformar a sentença que concedeu o benefício de aposentadoria rural àautora. As parcelas eventualmente recebidas por força de decisão de antecipação de tutela não serão devolvidas em faceda natureza alimentar do benefício e da boa-fé da beneficiária (STJ, Quinta Turma, Embargos de Declaração no Ag.Regimental no REsp 984135, Relator Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 11/09/2008 e publicado em 16/03/2009,votação unânime). Sem condenação em custas e honorários advocatícios, conforme disposto no art. 55, da lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termosda ementa – parte integrante deste julgado.

11 - 2007.50.50.008839-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x MARILZA CHAGAS CARNETTI (ADVOGADO: CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR.).EMENTAPREVIDENCIÁRIO. EXTENSÃO DA PROPRIEDADE NÃO DESCARACTERIZA A QUALIDADE DE SEGURADO RURAL.ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. EXPOSIÇÃO AO AGENTE NOCIVO COMPROVADA. JULGAMENTO EXTRA-PETITA.NULIDADE PARCIAL DA SENTENÇA. RECURSO INTERPOSTO PELO INSS PARCIALMENTE PROVIDO.1. Recurso interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente pedido de aposentadoria por tempo de contribuição,reconhecendo, para tanto, exercício de atividade rural no período de 01.01.1969 a 31.12.1971 e computando como especialo período de 07.07.1980 a 05.08.1986. Sustenta o recorrente: (1) quanto à averbação do tempo de serviço rural, que restoudescaracterizado o regime de economia familiar, pois o pai do autor, ao longo dos anos, adquiriu seis propriedades rurais,que totalizam 191,56 hectares; (2) quanto ao reconhecimento da atividade especial, que o uso do EPI reduziu o nível doruído e neutralizou a nocividade do agente; (3) que houve julgamento extra-petita, pois a condenação de revisão dobenefício de pensão por morte titularizado pela sucessora do autor extrapola os limites da lide. Contrarrazões às fls. 209 /216.

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2. A sentença não merece reparos. A extensão da propriedade, por si só, não é fator que descaracterize o regime deeconomia familiar. “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, porsi só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração emregime de economia familiar” (Súmula 30 TNU). Os documentos de fls. 19/42 indicam que o pai do autor adquiriu, entre osanos de 1947 a 1961, cinco propriedades rurais, todas na localidade de Boa Esperança, Município de Guarapari. A Escriturade fls. 43 / 45, é referente à divisão amigável das terras do pai do autor, José Carnetti, entre seis de seus filhos, cabendo aa cada um a fração de 15,9 hectares. Não há prova, por outro lado, de que o pai do autor tenha mantido a propriedade detodos os imóveis rurais ao mesmo tempo. Ademais, o autor vem de família numerosa, sendo verossímil que toda aextensão dos imóveis rurais tenha sido explorada em regime de economia familiar, mesmo porque é comum que nem todaa área seja explorada, sendo parte reservada à mata e às pastagens. Por fim, registro que a prova testemunhal foi unânimeno sentido de que, à época, toda a família trabalhava na lavoura, em regime de economia familiar, bem como que não haviameeiros ou empregados na propriedade.3. Ainda que assim não fosse, é de se registrar que o INSS já havia deferido administrativamente a averbação do tempo deserviço rural em período idêntico ao pleiteado na inicial, conforme se vê à fl. 67, não havendo notícia de revisãoadministrativa do ato. Por todo o exposto, deve ser mantida a sentença que, reconhecendo a existência de início de provamaterial, devidamente corroborada pela prova testemunhal, julgou procedente o pedido de averbação do tempo de serviçorural no período de 01.01.1969 a 31.12.1971.4. O INSS requer, ainda, a reforma da sentença quanto ao reconhecimento da atividade especial. O fornecimento de EPI’s,contudo, não afasta o caráter especial das atividades sujeitas a ruído em limite superior ao legal, conforme entendimentoconsolidado pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais: Súmula 9. O uso de Equipamento deProteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo deserviço especial prestado.5. No caso dos autos, o autor desenvolvia a atividade de mecânico, atividade especial por enquadramento, de acordo com oDecreto 83.080/79 9 (item 1.1.5). O laudo técnico de fl. 72 descreve que “o segurado no desenvolvimento de suasatividades está exposto durante sua jornada de trabalho de modo habitual e permanente a níveis de ruído variáveisequivalentes a 91 dB, sendo esta exposição considerada prejudicial à saúde, conforme NR 15, anexo 1, Portaria 3.214, de08/06/78, Lei 6.514 de 22/12/77”, bem como que “A empresa fornece os equipamentos de Proteção Individual aosempregados (..) sendo que, de acordo com as informações do fabricante, o EPI reduz a ação nociva à saúde e integridadefísica do empregado, não eliminando, porém, a presença nociva ao ambiente”. Entretanto, nos termos da jurisprudênciasumulada da TNU, a redução (ou mesmo a eliminação) dos efeitos do agente nocivo não é suficiente para descaracterizar otempo de serviço especial prestado. Sentença mantida, inclusive por seus próprios fundamentos, neste particular.6. Por fim, o INSS alega que houve julgamento extra-petita, pois a condenação de revisão do benefício de pensão por mortetitularizado pela sucessora do autor extrapolaria os limites objetivos da lide. Marilza Chagas Carnetti foi habilitada nos autosem despacho proferido na audiência de instrução e julgamento (fl. 183), passando a integrar a lide na qualidade desucessora do autor, falecido, por ser a única dependente habilitada ao recebimento de pensão por morte, nos termos doart.112 da Lei 8.213/91. A sentença condenou o réu a averbar o tempo de serviço rural e o especial, bem como a pagar àparte autora as parcelas vencidas da aposentadoria por tempo de contribuição que era devida ao autor, até a data daimplementação da pensão por morte, determinando, ainda – no que teria extrapolado os limites da lide – a revisão da rendamensal inicial da pensão por morte recebida pela sucessora Marilza. Razão assiste ao INSS. A revisão da pensão por morterealmente não foi pleiteada na inicial, e nem mesmo o poderia, porque o autor veio a falecer no curso do processo. Assim,os limites objetivos da lide ficam circunscritos ao benefício previdenciário a que tinha direito o falecido autor. Asrepercussões da RMI do benefício deste sobre a pensão por morte recebida pela autora são estranhas ao processo.Reconheço, assim, a nulidade parcial da sentença, na parte em que determina a revisão da renda mensal inicial da pensãopor morte recebida pela sucessora Marilza e o pagamento das diferenças vencidas em decorrência dessa revisão.7. Recurso parcialmente provido para reconhecer a nulidade parcial da sentença, na parte em que determina a revisão da“RMI da pensão por morte, utilizando-se como base o valor da aposentadoria então calculada, e pagar as diferençasgeradas, se for o caso”. Sem custas (art. 4, I, Lei 9.289/96). Só haveria condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios no caso de desprovimento integral do recurso (art. 55 da Lei 9.099/95).ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa queintegra este julgado.

12 - 2007.50.50.006012-7/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x FLAVIARODRIGUES LIMA (ADVOGADO: ROBERTO LORDÊLLO DOS SANTOS SOUZA FILHO.).EMENTA

EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETA DE POUPANÇA. JANEIRO DE 1989 E JUNHO DE 1987. SENTENÇA DEPROCEDÊNCIA ILÍQUIDA. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. AUSÊNCIA DE EXTRATO PARA O MÊS DE JANEIRO DE1989. IRRELEVANTE. RECURSO INTERPOSTO PELA CEF NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.1. Sentença que condenou a Caixa Econômica Federal à obrigação de aplicar ao saldo da conta de poupança0167.013.00001487-8 da parte autora, em junho de 1987 o percentual de 8,04 % relativo à diferença entre o LBC (18,02 %)e o IPC (26,06%) e, em janeiro de 1989, o percentual de 20,37 % correspondente à diferença entre o percentual devido(42,72 %) e o percentual efetivamente aplicado a título de correção monetária (LFT de 22,35 %), aplicando-se os jurosremuneratórios sobre a diferença apurada a título de expurgo; bem como ao pagamento da quantia equivalente ao expurgomais os juros remuneratórios, acrescida de atualização monetária desde a data do ato ilícito, conforme tabela do CJF paraas ações condenatórias em geral, nos termos da Súmula 43 do STJ, e de juros de mora de 1% ao mês, a partir da citação.Sustenta a CEF em suas razões recursais: (a) que a sentença é nula por ser ilíquida, ofendendo o art. 38 da Lei 9099 / 95;

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(b) nulidade da sentença em relação ao Plano Verão (janeiro de 1989), ante a ausência de extratos do referido mês, sendoque o ônus da prova compete ao autor. Pleiteia, supletivamente, que sejam explicitados os critérios de suprimento dalacuna para a forma de cálculo. Sem contrarrazões.2. Não merece ser acolhida a alegação de nulidade por ser ilíquida a sentença. A sentença que não fixa o valor dacondenação em moeda corrente, mas define todos os parâmetros de cálculo não é nula por ofensa ao art. 38 da Lei 9099 /95, na forma do Enunciado 51 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro – entendimento predominante na jurisprudência.3. Quanto à alegação de nulidade por ausência de extrato comprovando a existência de saldo no mês referente ao PlanoVerão (janeiro de 1989), igualmente não merece ser acolhida. A inexistência de extrato de conta de poupança nãorepresenta óbice ao julgamento da demanda, sendo certo que a apuração dos valores devidos ao recorrido hão de serapuradas em fase de execução da sentença. Nesse sentido é o entendimento pacífico do STJ: “Não são indispensáveis aoajuizamento da ação visando a aplicação dos expurgos inflacionários os extratos das contas de poupança, desde queacompanhe a inicial prova da titularidade no período vindicado, sob pena de infringência ao art. 333, I do CPC. Os extratospoderão ser juntados posteriormente, na fase de execução, a fim de apurar-se o quantum debeatur” (STJ, REsp200400267303, Relatora: Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ data: 29/11/2004, pág. 305). Assim, somente em fase decumprimento da sentença haverá necessidade de juntar documentos que comprovem o respectivo saldo, sob pena deliquidação zero. O pedido sucessivo de fixação de critérios fica prejudicado.4. Recurso conhecido e não provido. Conforme novo posicionamento da Turma Recursal do Espírito Santo, incidecondenação em honorários advocatícios, mesmo na hipótese de não haver o recorrido apresentado contrarrazões. A umaporque o trabalho do advogado da parte recorrida não se mede simplesmente pelo oferecimento dessa peça processual,mas sim, pelo conjunto de sua atuação no processo. A duas, porque a finalidade essencial da condenação em honoráriossomente na hipótese do recorrente ser vencido, consiste no desestímulo ao recurso, conforme os princípios de celeridadeque informam os juizados especiais. Honorários advocatícios no valor de 10 % sobre o valor da condenação, nos termos doart. 20, § 4.º do CPC. Custas ex lege.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela CEF, na formada ementa que integra este julgado.

13 - 2007.50.50.003143-7/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x NELCINEAMILHOLI BARCELLOS.EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. CEF COMPROVA A APLICAÇÃO DA TAXA PROGRESSIVA DE JUROS EM RELAÇÃOÀ OPÇÃO DATADA EM 09.03.1971. AUTOR NÃO COMPROVOU LESÃO AO DIREITO. RECURSO INTERPOSTO PELACEF PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Sentença que julgou procedente o pedido de condenação da Caixa Econômica Federal a pagar ao autor os valoresrelativos às diferenças decorrentes da aplicação da progressividade dos juros sobre a conta FGTS, acrescidos de juros ecorreção de acordo com as regras do FGTS, até a data do efetivo pagamento.2. Sustenta a CEF, em suas razões recursais, que a conta de FGTS do autor já foi remunerada a 6%, não havendonenhuma diferença a ser paga. Sem contrarrazões.3. Farão jus à aplicação da taxa progressiva de juros todos aqueles que comprovarem, além da opção ao FGTS na formadas leis 5.107/66 ou 5.958/73, a admissão em período anterior a 22.09.71. É o caso da autora, pois foi admitida naempresa em 11/03/1965 (fls. 09) e tem duas contas de FGTS vinculadas ao seu nome, as de n.º 507.693-0 e 598.622-9. Éde se esclarecer que a primeira conta (507.693-0) refere-se a opção pelo FGTS datada em 09.03.1971 (fls. 29, 86/88); asegunda conta (598.622-9) refere-se a opção pelo FGTS datada em 09.03.1971 e também, a datada em 22.06.1988, comcláusula retroativa, nos termos da Lei 5958/1973, conforme fls. 11, 89/97.

4. A CEF, às fls. 86/92, 116/118 (extrato com indicação da aplicação do percentual de 6 %), demonstrou a aplicação corretados juros progressivos em relação à opção datada em 09.03.1971, que abrange as contas 507.693-0 (fls. 86/88) e598.622-9 (fls. 89/92). Se a autora alega na inicial que a progressividade não foi observada, é seu o ônus de demonstrareste fato (a lesão ao seu direito). No entanto, os próprios extratos trazidos pela autora ratificam a correta aplicação daprogressão (fls. 21/22) em relação à opção datada em 09.03.1971. Assim, legítima a presunção de que a conta tenhaseguido a progressividade prevista na Lei 5.107/66. Nesse sentido:PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS). OPÇÃOMANIFESTADA NA VIGÊNCIA DA LEI N. 5.107/1966. JUROS PROGRESSIVOS. NÃO-COMPROVAÇÃO DE QUE ASCONTAS FORAM REMUNERADAS INCORRETAMENTE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO.DESPROVIMENTO. 1. Constatada a carência de ação, ante a ausência de interesse processual, relativamente aos autoresMárcio de Melo, Vicente Abelar de Oliveira, José Tibúrcio de Oliveira e José Sebastião de Barcelos, tendo em vista que ascontas vinculadas ao FGTS, de sua titularidade, já são remuneradas em percentual máximo. 2. Os trabalhadores admitidosantes da edição da Lei n. 5.705/1971 e que, anteriormente à data de vigência da referida lei, tenham exercido opção peloregime do FGTS, fazem jus à taxa progressiva de juros, na forma preconizada no art. 4º da Lei n. 5.107/1966, em suaantiga redação. 3. Tratando-se de opção pelo regime do FGTS manifestada na vigência da Lei n. 5.107/1966, e alegando oautor que a conta vinculada de sua titularidade não fora remunerada corretamente, cumpria-lhe o ônus da prova (Código deProcesso Civil, art. 333, inciso I), do que não se desincumbiu, na hipótese. Improcedência do pedido formulado pelosautores Sebastião Xavier de Assunção e Maurílio Miranda de Morais. 4. Sentença confirmada. 5. Apelação desprovida. .(TRF – 1ª. Região, APELAÇÃO CIVEL – 200738000018641, SEXTA TURMA, Relator Desembargador Federal SOUZAPRUDENTE, e-DJF1 DATA:02/06/2008, PAGINA:188).ADMINISTRATIVO – FGTS – TAXA PROGRESSIVA DE JUROS – LEI Nº 5.107-66 – PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA

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(SÚMULAS 210-STJ E 28-TRF2 – PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO – CONTA JÁ REMUNERADA COM 6% (SEISPOR CENTO) AO ANO – IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1 - A prescrição para o pedido da taxa progressiva de juros é de30 (trinta) anos. Súmulas 210-STJ e 28-TRF. A capitalização dos juros dos depósitos do FGTS é relação jurídicacontinuativa ou de trato sucessivo, eis que a lesão em decorrência da não-aplicação da referida taxa se renova mês a mês.2 - Para a incidência da taxa é imprescindível a demonstração de que houve trabalho no período de 01.01.1967 a22.09.1971, com opção pelo fundo ou posterior opção retroativa, e, ainda, a permanência na empresa por um períodomínimo de dez (10) anos. 3 - Na hipótese, os extratos trazidos aos autos comprovam que a conta vinculada ao FGTS járecebe aplicação da taxa de juros de 6% (seis por cento) ao ano. 4 - Apelação improvida. Mantida a sentença que julgouimprocedente o pedido. (TRF – 2ª. Região, APELAÇÃO CIVEL – 449806, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, RelatorDesembargador Federal FREDERICO GUEIROS, DJU - Data::14/08/2009 - Página::152)5. Em relação à opção retroativa, que está vinculada à conta 598.622-9, a autora demonstrou que os juros progressivos nãoforam aplicados corretamente, conforme extrato de fl. 23, que comprova a aplicação do percentual de 3 %. Os extratosjuntados pela CEF às fls. 93/97 ratificam a incorreta aplicação, razão pela qual a sentença deve ser mantida tão-somenteem relação a esta conta.

6. Recurso da CEF conhecido e parcialmente provido para excluir da condenação a aplicação dos juros progressivosreferentes à opção datada em 09.03.1971, que abrange a conta 507.693-0 e parte da conta 598.622-9, conforme extratosde fls. 86/92. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29 – C da Lei 8.036/90) e custas processuais (art . 24 –Ada Lei 9028/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pela CEF, naforma da ementa que integra este julgado.

14 - 2008.50.50.004856-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO.) xCELSO PEREIRA DE VASCONCELOS (ADVOGADO: MARIANE AMANTINO CSASZAR, CLAUDIO DOS SANTOS,SIMONE AFONSO LARANJA, ARMANDO MOREIRA MACEDO.).EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TAXA PROGRESSIVA DE JUROS DEVIDA. VÍNCULO DE EMPREGO ÚNICO.RECURSO INTERPOSTO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL NÃO PROVIDO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIAMANTIDA.1. Sentença que julgou procedente o pedido do autor para condenar a Caixa Econômica Federal a depositar a diferençaentre os percentuais ditados pelo art. 2.º da Lei 5.705/71 e aqueles efetivamente depositados na conta de FGTS do autor,acrescidos de juros e correção de acordo com as regras do FGTS até a data do efetivo pagamento.2. Sustenta a CEF, em suas razões recursais, que o autor mudou de emprego a partir de 02.11.1971, momento em que nãomais vigorava a regra da progressão de juros, razão pela qual a sentença deve ser reformada. Contrarrazões às fls. 77/83.3. Fazem jus à aplicação da taxa progressiva de juros todos aqueles que comprovem, além da opção ao FGTS na formadas leis 5.107/66 ou 5.958/73, a admissão em período anterior a 22.09.71. No caso dos autos, o autor foi admitido naempresa em 16.10.1965, tendo optado pelo FGTS em 12.01.1971. Ademais, o autor demonstrou que a progressividade nãofoi observada, através dos extratos juntados às fls. 32/52.4. A alegação da CEF não merece prosperar. Conforme cópia da carteira de trabalho à fl. 18, o autor sempre trabalhou naCOSIPA. O primeiro vínculo de trabalho data de 16.10.1965 a 01.11.1971, e o segundo vínculo inicia-se no dia seguinte(02.11.1971), em relação ao mesmo empregador – apenas com a função alterada, que passou a ser operador industrial “C”.Houve, assim, rescisão e readmissão imediata. Está claro que se trata de um mesmo vínculo de trabalho e o autor nãopode ser prejudicado pelo fato da sua empregadora ter assinado sua carteira duas vezes ao invés de simplesmente darpromoção na carreira, promovendo-o de cargo. O motivo pelo qual o empregador cindiu o vínculo único formalmente emdois períodos é desconhecido. O que importa é que, até mesmo para efeitos trabalhistas, está-se diante de vínculo único,razão pela qual o autor faz jus à progressividade pleiteada, devendo a sentença de procedência ser mantida.5. Recurso improvido. Sentença de procedência mantida. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29 – C da Lei8.036/90) e custas processuais (art . 24 –A da Lei 9028/95).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa queintegra este julgado.

15 - 2007.50.50.008498-3/01 JEREMIAS CORREIA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRARAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).EMENTA

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – TRABALHADOR AVULSO – INEXISTÊNCIA DE DIREITO À PROGRESSIVIDADE –RECURSO DA PARTE AUTORA NÃO PROVIDO – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.1. Sentença que julgou improcedente o pedido de condenação da Caixa Econômica Federal a creditar na conta do autor,vinculada ao FGTS, diferenças inerentes a juros progressivos devidos na forma da Lei 5107/66, considerando que eratrabalhador avulso e portanto, não preenchia os requisitos estabelecidos na Lei 5107/66. Contrarrazões às fls. 64/68.

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2. Sustenta o autor, em suas razões recursais, que, com a edição da Lei 5.480/68 os avulsos foram incluídos nos mesmosdireitos e vantagens concedidas aos demais trabalhadores, inclusive a aplicação dos juros progressivos. Semcontrarrazões.3. Trabalhador avulso é aquele que presta serviço a várias empresas, sem manter com elas qualquer vínculo empregatício.Os avulsos têm seus direitos previstos em legislação especial (Lei n.º 5.480/68), que determina que as disposições da Lei5.107/66 também sejam aplicadas a seu favor, estendendo-lhes todas as vantagens ali reconhecidas.4. Apesar de a Lei n.º 5.480/68 ter assegurado aos trabalhadores avulsos os direitos previstos na lei que instituiu o Fundode Garantia por Tempo de Serviço, não há como estender a esta classe a incidência da taxa progressiva de juros aliprevista, pelo simples fato de que esta pressupõe a permanência do trabalhador na mesma empresa ao longo do tempoprevisto, requisito que não pode ser atendido pelos trabalhadores avulsos, tendo em vista a inexistência de vínculoempregatício entre eles e as empresas a que prestam serviço.5. Com efeito, as disposições previstas na Lei nº 5.107/66 apenas se aplicariam aos trabalhadores avulsos quandocompatíveis com as características exigidas na mesma lei. Assim, para que a conta vinculada do FGTS possa ter seu saldocorrigido com a capitalização progressiva dos juros estabelecida na norma acima mencionada, necessário se faz que otrabalhador satisfaça aos requisitos de permanência determinados para sua concessão, ou seja, que exista o vínculotrabalhista por determinado período.6. Ora, como não há vínculo empregatício entre o autor (trabalhador avulso) e as empresas para as quais presta serviço, acapitalização do saldo das respectivas contas fundiárias pela taxa de juros progressiva, conferida pelo artigo 4º da Lei nº5.107/66, não poderá ser aplicada a seu favor, pois não foi preenchido pelo recorrente o requisito de permanência em umamesma empresa por determinado período.7. A jurisprudência do TFR da 2ª. Região é uníssona:ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. TAXA PROGRESSIVA DE JUROS. FGTS. TRABALHADOR AVULSO. LEI5.705/71. 1. De acordo com os ensinamentos de Valentim Carrion, “trabalhador avulso é aquele que presta serviços ainúmeras empresas, agrupado em entidades de classe, por intermédio desta e sem vínculo empregatício”. (in Comentáriosà Consolidação das Leis do Trabalho, Editora Saraiva, 28.ed., 2003). 2. Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade dedireitos ao avulso e ao trabalhador com vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de jurosprogressivos pressupõe que haja permanência do empregado na mesma empresa ao longo do tempo previsto, na formadescrita nos incisos do art.2º, da Lei 5.705/71, revela-se incabível a referida aplicação para os trabalhadores avulsos. 3.Recurso de apelação conhecido e desprovido. (TRF 2.ª Região - AC 420915 – Oitava Turma Especializada – Relator:Desembargador Federal Marcelo Pereira – data decisão: 12/08/2008 – DJU 20/08/2008, pg. 143)8. Recurso não provido. Sentença de improcedência mantida. Sem custas (art. 4º - II, Lei 9.289/96). Condenação da parterecorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 50,00, ficando sua execução suspensa, na forma doart. 12 da Lei 1.060/50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora,na forma da ementa que integra este julgado.

16 - 2008.50.50.000960-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) LEVI ALVES DE MELO REP/ POR CIRO ALVES DE MELO(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.000960-6/01.RECORRENTE: LEVI ALVES DE MELO REP/ POR CIRO ALVES DE MELO. RECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAAUXÍLIO-DOENÇA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA FUNDAMENTADA EM LAUDO PERICIAL INCONCLUSIVO.CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso inominado interposto pela parte autora, nos termos do voto e da ementaque integram este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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17 - 2008.50.50.004102-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DELVIZ MARIA GOMES DE SOUZA (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004102-2/01RECORRENTE: DELVIZ MARIA DE SOUSARECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido derestabelecimento do benefício de auxílio-doença. Recurso da parte autora que se insurge contra as conclusões do laudojudicial, adotadas pela sentença impugnada. Contrarrazões às fls. 72/74.

Não assiste razão à recorrente. O perito do Juízo constatou que a autora apresenta quadro de dor lombar baixa e na regiãodorsal, todavia, concluiu pela ausência de incapacidade para o exercício de sua atividade habitual (faxineira – quesito 15, fl.26). O perito chegou a esta conclusão pela anamnese, assim como, pelo exame físico e análise dos examescomplementares de tomografia computadorizada da coluna lombar da recorrente (quesito 04, fl. 25). O perito não solicitou arealização de mais exames complementares, pois entendeu que os apresentados pela recorrente, na realização do examepericial, foram suficientes para elaboração do laudo pericial. Ressalta-se, ainda, que a recorrente também foi avaliada porperito psiquiatra, que concluiu pela ausência de incapacidade (quesito 13, fl. 35).

As alegações da autora, os laudos particulares e demais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusãodo laudo pericial. O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular. (Enunciado 08 da TR/ES). Não há nos autos, por outro lado, elementos que determinem a necessidade derealização de nova perícia médica.

Recurso conhecido e não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$50,00, atendendo-se ao disposto no art. 20 § 4° do CPC c/c art. 55 da Lei 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 daLei 1.060/50. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289/96 ).

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa, parteintegrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 2008.50.50.004934-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDECY JOSE DA SILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº: 2008.50.50.004934-3/01.RECORRENTE: WALDECY JOSÉ DA SILVA.RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADEPARCIAL E TEMPORÁRIA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

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RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessãode auxílio-doença, fixando a DIB em 19/03/2008 e julgou improcedente a concessão de aposentadoria por invalidez,considerando que a reabilitação profissional ainda não poderia ser descartada. O recorrente sustenta que não possuicondições de ser reabilitado para outra função, em razão da natureza degenerativa de sua enfermidade e de seu baixo graude instrução e, ainda, por ter o perito afirmadou que o autor somente poderia trabalhar sentado. Contrarrazões às fls. 94 /95.2. A perícia judicial realizada (fls. 44 / 46) concluiu que o autor é portador de osteoartrose dos joelhos. Concluiu que haviaincapacidade total e temporária no momento do exame pericial, havendo, tadavia, possibilidade de recuperação pelarealização de artroscopia cirúrgica dos dois joelhos, seguida de tratamento fisioterápico, estimando a recuperação dacapacidade laborativa para a função habitual em torno de 90 dias após o procedimento cirúrgico. O perito do Juízoconsignou, ainda, que no momento do exame pericial o autor poderia apenas trabalhar sentado.3. Considerando que o segurado não é obrigado a submeter-se a tratamento cirúrgico (art. 101 da Lei 8.213/91), o juízomonocrático entendeu que a incapacidade do autor poderia ser considerada definitiva. Entretanto, ainda assim, entendeuque, mesmo sem se submeter à intervenção cirúrgica, o autor pode ser reabilitado para atividades em que possapermanecer sentado.4. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95). Não é possível descartar, deplano, a possibilidade de reabilitação do autor para outra atividade que lhe garanta a subsistência, pois o autor cursou até oensino médio (segundo relata no recurso) e é relativamente jovem (nascido em 07.07.1969, 40 anos). Ademais, emboranão fosse obrigado, o autor submeteu-se efetivamente ao tratamento cirúrgico seguido de fisioterapia, conformedemonstram os documentos de fls. 100 / 102, não se podendo afirmar, por ora, o caráter definitivo da incapacidade, pois,conforme consignou o perito do Juízo, havia até mesmo a possibilidade de recuperação para atividade habitual do autor(pedreiro) após a cirurgia.5. Nesse contexto, afigura-se prematuro transformar o auxílio-doença, já deferido por sentença, em aposentadoria porinvalidez, tendo em vista que não foi constatada incapacidade total e definitiva para o trabalho. A natureza degenerativa dadoença, por outro lado, não é suficiente para, por si só, determinar a concessão do benefício, pois restou afirmada apossibilidade de tratamento e recuperação da capacidade. As alegações do autor, os laudos dos médicos assistentes edemais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusão do laudo pericial. O laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial.6. Por fim, importa registrar que a aposentadoria por invalidez não é sucedâneo do problema social do desemprego. Odeferimento de aposentadoria por invalidez pressupõe incapacidade definitiva, bem como a impossibilidade de reabilitaçãodo segurado para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, o que não se verifica – ao menos por ora – nocaso dos autos.7. Recurso conhecido e não provido. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$50, 00, com fundamento no art. 20 §4º – CPC c/c art. 55 da Lei 9099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei1060/50. Sem custas (art. 4º II – Lei 9289/96).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nostermos do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 2009.50.50.000340-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE NUNES PEREIRA (ADVOGADO: TATIANA FEITOZA DAROCHA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARTA DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº. 2009.50.50.000340-2/01RECORRENTE: JOSE NUNES PEREIRARECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA1. Sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença, adotando as conclusões do laudo pericial. Alega o autorem suas razões recursais, que: (1) houve cerceamento de defesa, pois foi indeferida a oitiva do médico que o acompanha;(2) há nexo causal entre a patologia que o atinge e a sua atividade habitual (cobrador de ônibus); (3) requer nova realizaçãode perícia médica, pois a primeira não demonstrou a realidade do seu estado de saúde. Contrarrazões às fls. 60/62.2. Não assiste razão ao autor. O laudo judicial atestou que o recorrente apresenta deformidade em varo do joelho direitocom crepitação importante e limitação da flexão do joelho direito (quesito 03 – fl. 23), mas concluiu que “as limitações

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encontradas são compatíveis com o exercício da atividade de cobrador” (quesito 10, fl. 24). Em resposta aos quesitoscomplementares, o perito do juízo ratificou a ausência de incapacidade do autor para o exercício da sua atividade habitual(fl. 33). Do exposto, resta claro que não há incapacidade para o trabalho.3. O autor alega, em sede recursal, que se o juiz a quo tivesse designado audiência de instrução e julgamento para oitiva doseu médico particular, a incapacidade do recorrente restaria comprovada. O Código de Processo Civil, em seu art. 330,assim dispõe: “O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: I - quando a questão de mérito for unicamentede direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência”. O laudo elaborado porperito nomeado pelo juízo constitui meio de prova, conforme dispõe o art. 420 do CPC e Enunciado 8 da TR/ES. Destaforma, a audiência de instrução e julgamento mostrou-se desnecessária, visto que nos próprios autos é possível encontraros elementos probantes essenciais à solução da lide.

4. O recorrente alega, ainda, que sofre de doença ocupacional. O perito atestou que não há nexo de causalidade entre adoença que acomete o autor e a atividade que exerce. Ademais, se o autor quiser receber indenização por acidente detrabalho, deve recorrer à Justiça Estadual (Vara de Acidentes de Trabalho), pois a Justiça Federal é incompetente para oprocessamento e julgamento das causas que envolvem acidente de trabalho, nos termos do art. 109, I da ConstituiçãoFederal.

5. Os documentos e alegações apresentados pela autora não são suficientes para afastar as conclusões da prova judicial,merecedora de mais crédito que aquela produzida unilateralmente pela parte interessada, porque produzida de formaimparcial e submetida ao crivo do contraditório e da ampla defesa. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular (Enunciado 08 da TR/ES). Não há nos autos, por outro lado,elementos que determinem à necessidade de realização de nova perícia médica6. Recurso não provido. Sentença mantida. Condeno a parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que fixoem R$ 50,00 (cinqüenta reais), atendendo ao disposto no art. 20, § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-seo disposto no art. 12, da Lei nº 1.060/50. Sem custas (art. 4. º, II da Lei 9.289/96).ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 2008.50.50.005179-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x LUIZ CARLOS PEREIRA SANTANA.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.005179-9/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO(S): LUIZ CARLOS PEREIRA SANTANA.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. LAUDO PERICIAL CONCLUI PELA AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. RESTRIÇÃO FUNCIONALACARRETA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. RECURSO DO INSS NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.1. Sentença que julgou improcedente o pedido de aposentadoria por invalidez e procedente o pedido de auxílio-doençadesde a cessação administrativa do benefício. Sustenta o INSS, em suas razões recursais, que: (1) a sentença é contrária àconclusão do laudo pericial, não havendo outro fundamento técnico para embasar a procedência do pedido; (2) ahipertensão arterial do autor está controlada; (3) não há prova de que o desempenho da atividade de cozinheiro exijaesforço físico, como carregar peso, com considerou a sentença, bem como que o juízo monocrático não se deu ao trabalhode requisitar informações ao último empregador para que descrevesse quais eram as tarefas desempenhadas.2. O laudo pericial atestou que o autor é portador de hipertensão arterial essencial, e que essa doença induz incapacidadepara o desempenho de atividades laborativas que exijam esforço físico, como carregar peso (fl. 77). Concluiu, todavia, pelainexistência de incapacidade para a função habitual do autor, cozinheiro de embarcações. A sentença afastou a conclusãodo laudo pericial, considerando que, de acordo com a máxima de experiência, a profissão de cozinheiro implica a realizaçãode esforço físico intenso, como “carregar peso, como sacos de grãos e grandes panelas cheias de alimento”.3. Entendo que a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei 9.099/95. O juiznão está adstrito à conclusão do laudo pericial. Ademais, apesar de a hipertensão arterial do autor estar controlada, o peritodo Juízo reconheceu que há limitação para atividades que exijam esforço físico.4. Nesse passo, embora não conste dos autos a descrição das atividades exercidas pelo autor no seu último vínculo deemprego, o qual, aliás, já fora rescindido, é certo que as atividades desenvolvidas por cozinheiro (código 5132) envolvemesforços físicos intensos, conforme descritas na Classificação Brasileira de Ocupações, dentre as quais destaco: “B.3 –encaminhar alimentos prontos para o local apropriado; C.3 e C.4 – Limpar e desossar carnes, aves e pescados; F.3 e F.4 –

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Lavar equipamentos e utensílios e lavar cozinha; G.6 – controlar armazenamento de alimentos”, dentre outros (fonte:Ministério do Trabalho e Emprego, site http://www.mtecbo.gov.br/cbosite, consulta realizada em 28/04/2010). As doenças docoração associadas à hipertensão severa recomendam extrema cautela em sua análise, pelo risco de danos à saúde. Acolocação do autor como cozinheiro de embarcações realmente permite a presunção de que em determinadas condiçõespode estar sujeito a esforços consideráveis.5. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Sem condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios, pois o autor não está assistido por advogado. Sem custas (art. 4º.- I, Lei 9.289/96).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa queintegra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 2008.50.50.007424-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x VALDIR JACOMO DA SILVA (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.007424-6/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDO(S): VALDIR JACOMO DA SILVARELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA ATIVIDADE HABITUAL.INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÕES RAZOÁVEIS DE REABILITAÇÃO PARA OUTRA ATIVIDADE RECONHECIDA NASENTENÇA. RECURSO DO INSS NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.1. Sentença que julgou procedente o pedido de auxílio-doença desde a cessação do pagamento administrativo (05/06/2007– fl. 26) até 14/01/2009 e converteu o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez com DIB em 15/01/2009 (data darealização da perícia judicial). Sustenta o INSS que o recorrido não faz jus a aposentadoria por invalidez, pois a perita dojuízo concluiu pela possibilidade de reabilitação para atividades que não exijam alto grau de escolaridade. Contrarrazões àsfls. 84/92.2. Embora não esteja incapacitada para o exercício de qualquer atividade laboral, o autor se encontra definitivamenteincapacitado para o trabalho habitual (pedreiro, quesito 13 – fl. 33), bem como para qualquer atividade que demande ficarem pé, deambular ou carregar peso. Também não pode permanecer sob exposição solar de 9:00 às 17:00 horas (quesito16, fl. 33).4. Inexistência de condições razoáveis de reabilitação para o exercício de atividade que não demande esforço físicoreconhecida pelo juízo a quo. Sentença que, acertadamente, levou em consideração, além da natureza da enfermidade, aidade do recorrido (66 anos – fl. 26) e seu grau de instrução – não merecendo reparos.5. De qualquer forma, eventual reabilitação do recorrido para o efetivo desempenho de outra atividade laboral poderáensejar a cessação do benefício, nos termos do art. 47 da Lei 8213 / 91.6. Nada a prover em relação à petição de fls. 95/97, vez que os extratos de fls. 99/101 demonstram o efetivo pagamento dobenefício de aposentadoria por invalidez.7. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Condenação do recorrente ao pagamento de honoráriosadvocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação. Sem custas.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa queintegra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 2008.50.50.004234-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x MARIA DE OLIVEIRA RUELA LARA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004234-8/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO: MARIA DE OLIVEIRA RUELA LARA.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. AUXÍLIO-DOENÇA NÃO SE PRESTA AGARANTIR A OBTENÇÃO DE TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Recurso interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente o pedido da inicial, determinando a concessão deauxílio-doença desde a cessação administrativa (15/12/2007). Sustenta o recorrente que o auxílio-doença tem naturezaprevidenciária, devendo ser mantido enquanto comprovada a incapacidade para o trabalho e não como garantia de que osegurado está recebendo o tratamento médico adequado. Contrarrazões às fls. 86/91.

2. A perita relatou que a recorrida é portadora de osteoporose, fibromialgia, osteoartrose e bursite de ombro, mas concluiupela ausência de incapacidade para o exercício da atividade habitual (empregada doméstica), considerando que “aatividade laboral não vai levar ao agravamento dessa doença, que não é incapacitante. O paciente com fibromialgia sónecessita de afastamento, em casos muito específicos, quando o tratamento adequado, mesmo com muitas medicações eatividade física não for suficiente. O repouso não traz nenhum benefício” (quesito 09 – fl. 50). Em resposta aos quesitoscomplementares, a médica reafirma que: “o afastamento de suas atividades não levará a uma melhora no quadro clínico. Apessoa com essa patologia deve se manter ativa e praticar atividade física” (fl. 63).

3. A médica atestou, ainda, que a recorrida não estava recebendo o tratamento adequado para sua doença (fibromialgia),pois não usava antidepressivos, analgésicos mais potentes e não praticava atividade física suficiente (fl. 63). Com basenesta afirmação e levando-se em consideração as condições pessoais da recorrida (idade, baixo grau de instrução edesvantajosa posição social), o juízo a quo considerou que a autora dificilmente teria acesso ao tratamento médico efarmacêutico. Com base no art. 436 do CPC, a sentença impugnada afastou as conclusões do laudo pericial e concedeu oauxílio-doença à autora, condicionando o cancelamento do benefício à confirmação pelo INSS da disponibilidade detratamento fisioterápico e medicamentoso adequado.

4. Assiste razão ao recorrente. O auxílio-doença não objetiva garantir ao cidadão o recebimento do tratamento médicoadequado pelo SUS; seu objetivo é garantir que o segurado receba o benefício, enquanto não tiver condições de trabalho,devido a sua incapacidade por mais de quinze dias consecutivos. A recorrida poderá utilizar outros meios para obter opretendido tratamento médico, este processo não é o meio adequado para tal.

5. As alegações do autor, os laudos particulares e demais documentos juntados não são suficientes para afastar aconclusão do laudo pericial. O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelojuízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular. (Enunciado 08 da TR/ES). Como a perita foi enfática ao concluir pela ausência deincapacidade da parte autora para sua atividade habitual, indevida é a concessão do auxílio-doença, nos termos do art. 59da Lei 8.213/91.

6. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada. Sem condenação em custas e honorários advocatícios. Eventuaisparcelas já recebidas a título de auxílio-doença, em decorrência de tutela antecipada, não serão repetidas em face danatureza alimentar do benefício.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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23 - 2008.50.50.004245-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIAS MALAQUIAS RANGEL (ADVOGADO: JULIANA PAESANDRADE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004245-2/01RECORRENTE: ELIAS MALAQUIAS RANGELRECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

E M E N T ABENEFÍCIO ASSISTENCIAL – RENDA PER CAPITA INFERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. FATO POSTERIOR ÀPROPOSITURA DA AÇÃO CONSTITUTIVO DO DIREITO DO AUTOR – INTELIGÊNCIA DO ART. 462 DO CPC –EFETIVIDADE DO PROCESSO – RECURSO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão deLOAS, visto que não preenchia o requisito financeiro do art. 20, § 3.º da Lei 8.742/93. Alega a parte autora, em suas razõesrecursais: (1) que a mãe do autor ficou desempregada em 01.04.2009 e, portanto, restaria comprovada a miserabilidade dogrupo familiar em decorrência deste fato superveniente; (2) aplicação do art. 6.º da Lei 9.099/95 na resolução do presentecaso; (3) aplicação analógica do art. 34, § único do Estatuto do Idoso. Contrarrazões às fls. 74/77.2 O laudo de visita domiciliar de fl. 37/44 revela que o autor reside com sua mãe, pai, irmão (18 anos) e sobrinha (05 anos).Seu grupo familiar, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado por quatro pessoas (pais eirmão), sendo que a mãe do autor recebia R$ 453,00 e o pai, R$ 120,00.3. A presente ação foi ajuizada em outubro de 2008 e, no curso do processo, o grupo familiar do autor passou a auferirrenda per capita inferior a ¼ do salário mínimo, pois sua mãe ficou desempregada, conforme carteira de trabalho à fl. 70, oque autorizaria a concessão do benefício assistencial.4. Tal entendimento está de acordo com a regra do art. 462 do CPC, no sentido de que cabe ao julgador levar emconsideração, ao proferir a decisão, fatos constitutivos do direito da parte verificados após a propositura da ação. Nessesentido: TRF 3ª Região, AC 200561120082675, DJ 12.08.2008; AC 200703990430526, DJ 21.05.2008. Está também, emconsonância com o princípio da efetividade do processo, evitando novas demandas em sede administrativa e judicial.5. Não merece prosperar ainda, a alegação do INSS nas razões recursais, de que caso fosse acolhido pedido de concessãodo LOAS por fato superveniente (desemprego da mãe do autor), a data inicial a ser fixada deveria coincidir com a data emque a mãe do autor saiu do emprego. A renda familiar totalizava R$ 573,00, ou seja, superava ¼ do salário mínimo porpessoa. Apesar de o valor da renda per capita superar ligeiramente o critério legal, o parecer social atestou que o grupofamiliar já vivia com dificuldades, já que o autor necessita de tratamento médico constante, por ser portador de paralisiacerebral. Por outro lado, embora a sobrinha não se enquadre no conceito legal de família, onera ainda mais o orçamento dogrupo familiar. Nesse contexto, entendo estar evidenciada a situação de miserabilidade vivenciada pelo autor, mesmo antesdo desemprego da mãe.6. O conceito legal de miserabilidade (renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo) não é absoluto (parágrafo 3º do art.20 da Lei 8.742/93). O STF, nos autos da ADI n.º 1.232, Rel. Ministro NELSON JOBIM, por maioria, DJU 01/06/2001,decidiu pela constitucionalidade do parágrafo 3º do Art. 20 da Lei 8.742/93. Entretanto, atualmente, o próprio STF tem seposicionado de maneira oposta ao entendimento que prevaleceu na ADIn nº1.232, conforme se conclui das decisões dosMinistros GILMAR MENDES (Rcl. 4374 MC/PE) e CELSO DE MELLO (Rcl. 4.114-0 MC/PE, nos autos do próprio processo),nas quais se afirmou que o requisito de 1/4 (um quarto) de salário mínimo, estampado no parágrafo 3º do Art. 20 da Lei8.742/93, para fins de concessão do benefício, tem de ser reinterpretado de modo a alcançar aqueles claramentemiseráveis.7. Recurso conhecido e provido para conceder ao recorrente benefício assistencial com DIB em 05.04.2007 (data dacessação do benefício), a ser implementado imediatamente, independentemente do trânsito em julgado desta decisão, bemcomo condenar o INSS a pagar as parcelas atrasadas, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e jurosmoratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data,atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11960/2009. Sem condenaçãoem custas e honorários.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal de Turma RecursalRelator

24 - 2009.50.50.001288-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) GIZELE CARONE ANTUNES (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO

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JUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO N° 2009.50.50.001288-9/01RECORRENTE: GIZELE CARONE ANTUNESRECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

AMPARO SOCIAL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL. ALTERAÇÃO DA DATA DA DIB PARA A CESSAÇÃO DOREQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. NÃO É CABÍVEL APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ESTATUTO DO IDOSO PARA OSDEFICIENTES. RECURSO INTERPOSTO PELA AUTORA NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de restabelecimento do benefício assistencial, com data inicialfixada a partir da suspensão do recebimento do benefício de auxílio-doença pela mãe da autora (09/12/2008 – fl. 42). Aparte autora interpôs recurso inominado para alterar a DIB do benefício para a data da cessação administrativa (01/09/2007– fl.43), vez que é deficiente e o artigo 34, § único do Estatuto do Idoso se aplica analogicamente ao deficiente.Contrarrazões às fls. 73/80.

2. O laudo sócio-econômico de fls. 31/36 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, §1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora deficiente e sua mãe (61 anos), que recebia auxílio-doença no valor de um saláriomínimo até dia 09/12/2008 (fl. 42).

3. O Estatuto do Idoso foi criado para proteger os interesses do idoso, não há como, por aplicação analógica, estender estebenefício aos deficientes. Conforme restou demonstrado às fls. 31/34, a autora reside com sua mãe, que recebiaauxílio-doença no valor de um salário mínimo até 09/12/2008, superando o critério legal estabelecido. Ademais, sua casaestá em boas condições de moradia, tem água encanada e tratada, esgoto; os gastos com medicamentos totalizam R$20,00, ou seja, não restou demonstrada a condição de miserabilidade, essencial à concessão do benefício assistencial.Portanto, a sentença a quo não merece reparos. A DIB foi fixada corretamente, pois somente com a cessação dorecebimento do auxílio-doença pela mãe da recorrente, é que a renda familiar passou a ser inexistente, e o benefícioassistencial tornou-se devido.

4. Recurso conhecido e não provido. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$50,00, atendendo-se ao disposto no art. 20 § 4° do CPC c/c art. 55 da Lei 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 daLei 1.060/50. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289/96 ).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 2008.50.50.002888-1/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x PATRICIA VIEIRA ROSA (ADVOGADO:JEANINE NUNES ROMANO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.002888-1/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO(S): PATRÍCIA VIEIRA ROSA.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. AMPARO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COMPROVADA.

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AUTORA NÃO TEM CONDIÇÕES PARA PROVER SEU PRÓPRIO SUSTENTO. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.Sentença que julgou procedente pedido de benefício assistencial desde a data do requerimento administrativo (30/01/2008).Sustenta o INSS, em suas razões recursais que: (1) o perito do juízo concluiu que a incapacidade da autora não é total, masapenas parcial para atividades que demandem deambulação constante e carregamento de pesos e, portanto, o benefícioassistencial não seria devido; (2) a conclusão de que a recorrida não tem instrução suficiente para as funções de secretáriae telefonista não foram comprovadas nos autos. Contrarrazões às fls. 83/88.

A diligência de fls. 27/30 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei8742/93, é formado pela recorrida, seus dois filhos, cinco irmãos e sua mãe, e, somente esta última trabalha comoempregada doméstica e recebe um salário mínimo (fl. 27). Portanto, a renda per capita mensal da família corresponde a 1/9do salário mínimo, valor inferior ao limite legal de ¼ do salário mínimo.

O ponto controvertido restringe-se unicamente em aferir se a recorrida, apesar de sua incapacidade, possui condições deprover a sua subsistência. O laudo pericial (fls. 49/51) atesta que a autora é portadora de osteoartrose de quadril bilateralcom indicação de prótese (quesito 01), o que ocasiona dificuldade na marcha e perda importante da mobilidade bilateral doquadril (quesito 03). A perita afirmou ainda, que a recorrida não poderia exercer atividades que exijam locomoção, carregarpeso ou ficar em pé (quesito 10). Sugeriu que a autora poderia exercer atividades em que pudesse ficar sentada, tais como,telefonista, secretária, artesã, costureira ou passadeira de roupas (quesito 19).

As atividades de artesã, costureira e passadeira exigem esforço físico e são atividades que, após algum tempo derealização, tornam-se extremamente desconfortáveis. Isto para pessoas que gozam de boa saúde física, imagine para aautora que possui várias limitações, inclusive perda da mobilidade do quadril (quesitos 03 e 15). Com relação às atividadesde telefonista e secretária, a autora comprovou não ter instrução suficiente para exercê-las, pois conforme documento de fl.90, cursou até o 5.º ano do ensino fundamental.

O perito afirma ainda, que o restabelecimento da autora depende do sucesso de procedimento cirúrgico (quesito 14), ouseja, está de acordo com o caráter temporário do benefício pleiteado. Em decorrência dos problemas de saúde que possui,a autora tem dificuldades para realizar as atividades básicas do cotidiano e também, para se locomover sozinha (quesitos20 e 21), o que dificulta ainda mais sua inclusão no mercado de trabalho. A Súmula 29 da TNU assim dispõe: “Para osefeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede asatividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio sustento”, razão pela qual a r.sentença deve ser mantida.6. Recurso conhecido e não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante de10 % sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, § 4º do CPC. Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa – parte integrante destejulgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 2009.50.50.003259-1/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x PHELOMENA FERREIRA NUNES (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.003259-1/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO(S): PHELOMENA FERREIRA NUNES.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTAAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO CONCEDIDO AOMARIDO IDOSO. EXCLUSÃO PARA FINS DE APURAÇÃO DE RENDA PER CAPITA. RECURSO DO INSS IMPROVIDO.1. Sentença que julgou procedente pedido de benefício assistencial, excluindo da renda do grupo familiar a aposentadoriano valor de um salário mínimo recebido pelo marido da autora, em aplicação analógica ao art. 34, § único do Estatuto doIdoso. O INSS, nas suas alegações recursais, afirma que o legislador estabeleceu critérios objetivos para concessão dobenefício assistencial e não cabe ao Poder Judiciário modificar estes critérios. Alega que houve a declaração indireta deinconstitucionalidade do art. 20, § 3.º da Lei 8.742/93 e que não cabe aplicação analógica do Estatuto do Idoso.Contrarrazões às folhas 51/55.2. O mandado de constatação de fls. 19/23 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20,§ 1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora idosa (80 anos fl. 04) e seu marido (79 anos – fl. 04), que aufere mensalmenteaposentadoria por invalidez, no valor de um salário mínimo (fl. 27), cujos proventos foram excluídos, na hipótese dos autos,

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do cômputo da renda per capita, autorizando a concessão do benefício.

3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outromembro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vemconferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo,também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007).

4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoanteos termos do enunciado 46 de sua súmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimoconcedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar percapita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).

5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 eseu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício aser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o quese fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípiosconstitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o SupremoTribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas nãoafirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquelanorma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).

6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da interpretação extensiva ao caso concreto para interpretação doordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou daprecedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º;art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – maspor via reflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.

7. Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados às fls. 19/23, verifico comprovada a miserabilidade queautoriza a concessão do benefício, conforme assentado na decisão recorrida.

8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor dacondenação, em razão da assistência da Defensoria Pública da União, conforme nova redação dada pela LC n° 132/09 (art.4.º, XXI). Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso do INSS, na forma da ementa, que integra o presentejulgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 2008.50.50.000360-4/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DARCY DE FREITAS NETTO (ADVOGADO: BRUNODALL'ORTO MARQUES, MICHELLE LOIOLA MACHADO DALL'ORTO MARQUES.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS x MARIA DA CONCEIÇAO R. FREITAS x ANA DELPUPO DA SILVA (ADVOGADO: VALTERMIRDA SILVA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.000360-4/01.RECORRENTES: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.MARIA DA CONCEIÇÃO R. FREITAS.DARCY DE FREITAS NETTO.RECORRIDO: ANA DELPUPO DA SILVA.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

Ementa

PENSÃO POR MORTE. RATEIO ENTRE EX-ESPOSA E COMPANHEIRA. EX-ESPOSA SEPARADA JUDICIALMENTE,SEM PENSÃO ALIMENTÍCIA. EX-MARIDO QUE PRESTAVA EFETIVA ASSISTÊNCIA MATERIAL. DEPENDÊNCIAECONÔMICA COMPROVADA. EFEITOS FINANCEIROS DA SENTENÇA. A INCLUSÃO DE DEPENDENTE Á PENSÃOPOR MORTE JÁ DEFERIDA NÃO AUTORIZA QUE O INSS EFETUE DESCONTOS NAS PRESTAÇÕES VINCENDASDOS PENSIONISTAS ORIGINÁRIOS. VALORES RECEBIDOS DE BOA FÉ, COM NATUREZA ALIMENTAR. RECURSOS

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DO INSS E DOS CO-RÉUS NÃO PROVIDOS.1.Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS e pelos co-requeridos Maria da Conceição R. Freitas e Darcy deFreitas Netto em face de sentença que julgou procedente o pedido de pensão por morte formulado por Ana Delpupo daSilva. A sentença considerou comprovada a dependência econômica da autora em relação ao ex-marido na época do óbitoe deferiu, assim, a inclusão da ex-esposa no rol de beneficiários da pensão por morte instituída pelo falecimento de seuex-marido. A sentença descartou, ainda, a possibilidade de o INSS aplicar descontos sobre as prestações vincendas dascotas de pensão dos dependentes anteriormente habilitados, considerando que as parcelas foram recebidas de boa-fé etêm natureza alimentar, sendo, por isso, insuscetíveis de repetição.2. Os co-requeridos Maria da Conceição R. Freitas e Darcy de Freitas Netto requerem a reforma da sentença, sustentando,em suma, a inexistência de dependência econômica, uma vez que a autora havia renunciado ao direito à pensão alimentíciade seu ex-marido, tendo sobrevivido por longo período sem a pensão. Alegam a inexistência de prova documental dadependência econômica, bem como que a sentença considerou apenas os depoimentos das testemunhas da autora,apesar de contraditórios em relação aos depoimentos das testemunhas da parte requerida. Aduzem, ainda, que a ajuda decusto prestada pelo ex-marido da autora cessou com a maioridade dos filhos, bem como que a integralidade da pensão éindispensável ao seu sustento. Por fim, contestam a afirmação de que a autora era mantida por seus filhos.3. A pensão por morte é devida ao ex-cônjuge separado judicialmente, ainda que tenha havido a dispensa dos alimentospor ocasião da separação, desde que demonstrada a necessidade econômica superveniente, nos termos da Súmula 336 doSTJ. O fato de a ex-esposa ter dispensado os alimentos não é óbice ao recebimento de pensão por morte, apenasafastando a presunção legal de dependência econômica, que é conferida apenas ao cônjuge separado judicialmente queseja titular de pensão alimentícia.4. No caso dos autos, a autora afirmou que, após a separação, o ex-marido Antônio sempre a ajudava enviando compras,medicamentos, dando dinheiro além daquele devido como pensão alimentícia para o filho, bem como que, desde a mortede Antônio, sobrevive com a ajuda dos filhos, porque não tem mais condições físicas de trabalhar. Os depoimentos dastestemunhas da autora ratificaram essas afirmações. As testemunhas da requerida, por sua vez, não infirmaram essesfatos. A primeira testemunha arrolada pela co-requerida, Sra. Marlene Nunes Correa, afirmou apenas que: “Conhece aautora apenas de vista. Era amiga de Antonio. Antonio nunca deixou a co-requerida e que Antônio conviveu com aco-requerida ininterruptamente até o óbito”. A segunda testemunha arrolada pela co-requerida, Sra. Dalva Tonn Ramos,afirmou que “Não sabe de qualquer fato sobre a relação de Antonio e a autora após a separação”.5. Assim, restou comprovada a efetiva prestação de assistência material à autora pelo ex-marido. Ademais, a Lei nº8.213/91 só exige início de prova documental para fins de comprovação de tempo de serviço, não ocorrendo tal exigênciapara fins de comprovação de dependência econômica, sendo suficiente, portanto, a prova oral produzida. Exigência deprova documental para comprovação de dependência econômica em decreto afigura-se nitidamente ilegal por ofensa aoprincípio da legalidade (somente a lei ordinária pode disciplinar meios de prova).6. Por fim, como bem assentado na decisão recorrida, “para o reconhecimento do direito da autora a participar do rateio dapensão por morte, basta a comprovação da sua dependência econômica na época do óbito do ex-marido. À luz da lei, éirrelevante que a redução da cota da pensão acarrete dificuldades financeiras para a requerida e sua família.”.7. O INSS, por sua vez, insurge-se apenas quanto à possibilidade de descontar, dos pensionistas anteriormente habilitados,as parcelas recebidas a maior entre o requerimento administrativo e a data da implantação da cota-parte da autora.Sustenta que a autora não conseguiu comprovar a dependência por ocasião do requerimento administrativo, fazendo-otão-somente através da prova oral colhida em Juízo. Assim, aduz estar sendo condenado a pagar valor maior que o devidodo total da pensão no período, sem que tenha concorrido para esse fato.8. A dependência econômica e demais requisitos previstos em lei para a concessão da pensão por morte restaramdemonstrados, portanto o benefício é devido desde a data do requerimento administrativo e não apenas a partir da provaproduzida em Juízo. Não se pode confundir direito com a prova do direito. Por outro lado, os pensionistas anteriormentehabilitados receberam de boa-fé a integralidade da pensão por morte, cujas parcelas têm natureza alimentar. Assim, éinviável que o INSS desconte das prestações futuras da pensão por morte os valores que foram pagos a maior, acaso orateio tivesse sido deferido desde o requerimento administrativo, nos termos da jurisprudência atual do STJ sobre o tema:EAREsp 984135, Quinta Turma, Rel. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE 16 / 03 / 2009; EDREsp 996850 / RS, Quinta Turma,Rel. Arnaldo Esteves Lima, DJE 24 / 11 / 2008. Aliás, parte do próprio INSS a ilegal exigência de início de prova documentalpara comprovação de dependência econômica – ilegalidade amplamente reconhecida na jurisprudência. Mesmo assim oINSS ainda se mostra recalcitrante em se conformar com a jurisprudência dominante. Veja-se o AGRESP 886069, Rel. Min.Arnaldo Lima: “PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE.DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal, noâmbito da Quinta e da Sexta Turma, já consolidou entendimento no sentido de que não se exige início de prova materialpara comprovação da dependência econômica de mãe para com o filho, para fins de obtenção do benefício de pensão pormorte. 2. Agravo improvido”. O próprio INSS poderia ter abreviado os atrasados devidos à autora se observasse esseentendimento. Deve arcar, por isso, com o ônus da seu comportamento.9. Recursos conhecidos e não providos. Sentença de procedência mantida, inclusive por seus próprios fundamentos, nostermos do art. 46 da Lei 9.099/95. Recurso do INSS e da parte autora isentos de custas processuais (art. 4º. Incisos I e II daLei 9.289/96). Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, no percentual de 10%sobre o valor da condenação. Condenação dos co-requeridos Maria da Conceição R. Freitas e Darcy de Freitas Netto aopagamento de honorários advocatícios de sucumbência no valor de R$50,00 cada, ficando, contudo, sua execuçãosuspensa, na forma do art. 12 da Lei 1.060/50, já que beneficiários da gratuidade da Justiça.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO aos recursos interpostos, nos termos da ementa, parte integrantedeste julgado.JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 2008.50.50.004093-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcelo Camata Pereira.) x ELY DOS SANTOS MARTINS.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004093-5/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO(S): ELY DOS SANTOS MARTINS.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

Ementa

PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL. COMPROVAÇÃO. DESNECESSIDADE DE INÍCIO DE PROVADOCUMENTAL. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. RECURSO DO INSSNÃO PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, para condenaro INSS a pagar à autora pensão por morte desde a data do primeiro requerimento administrativo. O recorrente sustenta quea autora deveria ter comprovado documentalmente a existência de união estável, na forma do art. 22, § 3º do Decreto3.048/99, sendo a prova testemunhal insuficiente para justificar a procedência do pedido. Quanto à data de início dobenefício, sustenta que o documento de fl. 16, considerado pela sentença como prova do requerimento administrativo,representa mero agendamento para atendimento, não havendo provas de que a autora compareceu à agência. Por outrolado, o requerimento administrativo que foi indeferido somente foi protocolizado em 08.01.2008, mais de trinta dias após oóbito, razão porque a DIB deve ser fixada na data do requerimento, 08.01.2008, e não na data do óbito (16/08/2006). Semcontrarrazões.2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos. Com efeito, a prova exclusivamente testemunhal é apta àcomprovação de união estável, pois a legislação previdenciária não exige prova documental para a comprovação dedependência econômica, fazendo-o, tão somente, em relação à comprovação de tempo de serviço. Exigência de provadocumental para comprovação de dependência econômica em decreto afigura-se nitidamente ilegal por ofensa ao princípioda legalidade (somente a lei ordinária pode disciplinar meios de prova, matéria de direito processual). Aliás, parte do próprioINSS a ilegal exigência de início de prova documental para comprovação de dependência econômica – ilegalidadeamplamente reconhecida na jurisprudência. Mesmo assim o INSS ainda se mostra recalcitrante em se conformar com ajurisprudência dominante. Veja-se o AGRESP 886069, Rel. Min. Arnaldo Lima: “PREVIDENCIÁRIO. AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO.AGRAVO IMPROVIDO. 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal, no âmbito da Quinta e da Sexta Turma, já consolidouentendimento no sentido de que não se exige início de prova material para comprovação da dependência econômica demãe para com o filho, para fins de obtenção do benefício de pensão por morte. 2. Agravo improvido”. O próprio INSSpoderia ter abreviado os atrasados devidos à autora se observasse esse entendimento. Deve arcar, por isso, com o ônus daseu comportamento.3. Conforme assentado na decisão recorrida, todos os requisitos da união estável, a saber, durabilidade, continuidade,publicidade e intenção de constituir família, foram demonstrados pela prova testemunhal, que é suficiente para tanto.Configurada a união estável da recorrida com o falecido, presume-se a dependência econômica, na forma do art. 16, I, e§4º da Lei 8213/91.4. O INSS requer, ainda, a reforma da sentença quanto à data de início do benefício, alegando que não há prova de que aautora efetivamente compareceu à agência do INSS após o agendamento, efetuado no trigésimo dia posterior ao óbito dosegurado. Na inicial, a autora alegou que compareceu ao INSS no dia 15.09.2006, a fim de requerer pensão por morte,ficando agendado o dia 11.10.2006 para atendimento. No entanto, no dia marcado, o INSS teria recusado o requerimentoda parte autora, porque a autora não portava documentos que comprovassem a união estável. A autora apresentou cópiado agendamento (fl. 14). O INSS, por sua vez, não contestou a alegação autoral (fls. 35 / 43). Assim, seja pelaverossimilhança da alegação da parte autora, seja pela impossibilidade de inovação em sede recursal, o recurso do INSStambém não merece provimento, neste particular, devendo ser mantida a sentença que fixou a data de início do benefíciona data do óbito, considerando que o primeiro requerimento administrativo foi efetuado dentro do trintídio legal. Inteligênciado art. 74, I da Lei 8.213/91. Ademais, é fato notório, fruto da experiência que pode e deve ser considerada pelo magistradoao decidir, que é prática comum, embora não predominante, do INSS indeferir “de boca” benefícios que nem sequerchegam a ser protocolizados. O servidor ilegalmente recusa o protocolo ao fundamento de que o segurado não preencheurequisitos mínimos.5. Recurso, conhecido e não provido. Sem condenação da parte recorrente em honorários advocatícios, uma vez que aautora, ora recorrida, não está assistida por advogado. Sem custas (art. 4º, I, Lei 9.289/96).AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa, parteintegrante deste julgado.JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma Recursal

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Relator

29 - 2008.50.50.001541-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) PEDRO PAULO BRAGA BOLZANI (ADVOGADO: EVANDROCOSTA BOLZANI, ANDREA CARDOSO DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.001541-2/01.RECORRENTE: PEDRO PAULO BRAGA BOLZANI.RECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO INTEGRAL. PERÍODO DE ATIVIDADE DEALUNO APRENDIZ, NECESSÁRIO À IMPLEMENTAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, RECONHECIDO EM SEDEDE JULGAMENTO DE RECURSO PELA 4ª CÂMARA DE JULGAMENTO DO CONSELHO DE RECURSOS DAPREVIDÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DEVIDO. RECURSO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo autor em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido deaposentadoria por tempo de contribuição. O juízo a quo não reconheceu vinculação do autor ao RGPS no período de01.03.1973 a 30.12.1976 (aluno aprendiz), imprescindível à concessão da aposentadoria. Sustentou o recorrente, em suasrazões recursais, que o período em questão deve ser considerado como tempo de serviço para fins de aposentadoria, naforma do enunciado 18 da TNU, enunciado 96 do TCU e Instrução Normativa 20/INSS/PRES. À fl. 92, o recorrente veio aosautos alegar que o direito em questão foi reconhecido administrativamente, juntando, para tanto, decisão proferida pela 4ªCâmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social (fls. 93 / 97). Intimado para se manifestar arespeito, o INSS se manteve inerte (fl. 103).2. A sentença impugnada apurou 33 anos, 10 meses e 15 dias de tempo de contribuição, não reconhecendo o tempo deserviço retratado no documento de fl. 19, no qual o autor atuou como aluno aprendiz, de modo que o pedido deaposentadoria integral foi julgado improcedente. Conforme o documento de fls. 93 / 97, o direito à averbação do referidoperíodo como efetivo tempo de contribuição veio a ser reconhecido pela 4ª Câmara de Julgamento do Conselho deRecursos da Previdência Social, nos autos do Recurso 36202.004383/2006-60, em julgamento proferido em 28.04.2009. OINSS, intimado nestes autos para se manifestar a respeito, manteve-se inerte.3. Assim, acrescentando-se o período de 3 anos e 10 meses, retratado à fl. 19, ao tempo apurado na sentença (33 anos, 11meses e 15 dias), conclui-se que o recorrente conta com tempo de contribuição de 37 anos, 9 meses e 15 dias, mais quesuficientes à obtenção do benefício. Ademais, ainda que não haja certeza sobre a irrecorribilidade da referida decisão emâmbito administrativo, da leitura da certidão de tempo de serviço trazida pelo autor e relativa ao tempo de aluno - aprendizalegado, há expressa menção ao fato de que os alunos realizavam encomendas para terceiros, sendo o produto da vendarevertido para sua remuneração, o que caracteriza a relação de emprego necessário ao cômputo pretendido.4. Recurso provido. Condenação do INSS a conceder aposentadoria por tempo de contribuição integral ao recorrente, cominício na data do requerimento administrativo, bem como ao pagamento dos atrasados, observada a prescrição qüinqüenal,acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação e até29.06.2009. A partir de 30.06.2009, os atrasados deverão ser atualizados na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, comredação dada pela Lei 11960 / 2009. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 / 95).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto, na forma do voto e daementa que integram este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

30 - 2008.50.50.002579-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) HERNANDES CARDOSO SILVA (ADVOGADO: GIZELLICORDEIRO SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DASILVA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.002579-0/01RECORRENTE: HERNANES CARDOSO SILVARECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO INTEGRAL. CONTRIBUIÇÕES RECOLHIDASEM ATRASO DESCONSIDERADAS. BENEFÍCIO NÃO DEVIDO. CONTRIBUIÇÕES CORRETAMENTE RECOLHIDASDEVEM SER CONSIDERADAS NO CÁLCULO DA RMI DO BENEFÍCIO DO AUTOR. RECURSO PARCIALMENTEPROVIDO.1. Recurso interposto pela parte autora contra sentença que condenou o INSS à concessão de aposentadoria por tempo decontribuição proporcional. Sustenta o recorrente que o juízo a quo não considerou as contribuições referentes àscompetências 06 / 2002 a 08 / 2003 (15 contribuições), suficientes para a obtenção do benefício em sua integralidade, eque, nos termos do enunciado 16 da súmula da Turma Recursal do Espírito Santo, é possível considerar contribuiçõesrecolhidas em atraso para fins de concessão de benefício previdenciário. Por tais razões, pugna pela reforma da decisão.2. O recorrente esteve vinculado ao RGPS como segurado obrigatório até 07.05.2002 (CTPS – fl. 30). Em 24.10.2002,passou a efetuar recolhimentos previdenciários referentes às competências 06 / 2002 a 08 / 2003 – conforme comprovamas guias de fls. 18 / 23.3. De acordo com o art. 30 II – Lei 8212 / 91, o segurado facultativo está obrigado a recolher sua contribuição até o diaquinze do mês seguinte ao da competência, razão pela qual, de plano, verifica-se que algumas das contribuições retratadasàs fls. 18 / 23 foram recolhidas em atraso.4. O art. 27 da Lei 8213 / 91 estabelece que, nos casos de segurado contribuinte individual e facultativo, serão consideradaspara cômputo do período de carência as contribuições realizadas a contar da data do pagamento da primeira contribuiçãosem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes às competênciasanteriores.5. Nesses termos, não assiste razão ao recorrente que, na condição de segurado facultativo, só faria jus a computar ascontribuições vertidas a partir do primeiro recolhimento em dia, não podendo incluir no tempo de contribuição competênciasanteriores.6. Por essas mesmas razões, a jurisprudência da Turma Recursal do Espírito Santo invocada nas razões recursais nãofavorece o recorrente. O citado enunciado 16 dispõe que: Segurado autônomo que não recolheu as contribuições na épocaprópria deve ressarcir ao INSS mediante o pagamento da indenização a que se refere o artigo 96, IV da Lei nº 8.213/91,cuja apuração é regida pelo artigo 45, §§ 2º e 4º, da Lei nº 8.212/91, devendo o cálculo da indenização das contribuiçõesem atraso, para efeito de aproveitamento de tempo de serviço, observar os critérios vigentes no momento em que osegurado manifesta interesse na regularização da situação. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 08/10/04, pág. 74). Emsíntese, o antigo segurado autônomo – atualmente, contribuinte individual – pode computar, para fins de tempo de serviço,período em atraso, mediante indenização ao RGPS. Essa possibilidade não se aplica ao segurado facultativo, que contribuiindependentemente do exercício de qualquer atividade, de modo que seu tempo de contribuição está diretamente vinculadoao recolhimento da primeira contribuição em dia.7. Em razão do atraso no recolhimento, o recorrente não conta com todas as 15 contribuições alegadas. Contudo, hácontribuições que foram corretamente recolhidas e que deveriam ter sido consideradas no cálculo da renda mensal inicialdo benefício. De acordo com o art. 47 da Instrução Normativa INSS / PRES 20 / 2007, se a primeira contribuição dosegurado facultativo for recolhida fora do prazo, ela será convalidada para a competência relativa ao mês de efetivação dopagamento. Às fls. 18 / 23 verificam-se 15 guias de recolhimento, a seguir analisadas. As quatro primeiras guias (referentesàs competências 06, 07, 08 e 09 / 2002) foram todas quitadas em 24.10.2002. Desse modo, conforme a regra do citado art.47, deve ser computado pontual recolhimento (em 24.10.2002) para a competência 10 / 2002. A quinta guia foi quitada em18.11.2002, devendo ser computada para a competência 11 / 2002. O recorrente quitou a sexta guia em 16.12.2002, válidapara a competência 12 / 2002. A sétima guia, quitou em 16.01.2003, devendo ser computada para a competência 01 / 2003.Quitou a oitava guia em 17.02.2003 (valendo para a competência 02 / 2003) e a nona guia, em 17.03.2003 (valendo paracompetência 03 / 2003). Diante da décima guia não se verifica autenticação de pagamento, razão pela qual deve serdesconsiderada. A décima primeira guia, quitada em 16.06.2003, é válida para a competência 06 / 2003. A décima segundaguia também foi quitada em 16.06.2003, razão pela qual deve ser computada como pagamento tempestivo da competência07 / 2003. A guia décima terceira foi quitada em 15.07.2003, revelando pagamento tempestivo para a competência 08 /2003. As guias décima quarta e décima quinta não revelam suas respectivas datas de quitação, não podendo serconsideradas.8. Nesses termos, das 15 contribuições alegadas pelo recorrente, apenas nove verificam-se válidas. Conforme a sentença,foram apurados 33 anos e 9 meses de tempo de contribuição, que, somados às nove contribuições ora verificadas,totalizam 34 anos e 5 meses, insuficientes à implementação dos 35 anos exigíveis para a aposentadoria integral. Nãoobstante, essas oito contribuições devem integrar o cálculo da RMI.8. Recurso conhecido e parcialmente provido para julgar parcialmente procedente o pedido formulado na inicial,condenando-se o INSS a revisar a renda mensal inicial do benefício recebido pela parte autora, incluindo no cálculo maisoito contribuições (10.2002 – R$ 358,60; 11.2002 – R$ 312,31; 12.2002 – R$ 312,31; 01.2003 – R$ 312,31; 02.2003 – R$312,31; 03.2003 – R$ 312,31; 06.2003 – R$ 349,79; 07.2003 – R$ 312,31; e 08.2003 – 373,87), conforme comprovado àsfls. 18 / 23, bem como ao pagamento dos atrasados, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e jurosmoratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data,atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Sem custas ehonorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

31 - 2008.50.50.003400-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) WILLIAM DOS SANTOS MUNHAO (ADVOGADO: TERESACRISTINA SOUSA FERNANDES, WANESSA ALDRIGUES CÂNDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).

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PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTO

PROCESSO Nº 2008.50.50.003400-5/01.RECORRENTE: WILLIAN DOS SANTOS MUNHÃO.RECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA. PRETENSÃO SATISFEITA EM SEDEADMINISTRATIVA. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente pedido de revisão de benefícioprevidenciário formulado nos seguintes termos, conforme a inicial: “(...) condenação do réu a revisar e recalcular aaposentadoria do autor considerando como base de cálculo no primeiro reajuste após a concessão do benefício o valor doseu salário-de-benefício sem a limitação do teto da época devidamente aplicado ao benefício em questão”.2. O pedido em questão foi satisfeito administrativamente pelo réu, conforme comprovam os documentos de fls. 19 e 35,razão pela qual a irretocável sentença proferida pelo juízo a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos, na formado art. 46 da Lei 9099 / 95.3. Recurso não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 (art. 20§ 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9099 / 95), observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1060 / 50. Sem custas (art. 4º II –Lei 9289 / 96).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nostermos da ementa constante dos autos, que integra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

32 - 2008.50.50.004207-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x AZEILTO BARBOSA (ADVOGADO: CARLOS JOSE LIMA FARONI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.004207-5/01.RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.RECORRIDO: AZEILTO BARBOSA.RELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO.

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – SALÁRIO-FAMÍLIA – SEGURADO DESEMPREGADO – BENEFÍCIO DEVIDO – SENTENÇA DEPROCEDÊNCIA MANTIDA – RECURSO DO INSS NÃO PROVIDO.1. Sentença que julgou procedente pedido de concessão de salário-família formulado por segurado titular de auxílio-doença,que passou a receber este benefício quando já se encontrava desempregado. Sustenta o INSS que a Lei 8213 / 91restringe a concessão de salário-família apenas ao trabalhador com vínculo de emprego, de modo que o recorrido,desempregado, não faria jus ao benefício. Contrarrazões às fls. 54 / 57.2. Ao instituir o benefício, a Constituição Federal não condicionou sua concessão à existência de vínculo empregatício,exigindo apenas que o salário-família fosse concedido ao segurado de baixa renda, nestes termos: Art. 201. A previdênciasocial será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critériosque preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...) IV - salário-família e auxílio-reclusãopara os dependentes dos segurados de baixa renda (...). Segurado de baixa renda é tanto aquele que se encontraempregado, auferindo rendimento mensal dentro do limite legalmente estabelecido, quanto aquele que não está recebendoqualquer rendimento (desempregado), mas ainda mantém sua condição de segurado e seu vínculo com o RGPS.3. Ao disciplinar o benefício, a Lei 8213 / 91 estabeleceu que: Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, aosegurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhosou equiparados nos termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. À expressão segurado empregado,contida no dispositivo, deve-se dar interpretação consentânea com o texto constitucional, entendendo-se como beneficiárioaquele segurado enquadrado no art. 11 – I da Lei 8213 / 91 e não apenas o trabalhador que se encontre efetivamenteempregado.4. O Decreto 3048 / 99 (Art. 88. O direito ao salário-família cessa automaticamente: (...) IV - pelo desemprego do segurado)

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realmente extrapolou seus limites regulamentares, prevendo restrição que nem a Constituição e nem a Lei 8213 / 91estabeleceram – a menos que se interprete a norma regulamentar no sentido de que somente se aplica aos casos debeenficiários empregados, o que não afasta outras hipóteses de beneficiários.5. A sentença não merece reparos, valendo acrescentar, além dos precedentes jurisprudenciais que foram citados pelojuízo a quo (TRF 3ª Região - Processo: 90030024316 - DJ 01/02/2000 p.: 298; TRF 4ª Região - Processo 9604152670 - DJ10/06/1998; TRF 4ª Região - Processo: 200304010146168 - DJ 25/06/2003 p.: 774), o seguinte julgado:DIREITO PREVIDENCIARIO, SALARIO FAMILIA, TRABALHADOR DESEMPREGADO, POSTERIORMENTEAPOSENTADO POR INVALIDEZ, IDADE INFERIOR A 65 ANOS. DIREITO AS COTAS, ATE QUE CADA FILHOCOMPLETE 14 ANOS DE IDADE, SENTENÇA CONCESSIVA CONFIRMADA. 1 - A expressão “empregado”, usada pelolegislador no artigo 40 da CLPS (DESC. 89.312/84), é a mesma do artigo 3º da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.Não quer dizer que somente o trabalhador em atividade remunerada é que pode receber o salário-família. Interpretaçãorestritiva de direitos que se afasta. 2. Trabalhador desempregado que entre em gozo de auxílio-doença-acidentário, temdireito a receber o salário-família. Precedentes do TFR. 3 – Segurado aposentado por invalidez, embora com idade inferiora 65 anos de idade, também faz jus ao salário-família. Interpretação restritiva de direitos que se rejeita, na esteira deentendimento a respeito do Colendo Tribunal Federal de Recursos. 4 - O princípio que determinou o pagamento dosalário-família aos trabalhadores é um só para aqueles que o recebem, já que constitui uma ajuda do Estado aos quepossuem filhos menores para criar – Apelação Cível n. 92.769/SP do Egrégio Tribunal Federal de Recursos. (...) 6 – Apeloautárquico conhecido, mas desprovido (TRF 3ª Região - AC 89030292545 – Quinta Turma – Rel. Ramza Tartuce - DJ:21/11/1995 p.: 80337). Afinal, o segurado em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não está trabalhandopor incapacidade física reconhecida. Aliás, o próprio art. 65 § único da Lei 8213 / 91 estende o benefício aos titulares deaposentadoria por invalidez ou idade – o que reforça que a condição de empregado não é essencial ao seu recebimento.6. Recurso não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$1.000,00.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, na forma daementa que integra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

33 - 2008.50.50.002800-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDIONOR MOREIRA DE BARROS (ADVOGADO: JEANINENUNES ROMANO, PATRICIA NUNES ROMANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.002800-5/01.EMBARGANTE: VALDIONOR MOREIRA DE BARROSEMBARGADO: INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. ART. 55 DA LEI 9.099 / 95. EMBARGOSREJEITADOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora em face do acórdão de fl. 72, que deu provimento aorecurso interposto pela parte autora, para julgar procedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença.2. O embargante sustenta a existência de omissão, uma vez que, apesar do provimento do recurso, a Turma Recursal nãofixou condenação em honorários.3.A questão é singela. Nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95, somente haverá condenação em custas e honorários se orecorrente for vencido. O recurso do autor foi integralmente provido. Logo, não há que se falar em condenação emhonorários, não havendo omissão a ser sanada.4. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos daementa que integra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma Recursal

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Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

34 - 2008.50.51.000225-6/01 ALVERINDA SILVA GALOTE (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO COMPROVADO– RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgouimprocedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que preenche os requisitos legaispara a concessão do benefício.

2. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins de recebimento de aposentadoria rural poridade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício deatividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

3. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.

4. É preciso salientar que o magistrado a quo agiu de maneira acertada ao julgar improcedente o pedido de aposentadoriarural por idade da recorrente em virtude de a mesma não ter exercido atividade rural em regime de economia familiar. Issoporque, apesar de comprovada a atividade rural, do Formal de Partilha juntado aos autos, fls. 34/37, vê-se que o marido daautora era proprietário de pequenos imóveis rurais. Ademais, a autora tem outra fonte de renda, qual seja, aluguel de doisapartamentos em Iúna.

5. Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a recorrente ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial, devendo o seu recurso ser improvido.

6. Recurso conhecido e improvido.

7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

35 - 2008.50.51.001501-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRADE MELO.) x JOSELINA MARIA GOMES (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL –PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.109/111, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economia familiardurante o período de carência exigido em lei, imediatamente anterior ao requerimento administrativo do beneficio.

A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).

Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economia

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familiar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, constam os seguintes documentos: declaração dosindicato dos trabalhadores rurais de Muniz Freire (fl.23); Certidão de Nascimento da autora, constando a profissão de seuspais como trabalhadores rurais (fl.34); Declaração do Sindicato dos trabalhadores rurais de Iúna e Urupi (fls.56/57); Carteirado Sindicato, com data de admissão em setembro de 1988 (fls.58/59). Ademais, os depoimentos das testemunhas foramclaros e coerentes com as alegações da parte autora, bem como a inspeção judicial foi favorável à sua pretensão.

De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.

Ao contrário do que afirma a autarquia previdenciária, as informações contidas nos autos, inclusive os depoimentostestemunhais, provam que a autora reside e labora no meio rural, razão pela qual não merece acolhimento a alegação deque a atividade rural não foi imediatamente anterior ao requerimento administrativo.

Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural, deve-seter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria dos contratos erelações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados, cumpredestacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material. É exatamente o que ocorre in casu. Destaforma, como presentes todos os requisitos necessários para o deferimento da demanda, tomo como razão de decidir osfundamentos da sentença.

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado

36 - 2007.50.51.000212-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)x REGINA DE OLIVEIRA SILVA (ADVOGADO: SEBASTIAO SILVA PACHECO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – DEMONSTRADO O LABORRURAL IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS – PRESENÇA DE PROVA MATERIALE TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.71/73, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não comprovou a atividade rural em regime de economia familiar durante o período de carênciaexigido em lei, imediatamente anterior ao requerimento administrativo do beneficio.

A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).

Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, cabe listar a seguinte documentação: Certidão deCasamento, realizado em 1971, qualificando o cônjuge como lavrador (fl.13), Certidão de Óbito do marido da autora (fl.14);ficha da secretaria da saúde, onde consta a ocupação da autora como lavradora (fl.16); contrato de parceria agrícola, de1989 a 1993, assinado em 2005 (fl.17); contrato de parceria, de 1996 a 1999 (fl.22); contrato de parceria agrícola, de 2000 a2003 (fl.23); declaração dos sindicatos dos trabalhadores rurais (fl.37); fichas escolares, constando a profissão da autoracomo lavradora (fl.41/44). Ademais, os depoimentos das testemunhas foram claros, espontâneos e coerentes com asalegações da parte autora.

De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.

Ao contrário do alegado pelo recorrente não há nos autos qualquer declaração da autora ou testemunhas que leve a crerque a mesma deixou o labor rural após a morte de seu cônjuge. Com efeito, em seu depoimento pessoal, a autora informaque após o falecimento de seu cônjuge e o casamento de seus filhos mudou-se para laborar em uma propriedade menor.

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Outrossim, a magistrada a quo, em contato visual, pôde constatar as características de rurícola apresentadas pela autora, oque constitui forte indício probatório. Dessa forma, não se desincumbiu o INSS de demonstrar fato modificativo, extintivo ouimpeditivo do direito autoral, restando certo que a mesma laborou na área rural até período imediatamente anterior aorequerimento administrativo, fazendo jus ao benefício pleiteado.

De todo modo, sobre a necessidade que o labor rural seja imediatamente anterior ao requerimento administrativo,disposição presente no caput do art. 143 da Lei 8.213/91, cabe tecer algumas importantes considerações. Primeiramente,destaca-se que o § 1º do art.102 desta mesma lei informa que: “A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito àaposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à épocaem que estes requisitos foram atendidos”. Tal disposição, sob prisma da hermenêutica constitucional, por si só, é suficientepara descaracterizar o principal argumento do recorrente. Em segundo plano, a inteligência do art.187 do Decreto 3.048/99reforça o parágrafo mencionado, ao passo que assegura o direito à aposentadoria a qualquer tempo, desde que cumpridosos requisitos para obtê-la. No caso dos autos, a autora já havia preenchido integralmente os requisitos em 09/11/2005,quando requereu administrativamente o benefício, o que possibilita o deferimento da demanda.

Vale ressaltar que, nos termos do Enunciado da Súmula nº 6 da Turma Nacional de Uniformização, a comprovação dacondição de rurícola pode ser feita por Certidão de Casamento ou outro documento que evidencie a condição detrabalhador rural do cônjuge, uma vez que tais documentos constituem início razoável de prova material. É exatamente oque ocorre in casu. Assim, por tudo que fora previamente argumentado, tomo como razão de decidir os fundamentos dasentença.

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00 (quinhentos reais),nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado

37 - 2009.50.53.000119-5/01 DALZA JARDINA RIGO (ADVOGADO: JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO CÔNJUGE – ALTO VALOR DA RENDA PROVENIENTE DAATIVIDADE URBANA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, através do qual requer a reforma da sentença que julgouimprocedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que, apesar de seu marido exerceratividade urbana, como caminhoneiro, e a mesma residir no meio urbano há treze anos, estes fatos não descaracterizam oregime de economia familiar, uma vez que a mesma apresentou documentos hábeis à comprovação deste regime.

É importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins de recebimento de aposentadoria rural por idade, além decomprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, aindaque de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número demeses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, a referida atividade deve ser comprovada ao menos por iníciode razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.

Inicialmente, cabe salientar a fragilidade da prova material carreada pela parte autora. Na Certidão de Casamento de fl.22,consta a profissão da autora como doméstica e que seu marido é motorista. Além disso, a autora se filiou junto ao Sindicatodos Trabalhadores Rurais de Linhares, Rio Bananal e Sooretama somente em novembro de 2005, data muito próxima dadata do requerimento do benefício da aposentadoria rural. No mais, apenas acostou uma Escritura Pública de Compra eVenda, datada de 1963, em que seu sogro consta como adquirente de uma extensa propriedade agrícola e uma segundaEscritura de Compra e Venda, datada de 1993, em que seu marido e cunhados constam como adquirentes da aludidapropriedade.

A recorrente afirmou, em seu depoimento pessoal, que ela e seu marido retiram aproximadamente 150 sacas de café porano da propriedade que foi repartida pelo seu sogro. Afirmou, ainda, que seu esposo é caminhoneiro há mais de 20 anos eque tem uma renda média de R$2.000,00 a R$3.000,00 mensais. O benefício de aposentadoria por idade rural busca

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auxiliar indivíduos que, embora nunca tenham contribuído diretamente para Previdência Social, sempre retiraram da terra,com auxílio dos demais membros do núcleo familiar, a fonte principal de subsistência. Diante dos fatos narrados, não sepode conceber que a atividade rural seja fundamental para sobrevivência da família da parte recorrente, pois evidente que amaior fonte de renda da família provém da remuneração recebida por seu cônjuge.

Por fim, conclui-se que o regime de economia familiar restou descaracterizado, em virtude do montante recebido pelocônjuge da recorrente a título de remuneração por sua atividade de natureza urbana, até porque seu esposo ainda exerce aprofissão de caminhoneiro. Sendo assim, a mesma não faz jus ao benefício pleiteado, devendo seu recurso ser improvido.

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista ser a recorrente beneficiária da AssistênciaJudiciária Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

38 - 2007.50.51.003192-6/01 ESTER DE OLIVEIRA GARBELOTO (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL –DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO – RELEVANTE PRODUÇÃO AGRÍCOLA –DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora no qual requer a reforma da sentença de fls. 89/90 que julgouimprocedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que o fato de o marido da mesma terexercido atividades como trabalhador urbano não descaracteriza a condição de segurada especial diante da PrevidênciaSocial, já que a Lei nº 8.213/1991 afirma expressamente que o exercício das atividades rurais poderá ocorrer em regime deeconomia familiar ou individualmente. Afirma, ainda, que sua produção de café era pequena e que as notas fiscais anexasaos autos não comprovam o que realmente produz. Ademais, a recorrente entende que os documentos juntados aos autosconfiguram prova material suficiente a fim de caracterizá-la como segurada especial. Pleiteia, assim, a reforma dasentença.2. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins de recebimento de aposentadoria rural poridade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício deatividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.3. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos.4. A alegação da parte recorrente de que exerceu atividade de trabalhadora rural em regime de economia familiar nãomerece prosperar. Documentos trazidos aos autos pelo recorrido demonstram que o marido da autora exerceu atividadeurbana por muito tempo. No CNIS do esposo da autora, verifica-se que ele é contribuinte individual como motorista decaminhão desde 1994 (fl.75). Além de constar na Certidão de Casamento, de 1980, a profissão do marido como motorista(fl.14). O fato de o esposo da recorrente ter trabalhado por muito tempo em atividade urbana, que certamente auxiliou nosuprimento familiar, descaracteriza o regime de economia familiar.5. É preciso ainda salientar a questão da alta produção agrícola obtida pela recorrente. Em seus argumentos recursaisafirma colher 80 sacas de café ao ano, entretanto, as notas fiscais juntadas aos autos pela própria recorrente demonstramque foi colhido um número muito superior ao alegado. É possível verificar vendas de 250 sacas de café em maio de 2005(fl.53), de 200 sacas em janeiro de 2006 (fl.49) e de 300 sacas em 2007 (fl.54). Em depoimento pessoal, a autora nãosoube explicar o motivo do elevado número de sacas de café constatado nas notas emitidas. Logo, o que se deveconsiderar é a quantia apresentada nos documentos anexados pela própria autora.6. O trabalho urbano do marido por tanto tempo, bem como a alta produção agrícola da propriedade da autoradescaracteriza o regime de economia familiar. Dessa forma, devia ter contribuído ao INSS para fazer jus à aposentadoria.7. Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a autora ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial, devendo a sentença de piso ser mantida.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na

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forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

39 - 2007.50.51.002287-1/01 APARECIDA ANTUNES ALVES REP POR AUGUSTA ANGELO DA ROCHA ALVES(ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –MISERABILIDADE COMPROVADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou idosa que comprove não possuir meios deprover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja rendamensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo. A deficiência (mental) da recorrida é inquestionável nos autos.

Quanto à renda familiar, de fato, nos termos do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93, considera-se incapaz de prover a manutençãoda pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capta seja inferior a ¼ do salário mínimo.

Nesse sentido, o E. STF, em ação direta de inconstitucionalidade (ADIN 1.232/DF), concluiu pela constitucionalidade danorma contida no artigo 20, §3º, da Lei 8.742/42, diante da definição de limites gerais para fins de pagamento de benefício aser assumido pelo INSS. A decisão do Supremo Tribunal Federal, contudo, não afasta a possibilidade de flexibilização doscritérios de miserabilidade para fins de atendimento aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, direito àsaúde e à assistência social aos portadores de deficiência e aos idosos que não possam prover sua subsistência ou tê-laprovida por sua família.

Assim sendo, o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é critério absoluto para fins de comprovação da miserabilidade referida noart. 203, V, da Constituição Federal, mas é apenas um limite mínimo abaixo do qual a incapacidade de prover asubsistência é patente.

A hipótese dos autos revela que a parte autora atende ao requisito de miserabilidade para o recebimento do benefícioassistencial. Isto porque as condições sócio-econômicas demonstradas, no presente caso, pelo laudo de visita domiciliar defls. 53/56, comprovam que, em que pese o fato de a renda da família (um salário mínimo) ser um pouco superior ao limitelegal, foi demonstrada a situação de miserabilidade em que vivem a recorrente, sua mãe e o seu sobrinho, menor incapaz,já que praticamente toda a renda da mãe é destinada aos gastos mensais com alimentação, remédios, fraldas, etc.

Desta feita, faz jus a recorrente ao benefício pleiteado, devendo a sentença proferida ser reformada.

Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe PROVIMENTO, para reformar a sentença ora recorrida e julgarPROCEDENTE o pleito autoral, condenando o INSS a conceder ao recorrente Amparo Assistencial, com DIB (data do iníciodo benefício) fixada em 01/12/2004 (fl.68), data da cessação indevida.

Condenação do recorrido, ao pagamento, em favor da recorrente, do valor das prestações vencidas desde 01/12/2004,respeitada a prescrição qüinqüenal e o teto fixado para este Juizado, acrescido de correção monetária desde o momentoem que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação até 30/06/2009 e 0,5% a partir de então,nos termos da Lei 11.990/2009.

Incidentalmente, CONCEDO MEDIDA CAUTELAR, nos termos do art. 4º da Lei 10.259/01, tendo em vista o caráteralimentar, para que seja implementado o benefício no prazo de 30 (trinta) dias, devendo o INSS comprovar nos autos oatendimento da presente determinação judicial no mesmo prazo.

Custas ex lege.

Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer do recurso e dar provimento ao mesmo, na forma do votoe da ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

40 - 2004.50.51.001012-0/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA,BRUNO ARAUJO GUIMARAES.) x ORIDES FERREIRA NASCIMENTO (ADVOGADO: ELIAS ASSAD NETO.) x OSMESMOS.

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E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –INCAPACIDADE LABORAL – DEFICIÊNCIA E IDADE – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE DEMONSTRADA – RECURSODO INSS IMPROVIDO – RECURSO DA PARTE AUTORA IMPROVIDO.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprove não possuir meios deprover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja rendamensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

No caso dos autos, apesar de ter sido constatada a incapacidade parcial e definitiva do autor (baixa acuidade visual - comcegueira no olho esquerdo e 20/50 de acuidade no olho direito, além do problema de hérnia incisional supraumbelical), este,como consta da sentença, é idoso, contando atualmente com sessenta e seis anos.

Tendo em vista a sua idade e seu estado de saúde, foi reconhecida a incapacidade do autor para que o mesmo pudessedesempenhar qualquer atividade laborativa, que lhe garanta o sustento, Dessa forma, o autor foi considerado deficiente, naforma do § 2º, do artigo 20 da Lei n. 8.742/93, já que, com a reunião de todas as características supracitadas, o autor seenquadra no requisito deficiência proposto pela legislação acima mencionada.

Quanto ao requisito da renda, em que pese o fato de à época a renda da família do autor ser ligeiramente superior ao limitelegal (1/4 de salário mínimo), a magistrada entendeu, calcada no laudo social de fls. 50/51, que foi demonstrada a situaçãode miserabilidade em que vivem o autor e sua esposa, também portadora de enfermidade, já que os mesmos residem emcasa cujo terreno foi doado pela Prefeitura, sendo que a referida casa foi construída em regime de mutirão, contando comapenas três cômodos, móveis doados, além do fato de suportarem gastos diversos que extrapolam os rendimentosporventura auferidos por sua esposa.

Incapacidade fundada no estado de saúde do autor e em suas enfermidades. DIB fixada na data em que o autor completou65 (sessenta e cinco anos), art. 34 da Lei 10.741/2003.

ICustas ex lege. Condenação da parte ré ao pagamento dos honorários advocatícios, no valor de R$500,00 (quinhentosreais), conforme artigo 20, § 4º do CPC, não havendo condenação à parte autora (segunda recorrente), beneficiária daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer dos recursos e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AORECURSO INTERPOSTO PELO INSS E DAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA, naforma do voto e da ementa constantes dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

41 - 2007.50.51.000209-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de LacerdaAleodim Campos.) x MARCOS VINICIUS DE ARAUJO MOREIRA REP POR PAULO JOSE MOREIRA (ADVOGADO:ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – RENDA PER CAPITASUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO – FLEXIBILIZAÇÃO DO LIMITE OBJETIVO – MISERABILIDADE AUFERIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, condenando aautarquia a restabelecer o benefício de prestação continuada. Alega o recorrente, em síntese, que não ficou comprovadaque a renda familiar da parte autora é inferior a ¼ do salário mínimo.2. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. A condição de deficiente do autor encontra-se incontroversa nos autos. No que tange ao requisito da miserabilidade, aduzo recorrente que a renda mensal per capita familiar da recorrida não é inferior ao limite objetivo de ¼ do salário-mínimo,razão pela qual o benefício assistencial não lhe seria devido. De fato, nos termos do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93,considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per

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capta seja inferior a ¼ do salário mínimo.4. Nesse sentido, o E. STF, em ação direta de inconstitucionalidade (ADIN 1.232/DF), concluiu pela constitucionalidade danorma contida no artigo 20, §3º, da Lei 8.742/42, diante da definição de limites gerais para fins de pagamento de benefício aser assumido pelo INSS. A decisão do Supremo Tribunal Federal, contudo, não afasta a possibilidade de flexibilização doscritérios de miserabilidade para fins de atendimento aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, direito àsaúde e à assistência social aos portadores de deficiência e aos idosos que não possam prover sua subsistência ou tê-laprovida por sua família.5. Assim sendo, o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é critério absoluto para fins de comprovação da miserabilidade referidano art. 203, V, da Constituição Federal, mas é apenas um limite mínimo abaixo do qual a incapacidade de prover asubsistência é patente.6. A hipótese dos autos revela que a parte autora atende ao requisito de miserabilidade para o recebimento do benefícioassistencial. Isto porque as condições sócio-econômicas demonstradas, no presente caso, pelo laudo de visita domiciliar defls.36/39, comprovam que, apesar de a renda per capita da família não ser inferior ao quantum legal de ¼ do salário-mínimo(três membros e um salário mínimo), os altos gastos realizados mensalmente com alimentação e, em especial, commedicamentos (os três membros da família possuem problemas de saúde), fazem com que a renda familiar não sejasuficiente para a subsistência com dignidade.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

42 - 2007.50.54.000638-7/01 MANOELA SOUZA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ROBNEI BATISTA DE BARROS, ANTONIOHERMELINDO RIBEIRO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTABUARQUE.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedenteo seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que sempre foi trabalhadora rural, onde trabalhouprimeiramente com os pais e, após casar-se, continuou a laborar com o marido. Também alega que o benefícioprevidenciário recebido por seu marido não lhe retira a condição de segurada especial, sob o regime de economia familiar.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), devecomprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopostulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.

Ocorre que, com relação ao fato de a recorrente alegar que exerceu atividade de trabalhadora rural em regime de economiafamiliar, tem-se que tal alegação não merece prosperar. Documentos trazidos aos autos demonstram que o seu maridoexerceu, por décadas, atividades urbanas. Pelos documentos de fls. 54/59, é possível notar que o marido da recorrentepossui vários vínculos urbanos, que vão desde 1977 até 2003, chegando a se aposentar, como comerciário, em 2003 (fl.53)

Tais informações, provenientes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, demonstram que o marido darecorrente não trabalhava no meio rural, como alegado pela mesma. Em sede de Entrevista Rural realizada (fls.34/35),datada de 03 de novembro de 2003, a recorrente alegou que vivia com o esposo e dois filhos, e que ninguém tem qualqueroutra fonte de renda; porém verifico que seu marido, Sr. Elias, ainda trabalhava para uma empresa situada na cidade deContagem, Minas Gerais, endereço bem distante da propriedade da recorrente. Tudo isso demonstra que, além da famíliacontar com outra fonte de renda que não a rural, seu cônjuge não exercia atividade rurícola, como alega a autora. Caso aexercesse, seria, no máximo, de forma esporádica.

As referidas contradições são reforçadas pelo fato de o marido da recorrente ter sido aposentado por idade comocomerciário, sendo o seu benefício mantido pela Agência Previdenciária da cidade de Contagem/MG. Ademais, osdepoimentos da recorrente e das testemunhas foram incisivos ao confirmarem que a mesma praticamente não

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comercializava a sua produção. Isso demonstra que a família da recorrente se mantinha com a renda proveniente dotrabalho urbano do marido da mesma, sendo tal renda a principal para a manutenção familiar.

Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a autora ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial, devendo o seu recurso ser improvido, por não restar configurado o regime de economiafamiliar.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

43 - 2008.50.52.000343-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.) x MARGARIDA LUIZA EFFGEM OAKES (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL - EXERCÍCIO DE ATIVIDADERURAL ATÉ 2000 – LABOR SOB VIGÊNCIA DA LEI 8.213/91 – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO –REQUISITOS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 69/73, que julgou procedente o pedido deconcessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Afirma a recorrente que, na época que a demandantedesempenhou o labor rural, estava vigente o Decreto 83.080/79, cujo texto regulamentava que a “aposentadoria por velhice”seria devida somente ao chefe da família, qualificação não cumprida pela recorrida. Por isso, requer a reforma da sentença.Basta uma simples análise dos autos para se observar que o argumento do INSS carece de qualquer fundamento legal. Defato, se a segurada tivesse parado de trabalhar no campo antes da vigência da lei 8.213/91, não faria jus à aposentadoria.Entretanto, não é este o caso sub judice. Restou comprovado que a segurada laborou durante toda vida no meio rural, emregime de economia familiar, até meados do ano 2000. O direito à aposentadoria por idade rural não existia quando aautora completou 55 anos, pois só teve início com a vigência da Lei 8.213/91.Sentença mantida pelos próprios fundamentos. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Honorários fixados em R$ 500,00 com fulcro no artigo 20, §4º do CPC.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa presente nos autos, quetomou como razões de decidir os fundamentos da sentença recorrida, e que passa a integrar o presente julgado.

44 - 2007.50.52.000258-3/01 IRENE PENHA BOLSANELLO MOREIRA (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO – IMPOSSIBILIDADE DE ENQUADRAMENTO COMOSEGURADA ESPECIAL POR INTERMÉDIO DO LABOR INDIVIDUAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença de fls.170/172, que julgouimprocedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que o fato de o marido da mesmaexercer atividades como “trabalhador urbano” não descaracteriza sua condição de segurada especial, já que a Lei nº8.213/1991 dispõe expressamente que o exercício das atividades rurais poderá ocorrer em regime de economia familiar ouindividualmente.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a aposentadoria do segurado especial tem como requisitos: a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem) e o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no períodoimediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondenteà carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º, da Lei 8213/91. E, de fato, existemindícios do exercício de atividade rural por parte da recorrente.

Ocorre que não restou demonstrado que a parte autora exerceu atividade rural em regime de economia familiar.Documentos trazidos aos autos pela própria parte demonstram que o seu marido – “que seu marido nunca gostou detrabalhar na roça”, fl. 171- exerceu atividade urbana por tempo consideravelmente longo. Em entrevista rural concedida pelarecorrente às fls.131/132, afirma que seu esposo foi caminhoneiro por 30 (trinta) anos e que o mesmo já trabalhou naempresa Águia Branca e também em outras firmas.

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Ainda, restou consignado em audiência que, na verdade, “a autora achou que era pouco o que seu marido ganhava e quisganhar o ‘dela’ trabalhando na roça”, o que demonstra o caráter meramente complementar, não indispensável, de seulabor.

Para concessão da aposentadoria por idade, tem-se como necessária a configuração do regime de economia familiar, cujoconceito está presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.”

Não obstante laborar no campo, a atividade urbana exercida pelo marido da autora demonstra que a renda obtida daatividade rural não era fundamental para subsistência do núcleo familiar, mas tão-somente complementar, o quedescaracteriza a condição de segurada especial.

Da mesma forma não procederia a alegação de trabalho rural de forma individual por parte da recorrente, já que a intençãodo legislador ao ampliar a qualidade de segurado especial ao trabalhador individual foi a de assistir as pessoas quetrabalham no âmbito rural, mas que não têm qualquer vínculo familiar, o que as impediria de pleitear o benefício alegandoregime de economia familiar. Este não é o caso da recorrente.

Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a autora ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

45 - 2008.50.51.000766-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)x MARIA DA PENHA FERNANDES SILVA (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 32/34, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou documentos hábeis à comprovação de atividade rural em regime de economiafamiliar, durante o período de carência exigido em lei. Por tal razão pugna pela reforma da sentença. A parte autora nãoapresentou contrarrazões.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48 §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pelo tempo de carência necessário à obtenção do benefício. Como provas materiais do labor rural, constam asseguintes: Certidão de Casamento, realizado em 1977, qualificando o cônjuge da autora como lavrador (fl.07); Certidão deNascimento da filha, ocorrido em 1978, constando o marido como lavrador (fl.08); Certidão de Nascimento do filho, ocorridoem 1993, onde consta como lavradores a autora e o seu cônjuge (fl.10); carteira do sindicato rural (fl.06); e Contrato deParceria Agrícola, datado de 2001 (fl.11). Ademais, a prova documental foi corroborada pelos depoimentos dastestemunhas, que foram claros e coerentes com as alegações da parte autora.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, a Súmula 06 da TNU enfatiza que acertidão de casamento capaz de evidenciar a condição de trabalhador rural do cônjuge se estende, também, a esposa,

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independente desta estar caracterizada como doméstica. Desta forma, por tudo que fora previamente argumentado, tomocomo razão de decidir os fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

46 - 2008.50.51.001063-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) xRODOLFO ALVES DE ALMEIDA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE - TRABALHADOR RURAL - EXTENSÃO DO IMOVÉL RURAL -REQUISITOS PREENCHIDOS - IDADE E INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL- REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.117/120, que julgou procedente o pedido,condenando o recorrente a conceder aposentadoria rural ao autor. Alega o INSS, em suas razões recursais, que não restoucomprovada a qualidade de segurado especial do autor, uma vez que este é proprietário de grande extensão de imóvel rural(101,6 hectares), além da renda declarada pelo recorrido não o caracterizar no regime de economia familiar. Por taismotivos, pugna pela reforma da sentença.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que o autor exerceu atividade rural em regime de economia familiarpela carência necessária. Neste sentido estão as seguintes documentações: carteira do antigo INAMPS, identificando oautor como trabalhador rural (fl.16); certidão de casamento, onde consta a profissão do autor como “lavrador” (fl.19);documentos relativos ao imóvel rural – INCRAs e ITRs (fls. 23/41); escritura pública do imóvel rural (fls. 45/47); notas fiscaisde produtor rural (fls.63/91). Ademais, os depoimentos das testemunhas foram claros e coerentes com as alegações daparte autora.De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que o autor afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.No que tange a extensão do imóvel rural, foi muito bem salientado na sentença que “o fato de a propriedade do autor contarcom 100 hectares (muitos deles compostos de mata e pedra) não deve servir de empecilho legal para a concessão dobeneficio”. Como bem observado na sentença ora impugnada, apenas com a Lei nº11.718/08 é que se passou a existir apresunção legal de que proprietários de imóveis com área superior a 04 módulos fiscais não são considerados comosegurados especiais.

Haja vista que os requisitos para concessão de aposentadoria por idade rural encontram-se preenchidos: a) idade de 68anos, na data do requerimento administrativo, em 03/04/2002 (fl.97); b) carência de 126 meses, pelo efetivo exercício daatividade rurícola como segurado especial de acordo com o disposto no artigo 142 da Lei nº 8.213/91. Assim, tomo comorazão de decidir os fundamentos da sentença recorrida.

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Honorários advocatícios fixados em R$ 500,00, nos termos do art.20, § 4º do Código de Processo Civil.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

47 - 2007.50.50.011821-0/01 MARINALVA PEREIRA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: JANETE NUNES PIMENTA RAMOS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE TOTAL PARA O TRABALHO – REQUISITO PREENCHIDO PELA RECORRENTE –RENDA PER CAPTA MENSAL SUPERIOR A ¼ DE SALÁRIO MÍNIMO – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE - SENTENÇAREFORMADA – RECURSO PROVIDO.

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Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprove não possuir meios deprover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

O laudo pericial acostado às fls. 36/37, elaborado pelo expert do juízo, atestou de forma clara e indene de quaisquerdúvidas que a parte autora é incapaz total e definitivamente (amputação traumática ao nível do terço médio da coxa direito)para as suas atividades laborais habituais (diarista), ressalvando, contudo, a possibilidade de reabilitação para atividadesem que possa trabalhar sentada.

Condições pessoais, em especial a baixa escolaridade, que inviabilizam sua reinserção no mercado de trabalho.Incapacidade analisada de forma ampla, como um fenômeno multidimensional, abrangendo o mundo em que vive o doente.Incapacidade total.

Por outro lado, o simples fato de possuir renda per capta um pouco superior ao limite legal de ¼ de salário mínimo nãorefuta seu desamparo econômico, ou seja, a condição de miserabilidade da autora, que restou comprovada nos autos,laudo social de fls. 72/84, autorizando, portanto, o recebimento do benefício pleiteado, conforme entendimento do Supremotribunal Federal.

Recurso conhecido e provido, para fins de concessão de amparo assistencial à recorrente, a contada da data dorequerimento administrativo, observando-se, quanto às parcelas pretéritas, a prescrição qüinqüenal, acrescidas de correçãomonetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação até30/06/2009, e, a partir de então, nos termos da Lei 11.990/2009.

Medida Cautelar concedida, para fins de implementação do benefício em questão, em 30 (trinta) dias.

Sentença Reformada. Sem condenação em honorários.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Vitória,____de______________de 2010.

ENARA DE OLIVEIRA OLÍMPIO RAMOS PINTOJUÍZA RELATORA

48 - 2008.50.54.000578-8/01 ADÃO CONTINO GONÇALVES (ADVOGADO: VANUZA CABRAL.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – EXISTÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL –DEPOIMENTOS PESSOAL E TESTEMUNHAL INSEGUROS – IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DAQUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.85/88, que julgou improcedente o pedidode concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que juntou início de provamaterial (certidão de casamento – fl.81) e que os depoimentos das testemunhas foram todos convergentes no sentido deque o autor sempre sobreviveu do labor rural.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).O requisito etário é ponto incontroverso nos autos. E, de fato, existem nos autos um início de prova material do exercício deatividade rural pela parte autora. Ocorre que a prova material produzida deve ser corroborada por testemunhas, a fim de seconfirmar a atividade rural desempenhada em regime de economia familiar, daí a razão da designação de audiência.Nesse sentido, verifico que a autora e suas testemunhas prestaram seus depoimentos de maneira muito vaga e insegura,não sendo capazes de informar detalhes como datas ou locais onde a mesma tenha trabalhado. A autora apresentavadificuldade em responder à maioria das questões formuladas pela magistrada a quo e o pouco que foi informado pelastestemunhas foi divergente do que a parte autora e os documentos do CNIS demonstram. Diante disso, ante a nãocorroboração da prova material pelas testemunhas, não merece qualquer reforma a sentença a quo.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários, visto que a recorrente é beneficiária da assistência jurídica gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

49 - 2007.50.50.004024-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.) x DALVA LIMA.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO COMPROVADAS – RENDA MENSAL PERCAPITA INFERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE – CONCESSÃO DO BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – RECURSOIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprove não possuir meios deprover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

A condição de deficiente da recorrida encontra-se comprovada nos autos, já que, conforme consta dos documentos de fls.11 e 12, a mesma encontra-se interditada judicialmente, tendo como curadora a sua filha. O procedimento de interdiçãoteve por fundamento o fato de ser portadora da doença denominada Esquizofrenia Paranóide, com CID F 20.0, doençaprogressiva, conforme consta da Certidão de Interdição (fl.12), que a incapacita para reger a si mesma e a seus bens. Areferida certidão deve ser considerada prova isenta de parcialidade, posto que, apesar de ter sido trazida aos autos pelaparte que postula o benefício, trata-se de documento que foi oficializado pelo Poder Judiciário, devendo-se aqui presumir-sea imparcialidade do mesmo. Sendo assim, o requisito legal inerente à incapacidade resta preenchido pela recorrida.

Segue parte de jurisprudência que traz semelhante entendimento, no sentido de que a Certidão de Interdição Judicial podeser utilizada para aferir a incapacidade do postulante do benefício assistencial, dispensando a perícia médico-judicial:CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. INCAPACIDADE COMPROVADA.DESNECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. REQUISITOS LEGAIS COMPROVADOS. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO.VERBAS ACESSÓRIAS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. OMISSÃO. EFEITO MODIFICATIVO. I - A incapacidade doautor restou devidamente comprovada através de certidão de interdição juntada aos autos, restando dispensável arealização de laudo médico pericial, não ocorrendo, assim, o alegado cerceamento de defesa. II - Os artigos 20, §3º, da Lei8.742/93 e 4º, IV, do Decreto 6.214/07 não são os únicos critérios para aferição da hipossuficiência econômica, razão pelaqual é de se reconhecer que muitas vezes o quadro de pobreza deve ser aferido em função da situação específica dapessoa que pleiteia o benefício. (Precedentes do E. STJ). III - Como o apelado é portador de deficiência e não temcondições de prover seu próprio sustento, ou tê-lo provido por sua família, impõe-se a concessão do benefício assistencialprevisto no artigo 203, V, da Constituição da República, observado o disposto nos artigos n. 42, 47 e 48 do Decreto n.6.214/07. IV – (...). (APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO – 1269858 – Relator: JUIZ SERGIO NASCIMENTO- TRF3 – Órgão Julgador: DÉCIMA TURMA - Julgado em: 24/03/2009. Publicado em: 15/04/2009).

A sentença ora impugnada julgou procedente o pleito autoral em razão de a recorrida preencher os requisitos daincapacidade e da miserabilidade, exigidos pela LOAS. Com efeito, a autora faz jus ao recebimento do benefícioassistencial, já que o próprio INSS, à fl. 45-v, considerou que a recorrida se enquadra na exigência referente à renda percapita. Mesmo que aqui se suscitasse o fato de não ter havido laudo social para dirimir possíveis contradições provenientesda declaração produzida pelo INSS (fls. 45, 45-v e 46), é preciso dizer que, em sede recursal, a Autarquia Previdenciárianão questionou o requisito renda per capita, somente questionou a incapacidade da recorrida, o que já foi analisado. Sendoassim, por já ter o INSS considerado que a parte autora preenchia o requisito renda per capita, e por não ter questionadoesse requisito em sede recursal, tem-se por vencido tal requisito, no sentido de considerar o preenchimento do mesmo pelaparte recorrida.

Desse modo, verificando-se que a recorrida preencheu os requisitos necessários para o auferimento do benefícioassistencial a título de LOAS, quais sejam, incapacidade e renda familiar per capita mensal inferior a ¼ de salário mínimovigente, faz a mesma jus ao recebimento do referido benefício, devendo o recurso da Autarquia Previdenciária serimprovido.

Recurso conhecido e improvido.

Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$500,00 (quinhentos reais), nostermos do art. 20, § 4º do CPC.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

50 - 2007.50.53.000759-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x LUCAS ARAUJO CERQUEIRA (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO COMPROVADAS – SITUAÇÃO DEDESAMPARO – CONCESSÃO DO BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – POSTERIOR CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇAAPÓS AJUIZAMENTO DA PRESENTE AÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DE ACÚMULO DE BENEFÍCIOS – ARTIGO 20, § 4ºDA LEI 8.742/93 – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA APENAS NO QUE TANGE AO PERÍODO DECONCESSÃO DO BENEFÍCIO.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprove não possuir meios deprover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

A condição de deficiente do recorrido encontra-se incontroversa nos autos, tendo o INSS se insurgido apenas quanto aorequisito sócio econômico previsto na Lei 8.742/93, aduzindo, em sua peça recursal, que a renda mensal per capita familiaré superior a ¼ do salário mínimo vigente, previsto no § 3º do art. 20 da Lei Orgânica da Assistência Social.

A sentença recorrida julgou procedente o pleito autoral em razão do recorrido preencher o requisito da miserabilidade,exigido pela LOAS. Com efeito, o autor faz jus ao recebimento do benefício assistencial, já que, apesar de possuir renda percapita familiar mensal superior a ¼ de salário mínimo, restou comprovado nos autos em epígrafe que sua família vive emsituação de desamparo. Conforme foi possível vislumbrar do laudo social à fl. 64, vê-se que o dinheiro gasto com asdespesas domésticas praticamente consome toda a renda mensal da família, que não é fixa.

No que concerne aos autos em questão, entendo que o recorrido preenche o requisito da miserabilidade, previsto no art. 20da Lei 8.742/93. Ora, nos termos do § 1º do art. 20 da Lei 8.213/91, para efeitos de concessão do benefício assistencial,considera-se família o conjunto de pessoas descritas no art. 16 da Lei 8.213/91, desde que vivam sob o mesmo teto, sendoque este último dispositivo, por sua vez, revela quais são as pessoas componentes do referido grupo familiar, quais sejam:o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, menor de 21 (vinte e um anos) ou inválido.

No caso dos autos em epígrafe, tem-se que o núcleo familiar é composto pela mãe do recorrido, pelo irmão do mesmo(menor de 21 anos) e pelo próprio recorrido, o que faz com que a renda per capita mensal familiar supere ¼ de saláriomínimo. Todavia, a renda auferida pela família, proveniente do trabalho da mãe como costureira, não é uma renda fixa,posto que a genitora do recorrido não tem vínculo empregatício com empresa ou estabelecimento do gênero; trabalha porconta própria e, exatamente por isso, nem sempre receberá a mesma quantia, quantia que seja suficiente pelo menos paraarcar com as despesas mais triviais. Sendo assim, o critério objetivo para se aferir a renda per capita familiar deve serrelativizado nessas circunstâncias, já que há situação de desamparo na família.

Segue jurisprudência que corrobora a possibilidade de unir ao critério objetivo inerente à necessidade de renda per capitamensal familiar inferior a ¼ de salário mínimo outros critérios e informações que atestem a miserabilidade de quem pleiteiao benefício assistencial:

EMENTA BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LIMITE DE ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO PREVISTO NO § 3°, ART. 20, DA LEI N°8.742/93. 1. A Turma Recursal de Santa Catarina negou a autora o direito ao beneficio assistencial sob o fundamento desua renda ultrapassar o limite de ¼ (um quarto) de salário mínimo, previsto artigo 20 da Lei 8.742/1993. 2. A questãoatinente à comprovação da miserabilidade vem sofrendo modificações jurisprudenciais, para considerar que o preceitocontido no art. 20, § 3º da Lei nº 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de miserabilidadepreceituado no artigo 203, V, da Constituição Federal. 3. Incidente conhecido e parcialmente provido. (PEDIDO200772950002393 - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. Relator: JUIZ FEDERALLEONARDO SAFI DE MELO. Órgão Julgador: Turma Nacional de Uniformização. Julgado em: 17/12/2007. Publicado em:31/01/2008).

Ressalta-se que esta Turma Recursal não está, em nenhum momento, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo 3ºdo artigo 20 da Lei nº 8.742/93, mas apenas verificando que, à luz do caso em exame, o requisito objetivo da renda familiarexigido pela norma, devido às circunstâncias do caso concreto, necessitou ser relativizado.

No que diz respeito ao posterior recebimento do Auxílio-Doença pelo recorrido, tem-se que não há, pela legislação vigente,

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a possibilidade de acúmulo do benefício assistencial da LOAS com o referido Auxílio-Doença, por força do § 4º do artigo 20da Lei 8.742/93. Sendo assim, o período de recebimento do benefício assistencial deve ser alterado. A sentença oraimpugnada julgou procedente o pleito autoral, para conceder o benefício assistencial a partir da data do requerimentoadministrativo, qual seja, 12/09/2007, por estarem presentes os requisitos necessários à concessão do referido benefício;não estabeleceu data limite para recebimento do mesmo, já que, à época, não possuía a informação de que o autor passoua receber auxílio-doença. Assim, considerando que a partir da data de 05/01/2009, o recorrido passou a receberAuxílio-Doença, conforme documento de fl.94, benefício que prevalecerá em relação ao benefício assistencial da LOAS, oque foi inclusive manifestado pelo recorrido em sua manifestação à fl.100, deverá o benefício assistencial ser concedido àparte autora desde a data do requerimento administrativo (12/09/2007) até o dia imediatamente anterior à concessãoadministrativa do auxílio-doença (04/01/2009). Sendo assim, a sentença deverá ser reformada somente neste pormenor.

Desse modo, o recurso, que se ateve, em suas razões recursais, a se manifestar sobre a impossibilidade de concessão dobenefício a título de LOAS, deverá ser improvido; porém, a sentença proferida merece singela reforma, no que tangesomente ao período do recebimento do benefício acima referido.

Sentença modificada. Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer o recurso e NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

51 - 2008.50.50.006985-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x TERESA DE JESUS ARAUJO.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LEI 8.742/93 – ESTATUTODO IDOSO – LEI 10.741/03 – BENEFICIO ASSISTENCIAL OU PREVIDENCIÁRIO PERCEBIDO POR MEMBRO DAFAMILIA NÃO INTEGRA O CÁLCULO DE RENDA PER CAPITA FAMILIAR – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇAINTEGRALMENTE MANTIDA.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicaçãodo citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para otrabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a famíliacuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

A Lei 10.741/03, por sua vez, além de reduzir o requisito idade para a concessão do benefício assistencial previsto na LOAS(65 anos), em seu art. 34, parágrafo único, estabeleceu que o benefício de prestação continuada anteriormente concedido aqualquer dos membros componentes do grupo familiar não será computado para fins de cálculo da renda mensal familiarper capita a que se refere a citada Lei Orgânica.

Nos autos, conforme consta do laudo social à fl.24 e da sentença proferida à fl.92, vê-se que o esposo da parte recorridarecebe aposentadoria por idade no valor de 01 (um) salário mínimo. No entanto, o auferimento deste benefício não afasta odireito da parte recorrida ao recebimento do benefício assistencial, uma vez que deve ser adotada uma interpretaçãosistemática do já apontado art. 34, § único, do Estatuto do Idoso, pois, prevalecendo a interpretação literal deste dispositivo,no sentido de que somente pode ser excluído o valor de benefício assistencial e não de benefício previdenciário para fins depercepção do benefício previsto na LOAS, teríamos uma situação absolutamente paradoxal, pois aquele que nuncacontribuiu para a Previdência Social e recebe o benefício assistencial tem seu valor excluído para fins de percepção domesmo benefício por outro idoso da família, ao passo que aquele que contribuiu para o INSS e percebe, na velhice,aposentadoria de um salário mínimo, não teria tal possibilidade. Tal situação, além de violar o princípio constitucional daigualdade, infringe, ainda, os limites da razoabilidade.

Tal entendimento encontra-se consolidado pela Turma Nacional de Uniformização, no julgamento do incidente nº2005.43.00.904018-4, bem como é adotado pelo E. Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “(...) - A percepção debenefício previdenciário por outro membro da família não afasta a condição de miserabilidade. Inteligência da Lei nº10.741/2003, ao tratar do benefício de assistência social previsto na Lei nº 8.742/93 para a pessoa idosa. - Aplicação damesma regra quando se tratar de benefício assistencial concedido em razão de deficiência. A renda familiar de um saláriomínimo, percebida por um membro da família, independentemente da origem da receita, não poderá ser impedimento paraque outro membro, cumprindo os demais requisitos exigidos pela Lei nº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, pois a

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condição econômica para a sobrevivência é exatamente igual àquela situação de que trata o parágrafo único do artigo 34 daLei nº 10.741/2003. - Assim, está caracterizada, plenamente, a dificuldade em prover dignamente a sua manutenção, peloque cabível a concessão do benefício assistencial pretendido. - Recurso desprovido.” Processo: APELRE –Apelação/Reexame Necessário – 425035, Relator(a): Desembargador Federal André Fontes, TRF2, Órgão julgador:Segunda Turma Especializada. Fonte: DJU - Data:23/12/2008.

O entendimento firmado acima também encontra guarida no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, conforme a ementaque ora se transcreve: PROCESSO CIVIL. AGRAVO LEGAL (sic). BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ART. 203, V,DA CF/88. PESSOA IDOSA. CONDIÇÃO DE POBREZA DEMONSTRADA. ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO, LEI Nº10.741/03. - Satisfeitos os requisitos para a implementação do benefício de amparo assistencial. Demonstrado ser a autorapessoa idosa, bem como não ter condições econômicas de prover a sua manutenção nem de tê-la provida pela família. - Obenefício de prestação continuada, concedido a qualquer membro da família, não será computado para os fins do cálculoda renda familiar per capita a que se refere a LOAS (artigo 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso),que deve ser estendido, por analogia, às hipóteses em que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefícioprevidenciário. - Agravo legal a que se nega provimento. Processo: APELAÇÃO CÍVEL – 1329488, Relator(a): JUIZATHEREZINHA CAZERTA, TRF3, Órgão julgador: OITAVA TURMA. Fonte: DJF3 CJ2. DATA: 09/06/2009.

Sendo assim, satisfeitos os requisitos para a implementação do benefício de amparo assistencial, ou seja, demonstrado sera recorrida pessoa idosa, bem como não ter condições econômicas de prover a sua manutenção nem de tê-la provida pelafamília, faz jus ao benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93, tendo em vista que o benefício previdenciário percebidopor seu cônjuge não deve integrar o cálculo da renda per capita familiar.

Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer o recurso e negar-lhe provimento, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

52 - 2006.50.51.001287-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) xLEZY PEÇANHA EDUARDO (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – REQUISITOS PREENCHIDOS– PRESENÇA DE PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.51/54, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que os documentos juntados pela recorrida não atestam o efetivo exercício de atividade rural durante o períodode carência.

A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher. (art. 48, §1º).

Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Neste sentido, constam dos autos os seguintes documentos: carteira do INAMPS,constando a profissão da autora como lavradora (fl.06); Certidão de Casamento, realizado em 1948, em que consta omarido da autora como lavrador (fl.07); Escritura de um imóvel rural (fl.08); ITR da propriedade (fl.11). Ademais, osdepoimentos das testemunhas foram claros e confirmaram todas as alegações da parte autora.

De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.

Desta forma, por tudo que fora argumentado, tomo como razão de decidir os mesmos fundamentos da sentença.

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 500,00 (quinhentos reais),nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

53 - 2008.50.50.000251-0/01 UILSON MEES (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO – AUSÊNCIA DE ESTUDO SOCIOECONÔMICO– RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA ANULADA – MEDIDA CAUTELAR CONCEDIDA.

1. Conforme aduz o recorrente à fl. 61, e pelo que se pode vislumbrar dos documentos constantes dos autos, não foirealizado o laudo social (estudo socioeconômico) para que fosse de fato comprovado se há ou não situação demiserabilidade do autor e se o mesmo reside com sua mãe. Conforme o art. 20, § 1º da Lei 8.742/93 c/c art. 16 da Lei8.213/91, para efeitos de concessão do benefício assistencial, devem ser considerados como componentes do grupofamiliar para o cálculo da renda mensal per capita apenas o cônjuge ou companheiro; o filho não emancipado menor devinte e um anos ou inválido; os pais, bem como os irmãos também não emancipados e menores de 21 anos ou inválidos,além de ser preciso que vivam sob o mesmo teto.2. As alegações contidas na petição inicial, confeccionada sem a assistência de advogado, foram tomadas comoverdadeiras, contudo, especialmente quanto ao fato de o autor residir com sua mãe, o recorrente sustenta, em suas razõesrecursais, formuladas pela Defensoria Pública da União, contrariamente ao alegado na exordial, que reside em imóveldistinto.3. Dessa feita, diante das características da enfermidade do autor, que apresenta, inclusive, confusão mental, comprovadapor laudo pericial de fls. 26/28, impossibilitando-o de praticar independentemente os atos da vida civil, somente o critérioinerente à renda do mesmo é que poderia fazer com que ele não pudesse receber o benefício a título de LOAS, e essecritério não pode ser analisado de forma completa e sem quaisquer dúvidas sem que haja o estudo socioeconômico, a serrealizado por Assistente Social indicado pelo Juízo.4. Em observância ao Princípio do Devido Processo Legal e da Ampla Defesa, deve o processo retornar à vara de origempara que a pretensão deduzida na inicial seja, in totum, analisada em novo julgamento, com a realização prévia de estudosocioeconômico, para averiguar as condições sociais e econômicas em que vive o autor.5. Desse modo, o recurso deve ser conhecido e provido para fins de anular a sentença a quo.6. Ante o caráter alimentar do benefício, nos termos do art. 4º da Lei 10.259/01, CONCEDO MEDIDA CAUTELAR para finsde concessão do benefício em questão, devendo o INSS comprovar, no prazo de 30 (trinta) dias, o atendimento dapresente determinação judicial.7. Recurso conhecido e provido. Sentença anulada.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e da ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

54 - 2007.50.50.010808-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LOURIVAL IDOLINO DA SILVA (ADVOGADO: RAMON FERREIRA COUTINHOPETRONETTO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – TRABALHADOR RURAL –LIMITAÇÕES QUANTO AO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO – INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA – LEI Nº 8.742/93 –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, condenando aautarquia a conceder o benefício de prestação continuada à parte autora. Alega o recorrente, em síntese, que a parteautora sempre trabalhou na roça e que não há nada nos autos que indique a progressão de sua deficiência que justifiquesua incapacidade. Ademais, sustenta que, caso se entenda que o autor não pode desempenhar atividades rurais, o mesmopoderá exercer atividades compatíveis com a sua restrição física.2. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário-mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos de aplicação do citadodispositivo, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a pessoa ou família cujarenda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. Compulsando os autos, verifica-se que o recorrido reside na área rural, com mulher e seis filhos, tem pouca instrução esustenta que nunca conseguiu trabalhar devido a sua deficiência congênita (não possui o antebraço esquerdo). Esteve por

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oito anos em gozo do benefício assistencial.4. O expert atestou a incapacidade parcial e definitiva da parte autora, para trabalhos que necessitem de ambos osantebraços e mãos, fls. 43/44.5. Laudo social, fls. 53/56, conclui que o “benefício pleiteado é de suma importância para que o autor possa ‘levar a vida’com um pouco mais de dignidade.”6. Quanto à alegação de que parte autora pode se reabilitar em outras funções, esta se mostra inviável, pois, diante dobaixo grau de instrução do recorrido, considera-se que somente lhe seriam oferecidas, no mercado de trabalho, ocupaçõesque exigem ao menos razoável aptidão física, condição que não apresenta, levando-se em conta a deficiência física quepossui. Diante de tais argumentos, há que se reconhecer a incapacidade total e definitiva do autor.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, no valor de 500,00 (quinhentos reais),na forma do art. 20, parágrafo 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

55 - 2006.50.51.002278-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x CRISTIANE FERREIRA DA SILVA REP POR OLINDA VALIATI MINTO (ADVOGADO: SIRODA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS –MISERABILIDADE AUFERIDA – BENEFÍCIO DEVIDO DESDE A DER – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, condenando orecorrente a conceder benefício assistencial. Alega o INSS, em suas razões recursais, que cabe a ele apenassubsidiariamente prestar auxílio a quem dele necessita, entretanto, tal obrigação recai primeiramente sobre os genitores daparte autora. Pugna pela reforma da sentença ou, em segundo plano, pela alteração da DIB para a data do laudo médico.2. Nos termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.3. In casu, não merece prosperar a tese alegada pelo recorrente, de que deveria constar nos autos informações da genitorada requerente, que ainda está viva, visto que esta reside com sua tia e seus primos.4. Restando demonstradas a incapacidade da autora (laudo médico de fls.58/59) a incapacidade de ser manter ou de sermantida por sua família (laudo socioeconômico de fls.28/31) e considerando ainda que as pessoas que moram com aautora não fazem parte de seu grupo familiar, conforme artigo 20 da Lei 8742 c/c artigo 16 da Lei 8213, faz jus a autora aobenefício pleiteado.5. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.6. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

56 - 2007.50.51.002092-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)x CARLINDA MARQUIOLI TONHERI (ADVOGADO: PAULO FIGUEIREDO, CAMILA MANCINI ANDRADE, ZIRALDOTATAGIBA RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – REQUISITOS – IDADE MÍNIMAE COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL DURANTE O PERÍODO EQUIVALENTE À CARÊNCIA PARA OBTENÇÃODO BENEFÍCIO – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR - INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADA PELA OITIVADE TESTEMUNHAS – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.95/99, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder à autora o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suasrazões recursais, que a autora não comprovou efetivo exercício de atividade rural pelo o prazo de carência exigido em lei,no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo. Por fim, ressalta que o cônjuge da recorrida se

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aposentou em 29/09/1999, como contribuinte individual, o que descaractezaria sua condição de trabalhadora rural. Ante oexposto, pugna pela reforma da sentença.

A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48 §1º).

A partir da análise dos documentos carreados aos autos, verifica-se que a autora exerceu atividade rural em regime deeconomia familiar pela carência exigida. Neste sentido, estão as seguintes documentações: certidão de casamento, ondeconsta o marido da autora como lavrador (fl. 14); ficha hospitalar, constando a profissão do marido da recorrida comolavrador (fl. 64); ficha individual do cônjuge da autora, bem como a carteirinha do sindicato (fl. 62). Ademais, osdepoimentos das testemunhas foram claros e coerentes com as alegações da parte autora.

De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo, comoa prova material não passa de prova indiciária, segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, talcircunstância não pode obstar a percepção do benefício, já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não seexige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.

Em que pese às alegações do recorrente, basta uma simples análise dos autos para se observar que a autora, ao deixar azona rural, em 1999, já havia preenchido todos os requisitos para o deslinde da demanda. Isso porque, embora com 52anos, em 1999, a recorrida comprovou efetivamente 31 anos de atividade rural (fls. 65/66), tempo superior à carência de126 contribuições (10 anos e meio), que deveria ser aplicado à autora, segundo a tabela progressiva do artigo 142 da Lei8.213/91, ao completar 55 anos, em 2002. Conforme entendimento jurisprudencial a concomitância dos requisitos não écritério de concessão. Logo, a autora faz jus à concessão da aposentadoria.

Por fim, a sentença a quo registrou de forma clara que não há “descaracterização da atividade rural da autora pelo fato deseu marido ser aposentado como contribuinte individual, pois a atividade exercida pelo mesmo também era a rural emregime de economia familiar, conforme documento de fl. 73 e depoimentos, notadamente o de fl. 76, no qual o depoentealega que o marido da autora “era empregado, roçava pasto, tirava leite, quando não tinha campeiro. Arrumava o curral,cuidava do gado”.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00 (quinhentosreais) nos termos do art. 20, § 4°, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

57 - 2008.50.53.000276-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x ELIAS DE MOURA (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL - TRABALHADOR RURAL EMREGADOPOR EMPRESA FLORESTAL – EXTRATIVISMO VEGETAL – ANOTAÇÕES NA CTPS COMO INÍCIO DE PROVAMATERIAL - REQUISITOS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de (fls.75/78), que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que as peculiaridades na forma em que o labor era exercido transformam-no em atividade urbana, não podendoser caracterizado como trabalho rural. Sustenta, ainda, que não restou evidenciada a existência do regime de economiafamiliar, essencial para configuração da qualidade de segurado especial. Embasado em tais argumentos, pugna o INSSpela reforma da sentença.

A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).

O conjunto probatório consiste, basicamente, na CTPS da parte autora, documento cuja análise demonstrará a supostapertinência dos argumentos do recorrente. O autor conta com mais de 14 anos de carteira assinada (fls.17/33), período noqual exerceu duas funções: trabalhador braçal rural e operador de motosserra, tendo como empregadores várias empresasflorestais. Existe, portanto, prova material suficiente capaz de exercício de atividade rural. Não se pode olvidar, todavia, quequalquer debate coerente sobre o mérito tem que enfrentar a seguinte questão conceitual e hermenêutica: o que é trabalhorural? Se questionados, alguns irão reduzir a interpretação deste símbolo lingüístico às atividades agropecuárias, o quecaracteriza uma interpretação restritiva do termo. Embora aparentemente justificada, não é esta a opção mais correta, poisdesconsidera as diversas modalidades de labor existentes no campo. A prova testemunhal deixou claro que o autortrabalhava com o cultivo do eucalipto, cuidando todos os dias da lavoura, plantando mudas e extraindo árvores. Tal labor

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pode ser perfeitamente enquadrado como sendo rural, pois abrange o trato e extração de espécies vegetais em ambienteaberto, sendo tão árduo quanto qualquer atividade agropecuária, razão pela qual deve incidir a redução do requisito etário,presente no parágrafo 1º, artigo 48,� da Lei 8.213/91. Sendo assim, conclui-se que o autor comprovou o exercício deatividade rural, realizada individualmente como empregado, fazendo jus ao benefício presente no art. 143 da mencionadalei. O posicionamento ora defendido encontra respaldo na legislação previdenciária e na jurisprudência pátria, como seextrai das ementas abaixo transcritas.

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIALCORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. SENTENÇA MANTIDA. 1. O exercício de atividade rural pode sercomprovado por meio de início razoável de prova material corroborada por provas testemunhais, de acordo com o reiteradoentendimento jurisprudencial deste e. Tribunal (AC nº 1998.01.00.077547-2/MG, Relator Conv. Juiz Federal Manoel JoséFerreira Nunes, Primeira Turma Suplementar, DJ 2 de 10/07/2003, p.162). 2. Consta da CTPS de fls. 8 e 9, que o autor eraempregado na função de serviços gerais em estabelecimento agropecuário no ano de 1994 e, da Certidão da JustiçaEleitoral de fl. 10, expedida em 1986, em que está registrada a profissão de lavrador, o que, juntamente com as provastestemunhais de fls. 31 a 33, corroboram o exercício de atividade rural. 3. Por provar ter mais de 60 anos de idade - certidãode nascimento de fl. 5 - e demonstrar o efetivo exercício de atividade rural, faz jus o autor ao benefício de aposentadoriarural por idade. 4. Apelação e remessa oficial a que se nega provimento. (TRF 1ª, AC 199701000253503, Relator JUIZFEDERAL MANOEL JOSÉ FERREIRA NUNES (CONV.), DJ DATA:30/10/2003 PAGINA:86) (grifo nosso)

AÇÃO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. CTPS. DOCUMENTO NOVO.SOLUÇÃO PRO MISERO. PEDIDO PROCEDENTE. 1. A anotação em Carteira de Trabalho e Previdência Social, queatesta a condição de trabalhadora rural da autora, constitui início razoável de prova documental, para fins de comprovaçãode tempo de serviço. Precedentes. 2. Embora preexistentes à época do ajuizamento da ação, a jurisprudência da 3ª Seçãodeste Tribunal fixou-se em que tais documentos autorizam a rescisão do julgado com base no artigo 485, inciso VII, doCódigo de Processo Civil, dadas as condições desiguais vivenciadas pelo trabalhador rural. 3. Pedido procedente. (STJ -AR 199800593390, Relator(a) HAMILTON CARVALHIDO, DJE DATA:06/08/2008) (grifo nosso)

Diante do que fora explanado, resta irretocável a sentença de piso, cujos fundamentos podem ser utilizados embasar apresente decisão.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

Custas ex lege. Honorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do art. 55 da Lei9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos quepassa a integrar o presente julgado.

58 - 2007.50.51.002636-0/01 NATALINA DOS SANTOS MAGNAGO (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – CÔNJUGE APOSENTADO COMO INDUSTRIÁRIO – ELEVADA RENDA MENSAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença de fls.93/96, que julgou improcedente o pedidode concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que a atividade urbanaexercida pelo cônjuge não descaracteriza sua qualidade de rurícola, bem como a existência do regime de economiafamiliar. Pleiteia, assim, pela reforma da sentença.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).De fato, existem nos autos indícios do exercício de atividade rural pela parte autora (fls.12; 16/17). Entretanto, conforme seextrai do documento de fl.39, verifica-se que o marido da autora é aposentado como industriário, desde 1995, e aufereproventos no montante de R$ 1.442,82 (um mil e quatrocentos e quarenta e dois reais e oitenta e dois centavos), sendo queeste valor encontra-se atualizado até janeiro de 2005. Dessa forma, não restou comprovado que o labor rural eraindispensável para sobrevivência da família, requisito essencial para qualificação da autora como segurada especial.Como bem argumentado pela magistrada a quo, “É claro que a aposentadoria urbana do marido não impede a concessãodo beneficio de aposentadoria rural à autora. Entretanto, para reconhecer a condição de segurada especial, é necessárioque seu trabalho seja fundamental para o sustento da família, fato que não restou comprovado nos autos, tendo em vista ovalor elevado que seu cônjuge recebe de aposentadoria”. Tal afirmação encontra respaldo no próprio conceito do regime deeconomia familiar, presente no artigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar aatividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados para fins de enquadramento sindical.Diante desta ótica, não se pode conceber, in casu, que a atividade rural seja realizada em regime de economia familiar eque tal trabalho seja indispensável à subsistência de toda a família da recorrente, pois evidente que a maior fonte de rendada família provém da aposentadoria recebida pelo cônjuge. Dessa forma, tomo como razão de decidir os mesmos

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fundamentos da sentença.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantes nos autos eque passa a integrar o presente julgado.

59 - 2008.50.50.005553-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Camata Pereira.)x MARIA DELPUPO GOMES (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DESEGURADO ESPECIAL – RESTRIÇÃO PROBATÓRIA – NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA - PROVATESTEMUNHAL – SENTENÇA ANULADA – MEDIDA CAUTELAR CONCEDIDA.

A sentença de fls.84/87 condenou a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria rural para a parteautora, segurada especial, considerando que os requisitos para a concessão do benefício em comento foramimplementados apenas com base nos dados documentais produzidos.O segurado especial deve comprovar o efetivo exercício da atividade rural, em regime de economia familiar, pelo períodoequivalente ao da carência exigida, através de prova documental contemporânea, não necessariamente exaustiva, mas,neste caso, corroborada por testemunhas, daí a razão da necessidade de designação de audiência.Na hipótese dos autos, as alegações do INSS e o documento de fl. 83 informam que o marido e o filho da autoracontribuem de forma autônoma para a Previdência Social, tendo em vista o exercício de atividade urbana (taxistas),sustentando o réu a descaracterização do regime de economia familiar.A prova testemunhal, neste caso, deve ser realizada com fito de reforçar o poder valorativo do conjunto probatórioapresentado pela autora, uma vez que ausente análise de questão fática fundamental para a procedência da demanda.Assim, em observância ao Princípio do Devido Processo Legal e da Ampla Defesa, deve o processo retornar à vara deorigem para que a pretensão deduzida na inicial seja analisada in totum em novo julgamento, com a realização prévia deprova testemunhal.É necessário, então, que os autos sejam remetidos ao juízo a quo para a prolação de novo provimento judicial.Medida cautelar concedida, devendo o benefício ser mantido até o julgamento final do processo.Sem custas e honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em ANULAR A SENTENÇA, e remeter os autos ao juízo de origem para prolação denovo provimento judicial, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

60 - 2007.50.54.000154-7/01 MARIA DE LOURDES SIMONI OLIVEIRA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI,HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULABARRETO MONTEIRO ROTHEN.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – CÔNJUGE ENGENHEIRO AGRÔNOMO – RENDA AUFERIDA PELO MARIDO INDISPENSÁVEL AOSUSTENTO FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedenteo seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que a condição de trabalhador urbano do cônjugenão retira a condição de segurada especial da mesma, até porque a renda percebida por ela tem suma importância para amanutenção da entidade familiar, não sendo a quantia recebida por seu marido suficiente para suprir as necessidadesbásicas da família.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), devecomprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopostulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.

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No caso em tela, vislumbra-se que o marido da recorrente possui diversos vínculos urbanos, conforme consta do CadastroNacional de Informações Sociais (CNIS) à fl. 106, sendo que a renda percebida pelo mesmo, segundo depoimento pessoalda recorrente, é de aproximadamente R$1.000,00 (um mil reais). Levando-se em consideração que os depoimentoscolhidos em audiência constataram que a lavoura da recorrente tem pequenas dimensões, sendo colhidasaproximadamente apenas 20 (vinte) sacas de café, e que, conforme Entrevista Rural à fl. 79, apenas o café écomercializado localmente, fica explícita a predominância da renda percebida pelo marido da recorrente em relação à rendafamiliar como um todo.

O trabalho urbano do marido por tanto tempo (com vínculos urbanos que vão desde 1980 até 2006) descaracteriza o regimede economia familiar, principalmente devido ao valor auferido pelo exercício de sua atividade, que foi o principal pilar desustento da família por todos estes anos. O trabalho do marido da recorrente como engenheiro agrônomo por vários anosfoi a “pedra de toque” que fez ruir o direito da recorrente de pleitear o benefício em regime de economia familiar.

Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a autora ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial, devendo o seu recurso ser improvido.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

61 - 2007.50.51.000247-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERICK TAVARESRIBEIRO.) x ALBANI DIAS DE ALMEIDA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.65/70, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou documentos hábeis à comprovação de atividade rural em regime de economiafamiliar, durante o período de carência exigido em lei. Por tal razão pugna pela reforma da sentença. A parte autora nãoapresentou contrarrazões.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48 §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar durante o tempo de carência necessário à obtenção do benefício. Como provas materiais do labor rural, constam asseguintes: Certidão de Casamento, realizado em 1975, qualificando o ex-cônjuge da autora como lavrador (fl.29); extratoINBEN, comprovando que seu atual companheiro também é aposentado por idade rural (fls.17 e 20); Contrato de ParceriaAgrícola (fl.38); Declaração de Sindicato Rural, em que consta a autora como meeira (fl.26); e carteira de filiação aosindicato (fl.31). Ademais, a prova documental produzida foi corroborada pelos depoimentos das testemunhas, que foramclaros e coerentes com as alegações da parte autora.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, a Súmula 06 da TNU enfatiza que aCertidão de Casamento capaz de evidenciar a condição de trabalhador rural do cônjuge se estende, também, a esposa,independente desta estar caracterizada como doméstica. Desta forma, por tudo que fora previamente argumentado, tomocomo razão de decidir os mesmos fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

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62 - 2007.50.51.002269-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRADE MELO.) x DULCINEA NASCIMENTO SPEROTTO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENEROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – IDADE MÍNIMA ECOMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL DURANTE O PERÍODO EQUIVALENTE À CARÊNCIA – REGIME DEECONOMIA FAMILIAR – INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.77/79 que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder à autora o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suasrazões recursais, que a autora não comprovou efetivo exercício de atividade rural pelo o prazo de carência exigido em lei,no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo. Alega, ainda, que a recorrida recebe pensão por mortedo seu esposo, enquadrado na condição de comerciário. Por fim, ressalta que as testemunhas foram contraditórias. Por taisrazões, pugna pela reforma da sentença.2. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins de recebimento de aposentadoria rural poridade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício deatividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.3. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos e, para que tal atividade se enquadre no regime de economiafamiliar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família seja indispensável à própria subsistência e aodesenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido em condições de mútua dependência ecolaboração, sem a utilização de empregados.4. No caso em tela, vislumbra-se que a partir da análise dos documentos carreados aos autos, verifica-se que a autoraexerceu atividade rural em regime de economia familiar pela carência exigida. Neste sentido, acostou os seguintesdocumentos: Certidão de Casamento, onde consta o marido da autora como lavrador (fl.27); Contrato de Parceria Agrícola(fl.24); Declaração de exercício de atividade rural de 1990 a 2001 emitida pelo Sindicato Rural (fl.22); Ficha da SecretariaMunicipal de Saúde, na qual consta a profissão da autora como lavradora (fl.26); Ficha de Matrícula Escolar, constando aprofissão da recorrida como lavradora (fl.25). Ademais, os depoimentos das testemunhas foram coerentes com asalegações da parte autora.5. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,como a prova material não passa de prova indiciária, segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, talcircunstância não pode obstar a percepção do benefício, já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não seexige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.6. Em que pese às alegações do recorrente, basta uma simples análise dos autos para se observar que a autora completoua idade de 55 anos em 2000, e, de acordo o art. 142/143 da LBPS, deveria comprovar o exercício da atividade rural por umperíodo mínimo de 114 meses, o que equivale a 09 (nove) anos e 06 (seis) meses. Todas as provas apresentadascorroboram para o preenchido dos requisitos para o deslinde da demanda. Logo, a autora faz jus à concessão daaposentadoria.7. Por fim, outro ponto levantado pela recorrente é o esposo da autora ser aposentando como contribuinte individualindustriário. A sentença a quo registrou de forma clara que “apesar de o marido da autora constar no CNIS como autônomo,as testemunhas afirmaram que o mesmo sempre foi trabalhador rural”. Além de as testemunhas terem confirmado que oesposo da recorrida nunca trabalhou fora da área rurícola, o INSS não trouxe nenhum documento que pudesse comprovaro vínculo empregatício do marido da autora ao meio urbano. Portanto, deve ser a sentença de piso mantida por seuspróprios fundamentos.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante nos autos e que passa a integrar o presente julgado.

63 - 2006.50.52.000902-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos FigueredoMarçal.) x LEONORA FERREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.67/70, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não comprovou o efetivo exercício de atividade pelo tempo da carência e a ausência de exercício,

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por parte da recorrida, de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício. Por tal razão,pugna pela reforma da sentença.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48 §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar durante o tempo de carência necessário à obtenção do benefício. Como provas materiais do labor rural, constam asseguintes: Certidão de Casamento, realizado em 1955, qualificando o cônjuge da autora como lavrador (fl.22); Declaraçãodo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mucurici – ES, onde consta a autora como meeira (fl.21); fichas de matrículasescolares dos filhos, constando a autora e seu cônjuge como lavradores (fl.26/31); Termo de Homologação de atividaderural do período entre 1987 a 1993 realizado pela recorrente (fl.16); extrato INFBEN, comprovando que o marido da autora éaposentado como segurado especial (fl.15). Ademais, a prova documental apresentada foi corroborada pelos depoimentosdas testemunhas, que foram claros e coerentes com as alegações da parte autora.4. Verifica-se que a autora completou 55 (cinquenta e cinco) anos de idade em 1992 (fl.11), logo, deveria comprovar 5(cinco) anos de exercício da atividade rural. Ao verificar as provas material e testemunhal carreadas, conclui-se o labor ruralpelo período de carência mínimo foi comprovado pela autora. O fato de a autora ter comprovado período de trabalhorurícola até 1993, não lhe retira a qualidade de segurada especial, visto que completou a idade mínima para receber obenefício em 1992, momento em que ainda trabalhava como rurícola. Portanto, a alegação de que o período de carênciaprovado não foi imediatamente anterior ao tempo do requerimento não prospera, uma vez que a autora preencheu todos osrequisitos para a obtenção do benefício.5. Desta forma, restando demonstrados todos os requisitos necessários para o deferimento da demanda, tomo como razãode decidir os mesmos fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado

64 - 2007.50.52.000369-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique VazFidalgo.) x BALBINA BATISTA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.41/43, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economia familiardurante o período de carência exigido em lei, imediatamente anterior ao requerimento administrativo do beneficio.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, acostou a seguinte documentação: Certidão deCasamento ocorrido em 1975 (fl.09), na qual consta a profissão do esposo da recorrida como lavrador; Contrato deComodato (fl.14); Ficha de Matrícula de filha, datada de 1987, constando a profissão da autora como lavradora (fl.15); Fichade Atendimento Médico demonstrando a profissão da recorrida como lavradora (fl.16). Ademais, a prova testemunhalcorroborou que a autora vive em meio rurícola e que sobrevive com o seu trabalho na roça, bem como a inspeção judicialfoi favorável à pretensão da parte autora.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Ao contrário do que afirma a autarquia previdenciária, as informações contidas nos autos, inclusive o depoimentotestemunhal, provam que a autora reside e labora no meio rural. A recorrente alega que a autora não convive com o seuesposo há tempo, o que é confirmado pelo depoimento pessoal da recorrida, e que, por isso, não é possível considerarcomo prova o registro de casamento. Entretanto, a autora desde quando se separou do seu marido, passou a viver napropriedade de seu irmão, na condição de comodatária. Como prova, anexou aos autos o Contrato de Comodato formalrealizado em 2006, mas desde 1983 havia um contrato verbal entre a recorrida e seu irmão, dono da terra. Outro destaqueimportante está no conhecimento por parte da autora com relação às atividades rurícolas, como ficou demonstrado emdepoimento.6. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria dos

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contratos e relações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,cumpre destacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material. É exatamente o que ocorre in casu. Destaforma, como presentes todos os requisitos necessários para o deferimento da demanda, tomo como razão de decidir osfundamentos da sentença.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em R$500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado

65 - 2006.50.51.001975-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira deMello.) x MARIA APARECIDA PEREIRA DE PAULA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.72/75, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economia familiardurante o período de carência exigido em lei.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, a autora carreou a seguinte: Carteira de filiação aoSindicato dos Trabalhadores Rurais de Iúna e Urupi, de 1997, em que consta como sua profissão de trabalhadora rural(fl.23) e extrato de pensão por morte de trabalhador rural que recebe desde 1989 (fl.66). Ademais, os depoimentos dastestemunhas foram coerentes e coesos com as alegações da parte autora, tendo afirmado que a mesma sempre foitrabalhadora rural.4. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria doscontratos e relações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,cumpre destacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material. É exatamente o que ocorre in casu.5. Desta forma, como presentes todos os requisitos necessários para a concessão da aposentadoria rural por idade, não háqualquer razão para a reforma da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00, nostermos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

66 - 2006.50.51.002266-0/01 ROMILDA SERPA (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – PROVA MATERIAL NÃO CORROBORADA POR PROVATESTEMUNHAL – IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.140/145, que julgou improcedenteo pleito autoral de concessão de aposentadoria por idade rural. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que semprelaborou no meio rural, existindo nos autos prova material e testemunhal que corroboram com tal informação. Requer, diantede tais argumentos, a reforma da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo período exigidoem lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.

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3. O requisito etário é ponto incontroverso nos autos. E, de fato, existem nos autos prova material do exercício de atividaderural pela parte autora. Ocorre que a prova material produzida deve ser corroborada por testemunhas, a fim de se confirmara atividade rural desempenhada em regime de economia familiar, daí a razão da designação de audiência.4. Neste sentido, verifico que as testemunhas prestaram seus depoimentos de maneira muito vaga e insegura, não sendocapazes de prestar informações suficientes para comprovação do labor rural exercido pela autora. As testemunhas nãoresponderam com segurança a maioria das perguntas feitas pela magistrada a quo; sabiam apenas que a autora morava napropriedade de Lauro Edivar Lopes, sem informar ao certo qual atividade exercida por ela.5. Ante o exposto, diante da não corroboração da prova documental através das testemunhas, não faz jus a autora aobenefício pleiteado. Por isso, não merece qualquer reforma a sentença ora impugnada, cujos argumentos utilizo comorazão de decidir.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

67 - 2007.50.51.000178-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERICK TAVARESRIBEIRO.) x ELZI HENRIQUES DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.52/55, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega a autarquia, emsuas razões recursais, que os documentos juntados pela recorrida não atestam o efetivo exercício de atividade rural duranteo período de carência. Afirma, ainda, que além do conjunto probatório documental ter sido frágil, tais provas não foramconfirmadas em audiência, haja vista presença de divergência entre os depoimentos. Por tais razões pugna pela reforma dasentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Neste sentido, acostou aos autos a seguinte documentação: Certidão de Casamento,realizado em 1965, em que consta o marido da autora como lavrador (fl.23); Carteira do Sindicato, de 1999, constando arecorrida como lavradora (fl.07); Certidão do Cartório de Registro de Imóveis, na qual consta a autora como proprietária deterras (fl.20); e Declaração de Sindicato Rural, na qual consta o esposo da autora como proprietário de terras, e o pai daautora como meeiro (fl.09). Ademais, diferente do que foi alegado pelo recorrente, os depoimentos das testemunhas foramclaros e coerentes com as alegações da parte autora.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, a Súmula 06 da TNU enfatiza que aCertidão de Casamento capaz de evidenciar a condição de trabalhador rural do cônjuge se estende, também, a esposa,independente desta estar caracterizada como doméstica. Desta forma, por tudo que fora argumentado, tomo como razãode decidir os fundamentos da sentença.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

68 - 2008.50.51.001483-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x MARLI MARQUES DA SILVA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – COMPROVAÇÃO DO REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR – CÔNJUGE COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO URBANO – NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DAQUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO

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CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.74/77, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou documentos hábeis à comprovação de atividade rural em regime de economiafamiliar, durante o período de carência exigido em lei. Aduz, ainda, que o cônjuge da autora exerceu atividades urbanas,razão pela qual a recorrida não faria jus ao beneficio pleiteado.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, acostou os seguintes documentos: Certidão deCasamento, realizado em 1985, onde consta o marido da autora como lavrador (fl.18); Contratos de Parceria datados desde2000, constando a autora como meeira (fls.26/27, 41/49); Declarações de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais; e Certidãode Nascimento de filho, ocorrido em 1994, na qual consta a profissão do esposo da recorrida como lavrador (fl.24).Ademais, os depoimentos das testemunhas foram coerentes com as alegações da parte autora, e a inspeção judicial feitapela magistrada a quo constatou a condição de trabalhadora rural da recorrida.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria doscontratos e das relações são informais. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,destaca-se que a Súmula 06 da TNU enfatiza que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material.6. Outro ponto levantado pela recorrente recai sobre a questão do esposo da autora ter exercido atividades urbanas. Arecorrente afirma que o marido da recorrida possui vínculos empregatícios urbanos de 1979 a 2007. Entretanto, é possívelse verificar que os trabalhos urbanos exercidos pelo esposo da recorrida são intercalados, não possuindo caráter depermanência. O período de maior duração se deu entre fevereiro de 1993 a abril de 1995, não comprometendo a condiçãode segurada especial da autora. Constata-se por intermédio do CNIS, que o esposo da recorrida, depois de se casar em1985, exerceu atividades urbanas em momentos descontínuos, o que não significa que ele parou de trabalhar no meio rural,pois poderia complementar sua renda em períodos nos quais não havia possibilidade de exercer o trabalho rurícola(entressafra).7. Por fim, cabe reproduzir trecho consignado na sentença de piso: “verifica-se que tanto a autora quanto o seu maridosempre tiveram por atividade principal o trabalho rural. O trabalho urbano do marido é esporádico e secundário” (fl.76).Diante do que fora explanado, resta irretocável a sentença proferida, cujos fundamentos podem ser utilizados para embasara presente decisão.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

69 - 2007.50.54.000987-0/01 EDITE BARBOSA DE DEUS (ADVOGADO: ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO,ROBNEI BATISTA DE BARROS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOCOSTA BUARQUE.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PERÍODO DE CARÊNCIA NÃOPREENCHIDO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.69/70, que julgou improcedente o pedidode concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que foi juntado aos autos iníciode prova material suficiente para atestar a atividade rural pelo período de carência exigido em lei. Pleiteia, assim, a reformada sentença.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº.8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).A recorrente juntou aos autos início de prova material: comprovante de alistamento eleitoral, em nome se seu esposo, emque consta a profissão de lavrador, do ano de 1989, fl. 14; Declaração de exercício de atividade rural do Sindicato de Barrade São Francisco, datada de 2006, fls. 15/16; além de Escritura de Compra e Venda em que o marido da mesma constacomo adquirente de um imóvel rural, em 1999, fls. 24/26; Certificados de Imóvel Rural, em que seu esposo figura comoproprietário ou posseiro individual, anos de 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, fl. 27/28. Ademais, os depoimentos dastestemunhas foram claros e coerentes com as alegações da parte autora.No que tange ao tempo de carência exigido, há comprovação do cumprimento dos 150 (cento e cinqüenta) meses exigíveis

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para obtenção do benefício de aposentadoria por idade rural, conforme tabela progressiva constante do artigo 142 da Lei8213, visto que implementou o requisito etário em 2006.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que a recorrente é beneficiária da Assistência JudiciáriaGratuita.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e quepassa a integrar o presente julgado.

70 - 2007.50.54.000765-3/01 MANOEL FERREIRA DA SILVA (ADVOGADO: JUAREZ RODRIGUES DE BARROS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – VÁRIOS VÍNCULOS URBANOS – NÃOPREENCHIMENTO DOS REQUISTOS – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.107/111, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de aposentadoria por idade rural. Alega o recorrente, em sede recursal, que existenos autos início de prova material suficiente para comprovação de sua qualidade de segurado especial. Pondera, ainda, quea atividade urbana exercida por ele não descaracteriza a existência do regime de economia familiar, motivo pelo qual pugnapela reforma da sentença.A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).O recorrente carreou início razoável de prova documental, quais sejam: carteirinha do sindicato dos trabalhadores, comdata da filiação em 1974 (fl.19) e contrato de parceria agrícola, firmado em 2002 (fls.81/83). A prova material, todavia, parafins de aposentadoria rural por idade, deve ser complementada por prova testemunhal que seja capaz de atestar o regimede economia familiar. Entretanto, não restou comprovado que o labor rural era indispensável para sobrevivência da família,requisito essencial para qualificação do autor como segurado especial.

Como bem salientado pelo recorrente, os vínculos urbanos firmados por ele não retiram, por si só, sua condição desegurado especial. É imperativo, contudo, a configuração do regime de economia familiar, cujo conceito está presente noartigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dosmembros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência ecolaboração, sem a utilização de empregados”, o que não ocorreu no presente caso. Como se extrai do CNIS (fls.92 e 96),o recorrente teve vários vínculos urbanos entre os anos de 1977 e 2005, bem como, sua esposa entre os anos de 1977 e1986. Igualmente, as testemunhas ouvidas, embora tenham afirmado conhecer o recorrente há muitos anos, não foramseguros e uníssonos quanto à vida laboral do mesmo.

Diante desta ótica, se conclui que o trabalho agrícola não era indispensável à subsistência do núcleo familiar da parteautora, ante os inúmeros vínculos empregatícios urbanos firmados pelo recorrente. Assim, tomo como razão de decidir osmesmos fundamentos da sentença.

Sentença mantida. Recurso conhecido e provido.

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

71 - 2006.50.52.000926-3/01 LUZIA BISSARO NEGRIS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO – ALUGUEL DE IMÓVEL URBANO – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedenteo seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que, com relação à falta de calos nas mãos, amesma afirmou ter deixado de trabalhar pelo fato de ter quebrado sua mão. Apesar disso, a autora reitera que já cumpriu o

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período de carência exigido pela lei.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), devecomprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopostulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91.

Ocorre que, apesar de a recorrente alegar que exerceu atividade de trabalhadora rural em regime de economia familiar,tem-se que tal alegação não merece prosperar. Documentos trazidos aos autos demonstram que o seu marido exerceuatividade urbana entre 1975 e 1976 (fl.32) e o documento de fl.30 comprova que o mesmo contribuía para a PrevidênciaSocial na condição de autônomo, chegando a se aposentar por tempo de contribuição como comerciário (fl.31), o quedemonstra que o marido da recorrente laborou no meio urbano por muito tempo.

Ademais, em depoimento colhido em audiência, a recorrente afirmou que possui uma casa em São Mateus, onde moramatualmente, e que esta casa anteriormente fora alugada, sendo a renda proveniente do aluguel voltada para o sustento dafamília. Uma das testemunhas chegou a dizer que a recorrente possui um prédio de dois andares, sendo o andar de baixoalugado e o de cima utilizado para moradia da mesma. A referida testemunha ainda disse que o marido da recorrentetrabalhou como pedreiro por 10 a 15 anos, o que corrobora o que foi dito acima sobre a atividade urbana deste.

Tudo isso demonstra que as principais fontes de renda da família foram provenientes da atividade urbana do marido daautora e dos aluguéis de uma das residências da autora, o que descaracteriza o regime de economia.

Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a autora ao recebimento de aposentadoria rural por idade, naqualidade de segurada especial, devendo o seu recurso ser improvido.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

72 - 2003.50.52.000362-4/01 ADENAYDE RUFINO LUGAO (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – NÃO COMPROVAÇÃO DE EXERCÍCIO DE LABORRURAL PELO TEMPO CORRESPONDENTE À CARÊNCIA DO BENEFÍCIO PLEITEADO – INSUFICIÊNCIA DE PROVAMATERIAL CONTEMPORÂNEA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedenteo seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que, antes de completar a idade para se aposentar,exercia atividade rural e que, após essa idade, continuou trabalhando na agricultura. Ademais, a recorrente entende que osdocumentos juntados aos autos configuram prova material suficiente a fim de caracterizá-la como segurada especial, já queé permitida a descontinuidade na comprovação do labor rural. Por fim, alega que a prova testemunhal corrobora o conteúdodocumental.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, nos termos do art. 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), devecomprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopostulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91. Ocorre que, pelo

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conjunto probatório acostado aos autos, tem-se que não restou demonstrado documentalmente o tempo de atividade ruralpela recorrente para fins de concessão da aposentadoria pleiteada.

A Certidão de Casamento da autora, datada de janeiro de 1976, deve ser afastada como início de prova material. Apesar deconstar a profissão de seu marido como sendo a de agricultor, a autora há muitos anos encontra-se separada de seucônjuge, tendo, inclusive, passado a conviver com outra pessoa desde o final da década de 70.

Além disso, o Contrato de Parceria firmado entre a recorrente e o Sr. Carlos Degasperi, ao que tudo indica, está eivado devícios. A recorrente, ao pleitear em 2002 o benefício previdenciário em sede administrativa, obteve êxito com base noreferido contrato. Ocorre que, em decorrência de uma denúncia feita pelo filho do Sr. Carlos, de que este não teriaconhecimento do teor do aludido contrato, o INSS realizou diligências no sentido de investigar tal denúncia, o que foi feito,respeitando-se os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

Nas diligências administrativas efetuadas pelo INSS, ficou constatado que a recorrente morou na cidade de Nova Venéciapor muitos anos, e que conviveu maritalmente com o Sr. Ricardo Degasperi por mais de 20 anos; o referido companheiro darecorrente, à época da diligência administrativa, quando ainda moravam juntos, chegou a informar que possuía cinco lotes esete casas e que algumas estavam alugadas, dando a entender que a recorrente também vivia da renda desses aluguéis. Apesquisa também constatou que a recorrente está separada do Sr. Ricardo há alguns anos, mas que reside em uma dascasas de propriedade do ex-companheiro, onde cultiva uma pequena horta.

Assim, em virtude da denúncia realizada e do resultado das diligências efetuadas pela autarquia previdenciária, o Contratode Parceria firmado não pode ser utilizado como início de prova, para fins de comprovação de atividade rural. O próprio Sr.Carlos Degasperi, que firmou o contrato com a requerente, disse, conforme pertinentemente assinalado na sentençaproferida (fl.290), que “apenas assinou os contratos de parceria de período de 1988 a 1993 (exatamente o período decarência) e de 1993 a 2002 ‘na confiança’ da autora, sequer lendo (folhas 123/124 c/c folhas 205/206), acreditando estardeclarando o período em que a demandante teria trabalhado para ele na ‘panha’ do café, antes de ela se mudar para NovaVenécia, há mais de vinte anos atrás (SIC)”.

Ademais, por mais que se admita como verídico o fato da demandante ter trabalhado nas terras do Sr. Carlos Degaspericomo diarista, antes de morar em Nova Venécia, este tempo não serviria para cômputo, já que, como a mesma se mudoupara Nova Venécia entre 1979/1980, a atividade rural seria muito anterior ao ano de 1993, ano em que a recorrentecompletou o requisito etário para pleitear a aposentadoria rural por idade na condição de segurada especial.

Os demais trabalhos supostamente realizados pela recorrente também não podem servir para cômputo de tempo deatividade rural, já que não há nos autos documento algum que comprove a realização destes trabalhos, sendo insuficientes,nas circunstâncias aqui presentes, os depoimentos colhidos em audiência, já que os mesmos têm apenas a função decomplementar prova documental.

Dessa forma, a recorrente não comprovou o período de cinco anos e seis meses (por ter completado 55 anos em 1993)exigidos para a sua aposentadoria, já que todas as informações constantes dos autos demonstram que a mesma nãocumpriu os requisitos para receber a aposentadoria por idade pleiteada, na qualidade de segurada especial, devendo o seurecurso ser improvido.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente serbeneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

73 - 2007.50.54.000565-6/01 LUSIANO RICARDO HOFFMANN (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUESOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDADOMINGUES CARVALHO, MARCOS JOSÉ DE JESUS, THIAGO COSTA BOLZANI.).EMENTAPREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – ELEVADA RENDA MENSAL – PROPRIEDADE SUPERIOR A QUATRO MÓDULOS FISCAIS - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.89/91, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de aposentadoria por idade rural. Alega o recorrente, em sede recursal, que agrande extensão da propriedade não pode desqualificar sua condição de segurado especial, pois o grupo familiar labora emregime de economia familiar.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48 §1º).2. De fato, existem nos autos indícios do exercício de atividade rural pela parte autora, tais como: certidão de casamento,

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constando a profissão do autor como lavrador (fl.13); Escritura Pública de Doação de Imóvel Rural, onde consta a profissãode lavrador do recorrente; CCIR e ITR (fls. 50/56). Entretanto, não restou comprovado que o labor rural era exercido emregime de economia familiar.3. O regime de economia familiar pode ser conceituado como aquele em que o trabalho dos membros da família éindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições demútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes, conforme parágrafo primeiro do artigo 11da Lei de Benefícios. Como se extrai do documento de fl. 59, o autor possui uma área de terreno agrícola de 1.305.420 m2(um milhão, trezentos e cinco mil e quatrocentos e vinte metros quadrados). Ademais, de acordo com entrevista prestadapela esposa do recorrente em processo administrativo (fls.22/23), apurou-se que efetivamente havia contratação detrabalhadores para a realização do trabalho de produção. Ademais, afirmou que possui 150 cabeças de gado, númerobastante expressivo, e que aluga pasto. Outrossim, o documento do INCRA (fl.57) enquadra o autor como empregadorrural. Diante desta ótica, não se pode conceber, in casu, que a atividade rural era exercida em regime de economia familiar,mediante ao que fora acima explanado.4. Sobre a extensão da propriedade do autor, importa destacar que tal situação por si só não impossibilita a qualificação domesmo como segurado especial, desde que presente a totalidade dos requisitos necessários, como bem salientado peloautor no recurso, ora analisado. Entendimento pacificado na TNU e nas Cortes superiores.PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. CARACTERIZAÇÃO. IMÓVEL COMDIMENSÕES SUPERIORES A DOIS MÓDULOS RURAIS.1. O fato de o imóvel ser superior a dois módulos rurais não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário comosegurado especial, desde que reste comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar (Súmula nº.30 da TNU, precedentes do STJ).2. Incidente de Uniformização conhecido e improvido. (TNU – Processo 200443009027480 – Relatora Maria Divina Vitória -DJU 14/03/2008)5. Não obstante, como o regime de economia familiar restou descaracterizado, em virtude do volume da produção, dacontratação de empregados fixos e do número de cabeças de gado que possui, o mesmo não faz jus ao benefíciopleiteado. Sendo assim, tomo como razão de decidir os mesmos fundamentos da sentença recorrida.6. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e quepassa a integrar o presente julgado.

74 - 2008.50.51.000616-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x ANA LEITE BARBOSA (ADVOGADO: SALERMO SALES DE OLIVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.83/86, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economia familiardurante o período de carência exigido em lei. Afirma, ainda, que uma testemunha arrolada declarou em processoadministrativo que a autora contratava pessoas para trabalhar na propriedade.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, a autora traz aos autos: Certidão de Casamento,onde consta seu marido como lavrador (fl.13); Ficha de Inscrição no Sindicato de Trabalhadores Rurais em 2000 (fl.14);Carteira do Sindicato Rural (fl.15); e Certidão do INCRA (fls.29/30). Ademais, os depoimentos das testemunhas foramcoerentes e coesos com as alegações da recorrente, afirmando que esta sempre foi trabalhadora rural.4. Ao contrário do que afirma a autarquia previdenciária, as informações contidas nos autos e a prova testemunhal provamque a autora labora em meio rural.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria doscontratos e relações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,cumpre destacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material. É exatamente o que ocorre in casu.6. Além disso, a recorrente também alega que, pelo fato de a autora contratar empregados, haveria impossibilidade decaracterização do regime de economia familiar. Contudo, inexiste nos autos qualquer prova que possa corroborar talalegação. Ao ser perguntada quanto à contratação de pessoas para trabalhar em sua propriedade, a autora responde queraramente isso ocorre. Nesse sentido, sabe-se que isso não descaracterizaria o regime de economia familiar, pois, deacordo o art. 11, VII, da Lei 8.213/91, é possível que o segurado especial obtenha auxílio eventual de terceiros. Logo, não

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deve prosperar a alegação recursal da recorrente, de que, por haver contratação de trabalhadores periódicos, restadescaracterizada a condição de segurada especial da autora.7. Desta forma, como presentes todos os requisitos necessários para o deferimento da demanda, tomo como razão dedecidir os fundamentos da sentença.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

75 - 2008.50.51.000456-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x SEBASTIANA DE SOUZA LOUZADA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADA ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.50/53, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega a autarquia, emsuas razões recursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economiafamiliar durante o período de carência exigido em lei. Afirma, ainda, que o marido da recorrida é aposentado comocontribuinte individual desde 1983, o que impede a condição de segurada especial.2. A concessão do benefício aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostospela Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhadorrural 60 anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Como prova material do labor rural, a autora traz aos autos: Certidão de Casamento,onde consta seu marido como lavrador (fl.13); Escritura de Compra e Venda realizada em 1985, constando o esposo daautora como comprador de propriedade rural (fls.17/18); recibos de pagamento de contribuição sindical (fls.14/15); e ITR’sda propriedade (fls.20/27). Ademais, os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos com as alegações darecorrida, confirmando que esta sempre foi trabalhadora rural.4. Ao contrário do que afirma a autarquia previdenciária, as informações contidas nos autos, inclusive o depoimentotestemunhal, provam que a autora labora em meio rural.5. Não obstante a recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria doscontratos e relações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,cumpre destacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material. É exatamente o que ocorre in casu.6. Quanto ao fato de o marido da autora ser aposentado como contribuinte individual desde 1983 (fl.36), não é suficientepara descaracterizar a autora como segurada especial. Isso porque o valor do benefício recebido pelo marido é baixo, e arenda obtida com o trabalho no campo é indispensável para a sobrevivência da família.7. Desta forma, como presentes todos os requisitos necessários para o deferimento da demanda, não merece qualquerreforma a sentença prolatada pelo magistrado a quo.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

76 - 2009.50.54.000030-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique VazFidalgo.) x AYRTON RODRIGUES PEREIRA (ADVOGADO: ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO, ROBNEI BATISTADE BARROS.).E M E N T A

Page 61: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · encanada e rede de esgoto, com móveis essenciais em bom estado de conservação). Não restou demonstrada a situação

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.64/68, que julgou procedente o pedidoinicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia, em suas razõesrecursais, que a autora não apresentou prova material capaz de atestar o labor rural em regime de economia familiardurante o período de carência exigido em lei, imediatamente anterior ao requerimento administrativo do beneficio. A parteautora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A concessão da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado especial, atender a carência e, ainda, ter o trabalhador rural 60anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).3. Ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que a autora exerceu atividade rural em regime de economiafamiliar pela carência necessária. Apresentou os seguintes documentos: Certidão de Casamento, realizado em 2006, emque consta o autor como lavrador (fl. 10); Certidão de Nascimento da filha do autor, ocorrido em 1985, na qual consta suaprofissão como lavrador (fl.12); comprovante de filiação ao Sindicato de Trabalhadores Rurais em 1996 (fl.13); e Contratode Parceria Agrícola, em que consta o recorrido como parceiro outorgado (fl.25). Ademais, a prova documental foicorroborada pelos depoimentos das testemunhas, que foram claros e coerentes com as alegações da parte autora.4. De fato, os documentos apresentados não abrangem todo o período em que a autora afirma ter trabalhado. Contudo,segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, tal circunstância não pode obstar a percepção do benefício,já que “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todoo período equivalente à carência do benefício”.5. Não obstante o recorrente contestar a capacidade valorativa do conjunto probatório, em se tratando de labor rural,deve-se ter em mente as adversidades encontradas para produção de prova material, pois, como se sabe, a maioria doscontratos e relações não são transcritas. Neste sentido, sobre a capacidade probatória dos documentos apresentados,cumpre destacar que a Súmula 06 da TNU esclarece que qualquer documento idôneo, capaz de evidenciar a condição detrabalhador rural, pode ser utilizado como início suficiente de prova material.6. Desta forma, restando cumpridos todos os requisitos necessários para a concessão do benefício pleiteado, tomo comorazão de decidir os fundamentos da sentença.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado

Dar parcial provimentoTotal 4 : Dar provimentoTotal 10 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Negar provimentoTotal 60 : Rejeitar os embargosTotal 1 :