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JULIANA ALVES DA COSTA
INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES MODELOS DE
AGRICULTURA FAMILIAR NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO
Serra Talhada-PE
2016
JULIANA ALVES DA COSTA
INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES MODELOS DE
AGRICULTURA FAMILIAR NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal, para obtenção do título de
Mestre em Produção Vegetal.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Alexandre Tavares da Rocha
CO-ORIENTADORES: Profa. Dra. Izabel Cristina de Luna Galindo
Profa. Dra. Rossanna Barbosa Pragana
Serra Talhada-PE
2016
Ficha catalográfica
C837i Costa, Juliana Alves da
Indicadores de qualidade do solo em diferentes modelos de
agricultura familiar no semiárido pernambucano / Juliana Alves da
Costa. – Recife, 2016.
69 f. : il.
Orientador: Alexandre Tavares da Rocha.
Dissertação (Mestrado em Produção vegetal) – Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra
Talhada, Serra Talhada, 2016.
Referências.
1. Semiárido 2. Qualidade do solo 3. Agricultura familiar
4. Sustentabilidade agrícola I. Rocha, Alexandre Tavares da,
orientador II. Título
CDD 631.522
JULIANA ALVES DA COSTA
INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO EM DIFERENTES MODELOS DE
AGRICULTURA FAMILIAR NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica
de Serra Talhada, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
APROVADO em
Banca Examinadora
_______________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Tavares da Rocha – UAG/UFRPE
Orientador
_______________________________________________
Profa. Dra. Carolina Etienne de Rosália e Silva Santos– DEPA/UFRPE
Examinador Interno
_______________________________________________
Profa. Dra. Izabel Cristina de Luna Galindo–
DEPA/UFRPE Examinador Externo
_______________________________________________
Profa. Dra. Rossanna Barbosa Pragana UAST/UFRPE Examinador Externo
DEDICATÓRIA
- A Deus, pela fé que me mantém viva e fiel à
vida honesta de trabalho e de estudo;
- A minha família que sempre entendeu a minha
ausência nos muitos momentos desde que
ingressei no mestrado, ate a conclusão desta
dissertação;
- A todos os professores e alunos que
participaram dessa pesquisa;
- Ao programa de pós-graduação da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada- UAST/UFRPE,
por acreditar no meu profissionalismo.
AGRADECIMENTOS
Com a conclusão desta etapa acadêmica, externo meus agradecimentos a todos que, de
uma forma ou outra, contribuíram na elaboração deste trabalho. Assim sendo, ficam meus
agradecimentos.
A Deus por ter me dado forças para seguir em frente diante das dificuldades da vida,
aos meus pais pelo exemplo de garra e determinação, por ensinar-me o sentido da família, do
amor e da importância que a educação tem em nossas vidas;
Às minhas irmãs, Gerlane, Gilmara e Jaqueline, por acreditarem no meu trabalho e na
minha capacidade de vencer, assim como aos meus sobrinhos Raiane, Raissa, João Victor e
Ana Júlia.
Ao professor Mateus Rosas Ribeiro (in memorian) por sempre ter acreditado no meu
potencial e ter guiado meus passos nos caminhos da ciência do solo.
Ao professor Alexandre Tavares da Rocha pela orientação constante, pela confiança
depositada em mim, pelo carinho e por saber ouvir pacientemente todas as dificuldades
encontradas.
As professoras Izabel Galindo e Rossanna Pragana que, com o jeito carinhoso de
serem, tornaram-se bem mais que co-orientadoras, tornaram-se amigas, agradeço pelas
valiosas sugestões, criticas, incentivo e apoio, sempre bem vindos e aplicados.
Aos professores da Unidade Acadêmica de Serra Talhada por todo apoio recebido,
pelos conhecimentos compartilhados e incentivos durante o mestrado.
Agradeço também aos alunos Carolina Azevedo, Renata Vieira, Marcondes Souza e
Davi Tavares que foram imprescindíveis para o desenvolvimento deste trabalho e por terem se
tornado amigos.
Aos amigos de mestrado Ygor Henrique (Maninho), por ter me acolhido como irmã,
além de ter compartilhado momentos inesquecíveis; Natalia Bandeiras; Tereza D’Avila;
Jucilene e outros, por terem sido partes importantes durante o tempo do mestrado.
Aos produtores agroecológicos do Carro Quebrado, em especial a família do Senhor
Milton, pela determinação, pela ajuda nunca negada, pelo carinho sempre oferecido e por
terem se tornado amigos inesquecíveis;
Agradeço também a CAPES, pelo apoio financeiro para o desenvolvimento deste
trabalho.
Agradeço também a todos os amigos (novos e antigos), que sempre me apoiaram e
fizeram parte da minha vida.
“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que
possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus
ideais”.
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho objetivou avaliar as mudanças ocorridas em atributos físicos, químicos e
biológicos, usado como indicadores da qualidade do solo, em áreas de agricultura familiar no
Sertão do Pajeú. O estudo foi desenvolvido no Sítio Carro Quebrado, no semiárido de
Pernambuco. Nessa localidade, foram selecionadas áreas com distintos manejos de solo e
cultivos, que foram comparadas com áreas de vegetação nativa secundária da região. As áreas
com diferentes usos definiram os seguintes tratamentos: Área de vegetação nativa (VN); 3
diferentes sistemas de manejo agroflorestal (SAF1, SAF2,SAF3) com mais de 15 anos de
implantação; 2 áreas de plantio tradicional cultivadas com Mandioca (MAN) e Laranja
(LAR); 1 área de Cana-de-açúcar (CANA) e 1 área em pousio (POUSIO), totalizando oito
tratamentos. Em cada tratamento foram coletadas três amostras compostas nas profundidades
de 0-10 cm e 10-20 cm para a caracterização física e química das áreas, e na profundidade de
0-5 cm para as avaliações dos atributos biológicos ao longo do tempo. As características
físicas e químicas dos solos avaliados foram a textura, densidade do solo, densidade da
partícula, porosidade, pH, acidez potencial, cátions trocáveis , carbono orgânico total e
fósforo disponível. Os atributos biológicos determinados foram a respiração basal, carbono da
biomassa microbiana, quociente metabólico e microbiano e frações do carbono orgânico do
solo. Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva, análise de variância e testes
de comparações de médias (P˃ 0,05). Adicionalmente foi aplicada a análise multivariada para
a seleção de grupos de variáveis capazes de refletir diferenças quanto ao manejo adotado.
Com base nas análises realizadas, observou-se que as áreas sob manejos conservacionistas
apresentaram uma melhor qualidade do solo em relação às áreas manejadas de forma
convencional. As variáveis densidade e porosidade do solo, carbono orgânico total, respiração
basal e quociente microbiano se destacaram na avaliação, permitindo constatar que o uso
intenso do solo está diretamente relacionado à redução da qualidade, além de se apresentarem
bastante sensíveis a variações ambientais decorrente do manejo.
Palavras-chave: Semiárido, Qualidade do solo, Agricultura familiar, Sustentabilidade
agrícola.
ABSTRACT
This study aimed to evaluate changes in physical, chemical and biological attributes, used as
indicators of soil quality in areas of smallholder farming pratices in the Pajeú. The study was
conducted on the Broken-Car locality, in the semiarid region of Pernambuco. In this location,
areas were selected with different managements of soil and crops, which were compared with
areas of secondary native vegetation of the region. The areas with different uses defined the
following treatments: Area under native vegetation (VN); 3 different agroforestry systems
(SAF1, SAF2, SAF3) with over 15 years of implementation; 2 areas of traditional cultivation
with Cassava (MAN) and Orange (LAR); 1 area of cane sugar (CANA) and 1 area of
uncultivated land (POUSIO),, totaling eight treatments. In each treatment were collected three
composite samples at 0-10 cm and 10-20 cm for physical and chemical characterization of
areas and depth of 0-5 cm for the evaluation of biological attributes over time . The physical
and chemical characteristics of soils were evaluated texture, bulk density, particle density,
porosity, pH, potential acidity, exchangeable cations, total organic carbon and available
phosphorus. The biological attributes determined were the basal respiration, microbial
biomass carbon, metabolic and microbial quotient and soil organic carbon fractions. The data
were submitted to descriptive statistics, analysis of variance and means comparison test (p
0.05). Additionally was applied to multivariate analysis for selecting groups of variables able
to reflect differences in the adopted management. Based on the analyzes, it was observed that
the areas under conservation managements showed a better soil quality compared to
conventionally managed areas. The variable density and soil porosity, total organic carbon,
basal respiration and microbial quotient stood out in the evaluation, allowing see that the
intense land use is directly related to the reduction in quality, and appeared to be very
sensitive to environmental changes resulting from management .
Keywords: Semiarid, soil quality, family farming, agricultural sustainability.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Dados pluviométricos das áreas circunvizinhas às áreas do estudo .......................... 24
Figura 2. Fotos dos tratamentos ................................................................................................ 26
Figura 3. Localização das áreas de coleta no Sítio carro quebrado em imagens de
satélite ....................................................................................................................................... 27
Figura 4. Dendograma da análise de Cluster dos tratamentos estudados para os atributos
físicos ........................................................................................................................................ 33
Figura 5. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos físicos do solo na profundidade de
0-20 cm .................................................................................................................................... 35
Figura 6. Diagrama de ordenação dos componentes principais dos atributos físicos para os
tratamentos nas profundidades de 0-10 cm e de 10-20 cm ...................................................... 36
Figura 7. Dendograma da análise de Cluster dos tratamentos estudados para os atributos
químicos ................................................................................................................................... 39
Figura 8. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos químicos dos solos na profundidade
de 0-20 cm ................................................................................................................................ 40
Figura 9. Diagrama de ordenação dos componentes principais dos atributos químicos para os
tratamentos nas profundidades de 0-10 cm e de 10-20 cm ....................................................... 41
Figura 10. Dendograma da análise de Cluster dos tratamentos em relação às variáveis
microbiológicas, RBM, CBM, qCO2 e qMIC nas quatro coletas ............................................. 47
Figura 11. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos microbiológicos RBM,CBM,
qCO2 e qMIC nas quatro coletas .............................................................................................. 50
Figura 12. Diagrama de ordenação dos componentes principais para às variáveis
microbiológicas RBM, CBM, qCO2 e qMIC em relação as quatro coletas. ............................ 51
Figura 13. Dendograma da análise de Cluster dos tratamentos em relação às variáveis da
matéria orgânica, COT, F1, F2, F3 e F4 nas quatro coletas ..................................................... 55
Figura 14 Diagrama de projeção dos vetores dos atributos da matéria orgânica, COT, F1, F2,
F3 e F4 nas quatro coletas. ....................................................................................................... 57
Figura 15 Diagrama de ordenação dos componentes principais para às variáveis da matéria
orgânica, COT, F1, F2, F3 e F4 nas quatro coletas. ................................................................. 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Propriedades físicas dos solos estudados .................................................................. 31
Tabela 2. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos físicos para os
tratamentos estudados. .............................................................................................................. 33
Tabela 3 Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos físicos na profundidade de 0-20 cm ............ 34
Tabela 4. Propriedades químicas dos solos estudados ............................................................. 37
Tabela 5. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos químicos para os
tratamentos estudados. .............................................................................................................. 39
Tabela 6. Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos químicos na profundidade de 0-20 cm. ....... 40
Tabela 7. Interação entre as variáveis microbiológicas e o tempo de coleta ............................ 44
Tabela 8. Carbono da biomassa microbiana ............................................................................. 46
Tabela 9. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos microbiológico
para os tratamentos estudados nas quatro coletas. .................................................................... 48
Tabela 10. Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos microbiológicos na profundidade de 0-5 cm
nas quatro coletas...................................................................................................................... 48
Tabela 11. Interação entre as variáveis das frações do carbono orgânico oxidável e o tempo de
coleta ......................................................................................................................................... 53
Tabela 12. Frações do carbono orgânico oxidável ................................................................... 54
Tabela 13. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos da matéria
orgânica para os tratamentos estudados nas quatro coletas ...................................................... 56
Tabela 14. Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos da matéria orgânica na profundidade de 0-5
cm nas quatro coletas .............................................................................................................. 56
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 16
2.1 PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DOS SOLOS DO SEMIÁRIDO .............................. 16
2.2 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO ................................................................ 18
2.2.1 Atributos físicos do solo .................................................................................................. 19
2.2.2 Atributos químicos do solo .............................................................................................. 20
2.2.3 Atributos biológicos do solo ............................................................................................ 21
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 23
3.1 CARACTERIZAÇÕES DAS ÁREAS DE ESTUDO ........................................................ 23
3.2 ESTRATEGIA EXPERIMENTAL .................................................................................... 24
3.3 AMOSTRAGEM ................................................................................................................ 27
3.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DOS SOLOS ........ 27
3.4.1 Análises físicas ................................................................................................................ 27
3.4.2 Análises químicas ............................................................................................................ 28
3.4.3 Análises microbiológicas ................................................................................................. 28
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ............................................................................................ 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 30
4.1 ATRIBUTOS FÍSICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS ...................................................... 30
4.2 ATRIBUTOS QUÍMICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS ................................................. 36
4.3 ATRIBUTOS MICROBIOLOGICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS ............................... 42
4.4 FRAÇÕES DO CARBONO ORGÃNICO OXIDAVEL ................................................... 52
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 59
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 60
15
1 - INTRODUÇÃO
O Semiárido brasileiro é caracterizado por possuir, um clima seco e quente com baixo
índice pluviométrico e solos com baixo aporte de matéria orgânica, desta forma as populações
residentes nessas regiões necessitam de alternativas para conviver com a seca. A caatinga
apresenta uma infinidade de recursos energéticos, fauna diversificada e uma vegetação que
tem múltiplas funções (INSA, 2011; ALVES, et al., 2014).
No semiárido nordestino, a agricultura de sequeiro, pecuária extensiva, entre outras
práticas frequentemente utilizadas vêm ocasionando e agravando a degradação dos recursos
naturais, especialmente a redução da fertilidade do solo, provocada por processos erosivos,
aliada também aos longos períodos de estiagem (SALIN, et al., 2012). Essas degradações
muitas vezes são irreversíveis e acarretam no abandono das terras (TRAVASSO & SOUZA,
2011).
Nos últimos anos, alguns agricultores familiares, na tentativa de buscar alternativas
que minimizem os efeitos das ações ambientais e antrópicas na região semiárida, vêm
adotando sistemas agroflorestais e práticas conservacionistas a fim de preservar as condições
do solo mais próxima das naturais. As diversidades de culturas desses sistemas propiciam um
maior e contínuo aporte de matéria orgânica, o que melhora as propriedades físicas, químicas
e biológicas do solo (PEZARICO et al., 2013; FEIDEN, 2009).
Para quantificar as alterações do solo provocadas pelos diferentes sistemas de manejo
têm-se utilizado os atributos físicos, químicos e biológicos como indicadores de qualidade do
solo. Esses indicadores permitem o monitoramento das mudanças ocorridas nas propriedades
e nos processos do solo e, consequentemente, na sustentabilidade e na qualidade ambiental,
que podem ocorrer no tempo em resposta ao uso das terras e práticas de manejo adotadas.
Essas avaliações são realizadas de forma sistêmica, permitindo assim a compreensão da
capacidade de um determinado solo em desenvolver múltiplas funções no ambiente,
mantendo a sustentabilidade do ecossistema (VEZZANI & MIELNICZUK, 2009; NEVES et
al., 2007; KARLEN et al., 1994 ; DORAN & PARKIN,1994).
Assim o objetivo do trabalho foi avaliar diferentes sistemas de manejo por meio dos
atributos físicos, químicos e biológicos indicadores da qualidade do solo em áreas de
agricultura familiar submetidas a diferentes modelos de exploração agrícola.
16
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 - PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO NOS SOLOS DO SEMIÁRIDO
O Semiárido brasileiro ocupa uma extensão de aproximadamente 980.133 km2, que
representa cerca de 64% do território nordestino, contabilizando 1.135 municípios
distribuídos no espaço geográfico de nove unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. Nesse espaço
reside uma população de 22.598.318 habitantes, representando aproximadamente 12% da
população brasileira, superando assim as regiões Norte e Centro-Oeste (INSA, 2011).
A região semiárida do nordeste brasileiro é caracterizada por apresentar elevadas
temperaturas, precipitação pluviométrica irregular, evapotranspiração alta e baixa produção de
fitomassa. Os solos da região apresentam em geral boa fertilidade natural, porém em sua
maioria, são rasos e pedregosos, com exceção dos que estão localizados em áreas de
pedosedimentação aluvional, localizados em áreas mais planas, apresentando-se com maior
profundidade e textura mais argilosa, o que confere uma maior retenção de água (LEITE,
SANTOS & GOMES, 2011). Os índices médios anuais de precipitação do semiárido não
ultrapassam 800 mm, porém, algumas regiões apresentam microclimas específicos, elevando
assim os valores de precipitação para aproximadamente 1500 mm. Deste modo, a
variabilidade e a escassez das chuvas são consideradas como os principais fatores limitantes
para a atividade agropecuária em algumas regiões (ARAÚJO, 2011; MOURA et al., 2007).
A vegetação típica do Semiárido brasileiro, a caatinga, é caracterizada como
formações xerófilas, lenhosas, tipicamente tropófilas (decíduas), em geral espinhosas, com
presença de plantas de caules e raízes suculentas que armazenam água e nutrientes, variando
do padrão arbóreo ao arbustivo e com estrato herbáceo estacional (ANDRADE-LIMA, 1981).
Fitossociologicamente a vegetação é determinada por variações no relevo, pelo tipo de solo, e
pela pluviosidade (ANDRADE- LIMA, 1981; ARAÚJO FILHO & CARVALHO, 1997;
EMBRAPA, 2007).
A região semiárida não apresenta características únicas, ou seja, em sua total extensão
podemos encontrar espaços com diferentes graus de semiaridez, além de espaços úmidos e
subumidos. Essas regiões privilegiadas são conhecidas como áreas de exceção do semiárido
ou como “brejos”, pois diferem das áreas circunvizinhas, por possuírem como condicionante
principal o relevo, o qual possibilita a formação de mesoclimas diferenciados (LINS, 1989).
17
Segundo Andrade - Lima (1981) as áreas de exceção do semiárido, são assim denominadas
por serem relativamente úmidas e inseridas no universo seco do Nordeste, com condições
agroecológicas privilegiadas, refletidas nos elevados potenciais dos ecos e agrossistemas,
particularmente com aproveitamento agrícola diversificado.
A caatinga possui uma grande diversidade quando comparada a qualquer outro bioma
do mundo sob condições iguais de clima e de solo, porém é o terceiro bioma mais degradado
do Brasil, perdendo apenas para a Floresta Atlântica e o Cerrado (MYERS et al., 2000;
BRASIL, 2002). Estima-se que 80% da vegetação foram modificadas devido ao extrativismo
e à agropecuária (ARAÚJO FILHO, 1996). Segundo Sampaio & Salcedo (1997) a caatinga
apresenta uma fragilidade natural, devido aos processos constantes de queima e corte a que é
frequentemente submetida, porém a mesma apresenta certa resiliência a esses fatores.
No semiárido nordestino, a degradação dos recursos naturais vem sendo provocada por
diversos fatores, tais como aumento na intensidade do uso do solo, redução da cobertura
vegetal nativa, exploração agrícola baseada na agricultura familiar, tendo a agricultura de
sequeiro e a pecuária extensiva como suas principais atividades, e a utilização de técnicas de
irrigação inadequadas (MENEZES et al., 2012a; MENEZES et al., 2012b ; MATSUSHITA,
XU & FUKUSHIMA, 2006). A retirada da vegetação nativa, aliada aos longos períodos de
estiagem provoca acentuada degradação dos solos, deixando-o exposto a ação dos agentes
climáticos, reduzindo seu potencial produtivo. As consequências da combinação desses
fatores vêm causando riscos elevados à atividade agropecuária, devido à exploração
inadequada da região (SAMPAIO, ARAÚJO & SAMPAIO, 2013) e vem causando danos
muitas vezes irreversíveis ao meio (MENEZES, GARRIDO & PEREZ M. 2005; VANZELA,
HERNANDEZ & FRANCO, 2010). Esses danos cada vez mais visíveis contribuem para a
redução da fertilidade dos solos e da biodiversidade, além de desencadear, em áreas
especificas processos de desertificação, salinização, sodificação, entre outros, acarretando
muitas vezes no abandono das terras. E estão ligadas diretamente à retirada da vegetação o
que ocasiona o aumento da sua condição de aridificação (TRAVASSOS & SOUZA, 2011;
INSA, 2011; OLIVEIRA et al., 2002).
Nos últimos anos, estratégias vêm sendo utilizadas para reorientar os sistemas de
produção rural do semiárido, a fim de minimizar os processos degradativos decorrentes das
ações antrópicas. Dentre essas estratégias, a implantação de sistemas agroecológicos, com
destaque para os sistemas agroflorestais (SAF’s), vem ganhando importância, pois os mesmos
18
contribuem para o desenvolvimento rural sustentável das regiões (CAPORAL &
COSTABEBER, 2002).
Os sistemas agroflorestais representam uma alternativa de produção que tem como
objetivo minimizar os efeitos das intervenções humanas nos sistemas naturais, buscando
conservar as condições dos solos o mais próximo das condições naturais, visto que os mesmos
propiciam um maior e continuo aporte de matéria orgânica. A combinação integrada de
árvores, arbustos e cultivos agrícolas e ou animais faz com que ocorra uma agregação de
fatores que trazem benefícios para os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, além de
potencializar valores de produção, econômicos, sociais, culturais e ambientais para os
produtores. Desta maneira, os SAF’s se encaixam no modelo de agricultura sustentável, pois
possibilitam uma melhoria na qualidade do solo (KETEMA & YIMER, 2014; SMITH et al.,
2012; FEIDEN, 2009).
2.2 - INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO
A qualidade do solo vem sendo definida de várias formas, porém a conceituação mais
utilizada é a de Doran & Parkin (1994): “Qualidade do solo é a sua capacidade de ser
funcional, dentro de limites definidos pelo ecossistema e uso da terra, preservando a
produtividade biológica e qualidade ambiental, e promovendo a saúde das plantas, animais e
seres humanos”. Assim, a qualidade do solo é uma avaliação sistêmica de recursos, que
permite compreender a capacidade de um determinado solo desenvolver múltiplas funções no
ambiente, mantendo a sustentabilidade do ecossistema.
Vários atributos físicos, químicos e biológicos vêm sendo indicados para avaliar a
qualidade do solo (LIMA et al., 2013; FERNANDES et al., 2011). Indicadores são atributos
que medem ou refletem o status ambiental ou a condição de sustentabilidade do ecossistema.
Esses atributos proporcionam uma melhor análise das áreas estudadas, além de variarem no
tempo e no espaço mediante as ações antrópicas e fenômenos naturais (NESBITT & ADL,
2014; DORAN & PARKIN, 1994).
Um único indicador não possibilita descrever e quantificar todos os aspectos da
qualidade do solo (NESBITT & ADL, 2014; KUWANO et al., 2014), visto que há uma forte
interrelação entre eles, sendo necessária a avaliação de indicadores sensíveis que detectem
alterações ocorridas no ambiente. Ramos et al. (2010) avaliando indicadores de qualidade em
um Latossolo Vermelho-Amarelo sob pastagem , afirmaram que a correlação entre atributos
19
do solo é importante para o entendimento das interações positivas e negativas que ocorrem,
além de auxiliarem em discussões sobre o manejo adotado nas áreas estudadas. Chaves et al.
(2010) observaram que a relação existente entre os atributos físicos e químicos e
microbiológicos possibilitou identificar problemas de qualidade do solo em áreas sob diversos
sistemas de manejo. Segundo Carneiro et al. (2009) a interrelação existente entre os atributos
do solo controla os processos relacionados à sua variação no tempo e no espaço, sendo que
qualquer alteração influirá diretamente na estrutura e na fertilidade do solo, com reflexos
diretos na qualidade e na produtividade das culturas.
2.2.1 - Atributos físicos do solo
Os atributos físicos são utilizados para estimar as condições da estrutura do solo, em
relação ao potencial de lixiviação, produtividade e erosão, os quais são afetados por diversos
fatores, tais como o tipo e a quantidade da cobertura vegetal utilizada, e o teor de matéria
orgânica (DORAN & PARKIN, 1994; TORMENA et al., 2002; CRUZ et al., 2003; SPERA et
al., 2006). Segundo alguns autores, a qualidade física do solo merece destaque devido à
mesma afetar a qualidade química e biológica, visto que elas são codependentes (DEXTER,
2004; ARAÚJO, GOEDERT & LACERDA, 2007).
Alguns atributos físicos do solo como densidade e espaço poroso, estabilidade de
agregados, infiltração e aeração são utilizados como indicadores de qualidade do solo, pois
variam de acordo com o manejo que estão sendo utilizado. A avaliação contínua desses
atributos permite monitorar a eficiência ou não dos sistemas adotados (PEZARICO et al.,
2013; SECCO et al., 2005). Pezarico et al. (2013) observaram em trabalho sobre indicadores
de qualidade do solo em sistemas agroflorestais, que as densidades do solo (Ds) em áreas de
mata nativa foram menores do que nas áreas cultivadas. O aumento da Ds provocou
alterações na porosidade do solo, reduz a permeabilidade e a infiltração de água, entre outros,
ocasionando redução da qualidade física do solo. Pignataro Netto, Kato & Goedert (2009)
afirmam que a densidade é um dos principais atributos que influenciam a qualidade do solo,
com diferentes níveis de degradação em pastagens.
20
2.2.2 – Atributos químicos do solo
Os atributos químicos apresentam uma grande importância em estudos relacionados à
qualidade do solo, os mesmo podem ser agrupados em variáveis que estão ligadas ao
comportamento do solo (pH, Condutividade elétrica, carbono orgânico), as que indicam a
capacidade do solo em resistir a troca de cátions (tipo de argila, CTC, CTA, óxidos de ferro e
alumínio), as que afetam as necessidades nutricionais das plantas (N, P, K, Ca, Mg e
micronutrientes) e as ligadas à contaminação ou poluição dos solos (metais pesados, nitratos,
fosfatos e agrotóxicos) (LIRA et al., 2012).
Dentre os atributos químicos, a matéria orgânica do solo (MOS) vem se destacando
por ser um componente chave da qualidade, juntamente com a biodiversidade e as atividades
biológicas, ela estão diretamente relacionadas com as funções e as características essenciais
para a manutenção da capacidade produtiva dos solos, devido a sua influência nas
propriedades edáficas. A produtividade dos sistemas agrícolas de subsistência ou que utilizam
reduzidos insumos depende do fornecimento de nutrientes oriundos da mineralização da
MOS. Calonego et al. (2012), Pezarico et al.(2013) e Cunha et al. (2011) afirmam em seus
trabalhos, que solos cultivados de forma tradicional apresentam condições físicas ou químicas
inferiores aos solos de mata nativa aqueles cultivados de maneira conservacionista, e que esse
resultado está diretamente relacionado aos teores de matéria orgânica presentes.
Além dos diversos fatores que controlam os teores de MOS, tais como textura, clima,
vegetação e o manejo adotado, a quantidade e a qualidade da MO são de fundamental
importância para a sustentabilidade da produção agropecuária de subsistência (GALVÃO,
SALCEDO & SANTOS, 2005; MARTIUS, TIESSEN & VLEK, 2001; VEZZANI &
MIELNICZUK, 2009; CARVALHO et al., 2009; CARDOSO et al., 2010).
A MOS é um excelente indicador de qualidade, por está intimamente associada à
maioria das propriedades do solo, além de ser bastante sensível a mudanças nas práticas de
manejo (FRAGA & SALCEDO, 2004). A matéria orgânica do solo exerce papel fundamental
na quantidade e disponibilidade de nutrientes, na estabilidade de agregados, na biomassa
microbiana, contribuindo, assim para redução dos impactos negativos que podem surgir do
manejo intensivo e sucessivo em áreas cultivadas (GUIMARÃES et al., 2013; ARAGÃO et
al., 2012; CALONEGO et al., 2012 ; CUNHA et al., 2011; CARDOSO et al., 2009;
VEZZANI & MIELNICZUK, 2009; CONCEIÇÃO et al., 2005).
21
A perda da qualidade e quantidade da MOS pode comprometer a sustentabilidade dos
agroecossistemas, pois a matéria orgânica pode aumentar a capacidade de troca de cátions.
Rosset, Schiavo & Atanázio (2014) afirmam que teores elevados de matéria orgânica,
promovem uma elevação da CTC do solo, à grande quantidade de cargas negativas,
promovendo a redução da lixiviação de cátions do solo. A matéria orgânica também pode
reduzir o efeito do alumínio, e o efeito da adsorção de fosforo pelos coloides do solo
(RANGEL et al., 2008; SRINIVASAN, MAHESWARAPPA & LAL, 2012).
Dentre os componentes da MOS, podemos considerar como um bom indicador de
qualidade, o carbono oxidável, o qual nos dá uma ideia do seu grau de labilidade . Alguns
autores afirmam que as frações lábeis do carbono são mais sensíveis a variação do manejo do
solo quando comparados com o COT (BARRETO, GAMA-RODRIGUES & GAMA-
RODRIGUES, 2014; COSTA et al., 2012; GUARESCHI & PEREIRA, 2013; LOSS et al.,
2010). As frações lábeis são obtidas por meio de diferentes concentrações de ácido sulfúrico
(H2SO4), denominadas de F1, F2, F3 e F4, onde as frações F1 e F2 estão associadas à
disponibilidade de nutrientes e a formação de macroagregados, enquanto as frações F3 e F4
estão ligadas aos compostos de maior estabilidade química, e massa molar, oriundos da
decomposição e humificação da MOS.
A quantificação das frações da MOS permitir a mensuração do grau de preservação
dos ecossistemas naturais e os possíveis impactos causados em sistemas agrícolas com
diferentes tipos de manejo(SILVA et al., 2011). Estudos realizados em solos brasileiros vêm
demostrando que a perda acentuada de carbono, provenientes das ações antrópicas, está
acompanhada pelo consumo das frações mais lábeis, o que implica no aumento do já elevado
grau de aromaticidade de compostos carboxílicos da MOS, ou seja aumento das frações mais
recalcitrantes da MOS (SILVA, E. et al., 1994; SILVA,C. et al., 1999).
2.2.3 - Atributos biológicos do solo
Outro fator de grande importância para avaliar a qualidade do solo, está relacionado
aos atributos biológicos. As comunidades microbianas do solo são responsáveis por inúmeros
processos e funções, tais como decomposição de resíduos vegetais, ciclagem de nutrientes,
síntese de substancias húmicas, agregação e desagregação de compostos xenobióticos (GIL-
SOTRES et al., 2005). Mudanças no sistema de cultivo ocasionam alterações nas quantidades
de carbono, na respiração, e na eficiência das comunidades microbianas, sendo essas
22
alterações rapidamente observadas (CARDOSO et al., 2009). Para a análise qualitativa do
solo, os indicadores microbiológicos como carbono e nitrogênio da biomassa microbiana,
respiração basal e quociente metabólico vêm sendo sugeridos com mais frequência, pois são
bastante sensíveis aos manejos adotados, visto que fazem parte do compartimento da matéria
orgânica do solo que apresenta o menor tempo de ciclagem (ALVES et al., 2011;
LOURENTE et al., 2011).
A biomassa microbiana é o principal componente da matéria orgânica viva do solo,
seu uso está relacionado com as funções ecológicas do ambiente, como decomposição e o
acúmulo de MOS, assim como, transformações envolvendo os nutrientes minerais.
A biomassa representa uma reserva importante de nutrientes, os quais são assimilados
durante os ciclos de crescimento dos organismos. Desta forma, solos que apresentam alto
conteúdo de biomassa microbiana são capazes não só de estocar, mas também de ciclar
nutrientes (ARAÚJO & MELO, 2010; ARAÚJO & MONTEIRO, 2007).
Souza et al. (2014), observaram que o carbono e o nitrogênio da biomassa microbiana
foram indicadores que apontaram melhoria na qualidade do solo sob plantio direto em
relação ao sistema convencional. Pezarico et al.(2013) apontaram o carbono da biomassa
microbiana e o carbono orgânico como indicadores potenciais de qualidade do solo, pois os
mesmos conseguiram detectar alterações ambientais provenientes do manejo adotado devido
a redução ou aumento das suas funções no solo.
Além da biomassa microbiana, a respiração basal (RB) do solo é outro indicador
utilizado para avaliar a qualidade do solo, por refletir a oxidação biológica da matéria
orgânica e ser bastante sensível e dependente da disponibilidade de substrato, umidade e
temperatura (DE-POLLI & PIMENTEL, 2005; BROOKS, et al., 1985). O quociente
metabólico reflete a eficiência da biomassa em utilizar o carbono disponível para a
biossíntese, em determinado tempo, ele também apresenta variações sensíveis, a mudanças
nos sistemas de cultivo, pois, quando a biomassa microbiana está sob efeito de algum fator
estressante, ocorre um direcionamento de energia para a manutenção celular, em detrimento
do crescimento, de forma que uma proporção de carbono da biomassa será perdida como CO2.
(MERCANTE, 2001; MERCANTE et al., 2008). Avaliando a RB, Assis Junior et al. (2003)
encontraram valores altos desse atributo em áreas de mata nativas e pastagem e valores
inferiores em áreas desmatadas. Segundo Islam & Weil (2000) taxas altas de respiração
podem refletir distúrbios ecológicos ou altos níveis de produtividade do ecossistema.
23
3 - MATERIAL E MÉTODOS
3.1 - CARACTERIZAÇÃOS DAS ÁREAS DE ESTUDO
O estudo foi desenvolvido na mesorregião do Sertão de Pernambuco, microrregião do
Pajeú, no Sítio Carro Quebrado, distrito de Canaã, município de Triunfo. O município possui
uma população atual de cerca de s15 mil habitantes, dos quais 47,6% constitui a população
rural (IBGE, 2010). As principais atividades econômicas da cidade são o turismo e a
agricultura. Especificamente no Sítio Carro Quebrado, há aproximadamente 20 anos os
produtores vêm migrando para um manejo conservacionista, adotando o manejo
agroflorestal/agroecológico.
Localizado na região sul do município de Triunfo, o distrito de Canaã possui
características de clima e vegetação mais semelhantes ao município de Calumbi. Segundo
classificação de Köppen, apresenta clima semiárido quente (BSh), com precipitação média
anual de aproximadamente 432 mm, temperatura média de 24,8°C, e vegetação predominante
composta por Caatinga Hiperxerófila (CPRM, 2005). Apesar do clima dominante, a
localidade do Sítio “Carro Quebrado”, que possui mais de 100 hectares e situa-se ao sopé da
Serra da Borborema, configurando uma área de interceptação da umidade, e sendo assim
relativamente mais úmida que o restante do município.
A região de Triunfo apresenta três áreas (serrana, encosta escarpada e pediplanada)
com dominância diferenciada de solos. O local em estudo está inserido na área pediplanada,
sobre Cambissolos e Luvissolos de acordo com o (ZAPE) Zoneamento agroecológico de
Pernambuco (Silva, et. al., 2001), e as coordenadas geográficas do local, esses solos são
moderadamente profundos a rasos, arenosos ou argilosos na superfície e argilosos na
subsuperfície, pedregosos, com cobertura de cascalhos e calhaus na superfície, média a alta
fertilidade natural e muito suscetível à erosão, sendo suas principais limitações à falta de água
e a moderada a forte suscetibilidade à erosão (MELO, 1988).
Esta região se encontra em uma área de exceção do semiárido que são,
conceitualmente, áreas relativamente úmidas inseridas no universo seco do Nordeste, com
condições agroecológicas privilegiadas, refletidas nos elevados potenciais dos ecos e
agrossistemas, particularmente com aproveitamento agrícola diversificado (ANDRADE-
LIMA, 1981). Os dados pluviométricos referentes ao período de estudo de agosto de 2014 a
maio de 2015 (Figura 1) foram obtidos da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC),
24
que possui Plataformas de Coleta de Dados (PCD) nos municípios circunvizinhos à área de
estudo.
Figura 1- Dados pluviométricos de áreas circunvizinhas às áreas do estudo, (APAC- 2015).
As coletas foram realizadas nos meses de Agosto e Novembro de 2014, Fevereiro e Maio de
2015.
3.2 - ESTRATÉGIA EXPERIMENTAL
Na área de abrangência do Sitio Carro Quebrado foram selecionadas áreas sob
diferentes manejos (Figura 2), que foram comparadas com área de vegetação nativa da região.
As áreas com os distintos manejos definiram os tratamentos apresentados a seguir:
Tratamento 1 (VN) - Área de mata secundária, com predominância das espécies: unha
de gato (mimosa caesalpiniaefolia); Jurema preta (Acacia tenuiflora); Jurema branca
(Mimosa verrucosa) e Amburana (Amburana Cearensis), na área há também extração de
espécies florestais, essa área foi definida como tratamento testemunha (7° 52’ 43,1’’ S; 38°
6’ 59,38’’ W);
Tratamento 2 (SAF1) - Manejo agroflorestal, com mais de 15 anos de implantação –
na área com cultura do coqueiro que é remanescente do sistema comercial de cultivo; há
também a cultura da acerola e do limão em pequenas quantidades, a prática de adubação é
25
inexistente, há também a presença de espécies espontâneas com indicações de erosão em
entressulcos (7° 52’ 58,25’’ S; 38° 6’ 49,72’’W);
Tratamento 3 (SAF2) - Manejo agroflorestal, com mais de 15 anos de implantação –
área com plantio comercial de pinha (Annona squamosa), e de outras frutíferas em pequenas
quantidades como romã (Punica granatum), mangueira sem critérios agronômicos; consta
também área cultivada com Pinha e consorciada em alguns meses com a cultura do feijão, a
prática de adubação é inexistente, há também a presença de espécies espontâneas além de
indicações claras de erosão em entressulcos (7º 53’ 11,77’’ S; 38º 6’ 44,19’’ W);
Tratamentos 4 (SAF3)- Manejo agroflorestal, com mais de 15 anos de implantação –
presença de fruteira como mangueira, umbuzeiro, carambola, acerola entre outras disposta de
modo aleatório, com presença hortaliças e criação de galinhas em sistema extensivo, a prática
de adubação é inexistente (7º 53’ 21,8’’ S; 38º 06’ 47,6’’ W);
Tratamento 5 (MAN) - Área sob manejo rudimentar de culturas anuais cultivada com
mandioca de mesa (Macaxeira) , de baixo insumo, onde se tem o revolvimento do solo
mediante a prática da aração e sulcagem, além da queima dos resíduos vegetais, a prática de
adubação é inexistente na área (7º 53’ 20,3’’ S; 38º 06’ 41,8’’ W);
Tratamento 6 (LAR) - Área sob manejo comercial da cultura da laranja, implantada a
aproximadamente 7 anos, sem práticas agronômicas claramente estabelecidas, com indicações
de aração e gradagem para a implantação da cultura, vegetação herbácea espontânea nas
entrelinhas, na área também não há prática de adubação. (7º 53’ 27,7’’ S; 38º 6’ 45,5’’ W);
Tratamento 7 (CANA) - Área cultivada com cana de açúcar- Área tradicional, sem
manejo varietal, sem tratos culturais, ultima renovação ocorreu a aproximadamente 10 anos,
desde então a cana-de-açúcar e cortada crua e sua palhada e depositada na superfície do solo;
não há prática de adubação (7º 53’ 24,36’’ S; 38º 6’ 56,62 W);
Tratamento 8 (POUSIO)– Área de Pousio- A área está a aproximadamente 3 anos
sem o cultivo devido ao período de seca da região. Na área há o desenvolvimento de espécies
herbáceas espontâneas da região (7º 53’ 23,1’’ S ; 38º 6’ 46,3 W).
26
Figura 2- Tratamentos. A- Vegetação nativa; B- Sistema agroflorestal (SAF1); C- Sistema agroflorestal
(SAF2); D- Sistema agroflorestal (SAF3); E- Plantio de mandioca (MAN); F- Plantio de laranja (LAR); G-
Plantio de cana-de-açúcar (CANA); H- Área de pousio (POUSIO).
E
B A
C D
F
G H
27
3.3 - AMOSTRAGEM
Nas áreas correspondentes a cada tratamento (Figura 3), foi definida uma área de
aproximadamente 50 por 50 metros, onde foram estabelecidos três transectos (vertical,
horizontal e diagonal). Em cada transecto foram tomados três pontos de amostragem, os quais
compuseram uma amostra composta, totalizando assim três amostras compostas por área. Os
transectos foram alterados a cada três meses para uma nova coleta. As amostras de solo foram
coletadas nas profundidades de 0-5; 0-10 e de 10-20 cm, com auxílio trado ou sonda
amostradora.
Fonte : Google Earth (2015).
Figura 3- Localização das áreas de coleta no sítio Carro Quebrado, em imagens de satélite.
3.4 – CARACTERIZAÇÕES FÍSICA E QUÍMICA DO SOLO
3.4.1 – ANÁLISES FÍSICAS
As análises físicas foram realizadas seguindo os métodos propostos pela Embrapa
(2011). A densidade do solo (Ds) foi determinada pelo método do anel volumétrico e a
densidade de partícula (Dp) pelo método do balão volumétrico, a porosidade foi calculada
28
pela relação entre a Ds e a Dp. A análise granulométrica e argila dispersa em água (ADA)
foram obtidas pelo método do densímetro, seguindo metodologia proposta por Ruiz (2004). O
grau de floculação foi calculado pela relação entre a argila total e a argila dispersa em água.
3.4.2 - ANÁLISES QUÍMICAS
As análises químicas foram realizadas seguindo as recomendações da EMBRAPA
(2011). Foram determinados pH em água, KCl a 1 mol L-1
, sódio (Na) e potássio (K) cálcio
(Ca), magnésio (Mg) e alumínio trocáveis (Al3+
), acidez potencial (H + Al3+
) e carbono
orgânico total (COT) . O hidrogênio trocável foi calculado pela diferença entre os valores
obtidos da acidez trocável e o alumínio trocável. A partir dos resultados obtidos pela análise
do complexo sortivo, foram calculados a soma de bases – Valor S, a CTC - T, a saturação por
alumínio – m, a saturação por bases – V, e o fracionamento do carbono orgânico oxidável, foi
realizado seguindo o método proposto por Mendonça & Matos (2005).
3.4.3 - ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS
As análises microbiológicas foram realizadas apenas nas amostras de solo da camada
de 0-5 cm, devido ser a acamada que apresenta uma maior atividade microbiana. As amostras
foram mantidas em refrigeração até serem realizadas as seguintes determinações: carbono da
biomassa microbiana (C-BMS) a respiração basal (RB), determinada mediante adaptações dos
métodos propostos por Silva et al. (2007) e Mendonça & Matos (2005), sendo o quociente
metabólico (qCO2) obtido pela razão entre a respiração basal do solo por unidade de C-BMS
(Silva et al., 2007) e quociente microbiano (qMIC) obtido pela razão entre o C-BMS e o
carbono orgânico total do solo.
Na determinação do C-BMS utilizou-se o método da irradiação-extração, que analisa o
C da biomassa microbiana extraível em solução aquosa de K2SO4 a 0,5 Mol L-1
em amostras
irradiadas e não irradiadas. A irradiação de 20g de solo foi feita durante t=94,94” utilizando-
se um forno microondas doméstico (Electrolux), com potencia de P= 505,56W . Para a
estimativa de C foi utilizado o método Walkley-Black conforme proposto por Tedesco et al.,
(1995). Na determinação da respiração basal do solo as amostras foram colocadas em
provetas de 100 mL, com cerca de 80 mL de solo recém coletado e já peneirado, em seguida
adicionou-se água até que a frente de molhamento chegasse a cerca de 40 a 50% do volume
29
do solo. As amostras foram cobertas com papel alumínio e deixadas em repouso por 12 horas,
ou até a frente de molhamento estacionar. Foram pesadas 50 g de solo úmido das provetas, em
seguida elas foram armazenadas e bem vedadas em frascos de vidro juntamente com uma
amostra de 30 mL da solução de NaOH 1,5 mol L-1
utilizada na captura do CO2 e 30 mL de
água destilada, para manter a umidade constante.
Uma das limitações desse método está na saturação total do hidróxido de sódio pelo
CO2 ,devido a isso foi utilizada a concentração de 1,5 mol. L-1
de NaOH para as amostras,
visto que concentrações de 0,25; 0,5 e 1mol.L-1
não estavam sendo eficientes na determinação
do C respirado pela microbiota do solo em um determinado período do tempo. Foi medido o
CO2 liberado pela respiração, o qual reagiu com NaOH 1,5 mol L-1
e foi titulado com HCl
0,25 mol L-1
, tendo como indicador a fenolftaleína a 1%, após 5 dias (120 horas) de incubação
a 25-28°C. Foram mantidos frascos controle ou branco, que não continham amostra de solo.
O cálculo foi feito baseado na diferença entre o volume de HCl consumido pelas amostras e
pelo branco" e expresso em mg CO2 kg-1
dia-1
.
3.5 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com três
repetições, em que os tratamentos correspondem as áreas com diferentes tipos de manejo
(VN, SAF1, SAF2, SAF3, MAN, LAR, CANA e POUSIO).
As hipóteses de normalidade e homocedasticidade foram avaliadas pelos testes de
Shapiro-Wilk e Cochran, respectivamente. Os resultados foram submetidos à análise de
variância, sendo os efeitos dos tratamentos, das coletas e da interação tratamento x coleta,
comparados pelo teste t de Scott-Knott a 5% de probabilidade; os dados que não apresentaram
normalidade foram analisados mediante o teste de Kruskal- Wallis a 5% de probabilidade. O
programa utilizado foi ASSISTAT 7.7 (SILVA et al., 2002). Adicionalmente foram
empregadas técnicas de análise multivariada, para identificar a similaridade entre os
tratamentos. Foram utilizadas a análise de agrupamento (análise de cluster), a análise fatorial -
AF, e a análise de componentes principais- ACP. Os dados foram padronizados (média zero e
variância um), para que as variáveis contribuíssem igualmente para o modelo, independente
da escala.
A análise de agrupamento visou separar as variáveis em grupos similares,
apresentando homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre os grupos, a
30
apresentação do agrupamento foi feita por meio de dendrograma. O dendrograma expresso
no sentido horizontal a que distância cada variável está em relação à outra, quanto menor a
distância mais homogêneas são os tratamentos, o sentido vertical representa a distância em
que cada grupo foi formado. Os grupos foram definidos pelo traçado de uma linha paralela ao
eixo horizontal, denominada “Linha Fenon”, ou seja, os grupos são formados na parte inferior
a linha Fenon.
A AF com ACP foram utilizadas para reduzir o número de variáveis iniciais,
identificando quais são as variáveis que apresentaram maior relevância estatística. Com a
análise de ACP foi possível à identificação das variáveis que interferiram mais
significativamente nos tratamentos, Como ferramenta para distinção das áreas estudadas,
foram geradas duas componentes principais (fator 1 e fator 2) para os atributos físicos,
químicos e microbiológicos. A parti da relação entre essas componentes foram formados
diagramas de ordenação bidimensionais, para visualização da distinção dos tratamentos, e
diagrama de projeção de vetores, para as variáveis mais significativas, ou seja, para as
variáveis que foram mais sensíveis dos atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo.
Nas análises estatísticas multivariadas foi utilizado o Software STATISTICA versão 7.0
(STATSOFT, 2004).
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 - ATRIBUTOS FÍSICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS
Os resultados da granulometria mostraram predominância da fração areia, que variou
de 829 a 731g. kg-1
na profundidade de 0-10 cm e de 830 a 754 g. kg-1
na profundidade de 10-
20 cm (Tabela 1).
A densidade do solo (Ds) não foi influenciada significativamente pelos sistemas de
manejos cultivados e nativo, variando de 1,1 a 1,5 g cm-3
, dados semelhantes aos encontrados
foram observados em uma topossequência próxima, também no município de Triunfo-PE, em
trabalho, onde os autores avaliaram as influências dos diversos fatores pedogenéticos na
formação e evolução dos solos (SOUZA, R. et al.,2010).
31
Tabela 1 - Propriedades físicas dos solos estudados em áreas de agricultura familiar
submetidas a diferentes sistemas de manejo em solo do semiárido.
(1)Trat.- Tratamentos; (2) ADA – Argila dispersa em água; (3) GF – Grau de floculação; (4) Ds- Densidade do
solo; (5) Dp- Densidade da partícula; (6) PT- Porosidade total. Letras minúsculas comparam sistemas de uso do
solo na mesma profundidade; médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(P<0,05) para as variáveis (Areia,;DS e PT) e pelo teste de Kruskal-Wallis para as variáveis ( Silte; Argila; ADA
e DP ).
Ferreira et al. (2012) avaliando a qualidade do solo em áreas de Cambissolos com
diferentes manejos de pastagem, afirmaram que quando os valores de Ds variaram até 1,55
kg dm-3
e os de argila entre 340 e 370 g kg-1
, o solo não apresentou restrição ao crescimento e
desenvolvimento de plantas. Deste modo, os solos aqui avaliados não apresentariam restrição
física ao desenvolvimento de plantas já que os valores de densidade encontram-se próximos
Composição granulométrica
(g.Kg-1
)
Densidades
(g.cm-3
)
Trat. (1)
Areia Silte Argila ADA
(2)
(g.Kg-1
)
GF(3)
(%) Ds
(4) Dp
(5)
PT(6)
(dag.Kg-1
)
PROFUNDIDADE 0-10 cm
VN 796,65a 84,77a 118,58a 16,92a 89a 1,23a 2,65 a 53,37 a
SAF1 797,53a 118,10a 84,37a 33,75a 67a 1,39a 2,55 a 45,64a
SAF2 746,77a 135,05a 118,19a 16,92a 89a 1,15a 2,57 a 54,74a
SAF3 797,44a 118,17a 84,39a 0,00a 100a 1,33a 2,63 a 49,08a
MAN 799,30a 167,57a 100,55a 50,28a 50a 1,28a 2,65 a 51,61a
LAR 731,88a 133,82a 66,88a 0,00a 100a 1,40a 2,53 a 44,79a
CANA 829,98a 67,98a 102,04a 17,13a 83a 1,19a 2,66 a 54,42a
POUSIO 814,03a 84,53a 101,44a 50,72a 50a 1,27a 2,53 a 49,63a
PROFUNDIDADE 10-20 cm
VN 779,93a 50,79a 169,28a 67,71a 61a 1,40a 2,69a 47,71b
SAF1 814,29a 118,15a 67,55ab 0,00a 100a 1,40a 2,68a 47,84b
SAF2 754,71a 140,44a 104,85ab 52,39a 61a 1,50a 2,55a 41,09b
SAF3 781,77a 134,30a 83,93ab 0,00a 100a 1,49a 2,54a 41,53b
MAN 779,21a 101.87a 118,92ab 17,05a 89a 1,41a 2,55a 44,96b
LAR 781,23a 168,27a 50,50b 0,00a 100a 1,50a 2,78a 45,85b
CANA 830,13a 84,95a 84,92ab 33,97a 67a 1,25a 2,93a 57,38a
POUSIO 815,07a 84,06a 100,87ab 50,44a 50a 1,47a 2,59a 43,17b
32
ao valor determinado e os teores e argila estão bastante inferiores à faixa proposta pelos
autores.
Os menores valores de Ds foram observados na a área cultivada com Cana-de-açúcar,
corroborando os resultados encontrados por Silva et al., (2014), que, estudando atributos
físicos do solo em diferentes coberturas vegetais na região sul do Piauí, verificaram o menor
valor de densidade na área cultivada com capim elefante, e afirmaram que esse resultado foi
provavelmente devido ao sistema radicular da gramínea. Ainda na Tabela 1, observa-se
aumento da Ds em profundidade, provavelmente devido à redução do teor de matéria orgânica
em profundidade, ocasionando uma redução na agregação, e estabilidade do solo
(MAZURANA et al.,2011).
O maior valor da porosidade total (PT) foi verificado para o tratamento cana-de-
açúcar. Vasconcelos et al. (2014), observaram que em sistemas de manejos tradicionais há
um aumento na densidade do solo e diminuição da porosidade, quando comparados com solos
de mata nativa. Oliveira et al. (2010) constataram que, em áreas de cana fertirrigadas com
vinhaça, o incremento de matéria orgânica diminuiu a degradação física do solo, quando
comparado ao manejo da cana em sequeiro e irrigado. Para o presente estudo, o valor
encontrado na área de cana é reflexo do manejo conservacionista adotado para a respectiva
cultura, que proporciona um maior aporte de matéria orgânica na área, o que favorece uma
melhor aeração do solo e melhor desenvolvimento da cultura.
De acordo com o dendrograma de análise de cluster dos atributos físicos do solo
(Figura 4), obtido da matriz de dados padronizados pela análise de agrupamento, observar
formação de 3 grupos. O primeiro grupo é representado pelos tratamentos LAR, SAF3 e
SAF1, o segundo grupo é formado pelo tratamento CANA, o qual se destacou em relação aos
outros tratamentos e o terceiro grupo é representado pelos tratamentos MAN, SAF2, POUSIO
e VN. O primeiro e o terceiro grupo foram formados devido aos tratamentos presentes em
cada um deles, apresentarem proximidades dos valores em relação às variáveis densidade e
porosidade do solo.
O tratamento CANA destacou-se dos demais tratamentos, corroborando assim com
trabalhos realizados por Oliveira et al. (2014) e Luca et al. (2008), que afirmaram que a
cultura da cana-de-açúcar, quando cultivada de modo conservacionista, proporciona uma
maior deposição de material vegetal sobre a superfície do solo, influindo positivamente nos
atributos físicos do solo.
33
Complete Linkage
Euclidean distances
LAR SAF3 SAF1 CANA MAN SAF2 POUSIO VN0
1
2
3
4
5
6
7
Lin
ka
ge
Dis
tan
ce
Figura 4. Dendrograma da análise de cluster dos tratamentos estudados para os atributos
físicos. (VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-
de-açúcar e POUSIO).
Os resultados obtidos por análise fatorial (Tabela 2 e 3) demonstram que as variáveis
ADA, GF, Ds e PT, que apresentam uma carga fatorial elevada e explicam maior
porcentagem de variação são as que contribuem para as alterações ocorridas nas
características do solo em função do manejo. O estudo da ADA e GF são essenciais para
estudos conservacionistas, visto que essas variáveis são influenciadas pelo tipo de manejo
adotado.
Tabela 2- Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos físicos para os
tratamentos estudados.
Profundidade 0-20 cm
Fatores Eigenvalue % Total
1 2,86 35,75
2 2,28 28,51
34
O manejo do solo pode ocasionar aumento na dispersão da fração argila alterando,
desta forma, a estrutura do solo. Essa dispersão pode acarretar na diminuição da retenção de
água e nutrientes. Mota, Alencar & Assis Júnior (2015), em estudo sobre alterações físicas de
um Cambissolo cultivado com bananeira irrigada na Chapada do Apodi, Ceará, afirmaram
que o efeito do aumento da ADA e o baixo grau de floculação contribuíram para o aumento
da densidade do solo. De acordo com Pignataro Netto, Kato & Goedert (2009) e Pezarico et
al. (2013) a Ds e a PT são atributos que apresentam alto potencial de detecção das alterações
ambientais provocadas pelo manejo.
Tabela 3 - Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos físicos na profundidade de 0-20 cm.
A Análise de Componentes principais (Figura 5), representa o fator 1 que é
representado pelas variáveis ADA e GF em relação as variáveis do fator 2 que são Ds e PT
(Tabela 3). Observa-se que algumas variáveis estão sobrepostas umas ás outras. Isso é devido
a essas variáveis possuírem a mesma representatividade no gráfico, e apresentarem efeitos
semelhantes na variação do solo. Já as variáveis que estão mais próximas à circunferência,
ADA, PT, apresentam uma maior contribuição quando comparadas às variáveis que estão
mais afastadas. Com base nas relações presente entre as variáveis, verifica-se que ADA e o
GF , Ds e a PT possuem sinais contrários, corroborando com os resultados obtidos por
Gondim et al. (2015), e Vicente et al. (2012), onde essas variáveis apresentam tendência
inversamente proporcional, mesmo esses atributos estando diretamente interligados.
Variáveis Argila Silte Areia ADA Ds Dp GF P Expl.Var Prp.Totl
Fator 1 -0,34 0,19 0,09 -0,93 0,00 0,00 0,99 -0,01 2,01 0,25
Fator 2 0,15 -0,17 0,06 -0,03 -0,99 0,19 -0,04 0,94 1,92 0,24
35
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
Argila
Silte
Areia
ADA Ds
Dp GF
P
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 35,75%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Fa
cto
r 2
: 2
8,5
1%
Figura 5. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos físicos dos solos na profundidade
de 0-20 cm (ADA – Argila dispersa em água; GF – Grau de floculação; Ds- Densidade do solo; Dp-
Densidade da partícula; P- Porosidade total).
Na figura 6, verifica-se que os tratamentos foram distribuídos de acordo com a
influência das variáveis, demostrando uma divisão clara do agrupamento dos tratamentos em
relação aos quadrantes positivos, onde tem a VN, CANA, POUSIO, e, para os quadrantes
negativos tem os SAF1, SAF3 e LAR. Já os tratamentos MAN e SAF2 ficaram distribuídos
em ambos os quadrantes. Analisando as figuras 5 e 6, de forma simultânea, verifica-se que o
POUSIO é representado pela variável ADA, e a variável PT representa os tratamentos CANA.
A área cultivada com cana-de-açúcar diferencia-se dos demais tratamentos, devido à mesma
permanecer com a cultura implantada por um longo período de tempo, além do uso de manejo
conservacionista utilizado no local o qual proporciona melhorias nas qualidades físicas do
solo. Garbiate et al. (2011) e Vicente et al. (2012) afirmam que a eliminação da queima nas
áreas de cana promovem um maior acúmulo de material vegetal sobre o solo, favorecendo
desta forma os atributos físicos, melhorando a qualidade do solo, e reduzindo a degradação.
36
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VNa
VNb
SAF1a
SAF1b
SAF2a
SAF2b
SAF3a
SAF3b
MANa
MANb
LARa
LARb
CANAa
CANAb
POUSIOa
POUSIOb
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Factor 1: 35,75%
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Fa
cto
r 2
: 2
8,5
1%
Figura 6. Diagrama de ordenação dos componentes principais dos atributos físicos para os
tratamentos nas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm. (a- Profundidade de 0-10cm; b- Profundidade
de 10-20 cm; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA-
Cana-de-açúcar e POUSIO).
4.2 - ATRIBUTOS QUÍMICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS
Os resultados da análise dos atributos químicos do solo estudados nas duas
profundidades (Tabela 4). Os tratamentos LAR e POUSIO na profundidade de 0-10 cm e
SAF1 na profundidade de 10-20 cm promoveram alterações nos atributos químicos do solo,
expressa pela redução da fertilidade do solo.
Em relação à acidez ativa do solo, os valores de pH variaram de 5,9 a 6,6 nas duas
profundidades, classificando o solo como moderadamente ácido (EMBRAPA, 2006), esses
valores estão dentro da faixa ideal de pH para a maioria das culturas (PREZOTTI &
MARTINS, 2013).
A CTC potencial (T) apresentou o valor mais elevado (24,92) no tratamento cana-de-açúcar.
Segundo Baldotto et al. (2015), a matéria orgânica eleva a CTC por apresentar grupos
funcionais eletricamente negativos, além de disponibilizar nutrientes. Os valores encontrados
são provenientes do tempo de implantação da cultura com mais de 10 anos, do maior aporte
de material orgânico, juntamente com o tipo de manejo adotado, visto que na época de
37
colheita não é realizada, a queima da cana, ocasionando uma maior cobertura vegetal
(SOUZA et al., 2005).
Tabela 4 - Propriedades químicas dos solos estudados em áreas de agricultura familiar
submetidas a diferentes sistemas de manejo em solo do semiárido.
(1)Trat.- Tratamentos; (2) S - soma de bases; (3) T - Capacidade de Troca de Cátions - CTC a pH 7,0; (4) V- Percentagem de saturação por bases; (5) m - Percentagem de saturação por Alumínio.Letras minúsculas compara
sistemas de uso do solo na mesma profundidade; médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste
de Scott-Knott (P<0,05) para as variáveis, e pelo teste de Kruskal-Wallis para as variáveis (pH KCl; Na+ e Al
+3).
Em relação ao fósforo todos os tratamentos apresentaram uma redução dos teores, em
profundidade. Resultado semelhante foi obtido por Silva et al. (2011), os quais observaram
redução dos teores de fosforo em profundidade, ressaltando ainda que essa redução pode ser
pH (1:2,5) Complexo sortivo (Cmolc.Kg-1) P disp
(mg.K
g-1)
COT
(g.Kg-
1)
Trat(1)
.
Água
KCl
Ca2+ +
Mg2+
Na+
K+
Valor S(2)
H+
Al3+
Valor
T(3)
Valor V
(%)(4)
m
(%)(5)
PROFUNDIDADE 0-10 cm
VN 6,4a 5,3b 15,23b
0,019a 0,133b 15,39b 2,5a 0,4a 18,37b 83,43b 3,32a 26,8b 10,3a
SAF1 6,1b 5,3b 11,23c
0,008a 0,124b 11,37c 2,7a 0,3a 14,35d 79,16b 2,33a 29,2b 8,86a
SAF2 6,4a 5,4b 15,93b
0,012a 0,163a 16,11b 2,0b 0,4a 18,62b 86,47a 3,01a 29,8b 8,89a
SAF3 6,5a 5,7a 13,83b
0,012a 0,202a 14,05b 1,8b 0,2a 16,00c 87,76a 1,41b 88,4a 8,67a
MAN 6,6a 5,7a 12,27c
0,034a 0,139b 12,44c 1,2b 0,3a 13,96d 89,10a 2,37a 33,2b 5,46b
LAR 6,4a 5,6a 9,83d
0,041a 0,123b 10,00d 2,2a 0,3a 12,48e 80,30b 2,92a 19,5b 6,45b
CAN 6,0b 5,4b 21,83a
0,030a 0,072c 21,94a 2,8a 0,2a 24,92a 88,00a 0,90c 14,3b 11,7a
POU 6,2b 5,3b 9,80d 0,004a 0,162a 9,97d 1,8b 0,3a 12,02e 82,94b 2,62a 44,9b 5,46b
PROFUNDIDADE 10-20 cm
VN 5,9b 5,0b 13,27a
0,004a 0,104b 13,37a 3,5a 0,2a 17,02a 78,17b 1,51b 25,4a 8,05b
SAF1 6,0b 5,1b 10,03b
0,001a 0,084b 10,12b 2,3b 0,2a 12,60b 80,16b 1,95b 23,2a 6,72c
SAF2 6,2b 5,3b 15,23a
0,001a 0,161a 15,40a 2,3b 0,5a 18,11a 85,02a 2,95a 22,8a 8,12b
SAF3 6,5a 5,7a 13,40a
0,005a 0,161a 13,57a 1,8c 0,3a 15,62a 86,82a 2,18a 61,3a 7,43b
MAN 6,6a 5,6a 11,93a
0,016a 0,088b 12,04a 1,3c 0,3a 13,62b 88,40a 2,42a 32,3a 5,48d
LAR 6,5a 5,5a 7,87b
0,030a 0,159a 8,06b 1,4c 0,2a 9,67c 83,18b 2,80a 6,8b 5,24d
CAN 6,0b 5,2b 13,60a
0,018a 0,041b 13,66a 3,1a 0,2a 16,88a 80,77b 1,26b 5,9b 12,8a
POU 6,2b 5,2b 9,70b 0,002a 0,162a 9,86b 2,0b 0,3a 12,11b 81,40b 2,62a 36,5a 5,70d
38
influenciada pela menor mobilidade do elemento. Observa-se que o SAF3 na profundidade
de 0-10 cm foi o tratamento que apresentou o maior valor de fósforo no solo (88,4 mg.kg-1
),
esse alto teor se deve a diversidade do material vegetal depositado sobre a superfície do solo,
assim como o esterco proveniente da criação de galinha. Esses resultados condizem com os
encontrados por Iwata et al. (2012) e Nogueira et al. (2008), que constataram a influência da
deposição constante de MOS, provenientes de estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo no
aumento dos teores de P em SAF’S.
Em relação ao carbono orgânico total (COT), observou-se que houve uma redução nos
tratamentos Mandioca (MAN), Laranja (LAR) e POUSIO, nas duas profundidades, visto o
menor aporte de matéria orgânica depositada sobre a superfície e mediante as práticas
culturais como aração, gradagem realizadas nessas áreas para a implantação das culturas. O
maior valor para os teores de COT foram encontrados no tratamento cana-de-açúcar, devido o
manejo adotado na área o qual influencia maior quantidade de matéria orgânica. Nos
tratamentos VN e SAF’s não foram observadas diferenças estatísticas significativas na
profundidade de 0-10 cm. Froufe, Rachwal & Seoane (2011) e Gama-Rodrigues et al. (2008),
afirmam em seus trabalhos que a estrutura dos SAF’s assemelham-se a da vegetação nativa,
desta forma o manejo adotado maximiza o processo de ciclagem de nutrientes, com mínima
interferência. Sendo assim, as atividades desenvolvidas nos SAF’s estão melhorando as
características das áreas.
No dendrograma de análises de cluster dos atributos químicos do solo (Figura 7),
pode-se observar que foram formados dois grupos distintos, O primeiro grupo é representado
pelo tratamento CANA, que destacou-se dos demais tratamentos quando analisado em relação
aos atributos químicos estudados, essa diferenciação se deve, provavelmente, aos altos valores
da CTC, dos Cátions trocáveis e do CO presente na área. Rosset, Schiavo & Atanázio (2014)
afirmaram que áreas cultivadas com cana-de-açúcar que possuem um manejo mais
conservacionista, ou seja, sem queima e com aplicação de resíduos, apresentam maiores
teores de matéria orgânica, promovendo assim alterações nos atributos químicos.
39
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
CANA LAR MAN SAF3 SAF2 POUSIO SAF1 VN1
2
3
4
5
6
7
Lin
ka
ge
Dis
tan
ce
Figura 7. Dendrograma da análise de cluster dos tratamentos estudados para os atributos
químicos. (VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA-
Cana-de-açúcar).
De acordo com a análise fatorial (Tabelas 5 e 6), as variáveis pH (água), pH (KCl), H
e Ca+Mg, apresentam uma carga fatorial elevada, explicam a maior porcentagem de variação
(91,82%) e são as que contribuem para as alterações ocorridas nas características do solo em
função do manejo. De acordo com Anselmo et al. (2014) o pH do solo é considerado um
fator essencial, pois qualquer alteração em seus valores podem comprometer a disponibilidade
dos nutrientes do solo.
Tabela 5 - Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos químicos para os
tratamentos estudados.
Profundidade 0-20 cm
Fatores Eigenvalue % Total
1 3,95 43,97
2 1,69 18,81
40
Tabela 6- Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos químicos na profundidade de 0-20 cm.
Na Análise de Componentes Principais (Figura 8), o fator 1 é representado pelas
variáveis pH (água), pH (KCl), H, em relação as variáveis do fator 2 representado por
Ca+Mg. As variáveis que estão mais próximas à circunferência, pH (água), pH (KCl), H,
apresentam uma maior contribuição quando comparadas às variáveis que estão mais
afastadas. Com base nas relações presentes entre as variáveis, verifica-se ainda na figura 8,
que o COT, mesmo não estando entre os fatores que mais contribuíram para a variação,
apresenta-se próxima da circunferência.
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
COT
pH(água)
pH(KCl)
Al
P
H
K
Na
Ca+Mg
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 43,97%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Fa
cto
r 2
: 1
8,8
1%
Figura 8. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos químicos dos solos na
profundidade de 0-20 cm. (Al+3
- Alumínio; K+ – Potássio; P – Fósforo; H
+ – Hidrogênio; Ca
2++Mg
2+ –
Cálcio e Magnésio; Na+
- Sódio; COT – Carbono Orgânico total).
Variáveis COT pH
(Água)
pH
(KCl)
Al+3
P H+ K
+ Na
+ Ca
2+
+Mg2+
Expl.Var Prp.Totl
Fator 1 -0,37 0,85 0,84 0,12 0,33 -0,87 0,29 0,29 -0,09 2,67 0,29
Fator 2 0,67 -0,15 0,02 0,12 0,04 0,29 -0,17 0,07 0,98 1,59 0,17
41
Na figura 9, observa-se que os tratamentos foram distribuídos de acordo com as
influências das variáveis mais significativas, demostrando de forma clara uma divisão dos
agrupamentos dos tratamentos em relação aos quadrantes positivos e negativos. Para os
quadrantes positivos, os tratamentos VN, CANA e SAF1 e para os negativos MAN e LAR, os
demais tratamentos ficaram sobrepostos. Analisando as figuras 8 e 9 de forma simultânea,
podemos verificar que a variável COT representa o tratamento CANA, mesmo não estando
dentro dos fatores que mais influenciaram a analise, o pH foi representado pelos tratamentos
MAN e LAR.
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VNa
VNb
SAF1a
SAF1b
SAF2a
SAF2bSAF3aSAF3b
MANa
MANb
LARa
LARb
CANAa
CANAb
POUSIOaPOUSIOb
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Factor 1: 43,97%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
Fa
cto
r 2
: 1
8,8
1%
Figura 9. Diagrama de ordenação dos componentes principais para os tratamentos nas
profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm. (a- Profundidade de 0-10cm; b- Profundidade de 10-20 cm; VN-
Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar e
POUSIO)
O primeiro fator representado pelas variáveis pH e H+, apresentou isoladamente
43,97% (Tabela 5) da variabilidade total dos dados e correlacionou-se positivamente com
todas as outras variáveis estudadas. Com isso, e como se observa na figura 8, os componentes
Ca+Mg, COT sofreram influência positiva da fertilidade, uma vez que essas variáveis fazem
parte da porção fértil do solo. Resultados contrários foram obtidos por Silva, A. et al., (2010)
em seu estudo sobre a variabilidade espacial de atributos químicos de um Latossolo
Vermelho-Amarelo húmico cultivado com café, esses resultado foram provenientes dos
42
Latossolos apresentarem um maior desenvolvimento quando comparados com os
Cambissolos e Luvissolos presentes no Sertão.
4.3 - ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS DAS ÁREAS ESTUDADAS
Observa-se na tabela 7 que a interação (tratamentos x coletas) apresentou diferenças
significativas para as variáveis estudadas, RBM, qCO2 e qMIC. Em relação à RBM foram
observadas que as maiores atividades microbianas estavam presentes nos tratamentos SAF2,
SAF3, MAN, LAR e CANA, os quais apresentaram uma variação de 2,28 mg.kg-1
.h-1
a 2,78
mg.kg-1
.h-1
no mês em que a pesquisa foi iniciada (Agosto/2014) e reduções significativas
nos demais meses de coleta (Novembro/2014; Fevereiro e Maio/2015). Esses aumentos e
reduções da atividade microbiológica durante o período de estudo, estão ligados diretamente à
quantidade de matéria orgânica depositada na superfície dos solos, uma vez que a maior
quantidade de serapilheira depositada ocorre na transição final da estação chuvosa e inicio da
estação seca (Figura 1), devido ao mecanismo de proteção a perda de água por transpiração
natural das plantas da caatinga que apresentam características caducifólias (LOPES et al.,
2009 e ALVES et al., 2006).
Segundo Azar et al. (2013); Moura et al. (2015) e Souza, E. et al. (2010) a alta
atividade microbiana pode indicar que há uma rápida transformação dos resíduos vegetais em
nutrientes. Outro fator a ser considerado refere-se ao manejo adotado nas áreas, onde existem
áreas cultivadas de forma tradicional, com o revolvimento do solo para implantação de
culturas anuais, que contribui para maior densidade do solo e menor porosidade, ou seja,
reduções da aeração do solo, conforme destacado na abordagem das variáveis físicas do solo
(tabela 1). Nascimento et al. (2009) afirmam que aumentos da atividade microbiana estão
ligados a perturbações no ambiente provocados pelas ações antrópicas, devido ao manejo
adotado nas áreas, essa perturbação no ambiente pode ser observada no tratamento MAN,
que utiliza processos de aração e sulcagem do solo para implantação de culturas anuais.
Outra hipótese para explicar os valores encontrados está relacionada a perturbações
ambientais, especificamente a disponibilidade hídrica no local, observa-se no figura 1 e na
tabela 7, que os altos valores de RBM estão presentes justamente nos mês em que os índices
pluviométricos na região da área experimental são elevados, quando comparados aos outros
meses de coleta, ou seja, neste período a disponibilidade hídrica pode ter favorecido a
manutenção da atividade aeróbica dos microrganismos. Araújo Neto et al. (2014) observaram
43
em seu trabalho que a condição de umidade do solo proporcionada pelo final da estação
chuvosa e inicio da estação seca foi favorável a atividade microbiana, corroborando assim
com os dados encontrados.
É possível observar também que houve redução dos valores da atividade microbiana
no mês de novembro/2014. Esta redução provavelmente está ligada diretamente ao excesso de
chuva ocorrida na região. Ainda segundo Araújo Neto et al. (2014) valores de RBM são
afetados pela restrição de oxigênio na estação chuvosa e de água na estação seca. Após esse
período chuvoso houve variações entre as precipitações pluviométricas, ocasionando desta
forma oscilações entre os valores de RBM.
Estudos de manejo de solo buscam sistemas que favoreçam a redução nos índices de
qCO2, pois esse tipo de sistema tendem a proporcionar um maior equilíbrio a biomassa
microbiana, reduzindo as perdas de CO2 através da respiração, e promovendo desta forma
uma maior assimilação de C pela biomassa microbiana (CUNHA et al., 2011). Nesta pesquisa
constatou-se que o maior valor observado (263,64 mg.C-CO2.g-1
.RBM-C.h-1
) para o
tratamento MAN, está presente na primeira coleta, esse resultado é proveniente do
revolvimento da área para a implantação de culturas anuais, promovendo deste modo o
rompimento dos agregados do solo tornando a matéria orgânica mais susceptíveis ao ataque
dos microrganismos, além da ausência de cobertura vegetal do solo, a qual faz com que
prevaleça uma comunidade microbiana jovem, onde a assimilação de C não é tão eficiente,
quando comparada a culturas permanentes.
De acordo com Anderson & Domsch (1993) e Ramos et al. (2010), valores elevados
de qCO2 são indicativos de ecossistemas que estão sobre influência de alguma condição
estressante, ou que possua uma comunidade microbiana em estágios iniciais de
desenvolvimento, ou seja, maior proporção de microrganismos ativos, visualizado nesse
estudo pela área cultivada com mandioca. Porém, vale ressaltar que os índices de qCO2 foram
reduzidos com o tempo, devido ao crescimento da cultura e seu estabelecimento na área,
fazendo com que a comunidade microbiana tendesse ao equilíbrio, promovendo assim uma
maior assimilação de carbono, corroborando com os dados obtidos por Cunha et al. (2011).
Os valores mais altos de qMic foram observados na primeira coleta nos tratamentos
LAR e CANA, apresentando valores de 8,78% e 6,09%, respectivamente (Tabela 7). Em
condições normais o qMIC varia de 1 a 4 % (JAKELAITIS et al., 2008). Os altos valores
obtidos nestes tratamentos são provenientes da maior conversão de CO em Cmic,
demostrando desta forma a eficiência dos microrganismos na utilização de compostos
44
Tabela 7 - Interação entre as variáveis microbiológicas e o tempo de coleta em áreas de agricultura familiar submetidas a diferentes sistemas de
manejo em solo do semiárido.
(1) RBM – Respiração da biomassa microbiana; (2) qCO2 – Quociente metabólico; (3) qMIC – Quociente microbiano; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal;
MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar e POUSIO. Meses de realização das coletas (AGO, NOV, FEV e MAI). Letras minúsculas compara os tempos de
coleta para cada tratamento (linhas); letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada coleta (colunas), médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (P<0,05).
RBM(1)
(mg.kg-1. h-1de C-CO2 )
qCO2 (2)
(mg.Kg-1.h-1 de C-CO2 do CBM)
qMIC(3)
(%)
Coletas Coletas Coletas
AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI
VN 1,09aB 1,92aA 0,99aA 1,35aA 20,75aB 7,49aA 2,30aA 13,35aA 1,93aB 1,10aA 1,96aA 2,26aA
SAF1 1,19aB 1,65aA 0,77aA 0,68aA 18,63aB 8,94aA 3,88aA 15,40aA 3,54aB 2,07aA 1,35aA 1,59aA
SAF2 2,41aA 1,63bA 1,33bA 1,03bA 53,51aB 7,88aA 2,44aA 11,03aA 4,33aB 1,72aA 3,87aA 2,90aA
SAF3 2,29aA 0,49bB 1,06bA 0,73bA 48,86aB 2,46aA 1,61aA 23,87aA 3,22aB 1,54aA 4,54aA 1,96aA
MAN 2,28aA 1,62bA 1,47bA 0,83bA 263,64aA 10,85bA 5,35bA 13,30bA 1,72aB 2,33aA 4,11aA 2,68aA
LAR 2,46aA 0,59bB 0,53bA 0,67bA 33,26aB 2,98aA 1,29aA 19,44aA 8,78aA 2,26bA 4,17bA 2,14bA
CANA 2,78aA 1,75bA 0,70bA 1,39bA 61,47aB 9,41aA 1,20aA 14,35aA 6,09aA 0,93bA 3,33bA 2,23bA
POUSIO 1,12aB 1,15aB 0,85aA 0,50aA 57,43aB 5,79aA 2,01aA 12,92aA 3,03aB 2,56aA 4,28aA 2,42aA
45
orgânicos provenientes desses tratamentos (SILVA, R.et al., 2010), além do aporte continuo de
matéria orgânica mediante o maior tempo de implantação dessas culturas.
Dadalto et al. (2015) observaram em seu trabalho que o valor mais elevado de qMIC
foi de 5,48%, e que esse valor foi proveniente da maior incorporação de carbono orgânico do
solo na biomassa microbiana. Porém com o decorrer do tempo os valores do qMIC para essas
áreas LAR e CANA reduziram significativamente. Esses resultados podem está relacionados,
segundo Gama-Rodrigues & Gama-Rodrigues (2008), com a baixa qualidade nutricional da
matéria orgânica, ocasionando assim a inutilização total do CO.
Os maiores valores observados para CBM ocorreram nos tratamentos VN, SAF2 e
CANA (tabela 8), esses valores são resultantes do maior aporte de material orgânico
depositado na superfície do solo, e do manejo conservacionista adotado nas áreas. Pezarico et
al. (2013) ao trabalhar com indicadores de qualidade do solo em sistemas agroflorestais,
observaram que valores de CBM dos sistemas agroflorestais estavam próximos dos
encontrados na vegetação nativa, eles constataram também que valores elevados de CBM
estavam associados a sistemas de cultivo onde a cultura apresenta um tempo relativamente
alto de permanência e que há deposição de resíduos vegetais da cultura no solo, corroborando
assim com os dados encontrados tanto para a VN e SAF2, como para a área cultivada com
cana-de-açúcar a qual está implantada a mais de 10 anos.
O CBM variou com o tempo (tabela 8), esse resultado é proveniente da oscilação
constatada na precipitação pluviométrica (Figura 1), já que a umidade é um dos fatores que
controlam a decomposição da matéria orgânica e consequentemente a atividade microbiana,
corroborando com os dados obtidos por Costa et al. (2012), Freitas et al. (2009) e Silva et al.
(2008).
46
Tabela 8 - Carbono da biomassa microbiana em áreas de agricultura familiar submetidas a
diferentes sistemas de manejo em solo do semiárido.
(1) CBM – Carbono da biomassa microbiana; VN-Vegetação ; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN - Mandioca;
LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar e POUSIO. Meses de realização das coletas (AGO, NOV, FEV e MAI).
Letras minúsculas compara os tempos de coleta em cada tratamento (linhas); letras maiúsculas comparam os
tratamentos em cada coleta (colunas) médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-
Knott (P<0,05).
Os tratamentos LAR e MAN na primeira coleta e SAF1 e SAF2 na quarta coleta não
apresentam similaridades entre as variáveis estudadas em relação aos outros grupos formados
nas suas respectivas coletas (Figura 10). Esses tratamentos se destacaram dos demais devido a
significância das variáveis CBM, qMIC, apresentadas na primeira coleta e da RBM e qMIC
na quarta coleta (Tabela 9 e 10), as quais apresentam uma correlação positiva entre as
variáveis CBM e qMIC nos tratamentos LAR e MAN e do RBM e qMIC nos tratamentos
SAF1 e SAF2.
CBM(1)
(µg. g-1
de C)
Coletas Média
AGO NOV FEV MAI
VN 44,63 271,86 31,72 163,91 128,03a
SAF1 54,90 187,07 20,47 89,80 88,06b
SAF2 59,08 280,08 36,95 181,70 139,45a
SAF3 47,90 227,92 45,32 112,45 108,40b
MAN 11,84 154,91 27,95 104,67 74,84b
LAR 88,91 203,41 39,27 91,77 105,84b
CANA 57,39 235,48 58,81 138,96 122,66a
POUSIO 21,87 190,37 49,39 98,17 89,95b
Média 48,32C 218,89A 38,74C 122,68B -
47
Figura 10. Dendrogramas das análises de cluster dos tratamentos em relação a variáveis
microbiológicas, RBM, CBM, qCO2 e qMIC, nas quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º coleta; C-3º
coleta e D- 4º coleta; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja,
CANA- Cana-de-açúcar).
Em relação aos sistemas de manejo tradicional o resultado observado (Figura 10A) é
devido à qualidade e ao reduzido teor de matéria orgânica depositada na superfície do solo,
além do que as desagregações do solo ocasionadas pelo revolvimento do mesmo para a
implantação de culturas promoverem uma maior exposição dos solos a ações ambientais.
Segundo Gama-Rodrigues & Gama-Rodrigues (2008), a biomassa microbiana
encontra-se sob estresse quando a matéria orgânica do solo é de difícil decomposição,
resultando assim na redução do qMic. Para os sistemas de manejo conservacionistas (Figura
10 D) onde há um maior teor de matéria orgânica, esses resultados são explicados pela maior
conversão do resíduo em nutrientes e pela utilização eficiente desses compostos (SOUZA, E.
et al., 2010 e SILVA, R. et al., 2010).
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
POUSIO MAN LAR SAF3 SAF1 SAF2 CANA VN0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
CANA LAR POUSIO SAF3 MAN SAF2 SAF1 VN0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
LAR SAF3 POUSIO MAN SAF1 SAF2 CANA VN0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
LAR CANA SAF3 SAF2 MAN POUSIO SAF1 VN0
1
2
3
4
5
6
Lin
kage D
ista
nce
A B
C D
48
Os resultados da análise fatorial dos dados microbiológicos indicaram que as variáveis
RBM, qMIC, CBM e qCO2 diferenciaram os solos, visto que os mesmos explicam mais de
80% da variabilidade total dos dados para todas as coletas (Tabela 9)
Tabela 9. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos microbiológico
para os tratamentos estudados nas quatro coletas.
Tabela 10- Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos microbiológicos na profundidade de 0-5 cm
nas quatro coletas.
Profundidade 0-5 cm
Fatores Eigenvalue % Total
AGO 1 2,28 57,09
2 1,24 30,97
NOV 1 2,40 59,91
2 0,91 22,82
FEV 1 1,81 45,31
2 1,41 35,18
MAI 1 2,53 63,36
2 1,03 25,84
Variáveis RBM CBM qCO2 qMIC Expl.Var Prp.Totl
AGO Fator 1 0,22 0,73 -0,22 0,96 1,56 0,39
Fator 2 0,96 0,26 0,16 0,20 1,05 0,26
NOV Fator 1 0,97 -0,13 0,88 -0,24 1,80 0,45
Fator 2 0,00 -0,99 0,37 -0,07 1,12 0,28
FEV Fator 1 0,93 -0,02 0,36 0,16 1,02 0,25
Fator 2 0,20 0,17 -0,12 0,97 1,02 0,25
MAI Fator 1 0,02 0,35 -0,41 0,85 1,02 0,26
Fator 2 0,99 0,16 0,05 0,02 1,02 0,25
49
A Análise de Componentes principais (Figura 11) representa o fator 1 em relação as
variáveis do fator 2. As variáveis que estão mais próximas à circunferência são as que
apresentam uma maior contribuição quando comparadas às variáveis que estão mais
afastadas.
Dentre as variáveis apresentadas, as que obtiveram um maior peso em valor absoluto
no modelo foram a RBM e o qMIC, que ficaram no intervalo, de forma geral, entre 0,97 -
0,93 e 0,96 – 0,85, respectivamente, para as quatro coletas (Tabela 10). Os resultados
demostram que as variáveis RBM e qMIC apresentam uma carga fatorial elevada, e que
explicam a maior porcentagem de alterações ocorridas, mediante o manejo, por serem
bastante sensíveis ao manejo adotado no solo. Analisando as Figuras 11 e 12 de forma
simultânea observa-se que as alterações ocorridas são provenientes da atividade microbiana,
ou seja, quanto maior for a RBM, maior será a atividade dos microrganismos, porém nem
sempre valores elevados de RBM indicam condições desejáveis, pois uma alta taxa de
respiração pode indicar em curto prazo, liberação de nutrientes ou que os microrganismos
estão sobre influencia de algum fator estressante e, em longo prazo, perda de carbono do solo
para a atmosfera (D’ANDRÉA et al., 2002). Em relação ao quociente microbiano espera-se
que em áreas que possuem uma maior disponibilidade de matéria orgânica, o qMIC também
apresente valores elevados, já que o mesmo indica a eficiência no uso dos compostos
provenientes da decomposição ( SOUZA, E.et al., 2010 e SILVA, R et al., 2010).
50
Figura 11. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos microbiológicos RBM,CBM,
qCO2 e qMIC nas quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º coleta; C-3º coleta e D- 4º coleta; COT- Carbono
orgânico total ; RBM – Respiração da biomassa microbiana; qCO2 – Quociente metabólico; qMIC – Quociente
microbiano).
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
RBM
CBM
qCO2
qMIc
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 57,09%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
30,9
7%
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
RBM
CBM
qCO2
qMIc
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 59,91%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
22,8
2%
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
RBM
CBM
qCO2
qMIc
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 45,31%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
35,1
8%
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
RBM
CBM qCO2
qMIc
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 63,36%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
25,8
4%
A B
C D
51
Figura 12. Diagrama de ordenação dos componentes principais para às variáveis
microbiológicas RBM, CBM, qCO2 e qMIC em relação as quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º
coleta; C-3º coleta e D- 4º coleta; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal;bMAN –Mandioca;
LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar; ).
Esses resultados de RBM e qMIC geralmente elevados são observados em áreas de
vegetação nativas (CHAER & TÓTOLA, 2007). Desta forma, afirmar que quando essas
variáveis apresentam-se de forma inversamente proporcional é um indicativo que o ambiente
está sob efeito de algum fator estressante, (WARDLE, 1994). corroborando desta forma com
o observado no tratamento MAN.
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1SAF1
SAF2
SAF2
SAF2SAF3SAF3
SAF3
MAN
MAN
MAN
LAR
LARLARCANA CANA
CANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Factor 1: 57,09%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Fa
cto
r 2
: 3
0,9
7%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1
SAF1
SAF2
SAF2
SAF2SAF3SAF3
SAF3MANMANMAN
LAR
LARLAR
CANA
CANA
CANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Factor 1: 59,91%
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Fa
cto
r 2
: 2
2,8
2%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1SAF1
SAF1
SAF2
SAF2
SAF2
SAF3
SAF3
SAF3MAN
MAN
MAN
LAR
LAR
LAR
CANA
CANA
CANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Factor 1: 45,31%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Fa
cto
r 2
: 3
5,1
8%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1
SAF1SAF2SAF2
SAF2
SAF3SAF3
SAF3
MAN
MAN
MANLAR
LAR
LAR
CANA
CANA
CANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Factor 1: 63,36%
-4,0
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Fa
cto
r 2
: 2
5,8
4%
A B
C D
52
4.4 - FRAÇÕES DO CARBONO ORGÂNICO OXIDÁVEL
Os atributos referentes ao carbono orgânico oxidável do solo estão na tabela 11. É
possível observar que a interação (tratamentos x coletas) apresentou diferenças estatísticas
significativas para as frações 1, 3 e 4 e a fração 2 apresentou diferenças significativas tanto
para coleta quanto para os tratamentos. Os tratamentos VN e CANA de modo geral foram os
que apresentaram os melhores teores de carbono oxidável para as frações F1 e F2, nas quatro
coletas realizadas (Tabela 11 e 12), quando comparados com os outros tratamentos.
A F2 é a segunda fração mais lábil do carbono oxidável e os menores valores de dela
estão representados pelos tratamentos MAN e POUSIO, esses resultados podem ser
explicados pelo revolvimento do solo para a implantação de culturas, e do menor aporte de
matéria orgânica, mesmo a área de pousio estando nesta condição por aproximadamente três
anos, o tempo não foi suficiente pra reduzir os impactos causados pelo sistema tradicional de
cultivo. Esses resultados corroboram com os dados obtidos para o COT (tabela 11). Loss et al.
(2010) e Guareschi & Pereira (2013) afirmam que a fração F1 tende a ser encontrada em áreas
que apresentem um maior aporte de material vegetal via resíduos vegetais, e que os menores
valores dessa fração é devido as praticas de aração e gradagem, as quais desfavorecem a
manutenção dos resíduos vegetais.
As frações F3 e F4 também tiveram seus maiores valores representadas pelos
tratamentos VN e CANA. As frações F1 e F2 são as que apresentam uma maior labilidade no
solo, enquanto as frações F3 e F4 são as consideradas mais resistentes, devido às mesmas
estarem ligadas diretamente a compostos químicos de alta estabilidade (RANGEL et al.,
2008). Segundo Loss et al. (2010), seria desejável um balanço nos teores dessas frações para
que houvesse um equilíbrio entre a disponibilidade de nutrientes, estrutura do solo (F1 e F2)
e proteção física e química (F3 e F4). Os índices obtidos por meio da relação F1/F4 foram
todos inferiores a 1, apresentando uma variação entre 0,1 e 0,02 g. Kg-1
. Este padrão indica
que há um desequilíbrio na distribuição de carbono nas frações F1 e F4. Segundo Loss et al.
(2014) quando se tem um valor da relação F1/F4 mais próximo a 1, indica que há uma maior
distribuição de carbono nessas frações.
53
Tabela 11 - Interação entre as variáveis das Frações do Carbono orgânico oxidável e o tempo de coleta em áreas de agricultura familiar
submetidas a diferentes sistemas de manejo em solo do semiárido.
VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar e POUSIO. Meses de realização das coletas (AGO, NOV,
FEV e MAI).Letras minúsculas comparam os tempos de coleta para cada tratamento (linhas); letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada coleta (colunas), médias
seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).
Frações do carbono orgânico oxidável
COT F1 F3 F4 F1/F4
AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI
VN 28,76aA 24,70aA 22,43aA 7,48bA 0,98aA 0,57Ba 0,83aA 0,26cA 1,21aA 0,49bB 0,09bA 1,27aA 26,26aA 23,15aA 21,06aA 5,22bA 0,04aA 0,02aA 0,04aA 0,05aB
SAF1 17,80aB 10,94bB 16,56aA 6,11bA 0,66aB 0,21bB 0,55aA 0,24bA 0,57aA 1,06aB 0,03aA 0,38aB 16,24aB 8,78bC 15,63aA 5,16bA 0,04aA 0,02aA 0,03aA 0,05aB
SAF2 13,87aB 18,30aA 14,46aA 6,19bA 0,51aC 0,45aA 0,50aB 0,26aA 0,61aA 0,36aB 0,13aA 0,43aB 12,67aB 16,33aB 13,66aA 4,95bA 0,04aA 0,03aA 0,04aA 0,04aB
SAF3 15,64aB 15,24aB 12,72aB 5,59bA 0,63aB 0,30bB 0,45aB 0,14bA 0,45aA 0,12aB 0,04aA 0,45aB 14,50aB 14,22aB 12,10aB 4,49bA 0,04aA 0,02aA 0,04aA 0,03aB
MAN 6,68aC 6,72aB 6,77aB 3,91aA 0,33aC 0,16aB 0,21aB 0,12aA 0,22aA 0,31aB 0,01aA 0,10aB 6,11aC 5,82aC 6,51aB 3,60aA 0,05aA 0,03aA 0,03aA 0,03aB
LAR 9,89aC 10,00aB 9,42aB 4,43aA 0,43aC 0,20aB 0,32aB 0,09aA 0,46aA 0,19aB 0,10aA 0,55aB 8,98aC 8,86aC 8,92aB 3,45aA 0,05aA 0,02aA 0,03aA 0,02aB
CANA 16,01bB 25,55aA 17,97bA 6,26cA 0,70aB 0,53aA 0,71aA 0,29bA 0,74aA 0,12bB 0,16bA 1,06aA 14,28bB 22,50aA 16,82bA 4,73cA 0,07aA 0,02bA 0,04bA 0,06aB
POUSIO 7,36aC 7,49aB 6,85aB 4,18aA 0,36aC 0,09bB 0,24bB 0,50aA 0,23bA 2,26aA 0,10bA 0,07bB 6,62aC 5,05aC 6,49aB 3,55aA 0,05bA 0,02bA 0,04bA 0,15aA
54
Tabela 12 - Frações do carbono orgânico oxidáveis em áreas de agricultura familiar
submetidas a diferentes sistemas de manejo em solo do semiárido.
VN-Vegetação ; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN - Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-de-açúcar e
POUSIO. Meses de realização das coletas (AGO, NOV, FEV e MAI). Letras minúsculas compara os tempos de
coleta em cada tratamento (linhas); letras maiúsculas comparam os tratamentos em cada coleta (colunas) médias
seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05) .
De acordo com os dendrogramas da análise de cluster dos atributos para as frações de
carbono orgânico do solo (Figura 13), é possível observar que existe semelhança entre as
coletas sendo que o tratamento VN se destaca dos demais nas figuras 13-A, 13-C e 13-D e o
tratamento POUSIO se destaca dos demais nas figuras 13-B e 13-D), não apresentaram
similaridade com os demais tratamentos.
Os tratamentos VN e POUSIO se diferenciaram dos demais tratamentos devido as
variáveis estudadas apresentarem uma alta variabilidade, provenientes dos manejos e da
quantidade e qualidade na matéria orgânica. Segundo Rangel et al. (2008), as maiores frações
de F1 e F2 são encontradas em áreas que há um maior aporte de matéria orgânica.
De acordo com a análise fatorial, as variáveis F1 e F4 na maioria das coletas
apresentam uma carga fatorial elevada e explica 80% das alterações ocorridas nos
tratamentos, devido a essas variáveis serem bastante sensíveis ao manejo do solo adotado
(Tabela 13). Os valores obtidos pela relação F1/F4, quando próximas a 1 nos dá indícios de
uma distribuição dos teores de carbono mais igualitários entre as frações lábeis e
recalcitrantes (LOSS et al., 2014).
Fração do carbono orgânico oxidável
F2
AGO NOV FEV MAI Média
Profundidade 0-5 cm
VN 0,31 1,57 1,06 0,73 0,91a
SAF1 0,32 0,76 0,90 0,32 0,57b
SAF2 0,07 0,91 0,37 0,54 0,47b
SAF3 0,06 0,97 0,22 0,51 0,44b
MAN 0,02 0,28 0,10 0,08 0,12c
LAR 0,02 0,79 0,19 0,35 0,33b
CANA 0,29 1,59 0,57 0,19 0,66a
POUSIO 0,16 0,41 0,04 0,06 0,16c
Média 0,16b 0,91a 0,43b 0,35b -
55
Na tabela 11 observa-se que a relação F1/F4 varia de 0,02 a 0,15 g Kg-1
, entre os
tratamentos, desta forma podemos afirma que os maiores teores de C ocorreram na fração de
maior estabilidade, este resultado sugere que o grau de humificação da MOS nos ambientes
são bastante altos. Segundo Chan et al. (2001), quando os valores da relação F1/F4 estão
próximos a 1, indica que a maior quantidade de C está presente na fração F1, indicando desta
forma que o C presente possui uma maior labilidade , ou seja, a MOS representa uma fonte
imediata para os microrganismos é a mesma é composta por materiais facilmente
mineralizável .
Figura 13. Dendrogramas das análises de cluster dos tratamentos em relação a variáveis da
matéria orgânica, COT, F1, F2, F3 e F4 nas quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º coleta; C-3º coleta e
D- 4º coleta; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal;MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA-
Cana-de-açúcar e POUSIO ).
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
LAR POUSIO MAN SAF3 SAF2 CANA SAF1 VN0
1
2
3
4
5
6
7
Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
POUSIO MAN LAR SAF1 SAF3 SAF2 CANA VN0
1
2
3
4
5
6Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
POUSIO LAR MAN CANA SAF2 SAF3 SAF1 VN0
1
2
3
4
5
6
Lin
kage D
ista
nce
Tree Diagram for 8 Cases
Complete Linkage
Euclidean distances
POUSIO LAR MAN CANA SAF3 SAF2 SAF1 VN0
1
2
3
4
5
6
Lin
kage D
ista
nce
A B
C D
56
Tabela 13. Autovalores e a variância explicada por cada fator dos atributos da matéria
orgânica para os tratamentos estudados nas quatro coletas.
Tabela 14- Cargas fatoriais pelo método dos componentes principais para composição dos
fatores, após rotação Varimax, para os atributos da matéria orgânica na profundidade de 0-5
cm nas quatro coletas.
Analisando as figuras 14 e 15 de forma simultânea, podemos afirmar que o tratamento
vegetação nativa seguiu a tendência das variáveis F1 e F4 no gráfico e que o tratamento
POUSIO se apresentou na posição inversa das variáveis.
Profundidade 0-5 cm
Fatores Eigenvalue % Total
AGO 1 3,94 78,88
2 0,78 15,60
NOV 1 3,72 74,50
2 0,87 17,33
FEV 1 3,71 74,08
2 1,04 20,79
MAI 1 2,67 53,40
2 1,06 21,30
Variáveis COT F1 F2 F3 F4 Expl.Var Prp.Totl
AGO Fator 1 0,87 0,87 0,21 0,58 0,88 2,69 0,54
Fator 2 0,30 0,13 0,97 0,13 0,30 1,16 0,23
NOV Fator 1 0,51 0,33 0,85 -0,08 0,44 1,29 0,26
Fator 2 0,11 0,17 0,10 -0,98 0,21 1,06 0,21
FEV Fator 1 0,90 0,97 0,60 -0,00 0,90 2,92 0,58
Fator 2 -0,01 0,00 -0,20 0,99 -0,02 1,03 0,21
MAI Fator 1 0,86 0,14 0,27 0,14 0,98 1,83 0,36
Fator 2 0,18 0,99 -0,06 0,07 0,08 1,02 0,20
57
Figura 14. Diagrama de projeção dos vetores dos atributos da matéria orgânica, COT, F1, F2,
F3 e F4 nas quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º coleta; C-3º coleta e D- 4º coleta; COT- Carbono orgânico
total )
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
COT
1ºFração
2ºFração
3ºFração
4ºFração
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 78,88%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
15,6
0%
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
COT
1ºFração
2ºFração
3ºFração
4ºFração
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 74,50%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
17,3
3%
A B
C D
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
COT 1ºFração
2ºFração
3ºFração
4ºFração
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 74,08%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
20,7
9%
Projection of the variables on the factor-plane ( 1 x 2)
Active
COT
1ºFração
2ºFração
3ºFração
4ºFração
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Factor 1 : 53,39%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
Facto
r 2 :
21,3
0%
58
Figura 15. Diagrama de ordenação dos componentes principais para às variáveis da matéria
orgânica, COT, F1, F2, F3 e F4 nas quatro coletas. (A- 1º coleta; B- 2º coleta; C-3º coleta e D- 4º
coleta; VN-Vegetação Nativa; SAF’S- Manejo agroflorestal; MAN –Mandioca; LAR- laranja, CANA- Cana-de-
açúcar).
Desta forma podemos afirmar que essas frações estão ligadas diretamente ao manejo
das áreas, pois as diferenças entre as áreas são provenientes da redução nos valores de
carbono lábil e recalcitrante quando comparadas com os valores do tratamento testemunha,
esta redução é proveniente das ações antrópicas nas áreas, as quais aceleram a decomposição
da MO que est no interior dos agregados. Loss et al. (2014) em seu trabalho sobre as frações
granulométricas e oxidáveis de matéria orgânica sob diferentes sistemas de uso do solo, no
Paraná, Brasil, constatou que em sistemas de manejo conservacionistas as frações F1 e F4
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1
SAF1
SAF2
SAF2
SAF2SAF3SAF3
SAF3 MANMANMAN
LAR
LAR
LAR
CANA
CANA
CANA
POUSIOPOUSIO
POUSIO
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
Factor 1: 78,88%
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Fa
cto
r 2
: 1
5,6
0%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VNVN
SAF1
SAF1
SAF1
SAF2 SAF2
SAF2
SAF3
SAF3SAF3
MANMANMAN
LAR
LARLAR
CANACANA
CANA
POUSIOPOUSIO
POUSIO
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
Factor 1: 74,50%
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
Fa
cto
r 2
: 1
7,3
3%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1
SAF1
SAF2SAF2
SAF2
SAF3SAF3
SAF3MAN
MAN MAN
LAR
LAR
LAR
CANA
CANACANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Factor 1: 74,08%
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
Fa
cto
r 2
: 2
0,7
9%
Projection of the cases on the factor-plane ( 1 x 2)
Cases with sum of cosine square >= 0,00
Active
VN
VN
VN
SAF1
SAF1
SAF1
SAF2
SAF2SAF2
SAF3
SAF3
SAF3MAN
MAN
MAN
LAR
LAR
LAR
CANA
CANA
CANA
POUSIO
POUSIO
POUSIO
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Factor 1: 53,39%
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Fa
cto
r 2
: 2
1,3
0%
A B
C D
59
aumentam quando comparados com sistemas de manejo tradicional, corroborando assim com
os dados obtidos nesta pesquisa.
5 - CONCLUSÕES
Dentre os atributos físicos e químicos de qualidade do solo avaliados, as variáveis
frações da matéria orgânica, densidade e porosidade do solo foram as mais
representativas para as alterações ocorridas mediante o manejo adotado nas áreas.
A área de cana-de-açúcar se destacou dos demais tratamentos em relação à qualidade
física e química. Esses resultados são decorrentes das frações mais estáveis da matéria
orgânica e da CTC do solo dessa área.
Os atributos microbiológicos, com destaque para a respiração microbiana e o
quociente microbiano, apresentaram grande sensibilidade em relação ao manejo.
O fracionamento da MOS apresentou-se bastante sensível as variações ocorridas no
ambiente e pode ser utilizada para avaliação da qualidade do solo, sendo os
compartimentos mais sensíveis as alterações as frações F1 e F4 .
60
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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