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INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA APLICAÇÃO EM UMA DAS MAIORES EMPRESAS BRASILEIRAS DO RAMO ALIMENTÍCIO Daniel dos Santos Onofre Fernando Carrier Ruiz Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha Rio de Janeiro Dezembro de 2018

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Page 1: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA

APLICAÇÃO EM UMA DAS MAIORES EMPRESAS

BRASILEIRAS DO RAMO ALIMENTÍCIO

Daniel dos Santos Onofre

Fernando Carrier Ruiz

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Rio de Janeiro

Dezembro de 2018

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Onofre, Daniel dos Santos

Ruiz, Fernando Carrier

Indicadores de desempenho: Estudo sobre suas

aplicações em uma das maiores empresas brasileiras do

ramo alimentício – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola

Politécnica, 2018.

XII, 84 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia de Produção, 2018.

Referências Bibliográficas: 84-90.

1. Indicadores de Desempenho. 2. Gestão da

Qualidade. 3. Performance. I. Rocha, Maria Alice Ferruccio

da. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia de Produção.

III. Indicadores de desempenho: Estudo sobre suas

aplicações em uma das maiores empresas brasileiras do

ramo alimentício.

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“Tell me how you measure me, and I will tell you how I will behave”

Eliyahu M. Goldratt

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Agradecimentos

Primeiramente, gostaríamos de agradecer a todos aqueles que participaram da nossa

formação ao longo dos anos. De colegas à professores, agradecemos profundamente a ajuda

de todos.

À professora Maria Alice, deixamos aqui um agradecimento especial. Por nos ter

guiado e por todo o auxílio que nos foi dado durante nossos anos na UFRJ.

Eu, Daniel, agradeço aos meus pais, Sandra e Jaques, ao meu irmão Gabriel por todo

o apoio e amor ao longo de minha vida. Tudo que conquistei foi graças ao suporte

imensurável que me proporcionaram. Também, agradeço à minha família por todo o

incentivo e carinho.

Agradeço, ainda, meus preciosos amigos, Felipe, Mateus, Rafael e Rodrigo, pelo

companheirismo ao longo desses 11 anos e todos aqueles que fizeram parte do meu

crescimento pessoal e profissional.

Igualmente, agradeço aos meus colegas de trabalho pelo auxílio e contribuição

fundamental para realização deste, em especial Raphael.

Por fim, agradeço inigualavelmente a Loanne por todo amor, carinho, compreensão e

paciência.

Eu, Fernando, gostaria de agradecer às 3 pessoas mais importantes que tenho nessa

vida, meu pai Omar, minha mãe Laura e meu irmão Alvaro. É inegável que qualquer coisa

que alcancei ou alcançarei em minha carreira, deve-se ao impacto positivo que esses três

tiveram em minha vida. Também gostaria de agradecer ao restante de minha família por

todos os bons momentos vividos.

Em seguida, gostaria de agradecer a todos os amigos verdadeiros que fiz por onde

passei. Aos amigos da escola, faculdade, intercâmbio e trabalho, deixo aqui meus sinceros

agradecimentos.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Indicadores de desempenho: Estudo sobre sua aplicação em uma das maiores empresas

brasileiras do ramo alimentício

Daniel dos Santos Onofre

Fernando Carrier Ruiz

Dezembro/2018

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Curso: Engenharia de Produção

O aumento da competitividade entre as empresas do ramo alimentício e a necessidade de

corresponder às expectativas do mercado faz com que companhias busquem melhorar seus

processos e a se diferenciar das demais por meio de inovações e geração de novos negócios.

Para tal, é essencial que aprimorem tanto seus controles quanto seus monitoramentos. Os

indicadores de desempenho são ideais para identificar falhas nos processos e pontos de

melhoria que possam atender às condições impostas pelo mercado. Neste projeto serão

enunciados os principais indicadores de desempenho e como os mesmos são empregados em

uma multinacional brasileira do setor. Além disso, este visa demonstrar como a empresa

analisa e usa seus resultados para as tomadas de decisões estratégicas a fim de se tornar cada

vez mais equilibrada e rentável. Como metodologia de pesquisa, adotou-se o estudo de caso,

por meio de conversas com os colaboradores diretamente ligados à análise dos documentos

e ao gerenciamento dos indicadores adotados.

Palavras-chave: Indicadores de Desempenho, Gerenciamento, Ramo Alimentício

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfilment of

the requirements for the degree of Industrial Engineer.

PERFORMANCE INDICATORS: STUDY OF THEIR APPLICATION TO ONE OF

THE LARGEST BRAZILIAN COMPANIES IN THE FOOD INDUSTRY

Daniel dos Santos Onofre

Fernando Carrier Ruiz

December/2018

Advisor: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Course: Industrial Engineering

The increase of competitiveness among the food industry companies and the need to

correspond to Market expectations has led these businesses to improve their processes and

differentiate themselves through innovation and generations of new businesses

opportunities. For such purpose, it is essential for them to perfect their control and their

monitoring. The performance indicators are ideal to identify flaws in processes and points

of improvements that might meet the conditions imposed by the Market. In this paper, the

most relevant types of performance indicators will be presented along with how they are

utilized in a Brazilian multinational food company. In addition, it aims to demonstrate how

the company analyses and uses its results in the strategic decision-making process, in order

to become more and more balanced and profitable. As far as the research methodology is

concerned, a case study that was built by interacting and discussing with employees directly

connected to the documents analysis and indicators management will be adopted.

Keywords: KPI, Management, Food Industry

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Sumário 1 Introdução..................................................................................................................... 13

1.1 Contexto ..................................................................................................................... 13

1.2 Problema .................................................................................................................... 13

1.3 Hipótese ..................................................................................................................... 14

1.4 Objetivo ..................................................................................................................... 14

1.5 Metodologia ............................................................................................................... 14

1.6 Limites ....................................................................................................................... 15

1.7 Contribuição Científica .............................................................................................. 15

1.8 Descrição das Partes .................................................................................................. 15

2 Revisão Bibliográfica ................................................................................................... 17

2.1 Medição de Desempenho ........................................................................................... 17

2.2 Qualidade ................................................................................................................... 18

2.2.1 Conceito .............................................................................................................. 19

2.2.2 Gestão da Qualidade............................................................................................ 20

2.3 Ferramentas da Qualidade ......................................................................................... 22

2.3.1 Fluxograma.......................................................................................................... 22

2.3.2 Diagrama de Causa e Efeito ................................................................................ 23

2.3.3 Diagrama de Pareto ............................................................................................. 23

2.3.4 Estratificação ....................................................................................................... 24

2.3.5 Brainstorming...................................................................................................... 25

2.3.6 Gráfico Sequencial .............................................................................................. 25

2.3.7 PDCA .................................................................................................................. 25

2.3.8 Plano de ação ....................................................................................................... 28

2.4 Indicadores de Desempenho ...................................................................................... 29

2.4.1 Definição ............................................................................................................. 29

2.4.2 Classificação........................................................................................................ 30

2.4.3 Indicadores de Perdas .......................................................................................... 32

3 A Empresa .................................................................................................................... 36

3.1 Panorama Global ........................................................................................................ 36

3.2 Cenário Atual do Ramo Alimentício ......................................................................... 38

3.3 Customer Service ....................................................................................................... 39

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4 Análise dos Indicadores ............................................................................................... 41

4.1 Cenário .................................................................................................................. 41

4.2 Fluxo Antigo ......................................................................................................... 42

4.3 Resultados da Regional .............................................................................................. 44

5 Propostas para os Indicadores ...................................................................................... 55

5.1 Planejar ...................................................................................................................... 55

5.2 Executar ..................................................................................................................... 60

5.2.1 Determinação de Padrões e Critérios............................................................. 63

5.2.2 Controle dos Pedidos Digitados e Descontos Cadastrados ........................... 65

5.2.3 Acompanhamento do Indicador.................................................................... 68

5.2.4 Construção da Demanda e Abastecimento da Meta ..................................... 71

5.3 Verificar e Atuar ........................................................................................................ 71

5.4 Ações Corretivas ........................................................................................................ 75

5.5 Próximos Passos ........................................................................................................ 79

6 Conclusão ..................................................................................................................... 81

7 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 84

APÊNDICE A - Resultados da Regional por SKU ............................................................. 91

ANEXO A - Dash de FIFO ................................................................................................. 95

ANEXO B - Fluxo de criação de uma ordem ...................................................................... 96

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Lista de Figuras

Figura 1 - Exemplo de Diagrama de Pareto ........................................................................ 24

Figura 2 - Ciclo PDCA ........................................................................................................ 26

Figura 3 – Modelo de Classificação de Indicadores. ........................................................... 31

Figura 4 - Representatividade por Categoria ....................................................................... 37

Figura 5 - Representatividade por Subcategoria.................................................................. 37

Figura 6 - Fluxograma de análise de propostas ................................................................... 43

Figura 7 - Comparação mensal de Renúncia de Receita (%) da Regional .......................... 45

Figura 8 - Qualidade de Estoque da Regional ..................................................................... 46

Figura 9 - Representatividade dos descontos por faixa da Regional ................................... 47

Figura 10 - Média de descontos na faixa amarela da Regional ........................................... 47

Figura 11 - Média dos descontos na faixa laranja da Regional ........................................... 48

Figura 12 - Média de descontos na faixa vermelha da Regional ......................................... 48

Figura 13 - Média anual de descontos por faixa .................................................................. 50

Figura 14 - Produtos Deteriorados....................................................................................... 51

Figura 15 - Diagrama de Causa e Efeito.............................................................................. 57

Figura 16 - Parâmetros para Cadastro de Desconto ............................................................ 66

Figura 17 - Estrutura do Formulário de Liberação de Ordens ............................................. 67

Figura 18 - Novo fluxograma de análise de propostas ........................................................ 69

Figura 19 - Painel de Acompanhamento de Perdas ............................................................. 70

Figura 20 - Percentual de Renúncia de Receita de 2018 ..................................................... 72

Figura 21 - Qualidade de estoque da Regional .................................................................... 73

Figura 22 - Representatividade do valor total gasto com descontos por faixa da Regional 74

Figura 23 - Média de descontos por faixa na Regional ....................................................... 75

Figura 24 - Custo com produtos deteriorados em milhões de reais..................................... 76

Figura 25 - Atualização da pontuação dos critérios de cadastro de desconto ..................... 78

Figura 26 - DASH de FIFO ................................................................................................. 95

Figura 27 - Fluxo de criação de uma ordem ........................................................................ 96

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Etapas PDCA ...................................................................................................... 27

Tabela 2 - Etapas SDCA ...................................................................................................... 28

Tabela 3 – Comparação anual da Renúncia de Receita da Regional .................................. 49

Tabela 4 - Representatividade do número de cliente movimentados que compram produtos

com pouca vida útil ..................................................................................................... 52

Tabela 5 - Representatividade dos 20% maiores SKU's com desconto ............................. 52

Tabela 6 – Relação dos 15 produtos com maior gasto absoluto e suas respectivas posições

em cada ano ................................................................................................................. 53

Tabela 7 – TOP 5 produtos com maior gasto absoluto de perdas ...................................... 54

Tabela 8 - TOP 10 produtos com maior representatividade de vendas FIFO .................... 54

Tabela 9 - Plano de Ação para atuar nas causas fundamentais do problema ..................... 61

Tabela 10 - Etapas do processo de venda de produtos com shelf life avançado ................ 65

Tabela 11 - Comparação entre os períodos do Renúncia de Receita da Regional ............. 72

Tabela 12 - Representatividade dos clientes movimentados que compram produtos com

baixa vida útil em 2018 ............................................................................................... 74

Tabela 13 - Comparação do custo com deteriorados entre os períodos ............................. 76

Tabela 14 - Plano de Ação para reduzir as perdas com produtos deteriorados .................. 77

Tabela 15 – Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos em 2016 ... 91

Tabela 16 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos em 2017 .... 92

Tabela 17 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos de janeiro a

maio de 2018 ............................................................................................................... 93

Tabela 18 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos entre janeiro de

2016 e maio de 2018 ................................................................................................... 94

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Lista de Abreviações e Siglas

BSC – Balanced Scorecard

CD – Centro de Distribuição

FIFO – First in, First Out (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)

FEFO – First Expired, First Out (Primeiro que vence, Primeiro que sai)

GPPF – Gerente de Preço, Produtividade e Financeiro

KPI – Key Performance Indicator (Indicador Chave de Desempenho)

MAE – Monitor de Alocação de Estoque

PDCA – Plan, Do, Check and Act (Planejar, Executar, Verificar e Atuar)

PPV – Preço para Venda

ROB – Receita Operacional Bruta

S&OP – Sales and Operation Planning (Planejamento de Vendas e Operações)

SDCA – Standard, Do, Ckeck and Act (Padronizar, Executar, Verificar e Atuar)

SKU – Stock Keeping Unit (Unidade de Manutenção de Estoque)

TI – Tecnologia e Infraestrutura

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1 Introdução

1.1 Contexto

No cenário atual, a busca por resultados melhores se tornou uma necessidade

constante para as empresas inseridas no mercado brasileiro. Com clientes cada vez mais

exigentes e um número maior de empresas rivais, destacar-se não é uma tarefa simples pois

exige muito da liderança e da gestão dessas empresas. Foi necessário buscar novas maneiras

de como diferenciar-se, tanto em termos de qualidade quanto em termos de flexibilidade,

preço e inovação.

Dado esse breve contexto, a medição e monitoramento das atividades de uma

empresa assumiram um papel fundamental no gerenciamento de uma companhia. Para que

consigam uma gestão eficaz, tornou-se obrigatória, a criação de um sistema de avaliação de

desempenho baseado em uma variedade de indicadores que permitam a possibilidade de

identificar se os resultados obtidos pela empresa estão de acordo com seu planejamento e

seus objetivos estratégicos. Notoriamente, cada empresa avalia e utiliza a ferramenta que lhe

parece mais apropriada para auxiliar na tomada de decisão, porém o conceito como um todo,

já vem sendo adotado por grande parte das grandes empresas.

Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume

somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente o que está sendo medido, por

que está sendo medido e como está sendo medido, além de saber selecionar quais

informações são úteis e quais não são para o negócio.

Dessa forma, o somatório dos pontos descritos acima cria uma oportunidade

interessante de debater sobre como as empresas implementam e utilizam essas ferramentas,

e se as mesmas estão contribuindo para as empresas como deveriam. Com esse propósito,

este trabalho apresentará um estudo de caso sobre a utilização de indicadores de desempenho

em uma das maiores empresas brasileiras do ramo alimentício.

1.2 Problema

O problema a ser discutido no presente trabalho é o de determinar o quão importante

é o uso dos indicadores para o sucesso de uma organização e de que maneira uma líder de

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mercado gerencia seus resultados e toma decisões baseando-se nos seus indicadores de

desempenho.

1.3 Hipótese

O desenvolvimento do trabalho terá como base duas hipóteses fundamentais:

tomadas de decisões estratégicas são influenciadas pelos resultados apresentados pelos

indicadores de desempenho; indicadores bem implementados contribuem para o atingimento

das metas.

1.4 Objetivo

O objetivo geral do trabalho é discutir como uma das maiores empresas brasileiras

do ramo alimentício mede seus processos por meio de indicadores, e após a análise detalhada

dos mesmos, toma ações estratégicas para corrigir as possíveis adversidades.

1.5 Metodologia

O trabalho será em formato de estudo de caso voltado para uma grande empresa da

indústria alimentícia. Para compreensão de todos os conceitos relacionados às atividades de

gestão por indicadores, o grupo utilizará a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica pode ser definida como a busca de informações a partir de

fontes já existentes, como livros e artigos (GIL, 2002). Esse método busca explicar um

problema utilizando a teoria de diversas fontes que tenham de alguma forma seu acesso

disponível (CERVO et al, 2007). Para que seja realizada uma pesquisa bibliográfica de modo

correto, algumas etapas precisam ser seguidas. Primeiramente, um tema deve ser escolhido

para ser feito um levantamento bibliográfico preliminar. Depois, é formulado o problema e

elaborado o plano provisório do assunto. A seguir, parte-se para a busca das fontes, leitura

do material e finalmente, a redação do texto (GIL, 2002).

Uma grande vantagem ao realizar-se este tipo de pesquisa, é a possibilidade de cobrir

uma variedade maior de informações que uma pesquisa direta (GIL, 2002).

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O estudo de caso por outro lado, trata-se de uma análise intensiva em uma ou mais

organizações reais, reunindo informações detalhadas que permitem a total compreensão da

situação (DUARTE e BARROS, 2006). O estudo de caso busca o entendimento mais

profundo dos fatos e fenômenos específicos, em vez da generalização de resultados. Porém

os resultados obtidos, mesmo sendo específicos aquela situação, também permitem a

disseminação de conhecimento (YIN, 2001).

Uma de suas mais importantes características é sua ênfase em compreender o que

está acontecendo a partir da perspectiva do participante ou dos participantes do estudo. Um

estudo de caso é composto por três fases distintas. A primeira fase é a de escolha do

referencial teórico sobre o qual será trabalhado. A segunda fase é a de coleta e análise de

dados, resumida em um relatório do caso. A etapa final é a utilização da teoria escolhida

para intepretação dos resultados da pesquisa (MARCONI e LAKATOS 1999).

1.6 Limites

Com base no acesso à informação que os integrantes do grupo possuem, este trabalho

será limitado aos indicadores logísticos de perdas da empresa. Indicadores relativos a outras

áreas poderão ser citados no trabalho, porém não serão detalhados. Devido também a grande

quantidade de fontes e ferramentas encontradas na bibliografia, somente serão apresentados

com detalhe os conceitos mais relevantes ao trabalho. Além disso, o período de análise foi

delimitado de janeiro de 2016 a outubro de 2018.

1.7 Contribuição Científica

Esse trabalho oferecerá uma fonte de informações relevantes para profissionais,

principalmente, das áreas de gestão e logística, que buscam exemplos práticos sobre como

os indicadores são utilizados em uma das maiores empresas do mundo.

1.8 Descrição das Partes

A primeira parte do trabalho será o capítulo de introdução, que apresentará o contexto

do mesmo. Em seguida, haverá um capítulo com toda a revisão bibliográfica pertinente, e

um com a apresentação da empresa em questão. Este último, apresentará tanto as

características da mesma quanto as do mercado no qual ela se insere. O quarto capítulo

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mostrará os indicadores estudados e suas respectivas análises, que darão sustento ao capítulo

seguinte, onde as ações tomadas serão apresentadas. Para finalizar o trabalho, existirá um

capítulo dedicado à conclusão que resumirá os principais pontos do trabalho, e por último

um capítulo para apresentar a da bibliografia utilizada.

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2 Revisão Bibliográfica

Este capítulo tem como objetivo fornecer a base teórica necessária aos leitores para

uma melhor compreensão do presente trabalho.

2.1 Medição de Desempenho

Atividades semelhantes ao que hoje em dia é chamado de medição de desempenho,

já podiam ser observadas no início do século passado em alguns setores da indústria como o

automobilístico (NEELY, 1999). De maneira compreensível, naquela época a medição não

possuía o grau de complexidade que existe atualmente, já que grande parte das análises eram

feitas a partir das informações financeiras do negócio. Esse tipo de medição refletia a

filosofia de trabalho da época, e com o passar do tempo ficou comprovado que a

competitividade da empresa não conseguia ser quantificada com apenas esse tipo de dados

(JOHNSON, 1990). Desde então, as áreas de medição e controle dentro das empresas vem

passando por muitas mudanças e ganhando cada vez mais importância (COSTA, 2003).

Um dos motivos que levou as empresas a analisarem mais do que simplesmente os

dados financeiros, foi o crescimento da competição entre elas. Fatores como flexibilidade e

estratégia passaram a ter um papel importante na escolha do produto por parte do

consumidor, tornando crucial que a performance dos processos fosse medida por novos

aspectos quantitativos e qualitativos (NEELY, 1996). Essa mudança, impulsionada também

pelo avanço tecnológico, ficou mais evidente com o surgimento do Toyotismo, modelo de

produção industrial que visava o princípio da acumulação flexível, evitando principalmente

os desperdícios ao longo do processo (COSTA, 2003).

O conjunto das medidas que refletem características específicas da performance de

uma empresa é chamado de sistema de medição de desempenho (MOREIRA, 2001). Tais

sistemas são ferramentas de suporte extremamente úteis na gestão de uma empresa. Como

motivos para investir-se em um sistema robusto de medição, é possível citar que eles

permitem: monitorar as operações da empresa; criar e adaptar estratégias; controlar o

planejamento; descobrir problemas graves; estabelecer prioridades e verificar se a missão da

empresa está sendo alcançada (HOLANDA, 2007).

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De modo geral, são esses os sistemas que traduzem o que está acontecendo dentro de

uma organização. Sua adoção entre as grandes empresas tem crescido muito ao longo dos

anos e entre os mais variados setores (PINTO, 2002). Contudo, seu êxito só ocorrerá se

acompanhado de uma mentalidade adequada. Uma mentalidade na qual todos os envolvidos

precisam ser receptivos à implantação de novas maneiras de medição (SINK e TUTTLE,

1993).

Também não se deve deixar de notar que a implementação de um sistema de

desempenho inadequado pode ser extremamente nociva. Uma abordagem incorreta dos

problemas por causa de um sistema ineficiente se traduz em soluções erradas e por

consequência à um desperdício de recursos.

Como o presente trabalho tem como foco a área de logística, vale ressaltar que ao

mesmo tempo que a logística se transformou numa importante área dentro das empresas

modernas, a determinação de suas medidas de desempenho também se tornou um grande

desafio para as organizações. A logística de uma empresa tem como objetivo, de maneira

resumida, entregar produtos ou serviços aos clientes satisfazendo as condições de custo,

tempo e qualidade (CHING, 2001). Essas três necessidades que o processo logístico deve

satisfazer são os fatores que aumentam a complexidade na medição do desempenho desta

área, pois o não atingimento de uma dessas dimensões resulta na falha da logística como um

todo. Além disso, muitas organizações distintas estão envolvidas nos processos logísticos, e

o desempenho pode variar significativamente de acordo com cada fornecedor (NOVACK e

THOMAS 2004).

Uma das principais maneiras para determinar-se corretamente o desempenho de um

processo logístico, é obter informações sobre o que está acontecendo ao longo da cadeia, e

verificar se suas atividades estão cumprindo as exigências dos clientes a cada etapa

(RIVADENEIRA, 2007).

2.2 Qualidade

Este tópico será destinado a apresentar a ideia de qualidade de forma geral,

começando pelo conceito em si, o tópico também cobrirá o surgimento da prática de gestão

da qualidade.

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2.2.1 Conceito

O conceito de qualidade já foi abordado por diversos autores ao longo dos anos, por

isso é possível encontrar distintas definições do mesmo. Qualidade pode ser definida, por

exemplo, como o nível de satisfação de um cliente com um determinado produto (CAMPOS,

1999), como tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente (DEMING,

1990) ou simplesmente como ausência de deficiências (JURAN, 1992).

Independente da definição de qualidade pela qual se tenha preferência, o importante

é destacar como o conceito evoluiu ao longo dos anos. O mesmo que inicialmente estava

muito voltado para o atingimento dos padrões internos, passou a cada vez mais colocar o

atendimento das necessidades dos clientes como principal objetivo.

Desse modo, a qualidade de um serviço ou produto hoje em dia, está fortemente

ligada a total satisfação do consumidor. Se uma empresa quer sobreviver no competitivo

mercado que existe atualmente, deve estar ciente do quão satisfeitos estão os clientes com

seus produtos. Segundo a metodologia, é possível buscar esse objetivo de duas formas, tanto

ofensivamente quanto defensivamente. Quando uma empresa foca em reduzir os fatores que

desagradam os consumidores, ela está agindo defensivamente, enquanto que o modo

ofensivo se traduz em antecipar as exigências dos clientes e assimilar essas informações nos

novos produtos desenvolvidos (FALCONI ,1989).

Por se tratar de um conceito tão importante na gestão moderna de uma empresa, é

vital um melhor entendimento do termo para que a qualidade possa assumir um papel

estratégico (GARVIN, 1992). Diversos elementos constituem o que é visto como qualidade

pelo consumidor, logo é possível que uma empresa cometa decisões equivocadas ao priorizar

apenas alguns elementos em detrimento de outros. Para mais, o termo qualidade está em

constante desenvolvimento com o passar do tempo, a evolução tecnológica e da sociedade

como um todo alteram a percepção dos clientes do que os mesmos consideram como ótimo.

Assim, o conceito de qualidade somente é utilizado corretamente pelas empresas quando se

leva em conta que o termo engloba uma multiplicidade de itens, que o mesmo está em

transformação permanente e que o consumidor nunca deve sair do foco (PALADINI, 1995).

Page 20: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

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2.2.2 Gestão da Qualidade

Para uma empresa, nada é mais importante do que administrar seu empreendimento

tendo como o centro das atenções os stakeholders (ISHIKAWA, 1993). Eles são os

diferentes grupos de pessoas que possuem interesse ou são afetados diretamente por uma

empresa. Como exemplos de stakeholders é possível mencionar os clientes de uma empresa,

seus empregados, seus acionistas, seus fornecedores e também a sociedade como um todo.

Esses grupos não possuem os mesmos interesses nos negócios, seus objetivos variam

de tempos em tempos e de empresa para empresa. Um acionista, por exemplo, pode estar

apenas preocupado com o retorno financeiro de seus investimentos, enquanto que a

sociedade pode estar preocupada com o dano ambiental que uma companhia pode causar.

No entanto, todos os negócios devem buscar sua satisfação, e para isso, podem se utilizar da

implementação de um sistema de gestão de qualidade.

Antes de definir um sistema de gestão é necessário explicar o que esses termos

significam individualmente. Sistema é o conjunto de elementos interdependentes que quando

combinados formam um todo unitário com a finalidade de cumprir um objetivo e efetuar

uma determinada função (OLIVEIRA, 2013). A gestão por sua vez, essencial em qualquer

empresa, possui o papel de otimizar o funcionamento do negócio através da tomada de

decisões racionais baseando-se na coleta e análise de informações relevantes. Dessa forma,

segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o sistema de gestão da

qualidade é um conjunto de elementos interligados, integrados na organização, que

compreende atividades pelas quais ela identifica seus objetivos e determina os processos e

recursos necessários para alcançar os resultados desejados.

Os sistemas de gestão da qualidade permitem com que as empresas gerenciem com

eficácia seus processos. Utilizado nas organizações em todo o mundo, esses sistemas foram

criados para gerir e garantir a qualidade, os procedimentos operacionais, os recursos

necessários e as responsabilidades estabelecidas. Eles também garantem o

comprometimento de todos com o objetivo de alcançar a excelência nos processos e produtos

da empresa (OLIVERA, 2013).

Sistemas de gestão da qualidade podem facilitar às organizações que elas aumentem

a satisfação do cliente. Essa abordagem as estimula a analisar os requisitos do mesmo, a

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definir os processos que contribuem para o desenvolvimento de um produto que é aceitável

para o consumidor e a sustentar estes ditos processos sob controle. Um sistema de gestão da

qualidade pode prover a estrutura para melhoria contínua de seus processos, além de

transmitir à organização e a seus clientes de que ela está perfeitamente capacitada para

oferecer serviços e produtos que atendam seus requisitos de maneira consistente (ABNT,

2015).

A tarefa de desenvolver e implementar um sistema de gestão pode não ser simples

para muitas empresas, logo, com o propósito de ajudar as organizações foram estabelecidas

normas relativas à gestão da qualidade, através da International Organization for

Standardization (ISO), uma organização fundada em meados do século passado. A ISO

promove a normatização de empresas e produtos para manter a qualidade permanente.

A série de normas que trata dos sistemas de gestão utilizados pelas empresas foi

publicada em 1987. Este conjunto chamado de ISO 9000, detalha em seu conteúdo

orientações sobre gestão da qualidade e fornecem suporte para os sistemas dos negócios. A

primeira delas descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da qualidade e

especifica a sua terminologia. A ISO 9001 detalha os requisitos do Sistema da Qualidade

onde a capacidade da organização de prover produtos que atendam ao cliente e aos requisitos

regulatórios precisa ser demonstrada, enquanto que a ISO 9004 fornece diretrizes para

implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo os processos para melhoria

contínua. Finalmente, a ISO 19011 provê um guia para o gerenciamento e condução de

auditorias (ABNT, 2015).

A série de Normas NBR ISO 9000:2015 tem como base sete princípios que, quando

seguidos com sucesso, ajudam organizações a alcançarem patamares mais altos de eficiência

e eficácia.

O primeiro princípio é o de foco no cliente, onde conceitua-se que é recomendável

que organizações atendam às exigências atuais e futuras do consumidor, os seus requisitos e

procurem superar as suas expectativas, dado que as empresas dependem de seus clientes para

a sobrevivência. O segundo princípio é o de liderança, pois são os líderes que estabelecem o

propósito e o rumo da organização. É conveniente que eles estimulem e mantenham um

ambiente interno, no qual as pessoas possam se sentir engajadas no propósito de atingir os

objetivos traçados. Em seguida, existe o princípio de envolvimento de pessoas.

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Colaboradores dos mais diferentes níveis são a essência de uma organização, e seu completo

envolvimento permite com que seus predicados sejam utilizados para o benefício da

empresa. O conceito de abordagem por processo resume-se no entendimento de que um

resultado desejado é atingido com mais eficiência quando as atividades e os recursos são

gerenciados como um processo. O quinto princípio é o de melhoria contínua, onde é

apropriado que a melhora sucessiva da performance global seja uma meta permanente. A

seguir o princípio de tomada de decisão baseada em evidência afirma que a análise de dados

e informações resulta em decisões mais eficazes. Finalmente, o último princípio, gestão de

relacionamento, tem como definição a ideia de que para o sucesso sustentado, as

organizações devem gerenciar seus relacionamentos com as partes interessadas, assim como

os provedores externos (ABNT, 2015).

2.3 Ferramentas da Qualidade

As ferramentas da qualidade são as técnicas que foram desenvolvidas para serem

utilizadas na gestão da mesma. Elas possibilitam uma melhor análise dos fatos, permitindo

assim que gestores tomem decisões mais acertadas (VIEIRA FILHO, 2014).

Neste tópico não serão apresentadas todas a ferramentas existentes nas bibliografias

pesquisadas, apenas aquelas mais relevantes para o presente estudo de caso.

2.3.1 Fluxograma

O fluxograma é uma representação gráfica das etapas que constituem um processo,

facilitando assim seu entendimento e visualização (OAKLAND, 1994). Essa representação

utiliza símbolos previamente convencionados que ajudam com que o processo seja traduzido

com mais fidelidade.

O fato do fluxograma evidenciar como as etapas de um processo se relacionam,

permite a identificação de diversos problemas através da observação de movimentos ilógicos

e da dispersão de recursos materiais e humanos (OLIVEIRA, 2013).

Dentre as principais informações que um fluxograma apresenta, podemos mencionar:

as operações realizadas; onde elas acontecem, o responsável por sua execução, o tempo de

execução e o fluxo de informações (D’ASCENSÃO, 2001).

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Os diagramas de fluxo podem ser aplicados para diferentes tipos de processos, desde

o fluxo de materiais até a realização de uma compra ou prestação de algum serviço.

2.3.2 Diagrama de Causa e Efeito

O diagrama de causa e efeito, desenvolvido por Kaoru Ishikawa, tem o objetivo de

explicar a relação existente entre um determinado resultado e uma série de fatores que podem

afetá-lo. Comumente, as categorias das possíveis causas são classificadas como: método,

mão de obra, material, máquina, meio ambiente e medida. No entanto, essa divisão não é

obrigatória, pois cada situação possui sua individualidade e deve assim, ser adaptada

conforme o necessário (ALVES ,2014).

2.3.3 Diagrama de Pareto

O diagrama de Pareto é um gráfico de barras que representa a distribuição da

frequência de dados separados por categoria. Tradicionalmente, as categorias selecionadas

são apresentadas em ordem decrescente e um segundo gráfico de linha mostra a frequência

acumuladas das mesmas.

A ferramenta tem como base o princípio de que na maioria dos casos, 80% das perdas

de um dito processo, podem ser explicadas por 20% das causas (TRIVELATTO, 2010). Na

imagem abaixo é possível ver um exemplo de diagrama de Pareto aplicado para analisar a

eficiência operacional de um navio produtor de petróleo. É possível enxergar que 81% dos

problemas que afetaram a produção do navio foram devidos a um tipo especifico de

problema do total de 6 possíveis.

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Figura 1 - Exemplo de Diagrama de Pareto

Fonte: Elaboração própria

Na metade do século passado, o conceito do gráfico de Pareto foi adequado e

começou a ser muito utilizado na administração dos estoques das empresas, dando origem

ao sistema de análise ABC. A curva ABC busca o relacionamento entre o investimento

realizado, a quantidade de itens no estoque e consumo do mesmo. O principal objetivo de

seu uso é observar que os itens que representam o mais alto consumo são aqueles que fazem

parte do menor percentual de valor do estoque. Logicamente, o oposto também se torna

verdade, os itens de maior valor do estoque são aqueles que representam a menor parte deles

(VIGNOLI, 1983).

De modo a analisar os percentuais de itens que determinam a movimentação do

estoque, é necessário que seus itens sejam classificados. Essa classificação é feita de maneira

decrescente em importância. Os itens do estoque que estão em alto nível de valor de consumo

são classificados como itens de classe A. Itens de classe B são aqueles que compõem o

estoque e possuem nível intermediário de valor de consumo. Finalmente, os itens de baixo

valor compõem os itens de classe C (MARTINS e ALT, 2005).

2.3.4 Estratificação

A distribuição de um conjunto de dados em grupos distintos é chamada de

estratificação. Utilizando esta ferramenta é possível analisar dados separadamente e

descobrir onde se encontra a verdadeira causa de um problema. Ela também serve como base

para a aplicação de outras ferramentas da qualidade mais complexas (TRIVELATTO, 2010).

60

5 3 2 1 1

83%90%

94% 97% 99% 100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

0

10

20

30

40

50

60

70

Produto 1 Produto 2 Produto 3 Produto 4 Produto 5 Produto 6

Produto

Valor % Acum

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2.3.5 Brainstorming

Um exercício extremamente simples e também bastante difundido na gerência da

qualidade é chamado de Brainstorming. Seu funcionamento consiste em uma dinâmica de

grupo orientada com o objetivo de levantar todos os possíveis problemas do assunto em

questão e debater as possíveis soluções (COSTA, 1991).

Independente da variação de brainstorming utilizada, algumas orientações aplicam-

se a todas elas. Na fase inicial de uma atividade de brainstorming, a quantidade de ideias

deve ser priorizada em detrimento da qualidade delas. A censura de ideias não deve existir

e todos os pensamentos devem ser levados em conta por mais absurdos que possam parecer

em um primeiro momento. Além disso, as ideias discutidas não devem estar ligadas a pessoa

que as mencionou de modo a diminuir o constrangimento (ALVES, 2007).

Outra prática comum nessas atividades é a escolha de alguns membros para liderar o

exercício. Essas pessoas deverão, por exemplo, conduzir o processo cuidando de sua

organização e do cumprimento de cada etapa, além de ficarem responsáveis pela escrita e

compilação das discussões realizadas (ALVES, 2007).

2.3.6 Gráfico Sequencial

Talvez a mais simples das ferramentas, trata-se de um gráfico de dados ao longo do

tempo. É utilizado para pesquisar tendências nos resultados observados, e assim identificar

a existência de causas especiais que estejam trazendo essa variação.

2.3.7 PDCA

A melhoria contínua dentro de uma organização não se dá somente utilizando as

ferramentas descritas e identificando as falhas. Também é necessário planejar e implementar

ações que atuem diretamente na causa raiz dos problemas (CARPINETTI, 2012).

Para realizar tal feito, um dos métodos mais utilizados é aquele conhecido como ciclo

de Deming ou ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act). Este método investiga as causas dos

problemas sob o ponto de vista dos fatos, onde as relações de causa e efeito são observadas

meticulosamente, originando contramedidas específicas para mitigar tais problemas

(SOARES e LUZ 2004).

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Figura 2 - Ciclo PDCA

Fonte: Adaptado de FALCONI (2002)

O ciclo PDCA é uma ferramenta de auxilio no processo de tomada de decisão

essencial para a sobrevivência das empresas (WERKEMA, 1996). Ele é constituído por

quatro etapas, cujas iniciais em no seu idioma de origem, o inglês, formam o nome do ciclo.

A primeira etapa é a de planejamento, onde são definidas as metas e a maneira de alcançá-

las. Essas metas são definidas após analisar o problema em questão e ter uma ideia sobre

suas possíveis causas. Essa etapa é a de maior complexidade, pois até erros mínimos

cometidos aqui na identificação dos problemas ou no planejamento das ações podem

dificultar o alcance dos resultados (CAMPOS, 1992).

Na etapa de execução, coloca-se em prática todo o planejado na etapa anterior, além

de serem realizados os treinamentos necessários. O próximo passo onde são analisados os

resultados obtidos após a realização dos passos anteriores é chamado de etapa de verificação.

Eles são comparados com as metas traçadas, e caso os resultados não tenham sido

satisfatórios, é necessário voltar a etapa de planejamento e investigar onde o erro foi

cometido (CAMPOS, 1992).

A etapa final é a de atuação, onde uma vez que a meta alcançada é atingida, o plano

proposto deve ser padronizado de alguma forma para que esse resultado positivo se

mantenha (CAMPOS, 1992).

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Tabela 1 - Etapas PDCA

Fonte: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia (Falconi, 2002)

No entanto, quando o objetivo da empresa for manter um padrão de resultados e não

atingir melhorias, recomenda-se a utilização de um ciclo extremamente parecido ao PDCA.

Esse novo ciclo é o chamado de SDCA (Standard, Do, Check and Act), onde a etapa de

planejamento é substituída pela etapa de padronização, enquanto o nome das demais etapas

permanece o mesmo (AGUIAR, 2006).

Essa nova etapa de padronização consiste na definição dos itens e níveis de controle

e na elaboração dos procedimentos padrões a serem seguidos, que serão os responsáveis por

manterem os resultados dos processos estáveis. A fase de execução será responsável pelo

treinamento dos colaboradores nos procedimentos definidos anteriormente. A fase de

verificação irá checar se os resultados obtidos estão dentro da faixa aceitável. E a fase final,

baseando-se no que foi encontrado na etapa anterior, irá atuar nas causas e na remoção dos

sintomas (CAMPOS, 1992).

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Tabela 2 - Etapas SDCA

Fonte: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia (Falconi, 2002)

Para que as empresas alcancem melhorias continuamente de maneira bem-sucedida,

é necessário combinar esses dois ciclos alternadamente (CAMPOS, 1992).

2.3.8 Plano de ação

Um plano de ação é um resumo das atividades a serem realizadas em um dado

período de tempo para atingir um resultado esperado (LAS CASAS, 2001). Quanto maior a

quantidade de pessoas necessárias para atingir um objetivo e quanto maior a complexidade,

mais importante torna-se ter um plano de ação bem definido.

Uma das ferramentas mais utilizadas ao elaborar-se um plano de ação é a matriz

5W2H. Essa matriz representa uma maneira de detalhar o processo de planejamento e de

execução das atividades organizacionais (BAGGIO e LAMPERT, 2010). Ela organiza de

modo simples, porém detalhado todas as etapas necessárias a serem realizadas para dar

prosseguimento ao plano de ação.

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Sobre cada etapa do plano de ação, devem-se responder 7 perguntas que ajudam

nesse processo de detalhamento: o que será feito; por que será feito; como ocorrerá; quem

será o responsável; onde será feito; quando acontecerá; quanto irá custar.

2.4 Indicadores de Desempenho

Esta seção do trabalho será dedicada a apresentar o conceito de indicador de

desempenho juntamente com duas formas de classificá-los utilizando critérios distintos.

2.4.1 Definição

Os indicadores de desempenho são componentes fundamentais na gestão da

qualidade de uma empresa. Sua presença transmite dentro da organização uma cultura

organizacional de resultados e de melhoria contínua, na qual os gestores têm facilidade para

comunicar aos demais colaboradores como está o desempenho de um determinado processo

ao longo do tempo. Tendo em posse esse tipo de informação, os líderes acabam encontrando-

se em uma posição mais confortável para traçar planos de ação que atuem sobre as causas

da perda de desempenho, além de permitir ações preventivas quando percebe-se uma

tendência negativa nos resultados de um determinado processo.

A missão e a visão de uma organização são passadas de forma mais clara com a

existência de indicadores de desempenho dentro dela. Nesses casos, eles operam como meios

de comunicação, passando a informação aos trabalhadores de como seus respectivos

trabalhos são essenciais para o sucesso da empresa.

Uma das várias definições de indicador de desempenho afirma que eles são métricas

que quantificam a eficácia ou eficiência de um processo de acordo com os objetivos

organizacionais do negócio (NEELY,1996). A principal característica na composição de um

indicador é que este não pode ser implementado sem uma estruturação lógica bem definida,

seu cálculo deve ser claro para que não dê margens à diferentes interpretações (PALADINI,

2005).

Em sua composição, os indicadores de desempenho devem apresentar alguns

elementos indispensáveis para sua compreensão. Primeiramente, um indicador precisa

possuir unidade, que é a quantidade específica de determinada grandeza física usada para

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servir de padrão para outras medidas. Em seguida, deve existir uma equação matemática que

explica como os valores são obtidos, chamada de fórmula. Outro elemento é a meta, pontos

ou valores a serem alcançados nos momentos que os indicadores são calculados. Elas

também são elementos importantes na gestão de uma empresa, visto que gerenciar consiste

em propor ações que visam atingir essas metas. A frequência também é uma informação

importante a se visualizar, ela dá clareza em relação ao intervalo de tempo que aquele

indicador está sendo medido. Resultado é o valor numérico do indicador em determinado

momento e finalmente, série histórica é o conjunto de resultados ao longo do tempo (DIAS,

2008).

2.4.2 Classificação

Dentro das empresas, os indicadores também são separados de acordo com suas

classificações para facilitar sua gestão. Nesse quesito, diversos autores já contribuíram

fornecendo uma série de critérios a serem utilizados.

Essa classificação pode ser feita por nível hierárquico. Nessa metodologia, existem

3 níveis de indicadores: estratégicos, táticos e operacionais (MARTINS e NETO 1998).

Os estratégicos são aqueles ligados ao planejamento estratégico da organização e

demarcam o futuro esperado para a empresa. Desse modo, estão ligados à missão e à visão

estabelecidas para o negócio. A missão é o propósito de existir da empresa e diz os motivos

pelos quais ela foi criada. A visão, por outro lado, retrata o que a organização almeja ser no

futuro. No momento em que são definidos, os indicadores estratégicos são baseados em

análises prévias do cenário interno, levando em conta questões como modelo de negócios,

diferenciais da empresa, capacidade de inovação entre outros e questões externas como

concorrentes e situação econômica do país.

Indicadores táticos são aqueles ligados a visão de médio prazo da organização. O

planejamento tático corresponde a ações que devem ser realizadas no prazo menor do que 5

anos. No nível tático, deve-se questionar de que maneira esses objetivos de médio prazo

podem ser alcançados. A partir desses objetivos, estipulam-se os indicadores que permitam

acompanhar a performance da empresa no nível tático. Conforme as metas dos indicadores

vão sendo atingidas, maior torna-se a chance de atingimento dos objetivos estratégicos da

organização.

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Finalmente, os indicadores operacionais são aqueles ligados aos processos e às

operações da empresa como um todo. Os indicadores operacionais estão diretamente ligados

ao dia a dia dos colaboradores da empresa, mostrando como contribuem no atingimento das

metas com seu trabalho (MARTINS e NETO 1998).

Figura 3 – Modelo de Classificação de Indicadores

Fonte: MARTINS e COSTA NETO (1998).

Outra classificação de muito uso na literatura foi a utilizada no Balanced Scorecard

(BSC). O BSC é uma metodologia de medição e gestão de desempenho desenvolvida na

década de 90 pelos professores Robert Kaplan e David Norton que decompõe a estratégia de

uma organização, em objetivos, indicadores, metas e iniciativas em quatro perspectivas

distintas.

De modo resumido, a perspectiva financeira é aquela que está mais relacionada à

obtenção de retorno sobre o capital que foi investido. A do cliente acompanha os segmentos

de mercado visados e as medidas do êxito da empresa nesse meio. A terceira perspectiva é

dos processos internos, que procura identificar os processos mais críticos para a realização

dos objetivos dos clientes e acionistas. Finalmente, o aprendizado fornece a estrutura para a

obtenção dos objetivos das outras perspectivas (KAPLAN e NORTON 1992).

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2.4.3 Indicadores de Perdas

Estes indicadores estão relacionados tanto ao desempenho financeiro da companhia

quanto a saúde dos estoques. Eles são essenciais para garantir sua saúde financeira e a

viabilidade dos negócios. O controle das receitas, custos e despesas permitem identificar os

pontos que precisam de maior atenção na gestão empresarial. Nesta seção serão expostos os

três indicadores de perdas que ajudam a gerir os estoques da companhia e suas vendas:

Renúncia de Receita, Deteriorados e Qualidade de Estoque.

I. Renúncia de Receita

Primeiramente, se faz necessário definir alguns conceitos fundamentais para o

compreendimento do indicador, como shelf life e as faixas de shelf.

Todos os produtos possuem uma vida útil – shelf life - pré-determinada, conforme

sua categoria, tipo de conservação e outros critérios definidos pela empresa. Ela pode variar

entre vinte dias e mais de setecentos dias, isso significa, popularmente, que a validade do

produto pode ser de três semanas até dois anos. Para melhor entendimento, suponha que o

item “A” possui shelf life de sessenta dias. Ele foi fabricado no dia 01 de janeiro de 2018 e

contados 60 dias, seu vencimento será no dia 02 de março de 2018. De acordo com as regras

da companhia, todos os produtos podem ser comercializados até seu penúltimo dia de shelf,

ou seja, até dia 01 de março de 2018.

Dito isto, existem quatro faixas de acompanhamento da vida útil dos produtos, sendo

elas as faixas verde, amarela, laranja e vermelha. Além disso, como regra, os produtos de

cada faixa podem receber descontos em seus preços para facilitar suas vendas.

A faixa verde é considerada a ideal para venda, nela todos os produtos estão com até

70% de vida útil e raramente possuem descontos. A partir de 70% eles são considerados

“produtos com shelf avançado” e passam para a faixa amarela. Em seguida, o mesmo troca

para a faixa laranja e por fim, ele pode chegar a faixa vermelha quando estão próximos de

seu vencimento. Nessas últimas três faixas o intervalo que compreende cada uma varia

segundo o shelf do produto. Por exemplo, temos o item “A” com sessenta dias de shelf life.

Desse período, o produto passa 42 dias na faixa verde (70%), 10 dias na faixa amarela (17%),

5 dias na laranja (8%) e 3 dias na vermelha (5%). Por outro lado, o item “B” com shelf life

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de 180 dias, passa 126 dias na faixa verde (70%), 40 na amarela (22%), 10 na laranja (5%)

e 4 na vermelha (2%).

Estes produtos com shelf avançado, também são conhecidos pela área de logística e

supply chain, como produtos FEFO (First Expired, First Out), que determina o tipo de

controle movimentação de estoque utilizado no armazém, no caso, o primeiro a vencer deve

ser o primeiro a sair, ou também, como são conhecidos pelo mercado, produtos FIFO (First

in, First out), uma referência ao sistema que determina que o primeiro a entrar no estoque

deve ser o primeiro a sair.

Desta forma, o indicador de Renúncia de Receita afere o quanto a empresa deixou de

ganhar porque vendeu seus produtos com desconto. Este pode ser aferido de duas formas em

valor monetário absoluto e a divisão entre este valor e a ROB (Retorno Operacional Bruto).

Estes cálculos são feitos a partir das seguintes fórmulas:

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑅$)

= (𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑆𝑢𝑔𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 − 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 ) 𝑥 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑅$) = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑥 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (%) =𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑅$)

𝑅𝑂𝐵 (𝑅$)

Equação 1 – Cálculo da Renúncia de Receita

Fonte: Elaboração própria

Como exemplo imaginemos a seguinte situação: A empresa possui 100kg do item

“A” na faixa laranja. O preço de venda sugerido do item é de R$10,00/Kg e o desconto

cadastrado para venda é de 40%. Logo, se todo o volume disponível for negociado com o

desconto cadastrado, a Renúncia de Receita será:

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑅$) = (10,00 − (10,00 ∗ (1 − 0,4 ))) 𝑥 100

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𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑅$) = (10,00 − 6,00) 𝑥 100

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 = 𝑅$ 400,00

𝑅𝑂𝐵 (𝑅$) = (10,00 𝑥 (1 − 0,40)) 𝑥 100

𝑅𝑂𝐵 = 𝑅$ 600,00

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (%) =400

600

𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 = 0,67%

Levando em consideração que a empresa possui mais de 600 produtos diferentes, de

lotes de fabricação diversos, ou seja, que estão em todas as faixas, eles possuem preços de

venda diferentes para cada região do país, cada estado, cada segmento de cliente, podemos

dizer que a gestão deste indicador é importantíssima e quando bem-feita pode economizar

milhões de reais por mês para a companhia.

II. Produtos Deteriorados, Avariados e Vencidos

Os produtos que acabam vencendo são incinerados por uma empresa terceirizada.

Não há possibilidade de venda de produtos que vencem no dia e nem de doação dos mesmos.

Ter produtos deteriorados é o pior cenário para a companhia, pois a mesma já investiu em

sua produção, armazenamento, transporte da fábrica para o CD (Centro de Distribuição) e o

transporte para os clientes (em determinadas ocasiões). Além disso, a companhia ainda paga

para incinerá-los, dessa maneira, a perda é muito maior do que apenas o custo de

oportunidade de venda dos mesmos.

III. Qualidade de Estoque

Este indicador mostra a saúde dos estoques. Nele é possível identificar qual a

representatividade de cada faixa em um determinado CD. Sua medição é simples, somam-

se os volumes dos estoques, verde, amarelo, laranja e vermelho e então divide-se o volume

de cada faixa pelo total previamente calculado. Como explicado anteriormente, o estoque da

faixa verde é o ideal, então o intuito do controle deste indicador é maximizar este estoque e

minimizar os estoques das faixas avançadas, principalmente os estoques laranja e vermelho.

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Os indicadores de perdas estão diretamente ligados entre si. A Renúncia de Receita

é diretamente afetada pela Qualidade de Estoque. Neste caso, quanto melhor a saúde dos

estoques, ou seja, maior volume na faixa verde e menor o volume nas faixas avançadas,

menor será o volume vendido com descontos e consequentemente, menor será o valor

absoluto gasto com os mesmos. Além disso, quando o estoque está mais perto do ideal,

menor o volume encontrado na faixa vermelha, de modo a reduzir as chances de deterioração

dos SKUs.

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3 A Empresa

3.1 Panorama Global

A empresa produz alimentos há décadas e está entre as maiores empresas do mundo

do setor alimentício. Seu portfólio dispõe de dezenas de marcas e centenas de produtos

diferentes. Eles são comercializados em mais 75% dos países e estão espalhados por todos

os continentes do globo. Ela emprega mais de 100 mil funcionários no mundo todo, conta

com mais de 50 unidades produtivas e diversos centros de distribuição espalhados pela

América Latina, Europa, Ásia e Oriente Médio. Os itens são distribuídos e vendidos

diretamente por seus colaboradores e comercializados desde hipermercados até lojas de

conveniência e mercearias de bairro.

Em 2017, a companhia comercializou mais de 5 milhões de toneladas de alimentos e

realizou mais de 600 mil entregas mensais. Em todo o mundo, a companhia atende mais de

250 mil clientes e alimenta milhares de famílias. Mais de 13 mil produtores integrados

trabalham diariamente no campo para fornecer a matéria-prima dos alimentos produzidos na

companhia.

A cia é dividida em regiões que atuam em todos os estados do país. As atividades de

criação de animais e a distribuição – transporte de carga - são realizadas por empresas

terceirizadas. Por outro lado, a produção e a venda, são realizadas pela própria. Assim como

os serviços de apoio, pesquisa e desenvolvimento, marketing e Customer Service.

O transporte das mercadorias é feito em sua maioria pelo setor rodoviário. Assim,

um dos maiores custos refere-se às despesas com transportadoras que se encarregam de

movimentar as cargas através do país. Ademais, ainda existem regras para deslocamento das

cargas, tanto vivas quanto os produtos acabados. Dessa maneira, a empresa é profundamente

dependente deste meio de transporte e acaba sendo impactada com as inconstâncias do setor,

seja por greve dos caminhoneiros, seja pelo aumento do combustível, seja por sinistro de

carga.

O portfólio da empresa se divide em cinco categorias principais que representam

juntas, em torno de, 96% do faturamento da organização, como mostra a Figura 4. Dentre

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37

elas, a principal fonte de receita da companhia pode ser segmentada em sete subcategorias

que equivalem a aproximadamente 60% do seu ganho total, como indicado na Figura 5.

Figura 4 - Representatividade por Categoria

Fonte: Elaboração própria

Figura 5 - Representatividade por Subcategoria

Fonte: Elaboração própria

25%

24%21%

14%

12%

4%

Representatividade por Categoria

Categoria A

Categoria B

Categoria C

Categoria D

Categoria E

Outros

14%

12%

12%

7%6%5%

5%

39%

Representatividade por Subcategoria

Subcategoria A

Subcategoria B

Subcategoria C

Subcategoria D

Subcategoria E

Subcategoria F

Subcategoria G

Outros

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38

A estrutura de vendas da companhia é fracionada em Regionais que englobam as

regiões do país que se encontram. As Regionais se subdividem em filiais de vendas que estão

ligadas aos Centros de Distribuição que são estrategicamente distribuídos pelo país, que

consideram o tempo de entrega pra atendimento da área de atuação, incentivos fiscais,

capacidade de crescimento no longo prazo, tarifas estaduais e municipais, entre outros

fatores.

De modo geral, pode-se dizer que a empresa separa em três principais segmentos de

clientes. De um lado se encontram os hipermercados, supermercados e atacados. Este grupo

é conhecido como AS. Do outro lado está o varejo, que contém as mercearias, pequenos

mercados, padarias, restaurantes, entre outros. Por fim, as contas estratégicas que contém,

basicamente, as principais redes de fast food.

Para cada segmento de cliente existem diferentes estratégias de marketing, preço,

investimentos, vendas e distribuição, o que leva à complexidade do negócio a outro patamar.

Dentro das duas principais segmentações de clientes, AS e varejo, os clientes são

divididos de acordo com suas tipologias previamente citadas. Para cada tipo de cliente uma

porcentagem de shelf life é definida como a aceitável para venda normal, por exemplo, um

supermercado pode receber produtos com shelf life de sessenta dias com até 70% de vida

útil. Dessa maneira, se um pedido for digitado como sendo uma venda normal, o cliente

poderá receber o produto com quarenta e dois dias ou mais de vida até seu vencimento.

3.2 Cenário Atual do Ramo Alimentício

A empresa está entre as principais companhias de alimentos do planeta, de forma que

sofra com os impactos sofridos pelo setor nos últimos anos, tanto no mercado interno quanto

no mercado externo. Dentre as principais causas para os maus resultados dos últimos anos

estão as condições econômicas no Brasil e no mundo, o efeito das barreiras comerciais e

outras restrições às importações, preocupações com a gripe aviária e outras doenças de

origem animal e as mudanças na demanda global.

O quadro político monetário brasileiro está focado na inflação. A taxa da inflação

que esteve acima da meta afetou o poder de compra dos consumidores, especialmente entre

as classes de renda mais baixas, e, eventualmente, limitam o consumo. Além disso, o

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39

mercado de trabalho brasileiro registrou taxa média de desemprego de 11,8% em 2017,

segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, o que impacta

diretamente as vendas do setor.

Outro fator importante para a conjuntura atual são as investigações da Operação

Carne Fraca da Polícia Federal. A empresa enfrentou e ainda enfrenta as consequências de

equívocos cometidos por seus, até então, colaboradores. Após algumas etapas da operação,

a companhia viu suas ações caírem consideravelmente.

Em 2018, de modo geral, os preços da indústria alimentícia vêm aumentando mês a

mês, após diversas taxas negativas. As informações referentes ao mês de abril são do Índice

de Preços ao Produtor (IPP), que subiu 1,56% frente a março1, segundo pesquisa do IBGE.

Entretanto, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção

de carne de frango no país deve cair entre 1% e 2% em relação ao mesmo período do ano

passado2, assim como diminuir a projeção de exportação deste alimento. No início do ano, a

associação projetava avanço médio de 3% na produção, enquanto ela acreditava que o país

exportaria em média 2% a mais que em 2017. O cenário da carne suína também acompanha

os outros, grande parte afetada pelo embargo russo.

3.3 Customer Service

A área funciona como uma área de Supply Chain, sendo a interface entre a cadeia de

suprimentos da companhia e sua área de vendas. Atualmente, a cadeia de suprimentos é

completamente verticalizada, o que torna a adaptação a mudanças repentinas de demanda

difícil de ser atendida. Tal fato, exige que o planejamento de mercado seja muito bem

estruturado para acompanhar as flutuações nos hábitos de consumo que possam impactar as

operações da empresa.

O Customer Service se divide em duas vertentes, o time Regional que garante o

atendimento a demanda de mercado, como por exemplo, gerência de abastecimento dos

CD’s, planejamento de demanda e gestão de perdas, que será analisada neste estudo, e a

1 Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/21299-

setor-alimenticio-contribui-para-crescimento-de-precos-ao-produtor-em-abril.html 2 Fonte: https://www.valor.com.br/agro/5764813/producao-de-carne-de-frango-deve-cair-este-ano-no-pais

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40

linha de relacionamento que cuida da conta de grandes clientes específicos visando melhorar

o nível de serviço prestado pela companhia.

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41

4 Análise dos Indicadores

Os resultados da companhia foram multiplicados por um fator de conversão para não

infringirem as regras de compliance e integridade da mesma. Deste modo, os resultados

serão apresentados em valores absolutos e % Renúncia de Receita, previamente descrita no

capítulo 2. Para tal, o período analisado está compreendido entre janeiro de 2016 e maio de

2018, porém será apresentado brevemente como era o cenário antes deste período.

4.1 Cenário

Em meados de 2015, uma empresa especializada em consultoria de empresas de

grande porte foi contratada para identificar os problemas no processo de venda de produtos

com shelf avançado, redesenhar o processo e reduzir as perdas que estavam descontroladas.

Neste período, não havia controle sobre a venda destes produtos, o time comercial tinha total

liberdade para decidir os descontos que seriam cadastrados e liberados para negociação dos

mesmos.

Esta consultoria identificou que alguns colaboradores estavam vendendo produtos

ícones da empresa, com longa vida útil, com descontos abusivos, lesando a companhia e

enriquecendo clientes. Além disso, não havia um responsável, por este processo, que

buscasse negociações para aqueles SKU’s (Stock Keeping Unit) que estivessem com maior

dificuldade de venda e, consequentemente, perto de seu vencimento.

Após a análise das causas, ficou definido o novo fluxo de venda destes produtos. Neste,

descontos de 20%, 45% e 70%, seriam cadastrados para as faixas, amarela, laranja e

vermelha, respectivamente. Descontos acima do padrão poderiam ser digitados pelo novo

colaborador responsável, que possuía a alçada, aproximadamente, 15% de desconto a mais,

e precisariam da aprovação do GPPF (Gerente de Preço, Produtividade e Financeiro) para

serem desbloqueadas.

Este foi o primeiro controle da companhia para venda de produtos com shelf avançado,

foram criados os indicadores como são medidos hoje em dia e foram determinados os

principais pontos que deveriam ser mudados para mitigar as perdas.

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42

4.2 Fluxo Antigo

A primeira etapa do processo era a construção da demanda. Em termos gerais, o

baseline das metas dos volumes de cada produto que deveriam ser vendidos era enviado pelo

time de S&OP (Sales and Operation Planning) e a crítica Regional cabe ao consenso entre

os times de Customer e Pricing buscando o alinhamento com as estratégias definidas para o

período. Ao final da crítica, o time de S&OP definia a meta final, levando em consideração

as mudanças feitas pela Regional e ajustava as falhas e sobras, caso houvessem. Com a meta

final, o time de DRP desdobrava o volume da Regional entre os Centros de Distribuição e

essa meta era desdobrada para programação do abastecimento.

Aqueles produtos que estivessem nas faixas avançadas recebiam os descontos

previamente citados para ajudar em suas vendas. Por fim, cabia ao gestor de perdas, analisar

as propostas e caso fossem aprovadas, deveriam seguir o fluxo de sua criação e

processamento. O fluxograma de análise das propostas pode ser encontrado na figura 6.

Para ajudar na análise das propostas, um relatório era gerado e enviado para todo o

time comercial e corporativo da Regional, Anexo 9.1 – “Dash de FIFO”. O mesmo mostra

os maiores volumes abertos por faixa, indicando o vencimento do lote mais antigo de cada

produto em cada faixa. Ele também especifica quantos dias cada lote do produto irá ou trocar

de faixa ou irá vencer. Além disso, há a indicação do desconto cadastrado nos aparelhos dos

vendedores, seus smartphones e o preço base para as duas principais listas de vendas das

duas fundamentais segmentações de clientes, varejo e o AS.

A combinação entre este relatório e as informações contidas no smartphone (aparelho

de venda do time comercial), gerentes, supervisores e vendedores podem negociar com seus

clientes as oportunidades diárias de venda dos produtos com shelf avançado. Eles estão aptos

a digitar pedidos com os descontos cadastrados diretamente em seus aparelhos. Porém, como

dito anteriormente, caso algum deles tenha uma proposta com descontos maiores deveriam

negociar com os vendedores específicos de FIFO. Dentro da Regional eram adotados três

colaboradores responsáveis pelas vendas de tais produtos. Dois vendedores e o gestor de

perdas que acumulava as funções de gestor da área e de vendedor do maior estado.

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43

Figura 6 - Fluxograma de análise de propostas

Fonte: Elaboração própria

Pri

cin

gC

ust

om

erC

om

erci

al

Análise das

Propostas

Proposta Aprovada?

Criação do Ordem

Sim

Contraproposta

Não

Envio da Proposta

Liberação da Ordem

Conferência do Status da

Ordem

Análise do Status da

Ordem

Sim

Não

Ordem Liberada?

Processamento da Ordem

Ordem em EXPEDI?

Não

Sim

NãoFeedBack

Realização

dos Ajustes Necessários

Roteirização

Recusa da OrdemSim

Há possibilidade de redigitá-la?

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44

Os descontos eram cadastrados pelo time de Pricing, por faixa, tipo de produto, filial

de vendas e segmento de cliente. Usualmente o varejo recebia um desconto em média 10%

maior, pois possuía preço maior em relação ao AS.

A digitação dos pedidos pode ser feita de duas formas, ou utilizando seus aparelhos ou

seus computadores diretamente pelo sistema integrado de vendas. Vendedores só possuem

acesso a seus aparelhos e só conseguem digitar pedidos com os descontos previamente

cadastrados. Entretanto, supervisores de vendas que possuem computadores, assistentes

comerciais que dão suporte ao time comercial, os dois vendedores específicos e o analista

de perdas podem acessar diretamente o sistema de vendas e digitar pedidos com descontos

acima dos padrões de cada faixa.

Cada pedido digitado com desconto acima do cadastrado deveria ser realizado apenas

pelos responsáveis (os dois vendedores e o analista), no entanto, era possível encontrar

supervisores e assistentes comerciais digitando pedidos com os descontos acima.

Quando uma ordem é criada com o desconto previamente cadastrado, seu status era

LIBERA, ou seja, ela está liberada para processamento e em seguida alocação de estoque.

Todavia, quando uma ordem é criada com algum produto com desconto acima do padrão,

esta parte da ordem ficará com status BLOQ, ou seja, bloqueada por divergência de preço.

Para seguir com o desbloqueio destas ordens o gestor responsável deveria enviar o

formulário explicitando as condições do pedido e solicitando a aprovação de tal para o GPPF,

como dito anteriormente. Caso a ordem seja aprovada pelo gestor e pelo gerente, a mesma

segue o fluxo normal virando LIBERA e aguardando seu processamento para alocação de

estoque (processamento no MAE). Se por ventura a ordem não fosse aprovada, ela deveria

ser recusada para que outros pedidos pudessem ser digitados utilizando aquele saldo de

volume que estava bloqueado. O Anexo 9.2 apresenta o fluxo de criação de uma ordem e os

possíveis status em cada etapa.

4.3 Resultados da Regional

Neste tópico serão apresentados os resultados da Regional no durante o período de

2016 a maio de 2018, identificando o cenário após a implementação do controle dos

indicadores citados.

Page 45: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

45

Dentre as ferramentas da qualidade previamente citadas na seção 2.3, as que mais se

destacam para análise dos resultados foram os diagramas de Pareto, estratificação e os

gráficos sequenciais.

Na estratificação abaixo destacam-se os excelentes resultados entre fevereiro e abril

de 2016, apresentando uma piora nos três meses seguintes e a partir de agosto voltando ao

patamar ideal, sendo ele abaixo de 2,2%, até março de 2017. Neste intervalo, a companhia

apresentou o segundo melhor resultado da história da Regional, a mesma obteve o resultado

do desconto dado para venda de produtos com faixas avançadas representou apenas 1,3% da

ROB total do mês de fevereiro. Entretanto, os meses subsequentes figuraram entre os piores

do espaço estudado, chegando às marcas negativas acima de 6,0% em dois dos três meses.

Figura 7 - Comparação mensal de Renúncia de Receita (%) da Regional

Fonte: Elaboração própria

Estes resultados foram provenientes, principalmente, do abastecimento equivocado de

alguns produtos e baixa venda dos mesmos nos meses anteriores (final de 2016). Neste caso,

a demanda real destes produtos foi muito abaixo da demanda projetada para o final do ano,

desse modo, os produtos foram envelhecendo nos CD’s e resultaram na péssima qualidade

de estoque no segundo trimestre de 2017, vide figura 8.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

2016 2.46% 1.73% 1.20% 1.49% 2.34% 3.30% 3.34% 2.15% 2.08% 2.04% 1.62% 1.79%

2017 1.79% 1.30% 2.15% 6.46% 6.07% 4.30% 3.37% 2.69% 2.73% 2.54% 2.29% 1.89%

2018 3.38% 3.17% 3.19% 3.38% 4.15%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

Renúncia de Receita (%)

2016 2017 2018

Regional

Page 46: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

46

Figura 8 - Qualidade de Estoque da Regional

Fonte: Elaboração própria

Neste gráfico, o estoque verde chega ao pior resultado do período, aproximadamente,

apenas 90% do estoque está na faixa ideal, na qual, não são dados descontos para venda dos

mesmos. Enquanto isso, o estoque amarelo passa de 1,7%, em média nos três primeiros

meses, para preocupantes 7%, o que representa um aumento de quase 300% no volume da

faixa, o estoque laranja tem um aumento de mais de 120% em relação ao início do ano em

seu volume – crescimento de 0,7% para 1,5% – e o vermelho apresenta um aumento de 150%

em seu volume.

Além disso, a figura 9 mostra a representatividade dos descontos gastos entre as três

faixas avançadas. Durante o ano de 2016 e os dois primeiros meses de 2017, os descontos

gastos na faixa amarela representavam em média 24% do valor total. Em contrapartida, em

março esse custo passa para 48% e nos dois meses seguintes chega a 59%, aproximadamente.

Este crescimento é esperado visto que o volume do estoque disponível na faixa amarela

aumento vertiginosamente.

84%

86%

88%

90%

92%

94%

96%

98%

100%Ja

neir

o

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

2016 2017 2018

Qualidade de Estoque - Regional

Verde Amarela Laranja Vermelha

Abertura Mês a Mês

Page 47: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

47

Figura 9 - Representatividade dos descontos por faixa da Regional

Fonte: Elaboração própria

As figuras 10,11 e 12 apresentam as médias de descontos nas faixas amarela, laranja e

vermelha, respectivamente, durante o intervalo observado. Durante o ano de 2016, os

descontos tiveram um incremento considerável. Em janeiro os produtos na faixa amarela

eram negociados com descontos de 16% em média, na faixa laranja eram negociados com

22% e na faixa vermelha com 50%. Já em dezembro do mesmo ano vemos que os descontos

cresceram para 20%, 52% e 72%, respectivamente. Todavia, apesar do aumento da média

dos descontos o valor absoluto gasto em milhões de reais com renúncia de receita se manteve

na média, apresentando picos em meados de 2016, apresentando os piores resultados em

porcentagem do ano, 3,34% em julho.

Figura 10 - Média de descontos na faixa amarela da Regional

Fonte: Elaboração própria

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%Ja

neir

o

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

2016 2017 2018

Desconto por Faixa

Amarela Laranja Vermelha

Abertura Mês a Mês

16.4%

12.8% 12.0% 12.4% 13.2% 13.9%

20.9%

18.3%

21.0%20.0%

18.8%20.3%

26.0% 25.2%

27.4%

37.0%

33.8%

30.9%

27.4%

31.1%29.4%

28.0% 28.0%29.7%

25.4%27.4% 27.8%

25.0% 25.1%

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

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Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

2016 2017 2018

Média de Descontos

Page 48: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

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Figura 11 - Média dos descontos na faixa laranja da Regional

Fonte: Elaboração própria

Figura 12 - Média de descontos na faixa vermelha da Regional

Fonte: Elaboração própria

Em 2017, a média continuou a crescer atingindo seus maiores resultados nos primeiros

meses do ano para as faixas amarela (37% em abril) e laranja (66,3% em fevereiro).

Enquanto isso, a faixa vermelha atingiu seu ápice no meio do ano (82,2% de desconto

médio), apesar de ter alcançado 80% de desconto, em média, também nos primeiros meses

de 2017.

O aumento do volume do estoque com shelf avançado e da média dos descontos gastos,

provocaram o crescimento de mais de 200% no gasto absoluto da Regional, quando

22.2%

29.4% 28.8%

34.1% 34.8%

39.7% 41.2%

45.6% 45.3%47.4% 46.5%

52.8%

57.6%

66.3%

61.9%59.8%

62.0% 61.5%58.1% 58.7% 59.7%

57.5% 58.6%56.2% 55.9%

53.1%57.0% 56.9%

48.4%

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

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ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

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Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

2016 2017 2018

Média de Descontos

50.5%

56.1% 57.0% 57.1%60.9%

65.5%70.5%

61.7%

68.9% 68.5%72.8% 71.8% 73.1%

80.0%76.5%

80.4% 80.9% 82.2% 80.2%

73.3% 74.7%

67.9% 69.0% 68.5%

61.1%64.9%

78.2% 76.9% 76.3%

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

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o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

Jun

ho

Julh

o

Ago

sto

Sete

mb

ro

Out

ub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o

Mar

ço

Ab

ril

Mai

o

2016 2017 2018

Média de Descontos

Page 49: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

49

comparamos a média entre abril e maio de 2017 – os piores resultados – com a média do ano

de 2016. A partir de julho de 2017, os estoques começam a ser normalizados atingindo seu

melhor status em dezembro de 2017, na qual 97,5% do estoque estava na faixa verde, as

médias de descontos para os estoques laranja e vermelho terminam abaixo da média anual e

igualam seus valores na faixa amarela e a renúncia de receita volta a ficar abaixo de 2%,

enquanto o valor absoluto gasto chega ao melhor resultado desde fevereiro do mesmo ano.

Já em 2018 algumas mudanças na equipe ajudaram ao aumento das perdas com venda

de produtos FIFO. Sem um responsável, outros colaboradores tiveram que acumular suas

funções, impossibilitando-os de dar a atenção necessária para a gestão de perdas, a renúncia

de receita volta a ficar acima de 3% chegando, em maio, ao pior resultado desde junho de

2017 - 4,15% e a qualidade dos estoques diminui drasticamente.

Apesar deste cenário, a média dos descontos nas faixas laranja e amarela se mantém

estáveis, em comparação aos resultados do final de 2017, enquanto a na faixa vermelha eles

tendem a crescer a partir do terceiro mês do ano.

Assim como no segundo trimestre de 2017, estes fatores acarretaram no aumento de

15% do valor absoluto (em milhões de reais) do custo com renúncia de receita, quando

comparados os resultados de 2018 e o segundo semestre de 2017.

Período Renúncia de Receita

2016 2.11%

2017 3.07%

2018 (Jan-Mai) 3.43%

Acumulado 2.76%

Tabela 3 – Comparação anual da Renúncia de Receita da Regional

Fonte: Elaboração própria

A figura abaixo resume o aumento dos descontos médios de cada faixa, entre 2016 e

2017 e a leve redução que sofreram de 2017 para 2018.

Page 50: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

50

Figura 13 - Média anual de descontos por faixa

Fonte: Elaboração própria

Antes da implementação dos controles por indicadores, o custo com tais produtos

chegava a milhões de reais por mês, algo inaceitável em um país, na qual, milhares de

pessoas passam fome todos os dias e até perdem suas vidas por tal motivo. As medidas

adotadas a partir do terceiro mês ano de 2016, reduziram em, aproximadamente, 80% das

perdas com produtos deteriorados no mesmo ano, migrando de um patamar de perda de

milhões de reais para milhares. O novo modelo, somado com o esforço da equipe, alcançou

o melhor resultado da história da Regional em fevereiro de 2017 e manteve as perdas

controladas em torno de 100 mil reais por mês reduzindo em mais 70% do gasto, em

comparação ao período entre março e dezembro de 2016.

Em 2018, como citado previamente, a mudança estrutural da equipe e o erro no

abastecimento de determinados produtos no final de 2017, resultou no crescimento das

perdas com produtos vencidos em 120% em relação ao ano anterior e atingiu o pior resultado

em maio desde abril de 2016.

16.7%

29.5%

22.8%

39.0%

59.8%54.3%

63.4%

75.6%71.5%

2016 2017 2018

Média de Descontos

Amarela Laranja Vermelha

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Figura 14 - Produtos Deteriorados

Fonte: Elaboração própria

Se analisado o número de clientes movimentados percebe-se que apesar do aumento

ano a ano desses compradores, a quantidade de clientes que adquirem produtos com shelf

avançados reduz gradativamente. No entanto, com esta redução, os mesmos clientes

compram volumes maiores, conseguem descontos mais altos e, consequentemente, recebem

mais investimentos em descontos.

Dessa maneira, a tabela 4 indica o aumento da concentração de vendas deste tipo de

produtos. Utilizando o princípio que 80% das perdas podem ser explicadas por 20% das

causas, tem-se que o número de clientes que concentram 80% das perdas com descontos,

representam apenas, em torno de 3% do total.

Isto é evidenciado pelo aumento do número de clientes que apresentam suas renúncias

de receita – desconto FIFO dividido pelo retorno operacional bruto - acima da meta de 2,2%.

Na mesma linha, pode-se perceber o crescimento na porção de compradores que recebem

mais descontos do que trazem receitas para a companhia (renúncia de receita acima de 100%

do ROB). Estes clientes, embora ajudem a escoar produtos com pouco atratividade para o

mercado, são prejudiciais aos resultados financeiros da empresa, tanto por trazerem menos

retorno que o investimento dado em descontos, quanto por serem aqueles clientes que fazem

mais dívidas e muitas vezes declaram falência.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

2016 2,436 4,468 2,133 2,176 2,748 1,911 979 724 828 978

2017 520 80 525 561 1,137 457 801 638 713 419 634 1,066

2018 537 1,766 1,035 990 3,909

2016 - Jan-Fev 10,147 12,093

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

0

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

8,000

Produtos Deteriorados (R$)

2016 2017 201812,000

10,000

10,147 12,093

(MR$)

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Clientes Movimentados 2016 2017 2018

(Jan-Mai)

FIFO 72.6% 64.5% 57.9%

Acima de 2,2% do ROB 25.8% 32.9% 33.0%

80% das Perdas 3.2% 3.2% 2.9%

Acima de 50% do ROB 0.60% 0.87% 0.88%

Acima de 90% do ROB 0.25% 0.44% 0.47%

Acima de 100% do ROB 0.21% 0.38% 0.42%

Tabela 4 - Representatividade do número de cliente movimentados que compram produtos com pouca vida

útil

Fonte: Elaboração própria

Finalmente, quando analisadas as vendas por produto no período, identifica-se que o

maior gasto com descontos é com produtos das curvas A e B. Assim como descrito no tópico

2.3.4, 80% das perdas absolutas são representadas por 20% dos produtos disponíveis, como

mostra a tabela abaixo. O Apêndice A exibe as tabelas com os produtos que representam

80% da renúncia de receita total de cada ano e o acumulado no período analisado.

SKU 80% das Perdas Total %

2016 78 473 16%

2017 77 439 18%

2018 (Jan-Mai) 84 392 21%

2016 - 2018 (Jan-Mai) 98 657 15%

Tabela 5 - Representatividade dos 20% maiores SKU's com desconto

Fonte: Elaboração própria

Dentre os quinze produtos com maior gasto absoluto, onze são produtos curva A, três

produtos curva B e apenas um produto curva C. Se restringirmos o conjunto ainda mais e

analisarmos o TOP 5, identificamos que os mesmos produtos curva A que se repetem,

alternando entre si as posições que representam o custo total com desconto.

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2016 - 2018 SKU (Curva) 2016 2017 2018

(Jan-Mai)

1 SKU 74 (A) 3 1 2

2 SKU 35 (A) 1 2 1

3 SKU 75 (A) 16 3 3

4 SKU 78 (A) 2 5 5

5 SKU 64 (A) 10 4 4

6 SKU 101 (A) 4 7 12

7 SKU 58 (A) 11 6 6

8 SKU 76 (A) 5 8 11

9 SKU 205 (A) 23 10 17

10 SKU 620 (C) 213 9 16

11 SKU 201 (B) 45 11 10

12 SKU 22 (A) 31 14 8

13 SKU 40 (B) 6 22 127

14 SKU 208 (B) 9 19 75

15 SKU 86 (A) 24 12 39

Tabela 6 – Relação dos 15 produtos com maior gasto absoluto e suas respectivas posições em cada ano

Fonte: Elaboração própria

Apesar de representarem pouco mais de 20% das perdas, estes produtos, dificilmente,

são vendidos nas faixas laranja e vermelha, o que os tornam rentáveis para a companhia. A

tabela a seguir apresenta o volume de venda, em tons, destes produtos discriminados por

faixa. Apenas os resultados de 2018, até maio, foram utilizados, visto que seguem o mesmo

padrão nos anos anteriores.

O volume de venda considerado volume FIFO compreende o somatório entres os

valores das faixas laranja e vermelha e representam menos de 10% do volume total vendido.

Este percentual é considerado pela empresa como sendo aceitável de acordo com os critérios

pré-determinados pela mesma. Desse modo, aproximadamente, 30% dos produtos possuem

vendas FIFO acima de 10% do seu total volume total de vendas.

Para tal análise foram desconsiderados os produtos sem vendas, com resultados

negativos (devolução) e com somatório de vendas no período inferiores a 1 tonelada.

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# SKU (Curva) Vol. Real Verde Amarela Laranja Vermelha FIFO FIFO/Real

1 SKU 74 (A) 31,551 23,154 8,187 191 43 233 1%

2 SKU 35 (A) 10,313 7,173 2,560 448 133 581 6%

3 SKU 75 (A) 29,619 20,852 8,401 369 46 414 1%

4 SKU 78 (A) 26,845 24,411 2,374 56 2 58 0%

5 SKU 64 (A) 8,871 4,133 4,189 550 4 553 6%

Tabela 7 – TOP 5 produtos com maior gasto absoluto de perdas

Fonte: Elaboração própria

Em contrapartida, os dez produtos que apresentam os piores resultados são todos

classificados com curvas C ou D, conforme a tabela 8. Suas vendas se concentram nas faixas

avançadas, laranja e vermelha, e apresentam o maior risco de deterioração. Embora sejam

volumes muito inferiores, juntos causam um prejuízo considerável à empresa e devem ser

tratados com muita atenção.

SKU (Curva) Real Verde Amarela Laranja Vermelha FIFO FIFO/Real

SKU 741 (D) 23 1 0 6 16 22 98%

SKU 749 (D) 20 0 1 3 16 19 95%

SKU 828 (C) 147 8 2 114 23 137 93%

SKU 817 (C) 112 10 0 7 95 102 91%

SKU 748 (D) 131 13 1 64 53 117 89%

SKU 829 (C) 194 1 21 165 7 172 89%

SKU 785 (C) 67 9 0 7 51 58 86%

SKU 767 (C) 54 7 0 1 46 47 86%

SKU 784 (C) 57 8 1 4 43 48 84%

SKU 573 (C) 1 1 0 0 9 9 83%

Tabela 8 - TOP 10 produtos com maior representatividade de vendas FIFO

Fonte: Elaboração própria

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5 Propostas para os Indicadores

A partir dos resultados obtidos anteriormente, o primeiro passo foi a estruturação do

ciclo PDCA para identificar as causas dos problemas e intervir nos distúrbios a fim de

mitigá-los. Nesta etapa algumas das ferramentas apresentadas no capítulo 2 foram utilizadas

pelos integrantes no auxílio da construção das propostas de melhoria e foram validadas em

conferências pelos gestores e colaboradores da empresa estudada.

5.1 Planejar

A primeira etapa do planejamento é a identificação do problema. Para isso, um

brainstorming entre os integrantes foi realizado para elaborar um Diagrama de Causa e

Efeito com o propósito de identificar e desdobrar as possíveis causas que levaram ao

aumento de 62% da renúncia de receita na Regional.

Os seis M’s foram adaptados para melhor adequação ao caso. Dentre eles, quatro

foram mantidos, Medida, Máquina (equipamento), Mão-de-Obra e Material, enquanto

método foi trocado por Gestão e Meio Ambiente por Mercado. O diagrama completo pode

ser encontrado na figura 15.

No que tange as causas referentes à Gestão, algumas estratégias de gerenciamento e

de vendas estavam sendo prejudiciais para a saúde do indicador. Em determinadas ocasiões,

descontos mais altos eram liberados em todos os produtos para alavancar as vendas e ajudar

a atingir a meta de volume vendido da Regional. Este fato é altamente prejudicial, pois além

de viciar o mercado com preços mais baixos reduzia o PPV (Preço para Venda) médio e,

consequentemente, o faturamento da companhia. Outra estratégia era a priorização de venda

de produtos de determinadas categorias. Ambas as estratégias tinham como objetivo atingir

às metas relacionadas ao salário variável do time comercial e o bônus dos colaboradores que

trabalham no time corporativo.

Além desses fatores, a construção da demanda era feita de acordo com a meta de

volume que deveria ser vendido em cada trimestre, no entanto, o volume de venda FIFO

estava sendo, equivocadamente, considerado como venda normal, ou seja, na faixa verde, a

faixa rentável da empresa. Desse modo, a meta de volume de venda de determinados

produtos estava “descalibrada” com a real demanda do mercado para venda saudável

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ocasionado excesso de produtos que acabavam sendo vendidos com descontos elevados a

fim de evitar que fossem deteriorados.

O abastecimento da meta, em certas ocasiões, estava sendo realizado com produtos

que já apresentavam suas vidas úteis avançadas, faixa amarela, principalmente, o que

favorecia suas vendas com descontos sem antes terem sido oferecidos ao mercado com seus

preços totais.

Ademais os erros logísticos de entrega contribuíam para o aumento das perdas.

Quando as entregas eram realizadas em datas posteriores às acordadas com os clientes, o

mesmo poderia rejeitá-la, provocando devoluções e, consequentemente, perda da vida útil

do produto. Por exemplo, suponha que um cliente do interior do estado, que possui lead time

(tempo para entrega) de dois dias, realiza um pedido na segunda-feira, para entrega na

quarta-feira e acaba, por falta de capacidade de expedição, só o recebendo na sexta-feira, ele

poderá recusá-lo por ter menos dias de validade do que estava, originalmente, previsto. Tal

erro acarretaria na devolução do produto, que por sua vez levaria à entrada do saldo no

estoque dois dias depois (domingo, caso tenha recebimento tal dia), fazendo com que o

produto perdesse quase uma semana de sua vida útil, podendo ou trocar de faixa ou até

mesmo voltar já vencido.

Por fim, outro motivo que levou ao crescimento das perdas era a carência no controle

na criação de pedidos deste tipo de produtos. A falta de padrão e critérios para digitação

induzia a liberação de descontos excessivos para determinados produtos e, o mais grave, era

que brechas no sistema eram utilizadas para digitação de pedidos com descontos maiores

(produtos com vida útil reduzida), enquanto as entregas eram realizadas com produtos que

apresentavam vencimento ótimo. Nesses casos, alguns colaboradores estavam criando

ordens para entregas, por exemplo, 10 dias depois, quando os produtos iriam trocar de faixa

e seus descontos cadastrados eram maiores. No entanto, eles estavam solicitando ao time de

logística que as entregas fossem realizadas na próxima grade (dia cadastrado para

recebimento de produto) do cliente, fazendo com que o carregamento do time do armazém

fosse feito na faixa atual do produto, ou seja, estavam sendo vendidos produtos com

descontos nas faixas laranja e vermelha, porém com a quebra de grade, eram carregados

produtos na faixa amarela. Tais desvios gravíssimos lesavam financeiramente a companhia

e resultaram nas medidas disciplinares cabíveis aos infratores.

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Figura 15 - Diagrama de Causa e Efeito

Fonte: Elaboração própria

Falta de controle dos pedidos

- Liberação de descontos excessivos

MERCADO

Alto valor de

perdas da Regional (60%)

GESTÃO MÁQUINA MEDIDA

MÃO-DE-OBRA MATERIAL

Falta de meta objetiva

Priorização de estratégias de gerenciamento e de vendas

Abastecimento

- Recebimento de produtos com shelf avançado

Construção da demanda

- Falta de crítica de meta adequada

Erro logístico na entrega

- Devolução e perda de shelf life

Falta de acompanhamento gerencial dos resultados

Capacitação e treinamento

- Erros de digitação

Baixa performance

- Desmotivação com meta

- Costume de vender para os mesmos clientes

- Espera de troca de faixa para vender facilmente

com descontos maiores

Desenvolvimento de metas e responsabilidades

- Falta de conhecimento sobre os impactos f inanceiros

Erro logístico de controle de estoque

- Carregamento de lote errado

- Cadastro de produto errado

Erros no sistema de cadastro de desconto

Inconsistência no smartphone dos vendedores

Falta de informação relevante no smartphone

Fórmula do produto

Produtos Inovação

- Falta de força para inserção do novo produto

- Descalibragem de produção

Alto recebimento de produtos oriundos de

refugos de produção

Produtos similares da concorrência

Preço

Falta de força na negociação

Histórico de vendas

- Costume de comprar com descontos altos

Baixa venda (recessão do mercado)

Sazonalidade de produtos

Forças Externas

- Greve dos caminhoneiros

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Ao mesmo tempo que os descontos eram cadastrados em um único padrão por faixa,

20% para amarela, 45% para laranja e 50% para vermelha, o número de pedidos feitos pelo

time comercial com descontos adicionais aumentava. Isso provocou a perda de suas

autonomias para negociar descontos melhores sem ter que envolver o time administrativo.

Em contrapartida, determinados produtos, principalmente na faixa amarela, eram vendidos

com preços inferiores para alguns clientes sem necessidade. Os vendedores específicos

deviam buscar negociações para aqueles produtos com baixa procura e altos volumes com

maior risco de envelhecimento e até mesmo de incineração. Dessa forma, eles deveriam agir

pontualmente em algumas negociações e estavam se transformando em apenas “digitadores

de pedidos”.

As metas dos indicadores não eram objetivas e claras, o que, além de tornar o

acompanhamento dos resultados incerto, dificultava a reprodução das informações para os

agentes envolvidos, prejudicava a análise das causas do problema e as tomadas de decisão

para mitigá-las. Esses elementos podem ser classificados como causas referentes à categoria

Medidas.

Assim como citado no capítulo 4, o time responsável pelo cadastro de descontos

passou a ser o Pricing, entretanto alguns erros no sistema impossibilitavam tal cadastro,

dificultando as negociações entre o time comercial e os clientes e permitindo que os produtos

envelhecessem em estoque, agravando o cenário da Regional. Outro problema encontrado

era que o sistema mostrava para o time comercial um determinado volume em estoque,

porém não permitia sua captação devido a inconsistências no estoque ou até mesmo quando

a troca de faixa do produto era no mesmo dia da entrega do produto para o cliente. Nesse

caso, na hora de digitar o pedido selecionando a faixa atual, o sistema indicava um erro, já

que no dia da entrega, o produto estaria na próxima faixa. Por fim, o time de vendas não

tinha informação, em seus aparelhos, sobre o vencimento dos produtos com shelf avançados.

Para que os mesmos tivessem acesso a esses dados, eles deveriam ligar para o time de apoio

o que dificultava suas negociações.

Dentre as causas referentes ao material é possível afirmar que alguns produtos não

ofereciam interesse aos consumidores devido sua fórmula de produção. Em alguns casos,

excesso de algum ingrediente diminuía o interesse do público, tornando suas vendas cada

vez mais difíceis. Assim como, em determinadas situações lotes de produtos ficavam

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bloqueados pela qualidade por apresentarem não conformidades que deveriam ser

verificadas e tratadas. Outra causa relacionada ao material era o lançamento de novos

produtos (inovações) que ou não possuíam força para inserção adequada no mercado (falta

de conhecimento do produto por parte dos clientes e consumidores) ou eram produzidos em

larga escala sem ter sido testado, previamente, como o mercado reagiria aos novos produtos

ou até mesmo a divisão de produção em determinados períodos do mês, como por exemplo,

fabricação apenas na primeira semana do mês. Além dessas causas, produtos oriundos de

refugos de produção são fabricados em grandes proporções e, apesar de sua alta rentabilidade

para empresa, não eram negociados nas faixas inferiores (verde e amarela) por falta de

interesse do mercado. Todos estes exemplos faziam com que os produtos ficassem parados

no armazém, gerando estoques envelhecidos que, por sua vez, precisariam de descontos mais

elevados para serem negociados, impactando no aumento das perdas.

O quinto “M” refere-se às causas provenientes do ambiente externo, ou seja, o

mercado. Nesta categoria, alguns dos problemas encontrados estão fora do alcance da

empresa, como é o caso da recessão do mercado, resultando na venda abaixo da esperada, e

das fontes externas como, greve dos caminhoneiros, bloqueio de compra por parte de países

importadores e estratégias de vendas de produtos similares por parte de empresas

concorrentes. No entanto, determinadas causas são de responsabilidades da companhia

como, alterações indevidas no preço, sazonalidade de produtos, como é o caso dos produtos

natalinos que se não forem negociados antes do natal, só são vendidos com altos descontos.

Outro fator que favoreceu o aumento das perdas era o costume de certos clientes de só

comprarem produtos com vida útil curta e com descontos altíssimos, chegando a 90% do

preço original. Esse vício foi provocado pela própria companhia e favoreceu o crescimento

dos clientes “fifeiros”. Tais clientes, que só compravam produtos com shelf avançado,

estavam dando prejuízos à companhia.

Finalmente, as causas relativas aos erros provocados pelos colaboradores da empresa.

Em primeiro lugar, a falta de capacitação e treinamento, principalmente do time comercial

para utilização do sistema de venda de produtos com desconto, assim como digitação de

pedidos errados, gerando devoluções e avanço de vida útil como citado anteriormente. Do

mesmo modo, em determinadas ocasiões era comum o carregamento do lote do produto

errado, ou seja, eram vendidos produtos próximos de seus vencimentos com descontos

elevados, porém o time responsável pelo carregamento, enviava produtos na faixa verde

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(saudável). Além disso, quando o time de controle de estoque dava entrada nos

carregamentos que chegavam aos CD’s, era comum o cadastro dos mesmos com código

errado, provocando a inserção no sistema de produtos com validade errada.

Outo fator relevante era a baixa performance do time de vendas, nas quais estavam

esperando a troca de faixa de determinados produtos para negociá-los com maior facilidade

por apresentarem descontos maiores. Também estavam acostumados a vender para os

mesmos clientes e não buscavam alternativas mais rentáveis para a companhia. Isto não

favorecia o desenvolvimento de responsabilidade por parte dos colaboradores, visto que eles

desconheciam os impactos negativos para empresa provocados por estas atitudes. Ademias,

a desmotivação dos vendedores e supervisores com as metas desproporcionais criadas pela

própria companhia intensificavam o baixo desempenho dos mesmos.

Dentre todas as causas levantadas, algumas foram identificadas como as causas

fundamentais do problema. São elas:

i. Carência de padrões e critérios;

ii. Ausência de clareza nos indicadores e de seus acompanhamentos;

iii. Carência no controle dos pedidos digitados e descontos cadastrados;

iv. Construção da Demanda e abastecimento da meta;

v. Estratégias de gerenciamento e de vendas.

Apesar de entender que o último ponto seja um dos principais influenciadores do

aumento das perdas da Regional, ele não está ao alcance de nossas ações e são determinados

pela diretoria e alta gerência. Desse modo, não cabe a este estudo apresentar soluções para

reduzir seus impactos.

5.2 Executar

A partir da elaboração do Diagrama de Causa e Efeito apresentado anteriormente,

estruturou-se um plano de ações, baseado na ferramenta 5W2H, para atuar nas causas raiz,

identificadas acima, e para reduzir as perdas da Regional em questão. No modelo adaptado

não se utilizou o parâmetro how much (quanto), por entender que não agregariam tanto valor

ao estudo.

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DESVIO CAUSA AÇÃO RESPONSÁVEL ONDE DATA COMO

Aumento de 60% nas perdas da

Regional

Carência de padrões e critérios

Montar fluxograma de processos e seus respectivos responsáveis

Gestor de Perdas Customer Service

30-Mai Reunião de consenso entre Customer

regional definição dos parâmetros Determinar os critérios de aprovação de descontos acima do cadastrado

30-Mai

Treinar colaboradores envolvidos sobre as novas regras e o novo fluxo

18-Jun Treinamento teórico e feedback das

inconsitências dos pedidos

Incluir dias a vencer no aparelho de vendas do time comercial

Supervisor de TI TI 16-Jun Atualização e melhoria do software de

vendas

Carência no controle dos

pedidos digitados e descontos cadastrados

Buscar novas oportunidades de vendas Responsáveis pela

venda de FIFO na Filial Customer e Comercial

A partir de 01-Jun

Envio da relação de estoque atualizado por aplicativos de celular e e-mail

Elaborar novo formulário de controle de propostas (pedidos)

Gestor de Perdas Customer Service 07-Jun Calcular rentabilidade das propostas de

forma automática

Aumento de 60% nas perdas da

Regional

Falta de clareza no indicador e de

seu acompanhamento

Definir claramente as métricas e metas dos indicadores

Gestor de Perdas

Customer Service

30-Mai Reunião de consenso entre as áreas

envolvidas, definindo percentual de perdas aceitável para a Regional

Redesenhar do fluxo de FIFO 14-Jun

Brainstorming entre os times comercial, Pricing, Customer e logística definindo

pontos fracos do fluxo atual e blindando novo fluxo para possíveis cenários futuros

Elaborar o painel de resultados de perdas

30-Jun Criar onepage gerencial com principais

indicadores para envio diário

Adotar reuniões semanais para planejamento da próxima semana

Customer, Pricing, Comercial e

Gestão 03-Jul

Preparar fórum com time de Pricing e comercial para alinhamento semanal

Construção da demanda e

abastecimento da meta

Realizar transferências entre filiais dos produtos com dificuldade de vendas

Gestor de Perdas Customer Service A partir de

01-Jun Utilizar frota com capacidade ociosa

Elaborar controle diária de abastecimento de produtos com shelf

avançado Analista de Logística Logística Regional 01-Jun

Formulário com todas as cargas que chegam aos CD's com menos de 70% de

vida útil

Realizar crítica de meta e identificando os principais desvios

Gestor de Perdas Customer Service 01-Jul

Análise dos produtos com maiores incidências nas faixas avançadas, maior gasto e desvio entre venda saudável e

venda FIFO

Tabela 9 - Plano de Ação para atuar nas causas fundamentais do problema

Fonte: Elaboração própria

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62

Primeiramente, é importante destacar que as ações foram desenvolvidas

concomitantemente umas com as outras, por exemplo, a elaboração dos critérios de cadastro

de desconto e o redesenho do fluxo de vendas. Entretanto, este capítulo será estruturado em

quatro tópicos, as quatro causas fundamentais, para melhor discussão acerca das ações

desenvolvidas para cada uma.

O Plano de Ação Inicial, descrito na tabela 9, consiste no desvio identificado pelo

diagrama anterior, suas principais causas, ações realizadas, seus respectivos responsáveis,

até quando a ação deverá ser realizada ou iniciada e por fim, como serão executadas. Sendo

assim, para a carência de padrões e critérios, quatro ações foram elaboradas. São elas, o

mapeamento dos processos relativos à venda de produtos com shelf life avançados, desde a

construção de meta até a entrega do produto para o cliente. A determinação de critérios

simples e objetivos para aprovação de descontos maiores dos que estavam cadastrados,

treinamento sobre as notas regras e o novo fluxo de liberação de ordens e a inclusão do

número de dias que faltam para o vencimento do produto no aparelho de vendas do time

comercial.

Para a carência no controle dos pedidos digitados e descontos cadastrados foram

elaborados três ações principais. A primeira é a ampliação do conjunto de clientes que estão

acostumados a comprar produtos com vida útil curta. Além disso, foram determinados os

critérios utilizados para o cadastro de descontos diretamente no aparelho de vendas. Por fim,

o novo formulário de controle de propostas foi elaborado para facilitar a análise daquelas

que seguiriam para liberação e aquelas que seriam recusadas.

No que tange a falta de uma meta objetiva e do acompanhamento do indicador, outras

quatro ações foram desenvolvidas. A mais importante foi a identificação clara dos

indicadores, suas métricas e metas. Em seguida, o novo fluxo de análise de propostas e

liberação das ordens foi realizado a fim de sanar brechas do processo, para controle diário

dos resultados, o novo Painel de Acompanhamento de Perdas foi adotado e reuniões

semanais entres as partes envolvidas foram realizadas para planejar a semana.

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Finalmente, para construção da demanda e abastecimento da meta, as ações

desdobradas foram redespachos3 entre centros de distribuição para auxiliar na venda de

produtos que a venda esteja abaixo da esperada e estão envelhecendo no CD, elaboração do

controle de recebimento de produtos com shelf life avançada, principalmente, nas faixas

amarela, laranja e vermelha, e a participação do gestor de perdas na crítica de meta enviada

pelo time de S&OP, identificando àqueles produtos que estão com metas desproporcionais

entre a venda saudável e a venda FIFO.

5.2.1 Determinação de Padrões e Critérios

O primeiro passo para a determinação de novos padrões foi identificar as etapas do

processo desde sua origem, construção da demanda, até seu fim, entrega do produto no

cliente. A tabela 10 ilustra estas etapas, assim como seus responsáveis e o período em que

são realizadas. Isto foi necessário, pois muitos colaboradores tinham dúvidas sobre os

processos e, principalmente, o status da ordem após cada etapa, vide Anexo 9.2.

Em seguida, em uma reunião com os gestores do Customer, foram elaborados

critérios de criação de pedidos com descontos acima dos cadastrados nos equipamentos de

vendas. Estes critérios tinham como objetivo impedir que os pedidos fossem criados com

descontos exorbitantes e não gerassem perdas ainda maiores. Os quatro parâmetros são:

I. Data de entrega:

• Filial 1 e Filial 4: Até 3 dias;

• Filiais 2 e 3: Até 4 dias.

A divergência entre os dias de entrega é a maior distância entre as filiais 2 e 3 de

seus clientes.

II. Data de Vencimento ou Troca de Faixa:

• Produtos com mais de 7 dias, devem ser negociados apenas com os descontos

cadastrados;

3 Transferência de produtos utilizando caminhões

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64

• Abaixo de 7 dias, desconto adicional deve ser avaliado conforme shelf do

produto.

III. Desconto da próxima faixa:

• Desconto cadastrado na faixa atual acrescido do desconto adicional deve ser

menor que o desconto cadastrado da próxima faixa.

• Cliente fora na Black List.

Clientes que estão na lista de “atenção” – Black list - não devem receber descontos

adicionais. Um cliente que está nesta relação apresenta alto risco de quebra financeira,

histórico de compras de produtos FIFO com altos descontos e não são rentáveis para a

companhia. Estes são os clientes “fifeiros”, como citado anteriormente.

IV. Entrega sempre para próxima grade de entrega do cliente.

Após a determinação dos critérios de criação de pedidos e do novo fluxo do processo

de venda de produtos com shelf avançado – que será descrito no próximo tópico – um

treinamento para o time comercial e para alguns colaboradores do time corporativo foi

desenvolvido com a finalidade de explicar as mudanças e sanar quaisquer dúvidas que eles

poderiam ter.

Em paralelo às outras ações, foi solicitado ao time de TI (Tecnologia e Informação)

a inclusão da data de vencimento dos produtos nas faixas amarela, laranja e vermelha. Além

disso, os produtos podiam ser organizados ou por volume disponível em cada faixa ou data

de vencimento. Estas simples alterações permitiram a busca mais ágil dos produtos, dando

mais autonomia para os vendedores em suas negociações com os clientes.

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65

ETAPA RESPONSÁVEL STATUS DO

PEDIDO PERÍODO

Construção da demanda S&OP e Demanda - 3 meses antes

Abastecimento da meta Customer

regional - Durante o mês

Criação das ordens de

venda

Responsável pela

venda FIFO Filial BLOQ De 08:00 até 14:00

Envio do Formulário

com as Ordens para

liberação

Perdas BLOQ De 14:00 até 15:00

Aprovação e liberação

das ordens GPPF LIBERA De 15:00 até 16:00

Processamento das

ordens

Customer

regional

ESTQOK / EXPEDI

/ BACK_V ou F De 16:00 até 18:00

Verificação dos status

das ordens

Responsável pela

venda FIFO Filial

ESTQOK / EXPEDI

/ BACK_V ou F De 17:30 até 18:00

Roteirização das ordens Roteirização

Filial EXPEDI De 18:00 até 22:00

Carregamento dos

produtos Armazém EXPEDI De 22:00 até 06:00

Faturamento e expedição

do carro com os itens Controladoria SAIPRD De 06:00 até 10:00

Entrega das mercadorias Distribuição ENTREG Durante o dia seguinte

Tabela 10 - Etapas do processo de venda de produtos com shelf life avançado

Fonte: Elaboração própria

5.2.2 Controle dos Pedidos Digitados e Descontos Cadastrados

A falta de controle dos pedidos e o padrão único de desconto por faixa ajudaram no

aumento dos descontos adicionais liberados para o time comercial e reduziram suas

autonomias para digitação de pedidos diretamente pelo aparelho de vendas. Para amenizar

tais questões foi elaborada a nova “Estrutura de Cadastro de Descontos”, nela os produtos

poderiam receber até quatro valores de descontos em cada faixa e eles deveriam ser

cadastrados no sistema três vezes na semana pelo time de Pricing. Os parâmetros

estabelecidos, após um debate entre os colabores dos times de Customer regional e Pricing,

foram o histórico de vendas do produto em cada faixa na última semana, dias para troca de

faixa (ou vencimento), estoque disponível, curva e a vida útil dos mesmos.

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66

Um sistema de pontuação composto por esses critérios foi implementado para

determinar o desconto que seria cadastrado para venda diretamente pelo aparelho, quanto

maior a pontuação, maior o desconto cadastrado. As faixas foram divididas em parte que

representavam os intervalos de shelf life que se encontravam. A faixa laranja foi separada

em duas, enquanto, a amarela e a vermelha em três cada. Os pontos variavam entre 1 e 4,

quanto maior o valor, maior o risco de troca de faixa ou vencimento. Além disso, de acordo

com a curva, cada produto receberia uma pontuação de 0 a 3 pontos e a partir do giro de

vendas, análise entre estoque disponível, média de vendas dias para troca de faixa (ou

vencimento), os produtos poderiam pontuar entre 0 e 5 pontos. A identificação exata dos

pontos está apresentada na figura abaixo, assim como a fórmula do cálculo de giro.

Figura 16 - Parâmetros para Cadastro de Desconto

Fonte: Elaboração própria

𝐺𝑖𝑟𝑜 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑚 7 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑇𝑟𝑜𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑖𝑥𝑎

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

Equação 2 – Cálculo do giro de estoque

Fonte: Elaboração própria

Com o cadastro dos descontos liberados diretamente no smartphone do time

comercial, mais vendedores e supervisores tinham acesso a preços atrativos para negociar

com outros clientes sem a necessidade de liberar descontos superiores. Essa ferramenta

buscava além de facilitar as negociações, como também expandir a base de clientes que

compravam produtos com shelf avançado. Outro instrumento que possuía o mesmo objetivo

era o envio dos produtos em estoque disponíveis em cada faixa por aplicativos de celular

para o time comercial. Durante as rotas de vendas poucos vendedores tinham acesso aos seus

e-mails e as mensagens instantâneas ajudavam a ter ideia de como realmente estavam os

estoques, visto que suas atualizações não eram realizadas a todo momento.

SHELF Pontuação CURVA Pontuação GIRO Pontuação Amarela Laranja Vermelha

VERDE 0 A 0 > 1,5 0 12 - 10 20% 40% 75%

1ª AMARELA 1 B 1 > 1 1 9 - 7 15% 35% 65%

2ª AMARELA 2 C 2 > 0,75 2 6 - 4 10% 30% 55%

3ª AMARELA 4 D 3 > 0,5 3 3 - 1 0% 25% 45%

1ª LARANJA 2 > 0,25 4

2ª LARANJA 4 > 0 5

1ª VERMELHA 2

2ª VERMELHA 3

3ª VERMELHA 4

Parâmetros Desconto

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Figura 17 - Estrutura do Formulário de Liberação de Ordens

Fonte: Elaboração própria

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68

Por fim, o novo formulário de avaliação e liberação das ordens com descontos

superiores aos cadastros foi estruturado e está apresentado na figura acima. O mesmo contém

todas as informações pertinentes para a devida análise e tem como objetivo auxiliar na

tomada de decisão sobre os pedidos. Ele calcula a rentabilidade das propostas

automaticamente e indica se a ordem foi digitada para a próxima grade do cliente, se houve

foi digitada considerando a troca de faixa, se o cliente está na black list, se o lead time está

sendo respeitado e se o desconto digitado é maior do que o desconto cadastrado para a

próxima faixa do produto. Dessa maneira, o gestor de perdas tem todas as informações

necessária para avaliar se a proposta é boa para a empresa ou não. Caso uma ordem não seja

aprovada o feedback com o motivo da recusa seria enviado para o colaborar responsável pela

criação da mesma.

5.2.3 Acompanhamento do Indicador

A primeira etapa para gerenciar um indicador é entender claramente como o mesmo é

medido e suas metas. Logo, uma reunião entre as áreas envolvidas foi realizada a fim de

sanar todas as dúvidas e definir o percentual aceitável de perdas na Regional. O valor das

perdas deve ser 2,2% do ROB total da Regional. A partir disto e da análise do fluxo de

vendas de uma ordem, anteriormente citado, um brainstorming foi realizado entre as áreas

envolvidas para redesenhá-lo e blindar o processo contra possíveis irregularidades. A

principal diferença neste novo modelo é a inclusão do formulário de avaliação de ordens e a

verificação pré-MAE das ordens digitadas sem a necessidade de liberação, ou seja, antes da

alocação dos estoques todas as ordens digitadas com produtos FIFO seriam verificadas caso

tenham sido criadas com descontos da próxima faixa e se foram requisitadas quebras de

grade para entrega antes do previsto. O novo fluxograma das propostas está apresentado a

seguir.

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69

Figura 18 - Novo fluxograma de análise de propostas

Fonte: Elaboração própria

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70

Figura 19 - Painel de Acompanhamento de Perdas

Fonte: Elaboração própria

x

Filial FIFO* Filial FIFO* Filial FIFO* Filial FIFO*

CD 1 202 CD 2 57 CD 3 418 CD 4 507

* Valores em MR$

x

x

1.25%

% FIFOROB* ROB*

5,772 6,521 17,131 40,5763.50% 0.87% 2.44%

% FIFO ROB*ROB* % FIFO% FIFO

R$ 10,620Data:ROB Real +

Carteira:R$ 70,000,000 % FIFO: Deteriorados:04/mês 1.69%

Desconto

FIFO:R$ 1,183,454

88 268 382 5010

3,000

6,000

9,000

12,000

15,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

SMART (MR$)

REAL PREVISTO SALDO

136 287 506 6820

3,000

6,000

9,000

12,000

15,000

18,000

21,000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

SAP (MR$)

REAL PREVISTO SALDO

43

2118

12 11

SKU 1 SKU 2 SKU 3 SKU 4 SKU 5

Desconto FIFO (MR$)

TOP 5 SKUs - AMARELA

43

27 2623

12 117 7 7 6

Cliente 1 Cliente 2 Cliente 3 Cliente 4 Cliente 5 Cliente 6 Cliente 7 Cliente 8 Cliente 9 Cliente 10

Desconto FIFO (MR$)

TOP 10 Clientes

27

12

87 7

SKU 1 SKU 2 SKU 3 SKU 4 SKU 5

Desconto FIFO (MR$)

TOP 5 SKUs - LARANJA

1816

11

86

SKU 1 SKU 2 SKU 3 SKU 4 SKU 5

Desconto FIFO (MR$)

TOP 5 SKUs - VERMELHA

35%

43%

17%

5%

Desconto FIFO (MR$)

CD 3 CD 4 CD 1 CD 2

PAINEL DE ACOMPANHAMENTO DE PERDAS

1,698

1,279

946 861 848

SKU 1 SKU 2 SKU 3 SKU 4 SKU 5

Deteriorados (R$)

TOP 5 SKUs

8,319

243 1,688370

1,425

3,012 1,343981

9,744

3,255 3,031 1,351

CD 3 CD 4 CD 2 CD 1

Deteriorados (R$)

Vencido Risco Total

56

48

40

27 26 2522

17 17 15

Supervisor 1Supervisor 2Supervisor 3Supervisor 4Supervisor 5Supervisor 6Supervisor 7Supervisor 8Supervisor 9 Supervisor10

Desconto FIFO (MR$)

TOP 10 Supervisores

9684

67 64 5436

2927 25

19

GV 1 GV 2 GV 3 GV 4 GV 5 GV 6 GV 7 GV 8 GV 9 GV 10

Desconto FIFO (MR$) TOP 10 Gerentes de Vendas

219

111

98

64

58

Seg 1

Seg 2

Seg 3

Seg 4

Seg 5

Desconto FIFO (MR$) TOP 5 Segmentação

72

34

26 2319 17

13 12 117

Vendedor 1 Vendedor 2 Vendedor 3 Vendedor 4 Vendedor 5 Vendedor 6 Vendedor 7 Vendedor 8 Vendedor 9 Vendedor10

DESC FIFO (MR$)

TOP 10 Vendedores

8,31978%

2432%

1,68816%

3704%

Deteriorados (R$)

CD 3 CD 4 CD 2 CD 1

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A terceira ação foi a implementação do “Painel de Acompanhamento de Perdas”, vide

acima, com o intuito de assistir o gerenciamento dos indicadores a partir de seus resultados

acumulados no mês. Neste onepage (relatório de uma página) toda gerência, diretoria e o

administrativo envolvido pode acompanhar a evolução das perdas diariamente e tomar as

medidas cabíveis para minimizá-las. Os resultados sobre a renúncia de receita e os

deteriorados apresentados são divididos em por produto, por faixa, gerentes de vendas,

supervisores, vendedores, clientes e filiais. Em adição a essas condutas reuniões semanais

foram instituídas entre os responsáveis pela venda destes produtos, os times de Pricing e de

gestão para discutir ações de vendas, possíveis descontos e informações relevantes sobre os

indicadores.

5.2.4 Construção da Demanda e Abastecimento da Meta

A crítica de meta mensal realizada pela demanda regional passou a contar com a

participação do gestor de perdas com a intenção de analisar aqueles produtos que mais são

vendidos nas faixas avançadas, maior gasto com descontos, discrepâncias entre o volume

que é vendido na faixa verde e o que é nas outras e como estão definidos os volumes que

serão enviados para cada filial. Outra ação adotada foi a adoção de um relatório identificando

todas as cargas que chegam abaixo de 70% de vida útil em cada filial. Tal documento deveria

ser preenchido pelo time de logística, enviado diariamente para identificar aqueles produtos

que estão sendo enviados pelo time de abastecimento nas faixas avançadas e entender junto

aos responsáveis o motivo pelo qual aqueles produtos estão sendo enviados.

A última ação e uma das mais importantes é a transferência de cargas entre as filiais

da Regional para aproveitar oportunidades de vendas e evitar que determinados produtos

sejam vendidos com descontos superiores ou até mesmo acabem vencendo.

5.3 Verificar e Atuar

Após o emprego das ações, descritas na seção anterior, uma clara evolução foi

constatada nos resultados da Regional, como mostra a figura 20. A partir de junho de 2018

o indicador de renúncia de receita volta a ficar abaixo da meta de 2,2%, algo que não ocorria

desde dezembro do ano anterior.

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72

Durante os cinco primeiros meses do ano de 2018 o resultado de renúncia de receita

acumulado era 3,34%, enquanto o resultado acumulado durante o período de junho a outubro

foi 1,79%, uma redução que economizou milhões de reais para a companhia, como

apresentado na tabela 11.

Figura 20 - Percentual de Renúncia de Receita de 2018

Fonte: Elaboração própria

Período Regional

Jan-Mai 3,34%

Jun-Out 1,79%

Acumulado 2018 2,60%

Tabela 11 - Comparação entre os períodos do Renúncia de Receita da Regional

Fonte: Elaboração própria

Ao mesmo tempo que o gasto total com descontos reduz, a saúde do estoque melhora.

O volume de produtos na faixa verde aumenta até atingir 98% em julho e se mantém em

torno de 97% durante os próximos quatro meses. Em contrapartida, o estoque de produtos

na faixa amarela diminui consideravelmente de 3,9% em média para 1,2%, como indicado

na figura 21.

Apesar disso, os estoques nas faixas laranja e vermelha sobem no mês de junho. O

primeiro cresce de 1,2% para 1,7% e o outro de 0,6% para 0,9%, resultado que se mantém

em julho. Tal fato se reflete no gasto absoluto de cada faixa e é representado pela figura 22,

3.38%3.17% 3.19%

3.38%

4.15%

2.12%

1.58% 1.58%1.80% 1.83%

2.20%

0.00%

0.50%

1.00%

1.50%

2.00%

2.50%

3.00%

3.50%

4.00%

4.50%

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Renúncia de Receita (%)

2018 Meta

Regional

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73

na qual 60% do valor total foi com produtos na faixa vermelha, um aumento de quase 130%

sobre o valor acumulado do ano até maio.

Figura 21 - Qualidade de estoque da Regional

Fonte: Elaboração própria

O crescimento se mantém em julho e chega a 70%, mas se reduz gradativamente nos

meses que seguem até atingir a marca de 36% em outubro, enquanto as faixas, amarela e

laranja aumentam suas representatividades. Isso se deve a dois fatores, o aumento da média

de descontos no período, como mostra a figura 23 e o aumento do volume de produtos nas

faixas amarela e laranja (figura 21).

Com relação à busca pela expansão da base de clientes que compram produtos com

shelf avançado, pode-se destacar que a concentração entre se intensificou. Cada vez mais

compradores que possuem margens negativas (investimento com desconto maior que

receita) estão presentes na Regional, como indicado na tabela 12.

95.5% 95.3%94.4%

95.9%

98.0% 97.7% 97.3% 96.9%

2.4% 3.3%

3.9%1.5%

0.5% 1.1%1.2%

1.5%

1.2%

1.0%1.2%

1.7%

0.6%0.6% 0.7% 0.9%

0.9%0.4% 0.6% 0.9% 0.9% 0.6% 0.7% 0.6%

2016 2017 2018 Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Qualidade de Estoque

Verde Amarela Laranja Vermelha

Abertura Ano

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Clientes Movimentados 2018 (Jan-Mai) 2018 (Jun-Out)

FIFO 57.9% 46.0%

Acima de 2,2% do ROB 33.0% 18.2%

80% das Perdas 2.9% 1.2%

Acima de 50% do ROB 0.88% 0.96%

Acima de 75% do ROB 0.56% 0.62%

Acima de 90% do ROB 0.47% 0.50%

Acima de 100% do ROB 0.42% 0.43%

Tabela 12 - Representatividade dos clientes movimentados que compram produtos com baixa vida útil em

2018

Fonte: Elaboração própria

Figura 22 - Representatividade do valor total gasto com descontos por faixa da Regional

Fonte: Elaboração própria

A média de descontos da faixa amarela subiu de 10% em junho para 32% em outubro,

enquanto a média da faixa laranja cresceu de 29% para 55% e da faixa vermelha de 73%

para 80%. Apesar do crescimento gradual entre junho e setembro, a média de descontos em

outubro sofreu um aumento desproporcional, principalmente nas faixas amarela e laranja.

25%

44% 42%

9% 7%18% 17%

30%

30%

35%31%

31%22%

27% 28%

34%

45%

21% 26%

60%71%

55% 55%

36%

2016 2017 2018 Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Desconto por Faixa

Amarela Laranja Vermelha

Abertura Ano

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Figura 23 - Média de descontos por faixa na Regional

Fonte: Elaboração própria

Neste período o conselho administrativo optou por priorizar o indicador de giro de

estoque e para incentivar as vendas, os descontos cadastrados nessas faixas foram elevados,

o que provocou, neste mês, o aumento das perdas nas faixas amarela e laranja e a redução

dos gastos na faixa vermelha, como mostra a figura 22. A possibilidade deste tipo de

estratégia só foi possível graças aos bons resultados dos quatro meses anteriores que

mudaram o patamar da Regional neste sentido.

Os resultados das melhorias foram claros e reais, principalmente se comparados com

os números anteriores como mostrados na figura 20. No entanto, não basta gerar resultados

positivos, é necessário que estes resultados sejam sustentáveis, garantido que eles se

repetirão em condições normais de trabalho. Para tanto, é preciso que haja a criação de

padrões a serem seguidos e que eles sejam seguidos por todos os envolvidos no processo.

5.4 Ações Corretivas

Durante o período analisado percebeu-se que apesar da redução das perdas com

desconto, o custo com produtos deteriorados se manteve elevado e atingiu a segunda pior

marca do ano com perdas de mais de 3 milhões de reais em julho. A figura 24 apresenta os

resultados obtidos após a implementação do plano de ação e suas respectivas metas mensais.

Em comparação com o resultado dos cinco primeiros meses do ano, este custo sofreu

um aumento de 9% nos cinco meses posteriores, crescendo de 8,2 milhões de reais para

16.7%

29.5%26.1%

10%15.2%

19.2% 20.4%

32.4%

39.0%

59.8%54.3%

29.2%

37.1%

46.3%43.4%

55.6%

63.4%

75.6%71.5% 73.3% 72.1% 72.8%

78.2% 80.3%

2016 2017 2018 Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Média de Descontos

Amarela Laranja Vermelha

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quase 9 milhões, como mostra a tabela 13. Com o propósito de reduzir as perdas com

produtos incinerados, um novo ciclo PDCA foi instaurado, em setembro, as principais causas

foram identificadas em uma reunião entre os times de Customer regional, financeiro e

logística e um plano de ação específico para deteriorados foi elaborado.

Figura 24 - Custo com produtos deteriorados em milhões de reais

Fonte: Elaboração própria

Período Deteriorados (R$)

Jan-Mai 8,238

Jun-Out 8,981

Acumulado 2018 17,219

Tabela 13 - Comparação do custo com deteriorados entre os períodos

Fonte: Elaboração própria

O novo plano de ação definia três causas fundamentais para o aumento de 33% de

custo com produtos vencidos entre os cinco primeiros meses do ano e o período de junho a

agosto. O mesmo pode ser encontrado na tabela abaixo.

537

1,766

1,035 990

3,909

1,740

3,381

1,450

1,591

820786

840 726 652840

1,506

753403

618 6380

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

4,000

4,500

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Produtos Deteriorados (MR$)

2018

Meta

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DESVIO CAUSA AÇÃO RESPONSÁVEL ONDE DATA COMO

Aumento de

33% com

custo de

deteriorados

na Regional

nos meses

de junho e

julho

Aumento do

volume de

produtos na

faixa

vermelha

Reavaliar os critérios de cadastro de

descontos aumentando os descontos

nas faixas amarela e laranja para evitar

que quantidades grandes de produtos

cheguem na faixa vermelha Gestor de

Perdas

Customer

Service 03-Set

Análise dos resultados

passados com foco nos

produtos próximos de suas

trocas de faixa

Realizar transferências entre filiais dos

produtos que estão com estoque

elevados nas faixas amarela e laranja e

não estão sendo vendidos

Customer

Service 03-Set

Utilizar frota com

capacidade ociosa

Devolução de

produtos nas

faixas

avançadas

Confirmar recebimento dos produtos

da faixa vermelha, quando a data de

entrega é postergada

Responsáveis

pela venda de

FIFO na Filial Customer

Service

A partir

de 03-

Set

Confirmar entrega dos

produtos com vendedores e

supervisores

Garantir liberação e processamento

das ordens bloqueadas

Gestor de

Perdas

Enviar o formulário de

liberação a tempo e

acompanhar o status dos

pedidos

Aumento do

volume

vencido de

produtos de

projetos

específicos

Realizar acompanhamento específico

para os produtos do projeto Gestor de

Perdas

Customer

Service

A partir

de 01-

Out

Envio dos volumes em

estoque disponíveis para a

gerência do time comercial

Reavaliar os descontos para as faixas

avançadas

Customer e

Pricing 11-Set

Cadastro do desconto para

o padrão de cada faixa

Reduzir produção dos produtos que

mais vencem e aumentar dos outros

Gerente de

Planejamento DRP 03-Set

Realizando a mudança da

linha de produção para se

adequar aos novos volumes

Reavaliar árvore de preço dos

produtos do projeto GPPF Pricing 22-Set

Reunião entre

colaboradores da área para

definir a necessidade de

redução de preço

Tabela 14 - Plano de Ação para reduzir as perdas com produtos deteriorados

Fonte: Elaboração própria

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A primeira causa foi o aumento do volume de produtos na faixa vermelha e duas ações

foram adotadas, reavaliar os critérios de cadastro de desconto buscando aumentar os

descontos dos produtos que estavam mais próximos de suas trocas de faixa para reduzir a

quantidade de produtos que chegavam até a faixa crítica e atuar com mais efetividade nos

redespachos de produtos com baixa demanda nas filiais, principalmente nas faixas amarela

e laranja, utilizando parte da frota que estava ociosa.

Os novos critérios foram elaborados em um debate entre as áreas de Customer e

Pricing e após análise dos resultados obtidos nos últimos três meses foram adaptados. A

pontuação do parâmetro de shelf sofreu uma equilibrada com foco nas partes próximas da

troca de faixa. Além disso, produtos das curvas A e B recebem a mesma pontuação, 1 ponto,

enquanto curva C e D recebem 2 pontos.

Figura 25 - Atualização da pontuação dos critérios de cadastro de desconto

Fonte: Elaboração própria

A segunda causa eram as devoluções de produtos com pouca vida útil. Durante o

período analisado, muitos pedidos estavam sendo devolvidos, pois não cumpriam os prazos

de entrega acordados com o cliente e como esses produtos possuíam poucos dias para vencer

eram rejeitados. Para minimizar as perdas oriundas de devoluções, duas ações foram

aplicadas, em primeiro lugar era contatar os vendedores ou supervisores para que eles

confirmassem com os clientes o recebimento dos produtos com menos dias de shelf life. A

outra ação era garantir que as ordens fossem liberadas e processadas a tempo da alocação de

estoque, evitando a perda do dia de entrega previamente combinado.

Por último, a Regional estava sofrendo com o aumento do volume vencido de alguns

produtos proveniente de projetos (conjunto de produtos, geralmente inovações) mal

elaborados. Quatro práticas foram estruturadas e buscavam mitigar as perdas com estes

projetos. Primeiramente, deveria realizar um acompanhamento diário e detalhado dos

SHELF Pontuação CURVA Pontuação GIRO Pontuação Amarela Laranja Vermelha

VERDE 0 A 1 > 1,5 0 12 - 10 25% 40% 75%

1ª AMARELA 1 B 1 > 1 1 9 - 7 15% 40% 75%

2ª AMARELA 3 C 2 > 0,75 2 6 - 4 10% 30% 50%

3ª AMARELA 5 D 2 > 0,5 3 3 - 1 0% 30% 50%

1ª LARANJA 2 > 0,25 4

2ª LARANJA 5 > 0 5

1ª VERMELHA 2

2ª VERMELHA 5

Parâmetros Desconto

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produtos do projeto em questão. Para tal, um painel gerencial deveria ser elaborado e enviado

diariamente para todo time comercial contendo os volumes disponíveis em cada faixa,

número de dias para troca de faixa, seus vencimentos e os descontos cadastrados para cada

produto em cada faixa.

Em seguida, os descontos cadastrados foram padronizados apenas paras tais produtos.

Na faixa amarela os produtos receberiam 35% de desconto, na laranja 65% e na vermelha

85%. As duas últimas ações são consideradas as mais importantes e são aquelas que se espera

maior impacto. São elas: reduzir a produção dos SKU’s que mais são vendidos nas faixas

avançadas ou são incinerados por vencimento e reavaliar o preço dos produtos.

No primeiro caso, devia-se realizar a mudança da linha de produção para os outros

produtos que possuem maior demanda real de mercado. Enquanto isso, o time de Pricing

decidiu pela redução do preço destes produtos para torná-los mais atrativos para os clientes.

Após a execução das ações as perdas com produtos vencidos sofrem uma importante

queda no mês outubro de, aproximadamente, 50%. No entanto, o resultado obtido ainda não

é suficiente para alcançar as metas estabelecidas pela companhia, contudo ele indica que a

mesma está seguindo pelo caminho correto.

5.5 Próximos Passos

A fim de minimizar as perdas tanto em investimentos dados em descontos quanto em

produtos deteriorados, a companhia entende que o gerenciamento eficaz da demanda é parte

fundamental. A maior acuracidade na construção da demanda resultaria em ganhos em todas

áreas da cadeia, desde a produção dos alimentos até a distribuição dos mesmos. Para isso,

está desenvolvendo um novo processo de construção da demanda, na qual irá mudar a

estrutura e os critérios para sua elaboração.

Este, se bem desenvolvido, ajudará a gerenciar melhor o abastecimento dos centros de

distribuição evitando, principalmente, o envelhecimento dos produtos. Quanto mais

assertivos, menores serão as quantidades de produtos trocando de faixas e,

consequentemente, menor será o gasto com esses descontos.

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Simultaneamente, os times de Customer e de Pricing estão gerenciando, com mais

atenção, os altos volumes de produtos que estão trocando de faixa da verde para a amarela.

Este projeto visa, por meio de combos promocionais4 incentivar as vendas dos produtos com

maior risco de envelhecimento e evitar maiores perdas no futuro.

Por fim, um novo estudo para cadastro de descontos, considerando a elasticidade dos

produtos, está sendo formulado para melhorar sua precisão e levar oportunidades mais

atraentes para os compradores.

4 Os combos promocionais são combinações de produtos na faixa verde que visam aumentar a atratividade

dos mesmos. Eles podem ser em formas de descontos ou na forma de menor preço com maior quantidade.

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6 Conclusão

O estudo em questão cumpriu com seu objetivo estabelecido, apresentando uma

metodologia de análise dos indicadores utilizados em uma multinacional brasileira,

utilizando ferramentas de gestão estratégica e ferramentas da qualidade, para minimizar as

perdas da companhia.

Vale ressaltar a importância dos indicadores analisados. Seu valor é tão crítico que

todos os colaboradores da empresa, do presidente aos estagiários, estão focados na melhoria

de seus processos, para alcançar melhores seus resultados que irão economizar milhões de

reais em perdas.

Assim, é possível enxergar o quão presente estão os indicadores de desempenho no dia

a dia das empresas. Elas estão extremamente preocupadas em medir tudo aquilo que ocorre

com seus processos e estão também sempre inquietas, buscando sempre atingir melhores

resultados para agradar tanto seus clientes como para melhorar sua saúde financeira.

Por tratar-se de um estudo de caso, foi possível também observar como as ferramentas

e ações são postas em prática no mundo real quando comparadas às teorias previamente

apresentadas. Muitas vezes, seja ou por falta de tempo, ou por opção dos gestores,

metodologias clássicas são adaptadas conforme as necessidades encontradas ao longo do

caminho.

A metodologia encontrada foi bastante densa, e muitos de seus conceitos

apresentavam leves diferenças que variavam de autor para autor. Isso ocorre, pois alguns dos

principais pontos do trabalho, como qualidade e medição de performance, estão sujeitos ao

certo grau de subjetividade. Em virtude disso, tentou-se escolher a bibliografia mais

adequada para o caso apresentado.

Deste modo, foram apresentados três indicadores e seus respectivos resultados dentro

de um período de, aproximadamente, 29 meses, desde o começo do ano de 2016 até o mês

de maio de 2018. Essa base de dados serviu como insumo para os gestores ponderarem e

tomarem alguma atitude mediante resultados não satisfatórios. Corroborando a primeira

hipótese apresentada no capitulo de introdução, o estudo de caso, eventualmente, mostrou

como uma empresa pode tomar uma decisão estratégica, após analisar os resultados de um

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indicador de desempenho. A partir da significante evolução do indicador, a alta diretoria

decidiu abrir mão de resultados ainda mais expressivos para focar em outras estratégias,

como descrito anteriormente.

A segunda hipótese também foi confirmada. Ela afirmava que uma implementação

correta dos indicadores seria fundamental para o atingimento das metas traçadas e como

exposto no capítulo anterior, após a análise dos dados históricos, identificação das causas

fundamentais, estruturação de planos de ação e suas execuções, o propósito foi alcançado.

Todos os componentes dos indicadores apresentados estavam claros e logicamente

construídos, possibilitando que os planos de ação realizados tivessem de fato, um efeito

positivo nos resultados medidos.

Mesmo constatando o atingimento da meta do indicador de perdas, assim como foi

mencionado no capítulo de qualidade, o conceito de melhoria continua mostra que ainda

existem medidas a serem tomadas no futuro. A Gestão Avançada sobre os cadastros de

descontos, gerenciamento de estoque e construção da demanda estão sendo desenvolvidas e

auxiliarão ainda mais a melhora dos resultados.

Simultaneamente ao caso apresentado, situações similares estão sendo vivenciadas por

diversas empresas e em diferentes áreas. Hoje em dia, a maioria das companhias estão

estabelecidas em ambientes dinâmicos sujeitos a constantes mudanças e fatores externos.

Tomar decisões decorrentes da observação dos resultados dos indicadores tem se tornado

cada vez mais frequente dentro das organizações e profissionais vem sendo cobrados para

serem capazes de realizar tal atividade.

A impossibilidade de observar os resultados por um período maior de tempo após

implementação das ações se deve ao cronograma do projeto. Além disso, também podemos

citar que teria sido de extremo interesse realizar uma ligação entre os indicadores

operacionais estudados e outros indicadores estratégico da empresa observando como um

afeta o outro. Entretanto, esse tipo de análise não foi possível tanto por questões de sigilo de

divulgação de informações quanto pelo fato de os autores deste estudo não estarem

envolvidos no que tange as definições e cálculos desses indicadores.

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83

Por fim, embora o trabalho tenha retratado uma situação especifica vivida por uma

empresa do ramo alimentício, muito do que foi descrito pode ser aproveitado em outras

organizações realizando-se as adequações necessárias.

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APÊNDICE A - Resultados da Regional por SKU

2016

# SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum.

1 SKU 35 (A) 7.8% 27 SKU 89 (B) 55.0% 53 SKU 365 (D) 71.0%

2 SKU 78 (A) 12.6% 28 SKU 549 (D) 55.8% 54 SKU 164 (B) 71.4%

3 SKU 74 (A) 17.1% 29 SKU 94 (B) 56.6% 55 SKU 358 (C) 71.9%

4 SKU 101 (A) 20.2% 30 SKU 195 (C) 57.4% 56 SKU 115 (0) 72.3%

5 SKU 76 (A) 22.8% 31 SKU 22 (A) 58.1% 57 SKU 34 (B) 72.7%

6 SKU 40 (B) 25.3% 32 SKU 9 (B) 58.9% 58 SKU 147 (B) 73.2%

7 SKU 209 (B) 27.6% 33 SKU 152 (C) 59.7% 59 SKU 69 (B) 73.6%

8 SKU 41 (C) 29.6% 34 SKU 193 (C) 60.4% 60 SKU 93 (A) 74.0%

9 SKU 208 (B) 31.7% 35 SKU 90 (A) 61.1% 61 SKU 39 (0) 74.4%

10 SKU 64 (A) 33.4% 36 SKU 85 (A) 61.8% 62 SKU 629 (C) 74.8%

11 SKU 58 (A) 35.1% 37 SKU 36 (B) 62.5% 63 SKU 21 (B) 75.1%

12 SKU 357 (C) 36.8% 38 SKU 199 (B) 63.1% 64 SKU 18 (A) 75.5%

13 SKU 200 (0) 38.4% 39 SKU 65 (A) 63.7% 65 SKU 105 (C) 75.9%

14 SKU 77 (C) 40.0% 40 SKU 71 (B) 64.3% 66 SKU 24 (D) 76.3%

15 SKU 82 (B) 41.5% 41 SKU 70 (A) 64.9% 67 SKU 73 (B) 76.6%

16 SKU 75 (A) 43.1% 42 SKU 48 (B) 65.5% 68 SKU 3 (C) 77.0%

17 SKU 615 (B) 44.6% 43 SKU 141 (B) 66.1% 69 SKU 296 (C) 77.3%

18 SKU 50 (C) 45.9% 44 SKU 67 (A) 66.6% 70 SKU 19 (C) 77.6%

19 SKU 42 (A) 47.2% 45 SKU 201 (B) 67.1% 71 SKU 68 (B) 77.9%

20 SKU 84 (A) 48.4% 46 SKU 2 (A) 67.7% 72 SKU 550 (B) 78.3%

21 SKU 92 (A) 49.5% 47 SKU 295 (C) 68.2% 73 SKU 210 (A) 78.6%

22 SKU 20 (A) 50.6% 48 SKU 8 (C) 68.6% 74 SKU 52 (D) 78.9%

23 SKU 205 (A) 51.5% 49 SKU 6 (C) 69.1% 75 SKU 61 (A) 79.2%

24 SKU 86 (A) 52.4% 50 SKU 113 (0) 69.6% 76 SKU 108 (C) 79.5%

25 SKU 16 (A) 53.3% 51 SKU 348 (C) 70.1% 77 SKU 349 (C) 79.8%

26 SKU 188 (A) 54.1% 52 SKU 138 (B) 70.5% 78 SKU 364 (C) 80.1%

Tabela 15 – Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos em 2016

Fonte: Elaboração própria

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2017

# SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum.

1 SKU 74 (A) 7.4% 27 SKU 18 (A) 53.3% 53 SKU 764 (B) 70.4%

2 SKU 35 (A) 11.4% 28 SKU 640 (0) 54.2% 54 SKU 550 (B) 70.9%

3 SKU 75 (A) 15.4% 29 SKU 357 (C) 55.1% 55 SKU 8 (C) 71.4%

4 SKU 64 (A) 18.5% 30 SKU 109 (A) 55.9% 56 SKU 803 (D) 71.9%

5 SKU 78 (A) 21.3% 31 SKU 16 (A) 56.7% 57 SKU 641 (0) 72.3%

6 SKU 58 (A) 24.1% 32 SKU 639 (0) 57.4% 58 SKU 21 (B) 72.8%

7 SKU 101 (A) 26.7% 33 SKU 77 (C) 58.1% 59 SKU 676 (C) 73.2%

8 SKU 76 (A) 29.1% 34 SKU 89 (B) 58.8% 60 SKU 41 (C) 73.6%

9 SKU 620 (C) 31.2% 35 SKU 296 (C) 59.5% 61 SKU 686 (A) 74.1%

10 SKU 205 (A) 33.0% 36 SKU 199 (B) 60.2% 62 SKU 192 (C) 74.5%

11 SKU 201 (B) 34.7% 37 SKU 209 (B) 60.9% 63 SKU 197 (B) 74.9%

12 SKU 86 (A) 36.4% 38 SKU 7 (B) 61.6% 64 SKU 68 (B) 75.3%

13 SKU 20 (A) 37.9% 39 SKU 19 (C) 62.2% 65 SKU 138 (B) 75.7%

14 SKU 22 (A) 39.4% 40 SKU 295 (C) 62.9% 66 SKU 193 (C) 76.1%

15 SKU 85 (A) 40.8% 41 SKU 5 (C) 63.5% 67 SKU 94 (B) 76.5%

16 SKU 34 (B) 42.0% 42 SKU 153 (C) 64.1% 68 SKU 6 (C) 76.9%

17 SKU 691 (0) 43.2% 43 SKU 615 (B) 64.8% 69 SKU 348 (C) 77.3%

18 SKU 42 (A) 44.4% 44 SKU 67 (A) 65.4% 70 SKU 2 (A) 77.6%

19 SKU 208 (B) 45.5% 45 SKU 658 (0) 66.0% 71 SKU 294 (C) 78.0%

20 SKU 88 (B) 46.6% 46 SKU 403 (C) 66.6% 72 SKU 55 (B) 78.4%

21 SKU 480 (0) 47.6% 47 SKU 654 (C) 67.1% 73 SKU 195 (C) 78.8%

22 SKU 40 (B) 48.5% 48 SKU 73 (B) 67.7% 74 SKU 152 (C) 79.1%

23 SKU 36 (B) 49.5% 49 SKU 9 (B) 68.2% 75 SKU 349 (C) 79.5%

24 SKU 621 (B) 50.5% 50 SKU 198 (C) 68.8% 76 SKU 105 (C) 79.9%

25 SKU 194 (C) 51.4% 51 SKU 552 (0) 69.3% 77 SKU 645 (C) 80.2%

26 SKU 70 (A) 52.4% 52 SKU 512 (0) 69.8% 78 SKU 426 (C) 80.6%

Tabela 16 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos em 2017

Fonte: Elaboração própria

Page 93: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

93

2018 (Janeiro a Maio)

# SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum.

1 SKU 35 (A) 9.3% 29 SKU 70 (A) 55.5% 57 SKU 783 (C) 71.0%

2 SKU 74 (A) 16.6% 30 SKU 140 (B) 56.3% 58 SKU 88 (B) 71.4%

3 SKU 75 (A) 22.5% 31 SKU 550 (B) 57.0% 59 SKU 723 (0) 71.9%

4 SKU 64 (A) 25.7% 32 SKU 370 (A) 57.6% 60 SKU 747 (C) 72.3%

5 SKU 78 (A) 27.9% 33 SKU 817 (0) 58.3% 61 SKU 94 (B) 72.7%

6 SKU 58 (A) 29.9% 34 SKU 719 (C) 58.9% 62 SKU 426 (C) 73.1%

7 SKU 141 (B) 31.6% 35 SKU 654 (C) 59.5% 63 SKU 68 (B) 73.4%

8 SKU 22 (A) 33.3% 36 SKU 711 (C) 60.2% 64 SKU 102 (B) 73.8%

9 SKU 480 (0) 34.8% 37 SKU 188 (A) 60.8% 65 SKU 646 (C) 74.2%

10 SKU 201 (B) 36.3% 38 SKU 77 (C) 61.4% 66 SKU 693 (C) 74.5%

11 SKU 76 (A) 37.5% 39 SKU 86 (A) 62.0% 67 SKU 732 (B) 74.9%

12 SKU 101 (A) 38.8% 40 SKU 106 (C) 62.6% 68 SKU 828 (0) 75.2%

13 SKU 34 (B) 40.0% 41 SKU 82 (B) 63.1% 69 SKU 89 (B) 75.6%

14 SKU 357 (C) 41.2% 42 SKU 298 (B) 63.7% 70 SKU 5 (C) 75.9%

15 SKU 403 (C) 42.4% 43 SKU 633 (D) 64.2% 71 SKU 73 (B) 76.3%

16 SKU 620 (C) 43.5% 44 SKU 764 (B) 64.8% 72 SKU 748 (D) 76.6%

17 SKU 205 (A) 44.5% 45 SKU 356 (C) 65.3% 73 SKU 33 (C) 76.9%

18 SKU 691 (0) 45.6% 46 SKU 787 (0) 65.8% 74 SKU 14 (A) 77.2%

19 SKU 152 (C) 46.6% 47 SKU 105 (C) 66.3% 75 SKU 208 (B) 77.6%

20 SKU 153 (C) 47.6% 48 SKU 645 (C) 66.8% 76 SKU 87 (A) 77.9%

21 SKU 349 (C) 48.7% 49 SKU 19 (C) 67.3% 77 SKU 48 (B) 78.2%

22 SKU 16 (A) 49.6% 50 SKU 692 (C) 67.8% 78 SKU 481 (C) 78.5%

23 SKU 18 (A) 50.5% 51 SKU 145 (A) 68.3% 79 SKU 348 (C) 78.8%

24 SKU 10 (C) 51.4% 52 SKU 310 (B) 68.8% 80 SKU 65 (A) 79.0%

25 SKU 85 (A) 52.3% 53 SKU 111 (B) 69.2% 81 SKU 9 (B) 79.3%

26 SKU 67 (A) 53.1% 54 SKU 804 (0) 69.7% 82 SKU 309 (A) 79.6%

27 SKU 36 (B) 53.9% 55 SKU 829 (0) 70.2% 83 SKU 456 (C) 79.9%

28 SKU 338 (B) 54.7% 56 SKU 418 (B) 70.6% 84 SKU 676 (C) 80.2%

Tabela 17 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos de janeiro a maio de 2018

Fonte: Elaboração própria

Page 94: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

94

2016 - 2018 (até Maio)

# SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum. # SKU (Curva) % Acum.

1 SKU 74 (A) 6.6% 34 SKU 67 (A) 55.1% 67 SKU 138 (B) 70.8%

2 SKU 35 (A) 12.8% 35 SKU 152 (C) 55.7% 68 SKU 338 (B) 71.2%

3 SKU 75 (A) 16.4% 36 SKU 141 (B) 56.3% 69 SKU 764 (B) 71.5%

4 SKU 78 (A) 19.7% 37 SKU 153 (C) 56.9% 70 SKU 639 (0) 71.9%

5 SKU 64 (A) 22.4% 38 SKU 403 (C) 57.5% 71 SKU 198 (C) 72.2%

6 SKU 101 (A) 24.9% 39 SKU 199 (B) 58.1% 72 SKU 10 (C) 72.6%

7 SKU 58 (A) 27.2% 40 SKU 9 (B) 58.6% 73 SKU 358 (C) 72.9%

8 SKU 76 (A) 29.4% 41 SKU 194 (C) 59.2% 74 SKU 2 (A) 73.3%

9 SKU 205 (A) 30.8% 42 SKU 19 (C) 59.7% 75 SKU 356 (C) 73.6%

10 SKU 620 (C) 32.1% 43 SKU 621 (B) 60.2% 76 SKU 21 (B) 73.9%

11 SKU 201 (B) 33.4% 44 SKU 94 (B) 60.7% 77 SKU 69 (B) 74.3%

12 SKU 22 (A) 34.7% 45 SKU 550 (B) 61.2% 78 SKU 658 (0) 74.6%

13 SKU 40 (B) 36.0% 46 SKU 349 (C) 61.7% 79 SKU 512 (0) 74.9%

14 SKU 208 (B) 37.2% 47 SKU 295 (C) 62.2% 80 SKU 106 (C) 75.2%

15 SKU 86 (A) 38.4% 48 SKU 7 (B) 62.7% 81 SKU 65 (A) 75.5%

16 SKU 357 (C) 39.5% 49 SKU 200 (0) 63.1% 82 SKU 197 (B) 75.8%

17 SKU 20 (A) 40.6% 50 SKU 188 (A) 63.6% 83 SKU 426 (C) 76.1%

18 SKU 85 (A) 41.7% 51 SKU 193 (C) 64.1% 84 SKU 192 (C) 76.4%

19 SKU 209 (B) 42.7% 52 SKU 195 (C) 64.5% 85 SKU 71 (B) 76.7%

20 SKU 34 (B) 43.7% 53 SKU 73 (B) 65.0% 86 SKU 93 (A) 77.0%

21 SKU 42 (A) 44.7% 54 SKU 5 (C) 65.4% 87 SKU 14 (A) 77.2%

22 SKU 77 (C) 45.7% 55 SKU 640 (0) 65.9% 88 SKU 645 (C) 77.5%

23 SKU 41 (C) 46.6% 56 SKU 296 (C) 66.3% 89 SKU 48 (B) 77.8%

24 SKU 480 (0) 47.4% 57 SKU 50 (C) 66.8% 90 SKU 676 (C) 78.1%

25 SKU 16 (A) 48.3% 58 SKU 8 (C) 67.2% 91 SKU 641 (0) 78.4%

26 SKU 36 (B) 49.2% 59 SKU 109 (A) 67.6% 92 SKU 55 (B) 78.6%

27 SKU 691 (0) 50.0% 60 SKU 84 (A) 68.0% 93 SKU 107 (C) 78.9%

28 SKU 70 (A) 50.8% 61 SKU 654 (C) 68.5% 94 SKU 552 (0) 79.2%

29 SKU 615 (B) 51.6% 62 SKU 92 (A) 68.9% 95 SKU 3 (C) 79.4%

30 SKU 18 (A) 52.4% 63 SKU 105 (C) 69.3% 96 SKU 39 (0) 79.7%

31 SKU 82 (B) 53.1% 64 SKU 348 (C) 69.6% 97 SKU 364 (C) 79.9%

32 SKU 88 (B) 53.8% 65 SKU 68 (B) 70.0% 98 SKU 549 (D) 80.2%

33 SKU 89 (B) 54.4% 66 SKU 6 (C) 70.4% 99 SKU 803 (D) 80.4%

Tabela 18 - Relação SKU's que representam 80% dos gastos com descontos entre janeiro de 2016 e maio de

2018

Fonte: Elaboração própria

Page 95: INDICADORES DE DESEMPENHO: ESTUDO SOBRE SUA …Contudo, compreender e implementar indicadores de desempenho não se resume somente à medição. Esse processo envolve saber exatamente

95

ANEXO A - Dash de FIFO

Figura 26 - DASH de FIFO

Fonte: Adaptado da empresa estudada

RJO

2

GOLDEN

LARANJA Mai: 23.035.938,26 | 1 2 3 4 5 6 7

SKU Sigla Descrição Cons. Curva SL Vol. Virar Vol. (kg) 1°. Venc. 1 dia 2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias Acima 03/01 02/01 01/01 AS VA AS VA

SKU 107 Sigla SKU 107 Descrição SKU 107 RES B 60 - 3,342 12/11/2018 - - 66 - - - - 3,276 - - - -65 -65 24.77R$ 26.53R$

SKU 16 Sigla SKU 16 Descrição SKU 16 RES C 60 - 1,599 13/11/2018 - - - 364 - - - 1,235 - - 39 -60 -60 13.21R$ 15.84R$

SKU 14 Sigla SKU 14 Descrição SKU 14 RES C 60 - 1,534 18/11/2018 - - - - - - - 1,534 - - - -65 -65 13.21R$ 15.84R$

SKU 108 Sigla SKU 108 Descrição SKU 108 RES C 60 - 648 18/11/2018 - - - - - - - 648 - - - -60 -60 21.08R$ 22.59R$

SKU 691 Sigla SKU 691 Descrição SKU 691 60 - 630 12/11/2018 - - 630 - - - - - - - - -65 -65 17.37R$ 20.98R$

SKU 818 Sigla SKU 818 Descrição SKU 818 270 456 620 14/11/2018 - - - - 620 - - - - - - -50 -50 38.91R$ 41.27R$

SKU 919 Sigla SKU 919 Descrição SKU 919 180 - 570 21/11/2018 - - - - - - - 570 - - - 0 0 -R$ -R$

SKU 844 Sigla SKU 844 Descrição SKU 844 540 - 261 16/12/2018 - - - - - - - 261 - - - 0 0 -R$ 57.77R$

SKU 785 Sigla SKU 785 Descrição SKU 785 120 - 168 10/11/2018 168 - - - - - - - - - - -85 -85 45.51R$ 53.09R$

SKU 835 Sigla SKU 835 Descrição SKU 835 540 - 153 30/11/2018 - - - - - - - 153 - - - 0 0 -R$ 53.15R$

VOLUME FAIXA VERMELHA 9,664

VOLUME TOP 10 9,525 98.56%

AMARELA

SKU Sigla Descrição Cons. Curva SL Vol. Virar Vol. (kg) 1°. Venc. 1 dia 2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias Acima 12/11 10/11 09/11 AS VA AS VA

SKU 21 Sigla SKU 21 Descrição SKU 21 RES B 90 - 8,226 25/11/2018 2,700 - - - - - - 5,526 - - 90 -50 -50 21.08R$ 22.59R$

SKU 188 Sigla SKU 188 Descrição SKU 188 RES B 120 - 5,372 27/11/2018 - - - - - - 4,655 717 - - 518 -25 -25 21.47R$ 28.93R$

SKU 22 Sigla SKU 22 Descrição SKU 22 RES A 60 - 5,220 01/12/2018 - - - - - - - 5,220 - - - -25 -25 15.57R$ 17.25R$

SKU 75 Sigla SKU 75 Descrição SKU 75 RES A 60 - 3,623 02/12/2018 - - - - - - - 3,623 - - - -25 -25 17.37R$ 20.98R$

SKU 69 Sigla SKU 69 Descrição SKU 69 RES C 60 - 3,360 01/12/2018 - - - - - - - 3,360 - - - -25 -25 21.08R$ 22.59R$

SKU 19 Sigla SKU 19 Descrição SKU 19 RES B 60 - 2,923 26/11/2018 - - - - - 340 1,975 608 - - 40 -45 -45 40.58R$ 48.29R$

SKU 868 Sigla SKU 868 Descrição SKU 868 90 - 1,274 26/11/2018 - 254 - - - - - 1,021 - - - -50 -50 34.91R$ 38.78R$

SKU 840 Sigla SKU 840 Descrição SKU 840 90 - 1,082 21/11/2018 - - 1,082 - - - - - - - - 0 0 -R$ 70.78R$

SKU 294 Sigla SKU 294 Descrição SKU 294 DRP C 180 - 1,035 11/12/2018 - - - - - - - 1,035 - - 3 -25 -25 60.53R$ 67.94R$

SKU 426 Sigla SKU 426 Descrição SKU 426 RES C 60 - 960 24/11/2018 - - - 960 - - - - - - 19 -45 -45 32.32R$ 35.91R$

VOLUME FAIXA LARANJA 41,904

VOLUME TOP 10 33,075 78.93%

VERDE

SKU Sigla Descrição Cons. Curva SL Vol. Virar Vol. (kg) 1°. Venc. 1 dia 2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias Acima 12/11 10/11 09/11 AS VA AS VA

SKU 86 Sigla SKU 86 Descrição SKU 86 RES A 90 21,560 54,280 18/12/2018 - - - - - - - 54,280 - - 6,000 0 -15 18.10R$ 23.29R$

SKU 141 Sigla SKU 141 Descrição SKU 141 CON B 120 395 31,071 04/12/2018 - - 226 - - - - 30,845 - - 298 -25 -35 28.31R$ 32.65R$

SKU 75 Sigla SKU 75 Descrição SKU 75 RES A 60 - 22,250 04/12/2018 - 14,007 - - 3,381 3,801 42- 1,103 - - 2,184 -25 -35 17.37R$ 20.98R$

SKU 20 Sigla SKU 20 Descrição SKU 20 RES B 90 2,034 19,446 21/12/2018 - - - - - - - 19,446 - - 18 0 -10 22.90R$ 24.56R$

SKU 138 Sigla SKU 138 Descrição SKU 138 CON A 120 - 9,540 06/12/2018 - - - - 1,693 - - 7,846 - - - -10 -15 21.60R$ 26.40R$

SKU 140 Sigla SKU 140 Descrição SKU 140 CON B 120 - 8,120 07/12/2018 - - - - - 1,355 - 6,766 - - 16 -10 -15 28.31R$ 32.65R$

SKU 550 Sigla SKU 550 Descrição SKU 550 RES C 75 - 6,522 04/12/2018 - - 1,416 - - - - 5,106 - - 168 -25 -35 30.00R$ 36.22R$

SKU 326 Sigla SKU 326 Descrição SKU 326 240 - 5,198 03/01/2019 - - - - - - - 5,198 - - - -10 -10 35.72R$ 36.78R$

SKU 900 Sigla SKU 900 Descrição SKU 900 180 - 4,833 21/02/2019 - - - - - - - 4,833 - - - 0 0 29.24R$ 37.19R$

SKU 22 Sigla SKU 22 Descrição SKU 22 RES A 60 - 4,692 04/12/2018 - 3,654 - - 1,038 - - - - - 792 -25 -35 15.57R$ 17.25R$

VOLUME FAIXA AMARELA 240,842

VOLUME TOP 10 165,951 68.90%

SKU Sigla Descrição Cons. Curva SL Vol. Virar Vol. (kg) 1°. Venc. 1 dia 2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias Acima 12/11 10/11 09/11 AS VA AS VA

SKU 84 Sigla SKU 84 Descrição SKU 84 RES A 90 436,428 17/01/2019 - - - - - - - 436,428 - - 53,352 17.31R$ 22.26R$

SKU 86 Sigla SKU 86 Descrição SKU 86 RES A 90 425,580 26/12/2018 21,560 - - - - - - 404,020 - - 20,200 18.10R$ 23.29R$

SKU 315 Sigla SKU 315 Descrição SKU 315 RES A 180 344,004 10/04/2019 - - - - - - - 344,004 - - 99,210 14.47R$ 18.37R$

SKU 311 Sigla SKU 311 Descrição SKU 311 RES A 180 333,600 18/04/2019 - - - - - - - 333,600 - - 44,304 13.25R$ 15.03R$

SKU 75 Sigla SKU 75 Descrição SKU 75 RES A 60 205,727 22/12/2018 - - - - - 14,711 17,756 173,261 - - 25,053 17.37R$ 20.98R$

SKU 876 Sigla SKU 876 Descrição SKU 876 180 197,394 23/03/2019 - - - - - - - 197,394 - - 3,156 9.94R$ 10.31R$

SKU 78 Sigla SKU 78 Descrição SKU 78 RES A 60 151,642 17/12/2018 1,816 57,252 - - - - 3,817 88,757 - - 26,085 27.00R$ 36.22R$

SKU 314 Sigla SKU 314 Descrição SKU 314 RES A 180 145,836 14/04/2019 - - - - - - - 145,836 - - 12,378 15.92R$ 18.18R$

SKU 2 Sigla SKU 2 Descrição SKU 2 RES B 90 124,810 20/01/2019 - - - - - - - 124,810 - - 3,540 17.31R$ 22.26R$

SKU 76 Sigla SKU 76 Descrição SKU 76 RES A 60 96,356 21/12/2018 - - - - 5 39,713 - 56,638 - - 8,221 20.21R$ 24.89R$

VOLUME FAIXA VERDE 6,650,283

VOLUME TOP 10 2,461,377 37.01%

VENDAS % Desc. P1

DASH DE FIFO - CD 4

CD 4

VENDAS % Desc. P1

SEM

DESCO

NTO

VENDAS % Desc. P1

VENDAS % Desc. P1

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96

ANEXO B - Fluxo de criação de uma ordem

Figura 27 - Fluxo de criação de uma ordem

Fonte: Adaptado da empresa estudada

Pedido Regras de ValidaçãoAlocação de

Estoque (MAE)

Roteirização/Carregamento/Faturamento

Teste deInconsistência

SAIPRDRECUSAESTQOK/

BACK_V ou F

RECUSALIBERABLOQ

FIMFIM ORDEM FIMFIM ENTREG

Entrada do pedido

Validação Atendimento Expedição

EXPEDI

• Após alocação de estoque as ordens podem entrar em ESTQOK, na qual a alocação foi bem sucedida, cortar por falta de estoque, BACK_F, ou por falta de produto na faixa digitada, BACK_V.

• Nesse último caso é possível alterar o cadastro de shelf do cliente para que a ordem seja atendida.

• Finalmente, caso esteja pronta para seguir será criada a remessa e a ordem vira EXPEDI.