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INDICADORES DE DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO Maria José BROLLO (1) Cláudio José FERREIRA (1) [email protected] AGRADECIMENTOS. À Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, da Casa Militar do Estado de São Paulo, pelo fornecimento dos dados. À pesquisadora Denise Rossini-Penteado e aos estagiários Vanessa Alves Mantovani, Marcelo da Silva Pereira e Angela Yatsugafu, pelo auxílio no tratamento dos dados. 2º) Porcentagem de municípios com instrumentos de gestão de risco. Este indicador inclui: a) Planos Preventivos de Defesa Civil a Escorregamentos (PPDCs), b) Mapeamentos de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão, c) Planos Municipais de Redução de Risco (PMRRs). Em 2008, dos municípios do Estado, 23% (101 municípios) apresentavam algum dos instrumentos de gestão listados, alguns dos quais possuem todos eles. Os PPDCs são desenvolvidos em 68 municípios, distribuídos por 10 UGRHIs. Os Mapeamentos de Áreas de Risco foram elaborados em 86 municípios, distribuídos por 15 UGRHIs. Os PMRRs foram elaborados em 11 municípios, distribuídos por 6 UGRHIs. Inundação em São Luiz de Paraitinga, em 2000 Escorregamento em aterro construído sobre voçoroca, em Monte Alto, em 2007 Escorregamento no Guarujá, em 2009 Erosão Costeira em Caraguatatuba, em 2006 Área de risco de escorregamento em Ilhabela, em 2001 Escorregamento na Rodovia Anchieta, em 2001 Mapeamento de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão Planos Preventivos de Defesa Civil a Escorregamentos Planos Municipais de Redução de Risco Quanto à gestão de riscos, a UGRHI Litoral Norte tem 100% dos municípios atendidos. Já as UGRHIs Baixada Santista, Mantiqueira, Alto Tietê e Paraíba do Sul, tem, respectivamente ,78%, 67%, 65% e 47% dos municípios atendidos. As UGHRIs Piracicaba/Capivari/Jundiaí, Tietê/Sorocaba, Mogi-Guaçú e Ribeira de Iguape/Litoral Sul, abrangem, respectivamente, 33%, 27%, 24% e 17% dos municípios atendidos. As demais regiões apresentam entre 0% e 8% dos municípios atendidos. A UGRHI Alto Tietê detém, para este período, o maior número de acidentes (567) e de óbitos (77). Já a UGRHI Ribeira de Iguape/Litoral Sul envolveu o maior número de pessoas afetadas (18.327), grande parte em consequência de inundações. 1º) Número de acidentes. Embora não haja um registro sistemático das ocorrências de desastres no Estado de São Paulo, que retratem a extensão dos problemas e suas consequências, permitindo uma gestão eficaz destas situações, é possível definir, por meio de cadastro de vistorias e atendimentos produzido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o indicador “número de acidentes”. No período de 2000 a 2008 houve o registro de 1.861 acidentes, relacionados variados tipos de desastres : 367 escorregamentos, 944 inundações (e processos similares de enchentes, transbordamentos, alagamentos), 65 raios, 485 acidentes diversos (chuvas fortes, vendavais, desabamentos de casas e muros, etc). Também foi definido o tipo de dano : nº de óbitos (225 registros), nº de pessoas afetadas (50.347 registros), dentre desabrigados e desalojados. Indicadores de desastres naturais. Uma forma importante para a gestão dos problemas associados aos desastres naturais consiste na definição de indicadores, que permite verificar a evolução das ocorrências, bem como a eficácia das medidas preventivas ou mitigadoras. Apresenta- se aqui dois indicadores relacionados a desastres naturais no Estado de São Paulo: Desastres naturais no Estado de São Paulo. Os principais processos causadores de acidentes e desastres naturais no Estado de São Paulo são escorregamentos de encostas, inundações, erosão acelerada e tempestades (ventos fortes, raios e granizo). O crescente impacto desses tipos de fenômenos naturais relaciona-se a um conjunto de fatores relacionados ao modelo de desenvolvimento sócio- econômico adotado e a uma política territorial e urbana ineficiente, tais como gestão inadequada dos recursos naturais, crescimento urbano desordenado, normas construtivas obsoletas, estrutura institucional para a gestão de risco deficiente, dentre outros. Proporção de ocorrência de acidentes (2000 a 2008) Freqüência de acidentes por escorregamento (2000 a 2008) Freqüência de acidentes por inundação (2000 a 2008) Freqüência de acidentes por erosão (2000 a 2008) Freqüência de acidentes por raios (2000 a 2008) Proporção de ocorrência de danos (2000 a 2008) 3 - 119

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INDICADORES DE DESASTRES NATURAIS

NO ESTADO DE SÃO PAULO

Maria José BROLLO(1)

Cláudio José FERREIRA(1) [email protected]

AGRADECIMENTOS. À Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, da Casa Militar do Estado de São Paulo, pelo fornecimento dos dados. À pesquisadora Denise Rossini-Penteado e aos estagiários Vanessa Alves Mantovani, Marcelo da Silva Pereira e Angela Yatsugafu, pelo auxílio no tratamento dos dados.

2º) Porcentagem de municípios com instrumentos de gestão de risco. Este indicador inclui:

a) Planos Preventivos de Defesa Civil a Escorregamentos (PPDCs),

b) Mapeamentos de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão,

c) Planos Municipais de Redução de Risco (PMRRs).

Em 2008, dos municípios do Estado, 23% (101 municípios) apresentavam algum dos instrumentos de gestão listados, alguns dos quais possuemtodos eles.

Os PPDCs são desenvolvidos em 68 municípios, distribuídos por 10 UGRHIs.

Os Mapeamentos de Áreas de Risco foram elaborados em 86 municípios, distribuídos por 15 UGRHIs.

Os PMRRs foram elaborados em 11 municípios, distribuídos por 6 UGRHIs.

Inundação em São Luiz de Paraitinga, em 2000

Escorregamento em aterro construído sobre voçoroca, em Monte Alto, em 2007

Escorregamento no Guarujá, em 2009

Erosão Costeira em Caraguatatuba, em 2006

Área de risco de escorregamento em Ilhabela, em 2001

Escorregamento na Rodovia Anchieta, em 2001

Mapeamento de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão

Planos Preventivos de Defesa Civil a Escorregamentos Planos Municipais de Redução de Risco

Quanto à gestão de riscos, a UGRHI Litoral Norte tem 100% dos municípios atendidos.

Já as UGRHIs Baixada Santista, Mantiqueira, Alto Tietê e Paraíba do Sul, tem, respectivamente ,78%, 67%, 65% e 47% dos municípios atendidos.

As UGHRIs Piracicaba/Capivari/Jundiaí, Tietê/Sorocaba, Mogi-Guaçú e Ribeira de Iguape/Litoral Sul, abrangem, respectivamente, 33%, 27%, 24% e17% dos municípios atendidos.

As demais regiões apresentam entre 0% e 8% dos municípios atendidos.

A UGRHI Alto Tietê detém, para este período, o maior número de acidentes (567) e de óbitos (77). Já a UGRHI Ribeira de Iguape/Litoral Sul envolveuo maior número de pessoas afetadas (18.327), grande parte em consequência de inundações.

1º) Número de acidentes. Embora não haja um registro sistemático das ocorrências de desastres no Estado de São Paulo, que retratem a

extensão dos problemas e suas consequências, permitindo uma gestão eficaz destas situações, é possível definir, por meio de cadastro de vistorias eatendimentos produzido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o indicador “número de acidentes”.

No período de 2000 a 2008 houve o registro de 1.861 acidentes, relacionados variados tipos de desastres: 367 escorregamentos, 944 inundações(e processos similares de enchentes, transbordamentos, alagamentos), 65 raios, 485 acidentes diversos (chuvas fortes, vendavais, desabamentos decasas e muros, etc).

Também foi definido o tipo de dano: nº de óbitos (225 registros), nº de pessoas afetadas (50.347 registros), dentre desabrigados e desalojados.

Indicadores de desastres naturais. Uma forma importante para a gestão dos problemas associados aos desastres naturais consiste na

definição de indicadores, que permite verificar a evolução das ocorrências, bem como a eficácia das medidas preventivas ou mitigadoras. Apresenta-se aqui dois indicadores relacionados a desastres naturais no Estado de São Paulo:

Desastres naturais no Estado de São Paulo. Os principais processos causadores de acidentes e desastres naturais no Estado de São

Paulo são escorregamentos de encostas, inundações, erosão acelerada e tempestades (ventos fortes, raios e granizo).

O crescente impacto desses tipos de fenômenos naturais relaciona-se a um conjunto de fatores relacionados ao modelo de desenvolvimento sócio-econômico adotado e a uma política territorial e urbana ineficiente, tais como gestão inadequada dos recursos naturais, crescimento urbanodesordenado, normas construtivas obsoletas, estrutura institucional para a gestão de risco deficiente, dentre outros.

Proporção de ocorrência de acidentes (2000 a 2008) Freqüência de acidentes por

escorregamento (2000 a 2008)Freqüência de acidentes por

inundação (2000 a 2008)

Freqüência de acidentes

por erosão (2000 a 2008)Freqüência de acidentes por

raios (2000 a 2008)

Proporção de ocorrência de danos (2000 a 2008)

3 - 119