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Incorporando a temática das relações raciais no cotidiano escolar a partir do uso de dados estatísticos Fabiana Luci de Oliveira, UFSCar O Brasil é historicamente um país de desigualdades, e essas desigualdades se manifestam de diferentes maneiras: em termos econômicos, sociais, regionais, de gênero, de cor ou raça, etc. A questão da cor ou raça permeia praticamente todos os aspectos relevantes da realidade social, cultural, econômica e demográfica brasileira. Assim, a perspectiva racial pode e deve ser trabalhada nas diversas disciplinas do currículo escolar: matemática, língua portuguesa, literatura, história, geografia, artes, sociologia, etc. O objetivo desse texto é documentar algumas das principais estatísticas públicas acerca de cor ou raça, de forma a auxiliar educadoras e educadores a trabalharem a temática das relações raciais no cotidiano escolar, sob a perspectiva da diferença e da diversidade, inserindo-as no debate sobre desigualdades. No Brasil existem fontes riquíssimas de informações e estatísticas públicas sobre a população, mas essas fontes são muitas vezes desconhecidas e, consequentemente, subutilizadas, seja no mundo da pesquisa, seja no cotidiano escolar. Por quê informações e estatísticas sobre a população são importantes? Porque elas contribuem para o conhecimento da organização da sociedade e são instrumentos fundamentais de planejamento e orientação de políticas públicas. As estatísticas populacionais auxiliam a mapear e a compreender as condições de vida da população em geral e a identificar, quantificar e analisar grupos sociais de acordo com características em comum, sejam segmentos de raça, idade, renda, condição de emprego, escolaridade, religião, entre outros aspectos relevantes. Seja a partir de valores absolutos, seja a partir de percentuais, apresentados em formato de dados pontuais, tabelas ou gráficos, é comum nos depararmos com informações estatísticas acerca das mais diversas temáticas relativas a grupos sociais hoje em dia. E essas estatísticas servem para fundamentar argumentos dos mais variados tipos mas temos sempre que estar atentos à credibilidade da informação, e não confiar nos números apresentados como se fossem verdades absolutas.

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Incorporando a temática das relações raciais no cotidiano escolar a partir do uso de

dados estatísticos

Fabiana Luci de Oliveira, UFSCar

O Brasil é historicamente um país de desigualdades, e essas desigualdades se

manifestam de diferentes maneiras: em termos econômicos, sociais, regionais, de gênero,

de cor ou raça, etc.

A questão da cor ou raça permeia praticamente todos os aspectos relevantes da

realidade social, cultural, econômica e demográfica brasileira. Assim, a perspectiva racial

pode e deve ser trabalhada nas diversas disciplinas do currículo escolar: matemática,

língua portuguesa, literatura, história, geografia, artes, sociologia, etc.

O objetivo desse texto é documentar algumas das principais estatísticas públicas

acerca de cor ou raça, de forma a auxiliar educadoras e educadores a trabalharem a

temática das relações raciais no cotidiano escolar, sob a perspectiva da diferença e da

diversidade, inserindo-as no debate sobre desigualdades.

No Brasil existem fontes riquíssimas de informações e estatísticas públicas sobre

a população, mas essas fontes são muitas vezes desconhecidas e, consequentemente,

subutilizadas, seja no mundo da pesquisa, seja no cotidiano escolar.

Por quê informações e estatísticas sobre a população são importantes? Porque elas

contribuem para o conhecimento da organização da sociedade e são instrumentos

fundamentais de planejamento e orientação de políticas públicas. As estatísticas

populacionais auxiliam a mapear e a compreender as condições de vida da população em

geral e a identificar, quantificar e analisar grupos sociais de acordo com características

em comum, sejam segmentos de raça, idade, renda, condição de emprego, escolaridade,

religião, entre outros aspectos relevantes.

Seja a partir de valores absolutos, seja a partir de percentuais, apresentados em

formato de dados pontuais, tabelas ou gráficos, é comum nos depararmos com

informações estatísticas acerca das mais diversas temáticas relativas a grupos sociais hoje

em dia. E essas estatísticas servem para fundamentar argumentos dos mais variados tipos

– mas temos sempre que estar atentos à credibilidade da informação, e não confiar nos

números apresentados como se fossem verdades absolutas.

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Isso porque nem todas as estatísticas são de grande confiabilidade, sendo

importante saber em quais dados confiar. E como distinguir informações confiáveis em

meio ao emaranhado de informações e dados estatísticos disponíveis hoje, tanto nas

mídias sociais quanto nos meios de comunicação em massa? A resposta mais segura é

recorrer às fontes consagradas. E é esse um dos objetivos desse texto, ajudar educadoras e

educadores a localizar e trabalhar com dados estatísticos e informações confiáveis.

Existem limitações nos dados estatísticos, eles não são a expressão absoluta da

realidade, mas sim representações dessa realidade, que fazem sentido dentro de um

determinado contexto. Os dados estatísticos possibilitam diferentes interpretações da

realidade, usualmente com um grau conhecido de erro. Nosso intuito é auxiliar

educadoras e educadores a identificar esses dados e a trabalhar plenamente com as

informações disponíveis.

Antes de discutirmos os dados e as principais fontes onde eles podem ser

acessados, convém falarmos sobre como trabalhar com os dados estatísticos – princípios

básicos para a utilização e interpretação desses números e como transformá-los em

informação útil e utilizável em sala de aula. Não vamos falar aqui de noções matemáticas

nem de conceituações elaboradas – para isso existem diversos livros de matemática e

estatística. Aqui pontuaremos apenas uma terminologia básica para facilitar o trabalho

com dados estatísticos no contexto escolar de forma multidisciplinar.

Podemos pensar a população brasileira a partir de diferentes características: idade,

região de moradia, nível de escolaridade, gênero, cor ou raça entre outros aspectos que

tornam as pessoas diferentes. Essas características de diferença relacionam-se produzindo

desigualdades sociais, algumas vezes amplificando-as. Cada uma das diferentes

características em que podemos classificar os brasileiros é uma variável. Mas o que

exatamente é uma variável?

Em termos estatísticos a variável é a característica de interesse que queremos

medir ou observar. Variáveis são expressas em valores numéricos ou categorias que

variam de elemento para elemento. Por exemplo, a variável idade pode ser expressa como

anos completos, em valores numéricos (0, 1, 2, 3 ...). Outra variável, cor ou raça, pode ser

expressa em categorias que variam entre branco, preto, pardo, amarelo e indígena, como

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na classificação adotada pela estatística oficial brasileira. Outra possibilidade comum

para expressar cor ou raça é em termos de brancos e não brancos.

Como as informações estatísticas nos ajudam a pensar sobre a temática das

relações étnico-raciais no país? E como elas podem ser incorporadas em sala de aula?

Elas nos ajudam, primeiramente, a conhecer a incidência da variável de interesse:

qual a quantidade e a proporção de brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas na

população brasileira? Podemos observar a localização dessas proporções em termos

geográficos e geopolíticos, ou seja, onde há mais brancos e onde há mais pretos e pardos

ou ainda onde se concentram as populações indígenas no país. Dessa forma podemos

trabalhar a incidência dessa característica (a variável cor ou raça) e sua distribuição nas 5

grandes regiões do país (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-Oeste), nas 27 Unidades

Federativas (Estados e Distrito Federal) e nos 5.570 municípios brasileiros (cidades).

Podemos pensar a presença de população negra (pretos + pardos) e indígena nas

diferentes dimensões espaciais do país, inserindo a temática racial nas aulas de geografia,

trabalhando com mapas, por exemplo.

Podemos, também, comparar a incidência da distribuição da população em cor ou

raça no Brasil com a distribuição por cor e raça da população de outros países que adotem

um sistema de classificação de cor ou raça similar. Mas uma vez que essa classificação é

uma construção social, histórica e cultural, ela varia bastante entre diferentes países, e

mesmo dentro de um país ao longo do tempo. Com isso é possível pesquisar

historicamente como essas classificações variaram dentro do país e entre diferentes

países, incorporando a informação nas atividades não apenas de geografia, mas também

de história, e mesmo de línguas (portuguesa, espanhola, inglesa).

As informações estatísticas nos ajudam a entender qual é a relação entre a variável

de interesse com outras variáveis. Por exemplo, será que os brasileiros brancos são mais

ricos que os brasileiros não brancos? Ou seja, será que cor ou raça se relaciona com o

nível de rendimento das pessoas? Podemos também indagar em que medida as

características de cor ou raça influenciam nos níveis de escolaridade da população? E no

acesso a diferentes bens e serviços públicos? As informações estatísticas nos permitem,

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assim, conhecer melhor a influência que a cor ou raça exerce sobre os mais diferentes

âmbitos da vida social.

O perfil racial da população do país, ou mesmo de um Estado ou um município ao

longo do tempo, pode ser um recurso interessante nas aulas de História – olhando o perfil

racial da população hoje, pode-se indagar se sempre foi assim, apresentando a tendência

ao longo do tempo, estimulando estudantes a pesquisarem em livros de história ou

mesmo em documentos municipais fatos que ajudem a dar sentido e compreender as

tendências estatísticas observadas ao longo do tempo.

E as estatísticas no ajudam a conhecer, ainda, efeitos ou consequências de

variáveis na variável de interesse em interação com outras variáveis. Ou seja, ajudam-nos

a entender quais as interações existentes entre as diferentes características populacionais e

se e como essas interações podem amplificar ou reduzir desigualdades. Por exemplo, qual

a consequência que um ano a mais de estudo têm sobre o rendimento de pessoas pretas ou

pardas em comparação com um ano a mais de estudo entre pessoas brancas? O efeito é

diferente ou igual? Com isso é possível incorporar essas discussões, por exemplo, em

aulas de matemática, trabalhando grandezas e diferenças percentuais.

Esses são apenas alguns exemplos iniciais, sendo possível pensar a incorporação

desses dados e informações estatísticas em outras disciplinas, como em língua

portuguesa, por exemplo, para estimular a interpretação de textos e a produção de textos a

partir da realidade brasileira.

Onde encontrar esses dados e informações estatísticas? A principal, mais rica e

ampla fonte de dados estatísticos sobre o Brasil é o IBGE (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística), que é o órgão de estatísticas oficiais do país. O IBGE é o

principal provedor de informações sobre a população: www.ibge.gov.br

O IBGE apresenta uma série de indicadores de dinâmica populacional, sendo duas

as principais pesquisas populacionais do instituto: o Censo Demográfico, realizado a cada

década, e a Pesquisa por Amostragem Domiciliar, realizada anualmente com exceção do

ano em que ocorre o recenseamento.

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CENSO DEMOGRÁFICO (realizado a cada 10 anos)

O censo demográfico visa obter informações tanto sobre o perfil da totalidade

dos membros da população brasileira (pessoas), quanto sobre os domicílios (e as

famílias). No que se refere à população, a pesquisa busca mapear seu crescimento, sua

distribuição geográfica e a evolução de características da população como idade, cor ou

raça, escolaridade, ocupação, etc. No que se refere aos domicílios e às famílias, o Censo

cobre o número de habitantes nos domicílios, as condições de saneamento e iluminação, o

nível de renda e suas fontes, a posse de bens duráveis, etc. É a pesquisa mais abrangente

existente no país, e dada a grande extensão territorial e a quantidade de perguntas

endereçadas à população, o Censo é realizado em um intervalo de tempo maior, a cada

dez anos. O último Censo realizado data de 2010, sendo que o próximo será realizado em

2020.

No Brasil até hoje foram realizados 12 recenseamentos gerais da população. O

primeiro recenseamento ocorreu em 1872. O Censo de 1872 adotou para a classificação

racial da população quatro categorias: branco, preto, pardo e caboclo, havendo também a

classificação da população entre população livre e população escrava (sendo a população

escravizada classificada apenas nas categorias de cor preta ou parda).

O recenseamento seguinte, o Censo de 1890, utilizou quatro categorias: branco,

preto, caboclo e mestico, abandonando o termo pardo. No recenseamento de 1900, não

foram coletadas informações sobre cor ou raça da população. Em 1910 não houve

operação censitária no país, e quando foi retomada em 1920, novamente a variável cor ou

raça não foi incluída. Em 1930 não houve operação censitária. E em 1940, quando ela

voltou a ocorrer, foi novamente incorporada a variável cor, apresentando as categorias:

branco, preto e amarelo (para incorporar a população oriental, dada a intense imigração

japonesa ocorrida no país nas primeiras décadas do século XX), e para a população

“mestica” foi empregue o termo pardo.

A partir do Censo de 1950 passou a haver uma orientação explícita na coleta da

informação sobre cor ou raça da população, com a adoção da autoclassificação da pessoa

recenseada, permanecendo as quatro categorias: branco, preto, padro e amarelo, e as

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mesmas categorias foram utilizadas no censos seguintes de 1960 e 1980 – não tendo

havido operação censitária em 1970.

No Censo de 1991 passou a vigorar uma quinta categoria de cor: indígena, e essas

cinco categorias permaneceram nos censos seguintes, de 2000 e 2010. O Censo de 2010

adotou, ainda, para as pessoas auto-identificadas como indígenas a coleta de informações

sobre etnia e língua falada.

Quadro resumo da variável cor e raça nos Censos brasileiros entre 1872 e 2010

1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010

Branca

variável cor ou

raça não foi

coletada

variável

cor ou

raça não

foi

coletada

Preta

Parda

Amarela

Indígena

Cabocla

Mestiça

Fonte: IBGE

Para maiores informações sobre os dados coletados no Censo 2010, consultar os

instrumentos de coleta - questionários disponíveis em:

http://censo2010.ibge.gov.br/coleta/questionarios.html

PNAD - PESQUISA POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS (realizada

anualmente)

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD é uma pesquisa feita em

uma amostra de domicílios brasileiros: em 2014 foram entrevistadas 362.627 pessoas, em

151.291 unidades domiciliares, distribuídas em 1.100 municípios do país.

A pesquisa básica da Pnad 2014 contém uma série de perguntas, abordando temas

como educação, rendimento, trabalho, habitação, previdência social, fecundidade,

migração, entre outros. Para maiores detalhes da pesquisa, consultar os instrumentos de

coleta - questionário disponível em:

ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_d

e_Domicilios_anual/2014/q_pnad2014.pdf

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A PNAD foi implantada no Brasil em 1967. Até 1970, foi realizada

trimestralmente e, a partir de então, os levantamentos passaram a ser anuais. Além da

pesquisa básica periodicamente são acrescentados outros temas ("Suplementos”).

Na PNAD 2008 a pesquisa suplementar aborda o tema da saúde – foram 163

perguntas sobre acesso ao atendimento e a medicamentos, saúde da mulher, planos de

saúde, violência e acidentes de trânsito, atividades físicas e tabagismo. Já em 2014 foram

levantadas informações sobre acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel

celular para uso pessoal; acesso ao cadastro único para programas sociais do governo

federal e acesso a programas de inclusão produtiva.

No que se refere às estatísticas sobre a população, o IBGE fornece os dados

oficiais sobre:

Perfil demográfico da população brasileira (número de habitantes no país,

principais características da população – sexo, cor ou raça, faixa etária,

escolaridade, trabalho e rendimento, condições de moradia, nupcialidade e

fecundidade, migração, características dos domicílios, etc.)

Indicadores sociais (intermediação política, crianças e adolescentes, educação e

trabalho, mortalidade infantil, taxa média geométrica de crescimento anual da

população, taxa de urbanização, esperança de vida ao nascer, taxa de

analfabetismo, condições de saneamento e iluminação elétrica, lixo coletado,

mercado de trabalho, mobilidade social, população jovem, indicadores culturais,

etc.)

O IBGE publica anualmente uma Síntese dos Indicadores Sociais, analisando e

comentando os principais resultados das pesquisas populacionais em relação aos aspectos

demográficos, cor e raça, gênero, educação, etc.

Para todas as pesquisas realizadas pelo Instituto é possível acessar as notas

técnicas – que explicam a metodologia seguida nas pesquisas - e o instrumento de coleta

– os questionários aplicados à população. Dessa forma é possível saber como se faz as

perguntas. Além é claro dos micro dados em formato compactado (ou seja, as bases de

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dados com todos os casos e variáveis). Esse recurso de microdados é útil para quem

possui familiaridade com softwares de processamento (como SPSS, Excel, SAS). Para as

pessoas que não tem familiaridade com esses softwares, é recomendado acessar as

tabelas já com os resultados processados.

Uma excelente fonte de consulta dos dados do IBGE é o Sistema de Recuperação

Automática - SIDRA (http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/acervo/default.asp), que permite

que os dados sejam recuperados por meio do Banco de Dados Agregados. É possível

montar a tabela de seu interesse, selecionando os dados (variáveis) que farão parte dela,

como serão detalhados estes dados (classificações e suas categorias), o período de tempo

coberto, os níveis territoriais de agregação dos dados e as unidades territoriais a que os

dados se referem. Pode-se, também, selecionar a posição (cabeçalho, linha ou coluna) e a

ordem de apresentação dos dados na tabela.

Além disso, três outras fontes de consulta de dados do IBGE são:

IBGE cidades: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php

Essa plataforma permite conhecer e comparar os principais indicadores

demográficos, sociais e econômicos dos municípios brasileiros. É uma ótima ferramenta

reunindo em um mesmo local o perfil completo dos municípios, além de permitir o

acesso a dados históricos, fotografias e mapas.

IBGE Estados: http://www.ibge.gov.br/estadosat/

Essa plataforma permite conhecer e comparar os principais indicadores

demográficos, sociais e econômicos das unidades federativas brasileiras.

IBGE países: http://www.ibge.gov.br/paisesat_25112014/main.php

Essa plataforma permite conhecer e comparar os principais indicadores

demográficos, sociais, econômicos e ambientais dos países reconhecidos pela ONU,

trazendo também dados relativos aos objetivos do milênio.

Em termos de classificação da população por cor ou raça, o IBGE utiliza o

critério de autodeclaração para a classificação racial, perguntando às pessoas “a sua cor é

(a cor do morador é)?”, e codificando sua resposta em uma das cinco categorias: 1)

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branca, 2) preta, 3) amarela (se a pessoa se declarou de origem japonesa, chinesa,

coreana, etc.), 4) parda (se a pessoa se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou

mestiça de preto com pessoa de outra cor ou raça) e 5) indígena (se a pessoa se declarou

indígena ou índia). Muitos países no mundo trabalham com a autodeclaração (Estados

Unidos, Canadá, Inglaterra, etc.) – que é o critério recomendado pela ONU (Organização

das Nações Unidas).

O IBGE possui uma longa série histórica sobre a classificação de cor da

população brasileira como já apontado, sendo possível identificar dados sobre cor das

pessoas desde o final do século 19.

Quadro resumo da distribuição da população brasileira por cor e raça nos Censos

brasileiros entre 1872 e 2010 (em %)

Branca Preta Parda Amarela Indígena

Sem

Informação

1872 38,1 19,7 38,3 3,9

1890 44 14,6 32,4 9,0

1940 63,5 14,6 21,2 0,6 0,1

1950 61,7 11,0 26,5 0,6 0,2

1960 61,0 8,7 29,5 0,7 0,1

1980 54,2 5,9 38,8 0,6 0,4

1991 51,6 5,0 42,4 0,4 0,2 0,4

2000 53,4 6,1 38,9 0,5 0,4 0,7

2010 47,7 7,6 43,1 1,1 0,4 0,0

Fonte: Petruccelli - IBGE1

A tendência verificada no brasil do século 19 até idos da década de 1950 foi de

um “embranquecimento” ou “clareamento” da população. No censo de 1890 os negros

(pretos + pardos) correspondiam a 47% da população brasileira. Depois com a

intensificação da imigração europeia, esse percentual encolheria para cerca de 36% na

década de 1940. Na década de 1980 os negros correspondiam a quase 45% da população

e daí em diante houve um “escurecimento” da populacão brasileira.

É importante lembrar, como afirma Soares (IPEA, 2008)2, que a identificação

racial é uma construção social, e não mera consequência da cor ou raça dos pais de cada

1 Fonte: PETRUCCELLI, José Luis. Ethnic/racial statistics: Brazil and an overview of the Americas. In:

FERRÁNDEZ, L. F. A. & KRADOLFER, S. Everlasting countdowns: race, ethnicity and national censuses

in Latin American states. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing, p. 264-303, 2012.

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pessoa. Essa classificação envolve o modo como as pessoas constroem sua própria

identidade e a forma como querem se posicionar frente aos demais e em relação à

sociedade. E como Soares coloca, “nada garante que esse modo de construir sua própria

identidade seja constante ao longo do tempo. Para os indivíduos, pode depender de

mudanças nas suas visões de mundo, ideologia ou até refletir experiências particulares

que os afetaram. Do ponto de vista da sociedade, pode refletir mudanças em como cada

identidade racial é construída” (2008: pág. 107).

Os motivos para o crescimento de uma determinada população são basicamente

dois: processos de imigração ou emigração e crescimento vegetativo.

Não houve processo migratório significativo capaz de explicar esse movimento de

mudança da composição racial da população brasileira. E observando as taxas de

fecundidade entre mulheres brancas e pretas e pardas, notamos que em 1992 mulheres

negras e partas em idade fértil tinham em média 2,9 filhos, enquanto as brancas tinham

2,5 filhos. Em 2007 essa taxa era de 2,4 filhos para mulheres pretas ou pardas e 1,9 filhos

para mulheres brancas.

Mas esse não é um fator de explicação isolado. É provável que também as pessoas

estejam se declarando mais como pretas e pardas em virtude da força do movimento

negro. De acordo com Soares

... em algum momento, entre 1996 e 2001, há o início de um processo de

mudança em como as pessoas se vêem. Passam a ter menos vergonha de dizer

que são negras; passam a não precisar se branquear para se legitimarem

socialmente. (...) Na medida em que o debate da identificação racial ganha as

páginas dos jornais e a sociedade vê que é um tema legítimo; na medida em

que negros são apresentados nas telenovelas como personagens poderosos e

não apenas empregados domésticos; na medida em que negros são vistos

compondo o Supremo Tribunal Federal e ocupando os mais diversos cargos na

política; na medida em que o Movimento Negro sai da marginalidade e ocupa

espaços no debate político, a identidade negra sai fortalecida. (Soares, 2008:

pág. 116).

2 Ver o livro “As políticas públicas e a desigualdade racial no brasil – 120 anos após a abolicão”. IPEA,

2008 [Mário Theodoro (org.)]

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Analisando os dados de classificação racial no Brasil na última década (de 2004 a

2014) nota-se a mudança na estrutura racial da população: diminuiu a proporção dos que

se declaram brancos e aumentou a proporção dos que se declaram pretos ou pardos. Em

2006 a população negra (pretos + pardos) superou a população branca, sendo que em

2008 passou a representar a maioria dos brasileiros. Em 2014 os negros correspondiam a

53,6% do total da população. Portanto, a população brasileira é predominantemente negra

(Gráfico 1.1, página 13 da Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de

vida da população brasileira: 2015).

O IBGE também possibilita leituras por Grandes Regiões, Unidades Federativas

(Estados e Distrito Federal) e Regiões Metropolitanas (no caso dos dados do CENSO é

possível ter leitura também por municípios).

Com isso, observa-se que na região Sul os brancos ainda são proporcionalmente

maioria. E o Norte é a região proporcionalmente com maior número de pretos e pardos no

Brasil, seguida do Nordeste. (Gráfico 1.2, página 13 da Síntese de indicadores sociais:

uma análise das condições de vida da população brasileira: 2015).

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Gráfico 2.1 Proporção da população negra (preta + parda), de acordo com a unidade da

federação

Fonte: SIDRA IBGE – Censos 2000 e 2010

77,0 76,5 76,474,1 73,5 73,1 72,7 72,5

70,767,4 67,0 66,9

62,6 62,060,2

58,6 58,0 57,0 56,8 56,253,8

51,749,0

34,8

28,5

16,1 15,5

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

85,0

2000 2010

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Na leitura por Estados os que se destacam são os Estados do Pará, do Maranhão e

da Bahia, onde mais de 75% da população se declarou como negra (preta ou parda) no

Censo 2010. Apenas nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São

Paulo os negros representam menos da metade da população – sendo que no Mato Grosso

do Sul, a população negra representa 49% do total da população, ou seja, praticamente

metade.

Essa é a caracterização geral da sociedade brasileira em termos de distribuição

racial. Mas quais as implicações disto? Onde as diferenças e a diversidade de cor ou raça

se transformam em desigualdades?

É possível ver que a diversidade transforma-se em desigualdade no âmbito das

variáveis socioeconômicas – três delas extremamente relevantes para a qualidade de vida

da população: educação, trabalho e renda.

Considerando a dimensão da educação, os dados do IBGE permitem trabalhar de

diferentes formas a escolaridade da população brasileira.

Quando distribuímos a população brasileira por níveis de instrução de acordo com

a cor ou raça notamos uma grande diferença entre brancos e de um lado e pretos e pardos

de outro, sendo que o primeiro grupo tem um nível de instrução mais elevado.

Uma das formas clássicas de trabalhar a questão da educação, é observar a taxa de

analfabetismo, ou seja, a proporção da população que não possui a habilidade de ler e

escrever. Considerando as pessoas de 15 anos ou mais de idade vemos que em 1995 9,5%

das pessoas brancas não eram alfabetizadas, recuando para 5% em 2014 (de acordo com

dados da PNAD). Já entre as pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais de idade, em

1995 o índice de analfabetismo era de 23,4%, caindo para 11,1% em 2014 – ou seja, o

analfabetismo atingiu e continua a atingir mais severamente a população negra.

Outra forma de pensar educação é em níveis de instrução: sem instrução (diferente

de analfabetismo, a ausência de escolaridade formal implica em nunca ter terminado uma

série de ensino na escola), fundamental, médio e superior (completos e incompletos).

Essa classificação é feita em função da série e do nível ou grau mais elevado alcançado

pela pessoa, considerando a última série concluída com aprovação.

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Gráfico 2.2 Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade, por Sexo,

segundo cor/raça

Fonte: IBGE – IPEA (Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça)

Considerando o ensino médio, notamos que a desigualdade na escolaridade entre

brancos e negros se acirra. A proporção de pessoas de 20 a 22 anos de idade que

concluíram o ensino médio ou níveis posteriores era de 57,9% entre brancos em 2004,

chegando a 71,7% em 2014. Já entre negros, era de 33,4% em 2004, chegando em 2014 a

52,6% (Gráfico 3.5, página 51 da Síntese de indicadores sociais: uma análise das

condições de vida da população brasileira: 2015).

Como os países têm formas diferentes de organizar a vida escolar e classificar o

nível de instrução da população, uma outra possibilidade de classificação sobre educação,

que possibilita uma comparação mundial, é estabelecida em número de anos de estudo

completos.

Em 1995 o número médio de anos de estudo entre as pessoas brancas de 15 anos

ou mais de idade era de 6,4, chegando em 20154 a 8,9. Já entre as pessoas negras de 15

anos ou mais de idade, a média de anos de escolaridade era de 4,3 em 2004, passando a

7,3 em 2014 (Gráfico 4).

9,5 9,3 9,08,4 8,3

7,7 7,5 7,1 7,2 7,16,6 6,2 6,2 5,9

5,3 5,3 5,2 5,0

23,4

21,722,2

20,819,8

18,217,2 16,9

16,315,5

14,714,2

13,7 13,4

11,8 11,8 11,5 11,1

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014

Total Branca Negra

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Gráfico 4. Média de Anos de Estudo das Pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor ou

raça

Fonte: IBGE – IPEA (Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça)

6,4 6,5 6,7 6,9 7,07,3 7,4

7,6 7,7 7,88,0 8,1 8,3 8,4 8,5

8,8 8,8 8,9

4,34,5 4,5 4,7 4,9

5,25,5 5,7 5,8 6,0 6,2 6,3

6,5 6,76,9

7,1 7,2 7,3

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014

Brancos Negros Total Brasil

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As desigualdades de cor e raça acabam por se agravar quando observamos as

diferenças regionais – regiões mais ricas tendem a proporcionar maiores oportunidades de

escolarização para a população – mas notamos que mesmo nessas regiões persistem as

desigualdades de cor e raça: a média de anos de estudo é maior para brancos do que para

pretos e pardos, no país como um todo, independente da região geográfica (Gráfico 5).

Gráfico 5. Média de Anos de Estudo das Pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor ou

raça de acordo com a região do país

Fonte: IBGE – IPEA (Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça)

Uma outra forma de abordar a escolaridade é a partir da proporção de estudantes

de 18 a 24 anos de idade que frequentava o ensino superior, por cor ou raça. Em 2004,

16,7% dos estudantes pretos ou pardos frequentavam o ensino superior; em 2014, esse

percentual saltou para 45,5%. Comparado aos estudantes brancos, em 2004,

47,2% frequentavam o ensino superior e em 2014, essa parcela passou para 71,4%. Ou

seja, em uma década de crescimento, a população negra não conseguiu atingir em 2014

nem os níveis alcançados pela população branca em 2004, o que demonstra enorme

desigualdade de cor e raça no âmbito da educação. (Gráfico 3.7, página 52 da Síntese de

indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2015).

6,46,6

5,1

6,8

6,26,5

4,3

5,1

3,6

4,94,3

4,9

7,77,3

6,3

8,2

7,67,9

5,8 5,8

5,1

6,5

5,8

6,4

8,98,6

7,8

9,4

8,79,1

7,3 7,4

6,6

7,9

7,2

7,9

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Bra

sil

No

rte

No

rdes

te

Su

des

te

Su

l

Cen

tro-O

este

Bra

sil

No

rte

No

rdes

te

Su

des

te

Su

l

Cen

tro-O

este

Branca Negra

1995 2004 2014

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Outra dimensão em que as diferenças de cor ou raça transmutam em

desigualdades sociais é o aspecto do trabalho e do rendimento. Observando a distribuição

de rendimento mensal domiciliar per capta de acordo com cor ou raça, notamos que em

1995 a renda média dos brancos era de R$935,30 chegando a R$ 1.366,60 em 2014. Já a

renda média dos negros era de R$ 392,60 em 2004, chegando a R$ 745,00 em 2014 –

menor do que a renda média dos brancos uma década antes, indicando forte desigualdade

racial no quesito renda.

Gráfico 6. Rendimento Mensal Domiciliar per Capita Médio, segundo Cor/Raça

Fonte: IBGE – IPEA (Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça)

935,3 947,4 955,0 963,0907,7 924,1 917,7

875,7 885,4946,2

1.034,4 1.060,91.097,3 1.121,9

1.174,9

1.292,71.333,8

1.366,6

392,6 396,1 397,2 403,2 384,7 396,1 409,4 385,8 411,3 442,6488,7 508,7

553,7 577,5635,7

674,7 707,2

745,0

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1.000,0

1.200,0

1.400,0

1.600,0

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014

Total Branca Negra

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A tendência natural é argumentarmos que este fato decorre da diferença de

escolaridade entre os dois grupos – uma vez que brancos têm maior escolaridade que

negros e pardos eles ocupariam melhores posições de trabalho. Para isso é sempre

importante controlar as informações para compararmos os grupos de acordo com a

mesma escolaridade. Os dados do IBGE permitem essa comparação. Considerando a

mesma escolaridade média, podemos ainda observar diferenças de rendimento devido a

cor ou raça.

Considerando as pessoas sem instrução ou ensino fundamental incompleto, o

rendimento médio de brancos foi de R$801,20, de pretos foi de R$ 579,34 e de pardos R$

554,09. Já no grupo de pessoas com ensino fundamental completo e médio incompleto, as

brancas tiveram rendimento médio de R$1.026,78, as pretas de R$768,13 e as pardas de

R$746,12.

Entre as pessoas brancas com ensino médio completo e superior incompleto, a

renda média é de R$ 1.418, 96, já entre as pessoas pretas é de R$ 1.038, 76 e entre as

pessoas pardas de R$ 1030,47. Considerando as pessoas com ensino superior completo,

entre as brancas o rendimento médio é de R$ 3.932,32, entre as pretas é de R$ 2.573,82 e

entre as pardas de R$2.773,03.

Gráfico 7. Rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos, das pessoas de 10

anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, segundo a cor ou raça, de

acordo com o nível de instrução

Fonte: IBGE – SIDRA – Censo 2010

801,2

1026,78

1418,96

3932,32

579,34768,13

1038,76

2573,82

554,09746,12

1030,47

2773,03

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Sem instrução e fundamental

incompleto

Fundamental completo e médio

incompleto

Médio completo e superior

incompleto

Superior completo

Branca Preta Parda

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Quando controlamos o rendimento de acordo com a cor ou raça pela escolaridade,

notamos que quanto maior a escolaridade, mais gritante é a diferença de rendimentos

devido à raça.