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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Inclusão e Uso de Tecnologias Digitais nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental ÍRIS DO CÉU ALVES FEITOSA* Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Edmery Tavares Barbosa Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB RESUMO A sociedade atual vive momentos de significativas mudanças em decorrência dos avanços tecnológicos que requerem da sociedade adaptação e ampliação urgente das possibilidades de informação e comunicação, tornando-se necessária a busca cotidiana pela inclusão digital. Esta foi incorporada pelas escolas brasileiras desde 2007, através do Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO), mas mesmo que oficializado, não nos parece que as práticas pedagógicas nas escolas públicas brasileiras tenham incorporado as tecnologias digitais como ferramentas de mediação pedagógica que pode contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem. Nesse contexto, esta pesquisa pretende investigar como ocorre o processo de inclusão digital na rede municipal de ensino de Cabaceiras-PB, especificamente no Ensino Fundamental, nas séries iniciais. Contudo, buscamos apoios teóricos em Teixeira e Marcon (2009), Vasco (2008), Corso (2007) e Moran (2007), dentre outros que também nortearam a nossa fundamentação teórica. Este trabalho baseou-se em pesquisa aplicada, através de questionários. Como procedimentos utilizaram-se: bibliográficos e documentais como referenciais teóricos e estudo de campo junto à Secretária Municipal de Educação; diretores escolares, 100% (cem por cento); um grupo de professores da rede municipal de ensino, 50% (cinquenta por cento) e um grupo de alunos, 30% (trinta por cento). Por fim, utilizamos a pesquisa qualitativa e quantitativa para a abordagem do problema e análise crítica e finalização concreta do trabalho. A primeira parte do trabalho mostra a importância das tecnologias digitais no meio educacional nos dias atuais. A segunda parte descreve as mudanças propostas à sociedade em consequência do avanço tecnológico, influenciado, principalmente pelas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). A terceira parte apresenta os dados obtidos na pesquisa com suas respectivas análises. E, por fim, destaca-se, sobretudo, a necessidade de reorganização de políticas públicas e das instituições de ensino para a valorização do ensino mediado pelas tecnologias digitais. Palavras-chave: Inclusão digital. Educação. Políticas públicas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Inclusão e Uso de Tecnologias Digitais nas Séries Iniciais

do Ensino Fundamental

ÍRIS DO CÉU ALVES FEITOSA*

Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Edmery Tavares Barbosa

Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade - UFPB

RESUMO

A sociedade atual vive momentos de significativas mudanças em decorrência dos avanços tecnológicos que requerem da sociedade adaptação e ampliação urgente das possibilidades de informação e comunicação, tornando-se necessária a busca cotidiana pela inclusão digital. Esta foi incorporada pelas escolas brasileiras desde 2007, através do Programa Nacional de Informática na Escola (PROINFO), mas mesmo que oficializado, não nos parece que as práticas pedagógicas nas escolas públicas brasileiras tenham incorporado as tecnologias digitais como ferramentas de mediação pedagógica que pode contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem. Nesse contexto, esta pesquisa pretende investigar como ocorre o processo de inclusão digital na rede municipal de ensino de Cabaceiras-PB, especificamente no Ensino Fundamental, nas séries iniciais. Contudo, buscamos apoios teóricos em Teixeira e Marcon (2009), Vasco (2008), Corso (2007) e Moran (2007), dentre outros que também nortearam a nossa fundamentação teórica. Este trabalho baseou-se em pesquisa aplicada, através de questionários. Como procedimentos utilizaram-se: bibliográficos e documentais como referenciais teóricos e estudo de campo junto à Secretária Municipal de Educação; diretores escolares, 100% (cem por cento); um grupo de professores da rede municipal de ensino, 50% (cinquenta por cento) e um grupo de alunos, 30% (trinta por cento). Por fim, utilizamos a pesquisa qualitativa e quantitativa para a abordagem do problema e análise crítica e finalização concreta do trabalho. A primeira parte do trabalho mostra a importância das tecnologias digitais no meio educacional nos dias atuais. A segunda parte descreve as mudanças propostas à sociedade em consequência do avanço tecnológico, influenciado, principalmente pelas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). A terceira parte apresenta os dados obtidos na pesquisa com suas respectivas análises. E, por fim, destaca-se, sobretudo, a necessidade de reorganização de políticas públicas e das instituições de ensino para a valorização do ensino mediado pelas tecnologias digitais.

Palavras-chave: Inclusão digital. Educação. Políticas públicas.

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1 - INTRODUÇÃO

Atualmente é quase impossível falar em educação sem citar o uso das novas

tecnologias de informação e comunicação na valorização e na melhoria da educação,

considerando que estas têm tido sua inserção demandada pelas práticas pedagógicas,

tornando-se cada vez mais necessárias as discussões e reflexões acerca dessa inclusão.

É bem visível o avanço rápido das tecnologias, fazendo com que os profissionais de

educação se posicionem mais rapidamente a respeito de seu uso, já que a inclusão digital tem

se colocado como um recurso a serviço do sistema educacional e, consequentemente, como

parte do processo de ensino e aprendizagem uma vez que faz constantemente a mediação

entre indivíduo e conhecimento.

Sobre isso Teixeira e Marcon (2009, p. 117) dizem que,

Pozo alerta que ‘estamos na sociedade da aprendizagem. Todos somos, em maior ou em menor grau, alunos e professores’ (2002, p. 32), e é essa atitude que diferencia a situação da aprendizagem na sociedade contemporânea. As práticas educacionais, portanto, precisam ser pensadas como formas por meio das quais o sujeito possa ser estimulado a participar ativa e significativamente de todos os processos de construção do conhecimento.

Cabe à escola repensar suas práticas e adaptar-se para uma possível inserção nesse

processo de construção do conhecimento por meios virtuais, que vai mais além do que a

oralidade e a escrita, como também, de recursos tradicionais como: giz, lousa e cartilha ou

livro didático.

É preciso desenvolver nos alunos e nos profissionais o conhecimento tecnológico

mediante a utilização de novas tecnologias, como hardware e software, hipermídia, redes de

computadores, aplicativos e bancos de dados, dentre uma infinidade de opções capazes de

favorecer a educação para hipermídia.

Em plena era da informação se faz imprescindível o aproveitamento dos benefícios

propostos pelos avanços demandados, principalmente pela globalização, no sentido de

preparar as pessoas para o campo profissional, que exige cada vez mais do indivíduo.

A partir dos questionamentos sobre o uso das tecnologias digitais nas escolas,

conforme comentados, a presente pesquisa objetiva investigar como ocorre o processo de

utilização de tecnologias digitais nas séries iniciais do Ensino Fundamental da Rede

Municipal de Ensino de Cabaceiras-PB, na perspectiva da inclusão digital. Para que o citado

objetivo seja alcançado pretendemos observar: a forma como é tratada a inclusão digital na

rede municipal de ensino do município citado; fazer levantamento de dados nas escolas

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municipais visando o conhecimento sobre existências de laboratórios de informática nas

escolas e seu devido funcionamento e identificar possíveis empecilhos que dificultam a

inclusão digital nas escolas.

Justificativa

Em tempos de globalização, vivemos constantes mudanças tecnológicas devido ao

rápido avanço tecnológico e, em consequência somos obrigados a fazer uso dessas tecnologias

no nosso cotidiano, mas sabemos que usar por usar não é suficiente. É preciso fazer a inclusão

digital para que esta proporcione o uso adequado e o indivíduo possa utilizá-las de forma

significativa a seu favor.

As transformações tecnológicas e sociais ocorridas mundialmente forçam essas

mudanças repentinas e inesperadas nos mais diversos setores da sociedade. E, ao pensarmos

em inclusão digital na educação e na consequente transformação da mesma, pensamos

também nos desafios propostos automaticamente.

Vasco (2008, p.13) diz que

O desafio se traduz em aceitar que esses ambientes são compostos de um modo próprio de apresentação e representação do conhecimento, congregando diversos aportes tecnológicos como o informático, o audiovisual e o textual e, com base nisso, propor modos de aplicação que respondam às questões e necessidades pedagógicas da escola.

As atuais políticas sociais do país têm realmente valorizado a inclusão das tecnologias

digitais, principalmente na educação. Como comenta Bruner (citado por TEDESCO 2004, p.

17) “A educação vive um tempo revolucionário” e, em decorrência do citado avanço, a

relação de trabalho dos profissionais de educação necessariamente sofre mudanças, por isso é

de fundamental importância refletir sobre o que diz Teixeira e Marcon (2009, p. 20)

[...] é preciso reconhecer a necessidade de reflexões acerca da concepção de inclusão digital, que, segundo o paradigma das redes, é contrária à ideia amplamente difundida de que incluir digitalmente é possibilitar o acesso às TRs (Tecnologias de redes) a determinadas camadas da sociedade.

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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Os avanços tecnológicos propõem mudanças na sociedade

Vivemos em tempos de grandes avanços e transformações no campo tecnológico,

principalmente das tecnologias digitais que vêm mudando significativamente a sociedade. Ao

tempo em que a sociedade vivencia essas transformações cada vez mais crescentes, lhes é

exigida naturalmente conhecimentos e capacidades que permitam o indivíduo interagir com o

mundo.

Diz Moran (2007, p. 167) que:

Quanto mais avançadas as tecnologias, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. São muitas informações, visões, novidades. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras, confiavéis.

A vida na sociedade contemporânea, denominada por Lemos e Costa (2005, p. 2)

“Sociedade da Informação” requer conhecimentos e aprendizagens que possam refletir nas

mais variadas áreas existentes na sociedade. Existe na sociedade da informação e da

comunicação uma variação de informações que, uma vez compartilhadas, criam no indivíduo

a capacidade de organização e de autonomia para construção do próprio conhecimento.

O acesso às tecnologias digitais está sendo cada vez mais necessário em nossas

escolas, já que as tecnologias têm se tornado ferramentas de grande importância para a

geração de indicativos de desenvolvimento econômico e inclusão social no país. E as redes de

comunicações atuais oferecem a cada instante momentos de interação que podem satisfazer as

necessidades do indivíduo em um curto período de tempo. Assim sendo, cabe à educação

repensar seus projetos pedagógicos, intencionando a sua adaptação às exigências, tanto do

mercado tecnológico, quanto da sociedade que vive ativamente o avanço dessas tecnologias.

Não resta dúvida sobre a importância do uso das tecnologias digitais na educação para

uma efetiva melhoria na qualidade e avanço da mesma, mas também se apresenta como um

grande desafio por sabermos da forma como são introduzidas na maioria das vezes.

De nada adianta defendermos a inserção e utilização dessas tecnologias se as mesmas

não forem trabalhadas dentro do contexto escolar e por pessoas preparadas, ou seja, de forma

adequada e suficiente para preparar todos os envolvidos, para continuarem usufruindo de uma

sociedade conceituada tecnologicamente.

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2.2 Influência das TIC’s na sociedade da informação e nas políticas públicas de Inclusão

Digital

Com o advento da revolução tecnológica, a sociedade tem se transformado

significativamente. Naturalmente, se exige de todas as esferas dessa sociedade uma adaptação

urgente às novas demandas e aos novos meios de comunicação que têm assumido papel

principal na construção do conhecimento.

O uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) atualmente tem

facilitado a busca pelo aprender, contudo o indivíduo participa ativamente dessa construção

do conhecimento, intencionando a busca de respostas para suas indagações pessoais e

cotidianas.

Nesse sentido, Corso (2007, p.17) declara que:

Pela enorme influência que essas TICs, especialmente a computação, têm exercido atualmente na educação, é que se torna necessária uma reflexão sobre a concepção de aprendizagem que deverá perpassar a utilização dessa tecnologia na prática educativa.

A democratização do acesso às tecnologias digitais deve ser disponibilizada a todos os

indivíduos independente de cor, credo, raça ou grupo social, necessitando apenas de políticas

coerentes com a contemporaneidade e que possam enxergar a inclusão digital como

fundamental para a inclusão do indivíduo no mundo atual.

Corroborando com a ideia acima, Teixeira e Marcon (2009, p. 17), afirmam que:

o papel fundamental de políticas públicas que fortaleçam todos os envolvidos no processo educacional e que considerem universidades parceiras na busca de uma educação baseada na lógica das redes, reconhecendo processos de inclusão digital como fundamentais para o exercício da cidadania e possibilitando aos professores a vivência e o desenvolvimento de uma cultura de rede.

Para que se possibilite o exercício da cidadania no âmbito tecnológico é preciso que o

indivíduo se aproprie das tecnologias digitais, se tornando capaz de utilizá-las no

desenvolvimento de atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida.

Entendemos que a utilização das tecnologias digitais no intuito de fortalecer o indivíduo, nos

mais diversos aspectos, acontece somente quando há a inclusão digital. No tocante, à “cultura

de rede” antes citada, pode ser um ponto de colaboração importante na inclusão digital,

quando se trata de troca de informações e produção de conhecimentos.

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O processo de inclusão requer uma visão mais complexa que vai além da tecnocracia,

pois há atualmente, necessidade de compreensão e interpretação dos meios tecnológicos,

como também adaptação ao meio social.

Em afirmação, Grispun (2009, p. 37) diz que

Como as tecnologias são complexas e práticas, ao mesmo tempo elas estão a exigir uma nova formação do homem que remeta à reflexão e compreensão do meio social em que ele circunscreve. Esta relação – educação e tecnologia - está presente em quase todos os estudos que têm se dedicado a analisar o contexto educacional atual, vislumbrando perspectivas para um novo tempo marcado por avanços acelerados.

Entendemos que além de utilizar os instrumentos tecnológicos, para a inclusão digital

acontecer é de fundamental importância que os profissionais envolvidos e responsáveis pela

formação do indivíduo, para o posterior exercício da cidadania, sejam capacitados e capazes

de compreender e refletir sobre o meio social, no qual vivemos, se utilizando das tecnologias

digitais.

Sem o envolvimento dos “atores sociais”, como denomina Filho e Castro (2005, p. 276

(apud CHICA, 2010, p. 28) não há em hipótese alguma conhecimento suficiente que seja

capaz de construir conhecimentos de acordo com a realidade atual.

Diante do avanço acelerado das TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação)

percebe-se que há uma grande quantidade de indivíduos não alfabetizados digitalmente,

principalmente profissionais de educação que tem como desafio promover a inclusão digital.

A propósito de fazer a citada inclusão digital no país, tomando como um direito

proporcionado ao aluno e intencionando a capacitação de profissionais/professores e corpo

técnico responsáveis diretos pela inclusão digital no âmbito educacional o MEC criou alguns

programas de inclusão digital, a exemplo de:

Quadro 1 – Programas de inclusão digital criados pelo MEC

Programa Especificações

Proinfo Integrado

(Programa Nacional de

Formação Continuada de

Tecnologia Educacional)

É um programa de formação voltado para o uso didático-pedagógico das tecnologias da informação e comunicação – TIC – no cotidiano escolar, articulado à distribuição dos equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta de conteúdos e recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor, pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco Internacional de Objetos Educacionais (Portal MEC, 2011).

Gesac [...] oferece ferramentas em tecnologias para a informação e comunicação (TICs), recursos digitais e capacitação por meio de uma plataforma de rede, serviços e aplicações, com o objetivo de promover a inclusão digital em todo o território brasileiro. Criado em março de 2002. (Inclusão Digital, 2011).

PROUCA - Projeto Um É um programa pelo qual estados, municípios e o Distrito Federal podem adquirir computadores portáteis novos para uso das suas redes públicas de educação básica

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Computador Por Aluno A empresa habilitada para esta venda foi selecionada por meio de pregão eletrônico, para registro de preços realizado pelo (FNDE) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. (Inclusão Digital, 2011).

Programa Computador

Portátil para Professores

O Programa visa criar condições para facilitar a aquisição de computadores portáteis para professores da rede pública e privada da educação básica, profissional e superior, credenciadas junto ao MEC, a baixo custo e condições diferenciadas de empréstimo, com vistas a contribuir com o aperfeiçoamento da capacidade de produção e formação pedagógica dos mesmos, através da interação com a tecnologia da informação e comunicação. (Inclusão Digital, 2011).

O PROINFO (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) implantado pelo MEC

em nove de abril de 1997, através da Portaria n° 522 (BRASIL, 1997), apesar de ter sido um

dos primeiros programas de capacitação e inclusão digital, ainda enfrenta problemas com a

contrapartida dos estados e municípios no que concerne à criação e organização dos

laboratórios para abrigar as máquinas enviadas pelo Governo Federal. As dificuldades ainda

permanecem com relação à capacitação de profissionais para o uso adequado dos

instrumentos tecnológicos que são colocados à disposição dos estados e municípios.

O Gesac, criado anos depois, em 2002, objetiva a capacitação de pessoas e oferece

ferramentas tecnológicas capazes de promover a inclusão digital, já que há uma grande

necessidade de pessoas capacitadas para o gerenciamento dessas ferramentas tecnológicas de

informação e comunicação. Mesmo com os programas citados, dispostos no município

pesquisado observa-se ainda a carência de capacitação e uso das tecnologias digitais com

finalidades pedagógicas.

2.3 Educação como mola propulsora para o desenvolvimento da Sociedade da

Informação

É patente que a educação é um elemento indispensável na construção do saber, uma

vez que esta garante ao indivíduo condições de mudanças, de liberdade, de agir, enfim, de ter

uma vida mais digna, mais justa, contribuindo para o desenvolvimento do capital intelectual

de uma Nação.

Viver na sociedade da informação e ser um indivíduo portador de liberdade e

autonomia requer do indivíduo mudanças radicais, dentre elas as tecnológicas que exige,

sobretudo, criatividade e inovação.

Para afirmar, Takahashi (2000, p.71), diz que:

A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Parte considerável do desnível entre indivíduos, organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar inovações.

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Ainda segundo esse autor (2000, p. 71):

Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica.

Pensar na “Sociedade da Informação” é pensar além do uso das tecnologias, do usar

corriqueiramente, de ter um simples acesso às tecnologias digitais, mas considerar os recursos

tecnológicos oferecidos como possibilidades de construção de conhecimentos e de cidadania.

É preciso, acima de tudo, criar competências para a utilização dos meios tecnológicos com

fluência e criatividade, baseando-se no ideário da escola atual que é a construção da sociedade

do conhecimento e da informação.

Teixeira e Marcon (2009, p. 42), explicam melhor o significado de Inclusão Digital.

Nesse sentido, eles relatam que:

Inclusão digital não significa o simples acesso ao computador ou à internet, tampouco a reprodução de cursos de cunho profissionalizante, mas, sim, na proposta de atividades que considerem os recursos das novas tecnologias como fomentadores de autonomia e protagonismo. Dessa forma, a inclusão digital aponta para uma dimensão que privilegia a forma de acesso, não somente o acesso em si, e que tem como base e finalidade a construção e a vivência de uma cultura de rede como elementos fundamentais para o exercício da cidadania na sociedade contemporânea.

Verifica-se, então, que na visão dos autores acima citados, o processo educativo inclui

na atualidade a inclusão digital como um elemento fundamental para o desenvolvimento

educacional relativamente significativo. Para tanto, a informatização tem assumido papel

importante na ampliação do acesso à informação e ao conhecimento, possibilitando que a

sociedade se apodere de uma grande defesa para a própria sobrevivência que é o

conhecimento construído. Para Piconez (2006, p. 39 apud PALÁCIO, 2006, p. 46) esse

conhecimento “se transforma no centro da competitividade e na principal riqueza da

sociedade contemporânea”.

Sabemos, contudo, que apesar de toda disponibilidade de equipamentos tecnológicos

nas escolas públicas brasileiras, a inclusão digital não tem sido feita com frequência. Os

laboratórios de informática nas escolas existem, mas na maioria das vezes não funcionam

tecnicamente ou não são utilizados de forma democrática e criteriosa pela comunidade

escolar.

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Com a dificuldade da inclusão digital nas escolas brasileiras, temos um aumento maior

de indivíduos excluídos socialmente, já que “a exclusão digital é uma das muitas formas de

manifestação da exclusão social” Cruz (2004, p.13).

A exclusão social provocada como uma ação contrária à inclusão digital tem

comprovado o aumento constante da desigualdade social existente no país, pois vemos que as

oportunidades de acesso ou mesmo o distanciamento entre os indivíduos que têm condições

de acesso e os que não têm as mesmas condições de acesso tem aumentado substancialmente

e “tende a aumentar, em momentos como esse de acentuada inovação tecnológica”. Corso

(2007, p. 21).

Teixeira e Marcon (2009, p.36)

Numa sociedade marcada pela presença das tecnologias, o acesso à internet torna-se elemento fundamental de inclusão social. Entretanto, é necessário que se reconheça que, em razão das grandes desigualdades sociais do Brasil, um número extremamente reduzido de indivíduos possui acesso domiciliar a esses recursos, sendo a escola o principal, senão o único, espaço de contato com tais meios. É preciso que se reconheça que a falta de acesso à informação referente à utilização de recursos tecnológicos na educação e a pouca infraestrutura disponível nos ambientes educacionais brasileiros são alguns dos fatores que colaboram para a negação desses espaços pelos professores e para a manutenção de situações de exclusão digital dos alunos.

É bem visível que as escolas brasileiras dispõem de uma infraestrutura precária,

tornando-se incapazes de disponibilizar meios de acessos às ferramentas tecnológicas. Essa

incapacidade faz com que a cada dia a distância entre inovações tecnológicas e profissionais

de educação aumente, provocando assim, a negação à inclusão digital pela escola, já que são

poucos os indivíduos que dispõem dessas ferramentas para seu próprio uso.

A inclusão digital no Brasil tem se tornado um direito básico ao cidadão com o

advento do Programa Sociedade da Informação, instituído por meio do Decreto 3.294 de 15

de dezembro de 1999 cujo objetivo era:

Integrar, coordenar e fomentar ações para a utilização de tecnologias de informação e comunicação, de forma a contribuir para que a economia do país tenha condições de competir no mercado global e, ao mesmo tempo, contribuir para a inclusão social de todos os brasileiros na nova sociedade.

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) vêm ganhando espaço no

setor educacional, com fortes expectativas de melhorias para a economia do país em curto

prazo. Sabemos que, em momento de expansão tecnológica, a educação não pode negar ou

simplesmente ignorar o que se passa fora da escola, já que é indispensável a utilização de

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tecnologias digitais para a inovação e interação com o mundo. Contudo, se faz

imprescindível a inclusão de todos, tanto digitalmente quanto socialmente.

Para isso, Moran (2007, p. 39) diz que

Uma educação inovadora se apóia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que servem de guia e de base. As tecnologias favorecem mudanças, mas os eixos são como diretrizes fundamentais para construir solidamente os alicerces dessas mudanças. As bases ou eixos principais de uma educação inovadora são o conhecimento integrador e inovador; o desenvolvimento de autoestima/autoconhecimento; a formação do aluno empreendedor; a construção do aluno-cidadão, e o processo flexível e personalizado.

É bem visível que o favorecimento de uma educação inovadora requer muito mais do

que simplesmente querer ou utilizar as Tecnologias da informação e comunicação, é preciso

olhar com sentido inovador, agir de forma flexível e transformadora.

2.4 Procedimentos metodológicos

A metodologia escolhida para a realização deste trabalho baseia-se em pesquisa

aplicada, buscando no campo, informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho

através de entrevista e questionário. Utilizaram-se os procedimentos bibliográficos e

documentais como referenciais teóricos e estudo de campo junto à Secretária Municipal de

Educação, um grupo de professores da Rede municipal de ensino e um grupo de alunos, para

obtenção de material real e apropriado para análise e desenvolvimento do trabalho. Por fim,

utilizaremos a pesquisa qualitativa e quantitativa para a abordagem do problema e análise

crítica e finalização concreta do trabalho. Assim, verificamos após coleta de dados se há

utilização dessas ferramentas na mediação entre indivíduo e conhecimento.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE DA PESQUISA 3.1 Apresentação

Mediante objetivo proposto no trabalho, a pesquisa visou investigar como ocorre o

processo de inclusão digital na rede municipal de Ensino de Cabaceiras-PB, especificamente,

nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

O campo de pesquisa ficou composto por 100% (cem por cento) das escolas

municipais no Ensino Fundamental nas séries iniciais, são: E.M.E.F. Maria Neuly Dourado –

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zona urbana, E.M.E.F. João Francisco da Motta (zona urbana - área de assentamento),

E.M.E.F. Inácio Gomes Meira (zona rural) e E.M.E.F. Ricardo José de Araújo (zona rural).

A distribuição de aplicação dos questionários foi a seguinte:

Tabela 01: Distribuição de alunos, professores e diretores pesquisados por escola

Escola pesquisada

Nº de alunos

matriculados no Ens.

Fund.

Nº de alunos

pesquisados (30%)

Faixa etária

Nº de professores da escola

Nº de professore

s pesquisad

os (50%)

Nº de diretores da escola

Nº de diretores ou responsável pesquisados

(100%)

E.M.E.F. Maria Neuly Dourado

262 79 Entre 07 e 13 anos

12 6 2 2

E.M.E.F. João Francisco da Motta

59 17 Entre 8 e 13 anos

4 2 1 1

E.M.E.F. Inácio Gomes Meira

48 15 Entre 08 e 13 anos

4 2 1 1

E.M.E.F. Ricardo José de Araújo

18 5 Entre 10 e 13 anos

2 1 1 1

TOTAL 387 116 - 22 11 05 05 Fonte: Secretaria Municipal de Educação (2011)

Os questionários foram aplicados individual e pessoalmente pelo

pesquisador/entrevistador no intervalo de 02(duas) semanas.

3.2 Resultado e análise dos dados

As tabelas abaixo contêm os resultados das entrevistas feitas, através de questionários

com os diretores escolares, contendo 15 questões; professores, contendo 20 questões e alunos,

contendo 12 questões. Todas as questões estão relacionadas à inclusão digital no município já

citado.

Tabela 02: Levantamento de laboratórios de informática existentes nas escolas municipais

Questão 1 Escola Respostas Diretor escolar

Professor % Aluno (a)

%

A Escola possui Laboratório de Informática?

E.M.E.F.M.N.D Sim 02 06 100% 54 68%

Não 00 00 00% 15 19%

Não sei 00 00% 10 13%

E.M.E.F.J.F.M Sim 01 02 100% 17 100%

Não 00 00 00% 00 00%

Não sei 00 00% 00 00%

E.M.E.F.I.G.M. Sim 01 02 100% 10 67%

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Não 00 00 00% 03 20%

Não sei 00 00% 02 13%

E.M.E.F.R.J.A. Sim 01 01 100% 05 100%

Não 00 00 00% 00 00%

Não sei 00 00% 00 00%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Na tabela 02, verifica-se que todos os diretores entrevistados responderam

positivamente à existência de laboratário na escola em que trabalha, 100% dos professores e

74% do total de alunos afirmaram que a escola tem laboratório de informática. Já 16% desse

total de alunos afirmaram a inexistência do laboratório e 10% não sabem da existência.

Tabela 03: Levantamento sobre a existência de rede de internet nos laboratórios pesquisados

Questão 2

Escola

E.M.E.F.M.N.D. E.M.E.F.J.F.M. E.M.E.F.I.G.M. E.M.E.F.R.J.A.

Possui rede de Internet ? sim não sim não

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Questionamento 2, feito somente aos diretores escolares. 03(três) afirmam possuir rede

de internet no laboratório e, apenas 02(dois) afirmam não ter rede de internet em sua escola.

Tabela 04: Sobre instalação dos computadores e financiador do programa

Questões 3 e 4 Escola

E.M.E.F.M.N.D. E.M.E.F.J.F.M. E.M.E.F.I.G.M. E.M.E.F.R.J.A.

Quando foi instalado o Laboratório? Quantos computadores foram instalados inicialmente?

Qual Programa do Governo financiou o Laboratório?

Em 2011 Em 2010 Em 2010 Em 2009

17 computadores 5 computadores 5 computadores 5 computadores

ProInfo Urbano

ProInfo Rural

ProInfo Rural

ProInfo Rural

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Em questionamentos feitos aos diretores escolares, todos afirmam que os

computadores foram financiados pelo ProInfo rural e urbano e foram instalados entre 2009 e

2011.

Acrescentaram ainda que desde a instalação dos computadores, nenhum outro foi

adquirido. E de todos os computadores instalados anteriormente, nem todos estão em

funcionamento.

Tabela 05: Acesso aos computadores

Questão 7 Escola/quantidade

E.M.E.F.M.N.D. E.M.E.F.J.F.M. E.M.E.F.I.G.M. E.M.E.F.R.J.A.

Alunos 02 Alunos 00 Alunos 01 Alunos 01

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13

Quais usuários têm acesso?

Professores 02 Professores 01 Professores 01 Professores 01

Funcionários 02 Funcionários 00 Funcionários 01 Funcionários 00

Comunidade em geral 02

Comunidade em geral

00 Comunidade em geral

01 Comunidade em geral

01

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

No questionamento feito aos diretores escolares, através de questão aberta, obtivemos

o seguinte resultado: em 03(três) escolas, os computadores são utilizados por alunos,

funcionários, professores e comunidade em geral. Em uma escola, os computadores são

utilizados apenas por professores.

Quando perguntamos com qual finalidade o (s) computador (es) é (são) utilizado(s),

obtivemos os seguintes resultados: 50% (cinquenta por cento) das escolas disseram que os

computadores são utilizados apenas para digitação de trabalhos e 80% (oitenta por cento)

afirmaram que são utilizados para acessar conteúdo educativo em sites de busca para auxiliar

nas atividades escolares.

A utilização pelos alunos é bem diversificada, concentrando-se a maior parte no

acesso a conteúdo. Mas, em duas escolas da zona rural 100% dos alunos pesquisados dizem

não ter acesso a computadores.

Tabela 06: Sobre o técnico de informática e sua atuação

Questões 9, 10 e 11 Escola

Existe(m) técnico(s) responsável (is) pelo Laboratório?

E.M.E.F.M.N.D. E.M.E.F.J.F.M. E.M.E.F.I.G.M. E.M.E.F.R.J.A.

Sim Não Sim Sim (Se existe) tem qualificação? Qual?

Técnico em informática

Não respondeu Não respondeu Técnico em informática

Que atribuições tem esse(s) profissional (is) nessa escola?

Instalação e manutenção

Não respondeu Não respondeu Instalação e manutenção

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quando indagamos sobre a existência de técnico de laboratório, 04 (quatro) diretores

afirmam ter, e uma diz que não tem esse profissional na escola. Com relação à qualificação e

atribuições profissionais do técnico, dizem ter técnico em informática e sua função é a

instalação e manutenção dos computadores.

Já em outro questionamento feito sobre essa manutenção realizada nos laboratórios,

diretores responderam que o custeio é pela Secretaria de Educação do Municipio de

Cabaceiras, através de prestação de serviços do técnico de informática, quando é solicitada.

Tabela 07: Quanto ao incentivo oferecido aos professores Questão 13 Escola Respostas.

A escola tem incentivado os professores a se E.M.E.F.M.N.D.

Sim, fazendo percerias com o SENAI

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capacitarem para utilizarem as ferramentas tecnológicas como instrumento de inclusão digital? Se sim, de que forma?

E.M.E.F.J.F.M. Não

E.M.E.F.I.G.M. Sim, repasse de conhecimentos.

E.M.E.F.R.J.A. Sim

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quanto ao incentivo dado aos professores para o aprimoramento pessoal para o uso de

tecnologias, 20% (vinte por cento) dizem não ter, devido os computadores não estarem em

pleno funcionamento. Enquanto que as outras 04(quatro), 80% (oitenta por cento) dizem

incentivar repassando seus conhecimentos na área e ofertando curso através de parcerias.

Tabela 08: Oportunidade e importância da inclusão digital

Questões 14 e 15

Escola/Respostas.

E.M.E.F.M.N.D. E.M.E.F.J.F.M. E.M.E.F.I.G.M. E.M.E.F.R.J.A.

Em sua opinião, essa escola oportuniza a inclusão digital e social dos alunos e profissionais?

Sim

Não

Sim, apoiando a utilização.

Sim, favorecendo o acesso

Para você que importância tem a inclusão digital na contemporaneidade?

Podemos ser incluído

socialmente

Podemos ser incluído

socialmente

“É bastante significativa”

Indispensável

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Nos últimos questionamentos feitos aos diretores escolares, indagamos sobre a

oportunidade de inclusão digital oferecida pela escola e sua importância na

contemporaneidade. 01(uma) diz não oportunizar a inclusão digital por não terem espaço

adequado e laboratório em pleno funcionamento para tal evento e por fim 04(quatro)

acreditam que a inclusão digital, como indispensável atualmente, possibilita a aquisição de

novos conhecimentos e também oportuniza a inclusão social.

Tabela 09: Levantamento sobre a existência de computadores e internet nas casas dos alunos e dos

professores Questão 1 Escola Respostas Quant.

Prof. % Quant

alunos %

Você tem computador e internet em casa?

E.M.E.F.M.N.D.

Tenho computador e internet 04 67% 23 29% Tenho apenas computador 00 00% 08 10% Não tenho 02 33% 48 61%

E.M.E.F.J.F.M.

Tenho computador e internet 01 50% 00 00% Tenho apenas computador 00 00% 00 00% Não tenho 01 50% 17 100%

E.M.E.F.I.G.M.

Tenho computador e internet 01 50% 03 20% Tenho apenas computador 01 50% 00 00% Não tenho 00 00% 12 80%

E.M.E.F.R.J.A.

Tenho computador e internet 00 00% 00 00%

Tenho apenas computador 00 00% 00 00% Não tenho 01 100% 05 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

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Perguntamos aos professores e alunos se têm computador e internet em casa. Em 02

(duas) escolas, 100% (cem por cento) dos alunos não possuem e nas outras (02) duas, mais de

60% (sessenta por cento) dos alunos também não possuem computador, nem internet em casa.

Já os professores , apenas em 01(uma) escola não possuem, enquanto que nas demais 50%

(cinquenta por cento) ou mais dos professores possuem computadores e internet.

De todos os alunos e professores que não dispõem dos equipamentos, a maioria dos

alunos disseram não terem acesso a computadores, com exceção de 01(uma) escola

(E.M.E.F.M.N.D.), que a maioria dos alunos acessam em casa de parentes ou amigos,

laboratório de ponto de cultura, lan house e telecentros comunitários. Os professores, em sua

maioria dizem não ter acesso a computadores.

Tabela 10: Dificuldades e facilidades de utilização das tecnologias pelos professores

Questão 3 Escola Respostas Quant %

Tens dificuldades em utilizar tecnologias no geral?

E.M.E.F.M.N.D.

Tenho facilidade em utilizar 01 17%

Tenho limitações 04 66%

Não sei utilizar 01 17%

E.M.E.F.J.F.M.

Tenho facilidade em utilizar 00 00%

Tenho limitações 02 100%

Não sei utilizar 00 00%

E.M.E.F.I.G.M.

Tenho facilidade em utilizar 01 50%

Tenho limitações 01 50%

Não sei utilizar 00 00%

E.M.E.F.R.J.A.

Tenho facilidade em utilizar 00 00%

Tenho limitações 01 100%

Não sei utilizar 00 00%

Questão 4 Escola Respostas Quant %

Considera-se preparado(a) para utilizar tecnologias na sua prática docente?

E.M.E.F.M.N.D. Sim 04 66%

Não 02 34%

E.M.E.F..F.M. Sim 00 00%

Não 02 100%

E.M.E.F.I..M. Sim 01 50%

Não 01 50%

E.M.E.F.RJ.A. Sim 00 00%

Não 01 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quanto às dificuldades e preparo para a utilização de tecnológias na prática docente os

professores de 02(duas) escolas, 100% (cem por cento) dizem ter limitações e não se

consideram de forma alguma preparados para a utilização desses instrumentos. Enquanto que,

em 02(duas) escolas, mais de 50% (cinquenta por cento) acreditam que estão preparados,

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mesmo tendo limitações, mas há também professores que têm facilidades na utlizaçãos desses

recursos tecnológicos.

Na questão utilização de computadores no auxilio pedagógico, 18% (dezoito por

cento) dizem utilizar computadores para auxiliar suas aulas, 45% (qaurenta e cinco por cento)

não utilizam por não terem acesso ou limitações para o uso e 37% (trinta e sete por cento) às

vezes utilizam, mas somente para pesquisas pedagógicas.

Tabela 11: Acesso e utilização de computadores pelos professores

Questão 7 Escola Respostas Quant %

A escola dispõe de computadores para utilização por parte dos professores?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim 03 50%

Não 03 50%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim 02 100%

Não 00 00%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim 02 100%

Não 00 00%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim 01 100%

Não 00 00%

Não 00 00%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quanto à disponibilidade de computadores para a utilização por parte dos professores,

todos dizem que as escolas dispõem de computadores para serem utilizados pelos

professores, mas ao mesmo tempo a maioria, 67% (sessenta e sete por centos) dos professores

da E.M.E.F.M.N.D alegam que os computadores não são de fácil disponibilidade para eles.

Tabela 12: Infraestrutura dos laboratórios

Questão 10 Escola Respostas Quant %

A escola dispõe de infraestrutura para o ensino satisfatório das aulas no laboratório de informática?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim 00 00%

Não 00 00%

Em parte 06 100%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim 00 00%

Não 02 100%

Em parte 00 00%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim 00 00%

Não 01 50%

Em parte 01 50%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim 00 00%

Não 00 00%

Em parte 01 100%

Questão 11 Escola Respostas Quant %

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Você utiliza o laboratório de informática da escola para trabalhar com seus alunos? Com que freqüência?

E.M.E.F.M.N.D.

Eventualmente 00 00%

Não utilizo 06 100%

E.M.E.F.J.F.M.

Eventualmente 00 00%

Não utilizo 02 100%

E.M.E.F.I.G.M.

Eventualmente 01 50%

Não utilizo 01 50%

E.M.E.F.R.J.A.

Eventualmente 00 00%

Não utilizo 01 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Em relação à infraestrutura da escola para o ensino satisfatório das aulas no

laboratório e a utilização para trabalhar com alunos, os professores dizem utilizar

eventualmente. Em apenas em 01(uma) escola da zona rural (E.M.E.F.I.G.M.) é que os alunos

correspondem às expectativas da inclusão digital. Nas demais, 03 (três) o laboratório não é

utilizado em momento nenhum. Afirmam ainda que as escolas não têm infraestrutura

satisfatória, mas que em parte já está iniciado por já terem os equipamentos.

Tabela 13: Conhecimento de softwares pelos professores

Questão 13 Escola Respostas Quant %

Você tem conhecimento de algum software educativo que pode colaborar com o desenvolvimento de atividades pedagógicas? Qual(is) ?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim 02 33%

Não 04 67%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim 00 00%

Não 02 100%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim – oferecidos pelo MEC 01 50%

Não 01 50%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim 00 00%

Não 01 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Quando perguntamos sobre o conhecimento que os professores tem sobre software

educativos, em 02 (duas) escolas dizem não conhecer nenhum software e, em 02(duas)

escolas, menos de 50% (cinquenta por cento) dizem conhecer apenas os softwares

disponibilizados pelo MEC.

Quando perguntamos, o que está faltando para uma maior e melhor acessibilidade às

tecnologias digitais, como ferramentas de auxilio pedagógico nessa escola, quase

unanimemente dizem que falta capacitação para professores, já outros afirmam que falta

disponibilidade de equipamentos e/ou espaço (E.M.E.F.M.N.D. e E.M.E.F.I.G.M.) Os

mesmos professores dizem ainda que falta conscientização dos profissionais sobre a

importância do uso das tecnologias digitais.

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Tabela 14: capacitação dos professores

Questão 15 Escola Respostas Quant %

Você passou por alguma capacitação que auxiliasse na utilização de tecnologias digitais na escola? Há quanto tempo?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim – entre 2 e 5 anos 02 33%

Sim - entre 5 e 10 anos 02 33%

Não fez nenhuma capacitação 02 33%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim – entre 2 e 5 anos 01 50%

Sim - entre 5 e 10 anos 00 00%

Não fez nenhuma capacitação 01 50%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim – entre 2 e 5 anos 01 50%

Sim - entre 5 e 10 anos 00 00%

Não fez nenhuma capacitação 01 50%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim – entre 2 e 5 anos 01 100%

Sim - entre 5 e 10 anos 00 00%

Não fez nenhuma capacitação 00 00%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Mais de 50% (cinquenta por cento) dos professores respondentes que já participaram

de capacitação, há menos de 05(cinco) anos.

Em outro questionamento: Considera importante a participação dos professores em

cursos e oficinas que possam auxiliar e orientar quanto à utilização dos recursos digitais? Por

quê? 100% (cem por cento) consideram importante a participação de professores em cursos e

oficinas que tenham como objetivo a inovação tecnológica, com sua devida utilização. Mas, o

surpreendente é que todos os professores de 01(uma) escola dizem não receber da escola em

que trabalham esse apoio para a inovação tecnológica.

Tabela 15: Entendimeno sobre inclusão digital pelos professores

Questão 18 Escola Respostas Quant %

O que entende por Inclusão Digital?

E.M.E.F.M.N.D.

Democratização das tecnologias atuais 03 50%

Necessidade de aprender utilizar computadores 00 00%

Inclusão do indivíduo na sociedade da informação 03 50% Tecnologia para o desenvolvimento do professor 00 00%

E.M.E.F.J.F.M.

Democratização das tecnologias atuais 00 00%

Necessidade de aprender utilizar computadores 02 100% Inclusão do indivíduo na sociedade da informação 00 00%

Tecnologia para o desenvolvimento do professor 00 00%

E.M.E.F.I.G.M.

Democratização das tecnologias atuais 00 00%

Necessidade de aprender utilizar computadores 01 50% Inclusão do indivíduo na sociedade da informação 01 50%

Tecnologia para o desenvolvimento do professor 00 00%

Democratização das tecnologias atuais 00 00% Necessidade de aprender utilizar computadores 00 00%

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E.M.E.F.R.J.A. Inclusão do indivíduo na sociedade da informação 00 00% Tecnologia para o desenvolvimento do professor 01 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Através de questões abertas, indagamos sobre o que entendem por inclusão digital,

assim responderam: democratização das tecnologias atuais, necessidade de aprender utilizar

computadores e inclusão do indivíduo na sociedade da informação. Sendo que a maioria

informou ser a inclusão do indivíduo na sociedade da informação.

Tabela 16: Possibilidade de inclusão digital na escola na visão do professor

Questão 19 Escola Respostas Quant. %

Em sua opinião, há inclusão digital na escola, na qual você trabalha?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim 01 17%

Não 04 66%

Tem inicio 01 17%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim 00 00%

Não 02 100%

Tem inicio 00 00%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim 00 00%

Não 01 50%

Tem inicio 01 50%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim 01 100%

Não 00 00%

Tem inicio 00 00%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Para os professores pesquisados, as escolas nas quais trabalham não há inclusão

digital, já que os equipamentos não estão disponíveis e não há também professores

capacitados para o uso frequente e adequado dos instrumentos tecnológicos. Segundo

pesquisa, acredita-se que a inclusão digital na contemporaneidade favorece o exercício da

cidadania, a aquisição de conhecimentos e melhorias do ensino e da aprendizagem.

Tabela 17: Frequência de utilização de internet pelos alunos

Questão 4 Escola Respostas Quant %

Com que frequência você acessa internet?

E.M.E.F.M.N.D.

todos os dias 8 10%

algumas vezes na semana 57 74%

não possuo acesso 14 16%

E.M.E.F.J.F.M.

todos os dias 00 00%

algumas vezes na semana 00 00%

não possuo acesso 17 100%

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E.M.E.F.I.G.M.

todos os dias 00 00%

algumas vezes na semana 11 73%

não possuo acesso 04 27%

E.M.E.F.R.J.A.

todos os dias 00 00%

algumas vezes na semana 00 00%

não possuo acesso 05 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Ao questionar os alunos sobre o acesso à internet e sua frequência, 100% (cem por

cento) dos alunos de 02(duas) escolas dizem não ter acesso de forma alguma, já uma média de

73% (setenta e três por cento) dos alunos das outras 02 (duas) escolas (E.M.E.F.M.N.D. e

E.M.E.F.R.J.A.) dizem ter acesso algumas vezes na semana. Quando indagamos sobre a

orientação para a devida utilização, a maioria diz não receber orientação, mas uma parte diz

que recebe orientação dos pais ou amigos.

Tabela 18: Frequência de utilização do laboratório de informática pelos alunos

Questão 7 Escola Respostas Quant. %

Com que frequência você utiliza o laboratório de informática da escola?

E.M.E.F.M.N.D.

todos os dias 00 00%

algumas vezes 29 36%

não utilizo 50 64%

E.M.E.F.J.F.M.

todos os dias 00 00%

algumas vezes 00 00%

não utilizo 17 100%

E.M.E.F.I.G.M.

todos os dias 00 00%

algumas vezes 09 60%

não utilizo 06 40%

E.M.E.F.R.J.A.

todos os dias 00 00%

algumas vezes 00 00%

não utilizo 05 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Com as perguntas feitas aos alunos: “Com que frequência você utiliza o laboratório

de informática da escola?” e “Se utiliza, quem acompanha e orienta o acesso?” 100% (cem

por cento) dos alunos de 02(duas) escolas dizem não ter acesso ao laboratório da escola. Nas

demais escolas, aproximadamente 50% (cinquenta por cento) dizem que utilizam algumas

vezes e para 52% (cinquenta e dois por cento) a orientação é feita pelo professor e 37%(trinta

e sete por cento) não recebem orientação e 11% (onze por cento) recebem orientação por parte

do gestor ou pelo técnico de informática.

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Tabela 19: Conhecimento dos alunos sobre inclusão digital

Questão 10 Escola Respostas Quant % Alguém (pais, professor (a), gestor ....) já conversou com você sobre Inclusão Digital?

E.M.E.F.M.N.D.

Sim 34 43%

Não 45 57%

E.M.E.F.J.F.M.

Sim 00 00 Não 17 100%

E.M.E.F.I.G.M.

Sim 05 34% Não 10 66%

E.M.E.F.R.J.A.

Sim 05 100% Não 00 00%

Fonte: Dados da pesquisa (2011)

Em torno de 80% (oitenta por cento) disseram que nunca ouviram falar sobre inclusão

digital, mas 95 % (noventa e cinco por cento) acreditam que as tecnologias digitais podem

ajudar muito no aprendizado dentro da escola.

Finalmente, perguntamos se após as informações recebidas do

pesquisador/entrevistador e as informações dadas por eles mesmos, se os próprios se sentem

incluídos no meio tecnológico? E por quê? Em torno de 43% (quarenta e três por cento)

responderam que não se sentem incluídos digitalmente, 27% (vinte e sete por cento) se sentem

um pouco incluídos por já saberem “mexer” no computador e 30% (trinta por cento) se sente

incluídos por terem acesso a computador e à internet e já saberem usar.

Ao longo dos questionamentos feitos, percebem-se contradições quanto às respostas

diretor/professor/alunos, principalmente, quando se refere ao acesso aos computadores da

escola pelos alunos, professores e comunidade e incentivo aos profissionais e aos alunos para

a utilização das tecnologias digitais.

A rede municipal de ensino pesquisada dispõe de equipamentos tecnológicos capazes

de favorecer a inclusão digital, embora se tenha quantidade insuficiente para a quantidade de

alunos e professores existentes em cada escola, principalmente, na zona urbana. Mesmo

assim, não há uso contínuo dessas ferramentas tecnológicas na perspectiva da inclusão digital.

Sendo assim há a necessitando de um olhar especial dos gestores para o incentivo e

disponibilidade dos equipamentos e a capacitação adequada dos profissionais para o uso

efetivo e significativo das tecnologias disponíveis para os alunos e para a comunidade em

geral.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os avanços tecnológicos têm provocado mudanças rápidas na sociedade

contemporânea, exigindo novas adaptações da sociedade. Assim, a escola também tem

passado pelas exigências de adaptação às transformações tecnológicas para que possa mais

rapidamente qualificar e tornar os indivíduos aptos, principalmente para o mercado de

trabalho que por sua vez tem se mostrado mais preparado para o uso dessas tecnologias.

A tentativa de inclusão digital nas escolas ainda não tem sido bem definida, já que não

se tem uma finalidade didático-pedagógica clara, contudo, a escola precisa refletir sobre

inclusão social e utilizar as tecnologias digitais como forma de propor à sociedade uma

diversidade de alternativas que possa torná-la incluída, também socialmente.

A ideia principal é que as políticas públicas, as escolas em particular e seus

profissionais se conscientizem, incentivem e disponibilizem as tecnologias digitais existentes

nos laboratórios de informática das escolas para que os docentes e discentes possam utilizar

no seu cotidiano escolar com mais adequação e qualidade.

A mediação feita através de tecnologias digitais na escola requer entendimento e

reflexão antecipada sobre a realidade que deve ser trabalhada, mas para isso é urgente e

necessário a formação de profissionais que possam trabalhar com esses instrumentos

pensando no benefício a ser percebido pela sociedade.

Como o município pesquisado se inclui no processo ativo de exclusão digital,

pretendemos mostrar a importância de refletir e repensar a inclusão digital, utilizando-a como

ferramenta capaz de redefinir uma nova forma de educação e tornar o indivíduo sujeito do seu

processo de aprendizagem.

As pesquisas mostraram que todas as escolas pesquisadas dispõem de ferramentas

tecnológicas básicas para uso com enfoque pedagógico, mas em sua maioria estão sem uso

por falta de incentivo, infraestrutura ou até mesmo por falta de preparação para a utilização

dessas tecnologias na prática docente.

Os resultados baseados nos questionários aplicados apontam grandes necessidades das

escolas municipais repensarem a utilização dos instrumentos tecnológicos de forma

pedagógica e compartilhada para que possam sair da margem da exclusão digital. Assim será

possível um novo olhar rumo ao desenvolvimento de uma sociedade mais valorizada e menos

alienada.

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REFERÊNCIAS

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* Íris do Céu Alves Feitosa - Professora das séries iniciais, com Licenciatura em Pedagogia (UEPB); Especialização em Psicopedagogia – Furne/Unipê, Professora das séries iniciais do Ensino Fundamental na rede municipal de ensino – Cabaceiras-PB; Coordenadora de Polo UAB convênio MEC/Capes/UFPB/Cabaceiras-PB. E-mail: [email protected]