inclusão dos alunos das comunidades ciganas nas escolas portuguesas

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  • 1. Incluso dos alunos das comunidades ciganasnas escolas portuguesasJorge Manuel Marques PereiraO meu estudo debruou-se sobre a incluso das crianas e jovens das comunidades ciganas no sistemade ensino portugus e as estratgias que este sistema usa, no mbito de uma poltica de educaointercultural, que permitam fazer face a uma incluso efectiva destes alunos, permitindo-lhes alcanar osucesso acadmico em vez de serem continuamente referidos como alunos que alcanam resultadosinferiores mdia nacional. No entanto, esta incluso continua a enfrentar algumas dificuldades.De um modo geral, tem-se observado que o sistema de ensino portugus no tem sido capaz de lidarcom a escolarizao das crianas e jovens pertencentes s comunidades ciganas de um modo positivo.Os indicadores disponveis apresentam uma percentagem elevada de absentismo e de desistncia porparte destes alunos, relativamente mdia nacional.A parte emprica do trabalho baseou-se num estudo de caso que decorreu em Coimbra, onde os alunospertencentes s comunidades ciganas apresentam uma taxa de desistncia alta e a taxa de diplomaocaracteriza-se por ser inferior mdia nacional. Atravs da ligao que foi estabelecida com entidadespblicas e projectos que intervm no campo da incluso de jovens, designadamente ao ProgramaEscolhas e aos Programas Renovar Origens e Trampolim, foi possvel estabelecer uma aproximao maisintensa e mais rigorosa relativamente realidade sobre a incluso das crianas e jovens dascomunidades ciganas nas escolas portuguesas. Estes dois projectos foram seleccionados devido ao bomdesempenho e ao sucesso que tm obtido junto das comunidades e dos utentes aos quais prestamapoio.Para obter uma viso mais detalhada sobre a opinio dos professores relativamente aos alunospertencentes s comunidades ciganas e aplicao de estratgias aplicadas no domnio da educaointercultural em contexto de sala de aula, foram aplicados inquritos nas escolas parceiras dos projectossupracitados, junto dos docentes que a leccionam.O quadro 1 ilustra o nmero total de alunos matriculados no sistema de ensino portugus, em PortugalContinental e no concelho de Coimbra (local do estudo), nos anos letivos de 1992/1993 a2000/2001. Quadro 1 Nmero de Alunos Nacionais, No Lusos e Pertencentes s ComunidadesCiganas Matriculados na Escola nos Anos Letivos de 1992/1993 a 2000/2001Portugal Continental Concelho de Coimbra Ano Lectivo TotalNo %Cigano % Total No % Ciganos % LusossLusos 1992/19931408372917356,514280 0,323249 820 3,5350 0,22 1993/19941452074750585,174499 0,31 24873 519 2,0954 0,22 1994/19951423173936686,584936 0,35 24423 789 3,2359 0,24 1995/19961342356979727,3 5098 0,38 223961030 4,6 45 0,2 1996/19971321180906376,865466 0,41 21179 866 4,0956 0,26 1997/19981300978920637,085929 0,46 20394 892 4,3791 0,45 1998/19991271271859366,766306 0,518705 895 4,7897 0,52 1999/20001239695550234,444300 0,35 17934 587 3,2760 0,33 2000/20011197988457833,824623 0,39 16575 406 2,4599 0,6Fonte: Base de Dados EntreculturasA anlise comparativa entre os vrios anos letivos em referncia neste quadro, permite-nos verificar queo nmero de alunos pertencentes s comunidades ciganas, no concelho de Coimbra, nunca atingiu acentena e tem uma expresso quantitativa quase insignificante no universo de estudantes do EnsinoBsico e Secundrio neste concelho.

2. A partir do ano letivo de 1997/1998, o nmero de alunos deste grupo tnico, registou um aumento,tanto a nvel nacional, como a nvel do Concelho de Coimbra. Este fato poder estar relacionado com aLei 19/96, de 29 de Junho, que instituiu o Rendimento Mnimo Garantido.Ao longo dos anos letivos analisados, a grande maioria das matrculas das crianas e jovenspertencentes s comunidades ciganas, concentram-se apenas no ensino bsico, no se registando nodistrito de Coimbra matrculas no Ensino Secundrio.Quadro 2 Taxa de Desistncia de Alunos Nacionais, No Lusos e Pertencentes ao Grupotnico Cigano em Portugal Continental e no Concelho de Coimbra Entre os Anos Letivosde 1992/1993 e 2000/2001 (%)Portugal Continental Concelho de CoimbraAno LectivoTotalNo Lusos Ciganos TotalNo LusosCiganos 1992/1993 0,94,8 4 -0,1 0,710 1993/1994 1,13,90,51,14,1 14,3 1994/1995 1,65,93,10,95,82,6 1995/1996 3,3 11,43,8 516,121 1996/19973 7,94,71,25,3-2 1997/1998 3,4 15,43,23,313 6,5 1998/1999 2,98,15,91,15,8 9 1999/2000 3,19,8 9 1,49,215 2000/2001 3,410 7,71,99,67,3Fonte: Base de Dados EntreculturasRelativamente taxa de desistncia, podemos verificar atravs do quadro 2, que, no que concerne aosalunos provenientes das comunidades ciganas, este indicador variou entre os 0,5%, no ano letivo de1993/1994 e os 9% em 1999/2000 a nvel de Portugal Continental. No concelho de Coimbra, o valormnimo encontrado foi de 2,6%, no ano letivo de 1994/1995 e o mximo de 21%, registado no ano letivode 1995/1996. De referir que no ano letivo de 1996/1997, a taxa de desistncia foi negativa, o quesignifica que se registaram algumas entradas de crianas e jovens das comunidades ciganas nosestabelecimentos de ensino. Constatamos que o grupo, a nvel nacional que apresenta as maiores taxasde desistncia, o grupo dos alunos No Lusos no qual esto includos os ciganos em qualquer dosanos analisados.Quadro 3 Taxa de Diplomao do Total de Alunos, Alunos No Lusos e AlunosPertencentes ao Grupo tnico Cigano no Ensino Bsico, em Portugal Continental e no Concelho de Coimbra Entre os Anos Letivos de 1992/1993 e 2000/2001 (%)Portugal Continental Concelho de CoimbraAno LectivoTotalNo Lusos Ciganos TotalNo LusosCiganos 1992/199388,7 87,666,591,1 88,9 50,0 1993/199493,1 90,262,195,0 88,0 50,0 1994/199589,0 87,053,090,0 90,0 67,0 1995/199688,0 85,054,090,0 90,0 58,0 1996/199787,0 84,049,088,0 87,0 50,0 1997/199888,0 85,057,091,0 92,0 80,0 1998/199985,0 87,070,088,0 92,0 82,0 1999/200084,0 87,075,088,0 92,0 88,0 2000/200182,0 86,079,087,0 94,0 73,0Fonte: Base de Dados EntreculturasA percentagem de alunos que se graduaram nos estabelecimentos de ensino frequentados -nos dadapela taxa de diplomao. Uma vez que no se verificou a existncia de alunos pertencentes scomunidades ciganas matriculados no ensino secundrio no distrito de Coimbra, a nossa ateno nestedistrito e, mais concretamente no concelho de Coimbra, foca-se apenas ao nvel do ensino bsico.A taxa de diplomao entre os alunos a nvel nacional variou entre os 82% no ano letivo de 2000/2001 eos 93,1% no ano letivo de 1993/1994. J em relao aos alunos pertencentes s comunidades ciganas 3. verificamos que os valores mnimos e mximos variaram entre os 49% no ano letivo de 1996/1997 e os79% no ano letivo de 2000/2001.No concelho de Coimbra, entre os alunos pertencentes s comunidades ciganas, constatamos que ovalor mnimo desta taxa se situa nos 50% e observado em trs anos letivos, dois dos quaisconsecutivos; 1992/1993, 1993/1994 e em 1996/1997. O ano letivo de 1999/2000 registou os valoresmais elevados com 88%.As polticas educativas portuguesas no prevem a forma como as crianas ciganas devem serincorporadas no sistema educativo, uma vez que se faz cumprir o direito de igualdade para todos oscidados portugueses no se encontrando delineadas polticas que assegurem uma incluso bemsucedida nas escolas, onde, na maior parte das vezes, tambm faltam recursos humanos e materiais.A partir dos questionrios que foram colocados nas escolas, 80,8% dos docentes inquiridos j tinhaouvido falar da Educao Interculural. Entre estes professores, 1,9% sentia-se muito mal informadosobre esta temtica; 22,1% sentiam-se mal informados; 26% nem bem nem mal informados; 21,2%sentiam-se bem informados e 1,9% sentiam-se muito bem informados. No entanto, apenas 22% dosprofessores inquiridos j tinham recebido alguma informao neste mbito. Este informao foi obtidade diversas maneiras, (desde pesquisas na net, formao contnua, formao inicial, etc.) no sedestacando nenhuma delas.Como se pode observar no quadro 4, os docentes, na sua maioria, concordam que os professores queensinam diretamente os alunos das comunidades ciganas, necessitam de uma informao e formaoespecficas. Quadro 4 Necessidade de Informao e Formao Especfica Para os Docentes em Educao Intercultural Grau de Concordncia/DiscordnciaFrequncias Percentagem (%)Discorda Totalmente32,9Discorda 54,8No Discorda, Nem Concorda 19 18,3Concorda 46 44,2Concorda Totalmente23 22,1NS/NR87,7Total 104100,0A importncia da formao em Educao Intercultural no apenas para os professores que tm alunosprovenientes das comunidades ciganas nas suas salas de aulas. Os professores que responderam a esteinqurito concordam, na sua maioria (52,9% concordam e 19,2% concordam totalmente), que existe anecessidade de formao para todos os docentes.Os docentes que participaram neste estudo estabeleceram uma relao entre o sucesso escolar dosalunos pertencentes s comunidades ciganas e a aplicao da pedagogia intercultural nas aulas (38,5%concordam e 13,5% concordam totalmente).Verificmos ento que a Educao Intercultural um tema que do conhecimento da maioria dosprofessores que colaboraram no estudo, uma vez que a escola tem acolhido ao longo dos ltimos anosum nmero cada vez maior de alunos de vrias provenincias culturais, alm dos alunos dascomunidades ciganas, refletindo uma enorme diversidade, qual necessrio responder com odesenvolvimento de estratgias diferenciadas. No entanto, os professores que se consideravam beminformados ou muito bem informados constituem ainda uma minoria. Este fato resulta essencialmenteda falta de informao, que assenta essencialmente na carncia de ofertas de aes de formaocontnua nesta rea. No entanto, os professores reconheceram a necessidade de um aprofundamentodos seus conhecimentos, tanto para aqueles que tm alunos das comunidades ciganas nas suas turmas,como para aqueles que no tm. 4. Relativamente questo da integrao dentro da sala de aula, para 80,8% dos professores, os alunosoriundos das comunidades ciganas apresentam dificuldades de incluso escolar, no entanto, apenas67% dos inquiridos diz que estes alunos se encontram desintegrados.Parece existir uma relao entre o nmero de alunos provenientes das comunidades ciganas emcontexto de sala de aula e de turma e as dificuldades sentidas no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Quadro 5 Considera que Quanto Maior for o Nmero de Alunos Ciganos numa Turma Maior a Dificuldade do Processo de Ensino-Aprendizagem?Grau de concordncia/discordnciaFrequnciaPercentagemDiscorda totalmente 4 3,9Discorda 1110,6No discorda, nem concorda 2423,1Concorda 3836,5Concorda totalmente1918,3NS/NR 8 7,7Total 104100Verificamos que a maioria dos professores concorda que os alunos pertencentes s comunidadesciganas evidenciam dificuldades de incluso escolar, apresentam dificuldades de integrao e, quequanto maior for o nmero destes alunos em contexto de turma, mais difcil ser o desenrolar donormal funcionamento do processo ensino-aprendizagem.So frequentes as afirmaes dos professores sobre as perturbaes que os alunos provenientes dascomunidades ciganas provocam nas aulas. Segundo a opinio e a experincia dos professores inquiridos,estas perturbaes devem-se aos hbitos comportamentais e/ou culturais e aos diferentes valores,crenas e motivaes.Quadro 6 Origem das Perturbaes Provocadas pela Presena de Alunos dasComunidades Ciganas, Segundo os ProfessoresNo discorda, nem concorda Concorda totalmenteDiscorda totalmenteConcordaGrau de DiscordaNS/NR TotalConcordncia/DiscordnciaQuesto F % F %F % F %F%F %F %Dficit intelectual, 1817,3 3129,8 2120,22423,1 76,732,9 104 100acadmico e lingusticoHbitos comportamentais2 1,9 21,9 10 9,66158,7 272621,9 104 100e/ou culturaisDiferentes valores, crenas2 1,9 76,7 1413,55451,8 2423,132,9 104 100e motivaesA falta de assiduidade por parte dos alunos das comunidades ciganas reconhecida pelamaioria dos professores que responderam ao inqurito. A maioria dos professores, 64,4%,considera-os pouco assduos.Quando questionamos os professores se haveria uma relao entre a atribuio doRendimento Social de Insero atribudos s famlias ciganas e o cumprimento de assiduidade 5. escolar por parte das crianas e jovens destas comunidades, 29,8% dos professoresconcordaram e 26,9%, concordaram totalmente.Os docentes questionados expressaram ainda a sua opinio sobre a influncia do contextofamiliar no sucesso escolar das crianas e dos jovens das comunidades ciganas, como podemosver no quadro seguinte. Quadro 7 Influncia do Contexto Familiar dos Jovens Ciganos no seu Sucesso EscolarGrau de concordncia/discordncia FrequnciasPercentagemDiscorda totalmente 1 1,0Discorda00No discorda, nem concorda6 5,8Concorda 5451,9Concorda totalmente3634,6NS/NR 7 6,7Total 104100A relao entre o contexto familiar onde os jovens ciganos esto inseridos e o seu sucesso foiconsiderado determinante pela maioria dos professores. Tradicionalmente as famlias ciganasapresentam motivaes e interesses que so divergentes queles apresentados pela escola,no lhes reconhecendo muitas utilidades.Apesar da escola ser encarada como um espao onde se pratica a educao inclusiva, existeuma lacuna no que concerne aplicao de estratgias por parte da instituio. Continua aexistir a tentativa de assimilao, uma vez que no existem apoios preparados especificamentede acordo com as caractersticas dos alunos, como a provenincia ou a cultura destes, masapenas conforme a sua necessidade em aceder a estes apoios. Na maior parte das vezes,apenas quando manifestam uma grande dificuldade em acompanhar os restantes colegas deturma devido a um desnvel de conhecimentos manifestados. A pedagogia intercultural temespao em algumas aulas, por fora das circunstncias, como por exemplo, a presena deelementos diferentes e apresenta-se como uma experincia de partilha e de respeito pelasdiversas culturas que pode enriquecer todos os elementos de uma turma ou at de umaescola.Exemplos de pedagogia intercultural utilizada pelos professores questionados:Respeito pelas crianas ciganas, ou de outras nacionalidades, pelos seus valores e pela sualngua (aprendizagem e utilizao de termos prprios da lngua da criana);Divulgao das suas prticas, hbitos e costumes (crianas ciganas ou de outrasnacionalidades) e comparao com os dos colegas;Trazer para a sala de aula a ideia de que vivemos numa cultura de melting pot, envolvendoos alunos em atividades diversificadas em que so valorizadas as diferenas culturais;Ter em considerao as suas crenas, tradies e valores;Incutir nas crianas que todos tm os mesmos direitos, sejam ciganos ou no, mas tambmtm deveres com a sociedade;Valorizao da cultura cigana atravs da sua msica, das suas tradies, dos seus valores, etc. 6. Apesar de ter o seu estatuto legal estabelecido pela Lei n. 105/2001 de 31/08/2001, oMediador Scio-Cultural ainda no uma presena em todas as escolas que tm nas suasturmas alunos pertencentes s vrias minorias presentes em Portugal, nem a sua existncia do conhecimento da totalidade dos professores, apesar de ser conhecida pela maioria dosprofessores que colaboraram neste estudo. Estes concordam maioritariamente que osmediadores poderiam ter um papel decisivo na escolarizao das crianas pertencentes scomunidades ciganas, favorecendo a sua integrao, promovendo o dilogo intercultural entreas partes, reforando a coeso social, prevenindo e resolvendo os conflitos sociais que possamsurgir. A sua presena pode ainda contribuir para a definio de estratgias de intervenosocial mais eficazes e pode, acima de tudo, facilitar a comunicao entre os professores e osdemais profissionais que trabalham nas escolas e os alunos e as famlias destes e deveproporcionar aos alunos ciganos uma equidade em relao aos restantes alunos.No entanto, verificou-se que a sua presena era desconhecida at em escolas ondedesempenhava funes, pela maioria dos professores dessas escolas, o que prejudicial umavez que, por si s, esbate as potencialidades que o trabalho conjunto de todos os profissionaisem prol de uma parte da populao que desfavorecida, permite alcanar.Acredito que a presena desta figura no espao escolar pode ser determinante para o combateaos preconceitos e aos esteretipos e que podem promover, em conjunto com os professores,a incluso dos alunos das comunidades ciganas em igualdade de oportunidades com osrestantes alunos. No entanto, necessrio que sejam apoiados e encorajados a receberemformao especfica. A sua estabilidade tambm deve ser uma preocupao por parte dasentidades que colocam estes profissionais nas escolas.Os entrevistados neste estudo que pertencem a famlias ciganas, podem ser caracterizadoscomo pessoas que possuem um baixo grau de escolaridade ou mesmo nenhum. No entanto,aqueles que frequentaram as escola na sua infncia, referem que tinham sucesso nos seusestudos, o que afasta o estigma da inadaptao e da incapacidade, que , por vezes, evocadopara justificar o absentismo e a desistncia dos alunos ciganos. No caso das raparigas ciganas,o abandono dos estudos deve-se essencialmente a razes culturais. Por uma questo depreservao, os elementos do sexo feminino so retirados mais cedo da escola do que oselementos do sexo masculino e do contacto com os no-ciganos. Estes entrevistados afirmamque, actualmente, no fazem distino entre os rapazes e as raparigas, tratando-os de igualmodo.A descriminao por parte da instituio escolar tambm sentida por alguns destes pais.Sentem que os seus filhos so mais castigados do que as outras crianas no-ciganas. Pormreconhecem a utilidade da escola, mantm algumas expectativas face ao desempenhoacadmico dos seus educandos que tero possibilidade de estudar enquanto desejarem.