in mte sit 114 trabalho temporario

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BIBLIOTECA JUIZ VALENTIN CARRION ALERTA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 114, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2014 (D.O.U., SEÇÃO 1, DE 12/11/2014, P. 79-80) Estabelece diretrizes e disciplina a fiscalização do trabalho temporário regido pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, pelo Decreto nº 73.841, de 13 de março de 1974, e pela Portaria nº 789, de 2 de junho de 2014. O SECRETÁRIO DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no exercício da competência prevista no Decreto nº 5.063, Anexo I, art. 14, Incisos I e XIII, de 3 de maio de 2004, e na Portaria nº 483, Anexo VI, art. 1º, Incisos I e XIII, de 15 de setembro de 2004, resolve: Art. 1º O Auditor Fiscal do Trabalho - AFT, na fiscalização do trabalho temporário, deve observar o disposto nesta instrução normativa. Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. § 1º Acréscimo extraordinário de serviços é o aumento excepcional da atividade da empresa ou de setor dela, provocado por um fato determinado e identificável. § 2º Não se consideram extraordinários os acréscimos de serviço comuns do ramo de negócio do tomador e que façam parte do risco do empreendimento, bem como os decorrentes do crescimento da empresa, da expansão de seus negócios ou da abertura de filiais. § 3º Demandas sazonais, entendidas como aquelas que, embora previsíveis, representam um aumento expressivo e significativo na atividade da empresa para atender a um evento episódico no decorrer do ano, justificam a contratação por acréscimo de extraordinário de serviços. Art. 3º A regularidade da locação de mão de obra temporária está condicionada à observância estrita tanto dos requisitos formais quanto dos requisitos materiais da legislação aplicável.

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  • BIBLIOTECA JUIZ VALENTIN CARRION

    ALERTA

    MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEO DO TRABALHO

    INSTRUO NORMATIVA N 114, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2014 (D.O.U., SEO 1, DE 12/11/2014, P. 79-80)

    Estabelece diretrizes e disciplina a fiscalizao do trabalho temporrio regido pela Lei n 6.019, de 3 de janeiro de 1974, pelo Decreto n 73.841, de 13 de maro de 1974, e pela Portaria n 789, de 2 de junho de 2014.

    O SECRETRIO DE INSPEO DO TRABALHO, no exerccio da competncia prevista no Decreto n 5.063, Anexo I, art. 14, Incisos I e XIII, de 3 de maio de 2004, e na Portaria n 483, Anexo VI, art. 1, Incisos I e XIII, de 15 de setembro de 2004, resolve:

    Art. 1 O Auditor Fiscal do Trabalho - AFT, na fiscalizao do trabalho temporrio, deve observar o disposto nesta instruo normativa.

    Art. 2 Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios. 1 Acrscimo extraordinrio de servios o aumento excepcional da atividade da empresa ou de setor dela, provocado por um fato determinado e identificvel. 2 No se consideram extraordinrios os acrscimos de servio comuns do ramo de negcio do tomador e que faam parte do risco do empreendimento, bem como os decorrentes do crescimento da empresa, da expanso de seus negcios ou da abertura de filiais. 3 Demandas sazonais, entendidas como aquelas que, embora previsveis, representam um aumento expressivo e significativo na atividade da empresa para atender a um evento episdico no decorrer do ano, justificam a contratao por acrscimo de extraordinrio de servios.

    Art. 3 A regularidade da locao de mo de obra temporria est condicionada observncia estrita tanto dos requisitos formais quanto dos requisitos materiais da legislao aplicvel.

  • Pargrafo nico. A empresa tomadora ou cliente pode ser responsabilizada pelo vnculo empregatcio com o trabalhador temporrio em caso de irregularidade na locao de mo de obra, conforme disposto no art. 9 da CLT.

    Art. 4 A empresa de trabalho temporrio tem seu funcionamento condicionado ao registro no Ministrio do Trabalho e Emprego, observados os procedimentos estabelecidos pelo rgo. 1 O registro regular da empresa de trabalho temporrio no Ministrio do Trabalho e Emprego requisito de validade essencial do contrato de trabalho temporrio, devendo ser observado o disposto no art. 3 desta Instruo Normativa. 2 A atividade de locao de mo de obra exclusiva da empresa de trabalho temporrio, no podendo ser transferida a terceiros, mesmo em locais em que no possua filial, agncia ou escritrio. 3 Considera-se irregular o recrutamento e a seleo de trabalhadores temporrios realizado pelo prprio tomador da mo de obra. Art. 5 lcito empresa tomadora ou cliente exercer, durante a vigncia do contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio, o poder diretivo sobre o trabalhador colocado sua disposio, inclusive em tarefas vinculadas sua atividade-fim.

    Art. 6 Somente trabalhadores devidamente qualificados podem ser contratados na modalidade de contrato temporrio. 1 Considera-se trabalhador devidamente qualificado aquele tecnicamente apto a realizar as tarefas para as quais contratado. 2 O treinamento para ambientao no posto de trabalho e os referentes s normas de sade e segurana promovidas pela empresa tomadora so compatveis com a forma de contratao temporria.

    Art. 7 O AFT dever verificar o estrito atendimento aos seguintes requisitos: I formais: a) registro regular da empresa de trabalho temporrio no Ministrio do Trabalho e Emprego; b) tomada de mo de obra temporria feita por empresa urbana; c) existncia de contrato escrito ou aditivo contratual entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora de servio ou cliente para cada contratao de trabalho temporrio; d) durao do contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente, com relao a um mesmo empregado, no superior a trs meses, ressalvadas as excees previstas na Portaria MTE n. 789, de 02 de abril de 2014, devendo ser indicadas expressamente as datas de incio e trmino no instrumento firmado entre a empresa de trabalho temporrio e a tomadora de servio ou cliente; e) existncia de clusula constante do contrato entre empresa de trabalho temporrio e tomadora ou cliente descrevendo expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporrio, sendo insuficiente a mera indicao da

  • hiptese legal - acrscimo extraordinrio de servios ou substituio de quadro regular e permanente; f) existncia de contrato firmado entre a empresa de trabalho temporrio e cada um dos trabalhadores, nele constando as datas de incio e trmino do contrato, alm de elencar os direitos conferidos pela lei. II materiais: a) comprovao do motivo alegado no contrato entre a empresa de trabalho temporrio e o tomador ou cliente, por meio de apresentao de informaes especficas, tais como dados estatsticos, financeiros ou contbeis concretos relativos produo, vendas ou prestao de servios, no caso de acrscimo extraordinrio de servios, ou, no caso de substituio de quadro permanente, por meio da indicao do trabalhador substitudo e causa de afastamento; b) compatibilidade entre o prazo do contrato de trabalho temporrio e o motivo justificador alegado; c) comprovao da justificativa apresentada nos casos de solicitao de prorrogao de contrato por prazo superior a trs meses, nos termos da Portaria MTE n 789, de 2014. 1 vedada a contratao de mo de obra temporria por empresa tomadora ou cliente cuja atividade econmica seja rural. 2 A solicitao de mo de obra pela tomadora empresa de trabalho temporrio, ainda que formalizada por qualquer meio, no afasta a obrigatoriedade de instrumento contratual escrito em cada contratao. 3 No contrato de trabalho firmado entre a empresa de trabalho temporrio e o trabalhador no h necessidade de indicao do motivo da contratao. 4 As informaes relativas aos contratos de trabalho temporrio esto disponveis no Sistema de Registro de Empresa de Trabalho Temporrio - SIRETT, prestadas pela Empresa de Trabalho Temporrio, nos termos do art. 7 da Portaria MTE n 789, de 2 de abril de 2014.

    Art. 8 A resciso por trmino do contrato de trabalho temporrio acarreta o pagamento de todas as verbas rescisrias, calculadas proporcionalmente durao do contrato e conforme o tipo de resciso efetuada. 1 Quando antecipada, a resciso enseja o pagamento da indenizao prevista no art. 479 da CLT, da multa rescisria do FGTS prevista no art. 18, 1, da Lei n 8.036, de 1990, e da indenizao prevista no art. 12, alnea f, da Lei n 6.019, de 1974. 2 A data de trmino do contrato deve ser determinada na assinatura do contrato de trabalho temporrio, sendo irregular sua definio posteriormente ao incio da prestao dos servios pelo trabalhador.

    Art. 9 Considera-se irregular, sem prejuzo de outras constataes, o trabalho temporrio prestado nas seguintes situaes: I utilizao sucessiva de mo de obra temporria para atender ao mesmo motivo justificador, inclusive quando fornecida por diferentes empresas de trabalho temporrio;

  • II celebrao de sucessivos contratos onde figure o mesmo trabalhador, para atender ao mesmo motivo justificador, ainda que a intermediao seja feita por diferentes empresas de trabalho temporrio; III utilizao de contrato de trabalho temporrio com finalidade de contrato de experincia; IV substituio de quadro prprio da empresa tomadora por trabalhadores temporrios; e V contratao de trabalhador temporrio por acrscimo extraordinrio de servios cuja atividade desempenhada no exista na tomadora. Pargrafo nico. lcita a celebrao de um nico contrato com um mesmo trabalhador temporrio para substituir mais de um empregado do quadro permanente, sucessivamente, nos casos de frias ou outro afastamento legal, desde que tal condio esteja indicada expressamente no contrato firmado e o prazo seja compatvel com a substituio de todos os empregados. Art. 10. Na hiptese legal de substituio transitria de pessoal regular e permanente so possveis tanto a celebrao de contrato de trabalho temporrio por prazo superior a trs meses, quanto a sua prorrogao, desde que previamente autorizadas pelo MTE, nos termos dos arts. 2 e 3, da Portaria MTE n 789, de 2014.

    Art. 11. Na hiptese legal de acrscimo extraordinrio de servios, a contratao do trabalhador temporrio limitada a trs meses, podendo superar tal prazo apenas por meio de prorrogao previamente autorizada pelo MTE, nos termos previstos na Portaria MTE n 789, de 2014. 1 Na hiptese de prorrogao prevista no caput, o AFT deve verificar se foram apresentados elementos fticos que demonstrem a permanncia do motivo justificador da contratao. 2 vedado s empresas inovar, durante a ao fiscal, as justificativas anteriormente apresentadas no SIRETT.

    Art. 15. Constatada a cobrana pela empresa de trabalho temporrio de qualquer importncia do trabalhador, mesmo a ttulo de mediao, salvo os descontos previstos em lei, o AFT deve comunicar este fato Seo de Relaes do Trabalho da Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego, sem prejuzo da lavratura dos competentes autos de infrao.

    Art. 16. Cabe ao AFT verificar o cumprimento do art. 8 da Lei n 6.019, de 1974, e da Portaria MTE n 789, de 2014, quanto obrigatoriedade da prestao de informaes pela empresa de trabalho temporrio para o Estudo de Mercado, atentando para os prazos fixados, a falta de envio das informaes, bem como incorrees ou omisses em sua prestao.

    Art. 17. Esta Instruo Normativa entrar em vigor na data de sua publicao.

    Art. 18 Revogam-se os arts. 6 ao 14 da Instruo Normativa n 3, de 1 de setembro de 1997.

    PAULO SRGIO DE ALMEIDA